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Renata Sales Balestrini
A Importância dos Corredores Verdes entre Quatro Fragmentos Florestais Próximos à Universidade
Estadual de Londrina - PR
Londrina 2006
Renata Sales Balestrini
A Importância dos Corredores Verdes entre Quatro Fragmentos Florestais Próximos à Universidade
Estadual de Londrina - PR
Monografia apresentada ao curso de geografia da Universidade Estadual de Londrina como requisito para a obtenção do Título de Bacharel Orientador: Dr. Geraldo Terceiro Correa
Londrina
2006
1
Renata Sales Balestrini
A Importância dos Corredores Verdes entre Quatro Fragmentos Florestais Próximos à Universidade
Estadual de Londrina - PR
COMISSÃO EXAMINADORA
Dr. Geraldo Terceiro Correa
Dra. Eloiza Cristiane Torres
Dr. Omar Neto Fernandes Barros
Londrina, 04 de dezembro de 2006
2
Dedicatória A todos os outros seres vivos da terra...
3
Agradecimentos
Primeiramente agradeço à excelente orientação para o desenvolvimento do
trabalho, por parte do Dr. Geraldo Terceiro Correa, que permitiu-me
efetivamente decidir o caminho que desejo seguir.
Ao Ms. Osvaldo Coelho, pela seção das imagens e atenção.
Em segundo lugar, não menos importante agradeço à minha primeira família:
mãe, pai, irmão e cunhada pelo apoio para que eu pudesse completar essa
etapa da minha vida.
Agradeço a Rê, por toda ajuda e paciência, agradeço a ela apenas por estar ao
meu lado.
Em terceiro lugar, agradeço à minha segunda família: meu mestre e alunos, por
proporcionarem em mim uma centralidade e paz de espírito.
Por último, agradeço ao meu professor de física do ensino médio, Alexandre,
por me mostrar que o mundo ainda tem jeito.
4
Um estudante Chinês viajava pelas
montanhas e aproximou-se de uma árvore
tão grande, que não parava de espantar-
se.
“ Como esta árvore pode ficar desse
tamanho? ” À medida em que ia
observando, notava que os galhos eram
retorcidos, não servindo para se fazer um
teto sólido. O tronco crescera com tal
irregularidade que os marceneiros o
desprezariam. As folhas eram as mais
amargosas de que ele tinha provado; o
cheiro era tão intenso que afugentaria o
homem mais forte.
“Ah!” - exclamou ele – “ Essa árvore foi
considerada inútil pelos homens, e só
desse modo chegou a alcançar esse
tamanho. Que bom exemplo para os
homens de juízo.”
Tao Teh King
5
BALESTRINI, Renata Sales. A Importância dos Corredores Verdes entre Quatro Fragmentos Florestais Próximos à Universidade Estadual de Londrina - PR. Monografia Bacharelado - Uel, Londrina, 2006.
Resumo A paisagem natural, não na sua forma simples de visualização, mas na forma complexa de sistemas de fauna e flora interligados e interados, sofreu e sofre diversas modificações por parte da própria natureza através do clima, por exemplo, ou por parte da ação humana, pois o homem é o principal responsável pela alteração da paisagem vegetacional e pela distribuição dos seres vivos na superfície da terra. Há muito tempo, a vegetação vem sofrendo essas modificações na forma predatória, necessitando atualmente de estudos e cuidados que só o homem pode garantir através de uma máxima conscientização sobre as conseqüências das devastações florestais. Anteriormente os fragmentos de paisagens vegetais eram estudados de forma separada, sem atenção às interações dos sistemas que garantem a sua sobrevivência. O trabalho mostra a importância de estudar os remanescentes florestais de uma forma unificada através dos corredores verdes, por exemplo, nas proximidades da UEL, entre os fragmentos Mata dos Godoy, Parque Arthur Thomas, Mata da Confepar e Horto da UEL. Por meio de observação, imagens convencionais e de satélite, pode-se traçar as possíveis rotas equivalentes aos corredores. Esses corredores atuam como áreas de ecossistemas que interligam unidades de conservação, públicas ou particulares, que permitem um fluxo gênico tanto de animais, quanto de vegetais, possibilitando a manutenção da biodiversidade e sua evolução. Tendo como objetivo conhecer as características de cada remanescente, suas ligações e interações, possuindo a consciência das espécies que ali vivem e do que necessitam, podemos saber como melhor lidar com o desequilíbrio ambiental e sugerir soluções cabíveis para a manutenção desses corredores. Palavras – chave: Fragmentos; corredores verdes; desequilíbrio ambiental; biodiversidade
6
BALESTRINI, Renata Sales. The importance of the green corridors among four forest fragments in the proximities of the Universidade Estadual de Londrina – PR Uel, Londrina, 2006.
Abstract
The natural landscape, not in its simple visualization form, but in its complex fauna and flora interconnected systems has suffered several modifications, caused in part by nature, through climate changes, for example, or by human actions, since the man is the greatest responsible for the alteration of the landscape and for the distribution of living beings in the earth. The natural vegetation has being suffering this modification in a predatory form. At the moment it’s in need of studies and aids that just the mankind is able to give throughout a maximum education about the consequences of forest devastations. In the past, the fragments of vegetal landscapes were studied in separated ways, without concerning interactions between the systems that guarantee its survival. The present work shows the importance of studying forests remains in a unified way trough the green corridors, for example, in the proximities of UEL, along with the fragments: Mata dos Godoy, Parque Arthur Thomas, Mata da Confepar e Horto da UEL. By eye observation, conventional images e images from satellite, it is possible to trace probable routs equivalents to the corridors. These corridors act like ecosystems that interconnect public or private conservation units, which allow a genic flow between animals and vegetables, and it is this flow that permits the biodiversity maintenance and its evolution. Having knowledge about the characteristics of each fragment, its links and interactions, knowing the living species and its necessities, we can know how to better act with the environmental unbalance and suggest applicable solutions for the maintenance of theses corridors. Keywords: Fragments; green corridor; environmental unbalance; biodiversity
7
SUMÁRIO
Introdução.......................................................................................................11
Capítulo 1 - Antecedentes do Tema: Base Teórico Metodológica..................15
1.1 Unidades de Conservação no Paraná.......................................................28
1.2 Materiais e Métodos...................................................................................33
1.3 Localização e Conceitos Importantes........................................................35
1.3.1 Sobre o local de estudo...........................................................................35
1.4 Mata Ciliar..................................................................................................38
1.5 Mata Ciliar e Fundos de Vale sob a Ótica da Legislação Ambiental.........48
Capítulo 2 - Os Remanescentes Florestais....................................................51
2.1 Mata dos Godoy.........................................................................................53
2.2 Parque Arthur Thomas...............................................................................59
2.3 Horto Florestal da Universidade Estadual de Londrina..............................70
2.4 Mata da CONFEPAR, atual POLI...............................................................75
2.5 Desequilíbrio Ambiental..............................................................................82
Capítulo 3 - Resultados....................................................................................88
Capítulo 4 - Considerações Finais....................................................................99
Bibliografia.......................................................................................................103
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Cobertura Vegetal Original.............................................................17 Figura 2 - Cobertura Vegetal Atual.................................................................17 Figura 3 - Rodovia no corredor próximo à Mata da CONFEPAR...................27 Figura 4 - Localização dos fragmentos estudados na região de Londrina, norte do Paraná..............................................................................................37 Figura 5 - Localização do Ribeirão dos Apertados e do Ribeirão Cambé dentro do município de Londrina, com alguns remanescentes florestais, entre os quais o Parque Estadual Mata dos Godoy e o Parque Municipal Arthur Thomas................................................................................................42 Figura 6 - Poluição no Ribeirão Cambé..........................................................44 Figura 7 - Poluição no leito do Ribeirão Cambé..............................................44 Figura 8 - O acúmulo de lixo no Ribeirão Cambé...........................................45 Figura 9 - Entulho no Córrego da Mata, próximo à Rodovia..........................46 Figura 10 - Mata da CONFEPAR e as estradas no corredor até o Horto da Universidade..................................................................................47 Figura 11 - Localização da Mata dos Godoy..................................................53 Figura 12 - Parque Estadual Mata dos Godoy e uso do solo em seu entorno.............................................................................................................54 Figura 13 - Anta (Tapirus terrestris).................................................................55 Figura 14 - Pecari ou Cateto (Tayassu tajacu)...............................................56 Figura 15 - Choupana encontrada do Parque, visão Noturna.........................57 Figura 16 - Trilha do Cateto, no Parque Estadual Mata dos Godoy, visão noturna.............................................................................................................57 Figura 17 - Localização do Parque Municipal Arthur Thomas, em detalhes, dentro do perímetro urbano de Londrina..........................................................60 Figura 18 - Entrada do Parque Arthur Thomas.................................................61 Figura 19 - Usina Dr. Fernando de Barros Pinto...............................................62 Figura 20 - Macacos prego (Cebus apella )......................................................64 Figura 21 - Gambá (Didelphis marsupialis).......................................................65 Figura 22 - Capivaras, (Hydrochaeris hydrochaeris), no Arthur Thomas..........66Figura 23 - Lagarto teiú-teiu (Tupinambis teguixin teguixin).............................67 Figura 24 - Área urbana ao redor do Parque Arthur Thomas...........................69 Figura 25 - Campus da Uel, em destaque a área de estudo, Horto Florestal...70 Figura 26 - Horto da UEL..................................................................................71 Figura 27 - Instalações elétricas beirando a mata............................................72 Figura 28 - Cachorro do mato (Cerdocyon thous).............................................73 Figura 29 - Drenagem artificial..........................................................................76 Figura 30 - Voçoroca ocasionada pela retirada de material..............................76 Figura 31 - Colorações diferenciadas de solo...................................................77 Figura 32 - Remoção de gramíneas na confluência do Córrego da Mata e Ribeirão Cambé.................................................................................................78 Figura 33 – Amoreira (Morus nigra) localizada no fundo de vale próximo à CONFEPAR.......................................................................................................79 Figura 34 - Dissecação parcial da encosta para fins de construção civil..........80 Figura 35 - Rua em frente ao fundo de vale do Ribeirão Cambé......................80
9
Figura 36 - caracterização do uso do solo na região de Londrina, através de imagem SPOT...................................................................................................85 Figura 37 - LANDSAT, Mata dos Godoy e Município de Londrina.......................................................................................89 Figura 38 - SPOT, 2004, Mata dos Godoy e Município de Londrina, no canto superior direito...................................................................................90 Figura 39 - SPOT, 2004, possíveis corredores entre o Horto da Universidade, o Parque Arthur Thomas e a Mata da CONFEPAR..............92 Figura 40 - SPOT, 2004, corredor entre o Horto da Universidade e a Mata da CONFEPAR...................................................................................93 Figura 41 - SPOT, 2004, corredores verdes entre a Mata dos Godoy e o Horto da Universidade.................................................................................94 Figura 42 - SPOT,2004, corredores entre a Mata dos Godoy e o Parque Arthur Thomas.................................................................................95 Figura 43 -Trajetos possíveis percorridos por animais na área de estudo...............................................................................................................96
QUADRO 1 - 36 ÁREAS DE PROTEÇÃO INTEGRAL NO ESTADO DO PARANÁ........................................................................................................................29
10
INTRODUÇÃO
O Território ora aqui apresentado, refere-se apenas como
habitat dos seres, sem nos preocuparmos com a discussão política ou
econômica que o termo possa gerar, é o bem mais valioso e talvez o mais
importante do “ser” denominado humano.
Esse mesmo território passível de utilizações diversas e tão
cobiçado pelo homem, está cada vez mais escasso. Desta forma, à medida em
que a disputa por território aumenta, os outros seres da terra vão sendo
empurrados para outro lugar que não seja o território ocupado pelos seres
humanos, pois o homem que se coloca além da natureza e não como um ser
pertencente a ela, possui a racionalidade lógica, matemática, que tanto cria e
evolui, mas possui também o egoísmo predatório, que tanto mata e destrói.
Os seres vivos, que não são humanos, agora não podem mais
morrer, pois, para garantir a vida humana é preciso que uma parte da natureza
seja preservada. Cada animal desempenha um papel específico no seu meio,
mantendo o equilíbrio entre os ecossistemas, por isso, vamos manter os que
nos atrapalham em cativeiros e os outros, enxotar para fora das áreas urbanas.
Preservemos as florestas porque precisamos respirar, então deixar-se-á um
pedaço de vegetação sem intervenção humana e, em volta, podemos construir
avenidas, edifícios e supermercados.
Parece irônico, mas é a realidade. A humanidade preserva a
fauna e flora em espaços reservados para garantir a sobrevivência da espécie
humana, sem preocupar-se, principalmente com a fauna, se estes estão
desempenhando realmente suas funções nos seus respectivos nichos
11
ecológicos. Os animais não possuem a racionalidade lógica, no entanto,
possuem instintos que os levam a desempenhar seus papéis, como também os
levam a se deslocar dos pequenos fragmentos a que são submetidos.
Mas para onde vão os animais? Muitos deles se adaptam
facilmente a outros ambientes, e conseguem viver bem em espaços
relativamente pequenos, como é o caso dos remanescentes florestais que
restaram depois da devastação das vegetações.
Outros não sobreviveram e acabaram sucumbindo, entrando
em extinção permanente da espécie; seja pela falta das trocas gênicas ou falta
de alimentos específicos não se adaptaram a espaços menores, por exemplo,
alguma espécie de vegetação que foi dizimada e era utilizada como alimento
ou abrigo por certos animais que, sem recurso, acabaram desaparecendo do
mapa.
