Resumo renováveis magazine 8

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renováveismagazine 1 2 editorial Aproveitamento das vantagens da mini-produção fotovoltaica 4 espaço opinião Cão que ladra tem que morder... espaço qualidade 6 O marketing interno na perspectiva da gestão de recursos humanos 8 Melhorar ou não melhorar? (2.ª parte) 12 coluna riscos renováveis Inovando Hoje, garantimos o Amanhã 14 coluna vozes do mercado Mini-produção – a alternativa renovável! 16 notícias 34 dossier mini-geração 36 Mini-geração: quo vadis? 40 Mini-geração em Portugal: que perspectivas? 44 Enquadramento e perspectivas da mini-produção de electricidade 48 A viabilidade técnica e económica da mini-geração 52 A mini-produção fotovoltaica 56 “Mini-produção” de electricidade – novo regime jurídico 58 “Terreno apto procura recurso para se renovar” entrevista 60 “A eficiência energética é principalmente a utilização de energias provenientes de fontes renováveis” – Deodato Vicente, Director-Geral da Weidmüller Portugal 64 “As energias renováveis podem ser aplicadas para benefício de todos” – Nuno Andrade, Gestor de Negócios de Renováveis da Metalogalva 68 “Compromisso de oferecer aos clientes serviços que respondam às suas necessidades” – David Alonso, Director Geral da DASOLUZ 72 investigação e tecnologia Casas em movimento, uma nova geração de casas auto-sustentáveis 76 mundo académico VERCampus campus de energias renováveis artigo técnico 82 Que inversor devo escolher? 86 Instalação de micro-geração fotovoltaica – caso de estudo 90 Geradores eléctricos na nuvem case-study 92 Descrição técnica de uma mini-geração fotovoltaica na Universidade de Aveiro reportagem 98 Formação da Donauer sobre instalação fotovoltaica produtiva na Concreta|Endiel 100 IBC SOLAR apresenta módulo solar estético e eficiente informação técnico-comercial 102 KOSTAL Solar Electric Ibérica: uma perspectiva de futuro fotovoltaico, grandes novidades em termos de produtos 104 DEGERenergie expande a sua posição como líder de mercado mundial 108 SMA SOLAR – escolha de um inversor para a mini-geração 112 Decidir estruturas de alumínio da EXTRUSAL PRO SOLAR, porquê? 116 Aproveitamento do máximo potencial da energia fotovoltaica em instalações sobre coberturas industriais com IBC SOLAR 120 Sistemas fotovoltaicos – solução completa OLFLEX SOLAR ® da POLICABOS 112 SCHOTT SOLAR melhora a eficiência dos tubos receptores CSP 124 PAIRAN, parceiro para as soluções globais de sistemas fotovoltaicos 128 Aplicação de renováveis na reabilitação de edifícios – soluções CHATRON 132 Miniprodução ERP: sistema fotovoltaico com o melhor rendimento, fiabilidade e garantia 134 Produtos CALEFFI BIOMASS 136 Sistemas fotovoltaicos devidamente protegidos 140 SCHÜCO apresenta nova geração de tecnologia de capa fina no Porto 142 MECASOLAR fornece 11,5 MW para instalações fotovoltaicas 144 produtos e tecnologias 156 renováveis em casa Dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de venda à rede 162 barómetro das renováveis 164 bibliografia 166 calendário de eventos 168 links FICHA TÉCNICA renováveis magazine 8 4º trimestre de 2011 Director Cláudio Monteiro [email protected] Corpo Editorial Coordenador Editorial: João Miranda T. +351 225 899 628 [email protected] Director Comercial: Júlio Almeida T. +351 225 899 626 [email protected] Chefe de Redacção: Helena Paulino [email protected] Assessoria Ricardo Silva [email protected] Design avawise em colaboração com Publindústria, Lda. Webdesign Martino Magalhães [email protected] Assinaturas T. +351 220 104 872 [email protected] www.engebook.com Conselho Redactorial Alexandre Fernandes (Adene) Álvaro Rodrigues (FEUP/INEGI) Ana Estanqueiro (LNEG) António Joyce (LNEG) António Sá da Costa (Apren) António Lobo Gonçalves (EDP RENOVÁVEIS) João Abel Peças Lopes (FEUP/Inesc) João Bernardo (DGEG) Joaquim Borges Gouveia (UA) José Carlos Quadrado (ISEL) Nuno Moreira (UTAD) Maria Teresa Ponce Leão (FEUP/LNEG) Rui Castro (IST) Colaboração Cláudio Monteiro, Ana Malheiro, Maria Manuel Costa, Luís Fernandes, Jorge Mafalda, Paulo Luz, Maria João Rodrigues, João Crispim, Rui Castro, Teresa Ponce de Leão, João de Jesus Ferreira, Hélder Correia, Rui Azevedo, Gonçalo Pinheiro Torres, Mariana Lemos, João Nuno Teixeira, Vicente Leite, José Batista, Orlando Rodrigues, Manuel Vieira Lopes, S. Saraiva, R. Melício, J. P. S. Catalão, J. C. O. Matias, Carlos Cabrita, Henrik Arleving, Filipe Cunha Viana, Alexandre Cruz, David Gallardo, Filipe Pereira, António Sérgio Silva, João Miranda, Helena Paulino Tiragem 5.000 Exemplares Periodicidade Trimestral Redacção, Edição e Administração CIE – Comunicação e Imprensa Especializada, Lda. ® Grupo Publindústria Tel.: +351 225 899 626/8 . Fax: +351 225 899 629 [email protected] . www.cie-comunicacao.pt Propriedade Publindústria – Produção de Comunicação, Lda. Empresa Jornalística Registo n.º 243 163 Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto Tel.: +351 225 899 620 . Fax: +351 225 899 629 Publicação Periódica Registo n.º 125808 INPI Registo n.º 452220 ISSN: 1647-6255 Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. renováveis magazine revista técnico-profissional de energias renováveis Errata ao Artigo Técnico – “Pequenas Centrais hidro-eléctricas em Portugal: passado, presente e futuro”, de Lara Ferreira e António Sá da Costa. Os autores vêm corrigir um erro de não ter sido incluído na lista de referências duas importantes fontes de informação para a redacção do artigo “Pequenas Centrais Hidroeléc- tricas em Portugal: passado, presente e futuro”, publicado na edição 7 (3.º trimestre de 2011) da Renováveis Magazine: o artigo “Produção de Energia em Pequenos Aproveitamentos Hidroeléctricos. A Experiência das Últimas Décadas em Portugal”, da autoria do Eng.º António Eira Leitão e co-autoria da Eng.ª Maria Manuela Portela, e a apresentação também realizada pelo Eng.º António Eira Leitão no Encontro Nacional de Engenharia Civil, organizado pela Ordem dos Engenheiros e pela FEUP , em Maio de 2011, intitulada “As Energias Renováveis. Estratégia Nacional para o Desenvolvimento das Mini-Hídricas. Intenções e Realidade”. Pelo facto apresentamos as nossas desculpas.

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revista técnico-profissional de energias renováveis

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renováveismagazine 1

2 editorial Aproveitamento das vantagens da mini-produção fotovoltaica

4 espaço opinião Cão que ladra tem que morder...

espaço qualidade6 O marketing interno na perspectiva da gestão de recursos humanos8 Melhorar ou não melhorar? (2.ª parte)

12 coluna riscos renováveis Inovando Hoje, garantimos o Amanhã

14 coluna vozes do mercado Mini-produção – a alternativa renovável!

16 notícias

34 dossier mini-geração36 Mini-geração: quo vadis?40 Mini-geração em Portugal: que perspectivas?44 Enquadramento e perspectivas da mini-produção de electricidade48 A viabilidade técnica e económica da mini-geração52 A mini-produção fotovoltaica56 “Mini-produção” de electricidade – novo regime jurídico58 “Terreno apto procura recurso para se renovar”

entrevista60 “A eficiência energética é principalmente a utilização de energias provenientes de fontes renováveis” – Deodato Vicente, Director-Geral da Weidmüller Portugal64 “As energias renováveis podem ser aplicadas para benefício de todos” – Nuno Andrade, Gestor de Negócios de Renováveis da Metalogalva68 “Compromisso de oferecer aos clientes serviços que respondam às suas necessidades” – David Alonso, Director Geral da DASOLUZ

72 investigação e tecnologia Casas em movimento, uma nova geração de casas auto-sustentáveis

76 mundo académico VERCampus – campus de energias renováveis

artigo técnico82 Que inversor devo escolher?86 Instalação de micro-geração fotovoltaica – caso de estudo

90 Geradores eléctricos na nuvem

case-study92 Descrição técnica de uma mini-geração fotovoltaica na Universidade de Aveiro

reportagem98 Formação da Donauer sobre instalação fotovoltaica produtiva na Concreta|Endiel100 IBC SOLAR apresenta módulo solar estético eeficiente

informação técnico-comercial102 KOSTAL Solar Electric Ibérica: uma perspectiva de futuro fotovoltaico, grandes novidades em termos de produtos104 DEGERenergie expande a sua posição como líder de mercado mundial108 SMA SOLAR – escolha de um inversor para a mini-geração112 Decidir estruturas de alumínio da ExTRUSAL PRO SOLAR, porquê?116 Aproveitamento do máximo potencial da energia fotovoltaica em instalações sobre coberturas industriais com IBC SOLAR120 Sistemas fotovoltaicos – solução completa OLFLEx SOLAR® da POLICABOS112 SCHOTT SOLARmelhoraaeficiência dos tubos receptores CSP124 PAIRAN, parceiro para as soluções globais de sistemas fotovoltaicos128 Aplicação de renováveis na reabilitação de edifícios – soluções CHATRON132 Miniprodução ERP: sistema fotovoltaico com omelhorrendimento,fiabilidadeegarantia134 Produtos CALEFFI BIOMASS136 Sistemas fotovoltaicos devidamente protegidos140 SCHüCO apresenta nova geração de tecnologiadecapafinanoPorto142 MECASOLAR fornece 11,5 MW para instalações fotovoltaicas

144 produtos e tecnologias

156 renováveis em casa Dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de venda à rede

162 barómetro das renováveis

164 bibliografia

166 calendário de eventos

168 links

FICHA TÉCNICArenováveis magazine 8

4º trimestre de 2011

DirectorCláudio Monteiro

[email protected]

Corpo EditorialCoordenador Editorial: João Miranda

T. +351 225 899 [email protected] Director Comercial: Júlio Almeida

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Chefe de Redacção: Helena [email protected]

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Conselho Redactorial Alexandre Fernandes (Adene)

Álvaro Rodrigues (FEUP/INEGI)Ana Estanqueiro (LNEG)

António Joyce (LNEG)António Sá da Costa (Apren)

António Lobo Gonçalves (EDP RENOVÁVEIS)João Abel Peças Lopes (FEUP/Inesc)

João Bernardo (DGEG)Joaquim Borges Gouveia (UA)

José Carlos Quadrado (ISEL)Nuno Moreira (UTAD)

Maria Teresa Ponce Leão (FEUP/LNEG)Rui Castro (IST)

Colaboração Cláudio Monteiro, Ana Malheiro,

Maria Manuel Costa, Luís Fernandes, Jorge Mafalda, Paulo Luz, Maria João Rodrigues, João Crispim,

Rui Castro, Teresa Ponce de Leão, João de Jesus Ferreira, Hélder Correia, Rui Azevedo,

Gonçalo Pinheiro Torres, Mariana Lemos, João Nuno Teixeira, Vicente Leite,

José Batista, Orlando Rodrigues, Manuel Vieira Lopes, S. Saraiva, R. Melício,

J. P. S. Catalão, J. C. O. Matias, Carlos Cabrita,Henrik Arleving, Filipe Cunha Viana, Alexandre Cruz,

David Gallardo, Filipe Pereira, António Sérgio Silva, João Miranda, Helena Paulino

Tiragem5.000 Exemplares

PeriodicidadeTrimestral

Redacção, Edição e AdministraçãoCIE – Comunicação e Imprensa Especializada, Lda.®

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Publicação PeriódicaRegisto n.º 125808

INPIRegisto n.º 452220

ISSN: 1647-6255

Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

renováveis

magazinerevista técnico-profissional de energias renováveis

Errata ao Artigo Técnico – “Pequenas Centrais hidro-eléctricas em Portugal: passado, presente e futuro”, de Lara Ferreira e António Sá da Costa.Os autores vêm corrigir um erro de não ter sido incluído na lista de referências duas importantes fontes de informação para a redacção do artigo “Pequenas Centrais Hidroeléc-tricas em Portugal: passado, presente e futuro”, publicado na edição 7 (3.º trimestre de 2011) da Renováveis Magazine: o artigo “Produção de Energia em Pequenos Aproveitamentos Hidroeléctricos. A Experiência das Últimas Décadas em Portugal”, da autoria do Eng.º António Eira Leitão e co-autoria da Eng.ª Maria Manuela Portela, e a apresentação também realizada pelo Eng.º António Eira Leitão no Encontro Nacional de Engenharia Civil, organizado pela Ordem dos Engenheiros e pela FEUP, em Maio de 2011, intitulada “As Energias Renováveis. Estratégia Nacional para o Desenvolvimento das Mini-Hídricas. Intenções e Realidade”. Pelo facto apresentamos as nossas desculpas.

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editorial

Aproveitamento das vantagens da mini-produção fotovoltaica

A competitividade das fontes renováveis está no aproveitamento das pequenas vantagens que cada tecnologia nos oferece.

A tecnologia fotovoltaica (FV) é certamente a mais modular das tecnologias. O custo da tecnologia (€/kW) é praticamente o mesmo, seja em pequenos sistemas domésticos de alguns kW ou seja em grandes centrais de dezenas de MW. Isto tem como implicação que os custos de produção (€/kWh) sejam apenas um pouco superiores para o caso dos pequenossistemasligadosemBaixaTensão(BT).Mas,emboraoscustosespecíficossejamsemelhantes, o mesmo já não podemos dizer do valor que esta energia tem para o sistema eléctrico. Na verdade, o valor é proporcional ao custo da eletricidade em cada um dos níveis de tensão. Com a estrutura tarifária atual, a energia fornecida em BT custa cerca de 40% mais que a energia fornecida em MT. Será justo demitir que a energia fotovoltaica produzida em BT também tenha um valor 40% superior ao da energia produzida em MT. Assim, a mini-produção injetada em BT apresenta várias vantagens para as instalações de consumo: reduz as perdas na rede, em especial as perdas nos transformadores existentes, e evita os custos da instalação de um novo transformador, bem como as correspondentes perdas dos trânsitos para montante.

A Lei da mini-produção prevê que, para os consumidores de energia eléctrica alimentados em Média Tensão, com contagem de energia em Baixa Tensão, a ligação da mini-produção possa ser feita em Baixa Tensão, a montante do contador de consumo, instalando um quadro eléctrico próprio. Uma grande parte das instalações, com potencial para instalar mini-produção, têm contagem em MT, o que obriga a alterações da contagem, só permitidas pelo operador da rede de distribuição para postos de transformação com potências inferior a 630 kVA. Este é, na verdade, um entrave incompreensível, no país das “smartcities” e dos “smartmeeters”, somos incapazes de criar uma solução de contagem capaz de calcular a diferença entre um medição de produção em baixa e uma medição agregada em média. Poderíamos mesmo ir mais longe, criando soluções inteligentes de medição agregando múltiplas unidades de produção FV dispersas pela instalação de consumo, com grandes vantagens para grandes instalações alimentados em MT, com vários edifícios e com pequenos espaços dispersos para instalar os FV. Soluções deste tipo, de efetivo “smartmeetering”, poderiam poupar 20% dos custo da instalação FV devido à instalação de um novo PT, poupar 3% nas perdas do transformador de consumo e rede BT, e evitar 3% de desperdício da energia no transformador dedicado da instalação FV.

