Resumo 3ºPeriodo HGP

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PORTUGAL NOS SÉCULOS XV E XVI I - De Portugal às ilhas atlânticas e ao cabo da Boa Esperança 1- De que necessitavam os nobres portugueses? Devido aos reflexos da crise económica, no inicio do século XV passava-se por grandes dificuldades. Faltavam os cereais, o ouro e as matérias-primas. Assim a nobreza portuguesa queria aumentar as suas terras, e como não se podiam expandir por terra, já que o tratado de paz com Castela (1411) o impedia, voltaram-se para a expansão marítima, pois há muitos aque os Portugueses eram atraídos pelo oceano. 2- E os burgueses? Desejavam conquistar novos mercados. 3- Seria a expansão uma saída para a crise? Porquê? A expansão marítima seria o alargamento de um país, descobrindo e conquistando novos territórios e usando o mar como principal via. Toda a sociedade tinha esperança em novas conquistas, que as mesmas resolvessem muitos dos seus problemas, assim esperava- se vir a possuir mais terras e cargos, espalhar a fé cristã e melhorar as condições de vida. 4- Que dificuldades encontraram os navegadores no oceano Atlântico? Os navegadores encontraram perigos naturais, tais como, ventos dominantes, tempestades e correntes marítimas muito fortes no oceano Atlântico. 5- Qual a técnica de navegação utilizada no oceano Atlântico pelos navegadores no século XV? Os marinheiros portugueses conheciam e utilizavam já alguns instrumentos e técnicas de navegação, no inicio navegavam junto à costa para não se perderem, mas depressa compreenderam que se, queriam aventurar-se no conhecimento dos mares, tinham de utilizar outra forma de navegação. Foi assim, que se começaram a utilizar novos instrumentos e técnicas de navegação: novo tipo

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PORTUGAL NOS SÉCULOS XV E XVI

I - De Portugal às ilhas atlânticas e ao cabo da Boa Esperança

1- De que necessitavam os nobres portugueses? Devido aos reflexos da crise económica, no inicio do século XV passava-se por grandes dificuldades. Faltavam os cereais, o ouro e as matérias-primas. Assim a nobreza portuguesa queria aumentar as suas terras, e como não se podiam expandir por terra, já que o tratado de paz com Castela (1411) o impedia, voltaram-se para a expansão marítima, pois há muitos aque os Portugueses eram atraídos pelo oceano.

2- E os burgueses? Desejavam conquistar novos mercados.

3- Seria a expansão uma saída para a crise? Porquê? A expansão marítima seria o alargamento de um país, descobrindo e conquistando novos territórios e usando o mar como principal via. Toda a sociedade tinha esperança em novas conquistas, que as mesmas resolvessem muitos dos seus problemas, assim esperava-se vir a possuir mais terras e cargos, espalhar a fé cristã e melhorar as condições de vida.

4- Que dificuldades encontraram os navegadores no oceano Atlântico? Os navegadores encontraram perigos naturais, tais como, ventos dominantes, tempestades e correntes marítimas muito fortes no oceano Atlântico.

5- Qual a técnica de navegação utilizada no oceano Atlântico pelos navegadores no século XV? Os marinheiros portugueses conheciam e utilizavam já alguns instrumentos e técnicas de navegação, no inicio navegavam junto à costa para não se perderem, mas depressa compreenderam que se, queriam aventurar-se no conhecimento dos mares, tinham de utilizar outra forma de navegação. Foi assim, que se começaram a utilizar novos instrumentos e técnicas de navegação: novo tipo de barco – Caravela; nova técnica de navegação astronómica e novos instrumentos – astrolábio; quadrante; bússula e carta náutica.

Bússula – invento chinês divulgado pelos árabes, que permite definir a direcção/rumo a seguir através da indicação no norte (magnético)

Quadrante – instrumento com a mesma função do astrolábio. É um quarto do astrolábio.

Astrolábio – instrumento que mede a altura dos astros para permitir calcular a latitude.

Carta náutica – mapa com indicações para a navegação, por exemplo, as linhas de rumo, que mostram qual o melhor caminho a seguir.

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6- Porque motivo a Caravela quinhentista, foi o tipo de barco mais usado pelos portugueses no século XV?

Tratava-se de um barco pequeno e leve, equipado com velas triangulares (latinas), que permitiam navegar com ventos contrários (bolinar – navegar em ziguezague, obliquamente em relação à linha do vento, de modo a que

a embarcação pudesse progredir no rumo pretendido).

As caravelas eram navios ligeiros, rápidos, capazes de navegar em todas as águas e com todos os ventos. De casco muito leve, com um castelo na popa, tinham em geral três mastros. As suas velas triangulares permitiam-lhes bolinar, ou seja, navegar com ventos contrários. A vela triangular tomou o nome de vela latina.

