RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças...
Transcript of RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças...
RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA
DE ALUNOS QUE INGRESSOU EM 2010
AUTORA – ALINE APARECIDA TRENDO DE CARLI
ORIENTADORA – PROFA. DRA. ANA LÚCIA ROSSITO AIELLO
TÍTULO - DESCRIÇÃO DOS NÍVEIS DE ESTRESSE E DEPRESSÃO DE
MÃES, PAIS E IRMÃOS DE CRIANÇAS AUTISTAS
RESUMO – O Autismo está contido no transtorno de global de desenvolvimento
(TGD). É caracterizado por acarretar grande prejuízo nas interações sociais, na
comunicação, e os padrões de comportamento e interesses são limitados e
estereotipados. Crianças autistas enfrentam dificuldades na realização de tarefas comuns
e próprias a sua fase de desenvolvimento, o que faz aumentar o seu nível de
dependência dos pais. A necessidade de adaptação a esse quadro pode ser geradora de
estresse e depressão em familiares de crianças autistas, uma vez que esses se deparam
com exigências e uma sobrecarga de tarefas, além do manejo dos problemas de
comportamento do autista. O presente estudo teve como objetivo avaliar níveis de
estresse e depressão de pais, mães e irmãos de crianças com autismo, uma vez que em
revisão bibliográfica realizada não se encontrou estudos que investigassem tais variáveis
na mesma família, e os estudos encontrados dão maior enfoque nas mães, talvez porque
seja essa a maior responsável pelos cuidados da criança com autismo . Participaram da
pesquisa 35 familiares de crianças com autismo cuja faixa etária esteve entre seis e 14
anos e que possuíam diagnóstico médico de TGD, sendo 14 mães (idade entre 25 a 48
anos), 12 pais (idade entre 25 a 49 anos) e 9 irmãos (idade entre 7 a 17 anos). Foram
utilizados o INVENTÁRIO DE SINTOMAS DE STRESS PARA ADULTOS (ISSL), o
QUESTIONÁRIO DE RECURSOS DE STRESS NA FORMA RESUMIDA (QRS-F), o
INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO DE BECK (BDI), ESCALA DE STRESS INFANTIL
(ESI), o INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO INFANTIL e uma Entrevista sobre os dados
demográficos da família. A coleta de dados foi realizada na casa da família em horário
previamente agendado e de conveniência para os participantes. O procedimento
consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses, advindos da
troca de informações entre os familiares, por meio de cuidados para se estabelecer um
bom rapport com os membros da família, além de ter sido informado a importância de
que respondessem com sinceridade e sem que trocassem informações entre si. Os
resultados encontrados mostraram níveis mais elevados de estresse e depressão para
pais e mães que para os irmãos de autistas, porém, diferenças entre tais níveis não foram
encontradas quando pais e mães foram comparados entre si. Além disso, demonstrou-se
que muitas famílias de crianças com autismo possuem pelo menos um adulto com
problemas de saúde mental. Espera-se que os resultados sejam úteis na elaboração de
programas de intervenção para familiares de crianças com autismo, uma vez que os
danos causados aos familiares podem ter impacto no desenvolvimento da criança.
Palavras-chave: Autismo, Depressão, Estresse, Pais, Mães, Irmãos.
AUTORA – ALICE FRUNGILLO LIMA
ORIENTADORA – PROFA. DRA. GIOVANA ESCOBAL
TÍTULO - O JOGO DA PARTILHA: UM ESTUDO COM CRIANÇAS PARA
IDENTIFICAR SEU PADRÃO COMPORTAMENTAL NA DIVISÃO DE
RECURSOS
RESUMO – Jogos econômicos têm sido úteis como modelos experimentais de
situações de interação social complexa. Psicólogos interessados no fenômeno da
generosidade têm utilizado jogos econômicos para estudar processos de tomada de
decisão e distribuição de recursos. Um desses jogos se denomina Jogo da Partilha e
pesquisas têm analisado os efeitos de algumas variáveis sobre como as pessoas alocam
recursos, dentre elas: gênero do distribuidor ou do receptor, interação humana versus
interação computadorizada, incentivo monetário real ou hipotético, etc. O objetivo dessa
pesquisa foi determinar os padrões comportamentais em situação de escolha em
crianças em idade pré-escolar e se demonstravam consistentemente ou não suas
opiniões em como dividir um recurso em um paradigma de escolha forçada, tal como no
Jogo da Partilha. Foi estudada também a variável gênero do distribuidor. Em um
delineamento intrassujeitos, 32 crianças pré-escolares de três a cinco anos, com
desenvolvimento típico, fizeram escolhas ao longo de dois blocos de repetidas
tentativas, cada um envolvendo dez oportunidades de escolha, para distribuir os
recursos entre si e um participante invisível, passivo, podendo escolher otimizadamente,
mas não competitivamente, igualmente, mas não de maneira otimizada, menos
otimizadamente, mas mais competitivamente e de maneira altruística. O estudo também
permitiu uma comparação entre - sujeitos a respeito do gênero dos participantes. Os
dados mostraram que as crianças do gênero feminino escolheram otimizadamente na
maioria das vezes e as do gênero masculino alternaram em suas escolhas, mas
escolheram mais frequentemente a alternativa competitiva. A variável dimensão do
estímulo bolo pode ter influenciado mais as meninas, porque elas escolheram mais
frequentemente a alternativa otimizada quando a dimensão era maior. Ambos os
gêneros escolheram com maior freqüência a alternativa altruísta, quando comparada a
alternativa igualitária. Os resultados indicaram que o modelo experimental desenvolvido
para a pesquisa foi adequado. Estes jogos são importantes porque permitem: analisar as
contingências envolvidas na tomada de decisão das pessoas, caracterizar as escolhas,
como ideal, justa ou competitiva, e trazer sob escrutínio o exame dos possíveis efeitos
de outras variáveis (por exemplo, sexo, incentivo monetário, quantidade de dinheiro,
informações, etc) sobre as distribuições das escolhas das pessoas, para determinar se
essas escolhas são estáveis ou influenciadas por essas variáveis.
Palavras chave: Palavras-chave: Jogos econômicos, tomada de decisão, alternativa
otimizada, alternativa competitiva, alternativa de altruísmo, alternativa igualitária
AUTORA – ANA CAROLINA PEREIRA DE CAMPOS
ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA F. MANIAKAS
TÍTULO - ESTUDOS SOBRE O HOMOEROTISMO E SUAS RELAÇÕ ES COM
O PRECONCEITO
RESUMO - A homossexualidade é um tema que desperta, frequentemente, o interesse e
a curiosidade alheia. Muito se tem discutido sobre qual seria sua origem, se genética,
ambiental ou ambas. Tal orientação também gera sentimentos de repugnância e ódio
que podem ser expressos por meio de atitudes preconceituosas, já que muitos ainda
consideram a homossexualidade uma perversão, um pecado ou mesmo uma doença que
deve ser combatida. No sentido de elucidar minimamente a controversa questão da
homossexualidade, este estudo procurou compreender como se dá o processo de escolha
do objeto amoroso, com base na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, e quais são as
relações entre ele e o preconceito. Por meio da leitura de textos do autor e de outros
autores contemporâneos relevantes ao tema, constatou-se que a escolha de objeto não é
obrigatoriamente heterossexual, outros objetos são válidos, e que a escolha
homossexual não é patológica. Em relação ao preconceito verificou-se que este possui
origens e objetos distintos. Embora Freud não tenha tratado diretamente do tema em sua
obra, seus textos sobre a pulsão de morte, a civilização e a cultura serviram como base
para se tentar compreender os caminhos pelos quais a pulsão de destruição pode ser
convocada pelo mecanismo de projeção para destruir um objeto considerado “ruim e
diferente”. Como este trabalho não teve a pretensão de esgotar um assunto tão
complexo, novas investigações devem ser realizadas para que haja uma constante
atualização e clarificação do tema, com o propósito de gerar conhecimento social e,
assim, reduzir o preconceito.
Palavras-chave: Homossexualidade, Freud, Preconceito, Sexualidade.
AUTORA – ANA LÚCIA SILVA GOMES
ORIENTADORA – PROFA. DRA. CAMILA DOMENICONI
TÍTULO - GENERALIZAÇÃO TEMPORAL EM DIFERENTES MOMEN TOS
DE ESTADOS EMOCIONAIS: A PERCEPÇÃO DO TEMPO PODE SER
ALTERADA PELA ANSIEDADE?
RESUMO – O controle temporal é estudado pela análise do comportamento como um
fator que influencia a nossa percepção e comportamento no cotidiano. O tempo está no
nosso dia a dia quando nos referimos a marcadores históricos, quando lhe atribuímos
características, como “tempo é dinheiro”, e até quando o atrasamos, aceleramos e
desperdiçamos. O presente estudo usa o conceito de tempo com base nos conceitos da
análise do comportamento, o tempo, então, é um estimulo discriminativo, e procuramos
estudar como o controle temporal influencia nossos comportamentos, através
discriminação temporal. Para isso, têm se usado duas teorias o Set e o Let, a primeira
usa os conceitos de pacemaker, acumulador e memória como etapas para se chegar ao
processo de tomada de decisão com relação tempo percorrido, já a segunda usa o
conceito de estados comportamentais e seus elos associativos e o quanto a relação entre
eles pode ser suficiente para tomada de decisão em relação a passagem do tempo. Além
dessas teorias, a tarefa de generalização temporal é usada no presente estudo, nela duas
durações de tempo são apresentadas e deve haver a comparação entre a primeira
duração em relação a segunda. Além disso, a percepção que temos do tempo também
pode estar relacionada ao nosso estado emocional, em estados de baixa excitação a
tendência é de subestimação do tempo e em estados de alta excitação a tendência é de
superestimação. Assim, o presente estudo tem o objetivo de avaliar como o controle
temporal ocorre em estados emocionais diferentes, testando se o estado ansioso pode
alterar a percepção temporal. E isso será analisado em estudantes universitários em dois
momentos diferentes do cotidiano acadêmico, o início de semestre e o fim de semestre,
assim como em estudantes vestibulandos também em dois momentos, o início do ano e
fim do ano, quando se aproximam as provas do vestibular. Participarão trinta
estudantes, tanto universitários quanto vestibulandos, que farão uma tarefa de
generalização temporal em um computador, além de responderem a inventários de
ansiedade. Procura-se verificar diretamente se a ansiedade pode estar relacionada com a
percepção do tempo.
Palavras-chave: Ansiedade; timing; tempo, controle temporal.
