Resumo de literatura

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Resumo de literatura Da mesma forma que organizamos a História em vários períodos (Idade Antiga, Idade Média, etc), nós também organizamos a história da Literatura Brasileira em vários períodos, que podem ser chamados de " escolas literárias ", ou então de " movimentos literários ". A literatura brasileira é tradicionalmente dividida em escolas literárias, divisão que também é conhecida como “movimentos literários” ou, ainda, “estilos de época”. Essa sistematização, embora muitas vezes arbitrária, tem como principal objetivo facilitar o estudo da disciplina, bem como seu ensino, uma vez que agrupa escritores de acordo com suas características estilísticas, temáticas e, claro, de acordo com o contexto histórico no qual estão inseridos. Seria impossível dissociar a Literatura da História: essas duas áreas do conhecimento humano caminham lado a lado, e é inquestionável a influência dos fatos históricos no fazer literário de cada época. → Quinhentismo (de 1500 a 1601); → Barroco (de 1601 a 1768); → Arcadismo (de 1768 a 1808); → Período de Transição (de 1808 a 1836). → Romantismo (de 1836 a 1881); → Realismo (de 1881 a 1893); → Simbolismo (de 1893 a 1922); → Modernismo (de 1922 a 1945) Literatura Brasileira (Era Colonial) Quinhentismo Barroco Arcadismo Literatura Brasileira (século XIX)

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Resumo de literatura

Da mesma forma que organizamos a História em vários períodos (Idade Antiga, Idade Média, etc), nós também organizamos a história da Literatura Brasileira em vários períodos, que podem ser chamados de "escolas literárias", ou então de "movimentos literários".

A literatura brasileira é tradicionalmente dividida em escolas literárias, divisão que também é conhecida como “movimentos literários” ou, ainda, “estilos de época”. Essa sistematização, embora muitas vezes arbitrária, tem como principal objetivo facilitar o estudo da disciplina, bem como seu ensino, uma vez que agrupa escritores de acordo com suas características estilísticas, temáticas e, claro, de acordo com o contexto histórico no qual estão inseridos. Seria impossível dissociar a Literatura da História: essas duas áreas do conhecimento humano caminham lado a lado, e é inquestionável a influência dos fatos históricos no fazer literário de cada época.

→ Quinhentismo (de 1500 a 1601); → Barroco (de 1601 a 1768); → Arcadismo (de 1768 a 1808); → Período de Transição (de 1808 a 1836). → Romantismo (de 1836 a 1881); → Realismo (de 1881 a 1893); → Simbolismo (de 1893 a 1922); → Modernismo (de 1922 a 1945)

Literatura Brasileira (Era Colonial)

QuinhentismoBarrocoArcadismo

Literatura Brasileira (século XIX)

RomantismoRealismoNaturalismoParnasianismoSimbolismo  

Literatura Brasileira (século XX)

Pré-ModernismoModernismo

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Com a Expansão Marítima, o Brasil é descoberto e se transforma em colônia de Portugal, herdando, assim, a Língua Portuguesa. Desse modo, inicia-se a história da Literatura Brasileira:

QUINHENTISMO

Contexto Histórico: Grandes Navegações

O Brasil foi descoberto em 1500 e a partir de agora começa a Literatura Brasileira. O Quinhentismo (uma referência ao ano de 1500) é o período literário brasileiro dos anos 1500 e tudo o que tínhamos sobre o Brasil eram os textos informativos que os navegantes europeus escreviam para descreverem a terra descoberta (Literatura de Informação). Sendo assim, o marco inicial da Literatura Brasileira foi A Carta de Caminha, primeiro documento escrito sobre o Brasil (foi escrito por Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal com o objetivo de dar notícias sobre a terra descoberta e descrever as suas características). Também temos a ocorrência da Literatura de Catequese, que tinha o objetivo de catequizar os índios (o grande nome desse período foi o padre José de Anchieta).

BARROCO

Contexto Histórico: Contrarreforma

O Barroco foi o período literário brasileiro iniciado em 1580. Era a época da Contrarreforma (reação da Igreja Católica contra a Reforma Protestante). Sendo assim, o Barroco expressava o período de conflitos que as pessoas da época viviam.