7- Comenta a seguinte afirmação: “Ceuta, uma cidade apetecível”. Justificando a tua resposta. / (Quais foram as vantagens para os portugueses em controlar Ceuta?)

No século XV, a cidade de Ceuta, no Norte de África, era famosa, importante tanto a nível económico, pois de lá vinham para a Europa numerosas mercadorias - ouro, marfim, escravos, especiarias (pimenta, canela, cravinho, noz-moscada,…), como devido à sua localização geográfica, entre o mar Mediterrâneo e o oceano Atlântico, tinha a vantagem de fazer dela um ponto estratégico, porque permitia controlar a entrada e saída dos barcos no mar Mediterrâneo.

8- Que grupos sociais teriam interesse na conquista de Ceuta?

As conquistas no Norte de África surgiram como uma solução, toda a sociedade tinha esperança que a conquista de Ceuta resolvesse muitos dos seus problemas. Assim as vantagens em controlar Ceuta:

agradavam à nobreza que procura a guerra como forma de obter honra, glória, novos cargos e títulos;

agradavam ao clero pois era uma forma de combater os Mouros, inimigos da religião cristã;

agradavam à burguesia pois assim poderia controlar a entrada do Mar Mediterrâneo e o comércio de escravos, ouro, especiarias e cereais.

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9- Como foi para os portugueses a conquista de Ceuta?

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Em 1415, uma poderosa armada comandada por D. João I tomou a cidade de Ceuta.Contudo, os Mouros desviaram as rotas comerciais para outras cidades do Norte de África. Ceuta tornou-se uma cidade cristã isolada e constantemente atacada pelos mouros; as rotas comerciais foram desviadas para outras cidades e Portugal passou a ter mais despesas do que lucros com a manutenção da cidade, e assim o que inicialmente pareceu um sucesso rapidamente se transformou num fracasso. Os Portugueses iniciaram então as viagens por mar na esperança de chegar ao local de origem do ouro e das especiarias.

10- Quais os locais descobertos pelos portugueses até à morte do infante D.

Henrique?

Sob a direcção/comando do infante D. Henrique, e até à sua morte, em 1460, os

portugueses avançaram até à Serra Leoa, na costa ocidental de África. Neste

período destacam-se:

A chegada ao arquipélago da Madeira, em 1419, por João Gonçalves Zarco e

Tristão Vaz Teixeira;

A descoberta do arquipélago dos Açores, em 1427, por Diogo de Silves;

A passagem do cabo Bojador, em 1434, por Gil Eanes.

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Ano Terra descoberta Descobridor

1419 Madeira e Porto Santo João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira

1427 Açores Diogo de Silves

1434 Cabo Bojador Gil Eanes

1436 Pedra da Galé e Rio do Ouro Afonso Baldaia

1443 Arguim Nuno Tristão

1456 Cabo Verde Diogo Gomes e Cadamosto

1460 Serra Leoa Pedro de Cintra

11- Que territórios foram descobertos por Fernão Gomes?

Depois da morte do Infante D. Henrique, o rei D. Afonso V entregou a exploração da costa africana a um rico burguês, Fernão Gomes. Este comprometia-se a descobrir, por ano, cerca de cem léguas de costa em troca do direito de comerciar naquela zona. Foi durante um período de cinco anos, que foi descoberto por Fernão Gomes, o golfo da Guiné, uma das zonas mais ricas da costa ocidental africana.

12- Quais as cidades conquistadas por D. Afonso V no Norte de Africa?

D. Afonso V, por influência da nobreza, preferiu combater os Mouros no Norte de África, conquistando as cidades de Arzilla, Tânger e Alcácer Ceguer.

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13- Que grande feito marcou a expansão portuguesa no reinado de D. João II?

D. João II (filho de D. Afonso V), apercebeu-se das grandes riquezas da costa africana (ouro, escravos, marfim) deu grande impulso às descobertas marítimas, passando a dirigi-las. O seu grande objectivo era descobrir a passagem para o Oceano Índico para alcançar a Índia - local de origem das especiarias.Em 1888, Bartolomeu Dias, conseguiu dobrar pela primeira vez o Cabo das Tormentas, na passagem do oceano Atlântico para o Índico. A este cabo depois puseram o nome de cabo da Boa Esperança.Assim que dobraram o cabo e o assinalaram com um pilar de pedra (padrão), que tinha esculpido o escudo do rei e por vezes uma cruz, símbolo do Cristianismo, e voltaram para trás.

14- Como explicas a afirmação “Cabo das Tormentas ou cabo da Boa Esperança”?A dificuldade em passar este cabo, que marca a transição do Atlântico para o Índico era tão grande que D. João II ficou tão satisfeito com o facto de Bartolomeu Dias ter conseguido passar o cabo das Tormentas, que mudou o nome para cabo da Boa Esperança, por ter sido um acontecimento decisivo para alcançar a Índia.Esta dificuldade alimentou a lenda do gigante Adamastor, cantada por Luís de Camões e Fernando Pessoa.