Não há dúvida que necessitamos de pôr a criatividade e a engenharia ao serviço da eficácia,especialmenteagoraquefoireduzidaatarifadereferênciadamini-produçãoedamicro-geração.

Cláudio Monteiro, Director

Cláudio MonteiroDirector

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espaço opinião

Cão que ladra tem que morder...

Poder-se-á dizer que o sucesso ou insucesso na concretização de uma determinada medida ou política depende mais da capacidade efectiva de a fazer cumprir do que da bondade da medida ou da boa vontade dos seus destinatários.

O sector das energias renováveis é disto um bom exemplo. Durante quase 10 anos, a política europeia para as energias re-nováveis não fez grandes progressos em larga medida porque a Directiva em vigor (Directiva 2001/77/EC) não impunha aos Es-tados Membros metas de produção legalmente vinculantes, mas simplesmente metas indicativas.

Juridicamente a Comissão Europeia estava assim impossibilitada de interpor uma acção junto do Tribunal de Justiça da União Euro-peia por incumprimento pelo Estado Membro das metas definidas na Directiva. Por esta razão, em 2009 a Comissão anunciou ter dado início a 61 procedimentos de infracção contra vários Estados Membros por incumprimento de vários aspectos “menores” da Di-rectiva 2001/77/EC.

Quem conheça a prática da Comissão em termos de processos de infracção contra Estados Membros saberá que este é um núme-ro excepcionalmente elevado de procedimentos que envolve um elevado investimento em termos de tempo e recursos humanos. O objectivo último da Comissão não era porém o de condenar ou eventualmente multar Estados Membros incumpridores, mas antes ganhar aquilo que em Bruxelas se designa por “capital de queixa” junto dos Estados Membros, isto é, do Conselho Europeu.

Ao reunir um grande número de razões de queixa relativa-mente aos Estados Membros em matéria de energias renováveis, quando a Comissão apresentou a proposta de lei para a segunda Directiva das Energias Renováveis, o Conselho – que juntamente com o Parlamento Europeu tem o poder para adoptar as propos-tas legislativas da Comissão – tinha poucos argumentos para recu-sar aceitar a imposição de metas legalmente vinculante.

E assim foi que, em Abril de 2009 foi adoptada a nova Directiva para as energias renováveis (Directiva 2009/28/CE) desta feita com metas legalmente vinculantes. Nos termos da nova Directiva, se as metas não forem cumpridas pelos Estados Membros, a Comis-são pode iniciar procedimentos de infracção junto do Tribunal de Justiça que por sua vez, pode impor multas aos Estados Membros incumpridores.

Um outro exemplo da importância de munir a Comissão Euro-peia de instrumentos adequados para fazer respeitar as suas inicia-tivas é a recente proposta da Comissão para uma Directiva para a Eficiência Energética.

Como é sabido, o objectivo inicial da Comissão nesta matéria era o de estabele-cer objectivos legalmente vinculantes que, da mesma forma que no domínio das energias renováveis, obrigasse os Estados Membros ao cumprimento de metas concretas – no-meadamente a reduzir em 20% o consumo energético da UE previsto para 2020.

Porém, depois de ter consultado informal-mente o Conselho, a Comissão acabou por ter de voltar atrás. Na sua proposta, recente-mente publicada, a Comissão propõe que os Estados Membros sejam obrigados a instituir sistemas de poupança de energia, nomeada-mente obrigando os distribuidores de ener-gia a poupar anualmente 1,5% do volume de energia vendido; e, obrigando os organismos públicos a adquirir edifícios, produtos e servi-ços energeticamente eficientes.

Não questionando o mérito destas pro-postas, escusado será dizer que não são medidas especialmente ambiciosas. Ainda assim, a actual presidência polaca do Con-selho já fez informar a Comissão Europeia ser avessa a qualquer tipo de objectivos le-galmente vinculantes. Isto é, o Conselho Eu-ropeu proclama que a eficiência energética é uma prioridade da União Europeia, mas na hora de assumir compromissos, assobia para o lado... Assim não dá! Cão que ladra, tem que morder...

Ana Malheiro, Advogada

O objectivo último da Comissão (...) era ganhar aquilo que em Bruxelas se designa por “capital de queixa” junto dos Estados Membros

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renováveismagazine6

espaço qualidade

o marketing interno na perspectiva da gestão de recursos humanos

A importância crescente dada à satisfação dos Clientes é, cada vez mais uma necessidade. Falo em necessidade, porque durante algum tempo, poderia ter sido entendida como opção, estratégia, orientação. Em gestão de pessoas, também devemos abordar os “recursos humanos” como Clientes, digo deve-mos pois, na minha opinião, julgo que será o enquadramento mais adequado que lhes podemos atribuir.

“Conseguir oferecer produtos e serviços que maximizem a satisfação dos Clien-tes e, de preferência, exceder as suas expectativas oferecendo mais do que o Cliente espera, é sem dúvida, uma condição base para o sucesso empresarial. Dada a forte componente intangível que nos dias de hoje envolve a comercia-lização de produtos ou serviços, a vantagem competitiva das empresas não se situa, portanto, apenas no produto ou serviços que transacciona, mas sim, fundamentalmente, no valor acrescentado que este traz.”(Câmara, Guerra, Rodrigues, p.807)

Tendo tido uma evolução considerável até aos dias de hoje, o marketing inter-no ou endomarketing afigura-se como uma ferramenta de gestão pertinente para as organizações, ainda mais, num cenário de crise mundial, de drama, de recessão e de um aumento excessivo de medidas de contenção. Conceptualmente defini-mos o marketing interno como: uma metodologia de gestão que através de meios, métodos e técnicas tem por objectivo atrair, reter e desenvolver os Clientes Internos (colaboradores das empresas), satisfazendo as suas necessidades e possibilitando-lhes a flexibilidade necessária para se adaptarem com eficácia às exigências da envolvente geral e do Marketing Externo em particular.

Estes métodos ou técnicas quando são colocados em prática têm como pano de fundo duas vertentes fundamentais:

• Todas as medidas e intervenções em gestão de recursos humanos entroncam numa permanente análise da envolvente e, da integração efectiva com as es-tratégias que a Empresa precisa para actuar sobre o meio e se adaptar aos Clientes Externos;

• Total respeito pelo Homem, pelas suas características e pela sua forma actual de se relacionar com o trabalho, tratando-o como Cliente Interno.

É de facto possível implementar e usar ferramentas que nos permitam passar ao Cliente Interno uma preocupação com a sua satisfação, alcançando desta forma uma atitude e uma orientação do meu Cliente Interno para a satisfação e orien-tação do Cliente Externo. Quando se apresentam as funções como produtos, ou um plano de comunicação como um serviço que pode ser usado pelo colabora-dor, estamos a aplicar uma pequena “incisão” na mente desse colaborador e, o sinal que este recebe é o de que, alguém está atento, alguém está orientado para o manter satisfeito e preferencialmente em exceder as expectativas que este tem. Sobre o marketing interno muito há a dizer, e será adequado fazê-lo em formato de “gota a gota” para que se perceba a sua mais-valia e aplicabilidade.

Maria Manuel Costa, [email protected]

É de facto possível implementar e usar ferramentas que nos permitam passar ao Cliente Interno uma preocupação com a sua satisfação, alcançando desta forma uma atitude e uma orientação do meu Cliente Interno para a satisfação e orientação do Cliente Externo

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renováveismagazine8

espaço qualidade

melhorar ou não melhorar?(2.ª parte)

5. Esteja preparado para as resistências e dificuldadesSempre que se propõe uma melhoria, há quem se sinta amea-

çado. Algumas pessoas, porque consideram que “alguma coisa es-tavam a fazer mal”, outros porque não se sentem confortáveis em terrenos desconhecidos (a mudança).

Muito se tem dito, nos últimos tempos, sobre a necessidade de se explicarem as medidas de austeridade, enquanto se pedem sacríficios... Da mesma forma, sempre que se pretender alterar a actual forma das “coisas”, deverá esforçar-se para explicar porquê, o quê e como, implementar as alterações necessárias à melhoria projectada.

Esforce-se por remover os medos – ou torne a opção “não fazer nada” ainda mais assustadora! Não há nada como um bom “incentivo”, para promover a dinâmica de implentação.

Lamentavelmente, há quem ainda pense que o “Lean” (ou o “Six Sigma”) são veículos de redução de efectivos (pois – despedir pessoas)... Há consultores que não conseguem resistir a este apelo – é fácil, os resultados a curto-prazo são visíveis (especialmente em momentos de quebra de actividade)... mas, e depois? Quem, no seu perfeito juízo, irá contribuir com mais ideias, ou sugestões que, em qualquer momento, lhe podem valer um lugar no “subsídio de de-semprego” (com sorte... nos dias que correm). Não nos podemos esquecer, ou ignorar, que as sugestões dos operadores são a “mina de ouro” da melhoria contínua! Ou ainda estamos convencidos que os “tocadores de piano” (os Engenheiros sentados em frente aos seus computadores, nos seus gabinetes) são realmente a ‘chave’ da melhoria contínua?!

A melhoria contínua (através dos seus veículos preferenciais do “Lean” ou do “Six Sigma”) é apenas uma forma de trabalhar me-lhor, com menos esforço, de forma mais eficaz – preservando pos-tos de trabalho e, até, aumentando o número de efectivos, através do crescimento orgânico causado pelas melhorias de eficiência em toda a empresa – aumento da competitividade (melhor produto, menores custos, possibilidade de baixar preços sem perda de mar-gem, aumento de volumes, entre outros).

6. São necessários Líderes, e não ‘managers’Esta é uma discussão que dá “pano para mangas”!!! Sem querer

entrar em definições profundas, ou mesmo em polémicas desne-cessárias, arrico-me a dizer que o “Gestor” gere a actividade cor-rente (o estado actual, ou para alguns, o “As-Is”) e o Líder move as pessoas para um estado melhorado (“estado futuro”, ou “To-Be” – há quem lhe chame, meio a brincar, o “Tobias”).

Luis Fernandes,ProfitAbility Engineers [email protected]

(continuação da última edição)

A mudança, em sede de melhoria contí-nua (Lean, Six Sigma, Lean Six Sigma, Process Excellence, Process Improvement, entre ou-tros) requer liderança forte, e determinada em alcançar as metas a que se propôs. É de notar que o grau de “líder” não se obtém por hierarquia, nem por promoção funcional – merece-se!

Muitas das confusões se devem, com certeza, à utilização incorrecta da designa-ção no dia-a-dia: “O líder do partido....”, o “Lí-der de equipa”, o “Líder” disto e o “Líder” daquilo. Serão mesmo “Líderes”? Ou serão Gestores? Chefes? Capatazes?

Para ter êxito num esforço de melhoria contínua, em qualquer uma das vertentes comerciais adoptadas, é necessário identifi-car verdadeiros líderes, em todos os níveis da organização, capazes de transformar as “velhas” formas de pensamento, quebrar com os velhos hábitos e implementar uma “nova” forma de ver e fazer as “coisas”.

A este respeito, dizia sabiamente Ma-quiavel (cerca de 1515): “Não existe nada mais difícil de assumir, mais perigoso de con-duzir, ou de sucesso mais incerto, do que liderar a introdução de uma nova ordem das ‘coisas’. Porque o inovador tem como inimigos todos os que se deram bem com as ‘velhas’ regras, e acérrimos defensores nos que se podem dar bem com as novas condições.”

Há, portanto, que querer quebrar os ve-lhos hábitos – e para isso é necessário saber ensinar. Este é um trabalho, muito importan-te, dos mais altos responsáveis da organiza-ção – identificar líderes, dar-lhes autonomia (com a devida dose de responsabilidade e autoridade) e liderar pelo exemplo.

Definitivamente, na melhoria contínua, não funciona o velho ditado que diz “Faz como eu digo, não faças como eu faço”.

7. Esteja preparado para investir – em tempo e pessoasJá o tinha referido, anteriormente – é ne-

cessário ensinar novos métodos às pessoas,

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coluna riscos renováveis

Inovando Hoje, garantimos o Amanhã

Dando, de certa forma continuidade ao artigo da RM anterior e aproveitando a corrente inova-dora e de incentivo ao mercado segurador, para abrir a novos tipos de risco com que nos depara-mos na área das energias renováveis, gostaria de dar aqui o meu modesto contributo, ao abordar um tema que traduz grandes preocupações e que está relacionado com a Disponibilidade dos Equi-pamentos de produção de energia, nomeadamen-te nos aerogeradores e painéis fotovoltaícos.

Como será fácil compreender, e já foi aflorado no âmbi-to de outros temas, todos aqueles que estão envolvidos em processos de financiamento por um lado e negociações com potenciais clientes, para fornecimentos de equipamentos, por outro, já perceberam que determinadas exigências con-tratuais, poderiam ter uma resolução muito mais simples, caso existissem soluções ao nível do mercado segurador.

É com esta preocupação, que partilho um desafio que tenho colocado ao mercado segurador e que visa a estrutu-ração de uma cobertura de seguro, no âmbito das perdas de exploração, a qual designei por Seguro de Disponibilidade.

— Como todos nós sabemos, a evolução de um projec-to obriga a uma análise de risco financeira complexa, quer pela necessidade de suporte financeiro por parte de entidades bancárias, normalmente através de “Project Finance”, quer pelo recurso a capitais próprios. Contudo, em ambos os casos, existem garantias que têm de ser cumpridas, de forma a minimizar o risco, quer das enti-dades financeiras quer dos accionistas, respectivamente;

— Neste enquadramento, poderemos inserir um projec-to de unidade de produção de energia de origem re-novável, com toda a sua componente técnica e riscos inerentes, quer sejam de origem externa ou de origem interna bem como as perdas de produção/facturação, que daí poderão advir e que afectarão directamente os resultados do promotor, com reflexo no cumprimento das obrigações junto das entidades financiadoras e em muito casos também junto dos clientes;

— Tendo como premissas as situações referidas no ponto anterior, isto é:

– Financiamento; – Equipamento; – Perdas de Produção. Estamos perante um novo risco, que, conforme já re-

feri, designo de Disponibilidade e que não é mais do que a reunião de alguns tipos de risco, que têm tido enquadramento nos riscos seguráveis, mas de uma forma isolada.

Desta forma, passarei a descrever o meu entendimen-to sobre este tipo de riscos e a sugestão para uma análise conjunta dos mesmos, segundo uma perspectiva de segu-ro, dado que se pretende garantir a perda de produção/facturação de uma unidade produtiva, por força de não se ter atingido a disponibilidade inicialmente definida em consequência da falhas do equipamento e que poderão ter origem no seguinte:

— Um incumprimento da entidade que tem a obrigação de fazer a operação e manutenção do equipamento / unidade de produção, enquadrando-se esta situação numa Responsabilidade Civil Profissional;

— Uma incapacidade do equipamento no cumprimento da curva de potência referida pelo fabricante, enqua-drando-se esta situação numa Garantia de Fabricante;

— Uma falta de recurso natural, face à média real/estudo, enquadrando-se esta situação numa Causa Natural (Contingência).

Naturalmente, hoje em dia todos nós conseguimos in-terpretar e compreender o facto de um seguro do ramo de Riscos Múltiplos, ter coberturas tão diversas como, Fe-nómenos da Natureza, Equipamento Electrónico e Res-ponsabilidade Civil.

No caso em análise, feitas as devidas ressalvas quanto ao paralelismo e à complexidade das matérias, estamos na presença de três coberturas que poderão ter um tra-tamento análogo, mas com uma diferença substancial, isto é, não se pretende garantir os danos directos originados pelas situações atrás identificadas, mas unicamente as suas perdas consequenciais, traduzidas pela falta:

— de eficiente manutenção;— de performance;— de recurso natural. que consequentemente afectem a disponibilidade do

equipamento.

Com uma solução deste tipo, que poderia ser subscrita de uma forma isolada ou conjuntamente, de acordo com as regras de subscrição que os seguradores definissem, poder-se-ia, certamente, avançar com um maior incentivo para o futuro desta área, que continua a ser um motor de desenvolvimento da economia.

