RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças...

39
RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE ALUNOS QUE INGRESSOU EM 2010 AUTORA – ALINE APARECIDA TRENDO DE CARLI ORIENTADORA – PROFA. DRA. ANA LÚCIA ROSSITO AIELLO TÍTULO - DESCRIÇÃO DOS NÍVEIS DE ESTRESSE E DEPRESSÃO DE MÃES, PAIS E IRMÃOS DE CRIANÇAS AUTISTAS RESUMO – O Autismo está contido no transtorno de global de desenvolvimento (TGD). É caracterizado por acarretar grande prejuízo nas interações sociais, na comunicação, e os padrões de comportamento e interesses são limitados e estereotipados. Crianças autistas enfrentam dificuldades na realização de tarefas comuns e próprias a sua fase de desenvolvimento, o que faz aumentar o seu nível de dependência dos pais. A necessidade de adaptação a esse quadro pode ser geradora de estresse e depressão em familiares de crianças autistas, uma vez que esses se deparam com exigências e uma sobrecarga de tarefas, além do manejo dos problemas de comportamento do autista. O presente estudo teve como objetivo avaliar níveis de estresse e depressão de pais, mães e irmãos de crianças com autismo, uma vez que em revisão bibliográfica realizada não se encontrou estudos que investigassem tais variáveis na mesma família, e os estudos encontrados dão maior enfoque nas mães, talvez porque seja essa a maior responsável pelos cuidados da criança com autismo . Participaram da pesquisa 35 familiares de crianças com autismo cuja faixa etária esteve entre seis e 14 anos e que possuíam diagnóstico médico de TGD, sendo 14 mães (idade entre 25 a 48 anos), 12 pais (idade entre 25 a 49 anos) e 9 irmãos (idade entre 7 a 17 anos). Foram utilizados o INVENTÁRIO DE SINTOMAS DE STRESS PARA ADULTOS (ISSL), o QUESTIONÁRIO DE RECURSOS DE STRESS NA FORMA RESUMIDA (QRS-F), o INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO DE BECK (BDI), ESCALA DE STRESS INFANTIL (ESI), o INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO INFANTIL e uma Entrevista sobre os dados demográficos da família. A coleta de dados foi realizada na casa da família em horário

Transcript of RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças...

Page 1: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA

DE ALUNOS QUE INGRESSOU EM 2010

AUTORA – ALINE APARECIDA TRENDO DE CARLI

ORIENTADORA – PROFA. DRA. ANA LÚCIA ROSSITO AIELLO

TÍTULO - DESCRIÇÃO DOS NÍVEIS DE ESTRESSE E DEPRESSÃO DE

MÃES, PAIS E IRMÃOS DE CRIANÇAS AUTISTAS

RESUMO – O Autismo está contido no transtorno de global de desenvolvimento

(TGD). É caracterizado por acarretar grande prejuízo nas interações sociais, na

comunicação, e os padrões de comportamento e interesses são limitados e

estereotipados. Crianças autistas enfrentam dificuldades na realização de tarefas comuns

e próprias a sua fase de desenvolvimento, o que faz aumentar o seu nível de

dependência dos pais. A necessidade de adaptação a esse quadro pode ser geradora de

estresse e depressão em familiares de crianças autistas, uma vez que esses se deparam

com exigências e uma sobrecarga de tarefas, além do manejo dos problemas de

comportamento do autista. O presente estudo teve como objetivo avaliar níveis de

estresse e depressão de pais, mães e irmãos de crianças com autismo, uma vez que em

revisão bibliográfica realizada não se encontrou estudos que investigassem tais variáveis

na mesma família, e os estudos encontrados dão maior enfoque nas mães, talvez porque

seja essa a maior responsável pelos cuidados da criança com autismo . Participaram da

pesquisa 35 familiares de crianças com autismo cuja faixa etária esteve entre seis e 14

anos e que possuíam diagnóstico médico de TGD, sendo 14 mães (idade entre 25 a 48

anos), 12 pais (idade entre 25 a 49 anos) e 9 irmãos (idade entre 7 a 17 anos). Foram

utilizados o INVENTÁRIO DE SINTOMAS DE STRESS PARA ADULTOS (ISSL), o

QUESTIONÁRIO DE RECURSOS DE STRESS NA FORMA RESUMIDA (QRS-F), o

INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO DE BECK (BDI), ESCALA DE STRESS INFANTIL

(ESI), o INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO INFANTIL e uma Entrevista sobre os dados

demográficos da família. A coleta de dados foi realizada na casa da família em horário

Page 2: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

previamente agendado e de conveniência para os participantes. O procedimento

consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses, advindos da

troca de informações entre os familiares, por meio de cuidados para se estabelecer um

bom rapport com os membros da família, além de ter sido informado a importância de

que respondessem com sinceridade e sem que trocassem informações entre si. Os

resultados encontrados mostraram níveis mais elevados de estresse e depressão para

pais e mães que para os irmãos de autistas, porém, diferenças entre tais níveis não foram

encontradas quando pais e mães foram comparados entre si. Além disso, demonstrou-se

que muitas famílias de crianças com autismo possuem pelo menos um adulto com

problemas de saúde mental. Espera-se que os resultados sejam úteis na elaboração de

programas de intervenção para familiares de crianças com autismo, uma vez que os

danos causados aos familiares podem ter impacto no desenvolvimento da criança.

Palavras-chave: Autismo, Depressão, Estresse, Pais, Mães, Irmãos.

AUTORA – ALICE FRUNGILLO LIMA

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GIOVANA ESCOBAL

TÍTULO - O JOGO DA PARTILHA: UM ESTUDO COM CRIANÇAS PARA

IDENTIFICAR SEU PADRÃO COMPORTAMENTAL NA DIVISÃO DE

RECURSOS

RESUMO – Jogos econômicos têm sido úteis como modelos experimentais de

situações de interação social complexa. Psicólogos interessados no fenômeno da

generosidade têm utilizado jogos econômicos para estudar processos de tomada de

decisão e distribuição de recursos. Um desses jogos se denomina Jogo da Partilha e

pesquisas têm analisado os efeitos de algumas variáveis sobre como as pessoas alocam

recursos, dentre elas: gênero do distribuidor ou do receptor, interação humana versus

interação computadorizada, incentivo monetário real ou hipotético, etc. O objetivo dessa

pesquisa foi determinar os padrões comportamentais em situação de escolha em

crianças em idade pré-escolar e se demonstravam consistentemente ou não suas

opiniões em como dividir um recurso em um paradigma de escolha forçada, tal como no

Jogo da Partilha. Foi estudada também a variável gênero do distribuidor. Em um

delineamento intrassujeitos, 32 crianças pré-escolares de três a cinco anos, com

desenvolvimento típico, fizeram escolhas ao longo de dois blocos de repetidas

Page 3: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

tentativas, cada um envolvendo dez oportunidades de escolha, para distribuir os

recursos entre si e um participante invisível, passivo, podendo escolher otimizadamente,

mas não competitivamente, igualmente, mas não de maneira otimizada, menos

otimizadamente, mas mais competitivamente e de maneira altruística. O estudo também

permitiu uma comparação entre - sujeitos a respeito do gênero dos participantes. Os

dados mostraram que as crianças do gênero feminino escolheram otimizadamente na

maioria das vezes e as do gênero masculino alternaram em suas escolhas, mas

escolheram mais frequentemente a alternativa competitiva. A variável dimensão do

estímulo bolo pode ter influenciado mais as meninas, porque elas escolheram mais

frequentemente a alternativa otimizada quando a dimensão era maior. Ambos os

gêneros escolheram com maior freqüência a alternativa altruísta, quando comparada a

alternativa igualitária. Os resultados indicaram que o modelo experimental desenvolvido

para a pesquisa foi adequado. Estes jogos são importantes porque permitem: analisar as

contingências envolvidas na tomada de decisão das pessoas, caracterizar as escolhas,

como ideal, justa ou competitiva, e trazer sob escrutínio o exame dos possíveis efeitos

de outras variáveis (por exemplo, sexo, incentivo monetário, quantidade de dinheiro,

informações, etc) sobre as distribuições das escolhas das pessoas, para determinar se

essas escolhas são estáveis ou influenciadas por essas variáveis.

Palavras chave: Palavras-chave: Jogos econômicos, tomada de decisão, alternativa

otimizada, alternativa competitiva, alternativa de altruísmo, alternativa igualitária

AUTORA – ANA CAROLINA PEREIRA DE CAMPOS

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA F. MANIAKAS

TÍTULO - ESTUDOS SOBRE O HOMOEROTISMO E SUAS RELAÇÕ ES COM

O PRECONCEITO

RESUMO - A homossexualidade é um tema que desperta, frequentemente, o interesse e

a curiosidade alheia. Muito se tem discutido sobre qual seria sua origem, se genética,

ambiental ou ambas. Tal orientação também gera sentimentos de repugnância e ódio

que podem ser expressos por meio de atitudes preconceituosas, já que muitos ainda

Page 4: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

consideram a homossexualidade uma perversão, um pecado ou mesmo uma doença que

deve ser combatida. No sentido de elucidar minimamente a controversa questão da

homossexualidade, este estudo procurou compreender como se dá o processo de escolha

do objeto amoroso, com base na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, e quais são as

relações entre ele e o preconceito. Por meio da leitura de textos do autor e de outros

autores contemporâneos relevantes ao tema, constatou-se que a escolha de objeto não é

obrigatoriamente heterossexual, outros objetos são válidos, e que a escolha

homossexual não é patológica. Em relação ao preconceito verificou-se que este possui

origens e objetos distintos. Embora Freud não tenha tratado diretamente do tema em sua

obra, seus textos sobre a pulsão de morte, a civilização e a cultura serviram como base

para se tentar compreender os caminhos pelos quais a pulsão de destruição pode ser

convocada pelo mecanismo de projeção para destruir um objeto considerado “ruim e

diferente”. Como este trabalho não teve a pretensão de esgotar um assunto tão

complexo, novas investigações devem ser realizadas para que haja uma constante

atualização e clarificação do tema, com o propósito de gerar conhecimento social e,

assim, reduzir o preconceito.

Palavras-chave: Homossexualidade, Freud, Preconceito, Sexualidade.

AUTORA – ANA LÚCIA SILVA GOMES

ORIENTADORA – PROFA. DRA. CAMILA DOMENICONI

TÍTULO - GENERALIZAÇÃO TEMPORAL EM DIFERENTES MOMEN TOS

DE ESTADOS EMOCIONAIS: A PERCEPÇÃO DO TEMPO PODE SER

ALTERADA PELA ANSIEDADE?

