Resistência Insulínica e Doença Hepática
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Resistência InsulínicaResistência Insulínicaee
Doença HepáticaDoença Hepática
Roberta Marcondes MachadoRoberta Marcondes MachadoNutricionistaNutricionista
Especialista em Nutrição nas Doenças Crônicas e Degenerativas pelo HIAEEspecialista em Nutrição nas Doenças Crônicas e Degenerativas pelo HIAE
Mestranda do Laboratório de Lípides – Faculdade de MedicinaMestranda do Laboratório de Lípides – Faculdade de Medicina
OBESIDADEOBESIDADE
Resistência Resistência InsulínicaInsulínica
DislipidemiaDislipidemia
HipertensãoHipertensão pró-inflamatóriopró-inflamatóriopró-trombóticopró-trombótico
SedentarismoSedentarismoDieta Dieta HiperlipídicaHiperlipídica
Grundy S et al. Circulation. 2005Alegría Ezquerra E et al. Rev Esp Cardiol. 2008
OBESIDADEOBESIDADE
Resistência Resistência InsulínicaInsulínica
DislipidemiaDislipidemia
HipertensãoHipertensão pró-inflamatóriopró-inflamatóriopró-trombóticopró-trombótico
SÍNDROMEMETABÓLICA
DCVDM 2
Grundy S et al. Circulation. 2005Alegría Ezquerra E et al. Rev Esp Cardiol. 2008
Síndrome Metabólica e Síndrome Metabólica e NAFLD NAFLD
• A prevalência da A prevalência da NAFLDNAFLD cresce paralelamente a Síndrome cresce paralelamente a Síndrome
Metabólica, variando entre 15% a 25% na população, com igual Metabólica, variando entre 15% a 25% na população, com igual freqüência em ambos os sexos.freqüência em ambos os sexos.
• 90% dos pacientes com 90% dos pacientes com NAFLDNAFLD apresentam um ou mais fatores da apresentam um ou mais fatores da SM SM
• 30% apresentam todos os fatores30% apresentam todos os fatores• Em obesos mórbidos > 90% Em obesos mórbidos > 90% • Cerca de 50% dos pacientes dislipidêmicos apresentam algum grau Cerca de 50% dos pacientes dislipidêmicos apresentam algum grau
de esteatose em Ultra-som (>associação com Hipertrigliceridemia) de esteatose em Ultra-som (>associação com Hipertrigliceridemia) • Em crianças: 2,6% população; 22-58% crianças obesas.Em crianças: 2,6% população; 22-58% crianças obesas.• Indivíduos DM + obesidade mórbida: NAFLD em 100%, NASH em Indivíduos DM + obesidade mórbida: NAFLD em 100%, NASH em
50%, cirrose 19% dos casos.50%, cirrose 19% dos casos.
• Atualmente, a Atualmente, a NAFLDNAFLD é apontada como a manifestação é apontada como a manifestação hepática da SM hepática da SM
Targher G et al. Diabetologia2007Rector RS et al. World J Gastroenterol 2008
• Representa um espectro de doenças hepáticas caracterizadas pelo Representa um espectro de doenças hepáticas caracterizadas pelo acúmulo de gordura no fígado, no qual mais de 5% dos hepatócitos acúmulo de gordura no fígado, no qual mais de 5% dos hepatócitos apresentam gotículas de lípides.apresentam gotículas de lípides.
• Morfologicamente, pode apresentar esteatose intracitoplasmática Morfologicamente, pode apresentar esteatose intracitoplasmática macro ou microvesicular.macro ou microvesicular.
• Pode evoluir como:Pode evoluir como:
• esteatose esteatose esteato-hepatite esteato-hepatite cirrose cirrose carcinoma carcinoma hepatocelularhepatocelular
• Na ausência de:Na ausência de:• Consumo excessivo de álcool Consumo excessivo de álcool • Hepatites virais, doença hepatica auto-imuneHepatites virais, doença hepatica auto-imune• DrogasDrogas
NAFLDNAFLD
Schindhelm RK et al. Diabetes Metab Res Rev 2006 Targher G et al. Diabetologia 2008
Rector RS et al. World J Gastroenterol 2008
Diagnóstico da NAFLDDiagnóstico da NAFLD
• Na maioria, pacientes são assintomáticos (cansaço, dor Na maioria, pacientes são assintomáticos (cansaço, dor abdominal inespecífica).abdominal inespecífica).