Cabo da Boa

EsperançaAdamastor

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Passado o Cabo da Boa Esperança, quando D. João II já preparava a viagem para a Índia…

II – A chegada à India e ao Brasil

15- Que dificuldades passavam os navegadores nas viagens marítimas? Para além dos perigos naturais (ventos, tempestades e correntes marítimas), que iam sendo ultrapassados com sorte, e conhecimento de experiência iam dando aos navegadores possibilidade de traçarem melhores rotas. As viagens começaram a ser maiores, e mais difícil era a sua organização , pois eram necessários:

Novos barcos, maiores e mais seguros – como as Naus (embarcação de grande capacidade, muito usada nas grandes viagens de navegação a partir de final do século XV);

Muitos tripulantes e militares; Grande quantidade de mantimentos e materiais, com velas e cordas;

o Os mantimentos eram calculados e preparados por rações , com a preocupação de evitar que os alimentos se estragasses e tentando compensar a falta de vegetais, cuja carência provocava a mais mortífera das doenças marítimas – o escorbuto (falta de vitamina C e cuja principal manifestação é a perda dos dentes).

16- Qual a necessidade do tratado de Tordesilhas? Em que consistiu o Tratado de Tordesilhas?

Quando D. João II já preparava a viagem para a Índia, Cristóvão Colombo, navegador genovês, propôs-lhe atingir a Índia mas navegando para ocidente. Como o nosso rei já tinha a certeza que a rota para oriente era mais curta, recusou.

Cristóvão Colombo procura então a ajuda de Castela que aceita. Em 1492, Colombo chega às Antilhas, ilhas da América Central. Descobre assim a América, pensando ter chegado à Índia.

Esta descoberta origina um grave conflito entre Portugal e Castela: D. João II exige a posse destas novas

terras, de acordo com o Tratado de Alcáçovas (1480) que estabelecia que pertenciam a Portugal todas as terras a sul das Ilhas Canárias.Com a intervenção do Papa, estabeleceu-se então um novo acordo, em 1494: o Tratado de Tordesilhas

17- Em que consistiu o Tratado de Tordesilhas?

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O Tratado de Tordesilhas – segundo o qual a Terra era divida entre Castela e Portugal. O Mundo foi dividido em duas partes por um meridiano a cerca de 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde:

E todas as terras descobertas a: oriente desse meridiano seriam portuguesas; a ocidente, seriam castelhanas.

18 - Quais os objectivos da viagem de Vasco da Gama?

D. Manuel, sucessor de D. João II, vai continuar a apoiar os Descobrimentos, e dar

continuidade ao grande objectivo de D. João II – Chegar à Índia por mar.

A 8 Julho de 1497 parte de Lisboa (Restelo)

uma armada, comandada por Vasco da

Gama, com destino à Índia. Depois de cerca

de dez difíceis meses de viagem, a 20 de

Maio de 1498, chega a Calecute, na Índia.

Estava finalmente descoberto o caminho

marítimo para a Índia e iniciava-se um

novo período da história da expansão

marítima portuguesa.

19 – Os portugueses foram bem recebidos quando chegaram à Índia?De início, os portugueses foram bem recebidos. Porém, os Muçulmanos recearam

perder o monopólio do comércio das especiarias e começaram a hostilizar os

portugueses.

20 – Por que motivo se diz que a descoberta do Brasil foi um acaso?

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Porque D. Manuel, a 9 de Março 1500, enviou uma poderosa armada de treze navios,

chefiada por Pedro Álvares Cabral, para impôr o nosso domínio no Oriente.

Mas perto de Cabo Verde, Pedro Álvares

Cabral desvia a sua rota para ocidente, de

modo a evitar os ventos contrários; chega a

22 de Abril de 1500, então à Terra de Vera

Cruz, depois chamada Brasil.

Pedro Alvares marcou o território com um

padrão, enviou uma nau de regresso a

Portugal para informar o rei D.Manuel I, e

continuou a viagem até à Índia.

Em Suma:Expansão Portuguesa

1ªfase - Infante D. Henrique

1415 - Conquista Ceuta

1419-Descoberta Madeira

1427-Descoberta dos Açores

1434 - Passagem Cabo Bojador

1460 - Exploração da costa ocidental

africana até à Serra Leoa

2ªfase - D. Afonso VConquistas no Norte África (Arzila, Tânger,

Alcácer Ceguer)

Fernão Gomes - em 5 anos

descobriu golfo Guiné

3ªfase-D. Afonso II

1494 - Tratado de Tordesilhas

1488 - Bartolomeu Dias passa o cabo

das Tormentas - cabo Boa Esperança

4ªfase- D. Manuel I1498 - Vasco Gama descobre camínho

marítimo Índia

1500 - Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil

Nova embarcação

Caravela