RESUMO – O controle temporal é estudado pela análise do comportamento como um

fator que influencia a nossa percepção e comportamento no cotidiano. O tempo está no

nosso dia a dia quando nos referimos a marcadores históricos, quando lhe atribuímos

características, como “tempo é dinheiro”, e até quando o atrasamos, aceleramos e

desperdiçamos. O presente estudo usa o conceito de tempo com base nos conceitos da

análise do comportamento, o tempo, então, é um estimulo discriminativo, e procuramos

estudar como o controle temporal influencia nossos comportamentos, através

Page 5: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

discriminação temporal. Para isso, têm se usado duas teorias o Set e o Let, a primeira

usa os conceitos de pacemaker, acumulador e memória como etapas para se chegar ao

processo de tomada de decisão com relação tempo percorrido, já a segunda usa o

conceito de estados comportamentais e seus elos associativos e o quanto a relação entre

eles pode ser suficiente para tomada de decisão em relação a passagem do tempo. Além

dessas teorias, a tarefa de generalização temporal é usada no presente estudo, nela duas

durações de tempo são apresentadas e deve haver a comparação entre a primeira

duração em relação a segunda. Além disso, a percepção que temos do tempo também

pode estar relacionada ao nosso estado emocional, em estados de baixa excitação a

tendência é de subestimação do tempo e em estados de alta excitação a tendência é de

superestimação. Assim, o presente estudo tem o objetivo de avaliar como o controle

temporal ocorre em estados emocionais diferentes, testando se o estado ansioso pode

alterar a percepção temporal. E isso será analisado em estudantes universitários em dois

momentos diferentes do cotidiano acadêmico, o início de semestre e o fim de semestre,

assim como em estudantes vestibulandos também em dois momentos, o início do ano e

fim do ano, quando se aproximam as provas do vestibular. Participarão trinta

estudantes, tanto universitários quanto vestibulandos, que farão uma tarefa de

generalização temporal em um computador, além de responderem a inventários de

ansiedade. Procura-se verificar diretamente se a ansiedade pode estar relacionada com a

percepção do tempo.

Palavras-chave: Ansiedade; timing; tempo, controle temporal.

AUTORA – BÁRBARA DO CARMO LIMA

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA F. MANIAKAS

TÍTULO - FANTASIA E MITOLOGIA GREGA

RESUMO – A expressiva e imprescindível presença da mitologia grega nas

formulações teóricas da psicanálise, tem como intersecção o conceito de fantasia. Para

alguns autores trabalhados no presente trabalho, como Freud, Laplanche & Pontalis, os

conteúdos das fantasias dos sujeitos derivam da a expressão de desejos recalcados, o

mesmo que aparece nas alegorias da mitologia grega. Esse trabalho se propõe a explorar

essa relação por meio de pesquisa bibliográfica.

Page 6: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

Palavras-chave: fantasia, fantasia originária, mito, mitologia grega, desejos recalcados

AUTORA – BÁRBARA LEOCÁRDIO JACOMINI MENIN

ORIENTADORA – PROFA. DRA. DÉBORA DE HOLLANDA SOUZA

TÍTULO - O PAPEL DA CONVIVÊNCIA COM ANIMAIS NO

DESENVOLVIMENTO SOCIOCOGNITIVO DE CRIANÇAS PRÉ-

ESCOLARES

RESUMO – Diversos psicólogos do desenvolvimento têm chamado atenção para o

papel das interações sociais e familiares no desenvolvimento sociocognitivo. Há

evidências, por exemplo, de que a convivência com irmãos pode representar uma

vantagem em termos de teoria da mente. No entanto, uma relação importante e

frequente na vida das crianças tem sido negligenciada nesse campo de estudos: a relação

com os animais. A convivência com animais pode contribuir para o bem estar físico e

psicológico de crianças e adultos, mas a compreensão sobre o impacto dessa relação

sobre o desenvolvimento sociocognitivo é ainda muito limitada. Embora a natureza

dessa relação seja claramente distinta da relação entre irmãos, ela exige

comportamentos que envolvem atenção compartilhada, intersubjetividade, inferência de

estados mentais (i.e., desejos, emoções, intenções) e empatia e estes, por sua vez, são

componentes ou indicadores importantes da teoria da mente. O presente estudo teve

como objetivo principal investigar possíveis efeitos da convivência com animais sobre o

desenvolvimento sociocognitivo. Mais especificamente, pretendeu-se testar possíveis

diferenças em três medidas sociocognitivas (i.e., tarefas de teoria da mente,

compreensão de emoções e confiança seletiva) entre dois grupos de crianças de idade

pré-escolar: crianças com e sem animais de estimação. Participaram do estudo 31

crianças em idade pré-escolar (M = 62,7, DP = 8,5 meses), sendo quinze meninas e

dezesseis meninos. Dentre os participantes, dezenove possuíam, pelo menos, um animal

de estimação e doze não possuíam. Em relação aos possíveis efeitos de condição (ter x

não ter animal de estimação), apenas uma tendência foi encontrada em relação ao

desempenho na tarefa de confiança seletiva, F (1, 27) = 3,67, p = 0,066.

Surpreendentemente, as crianças sem animal de estimação tiveram melhor desempenho

(M = 1,94) do que as crianças com animal de estimação (M = 0,96). Finalmente, uma

Page 7: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

correlação significativa foi encontrada entre os escores na tarefa de confiança seletiva e

os obtidos na tarefa de reconhecimento de emoções, r (29) = 0,551, p = 0,001. Embora

os resultados do presente estudo não indiquem uma vantagem para as crianças que

convivem com animais de estimação em teoria da mente, algumas limitações do estudo

precisam ser consideradas. Estudos futuros devem utilizar uma amostra de crianças

menores de 4 anos e uma gama mais variada de tarefas que possam de fato detectar a

variância e os efeitos de idade esperados, conforme aponta a literatura. Além disso, se,

em uma amostra maior, o efeito de condição para a medida de confiança seletiva for

confirmado, é preciso investigar as razões que levam esse grupo de crianças (com

animais de estimação) a serem menos eficientes para confiar de forma seletiva.

Palavras-chave: teoria da mente, confiança seletiva, convivência com animais.

AUTORA – BÁRBARA LEOCÁRDIO JACOMINI MENIN

ORIENTADORA – PROFA. DRA. DÉBORA DE HOLLANDA SOUZA

TÍTULO - O PAPEL DA CONVIVÊNCIA COM ANIMAIS NO

DESENVOLVIMENTO SOCIOCOGNITIVO DE CRIANÇAS PRÉ-

ESCOLARES

RESUMO – A literatura tem recorrentemente apontado para a importância das

interações sociais e familiares para o desenvolvimento sociocognitivo. Há evidências,

por exemplo, de que a convivência com irmãos, em especial, irmãos mais velhos, pode

contribuir para o desenvolvimento da teoria da mente. No entanto, uma relação

importante e frequente na vida das crianças tem sido negligenciada nesse campo de

estudos: a relação com os animais. Diversos estudos têm demonstrado que a

convivência com animais pode contribuir para o bem estar físico e psicológico de

crianças e adultos, mas a compreensão sobre o impacto dessa relação sobre o

desenvolvimento sociocognitivo é ainda muito limitada. Embora a natureza dessa

relação seja claramente distinta da relação entre irmãos, por exemplo, ela exige

comportamentos da criança que envolvem atenção compartilhada, intersubjetividade,

inferência de estados mentais (i.e., desejos, emoções, intenções) e empatia e estes, por

sua vez, são componentes ou indicadores importantes da teoria da mente. O presente

estudo teve como objetivo principal investigar possíveis influências da convivência com

Page 8: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

animais sobre o desenvolvimento sociocognitivo. Mais especificamente, pretendeu-se

testar possíveis diferenças em três medidas sociocognitivas (i.e., tarefas de teoria da

mente, compreensão de emoções e confiança seletiva) entre dois grupos de crianças de

idade pré-escolar: crianças com e sem animais de estimação. Este trabalho ainda se

encontra em andamento, mas participaram até o momento, 20 crianças de idade pré-

escolar (M = 4-;8 anos, DP= 5,06- )

Palavras-chave: teoria da mente, confiança seletiva, convivência com animais.

AUTORA – CAROLINE RIBERTI ZANIBONI

ORIENTADORA – PROFA. DRA. AZAIR LIANE MATOS DO CANT O DE

SOUZA

TÍTULO - EMPATIA EM CAMUNDONGOS: AVALIAÇÃO DE

COMPORTAMENTOS RELACIONADOS À DEPRESSÃO EM

CAMUNDONGOS SUBMETIDOS AO TESTE DE SUSPENSÃO DA CAUDA

RESUMO – A capacidade para empatia talvez seja fator principal contribuinte para

evolução da espécie humana, e esta capacidade de compreender o outro

emocionalmente se relaciona a diversas habilidades que os humanos possuem. Neste

sentido, indivíduos empáticos são mais bem sucedidos em relações pessoais e

profissionais. Entretanto, a falta de empatia ou excesso pode levar a depressão. Estudos

recentes têm demonstrado que roedores possuem a capacidade de empatia. Evidências

clínicas e com modelos animais demonstram que quadros de dor crônica podem

produzir alterações emocionais e, da mesma forma, alguns transtornos emocionais

podem causar dor crônica. O objetivo deste estudo foi avaliar se o convívio com um

coespecífico, submetido a um modelo de dor crônica, alterava comportamentos

relacionados à depressão em camundongos. Foram utilizados camundongos machos

Suíço-albino, entre 6-8 semanas, alojados em pares após desmame por 28 dias. Após 14

dias de convívio, um animal do par foi submetido à cirurgia de constrição do nervo

ciático ou não e, após a cirurgia, o par permaneceu em convívio por mais 14 dias. Após

este período, os camundongos que conviveram com seus pares em quadro de dor

crônica ou não, passaram pelo teste de suspensão da cauda (TSC), para medida dos

índices de depressão, latência para imobilidade e tempo total de imobilidade, por 6

Page 9: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

minutos. Os resultados demonstraram não haver diferença estatisticamente significativa

nos comportamentos analisados entre os animais submetidos à convivência com um par

em quadro de dor crônica e o grupo controle. Com isso, pode-se concluir que a

convivência com o coespecífico em dor crônica não foi suficiente para reproduzir

comportamentos relacionados à depressão no teste de suspensão da cauda em

camundongos.