Gostaria ainda de aproveitar a oportunidade, para de-sejar um bom ano novo a todos e que 2012, seja, de uma vez por todas, o ano zero para uma nova realidade sócio económica, que nos permita avançar de uma forma sus-tentada e condigna.

por Jorge Mafalda [email protected]

Estamos perante um novo risco, que conforme já referi, designo de Disponibilidade, que não é mais do que a reunião de alguns tipos de risco, que têm tido enquadramento nos riscos seguráveis, mas de uma forma isolada.

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renováveismagazine14

coluna vozes do mercado

Mini-produção – a alternativa renovável!

Procurando não aprofundar em de-masia a caracterização legal ou técnica da mini-produção, que tem sido repetidamen-te, de formas diversas e interessantes, de-batida em inúmeros meios, fá-lo-ei apenas como nota introdutória.

A mini-produção representa para o sec-tor das renováveis em Portugal um peque-no salto face ao regime da micro-produção, publicado em 2007 (Decreto-Lei 363/2007) alterado e republicado em 2010 (Decreto-Lei 118/A), que permite a produção de elec-tricidade através de instalações de pequena e média potência, associadas a um ponto de consumo, alicerçando desta forma o concei-to de produtor – consumidor.

A mini-produção (Decreto-Lei 34/2011) nasceu como objectivo claro do governo em “afirmar Portugal na liderança global na fileira industrial das energias renováveis, de forte ca-pacidade exportadora”, estando dividida em 3 escalões de potências de ligação: Escalão I até 20 kW inclusive, o escalão II com ligações superiores a 20 kW e inferiores ou iguais a 100 kW e por fim o escalão III com uma po-tência superior a 100 kW e inferior ou igual a 250 kW.

A grande novidade deste regime é a possibilidade de entidades terceiras, quan-do autorizadas pelo titular da instalação de consumo, instalarem uma unidade de mini- -produção naquele local, através de contra-to celebrado entre o titular da instalação de consumo e o terceiro interessado.

Como requisitos principais surge a obri-gatoriedade que o local esteja servido por uma instalação de utilização (consumo efec-tivo de electricidade no local de instalação), a celebração de um contrato de compra e venda de electricidade com o mesmo co-mercializador, que a potência de ligação à rede seja até 50% da potência contratada, a produção renovável deverá ser pelo menos o dobro do consumo anual, e é ainda obriga-tória a realização de uma auditoria energéti-ca em que o retorno da implementação das medidas de eficiência energética seja igual ou inferior a 2 anos no escalão I, 3 anos no escalão II e 4 anos no escalão III.

O registo em cada um dos escalões é realizado na plataforma SRMmini, gerida pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), em www.renovaveisnahora.pt, de-vendo o pedido de inspecção ser solicitado na mesma plataforma até 6 meses para ins-talações de baixa tensão, ou 8 para as res-tantes, 24 meses no caso das mini-hídricas e 16 meses quando se tratarem de regimes jurídicos de contratação pública ou validação de impactes ou incidências ambientais.

Para além do inequívoco contributo des-te tipo de instalações para o crescimento do sector das renováveis em Portugal, o natural crescimento do emprego, formação, e de-senvolvimento do próprio tecido tecnológi-co luso, constitui ainda a oportunidade no cenário político e económico de encararmos o futuro com maior esperança.

Se aproveitarmos como mote a também usual designação das energias renováveis – energias alternativas – podemos perspecti-var o desenvolvimento nacional no contexto da energia e sustentabilidade com enorme optimismo.

A mini-produção é efectivamente uma oportunidade crucial para o país de caminhar no sentido de cumprir as metas estabelecidas pela união Europeia e previstas na Estratégia Nacional para a Energia (ENE 2020) em sede de produção de energia renovável e redução das emissões CO

2, diminuindo desta forma a sua dependência energética exterior, per-mitindo uma oportunidade aos particulares, instituições e empresas de, produzindo elec-tricidade, criar uma fonte de receita adicional que concomitantemente lhes permite pagar a sua própria factura energética.

Como um dos pressupostos de acesso ao regime de mini-produção é a realização de auditorias energéticas, para implemen-tação e medidas com rápidos períodos de amortização, trilhamos simultaneamente a adopção de medidas que nos permitirão a médio prazo afirmar a economia nacional no contexto da competitividade global.

Enquanto profissional do sector, e ape-sar de ter sempre presente a importância da selecção criteriosa e responsável de todos

por P. LuzDirector Comercial para Portugal da Krannich Solar

os componentes da instalação, com a ine-vitável e inquestionável monitorização vital para garantir sempre a melhor performance da instalação, olho para a mini-produção como a oportunidade de rentabilização do espaço (através de investimento directo ou contratos celebrados com terceiros), altera-ção de paradigmas, aproveitamento estra-tégico de uma das maiores forças que é a nossa localização geográfica e da criação de uma economia e ambiente mais sustentáveis.

Este regime permite-nos a cada um en-quanto ser social o seu contributo positivo para “tomar consciência das necessidades pre-sentes sem comprometer a capacidade das ge-rações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades” (in Desenvolvimento Sustentá-vel, de Brundtland).

Ao poder político resta-nos pedir a cora-gem imperativa para garantir a estabilidade necessária ao correcto e natural desenvolvi-mento do sector, pois este é o único cami-nho que me apraz acreditar.

Paulo LuzDirector Comercial para Portugal

da Krannich Solar, licenciado em Administração de Empresas e

com formação no sector das Energias Renováveis.

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dossier mini-geração

mini-geração: quo vadis?Maria João Rodrigues, APISOLAR

mini-geração em Portugal: que perspectivas?João Crispim, REN e Rui Castro, IST

enquadramento e perspectivas da mini-produção de electricidadeTeresa Ponce de Leão, LNEG

a viabilidade técnica e económica da mini-geraçãoJoão de Jesus Ferreira, Ad Mensuram, Lda.

mini-geração

a mini-produção fotovoltaicaHélder Correia e Rui Azevedo, Smartwatt

“mini-produção” de electricidade – novo regime jurídicoGonçalo Pinheiro Torres e Mariana Lemos, Pinheiro Torres, Cabral, Sousa e Sila & Associados, Sociedade de Advogados, R.L.

“terreno apto procura recurso para se renovar”João Nuno Teixeira

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dossier mini-geração

mini-geração: quo vadis?

O que é o regime da Mini-geração?O Regime da Mini-geração é o mais recente regime de incentivo à produção de electrici-dade solar em vigor em Portugal. O Decre-to-Lei 34/2011, de 8 de Março, regula esta actividade e estende as gamas de potências elegíveis para acesso a regime bonificado de tarifa face ao Regime da Micro-geração, enquanto seguindo filosofias procedimentais semelhantes. A mini-geração consubstancia, à semelhança do Regime da Micro-geração, um mecanismo de gestão da procura, tendo igualmente associado a implementação de medidas de eficiência energética. Este regi-me orienta-se essencialmente para o merca-do empresarial (industrial e serviços), com-plementando o da micro-geração, orientado para o mercado residencial.

No Regime da Mini-geração a potência má-xima instalável é de 250 kW, sendo aplicável a contratos de consumo em baixa e média tensão. A potência máxima instalável por um potencial mini-produtor está sujeita a duas restrições: não poderá ultrapassar 50% da potência contratada na instalação de consu-mo; e a energia gerada não poderá ultrapas-sar duas vezes a energia consumida no ano anterior ao ínicio de exploração da instala-ção de produção.

A tarifa bonificada na Mini-geração estrutura-se em 3 escalões distintos. No Escalão I, cor-

respondente a instalações de produção até 20 kW, a tarifa é fixa. No Escalão II, referente a instalações de produção até 100 kW, e no Escalão III, referente a instalações de produ-ção até 250 kW, os produtores estão sujeitos a leilão de tarifa, embora independente entre Escalões (ou seja, a competição entre instala-ções está restrita a cada Escalão). No ano de 2011, a tarifa fixa do Escalão I, e a base de lici-tação dos Escalões II e III é de 25 cEUR/kWh, aplicável durante 15 anos, sem actualização de inflacção. A tarifa é revista em baixa anu-almente, em 7%, para novos licenciamentos.

A diferenciação entre Escalões ocorre igual-mente ao nível de exigência em termos de implementação de medidas de eficiência energética: no Escalão I, é obrigatória a im-plementação de todas as medidas com pe-ríodo de retorno simples de 2 anos; no Es-calão II de 3 anos; e no Escalão III de 4 anos.

No Regime da Mini-geração é possível re-correr a modelos de investimento por ter-ceiros, partilhados ou não, de acordo com uma filosofia de investimento por Empresas de Serviços Energéticos (ESE).

O objectivo inscrito na Estratégia Nacio-nal para a Energia (ENE 2020), aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros 29/2010 de 15 de Abril, para a realização de instalações de mini-geração até 2020, é

Maria João RodriguesPresidente da APISOLAR para a Energia Solar Fotovoltaica

[email protected]

de 500 MW, resultando numa quota anual de 50 MW. Não obstante, para o ano de 2011 a quota foi estabelecida em 45 MW, distribuída pelos três Escalões de modo não uniforme (vide “Implementação”).

Como se processam os leilões de tarifa?Um candidato a mini-produtor nos Escalões II e III deve aceder ao portal Renováveis na Hora e proceder à inscrição da sua instala-ção. Nesse momento indica qual o desconto de tarifa que oferece à base de licitação em vigor. Em cada Escalão, separadamente, as inscrições são seriadas por ordem decres-cente de desconto. No último dia útil de cada mês é realizada a atribuição de licenças. As licenças são atribuidas de acordo com a seriação de desconto de tarifa até à potência máxima disponível por mês, quota esta que é estabelecida no início de cada ano fiscal pela Direcção-Geral de Energia e Geologia. As instalações às quais é atribuída licença be-neficiam da tarifa resultante do mais baixo desconto de tarifa oferecido numa deter-minada sessão (última instalação da lista de inscrições à qual é atribuída a licença).

ImplementaçãoForam realizadas, até 30 de Setembro de 2011, três sessões de atribuição de licenças

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dossier mini-geração

mini-geração em Portugal: que perspectivas?

A 15 de Abril de 2010, uma resolução do Conselho de Ministros estabelece que Por-tugal deve assegurar uma posição “entre os 5 líderes europeus ao nível dos objectivos em matéria de energia renovável em 2020”, afir-mando “Portugal na liderança global na filei-ra industrial das energias renováveis, de forte capacidade exportadora”. Nesse sentido, e em sequência do trabalho desenvolvido pelo anterior governo, foi desenvolvida uma “Estratégia Nacional para a Energia”, com o horizonte de 2020 (ENE 2020).

Os pilares para a estratégia definida, sucinta-mente descritos, foram:• Reduzir a dependência energética do país

para 74% até 2020;• Garantir que a produção de 31% do con-

sumo de energia final tenha origem em fontes renováveis;

• Aumentar a eficiência energética;• Criar riqueza através do desenvolvi-

mento de um cluster industrial ligado à pro-dução de energia, assegurando a produção de conhecimento, emprego e alteração da balança exportadora;

• Criar condições para o cumprimento de metas de redução de emissões estabe-lecidas.

O grande enfoque colocado nas energias renováveis provém, desde logo, do facto de não serem conhecidas reservas de combus-tíveis fósseis na área territorial de Portugal, bem como deste ser um país com um poten-cial muito significativo nesta área. Aliadas às questões de recursos, surgem naturalmente questões sobre a necessidade de diversificar o mix energético, garantindo um maior nível de segurança de abastecimento.

João Crispim, RENRui Castro, IST

[email protected], [email protected]

Dentro da exploração de fontes de ener-gia renováveis, reconhece-se que a base de produção assenta fundamentalmente na produção eólica e hídrica, pelo que se veri-ficou a necessidade de apostar também na produção descentralizada de pequena po-tência, como forma de combater potenciais dificuldades de gestão de rede de transpor-te e adiar o respectivo aumento de capa-cidade, potenciando ganhos de eficiência por produção localizada face ao consumo, bem como forma de incentivar à eficiência energética. Como factor não desprezável, refere-se o vector de crescimento de capa-cidade de geração de conhecimento expor-tável, procurando que a aposta que viesse a ser efectuada em outras fontes de energia renovável fosse potenciadora de criação de clusters em volta de laboratórios de investi-gação e desenvolvimento.

A 8 de Março do presente ano surgiu um novo Decreto-Lei (DL), essencialmente com a finalidade de criar e regular um regime bonificado de venda de energia obtida com base em fontes de energia renovável – a mini-geração. Este regime diferencia-se fundamentalmente do criado ao abrigo do DL n.º 363/2007, para a micro-geração, pela sua permissão de ligação de potências superiores. Este artigo visa clarificar o regime agora criado e o respectivo enquadramento na política energética nacional, tecendo ainda algumas considerações sobre a respectiva aplicabilidade em face do actual panorama económico do país.

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dossier mini-geração

enquadramento e perspectivas da mini-produção de electricidade

1. IntroduçãoA micro-geração consiste na produção de energia eléctrica de forma dispersa ou dis-tribuída, por oposição à centralizada, em pequena escala a partir de fontes variadas de energia primária e de diferentes tecno-logias de transformação. A micro-geração pode ou não estar ligada à rede eléctrica de distribuição. O acentuado crescimento do número de fontes de produção dispersa ou descentralizada em pequena escala ligadas à rede de distribuição traduz-se num factor de introdução de incertezas nas injecções na rede.

Os produtores independentes são entidades autónomas e independentes que produzem energia eléctrica de forma não controlável pela entidade distribuidora. Os que depen-dem de energias renováveis produzem em função das condições naturais. Estas condi-ções implicam a necessidade de modelizar, de forma a permitir a sua consideração em estudos de planeamento, a potência disponí-vel por parte destes produtores.

2. Enquadramento NacionalA produção distribuída ou dispersa como era designada nos anos noventa é a micro e mini-geração da actualidade que foi impul-sionada por um lado pela queda de custos por unidade de potência – resultado da evo-lução tecnológica. Por outro lado, com vis-ta a mitigar a dependência da energia fóssil importada do País e para reduzir as emis-sões de gases com efeito de estufa, dados os compromissos nacionais face ao Protocolo de Quioto. Para acelerar o investimento em energias renováveis endógenas foram cria-dos incentivos tarifários bastante apelativos ao investimento nesta forma de produção.

A produção a partir de energias renováveis nos anos 2000 teve o seu grande sucesso na produção em larga escala em particular na grande eólica em que se perspectivou fo-mentar investimentos que viessem esgotar o potencial eólico sustentável – potencial cal-culado a partir das disponibilidades nacionais do recurso cruzadas com as restrições terri-toriais, ambientais e técnicas (rede). No en-

Teresa Ponce de LeãoLNEG

[email protected]

tanto já em finais de 2001 o Programa E4 – Eficiência Energética e Energia Endógena [2], previa a promoção da micro-geração eólica e fotovoltaica a partir de fontes de energia renováveis, em particular na sua integração em edifícios, e iniciava a revisão de legislação anterior [3] no sentido de permitir e regular essas aplicações.

Em Portugal o grande momento da prolifera-ção dos pequenos sistemas surgiu no lanaça-mento da mediada “Renováveis na Hora” [4]. O Decreto-Lei 363/2007, de 2 de Novem-bro de 2007, avançou com um regime sim-plificado de micro-produção (até 3,68 kW), acessível a particulares, que entrou em vi-gor em 2 de Fevereiro de 2008 com um enorme sucesso. As regras eram bastante claras, a tarifa era interessante e a interacção com a Direcção Geral de Energia e Geolo-gia (DGEG) estava facilitada através de uma plataforma electrónica. O período de re-torno do investimento esperado situava-se tipicamente entre 5 e 6 anos, enquanto o horizonte de funcionamento estava na zona

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dossier mini-geração

a viabilidade técnica e económica da mini-geração

O programa do XVIII Governo Constitu-cional estabelece que um dos objectivos para Portugal deve ser «liderar a revolução energética» através de diversas metas, en-tre as quais «afirmar Portugal na liderança global na fileira industrial das energias reno-váveis, de forte capacidade exportadora», e apostando na produção descentralizada de energia, simplificando os processos e proce-dimentos, facilitando a adesão dos cidadãos, empresas e outras entidades.

