Resenha de ''A Fabricação do Rei''
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS
CENTRO DE TEOLOGIA E HUMANIDADES
CURSO DE HISTÓRIA
RESENHA DE ‘’A FABRICAÇÃO DO REI’’ DE PETER BURKE
Larissa de Souza Peyroton
PetrópolisAbril 2016
O texto em seu primeiro capítulo trata sobre uma análise ao governo de Luís XVI,
observando seus propósitos e os meios que usou para promovê-lo. É pontuado sobre a utilização
da arte e alta cultura em suas diversas formas como uso de construção de sua posição e inclusive
suas qualidades. Luís dessa forma, trabalhou juntamente com representantes que patrocinaram
por meio das artes a figura de seu governo, do qual é citado Jean-Baptiste Colbert. O último
teve a função de selecionar o trabalho de grandes nomes dentro das áreas de literatura, artesãos,
musicistas para gerar uma cultura de exaltação à soberania do rei.
As grandes escolas de artes em geral moldaram-se aos padrões da corte e estruturaram
suas obras para servir aos propósitos do rei. Concursos com prêmios para as melhores
retratações de ações históricas do rei por meio da música e pintura foram promulgados. Criou-se
um modelo de valorização da arte voltado para a exaltação de um governo e da figura central
desse. Entende-se que não foi uma valorização da arte em si por motivos de maior censura a
temáticas que não fossem à favor da cultura do reinado. A cultura e o modelo dessa deveriam
ser construídos de acordo com a proposta do reinado de Luís.
Não só as artes, mas o interesse de Colbert com o futuro da imagem do rei também fez
com que contratasse historiadores que narrassem as benfeitorias do rei, para que jamais fosse
retirado de sua imagem a representação de um homem soberano e certamente justo e bom,
qualidades que sempre se vieram a ser importantes, não somente para a permanência do mesmo
em seu reinado, mas também para educar as massas dos seus contemporâneos e dos que viriam
logo após, segundo a imagem que gostaria que passassem adiante. Inclusive foi utilizado o
acervo de artes pessoais do rei como uma forma de construir a imagem de um homem culto.
Todos os meios de manifestações culturais foram utilizados para criar a imagem
pública do rei. Até o momento que criou-se um comitê de avaliação sobre o que deveria ser
utilizado ou não como divulgação do seu governo. Na história Luís XIV deveria ser conhecido e
exaltado da forma mais nobre possível. A cultura certamente deveria entrar neste critério e
assim o foi.
O segundo capítulo do texto demonstra que a figura construída do rei teve suas etapas,
onde. O marco da morte de seu conselheiro Mazarin fez com o que o rei estivesse
aparentemente governando por si. A partir desse marco é que a construção da figura de
soberano do rei foi sendo construída. Sua presença nos negócios do estado, operações militares,
por meio de cartas honrando suas benfeitorias, exaltando suas ações como justas e sábias. A
presença do rei deveria ser lembrada em tudo oque ocorria no país, tanto em relação aos mais e
aos menos importantes fatos. Por meio de brasões, medalhas, motos eram simbolizada a sua
presença, suas nomeações e etc.
E também no intuito de maximizar as qualidades de sua soberania, o elementos que se
utilizavam na construção de suas representações em qualquer lugar que fosse, eram nada mais
do que a imagem das próprias divindades. Por meio desses exemplos entendemos do texto que a
intenção do domínio da figura do rei em todas as áreas da cultura e ciência era construir sua
personalidade na história e para reforçar para os seus contemporâneos que seu governo se
encontrava acima de qualquer forma de oposição, motivo inclusive de abafarem sua figura de
homem simples. O homem soberano, o homem acima de todos e seu governo inabalável foram
características de uma construção intencionada.
Palavras chaves: Análise; Peter Burke; Luís XIV; Soberania; Reinado; Construção;