AUTORA – DAIANE ARAUJO DE ARRUDA

ORIENTADORA – PROFA. DRA. DÉBORA DE HOLLANDA SOUZA

TÍTULO - O DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO DA MENTIR A

PRÓ-SOCIAL EM CRIANÇAS BRASILEIRAS

RESUMO – O presente estudo teve como objetivo principal investigar o

desenvolvimento da compreensão da mentira pró-social em uma amostra de crianças

brasileiras de 7, 9 e 11 anos de idade. Os participantes foram avaliados em uma tarefa

criada por Genyue Fu e colaboradores, traduzida para o Português e adaptada para o

contexto brasileiro. A tarefa consistia na apresentação de quatro diferentes histórias que

envolviam diferentes dilemas. Os quatro dilemas exigem que o participante decida se

deve (ou não deve): (1) mentir para ajudar um indivíduo e prejudicar o coletivo; (2)

mentir para ajudar o coletivo e prejudicar um indivíduo; (3) dizer a verdade para ajudar

um indivíduo e prejudicar o coletivo; e (4) dizer a verdade para ajudar o coletivo e

prejudicar um indivíduo. Ao final da apresentação de cada história, o pesquisador

perguntava à criança como ela se comportaria se fosse o personagem principal. Uma

ANOVA de medidas repetidas revelou uma interação significativa entre idade e

beneficiário da mentira quando o contraste era entre mentir pelo grupo x mentir para

favorecer um amigo, F(2, 46) = 3, 38, p= 0,04; no entanto, não revelou uma interação

significativa quando a escolha era entre mentir pelo grupo x mentir para favorecer a si

próprio. Na primeira situação, as crianças dos três grupos de idade eram mais propensas

a privilegiar o amigo em detrimento dos interesses do grupo, no entanto, as crianças de

11 anos apresentaram uma preferência maior para a escolha que favorecia o amigo (M=

1,55) do que as crianças de 7 (M= 1,24) e de 9 anos (M= 1,09). Na segunda situação, as

Page 10: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

crianças de 9 anos apresentaram escores mais elevados de mentira que beneficiava a

própria criança (M= 0,94), em comparação às de 7 anos (M= 0,44) e as de 11 anos (M=

0,61). Os resultados do presente estudo são, em parte, consistentes com os dados

obtidos com crianças canadenses, mas há poucos dados sobre as características da

cultura brasileira que influenciam a prática da mentira pró-social no país. Embora

estudos recentes tenham demonstrado como e quando a criança começa a compreender

a mentira e identificar as situações nas quais ela é socialmente desejável (mentira pró-

social), mais pesquisas são necessárias para que se possa avaliar o papel da cultura

nesse processo desenvolvimental.

Palavras-chave: mentira pró-social, cultura, cognição social.

AUTORA – GABRIEL BAPTISTA

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA FANECO MANIAKAS

TÍTULO - O ARQUÉTIPO DA SOMBRA NO FILME CISNE NEGRO

RESUMO - A sombra é um importante arquétipo (figura inata do inconsciente

coletivo) com função fundamental na vida, nas relações e no desenvolvimento humano.

Lar das características indesejadas e potencialidades reprimidas das pessoas, torna-se

depositário de tudo aquilo que a pessoa não tem o desejo de ser, devendo ser acessada e

desenvolvida com o devido preparo e respeito para que o sujeito possa alcançar a

totalidade da personalidade. O filme Cisne Negro conta a história de Nina, uma

bailarina sensível e infantilizada, que precisa sair do seu mundo protegido pela mãe e

buscar, nas profundezas de sua sombra, as características necessárias para interpretar o

papel de Cisne Negro numa apresentação de sua companhia. O contato brusco e

despreparado da garota com seu lado obscuro é intenso demais para seu ego fragilizado,

que eventualmente é subjugado pela sombra, resultando na morte de Nina, final que esta

compartilha com outros personagens de ficção que aventuraram-se pelo mesmo

caminho.

Palavras-chave: psicologia analítica, sombra, arquétipo, Cisne Negro.

Page 11: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – GIOVANNA LEITE QUEIROZ

ORIENTADORA – PROFA. DRA. LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQ UERQUE

WILLIAMS

TÍTULO - VITIMIZAÇÃO POR PARES E DESENVOLVIMENTO DE

TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO EM ALUNOS DO

ENSINO FUNDAMENTAL

RESUMO – Considerando a significativa prevalência de violência escolar entre pares

e a série de consequências que esta pode acarretar aos envolvidos, tais como sintomas

de depressão e ansiedade, este estudo tem como objetivo investigar possíveis relações

entre a vitimização escolar por pares e o aparecimento de sintomas de TEPT

(Transtorno de Estresse Pós-traumático) em crianças e pré-adolescentes do 6º e 7º ano

do Ensino Fundamental. Além disso, buscou-se caracterizar as piores experiências

escolares vivenciadas por esses participantes, analisando a sua frequência e duração.

Para isto, participaram 133 estudantes de 6º e 7º ano do Ensino Fundamental

matriculados em escolas públicas de duas cidades do interior São Paulo. A idade dos

estudantes variou de 10 a 14 anos, sendo em média 11 anos (DP = 0,69). Os principais

resultados obtidos foram que a maioria dos alunos (85,7%) sofreram vitimização

escolar do tipo violência relacional, além disto, o tipo da violência envolvida na Pior

Experiência Escolar apontado pela maioria dos alunos (48,87%) foi também a violência

relacional. Em 75,2% dos casos havia outros estudantes presentes e a Pior Experiência

durou de “dias a semana” em 27,06% dos casos. Os sintomas com maior frequência

foram de depressão (78,19%); seguido de hipervigilância (75,93%). Foram encontradas

associações entre as variáveis vitimização frequente e sintomas, sintomas e incômodo e

vitimização frequente e incômodo. Os dados obtidos na pesquisa evidenciam a

necessidade de se continuar os trabalhos na área de vitimização escolar, bem como de

encontrar formas de prevenção para este tipo de violência nas escolas.

Page 12: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – INGRID CORRÊA DEL TEDESCO,

ORIENTADORA – PROFA. DRA. PATRÍCIA WALTZ SCHELINI

TÍTULO - ASSIMETRIA TEMPORAL: COMPARANDO OS PENSAME NTOS

CONTRAFACTUAL E PRÉ-FACTUAL

RESUMO – Os pensamentos contrafactuais são um tipo de pensamento imaginativo

que se caracterizam por frases condicionais que modificam eventos passados, sendo

vistos como pensamentos úteis para a modificação de comportamentos futuros, visando

a adaptação do indivíduo. Por outro lado, os pensamentos pré-factuais, lidam com

condicionais de eventos futuros e são vistos, hipoteticamente, como tendo o mesmo

conteúdo de pensamentos contrafactuais. Estudos recentes indicam que pensamentos

pré-factuais podem gerar comportamentos mais adaptativos que os contrafactuais. O

presente estudo visou comparar os pensamentos contrafactual e pré-factual em relação à

realização de uma tarefa, analisando os conteúdos dos pensamentos explicitados pelos

participantes e, depois, verificando a efetividade de cada um na segunda realização da

mesma tarefa. Trata-se de uma réplica de uma pesquisa realizada por Ferrante, Girotto,

Stragà e Walsh (2012). Um total de 20 participantes, entre 18 e 24 anos de idade, foi

dividido aleatoriamente em dois grupos: passado (pensamento contrafactual) e futuro

(pré factual). Foi apresentado um jogo de palavras embaralhadas em que cada um dos

participantes teve 2 minutos e 15 segundos para completar. Terminado o tempo, o

participante avaliou seu próprio desempenho em uma escala de 7 pontos e formulou

frases contrafactuais ou pré-factuais, dependendo do grupo ao qual foi designado

aleatoriamente. Após isso, avaliaram o próximo desempenho em uma escala de 11

pontos e, por fim, jogaram novamente nas mesmas condições e sob as mesmas regras.

Dado que o material é adaptado, foi realizado previamente um estudo piloto com 5

participantes para avaliar a efetividade das regras do jogo e das palavras escolhidas para

o mesmo. Para a análise dos resultados, os pensamentos produzidos pelos participantes

foram avaliados e categorizados. Em seguida, o teste t de Student foi utilizado para

identificar se haviam diferenças significativas entre os grupos. Verificou-se que o grupo

passado produziu significativamente mais pensamentos, no total, que o grupo futuro, e

também produziu mais pensamentos com modificações não controláveis que o grupo

futuro.

Page 13: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

Palavras-chave: imaginação, pensamento contrafactual, pensamento pré-factual,

controlabilidade.

AUTORA – JACQUELINE NAVES BRITO

ORIENTADORA – PROFA. DRA. LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQ UERQUE

WILLIAMS

TÍTULO - ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DO INVENTÁRIO DE

DIMENSÕES DE DISCIPLINA À POPULAÇÃO BRASILEIRA.

RESUMO – Existem no Brasil instrumentos validados que analisam as práticas

educativas parentais e que são utilizados tanto clinicamente como em pesquisas em

psicologia, porém ao traduzir e adaptar um instrumento internacional que contemple não

somente os comportamentos dos pais em relação aos filhos e o contexto em que os

mesmos ocorrem, mas também as crenças dos pais em relação às práticas, trará

contribuições para trabalhos clínicos e avanços científicos ao que condiz aos estudos das

práticas educativas parentais e suas relações com o desenvolvimento humano. A

Adaptação transcultural do Inventário de Dimensões de Disciplina de Straus e Falchier,

publicada no ano de 2007, já foi realizada em mais de 20 países, como Israel e Espanha,

sendo que em ambos a confiabilidade de suas escalas foram comprovadas com as

devidas adaptações. O objetivo deste trabalho é realizar a adaptação transcultural do

Inventário de Dimensões de Disciplina (DDI) para a população brasileira, sendo

validadas as escalas em sua Forma “P”- avaliação das práticas disciplinares realizadas

por mães e Forma “C” – que busca compreender como as crianças avaliam as práticas

disciplinares realizadas por seus pais. Para tanto, o instrumento traduzido do inglês para

o português será aplicado em uma amostra de no mínimo 100 mães e de 100 crianças,

sendo essas alunas de escolas de ensino fundamental da cidade de São Carlos.

Posteriormente, serão realizadas as análises estatísticas necessárias (média, desvio

padrão, confiabilidade interna das escalas do instrumento) para verificar a adequação do

instrumento a esta amostra da população brasileira.

Palavras-chaves: Dimensões de Disciplina, práticas educativas parentais, mães e filhos,

adaptação transcultural.

Page 14: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – JÉSSICA ELENA VALLE

ORIENTADORA – PROFA. DRA. LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQ UERQUE

WILLIAMS

TÍTULO - BULLYING, VITIMIZAÇÃO POR FUNCIONÁRIOS E

DEPRESSÃO: RELAÇÕES COM O ENGAJAMENTO ESCOLAR

RESUMO – O bullying é um tipo específico de violência escolar que ocorre entre

pares, sendo repetitivo, deliberado e intencional. O envolvimento em bullying pode

causar diversas consequências negativas, sendo uma delas no engajamento escolar, que

é a relação entre o aluno e uma atividade escolar. Uma vez que o bullying interfere no

desenvolvimento e no processo de aprendizagem, se torna necessário entendê-lo, assim

como sua relação com engajamento escolar e outras variáveis de interesse, para, então,

prevenir e intervir no fenômeno. O objetivo principal dessa monografia consiste em

predizer o engajamento escolar a partir de um conjunto de variáveis como idade,

envolvimento em bullying, vitimização por funcionários e depressão, sendo que o seu

formato está subdividido em dois estudos. O primeiro estudo descreve os resultados da

análise fatorial e de consistência interna da Escala de Engajamento Escolar (EEE) e o

segundo estudo analisa a relação entre tipo de envolvimento em bullying e engajamento

escolar emocional, predizendo o último a partir do conjunto de variáveis: idade, tipo de

envolvimento no bullying, índice de depressão e vitimização por funcionários.