• Exame clínico – palpação – hepatomegalia.Exame clínico – palpação – hepatomegalia.
• Enzimas hepáticas elevadas na maioria dos casos, podendo Enzimas hepáticas elevadas na maioria dos casos, podendo estar normal em pacientes com NASH avançada e cirróticos.estar normal em pacientes com NASH avançada e cirróticos.
• Ultra-som e RM- detectam esteatose mas não acusam Ultra-som e RM- detectam esteatose mas não acusam inflamação / cirrose.inflamação / cirrose.
• Biópsia – “gold-standard” para diagnóstico de NASH. Define Biópsia – “gold-standard” para diagnóstico de NASH. Define grau de esteatose, inflamação e fibrose além de excluir outras grau de esteatose, inflamação e fibrose além de excluir outras possíveis causas de doença hepática.possíveis causas de doença hepática.
Esteatose Macrovesicular
Inflamação Lobular
Fibrose
Cirrose
NASH
Progressão da doença.....Progressão da doença.....
DHGNA – esteatose hepática. Ausência de infiltrados inflamatórios
NASH – Esteatose hepática. Presença de infiltrados inflamatórios(linfócitos e leukocitos)
NASH – Esteatose hepática. Presença de infiltrados inflamatórios e Fibrose
Patogênese da NAFLD Patogênese da NAFLD
↑influxo de lípides↑lipogênese hepática
+β-oxidaçãosecreçaõ de VLDL
Duvnjak M et al, 2007..
Resistência InsulínicaResistência Insulínica
Lesão dos hepatócitosLesão dos hepatócitos
Inflamação Inflamação
FibroseFibrose
• Estresse oxidativo: Estresse oxidativo: • Disfunção MitocondrialDisfunção Mitocondrial• Estresse de RetículoEstresse de Retículo
• Peroxidação lipídicaPeroxidação lipídica• Citocinas e adipocitokinas Citocinas e adipocitokinas pró-inflamatórias (TNF-pró-inflamatórias (TNF-αα))
• RI RI ↓ captação de ↓ captação de GlicGlic via via GLUT4 em músculo e adiposo GLUT4 em músculo e adiposo
• Insulina deixa de inibir lipólise Insulina deixa de inibir lipólise no adiposo (LHS) no adiposo (LHS) ↑ ↑ AGLAGL plasma plasma
• ↑ ↑ influxo hepático deinfluxo hepático de AGL AGL e e Glic; Glic; Insulina continua a Insulina continua a estimular lipogênese (via estimular lipogênese (via PPARPPARγγ e SREBP) e SREBP) ↑ síntese ↑ síntese hepática de hepática de AGsAGs e e TGTG
• Hiperinsulinemia Hiperinsulinemia mecanismo compensatório mecanismo compensatório ↑ DNL ↑ DNL
• Quantidade de Quantidade de AGsAGs supera supera capacidade oxidativa e capacidade oxidativa e secreção de VLDL.secreção de VLDL.