Estes objectivos idealistas e utópicos cons-tituem no mínimo, propaganda política sem reflexos positivos na economia real de Por-tugal. Antes pelo contrário. Esta política tem agravado de forma insustentável o preço da energia eléctrica, sem quaisquer benefícios futuros para o consumidor.

O Decreto-Lei n.º 34/2011 de 8 de Março vem estabelecer o regime jurídico aplicá-

vel à produção de electricidade por inter-médio de instalações de pequena potência designadas por unidades de mini-produção. Antes de fazer alguns comentários sobre a mini-produção de energia eléctrica, é im-portante deixar, aqui, a minha opinião sobre os preços da energia e sobre a política ener-gética em Portugal.

Os Preços da EnergiaOs preços da energia devem ser reais e transparentes, reflectindo todos os custos envolvidos desde a sua produção até à sua comercialização junto do consumidor final:• Custos de investimento;• Custos de produção;• Custos de transporte;• Custos de distribuição;• Custos de manutenção e exploração• Custos ambientais;• Entre outros.

João de Jesus FerreiraEngenheiro Electrotécnico (IST)

CEO da Ad Mensuram, [email protected]

Na realidade, em Portugal, os preços da ener-gia não reflectem aqueles custos reais, em alguns casos. Os preços dos combustíveis lí-quidos (refinados), por exemplo, são estabe-lecidos, normalmente, em função dos preços nos mercados internacionais (quando dá jei-to), contendo alguma dose de especulação.

Os preços da energia eléctrica incluem uma grande componente que serve para pagar os subsídios às empresas (e particulares) que exploram sistemas de produção com recur-so às energias renováveis, como são os casos da produção eólica e fotovoltaica.

De realçar que o valor da remuneração do kWh eléctrico, vendido à rede nacional, pro-duzido pelos vários sistemas não deveria ser subsidiado como o é o produzido pelas “re-nováveis”. Este deveria ser calculado tendo em consideração o real valor que a energia eléctrica tem para o sistema eléctrico nacio-

O Decreto-Lei n.º 34/2011 de 8 de Março vem estabelecer o regime jurídico aplicável à produção de electricidade por intermédio de instalações de pequena potência designadas por unidades de miniprodução. Antes de fazer alguns comentários sobre a miniprodução de energia eléctrica, é importante deixar, aqui, a minha opinião sobre os preços da energia e sobre a política energéticaem Portugal.

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dossier mini-geração

a mini-produção fotovoltaica

I. Análise Mercado Mini-geraçãoFim de Outubro, fim do Ano, e a Mini-geração já começou? Vamos tentar responder a esta e outras questões...

O Decreto-Lei é de Março, as candidaturas e atribuição de licenças em regime FIFO (First In First Out) no escalão I (<20 kW) e em regime de Leilão nos escalões II (< 100 kW) e III (< 250 kW) iniciaram-se em Junho, continuaram em Julho e Setembro e prolongar-se-ão em Outubro e Novembro, tendo a seguinte distribuição:

* Potência atribuída no Período de Junho a Setembro.

Até ao momento estariam disponíveis 26,5 MW.

Há um/dois anos, este cenário parecia muito pouco ambicioso, conser-vador até, tendo em conta o potencial solar do País e a procura em torno destes sistemas de produção de energia, alavancado pelo suces-so da Micro-geração, pela “onda verde”, pelas rentabilidades geradas e pela facilidade de acesso a financiamento. Augurava-se um grande sucesso para este Regime.

Analisando a realidade em termos de atribuição de potência no pe-ríodo, constata-se que, face às QAD, a oferta excedeu largamente

Hélder Correia e Rui Azevedo Business Developer e Project Manager na Smartwatt

{helder.correia, rui.azevedo}@smartwatt.pt

a procura, fixando as tarifas do Leilão (escalão II e III) nos 249,9 €/MWh, tendo sido atribuídos apenas 35%, 31% e 62% do total, para os escalões I, II e III. Esta realidade merece uma reflexão por parte de todos os Players deste mercado (Estado, DGEG, Associações do sector, Empresas e até potenciais clientes), que não está a funcionar.

Após algumas reflexões concluímos que as principais razões para o insucesso (sim insucesso, porque só foram atribuídas 44% das cotas e ainda veremos quanto será efectivamente instalado) estão relacio-nadas com a credibilidade do Regime da Mini-geração face ao con-texto actual do País. Existem dúvidas quanto ao cumprimento do pagamento da tarifa atribuída durante o período contratualizado (15 anos) entre Produtor e Comercializador. E até as Instituições de Cré-dito têm relutância em financiar este tipo de investimento, também por essa razão; aliando a isto, entre outras, a contra-informação que existe sobre as (des)vantagens das Renováveis e a falta de histórico no País deste tipo de instalações, faz com que as empresas do sector e os posto de trabalhos envolvidos (cerca de 50.000) se questionem se estão ou não no mercado certo!

O histórico existente em termos de potências atribuídas, permite-nos traçar o perfil de cada escalão, na tabela seguinte.

Pode-se extrair que os escalões estão de certa forma ajustados com a realidade, havendo espaço para instalações maiores em cada um deles;

Com a aprovação do Decreto-Lei n.º 34/2011 de 8 de Março, relativo à Mini-geração, as expectativas em torno deste Regime eram bastantes altas e legítimas, o Mercado aguardava por este DL há bastante tempo, mas como estarão os Players a reagir? Tentaremos responder a essas e outras questões.

Cotas Anuais Disponíveis (QAD)

Sessões Potência MWEscalão

I II III

Junho 8 2,25 2,9 2,85

Julho 9,25 2,25 3,5 3,5

Setembro 9,25 2,25 3,5 3,5

Sub-total * 26,5 6,75 9,9 9,85

Outubro 9,25 2,25 3,5 3,5

Novembro 9,25 2,25 3,5 3,5

Total 45 11,25 16,9 16,85

Licenças Atribuídas (LA)

Sessões Potência MWEscalão

I II III

Junho 3,50 1,04 0,85 1,61

Julho 4,77 0,53 1,00 3,23

Setembro 3,30 0,79 1,23 1,29

Total 11,57 2,36 3,08 6,14

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dossier mini-geração

“mini-produção” de electricidade – novo regime jurídico

Pelo Decreto-Lei n.º 34/2011, de 08 de Mar-ço, o Governo português procedeu à revo-gação do Decreto-Lei n.º 68/2002, de 25 de Março, relativo ao regime da pequena pro-dução de electricidade para auto-consumo, aprovando, em sua substituição, o regime ju-rídico de produção de electricidade a partir de recursos renováveis, por intermédio de instalações de pequena potência designadas por unidades de mini-produção.

Ficou, todavia, expressamente salvaguardada a continuação da aplicação do Decreto-Lei ora revogado às instalações de produção de electricidade licenciadas no âmbito desse re-gime jurídico.

Nos termos do novo regime, a “mini-pro-dução” de energia é entendida como a ac-tividade de pequena escala de produção descentralizada de electricidade, recorren-do, para tal, a recursos renováveis e entre-gando, contra remuneração, electricidade à rede pública, na condição de que exista um

consumo efectivo de electricidade no local da instalação. Por unidade de mini-produção deve entender-se a instalação de produção de electricidade, a partir de energias renová-veis, baseada numa só tecnologia de produ-ção cuja potência de ligação à rede seja igual ou inferior a 250 KW.

Para exercer a actividade de mini-produção de electricidade é necessário o preenchi-mento cumulativo, à data do pedido de re-gisto, dos seguintes requisitos: a) dispôr de uma instalação de utilização de energia eléc-trica e ser titular de um contrato de compra e venda de electricidade, em execução, cele-brado com um comercializador; b) a unidade de mini-produção ser instalada no local ser-vido pela instalação eléctrica de utilização; c) a potência de ligação da unidade de mini- -produção não ser superior a 50% da potên-cia contratada no contrato atrás referido; d) a energia consumida na instalação de utiliza-ção ser igual ou superior a 50% da energia produzida pela unidade de mini-produção.

Gonçalo Pinheiro Torres, Mariana [email protected], [email protected]

Advogados da Pinheiro Torres, Cabral, Sousa e Sila & Associados, Sociedade de Advogados, R.L.

A violação dos dois últimos requisitos consti-tui contra-ordenação punível com coima de € 250 a € 3.740, no caso de pessoas singu-lares e de € 500 a € 44.800,00, no caso de pessoas colectivas.

Estabeleceu-se ainda que o acesso à activi-dade de mini-produção depende de registo e subsequente obtenção de certificado de exploração da instalação, sendo que, a cada unidade de mini-produção apenas poderá corresponder um registo e não são cumu-láveis registos relativos a unidades de micro- -produção e de mini-produção. O pedido de registo de uma unidade de mini-produção está sujeito ao pagamento de uma taxa. A entidade titular de um registo para produ-ção de electricidade por intermédio de uma unidade de mini-produção, é denominada produtor. Note-se que pode ainda ser pro-dutor de electricidade, por intermédio de uma unidade de produção, nas condições atrás referidas, uma entidade terceira, que seja autorizada pelo titular do contrato.

Análise do novo regime jurídico da actividade de pequena produção descentralizada de electricidade, regulado pelo Decreto-Lei n.º 34/2011, de 08 de Março, com destaque para os aspectos mais relevantes como as condições de acesso à actividade, os direitos e deveres do produtor e os regimes remuneratórios e sancionatórios.

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dossier mini-geração

“terreno apto procura recurso para se renovar”

É um dado incontornável que não existe aproveitamento do recurso eólico, solar ou outro se não estiver bem definido o local onde se vai instalar o parque, seja eólico, so-lar ou outro. Não interessa desenvolver um parque, se não se definir e identificar com muita segurança o terreno sobre onde vai assentar materialmente todo o projecto, bem como os proprietários do mesmo.

O proprietário goza de modo pleno e exclu-sivo dos direitos de uso, fruição e disposição das coisas que lhe pertencem, dentro dos limites da lei e com a observância das res-trições por ela impostas – 1305.º do Código Civil. Isto é, do terreno onde se pretende instalar o parque.

No entanto, nem sempre o proprietário sabe bem qual o artigo da matriz nas finan-ças, a inscrição e descrição no registo pre-dial, bem como da realidade física concreta, dita cadastral. E mesmo que saiba, muitas vezes existem insanáveis contradições.

Regiões despovoadas, populações envelhe-cidas e de baixa instrução não ajudam. So-

bretudo quando uma grande parcela dos aproveitamentos eólicos ficam em Serras e os aproveitamentos solares em planícies do interior de Portugal.

Por isso, não adianta diagnosticar num dado local se existe recurso renovável susceptível de um bom aproveitamento, seleccionar a área do parque e áreas logísticas adjacentes, se o proprietário ou proprietários não iden-tificarem plenamente o limite das parcelas, as confrontações, o tipo de ocupação do terrenos, as construções existentes, os ónus e encargos sobre o prédio, e outros. Ou de todo não se identificar o proprietário.

O promotor do projecto pode ter que re-alizar os doze trabalhos de Hércules e ter o risco de se tornar um trabalho de Sísifo, se na altura da contratação e posteriores re-gistos obrigatórios, se não tiver os sujeitos e sobretudo o objecto dos vários contratos, compra e venda, superfície, arrendamento... – consoante o fim e a natureza jurídica da re-lação contratual que se pretende estabelecer – plenamente e objectivamente delimitados. Por isso, este trabalho deve ser iniciado o mais

João Nuno TeixeiraAdvogado e Pós Graduado em Energias Renováveis

[email protected]

cedo possível. Para evitar complicações, adia-mentos e surpresas no arranque de qualquer projecto. Até porque a má identificação do objecto e sujeitos da contratação, ou seja, se for instalado parte do parque numa parcela de terreno que não pertence ao proprietário que assinou o contrato ou se de todo não ter esse alegado proprietário legitimidade para assinar o quer que seja, pode levar a devasta-doras consequências económicas e financei-ras para o projecto assente numa das fontes de energia renovável disponíveis.

Desde logo esse outro proprietário pertur-bado no domínio que tem sobre os terre-nos pode reagir com os meios que a lei lhe fornece. Na medida em que o seu direito tenha natureza exclusiva, o proprietário tem a faculdade de reagir contra quaisquer actos de terceiro que o violem, nomeadamente através de meios extrajudiciais – Acção di-recta (Artigos 336.º e 1314.º do Código Ci-vil) e legítima defesa (Artigo 337.º do Código Civil) – e dos meios judiciais, nomeadamen-te valendo-se da acção de prevenção con-tra o dano, nos casos em que seja admitida (Exemplo do artigo 1347.º do Código Civil),

A actualização do cadastro assume uma importância vital na contratação e legalização dos terrenos, bem como na logística para melhor aproveitar o recurso seja eólico, solar ou outro. Algumas perplexidades e limitações urgem identificar, o que se fará no presente artigo, de modo a auxiliar os agentes envolvidos nas energias renováveis.

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Page 16: Resumo renováveis magazine 8

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entrevista

“a eficiência energética é principalmente a utilização de energias provenientes de fontes renováveis”

renováveis magazine (rm): Foi eleito em 2011, Presidente do Conselho da Sec-ção de Importadores/Fabricantes da Divi-são de Material Eléctrico. Considera que este foi um voto de confiança por parte dos membros da AGEFE e, consequentemente, dos principais responsáveis pelas empresas do mercado?Deodato Taborda Vicente (DTV): Antes de mais esta eleição deve-se a um honroso convite do anterior presidente Dr. Mário Chaves, pessoa por quem nutro uma especial simpatia e admiração. Mas acima de tudo esta eleição deve-se ao bom trabalho que este grupo de pessoas, que pertence a duas secções e ao conselho de divisão do material elétrico, tem vindo a desenvolver na AGEFE em prol das empresas do sector. Este trabalho reveste-se agora de uma im-

portância acrescida devido ao difícil período que o país e o sector eléctrico em particular estão a passar. Estamos a trabalhar no senti-do de ajudar as empresas do sector a ultra-passar as dificuldades. Com este objectivo, irão ser brevemente anunciadas uma série de parcerias e iniciativas que contribuirão, de forma decisiva, para que as empresas do sector estejam melhor preparadas e reforça-das no futuro.

rm: Na Secção pela qual é responsável na AGEFE foi criado o Grupo de trabalho “Energias Renováveis”, pelo qual também é responsável. Porque surgiu este grupo e quais os objectivos que lhe estão inerentes?DTV: A ideia que presidiu à constituição de grupos de trabalho das energias renováveis, bem como o da mobilidade eléctrica da efi-

ciência energética e da iluminação insere-se no plano que referi. Ou seja, actualmente existem novas oportunidades de negócio a que o sector deve estar atento. Não pode-mos repetir erros do passado em que dei-xamos para outras empresas muitas das va-lências técnicas que foram introduzidas nos edifícios e nas instalações eléctricas em geral. Recordo por exemplo, os casos da Domóti-ca, da segurança da climatização, em que as empresas nomeadamente, os distribuidores tradicionais do sector eléctrico foram com-pletamente ultrapassados por empresas de outros sectores. Nas energias renováveis existem muitas oportunidades e muitos problemas e o objectivo deste grupo de trabalho é exac-tamente identificar essas oportunidades e problemas para que as empresas do nosso

por Helena Paulino

Deodato Vicente, Director- -Geral da Weidmüller Portugal em entrevista à Renováveis Magazine fala sobre o que prevê que o futuro das energias renováveis trará ao mercado. E quais os objectivos do seu novo desafio: ser Presidente do Conselho da Secção de Importadores/Fabricantes da Divisão de Material Eléctrico da AGEFE, e do grupo que aí foi criado, dedicado às energias renováveis!

