RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

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RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA Pedro Esteves Domingues Marques Trindade | 2013302 6º Ano do Mestrado Integrado em Medicina Faculdade de Ciências Médicas – Universidade NOVA de Lisboa Orientadora – Mestre Paula Cristina Vidal Reis Leiria Pinto Regente – Professor Doutor Rui Maio Ano letivo 2018/2019

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RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO

PROFISSIONALIZANTE MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

Pedro Esteves Domingues Marques Trindade | 2013302

6º Ano do Mestrado Integrado em Medicina

Faculdade de Ciências Médicas – Universidade NOVA de Lisboa

Orientadora – Mestre Paula Cristina Vidal Reis Leiria Pinto

Regente – Professor Doutor Rui Maio

Ano letivo 2018/2019

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ÍNDICE

Introdução 3

Síntese das atividades desenvolvidas 3

1. Estágio Opcional – Neurologia 4

2. Estágio de Cirurgia 4

3. Estágio de Pediatria 5

4. Estágio de Medicina Geral e Familiar 6

5. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia 6

6. Estágio de Saúde Mental 7

7. Estágio de Medicina Interna 7

Reflexão Crítica Final 8

Anexo 1 – Certificado de participação no intercâmbio IFMSA 11

Anexo 2 – Certificado de participação no curso TEAM 12

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INTRODUÇÃO

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Faculdade de Ciências Médicas da

Universidade Nova de Lisboa (FCM-UNL) tem como base a Unidade Curricular (UC) do Estágio

Profissionalizante (EP), sob a regência do Professor Doutor Rui Maio. Este estágio, por sua vez, está dividido

em seis Estágios Parcelares: Medicina Interna, Cirurgia, Pediatria, Medicina Geral e Familiar (MGF),

Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental.

O presente relatório pretende expor os objetivos estabelecidos para este estágio e uma breve

descrição das atividades desenvolvidas ao longo do mesmo, fazendo ainda uma alusão ao Estágio Opcional

realizado também neste ano letivo. Por fim, termino com uma reflexão crítica, incluindo o balanço final do

referido estágio, assim como o cumprimento dos objetivos previamente estipulados.

OBJETIVOS

Sendo um estágio que visa ser profissionalizante, este deve funcionar num contexto de maior

responsabilização individual e de integração em equipa, proporcionando a oportunidade para observação e

realização de vários procedimentos nas diferentes áreas de especialidade, com a tendência de aquisição de

autonomia crescente, algo fundamental para o nosso exercício futuro.

Deste modo, a par dos objetivos delineados pela regência de cada um dos estágios parcelares que

compõem o EP, destaco como prioridades pessoais e transversais a todos os estágios:

Compreender a dinâmica de funcionamento do serviço em que for inserido.

Aproveitar as oportunidades que surgirem durante o estágio para aperfeiçoar a colheita de

anamnese e o exame objetivo e para fomentar o meu raciocínio clínico.

Rever, aplicar e sistematizar conceitos teóricos adquiridos ao longo do curso, sobretudo no que

diz respeito às principais patologias que irei encontrar ao longo dos vários estágios, incluindo a

sua abordagem diagnóstica e terapêutica.

Desenvolver a minha autonomia na prática clínica, melhorando também as minhas

capacidades de comunicação e confiança (expor-me, praticar, aprender com os erros).

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SÍNTESE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

1. ESTÁGIO OPCIONAL – NEUROLOGIA

Ao contrário da maior parte dos meus colegas que fizeram o seu estágio opcional nas últimas duas

semanas de Maio de 2019, eu tive a oportunidade de o fazer antes, em Agosto de 2018, do dia 6 ao dia 31.

Como tal, querendo seguir uma ordem cronológica do meu percurso durante este ano letivo, considero que

devo começar o meu relatório com este estágio. Fi-lo ao abrigo de um programa de Intercâmbios Clínicos da

International Federation of Medical Students’ Associations (IFMSA), e tive a oportunidade de o fazer em

França, no Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Rennes, no Hospital Pontchaillou.