Palavras-chave: bullying, engajamento escolar, depressão, vitimização por

funcionários.

AUTOR – JULIANA SAITO

ORIENTADORA – PROFA. DRA. ROSEMEIRE APARECIDA SCOPI NHO

TÍTULO - RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: DO DI SCURSO À

REALIDADE. UM ESTUDO DE CASO.

RESUMO – Muito se ouve nos dias de hoje sobre a responsabilidade social e,

praticamente, todas as grandes empresas se utilizam deste termo como estratégia de

marketing. Mas, o que exatamente é a responsabilidade social corporativa e quais são os

Page 15: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

contextos onde é aplicada? Procura-se, no presente estudo, entender como uma empresa

do setor de serviços automotivos implanta as diretrizes de responsabilidade social na

prática e qual é o significado que os trabalhadores atribuem para as mudanças que

ocorrem. Através de um estudo de caso, utilizando-se da entrevista semiestruturada,

serão analisadas as falas do proprietário de uma franquia de um posto de serviços

automotivos e dos seus trabalhadores. Desta forma, será possível compreender como

funciona a aplicação das diretrizes de responsabilidade social à que muitas empresas

submetem suas franquias e qual a visão do franqueado. Espera-se que este estudo possa

contribuir para compreender como se encontra a questão da responsabilidade social no

Brasil, especificamente no setor de serviços.

Palavras-chave: responsabilidade social corporativa, setor de serviços automotivos,

gestão empresarial.

AUTOR – KAÍQUE DE OLIVEIRA GARCIA PORTO

ORIENTADOR – PROF. DR. ANTÔNIO CELSO DE NORONHA GOY OS

TÍTULO - TÍTULO DO TRABALHO: OS EFEITOS DO CONTROLE

CONTEXTUAL SOBRE CLASSES DE EQUIVALÊNCIA REORGANIZA DAS

ESTUDO 4

RESUMO – Na medida em que área de equivalência de estímulos se desenvolveu,

algumas pesquisas começaram a ser conduzidas com o objetivo de investigar sob que

condições relações de equivalência já estabelecidas poderiam se modificar ou se perder.

Muitos desses estudos envolvem a reorganização de classes de estímulos equivalentes,

que consiste em, após a formação de classes, recombinar as relações de linha de base

treinadas entre os estímulos, possibilitando novas discriminações condicionais e

levando à formação de novas classes equivalentes. A relevância destes estudos se deve

ao fato de que embora a formação de classes de estímulos equivalentes venha sendo

empregada como um procedimento eficaz para o ensino de habilidades como leitura,

escrita e matemática, há estudos que sugerem que este mesmo processo, envolvido na

aprendizagem de comportamentos produtivos e desejáveis, pode estar relacionado a

Page 16: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

problemas clínicos, como a ansiedade. Há também estudos que investigam o fenômeno

comportamental denominado ressurgência utilizando procedimentos que envolvem a

reorganização de classes de estímulos equivalentes. Estes estudos, de modo geral,

manipularam variáveis conseqüentes contingentes à emissão de respostas consistentes

com classes de equivalência mais recentemente treinadas e verificaram os efeitos dessas

manipulações sobre a ressurgência de classes previamente treinadas. No presente

trabalho, variáveis antecedentes à emissão de respostas consistentes às classes de

equivalência foram manipuladas com o objetivo de verificar os efeitos do controle

contextual sobre classes de equivalência reorganizadas. Os resultados, de modo geral,

revelaram que mediante feedback negativo, há ressurgência de classes de equivalência

previamente treinadas, mas que sob extinção, as classes mais recentemente treinadas são

mantidas.

Palavras-chave: equivalência de estímulos, discriminação condicional, controle

contextual, reorganização de classes.

AUTORA – LARA ROSA COBUCCI

ORIENTADORA – PROFA. DRA. MARIA STELLA C. A. GIL

TÍTULO - CARACTERÍSTICAS DAS VOCALIZAÇÕES DE BEBÊS NA

EMERGÊNCIA DE CLASSES DE ESTÍMULOS EQUIVALENTES

RESUMO – Estudos com bebês trazem esclarecimentos importantes sobre o papel da

linguagem na emergência de relações de equivalência. O presente estudo teve como

objetivo verificar a relação entre vocalizações espontâneas dos nomes dos estímulos e a

aprendizagem de relações condicionais e emergência de classes de estímulos

equivalentes por meio de procedimento de Matching to sample (MTS) em seis crianças

entre 22 e 27 meses de idade. Foram feitos dois experimentos: Experimento 1 com os

seis participantes em 2011 e replicado no ano seguinte com as duas crianças que não

aprenderam as relações condicionais. O Experimento 2 em 2012, com os três

participantes que demonstraram aquisição das relações de equivalência no primeiro

experimento. Respostas corretas foram apontar ou pegar o objeto correspondente ao

Page 17: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

modelo auditivo ou visual e tinham como consequência brincadeiras com a

experimentadora. Respostas incorretas, seleção do objeto não correspondente ao

modelo, eram seguidas pelo intervalo entre tentativas. Foram ensinadas relações entre

nomes (A) e objetos (B e C) e testadas as relações emergentes entre os objetos com os

mesmos nomes (BC e CB). No experimento 1 foram empregados dois estímulos de

comparação e o critério era de seis acertos em oito tentativas por sessão. Já no

experimento 2 eram usados três estímulos de comparação e o critério era de 10 acertos

em 12 tentativas por sessão. O desempenho das crianças foi filmado e analisado por

meio de um protocolo de registro das vocalizações espontâneas. As vocalizações foram

separadas em correspondentes, não correspondentes aos nomes previamente atribuídos

aos objetos e neutras (vocalização do nome sem a presença do objeto) e foram

correlacionadas aos desempenhos de acerto ou erro na tentativa. No Experimento 1, os

participantes B e G não aprenderam nenhuma desempenho de discriminação

condicional e não emitiram vocalização. Na replicação do experimento, aprenderam

uma das relações condicionais e também não vocalizaram. A participante S aprendeu

apenas uma relação condicional, emitiu uma vocalização e não se mostrou disposta a

participar da replicação do procedimento. Os participantes H, K e L aprenderam as

relações condicionais e demonstraram a emergência de relações equivalentes. Para K e

H, a maioria das vocalizações correspondentes foi em tentativas com acerto e não

correspondentes com erro. No Experimento 2, H, K e L aprenderam as relações

condicionais e H e L tiveram resultados positivos nos testes de equivalência. Em ensino,

a maioria das vocalizações correspondentes foi em tentativas com acerto. Em testes, K

teve apenas vocalizações correspondentes, todas com erro; H e L tiveram mais

vocalizações correspondentes com acerto. Embora a relação entre linguagem e sucesso

nas tarefas de aprendizagem de relações condicionais e emergência de relações de

equivalência continue controverso na literatura, os resultados do presente estudo

sugerem para uma relação entre as emissões de vocalizações espontâneas e o

estabelecimento da equivalência de estímulos.

Palavras-Chave: Bebês; Equivalência de estímulos; Vocalização.

Page 18: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – LETÍCIA ISAAC

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA FANECO MANIAKAS

RESUMO

TÍTULO - APLICAÇÕES DA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ PARA O PROC ESSO DE

INDIVIDUAÇÃO DO SUJEITO: UMA VISÃO WINNICOTTIANA

RESUMO – A relação mãe-bebê e sua influência no processo de individuação do

sujeito sob a ótica de Winnicott constituem o escopo deste trabalho. Assim como Freud,

o autor em estudo parte do princípio da existência de uma fase anobjetal, em que mãe e

bebê encontram-se num estado de fusionalidade, e, portanto, de dependência absoluta.

A partir do levantamento bibliográfico das ideias propostas por Winnicott a respeito do

desenvolvimento emocional saudável, busca-se compreender como a “mãe

suficientemente boa” favorece que o bebê caminhe de um estado fusional para um

estágio de dependência relativa. Neste o bebê é gradualmente apresentado ao mundo

externo, tornando-se capaz de diferenciar “Eu” e “não-Eu”, num espaço chamado de

transicional. Neste trabalho, portanto, é contemplado o processo inicial do

amadurecimento pessoal até a aquisição de uma unidade integrada, no estágio

denominado por Winnicott de EU SOU.

Palavras-chave: Relação Mãe-Bebê; Dependência Absoluta; Dependência Relativa;

“Eu” e “Não-Eu”; Eu Sou.

AUTORA – LIA HELENA RIBEIRO BONTORIM

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA C. O. FANECO MAN IAKAS

TÍTULO - FREUD E O FEMININO

RESUMO – Sigmund Freud criou a Psicanálise no contexto histórico da Viena

vitoriana do fim do século XIX, cuja visão com relação às mulheres e ao papel que elas

ocupavam na sociedade era bem definida. Representantes de um ideal de feminilidade

cultuado desde a Antiguidade, cabia às mulheres o cumprimento de três papéis

principais: o de boa filha obediente e dedicada; o de boa esposa que respeita e satisfaz o

marido; e o de boa mãe, papel que lhe foi atribuído pela reprodução, sendo a

Page 19: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

responsável pelo cuidado com essa nova vida em desenvolvimento. Mas seriam as

mulheres capazes de atingir esse ideal de perfeição? O que acontece quando suas

aspirações de certa forma vão contra essa representação, e elas penetram nas esferas do

saber intelectual, da busca por uma profissão, e mesmo de sua própria sexualidade? Foi

nesse contexto que surgiu a histeria, e no mesmo contexto Sigmund Freud. Em sua

prática clínica Freud aperfeiçoa a sua técnica terapêutica, substituindo a hipnose,

aprendida com Charcot em 1885 para tratar as histéricas, pela associação livre. A

formulação da nova técnica surge quando, diferentemente de outros médicos da época,

Freud ouve as histéricas, no sentido de reconhecer a legitimidade de seu discurso. O que

para muitos era impertinência, para ele era pura resistência. Assim, o tratamento das

histéricas, sem o uso da hipnose, tornava-se possível, mas demandava complexos jogos

de poder, cumplicidade, empatia e ambiguidade erótica. Ao mesmo tempo em que

tratava as histéricas, e se relacionava com importantes figuras femininas de seu círculo

familiar e de amizade, Freud foi aprimorando sua prática e teoria, e assim formulando a

teoria da sedução e, posteriormente, a teoria da sexualidade infantil, e definindo

conceitos chaves da teoria psicanalítica como trauma, recalcamento e defesa. A singular

relação que Freud estabeleceu com as mulheres, reconhecendo-as como parceiras de

trabalho, com direito à própria sexualidade, ouvindo-as quando ninguém mais o fazia na

época, tornou-se objeto de nosso estudo. Por meio de pesquisa bibliográfica, que incluiu

obras do próprio Freud e obras de autores contemporâneos, buscou-se verificar e

descrever como a relação de Freud com as mulheres - tanto com suas primeiras

pacientes histéricas, como com aquelas mulheres que integraram sua vida pessoal e/ou

profissional - contribuiu para o surgimento e desenvolvimento da Psicanálise.