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entrevista

“as energias renováveis podem ser aplicadas para benefício de todos”

renováveis magazine (rm): Qual o percurso da Metalogalva até aos dias de hoje, e o que tem feito ao longo dos anos?Nuno Andrade (NA): A Metalogalva foi fundada em 1971, tendo então uma área fa-bril de cerca de 500 m2, 3 funcionários e uma facturação anual equivalente a 1.500 euros. Capaz de uma dinâmica de crescimento im-primida pelos sócios fundadores, Adelino Santos Silva e Joaquim Santos Silva, é actual-mente uma empresa com grande implanta-ção nacional, estando a sua internacionaliza-ção em curso. Já desenvolveu e formalizou o seu Sistema de Garantia da Qualidade, tendo sido certificada, segundo a norma NP EN ISO 9002 em Fevereiro de 2000 e NP EN ISO 9001 em Dezembro, o que foi determinante para manter o sucesso da em-presa, num mercado cada vez mais selectivo. Actualmente a empresa comporta três uni-dades industriais que ocupam uma área to-

tal de 44.000 m2, numa área bruta total de 160.000 m2, tendo ao serviço mais de 400 colaboradores. As unidades destinadas ao fabrico de construções metálicas dispõem de uma capacidade total de produção de 3.000 toneladas/mês. A unidade industrial destinada à galvanização, armazenamento de produtos acabados e expedição dispõe de uma unidade de galvanização por imer-são a quente com capacidade instalada de 5.000 toneladas/mês para peças de médio e grande porte, e uma unidade de galvani-zação com centrifugação, para componen-tes de pequena dimensão. A facturação na ordem dos 40 milhões de euros resulta da constante evolução tecnológica e aumento produtivo, para o que muito contribuiu a fi-delidade e parceria dos seus clientes.

rm: A Metalogalva esteve presente, em Junho, na Intersolar, na Alemanha. Como

correu essa presença numa das maiores feiras de tecnologia fotovoltaica a nível in-ternacional?NA: A participação na Intersolar foi a rampa de lançamento da Metalogalva nes-te sector a nível internacional. O saldo foi bastante positivo, pois sendo uma empresa desconhecida neste sector, a curiosidade dos visitantes foi enorme no sentido de co-nhecerem as nossas soluções. Esta feira foi também importante pelo facto de estarmos a expôr no mercado líder europeu em po-tência instalada e desenvolvimento tecnoló-gico, e como tal pretendíamos dar um sinal bastante forte de que podemos competir com os melhores. O retorno deste inves-timento foi imediato, pois alguns dos con-tactos efectuados já se traduziram em en-comendas no mercado europeu e estamos também em negociações com empresas do Médio Oriente. Convêm salientar que a In-

por Helena Paulino

A Metalogalva é uma empresa 100% nacional que aposta cada vez mais no desenvolvimento de equipamentos para instalações de energia solar. A “renováveis magazine” falou com o Eng.º Nuno Andrade, Gestor de Negócios de Renováveis, e inquiriu como se sente a empresa perante a actual realidade das energias alternativas, sobretudo no que diz respeito a inovações tecnológicas.

NOTA: Entrevista concedida antes de serem conhe-cidas as tarifas que irão vigorar em 2012.

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entrevista

“compromisso de oferecer aos clientes serviços que respondam às suas necessidades”

renováveis magazine (rm): Qual o percurso da DASOLUZ desde 2006 até aos dias de hoje?David Alonso (DA): A DASOLUZ Ener-gía Solar é uma empresa espanhola criada no ano de 2006. Nasceu no seio de um grupo de profissionais com uma ampla experiência no campo da electricidade e da manutenção industrial, alargando a sua abrangência à área da energia solar fotovoltaica, e assim surgiu a DASOLUZ Energía Solar, à frente da qual estou com o cargo de Director.Desde o início a DASOLUZ baseia a sua ac-tividade no desenvolvimento da energia so-lar, desde a sua criação, passando e focando a sua atenção na concepção, fabrico e dis-tribuição de seguidores solares em Espanha. A DASOLUZ apresentou um crescimento muito positivo em termos de facturação, tendo passado de uma facturação de 120

mil euros em 2006 para 14 milhões de euros em 2011, além do aumento do número de postos de trabalho e que geram mais de 150 postos de trabalho indirectos.Esta empresa espanhola, em pouco tempo, adquiriu um grande prestígio no mercado espanhol, baseando o seu sucesso no com-promisso de oferecer aos clientes serviços que respondam às suas necessidades, além de uma firme aposta no investimento em I&D destinado aos benefícios derivados do desenvolvimento e investigação de novos produtos, numa contínua melhoria dos pro-cessos de fabrico e na qualidade dos mate-riais utilizados nos produtos desenvolvidos.

rm: Em termos de expansão mundial, em que países podemos encontrar a DASO-LUZ actualmente?DA: O prestígio da DASOLUZ não se cir-

cunscreve apenas ao mercado espanhol, e por isso apostamos mais de 500 mil euros para garantir uma expansão sustentada para outros países, valor esse que acrescentamos aos 230 mil euros investido nestes últimos dois anos. Assim, actualmente a DASOLUZ já se encontra presente em países como Portugal, Itália, Índia, EUA, Canadá, Grécia, Argélia, Jordânia, Mauritânia, França, Alema-nha, Líbia, Chipre e Roménia, entre outros. E no futuro queremos trabalhar em locais que estão a ter um forte crescimento, apesar da crise, como o Brasil, China, Costa Rica, África do Sul e Marrocos, permitindo-lhe ter uma quota de mercado significativa fora das nossas fronteiras e a curto prazo. Para isso trabalhamos imenso em colaboração com os nossos distribuidores e colaboradores, par-ticipando em inúmeras feiras internacionais de grande prestígio e especializadas no seg-

por Helena Paulino

A DASOLUZ já é um nome incontornável no mercado da energia renovável em Portugal. David Alonso explicou como chegaram ao sucesso actual, quais os pilares que permitem à DASOLUZ continuar na vanguarda do seu sector. Os seguidores solares DASOLUZ vieram para ficar, segundo contou à “renováveis magazine”.

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investigação e tecnologia

O projecto Casas Em Movimento (CEM) nasceu da ideia de construir uma nova geração de casas que juntasse inovação e sustentabilidade. O conceito procurou conceber uma habitação que reage com a natureza, acompanha o movimento do sol, maximizando os ganhos solares, ao mesmo tempo que cria novos espaços interiores e exteriores para os seus habitantes dando respostas à vida quotidiana do século XXI, através de uma habitação que desenha o percurso do sol e dele se alimenta. Sendo todo o equipamento integrado num belo edifício capaz de interagir com a envolvente.

casas em movimento, uma nova geração de casas auto-sustentáveis

O projecto “casas em movimento” de autoria de Manuel Vieira Lopes (estudante da Faculdade de Arquitectura do Porto (FAUP) nasceu em 2008 no âmbito do Lidera da Universidade do Porto, dando origem a uma “spin-off ” (casas em movimento, lda.) e estabelecido um protocolo de parceria com a Universidade do Porto. A parceria tem como objectivo garantir a construção do protótipo “cem/faup” no campus da Faculdade de Arquitectura no ano de 2012.

Para o desenvolvimento do projecto e realização de estudos especializados foi criada a “equi-pa casas em movimento” coordenada pelo autor do projecto e constituída por entidades do sistema cientifico e tecnológico:• FAUP (projecto estruturas); • FEUP (projecto eléctrico); • INEGI (sistemas mecânicos de movimento); • INESC (sistemas de automação e controlo); • LNEG (eficiência energética e sustentabilidade).

O protótipo “cem/faup” irá reflectir todo o conceito e funcionará como um “laboratório vivo”, servindo como um centro de estudos e de investigação para que sejam testadas e optimizadas

Manuel Vieira Lopes Autor e coordenador do projecto “casas em movimento”

[email protected]

todas as tecnologias da casa. Servirá também de montra para abrir portas, aos alunos e professores para aí testarem as suas soluções com aplicabilidade no protótipo.

No desenvolvimento deste projecto a equi-pa tem vindo a guiar-se por três princípios. Estes princípios tomam em consideração as condições ecológicas, económicas e sociais actuais e marcam a especificidade e origina-lidade do edifício.

O primeiro princípio a salientar prende-se com a preocupação em vincular o espaço da habitação às mudanças dos seus residentes. Numa era em que a mobilidade das pessoas é mais fácil e rápida que em qualquer outra, tornou-se necessária a existência de uma habitação que mantenha um traço contem-porâneo face as necessidades de alterações morfológicas ao longo do seu ciclo de vida o suficiente para se adaptar a todas essas mudanças e transformações e evitar que a casa rapidamente se torne desadequada e seja abandonada. Com isto em mente, o protótipo “cem/faup” está a ser projectado como edifício modular “conceito evolutivo – adição e subtracção de modulos”, o que permite serem acrescentados ou retirados divisões, de acordo com a evolução do agre-

Figura 1 Protótipo “cem/faup” a ser construído na Faculdade de Arquitectura do Porto em 2012/2013.

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renováveismagazine76

mundo académico

VERCampus – campus de energias renováveis*

Energia eólica

Microprodução com turbinas eólicasNo âmbito da energia eólica foram instaladas duas unidades de microprodução com turbi-nas eólicas FORTIS-Montana nos outrora si-los da EPAC, junto ao Campus do IPB. A liga-ção à rede elétrica foi efetuada no âmbito da microprodução, utilizando, para cada turbina, um inversor monofásico Windy Boy 3800, com potência nominal à saída de 3,8 kW. As turbinas utilizam um gerador síncrono de ímanes permanentes, com potência de 5 kWp, o qual é ligado a um retificador tri-fásico que é responsável pela conversão ele-trónica das tensões alternadas numa tensão contínua, que, por sua vez, é convertida em tensão alternada pelo inversor de tensão.

Na maior parte dos casos, o inversor é controlado em corrente fazendo com que a energia injetada na rede seja feita sob a forma de corrente sinusoidal, síncrona com a tensão da rede elétrica de modo a garantir um fator de potência unitário e outros re-

quisitos de qualidade de energia como, por exemplo, a limitação de conteúdo harmóni-co injetado na rede.

Figura 1 Microprodução com turbinas eólicas insta-

ladas no edifico dos Silos.

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) tem vindo a desenvolver, desde meados de 2007, um projeto designado por VERCampus – Campus Vivo de Energias Renováveis, que visa a implantação no seu Campus Universitário de um “Parque Vivo” dedicado à disseminação de Energias Renováveis: solar fotovoltaica, solar térmica, eólica, hídrica, sistemas híbridos, microredes inteligentes (smart grids), veículos elétricos, biocombustíveis e eficiência energética.O Parque de Energias Renováveis foi concebido para estar aberto à comunidade, através de um conjunto de atividades que vão desde o ensino e formação ao longo da vida até à realização de projetos de transferência de tecnologia e de I&D, passando pela disseminação de fontes renováveis de energia e das tecnologias envolvidas, junto da comunidade envolvente, designadamente, empresas, instituições públicas e privadas e escolas de diferentes níveis de ensino. A designação de “Parque Vivo” pretende realçar que estará permanentemente ativo, com a realização de atividades regulares abertas à comunidade em geral.

Vicente Leite1, José Batista2 e Orlando Rodrigues3

Instituto Politécnico de Braganç[email protected], [email protected], [email protected]

Conjuntamente com as turbinas, foi insta-lado um sistema de monitorização remota para medida da velocidade do vento e de um amplo conjunto de medidas elétricas como, por exemplo, a energia produzida diariamente e total e a potência instantânea.

Microprodução com turbina eólica integrada em microredeNo âmbito de uma microrede elétrica, descrita mais adiante, foi instalada uma pequena unida-de de microprodução de energia eólica cons-tituída por uma turbina eólica (Fortis, modelo Passaat), com potência de pico de 1,4 kWp, um retificador equipado com uma resistência de potência para dissipar picos de potência e um inversor eólico SMA Windy Boy 1700. Foi também instalado equipamento de monito-rização remota (webbox) e um anemómetro para medida da velocidade do vento.

Esta unidade de microprodução eólica foi instalada junto ao edifício da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTiG) para tornar

* Texto escrito de acordo com o Novo Acordo Ortográfico.

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artigo técnico

que inversor devo escolher?

No entanto, nem sempre é fácil encontrar a combinação correcta entre módulo fotovol-taico e inversor. Os módulos têm simples-mente demasiadas características distintas. Existem diversos tamanhos e classes de po-tência. São disponibilizados com ou sem ar-mações, em versões flexíveis ou inflexíveis, fabricados com processos cristalinos ou de película fina e também com diversos mate-riais. Do mesmo modo, também existem vários modelos de inversores fotovoltaicos, que usam diferentes topologias e conceitos.

Por esse motivo, encontrará aqui em pri-meiro lugar um breve resumo das caracte-rísticas mais relevantes dos inversores para a compatibilidade dos módulos, assim como para as tecnologias de módulos disponíveis. Posteriormente, iremos focar a nossa aten-ção nos problemas mais comuns na área

dos módulos fotovoltaicos e iremos mostrar uma lista das combinações mais adequadas entre módulos fotovoltaicos e inversores que se destinam a evitar estes problemas; organizada por tecnologia de módulos.

Quais são as características mais relevantes dos inversores?Em termos da compatibilidade de módulos, a distinção entre inversores sem transforma-dor e inversores galvanicamente isolados é provavelmente a mais importante. Graças ao seu isolamento galvânico, os aparelhos com um transformador permitem uma li-gação à terra do gerador fotovoltaico, que é necessária para alguns tipos de módulos. Dessa forma, todos os módulos do sistema fotovoltaico mudam para o potencial posi-tivo quando efectuam a ligação à terra do

pólo negativo do sistema fotovoltaico, ou para o potencial negativo quando efectuam a ligação à terra do pólo positivo.

Isto nem sempre é possível com inversores sem transformador – pelo menos não com os aparelhos disponíveis actualmente. Neles, o potencial de geração é determinado pela electrónica, geralmente dividida mais ou me-nos simetricamente entre positivos e nega-tivos. Uma certa percentagem de corrente alternada no lado de CC também é deter-minada pela electrónica: particularmente as topologias mais eficientes provocam a oscila-ção do potencial do gerador fotovoltaico em cerca de metade da amplitude da grelha. No entanto, esta oscilação do potencial pode tornar-se num problema, caso os módulos fotovoltaicos possuam uma elevada capaci-dade parasita; neste caso, podem ocorrer

Actualmente, os distribuidores especializados já oferecem milhares de tipos de módulos e todos os dias são lançados novos módulos no mercado. Todos os anos são lançados novos modelos, especialmente na área da tecnologia de película fina, mas também existe uma enorme variedade de inversores. O que pode parecer um duplo dilema no princípio, acaba por ser a solução. De facto, existe um inversor adequado a qualquer tecnologia de módulos existente.

SMA Ibérica Tecnologia Solar, S.L.

A GAmA DE móDUlOS fOtOvOltAICOS é PrAtICAmENtE INfINItA. fElIzmENtE, ExIStE O INvErSOr ADEqUADO A CADA tECNOlOGIA DE móDUlOS.

Page 22: Resumo renováveis magazine 8

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artigo técnico

instalação de micro-geração fotovoltaica – caso de estudo

1. IntroduçãoO sistema fotovoltaico converte directa-mente a energia associada à radiação so-lar em energia eléctrica. A célula solar é o elemento principal do sistema fotovoltaico. As células solares utilizam como material de base o silício monocristalino ou o silício policristalino e apenas mais recentemente apareceram as células de silício amorfo [1].

As células solares são agrupadas em matrizes e módulos também denominados painéis so-lares. Uma matriz fotovoltaica pode ser um módulo ou um conjunto de módulos ligados em série ou em paralelo, para formar siste-mas fotovoltaicos de valor de potência dese-jado [1]. Os sistemas fotovoltaicos de peque-nos valores de potência estão no âmbito da actividade da micro-geração.