AUTORA – BÁRBARA DO CARMO LIMA
ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA F. MANIAKAS
TÍTULO - FANTASIA E MITOLOGIA GREGA
RESUMO – A expressiva e imprescindível presença da mitologia grega nas
formulações teóricas da psicanálise, tem como intersecção o conceito de fantasia. Para
alguns autores trabalhados no presente trabalho, como Freud, Laplanche & Pontalis, os
conteúdos das fantasias dos sujeitos derivam da a expressão de desejos recalcados, o
mesmo que aparece nas alegorias da mitologia grega. Esse trabalho se propõe a explorar
essa relação por meio de pesquisa bibliográfica.
Palavras-chave: fantasia, fantasia originária, mito, mitologia grega, desejos recalcados
AUTORA – BÁRBARA LEOCÁRDIO JACOMINI MENIN
ORIENTADORA – PROFA. DRA. DÉBORA DE HOLLANDA SOUZA
TÍTULO - O PAPEL DA CONVIVÊNCIA COM ANIMAIS NO
DESENVOLVIMENTO SOCIOCOGNITIVO DE CRIANÇAS PRÉ-
ESCOLARES
RESUMO – Diversos psicólogos do desenvolvimento têm chamado atenção para o
papel das interações sociais e familiares no desenvolvimento sociocognitivo. Há
evidências, por exemplo, de que a convivência com irmãos pode representar uma
vantagem em termos de teoria da mente. No entanto, uma relação importante e
frequente na vida das crianças tem sido negligenciada nesse campo de estudos: a relação
com os animais. A convivência com animais pode contribuir para o bem estar físico e
psicológico de crianças e adultos, mas a compreensão sobre o impacto dessa relação
sobre o desenvolvimento sociocognitivo é ainda muito limitada. Embora a natureza
dessa relação seja claramente distinta da relação entre irmãos, ela exige
comportamentos que envolvem atenção compartilhada, intersubjetividade, inferência de
estados mentais (i.e., desejos, emoções, intenções) e empatia e estes, por sua vez, são
componentes ou indicadores importantes da teoria da mente. O presente estudo teve
como objetivo principal investigar possíveis efeitos da convivência com animais sobre o
desenvolvimento sociocognitivo. Mais especificamente, pretendeu-se testar possíveis
diferenças em três medidas sociocognitivas (i.e., tarefas de teoria da mente,
compreensão de emoções e confiança seletiva) entre dois grupos de crianças de idade
pré-escolar: crianças com e sem animais de estimação. Participaram do estudo 31
crianças em idade pré-escolar (M = 62,7, DP = 8,5 meses), sendo quinze meninas e
dezesseis meninos. Dentre os participantes, dezenove possuíam, pelo menos, um animal
de estimação e doze não possuíam. Em relação aos possíveis efeitos de condição (ter x
não ter animal de estimação), apenas uma tendência foi encontrada em relação ao
desempenho na tarefa de confiança seletiva, F (1, 27) = 3,67, p = 0,066.
Surpreendentemente, as crianças sem animal de estimação tiveram melhor desempenho
(M = 1,94) do que as crianças com animal de estimação (M = 0,96). Finalmente, uma
correlação significativa foi encontrada entre os escores na tarefa de confiança seletiva e
os obtidos na tarefa de reconhecimento de emoções, r (29) = 0,551, p = 0,001. Embora
os resultados do presente estudo não indiquem uma vantagem para as crianças que
convivem com animais de estimação em teoria da mente, algumas limitações do estudo
precisam ser consideradas. Estudos futuros devem utilizar uma amostra de crianças
menores de 4 anos e uma gama mais variada de tarefas que possam de fato detectar a
variância e os efeitos de idade esperados, conforme aponta a literatura. Além disso, se,
em uma amostra maior, o efeito de condição para a medida de confiança seletiva for
confirmado, é preciso investigar as razões que levam esse grupo de crianças (com
animais de estimação) a serem menos eficientes para confiar de forma seletiva.
Palavras-chave: teoria da mente, confiança seletiva, convivência com animais.
AUTORA – BÁRBARA LEOCÁRDIO JACOMINI MENIN
ORIENTADORA – PROFA. DRA. DÉBORA DE HOLLANDA SOUZA
TÍTULO - O PAPEL DA CONVIVÊNCIA COM ANIMAIS NO
DESENVOLVIMENTO SOCIOCOGNITIVO DE CRIANÇAS PRÉ-
ESCOLARES
RESUMO – A literatura tem recorrentemente apontado para a importância das
interações sociais e familiares para o desenvolvimento sociocognitivo. Há evidências,
por exemplo, de que a convivência com irmãos, em especial, irmãos mais velhos, pode
contribuir para o desenvolvimento da teoria da mente. No entanto, uma relação
importante e frequente na vida das crianças tem sido negligenciada nesse campo de
estudos: a relação com os animais. Diversos estudos têm demonstrado que a
convivência com animais pode contribuir para o bem estar físico e psicológico de
crianças e adultos, mas a compreensão sobre o impacto dessa relação sobre o
desenvolvimento sociocognitivo é ainda muito limitada. Embora a natureza dessa
relação seja claramente distinta da relação entre irmãos, por exemplo, ela exige
comportamentos da criança que envolvem atenção compartilhada, intersubjetividade,
inferência de estados mentais (i.e., desejos, emoções, intenções) e empatia e estes, por
sua vez, são componentes ou indicadores importantes da teoria da mente. O presente
estudo teve como objetivo principal investigar possíveis influências da convivência com
animais sobre o desenvolvimento sociocognitivo. Mais especificamente, pretendeu-se
testar possíveis diferenças em três medidas sociocognitivas (i.e., tarefas de teoria da
mente, compreensão de emoções e confiança seletiva) entre dois grupos de crianças de
idade pré-escolar: crianças com e sem animais de estimação. Este trabalho ainda se
encontra em andamento, mas participaram até o momento, 20 crianças de idade pré-
escolar (M = 4-;8 anos, DP= 5,06- )
Palavras-chave: teoria da mente, confiança seletiva, convivência com animais.
AUTORA – CAROLINE RIBERTI ZANIBONI
ORIENTADORA – PROFA. DRA. AZAIR LIANE MATOS DO CANT O DE
SOUZA
TÍTULO - EMPATIA EM CAMUNDONGOS: AVALIAÇÃO DE
COMPORTAMENTOS RELACIONADOS À DEPRESSÃO EM
CAMUNDONGOS SUBMETIDOS AO TESTE DE SUSPENSÃO DA CAUDA
RESUMO – A capacidade para empatia talvez seja fator principal contribuinte para
evolução da espécie humana, e esta capacidade de compreender o outro
emocionalmente se relaciona a diversas habilidades que os humanos possuem. Neste
sentido, indivíduos empáticos são mais bem sucedidos em relações pessoais e
profissionais. Entretanto, a falta de empatia ou excesso pode levar a depressão. Estudos
recentes têm demonstrado que roedores possuem a capacidade de empatia. Evidências
clínicas e com modelos animais demonstram que quadros de dor crônica podem
produzir alterações emocionais e, da mesma forma, alguns transtornos emocionais
podem causar dor crônica. O objetivo deste estudo foi avaliar se o convívio com um
coespecífico, submetido a um modelo de dor crônica, alterava comportamentos
relacionados à depressão em camundongos. Foram utilizados camundongos machos
Suíço-albino, entre 6-8 semanas, alojados em pares após desmame por 28 dias. Após 14
dias de convívio, um animal do par foi submetido à cirurgia de constrição do nervo
ciático ou não e, após a cirurgia, o par permaneceu em convívio por mais 14 dias. Após
este período, os camundongos que conviveram com seus pares em quadro de dor
crônica ou não, passaram pelo teste de suspensão da cauda (TSC), para medida dos
índices de depressão, latência para imobilidade e tempo total de imobilidade, por 6
minutos. Os resultados demonstraram não haver diferença estatisticamente significativa
nos comportamentos analisados entre os animais submetidos à convivência com um par
em quadro de dor crônica e o grupo controle. Com isso, pode-se concluir que a
convivência com o coespecífico em dor crônica não foi suficiente para reproduzir
comportamentos relacionados à depressão no teste de suspensão da cauda em
camundongos.
AUTORA – DAIANE ARAUJO DE ARRUDA
ORIENTADORA – PROFA. DRA. DÉBORA DE HOLLANDA SOUZA
TÍTULO - O DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO DA MENTIR A
PRÓ-SOCIAL EM CRIANÇAS BRASILEIRAS
RESUMO – O presente estudo teve como objetivo principal investigar o
desenvolvimento da compreensão da mentira pró-social em uma amostra de crianças
brasileiras de 7, 9 e 11 anos de idade. Os participantes foram avaliados em uma tarefa
criada por Genyue Fu e colaboradores, traduzida para o Português e adaptada para o
contexto brasileiro. A tarefa consistia na apresentação de quatro diferentes histórias que
envolviam diferentes dilemas. Os quatro dilemas exigem que o participante decida se
deve (ou não deve): (1) mentir para ajudar um indivíduo e prejudicar o coletivo; (2)
mentir para ajudar o coletivo e prejudicar um indivíduo; (3) dizer a verdade para ajudar
um indivíduo e prejudicar o coletivo; e (4) dizer a verdade para ajudar o coletivo e
prejudicar um indivíduo. Ao final da apresentação de cada história, o pesquisador
perguntava à criança como ela se comportaria se fosse o personagem principal. Uma
ANOVA de medidas repetidas revelou uma interação significativa entre idade e
beneficiário da mentira quando o contraste era entre mentir pelo grupo x mentir para
favorecer um amigo, F(2, 46) = 3, 38, p= 0,04; no entanto, não revelou uma interação
significativa quando a escolha era entre mentir pelo grupo x mentir para favorecer a si
próprio. Na primeira situação, as crianças dos três grupos de idade eram mais propensas
a privilegiar o amigo em detrimento dos interesses do grupo, no entanto, as crianças de
11 anos apresentaram uma preferência maior para a escolha que favorecia o amigo (M=
1,55) do que as crianças de 7 (M= 1,24) e de 9 anos (M= 1,09). Na segunda situação, as
crianças de 9 anos apresentaram escores mais elevados de mentira que beneficiava a
própria criança (M= 0,94), em comparação às de 7 anos (M= 0,44) e as de 11 anos (M=
0,61). Os resultados do presente estudo são, em parte, consistentes com os dados
obtidos com crianças canadenses, mas há poucos dados sobre as características da
cultura brasileira que influenciam a prática da mentira pró-social no país. Embora
estudos recentes tenham demonstrado como e quando a criança começa a compreender
a mentira e identificar as situações nas quais ela é socialmente desejável (mentira pró-
social), mais pesquisas são necessárias para que se possa avaliar o papel da cultura
nesse processo desenvolvimental.