Palavras-chave: Freud, feminino, histeria, mulher, Psicanálise

AUTORA – LIGEA BALLOTIM

ORIENTADORA – PROFA. DRA. ELIZABETH J. BARHAM

TÍTULO - PLANEJAMENTO PARA A APOSENTADORIA: COMPARA NDO

INSTRUMENTOS DE PLANOS DE VIDA PÓS-APOSENTADORIA.

RESUMO A medida que aumenta a expectativa de vida, a aposentadoria torna-se um

campo de estudo importante no que diz respeito ao desenvolvimento adulto, uma vez

Page 20: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

que as pessoas precisam aprender a lidar com as demandas especificas deste contexto,

usando suas capacidades de planejamento, habilidades sociais, habilidades de auto

monitoramento e de auto regulação, por exemplo, para ser bem sucedido nesta fase da

vida. Nesse sentido, é preciso construir e avaliar instrumentos que pudessem

registraralgumas destas competências entre pessoas na fase de preparação para a

aposentadoria. Na literatura, encontrou-se dois procedimentos que podem ser úteis para

avaliar capacidades de planejamento, por meio do estabelecimento de metas de vida

entre pré-aposentados. O primeiro instrumento (Nunes & Barham, 2012) está

estruturado com base no processo de enfrentamento de estresse, requerendo a

identificação de recursos pessoais, responsabilidades a serem assumidas, recursos

sociais e avaliação de resultados. O segundo instrumento requer que o individuo

organize seus planos para o futuro cronologicamente, pensando em diferentes

dimensões da vida (família, trabalho e educação), adaptando um instrumento usado em

um estudo anterior sobre planejamento entre jovens adultos (Neves & Barham, 2011) e

acrescentando outras dimensões. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo

comparar as informações obtidas com cada instrumento, visando avaliar a

funcionalidade de cada um no registro de planos para a aposentadoria. Metade dos

participantes (n = 12) registraram seus planos para a vida pós aposentadoria usando o

instrumento de Nunes e Barham (2012) e outro metade (n = 12) usou o instrumento

novo, proposto no presente trabalho, baseado no instrumento da Neves e Barham

(2011). Os participantes incluíram trabalhadores de ambos os sexos, próximos do

evento da aposentadoria e de diferentes atuações profissionais. Como resultados

principais, observou-se que: (a) o número de planos obtidas com o instrumento de

Nunes e Barham foi maior do que com o instrumento de Ballotim e Barham; (b) o

número total de planos foi baixo e muitos respondentes relataram dificuldade em

desenvolver planos realistas e personalizados; (c) as mulheres apresentaram um número

um pouco maior de planos do que os homens. Recomenda-se que profissionais da área

de psicologia usam instrumentos para o registro de planos para a aposentadoria, como o

de Nunes e Barham, para iniciar intervenções para estimular pré-aposentados a

desenvolver planos exequíveis e positivos.

Palavras chaves-Planejamento, aposentadoria, pré-aposentados, planos, instrumento de

planejamento, terceira-idade.

Page 21: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – LÍGIA BARBOZA MOREIRA

ORIENTADORA – PROFA. DRA. ZILDA AP. DEL PRETTE

TÍTULO - HABILIDADES SOCIAIS DO PROFESSOR E O

COMPORTAMENTO SOCIAL DOS ALUNOS

RESUMO – A literatura aponta a importância da interação professor-aluno para o

processo de aprendizagem e desenvolvimento social do aluno e o papel das habilidades

sociais, gerais e educativas, do professor para a qualidade dessas interações. Entretanto,

apesar dessa relação verificada, não foi encontrado nenhum estudo que relacionasse

diretamente influência do repertório de habilidades sociais gerais ou educativas do

professor sobre o comportamento social, em particular agressivo, e o repertório de

habilidades sociais do aluno, o que é importante para direcionar intervenções efetivas

com professores. O presente estudo, longitudinal, objetiva verificar relações entre as

habilidades sociais educativas do professor e a frequência de comportamentos

agressivos e de habilidades sociais de seus alunos. Em uma primeira etapa, participaram

todos os professores de quarto e quinto ano de quatro escolas públicas. Os professores

responderam ao Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette) e ao Inventário de

Habilidades Sociais Educativas (IHSE-Del-Prette). Foram selecionados três professores

com alto escore de habilidades sociais educativas e três com baixo escore de habilidades

sociais educativas. Também participaram do estudo, consoante a autorização dos pais,

os alunos destes professores selecionados. Esses alunos responderam ao Questionário de

Comportamentos Agressivos e Reativos Entre Pares (Q-CARP) e ao Sistema de

Avaliação de Habilidades Sociais (SSRS-BR). Após seis meses da primeira etapa,

foram aplicados novamente os instrumentos com todos os participantes. Foram feitas

comparações entre os dados obtidos na primeira e na segunda etapa do estudo quanto à

frequência de comportamentos agressivos e habilidades sociais dos alunos apresentados

nos dois momentos e com relação a eventuais mudanças no repertório dos professores.

Nos resultados não foram encontradas diferenças significativas no repertório social dos

alunos nem no dos professores. São discutidas as limitações do estudo como o curto

intervalo de tempo entre as coletas de dados e a forma na qual foi feita a caracterização

dos professores, que ocorreu apenas com base na autoavaliação dos mesmos.

Palavras-chave: Professores; Habilidades Sociais Educativas; Alunos; Comportamento

Agressivo.

Page 22: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – LILIAN DE PAULA BARBOSA

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GERORGINA FANEKO MANIAKAS

TÍTULO - PSICANÁLISE E MODA: POSSÍVEIS RELAÇÕES ENT RE O EU E

A VESTIMENTA

RESUMO – A moda tem sido um dos fenômenos mais influentes na civilização ocidental

desde o Renascimento. Porém, mesmo estando nas ruas, na indústria e na mídia, a moda

não é considerada uma preocupação intelectual real ou relevante. Existe um grande número

de crônicas jornalísticas sobre o assunto, porém há uma escassez de publicações no que

realmente se refere à compreensão do fenômeno. Considerando a moda como um

fenômeno social amplo e que se aplica a diversos aspectos da sociedade, o presente estudo

elege dentre eles o vestuário com o objetivo de investigar, por meio da perspectiva teórica

da psicanálise, as possíveis relações existentes entre a vestimenta e o Eu, instância

psíquica. Para isso, realizou- se uma revisão bibliográfica a partir de textos tradicionais e

artigos contemporâneos de psicanálise, sociologia da moda, além de uma publicação de

filosofia. Discute-se o impacto da modernidade sobre a constituição do Eu por conta da

quebra de valores tradicionais, tendo como consequência o crescimento da importância do

vestuário no processo de individualização do sujeito, além das relações da vestimenta com

o ideal do Eu.

Palavras-chave: Psicanálise; Moda; Eu; Vestimenta.

Page 23: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – MARCELA THAÍS PANE

ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO DOS SANTOS CARMO

TÍTULO - DIÁLOGO: SER HUMANO INTEGRAL E INTEGRADO A PARTIR

DO AUTOCONHECIMENTO

RESUMO – A realidade contemporânea é um tanto quanto alarmante. Alarmante no

sentido de que podemos extinguir a nossa própria espécie. Mesma espécie que pode se

caracterizar por sua sapiência, sua consciência. Consciência ou consciências que não

conscientes podem se tornar alienação. Em massa! Como uma das inúmeras respostas à

alienação em massa está a Educação. O presente trabalho defende uma Educação

holística que reconhece distintas formas de consciência para se criar uma expansão da

consciência crítica. A consciência crítica é processo dialético de reflexão e exploração.

Uma Educação holística, pautada em uma abordagem transdisciplinar, que adota a

Psicologia pode contribuir para a concepção de um ser humano que reflita sobre si

mesmo e se reconheça como um ser integral e integrado em um todo sustentável, ou

não. Dessa forma, cada um pode se descobrir como essencial na criação do todo, ou

seja, se reconhecer como livre. O que pode mudar a alarmante realidade contemporânea.

Palavras-chave: Ser humano, Consciência, Alienação, Educação holística,

Sustentabilidade, Psicologia, Liberdade.

Page 24: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – MÁRCIA AKEMI FUJIE

ORIENTADORA – PROFA. DRA. LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQ UERQUE

WILLIAMS

TÍTULO - AVALIAÇÃO DE CRENÇAS SOBRE VIOLÊNCIA EM CR IANÇAS

VÍTIMAS E NÃO VÍTIMAS DE MAUS-TRATOS

RESUMO – Estudos apontam o impacto negativo da violência na infância para o

desenvolvimento cerebral e das habilidades sociais, emocionais e cognitivas das

crianças. A maneira como a criança entende e processa a violência está relacionada às

suas crenças e ideias, construídas durante seu desenvolvimento. Pesquisas

internacionais têm apontado que crianças, com idade entre 10 e 18 anos, vítimas de

maus-tratos possuem cognições distorcidas sobre a violência. Estudos nacionais sobre o

tema e com crianças menores ainda não foram realizados. Dessa maneira, o presente

estudo teve por objetivo elaborar e aplicar um instrumento para avaliar crenças sobre

violência em crianças de 6 a 14 anos. Participaram da pesquisa 45 crianças e a coleta de

dados foi conduzida no Conselho Tutelar, em duas ONGs municipais que realizam

atividades com crianças em situação de vulnerabilidade social e na casa dos

participantes. Utilizou-se para a coleta de dados os instrumentos: Entrevista Inicial,

Questionário Infantil de Crenças sobre Violência (QICV) – elaborado na presente

pesquisa – e Diário de Campo. Para análise estatística, os dados foram analisados de

maneira qualitativa e quantitativa. Os principais resultados mostram que há uma

correlação entre o grupo de vítimas de maus-tratos com escolha das alternativas

passivas nas vinhetas de violência intrafamiliar 1 e 2 e nas vinhetas de quebra de regra

moral 1 e 2. Esses dados dão suporte a outros resultados da literatura de que crianças

vítimas de maus-tratos têm cognições distorcidas em relação à violência, apresentando

mais comportamentos agressivos e passivos em relação às crianças não vítimas.

Palavras-chave: crianças; crenças sobre violência; maus-tratos.

Page 25: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – MARIA CLARA MICELI GONÇALVES

ORIENTADORA – PROFA. DRA. PATRÍCIA WALTZ SCHELINI

TÍTULO - A INFLUÊNCIA DA EXTROVERSÃO NA CRIATIVIDAD E

VERBAL E FIGURAL .

