Resenha Hg Int Multiplas

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RESENHA DO LIVRO - INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS A Teoria na Prática Howard Gardner

Introdução Histórico Inteligência Múltipla X Educação Avaliação A Pluralidades das Inteligências

INTRODUÇÃO

A principal idéia deste trabalho é destacar apenas alguns pontos da Teoria de Gardner, tentando demonstrar que, diferente das outras, esta é uma teoria de “simples” compreensão, pois sua prova está em nosso dia-a-dia. Com esta resenha pretendemos estimular a curiosidade, de tal sorte a levar o leitor a buscar aprofundamento e ampliar sua área de conhecimento. É claro que este aprofundamento deverá ocorrer com uma leitura analítica, reflexiva e completa deste livro. Esperamos conseguir propiciar os estímulos necessários, para embarcá-los neste novo caminho de aprendiz. Prof. Nilbo Ribeiro Nogueira Educador HISTÓRICO

No início deste século, foi solicitado ao psicólogo francês Alfred Binet, um teste que pudesse verificar a inteligência das crianças, para inclusive saber como estas se sairiam nas escolas francesas. Binet, desenvolve então uma série de testes que mediam a idade mental das crianças, que após comparada com a idade cronológica, situaria estas em termos de desenvolvimento, com isto, ele não pretendia taxar e pré estabelecer sucessos e fracassos futuros. Alguns anos mais tarde, surge o QI, que nada mais é do que o coeficiente entre a idade mental pela idade cronológica, multiplicado por 100, e a partir deste momento este teste serviu para medir a inteligência de um sujeito. Seu sucesso realmente se deu após a primeira guerra, quando foi utilizado para testar mais de um milhão de recrutas americanos. Existem outras versões mais sofisticadas, tal como o SAT - teste de Aptidão.

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De uma certa maneira são testes que dão resultados nas Escolas, já que elas valorizam unicamente a leitura crítica, cálculo e habilidade de pensamento. Uma criança que se sai bem em linguagem e lógica, deverá se sair bem nos testes de QI e SAT, e muito provavelmente entrará numa boa Universidade, já que nossa sociedade educacional dá grande peso a estas duas áreas. Entrar numa boa universidade não garantirá a este sujeito sucesso futuro, se este não desenvolver outras inteligências, pois segundo Gardner há uma outra perspectiva para a inteligência "...a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários". Gardner num primeiro momento define sete tipos de inteligências: •Inteligência lingüística - é o tipo de capacidade exibida em sua forma mais completa, talvez, pelos poetas. •Inteligência lógico-matemática - como o nome indica, é a capacidade lógica e matemática, assim como a capacidade científica. •Inteligência espacial - é a capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e de ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo. •Inteligência musical - está ligada às pessoas que conseguem ler e criar músicas com facilidade. •Inteligência corporal-cinestésica - é a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos utilizando o corpo inteiro, ou partes do corpo. •Inteligência interpessoal - é a capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, como elas trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas. •Inteligência intrapessoal - é uma capacidade correlativa, voltada para dentro, de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para operar efetivamente a vida. Não citado neste livro, porém hoje já se fala em: •Inteligência Pictográfica - observada em pessoas que conseguem se expressar pela pintura, desenho, escultura ou imagens gráficas. •Inteligência Naturalista - competência do homem de perceber e compreender a sua mortalidade, a vida como um todo e as diferenças entre os diversos tipos de vida existentes no planeta. •Inteligência emocional (Daniel Goleman) - está relacionado a capacidade de conter os impulsos, ter controle das próprias emoções (inteligência intrapessoal) e saber se relacionar bem com as outras pessoas (inteligência interpessoal). INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS X EDUCAÇÃO

Numa escola centrada no indivíduo, deve-se lembrar que diferentes pessoas têm diferentes interesses e diferentes habilidades, e desta forma uma criança não irá aprender aquilo que queremos porque queremos, o que não significa que ela não aprenderá e se desenvolverá otimamente bem em outra área. Gardner ainda sugere uma escola com "especialistas de avaliação", cujo papel seria de compreender as capacidades e interesses dos alunos, verificando suas capacidades espaciais, pessoais e assim por diante. Além deste especialista, ele ainda sugere um "agente do currículo para o aluno", que teria como tarefa ajudar a