RI e NAFLDRI e NAFLD
ACÚMULO HEPÁTICO DE LÍPIDES
Zivkovic et al. Am J Clin Nutr 2007
• intracelular de lípides ativa cascata das Ser Kinasesintracelular de lípides ativa cascata das Ser Kinases• Fosforilação do IRS-1 em Ser, impedindo a ativação da cascata de Fosforilação do IRS-1 em Ser, impedindo a ativação da cascata de sinalização da insulinasinalização da insulina• Redução da translocação de GLUT 4 (músculo e adiposo) Redução da translocação de GLUT 4 (músculo e adiposo) ↓ captação de ↓ captação de GLICGLIC• Falha na inibição da lipólise em adiposo (LHS) Falha na inibição da lipólise em adiposo (LHS)
RI em Músculo e Tecido Adiposo
Obesidade e NAFLD: estado pró-Obesidade e NAFLD: estado pró-inflamatórioinflamatório
• ObesidadeObesidade acúmulo de tecido acúmulo de tecido adiposo adiposo ↑adipocitocinas como ↑adipocitocinas como TNF-TNF-αα, e MCP-1 que induzem , e MCP-1 que induzem Quimiotaxia de macrófagos, Quimiotaxia de macrófagos, propagando inflamação propagando inflamação TNF- TNF-αα IL-6, IL-1IL-6, IL-1ββ
• Ativação de serinas Kinases em Ativação de serinas Kinases em adipose e fígado adipose e fígado contribuem contribuem para progressão da RI, NAFLD e para progressão da RI, NAFLD e NASHNASH
• Fígado Fígado produção de produção de fibrinogênio, PCR, ativação e fibrinogênio, PCR, ativação e proliferação de proliferação de células estreladascélulas estreladas e de Kupffer e de Kupffer FIBROSE FIBROSE
Zivkovic et al. Am J Clin Nutr 2007
NAFLDNAFLDDisfunção Mitocondrial x Estresse de Disfunção Mitocondrial x Estresse de
RetículoRetículo
Retículo Retículo EndoplasmáticoEndoplasmático
• Local de síntese, maturação, armazenagem e Local de síntese, maturação, armazenagem e transporte de proteínas. Onde as proteínas transporte de proteínas. Onde as proteínas adquirem estruturas secundárias e terciáriasadquirem estruturas secundárias e terciárias
• Importante local de geração de ROSImportante local de geração de ROS
Estresse do Retículo Estresse do Retículo EndoplasmáticoEndoplasmático
Situação na qual a maquinaria da organela não Situação na qual a maquinaria da organela não suporta a demanda protéica - são geradas proteínas suporta a demanda protéica - são geradas proteínas aberrantes, mal enoveladasaberrantes, mal enoveladas
Obesidade, excesso de nutrientes, acúmulo de lípides, Obesidade, excesso de nutrientes, acúmulo de lípides, hipoglicemia, estresse hiperosmótico, hipóxia, patógenos, hipoglicemia, estresse hiperosmótico, hipóxia, patógenos, alterações na disponibilidade energética celular, infecções alterações na disponibilidade energética celular, infecções virais virais Causam estresse do RetículoCausam estresse do Retículo
Estresse oxidativo e mediadores inflamatórios podem Estresse oxidativo e mediadores inflamatórios podem iniciar e/ou propagar o estresse de Retículoiniciar e/ou propagar o estresse de Retículo
Estresse do retículo Estresse do retículo endoplasmático Unfolded Protein endoplasmático Unfolded Protein
ResponseResponse
Agem como sensores do enovelamento protéico e Agem como sensores do enovelamento protéico e transmitem esta informação do lúmen do RE para o transmitem esta informação do lúmen do RE para o citosolcitosol
Ativam três principais respostas adaptivas:Ativam três principais respostas adaptivas:
1)1) Tradução de novas proteínas - Curto prazo e transitóriaTradução de novas proteínas - Curto prazo e transitória
2)2) Transcrição de proteínas que auxiliam a síntese Transcrição de proteínas que auxiliam a síntese protéica - Síntese de chaperonasprotéica - Síntese de chaperonas
3)3) Ativação de caspases -Morte celular programada Ativação de caspases -Morte celular programada
Ron D; Walter P. Ron D; Walter P. Nature ReviewsNature Reviews, , 20072007
UPRUPR Conjunto de respostas adaptativas integradas que ocorrem na Conjunto de respostas adaptativas integradas que ocorrem na tentativa de restabelecer a homeostasia da síntese protéica no tentativa de restabelecer a homeostasia da síntese protéica no RERE