Durante quatro semanas, passei por dois dos serviços de neurologia do CHU: o Serviço de

Neurovascular, sob a orientação do Dr. Stéphane Vannier, e o de Neurologia Geral, com o Prof. Dr. Marc

Verin. No primeiro, pude ver sobretudo pacientes que tinham sofrido AVCs e as suas respetivas

apresentações clínicas diferentes e algumas patologias mais específicas, como a CASASIL e a MELAS. No

segundo pude ver pacientes com patologias mais variadas (como Esclerose múltipla, Guillain-Barré,

Miastenia Gravis, Atrofia Multisistémica), e em especial com doença de Parkinson. Alguns destes doentes

com Parkinson estavam a ser tratados com terapêuticas relativamente novas, nomeadamente com

Estimulação Cerebral Profunda. Também tive a oportunidade de ver a utilização de Estimulação Magnética

Transcraniana (rTMS) numa doente com défices neurológicos que se enquadraram posteriormente num

contexto de Perturbação Conversiva.

2. ESTÁGIO DE CIRURGIA

O meu estágio de Cirurgia também o realizei no CHU de Rennes, mas desta vez no âmbito do programa

de mobilidade Erasmus + Estudos. Teve também dois componentes: nas primeiras quatro semanas, do dia 3

ao dia 28 de Setembro de 2018, estive no Serviço de Cirurgia Hepatobiliar e Digestiva do Hospital

Pontchaillou, dirigido pelo Prof. Dr. Karim Boudjema, onde acompanhei o Dr. Laurence Sulpice, o meu tutor;

nas quatro semanas seguintes, do dia 1 ao dia 26 de Outubro de 2018, estive em Anestesia, no serviço do

Hospital Sud, dirigido pelo Prof. Dr. Eric Wodey.

Na minha passagem pelo Serviço de Cirurgia, destaco sobretudo a minha atividade no Bloco

Operatório, onde pude ver sobretudo Duodeno Pancreatectomias Cefálicas (DPC – cirurgia de Whipple),

tanto por via aberta (onde por vezes participei como segundo ajudante) como por via laparoscópica, tendo

muitas delas sido feitas com a ajuda do robot Da Vinci. Para além destas, pude assistir também a outras

cirurgias como colectomias, colecistectomias, e hepatectomias segmentares. Assisti também às consultas

pré e pós operatórias do meu tutor e, em contexto de urgência, pude também participar numa cirurgia

realizada a um doente com uma fístula bilio-duodenal litiásica.

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Depois disso, em Outubro, tive a oportunidade de ver outras cirurgias, desta vez do lado da equipa de

Anestesia. Neste estágio, frequentei o Bloco Operatório onde trabalhavam várias especialidades, como

Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Plástica, e Ortopedia e Nefrologia Pediátricas, pelo que tive a

oportunidade de assistir a muitos outros procedimentos cirúrgicos diferentes. Por outro lado, do ponto de

vista prático, estagiar em Anestesia permitiu-me realizar vários gestos técnicos particulares desta

especialidade, como a colocação de acessos periféricos, máscaras laríngeas, tubos endotraqueais, e a

ventilação, tal como aprofundar a sua componente mais farmacológica, nomeadamente na gestão dos

anestésicos, analgésicos, e dos relaxantes musculares – sempre com a supervisão do médico anestesista ou

do enfermeiro anestesista (IADE – Infirmier Anesthésiste Diplômé d'État).

Mais tarde, nos dias 21 e 22 de Março de 2019 (durante o meu estágio de Medicina Interna, já em

Portugal), tive ainda a oportunidade de realizar o curso TEAM – Trauma Evaluation and Management,

organizado pelo ATLS Portugal e pela Sociedade Portuguesa de Cirurgia, segundo o formato educativo

proposto pelo American College of Surgeons para estudantes de Medicina (anexo o Certificado de

Participação).

3. ESTÁGIO DE PEDIATRIA

O meu estágio de Pediatria foi o último que realizei em França, do dia 5 ao dia 30 de Novembro de

2018, terminando com ele o meu programa de mobilidade Erasmus. Realizei-o também no Hospital Sud do

CHU de Rennes, no Serviço de Urgências Pediátricas, dirigido pela Dra. Marie-Aline Guitteny.

