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Relatório de Sustentabilidade 2018 Ano Base 2017

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Relatório de Sustentabilidade 2018Ano Base 2017

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INTERFARMA – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa

R. Verbo Divino, 1.488 – 7º andar – cj. 7A

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www.Interfarma.org.br

E X P E D I E N T E

Relatório INTERFARMA de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017

S U P E R V I S Ã O

Elizabeth de Carvalhaes | Presidente executiva

C O O R D E N A Ç Ã O - G E R A L

Maria José Delgado Fagundes | Inovação e Responsabilidade Social

C O O R D E N A Ç Ã O D E C O M U N I C A Ç Ã O

Octávio Nunes | Comunicação Institucional

C O N T E Ú D O T É C N I C O D E S U S T E N T A B I L I D A D E , R E D A Ç Ã O E R E V I S Ã O

Duplo Z Inteligência de Comunicação

Fanny Zygband – Mtb 13.464

www.duploz.com

A P O I O

Luiz Roberto Júnior | Acesso e Inovação

Lucas Espíndola | Acesso e Inovação

Selma Hirai | Comunicação

Giselle Marques | Comunicação

Bruno Folli | Comunicação

P R O J E T O G R Á F I C O E D I A G R A M A Ç Ã O

Nebraska Composição Gráfica

I D E N T I D A D E V I S U A L

Sagarana Comunicação

facebook.com/AssociacaoInterfarma

linkedin.com/company/associacaoInterfarma/

AVISO DE CONFORMIDADE

De acordo com o Código de Conduta da INTERFARMA (Revisão 2016), esta publicação se caracteriza por:

– Ter conteúdo histórico e educacional sobre Saúde Pública;

– Estar disponível na internet sem restrição;

– Não ter valor comercial;

– Ser distribuída gratuitamente.www.Interfarma.org.br/biblioteca

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Inovação e Ética por um futuro mais saudável

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5 Apresentação

7 Prefácio

9 Introdução

10 Metodologia

12 O setor farmacêutico em números

16 Perfil das empresas

18 Origem das empresas

19 Plantas industriais e sede no Brasil

20 Áreas de atuação

21 Inovação

24 Obstáculos à inovação

28 Acesso e cuidados com o paciente

29 Maximização do acesso a terapias

30 Estímulo ao uso racional de medicamentos

34 Investimentos sociais

36 Modalidades de Investimento Social Privado

38 Investimento Social Privado com recursos próprios

40 Investimento Social Privado com incentivo fiscal

42 Investimento Social Privado ligado ao negócio

44 Voluntariado

45 Doações

Sumário 52 Empregabilidade

54 Diversidade e inclusão

55 Diversidade de gênero

56 Empoderamento feminino

60 Equidade racial

62 Pessoas com deficiência

64 Ética e transparência

66 Código de Ética/Conduta

66 Pacto Global da ONU

67 Relatório de Sustentabilidade/Social

68 Engajamento de públicos de interesse

72 Meio ambiente

73 Iniciativas internas de gestão ambiental

75 Iniciativas externas de gestão ambiental

78 Governança

80 Considerações finais

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ApresentaçãoHá nove anos, a INTERFARMA assumiu o compromisso de dar transparência à atuação de suas associadas na área da sustentabilidade. Desde então, apesar das oscilações e crises políticas e econômicas que afetaram o país, o setor se manteve constante nos esforços e investimentos dirigidos aos campos social, ambiental e econômico.

Como não poderia deixar de ser, tanto a atuação quanto os resultados foram, evidentemente, impactados pelo cenário conjuntural e foi necessário que o eixo dos investimentos também se adaptasse e se moldasse às circunstâncias. Isso fez com que o pêndulo ora se movimentasse mais fortemente para a área social, ora se deslocasse para inovação, ações com colaboradores, ou fortalecimento da ética e compliance.

Foram muitas e diferenciadas as estratégias que a indústria farmacêutica adotou para enfrentar os desafios que

surgiram no caminho. Contudo, a imagem no retrovisor é nítida: o compromisso com a sustentabilidade não apenas se manteve como se expandiu e se multiplicou.

Em 2010, quando o primeiro relatório de responsabilidade social – nome que adotava na época - trouxe à tona os dados sociais e ambientais do ano anterior, o total de iniciativas no setor chegava a 300. Na edição atual, ultrapassamos a marca de 7 mil ações, viabilizadas com um investimento total de cerca de R$ 2,2 bilhões – orçamento equivalente ao do município de Cuiabá (MT) para 2018.

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O ano passado foi emblemático também por outras razões. Cientes de que sua responsabilidade para com a sociedade transcende a missão de promover e zelar pela saúde de milhões de brasileiros, os laboratórios se descolaram do imobilismo econômico do país e assumiram um papel ativo para ajudá-lo a sair da crise.

É o que se depreende do crescimento das iniciativas implementadas em todas as áreas abrangidas pelo relatório. Do aumento das campanhas de saúde voltadas à conscientização da população, das inovações em tecnologia, das ações para reduzir o impacto ambiental das atividades produtivas, da extensão do compliance a todos os públicos e, ainda, dos programas para promover a inclusão social e o empoderamento feminino.