Endoplasmatic reticulum stress causes Endoplasmatic reticulum stress causes activation of sterol regulatory element activation of sterol regulatory element
binding protein-2binding protein-2Stephen M. Colgan, Damu Tang, Geoff H. Werstuck, Richard C. Stephen M. Colgan, Damu Tang, Geoff H. Werstuck, Richard C. AustinAustin
The Int Jour of Biochem & Cell Biol .The Int Jour of Biochem & Cell Biol .39(10):1843-51, May 39(10):1843-51, May 20072007
A ativação do SREBP-2, induzida pelo estresse do RE, A ativação do SREBP-2, induzida pelo estresse do RE, ocorre por mecanismos distintos à indução de ocorre por mecanismos distintos à indução de
apoptose, não dependendo da ativação de caspasesapoptose, não dependendo da ativação de caspases
A ativação do SREBP-2, induzida pelo estresse RE, A ativação do SREBP-2, induzida pelo estresse RE, envolve a via proteolítica das S1P/S2P, promovendo envolve a via proteolítica das S1P/S2P, promovendo o acúmulo intracelular de lípideso acúmulo intracelular de lípides
Slide cedido por Castilho G. Laboratório de Lípides
SREBP – Sterol Regulatory Element SREBP – Sterol Regulatory Element Binding ProteinBinding Protein
• Fator de transcrição sintetizado como precursor inativo, ligado Fator de transcrição sintetizado como precursor inativo, ligado à membrana do RE – Ligado à SCAP, ancorado à Insigà membrana do RE – Ligado à SCAP, ancorado à Insig
• Ativado pela depleção de COL intracelularAtivado pela depleção de COL intracelular
• Responsável pela regulação de genes envolvidos no Responsável pela regulação de genes envolvidos no metabolismo de lípidesmetabolismo de lípides
• SREBP-1a e SREBP-2 – regulação de genes envolvidos na SREBP-1a e SREBP-2 – regulação de genes envolvidos na biossíntese de COLbiossíntese de COL
• SREBP-1c – preferencialmente responsável pela regulação de SREBP-1c – preferencialmente responsável pela regulação de genes envolvidos na biossíntese de ácidos graxosgenes envolvidos na biossíntese de ácidos graxos
Slide cedido por Castilho G. Laboratório de Lípides
SCAP
SREBPInsig
RERRER
NúcleNúcleoo
GolgiGolgi
SREBPS1P
S2P
Biossíntese COL - HMG-CoACaptação de COL - Receptor B/EBiossíntese AG insaturadosBiossíntese TG
Em condições Em condições normais...normais...
...em situações de ...em situações de COLCOL
Slide cedido por Castilho G. Laboratório de Lípides
SREBP e Estresse do RESREBP e Estresse do RE
A ativação da cascata apoptótica libera caspase-3, que é A ativação da cascata apoptótica libera caspase-3, que é capaz de liberar o complexo SCAP-SREBP da membrana do capaz de liberar o complexo SCAP-SREBP da membrana do
RE em uma reação proteolítica independente da RE em uma reação proteolítica independente da concentração de COLconcentração de COL
Higgins ME; Ioannou, YA. J Higgins ME; Ioannou, YA. J Lipid Lipid ResRes, 2001, 2001
Estresse do RE, induzido pela homocisteína, ativa SREBPs Estresse do RE, induzido pela homocisteína, ativa SREBPs em hepatócitos, células endoteliais e células musculares em hepatócitos, células endoteliais e células musculares
lisas e é revertido com o tratamento com GRP78/Biplisas e é revertido com o tratamento com GRP78/BipWerstuck GH; Lentz SR; Daval S; Hossain GS; Sood SK; Werstuck GH; Lentz SR; Daval S; Hossain GS; Sood SK;
Shi YY; Zhou J; Maeda N; Krisans SK; Malinow MR; Shi YY; Zhou J; Maeda N; Krisans SK; Malinow MR; Austin RC. Austin RC. J Clin InvestJ Clin Invest, 2001, 2001
Caspase-3 e -7 clivam SREBP em sua porção N-terminal Caspase-3 e -7 clivam SREBP em sua porção N-terminal citoplasmática após estímulo apoptótico. A clivagem citoplasmática após estímulo apoptótico. A clivagem ocorre por mecanismo alternativo à via proteolítica ocorre por mecanismo alternativo à via proteolítica
S1P/S2P S1P/S2P Pai JT; Brown MS; Goldstein JL. Pai JT; Brown MS; Goldstein JL.