A actividade da micro-geração tem como objectivo a produção de energia eléctrica em pequena escala no local do seu consu-mo final, utilizando sistemas fotovoltaicos ou eólicos. A configuração típica de um sistema de micro-geração fotovoltaica é apresentada na Figura 1.

Em Portugal o regime jurídico aplicável à ac-tividade da micro-geração é o Decreto-Lei

n.º 118-A/2010 do Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento. Este di-ploma cria as condições para produzir mais energia eléctrica em Baixa Tensão (BT) a pe-quena escala no local do seu consumo final, define o papel das várias entidades envolvi-das na micro-geração, os requisitos para o licenciamento das instalações e o valor da tarifa subsidiada aplicável a cada tecnologia. Cabe destacar no diploma a obrigatoriedade para a generalidade dos comercializadores

A micro-geração tem como objectivo a produção de energia eléctrica em pequena escala no local do seu consumo final, através de tecnologias de produção baseadas em sistemas fotovoltaicos. Este trabalho apresenta os dados técnicos de uma instalação de micro-geração fotovoltaica localizada na Covilhã, Portugal. Esta é uma área em Portugal com um excelente recurso solar. É apresentada uma descrição da instalação e os principais componentes do sistema. São apresentados também os valores da produção de energia e o retorno económico da instalação.Palavras-chave: micro-geração, energia fotovoltaica, produção de energia, retorno económico.

S. Saraiva, R. Melício, J.P.S. Catalão, J.C.O. Matias, C. CabritaUBI – Universidade da Beira Interior

[email protected]

Figura 1 Configuração típica de um sistema de mi-

crogeração fotovoltaica [2].

Contador de compra

Contador de venda

Inversor de Rede SMA Sunny Boy

CC

CA

Rede Pública (EDP)

Módulosfotovoltaicos

comprar a energia eléctrica produzida pelas instalações de micro-geração.

Têm acesso à micro-geração todas as enti-dades, nomeadamente, pessoas, empresas, condomínios e entidades públicas que dispo-nham de um contrato de fornecimento de electricidade em BT e a potência da insta-lação não seja superior a 50 % da potência contratada. O processo de licenciamento de uma instalação de micro-produção passa pelo registo no website criado pela Direcção--Geral de Energia e Geologia (DGEG), cria-do especialmente para o efeito [3].

Uma vez que a viabilidade do registo é con-firmada pela DGEG, o micro-produtor dispõe de quatro meses para proceder à instalação do sistema de micro-geração e requerer a respectiva inspecção, no caso das entidades públicas o prazo é de oito meses. A atribuição do certificado de exploração da instalação e celebração do contrato de compra e venda de electricidade está dependente do resulta-do da inspecção. Após a obtenção do certi-ficado de exploração, para a ligação da ins-talação de micro-produção à Rede Eléctrica de Serviço Público (RESP), o micro-produtor deve celebrar um contrato de venda de elec-tricidade com um comercializador.

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90

artigo técnico

geradores eléctricos na nuvem

O que é a informatização em nuvem?O termo informatização em nuvem refere-se simplesmente à Internet. Deriva da forma como é representada graficamente, tipica-mente como um diagrama de nuvem.

Um exemplo de informatização em nuvem é o fornecimento de software como um serviço (SaaS) para distribuir aplicações de software através de um navegador web nor-mal. Tal significa que o software de aplicações do escritório em geral e respectivos dados não estão armazenados no seu PC, mas sim alojados remotamente e são acedidos atra-vés da Internet, recorrendo a um navegador web. Utiliza um modelo de negócio diferen-te, no qual não tem de adquirir o software e o hardware do servidor mas antes os ar-renda, pagando apenas quando os utiliza ou pelo volume de dados armazenados.

A vantagem é que pode aceder remota-mente a todos os seus ficheiros a partir de qualquer computador, de um telefone ou de outro dispositivo com acesso à Internet.

Como é então que isto está rela-cionado com a geração eléctrica?A funcionalidade primordial de qualquer gerador eléctrico é que deverá funcionar sempre que for necessário. Contudo, com equipamentos geograficamente dispersos como os geradores eléctricos, pode ser di-fícil verificar o estado de cada unidade. Ob-servando remotamente parâmetros, como os níveis de combustível, estado da bateria, pressão do óleo, e outros, os engenheiros podem melhorar os tempos de activação e reduzir os custos de manutenção.

Uma solução simples poderia ser adicionar um servidor web ao seu gerador, a fim de visualizar os dados através da Internet, em-bora tal possa deixar a maquinaria vulnerável a piratas informáticos. Contudo, usando o modelo SaaS distribuído através da Nuvem, reduzem-se os riscos e as vulnerabilidades.

A maioria dos geradores eléctricos é remota por natureza. As turbinas eólicas estão colocadas onde há vento, os painéis solares onde há sol e os geradores de segurança em locais onde há energia constante. Consequentemente, monitorizar e controlar um parque de geradores eléctricos dispersos pode ser uma tarefa árdua, que pode representar numerosas deslocações de manutenção e de inspecções de rotina. Tal não constitui novidade para os proprietários de equipamentos e o conceito de gestão remota é, desde há muito, um tema quente. Contudo, a gestão remota tem estado muitas vezes relacionada com soluções complexas,que exigem investimentos avultados e muitos conhecimentos de TI. Com o surgimento da informatização em nuvem, há uma maneira mais fácil de conseguir um melhor controlo e de gerar substanciais poupanças.

Henrik ArlevingDirector da Linha de Produtos, Gestão Remota

HMS Industrial Networks

COmO a InfOrmatIzaçãO em nUvem tOrna fáCIl sUpervIsIOnar e COntrOlar geraDOres eléCtrICOs através Da web

Servidor Principal Servidor DNS

Registo

Internet

Utilizadores do Website

Page 24: Resumo renováveis magazine 8

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case-study

descrição técnica de uma mini-geração fotovoltaica na Universidade de Aveiro

IntroduçãoOs sistemas de mini-geração, para potências de injecção na rede até 250 kW com recurso a sistemas fotovoltaicos podem ser ligados à rede de energia eléctrica, à qual entregam toda a energia que a radiação solar lhes per-mite produzir, e para este efeito é necessário um inversor(es) que serve(m) de elemento de interface entre os painéis fotovoltaicos e a rede de distribuição, de modo, a adequar as formas de onda das grandezas eléctricas c.c. dos módulos fotovoltaicos, às formas de onda a.c. exigidas pela rede.

Assim em resumo, será aproveitar a radia-ção solar para a produção de energia limpa para vender à rede de distribuição de ener-gia, obtendo benefícios económicos mensais

e um contributo para o equilíbrio ambiental do nosso país.

A EFACEC é uma entidade instaladora e fabricante de equipamento eléctrico e elec-trotécnico de reputada competência no sector eléctrico nacional e internacional e possui um vasto leque de referências na área e, em particular, no sector fotovoltaico. Nos últimos anos, a EFACEC projectou e cons-truiu um conjunto alargado de referências no sector fotovoltaico em Portugal, nome-adamente, a Central Fotovoltaica do MARL (6 MW), Central Fotovoltaica do Porto San-to (2 MW), Central Fotovoltaica do Caniçal (6 MW), a ainda, referências em Espanha, França, Índia, República Checa, Eslováquia, Bulgária e Estados Unidos.

Filipe Cunha VianaEFACEC Engenharia e Sistemas, S.A. – Unidade Negócio Renováveis

[email protected]

Como tal, a EFACEC possui já referências na área da mini-geração, através da aplicação de regulamentos passados e que de ponto vista técnico são semelhantes aos que vão surgir no mercado, sendo exemplo, a central fotovoltaica Parkalgar de 100 kW executada pela EFACEC no Autódromo Internacional do Algarve, ou então, a central fotovoltaica de 100 kW no Monte dos Perdigões em Re-guengos de Monsaraz.

Tendo em conta que a legislação ainda pos-sui pouco tempo de vigência, não existem ainda muitos sistemas de mini-geração fo-tovoltaica instalados através da aplicação do Decreto-Lei n.º 34/2011, no entanto, a cen-tral fotovoltaica da Universidade de Aveiro com 200 kW instalada também pela EFA-

A energia solar é a fonte de energia mais abundante na Terra, e Portugal possui excelentes condições para fazer o aproveitamento dessa energia, através da sua conversão em electricidade com o uso de sistemas de conversão de energia fotovoltaicos.A solução para o problema energético português poderá passar também pela produção da própria energia no local onde também é consumida. Uma hipótese possível, que estará à luz das novas regras da mini-geração criadas pelo Governo no Decreto-Lei n.º 34/2011 de 8 de Março 2011 ao alcance do universo de consumidores com contrato com um distribuidor de energia.Antes de mais, convém esclarecer que a mini-geração é a produção descentralizada de electricidade à pequena escala, recorrendo a recursos renováveis e entregando, contra remuneração bonificada, electricidade à rede pública na condição que exista consumo efectivo de electricidade no local da instalação.

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renováveismagazine98

reportagem

formação da Donauer sobre instalação fotovoltaica produtiva na Concreta|Endiel

Este foi um verdadeiro encontro técnico onde foi abordada a qualidade na instalação solar, os inversores e os painéis solares e ainda os sistemas de seguimento, para além de ser explicada como se realiza uma inte-gração da energia solar térmica em edifícios multifamiliares. A Donauer defende uma filosofia muito exigente que passa por for-necer apenas o melhor, ser competente no apoio ao cliente, e tentando alcançar uma melhoria contínua diariamente. Os clientes e as relações com os fornecedores são um ponto capital.

Nuno Falcão da Donauer Solar Systems ini-ciou o workshop com uma pergunta fulcral: para que serve uma instalação solar foto-voltaica? A resposta era simples: produzir electricidade dirigida à produção ou ao con-sumo próprio. Mas há determinados facto-res que influenciam a produção de energia solar: as características ambientais, físicas e, obviamente, as características técnicas dos equipamentos. E para assegurar uma boa qualidade numa qualquer instalação solar há

A Donauer organizou um workshop na Concreta|Endiel, no dia 20 de Outubro, dedicado ao tema da Energia Solar. Parceiros da Donauer, como KOSTAL, Bosch Solar Energy e DEGERenergie falaram das suas soluções e inovações e a energia solar foi elevada ao máximo patamar!

por Helena Paulino

A Donauer defende uma filosofia muito exigente que passa por fornecer

apenas o melhor, ser competente no apoio

ao cliente, e tentando alcançar uma melhoria contínua diariamente.

Os clientes e as relações com os fornecedores são

um ponto capital.

que ter em conta os módulos, inversores e sistemas de montagem. A resposta é, sem dúvida, a qualidade dos equipamentos!

No caso dos módulos fotovoltaicos, Nuno Falcão ditou que a sua tecnologia deve ser a mais desenvolvida e estar de acordo com os standards. As características técnicas e me-cânicas são elementos fundamentais como a garantia do produto e de produção, e os igualmente importantes testes e seguros. Os inversores devem ter protecção contra sobretensões, garantia e apoio técnico, cer-

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renováveismagazine100

reportagem

IBC SOLAR apresenta módulo solar estético e eficiente

A IBC SOLAR, juntamente com o seu par-ceiro COEPTUM, esteve presente na Con-creta 2011 – Feira Internacional de Cons-trução e Obras Públicas, que decorreu na cidade invicta de 18 a 22 de Outubro. Para-lelamente a esta presença na CONCRETA, esta empresa com 29 anos de experiência e actualmente considerada como uma das maiores integradoras de sistemas de energia solar fotovoltaica do mundo, organizou um encontro na Casa Ferreirinha onde apresen-tou um novo módulo solar adaptável a edifi-cíos históricos.

Ricardo Novaes apresentou aquilo a que chamou “inovação”, o módulo IBC MonoSol 240-245 ET Black, apresentando algumas das suas características. Este é um módulo capaz de suportar grandes cargas de neve e que pode ser utilizado em edifícios histó-ricos protegidos. Ricardo Novaes exaltou que este módulo, além de possuir um perfil fino e células, moldura e placa de fundo em negro o que lhe garante uma elevada inte-gração visual, tem a vantagem de poder ser aplicado de forma económica, fácil e célere. Estas características conferem ao IBC Mo-noSol 240-245 múltiplas possibilidades de utilização, como residências privadas a pro-jectos de reabilitação urbana e até mesmo

em edifícios históricos e com interesse ar-quitectónico. Apesar de ter uma aparência discreta, na realidade é um módulo sobeja-mente resistente, capaz de suportar cargas de neve até 5.400 Pa (5,4 kN/m2).

O IBC MonoSol 240 e 245 ET Black cumpre com os mais elevados padrões estéticos e de desempenho, e por isso o seu rendimento encontra-se acima da média graças à sua tec-nologia monocristalina com 3 barramentos. Outra das suas vantagens, segundo Ricardo Novaes, passa pela garantia de 10 anos, além de uma garantia de potência linear de 25 anos, com perda de potência inferior a 0,8% anual durante esse mesmo período. Estes são

No passado dia 20 de Outubro, a IBC SOLAR nas instalações da Casa Ferreirinha, em Vila Nova de Gaia, apresentou o seu mais recente módulo fotovoltaico, num encontro onde estiveram presentes Juan Manuel Presa, Country Manager de Portugal da IBC Solar e Ricardo Novaes, Delegado Comercial da IBC Solar para Portugal.

por Helena Paulino

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renováveis em casa

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dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de venda à rede

1.º Antes de mais devemos analisar as condições de instalação dos locais onde vai ser instalado o sistema FV. Nesta análise deve-se ter em conta o seguinte:•Qual a área disponível para o gerador FV;•Se existem obstáculos e sombreamentos;•Qual o tipo de terreno ou edifício onde irá ser instalado:•Se o telhado onde será instalado, será plano ou inclinado;•Se a localidade onde é instalado, tem uma boa radiação solar.

2.º Escolha do tipo de módulos fotovoltaicosDevemos escolher qual o tipo de módulos FV, isto é, se será do tipo Silício Monocristalino, Policristalino ou Amorfo. Vamos então escolher uns módulos de silício monocristalino, com as seguintes ca-racterísticas:•P

MÁX. = 175 Wp;•UN = 24 V;•UPMÁX. = 35.7 V;•UOC = 44.0 V;• IPMÁX. = 4.9 A;• ICC = 5.4 A;•Eficiência=13,9%;•Coeficientedetemperaturadatensão,UOC = - (160±10) mV/° C;•Medidas: 1.584 x 790 x 35 mm.

3.º Cálculo do número de módulos FV que a instala-ção vai ter

N = PPFV / PMÁX. = 3800 / 175 = 22 Módulos

Necessitamosagoradeverificarqualaconfiguraçãogeométricaquemelhor se acomoda a este número de módulos na superfície de te-lhado disponível, que se realiza calculando a largura (L) e o compri-mento (C) associado a cada uma deles.

Sendo assim vem:C

TELHADO x LTELHADO = 7,0 x 4,0 m (ATELHADO = 28 m2)

CMÓDULO X LMÓDULO = 1,584 x 0,79 m

Pretende-se dimensionar um sistema FV para ligação à rede com uma potência de ligação de P = 3,68 kW, em que o proprietário possui uma área de telhado disponível de 28 m2 (7,0 x 4,0 m). O telhado, não exposto a sombreamentos, está orientado a Sul com uma inclinação de 15º.

Filipe PereiraEngenheiro Electrotécnico (ISEP)

Professor na Escola Secundária D. Sancho I

Efectuando a distribuição dos módulos segundo a largura tem-se:

LTELHADO / LMÓDULO = 4,0 / 0,79 = 5,06 m > 5 módulos

CTELHADO / CMÓDULO = 7,0 / 1,584 = 4,42 m > 4 módulos Peloqueestaconfiguraçãosetem5x4=20<22.Casoovalorfosse superior à quantidade de módulos calculada poder-se-ia efec-tuar uma distribuição dos módulos segundo o comprimento. Assim tem-se:

LTELHADO / CMÓDULO = 4,0 / 1,584 = 2,53 m > 3 módulos

CTELHADO / LMÓDULO = 7,0 / 0,79 = 8,86 > 8 módulos

Comestaconfiguraçãosetem3x8=24>22.Peloqueestaconfi-guração não é válida.