RESUMO – A personalidade é considerada um dos elementos de maior importância na

elaboração do produto criativo, por isso um dos objetivos dos pesquisadores na área da

criatividade é investigar quais traços da personalidade a influenciam de forma

significativa. Este estudo teve como objetivo investigar qual é a influência do traço de

personalidade extroversão no processo criativo. Para isso foi utilizada uma amostra de

20 estudantes universitários, de ambos os gêneros. Para a avaliação deste traço de

personalidade foi aplicada a Escala Fatorial de Extroversão (EFEx); em seguida foram

aplicados, em todos os participantes, os Testes de Torrance - versão figural e verbal, de

modo a possibilitar a avaliação da influência da criatividade entre pessoas consideradas

introvertidas e pessoas consideradas extrovertidas. Os resultados indicam que há relação

entre a extroversão e a criatividade; os fatores da extroversão mais envolvidos com o

processo criativo são o fator “Comunicação” e o fator “Altivez”. Por outro lado, o fator

“Assertividade” apresentou correlações baixas.

Palavras-chave: personalidade, introversão, processo criativo, produto criativo.

AUTORA – MARIA FERNANDA JORGE LORENZINI

ORIENTADORA – PROFA. DRA. ELIZABETH J. BARHAM

TÍTULO - TRABALHADORES QUE CUIDAM DE PARENTES IDOSO S:

ESFORÇOS E NECESSIDADES NA CONCILIAÇÃO DE

RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS E FAMILIARES.

RESUMO – Idosos fragilizados requerem cuidados e a maior parte deste apoio é

oferecido por membros da família. Em gerações anteriores, eram as donas de casa,

principalmente, que assumiam este trabalho. No entanto, atualmente, a maioria das

mulheres brasileiras trabalha fora de casa. Assim, para melhor gerenciar os conflitos que

Page 26: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

surgem entre demandas profissionais e familiares, é importante saber mais sobre a

situação de pessoas formalmente empregadas que assistem parentes idosos. Não se

encontrou estudos brasileiros sobre esta situação. Assim, no presente estudo, levantou-

se informações sobre: as responsabilidades assumidas no papel de cuidador de idoso, o

bem-estar do cuidador e apoios que usavam ou desejavam utilizar para conciliar estes

dois envolvimentos. Foram entrevistados 29 servidores que acompanhavam parentes

idosos e que trabalhavam em uma instituição pública de grande porte, no interior do

estado de São Paulo. O roteiro de entrevista inclui uma versão reduzida do C.A.R.E.

Tool, para investigar as responsabilidades e necessidades de apoio por parte do

respondente, além de escalas para medir suas percepções de sobrecarga no papel de

cuidador, estresse, importância do trabalho, satisfação no trabalho e problemas no seu

desempenho profissional e na sua vida pessoal. Os dados quantitativos foram analisados

por meio de procedimentos estatísticos descritivos (média, desvio padrão, valores

máximos e mínimos) e as informações qualitativas foram analisadas por meio de

técnicas de análise de conteúdo. Os participantes relataram: a) passar 32 horas por

semana, em média, assistindo seu parente idoso, com uma grande prevalência de

atividades de apoio afetivo; b) um grau baixo de sobrecarga em relação ao papel de

cuidador de idoso; c) um nível moderado de estresse geral (M = 5,6; dp = 1,34),

considerando que a escala de pontuação variou de 1 a 10; d) um estado de Saúde

Emocional e Saúde Física avaliado como ‘razoável’ ou ‘bom’. Em relação às estratégias

que usam para conciliar seu trabalho profissional e familiar, a maioria dos participantes

ressaltou que a flexibilização quanto aos seus horários e atividades no seu local de

trabalho era muito importante. Entretanto, como não existe uma política formal a este

respeito, os respondentes indiciaram que sua continuação na sua função dependia de

conseguir fazer acordos individuais com cada chefia nova. Relataram, também, que as

decisões sobre flexibilização laboral variam, gerando percepções de desigualdade. Neste

sentido, é importante notar que a permanência dos respondentes no seu cargo também

reflete seu desejo de trabalhar, uma vez que, usando uma escala que variou de um valor

mínimo de 1 até um máximo de 10, atribuíram moderado a alto nível de importância ao

seu trabalho (M = 7.74; dp = 1,75) e nível bom de satisfação com o trabalho (M = 7; dp

= 1,4). Assim, a introdução de políticas organizacionais formais para apoiar

funcionários que cuidam de parentes idosos pode contribuir para o bem-estar e

permanência de funcionários no mercado de trabalho durante este período de suas vidas.

Em conclusão, os resultados deste estudo contribuem para melhorar nosso entendimento

Page 27: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

de algumas das questões envolvidas na conciliação do trabalho remunerado e familiar,

quando é preciso ajudar parentes idosos, visando reconhecer e apoiar as necessidades de

idosos e seus cuidadores, enquanto procura-se manter uma força de trabalho produtiva.

Palavras-chave: trabalho; cuidador; idoso; sobrecarga; necessidades; políticas de

trabalho.

AUTORA – MARIA LUIZA FERREIRA DE CASTRO

ORIENTADORA – PROFA. DRA. DÉBORA DE HOLLANDA SOUZA

TÍTULO - EFEITOS DA NARRATIVA DRAMATIZADA NA COMPRE ENSÃO

DE EMOÇÕES EM CRIANÇAS PEQUENAS

RESUMO – Os livros infantis e a contação de histórias têm recebido cada vez mais

atenção de pesquisadores interessados no desenvolvimento infantil. As vantagens de

livros infantis vão desde aquisição de leitura até o enriquecimento das habilidades

sóciocognitivas das crianças. Vários aspectos dos livros e características do contador,

como a presença de figuras e a entonação da voz, podem influenciar o aproveitamento

da criança na situação de leitura. O objetivo do presente estudo foi investigar se o uso

de narração dramatizada pode facilitar a compreensão de emoções em uma amostra de

23 crianças com idade entre 5 e 6 anos (M = 5 anos e 7 meses, DP = 5,4 meses),

fazendo uso de dois diferentes livros. Além disso, investigamos os hábitos de leitura dos

pais dos participantes, como frequência com que lêem para seus filhos e se fazem uso de

variação na entonação de voz. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em

duas condições: a) a leitura dramatizada de um livro (leitura acompanhada de entonação

variada para cada personagem) é seguida da leitura sem dramatização do outro livro

(entonação de voz uniforme), e b) a primeira leitura é sem dramatização e a segunda é

com dramatização. Outra variável controlada foi a ordem em que esses livros foram

apresentados. Após a leitura de cada história, as crianças respondiam a um questionário

composto por dez perguntas, quatro de memória e seis de compreensão emocional. Cada

participante foi avaliado em um Teste de Compreensão Emocional (TCE). Os pais

Page 28: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

foram avaliados através de um questionário com quatro perguntas referentes aos hábitos

de leitura com seus filhos. Os dados obtidos com o questionário dos pais revelaram que

74% deles afirmam fazer variação de voz quando leem para seus filhos; 52% leem para

seus filhos uma vez por mês ou menos. Um teste de regressão linear revelou um efeito

moderador da compreensão emocional dos participantes na pontuação total nos

questionários (t = 0,422; p = 0,02). Os participantes foram então divididos em um

grupo de alta compreensão emocional (M no TCE > 3,00) e baixa compreensão

emocional (M no TCE ≤ 3,00). A partir de uma análise descritiva, encontrou-se que o

desempenho dos participantes com baixa compreensão emocional foi melhor na

condição com dramatização (M = 6,57; DP = 0,68) do que na condição sem

dramatização (M = 3,85; DP = 0,67). O aproveitamento da narrativa dramatizada é

eficiente, portanto, apenas para crianças com compreensão emocional ainda limitada.

Essa descoberta contribui para a nossa compreensão atual de como e para quem a leitura

compartilhada pode servir como um instrumento para o desenvolvimento cognitivo e

emocional.

Palavras-chave: crianças em idade escolar, compreensão de emoções, leitura

compartilhada.

AUTOR – MATEUS GONÇALVES NOGUEIRA DOS SANTOS

ORIENTADOR – PROF. DR. CELSO GOYOS

TÍTULO - ESTABELECIMENTO DE CONTROLE CONTEXTUAL

GENERALIZADO SOBRE DISCRIMINAÇÕES CONDICIONAIS

RESUMO – O controle contextual pode ser entendido como uma expansão da

contingência de quatro termos, a qual caracteriza a unidade mais simples do controle

condicional. Estudos acerca dos efeitos do controle contextual sobre discriminações

condicionais e classes de equivalência vêm sendo conduzidos desde a década de 1980 e

uma questão relevante nesta área, tanto do ponto de vista experimental quanto aplicado,

é encontrar qual seria o procedimento mais eficaz e econômico para o estabelecimento

do controle contextual. O presente trabalho teve por objetivo investigar as variáveis

relacionadas a um procedimento de treino intercalado e em blocos para o

estabelecimento do controle contextual de relações condicionais, e a generalização deste

Page 29: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

controle para novos estímulos. Foi utilizado um software para apresentação de tarefas

de escolha de acordo com o modelo. Figuras abstratas foram usadas como estímulos

comparação e modelo; diferentes cores de plano de fundo foram usadas como estímulos

contextuais. Cinco estudantes universitários participaram do estudo. O procedimento

contou com nove etapas. Etapas de treino (1 a 5) das discriminações condicionais em

bloco foram conduzidas, e os blocos foram esvanecidos sucessivamente. Em seguida, os

participantes foram expostos a um treino intercalado (etapa 6). Então, foi realizado um

teste das relações treinadas (etapa 7) na etapa anterior. Na sequência, um teste (etapa 8)

foi conduzido com a introdução de um novo estímulo contextual. Por fim, na última

etapa (9), foi conduzido um teste no qual novos estímulos contextuais, modelo e de

comparação foram apresentados; o objetivo dessa etapa foi verificar se os participantes

responderiam de acordo com uma padrão consistente ao longo de toda a fase, e se esse

padrão demonstraria a formação de discriminação condicional sob controle contextual.

Nas etapas de treino todas as respostas dos participantes foram consequenciadas,

enquanto nas etapas de teste nenhuma resposta foi consequenciada. Todos os cinco

participantes demonstraram o estabelecimento das discriminações condicionais e do

controle contextual sobre elas. Todos, ainda, responderam de acordo com a relação não

ensinada quando apresentado o estímulo contextual novo, na etapa 8. Três participantes

demonstraram um padrão consistente ao longo da última etapa, selecionando um

estímulo comparação diferente para cada estímulo modelo, porém sem considerar os

estímulos contextuais. Os outros dois participantes demonstraram um padrão menos

consistente ao longo da última etapa, porém que pode demonstrar que estavam

respondendo sob controle dos estímulos contextuais. O presente procedimento pareceu

eficaz para estabelecer controle condicional de segunda ordem. Medidas de tempos e

repetição de etapas são apresentadas. As diferenças dos desempenhos nas fases de teste

entre os participantes são discutidas de acordo com sua história deles durante as fases de

treino. São discutidas possíveis alterações no procedimento para levar a um responder

de acordo com o controle condicional de segunda ordem na última etapa.

Palavras-chave: emparelhamento de acordo com o modelo, responder relacional,

discriminação condicional de segunda ordem.