Neste serviço, quando chegava uma criança às urgências, esta era vista pelo enfermeiro de receção e

orientação (IAO – Infirmier d’accueil et orientation) que priorizava o seu atendimento segundo a gravidade

do quadro e que a instalava numa sala para ser atendida por um médico (sénior, interno ou “externo”, como

eram designados os alunos de medicina). No caso de serem vistos por um aluno, este, depois de colher a

história clínica e realizar o exame objetivo respetivos, iria registar as ocorrências pertinentes sobre o

paciente, e depois discutir o caso com um interno ou sénior que estivesse disponível. De seguida o médico

iria ver o paciente (acompanhado ou não pelo estudante). Depois da sua avaliação, era tida uma segunda

discussão do caso, na qual se estabelecia a necessidade (ou não) de pedido de exames complementares de

diagnóstico e o plano terapêutico (a chamada prise en charge), seguimento este que era muitas vezes levado

a cabo pelo aluno (estando sempre disponível o apoio de outro aluno ou dos mais graduados caso fosse

necessário confirmar ou esclarecer algo).

Neste estágio pude ver crianças com várias apresentações clínicas, tendo sido as mais frequentes a

febre, a dor abdominal, as náuseas e vómitos, a cefaleia, e os traumatismos. De destacar, tive contacto com

um caso de um rapaz de 8 anos com uma Diabetes mellitus inaugural e de uma rapariga de 11 anos com

anorexia nervosa.

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4. ESTÁGIO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR

O meu estágio de Medicina Geral e Familiar teve lugar na Unidade de Saúde Familiar (USF) Loures

Saudável, onde passei quatro semanas sob a orientação da Dra. Leila Marques, do dia 3 de Dezembro de

2018 até ao dia 11 de Janeiro de 2019.

Nestas semanas assisti e participei nas várias consultas dadas pela Dra. Leila (Saúde do Adulto,

Planeamento Familiar, Saúde Materna, Saúde Infantil e Juvenil, e Consulta de Agudos e Intersubstituição).

Por vezes, tive também a oportunidade de fazer algumas destas consultas com autonomia parcial. Neste

estágio pude contactar com um leque muito variado de utentes, de todas as faixas etárias e com problemas

diferentes. As patologias que mais frequentemente observei foram o Excesso de peso/obesidade, a

Hipertensão Arterial, a Alteração do metabolismo dos lípidos, e Perturbação depressiva.

Pude também realizar visitas a domicílios que me permitiram contactar com algumas realidades mais

cruas da nossa sociedade, nomeadamente no que toca a casos de pobreza e isolamento social. Por último,

gostaria de referir o dia que passei com o Dr. José Belo Vieira, no qual pude assistir a duas primeiras Consultas

de Cessação Tabágica Médica Individual e à Consulta de Cessação Tabágica e de Prevenção da Recaída em

Grupo Terapêutico.

5. ESTÁGIO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

O meu estágio de Ginecologia e Obstetrícia foi realizado na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), do

dia 21 de Janeiro até ao dia 15 de Fevereiro de 2019, tendo passado as duas primeiras semanas sob a

orientação da Dra. Joana Rebelo, em Obstetrícia, e as duas seguintes com a Dra. Celina Ferreira, em

Ginecologia.

Em Obstetrícia, tive a oportunidade de assistir às consultas de Alto Risco, pré-concecional e de

Diabetes na Gravidez; frequentar o Serviço de Medicina Materno-Fetal, sobretudo a sala de indução; e o

Bloco Operatório, onde também pude participar em duas cesarianas eletivas com gravidezes gemelares. Em

Ginecologia, assisti igualmente às consultas da médica que acompanhei, à realização de Histeroscopias, a

algumas cirurgias no Bloco Operatório, e pude ainda passar pela enfermaria. Semanalmente, dediquei um

dia ao Serviço de Urgência da Maternidade, passando tanto pelo bloco de salas de parto como pelas

admissões, onde pude assistir também à realização de várias ecografias. Assisti igualmente às sessões clínicas

do serviço, e, junto com outros 3 colegas do 6º ano, apresentei no fim do estágio um trabalho com o título

“Gravidez e Miastenia Gravis: um potencial agravamento recíproco”.