Palavras-chave: mentira pró-social, cultura, cognição social.
AUTORA – GABRIEL BAPTISTA
ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA FANECO MANIAKAS
TÍTULO - O ARQUÉTIPO DA SOMBRA NO FILME CISNE NEGRO
RESUMO - A sombra é um importante arquétipo (figura inata do inconsciente
coletivo) com função fundamental na vida, nas relações e no desenvolvimento humano.
Lar das características indesejadas e potencialidades reprimidas das pessoas, torna-se
depositário de tudo aquilo que a pessoa não tem o desejo de ser, devendo ser acessada e
desenvolvida com o devido preparo e respeito para que o sujeito possa alcançar a
totalidade da personalidade. O filme Cisne Negro conta a história de Nina, uma
bailarina sensível e infantilizada, que precisa sair do seu mundo protegido pela mãe e
buscar, nas profundezas de sua sombra, as características necessárias para interpretar o
papel de Cisne Negro numa apresentação de sua companhia. O contato brusco e
despreparado da garota com seu lado obscuro é intenso demais para seu ego fragilizado,
que eventualmente é subjugado pela sombra, resultando na morte de Nina, final que esta
compartilha com outros personagens de ficção que aventuraram-se pelo mesmo
caminho.
Palavras-chave: psicologia analítica, sombra, arquétipo, Cisne Negro.
AUTORA – GIOVANNA LEITE QUEIROZ
ORIENTADORA – PROFA. DRA. LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQ UERQUE
WILLIAMS
TÍTULO - VITIMIZAÇÃO POR PARES E DESENVOLVIMENTO DE
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO EM ALUNOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL
RESUMO – Considerando a significativa prevalência de violência escolar entre pares
e a série de consequências que esta pode acarretar aos envolvidos, tais como sintomas
de depressão e ansiedade, este estudo tem como objetivo investigar possíveis relações
entre a vitimização escolar por pares e o aparecimento de sintomas de TEPT
(Transtorno de Estresse Pós-traumático) em crianças e pré-adolescentes do 6º e 7º ano
do Ensino Fundamental. Além disso, buscou-se caracterizar as piores experiências
escolares vivenciadas por esses participantes, analisando a sua frequência e duração.
Para isto, participaram 133 estudantes de 6º e 7º ano do Ensino Fundamental
matriculados em escolas públicas de duas cidades do interior São Paulo. A idade dos
estudantes variou de 10 a 14 anos, sendo em média 11 anos (DP = 0,69). Os principais
resultados obtidos foram que a maioria dos alunos (85,7%) sofreram vitimização
escolar do tipo violência relacional, além disto, o tipo da violência envolvida na Pior
Experiência Escolar apontado pela maioria dos alunos (48,87%) foi também a violência
relacional. Em 75,2% dos casos havia outros estudantes presentes e a Pior Experiência
durou de “dias a semana” em 27,06% dos casos. Os sintomas com maior frequência
foram de depressão (78,19%); seguido de hipervigilância (75,93%). Foram encontradas
associações entre as variáveis vitimização frequente e sintomas, sintomas e incômodo e
vitimização frequente e incômodo. Os dados obtidos na pesquisa evidenciam a
necessidade de se continuar os trabalhos na área de vitimização escolar, bem como de
encontrar formas de prevenção para este tipo de violência nas escolas.
AUTORA – INGRID CORRÊA DEL TEDESCO,
ORIENTADORA – PROFA. DRA. PATRÍCIA WALTZ SCHELINI
TÍTULO - ASSIMETRIA TEMPORAL: COMPARANDO OS PENSAME NTOS
CONTRAFACTUAL E PRÉ-FACTUAL
RESUMO – Os pensamentos contrafactuais são um tipo de pensamento imaginativo
que se caracterizam por frases condicionais que modificam eventos passados, sendo
vistos como pensamentos úteis para a modificação de comportamentos futuros, visando
a adaptação do indivíduo. Por outro lado, os pensamentos pré-factuais, lidam com
condicionais de eventos futuros e são vistos, hipoteticamente, como tendo o mesmo
conteúdo de pensamentos contrafactuais. Estudos recentes indicam que pensamentos
pré-factuais podem gerar comportamentos mais adaptativos que os contrafactuais. O
presente estudo visou comparar os pensamentos contrafactual e pré-factual em relação à
realização de uma tarefa, analisando os conteúdos dos pensamentos explicitados pelos
participantes e, depois, verificando a efetividade de cada um na segunda realização da
mesma tarefa. Trata-se de uma réplica de uma pesquisa realizada por Ferrante, Girotto,
Stragà e Walsh (2012). Um total de 20 participantes, entre 18 e 24 anos de idade, foi
dividido aleatoriamente em dois grupos: passado (pensamento contrafactual) e futuro
(pré factual). Foi apresentado um jogo de palavras embaralhadas em que cada um dos
participantes teve 2 minutos e 15 segundos para completar. Terminado o tempo, o
participante avaliou seu próprio desempenho em uma escala de 7 pontos e formulou
frases contrafactuais ou pré-factuais, dependendo do grupo ao qual foi designado
aleatoriamente. Após isso, avaliaram o próximo desempenho em uma escala de 11
pontos e, por fim, jogaram novamente nas mesmas condições e sob as mesmas regras.
Dado que o material é adaptado, foi realizado previamente um estudo piloto com 5
participantes para avaliar a efetividade das regras do jogo e das palavras escolhidas para
o mesmo. Para a análise dos resultados, os pensamentos produzidos pelos participantes
foram avaliados e categorizados. Em seguida, o teste t de Student foi utilizado para
identificar se haviam diferenças significativas entre os grupos. Verificou-se que o grupo
passado produziu significativamente mais pensamentos, no total, que o grupo futuro, e
também produziu mais pensamentos com modificações não controláveis que o grupo
futuro.
Palavras-chave: imaginação, pensamento contrafactual, pensamento pré-factual,
controlabilidade.
AUTORA – JACQUELINE NAVES BRITO
ORIENTADORA – PROFA. DRA. LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQ UERQUE
WILLIAMS
TÍTULO - ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DO INVENTÁRIO DE
DIMENSÕES DE DISCIPLINA À POPULAÇÃO BRASILEIRA.
RESUMO – Existem no Brasil instrumentos validados que analisam as práticas
educativas parentais e que são utilizados tanto clinicamente como em pesquisas em
psicologia, porém ao traduzir e adaptar um instrumento internacional que contemple não
somente os comportamentos dos pais em relação aos filhos e o contexto em que os
mesmos ocorrem, mas também as crenças dos pais em relação às práticas, trará
contribuições para trabalhos clínicos e avanços científicos ao que condiz aos estudos das
práticas educativas parentais e suas relações com o desenvolvimento humano. A
Adaptação transcultural do Inventário de Dimensões de Disciplina de Straus e Falchier,
publicada no ano de 2007, já foi realizada em mais de 20 países, como Israel e Espanha,
sendo que em ambos a confiabilidade de suas escalas foram comprovadas com as
devidas adaptações. O objetivo deste trabalho é realizar a adaptação transcultural do
Inventário de Dimensões de Disciplina (DDI) para a população brasileira, sendo
validadas as escalas em sua Forma “P”- avaliação das práticas disciplinares realizadas
por mães e Forma “C” – que busca compreender como as crianças avaliam as práticas
disciplinares realizadas por seus pais. Para tanto, o instrumento traduzido do inglês para
o português será aplicado em uma amostra de no mínimo 100 mães e de 100 crianças,
sendo essas alunas de escolas de ensino fundamental da cidade de São Carlos.
Posteriormente, serão realizadas as análises estatísticas necessárias (média, desvio
padrão, confiabilidade interna das escalas do instrumento) para verificar a adequação do
instrumento a esta amostra da população brasileira.
Palavras-chaves: Dimensões de Disciplina, práticas educativas parentais, mães e filhos,
adaptação transcultural.
AUTORA – JÉSSICA ELENA VALLE
ORIENTADORA – PROFA. DRA. LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQ UERQUE
WILLIAMS
TÍTULO - BULLYING, VITIMIZAÇÃO POR FUNCIONÁRIOS E
DEPRESSÃO: RELAÇÕES COM O ENGAJAMENTO ESCOLAR
RESUMO – O bullying é um tipo específico de violência escolar que ocorre entre
pares, sendo repetitivo, deliberado e intencional. O envolvimento em bullying pode
causar diversas consequências negativas, sendo uma delas no engajamento escolar, que
é a relação entre o aluno e uma atividade escolar. Uma vez que o bullying interfere no
desenvolvimento e no processo de aprendizagem, se torna necessário entendê-lo, assim
como sua relação com engajamento escolar e outras variáveis de interesse, para, então,
prevenir e intervir no fenômeno. O objetivo principal dessa monografia consiste em
predizer o engajamento escolar a partir de um conjunto de variáveis como idade,
envolvimento em bullying, vitimização por funcionários e depressão, sendo que o seu
formato está subdividido em dois estudos. O primeiro estudo descreve os resultados da
análise fatorial e de consistência interna da Escala de Engajamento Escolar (EEE) e o
segundo estudo analisa a relação entre tipo de envolvimento em bullying e engajamento
escolar emocional, predizendo o último a partir do conjunto de variáveis: idade, tipo de
envolvimento no bullying, índice de depressão e vitimização por funcionários.
Palavras-chave: bullying, engajamento escolar, depressão, vitimização por
funcionários.
AUTOR – JULIANA SAITO
ORIENTADORA – PROFA. DRA. ROSEMEIRE APARECIDA SCOPI NHO
TÍTULO - RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: DO DI SCURSO À
REALIDADE. UM ESTUDO DE CASO.
RESUMO – Muito se ouve nos dias de hoje sobre a responsabilidade social e,
praticamente, todas as grandes empresas se utilizam deste termo como estratégia de
marketing. Mas, o que exatamente é a responsabilidade social corporativa e quais são os
contextos onde é aplicada? Procura-se, no presente estudo, entender como uma empresa
do setor de serviços automotivos implanta as diretrizes de responsabilidade social na
prática e qual é o significado que os trabalhadores atribuem para as mudanças que
ocorrem. Através de um estudo de caso, utilizando-se da entrevista semiestruturada,
serão analisadas as falas do proprietário de uma franquia de um posto de serviços
automotivos e dos seus trabalhadores. Desta forma, será possível compreender como
funciona a aplicação das diretrizes de responsabilidade social à que muitas empresas
submetem suas franquias e qual a visão do franqueado. Espera-se que este estudo possa
contribuir para compreender como se encontra a questão da responsabilidade social no
Brasil, especificamente no setor de serviços.