Aliás, nesse quesito, a INTERFARMA acaba de fazer a lição de casa ao contratar, pela primeira vez em sua história, uma mulher para assumir a presidência-executiva da associação.

Boa leitura!

Juan Gaona Elizabeth de CarvalhaesPresidente do Conselho Diretor Presidente executiva

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O Relatório de Sustentabilidade 2018/Ano Base 2017 da INTERFARMA é o resultado de um exercício. Um exercício praticado pelas 33 empresas respondentes de como buscar a calmaria em meio à turbulência ou, em outras palavras, de como atravessar tempos difíceis.

No ano passado, os laboratórios farmacêuticos encontraram uma maneira de vencer os desafios conjunturais e seguir em frente, dando continuidade às ações de sustentabilidade. Como se houvesse um acordo tácito de que seria necessário somar esforços e fazer o melhor possível para ampliar os benefícios à população e ao negócio.

Chama a atenção neste relatório a maneira harmônica e relativamente equilibrada com que as empresas investiram em todas as áreas contempladas na publicação. Não houve redução de programas e tampouco de investimentos em nenhum segmento. Ao contrário, houve um crescimento significativo em vários deles.

É verdade que o desempenho financeiro obtido pelas farmacêuticas no ano passado contribuiu para os bons resultados do relatório. Impulsionado pelo envelhecimento da população,

lançamento de novos medicamentos, aumento da conscientização da população com relação à prevenção de doenças, o setor cresceu 11,73% no comparativo com 2016, segundo dados da IQVIA, empresa de auditoria e pesquisa do mercado farmacêutico.

Mas é bom nos determos também para analisar o que a retomada dos investimentos em sustentabilidade significa, depois de um 2016 com perfil oposto: sinaliza confiança no país e também no dinamismo e capacidade de superação do próprio setor.

Além disso, reforça mais uma vez o compromisso da indústria farmacêutica com a população e com as pessoas que podem ser beneficiadas pela sua atuação, a exemplo das mais de 527 milhões que foram impactadas pelos 7.193 programas e iniciativas implementados no ano passado.

Prefácio

Maria José Delgado FagundesDiretora

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 9

IntroduçãoEste não foi, porém, um movimento isolado do setor. Segundo o ranking Estadão Empresas Mais, realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) e a consultoria Austin Rating, no ano passado, muitas companhias se mantiveram em compasso de espera para não colocar os negócios em risco. Outras, no entanto, se reorganizaram para um novo ciclo de desenvolvimento, investindo em inovação, colaboradores, aumento da produtividade, diversidade, transparência, melhores práticas de gestão e governança, influenciando positivamente o segmento em que atuam.

A indústria farmacêutica enquadrou-se no segundo grupo, conforme revelam os resultados deste relatório. O número de ações de sustentabilidade implementadas pelo setor duplicou em 2017, saltando de 3.584 no ano anterior para 7.193 – uma média de 218 iniciativas por empresa, considerando todos os segmentos avaliados nesta publicação.

Campanhas de promoção à saúde e conscientização sobre o uso correto de medicamentos se multiplicaram e cresceram 319%. Ações dirigidas a colaboradores foram 159% mais

Não é usual iniciar um relatório de sustentabilidade de 2017 falando sobre 2016, mas o fato é que aquele foi um ano atípico nas ações socioeconômicas e ambientais do setor farmacêutico.

Em meio a uma superposição de crises no país – econômica e ética para citar duas – e de indefinições políticas, houve uma retração dos investimentos dos laboratórios em várias áreas, sobretudo a social. O que se observou foi uma concentração das ações e aportes de recursos em inovação – como estratégia clara para manter a competitividade - e em ética e compliance, um inevitável movimento de autoproteção diante da avalanche de denúncias de corrupção, envolvendo principalmente políticos e empresas, e de uma lei mais estrita em relação a estas últimas.

Em 2017, embora muitas dessas questões permanecessem sem solução – algumas até se agravaram, como o desemprego em alta que afetou mais de 13 milhões de pessoas, a condenação de líderes políticos notórios e as denúncias de ilícitos atingirem a cúpula do Governo – a indústria farmacêutica voltou a impulsionar projetos e a diversificar investimentos. As iniciativas cresceram em todas as áreas mapeadas por este Relatório de Sustentabilidade, bem como os financiamentos.

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numerosas. Programas de compliance e relacionamento com diversos públicos aumentaram 94% e iniciativas na área social cresceram 59%.

Essa tendência repetiu-se também em relação a grande parte dos investimentos. O dispêndio total do setor com sustentabilidade se aproximou de R$ 2,2 bilhões, registrando queda de 31% causada por um único fator: redução de mais de 44% nos recursos destinados a iniciativas com fornecedores.

Porém, quando analisados individualmente, os aportes cresceram em todas as áreas: 170% em investimentos sociais, 139% em inovação, 103% em ações para ampliar o acesso da população a medicamentos e vacinas, 88% em cuidados com o paciente, 63% em compliance, 29% em empregabilidade, 28% em meio ambiente, assim por diante.

Explicações mais detalhadas para entender o dinamismo que ocorreu no setor farmacêutico talvez possam ser encontradas nos resultados do Estudo Agenda 2018 – realizado pela consultoria Deloitte com gestores de 750 empresas no país, de 36 setores.