E um terceiro grupo vive entre os homens, à procura de
alimentos e abrigos, utilizando o “território humano”, para se locomover entre
áreas vegetais que sub – existem dentro do espaço urbano. Esse trânsito de
animais acarreta em vários problemas para o homem, como doenças trazidas
por esses animais (zoonoses), sujeira, destruição de plantações, entre outros.
O ser humano convive agora com o desequilíbrio no meio,
ocasionado pelos seus atos de progresso e a sua falta de atenção para com os
outros seres. A solução é criar mecanismos ou ações para reverter, ou pelo
menos amenizar, os problemas causados por esses animais que transitam em
áreas urbanas que, na verdade, não têm sequer condições para se deslocar
de uma reserva para outra, tendo em vista os obstáculos que foram
construídos: cercas, muros, estradas, cidades, foram derrubadas as matas
12
ciliares; e, onde antes era um caminho natural para estes animais, agora se
tornou difícil e cheio de obstáculos.
Assim como o homem precisa se locomover para comprar
alimentos e ir de casa para o trabalho, os animais também precisam
desempenhar suas funções nos seus nichos. Para isso, no entanto, é
necessária a ajuda ou a disposição humana para que mamíferos, aves,
anfíbios, répteis e até peixes tenham o “direito de ir e vir”, criando ou
restabelecendo, novamente, um equilíbrio ambiental.
O presente trabalho mostra a importância dos corredores
verdes entre os remanescentes da região próxima à UEL, para garantir esse ir
e vir da fauna e da flora. Utilizando a forma visual (imagens convencionais e de
satélite) como elemento chave para o entendimento das relações transitórias
entre os fragmentos (em particular o Horto Florestal da Universidade, a Mata
ao lado da CONFEPAR, o Parque municipal Arthur Thomas e o Parque
Estadual Mata dos Godoy) apresentar-se-á também os aspectos considerados
mais importantes de cada espécie de fauna e flora encontrada nos fragmentos,
e atentar-se-á para a legislação ambiental no que diz respeito à conservação
dessas áreas - fundos de vale, matas ciliares e reservas florestais - para a
manutenção desses corredores.
Dividido em 4 capítulos principais, o trabalho mostra, num
primeiro momento, uma evolução das características da região estudada com
base no processo de fragmentação da paisagem assim como definições do
termo corredores verdes e suas funções, na segunda parte as características
de cada remanescente florestal estudado, e por ultimo resultados a partir das
13
possíveis rotas tomadas pelos animais nas intersecções entre os fragmentos e
considerações.
Sendo assim, como objetivo central, avaliar-se-á a evolução
espacial desses fragmentos, inferindo a importância de estudá-los de uma
forma unificada, pautando-se nos corredores de vegetação existentes entre um
e outro, pois, conhecendo as características de cada remanescente e tendo a
consciência das espécies que ali vivem e do que necessitam, podemos saber
como melhor lidar com o desequilíbrio ambiental e sugerir soluções cabíveis
para a manutenção desses corredores.
14
CAPITULO 1 - ANTECEDENTES DO TEMA: BASE TEÓRICO-METODOLÓGICA
Desde a época do descobrimento, as florestas brasileiras vêm
sendo alvo de grandes devastações, seja pelo valor econômico de seus
componentes ou pelo solo fértil que aqui se encontra. Como diria Pero Vaz de
Caminha “aqui tudo que se planta dá”. Esse imenso processo de degradação
ocasionado pelo avanço do homem em diversos setores, que perdura ainda
hoje, acarretou em várias conseqüências para diversas espécies vegetais e
animais. A pior delas foi com certeza a extinção de algumas dessas espécies.
As florestas, antes amplas e heterogêneas, apresentam-se
agora como pequenas porções vegetacionais, devido à devastação causada
por esse avanço tecnológico e científico do homem.
No Paraná, como em todo o Brasil, não foi diferente. A
contínua faixa de floresta estacional semi-decidual se tornara em espassadas e
fragmentadas porções de vegetação. A redução de área foi tão brusca que, de
acordo com a Sociedade de Proteção a Vida Selvagem (SPVS), 2006,
atualmente existe registro de apenas 2% de mata nativa restante na região, a
maior parte concentra-se no Parque Nacional do Iguaçu, localizado a oeste do
estado, e a Serra do mar a extremo leste, os restantes caracterizam-se como
remanescentes menores onde muitas espécies encontram-se isoladas, sendo
que anteriormente, em 1900, 83,4% da área do Estado era coberto por mata
nativa, como podemos observar nas figuras 1 e 2. Isso ocasionou, por
exemplo, a extinção de espécies, tanto de fauna quanto de flora; alterações
em muitas comunidades faunísticas (WILLIS, 1974 apud ANJOS, 1998) e
alterações no comportamento dessas espécies. Uma população muitas vezes
15
afeta o crescimento ou a taxa de mortalidade de outra população (...) podem
alimentar-se de membros de outra população, competir por alimento, excretar
dejetos nocivos ou interferir de alguma outra forma com outra população.
(ODUM, 1983) Essas relações intensificam-se quando as espécies estão
relativamente isoladas.
No norte do Paraná a colonização em 1920, desencadeada
pelo solo amplamente fértil (terra roxa) e pelos incentivos fornecidos para os
agricultores pela Companhia de terras Norte do Paraná, acarretou na
derrubada de muitas florestas para dar continuidade as lavouras de café,
cultura muito rentável na época.
Em 1930 deu-se início à construção das primeiras casas de
madeira e iniciou-se a derrubada da densa floresta subtropical para a aquisição
da madeira de lei.
Esse fato levou à devastação de florestas nativas para dar
lugar à agricultura próspera. A lavoura precisava de espaços cada vez maiores
e as madeireiras ajudavam a limpar os locais, abrindo clarões imensos no meio
das vegetações.
Além das conseqüências que o desmatamento traz aos
animais e vegetais, a fragmentação, que pode ser entendida como uma área
de vegetação natural interrompida por barreiras naturais ou antrópicas
(CASTRO, 2004), traz problemas também como alterações no micro clima,
principalmente nas bordas das matas acarretando num aquecimento maior por
estarem mais expostas, aumento da erosão, assoreamento dos cursos de
água, perda de diversidade genética, perda de alguma biodiversidade, entre
outros.
16
Figura 1 : Cobertura Vegetal Original, fonte: www.spvs.com.br , 2006.
Figura 2 : Cobertura Vegetal Atual, fonte: www.spvs.com.br ,2006.
As figuras 1 e 2 são representações da cobertura vegetal
original do Estado do Paraná em 1900, e da cobertura atual, com a exploração
desenfreada dos recursos naturais. Devido à intensa atuação do homem e
17
intervenção no que diz respeito à cobertura vegetal do Paraná, desde a época
de exploração dos recursos iniciais, atualmente são encontradas pequenas
faixas remanescentes de mata primitiva a sudoeste, oeste e norte do terceiro
planalto, ao sul do segundo planalto, ao norte do primeiro planalto, na Serra do
Mar e pequenas porções na planície litorânea. (ORNELAS, 1991)
O extermínio de populações e espécies de organismos exerce
um forte impacto na sociedade, através da deterioração dos serviços do
ecossistema. Mesmo que esse fato não esteja visível a “olho nu”, todos os
animais, plantas e microorganismos exercem uma função no meio como, por
exemplo, a troca de gases, estando assim, dentro de um sistema de
manutenção da composição dos gases atmosféricos, direta ou indiretamente.
Mudanças nessa composição podem gerar mudanças no clima devido ao
aumento de metano e dióxido de carbono. A mudança climática, por sua vez,
pode gerar conseqüências negativas para a atividade agrícola.
(EHRLICH,1988)
Este fato é um exemplo de como a extinção de espécies
vegetais e animais levam ao desequilíbrio do ecossistema no qual estamos
inseridos, pois, cada organismo exerce um papel fundamental no meio,
afetando diretamente nossa vida.
Por isso a importância da discussão sobre a preservação
desses fragmentos restantes. [...] a questão ambiental só se torna tema de
debate mais amplo após o final da década de 1960, quando a sociedade,
através de alguns segmentos passa a questionar a qualidade de vida. Esta
problemática é hoje tão relevante que ultrapassou os limites da discussão
cientifica. Em nível internacional a ONU, através do PNUMA (Programa das
18
Nações Unidas para o Meio Ambiente) e desde a década passada (1970),
intensificou o debate sobre o tema, encaminhando fóruns de discussão em
todo o mundo. (SUERTEGARAY;SCHÄFFER, 1988, apud OLIVEIRA, 2004).
As questões ambientais são de extrema importância nas
discussões do mundo contemporâneo, mostrando que a qualidade de vida do
homem é proporcional às condições do ambiente no qual está inserido.
A preocupação com a conservação da biodiversidade em
florestas em uma paisagem cada vez mais fragmentada, acarretou em
implantações de áreas de conservação para a preservação de grandes áreas
próximas entre si e de preferência ligadas por corredores verdes (ANJOS,
1998).
A preservação desses remanescentes está muito além de
garantir a preservação apenas do remanescente em si, mas de toda uma
estrutura planejada para garantir a continuação do mesmo, auxiliando nos
ambientes de entrada e saída dos ecossistemas. O ecossistema é definido por
ODUM (1983) como qualquer unidade (biosistema) que engloba todos os
organismos, vivos ou não vivos, que funcionam em conjunto ou comunidade
numa determinada área, interagindo com o ambiente físico de uma maneira a
criar ciclos definidos de materiais vivos e não vivos. Para Odum, sendo os
ecossistemas sistemas abertos, o ambiente de entrada e de saída devem ser
considerados muito importantes, para a interação desses.
Os ecossistemas são resultados de uma longa evolução dos
processos de adaptação entre espécies e meio ambiente. Mesmo sendo
capazes de auto regulação, esses biomas resistem às modificações do meio
19
até certo ponto pois, quando há uma quebra brusca nesses mecanismos de
entrada e saída, ocorrem modificações definitivas na estrutura do ecossistema
em questão. Por isso a importância de garantir os corredores, para que os
impactos causados pela quebra ou separação dos ecossistemas que
interagem, sejam menores e passíveis de auto-regulação.
Sobre o principal foco do estudo em questão, os corredores,
tratar-se-á da definição de vários conceitos existentes sobre o assunto, pois
cada autor denomina-o de uma maneira: corredores verdes, corredores de
fauna ou corredores ecológicos.
Segundo TELLES (1997), os corredores verdes integrados na
estrutura ecológica da cidade, constituem elementos que estabelecem a
ligação entre as áreas integradas nos sistemas úmidos, (linhas de água e
respectivas áreas adjacentes) e no sistema seco, (percursos, espaços verdes,
cemitérios).
Na visão de ARAÚJO e RODRIGUES, num artigo de 2005, os
corredores de fauna são biologicamente definidos como áreas que apresentam
características peculiares da vegetação e permitem o fluxo gênico,
(transferência de genes de uma população para outra), entre espécies animais.
A LEI N 9.985, de 18 de julho de 2000 define o corredores
verdes ou ecológicos como porções de ecossistemas naturais ou semi-
naturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo
de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a
recolonização dessas em áreas degradadas, bem como a manutenção de
populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior
do que aquela das unidades individuais, ou seja, esses corredores atuam como
20
interligações entre os fragmentos garantindo o fluxo dos animais e
consequentemente dos vegetais, pois, os animais podem interagir com as
plantas de maneira negativa, quando atuam como herbívoros, e positiva,
quando atuam como animais frugíveros como polinizadores e dispersores de
sementes.
E por último, de acordo com a APREMAVI, 2006 ( Associação
de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí),o conceito de corredor
ecológico é novo no Brasil, estes podem ser criados através de plantio de
espécies de mata nativa ou através de regeneração natural, para estabelecer
ou manter a ligação entre grandes fragmentos florestais, ou para ligar
pequenos fragmentos dentro de uma mesma propriedade ou microbacia,
garantindo o fluxo gênico da fauna e flora e, consequentemente, a conservação
da biodiversidade.
A implantação de corredores ecológicos em determinadas
áreas é controversa: um corredor poderia facilitar a propagação de fogo entre
os fragmentos, facilitar a propagação de espécies exóticas, doenças e
proporcionar o aumento da caça predatória devido à melhor visualização da
fauna. (SIMBERLOFF et. al. 1992 apud CASTRO, 2004)
Como podemos verificar, qualquer uma das expressões
utilizadas é cabível para definir e salientar a importância de um corredor que
ligue esses remanescentes, porém, podemos fazer uma distinção entre elas. O
conceito de corredores verdes engloba os fragmentos em si e toda a estrutura
encontrada entre esses fragmentos (cidades, ruas, cercas), o que possibilita
uma visão geral da estrutura denominada corredor.
21
O conceito definido por corredor de fauna, apresenta uma
caracterização apenas da parte que engloba a importância do fluxo gênico dos
animais e plantas no referido corredor.
O ultimo conceito analisado, de corredor ecológico, estabelece
a prática de implantação de um corredor não existente e preservação de um
corredor já implantado através de legislações.
Por conta disso, optar-se-á por utilizar o termo corredor verde
para o presente trabalho, por ser um termo que capta a visão geral da área de
estudo em análise. Ou seja, corredores verdes são interligações entre os
fragmentos, constituídos por mata ciliar, ilhas de vegetação, ou qualquer
pequena porção de área verde que esteja localizada entre os remanescentes
que permita um trânsito de fauna garantindo a preservação de espécies que
necessitam de deslocamento e preservação de espécies vegetais, através da
dispersão de sementes pelos animais, englobando também os obstáculos
artificiais nas interligações (construídos pelo homem), como por exemplo, uma
estrada ou uma represa.
Para entendermos a idéia de corredor verde, é necessário
entender um pouco dos processos espaço-temporais que influenciam na
distribuição espacial das espécies. De acordo com NIHEI (2005) são
basicamente três tipos de processos espaço-temporais dos seres vivos:
extinção, dispersão e vicariância.