Page 30: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTORA – MOIRA ESCORSE

ORIENTADORA – PROFA. DRA. LUCIANA NOGUEIRA FIORONI

TÍTULO - INVESTIGANDO O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: UM ESTUDO

COM FAMILIARES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE .

RESUMO - O presente estudo pretendeu investigar as concepções e representações

sociais dos familiares cuidadores e dos profissionais de saúde sobre os cuidados

ofertados aos portadores de sofrimento mental. A partir de entrevistas e de observação-

participante no Grupo de Família oferecido pelo Caps II, buscou-se identificar a rotina

dos cuidadores e dos profissionais na realização do cuidado ao portador de saúde

mental; bem como identificar as sobrecargas e as motivações e suas consequências da

participação do familiar no tratamento e no cuidado. Com um olhar de uma abordagem

hermenêutica-dialética procurou-se questionar sobre os sentidos e significados presentes

nos discursos dos familiares e profissionais; os compreendendo dentro de um contexto

sócio-histórico-cultural que implica certos saberes e ações na produção de saúde mental.

A sistematização da análise foi a análise temática para as entrevistas com os cuidadores;

e a análise processual longitudinal para os encontros com o Grupo de Família. Os

resultados revelam uma necessidade, ainda não identificada como demanda no serviço,

relacional para com os cuidadores no auxilio à rotina do cuidado que os familiares

oferecem aos sujeitos em sofrimento psíquico. É preciso recontextualizar as ideias sobre

o cuidado ideal em saúde mental para um cuidado possível e que considere o sujeito em

sofrimento psíquico e sua família em constante articulação para que um processo de

autonomia e desenvolvimento pessoal seja adquirido. A transição do micro e do macro

cosmos no contexto de produção em saúde mental ajuda a compor múltiplas visões da

realidade, e retirar o peso de uma verdade totalizante que pretende adotar somente uma

maneira de cuidar.

Palavras-chave: cuidado, representações sociais, relações profissional-família, saúde

mental.

Page 31: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTOR – NATHÁRA VIEIRA GONZAGA

ORIENTADORA – PROFA. DRA. DEISY DAS GRAÇAS DE SOUZA

TÍTULO - ESTABELECIMENTO DE ESCRITA SOB CONTROLE DE DITADO

A PARTIR DO USO DE SÍLABAS EM ESTUDANTES DO ENSINO

FUNDAMENTAL

RESUMO – Vários estudos têm investigado a aquisição de leitura e escrita. Na maioria

deles, as relações ensinadas privilegiam o desenvolvimento da leitura e os efeitos

observados no repertório de escrita são registrados como subproduto do ensino de

leitura. O presente estudo teve como objetivo investigar o fenômeno contrário: ensinar

relações que promovessem a escrita e verificar os possíveis efeitos sobre a leitura.

Pretendia-se também verificar a ocorrência ou não de repertórios recombinativos

(leitura e escrita de palavras compostas pela recombinação de sílabas das palavras

ensinadas). Participaram do estudo sete alunos do primeiro ciclo do Ensino

Fundamental que não conseguiram escrever ou ler um conjunto de 30 palavras em uma

avaliação inicial. O procedimento empregado envolvia uma tarefa informatizada de

construção de palavras sob controle de ditado a partir do uso de sílabas. Nesse tipo de

tarefa, um estímulo modelo (que podia ser uma figura e a palavra impressa

correspondente – estímulo composto, ou uma palavra ditada) era apresentado

juntamente com um grupo de sílabas (estímulos de escolha). A tarefa do participante

consistia em selecionar, entre os estímulos de escolha disponíveis, na sequência correta,

as sílabas que permitiam construir a palavra correspondente ao modelo. Foi ensinada a

construção de 30 palavras, constituídas por sílabas simples do tipo consoante-vogal. A

partir da recombinação das sílabas das palavras ensinadas, 18 palavras novas foram

construídas para as situações de sonda. As palavras já aprendidas eram reapresentadas,

juntamente com palavras novas, ao longo do procedimento, constituindo uma linha de

base cumulativa. Antes e após o ensino o desempenho dos participantes foi avaliado por

meio de sondas que apresentavam, além de ditado, tarefas de leitura e emparelhamentos

(palavra impressa-palavra ditada, figura-palavra impressa e palavra impressa-figura);

tanto para a comparação de dados e descrição do progresso de cada participante quanto

para a análise da efetividade do procedimento. A análise de dados foi realizada a partir

do cálculo e comparação das porcentagens de acertos obtidas nas tarefas de interesse

Page 32: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

das sondas. Após a exposição ao procedimento, todos os participantes apresentaram

ganhos em escrita e em leitura, com pequena variabilidade entre os participantes. Os

desempenhos em leitura foram inferiores aos desempenhos em escrita para três dos sete

participantes; e os com palavras novas foram bastante inferiores aos com as palavras

ensinadas. É possível que o desempenho inferior com as palavras novas tenha se devido

ao número reduzido de palavras ensinadas. Talvez o ensino de uma quantidade maior de

palavras possa ter algum efeito sobre essa variável. Para tanto, mais estudos devem ser

conduzidos. Os dados reunidos sugerem que o ensino da tarefa de construção da

resposta por meio do uso de sílabas contribuiu para instalar e ampliar tanto o repertório

de escrita quanto o de leitura dos participantes, diminuindo a defasagem inicial

apresentada por eles.

Palavras-chave: escrita, leitura, emparelhamento de acordo com o modelo por

construção da resposta, programação de ensino, generalização recombinativa,

equivalência de estímulos.

AUTOR – PEDRO LUIZ SIMONETTI FILHO

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA FANECO MANIAKAS

TÍTULO - “ANÁLISE DO USO DA INTERNET PELOS ESTUDANTES DA

UFSCAR – CAMPUS SÃO CARLOS”: UMA REVISÃO

RESUMO – A internet é uma ferramenta cada vez mais presente em todas as facetas da

vida atual. Ela possibilita toda uma gama de atividades dos tipos mais variados, tais

como acesso a entretenimento na forma de filmes, música e games, acesso a informação

de maneira rápida e precisa, e facilidades nas comunicações e notícias. Seu uso pode

variar do quase inexistente ao abusivo, onde há prejuízos diversos na vida do usuário,

tais como aumento na necessidade de permanecer online e sentimentos de inadequação

quando desconectado. No ano de 2012, Ribeiro realizou uma pesquisa no campus de

São Carlos da UFSCar a fim de analisar o perfil de uso do estudante da referida

universidade. Em seu estudo ele utilizou um questionário desenvolvido a partir dos

questionários de WHOQOL – 100 para Qualidade de Vida, versão em português, da

Organização Mundial de Saúde, dos questionários de Kimberly S. Young (1996, 1999,

2007) e na CID-10. Em tal questionário avaliou-se o contato dos estudantes com a rede,

Page 33: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

tais como os tipos e motivos de acesso, seguidos então por uma escala Likert que

averiguou o relacionamento deles com a internet em cinco blocos temáticos, a saber:

questões gerais (aspectos referentes ao relacionamento geral do participante com a

rede), relacionamentos interpessoais (aspectos relacionados à qualidade e quantidade de

suas relações interpessoais), emoções e sentimentos em relação a internet (questões

referentes aos afetos do participante em relação a internet, incluindo seu uso e a

interrupção deste), vida sexual (questões referentes à qualidade da vida sexual do

participante, e o quanto esta se relaciona ao uso da internet) e sentido da vida e crenças

(averiguando a presença de crenças na vida do participante e o quanto elas o ajudam a

encontrar um sentido na vida e superar dificuldades). O questionário foi então finalizado

por três questões abertas. O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão do

estudo anterior, acrescentando àquele uma comparação dos resultados entre as três áreas

clássicas do conhecimento, ciências exatas, biológicas e humanas. Participaram desta

pesquisa 82 estudantes iniciantes (1º e 2º anos de graduação) das três áreas. Os dados

coletados foram tratados estatisticamente, comparados e avaliados qualitativamente a

fim de traçar não apenas um perfil geral do usuário iniciante, como também o perfil do

usuário da internet em cada área do conhecimento.

Palavras-chave: internet; hábitos de uso de internet; análise de uso de internet;

dependência em internet; Universidade Federal de São Carlos

AUTORA – RÉA SÍLVIA RAMOS MONTAGNER

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA C. O. FANECO MAN IAKAS

TÍTULO - REPRESENTAÇÕES DE CORPO NO UNIVERSO RELIGI OSO

CONTEMPORÂNEO

RESUMO – Com o intuito de explorar e criar pontes entre diferentes concepções e

percepções de corpo no universo religioso contemporâneo o presente estudo traz

linguagens simbólicas, referenciais culturais específicos e reflexões pessoais de

diferentes representantes religiosos que evidenciam a co-relação corpo e mente e suas

respectivas funções, potenciais e limitações. Em outros termos, as representações de

corpo nos universos religiosos em análise trazem a afirmativa de que não somos apenas

Page 34: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

um corpo físico de passagem no planeta Terra, mas sim um conjunto de subjetividades

que dá, inclusive, origem ao conceito de corporeidade e direcionamento aos fins de

supostos corpos físico, mental, emocional e energético.

AUTOR – RICARDO MARTINELLI BONDIOLI

ORIENTADORA – PROFA. DRA. MARIA DE JESUS DUTRA DOS REIS

TÍTULO - EFEITO DA HISTÓRIA EXPERIMENTAL E DAS

CONSEQUÊNCIAS NA SENSIBILIDADE AS CONTINGÊNCIAS.

RESUMO – Regras são estímulos antecedentes, na forma de descrições verbais, que

especificam comportamentos; quando emitimos um comportamento seguindo essas

descrições, estes comportamentos foram governados por regras. As contingências no

ambiente estão em constantes mudanças, e responder de acordo com uma regra que não

produz reforçador é denominada insensibilidade às contingências, enquanto que

sensibilidade às contingências é quando a resposta muda diante de alterações nas

contingências de reforço. Grupos de pesquisadores tem buscado avaliar quais os

possíveis resultados das consequências na sensibilidade às contingências, encontrando

até o presente momento, que a perda de reforçadores aumenta a sensibilidade às

consequências quando as regras são discrepantes. Com relação ao histórico de

aprendizagem, os resultados demonstram que um histórico de exposição direta às

contingências favorece posteriormente a sensibilidade ao reforço, enquanto que, um

histórico de aprendizagem por regras correspondentes resulta em maior insensibilidade.