Palavras-chave: responsabilidade social corporativa, setor de serviços automotivos,
gestão empresarial.
AUTOR – KAÍQUE DE OLIVEIRA GARCIA PORTO
ORIENTADOR – PROF. DR. ANTÔNIO CELSO DE NORONHA GOY OS
TÍTULO - TÍTULO DO TRABALHO: OS EFEITOS DO CONTROLE
CONTEXTUAL SOBRE CLASSES DE EQUIVALÊNCIA REORGANIZA DAS
ESTUDO 4
RESUMO – Na medida em que área de equivalência de estímulos se desenvolveu,
algumas pesquisas começaram a ser conduzidas com o objetivo de investigar sob que
condições relações de equivalência já estabelecidas poderiam se modificar ou se perder.
Muitos desses estudos envolvem a reorganização de classes de estímulos equivalentes,
que consiste em, após a formação de classes, recombinar as relações de linha de base
treinadas entre os estímulos, possibilitando novas discriminações condicionais e
levando à formação de novas classes equivalentes. A relevância destes estudos se deve
ao fato de que embora a formação de classes de estímulos equivalentes venha sendo
empregada como um procedimento eficaz para o ensino de habilidades como leitura,
escrita e matemática, há estudos que sugerem que este mesmo processo, envolvido na
aprendizagem de comportamentos produtivos e desejáveis, pode estar relacionado a
problemas clínicos, como a ansiedade. Há também estudos que investigam o fenômeno
comportamental denominado ressurgência utilizando procedimentos que envolvem a
reorganização de classes de estímulos equivalentes. Estes estudos, de modo geral,
manipularam variáveis conseqüentes contingentes à emissão de respostas consistentes
com classes de equivalência mais recentemente treinadas e verificaram os efeitos dessas
manipulações sobre a ressurgência de classes previamente treinadas. No presente
trabalho, variáveis antecedentes à emissão de respostas consistentes às classes de
equivalência foram manipuladas com o objetivo de verificar os efeitos do controle
contextual sobre classes de equivalência reorganizadas. Os resultados, de modo geral,
revelaram que mediante feedback negativo, há ressurgência de classes de equivalência
previamente treinadas, mas que sob extinção, as classes mais recentemente treinadas são
mantidas.
Palavras-chave: equivalência de estímulos, discriminação condicional, controle
contextual, reorganização de classes.
AUTORA – LARA ROSA COBUCCI
ORIENTADORA – PROFA. DRA. MARIA STELLA C. A. GIL
TÍTULO - CARACTERÍSTICAS DAS VOCALIZAÇÕES DE BEBÊS NA
EMERGÊNCIA DE CLASSES DE ESTÍMULOS EQUIVALENTES
RESUMO – Estudos com bebês trazem esclarecimentos importantes sobre o papel da
linguagem na emergência de relações de equivalência. O presente estudo teve como
objetivo verificar a relação entre vocalizações espontâneas dos nomes dos estímulos e a
aprendizagem de relações condicionais e emergência de classes de estímulos
equivalentes por meio de procedimento de Matching to sample (MTS) em seis crianças
entre 22 e 27 meses de idade. Foram feitos dois experimentos: Experimento 1 com os
seis participantes em 2011 e replicado no ano seguinte com as duas crianças que não
aprenderam as relações condicionais. O Experimento 2 em 2012, com os três
participantes que demonstraram aquisição das relações de equivalência no primeiro
experimento. Respostas corretas foram apontar ou pegar o objeto correspondente ao
modelo auditivo ou visual e tinham como consequência brincadeiras com a
experimentadora. Respostas incorretas, seleção do objeto não correspondente ao
modelo, eram seguidas pelo intervalo entre tentativas. Foram ensinadas relações entre
nomes (A) e objetos (B e C) e testadas as relações emergentes entre os objetos com os
mesmos nomes (BC e CB). No experimento 1 foram empregados dois estímulos de
comparação e o critério era de seis acertos em oito tentativas por sessão. Já no
experimento 2 eram usados três estímulos de comparação e o critério era de 10 acertos
em 12 tentativas por sessão. O desempenho das crianças foi filmado e analisado por
meio de um protocolo de registro das vocalizações espontâneas. As vocalizações foram
separadas em correspondentes, não correspondentes aos nomes previamente atribuídos
aos objetos e neutras (vocalização do nome sem a presença do objeto) e foram
correlacionadas aos desempenhos de acerto ou erro na tentativa. No Experimento 1, os
participantes B e G não aprenderam nenhuma desempenho de discriminação
condicional e não emitiram vocalização. Na replicação do experimento, aprenderam
uma das relações condicionais e também não vocalizaram. A participante S aprendeu
apenas uma relação condicional, emitiu uma vocalização e não se mostrou disposta a
participar da replicação do procedimento. Os participantes H, K e L aprenderam as
relações condicionais e demonstraram a emergência de relações equivalentes. Para K e
H, a maioria das vocalizações correspondentes foi em tentativas com acerto e não
correspondentes com erro. No Experimento 2, H, K e L aprenderam as relações
condicionais e H e L tiveram resultados positivos nos testes de equivalência. Em ensino,
a maioria das vocalizações correspondentes foi em tentativas com acerto. Em testes, K
teve apenas vocalizações correspondentes, todas com erro; H e L tiveram mais
vocalizações correspondentes com acerto. Embora a relação entre linguagem e sucesso
nas tarefas de aprendizagem de relações condicionais e emergência de relações de
equivalência continue controverso na literatura, os resultados do presente estudo
sugerem para uma relação entre as emissões de vocalizações espontâneas e o
estabelecimento da equivalência de estímulos.
Palavras-Chave: Bebês; Equivalência de estímulos; Vocalização.
AUTORA – LETÍCIA ISAAC
ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA FANECO MANIAKAS
RESUMO
TÍTULO - APLICAÇÕES DA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ PARA O PROC ESSO DE
INDIVIDUAÇÃO DO SUJEITO: UMA VISÃO WINNICOTTIANA
RESUMO – A relação mãe-bebê e sua influência no processo de individuação do
sujeito sob a ótica de Winnicott constituem o escopo deste trabalho. Assim como Freud,
o autor em estudo parte do princípio da existência de uma fase anobjetal, em que mãe e
bebê encontram-se num estado de fusionalidade, e, portanto, de dependência absoluta.
A partir do levantamento bibliográfico das ideias propostas por Winnicott a respeito do
desenvolvimento emocional saudável, busca-se compreender como a “mãe
suficientemente boa” favorece que o bebê caminhe de um estado fusional para um
estágio de dependência relativa. Neste o bebê é gradualmente apresentado ao mundo
externo, tornando-se capaz de diferenciar “Eu” e “não-Eu”, num espaço chamado de
transicional. Neste trabalho, portanto, é contemplado o processo inicial do
amadurecimento pessoal até a aquisição de uma unidade integrada, no estágio
denominado por Winnicott de EU SOU.
Palavras-chave: Relação Mãe-Bebê; Dependência Absoluta; Dependência Relativa;
“Eu” e “Não-Eu”; Eu Sou.
AUTORA – LIA HELENA RIBEIRO BONTORIM
ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA C. O. FANECO MAN IAKAS
TÍTULO - FREUD E O FEMININO
RESUMO – Sigmund Freud criou a Psicanálise no contexto histórico da Viena
vitoriana do fim do século XIX, cuja visão com relação às mulheres e ao papel que elas
ocupavam na sociedade era bem definida. Representantes de um ideal de feminilidade
cultuado desde a Antiguidade, cabia às mulheres o cumprimento de três papéis
principais: o de boa filha obediente e dedicada; o de boa esposa que respeita e satisfaz o
marido; e o de boa mãe, papel que lhe foi atribuído pela reprodução, sendo a
responsável pelo cuidado com essa nova vida em desenvolvimento. Mas seriam as
mulheres capazes de atingir esse ideal de perfeição? O que acontece quando suas
aspirações de certa forma vão contra essa representação, e elas penetram nas esferas do
saber intelectual, da busca por uma profissão, e mesmo de sua própria sexualidade? Foi
nesse contexto que surgiu a histeria, e no mesmo contexto Sigmund Freud. Em sua
prática clínica Freud aperfeiçoa a sua técnica terapêutica, substituindo a hipnose,
aprendida com Charcot em 1885 para tratar as histéricas, pela associação livre. A
formulação da nova técnica surge quando, diferentemente de outros médicos da época,
Freud ouve as histéricas, no sentido de reconhecer a legitimidade de seu discurso. O que
para muitos era impertinência, para ele era pura resistência. Assim, o tratamento das
histéricas, sem o uso da hipnose, tornava-se possível, mas demandava complexos jogos
de poder, cumplicidade, empatia e ambiguidade erótica. Ao mesmo tempo em que
tratava as histéricas, e se relacionava com importantes figuras femininas de seu círculo
familiar e de amizade, Freud foi aprimorando sua prática e teoria, e assim formulando a
teoria da sedução e, posteriormente, a teoria da sexualidade infantil, e definindo
conceitos chaves da teoria psicanalítica como trauma, recalcamento e defesa. A singular
relação que Freud estabeleceu com as mulheres, reconhecendo-as como parceiras de
trabalho, com direito à própria sexualidade, ouvindo-as quando ninguém mais o fazia na
época, tornou-se objeto de nosso estudo. Por meio de pesquisa bibliográfica, que incluiu
obras do próprio Freud e obras de autores contemporâneos, buscou-se verificar e
descrever como a relação de Freud com as mulheres - tanto com suas primeiras
pacientes histéricas, como com aquelas mulheres que integraram sua vida pessoal e/ou
profissional - contribuiu para o surgimento e desenvolvimento da Psicanálise.
Palavras-chave: Freud, feminino, histeria, mulher, Psicanálise
AUTORA – LIGEA BALLOTIM
ORIENTADORA – PROFA. DRA. ELIZABETH J. BARHAM
TÍTULO - PLANEJAMENTO PARA A APOSENTADORIA: COMPARA NDO
INSTRUMENTOS DE PLANOS DE VIDA PÓS-APOSENTADORIA.