O termo vicariância é entendido aqui como espécies afins em
substituição umas às outras em territórios vizinhos nos nichos ecológicos. Isto
implica que as espécies sejam alopátricas, ou seja, não ocupam a mesma área
geográfica. Espécies ocupando a mesma área geográfica são simpátricas, ou
22
seja, vicariância é a especiação (diferenciação) de uma espécie ancestral,
onde as espécies geradas podem ou não ocupar o mesmo espaço.
A dispersão de espécies animais é caracterizada por processos
que possibilitam a fixação de indivíduos em um local diferente daquele onde
viviam seus progenitores e podem acontecer por vários fatores, desde
movimentos tectônicos, seca de um rio, queimadas, até construções de
represas ou falta de alimentos. A dispersão de espécies vegetais pode ser
realizada através da hidrocoria (águas), zoocoria (animais), ou ainda través de
forças eólicas (anemocoria) e gravitacionais. (AMBIENTE BRASIL, 2006)
Os corredores são uma forma de evitar a perda de espécies
que necessitam amplas áreas para viver e evitar a perda genética devido a
vicariância natural.
Segundo CASTRO (2004), os corredores são basicamente de
cinco tipos: corredores de distúrbio, localizados paralelos a estradas, cercas,
instalações elétricas e trilhas (locais de modificações antrópicas); corredores de
remanescentes de mata, que interligam essas áreas; corredores ambientais ou
ecológicos, introduzidos em determinada área; corredores introduzidos por
meio de plantio e corredores de regeneração, construídos ao longo de cercas e
muros. É o caso, por exemplo, da introdução de cercas vivas que atuam como
um elo entre uma propriedade rural e um fragmento de mata.
Ainda de acordo com CASTRO (2004), as funções principais
dos corredores são: habitat de espécies de borda; condutor, possibilitando o
fluxo de energia entre os fragmentos; trânsito de espécies de fauna que estão à
procura de alimentos, abrigo e reprodução; fonte de recursos biológico e
receptor biológico de espécies.
23
É fato que os corredores são uma forma de garantir os
ecossistemas, porém, por meio de um planejamento adequado e técnicas de
implantação e preservação.
Outro conceito de extrema importância é o termo referido
biodiversidade: de acordo com a AGENDA 21, assinada no Rio de Janeiro em
1992, com o objetivo de erradicar os altos índices de miséria e o grave
problema de degradação do meio ambiente no planeta, biodiversidade ou
diversidade biológica, significa a variabilidade de todos os organismos vivos
envolvendo todos os complexos ecológicos de ecossistemas marinhos e
terrestres. Engloba ainda, a diversidade entre as espécies e dentro das
espécies, assim como dentro de um ecossistema e entre os ecossistemas, ou
seja, biodiversidade é a diversidade de vida no planeta, incluindo a variedade
genética dentro das populações e espécies.
A importância da biodiversidade é claramente observada em
várias áreas, pois sua garantia no planeta acarreta em valores ecológicos,
sociais, tecnológicos, científicos, educacionais, recreativos, estéticos e
genéticos. Como exemplo disso, temos a diversidade biológica do planeta
sendo utilizada como base para a agricultura, pecuária e para a indústria de
biotecnologia.
Garantindo e mantendo os corredores verdes, estaremos
preservando a biodiversidade entre os ecossistemas ligados por esses
caminhos e, consequentemente, preservando a biodiversidade dentro dos
ecossistemas.
Uma curiosidade é que o governo do Paraná, em parceria com
a população que mora nas conexões entre os remanescentes, detém um
24
projeto denominado Paraná Biodiversidade, que viabiliza o processo de
implantação de corredores ecológicos em trajetos determinados. Definidos pelo
governo, esses trajetos partem de conexões estabelecidas entre as RPPNs, as
reservas legais, as matas ciliares, a manutenção e implantação das ilhas de
vegetação constituídas por pequenos fragmentos, além de salientar mudanças
que causem pouco impacto no uso do solo para a introdução desses
corredores.
Quanto maior a heterogeneidade da paisagem, maior a
garantia de sobrevivência de muitas espécies, por isso a importância do
planejamento para criar as ferramentas necessárias (instrumentos e
estratégias) a serem utilizadas. O projeto visa a implantação de três
corredores: Corredor Caiuá-Ilha Grande, Corredor Araucária e Corredor
Iguaçu-Paraná, abrangendo respectivamente a Floresta Estacional, Floresta
com Araucária, e o terceiro Corredor encontra-se em uma área de transição
entre estas duas Florestas. Somadas, as áreas dos três Corredores perfazem
cerca de 10% da área total do Estado, abrangendo 63 municípios. (INSTITUTO
AMBIENTAL DO PARANÁ, 2006)
Através de parcerias com proprietários privados, população,
Banco Mundial, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Secretaria
de Planejamento e Secretaria de Abastecimento, o projeto vem sendo
viabilizado para garantir a existência das espécies e do patrimônio natural do
qual o homem faz parte e utiliza para sua sobrevivência.
Voltando à problemática local, esses corredores podem ser
bloqueados ou dificultados, desde a degradação da mata ciliar de um rio local,
(construção de estradas e cidades entre os fragmentos), até pequenas cercas
25
de arame farpado para dividir o território privado. As cercas colocadas por
criadores de gado para evitar que o rebanho se disperse – e, por um lado
impede que o rebanho chegue próximo dos rios e venha a pastar em áreas de
proteção ambiental, como uma mata ciliar, por exemplo - dificulta o
deslocamento de espécies animais.
Como acontece na área de estudo, entre os fragmentos
restantes nas proximidades da Universidade Estadual de Londrina: o Horto da
Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Mata da CONFEPAR, ( utilizar-se-
á o nome Mata da CONFEPAR para designar o referido fragmento apenas pelo
fato da localização ao lado da ex empresa CONFEPAR, (indústria de laticínios),
atual POLI, porém o remanescente é uma propriedade privada), O Parque
Arthur Thomas e a Mata dos Godoy. Todos eles estão separados por espaços
vazios, ruas, loteamentos de autoconstrução, cercas, entre outros. O que
acarreta na dificuldade de deslocamento dos animais e, consequentemente, na
dificuldade de dispersão de sementes.
26
Figura 3: Rodovia no corredor próximo a Mata da CONFEPAR, Autora: RENATA SALES
BALESTRINI, 2006.
Por exemplo, entre o Horto da UEL e a Mata da CONFEPAR
existe a Rodovia Celso Garcia CID, como observamos na figura 3, localizada
numa área que pode ser considerada um corredor de fauna, porém, existem ali
alguns obstáculos que os animais precisam enfrentar, os carros e caminhões
que ali transitam ocasionando freqüentes atropelamentos de gambás, tatus,
lagartos, roedores, cachorros do mato, entre outros.
27
1.1 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO PARANÁ
O ser humano, sempre em busca de novas tecnologias e
renovações de seu modo de vida, está infinitamente procurando e explorando
os recursos naturais, sem a consciência do esgotamento desses recursos que
são explorados até o seu desaparecimento.
Os impactos ambientais são definidos como qualquer alteração
no ambiente causada pela ação antrópica (LIMA-e-SILVA, et. al., 2003, p.133,
apud, OLIVEIRA, 2004). Esses impactos podem ser positivos, quando
regenerador de áreas, ou negativos quando resultam no esgotamento de
recursos naturais.
Devido ao intenso uso dos recursos naturais, faz-se necessário
a preservação dos remanescentes restantes que detém ainda algum recurso
para o bem do homem. Baseando-se nessas idéias de preservação, foram
criadas as unidades de conservação que são uma forma de conservação in situ
criadas como medida para combater o decréscimo nos índices de
biodiversidade nos ecossistemas; porém, não basta apenas preservar, é
preciso criar meios para que o homem se relacione com esses ambientes, sem
prejudicá-los, mas, resgatá-los de uma forma benéfica, tanto para o ser
humano quanto para o ambiente florestado.
O Estado do Paraná tem no total, 1.186.827,25 hectares de
áreas conservadas, divididos em 63 unidades de conservação, sendo 36
dessas unidades de proteção integral, o que quer dizer que não são utilizados
seus recursos naturais, 27 dessas unidades são para uso sustentável
28
(INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ, 2006), como pode-se observar no
quadro 1.
A fitogeografia do Estado do Paraná abrange 03 biomas
florestais e seus ecossistemas associados, na Florestal Ombrófila Densa temos
16 unidades de conservação, na Floresta Ombrófila Mista temos 31 unidades
de conservação e na Floresta Estacional Semidecidual temos 16 unidades de
conservação.
No quadro 1, podemos averiguar as Unidades de proteção
permanente ou proteção integral distribuídas no Estado do Paraná.
QUADRO 1 - 36 ÁREAS DE PROTEÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ
Nº Denominação Ato de Criação Área (ha) Município
01 Estação Ecológica Ilha do Mel
Dec. 5.454 de 21.09.1982 2.240,69 Paranaguá
02 Estação Ecológica do Caiuá
Dec. 4.263 de 21.11.1994 1.427,30 Diamante do
Norte
03 Estação Ecológica do Rio dos Touros
Dec. 4.229 de 05.06.2001 1.231,05 Reserva do
Iguaçu
04 Estação Ecológica de Guaraguaçu
Dec. 1.230 de 27.03.1992 1.150,00 Paranaguá
05
Estação Ecológica de Fernandes Pinheiro
Dec. 4.230 de 06.06.2001 532,13 Fernandes
Pinheiro
06 Parque Estadual das Lauráceas
Dec. 729 de 27.06.1979 alterado Dec. 5.894 de 10/10/1989 e Dec. 4.362 de 08/12/1994
27.524,33 Adrianópolis, Tunas do Paraná
29
07 Parque Estadual do Boguaçu
Dec. 4.056 de 26.02.1998 e alterado Lei 13979 de 26.12.2002
6.660,64 Guaratuba
08 Parque Estadual Pico Paraná
Dec. 5769 de 05.06.2002 4.333,83 Campina Grande
do Sul, Antonina
09 Parque Estadual de Vila Velha
Lei 1.292 de 12.10.1953 eDec. 5.767 de 05/06/2002
3.803,28 Ponta Grossa
10 Parque Estadual Serra da Baitaca
Dec. 5765 de 05.06.2002 3.053,21 Piraquara,
Quatro Barras
11 Parque Estadual Roberto Ribas Lange
Dec. 4.267 de 21.11.1994 2.698,69 Antonina,
Morretes
12 Parque Estadual Pico do Marumbi
Dec. 7.300 de 24.09.1990 2.342,41 Morretes
13 Parque Estadual Rio Guarani
Dec. 2322 de 19.7.2000 2.235,00 Três Barras do
Paraná
14 Parque Estadual do Lago Azul
Dec. 3.256 de 30.06.1997 1.749,01 Campo
Mourão/Luiziana
15 Parque Estadual da Graciosa
Dec. 7.302 de 24.10.1990 1.189,58 Morretes
16 Parque Estadual de Caxambu
Dec. 6.351 de 23.02.1979 968,00 Castro
17 Parque Estadual do Pau Oco
Dec. 4.266 de 21.11.1994 905,58 Morretes
18 Parque Estadual Mata São Francisco
Dec. 4.333 de 05.12.1994 832,58
Cornélio Procópio, Santa Mariana
19 Parque Estadual do Guartelá
Dec. 2.329 de 24.09.1996 798,97 Tibagi
20 Parque Estadual Mata dos Godoy
Dec. 5.150 de 05.06.1989. 675,70 Londrina
21 Parque Estadual do Cerrado
Dec. 1.232 de 27.03.1992 420,40 Jaguariaíva
22 Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo
Dec. 17.790 de 17.06.65 353,86 Fênix
23 Parque Estadual da Ilha do Mel
Dec. 5506 de 21.03.2002 337,84 Paranaguá
24 Parque Estadual Dec. 31013 de 336,98 Cerro Azul,
30
de Campinhos 20.07.1960 Tunas do Paraná
25 Parque Estadual do Penhasco Verde
Dec. 457 de 05.04.1991 302,57 São Jerônimo da
Serra
26 Parque Estadual do Monge
Lei 4.170 de 22.02.1960 250,02 Lapa
27 Parque Estadual de Palmas
Sem Decreto de Criação 180,12 Palmas
28 Parque Estadual Prof. José Wachowicz
Dec. 5766 de 05.06.2002 119,05 Araucária
29 Parque Estadual João Paulo II
Dec. 8.299 de 09.05.1986 4,63 Curitiba
30 Parque Estadual Amaporã
Dec. 20.847 de 28.01.1956 204,00 Amaporã
31 Reserva Biológica São Camilo
Dec. 6.595 de 23.02.1990 385,34 Palotina
32 Parque Florestal do Rio da Onça
Dec. 3.825 de 05.06.1981 118,51 Matinhos
33 Parque Florestal de Ibiporã
Dec. 2.301 de 30.04.1980 74,06 Ibiporã
34 Parque Florestal de Ibicatu
Dec. 4.835 de 15.02.1982 57,01 Centenário do
Sul
35 Parque Estadual Gruta da Lancinha
Dec. 6.538 de 03.05.2006 164,95 Rio Branco do
Sul
36 Parque Estadual de Santa Clara
Dec. 6.537 de 03.05.2006 631,58 Candói, Foz do
Jordão e Pinhão Fonte : IAP 2006
Foi instituído pelo decreto número 4.262/94, alterado pelo
decreto número 4.890/05, a categoria para manejo de unidades de
conservação, pioneira no Brasil: as RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio
Natural) são áreas protegidas, caracterizadas como Unidades de Conservação
de caráter particular, que por opção de seu proprietário e reconhecida pelo
31
Poder Público (IBAMA ou IAP), tornam-se RPPNs. Essas áreas, que possuem
grande importância para a conservação da biodiversidade, podem abrigar
espécies da fauna ou flora raras e ameaçadas de extinção, ou ainda ser locais
que justifiquem a recuperação devido à sua grande importância para aquele
ecossistema e ou região. (INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ, 2006)
As RPPNs exercem funções de grande importância na
formação dos corredores verdes, contribuindo assim para a conservação da
biodiversidade, além disso, são realizadas várias atividades dentro das RPPNs,
como, por exemplo, a educação ambiental, a pesquisa cientifica e o eco
turismo.