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combinar os perfis, objetivos e interesses dos alunos a determinados currículos e determinados estilos de aprendizagem. "... PENSO QUE AS NOVAS TECNOLOGIAS INTERATIVAS SÃO CONSIDERAVELMENTE PROMISSORAS NESTA ÁREA: NO FUTURO PROVAVELMENTE SERÁ MUITO MAIS FÁCIL PARA ESSES "AGENTES"COMBINAREM CADA ALUNO COM O MODO DE APRENDIZAGEM MAIS CONFORTÁVEL PARA ELE". Outro agente sugerido por Gardner seria o "agente escola-comunidade", que procuraria na comunidade oportunidades de aprendizagem de tal sorte a encontrar colocações na comunidade que lhes dariam chances de brilhar. O importante para a escola, portanto é reconhecer e estimular todas as variadas inteligências humanas e todas as combinações de inteligências, não prendendo-se apenas aos fadonhos testes de lógica e lingüística, pois estes não assegurarão um cidadão com formação integral. Quanto às diferentes inteligências, elas são independentes; uma pessoa com grande inteligência matemática não significa ter alto grau de inteligência musical por exemplo. O que normalmente encontramos são diferentes combinações em diferentes graus, assim temos por exemplo que uma bailarina necessita de capacidades nas inteligências corporal-cinestésica, musical, interpessoal e espacial em diferentes níveis. Estas combinações são fundamentais, pois um indivíduo pode não ser bem dotado em uma das inteligências, mas a combinação das demais poderá torná-lo bem sucedido por exemplo, profissionalmente. Podemos ainda dizer que as inteligências são partes da herança humana genética, o que pode ser provado com alguns exemplos como: Uma criança pequena que pega pela primeira vez um instrumento musical, e que já consegue tirar algum som deste, é claro que, com o estudo possivelmente ela poderá ser um grande músico, mas no primeiro momento ela não precisou de nenhum ensinamento, pois isto já lhe parecia ser inato. Num primeiro momento, estas capacidades são encontradas nos sujeitos através de um sistema simbólico, assim como a música através das canções, a espacial através dos desenhos, a corporal-cinestésica através das brincadeiras e danças e assim por diante, já posteriormente serão representadas num sistema notacional dos sistemas formais da educação escolar, e por fim serão expressas através de atividades profissionais e de passatempo, isto já na adolescência e idade adulta. Todos os seres humanos possuem todas as inteligências, em diferentes graus, porém alguns serão "promissores" em uma delas e outros não, o que não impede uma interferência para que no futuro possamos levar um grande número de crianças a um nível "promissor". É função da educação oportunizar as diferentes áreas, sem detrimento de nenhuma, de tal sorte a levar as crianças a descobrirem seus interesses e capacidades peculiares. Estas oportunidades se fazem através de instruções explícitas, porém sempre respeitando as etapas de desenvolvimento, de tal forma a não serem instruções antecipadas ou tardias. Já em alguns casos notaremos que estas descobertas se farão sozinhas, pois são crianças talentosas, e que estas se desenvolverão rapidamente nesta área.

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Os fatores genéticos estabelecem algum tipo de limite para o grau em que uma inteligência pode ser realizada ou modificada no curso de sua vida. Dada uma suficiente exposição aos materiais de uma inteligência, quase qualquer pessoa pode obter resultados bastante significativos naquele domínio intelectual. Da mesma forma uma pessoa que tenha um certo potencial biológico numa determinada área, não poderá desenvolvê-lo se não explorar materiais intelectuais específicos . A AVALIAÇÃO

No processo educacional do desenvolvimento das inteligências, é de suma importância, o processo de avaliação, não as formais feitas com lápis, papel e testes, mas aquelas que proponham resolução de problemas ou criação de produtos utilizando os materiais do meio intelectual, nas áreas específicas das inteligências. A avaliação poderá expor o sujeito a uma situação complexa, capaz de estimular várias inteligências, ou ainda oferecer uma vasta gama de materiais de diferentes inteligências, e verificar então qual deles, o sujeito escolherá e com qual profundidade o utilizará. Este tipo de avaliação difere totalmente da formal, pois primeiro exige um atendimento mais personalizado e vários tipos diferentes de materiais, e ainda diferencia-se pois no final não classificará o aluno em relação a classe, e sim verificará seu perfil e suas inclinações intelectuais. A PLURALIDADE DAS INTELIGÊNCIAS