Segundo a pesquisa, toda vez que se vivencia um período de crise e retração econômica como ocorreu no país, as companhias se reinventam. Passam por uma fase de inovação, criação, mudança

estratégica, investimento em tecnologia e ajuste em seu ambiente interno, buscando melhor posicionamento no mercado e caminhos para dar continuidade aos negócios.

Outro aspecto importante do estudo merece destaque: de acordo com os analistas da Deloitte, diante de um ano complexo, especialmente no primeiro semestre de 2017, as expectativas positivas que vinham de 2016 foram represadas. Soma-se a isso o fato de as instituições políticas estarem desacreditadas. Frente a esse cenário, as empresas decidiram agir e assumir um protagonismo importante para tirar o País do grave período recessivo em que se encontrava.

Metodologia

O Relatório de Sustentabilidade INTERFARMA 2018/Ano Base 2017 é o oitavo produzido pela Associação desde 2010. A publicação é anual, exceto a terceira edição, lançada em 2013 com dados de 2011 e 2012.

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O atual relatório apresenta os resultados de questionários online respondidos por 33 laboratórios associados, com dados referentes a 2017. A coleta das informações foi feita em 2018.

Como a adesão das empresas é voluntária e variável de um relatório para outro, um dos grandes desafios da publicação é manter uma base de dados coerente, que retrate o setor com fidelidade e possibilite que seus avanços e recuos sejam mensuráveis e comparáveis.

Graças à participação de um grupo de 15 empresas em todas as edições e de seis laboratórios em sete delas, é possível contar com uma série histórica robusta e bem consolidada.

Outra situação desafiadora no cômputo dos dados: as participantes não serem obrigadas a responder todas as questões. Em alguns casos, o número pequeno de respostas pode reduzir a representatividade dos resultados. Foi isso que aconteceu neste relatório com algumas perguntas sobre “Inovação”.

Em relação à estrutura, o relatório continua tendo como base temas harmonizados com os princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). São sete blocos de questionários que abordam os seguintes tópicos: perfil das empresas; inovação; acesso e cuidados com o paciente; investimentos sociais

privados; empregabilidade; ética e transparência e governança.

A cada edição, o relatório passa por um processo de revisão em conjunto com a Comissão de Responsabilidade Social da INTERFARMA para ser aperfeiçoado. Nas últimas publicações, novas temáticas foram incorporadas e outras aprofundadas, com o objetivo de aumentar o conhecimento e obter maior clareza sobre a atuação do setor farmacêutico nas esferas econômica, social e ambiental.

Nesta edição, os questionários foram ampliados e tornaram-se mais específicos ao abordar a questão da Diversidade e Inclusão nas empresas, que integra o bloco sobre Empregabilidade. Foram acrescentadas novas perguntas sobre igualdade de gêneros e inclusão das Pessoas com Deficiência. Pela primeira vez, o relatório passou a reportar também informações sobre equidade racial nos laboratórios.

A INTERFARMA espera, assim, que o retrato do setor farmacêutico que começou a traçar em 2010 adquira contornos cada vez mais claros e transparentes. E, sobretudo, que dê conta de traduzir da melhor maneira possível o esforço empreendido pelas empresas para implementar as mais de sete mil iniciativas que foram viabilizadas no ano passado.

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33,6 milhõesinvestidos em programas de uso

racional de medicamentos

R$ 2,2 bilhões investidos em

sustentabilidade

O setor farmacêutico em números

7.193 projetos de

sustentabilidade 527 milhões de pessoas

beneficiadas por ações de sustentabilidade

3,1

milhõesde pessoas beneficiadas

por ações sociais

1,4

milhõesde pessoas atendidas

nos SACs

82%possuem programas de acesso a medicamentos

R$ 37,2 milhões

investidos em programas de

acesso[2016 – R$ 18 milhões]

84% possuem

programas de inovação

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91% possuem programas de estímulo ao uso

responsável de medicamentos 243

campanhas de prevenção e conscientização para

promoção da saúde

4.447voluntários no setor

66% têm programas de

Investimento Social Privado

59% desenvolveram

P&D no país

420 estudos clínicos 3.350

iniciativas educacionais para

profissionais da saúde

R$ 343milhões

investidos em inovação[2016 – R$ 143,5

milhões]

267projetos

relacionados ao uso correto de medicamentos 72%

mantêm programas de voluntariado

R$ 31 milhões

investidos em ações sociais

[2016 – R$ 11,4 milhões]

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R$ 11,8 milhõesinvestidos em ações

ambientais

R$ 62,3 milhões

investidos em programas para colaboradores

16%de turnover

(rotatividade de funcionários)

335 mil horas de treinamento

para funcionários

215milhões de litros de

água reciclada3,4 milhões

de unidades de medicamentos e vacinas doadas

76% contam com

programas de diversidade e

inclusão

67projetos de meio

ambiente

83%têm programas de gestão ambiental

549iniciativas de

empregabilidade[2016 – 212 projetos]

59%de insumos de

fabricação reciclados

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 15

R$ 1,5milhão investidos em programas relativos à

ética

94%observam princípios de governança corporativa

116 milpesquisas de

satisfação com consumidores

81%consultam

stakeholders para apoiar

decisões

100%possuem iniciativas

de combate à corrupção

100%possuem Código

de Conduta

1.920iniciativas relativas

à ética[2016 – 987 projetos]

[2016 – 72%]

80%têm iniciativas

para reduzir emissão de gases

de efeito estufa[2016- 61%]

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O Relatório de Sustentabilidade da INTERFARMA 2018/Ano Base 2017 compila e analisa os dados reportados por 33 empresas associadas à entidade – 62% dos 53 laboratórios que a integravam no ano passado.