Um outro ramo de proteção dos remanescentes são as APAs
(Áreas de Proteção Ambiental). São áreas geralmente extensas, com um certo
grau de ocupação humana, dotadas de atributos bióticos, abióticos, estéticos
ou culturais, importantes para a qualidade de vida humana.
Essas áreas têm como objetivos proteger a biodiversidade,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos
recursos naturais; diferente das RPPNs, que são áreas de proteção integral.
As APAs podem ser criadas em locais públicos ou privados. No
Paraná, um exemplo de área de proteção ambiental está no município de
Guaraqueçaba e parte de Antonina, Paranaguá e Campina Grande do Sul.
Esta APA foi criada para proteger um dos últimos remanescentes de floresta
Atlântica do Paraná, evitando o extrativismo vegetal exacerbado,
principalmente do palmito, comércio de fauna e flora. (AMBIENTE BRASIL,
2006)
32
1.2 - Materiais e métodos
Para o desenvolvimento do trabalho, primeiramente fez-se
necessário um arcabouço teórico para o entendimento do problema. A partir de
definições de conceitos importantes e localização específica da área de estudo,
pôde-se problematizar a questão referida: corredores verdes.
A partir da realização de trabalhos em campo para a
observação da fauna e flora dos remanescentes, foi possível a descrição da
área e seus componentes naturais, para analisar a interação entre eles e,
consequentemente, entender as relações existentes entre e dentro dos
ecossistemas. Efetuando entrevistas com funcionários dos Parques e, a partir
de relatos, compreender-se-á o deslocamento de animais, já que por muitas
vezes não foi possível presenciar os mesmos.
Pautado na observação, imagens de satélites e fotografias
convencionais, pôde-se avaliar as relações entre homem, meio ambiente
natural, meio ambiente artificial (produzido pelo homem) e animais.
Após as observações em campo e as referidas descrições,
foram enfatizados métodos de análise espacial e temporal da área, com a
utilização do geoprocessamento (processamento informatizados de dados
georeferenciados) que permite através das imagens de satélite visualizar
amplamente os aspectos físicos da área, como redução de áreas naturais e
expansão de áreas reflorestadas, por exemplo.
Foram utilizados os Softwares: SPRING 4.1(INPE) e Adobe
Photoshop 7.0 para a execução e as imagens: SPOT de 18 de janeiro de 2004,
33
LANDSAT 5 de julho de 1997 e imagem gerada pelo Google Earth, de 2006;
para a análise.
A partir dessas imagens foram traçados possíveis trajetos de
corredores verdes e locais que, recuperados ou preservados, servem como
deslocamento das espécies; os trajetos são possivelmente realizados pelos
animais a partir de deslocamentos sobre as matas ciliares, ilhas de vegetação
e pequenos focos verdes na área urbana.
34
1.3 - LOCALIZAÇÃO E CONCEITOS IMPORTANTES
1.3.1 - Sobre o local de estudo:
O Estado do Paraná detém uma área de 199.575 km2, e faz
fronteira ao norte com o Estado de São Paulo, a leste com o Oceano Atlântico,
ao sul com o Estado de Santa Catarina, a oeste com a República do Paraguai,
a sudoeste com a República da Argentina e a noroeste com o Estado do Mato
Grosso do Sul. O clima é predominantemente subtropical, com a temperatura
média no mês mais frio menor que 18º C, exceto no litoral que a média anual é
de temperaturas superiores a 22º C.
A rede hidrográfica do estado é densa e perene. O principal
divisor de águas é a Serra do Mar e o território é caracterizado por um relevo
de planaltos sucessivos de leste para oeste: Planície litorânea, primeiro,
segundo e terceiro planaltos (MAACK, 1968 apud MINEROPAR, 1990)
A cidade de Londrina se desenvolveu sobre o divisor
topográfico das bacias do Ribeirão Lindóia e do Ribeirão Cambé (ORNELAS,
1991). Localizada no norte do Estado do Paraná, encontra-se no terceiro
planalto paranaense denominado também de Planalto de Guarapuava, com
altitudes mínimas de 370 metros ás margens do rio Tibagi e máximas de 880
metros a sudoeste da cidade. Situa-se sobre a formação Serra Geral,
agregados aos derrames de lava vulcânica (basalto) ocorridos na Era
Mesozóica, no período Jurássico/ Cretáceo, o que acarretou na qualidade do
solo denominado terra roxa, pois a rocha resultante do resfriamento do magma
deu origem a um solo de cor avermelhada que está presente em todo o
município de Londrina. ( FRANÇA, 1997).
35
O solo profundo caracterizado por latossolos vermelho-
escuros, roxos, terra roxa estruturada e podzols vermelho-amarelos
desenvolvido pelas rochas vulcânicas, garantiu sua alta qualidade e intensa
fertilidade devido ao alto índice de matéria orgânica derivada da mata pluvial
tropical, atraindo agricultores para a região que, ao retirarem a mata local,
deixaram o solo mais suscetível a erosão.
A mata pluvial tropical deriva do clima que se encontra na
cidade, como em todo o norte do Paraná. A massa tropical atlântica, a massa
polar atlântica e a massa equatorial continental, determinam a periodicidade do
clima na região. Por isso, o tipo de mata encontrada é derivada da umidade
atuante. A localização que determina o clima subtropical em Londrina, favorece
o aparecimento da mata pluvial, devido ao grande teor de umidade que a
cidade apresenta em vários meses do ano.
A ocupação e exploração da região deram espaço para
madeireiras e garantiu o sucesso da agricultura; devido a isso, as florestas,
antes densas e heterogêneas, deram lugar a pequenos fragmentos separados
por estradas, ruas, casas, pastos, entre outros.
Em Londrina, atualmente observamos uma pequena porção
1,04% de florestas muito densas restantes, 0,36% de mata densa, 0,96% de
floresta pouco densa e 3,00% de mata muito alterada, (porcentagem calculada
sobre o total do município), (FRANÇA,1997).
Podemos averiguar que a maior parte dos remanescentes são
reflorestados, o que por um lado é benéfico para o meio, por outro, ocasiona
uma homogeneização das espécies vegetais e, consequentemente, determina
a sobrevivência de algumas espécies animais e extinção de outras.
36
Atentamos para as ligações feitas pelos corredores verdes
entre os fragmentos restantes na região sudeste da cidade de Londrina. O
estudo foi feito mais precisamente na região que engloba a mata ciliar do
Ribeirão dos Apertados no trecho que corresponde a Mata dos Godoy,
passando pelas matas dos Córregos Cafezal, São Domingos, e Esperança
próximo ao Horto da UEL, até chegar no Parque Arthur Thomas que engloba o
Ribeirão Cambé, passando pelo Córrego da Mata na CONFEPAR (ver figura
4).
Figura 4: Localização dos fragmentos estudados, na região de Londrina,
norte do Paraná. Fonte: REIS et. al., 2003 (modificado).
37
1.4 - MATA CILIAR
A mata ciliar ou mata galeria é, de longe, um dos principais
ecossistemas do globo. Esse tipo de vegetação que percorre o curso dos rios,
abriga várias espécies de animais terrestres e avifauna. Por meio dessa
vegetação, os animais conseguem dispersar sementes para outros
ecossistemas, além disso, a mata ciliar é um componente importantíssimo para
a proteção da calha fluvial a qual esta inserida, evitando o assoreamento dos
rios e muito mais que isso, a vegetação ciliar realiza trocas químicas com o
solo e com a água restabelecendo o equilíbrio desta.
O processo de ocupação no norte do Paraná, como em todo o
Brasil, foi caracterizado pela falta de um planejamento, ocasionando uma
destruição desenfreada das matas nativas para a implantação de agricultura e
pastagens, acarretando na fragmentação de diferentes biomas. As matas
ciliares caracterizadas como vegetações que seguem as margens de um rio, e
exercem as funções de: formar abrigos e habitats, áreas de reprodução,
fornecer material orgânico, controlar a erosão nas margens dos cursos d´agua
evitando o assoreamento das mananciais, minimizar os efeitos de enchentes,
manter a qualidade das águas, evitando o acúmulo de lixos que possam vir a
cair no leito do rio; filtrar os possíveis resíduos de produtos químicos, como
agrotóxicos e fertilizantes e auxiliar na proteção da fauna local, também não
escaparam da degradação; pelo contrário, foram alvo de todo tipo de
destruição.(MARTINS ,2001)
A degradação das matas ciliares acarreta em diversas
conseqüências para o meio: os solos que não apresentam essa cobertura
38
vegetal perdem a capacidade de retenção da água e, quando isso acontece, ao
invés de infiltrar no solo, a água escoa sobre a superfície formando enxurradas,
que impedem o abastecimento do lençol freático, acarretando na diminuição da
água armazenada e, consequentemente, diminuindo as nascentes. Essas
enxurradas, se não controladas, acentuam ou iniciam o processo de erosão e
podem chegar a uma voçoroca. Nas palavras de Portugal (1998), em
comunicação via mídia eletrônica “(...)outra forma de acontecer uma voçoroca
é pelo desmatamento. Os vegetais, não importando seus tamanhos, têm raízes
que funcionam com "presilhas" do solo; as árvores agem como "guarda-
chuvas" do solo, e a vegetação em geral age como um redutor de velocidade
das águas que correm no solo. No desmatamento, as "presilhas" ficam frágeis;
sem a árvore, desaparece o "guarda-chuvas", possibilitando o impacto direto
que "machuca" o terreno; já, sem a vegetação, principalmente a rasteira, a
velocidade das águas fica aumentada sobre o terreno, possibilitando alastrar a
"ferida" da terra. Em outras palavras, vai havendo o arraste de material terroso
e, com o tempo, a "ferida" do solo vai aumentando em profundidade e largura.”
Como conseqüência disto pode acontecer o alagamento de
áreas devido ao assoreamento dos rios, que acaba por se colocar em cima de
toda uma fauna e flora existente no leito do rio, soterrando-as. Esses
ecossistemas no fundo dos rios serviriam de alimentos para outros animais que
dependem do fundo.
As matas ciliares sofrem constantemente pressões antrópicas,
pelo próprio processo de urbanização, construções de hidrelétricas, estradas,
desvios dos rios para implantação de agropecuária, entre outros.
39
A destruição das formações ciliares ocasiona vários
problemas. Essas vegetações atuam como grandes filtros que retém poluentes
e sedimentos que cairiam no curso do rio, afetando expressivamente a
quantidade e a qualidade das águas, da fauna aquática e a população humana.
Exercem também a função de importantes corredores verdes, que ligam os
fragmentos florestais facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre
as populações de espécies animais e vegetais. Com a eliminação dessa mata,
o rio fica exposto a esses resíduos e sedimentos, além de aumentar a erosão
das margens do mesmo.
Outra importante função da mata ciliar diz respeito à relação
existente entre a mata e os peixes (ictiofauna). Essas áreas ciliares
apresentam funções limnológicas, hidrológicas e ecológicas para a integridade
biótica e abiótica do sistema. Essas funções garantem a reprodução de
espécies de peixes: rios que apresentam um fluxo intenso em áreas florestadas
têm a água mais límpida, com menor quantidade de íons e partículas, baixa
condutividade e baixo PH. Já rios que passam por áreas demasiadamente
desmatadas, têm um PH ácido, alta condutividade elétrica, cargas e partículas
carregadas, o que impede o desenvolvimento de algas e invertebrados
aquáticos, acarretando num bloqueio da reprodução de peixes que dependem
desse material. (BARELLA et. al., 2000)
Os remanescentes de matas ciliares são garantidos pela
legislação ambiental que torna obrigatória a sua preservação. O Código
Florestal de 1965 (Lei n.° 4.777/65) engloba as matas ciliares nas áreas de
preservação permanente, ou seja, toda vegetação natural que esteja nas
margens de um rio ou rodeando as nascentes, deve ser preservada. No
40
entanto, ainda são focos de destruição dando lugar à especulação imobiliária,
pecuária e agricultura.
A área de estudo engloba as matas ciliares dos quatro
fragmentos principais do estudo em questão: o Ribeirão Esperança, nas
proximidades do Horto Florestal da Universidade; o Córrego da Mata, afluente
do Ribeirão Cambé, a Jusante da CONFEPAR, a mata ciliar do remanescente
florestal denominado Mata dos Godoy, que segue o Ribeirão dos Apertados.
Este último apresenta sua nascente no município de Arapongas nas
proximidades da área urbana e termina em direção leste com sua foz no rio
Tibagi, ocupando uma área de 330 km2.
O Ribeirão dos Apertados (ver figura 5), não foge à regra de
vários outros rios, encontrando-se em fase de degradação, conseqüência do
uso inadequado do solo, desmatamento da vegetação ciliar e uso de agrotóxico
em lavouras e pastagens. A área menos afetada é a parte que compreende a
Mata dos Godoy, por ser uma área de conservação ambiental, todo o resto de
seu seguimento encontra-se afetado pela ação antrópica.