Neste estágio pude colocar em prática algumas das competências específicas do atendimento e

observação da mulher, como o exame do colo uterino com o espéculo e a colheita de células para a

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colpocitologia, e na grávida a avaliação da altura uterina, a auscultação do foco cardíaco, e também a

avaliação e interpretação do cadiotocograma (CTG).

6. ESTÁGIO DE SAÚDE MENTAL

O meu estágio de Saúde Mental decorreu entre o dia 18 de Fevereiro e o dia 15 de Março de 2019, no

Serviço de Reabilitação do Hospital Júlio de Matos – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (HJM – CHPL),

sob tutoria conjunta da Dra. Ana Caixeiro e da Dra. Helena Máximo.

Depois dos seminários teórico-práticos dados na Faculdade nos primeiros dois dias, a maior parte do

meu estágio decorreu no Serviço de Reabilitação, na Unidade de Residentes do Parque II (Pavilhão 29, 1º

andar). Tive a oportunidade de acompanhar mais de perto dois doentes, que tiveram o seu processo de

triagem nos primeiros dias do meu estágio. No final, realizei uma história clínica sobre um deles e apresentei-

a à equipa numa das suas reuniões multidisciplinares semanais. Estas reuniões contavam com a presença da

equipa médica, de enfermagem, fisioterapia, psicologia, do serviço social e da terapia ocupacional. Nestas

era divulgada a situação clínica, funcional e social de todos os doentes, com o objetivo último da sua

reabilitação para a sua futura reinserção na sociedade e a retoma da sua vida normal atendendo às suas

possibilidades. As perturbações diagnosticadas mais frequentes neste grupo de 25 doentes eram: a

esquizofrenia (10 doentes), perturbação da personalidade borderline (4 doentes), a perturbação afetiva

bipolar (3 doentes), e a ideação/tentativa de suicídio (5 doentes).

Tive também a possibilidade de assistir às Consultas Externas da Dra. Helena Máximo, no CHPL

(Pavilhão 20), e à sua prática no Serviço de Urgência do Hospital de São José (HSJ). Assisti também às sessões

do Internato Médico do HJM e às duas aulas lecionadas pelo Dr. Pedro Rodrigues. Por último, pude também

participar numa das sessões do Grupo de Teatro Terapêutico (GTT) do HJM.

7. ESTÁGIO DE MEDICINA INTERNA

O meu estágio de Medicina Interna teve lugar no Serviço 2.3 do Hospital Santo António dos Capuchos

(HSAC), sob a direção do Dr. Eduardo Gomes da Silva. Durante 8 semanas, do dia 18 Março até ao dia 17 de

Maio de 2019, fiquei sob a orientação do Dr. Augusto Ribeirinho na enfermaria dos homens (2.3.1), na tira

do Dr. João Pedro Calado.

Cada dia era-me atribuído 1 a 3 doentes para que ficassem a meu cargo, ficando responsável pela

gestão dos mesmos, fazendo o registo das vigilâncias e ocorrências, a realização da anamnese e do exame

objetivo, a requisição de exames complementares de diagnóstico, instituição ou ajuste da terapêutica, a

elaboração dos diários clínicos, pedidos de colaboração de outras especialidades e a elaboração da nota de

entrada ou alta, dependendo da situação. Além da condição clínica dos doentes internados, era também

importante apurar a sua situação social. Assim, sempre que necessário era feita a articulação com os serviços

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sociais e/ou com os familiares no sentido de se obter uma resposta a este problema. Uma vez por semana

pude assistir e participar igualmente na visita médica da tira.

Os doentes desta enfermaria com os quais contactei tinham entre 40 e 93 anos (tendo o limite superior

3 representantes), e tinham todos múltiplas patologias, entre elas infeções (sobretudo Pneumonias

Associadas à Comunidade e Infeções do Trato Urinário), Diabetes mellitus, Hipertensão Arterial, Dislipidémia,

Obesidade, Insuficiência Cardíaca, Síndrome Confusional Agudo, Demência e patologia neoplásica.