PNAS,PNAS, 1996 1996
Slide cedido por Castilho G. Laboratório de Lípides
Disfunção Mitocondrial, Estresse de Disfunção Mitocondrial, Estresse de Retículo e Resistência InsulínicaRetículo e Resistência Insulínica
Hotamisligil G. Nature.2006
• Ativação de JNK por Ativação de JNK por citocinas, metabólitos lipídicos, citocinas, metabólitos lipídicos, ROS (proveniente de disfunção ROS (proveniente de disfunção mitocondrial ou estresse de mitocondrial ou estresse de Retículo Retículo “P” em Ser do IRS- “P” em Ser do IRS-1/2 1/2 RI RI• Ikk Ikk pode ativar JNK, além pode ativar JNK, além de degradar IkB, ativando a via de degradar IkB, ativando a via do NF-do NF-κκB, inflamação e RIB, inflamação e RI
Obesidade: Obesidade: ↑atividade da JNK ↑atividade da JNK em TA, fígado e Hipotálamoem TA, fígado e HipotálamoAnimais JNK-KO- resistentes a Animais JNK-KO- resistentes a RI induzida por obesidadeRI induzida por obesidade
Hipótese Hipótese
• Acúmulo intracelular de ácidos graxos pode Acúmulo intracelular de ácidos graxos pode induzir Estresse de Retículoinduzir Estresse de Retículo
• ER prolongado pode induzir redução da ER prolongado pode induzir redução da secreção de VLDL, por induzir degradação de secreção de VLDL, por induzir degradação de ApoBApoB
Ota T et al. JCI;118.2008Ota T et al. JCI;118.2008
Acúmulo intracelular de lípides Ativação de Estresse de Retículo
↓ da secreção de ApoB
Disfunção MitocondrialDisfunção Mitocondrial
Função mitocondrial
•Gerar energia na forma de ATP
oxidação de NADH/FADH2 gera prótons que são
transportados pela cadeia transportadora de elétrons
fosforilação de ADPATP
•Produção de calor UCPs reduz gradiente de prótons gera calor e
diminui produção de ROS
• Centro de grande produção de ROS
Kim J et al.;Circ Res.2008; 102: 401-414
Disfunção mitocondrial
Excesso de nutrientes, hiperglicemia, sobrecarga de AGL
Aumenta produção de ROS e reduz biogênese mitocondrial
DISFUNÇÃO MITOCONDRIAL
↓ β-oxidação e produção de ATP; ↑ ROS e TNFα
Associada ao acúmulo de lípides, resistência insulínica, diabetes e
DCV
Lípides e Disfunção mitocondrialLípides e Disfunção mitocondrial
Tratamento: Dieta e Tratamento: Dieta e ExercícioExercício
• Ainda não foram estabelecidas recomendações Ainda não foram estabelecidas recomendações específicas de dieta e exercícios para NAFLDespecíficas de dieta e exercícios para NAFLD
• Mudança de estilo de vida: perda de peso e Mudança de estilo de vida: perda de peso e atividade física (déficit calórico – reduzir gordura atividade física (déficit calórico – reduzir gordura saturada)saturada)
• Atividade física trás benefícios mesmo sem perda Atividade física trás benefícios mesmo sem perda de peso, melhora da sensibilidade a insulina e de peso, melhora da sensibilidade a insulina e capacidade oxidativacapacidade oxidativa
• Perda de peso deve ser gradual (~500g/semana). Perda de peso deve ser gradual (~500g/semana). Emagrecimento acentuado pode acelerar a Emagrecimento acentuado pode acelerar a progressão da doençaprogressão da doença
• Recomendação American Heart Association:Recomendação American Heart Association:– Reduzir consumo de SAT, TRANS e colesterolReduzir consumo de SAT, TRANS e colesterol– Evitar açúcar simples , consumir alimentos de baixo IG Evitar açúcar simples , consumir alimentos de baixo IG – Consumir peixe (2x/sem)Consumir peixe (2x/sem)
NAFLD e Lípides na NAFLD e Lípides na Dieta Dieta
• Gordura total :<30% VCTGordura total :<30% VCT
• SATURADO: alguns estudos correlacionam com SATURADO: alguns estudos correlacionam com desenvolvimento de ER hepático, lesão do hepatócito, desenvolvimento de ER hepático, lesão do hepatócito, RI. Ingestão deve permanecer entre 9-10%.RI. Ingestão deve permanecer entre 9-10%.
• MONOINSATURADO: aumentar consumo de MONO, MONOINSATURADO: aumentar consumo de MONO, especialmente em substituição ao SAT na dietaespecialmente em substituição ao SAT na dieta
• POLINSATURADO: manter proporção 6%:1% de n-6:n-3POLINSATURADO: manter proporção 6%:1% de n-6:n-3• w-3 w-3 reduz lipogênese via SREPB, ação anti-inflamatória, reduz lipogênese via SREPB, ação anti-inflamatória,
melhora perfil lipídico melhora perfil lipídico estudos preliminares indicam estudos preliminares indicam melhora da esteatose com uso de 1 a 2 g/dia de “fish oil”melhora da esteatose com uso de 1 a 2 g/dia de “fish oil”
• TRANS – TRANS – evitar o consumoevitar o consumo
Concluindo...Concluindo...