41
Figura 5: Localização do ribeirão dos Apertados e do Ribeirão Cambé dentro do município de Londrina, com alguns remanescentes florestais, entre os quais o Parque Estadual Mata dos Godoy e o Parque Municipal Arthur Thomas. Fonte: FRANÇA, 1997. (modificado)
Dentro do foco de estudo, está também a área correspondente
a mata ciliar do Ribeirão Cambé (ver figura 5), que segue seu percurso dentro
dos limites do Parque Arthur Thomas. O Ribeirão Cambé, também chamado de
Cambezinho, nasce a uma altitude de aproximadamente 650m, na área
correspondente ao Parque de Exposições Ney Braga, e percorre por dentro do
Parque Arthur Thomas. Recebendo como afluentes em sua margem direita, o
córrego Piza, Monjolo e Bem-te-vi e em sua margem esquerda, o córrego
Carambeí, Pica-pau e Tico-Tico. Existem várias outras fontes de nascentes
dentro do Parque. (BALLAROTTI, 2005).
42
O Ribeirão Cambé também encontra-se extremamente poluído
e assoreado. A mata nativa, degradada desde a época da exploração da
madeira, formação de pasto e áreas para a agricultura, encontra-se bastante
alterada. Suas
; irrigação de hortaliças;
captação de água para animais rurais, além de lazer (esquis aquáticos,
pedalinhos, natação e mergulho). (ORNELAS, 1991)
margens estão, em sua maioria, desprovidas de mata ciliar, o
que causa erosão e arraste de nutrientes e sedimentos para o leito do rio.
Devido a um mau planejamento, as águas do Ribeirão Cambé
são utilizadas como depósito de dejetos industriais (como metais pesados e
corantes). 50% do esgoto e lixo doméstico da população londrinense, que não
é tratado devido a uma rede de esgoto insuficiente, é despejado no rio, (ver
figuras 6, 7 e 8). Em contrapartida, 15% dessas águas são utilizadas para o
abastecimento da cidade em épocas de estiagem
43
CO
Figura 7 : Poluição no leito do Ribeirão Cambé, Autor: GERALDO TERCEIRO CORREA,2002.
Figura 6: Poluição no Ribeirão Cambé, Autor: GERALDO TERCEIRO
RREA,2002.
44
Figura 8: O acúmulo de lixo no Ribeirão Cambé, Autor: GERALDO TERCEIRO CORREA,2002.
Entre a Mata do Godoy e o Horto da Universidade Estadual de
Londrina, existem vários córregos que se dispõe transversalmente e suas
matas ciliares servem de corredores verdes para algumas espécies animais. É
o caso do Córrego Cafezal e do Córrego São Domingos, até chegar no
Ribeirão Esperança. Esses espaços servem de ligação entre um remanescente
e outro. Entre o Parque Arthur Thomas e a mata da CONFEPAR existe o
Ribeirão Cambé, que atua como um elo de ligação entre esses dois
fragmentos. Porém, mesmo contendo esses córregos que ligam os fragmentos,
todos enfrentam problemas como a degradação ambiental, a destruição das
matas ciliares e o assoreamento desses córregos, o que gera obstáculos para
os animais.
45
Figura 9: Entulho no Córrego da ovia, Autora: RENATA SALES
BALESTRINI, 2006.
rial escorre para o leito do rio, ocasionando o
assoreamento d
Mata, próximo a Rod
Um dos problemas enfrentados nas proximidades do Córrego
da Mata (CONFEPAR), por exemplo, é a deposição de entulho de construções
que são feitas ali na beira da Rodovia, como podemos observar na figura 9.
Com a chuva, esse mate
o mesmo.
46
Entre o Horto da UEL e a Mata da CONFEPAR, atualmente há
ma área urbana (construções de estradas), dificultando a passagem dos
nimais, como podemos averiguar na figura 10.
Figura 10: MatAutora: RENATA SALES BALESTRINI, 2006.
Não houve uma preocupação com o trânsito de animais no
cal (figura 10) anterior à construção das estradas no trecho correspondente
u
a
a da CONFEPAR, e as estradas no corredor até o Horto da Universidade,
lo
ao corredor que liga os dois remanescentes.
47
1.5 - A MATA
ADO, 1989 ), ou seja, é fato previsto em
lei que se dev
funcionamento do
ambiente natura
CILIAR E OS FUNDOS DE VALE SEGUNDO A ÓTICA DA
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
A mata ciliar foi objeto de previsão do código florestal de 1988,
quando se utilizaram as expressões “consideram-se de preservação
permanente, pelo só efeito dessa lei, as florestas e demais formas de
vegetação natural” (artigo 29) e “consideram-se, ainda, de proteção
permanente, quando assim declaradas por ato do poder público, as florestas e
demais formas de vegetação” ( MACH
eria preservar essas áreas remanescentes, porém, com o
advento das cidades cada vez mais superpopulosas, essas áreas acabam por
serem utilizadas com fins indevidos.
Os fundos de vale são exemplos de áreas que podem abrigar
várias espécies de fauna e flora, situando-se dentro da malha urbana, por isso
a importância da preservação desses, pois atuam também como corredores
verdes. Porém, o crescimento e desenvolvimento desenfreado da urbanização
gera uma das principais causas da degradação do meio ambiente e
consequentemente desses fundos de vale, pois a concentração humana e de
suas atividades provocam mudanças significativas do
l, embora o meio urbano não apresente padrões significativos
de qualidade ambiental para uma vida saudável, existem mais de 80% da
população mundial morando nas cidades. (MILANO, 1990)
Esse alto índice de população urbana ocasiona várias formas
de ocupações irregulares, tais como ocupação de áreas impróprias para
moradia como, por exemplo, as áreas de proteção permanente (APPs).
48
A legislação atual considera áreas de proteção permanente:
aquelas que margeiam cursos de água (rios, nascentes, lagos, represas),
encostas, locais de declividade superior a 45 graus e outras situações quando
da declaração do poder público como, por exemplo, formar faixas de proteção
ao longo das rodovias ou ferrovias, amenizar a erosão de terras, proteger sítios
científicos e históricos ou assegurar condições de bem estar público. Existem
diversas leis qu
agosto de 2000, diz que a retirada de
vegetação em A
tal”. As faixas das margens que possuam uma largura mínima de 30
metros devem
e abordam a questão da preservação das áreas que margeiam
os corpos d’água, as Áreas de Proteção Permanente – APP, tendo em vista
que sua conservação é altamente importante para o equilíbrio ambiental.
A Lei Federal 4.771/65 do Código Florestal diz que as faixas
ribeirinhas devem ter, no mínimo, 30 metros de largura quando a largura do rio
não ultrapassar 10 metros. Quando da ocupação destas áreas, o artigo criado
através da Medida Provisória 1956-53 de
PPs, assim como sua utilização, só poderá ser efetuada para
fins de utilidade pública e/ou benefício social devidamente declarado e
autorizado pelo poder público municipal.
O Plano Diretor dos Municípios, formado pela Lei 7.483/98 de
julho/2000, também é um atributo que protege os fundos de vale, à medida que
cria diretrizes para o planejamento da cidade. No município de Londrina, as leis
de parcelamento do solo garantidas pelo plano diretor, definem as áreas de
fundo de vale como “Áreas Especiais de Fundo de Vale e de Preservação
Ambien
ser mantidas, acarretando numa preservação permanente dos
rios, através da formação de parques e áreas de recreação. (BARROS et.al.
2003)
49
Na cidade de Londrina, os fundos de vale de praticamente
todas as regiões encontram-se, na sua maioria, degradados. “Com drenagem
de tipo dendrítica formada por pequenos ribeirões perenes, que esculpem as
vertentes inclinadas que formam o relevo da região, a grande densidade
emográfica revela uma deterioração sócio-ambiental, cuja visibilidade é maior
as vertentes com declividades acentuadas (acima de 30º)” (OLIVEIRA, 2004).
d
n
50
CAPÍTULO 2 –
floresta subcaducifólia tropical, são:
Peróba, canaf
tuado e contínuo, garante uma
multiplicidade d
que ocasionou a extinção de
muitas dessas
garantir as
OS REMANESCENTES FLORESTAIS
As florestas do norte do Paraná constituíram-se no quaternário
recente, devido a uma estabilidade do clima naquele período, ao contrário do
quaternário antigo, onde o clima era alternante com semi-árido e semi-úmido,
garantindo a formação dos cerrados e campos limpos. As principais espécies
vegetais da mata pluvial tropical ou
ístula, angico, cedro, canjarana, tamburi e louro pardo
(SANTOS,1997, apud BOBATO, 2003).
A mata pluvial subtropical do norte paranaense favorecida pelo
clima subtropical que assegura uma maior umidade em todos os meses do
ano, possibilitando um ciclo biológico acen
e espécies vegetais. Essa multiplicidade genética da vegetação,
favorece a diversidade de espécies animais.
A destruição intensiva das matas no norte do Paraná, acarretou
em diversos problemas para o homem como o aumento da acidez dos solos,
aumento da capacidade de erosão, diminuição da fertilidade do solo devido a
lixiviação de seus nutrientes, precipitações cada vez mais irregulares, falta de
alimentos específicos para espécies animais, o
espécies e, consequentemente, desequilíbrio na cadeia
alimentar (MAACK, 1981, apud FRANÇA, 1997).
Esse processo gradativo de aumento dos problemas
ocasionados pela falta de florestas nativas, refletiu-se no homem que hoje luta
contra a perda do que restou. Porém, com a idéia de preservar e
51
vegetações, sã
ste último, associado à
manutenção e criação de corredores verdes, seria o mínimo necessário para
preservar, e não só proteger, a fauna e flora restante.
o utilizadas várias formas ou mecanismos técnicos que
realmente protegem mas, muitas vezes, geram outros problemas.
Primeiramente criou-se o reflorestamento, ocasionando uma
homogeneização das espécies vegetais e, consequentemente, problemas nas
auto-regulagens dos ecossistemas; depois criaram-se as unidades de
conservação, meio que protege, mas não garante o fluxo das espécies; agora
pensar-se-á em reflorestamento de espécies nativas de cada região o que, a
longo prazo, garantiria alimentos específicos para a fauna e uma auto
regulagem adequada por parte dos ecossistemas. E
52
2.1- MATA DOS
ente 15 quilômetros. É cortada pelo trópico de
capricórnio e é
elimitado ao sul pelo Ribeirão dos apertados e totalmente rodeado
or áreas
marelo).
Figura 11: Localização da Mata dos Godoy, fonte: ANJOS, 1998 (modificado).
GODOY
A mata dos Godoy é caracterizada como um parque estadual
(23º27'S, 51º15'W), localizado ao sul da cidade de Londrina no norte do
Paraná, aproximadam
a maior e mais preservada área de mata remanescente da
cidade. (ver figura 11).
Ocupa uma área de 656ha. de floresta estacional semi-
decidual d
p cultivadas (ver figura 12, Mata do Godoy está com contorno
a
53
Figura 12: Parque Estadual Mata dos Godoy e uso do solo no seu entorno,
fonte: GOOGLE EARTH,2006.
mbés,
antas, veados, c
lguns hábitos importantes pode-se
entender as relações destes com o meio.
A mata dos Godoy, caracteriza-se como um dos poucos
remanescentes da região que abriga várias espécies de fauna e flora. Com
relação à fauna, podemos encontrar na região espécies como jacus, ana
otias, capivaras e 126 espécies de aves (Anjos, 1998).
A ecologia dos animais se faz necessária para a caracterização
e descrição da área, reconhecendo a
54
Sobre os animais encontrados no Parque, temos: as Antas
(Tapirus terrestris), identificada na figura 13. São os maiores mamíferos da
América do Sul e podem pesar até 300 kg. Têm hábitos solitários, sendo
encontradas juntas apenas em época de acasalamento. Alimentam-se de
frutos, brotos, ramos, plantas aquáticas, grama e pastam até em plantações de
cana de açúcar, arroz, milho e cacau, o que acarreta num problema aos
agricultores que se estabeleceram ao redor do Parque, pois estes animais
destroem as plantações em busca de alimentos. (PERACCHI et. al, 2002)
São encontrados também nessa região, porcos do mato ou
catetos (Tayassu tajacu), (ver figura 14), são mamíferos semelhantes a javalis,
com 40 cm de altura, vivem em bandos quando em seu ambiente natural (a
floresta), são fortes e podem se tornar agressivos quando um membro do
bando, constituído de 5 a 15 animais, é ferido. A carne do Cateto é muito
apreciada por seu sabor, porém é proibida por ser um animal silvestre.
Alimentam-se de milho, talos de verduras, batata-doce e até cascas de banana.
Assim como as Antas, também invadem plantações em busca de alimentos
ocasionando prejuízos para o agricultor.
Figura 13: Anta (Tapirus terrestris) fonte: www.brasilnature.com.br,2006.
55
Figura 14: Pecari ou Cateto (Tayassu tajacu ), fonte: www. Wikipédia.com,2006.
Quando uma área é fragmentada, essas espécies delimitam-se
de acordo com a presença de alimentos, quanto menor o recurso que lhes é
fornecido em determinada área, maior é sua busca por recursos em outras
áreas próximas, por isso invadem plantações vizinhas ao remanescente.
Com relação à vegetação, na parte sul do parque, com altitude
de 500m, encontram-se diversas espécies arbóreas: a Peroba, o Cedro, o Pau
Marfim e diversas espécies de Canelas (SOARES-SILVA 1998 apud
FÁVARO;STIPP. 2003). Na beira do Ribeirão dos Apertados encontra-se uma
região de terra não inclinada, de 10 a 30 m de extensão, que é periodicamente
alagada (BIANCHINI et al. 2001, 2003 apud FÁVARO; STIPP. 2003).