RESUMO A medida que aumenta a expectativa de vida, a aposentadoria torna-se um
campo de estudo importante no que diz respeito ao desenvolvimento adulto, uma vez
que as pessoas precisam aprender a lidar com as demandas especificas deste contexto,
usando suas capacidades de planejamento, habilidades sociais, habilidades de auto
monitoramento e de auto regulação, por exemplo, para ser bem sucedido nesta fase da
vida. Nesse sentido, é preciso construir e avaliar instrumentos que pudessem
registraralgumas destas competências entre pessoas na fase de preparação para a
aposentadoria. Na literatura, encontrou-se dois procedimentos que podem ser úteis para
avaliar capacidades de planejamento, por meio do estabelecimento de metas de vida
entre pré-aposentados. O primeiro instrumento (Nunes & Barham, 2012) está
estruturado com base no processo de enfrentamento de estresse, requerendo a
identificação de recursos pessoais, responsabilidades a serem assumidas, recursos
sociais e avaliação de resultados. O segundo instrumento requer que o individuo
organize seus planos para o futuro cronologicamente, pensando em diferentes
dimensões da vida (família, trabalho e educação), adaptando um instrumento usado em
um estudo anterior sobre planejamento entre jovens adultos (Neves & Barham, 2011) e
acrescentando outras dimensões. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo
comparar as informações obtidas com cada instrumento, visando avaliar a
funcionalidade de cada um no registro de planos para a aposentadoria. Metade dos
participantes (n = 12) registraram seus planos para a vida pós aposentadoria usando o
instrumento de Nunes e Barham (2012) e outro metade (n = 12) usou o instrumento
novo, proposto no presente trabalho, baseado no instrumento da Neves e Barham
(2011). Os participantes incluíram trabalhadores de ambos os sexos, próximos do
evento da aposentadoria e de diferentes atuações profissionais. Como resultados
principais, observou-se que: (a) o número de planos obtidas com o instrumento de
Nunes e Barham foi maior do que com o instrumento de Ballotim e Barham; (b) o
número total de planos foi baixo e muitos respondentes relataram dificuldade em
desenvolver planos realistas e personalizados; (c) as mulheres apresentaram um número
um pouco maior de planos do que os homens. Recomenda-se que profissionais da área
de psicologia usam instrumentos para o registro de planos para a aposentadoria, como o
de Nunes e Barham, para iniciar intervenções para estimular pré-aposentados a
desenvolver planos exequíveis e positivos.
Palavras chaves-Planejamento, aposentadoria, pré-aposentados, planos, instrumento de
planejamento, terceira-idade.
AUTORA – LÍGIA BARBOZA MOREIRA
ORIENTADORA – PROFA. DRA. ZILDA AP. DEL PRETTE
TÍTULO - HABILIDADES SOCIAIS DO PROFESSOR E O
COMPORTAMENTO SOCIAL DOS ALUNOS
RESUMO – A literatura aponta a importância da interação professor-aluno para o
processo de aprendizagem e desenvolvimento social do aluno e o papel das habilidades
sociais, gerais e educativas, do professor para a qualidade dessas interações. Entretanto,
apesar dessa relação verificada, não foi encontrado nenhum estudo que relacionasse
diretamente influência do repertório de habilidades sociais gerais ou educativas do
professor sobre o comportamento social, em particular agressivo, e o repertório de
habilidades sociais do aluno, o que é importante para direcionar intervenções efetivas
com professores. O presente estudo, longitudinal, objetiva verificar relações entre as
habilidades sociais educativas do professor e a frequência de comportamentos
agressivos e de habilidades sociais de seus alunos. Em uma primeira etapa, participaram
todos os professores de quarto e quinto ano de quatro escolas públicas. Os professores
responderam ao Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette) e ao Inventário de
Habilidades Sociais Educativas (IHSE-Del-Prette). Foram selecionados três professores
com alto escore de habilidades sociais educativas e três com baixo escore de habilidades
sociais educativas. Também participaram do estudo, consoante a autorização dos pais,
os alunos destes professores selecionados. Esses alunos responderam ao Questionário de
Comportamentos Agressivos e Reativos Entre Pares (Q-CARP) e ao Sistema de
Avaliação de Habilidades Sociais (SSRS-BR). Após seis meses da primeira etapa,
foram aplicados novamente os instrumentos com todos os participantes. Foram feitas
comparações entre os dados obtidos na primeira e na segunda etapa do estudo quanto à
frequência de comportamentos agressivos e habilidades sociais dos alunos apresentados
nos dois momentos e com relação a eventuais mudanças no repertório dos professores.
Nos resultados não foram encontradas diferenças significativas no repertório social dos
alunos nem no dos professores. São discutidas as limitações do estudo como o curto
intervalo de tempo entre as coletas de dados e a forma na qual foi feita a caracterização
dos professores, que ocorreu apenas com base na autoavaliação dos mesmos.
Palavras-chave: Professores; Habilidades Sociais Educativas; Alunos; Comportamento
Agressivo.
AUTORA – LILIAN DE PAULA BARBOSA
ORIENTADORA – PROFA. DRA. GERORGINA FANEKO MANIAKAS
TÍTULO - PSICANÁLISE E MODA: POSSÍVEIS RELAÇÕES ENT RE O EU E
A VESTIMENTA
RESUMO – A moda tem sido um dos fenômenos mais influentes na civilização ocidental
desde o Renascimento. Porém, mesmo estando nas ruas, na indústria e na mídia, a moda
não é considerada uma preocupação intelectual real ou relevante. Existe um grande número
de crônicas jornalísticas sobre o assunto, porém há uma escassez de publicações no que
realmente se refere à compreensão do fenômeno. Considerando a moda como um
fenômeno social amplo e que se aplica a diversos aspectos da sociedade, o presente estudo
elege dentre eles o vestuário com o objetivo de investigar, por meio da perspectiva teórica
da psicanálise, as possíveis relações existentes entre a vestimenta e o Eu, instância
psíquica. Para isso, realizou- se uma revisão bibliográfica a partir de textos tradicionais e
artigos contemporâneos de psicanálise, sociologia da moda, além de uma publicação de
filosofia. Discute-se o impacto da modernidade sobre a constituição do Eu por conta da
quebra de valores tradicionais, tendo como consequência o crescimento da importância do
vestuário no processo de individualização do sujeito, além das relações da vestimenta com
o ideal do Eu.
Palavras-chave: Psicanálise; Moda; Eu; Vestimenta.
AUTORA – MARCELA THAÍS PANE
ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO DOS SANTOS CARMO
TÍTULO - DIÁLOGO: SER HUMANO INTEGRAL E INTEGRADO A PARTIR
DO AUTOCONHECIMENTO
RESUMO – A realidade contemporânea é um tanto quanto alarmante. Alarmante no
sentido de que podemos extinguir a nossa própria espécie. Mesma espécie que pode se
caracterizar por sua sapiência, sua consciência. Consciência ou consciências que não
conscientes podem se tornar alienação. Em massa! Como uma das inúmeras respostas à
alienação em massa está a Educação. O presente trabalho defende uma Educação
holística que reconhece distintas formas de consciência para se criar uma expansão da
consciência crítica. A consciência crítica é processo dialético de reflexão e exploração.
Uma Educação holística, pautada em uma abordagem transdisciplinar, que adota a
Psicologia pode contribuir para a concepção de um ser humano que reflita sobre si
mesmo e se reconheça como um ser integral e integrado em um todo sustentável, ou
não. Dessa forma, cada um pode se descobrir como essencial na criação do todo, ou
seja, se reconhecer como livre. O que pode mudar a alarmante realidade contemporânea.
Palavras-chave: Ser humano, Consciência, Alienação, Educação holística,
Sustentabilidade, Psicologia, Liberdade.
AUTORA – MÁRCIA AKEMI FUJIE
ORIENTADORA – PROFA. DRA. LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQ UERQUE
WILLIAMS
TÍTULO - AVALIAÇÃO DE CRENÇAS SOBRE VIOLÊNCIA EM CR IANÇAS
VÍTIMAS E NÃO VÍTIMAS DE MAUS-TRATOS
RESUMO – Estudos apontam o impacto negativo da violência na infância para o
desenvolvimento cerebral e das habilidades sociais, emocionais e cognitivas das
crianças. A maneira como a criança entende e processa a violência está relacionada às
suas crenças e ideias, construídas durante seu desenvolvimento. Pesquisas
internacionais têm apontado que crianças, com idade entre 10 e 18 anos, vítimas de
maus-tratos possuem cognições distorcidas sobre a violência. Estudos nacionais sobre o
tema e com crianças menores ainda não foram realizados. Dessa maneira, o presente
estudo teve por objetivo elaborar e aplicar um instrumento para avaliar crenças sobre
violência em crianças de 6 a 14 anos. Participaram da pesquisa 45 crianças e a coleta de
dados foi conduzida no Conselho Tutelar, em duas ONGs municipais que realizam
atividades com crianças em situação de vulnerabilidade social e na casa dos
participantes. Utilizou-se para a coleta de dados os instrumentos: Entrevista Inicial,
Questionário Infantil de Crenças sobre Violência (QICV) – elaborado na presente
pesquisa – e Diário de Campo. Para análise estatística, os dados foram analisados de
maneira qualitativa e quantitativa. Os principais resultados mostram que há uma
correlação entre o grupo de vítimas de maus-tratos com escolha das alternativas
passivas nas vinhetas de violência intrafamiliar 1 e 2 e nas vinhetas de quebra de regra
moral 1 e 2. Esses dados dão suporte a outros resultados da literatura de que crianças
vítimas de maus-tratos têm cognições distorcidas em relação à violência, apresentando
mais comportamentos agressivos e passivos em relação às crianças não vítimas.
Palavras-chave: crianças; crenças sobre violência; maus-tratos.
AUTORA – MARIA CLARA MICELI GONÇALVES
ORIENTADORA – PROFA. DRA. PATRÍCIA WALTZ SCHELINI
TÍTULO - A INFLUÊNCIA DA EXTROVERSÃO NA CRIATIVIDAD E
VERBAL E FIGURAL .
RESUMO – A personalidade é considerada um dos elementos de maior importância na
elaboração do produto criativo, por isso um dos objetivos dos pesquisadores na área da
criatividade é investigar quais traços da personalidade a influenciam de forma
significativa. Este estudo teve como objetivo investigar qual é a influência do traço de
personalidade extroversão no processo criativo. Para isso foi utilizada uma amostra de
20 estudantes universitários, de ambos os gêneros. Para a avaliação deste traço de
personalidade foi aplicada a Escala Fatorial de Extroversão (EFEx); em seguida foram
aplicados, em todos os participantes, os Testes de Torrance - versão figural e verbal, de
modo a possibilitar a avaliação da influência da criatividade entre pessoas consideradas
introvertidas e pessoas consideradas extrovertidas. Os resultados indicam que há relação
entre a extroversão e a criatividade; os fatores da extroversão mais envolvidos com o
processo criativo são o fator “Comunicação” e o fator “Altivez”. Por outro lado, o fator
“Assertividade” apresentou correlações baixas.
Palavras-chave: personalidade, introversão, processo criativo, produto criativo.