• NAFLD - doenças hepáticas caracterizadas pelo acúmulo de gordura NAFLD - doenças hepáticas caracterizadas pelo acúmulo de gordura no fígado. Esteatose no fígado. Esteatose inflamação lobular inflamação lobular fibrose fibrose cirrosecirrose
• Prevalência aumentada em indivíduos obesos e DM2 Prevalência aumentada em indivíduos obesos e DM2 70-90%, 70-90%, NASH em 50%, cirrose 19% dos casos.NASH em 50%, cirrose 19% dos casos.
• Biópsia – “gold-standard” para diagnóstico de NASH Biópsia – “gold-standard” para diagnóstico de NASH
• Two-Hit Hypothesis – 1st Hit (acúmulo de Lípides) Two-Hit Hypothesis – 1st Hit (acúmulo de Lípides) 2nd Hit (lesão 2nd Hit (lesão dos hepatócitos – inflamação – fibrose)dos hepatócitos – inflamação – fibrose)
• Disfunção mitocondrial e Estresse de Retículo Disfunção mitocondrial e Estresse de Retículo podem acarretar podem acarretar acúmulo intracelular de lípides, inflamação e morte celular acúmulo intracelular de lípides, inflamação e morte celular ENVOLVIDOS NA PATOGÊNESE DA NAFLDENVOLVIDOS NA PATOGÊNESE DA NAFLD
• DIETA : hiperlipídica, excesso de nutriente (Cho), desbalanço DIETA : hiperlipídica, excesso de nutriente (Cho), desbalanço energético energético NAFLD NAFLD
• Tratamento – primeira abordagem: mudança de estilo de vida Tratamento – primeira abordagem: mudança de estilo de vida perda de peso e atividade físicaperda de peso e atividade física
Ácido graxo TRANS diminui tecido Ácido graxo TRANS diminui tecido adiposo e induz NASH em animais adiposo e induz NASH em animais
LDLr-KOLDLr-KOMachado RM, Stefano JM, Oliveira CPM,Machado RM, Stefano JM, Oliveira CPM, Mello,Mello, Ferreira F, Nunes VS, Lima Ferreira F, Nunes VS, Lima
VMR, Quintão ECR, Catanozi S, Nakandakare ER, Lottenberg AMPVMR, Quintão ECR, Catanozi S, Nakandakare ER, Lottenberg AMP
Laboratório de Lípides – LIM 10Laboratório de Lípides – LIM 10
Faculdade de Medicina – Universidade de São PauloFaculdade de Medicina – Universidade de São Paulo
Dieta e NAFLD Dieta e NAFLD • A quantidade e o tipo de ácido graxo da dieta influencia:A quantidade e o tipo de ácido graxo da dieta influencia:
Lipogênese hepática Lipogênese hepática Sensibilidade à insulina Sensibilidade à insulina Elevação do risco cardiovascularElevação do risco cardiovascular
• O consumo elevado de ácidos graxos O consumo elevado de ácidos graxos trans etrans e saturados, saturados, relaciona-se com aumento do risco de doença coronariana relaciona-se com aumento do risco de doença coronariana aterosclerótica aterosclerótica
• Pouco se sabe sobre a influência dos Pouco se sabe sobre a influência dos diferentes tipos de diferentes tipos de gordura gordura na manifestação na manifestação da NAFLD. da NAFLD.
Comparar o efeito de dietas Comparar o efeito de dietas hiperlipídicas, enriquecidas com ácidos hiperlipídicas, enriquecidas com ácidos
graxos trans, poliinsaturados ou graxos trans, poliinsaturados ou saturados no desenvolvimento de saturados no desenvolvimento de
NAFLD .NAFLD .