4.º Escolha do inversorAqui deveremos optar apenas por utilizarmos um inversor. Quando estamosperantepotênciasmaiselevadaséusualutilizar-seváriosinversores fazendo comque a somadapotência deles perfaça apotênciatotaldainstalação.

Aconvergênciadapotêncianumasóunidade,provocaumareduçãodaeficiênciaaoinversor,pelofactodeesteencontrar-seatrabalharcom um baixo valor de carga na maior parte do tempo.

Vamosentãodeterminarapotênciado inversor.Estevalordeveráestar compreendido entre:

0,7 x PPV<PINV. DC<1,2xPPV

Nota: PPV

– Potência gerador fotovoltaico

O valor do inversor deverá estar compreendido de acordo com a gama de valores descritos anteriormente porque:•Aeficiênciadoinversoréaltoparacargaselevadas;

Page 28: Resumo renováveis magazine 8

157

renováveis em casa

•Oinversorsuportasobrecargasde20%oumais; Nota: Os inversores para sistemas autónomos suportam 100% da carga (por

exemplo, um inversor de 1.000 W suporta 2.000 W durante 2 horas).

•Oinversorencontra-seàpotênciamáximaemmuitopoucassitu-ações.

De acordo com o que foi descrito até ao momento, poderemos es-colher o inversor SB3800/V com as seguintes características:•P

DMÁX. = 4.040 W;•UMÁX. DC = 500 V;•UMPP = 200 V – 400 V;• IPVMAX. = 20 A;• IDCNOMINAL = 16 A;•*ESS – Electronic Solar Switch (desliga quando não existe tensão na

rede de distribuição);•Eficiência=95,6%(querdizerquetem4,4%perdasnapotência

máxima);•U

AC = 220 V – 240 V (este parâmetro deverá ser alterado caso a tensãovaria±10%de230V);

• fAC = 50 Hz / ±4,5 Hz (amplitude);•PAC MÁX. = 3.680 W;•PAC NOM. = 3.680 W;•Detecção automática da presença de tensão na rede > Desliga

quando não existe tensão na rede.

5.º Número máximo de módulos por fileiraOnúmerodemódulosqueosistemaFVterá,seráfixadopelovalorda tensão máxima do sistema, isto é, pelo valor da tensão DC máxi-ma permitida para interligar os módulos FV em série e também pelo valor da tensão máxima à entrada do inversor.

Caso haja uma falha de tensão na rede, o inversor dispara, e caso es-tejamos perante um dia com valores de temperatura muito baixas, a tensão em circuito aberto (U

OC) nos módulos FV, pode transfor-mar-se num valor muito alto, caso haja um disparo no lado AC do sistema FV.

Para solucionarmos este problema, poderemos efectuar o seguinte:•Limitar o número de módulos;•Limitar o valor máximo de tensão da associação em série dos mó-

dulos FV.

O valor da tensão no módulo FV, com um valor de temperatura de -10º C (U

OC a -10º C), é calculado pela seguinte fórmula:

UOC (-10º C) = ( 1 – 35º C x ∆U ) x UOC (CTS) ∆U em mV/º C 100

UOC (-10º C) = ( 1 – 35º C x (-170 X 10-8) ) x 44 = 46,63 V 100

Nota 1: No caso de falta de dados para a realização dos cálculos anteriores, pode

considerar-se que o aumento da tensão com a temperatura é de aproximadamente

14%. Sendo assim calculava-se da seguinte forma: UOC

(-10º C) ≈ 1,14 x UOC (CTS)

.

Nota 2: No cálculo anterior, utilizou-se o limite superior do coeficiente de temperatura

UOC

= - (160 ± 10) mV/º C, que é a situação mais adversa que pode ocorrer.

Na associação dos módulos FV, existem as seguintes limitações:•Tensão máxima de conexão entre os módulos (1.000 V);•Tensão do módulo com uma temperatura de -10º C, UOC (-10º C)

= 46,63 V;• Inversor – UMPP = 200 – 400 V.

O número máximo de módulos em série para interligação, é dado por:

nMÁX. = (UMÁX. INV.) / UOC (módulo -10º C) = 500 / 46,63 = 11

Nesta situação o ideal seria não ultrapassar os 10 módulos FV ligados em série.

6.º Cálculo do número mínimo de módulos por fileira OnúmeromínimodemódulosFVporfileiraserádadopelatensãomínima de funcionamento do inversor. Neste caso: U

MIN. INV. = 200 V.

A tensão mínima de funcionamento ocorre normalmente quando se atinge a temperatura máxima de funcionamento esperada para 70º C e que pode ser calculado da seguinte forma:

UMPP (70º C) = ( 1 – 45º C x ∆U ) x UMPP (CTS)

100

Então vem:

UMPP (70º C) = ( 1 – 45º C x (-150 X 10-8) ) x 35,7 = 33,29 V 100

UMPP (-10º C) = VMPP – 45 x TC (VOC) = 35,7 – 45 x (0,160) = 28,5 V

Nota: A escolha do limite inferior do coeficiente de temperatura, UOC

, deve-se ao facto

de ser o valor mais desfavorável neste caso específico.

No caso de falta de dados para a realização do cálculo anterior, pode considerar-se que o decréscimo da tensão com a tempera-turaédeaproximadamente18%.Sendoassimcalculava-sedase-guinte forma:

UMPP (70º C) ≈ 0,82 x UMPP (CTS)

Sendo assim, o número de módulos FV que seriam ligados em série, seriam:

nMIN. = (UMIN. INV.) / UMPP (70º C) = 200 / 33,29 = 6

Sendo assim, o número mínimo de módulos em série, seria de 6.

Nota: Deve-se escolher sempre um valor mais alto (por exemplo 7, 8 ou 9) para ga-

rantir que tensão mínima de arranque do inversor seja acautelada.

Page 29: Resumo renováveis magazine 8

renováveis em casa

158

7.º Cálculo do número de fileiras em paraleloOcálculodonúmerodefileirasdonossosistemaFV,serádetermi-nado pelos seguintes factores:•Correntemáximaporfileira–IMÁX. FIL. = IPMÁX. = IMPP (a 25º C) =

4,9 A;•Corrente máxima do inversor – IMÁX. INV. = 20 A

nFILEIRAS = IMÁX. INV. =

20 = 4

IPMÁX. 4,9

Onúmeroqueestesistemapodeteraníveldefileirasemparaleloé de 4.

8.º Configuração do gerador FVAoníveldaconfiguraçãodogeradorFV,temosasseguinteslimita-ções calculadas nos passos anteriores:•Número máximo de módulos em série – 10;• Número mínimo de módulos em série – 6;•Númeromáximodefileiras–4.

Sabendo que o número total de módulos fotovoltaicos é de 20, vamosadoptaraseguinteconfiguraçãodonossogeradorFV:

Gerador FV com 2 fileiras de 10 módulos em série, de acordo com o seguinte esquema.

Analisemosestaconfiguração:

UMPP(a70ºC)=11x33,29=366,19V>200V> Aceitável

UOC(a-10ºC)=11x41,38=455,18V<500V> Aceitável

UMPP(a-10ºC)=11x28,50=313,50V<500V> Aceitável

Nocasodacorrente,paraumafileiraseráde4,9Aepara2fileirasem série será:

2 x 4,9 = 9,8 A > IDCMÁX.=20A>9,8A

Vistoqueovalordacorrentegeradaficaaquémdovalornominalde corrente de entrada do inversor, dever-se-á adoptar por outra configuração.

Conclusão: Esta configuração cumpreos requisitos de tensão e decorrente, logo são soluções admissíveis. De referir que quanto mais móduloshouverporfileira,maiorseráovalordatensão.Istosignificamenores perdas de tensão nas cablagens, razão pela qual se deverá optarpelaconfiguração11x2.

A instalação a executar deverá assim ter as seguintes características:•PotênciamáximadogeradorFV–3,8kWp;•Número de módulos – 20 x 175 Wp;•Configuração–2Fileirasde10móduloscada;• Inversor (central) – P

DC NOM=3,90kW; PPV MÁX.=4,04kW.

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DE VENDA à REDE

Commaismódulosemfileiraocorremtensõesmaiselevadasoquesignificamenoresperdasdetensãonascablagens,daíarazãopelaqual se deve adoptar a solução 10x2 (Figura 1).

Figura 1 Esquema do gerador FV.

Na instalação podem ser tomadas as seguintes opções:•Colocação de um díodo de bypass em cada módulo FV, na caixa de

ligações. Nota: Normalmente, alguns módulos FV já trazem de fábrica os díodos de bypass.

•Colocaçãodedíodosdefileira,istoé,umporcadafileira. Nota: A colocação de díodos de fileira está em desuso, isto porque, se os módulos

FV da instalação forem todos iguais, é aconselhável o uso de fusíveis de protecção

nos dois lados (positivo e negativo) para protecção contra sobreintensidades. Caso

a corrente admissível nas canalizações for 1,25 vezes superior à corrente de curto-

circuito do gerador FV, o uso de fusíveis também pode ser suprimido.

Como foi referido atrás, a inclinação dos painéis fotovoltaicos depen-de da latitude e da zona onde irá ser instalado. No caso de não haver dadossuficientesparaessecálculo,podemosconsideraralatitudedolocal como o ângulo de inclinação dos painéis FV.

Este valor de latitude pode ser obtido da seguinte forma:•Utilize o Google Maps para navegar até ao local que pretende. De-

pois de estarmos no local exacto, do qual queremos retirar as co-ordenadas, clicamos com o botão direito do rato sobre o mesmo e escolhemos a opção “Centrar o Mapa aqui“.

Page 30: Resumo renováveis magazine 8

159

renováveis em casa

•DepoisdoMapacentrado,cliqueemLink,emcimaeàdireitadapágina.Agoranacaixaqueseabrecliquenocódigodecima,efaçacopiar,ascoordenadasestãoai.

•AbraoblocodenotasdoseuWindowsououtroeditordetextoqualquer,ecoleaíocódigo.Asduascoordenadasqueprocura,estãonesse,textocomopodevernafiguraembaixo.

•UtilizandoocursordoratoeoEnterdoPC,isole-asparamaisfácilidentificação.

Ascoordenadasserãointerpretadasdoseguintemodo:N 37.14926º – LatitudePor ser um valor positivo equivale a “N” (Norte), se for negativodevemosescolher“S”(Sul)W 8.538233º – Longitude Porserumvalornegativoequivalea“W”(West-Oeste),seforposi-tivodevemosescolher“E”(East-Este)

Ainclinaçãodopainelirávariardeacordocomolocalondeforins-talado,variandocoma latitude.Quandonãoexiste informaçãonomomentodainstalaçãoacercadoângulodeinclinação,deveutilizar-seainclinaçãoigualalatitudedolocal.

De acordo com os valores e escolhas tomadas pode o projectis-tadefiniraconfiguraçãoadequadaetermuitaatençãoàcablagem,IEC60364-7-712,àsegurançadepessoas(RTIEBT),normadaEDP,DMA-C62-815/Netodaalegislaçãoquevierautilizaraolongodotempoedeacordocomaevoluçãodestesistema.

9.º - Cálculo das cablagens e seccionadores nos circuitos em DCOscabosdefileirasãodimensionadosdaseguinteforma:•SegundooIEC60364-7-712:IZ≥1,25xIccDC(condiçõesCTS); Nota: IZ – Corrente admissível nos cabos.

∆UCABOS=1%-Valoradmissívelnossistemasfotovoltaicos.•Correntequepercorreacablagemdafileira:I=IFIL.X1,25=5,4x1,25=6,75A;

•Secçãodoscondutoresutilizadosnasfileiras:S=4mm2;•Tipodecondutor:CaboRadoxSolarWireDC1x4mm2; Nota: O valor da queda de tensão nos cabos das fileiras depende do comprimento

que vai desde o gerador FV e o quadro DC (ou inversor). Quanto maior for a distân-

cia, maior terá de ser a secção do cabo a utilizar. Neste caso não serão utilizados

fusíveis de protecção DC porque o dimensionamento assim o permite.

•Ascoresdacablagemdefileirasdeverãoserdecorvermelhanopositivoedecorpretanonegativo.

A nível de seccionadores, o dimensionamento é feito da seguinte maneira:

SegundoanormaIEC60364-7-712,temosqueinstalaruminterrup-torecortegeralantesdoinversor(existeminversoresquenãone-cessitam).Estedeverácumprirasseguintescondições:• I

GDC.≥1,25xIccFV≥2x1,25x5,4=13,5A>Optar-seporaco-locaçãodeumdisjuntorDCbipolarde16A.

OscabosprincipaisDC(ligaçãoquadroprotecçãoaoinversor)sãodimensionadosdaseguinteforma:• I

Z≥1,25xIccDC(CTS);•DevemsuportarumacorrenteI=2xIFIL.x1,25=2x5,4x1,25=13,5A;

Nota: O 2x deve-se ao facto de haver um cabo de ida e de volta.

•Secçãodoscondutoresutilizadosnasfileiras:S=4mm2–Secçãomínima(2,5mm2);

•Tipodecondutor:CaboRadoxSolarWireDC1x4mm2; Nota: O valor da queda de tensão nos cabos das fileiras depende do comprimento

que vai desde o gerador FV e o quadro DC (ou inversor). Quanto maior for a distân-

cia, maior terá de ser a secção do cabo a utilizar.

10.º Dimensionamento dos equipamentos ligação à redeNestesistemaFV,iremosutilizaroinversordaSMA3800cominter-ruptoràentrada.AssimnãonecessitamosdepossuirumquadrocomcorteeseccionamentoemDC,poisoinversorconsegueassegurarestasfunções.

DoladoACdoinversor,pode-seutilizaruminterruptordiferencialdotipoBparaoseccionamentoeumseccionadorfusíveldetamanho10x38mmparacorteeprotecçãonaportinholadosistemaFV.

Ao nível de equipamentos de seccionamento e corte do lado AC do inversor, utilizaremos:• InstalaçãodeuminterruptordiferencialdeI∆n≤30mAàsaídadoinversor;

Page 31: Resumo renováveis magazine 8

renováveis em casa

160

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DE VENDA à REDE

• Instalar um aparelho de protecção omnipolar após o Interruptor diferencial.•1 Interruptor diferencial de IN = 25A e I

∆n = 30 mA, conforme a seguintefigura;

Figura 2 Interruptor diferencial + Disjuntor (Fonte: KleanEnergie4Life / Selfenergy

Solutions).

•1 Disjuntor com IN = 20 A ou 10 A.

Ao nível da cablagem do lado AC do inversor (ligação inversor – portinhola), esta terá as seguintes características:•Corrente I

B = 16,52A (I = P/U = 3800/230);•Secção dos condutores – S = 6 mm2 (este valor é o mínimo exigido

pelas RTIEBT);

•Tipo de condutor: VV 2 x 6 mm2, H07V-U 2 x 6 mm2 ou VAV 2 x 6 mm2.

Ao nível da portinhola – consumidor/produtor, esta deve ser di-mensionada tendo em conta as seguintes características (Figura 3):•A portinhola a utilizar deve cumprir a norma EDP, DMA-C62-

815/N;• I = 100/25 A;•Deve possuir seccionadores-fusível de 10 x 38 mm, com fusíveis de

IN = 20 A.