Para além deste trabalho na enfermaria, pude frequentar o Serviço de Urgência do Hospital de São

José (HSJ), acompanhando a Dra. Teresa Piteira tanto no Balcão de Atendimento Geral como no Serviço de

Observação (SO). Assisti também às sessões clínicas do serviço cada semana, e aos seminários teórico-

práticos lecionados na Faculdade. Por último, gostaria ainda de referir as sessões de casos clínicos dirigidas

pelo Dr. Vítor Brotas, e as apresentações dos colegas do 6º ano sobre os temas propostos pela UC, tendo eu

apresentado o tema das Pneumonias.

REFLEXÃO CRÍTICA FINAL

Findo o meu 6º ano do MIM, torna-se então importante fazer um balanço final sobre o mesmo,

destacando os objetivos que considero ter alcançado bem como aqueles que ficaram aquém, assim como

alguns aspetos com os quais me deparei ao longo deste ano letivo.

Retrospetivamente, começando pelo meu estágio opcional de Neurologia, sinto que foi uma grande

mais-valia para mim ter começado o meu período de mobilidade com este estágio. Nele, tive a oportunidade

de me familiarizar com a clínica de muitas patologias neurológicas, sendo esta a razão principal pela qual

escolhi estagiar neste especialidade (no meu 4º ano, fiz Erasmus em Itália, e apenas tive a componente

teórica desta especialidade) e ainda de progredir na minha aprendizagem da língua francesa e no meu à

vontade ao usá-la no meu dia-a-dia. Nesse aspeto, sinto que foi o melhor treino que podia ter tido antes de

começar o meu Erasmus em Setembro.

Em Cirurgia, foi menos rica a aprendizagem em termos clínicos, tendo em conta que raramente

passava tempo na enfermaria, apenas por uma vez tive a oportunidade de participar numa cirurgia em

contexto de urgência (a qual considero ter sido a mais interessante de todas) e as cirurgias às quais assisti e

nas quais participei não variavam muito (para além de que a maior parte das cirurgias eram feitas por via

laparoscópica). No segundo mês, a meu pedido, foi-me concedida a oportunidade de mudar de serviço, tendo

escolhido Anestesia com a esperança de que pudesse ver outras cirurgias diferentes, possivelmente até de

especialidades diferentes. E felizmente assim foi. Para além disso, pude treinar outras valências que

dificilmente teria tido a oportunidade de pôr em prática fora deste âmbito, nomeadamente a entubação e a

ventilação (a isto devo também a grande preocupação pedagógica das pessoas que me acompanharam

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durante este estágio). Mais tarde, durante o curso TEAM que fiz em Março, tive uma nova oportunidade de

aplicar algumas destas técnicas, e foi com grande satisfação que senti que estava mais preparado.

O estágio seguinte foi o último que realizei em França, e sinto que foi dos melhores desafios que podia

ter tido para me pôr à prova, não só do pondo de vista comunicacional mas também do ponto de vista clínico.

Desde o início do estágio, nas urgências pediátricas, foi-me dada uma grande autonomia na abordagem dos

doentes, aliada a um grande apoio sempre que o necessitei por parte de toda a equipa com a qual trabalhei.

Senti também que a organização do serviço estava muito bem conseguida, especialmente no que toda ao

papel do estudante de medicina e às suas competências (à semelhança do que acontece em Portugal,

também tínhamos uma espécie de logbook com alguns itens que devíamos validar). Por último, o constante

desafio clínico que este estágio proporcionou deu-me uma motivação mais para o estudo complementar fora

do estágio.

Em MGF também foi outro estágio no qual senti uma grande confiança por parte da médica que

acompanhei, a qual por várias vezes me permitiu realizar consultas com autonomia parcial num gabinete à

parte. Foi uma oportunidade ótima para novamente me desafiar do ponto de vista clínico, tendo visto uma

grande quantidade de doentes com diferentes problemas e motivos de consulta. Penso que foi um estágio

muito completo nesse aspeto, e que me permitiu melhorar muito a minha gestão do tempo, conduzindo de

forma mais eficiente a entrevista clínica e o exame objetivo, competências nas quais sinto que progredi.

Também sinto que o dia que passei na Consulta de Cessação Tabágica me acrescentou muito. Aqui pude ver

a serem usadas algumas das técnicas para a mudança de comportamentos, o que achei extremamente

interessante, tendo em conta que nunca as tinha visto na prática e sendo o problema tão prevalente.