ObjetivoObjetivo
Ao longo do estudo, foi realizado controle do consumo de ração e do ganho de peso
Ao final de 16 semanas:
Coleta de sangue em jejum: CT, TG, Glicose, Insulina, Perfil de Lipoproteínas
Extração de fígado e tecido adiposo peri-epididimal e subcutâneo
TRANSn = 13
POLIn= 14
SATn= 14
16 semanas
Gordura = 40%VCT
Protocolo ExperimentalProtocolo Experimental
LDLr-KO
Composição percentual de ácidos Composição percentual de ácidos graxos das gorduras utilizadas nas graxos das gorduras utilizadas nas
dietasdietas
Ácidos Graxos(%)Ácidos Graxos(%) SATSAT POLIPOLI TRANSTRANS
Total SATTotal SAT 41,941,9 8,088,08 27,127,1
Total MonoTotal Mono 44,444,4 40,540,5 36,136,1
Total POLITotal POLI 11,911,9 50,850,8 0,30,3
Total TRANSTotal TRANS 1,51,5 0,40,4 36,336,3
*gorduras cedidas por Unilever, Valinhos, SP, Brazil.**dietas preparadas por Nutriexperimental, Campinas, SP, Brazil.
RESULTADOSRESULTADOS
Ganho de peso, peso do fígado, do tecido adiposo Ganho de peso, peso do fígado, do tecido adiposo epididimal (EpFat) e subcutâneo (ScFat) dos animais epididimal (EpFat) e subcutâneo (ScFat) dos animais
LDLr-KOLDLr-KO
a,b,c: Valores em uma mesma coluna com letras diferentes são significativamente diferentes (p<0·05). One-way ANOVA ; Newman-Keuls post test.
Ganho de Peso
(g)
Peso do Fígado
(g/100g peso)
Ep-fat
(g/100g peso)
Sc-fat
(g/100g carcass)
TRANS 17,17 ±1,86b 5,93 ±0,68b 1,88±1,73b 11,24±2,59b
POLI 20,44±3,46a 3,56±0,31a 3,09±0,61a 17,91±4,50a
SAT 19,26±3,24a,b 3,68 ±0,40a 2,81±0,93a 17,59±5,85a
Ganho de Peso
(g)
Peso do Fígado
(g/100g peso)
Ep-fat
(g/100g peso)
Sc-fat
(g/100g carcass)
TRANS 17,17 ±1,86b 5,93 ±0,68b 1,88±1,73b 11,24±2,59b
POLI 20,44±3,46a 3,56±0,31a 3,09±0,61a 17,91±4,50a
SAT 19,26±3,24a,b 3,68 ±0,40a 2,81±0,93a 17,59±5,85a
Colesterol e triglicéridesColesterol e triglicérides
TRANS POLI SAT0
250
500
750
1000
1250
* TRANS x POLY p<0,001** POLY x SAT p<0,05***SAT x TRANS p<0,001
*
**
***
Co
les
tero
l (m
g/d
l)±
SD
TRANS POLI SAT0
100
200
300
400
500
*POLY x TRANS p<0,001 **SAT x TRANS p<0,001
**
*
Tri
gli
céri
des
(m
g/d
l)±S
D
Perfil lipídico das lipoproteínasPerfil lipídico das lipoproteínas
TC _____
TG - - - - -
TRANS, n=9; POLI, n=8; SAT, n=8
TRANS induz hepatomegaliaTRANS induz hepatomegalia e NASHe NASH
5,93 ±0,68b 3,56±0,31a 3,68 ±0,40ag/100g peso:
mRNA PPAR mRNA PPAR αα e CPT-1 e CPT-1
MTP VLDLVLDLVLDLVLDL
ApoB100
mRNA PPAR mRNA PPAR γγ e e SREBP-SREBP-1c1c VLDLVLDL
LIPOGÊNESELIPOGÊNESE
OXIDAÇÃO LIPÍDICAOXIDAÇÃO LIPÍDICA
Expressão de genes envolvidos no Expressão de genes envolvidos no metabolismo hepático de lípidesmetabolismo hepático de lípides
Expressão de genes envolvidos no Expressão de genes envolvidos no metabolismo hepático de lípidesmetabolismo hepático de lípides
SREBP-1c
TRANS POLI SAT0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
**
* p< 0.05 comparado a TRANS;
Rel
ativ
e m
RN
A l
evel
MTP
TRANS POLI SAT0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
**
*
* p< 0.05 comparado a POLY** p< 0.01 comparado a POLY
Rel
ativ
e m
RN
A l
evel
CPT
TRANS POLI SAT0.00
0.25
0.50
0.75
1.00