Percentualmente, é a maior participação desde que o relatório começou a ser publicado há oito anos, empatando com a adesão obtida em 2015/Ano Base 2014. Numericamente, a atual edição conta com um laboratório a menos que a anterior.

Um grupo composto por 15 empresas tem sido constante e fiel à empreitada de reportar e dar visibilidade aos dados de sustentabilidade do setor farmacêutico. São laboratórios que participaram das oito edições realizadas até o momento, incluindo esta.

Além de beneficiar o conjunto da indústria, dando transparência às suas contribuições e possibilitando que sejam expostas a todos os stakeholders e para a opinião pública, conseguem, paralelamente, acompanhar seus avanços individuais e pontuar as áreas nas quais podem ainda se desenvolver.

Abbott, Astellas, Chiesi, Daiichi-Sankyo, Eli Lilly, Glaxo, Merck, MSD, Novartis, Novo Nordisk, Pfizer, Roche, Sanofi, Servier e Shire são as que figuram no topo do ranking de participações. Outras seis empresas contribuíram em sete edições. É o caso da Bayer, Boehringer, Bristol, Janssen, Takeda e Zambon.

Perfil das empresas

Por meio de seus relatórios de sustentabilidade, a indústria farmacêutica consolida, desde 2010, um banco de dados amplo e consistente sobre os resultados de sua atuação nas áreas econômica, social e ambiental

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 17

� Abbott

� AbbVie

� Amgen

� Astellas

� Bagó

� Bayer

� Besins

� Biomarin

� Bristol-Myers Squibb

� Boehringer Ingelheim

� Celgene

� Chiesi

� Daiichi Sankyo

� Ferring

� Galderma

� GlaxoSmithKline

� Grünenthal

Empresas participantes deste relatório

� Janssen

� Lilly

� Lundbeck

� Merck S.A.

� MSD

� Novartis

� Novo Nordisk

� Pfizer

� Roche

� Sanofi

� Servier

� Shire

� Takeda

� Teva

� UCB

� Zambon

Ferring particiou em seis edições. Actelion, AstraZeneca, Bagó, Besins, Galderma, Lundbeck e Genzyme aderiram a cinco, e um grupo de seis laboratórios marcou presença em quatro relatórios. São eles: AbbVie, Allergan, Amgen, Biogen, Celgene e Grünenthal.

Vale lembrar que, a partir de 2016/Ano Base 2015, a Genzyme passou a reportar os dados em conjunto com a Sanofi, de cujo grupo faz parte. E a AbbVie participou de todos os relatórios desde que chegou ao Brasil, em 2014.

Além do número expressivo de adesões, outra boa notícia desta edição foram as participações, pela primeira vez, dos laboratórios Teva e UCB e o retorno da empresa Bagó, ausente desde 2015/Ano Base 2014. Bayer, Biomarin, Galderma e Zambon, que ficaram fora da edição anterior, também voltaram a reportar.

Essas iniciativas contribuem para ampliar e dar consistência ainda maior ao banco de dados que registra a atuação do setor farmacêutico e os resultados que dela decorrem nas esferas econômica, social e ambiental – os pilares da sustentabilidade.

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Origem das empresas

100% das empresas participantes do relatório são multinacionais, com predominância das originárias nos Estados Unidos (35%). Em seguida, estão as dinamarquesas, francesas e suíças, com participação de 12% cada, e as procedentes da Alemanha, Irlanda, Israel, Japão e Reino Unido, que correspondem a 6% do total cada.

País de origem das empresas

12% Suíça

35% Estados Unidos

12% Dinamarca

Irlanda 6%

Reino Unido 6%

Alemanha 6%

França 12%

Israel 6%

Japão 6%

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 19

85% São Paulo

12% Rio de Janeiro

3% Bahia

Sede no Brasil

Plantas industriais e sede no Brasil

Do universo total de participantes, 72% (24 empresas) possuem fábrica no Brasil. Algumas operam com mais de uma unidade, perfazendo um conjunto de 29 plantas, distribuídas por São Paulo (62%), Rio de Janeiro (24%), além de Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

As sedes administrativas também estão concentradas majoritariamente no Estado de São Paulo (28 laboratórios). Quatro empresas estão instaladas no Rio de Janeiro e uma na Bahia.

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58% Exclusivamente medicamentos

42% Outros

8,8% Cosméticos

3,5% Outra17,5%

Produtos para saúde (Medical Devices)

7,0% Alimentos

1,8% Defensivos agrícolas

3,5% Produtos veterinários

Áreas de atuação

O contingente de empresas que atuam em outros segmentos além do farmacêutico elevou-se de 36% a 42% no último ano. Esses dados reafirmam uma tendência crescente entre as companhias do setor de diversificar suas atividades.