AUTORA – MARIA FERNANDA JORGE LORENZINI
ORIENTADORA – PROFA. DRA. ELIZABETH J. BARHAM
TÍTULO - TRABALHADORES QUE CUIDAM DE PARENTES IDOSO S:
ESFORÇOS E NECESSIDADES NA CONCILIAÇÃO DE
RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS E FAMILIARES.
RESUMO – Idosos fragilizados requerem cuidados e a maior parte deste apoio é
oferecido por membros da família. Em gerações anteriores, eram as donas de casa,
principalmente, que assumiam este trabalho. No entanto, atualmente, a maioria das
mulheres brasileiras trabalha fora de casa. Assim, para melhor gerenciar os conflitos que
surgem entre demandas profissionais e familiares, é importante saber mais sobre a
situação de pessoas formalmente empregadas que assistem parentes idosos. Não se
encontrou estudos brasileiros sobre esta situação. Assim, no presente estudo, levantou-
se informações sobre: as responsabilidades assumidas no papel de cuidador de idoso, o
bem-estar do cuidador e apoios que usavam ou desejavam utilizar para conciliar estes
dois envolvimentos. Foram entrevistados 29 servidores que acompanhavam parentes
idosos e que trabalhavam em uma instituição pública de grande porte, no interior do
estado de São Paulo. O roteiro de entrevista inclui uma versão reduzida do C.A.R.E.
Tool, para investigar as responsabilidades e necessidades de apoio por parte do
respondente, além de escalas para medir suas percepções de sobrecarga no papel de
cuidador, estresse, importância do trabalho, satisfação no trabalho e problemas no seu
desempenho profissional e na sua vida pessoal. Os dados quantitativos foram analisados
por meio de procedimentos estatísticos descritivos (média, desvio padrão, valores
máximos e mínimos) e as informações qualitativas foram analisadas por meio de
técnicas de análise de conteúdo. Os participantes relataram: a) passar 32 horas por
semana, em média, assistindo seu parente idoso, com uma grande prevalência de
atividades de apoio afetivo; b) um grau baixo de sobrecarga em relação ao papel de
cuidador de idoso; c) um nível moderado de estresse geral (M = 5,6; dp = 1,34),
considerando que a escala de pontuação variou de 1 a 10; d) um estado de Saúde
Emocional e Saúde Física avaliado como ‘razoável’ ou ‘bom’. Em relação às estratégias
que usam para conciliar seu trabalho profissional e familiar, a maioria dos participantes
ressaltou que a flexibilização quanto aos seus horários e atividades no seu local de
trabalho era muito importante. Entretanto, como não existe uma política formal a este
respeito, os respondentes indiciaram que sua continuação na sua função dependia de
conseguir fazer acordos individuais com cada chefia nova. Relataram, também, que as
decisões sobre flexibilização laboral variam, gerando percepções de desigualdade. Neste
sentido, é importante notar que a permanência dos respondentes no seu cargo também
reflete seu desejo de trabalhar, uma vez que, usando uma escala que variou de um valor
mínimo de 1 até um máximo de 10, atribuíram moderado a alto nível de importância ao
seu trabalho (M = 7.74; dp = 1,75) e nível bom de satisfação com o trabalho (M = 7; dp
= 1,4). Assim, a introdução de políticas organizacionais formais para apoiar
funcionários que cuidam de parentes idosos pode contribuir para o bem-estar e
permanência de funcionários no mercado de trabalho durante este período de suas vidas.
Em conclusão, os resultados deste estudo contribuem para melhorar nosso entendimento
de algumas das questões envolvidas na conciliação do trabalho remunerado e familiar,
quando é preciso ajudar parentes idosos, visando reconhecer e apoiar as necessidades de
idosos e seus cuidadores, enquanto procura-se manter uma força de trabalho produtiva.
Palavras-chave: trabalho; cuidador; idoso; sobrecarga; necessidades; políticas de
trabalho.
AUTORA – MARIA LUIZA FERREIRA DE CASTRO
ORIENTADORA – PROFA. DRA. DÉBORA DE HOLLANDA SOUZA
TÍTULO - EFEITOS DA NARRATIVA DRAMATIZADA NA COMPRE ENSÃO
DE EMOÇÕES EM CRIANÇAS PEQUENAS
RESUMO – Os livros infantis e a contação de histórias têm recebido cada vez mais
atenção de pesquisadores interessados no desenvolvimento infantil. As vantagens de
livros infantis vão desde aquisição de leitura até o enriquecimento das habilidades
sóciocognitivas das crianças. Vários aspectos dos livros e características do contador,
como a presença de figuras e a entonação da voz, podem influenciar o aproveitamento
da criança na situação de leitura. O objetivo do presente estudo foi investigar se o uso
de narração dramatizada pode facilitar a compreensão de emoções em uma amostra de
23 crianças com idade entre 5 e 6 anos (M = 5 anos e 7 meses, DP = 5,4 meses),
fazendo uso de dois diferentes livros. Além disso, investigamos os hábitos de leitura dos
pais dos participantes, como frequência com que lêem para seus filhos e se fazem uso de
variação na entonação de voz. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em
duas condições: a) a leitura dramatizada de um livro (leitura acompanhada de entonação
variada para cada personagem) é seguida da leitura sem dramatização do outro livro
(entonação de voz uniforme), e b) a primeira leitura é sem dramatização e a segunda é
com dramatização. Outra variável controlada foi a ordem em que esses livros foram
apresentados. Após a leitura de cada história, as crianças respondiam a um questionário
composto por dez perguntas, quatro de memória e seis de compreensão emocional. Cada
participante foi avaliado em um Teste de Compreensão Emocional (TCE). Os pais
foram avaliados através de um questionário com quatro perguntas referentes aos hábitos
de leitura com seus filhos. Os dados obtidos com o questionário dos pais revelaram que
74% deles afirmam fazer variação de voz quando leem para seus filhos; 52% leem para
seus filhos uma vez por mês ou menos. Um teste de regressão linear revelou um efeito
moderador da compreensão emocional dos participantes na pontuação total nos
questionários (t = 0,422; p = 0,02). Os participantes foram então divididos em um
grupo de alta compreensão emocional (M no TCE > 3,00) e baixa compreensão
emocional (M no TCE ≤ 3,00). A partir de uma análise descritiva, encontrou-se que o
desempenho dos participantes com baixa compreensão emocional foi melhor na
condição com dramatização (M = 6,57; DP = 0,68) do que na condição sem
dramatização (M = 3,85; DP = 0,67). O aproveitamento da narrativa dramatizada é
eficiente, portanto, apenas para crianças com compreensão emocional ainda limitada.
Essa descoberta contribui para a nossa compreensão atual de como e para quem a leitura
compartilhada pode servir como um instrumento para o desenvolvimento cognitivo e
emocional.
Palavras-chave: crianças em idade escolar, compreensão de emoções, leitura
compartilhada.
AUTOR – MATEUS GONÇALVES NOGUEIRA DOS SANTOS
ORIENTADOR – PROF. DR. CELSO GOYOS
TÍTULO - ESTABELECIMENTO DE CONTROLE CONTEXTUAL
GENERALIZADO SOBRE DISCRIMINAÇÕES CONDICIONAIS
RESUMO – O controle contextual pode ser entendido como uma expansão da
contingência de quatro termos, a qual caracteriza a unidade mais simples do controle
condicional. Estudos acerca dos efeitos do controle contextual sobre discriminações
condicionais e classes de equivalência vêm sendo conduzidos desde a década de 1980 e
uma questão relevante nesta área, tanto do ponto de vista experimental quanto aplicado,
é encontrar qual seria o procedimento mais eficaz e econômico para o estabelecimento
do controle contextual. O presente trabalho teve por objetivo investigar as variáveis
relacionadas a um procedimento de treino intercalado e em blocos para o
estabelecimento do controle contextual de relações condicionais, e a generalização deste
controle para novos estímulos. Foi utilizado um software para apresentação de tarefas
de escolha de acordo com o modelo. Figuras abstratas foram usadas como estímulos
comparação e modelo; diferentes cores de plano de fundo foram usadas como estímulos
contextuais. Cinco estudantes universitários participaram do estudo. O procedimento
contou com nove etapas. Etapas de treino (1 a 5) das discriminações condicionais em
bloco foram conduzidas, e os blocos foram esvanecidos sucessivamente. Em seguida, os
participantes foram expostos a um treino intercalado (etapa 6). Então, foi realizado um
teste das relações treinadas (etapa 7) na etapa anterior. Na sequência, um teste (etapa 8)
foi conduzido com a introdução de um novo estímulo contextual. Por fim, na última
etapa (9), foi conduzido um teste no qual novos estímulos contextuais, modelo e de
comparação foram apresentados; o objetivo dessa etapa foi verificar se os participantes
responderiam de acordo com uma padrão consistente ao longo de toda a fase, e se esse
padrão demonstraria a formação de discriminação condicional sob controle contextual.
Nas etapas de treino todas as respostas dos participantes foram consequenciadas,
enquanto nas etapas de teste nenhuma resposta foi consequenciada. Todos os cinco
participantes demonstraram o estabelecimento das discriminações condicionais e do
controle contextual sobre elas. Todos, ainda, responderam de acordo com a relação não
ensinada quando apresentado o estímulo contextual novo, na etapa 8. Três participantes
demonstraram um padrão consistente ao longo da última etapa, selecionando um
estímulo comparação diferente para cada estímulo modelo, porém sem considerar os
estímulos contextuais. Os outros dois participantes demonstraram um padrão menos
consistente ao longo da última etapa, porém que pode demonstrar que estavam
respondendo sob controle dos estímulos contextuais. O presente procedimento pareceu
eficaz para estabelecer controle condicional de segunda ordem. Medidas de tempos e
repetição de etapas são apresentadas. As diferenças dos desempenhos nas fases de teste
entre os participantes são discutidas de acordo com sua história deles durante as fases de
treino. São discutidas possíveis alterações no procedimento para levar a um responder
de acordo com o controle condicional de segunda ordem na última etapa.
Palavras-chave: emparelhamento de acordo com o modelo, responder relacional,
discriminação condicional de segunda ordem.
AUTORA – MOIRA ESCORSE
ORIENTADORA – PROFA. DRA. LUCIANA NOGUEIRA FIORONI
TÍTULO - INVESTIGANDO O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: UM ESTUDO
COM FAMILIARES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE .
RESUMO - O presente estudo pretendeu investigar as concepções e representações
sociais dos familiares cuidadores e dos profissionais de saúde sobre os cuidados
ofertados aos portadores de sofrimento mental. A partir de entrevistas e de observação-
participante no Grupo de Família oferecido pelo Caps II, buscou-se identificar a rotina
dos cuidadores e dos profissionais na realização do cuidado ao portador de saúde
mental; bem como identificar as sobrecargas e as motivações e suas consequências da
participação do familiar no tratamento e no cuidado. Com um olhar de uma abordagem
hermenêutica-dialética procurou-se questionar sobre os sentidos e significados presentes
nos discursos dos familiares e profissionais; os compreendendo dentro de um contexto
sócio-histórico-cultural que implica certos saberes e ações na produção de saúde mental.
A sistematização da análise foi a análise temática para as entrevistas com os cuidadores;
e a análise processual longitudinal para os encontros com o Grupo de Família. Os
resultados revelam uma necessidade, ainda não identificada como demanda no serviço,
relacional para com os cuidadores no auxilio à rotina do cuidado que os familiares
oferecem aos sujeitos em sofrimento psíquico. É preciso recontextualizar as ideias sobre
o cuidado ideal em saúde mental para um cuidado possível e que considere o sujeito em
sofrimento psíquico e sua família em constante articulação para que um processo de
autonomia e desenvolvimento pessoal seja adquirido. A transição do micro e do macro
cosmos no contexto de produção em saúde mental ajuda a compor múltiplas visões da
realidade, e retirar o peso de uma verdade totalizante que pretende adotar somente uma
maneira de cuidar.
Palavras-chave: cuidado, representações sociais, relações profissional-família, saúde
mental.
AUTOR – NATHÁRA VIEIRA GONZAGA
ORIENTADORA – PROFA. DRA. DEISY DAS GRAÇAS DE SOUZA
TÍTULO - ESTABELECIMENTO DE ESCRITA SOB CONTROLE DE DITADO
A PARTIR DO USO DE SÍLABAS EM ESTUDANTES DO ENSINO
FUNDAMENTAL
RESUMO – Vários estudos têm investigado a aquisição de leitura e escrita. Na maioria
deles, as relações ensinadas privilegiam o desenvolvimento da leitura e os efeitos
observados no repertório de escrita são registrados como subproduto do ensino de
leitura. O presente estudo teve como objetivo investigar o fenômeno contrário: ensinar
relações que promovessem a escrita e verificar os possíveis efeitos sobre a leitura.
Pretendia-se também verificar a ocorrência ou não de repertórios recombinativos
(leitura e escrita de palavras compostas pela recombinação de sílabas das palavras
ensinadas). Participaram do estudo sete alunos do primeiro ciclo do Ensino
Fundamental que não conseguiram escrever ou ler um conjunto de 30 palavras em uma
avaliação inicial. O procedimento empregado envolvia uma tarefa informatizada de
construção de palavras sob controle de ditado a partir do uso de sílabas. Nesse tipo de
tarefa, um estímulo modelo (que podia ser uma figura e a palavra impressa
correspondente – estímulo composto, ou uma palavra ditada) era apresentado
juntamente com um grupo de sílabas (estímulos de escolha). A tarefa do participante
consistia em selecionar, entre os estímulos de escolha disponíveis, na sequência correta,
as sílabas que permitiam construir a palavra correspondente ao modelo. Foi ensinada a
construção de 30 palavras, constituídas por sílabas simples do tipo consoante-vogal. A
partir da recombinação das sílabas das palavras ensinadas, 18 palavras novas foram
construídas para as situações de sonda. As palavras já aprendidas eram reapresentadas,
juntamente com palavras novas, ao longo do procedimento, constituindo uma linha de
base cumulativa. Antes e após o ensino o desempenho dos participantes foi avaliado por
meio de sondas que apresentavam, além de ditado, tarefas de leitura e emparelhamentos
(palavra impressa-palavra ditada, figura-palavra impressa e palavra impressa-figura);
tanto para a comparação de dados e descrição do progresso de cada participante quanto
para a análise da efetividade do procedimento. A análise de dados foi realizada a partir
do cálculo e comparação das porcentagens de acertos obtidas nas tarefas de interesse
das sondas. Após a exposição ao procedimento, todos os participantes apresentaram
ganhos em escrita e em leitura, com pequena variabilidade entre os participantes. Os
desempenhos em leitura foram inferiores aos desempenhos em escrita para três dos sete
participantes; e os com palavras novas foram bastante inferiores aos com as palavras
ensinadas. É possível que o desempenho inferior com as palavras novas tenha se devido
ao número reduzido de palavras ensinadas. Talvez o ensino de uma quantidade maior de
palavras possa ter algum efeito sobre essa variável. Para tanto, mais estudos devem ser
conduzidos. Os dados reunidos sugerem que o ensino da tarefa de construção da
resposta por meio do uso de sílabas contribuiu para instalar e ampliar tanto o repertório
de escrita quanto o de leitura dos participantes, diminuindo a defasagem inicial
apresentada por eles.
Palavras-chave: escrita, leitura, emparelhamento de acordo com o modelo por
construção da resposta, programação de ensino, generalização recombinativa,
equivalência de estímulos.
AUTOR – PEDRO LUIZ SIMONETTI FILHO
ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA FANECO MANIAKAS
TÍTULO - “ANÁLISE DO USO DA INTERNET PELOS ESTUDANTES DA
UFSCAR – CAMPUS SÃO CARLOS”: UMA REVISÃO
RESUMO – A internet é uma ferramenta cada vez mais presente em todas as facetas da
vida atual. Ela possibilita toda uma gama de atividades dos tipos mais variados, tais
como acesso a entretenimento na forma de filmes, música e games, acesso a informação
de maneira rápida e precisa, e facilidades nas comunicações e notícias. Seu uso pode
variar do quase inexistente ao abusivo, onde há prejuízos diversos na vida do usuário,
tais como aumento na necessidade de permanecer online e sentimentos de inadequação
quando desconectado. No ano de 2012, Ribeiro realizou uma pesquisa no campus de
São Carlos da UFSCar a fim de analisar o perfil de uso do estudante da referida
universidade. Em seu estudo ele utilizou um questionário desenvolvido a partir dos
questionários de WHOQOL – 100 para Qualidade de Vida, versão em português, da
Organização Mundial de Saúde, dos questionários de Kimberly S. Young (1996, 1999,
2007) e na CID-10. Em tal questionário avaliou-se o contato dos estudantes com a rede,
tais como os tipos e motivos de acesso, seguidos então por uma escala Likert que
averiguou o relacionamento deles com a internet em cinco blocos temáticos, a saber:
questões gerais (aspectos referentes ao relacionamento geral do participante com a
rede), relacionamentos interpessoais (aspectos relacionados à qualidade e quantidade de
suas relações interpessoais), emoções e sentimentos em relação a internet (questões
referentes aos afetos do participante em relação a internet, incluindo seu uso e a
interrupção deste), vida sexual (questões referentes à qualidade da vida sexual do
participante, e o quanto esta se relaciona ao uso da internet) e sentido da vida e crenças
(averiguando a presença de crenças na vida do participante e o quanto elas o ajudam a
encontrar um sentido na vida e superar dificuldades). O questionário foi então finalizado
por três questões abertas. O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão do
estudo anterior, acrescentando àquele uma comparação dos resultados entre as três áreas
clássicas do conhecimento, ciências exatas, biológicas e humanas. Participaram desta
pesquisa 82 estudantes iniciantes (1º e 2º anos de graduação) das três áreas. Os dados
coletados foram tratados estatisticamente, comparados e avaliados qualitativamente a
fim de traçar não apenas um perfil geral do usuário iniciante, como também o perfil do
usuário da internet em cada área do conhecimento.
Palavras-chave: internet; hábitos de uso de internet; análise de uso de internet;
dependência em internet; Universidade Federal de São Carlos
AUTORA – RÉA SÍLVIA RAMOS MONTAGNER
ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA C. O. FANECO MAN IAKAS
TÍTULO - REPRESENTAÇÕES DE CORPO NO UNIVERSO RELIGI OSO
CONTEMPORÂNEO
RESUMO – Com o intuito de explorar e criar pontes entre diferentes concepções e
percepções de corpo no universo religioso contemporâneo o presente estudo traz
linguagens simbólicas, referenciais culturais específicos e reflexões pessoais de
diferentes representantes religiosos que evidenciam a co-relação corpo e mente e suas
respectivas funções, potenciais e limitações. Em outros termos, as representações de
corpo nos universos religiosos em análise trazem a afirmativa de que não somos apenas
um corpo físico de passagem no planeta Terra, mas sim um conjunto de subjetividades
que dá, inclusive, origem ao conceito de corporeidade e direcionamento aos fins de
supostos corpos físico, mental, emocional e energético.
AUTOR – RICARDO MARTINELLI BONDIOLI
ORIENTADORA – PROFA. DRA. MARIA DE JESUS DUTRA DOS REIS
TÍTULO - EFEITO DA HISTÓRIA EXPERIMENTAL E DAS
CONSEQUÊNCIAS NA SENSIBILIDADE AS CONTINGÊNCIAS.
RESUMO – Regras são estímulos antecedentes, na forma de descrições verbais, que
especificam comportamentos; quando emitimos um comportamento seguindo essas
descrições, estes comportamentos foram governados por regras. As contingências no
ambiente estão em constantes mudanças, e responder de acordo com uma regra que não
produz reforçador é denominada insensibilidade às contingências, enquanto que
sensibilidade às contingências é quando a resposta muda diante de alterações nas
contingências de reforço. Grupos de pesquisadores tem buscado avaliar quais os
possíveis resultados das consequências na sensibilidade às contingências, encontrando
até o presente momento, que a perda de reforçadores aumenta a sensibilidade às
consequências quando as regras são discrepantes. Com relação ao histórico de
aprendizagem, os resultados demonstram que um histórico de exposição direta às
contingências favorece posteriormente a sensibilidade ao reforço, enquanto que, um
histórico de aprendizagem por regras correspondentes resulta em maior insensibilidade.