Na entrada do Parque, pode ser encontrado uma choupana
(ver figura 15) onde são realizados projetos de educação ambiental e
conscientização aos visitantes, pois as visitas à Mata dos Godoy e às trilhas
que nele se encontram (ver figura 16), são previamente agendadas, o que
garante um controle sobre o parque como um todo. Há uma preocupação por
parte da diretoria do parque em preservar o remanescente.
56
Figura 15: Choupana encontrada do Parque, visão noturna, Autora: RENATA SALES
BALESTRINI,2006
F
Figura 16: Trilha Cateto, no Parque Estadual Mata dos Godoy, visão noturna, Autora:
RENATA SALES BALESTRINI, 2006
do
57
A figura 15 corresponde a Choupana encontrada no começo
das trilhas e a figura 16 corresponde a trilha do Cateto que recebe visitas
agendadas e com guias. Durante a trilha é possível se deparar com o Tayassu
tajacu (Cateto) e com várias outras espécies de fauna.
58
2.2 – PARQUE ARTHUR THOMAS
Representando os últimos remanescentes florestais de
ecossistemas atlânticos no norte do Estado do Paraná (floresta estacional
semidecidual), pois, - de acordo com a última redação dada ao Projeto de Lei
a Mata Atlântica, a expressão Mata Atlântica foi substituída por "Ecossistemas
Atlânticos", em razão da grande divergência científica que havia sobre a real
extensão do domínio do ecossistema da Mata Atlântica. Para ambientalistas, o
omínio de floresta atlântica estendia-se em áreas de formações florestais de
interior, abrangendo também as florestas de araucária do Paraná e Santa
Catarina. Já para aqueles que possuíam interesses na supressão de vegetação
em suas propri
d
d
edades, a Mata Atlântica restringia-se às formações litorâneas
da Serra do Mar, (SOS MATA ATLÂNTICA, 2006) - , localizado na cidade de
Londrina, o Parque Arthur Thomas conta com uma área total de 85,47 ha. Em
1975, a Companhia de terras Norte do Paraná doou 60,25 hectares para a
implantação de uma área de lazer no médio curso do Ribeirão Cambé. A partir
de 1983, a prefeitura aumentou a área em 25,22 hectares, efetuando
desapropriações de loteamentos vizinhos, totalizando assim os 85,47 hectares
atuais (BALLAROTTI, 2005 ). Tendo como unidade gestora responsável a
Secretaria Municipal do Ambiente (SEMA), o parque apresenta como marcos
limítrofes a leste, Limites secos e ribeirão Cambé, ao norte, Rua Charles
Lindemberg, ao sul, Jardim Pizza e chácaras e, a oeste, Av. dez de dezembro
(ver figura 17 e 18).
O Parque recebeu esse nome para homenagear Arthur Hugh
Miller Thomas, que liderou a Companhia de terras Norte do Paraná em 1925 e
foi considerado o fundador da cidade de Londrina. (BALLAROTTI, 2005).
59
Aberto ao público em 1987, este parque foi considerado como unidade de
conservação em 1994, sendo caracterizado pelo Instituto Ambiental do Paraná,
como parque municipal.
F
Figura 17: Localização do Parque Municipal Arthur Thomas, em detalhes, dentro do perímetro
urbano de Londrina. Fonte: ANJOS et.al., 2004 (modificado).
60
Figura 18: Entrada do Parque Arthur Thomas, Autora: RENATA SALES
BALESTRINI,2004.
Com o crescimento da cidade devido ao aumento populacional,
houve a necessidade do aumento da produção de energia elétrica para
abastecer a emergente Londrina, por isso foi necessário utilizar uma queda
d´água de 50m encontrada no Ribeirão Cambé, para a instalação de uma
sina. Nomeada primeiramente de Usina Cambé ou Cambezinho, com seu
Parque, foi inaugurada em 1939 e produzia em média
200KW de energia capazes de abastecer uma população de 6 a 7 mil
abitantes. Primeira Usina de Londrina, hoje é conhecida como Dr. Fernando
28 anos e foi desativada em 1967 e
desmontada em 1969, (ver figura 19), (SECRETARIA MUNICIPAL DO
MBIENTE, 2006).
U
prédio localizado no
h
de Barros Pinto, funcionou durante
A
61
Figura 19: Usina Dr. Fernando de Barros Pinto, Autora: RENATA SALES
BALESTRINI, 2006.
O Parque Arthur Thomas localiza-se entre 23º e 15´ - 23º 30´de
latitude sul e 51º 15´- 51º 00´ de longitude oeste. Situa-se no médio curso do
Ribeirão Cambé que recebe nesse trecho os córregos Pica-pau, Carambeí e
Tico-tico pela margem esquerda. O remanescente que constitui o Parque é
devido à retirada da madeira- de- lei que
havia anteriormente no local.
am–se as sedes da Secretaria
Municipal do Ambiente, Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento e
caracterizado por floresta secundária,
Na entrada do Parque, localiz
62
Policia Floresta
ssilis).
Entre as leguminosas, podem ser encontradas: a Gurucaia
(Parapiptadenia rigida), o ingá (Inga Sp) e o Alecrim-de-campinas (Holocalix
balansae). Na fauna do parque encontramos aves, espécies residentes e
migratórias, que utilizam a mata para alimentação, abrigo e reprodução,
destacam-se espécies como: inambuguaçu, garça-branca-grande, carcará,
jacu-açu, saracura-do-mato e outros. Anfíbios como rãs, pererecas e sapos;
Répteis como teiús e serpentes, sendo abundantes as colubrídeas e jararacas
como a espécie Bothrops bothrops; Mamíferos, o Parque abriga um grupo de
macacos-prego, capivaras, gambás, além de bandos de quatis e cutias.
l. O local apresenta como ecossistema dominante a floresta
estacional semidecidual, esse conceito é definido pelo condicionamento
apresentado em decorrência da dupla estacionalidade climática: uma tropical,
com intensas chuvas de verão e estiagens acentuadas e outra subtropical,
sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio de
inverno, com temperatura inferiores a 15º (VELOSO, 1991). Entre as espécies
de flora destacam-se a peróba-rosa (Aspidosperma polyneuron), o pau d'alho
(Gallesia integrifolia), espécie que mostra o solo fértil, paineiras (Chorisia
speciosa) e primaveras-arbóreas (Bougainvillea glabra). Além de canelas e
vários gêneros das famílias Meliaceae, como a canjarana (Cabralea cajerana)
e o cedro (Cedrela fi
63
Figura 20: Macacos
O macaco-prego (Cebus apella), identificado na figura 20, é a
espécie que se encontra em maior di
Colômbia até o sul da Argentina, estando limitado apenas pela Cordilheira dos
facilmente em áreas fragmentadas, desde que tenham plantações ao redor
prego (Cebus apella ),no Parque Arthur Thomas, Autora: RENATA SALES
BALESTRINI, 2004.
stribuição geográfica, desde o norte da
Andes e Oceano Atlântico. Devido sua dieta onívora, o macaco prego é
altamente adaptável a ambientes modificados pelo homem e sobrevivem
destas. (HILL, 1960 apud ROCHA, 1998)
Um fato curioso é que os macacos prego, que se encontram
em abundância no Parque Arthur Thomas, se alimentam da lava de coleóptero,
parasita que se encontra no interior da semente de uma espécie de palmeira
(Syagrus romanzoffiana). Os animais utilizam pequenas rochas para quebrar
64
as sementes e as não parasitadas também são quebradas. Nesses casos, os
macacos prego atuam como predadores naturais.(ROCHA 1998, apud
PERACCHI et al., 2002).
Esses animais são facilmente manipulados dentro do Parque,
sendo muitas vezes alimentados pelos visitantes, o que ocasiona um distúrbio
alimentar, fazendo com que esses procurem alimentos dentro das casas que
circundam o local.
Figura 21: Gambá (Didelphis marsupialis) ,fonte: www.apromac.org.br/GAMBA ,2006.
Os gambás (Didelphis marsupialis) encontrados no Parque (ver
figura 21), são animais noturnos e solitários, sobem facilmente em árvores e
habitam preferencialmente as áreas florestadas, mas podem se deslocar para
outros ambientes, refugiam-se em árvores ocas, forros das casas e buracos.
Alimentam-se de pequenos animais, desde vermes, larvas e pequenos
vertebrados.
65
As fêmeas chegam a ter de 10 a 15 filhotes em uma única
ninhada, as crias são de 3 a 4 por ano, esses animais podem atingir até 50 cm
de comprimento e vivem de 2 a 4 anos.
Esse tipo de mamífero invade casas em busca de abrigo e
propriedades em busca de alimentos, trafegando pelos corredores verdes o
que acarreta, muitas vezes, em atropelamentos pelos carros devido as
rodovias.
Figura 22: Ca
SALES BALESTRINI ,2006.
pivaras (Hydrochaeris hydrochaeris) no Arthur Thomas, Autora:RENATA
As Capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris) que habitam o
Parque, (ver figura 22), vivem sempre próximas às margens do Ribeirão
66
Cambé. Alimentam-se de plantas aquáticas e grãos invadindo, muitas vezes,
plantações de arroz, milho e abóbora ocasionando perdas que levam à sua
perseguição pelo homem (ROCHA, 1998, apud PERACCHI et. al., 2002).
Esses animais também ocasionam a proliferação de carrapatos, principalmente
o carrapato estrela que se hospedam nas capivaras e transmitem a febre
maculosa aos humanos, por falta de predadores. De acordo com o Jornal de
Londrina de 3 de setembro de 2006, a diretoria do Parque transferiu 10 animais
para uma fazenda em Curiúva, controlando o problema.
Na ictiofauna do Ribeirão Cambé, no trecho que corresponde
ao Parque, observamos tilápias, traíras, lambaris, pirambebas, carpas e outros.
Ressalta-se que as duas primeiras espécies (Tilápias e Traíras), são
indicadoras de ambientes hipóxicos, ou seja de baixa quantidade de O2 na
água. Na família dos répteis, temos os Lagartos teiú-teiú, algumas serpentes e
cágados.(SECRETARIA MUNICIPAL DO AMBIENTE, 2006)
Figura 23: Lagarto teiú-teiu (Tupinambis teguixin teguixin), fonte: www.bichosnojardim.com.br ,
2006.
67
Os lagartos teiú-teiú (Tupinambis teguixin teguixin) vivem em
clareiras e nas bordas das matas, possuem hábito diurno e, pela noite,
entocam-se ou hibernam, principalmente nos meses de frio. Alimentam-se de
ovos, frutas, pequenos vertebrados e invertebrados. São bastante procurados
pelo homem em áreas rurais próximas às cidades por sua carne e couro (ver
figura 23). O lagarto é o maior da América do sul e, com o crescimento das
cidades próximo às bordas das matas, o animal se alimenta de lixo doméstico,
encontrado em chácaras e sítios (QUEIROZ,1997).
Como vemos, os animais, mesmo dentro dos limites impostos
pelo homem, como as unidades de conservação, precisam se deslocar para
conseguir alimentos, pois os fragmentos já não oferecem tudo o que
necessitam devido a uma diminuição de espécies vegetais nativas.
Atualmente, em entrevistas feitas com funcionários do Parque,
a Secretaria Municipal do Ambiente decidiu por derrubar árvores reflorestadas
no domínio do Arthur Thomas, para o plantio de espécies nativas. Segundo
informações do próprio SEMA, isso evitaria a competição entre espécies
vegetais e garantiria, em longo prazo, alimentos para os animais.
O ambiente urbano, mais e mais, prolifera-se, cercando os
remanescentes de florestas que ainda perduram em meio ao crescimento das
cidades. Como podemos observar na figura 24, o processo de isolamento
desse fragmento e, consequentemente, o atrofiamento genético de espécies.
presença de área rural, o que facilita o tráfego de animais naquele sentido.
Podemos observar a estrutura do fragmento quase que
completamente envolta por área urbana; a sul e sudoeste, observamos a
68
Figura 24: Área urbana ao redor do Parque Arthur Thomas, fonte: GOOGLE EARTH,
2006.
A área correspondente ao Parque Arthur Thomas, na figura
24, está com contorno amarelo. Esse isolamento do fragmento pode
casionar o atrofiamento de algumas espécies, pois não há um fluxo
gênico entre as espécies dos fragmentos estudados.
o
69
2.3 – HORTO F
No campus da UEL, a mata original foi quase que totalmente
removida e hoje conta com algumas espécies arbóreas remanescentes, como
Aspidosperma polyneuron (Peroba Rosa) e Ficus sp. (figueiras) e espécies
nativas e exóticas como a Melia azedorach (Santa Bárbara), sobretudo
arbóreas e arbustivas, plantadas ao longo de grandes extensões de gramado.
Encontra–se também, um fragmento de floresta secundária (horto florestal) de
aproximadamente 10 ha, (ANJOS; LOPES, 2006), (ver figuras 25 e 26).
LORESTAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Figura 25 :Campus da Universidade Estadual de Londrina, em destaque a área de estudo,
Horto Florestal, fonte: ANJOS; LOPES,2006 (modificado).
70
Figura 26: Horto da UEL, Autora :RENATA SALES BALESTRINI,2006
e
criado e mantido pela fazenda escola da Universidade com o intuito de cultivar
mudas para a recuperação de áreas degradadas, hoje apresenta o cultivo de
palmito. Na porção da floresta que co
várias espécies anim
preg
desses m
insistentes informações do grupo de funcionários que ali trabalham, para não
alimentar os animais, pois esse fato prejudica a fauna local. Os macacos prego,
o Horto da UEL, comportam-se como os maiores predadores do local,
O Horto florestal (23º 19´ 26´´S e 51º 12´ 23´´W) inicialment
mpreende o Horto, pode-se encontrar
ais. A maior população de mamíferos são os macacos-
o que se alimentam dos frutos e dos palmitos que ali se encontram. Muitos
acacos são alimentados pelos alunos do campus, apesar das
d
71
sobretudo de aves: quando alguma espécie de ave constrói seu ninho nas
árvores o pequeno macaco acaba por alimentar-se de seus ovos.