Atuação das empresas

Como comparativo, há apenas três anos, 85% produziam apenas medicamentos.

Com uma economia instável e cheia de incertezas como a nossa, a diversificação pode ter sido a estratégia encontrada pelas empresas para crescer e reduzir riscos. Produtos para saúde é a segunda área de escolha de 17,5% das farmacêuticas.

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Em 2017, o setor farmacêutico caminhou na direção contrária do País em termos de inovação. Enquanto o ajuste fiscal aplicado pelo governo promoveu um corte de 44% no orçamento para custeio e investimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, os recursos que os laboratórios destinaram a inovação cresceram 139% em relação ao ano anterior.

De todos os setores elencados nesse relatório, o de inovação foi o que recebeu o maior aporte de recursos - R$ 343,3 milhões no total - investidos no financiamento de 279 projetos.

O dinamismo da indústria farmacêutica no tocante à inovação faz parte da essência do setor e de suas estratégias de diferenciação, conquista de mercado e agregação de valor. Esse modus operandi foi reconhecido inclusive na pesquisa do anuário Valor Inovação Brasil 2018, realizada pelo jornal Valor Econômico em parceria com a consultoria Strategy&, da PwC.

No ranking elaborado pelo estudo com empresas de 21 setores, o farmacêutico

Inovação na indústria farmacêutica

Apesar das dificuldades estruturais do País, 84% dos laboratórios implementaram programas de inovação e realizaram 420 pesquisas clínicas

ocupa a segunda colocação entre os que possuem maior nível de investimento em inovação, atrás apenas dos bancos.

É um feito notável considerando-se as dificuldades que as companhias enfrentam para inovar no Brasil. Mesmo subindo cinco pontos no Índice Global de Inovação 2018 – publicado pela Universidade Cornell, INSEAD e Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI [https://nacoesunidas.org/agencia/ompi/]) – o País ocupa o 64º lugar entre 126 economias.

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É uma posição que o distancia não apenas dos líderes mundiais de inovação, como também dos latino-americanos - Chile, Costa Rica e México – e dos Países emergentes. A China assumiu a 17ª posição no mesmo estudo, tornando-se uma das 20 economias mais inovadoras do mundo. Índia está no 57º lugar e a África do Sul ocupa o 58º.

Apesar de conviver com um cenário estrutural difícil, 59% das empresas promoveram atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no País. O número de pesquisas clínicas realizadas por laboratórios farmacêuticos no ano passado subiu 40% na comparação com 2016. As companhias participantes do relatório desenvolveram 420 estudos clínicos, estratégicos para a validação de novos medicamentos e terapias – 183 patrocinados e 237 próprios.

Tipos de inovação na indústria farmacêutica

Inovação em modelo de negócio

Aperfeiçoamento de produtos

Desenvolvimento de novos produtos

Inovação em processos

65%

33%

52%

75%

Em relação ao tipo de inovação realizada, os dados apontam para um equilíbrio entre as modalidades: 85% desenvolveram ou aperfeiçoaram produtos, 75% aprimoraram processos de produção ou de atividades de suporte e 65% investiram na melhoria dos modelos de negócio, por exemplo, redistribuindo a comercialização de produtos entre empresas do grupo. Nesta pergunta, os participantes puderam assinalar mais de uma opção.

Comparados ao ranking elaborado pelo Valor Inovação, os resultados também surpreendem. Além de inovar mais que a maioria dos setores, o farmacêutico é mais ousado no tipo de inovação que realiza. Tanto no estudo do jornal quanto no levantamento desse relatório, predominaram os investimentos voltados ao aperfeiçoamento de processos e

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 23

Onde ocorre a inovação de processos

Atividades novas ou significativamente aperfeiçoadas de suporte a processos, como sistemas para

planejamento e controle da produção, medição de desempenho, controle da qualidade, compra,

manutenção ou computação/infraestrutura de TI

Método novo ou significativamente aperfeiçoado de fabricação ou produção

Sistema logístico ou método de entrega novo ou significativamente aperfeiçoado

48%

31%

21%

serviços – uma modalidade considerada mais rotineira e conservadora.

Porém, as diferenças entre as empresas do Valor e os laboratórios se acentuam quando se cotejam as inovações consideradas não rotineiras ou incrementais: no anuário do Valor Econômico apenas 18% das empresas

desenvolveram novas tecnologias – já entre as farmacêuticas, o índice foi de 52%. Além disso, 16% adotaram novos modelos de negócios em comparação com 65% dos laboratórios. Somente 9% promoveram inovações radicais em tecnologia e modelos de negócios.

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Barreiras à inovação

O que se depreende dos dados reportados pelos laboratórios é que realizar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil é uma corrida com muitos obstáculos e desfecho imprevisível.

Uma medida da dificuldade está no grande número de projetos que ficaram incompletos no ano passado: 122. Outros 18 foram abandonados no meio do caminho. As empresas estimam que cerca de 180 mil pacientes poderiam ter sido beneficiados se os projetos tivessem sido concluídos.