No presente estudo buscou-se observar se a história experimental - aprendizagem por
contingências (instrução mínima) ou por regras (correspondentes ou discrepantes), e as
consequências – positiva ou negativa – influenciam no comportamento posterior de
seguimento de regras. Trinta e seis (36) participantes foram divididos em dois grupos
experimentais: (1) Grupo Positivo e (2) Grupo Negativo. No Grupo Negativo, o
participantes iniciavam a sessão com 80 pontos, e perdiam um ponto a cada erro; no
Grupo Positivo, a sessão tinha inicio com zero pontos, sendo acrescido um ponto para
cada acerto. Um procedimento informatizado foi implantado, utilizando tarefas de
escolha de acordo com o modelo; a tarefa consistia em selecionar um de dois estímulos
de comparação na presença de um estímulo contextual. Nos dois grupos, os
participantes foram expostos a duas condições experimentais: Fase 1, a fase de
aquisição (história experimental) – os participantes aprendiam por instruções completas
(correspondente ou discrepante das contingências) ou por instrução mínima (exposto
diretamente às contingências); e a Fase 2, em que todos recebiam as mesmas instruções,
e era composta por 80 tentativas dividas em quatro blocos (C1, D1, C2 e D2,
respectivamente) de 20 tentativas cada, sendo, nos blocos C1 e C2 programadas
contingências correspondentes as contingências e nos blocos D1 e D2 discrepantes. Na
Fase 2, nas blocos discrepantes, os participantes que aprenderam por contingências,
tanto no Grupo Positivo (71,7%), quanto no Negativo (87,9%), receberam maiores
porcentagens médias de reforços. Os participantes com história de discrepância e
contingências de reforço negativo também receberam uma porcentagem representativa
de reforços (77,1%). Os resultados corroboram estudos da área, em que o seguimento de
regras tende a ser abandonado mais facilmente quando a consequência programada é a
de perda de reforçadores, interagindo com uma história de aprendizagem por exposição
direta as contingências.
Palavras-chave: Comportamento governado por regras; consequências; sensibilidade às
contingências.
AUTORA – STACY CARRERI ALVES
ORIENTADORA – PROFA. DRA. MARIA DE JESUS DUTRA DOS REIS.
TÍTULO - INVESTIGANDO ASPECTOS DA RELAÇÃO MÃE-FILHA NO
DESENVOLVIMENTO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES: UM EST UDO
ON LINE.
RESUMO – Transtornos Alimentares (TAs) são distúrbios usualmente relacionados ao
consumo ou absorção alterada de alimentos, comprometendo a saúde física e o
funcionamento psicossocial. Estudos enfocam o papel da família no desencadeamento e
na permanência desses transtornos, pois é nesta relação que crianças e adolescentes
aprendem grande parte de seus comportamentos, formando opiniões sobre sua aparência
e forma corporal. Entre as características apontadas relativas à constelação familiar
estão: perfeccionismo; superproteção maternal gerando pouca autonomia; mães com
exagerada preocupação com o peso dos filhos, incentivando dietas; insatisfação corporal
da mãe; comentários depreciativos constantes; baixo nível de cuidados parentais. O
presente estudo teve como objetivo analisar aspectos da interação entre mães e filhas,
em mulheres brasileiras, buscando identificar condições relacionadas com a
sintomatologia de TA destas filhas. Foram convidadas mulheres entre 18 e 29 anos que
declararam ter recebido diagnóstico de anorexia e/ou bulimia nervosa. O convite foi
encaminhado em mídia digital, disponibilizado na Plataforma Facebook das
pesquisadoras e por mensagem eletrônica encaminhada para endereços institucionais de
agencias de tratamento ou de informação sobre TA. Foi utilizado um questionário on-
line, construído e disponibilizado na base Google Docs. Neste questionário, após a
concordância do TCLE, era solicitado o fornecimento de informações sobre gênero,
idade, escolaridade, ocupação, estado civil, peso, altura, fatores socioeconômico e
diagnóstico prévio de TA. Inventários psicológicos eram apresentados na seqüência. As
atitudes com relação ao comportamento alimentar foram aferidas pelo Teste de Atitudes
Alimentares (EAT-26); aspectos relativos a (1) cuidado e (2) superproteção na relação
mãe e filha, nos 16 primeiros anos de vida, com o Parental Bonding Instrument (PBI); e
aspectos relacionados à autoestima e imagem corporal, através da Escala de Figuras de
Stunkard (FRS) e de sete questões selecionadas do Body Shape Questionnaire (BSQ).
Dos 62 questionários recebidos, foram selecionados 12 que preenchiam os critérios de
inclusão (Grupo com Diagnóstico): 1) sexo feminino; 2) idade entre 18 e 29 anos; 3)
diagnóstico prévio de TA; e, 4) EAT igual ou superior a 21 pontos; dos quarenta e sete
participantes que afirmaram não ter diagnóstico, foram selecionadas 12 mulheres
(Grupo Sem Diagnóstico), com escores no EAT inferiores a 21, pareadas por idade,
escolaridade e estado civil às participantes com diagnóstico. No grupo com diagnóstico,
foram observados escores significativamente maiores de mães com comportamentos
superprotetores (PBI: Mann Whitney, z=-2,371, p<0,017) e maior insatisfação com a
imagem corporal (BSQ: Mann Whitney, z=2,745, p<0,005). No mesmo grupo, a
superproteção foi positivamente relacionada com a insatisfação corporal (BSQ:
Spearman, r=0,57, p<0,026); a insatisfação, por sua vez, foi correlacionada com
atitudes alimentares negativas (EAT, Spearman: r=0,75, p<0,001) e distorção na auto-
imagem (Stunkard: Spearman, r=0,84, p<0,001). Para o grupo sem diagnóstico, quanto
maior o cuidado maternal, menor o índice de insatisfação corporal (Spearman, r=-0,67,
p<0,017). O estudo corrobora resultados da literatura sobre TAs estarem relacionados à
atitudes superprotetoras maternas, diferenciando do cuidado maternal, que parece estar
relacionado a um desenvolvimento mais adequado.
Palavras-chave: Transtorno alimentar; anorexia; bulimia; díade mãe-filha; auto-imagem;
investigação por instrumento on line.
AUTOR – THALES DE ALMEIDA CERVI
ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO ÂNGELO FANTINI
TÍTULO - Violência no futebol: a construção de intolerâncias nas mídias.
RESUMO – A intolerância é um fenômeno social que gera atos de agressividade e
violência que cada vez mais aparecem no futebol, principalmente nos confrontos entre
torcedores. A relevância em se discutir o assunto está em pensar formas de subsidiar as
ações de segurança pública e também avaliar os discursos que circulam nas mídias
sobre essas práticas intolerantes. A análise destes discursos, busca entender como os
processos de identificação, especialmente masculinos, contribuem para a construção de
intolerâncias. Neste sentido, busca-se avaliar os conteúdos midiáticos que podem ser
provocativos, pejorativos e se que constituem nos meios de comunicação especialmente,
em um primeiro momento, na forma de chistes. A pesquisa se baseia em uma análise
dos discursos que circulam nas novas mídias como reflexo do discurso produzido nas
mídias tradicionais. Para tal, faz-se uso da psicanálise aplicada na tentativa de construir
dispositivos de análise que permitam apreender as articulações entre sujeito e sociedade,
o que no caso, trata-se de fazer emergir as injunções inconscientes que produzem as
falas dos sujeitos que produzem os atos que podem ser realizados solitariamente ou em
grupo.
Palavras chave: intolerância; violência; torcidas de futebol; mídias.
AUTOR – VICENTE HUGO SANCHES PAINO PEREIRA
ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO ANGELO FANTINI
TÍTULO - PICHAÇÃO: IDENTIFICAÇÃO, PERVERSÃO E EXCLU SÃO
SOCIAL
RESUMO – O presente trabalho visa esclarecer as formações intolerantes que
envolvem a pichação tanto do lado do pichador quanto do lado daquele que se posiciona
contra este ato. As manifestações de intolerância foram encontradas em comentários nas
redes sociais, em especial o Facebook em notícias que diziam respeito ao ato. A
intolerância tem sido um tema recorrente na contemporaneidade dada a proximidade
que o meio nos proporciona com as pessoas e seus objetos. Desta proximidade de objeto
foi elucidada a ideia de formação da intolerância de Stephen Frosh advinda do livro
“Raízes da Intolerancia” (Fantini, 2014) sobre como as fronteiras do sujeito são diáfanas
e a constante invasão do outro sobre o sujeito e vice-versa. Os significantes encontrados
ajudam a elucidar a posição que o sujeito toma diante da pichação e como ele identifica
o outro. Os resultados destes significantes abriram espaço para um estudo sobre o papel
e função da lei e seu desenrolar na transgressão e quais aspectos da transgressão são
parte da formação da subjetividade do sujeito. A perversão, por fim, foi um tema que
surgiu inicialmente e que durante o trabalho ficou bastante claro que o tema não pode
ser olhado por este ângulo e sim como um fenômeno social e coletivo que visa uma
inserção ao mundo simbólico.
AUTOR – WESLEY RELBIER OLIVEIRA DOS SANTOS
ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO DOS SANTOS CARMO
TÍTULO - INDISCIPLINA EM SALA DE AULA: UMA REVISÃO DE
ESTUDOS EMPÍRICOS BRASILEIROS
RESUMO – A indisciplina escolar permanece como tema fundamental nas discussões
que envolvem atuação docente em sala de aula. A vasta produção acerca do tema
demonstra sua importância e, ao mesmo tempo, denuncia uma carência por parte de
docentes, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias eficazes para
diminuição de comportamentos considerados indisciplinados. Entretanto, apesar da
vasta produção escrita, parte significativa dos textos são teorizações em torno do
fenômeno da indisciplina. Identificar estudos que tratam empiricamente do tema poderia
gerar um conjunto de informações que instrumentalizariam professores a melhor
entender e lidar com esse fenômeno? A produção de estudos empíricos brasileiros que
investigaram a indisciplina escolar oferece um conjunto sólido de informações capazes
de instrumentalizar a ação dos professores em sala de aula? Partindo dessas questões, o
presente estudo objetivou elaborar uma revisão de artigos brasileiros que tratam
empiricamente da indisciplina em sala de aula. A partir dos descritores Indisciplina
Escola e, Indisciplina em Sala de Aula, foram consultados os seguintes bancos
eletrônicos de dados: CAPES, Edubase, Google Acadêmico, Redalyc e Scielo. O
critério de inclusão de artigos previa estudos que descreviam pesquisas empíricas,
independentemente da abordagem teórica adotada pelos autores. O levantamento
abrangeu os anos de 2010 a 2014, compreendendo, pois, os últimos cinco anos. Foram
obtidos 31 artigos. Destes, 27 são estudos de aplicação de instrumentos (apenas
levantamento de dados), e os outros quatro envolviam alguma forma de intervenção. Os
dados são apresentados em termos de análise bibliométrica e discutidos em relação às
características dos estudos conduzidos. A análise dos estudos quanto a objetivos,
método e resultados encontrados, não possibilita afirmar que há um conjunto sólido de
informações que instrumentalizem a ação de professores para lidar com o fenômeno da
indisciplina em sala de aula.
Palavras-chave: Indisciplina escolar, Indisciplina em sala de aula, Estudos empíricos,
Revisão sistemática da literatura, Psicologia escolar, Análise do Comportamento.