1.25
Rel
ativ
e m
RN
A l
evel
PPAR-
TRANS POLI SAT0.00
0.25
0.50
0.75
1.00
1.25
Rel
ativ
e m
RN
A l
evel
PPAR-
TRANS POLI SAT0.00
0.25
0.50
0.75
1.00
1.25
**
**
** p< 0.001 comparado a TRANS
Rel
ativ
e m
RN
A l
evel
D E
A B C
Insulina e GlicoseInsulina e Glicose
TRANS POLI SAT0.00
0.25
0.50
0.75
1.00
1.25
A
Ins
uli
na
ng
/mL
TRANS POLI SAT0
100
200
300
400
B
*POLIxTRANS p<0,01
*
Gli
co
se
mg
/dL
CONCLUSÃCONCLUSÃOO
LPL
↓ ↓ mRNA mRNA MTP x POLIMTP x POLI
VLDL
ApoB100
↑↑mRNA mRNA PPAR PPAR γγ e e ↑SREBP-1c↑SREBP-1c
CONDIÇÃO NORMALCONDIÇÃO NORMAL
MTPVLDL
VLDL
ApoB100
VLDL
Lípides da dieta Lípides da dieta ou ou
Lipogênese hepáticaLipogênese hepática
TGTG
AGLAGL
CONSUMO DE DIETA TRANS INDUZIU:CONSUMO DE DIETA TRANS INDUZIU:
LPL
Plasma: Plasma: •Hiperglicemia / ausência de Hiperglicemia / ausência de HiperinsulinemiaHiperinsulinemia•Hipercolesterolemia severa Hipercolesterolemia severa •HipertrigligeridemiaHipertrigligeridemia
??Hepatomegalia +Hepatomegalia +NASHNASH
Perfil Lipídico:Perfil Lipídico:↑ ↑ COL em COL em VLDL e VLDL e
↓ em HDL↓ em HDL
AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSDra. Ana Maria P. Lottenberg
Dra. Edna Regina NakandakareProf.Dr. Eder Quintão
Laboratório de Lípides – LIM10 – FMUSP Laboratório de Gastroenterologia Clínica – LIM 07 - FMUSP
Conclusão Conclusão
• Consumo de gordura TRANS:Consumo de gordura TRANS:• Reduziu - ganho de peso, EP-fat, SC-fat.Reduziu - ganho de peso, EP-fat, SC-fat.• Aumentou peso do fígadoAumentou peso do fígado• Induziu desenvolvimento de NASHInduziu desenvolvimento de NASH• Aumentou expressão de fatores de trancrição de Aumentou expressão de fatores de trancrição de
enzimas lipogênicas (SREBP-1c, PPARenzimas lipogênicas (SREBP-1c, PPARγγ) sem aumento ) sem aumento concomitante da capacidade oxidativaconcomitante da capacidade oxidativa
• Induziu hiperlipidemia severa e perfil lipídico pró-Induziu hiperlipidemia severa e perfil lipídico pró-aterogênicoaterogênico
• Induziu severa hiperglicemiaInduziu severa hiperglicemia
Resistência insulínica x Resistência insulínica x VLDLVLDL
• RI RI associada ao aumento de VLDL e TGs associada ao aumento de VLDL e TGs• Aumento do aporte de AGL para o fígado Aumento do aporte de AGL para o fígado
proveniente do aumento de lipólise do tecido proveniente do aumento de lipólise do tecido adiposoadiposo
• Aumento da lipogênese hepáticaAumento da lipogênese hepática• Aumento de MTP (expressão/atividade)Aumento de MTP (expressão/atividade)• Aumento da secreção de VLDL-tgAumento da secreção de VLDL-tg• RI RI perda da capacidade da insulina em diminuir perda da capacidade da insulina em diminuir
secreção de ApoBsecreção de ApoB• ER stress ER stress RI RI NAFLD NAFLD
• Ainda assim há o desenvolvimento Ainda assim há o desenvolvimento de NAFLDde NAFLD
• Porque o fígado não mantém Porque o fígado não mantém homeostase lipídica? homeostase lipídica?
• IR x Hiperinsulinemia IR x Hiperinsulinemia algumas vias algumas vias de sinalização estão resistentes de sinalização estão resistentes enquanto outras mais ativadasenquanto outras mais ativadas