Na raiz do problema, apontam principalmente os entraves regulatórios e os longos prazos para aprovação de pesquisas clínicas - dois fatores amplamente conhecidos da indústria farmacêutica e contra os quais o setor luta há décadas.

Perdem com isso os pacientes, o governo, a indústria, pesquisadores e profissionais da área, além da ciência e do desenvolvimento do País, que não consegue melhorar seu patamar de competitividade global.

O Brasil participa atualmente de pouco mais de 1% dos estudos clínicos mundiais, ocupando a 15ª posição nesse ranking. O País leva em média um ano para emitir um parecer de aprovação de um estudo clínico, o dobro da média mundial.

Como as pesquisas são multicêntricas e conduzidas em vários Países ao mesmo tempo, o Brasil perde o timing para participar, mesmo dispondo de centros de pesquisa e profissionais de excelência, e etnia variada - ingredientes que pesquisadores de todo o mundo valorizam nesses estudos.

Comparando-se os fatores que dificultam, retardam, geram abandono de pesquisa ou impedem as empresas de inovar, surgem duas causas preponderantes: dificuldades regulatórias e demora para aprovação de pesquisas clínicas.

No caso das empresas que não inovaram em 2017, destacam-se como impeditivos os riscos econômicos e os custos elevados da inovação em 70% das respostas.

As dificuldades para inovar geraram atrasos ou abandono de 140 pesquisas clínicas em diversas áreas, que poderiam ter beneficiado cerca de 180 mil pacientes

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 25

Fatores que dificultam a inovação

Causas de atrasos em projetos

Causas de abandono de projetos

3,57% 2,78% 3,03%

5,36% 5,56% 6,06%

30,36% 33,33% 33,33%

14,29% 16,67% 15,15%

0% 0% 0%

5,36% 5,56% 6,06%

19% 8,33% 9,09%

12,50% 11,11% 6,06%

14,29% 8,33% 15,15%

7,14% 8,33% 6,06%

Fraca resposta dos consumidores em relação

ao novo produto

Dificuldades de cooperação com outras

empresas/instituições

Dificuldades regulatórias e/ou normativas

Demora para aprovação de pesquisa clínica

Falta de pessoal qualificado

Dificuldades de financiamento

Resultados insatisfatórios de testes

Custos elevados da inovação

Riscos econômicos

Outros

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Com inovação e criatividade, GSK leva informação de qualidade a mais de 32 mil profissionais de saúde

Projeto gerou mais de 55 mil interações com o público

Democratizar a informação científica e permitir o acesso de profissionais da saúde a conteúdos de qualidade foram os principais motivadores da GSK no Brasil para criar o projeto Highlights de Congressos Internacionais. A iniciativa foi desenvolvida como piloto em 2016, durante o Congresso Americano de Alergia (AAAAI), no formato de broadcast.

Desde então, foi aperfeiçoada até chegar ao modelo atual, que consiste na montagem de um estúdio de TV no local dos eventos. Ao final de cada dia, são gravadas entrevistas de cinco minutos com convidados internos e externos, que resumem os principais assuntos apresentados. Os vídeos são disponibilizados no portal médico da GSK.

Criado por uma equipe multidisciplinar da empresa, com participação das áreas médica, excelência comercial, marketing e força de vendas, o projeto alia o imediatismo da informação com o conhecimento de experts de renome internacional. Em 2017, mais de 32 mil

profissionais de saúde acessaram os 33 vídeos produzidos – com um impacto de 55 mil interações com o público por meio de redes sociais, e-mails marketing para divulgar os vídeos, além dos acessos ao portal.

Para a GSK, possibilitar ao profissional da saúde de todo o Brasil acesso ao conteúdo de congressos internacionais reforça o compromisso da empresa de criar valor para a sociedade. Os principais eventos transmitidos em 2017 foram: American Thoracic Society Meeting (ATS), realizado em Washington; European Respiratory Society Meeting (ERS), e o European AIDS Conference, em Milão. Em 2018, a iniciativa será expandida para outros eventos das áreas respiratória, HIV e infecto pediatria/vacinas.

O projeto rendeu à empresa uma vitória na categoria Ouro do 2017 Winning Performance Awards Emerging Markets, uma premiação interna promovida pela GSK entre as suas 150 unidades no mundo.

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 27

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Acesso e uso correto de medicamentos – dois tópicos fundamentais para a indústria farmacêutica e que compõem os indicadores FarmaSustentável, específicos do setor – ainda são uma grande preocupação para gestores e integrantes da cadeia de saúde no mundo todo.

Cerca de dois bilhões de pessoas ao redor do planeta não têm acesso a medicamentos essenciais, o que produz miséria, sofrimento e mortes evitáveis, segundo o relatório “Dez Anos de Saúde

Os recursos investidos pelos laboratórios para ampliar o acesso da população a medicamentos cresceram 100% e beneficiaram mais de 500 milhões de pessoas

Pública 2007-2017”, da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na avaliação da agência, a falta de acesso a medicamentos é um dos mais complexos problemas de saúde pública, bem como os caminhos para revertê-lo. Preço é uma causa fundamental, basta lembrar que no Brasil remédios pagam mais de 30% de imposto, a carga tributária mais alta do mundo.