Beirando a mata, observam-se instalações elétricas que
frequentemente ocasionam a morte desses macacos (ver figura 27).
.
gartos (t
bservar um grupo de capivaras, porém, devido a um grupo de moradores
ealizavam o abate das capivaras para alimentação,
hoje esses animais não são encontrados mais no horto.
Figura 27 :Instalações elétricas beirando a mata, Autora: RENATA SALES BALESTRINI, 2006
Neste fragmento florestal encontram-se, também, espécies de
la eiú-teiu). Naquela área, há cerca de dois meses atrás, podia-se
o
irregulares da região que r
72
Funcionários da fazenda escola, em comunicação oral, relatam
ter encontrado um porco espinho, provavelmente da fauna da bacia do Ribeirão
Cambé, que utilizara o horto da UEL como corredor. Segundo os funcionários,
também se pode encontrar lebres no meio do horto.
No fragmento da Universidade encontra-se também, cachorro
do mato, quatis e várias espécies de serpentes, principalmente a Jararaca.
Figura 28: Cachorro do mato (Cerdocyon thous ) fonte: www.pesc.org.br ,
2006.
O cachorro do mato (Cerdocyon thous) pode ser encontrado
tanto em áreas de florestas quanto em campos, cerrados, matas ciliares e
áreas habitadas pelo homem. Possuem hábitos noturnos e costumam
freqüentar a beira das estradas à procura de animais atropelados, pois
73
alimentam-se de pequenos roedores, onde acabam sendo, também, vitimas de
atropelamentos (ver figura 28). Alimentam-se ainda, de crustáceos, ovos,
pequenas aves
mata da
CONFEPAR.
remanescente da UEL faz fundos com a mata ciliar do
ribeirão Esperança, a partir deste, podia-se encontrar um corredor verde
composto de capoeira que serviria de passagem para que a fauna pudesse se
deslocar até um fragmento maior localizado após o ribeirão, dentro de uma
propriedade privada.
orém, a capoeira do local foi retirada para o avanço dos
condomínios fechados que ali se encontram.
e frutas. (PERACCHI et.al, 2002). Esses animais podem ser
encontrados frequentemente transitando entre o horto da UEL e a
O
P
74
2.4– MATA DA
ília Daher, pioneiros em
Londrina, abran
ale,
onde é realizada uma recuperação da vegetação, porém, devido a interesses
políticos, não se constata ser uma recuperação ecologicamente correta, pois,
são realizadas plantações de espécies vegetais, apenas pela estética local,
sem a preocupação de preservar a vegetação original e a manutenção das
vegetações que servem de alimentos para os animais que ali se encontram. Na
confluência do Ribeirão Cambé, foi feita uma drenagem artificial, como pode
ser visto na figura 29, para escoamento da chuva e para o acesso de água até
as espécies reflorestadas. Essa drenagem leva também materiais erodidos
diretamente para o leito do córrego. Todo o material retirado do fundo de vale
ocasionou uma voçoroca (Ver figura 30) e os resíduos resultantes também são
depositados pela chuva no leito do rio.
CONFEPAR, ATUAL POLI
A mata localizada ao lado da CONFEPAR (23º 18´ 58´´S e 51º
12´ 16´´W), propriedade privada pertencente à fam
ge a mata ciliar do Ribeirão Cambé e o afluente Córrego da
mata, a região encontra-se em constante degradação. Há um fundo de v
75
Figura 29 :Drenagem artificial, Autora: RENATA SALES BALESTRINI,2006.
Figura 30: Voçoroca ocasionada pela retirada de material, Autora: RENATA SALES
BALESTRINI, 2006.
76
Na figura 31, podemos observar que, anteriormente, já havia
sido retirado material da área que estava
Figura 31 : Colorações dif renciadas de solo, Autora : RENATA SALES
BALESTRINI, 2006.
Na área próxima o leito do Ribeirão Cambé, observamos a
existência de Typha domingensis
em processo natural de recuperação,
quando foi novamente degradada. Observamos isso pelas camadas de solo: a
camada mais clara é de material mais recente que foi ali depositado, e a
camada mais escura é de solo mais antigo.
e
ou Taboa, o que mostra que inicialmente a
área era alagada, pois a taboa é uma planta hidrófita (aquática), típica de
brejos, manguezais, várzeas e outros espelhos d´agua.
77
Na área em questão, a presença de Taboa é benéfica para o
meio pois essa vegetação é depuradora de águas poluídas, absorvendo metais
pesados.
Devido a restauração estética da região, sem a preocupação
ecológica a Taboa, assim como as gramíneas, estão sendo removidas para dar
lugar à plantação de espécies arbóreas e limpeza do local, como podemos
averiguar na figura 32.
Figura 32 : Remoção de gramíneas na confluência do Córrego da Mata e
Ribeirão Cambé, Autora: RENATA SALES BALESTRINI, 2006.
78
Algumas espécies frutíferas encontradas na área de estudo,
são de extrema importância para a sobrev
Na vertente direita do córrego encontramos uma área em
erosão devido à retirada de material (ver figura 34), provavelmente para uso na
construção civil. Com a chuva, todo o solo escoa em direção ao Ribeirão
Cambé, o que acarreta no assoreamento do rio e, consequentemente, na perda
de várias espécies que utilizam a área para a sobrevivência.
ivência das espécies animais, pois os
frutos são usados como alimentos. É o caso das amoreiras, goiabeiras e
pitangueiras, (ver figura 33).
Figura 33: Amoreira (Morus nigra) localizada no fundo de vale próximo a
CONFEPAR, Autora: RENATA SALES BALESTRINI, 2006.
79
Figura 34: Dissecação parcial de encosta para fins de construção civil,
Autora : RENATA SALES BALESTRINI, 2006.
Figura 35: Rua em frente ao fundo de vale do Ribeirão Cambé,
Autora: RENATA SALES BALESTRINI, 2006.
80
A rua (figura 35) localiza-se em frente o local da erosão (figura
34) e serve de escoadouro do material para o fundo de vale, e
consequentemente, para o leito do Ribeirão Cambé.
81
2.5 – DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL
Na natureza existe um equilíbrio, uma interação dinâmica entre
os seres vivos e o ambiente em que vivem. Essa interação dos seres com os
elementos naturais forma os ecossistemas. Baseando–se nessa idéia,
podemos considerar um desequilíbrio qualquer fator que venha a interferir na
ordem natural dos ecossistemas.
Esses fatores podem ser naturais e eventuais como um
terremoto ou um furacão, por exemplo, que causam imensa destruição do
s demorando anos para que o bioma se
recupere. Porém, a recuperação é natural, podendo ocasionar também a
vicariância das espécies. Pode, ainda, ser um fator criado pelo homem. Como
exemplo, temos a poluição atmosférica, o desmatamento de florestas e matas
ciliares, a poluição dos rios, captura de animais silvestres, e até a explosão
demográfica. Segundo Dorst (1973), o excedente da população pode não só
comprometer o destino da flora e da fauna selvagens, como também por em
causa a sobrevivência de toda a humanidade, com tudo aquilo que constitui a
civilização e a dignidade do homem.
Esses fatores ocasionam um desequilíbrio a longo ou a curto
prazo: desde o buraco na camada de ozônio que só tende a aumentar, com o
aumento demográfico e, consequentemente, o aumento do consumo de gases
como o CFC (cl
bioma, no local onde passam, às veze
orofluorcarbono), até a destruição de ecossistemas inteiros em
um único momento, a partir da destruição de uma floresta.
82
A extinção de uma espécie vegetal ou animal, causa uma
perturbação na cadeia alimentar daquele ecossistema. A alteração dessas
interações ocasiona um desequilíbrio imenso e faz com que a natureza tenha
ue encontrar meios para adaptar-se. Porém, nem sempre isso acontece, o
ue acarreta em desastres.
Por exemplo: em determinado local da terra, cai uma
quantidade de energia proveniente do sol. Essa energia é absorvida pelos
organismos clorofilados para a realização de fotossíntese. A partir daí,
desenvolvem-se cadeias alimentares de grande complexidade, onde cada
organismo vivo e não vivo desempenha uma função específica para a
manutenção do equilíbrio entre e dentro dos ecossistemas, que por sua vez
estão sempre interligados com o meio físico.
Ao contrário do ambiente criado pelo homem, onde cada vez
ais há uma homogeneização das áreas, acarretando em uma simplificação
as cadeias. É um exemplo de uso irracional do solo, pois através da
onocultura se dá essa homogeneização, onde antes havia uma variedade
ensa de vegetação que desempenhava funções energéticas diversas, existe
penas um tipo de planta, que sozinha não desempenha todas as funções.
O mesmo acontece com os animais: as espécies selvagens
ue têm papéis importantes nas cadeias alimentares estão cada vez mais
omesticadas, não desempenhando as suas funções e gerando desequilíbrio
os ecossistemas. (DORST, 1973).
A partir dessas perturbações causadas ao meio, o próprio
homem, tem de conviver com as alterações ocasionadas que afetam a sua
q
q
m
d
m
im
a
q
d
n
83
qualidade de vida. Como exemplo maior do fato, temos a crescente redução
de água potável no planeta.
Na figura 36, podemos visualizar o uso do solo na região de
estudo. Evidenciamos a ampla área de pasto e monocultura, o que acarreta na
modificação dos ecossistemas e, consequentemente, no desequilíbrio
energético entre as plantas, animais e meio físico.
Em países de tecnologia avançada, os agricultores já estão
conscientes dos danos causados pela monocultura e aderiram à idéia da
policultura e da
manutenção de uma área florestada em suas propriedades, o
que garante, em parte, o fluxo de energia do ecossistema local, garantindo
também a qualidade do solo devido à adubação natural.
84
Figura 36: caracterização do uso do solo na região de Londrina, através de
imagem SPOT. Organização : RENATA SALES BALESTRINI
85
Outro exemplo do desequilíbrio ecológico, e um dos problemas
mais visíveis no município, é a superpopulação de Pombas (Columba lívia ) que
se encontra no centro de Londrina.
Atualmente, segundo informações do próprio SEMA (Secretaria
Municipal do Ambiente), são em torno de 170 mil Pombas habitando a cidade.
Esses animais podem transmitir ao homem infecções como a toxoplasmose e a
salmonelose. Além disso, as fezes do animal pode disseminar um fungo que
causa meningite. As Pombas proliferam-se nas cidades devido à alimentação
em abundância que encontram, podem viver em seu ambiente natural até 14
anos e em meios urbanos até 6 anos devido ao estresse gerado nas cidades.
Além das pombas, temos também o problema de superpopulação de morcegos
( insetívoros e frugívoros) que transmitem a raiva e o aumento do número de
gambás que transitam na cidade. Outro fator que também demonstra o
desequilíbrio ambiental é a presença de inúmeras garças (Casmerodius albus)
num ponto da cidade; mais precisamente em árvores localizadas no lago Igapó
(represamento do Ribeirão Cambé), situado no corredor entre a mata da
CONFEPAR, o Horto da UEL e o Arthur Thomas.
sses animais estão tentando se adaptar às condições
impostas pelo homem, pois foram destruídos os seus meios de locomoção (as
florestas) e sua forma primordial de alimentação, por isso procuram alimentos
em outros locais. Outro fator realçado para explicar a superpopulação dessas
espécies é a falta de predadores naturais, que procuram também outras formas
de alimentação, já que o desequilíbrio na cadeia alimentar foi gerado.
Segundo HILTEL, veterinária do SEMA, em comunicação via
mídia escrita (jornal de Londrina, setembro de 2006), a população acha que o
E
86
problema está restrito apenas às pombas do centro da cidade, mas o clima
está mudando e as estiagens estão cada vez mais longas, os nossos rios estão
poluídos, e nós somos os causadores desse desequilíbrio ambiental. Ou seja,
causamos o desequilíbrio que leva os animais a se adequarem em espaços
produzidos pelo homem.
Segundo Marcelo Frazão, redator do Jornal de Londrina, em
artigo publicado em 3 de setembro de 2006, a crescente destruição das matas,
parques e dos 80 fundos de vale encontrados dentro da cidade, ocasiona a
disputa, por parte dos animais, do mesmo território que hoje é predominante
dos humanos. Ainda de acordo com FRAZÃO, especialistas são unânimes ao
afirmar que, se o ciclo natural básico de alguns animais de Londrina não for
restabelecido, a cidade estará fadada a conviver com o desequilíbrio crescente
de populações de aves e mamíferos, o que acarretaria em diversos problemas
à população, como doenças e sujeiras. Nas palavras de HILTEL, em
comunicação oral; “ Vale Lembrar que quem chegou aqui depois fomos nós.
Antes, o espaço era todo deles”
Quanto maior a distância das condições naturais, mais difícil se
torna a sobrevivência dos animais nos espaços urbanos. São poucas as
espécies que conseguem sobreviver nesse espaço. Apenas as espécies
vegetais que não tEm concorrência, como as ervas daninhas, por exemplo, se
adaptam a esse ambiente modificado. Na fauna, as espécies que encontram na
urbanização um ambiente favorável para se desenvolver, têm sucesso; é o
exemplo das pombas, dos pardais, dos ratos, das Garças e dos urubus, que se
alimentam da sujeira e detritos urbanos.
87
CAPÍTULO 3 - RESULTADOS
os as imagens LANDSAT 5
de 1997 e SPO
O geoprocessamento permite a utilização de técnicas
matemáticas e computacionais para o tratamento de informações geográficas.