Imaginemos uma criança recebendo informações matemática, e esta não sendo sua área forte, com certeza ela encontrará dificuldades. Cabe ao educador achar uma rota secundária, ou seja "traduzir" o problema matemático em uma metáfora, por exemplo explorando a área lingüística ou a corporal-cinestésica, de tal forma que por estas outras áreas o aluno entenda a situação proposta. Embora pareça ser um bom caminho, a utilização da metáfora para a rota secundária, suas desvantagens são: a impossibilidade em algumas situações, criar esta metáfora ou ainda a dificuldade que o aluno terá ao ter de retraduzi-la à linguagem matemática. Um exemplo de Escola Centrada no Aluno - Escola-Chave A Escola-Chave já em funcionamento a quase uma década em Indianápolis , demonstrou ser um sucesso extraordinário. Um dos seus princípios fundamentais é a convicção de que cada criança deve ter suas múltiplas inteligências estimuladas todos os dias. Três práticas são cruciais nesta escola: primeiro, cada aluno participa diariamente de um "grupo" , em que ele trabalha com colegas de diferentes idades e um professor competente para ensinar um ofício ou uma disciplina de seu interesse. Trabalhando com uma pessoa mais experiente, eles também têm o que pode ser uma rara oportunidade de ver um especialista empenhado num trabalho produtivo.

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Num segundo momento estão os fortes vínculos com a comunidade mais ampla. Uma vez por semana, um especialista de fora visita a escola e demonstra uma ocupação ou ofício para todos os alunos. Muitas vezes estes especialistas são pais ou mães e o assunto costuma ajustar-se ao tema escolar daquele momento; como por exemplo se o tema atual á a proteção ambiental, os visitantes podem falar sobre sistemas de esgotos, reflorestamento etc. A terceira fase, talvez a mais importante, envolve os PROJETOS dos alunos. Durante qualquer ano , a escola apresenta três temas diferentes, introduzidos a intervalos de aproximadamente dez semanas . Os temas podem ser bastante amplos ou mais focalizados Como parte da exigência escolar, cada aluno deve executar um projeto relacionado ao tema. Desta forma , os alunos executam três novos projetos a cada ano. Estes projetos são expostos na conclusão do período sobre aquele tema, de modo que eles têm a oportunidade de examinar o que todos os outros alunos da escola fizeram. Os alunos apresentam seus projetos aos colegas da classe, descrevendo a gênese, propósito, problemas e futuras implicações do projeto; depois, eles respondem às perguntas feitas pelos colegas e pelo professor. De especial importância é o fato de todas as apresentações de projetos serem filmados. Assim cada aluno mantém um portfólio de vídeos em que sua sucessão de projetos fica guardada. O portfólio pode ser considerado um modelo cognitivo da evolução do desenvolvimento do aluno em sua vida na Escola-Chave. No curso de suas carreiras nas escolas de hoje, a maioria dos estudantes realiza milhares de testes. Eles desenvolvem uma habilidade muito grande num exercício que, essencialmente, passará a ser inútil imediatamente após seu último dia de escola. Em contraste, quando examinamos a vida fora da escola, os PROJETOS surgem como algo universal. Um dos aspectos positivos dos projetos é a comunicação, pois eles oferecem oportunidades para os alunos se comunicarem com uma audiência mais ampla; com os colegas em esforços colaborativos, com os professores e outros adultos, e com eles mesmos. As vezes a comunicação é bem clara, como num desempenho teatral ou musical; mas mesmos projetos de ciências ou história realizado em computador, o aluno precisa comunicar seus achados com habilidade, e esse processo é diferente do trabalho de realizar o experimento ou a pesquisa bibliográfica. Quanto a preparação dos PROJETOS, não podemos imaginar que os alunos são capazes de criar e apresentar os projetos sozinhos. Na ausência de ajuda pelos professores e/ou outros colegas, estes serão elaborados pelos pais ou então se realizado pelas crianças são "imitações" de projetos já executados por alguém, e sua apresentação teria o estilo televisivo ou relatos de livros em frente a cartazes tal qual os programas meteorológicos. Se desejamos que os alunos conceitualizem, executem e apresentem seus projetos efetivamente, precisamos orientá-los, - "construir andaimes" é o termo escolhido - nas várias fases e aspectos desta atividade. O curso da elaboração de um projeto traz oportunidades de novos entendimentos, pois permite ao aluno ordenar conceitos e habilidades previamente já adquiridas e dominadas, a serviço de uma nova empreitada. Este novo desafio é uma aquisição vital.

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Planejar o projeto, avaliá-lo ao longo do caminho, ensaiá-lo, montá-lo numa forma pelo menos experimental final, responder perguntas sobre ele e assistir criticamente ao vídeo, tudo isso deve ajudar a aumentar o entendimento do aluno sobre o assunto de seu projeto, assim como das próprias contribuições para sua realização.