Porém, pesam também, segundo a OMS, as características do sistema de saúde de cada País, a infraestrutura, taxas e tarifas, questões regulatórias e ainda um elenco de outras variáveis.

Apesar de o Governo Federal ter adotado algumas iniciativas importantes, como o Programa Farmácia Popular, cerca de 70% dos medicamentos consumidos pelos brasileiros são comprados do próprio bolso.

Criado como uma alternativa de acesso da população aos medicamentos essenciais, o programa promoveu um grande avanço. Porém, no ano passado, sofreu alterações que, segundo o setor, podem comprometer sua sustentabilidade no médio e longo prazos.

Acesso e cuidados com o paciente

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 29

Iniciativas para ampliação do acesso

50%

50%

45%

Programa de prevenção e

conscientização da população

Auxílio às autoridades de saúde na adequação de

gestão dos recursos

Programas de incentivo à população de

baixa renda

Maximização do acesso a terapias

No que diz respeito à indústria farmacêutica, houve no ano passado um grande empenho dos laboratórios para facilitar o acesso da população a medicamentos. 82% das empresas estruturaram programas específicos com essa finalidade, totalizando 48 projetos. Para viabilizá-los, foram investidos R$ 37,2 milhões – 103% a mais que em 2016.

A realização de campanhas de prevenção, conscientização e promoção da saúde foi a principal estratégia das empresas na área de acesso. O número de iniciativas quase triplicou, passando de 58 para 243 campanhas dirigidas à população, em especial ao público acima de 18 anos. Essas ações alcançaram cerca de 508 milhões de pessoas, contabilizados nesses dados também os resultados de imprensa e mídias sociais.

Já os Serviços de Atendimento ao Cliente (SAC), que desempenham papel preponderante como canal direto de comunicação com os pacientes, registraram 1,4 milhão de atendimentos no ano.

A interlocução com o Governo foi outro foco importante da atuação dos laboratórios, que buscaram contribuir para uma melhor gestão dos recursos

destinados à assistência farmacêutica. Em seguida, vieram as iniciativas voltadas à população em situação de vulnerabilidade social que, no ano passado, mobilizaram menos empresas que em períodos anteriores.

18% Não (6)

82% Sim (27)

Programas para ampliação do acesso a medicamentos

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Estímulo ao uso racional de medicamentos

Segundo o Ministério da Saúde (MS), cerca de 70% dos pacientes com hipertensão, diabetes ou dislipidemias não conseguem controlar suas doenças, mesmo tendo diagnóstico e prescrição médica. O órgão apurou que isso ocorre porque 82% dos pacientes de doenças crônicas fazem o tratamento de forma incorreta: 54% pulam doses, 33% usam os remédios em horários errados, 21% adicionam doses não prescritas e 13% não chegam sequer a iniciar o tratamento. Além disso, um em cada três pacientes abandona o tratamento.

Erros no uso de medicação custam ao mundo US$ 42 bilhões por ano, conforme estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Uma dimensão de como o problema sobrecarrega o Sistema Único de Saúde (SUS) é reportada em uma pesquisa realizada em novembro de 2017 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). De acordo com os pesquisadores, a cada real investido no fornecimento de fármacos, o governo gasta cinco reais para tratar morbidades relacionadas ao seu mau uso.

A falta de conscientização sobre os possíveis efeitos adversos de medicamentos faz do Brasil o recordista mundial em automedicação. 72% dos

brasileiros se medicam por conta própria e 40% fazem autodiagnóstico pela internet, conforme pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). Desses, 63,84% têm formação superior. No cômputo do Ministério da Saúde, a automedicação levou para o hospital mais de 60 mil pessoas entre 2010 e 2015.

A questão é tão séria que, no ano passado, 91% dos laboratórios desenvolveram programas para incentivar o uso correto de medicamentos. O total de projetos saltou de 55 em 2016 para 267 no ano passado. A dotação de recursos cresceu 88%, atingindo R$ 33,6 milhões.

91% dos laboratórios implementaram programas para estimular o uso correto de medicamentos pela população, com ações que envolveram todos os segmentos da cadeia de saúde

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 31

De acordo com a Política Nacional de Medicamentos do Ministério da Saúde, os requisitos para promover o uso racional são tão complexos que precisam contar com a participação de diversos atores, como pacientes, profissionais de saúde, formuladores de políticas públicas, comércio, governo e a própria indústria – exatamente o leque de interlocutores com os quais a indústria trabalha para atenuar o problema.

Apenas para profissionais da saúde, o setor farmacêutico promoveu no ano passado 3.350 programas estruturados de educação, que envolveram cerca de 415 mil pessoas em todo o País.

Capacitação de profissionais do varejo e orientação a distribuidores foram focos que também se expandiram. No primeiro caso, foram mobilizados 2.500 profissionais

responsáveis, direta ou indiretamente, pela manipulação, fracionamento ou dispensa de medicamentos. No segundo, mais de 20 mil distribuidores, com o objetivo de assegurar armazenagem, distribuição, comercialização e descarte adequados.