Características: período de oposições e de conflitos (fé x razão, corpo x alma, pecado x virtude, vida x morte). A linguagem era mais complexa e difícil, com jogo de palavras, inversões, excesso de metáforas e de figuras de linguagem e vocabulário complicado (características do cultismo, ou seja: obsessão pela linguagem culta). Quanto às ideias, elas também eram mais elaboradas, mais complexas e exigiam mais o raciocínio lógico (características do conceptismo). Autores: Gregório de Matos (autor de vários poesias líricas e satíricas) e padre Antônio Vieira (conhecido pelos seus sermões e pela sua habilidade como orador).

ARCADISMO

Contexto Histórico: Iluminismo, Revolução Francesa

Como já vimos, a linguagem e as ideias do Barroco eram complexas e complicadas, além das instabilidades das ideias opostas. O Arcadismo vai contra isso e busca o equilíbrio e a simplicidade. Outras características: "fugere urbem" ou fuga da cidade (a cidade é um ambiente ruim), preferência pela natureza (ambiente bucólico e pastoril), "carpe diem" (aproveitar o tempo), predomínio da razão sobre a emoção. Autores do período: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão.

O Brasil deixou de ser colônia de Portugal e alcançou a sua independência. Sendo assim, a nossa literatura ganhou mais força e se consolidou. A partir de agora, se torna cada vez mais comum estudarmos individualmente os autores e suas obras, além,

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claro, das características gerais dos períodos literários. Vamos estudar, agora, a Literatura Brasileira do século XIX.

ROMANTISMO

Contexto Histórico: Independência do Brasil, Brasil Império, Abolição da Escravatura, Proclamação da República.

O Romantismo foi o período literário que começou no início do século XIX e é caracterizado pelo predomínio da emoção, dos sentimentos e da linguagem subjetiva. Os escritores românticos eram mais sentimentais e emotivos. Essa época é dividida em três períodos: Indianismo (primeira fase), Ultrarromantismo (segunda fase) e Condoreirismo (terceira fase).

Indianismo: com a independência do Brasil, os autores desse período se preocupavam em definir a nova identidade nacional. Sendo assim, o sentimento era de patriotismo e de nacionalismo, valorizando tudo o que o Brasil tinha. A figura central dessa valorização era o índio, símbolo nacional.

Ultrarromantismo: essa fase é caracterizada pelo pessimismo profundo, pela depressão, pelo saudosismo, pelo individualismo e pelas frustrações. Os ultrarromânticos (românticos exagerados), influenciados pelo poeta britânico George Byron, se sentiam trises, entediados, depressivos e se interessavam por temas ligados à morte e à noite. Essa geração de poetas ficou conhecida como "Mal do Século" (por causa do pessimismo que eles expressavam).

Condoreirismo: os autores condoreiros se preocupavam mais com a questão social, como a escravidão, a educação e a miséria. Os destaques desse período são: Castro Alves, Fagundes Varela e Sousândrade.

REALISMO

Contexto Histórico: Século XIX

O Romantismo é substituído pelo Realismo em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (de Machado de Assis). Os autores do período do Realismo eram contrários ao excesso de sentimentos e de emoções dos românticos e procuravam enxergar o mundo de maneira realista, tal como ele realmente era.

O foco dos autores realistas era a sociedade: eles criticavam o comportamento social da época, criticando o clero, a burguesia e abordando questões familiares, como o adultério. Em seus textos, os autores também faziam a análise psicológica dos personagens, de modo a abordar as questões da maneira mais realista e coerente possível.

O grande destaque do período foi Machado de Assis com a sua trilogia (Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro).

NATURALISMO

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O Naturalismo faz parte do Realismo (os dois movimentos ocorreram ao mesmo tempo) e nada mais é do que um Realismo mais aprofundado (é um desdobramento do Realismo), interpretando o mundo de um modo mais científico. O Naturalismo trata o homem como uma espécie de objeto de estudo, que deve ser observado. Pela experiência e pela observação (características científicas) é possível entender a realidade. Sendo assim, os textos naturalistas priorizam a descrição e os detalhes (reflexo da observação). 