Por último, o instrumento de avaliação escolhido pela UC (o DEO ou Diário de Exercício Orientado)

também me pareceu bastante adequado, servindo depois como objeto para ser discutido com o aluno numa

entrevista para o efeito. Considero esta entrevista final uma ótima oportunidade para o aluno ter algum tipo

de feedback sobre o trabalho que realizou, e sobre aquilo que pode melhorar. A meu ver, é um formato de

avaliação que se podia estender também às outras UCs, em detrimento dos relatórios finais.

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia também foi outro estágio que teve uma importância acrescida

para mim, tendo feito essa UC também durante o meu Erasmus no 4º ano, onde igualmente só tive a

componente teórica da mesma. Foi portanto um estágio muito proveitoso na minha formação, permitindo-

me integrar os conhecimentos teóricos que fui adquirindo ao longo do curso, e de modo a poder aplicá-los

na prática clínica. Foi um estágio muito rico pela sua diversidade, onde pude ver todos os dias inúmeros

utentes, e contactar com várias situações (patológicas e não só), consultas, blocos, técnicas e profissionais.

Contudo, não creio que tenha sido um estágio em que a minha autonomia tenha sido estimulada.

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O seguinte estágio foi o de Saúde Mental, no qual me foi dada novamente uma grande autonomia

durante o tempo que passei no Serviço de Reabilitação. Sinto que a história clínica que realizei sobre um dos

doentes deste serviço serviu como uma ferramenta fundamental para o aproveitamento deste estágio, tendo

sido uma motivação mais para o meu estudo e uma oportunidade para o exercício clínico. No final, esta

contribuiu para um melhor entendimento do doente em questão, não só meu como da equipa do serviço, o

que me deu uma grande satisfação, o facto de poder ter sido um mais-valia para a equipa e finalmente para

o doente através do meu contributo. Outra particularidade desta história clínica foi a sua dificuldade.

Olhando para trás, sinto que a sua colheita foi possível pela construção de uma relação terapêutica com o

doente, e que esta apenas foi conseguida com o tempo que passei com o mesmo, durante dias diferentes,

conquistando em cada interação a sua confiança. Foi também um estágio rico na diversidade, onde pude

contactar com doentes em reabilitação, com doença compensada (nas consultas e no GTT) e aguda (nas

urgências).

Finalmente, no meu estágio de Medicina Interna, considero que a autonomia que me foi dada foi

fulcral para que pudesse tirar o máximo partido destas semanas de estágio, tendo sido um motor mais para

o meu estudo e uma oportunidade para crescer enquanto clínico. Permitiu a minha responsabilização e

aproximação à realidade da prática médica, desde a entrada de um doente até à sua alta do internamento,

passando muitas vezes pela articulação com outros serviços, nomeadamente o social. É também de destacar

a riquíssima vertente pedagógica do serviço no qual fui inserido, com as suas reuniões de equipa cada manhã

as visitas clínicas e as suas diferentes sessões clínicas semanais, em especial as do Dr. Vítor Brotas, nas quais

se fomentou de maneira incansável a aprendizagem e o raciocínio clínico.

No geral, sinto que há sempre espaço para melhorar. No caso da autonomia, praticando, tendo mais

horas de contacto, pondo-me à prova nas oportunidades que me forem dadas. Para além disso, também

intimamente relacionado com a autonomia, está a questão do conhecimento médico, que muitas vezes vejo

que tem lacunas, especialmente no diagnóstico diferencial, na prescrição de métodos complementares de

diagnóstico, e também na hora da prescrição médica (cada dia de estágio foi só mais uma lembrança disso

mesmo). Estas têm de ser preenchidas com o estudo e com a experiência prática. Tudo isto me permitirá ser

o médico que aspiro ser no futuro.

Para concluir, quero deixar o meu sincero agradecimento a todos os profissionais e doentes com os

quais contactei e à minha família e amigos, pois o curso não se faz sozinho.

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ANEXO 1 – CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO INTERCÂMBIO IFMSA

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ANEXO 2 – CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO CURSO TEAM