Essas técnicas influenciam áreas cartográficas, análise de recursos naturais,
transporte, comunicação, energia, planejamento urbano, arquitetura,
agronomia, entre outras. As ferramentas computacionais denominadas
Sistemas de informações geográficas (SIG), permitem criar banco de dados,
analisar, integrar , relacionar dados e produzir documentos cartográficos.
Quando precisamos enfatizar visualmente regiões de
ocorrência do objeto de estudo em questão, o geoprocessamento é um dos
métodos mais eficientes. Baseando-se nesse pretexto, utilizar-se-á no trabalho
o programa SPRING 4.1 desenvolvido pelo INPE (Instituto de Pesquisas
Espaciais), para analisar a configuração espacial da área de estudo e traçar os
possíveis trajetos dos animais ao se deslocarem pelos fragmentos.
Nesse sentido, quando comparam
T de 2004, evidenciamos um aumento de área de vegetação
devido ao reflorestamento, principalmente na região da Mata dos Godoy.
88
Figura 37: LANDSAT, Mata dos Godoy e Município de Londrina.
Na figura 37, LANDSAT de julho de 1997, onde a mancha mais
escura é a Mata dos Godoy, observar-se-á que não há uma ligação entre o
fragmento de propriedade particular ao lado (local indicado pela seta).
89
Figura 38: SPOT, 2004, Mata dos Godoy e Município de Londrina no canto
superior direito.
Já na figura 38, mais recente da região, SPOT de 2004,
atentamos para o elo de ligação feito pelo reflorestamento, aproximadamente
2,33 km2 de área reflorestada (indicado pela seta).
O reflorestamento de uma área, se planejado adequadamente,
pode auxiliar na ampliação dos recursos para a vivência das espécies animais,
como alimentação adequada e abrigo. Pode desempenhar, também, a função
de corredor. Se mal planejado, pode desenvolver a competição entre espécies
90
vegetais, acarretar em uma homogeneização, prejudicando a alimentação da
fauna e causando um desequilíbrio.
Pode-se constatar que há um fluxo de animais entre os
fragmentos, por meio da observação e comparação das características dos
remanescentes e visualização de animais da mesma espécie em todos os
locais.
A natureza obedece à lei do menor esforço para evitar o
desperdício de energia. Baseando-se nesse contexto, a menor rota tomada
pelos animais seria um trajeto linear, superando apenas os obstáculos artificiais
como o relevo por exemplo, entre os fragmentos, se houvesse a mata original
que recobria toda a região antes da investida humana. Porém, com o recorte
da paisagem e o surgimento de vários obstáculos não naturais, o acesso a
outros fragmentos de mata ficou restri
Esses animais que procuram outros fragmentos basicamente para alimentação,
reprodução ou abrigo, instintivamente, costumam seguir as linhas das matas
para o deslocam
struturas
lineares convergentes de montante para jusante, caracterizando uma rede
baseada no fluxo de água e materiais que estabelecem ecossistemas diversos
e de alta produtividade (SARAIVA, 1999). É aplicável o conceito de corredor
verde em espaços livres ao longo de corredores naturais, principalmente ao
longo de cursos de água e canais, pois estes são o elemento chave numa
política de estabelecimento de corredores verdes em áreas urbanas: é o
to às espécies animais específicas.
ento, principalmente através das matas ciliares.
Os cursos de água e as zonas ribeirinhas detêm recursos
fundamentais para a concretização dos corredores pois assumem e
91
ambiente de maior naturalidade paisagística encontrado nesse meio. A partir
desse contexto traçar-se-á as possíveis rotas tomadas.
A partir das imagens:
Figura 39: SPOT, 2004, possíveis corredores entre o Horto da Universidade, O Parque Arthur
Thomas e a Mata da CONFEPAR.
animais estão em
vermelho. Observamos dentro do ambien
No esquema representado na imagem SPOT de 2004 (ver
figura 39), os fragmentos estão destacados com contorno amarelo, o córrego
Cambé está em linha azul e os possíveis trajetos dos
te urbano, um corredor caracterizado
pela mata ciliar do Ribeirão Cambé e dos lagos resultantes do represamento
desse, que liga essas três interfaces: o Horto da Universidade, a Mata da
CONFEPAR e o Parque Arthur Thomas, com alguns obstáculos artificiais como
92
estradas, casas e ruas. A manutenção da mata ciliar e a criação de ilhas de
vegetação, por meio da arborização da cidade no trecho, associado a uma
conscientização
Arthur Thomas e o Horto da UEL , é de 6,93 km e a rota número 3,
também entre o
e a Mata da CONFEPAR (ver figura 40), é o de menor distância entre um
fragmento e outro, aproximadamente entre 0,9 km e 1,0 km, porém o mais
da população do fato da existência do corredor e do trânsito de
espécies, favoreceriam o fluxo gênico. A distância no trajeto 1, entre o Arthur
Thomas e a Mata da CONFEPAR é de, em média, 7,0 km. Na rota número 2,
entre o
Horto da Uel e Arthur Thomas, é de aproximadamente 6,95
km.
Figura 40: SPOT, 2004, corredor entre o Horto da Universidade e a Mata da CONFEPAR.
O trecho que envolve o corredor entre o Horto da Universidade
93
inviável, devido à rodovia que cruza os dois, não há outra possibilidade de
acesso para os animais terrestres, acarretando em vários atropelamentos.
verdes entre a Mata dos Godoy e o Horto da Universidade.
Figura 41: SPOT, 2004, corredores
Entre a Mata dos Godoy e o Horto da UEL (ver figura 41),
existe uma sucessão de matas ciliares devido à presença dos córregos ali
situados: o Ribeirão Esperança, o Córrego São Domingos, o Ribeirão Cafezal e
o Córrego dos Apertados. Essas matas garantem o fluxo de animais em ambas
as direções, porém, existem vários obstáculos que dificultam o acesso como
cercas que dividem as propriedades privadas e mantém o gado nos limites das
propriedades. Outro fator que inibe o trânsito de animais são as áreas de
94
plantações, protegidas pelos agricultores que, muitas vezes, exterminam os
animais que passam por elas, por representarem um risco para as culturas, já
que muitos se alimentam e acabam por destruir as mesmas. A distância
percorrida pelos animais no trajeto traçado é de, aproximadamente 21 km; em
linha reta essa distância cairia para 12,27 km, aproximadamente.
Figura 42: SPOT,2004, corredores entre a Mata dos Godoy e o Parque Arthur Thomas.
Entre a Mata dos Godoy e o Parque Arthur Thomas (ver figura
42) temos vária
s áreas rurais de culturas agrícolas e a área urbana da cidade.
O trajeto mais viável, porém o mais longo, seria a rota número 4 por fora da
95
área urbana, aproximadamente 18,7 km. Porém, ao seguirem os caminhos
mais curtos que possuem pequenas ilhas de vegetação, os animais seguem
m linha reta para a cidade, deparando-se com os obstáculos artificiais.
A rota número 1 tem em média 17,6 km de distância; a número
2 aproximadamente 16,3 km e a número 3, aproximadamente 17,3 km. A
distância em linha reta é de 14,9 km.
e
Figura 43: Trajetos possíveis percorridos por animais na área de estudo.
96
A área total estudada (ver figura 43), conta com possíveis
formas de ligações entre os remanescentes florestais. Porém, as pequenas
ilhas de vegetação, os rios da cidade de Londrina, os fundos de vale e,
principalmente, as matas ciliares dos Ribeirões Cambé, Cafezal, São
Domingos e Esperança, encontram-se em estado deplorável, o que ocasiona o
olamento dos remanescentes.
Além da degradação, o progresso sem planejamento também
acarreta em problemas, por exemplo, está em andamento um projeto de
implantação de um porto seco (depósito alfandegário de movimentação de
cargas) ao sul do município de Londrina, por parte da administração municipal,
o que por um lado acarreta em desenvolvimento para a cidade por outro acaba
por isolar ainda mais os remanescentes, já que por hora, nada ainda foi falado
sobre o planejamento de acordo com o trânsito de animais na região sul, pois o
porto ficaria entre a Mata dos Godoy e os demais remanescentes da cidade.
Para a concretização dos corredores verdes entre os
fragmentos, atentamos para uma série de fatores: em primeiro lugar, faz-se
necessária a preservação dos recursos naturais por meio de um amplo projeto
de revitalização das áreas de fundo de vale e matas ciliares, através de
estudos das espécies nativas de cada região para implantação, além de leis
numa
scala mais regional, a promoção de desenvolvimento da região em harmonia
om o ambiente natural, através de um planejamento urbano apropriado. Um
modo simples
is
mais vigorosas para aqueles que degradam o meio. Em segundo lugar,
e
c
seria a arborização na cidade, em áreas urbanas, o que
garantiria as pequenas ilhas de vegetação. E, por último, em termos locais,
enfatizar mudança de valores por meio da educação, desenvolvida também
97
dentro das salas de aula e mudança de atitudes através da participação da
população.
98
CAPÍTULO 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os animais selvagens terrestres necessitam de deslocamentos
para garantirem, cada um com sua função ecológica, os fluxos entre os
ecossistemas. Para que isso ocorra, é preciso a manutenção e introdução de
corredores verd
o
superior.
es, com medidas simples de conscientização da população
sobre o fluxo de animais na região e atitudes como implantação de cercas
vivas nas áreas de divisão de território, por exemplo.
Garantir esse fluxo de animais é, em primeira instância,
respeitar seus direitos, a vida propiciando, assim, a sobrevivência da natureza.
A sobrevivência do homem na terra está intimamente ligada à
conservação da natureza de uma forma geral. O ser humano cometeu um erro
grave ao pensar que poderia separar-se do meio natural, colocando-se com
Tomando consciência disso, o homem de hoje está condizente
a resgatar o mundo natural, no entanto, está apenas pensando em sua
sobrevivência, não no resgate da natureza e na garantia de todo o fluxo da
vida na terra e suas interações.
Por isso, “falsos” cuidados com o meio como, por exemplo,
reflorestamentos, que mal planejados homogeneízam a paisagem ocasionando
o fim de muitas espécies, apesar de garantirem o oxigênio que precisamos;
isolamento dos fragmentos florestais, que por muitas vezes garantem amostras
de espécies para que o homem produza seus remédios, mas, estando
isolados, não propiciam as interações necessárias entre os ambientes;
99
introdução de espécies exóticas em áreas de conservação (animais ou
vegetais) que, trazidas pelo homem pela estética, valor comercial ou simples
capricho, ocasionam disputa entre as espécies nativas acarretando em
desequilíbrios. Esses cuidados que visualmente, para leigos, protegem a
natureza, não preservam a vida pois, em todo ecossistema existe um equilíbrio
dinâmico, que é alterado com a intervenção humana.
fato é que a Humanidade está em intensa transformação
científica e tecnológica, e tudo se dá através da transformação da natureza e
do território natural, que se dá como propriedade capital do homem, porém
esse mesmo território é também pertencente aos ecossistemas e tudo que nele
se encontra, generalizando, fauna e flora, ou seja, a vida. O homem só é capaz
de transformar porque tem mãos e uma racionalidade “burra” que não prevê as
conseqüências de alguns atos, associado à arrogância própria do ser. Os
animais seguem os instintos que se transformam em inteligência quando surge
a decisão dos atos, ou seja, pelo instinto age-se sem raciocinar, pela
inteligência, raciocina-se antes de agir, portanto, o homem tem a benção de
poder raciocinar antes de agir. Por que não o faz?
vida humana deve se encaixar no conceito de vida animal, os
seres devem viver em simbiose uns com os outros, respeitando o meio natural.
Pode-se criar e avançar, pois estudo e conhecimento traz a educação e a
evolução da racionalidade, porém, se faz necessário utilizar esse conhecimento
para respeitar e garantir a vida dos outros seres vivos.
natureza morrerá e junto com ela, o animal homem. Se o que
ainda perdura de primeira natureza sobreviver e o homem, com os avanços
tecnológicos, gerar mecanismos e usar as ferramentas que cria, para recuperar
O
A
A
100
áreas degradad teremos mais uma
hance nesse mundo.
O que pudemos evidenciar na área estudada (quatro
fragmentos situ
da UEL, averiguamos a
superpopulação
Godoy, o rema
animais que se “aventuram” a atravessar e percorrer as longas
distâncias acab
trazer problemas para o meio ambiente na
cidade de Lond
as e vidas em processo de extinção, talvez
c
ados na região sudeste de Londrina), é uma discrepância entre
a legislação e a atuação no que diz respeito ao uso do solo, cuidados com os
fundos de vale, matas ciliares e rios. Os fragmentos estão parcialmente
protegidos e preservados, pois, ao mesmo tempo que são unidades de
conservação, observamos um desequilíbrio no ecossistema dos quatro
fragmentos. No Parque Arthur Thomas e no Horto
de macacos pregos; na Mata da CONFEPAR, o entulho e lixo
depositado no córrego e a falta de cuidado com o fundo de vale; e na Mata dos
nescente em melhor estado, está rodeado por monocultura e
isolado de outros fragmentos. Não há elos ou corredores de fato entre eles, a
não ser os descritos no presente trabalho, como possíveis caminhos para a
fauna. Os
am mortos principalmente por atropelamentos e muitos viram
caça.
Toda a degradação causada nos ecossistemas em questão
(dos fragmentos), acabou por
rina, acarretando em distúrbios nas cadeias alimentares de toda
a região, o que ocasionou o desequilíbrio de fauna e flora do município;
observado com o exemplo das garças, pombas, ratos e gambás na área
urbana, que trazem consigo sujeira e doenças.
Planejando o espaço, educando a população e respeitando o
meio ambiente estaremos preservando os recursos naturais. Dando subsídios
101
para que os ecossistemas interajam, a natureza se encarregará de preservar a
vida.
102
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