No presente estudo buscou-se observar se a história experimental - aprendizagem por

contingências (instrução mínima) ou por regras (correspondentes ou discrepantes), e as

consequências – positiva ou negativa – influenciam no comportamento posterior de

seguimento de regras. Trinta e seis (36) participantes foram divididos em dois grupos

experimentais: (1) Grupo Positivo e (2) Grupo Negativo. No Grupo Negativo, o

participantes iniciavam a sessão com 80 pontos, e perdiam um ponto a cada erro; no

Grupo Positivo, a sessão tinha inicio com zero pontos, sendo acrescido um ponto para

cada acerto. Um procedimento informatizado foi implantado, utilizando tarefas de

Page 35: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

escolha de acordo com o modelo; a tarefa consistia em selecionar um de dois estímulos

de comparação na presença de um estímulo contextual. Nos dois grupos, os

participantes foram expostos a duas condições experimentais: Fase 1, a fase de

aquisição (história experimental) – os participantes aprendiam por instruções completas

(correspondente ou discrepante das contingências) ou por instrução mínima (exposto

diretamente às contingências); e a Fase 2, em que todos recebiam as mesmas instruções,

e era composta por 80 tentativas dividas em quatro blocos (C1, D1, C2 e D2,

respectivamente) de 20 tentativas cada, sendo, nos blocos C1 e C2 programadas

contingências correspondentes as contingências e nos blocos D1 e D2 discrepantes. Na

Fase 2, nas blocos discrepantes, os participantes que aprenderam por contingências,

tanto no Grupo Positivo (71,7%), quanto no Negativo (87,9%), receberam maiores

porcentagens médias de reforços. Os participantes com história de discrepância e

contingências de reforço negativo também receberam uma porcentagem representativa

de reforços (77,1%). Os resultados corroboram estudos da área, em que o seguimento de

regras tende a ser abandonado mais facilmente quando a consequência programada é a

de perda de reforçadores, interagindo com uma história de aprendizagem por exposição

direta as contingências.

Palavras-chave: Comportamento governado por regras; consequências; sensibilidade às

contingências.

AUTORA – STACY CARRERI ALVES

ORIENTADORA – PROFA. DRA. MARIA DE JESUS DUTRA DOS REIS.

TÍTULO - INVESTIGANDO ASPECTOS DA RELAÇÃO MÃE-FILHA NO

DESENVOLVIMENTO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES: UM EST UDO

ON LINE.

RESUMO – Transtornos Alimentares (TAs) são distúrbios usualmente relacionados ao

consumo ou absorção alterada de alimentos, comprometendo a saúde física e o

funcionamento psicossocial. Estudos enfocam o papel da família no desencadeamento e

na permanência desses transtornos, pois é nesta relação que crianças e adolescentes

aprendem grande parte de seus comportamentos, formando opiniões sobre sua aparência

e forma corporal. Entre as características apontadas relativas à constelação familiar

Page 36: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

estão: perfeccionismo; superproteção maternal gerando pouca autonomia; mães com

exagerada preocupação com o peso dos filhos, incentivando dietas; insatisfação corporal

da mãe; comentários depreciativos constantes; baixo nível de cuidados parentais. O

presente estudo teve como objetivo analisar aspectos da interação entre mães e filhas,

em mulheres brasileiras, buscando identificar condições relacionadas com a

sintomatologia de TA destas filhas. Foram convidadas mulheres entre 18 e 29 anos que

declararam ter recebido diagnóstico de anorexia e/ou bulimia nervosa. O convite foi

encaminhado em mídia digital, disponibilizado na Plataforma Facebook das

pesquisadoras e por mensagem eletrônica encaminhada para endereços institucionais de

agencias de tratamento ou de informação sobre TA. Foi utilizado um questionário on-

line, construído e disponibilizado na base Google Docs. Neste questionário, após a

concordância do TCLE, era solicitado o fornecimento de informações sobre gênero,

idade, escolaridade, ocupação, estado civil, peso, altura, fatores socioeconômico e

diagnóstico prévio de TA. Inventários psicológicos eram apresentados na seqüência. As

atitudes com relação ao comportamento alimentar foram aferidas pelo Teste de Atitudes

Alimentares (EAT-26); aspectos relativos a (1) cuidado e (2) superproteção na relação

mãe e filha, nos 16 primeiros anos de vida, com o Parental Bonding Instrument (PBI); e

aspectos relacionados à autoestima e imagem corporal, através da Escala de Figuras de

Stunkard (FRS) e de sete questões selecionadas do Body Shape Questionnaire (BSQ).

Dos 62 questionários recebidos, foram selecionados 12 que preenchiam os critérios de

inclusão (Grupo com Diagnóstico): 1) sexo feminino; 2) idade entre 18 e 29 anos; 3)

diagnóstico prévio de TA; e, 4) EAT igual ou superior a 21 pontos; dos quarenta e sete

participantes que afirmaram não ter diagnóstico, foram selecionadas 12 mulheres

(Grupo Sem Diagnóstico), com escores no EAT inferiores a 21, pareadas por idade,

escolaridade e estado civil às participantes com diagnóstico. No grupo com diagnóstico,

foram observados escores significativamente maiores de mães com comportamentos

superprotetores (PBI: Mann Whitney, z=-2,371, p<0,017) e maior insatisfação com a

imagem corporal (BSQ: Mann Whitney, z=2,745, p<0,005). No mesmo grupo, a

superproteção foi positivamente relacionada com a insatisfação corporal (BSQ:

Spearman, r=0,57, p<0,026); a insatisfação, por sua vez, foi correlacionada com

atitudes alimentares negativas (EAT, Spearman: r=0,75, p<0,001) e distorção na auto-

imagem (Stunkard: Spearman, r=0,84, p<0,001). Para o grupo sem diagnóstico, quanto

maior o cuidado maternal, menor o índice de insatisfação corporal (Spearman, r=-0,67,

p<0,017). O estudo corrobora resultados da literatura sobre TAs estarem relacionados à

Page 37: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

atitudes superprotetoras maternas, diferenciando do cuidado maternal, que parece estar

relacionado a um desenvolvimento mais adequado.

Palavras-chave: Transtorno alimentar; anorexia; bulimia; díade mãe-filha; auto-imagem;

investigação por instrumento on line.

AUTOR – THALES DE ALMEIDA CERVI

ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO ÂNGELO FANTINI

TÍTULO - Violência no futebol: a construção de intolerâncias nas mídias.

RESUMO – A intolerância é um fenômeno social que gera atos de agressividade e

violência que cada vez mais aparecem no futebol, principalmente nos confrontos entre

torcedores. A relevância em se discutir o assunto está em pensar formas de subsidiar as

ações de segurança pública e também avaliar os discursos que circulam nas mídias

sobre essas práticas intolerantes. A análise destes discursos, busca entender como os

processos de identificação, especialmente masculinos, contribuem para a construção de

intolerâncias. Neste sentido, busca-se avaliar os conteúdos midiáticos que podem ser

provocativos, pejorativos e se que constituem nos meios de comunicação especialmente,

em um primeiro momento, na forma de chistes. A pesquisa se baseia em uma análise

dos discursos que circulam nas novas mídias como reflexo do discurso produzido nas

mídias tradicionais. Para tal, faz-se uso da psicanálise aplicada na tentativa de construir

dispositivos de análise que permitam apreender as articulações entre sujeito e sociedade,

o que no caso, trata-se de fazer emergir as injunções inconscientes que produzem as

falas dos sujeitos que produzem os atos que podem ser realizados solitariamente ou em

grupo.

Palavras chave: intolerância; violência; torcidas de futebol; mídias.

Page 38: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

AUTOR – VICENTE HUGO SANCHES PAINO PEREIRA

ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO ANGELO FANTINI

TÍTULO - PICHAÇÃO: IDENTIFICAÇÃO, PERVERSÃO E EXCLU SÃO

SOCIAL

RESUMO – O presente trabalho visa esclarecer as formações intolerantes que

envolvem a pichação tanto do lado do pichador quanto do lado daquele que se posiciona

contra este ato. As manifestações de intolerância foram encontradas em comentários nas

redes sociais, em especial o Facebook em notícias que diziam respeito ao ato. A

intolerância tem sido um tema recorrente na contemporaneidade dada a proximidade

que o meio nos proporciona com as pessoas e seus objetos. Desta proximidade de objeto

foi elucidada a ideia de formação da intolerância de Stephen Frosh advinda do livro

“Raízes da Intolerancia” (Fantini, 2014) sobre como as fronteiras do sujeito são diáfanas

e a constante invasão do outro sobre o sujeito e vice-versa. Os significantes encontrados

ajudam a elucidar a posição que o sujeito toma diante da pichação e como ele identifica

o outro. Os resultados destes significantes abriram espaço para um estudo sobre o papel

e função da lei e seu desenrolar na transgressão e quais aspectos da transgressão são

parte da formação da subjetividade do sujeito. A perversão, por fim, foi um tema que

surgiu inicialmente e que durante o trabalho ficou bastante claro que o tema não pode

ser olhado por este ângulo e sim como um fenômeno social e coletivo que visa uma

inserção ao mundo simbólico.

AUTOR – WESLEY RELBIER OLIVEIRA DOS SANTOS

ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO DOS SANTOS CARMO

TÍTULO - INDISCIPLINA EM SALA DE AULA: UMA REVISÃO DE

ESTUDOS EMPÍRICOS BRASILEIROS

RESUMO – A indisciplina escolar permanece como tema fundamental nas discussões

que envolvem atuação docente em sala de aula. A vasta produção acerca do tema

demonstra sua importância e, ao mesmo tempo, denuncia uma carência por parte de

docentes, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias eficazes para

Page 39: RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE … · estresse e depressão em familiares de crianças autistas, ... consistiu em aplicar os instrumentos de forma a evitar possíveis vieses,

diminuição de comportamentos considerados indisciplinados. Entretanto, apesar da

vasta produção escrita, parte significativa dos textos são teorizações em torno do

fenômeno da indisciplina. Identificar estudos que tratam empiricamente do tema poderia

gerar um conjunto de informações que instrumentalizariam professores a melhor

entender e lidar com esse fenômeno? A produção de estudos empíricos brasileiros que

investigaram a indisciplina escolar oferece um conjunto sólido de informações capazes

de instrumentalizar a ação dos professores em sala de aula? Partindo dessas questões, o

presente estudo objetivou elaborar uma revisão de artigos brasileiros que tratam

empiricamente da indisciplina em sala de aula. A partir dos descritores Indisciplina

Escola e, Indisciplina em Sala de Aula, foram consultados os seguintes bancos

eletrônicos de dados: CAPES, Edubase, Google Acadêmico, Redalyc e Scielo. O

critério de inclusão de artigos previa estudos que descreviam pesquisas empíricas,

independentemente da abordagem teórica adotada pelos autores. O levantamento

abrangeu os anos de 2010 a 2014, compreendendo, pois, os últimos cinco anos. Foram

obtidos 31 artigos. Destes, 27 são estudos de aplicação de instrumentos (apenas

levantamento de dados), e os outros quatro envolviam alguma forma de intervenção. Os

dados são apresentados em termos de análise bibliométrica e discutidos em relação às

características dos estudos conduzidos. A análise dos estudos quanto a objetivos,

método e resultados encontrados, não possibilita afirmar que há um conjunto sólido de

informações que instrumentalizem a ação de professores para lidar com o fenômeno da

indisciplina em sala de aula.

Palavras-chave: Indisciplina escolar, Indisciplina em sala de aula, Estudos empíricos,

Revisão sistemática da literatura, Psicologia escolar, Análise do Comportamento.