Principais autores desse período: Raul Pompeia (autor de O Ateneu) e Aluísio de Azevedo (autor de O Cortiço e de O Mulato).

PARNASIANISMO

O Parnasianismo foi um movimento literário que se desenvolveu junto com o Realismo e com o Naturalismo, sendo que a diferença é que o Parnasianismo se restringe à poesia.

A poesia parnasiana se preocupa com a sua aparência: o vocabulário é rebuscado e a poesia é precisa e bem trabalhada, buscando-se sempre a forma perfeita (esse conceito é chamado de "arte pela arte"m ou seja: o fazer poético é uma arte). Os versos são regulares (gosto pelos sonetos, por exemplo) e a linguagem é objetiva e descritiva. O grande nome desse período foi Olavo Bilac.

SIMBOLISMO

O Simbolismo foi um movimento de oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Parnasianismo. Os simbolistas eram contrários ao caráter científico e objetivista desses movimentos. Sendo assim, o Simbolismo tinha as seguintes características: subjetivismo, mergulho no "eu" (valorização dos sentimentos individuais e da subconsciência), proximidade pelas questões filosóficas e existenciais, explicação da realidade por meio de símbolos (metáforas, imagens), misticismo (cosmos e questões espirituais).

EXERCÍCIOS

TEXTO I 

Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam. CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

TEXTO II

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PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013. (Foto: Reprodução)

1)Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que 

a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária. 

b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.

c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos 

d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a mesma função social e artística. 

e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momentos histórico, retratando a colonização.

2) (UFSM) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:

a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese.b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e pedagógica.e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo.

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3) Questão  111 do Enem

Quando Deus redimiu da tiraniaDa mão do Faraó endurecidoO Povo Hebreu amado, e esclarecido,Páscoa ficou da redenção o dia.Páscoa de flores, dia de alegriaÀquele povo foi tão afligidoO dia, em que por Deus foi redimido;Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.Pois mandado pela Alta MajestadeNos remiu de tão triste cativeiro,Nos livrou de tão vil calamidade.Quem pode ser senão um verdadeiroDeus, que veio estirpar desta cidadeo Faraó do povo brasileiro. (DAMASCENO,  D. Melhores  poemas: Gregório de  Matos. São Paulo: 2006)

3)Com uma  elaboração de   linguagem e uma visão  de  mundo  que  apresentam  princípios barrocos, o   soneto de  Gregório de  Matos apresenta  temática expressa  por(A) visão cética  sobre as relações  sociais.(B) preocupação com  a identidade  brasileira.(C) crítica  velada à forma de governo  vigente.(D) reflexão sobre dogmas do  Cristianismo.(E) questionamento das  práticas  pagãs  na Bahia.

4)  (UNICAMP)A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento

(1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria

representar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição dos

traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da Igreja, as peças

encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais.

(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras: três pinturas

coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado

(org.), Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica. Europa, Américas e

África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 385.)

4-Considerando as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida

como:

a) renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo reformado,

resgatando os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de Trento.

b) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada

pelas confrarias e criada pelos artífices locais.

c) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais,

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financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.

d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e

brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.

5) QUESTÃO    132 (Enem)

Soneto  VIIOnde estou? Este sítio desconheço:Quem fez tão diferente aquele prado?Tudo outra natureza tem tomado;E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui  houve; eu  não  me esqueçoDe estar a ela um dia reclinado:Ali em vale um monte está mudado:Quando pode dos anos o progresso!

Árvores  aqui vi  tão  florescentesQue faziam perpétua a primavera:Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me  engano: a região esta  não era;Mas que venho a estranhar, se estão presentesMeus males, com que tudo degenera.

(COSTA, C.M. Poemas. Disponível em  www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 7 jul  2012)No soneto de  Claudio Manuel da Costa, a contemplação da  paisagem permite  ao  eu  lírico uma reflexão em que transparece uma

(A) angústia provocada pela sensação de solidão.

(B) resignação diante das  mudanças do  meio ambiente.

(C) dúvida existencial em  face do espaço desconhecido.

(D) intenção de recriar o passado por meio da paisagem.

(E) empatia entre os sofrimentos do eu e  a agonia da terra.