11.º Considerações finais dos sistemas de ligação à redeDe acordo com o descrito anteriormente, nos sistemas de micro-geração dever-se-á ter em atenção os seguintes aspectos técnicos:•Deve-se utilizar descarregadores de sobretensões à entrada do

inversor, quando a canalização é longa;•Com comprimentos iguais ou superiores a 15 m de canalização,

deverá existir um descarregador de sobretensões FV antes do in-terruptor de corte DC;

•Deverá ser feita a equipotencialização da estrutura metálica de suporte dos módulos fotovoltaicos bem como dos respectivos cai-xilhos. A estrutura metálica é considerada como um bom captor de descargas à terra;

•Estaequipotencializaçãocomoterminalprincipaldeterrassóserápossívelcasoovalordaresistênciadeterrasejainferiora10Ω.

Bibliografia

• Curso Técnico Instalador de Energia Solar Fotovoltaica, Publindústria 2011.

Figura 3 Esquema final de um sistema FV microgeração 3,68 kW para venda à rede.

Page 32: Resumo renováveis magazine 8

162

barómetro das renováveis

barómetro das renováveis setembro 2011

A potência instalada de Fontes de Energia Renovável (FER), somou 9.688 MW no final de Junho de 2011, crescendo relativamente a Março de 2011 mais 255 MW de eólica, 9.6 MW de fotovoltaica e 9.4 MW de bio-massa. Existem atualmente 3.046 MW de potência licenciada por instalar, distribuída da seguinte forma: 429 MW de eólica, 323 MW de biomassa, 139 MW de mini-hídrica e 2.180 MW adicionais das grandes hídricas.

No último trimestre, de Julho e Setembro, apesar dos incrementos de potência instala-da, continua-se a assistir uma menor fracção de produção renovável, 10% menos relativa-mente ao trimestre homólogo do ao ante-rior. Esta redução deve-se a menos 18% de produção na hídrica. Por outro lado a produ-ção eólica já aumentou 27% e a fotovoltaica aumentou 43%, relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior. Para o ano móvel

até setembro as FER aumentaram 7,4%.Durante 2011 o consumo tem diminuído gradualmente, no último trimestre a redu-ção foi de 4,1% relativamente ao período ho-mólogo. No entanto a redução de consumo anual ainda só foi de 0,7%. A fracção de FER (incluindo PRE térmica) durante o último ano foi 58% do consumo. A fracção FER sem a PRE térmica foi 43%, sendo: 25% de hídrica, 17.8% de eólica e 0.5% de fotovoltaico.

O barómetro das energias renováveis pretende manter informados os nossos leitores sobre a evolução das potências instaladas e das correspondentes produções de energia. A informação apresentada sobre potências instaladas tem como fonte as estatísticas rápidas da DGEG de Março de 2011 e a informação sobre produção tem como fonte a informação de produção diária desagregada disponibilizada no website da REN até 30 de Setembro de 2011.

Figura 1 Potência instalada da Fontes de Energias Renováveis (FER) em Junho 2011. Fonte: baseado nas estatísticas rápidas da DGEG.

500 

1000 

1500 

2000 

2500 

3000 

3500 

4000 

4500 

5000 

Grande Hídrica 

(>10 MW) 

Eólica 

4515 

3455 

787 

Potência Instalada FER (MW)  

(Outubro 2009) Licenciada  instalada  

500 

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Grande Hídrica 

(>10 MW) 

Eólica 

4515 

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Potência Instalada FER (MW)  

(Outubro 2009) Licenciada  instalada  

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jan‐09  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10 

44% FER 

60% FER  47% FER 40% FER  38% FER  33% FER 

35% FER 35% FER 

35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

Licenciada

Instalada

Figura 2 Energia produzida mensalmente pelas Fontes de Energias Renováveis (FER). Fonte: baseado na informação de produção diária disponível no website da REN.

ConsumoMensal

(GWh)

Produção não renovável

PRE Ondas

PRE Fotovoltaica

PRE Hidráulico

Albufeira SEP

PRE Térmico

Fio Água SEP

PRE Eólico

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35% FER 35% FER 

35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

500 

1000 

1500 

2000 

2500 

3000 

3500 

4000 

4500 

5000 

5500 

jan‐09  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10 

44% FER 

60% FER  47% FER 40% FER  38% FER  33% FER 

35% FER 35% FER 

35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

Cláudio Monteiro, com a colaboração de António Sérgio Silva

Grande Hídrica (>10 

MW) 

Eólica 

4497 

3802 

16 

621 

Biomassa (c/

cogeração) 

PCH (<= 10 MW)  Resíduos Sólidos 

Urbanos 

Fotovoltaica  Biomassa (s/

cogeração) 

Biogás  Ondas/Marés 

360  334 

88 119,4  106 

22  4,2 

188 

135 

5,6 84 

58 

Potência Instalada FER (MW)  

(Julho 2010) 

Potência Instalada (MW)  Potência Licenciada (MW)  Potência Instalada FER (MW)(Junho 2011)

Page 33: Resumo renováveis magazine 8

164

bibliografia

Curso Técnico Instalador de Energia Solar Fotovoltaica – Inclui CD

Este manual, a cores, preenche uma lacuna no domínio da formação em energias renováveis. Segue os refe-renciais da Associação Nacional das Qualificações (ANQ) e do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) responde às necessidades dos seguintes cursos: Curso Profissional “Técnico de Energias Renováveis” – Variante Solar; 522212 – Técnico/a Instalador/a de Sistemas Solares Fotovoltaicos. Com um CD de apoio com powerpoints, tabelas, software e outros materiais necessários às acções de formação, esta obra constitui uma mais-valia para os profissionais do sector, empresas, engenheiros e estudantes de engenharia, sob uma óptica de resolução de problemas de dimensionamento e instalação de sistemas fotovoltaicos. Além disso permite que os formandos procurem, de forma autónoma e crítica, o saber e os conhecimentos relativos a esta área específica – as indústrias – consolidando e sedimentando as competências necessárias para a sua correcta aplicação. Índice: Energia Solar; Sistemas solares fotovoltaicos. Módulos solares fotovoltaicos. Projecto de sistemas solares fotovoltaicos - selecção e dimen-

sionamento. Projecto de sistemas solares fotovoltaicos – Construção. Projectos de sistemas solares fotovoltaicos – Instalação. ANEXO I - Radiação

Solar em kWh/m2 em Portugal. ANEXO II - Coordenadas de locais em Portugal Continental. Hiperligações para software de sistemas FV. Bibliografia.

Hiperligações de bibliografia

Electrónica XXI

É um livro de referência para o formador e para o formando do ensino profissional. De consulta fácil e rápida, tanto por tema como por curso, reúne em si os conteúdos da disciplina de electrónica nas suas diversas va-riantes, consoante o curso profissional em que se insere. Os cursos que abrange são: Técnico de Instalações Eléctricas EE; Técnico de Electrotecnia EE; Técnico de Electrónica Naval; Técnico de Electrónica e Teleco-municações; Técnico de Electrónica, Áudio, Vídeo e TV; Técnico de Electrónica, Automação e Comando; Técnico de Electrónica, Automação e Computadores; Técnico de Electrónica, Automação e Instrumentação; Técnico de Manutenção.Índice: Corrente eléctrica. Análise de circuitos em corrente contínua. Magnetismo e electromagnetismo. Corrente alternada monofásica. Corrente alterna-

da trifásica. Semicondutores. Transístor bipolar. Transístores J-FET, MOSFET e tiristores. Amplificadores com transístores. Amplificadores operacionais. Os-

ciladores. Electrónica de potência. Sistemas trifásicos. Sistemas de alimentação. Electroquímica, pilhas e acumuladores. Transformadores. Máquinas eléc-

tricas de corrente contínua. Máquinas eléctricas de corrente alternada. Sistemas de numeração. Circuitos lógicos. Descodificadores. Circuitos sequenciais.

AutoCAD Electrical 2011 Fundamentos – DVD

Acabou o tempo em que os projectos eléctricos eram demorados e árduos a serem desenvolvidos. O AutoCAD Electrical fornece diversos recursos específicos para o desenvolvimento de esquemas eléctricos, painéis e lista de peças. Aliando a Didáctica da Render e o conhecimento técnico de um profissional certifi-cado Autodesk, o Curso AutoCAD Electrical 2011 Fundamentos ensina como projectar sistemas eléctricos de forma mais rápida e fácil. Com este DVD pode criar projectos eléctricos do início ao fim, personalizando o template, adicionando ladder e componentes, inserindo CLP, definindo fiação monofásica e trifásica, desen-volvendo circuitos, painéis, diagramas e muito mais. Índice: Usar as ferramentas do AutoCAD Electrical 2011, para criação de projectos eléctricos de forma produtiva, fácil e rápida. Conceitos básicos para

o desenvolvimento de diagramas e painéis eléctricos no AutoCAD Electrical 2011. Como inserir automaticamente: componentes eléctricos, tags dos

componentes, anilhas, régua de borne, fiação, entre outros.

Autores: Filipe Pereira, Manuel OliveiraISBN: 9789728953782 Editora: Publindústria Páginas: 404Edição: 2011Obra em PortuguêsVenda online em www.engebook.com

Autor: Afonso Marques ISBN: 9789728953881 Editora: PublindústriaPáginas: 774Edição: 2011Obra em PortuguêsVenda online em www.engebook.com

€ 26,00

€ 39,95

Autor: Jean Pacher ISBN: ACAD11-EL-F Editora: Render Duração: 153 minutosEdição: 2011Obra em Português do BrasilVenda online em www.engebook.com

€ 79,95

Page 34: Resumo renováveis magazine 8

165

bibliografia

Proteção de Equipamentos Eletrônicos Sensíveis – 2.ª edição

Destina-se aos estudantes do Curso de Electrotécnica e aos profissionais dedicados a projectos de insta-lações eléctricas. Apresenta os procedimentos e as ferramentas modernamente utilizados na concepção dos projectos de aterramento e aplicação dos principais dispositivos que ofereçam segurança à operação de equipamentos, abrangendo assuntos como a Qualidade da Energia Eléctrica, Sistema de Aterramento, Malha de Terra, Harmónicos, Campos Electromagnéticos, Fenómenos Transientes, Blindagens Electromag-néticas, Compatibilidade Electromagnética, Aterramento para Equipamentos Electrónicos Sensíveis e Pro-tectores de Transientes. A segunda edição tem várias alterações, actualizações e complementos à implementação dos padrões dos indicadores de continuidade de serviço e dos indicadores de faixa de tensão permissível, do PRODIST (Pro-cedimentos da Distribuição), documentos obrigatórios elaborados pelo NOS, os novos limites de distorção harmónica de corrente e tensão estabelecidos pelo PRODIST e pelo IEEE 519 e dispositivos contra surtos de tensão (DPS).Índice: Qualidade de Energia. Sistemas de Aterramento. Malha de Aterramento. Componentes Harmônicas. Campos Eletromagnéticos. Fenômenos

Transientes. Blindagens Eletromagnéticas. Compatibilidade Eletromagnética. Aterramento para Equipamentos Eletrônicos Sensíveis. Protetores de

Transientes.

Redes de Energia Eléctrica – Uma análise sistémica – 3.ª edição revista

Segundo Rui Leuschner Fernandes, Director do Primeiro Gabinete de I&D da EDP, “o texto em causa abran-ge, com profundidade e extensão, as matérias habitualmente versadas no domínio de Análise, Planeamento e Exploração de Redes, sendo completado com um capítulo actualizado, referente a políticas de Organização e Gestão do Sistema Eléctrico. São de realçar as seguintes qualidades: grande clareza de exposição; manifesto rigor de terminologia e de conceitos utilizados; matéria exposta ilustrada com um vasto conjunto de exemplos numéricos de grande oportunidade... um manual de consulta de elevada utilidade para engenheiros das Empresas de Produ-ção, Transporte e Distribuição de Energia Eléctrica, assim como para técnicos de Gabinetes de Engenharia e de fabricantes de Equipamento. Não se conhece, editada em Portugal, publicação equivalente nos seus objectivos e no teor das matérias versadas o que realça o interesse e a oportunidade do presente texto.” Outra opinião partiu de Manuel António Matos, Professor Catedrático da FEUP que ressalvou que “é importante cumprimentar o autor por se ter abalançado à produção de uma obra deste tipo, num ambiente onde não há incentivo nem tradição para o fazer. (...) A presente iniciativa vem preencher uma lacuna na bibliografia disponível em língua portuguesa, não apenas para os alunos, mas também para consulta dos técnicos que exercem a sua actividade no sector eléc-trico. A sua publicação constituirá, portanto, um marco assinalável no panorama editorial da área, extravasando, com certeza, as fronteiras da Universidade.”Índice: Introdução. Conceitos Básicos. Máquina Síncrona. Transformador e Máquina Assíncrona. Linha Eléctrica de Energia. Trânsito de Energia. Cor-

rentes de Curto-Circuito. Controlo de Frequência e de Tensão. Estabilidade Transitória. Sobretensões e Transitórios Electromagnéticos. Transmissão em

Corrente Contínua. Elementos de Análise Económica e Financeira. Operação Optimizada. Organização e Gestão do Sistema Eléctrico.

€ 40,95

Autor: João Mamede Filho ISBN: 9788571945128 Editora: ÉricaPáginas: 334Edição: 2010Obra em Português do BrasilVenda online em www.engebook.com

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Autor: José Pedro Sucena Paiva ISBN: 9789898481061 Editora: IST PressPáginas: 787Edição: 2011Obra em Português Venda online em www.engebook.com

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renováveismagazine166

calendário de eventos

Intersolar India Feira sobre Energia Solar Bombaim,India

14 a 16 Dezembro 2011

Solar Promotion Int. [email protected]

Designação Temática Local Data Contacto

Renewable Energy HR

Conferência sobre Energias Renováveis

Londres,Reino Unido

6 e 7 Dezembro 2011

Green Power Conferenceswww.greenpowerconferences.cominfo@greenpowerconferences.com

Wind Turbine Blade Manufacture

Conferência sobre a Construção de Turbinas Eólicas

Dusseldorf, Alemanha

6 a 8 Dezembro 2011

Applied Market Information [email protected]

World Future Energy Summit 2012

Conferência sobre as Energias Renováveis

Abu Dhabi,Emirados Árabes Unidos

16 a 19 Janeiro 2012

Reed Exhibitionswww.worldfutureenergysummit.comclaude.talj@reedexpo.ae

Renewable UK Health & Safety

Conferência sobre Segurança em Energias Renováveis

Manchester,Reino Unido

1Fevereiro 2012

Ten [email protected]

SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS

Designação Temática Local Data Contacto

Interclima + Elec Salão sobre Climatização e Energia Fotovoltaica

Paris,França

7 a 12 Fevereiro 2012

Reed [email protected]

Sinerclima Salão Internacional de Energia, Refrigeração e Climatização

Batalha, Portugal

29 Fevereiro a 3 Março2012

Exposalã[email protected]

FEIRAS

Energaia Feira sobre Energias Renováveis Montepellier, França

8 a 11 Dezembro 2011

[email protected]

Int. Conference on Recent Advances and Challenges in Energy

Conferência sobre as Energias Renováveis

Karnataka,Índia

4 a 6 Janeiro 2012

Manipal [email protected]

Egética Feira das Energias Valência, Espanha

29 Fevereiro a 3 Março2012

Feira de Valê[email protected]

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renováveismagazine168

links

O INEGI em conjunto com a APREN reuniram esforços e criaram uma completa e acessível base de dados dos centros electroprodutores de Portugal continental. É um excelente website que se destaca pela simplicidade e funcionalidade.

http://e2p.inegi.up.pt/index.asp

e2p Energias Endógenas de PortugalbAsE dE dAdOs dE fONtEs RENOvávEIs dE ENERGIA

Website comercial, mas com muita informação essencial para profissionais do fotovoltaico. As tendências do futuro para novos produtos poder ser aqui encontradas. Entre os muitos produtos pode-se descarregar um novo software de dimensionamento de sistemas fotovoltaicos, o “sunny design”. também disponibiliza informação de formação muito útil em “sMA solar Academy”.

www.sma.de/en/

sMA solar technology