De todos os públicos, as empresas direcionam a maior parte de seus esforços para os usuários, disponibilizando informações relevantes por meio do SAC, programas de suporte a pacientes e sites. Mais de um milhão de pessoas foram beneficiadas por essas iniciativas em 2017.

Iniciativas para uso racional de medicamentos

48%

66%

78%

97%

Capacitação de profissionais do

varejo

Orientação a distribuidores

Educação para profissionais de

saúde

Informações para usuários

91% Sim (30)

9% Não (3)

Estímulo ao uso racional de medicamentos

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Janssen apoia capacitação de profissionais de saúde pública em modelo de tratamento humanizado para pacientes com HIV/AIDS

Projeto produziu também um manual de referência para serviços de saúde

O projeto Apoio à Clínica Ampliada, Gestão Participativa e Adesão no CRT (Centro de Referência e Treinamento) DST/AIDS-SP faz parte do Programa de Apoio à Humanização na Saúde da Johnson & Johnson, que capacita profissionais de saúde pública sobre a aplicação dos princípios da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde, que se traduz em tratamento digno, eficiente e de qualidade.

Desenvolvido pela Janssen em parceria técnica com o Centro de Estudos da Faculdade de Medicina Social da Santa Casa (CEALAG) e com o Centro de Referência e Treinamento CRT-DST/AIDS da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o projeto tem como foco o desenvolvimento de um modelo de trabalho humanizado para tratamento de pacientes com HIV/AIDS como parte da estratégia de aumentar a adesão do paciente ao tratamento.

Na primeira fase, em 2015 e 2016, foram realizadas 64 horas de capacitação presencial para mais de 60 gestores e

profissionais de saúde do CRT. Além disso, foram elaboradas e publicadas guias para orientar a gestão do trabalho humanizado para serviços que atendem pessoas vivendo com HIV e aids no Estado de São Paulo.

Na segunda fase, em 2017 e 2018, foram elaborados e implementados planos de ação alinhados com o planejamento estratégico do CRT-DST/AIDS 2015-2018 e com os princípios da Humanização para consolidar a clínica ampliada e a gestão participativa no CRT e aumentar a adesão dos pacientes ao serviço e à terapia antirretroviral (TARV). Além disso, foi produzido um “Manual de Boas Práticas em Adesão e Retenção de Usuários em Serviço Ambulatorial para PVHA” (Pessoas Vivendo com HIV/aids). No total, mais de 150 profissionais e gestores de saúde foram capacitados e três serviços do CRT impactados.

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 33

AstraZeneca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer se unem para auxiliar pacientes com câncer de pulmão

O projeto de parceria beneficiou mais de 900 pessoas

Com o objetivo de auxiliar pacientes que enfrentam o câncer de pulmão, as farmacêuticas AstraZeneca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer se uniram em uma parceria inédita, cujo objetivo é ajudar os pacientes que enfrentam o câncer de pulmão a obter, de forma mais rápida, a correta identificação da doença, iniciando assim o tratamento mais adequado com maior agilidade.

A parceria une as plataformas de exames das três companhias e reduz o tempo de espera pelos resultados de 60 dias para apenas 14 dias úteis. Como os testes são fundamentais para auxiliar os médicos na decisão terapêutica que melhor se enquadra para cada pessoa, a diminuição do prazo acelera o início do tratamento, aumentando a probabilidade de melhores resultados.

Outra vantagem para o paciente é que, com uma única amostra tumoral, é possível realizar todos os testes disponibilizados pelos três laboratórios – os testes EGFR, BRAF, KRAS e NRAS do Programa ID, da AstraZeneca; o teste PD-L1 da plataforma I-O Detect,

da Bristol-Myers Squibb; e os rearranjos dos genes ALK e Ros1, Programa Pfizer Alvo, da Pfizer.

Entre agosto e dezembro de 2017, o projeto beneficiou 919 pessoas. Os exames foram totalmente custeados pelas empresas e realizados por laboratórios cadastrados, dando suporte aos médicos ao propiciar precisão diagnóstica para o embasamento das decisões terapêuticas.

Funcionários das três farmacêuticas unidos por uma causa comum

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Investimentos Sociais Privados

realizou em média 10,7 programas. Além de projetos próprios, as companhias contribuíram, apoiaram ou firmaram parceria com 204 entidades e associações. No total, as ações de ISP impactaram 3,1 milhões de pessoas.

Como comparativo, as 116 organizações que responderam ao Censo 2016 do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas), o mais recente, viabilizaram 775 projetos, uma média de 6,7 por organização, inferior à registrada pelos laboratórios. Em contrapartida, os investimentos foram expressivamente maiores, R$ 2,9 bilhões, ainda que tenham caído 18% em relação ao censo anterior de 2014. Os investimentos individuais das organizações do GIFE variaram de R$ 250 mil a R$ 500 milhões. Entre as participantes desse relatório, a faixa de aportes se situou entre R$ 12,4 mil e R$ 4,2 milhões.

Uma abordagem mais detalhada sobre a atuação social do setor farmacêutico revela que, em 47% das empresas, essa área conta com o envolvimento direto do CEO ou presidente. Em 66% delas, o processo decisório sobre a destinação dos recursos

A indústria concentrou 95% dos recursos e iniciativas de Investimento Social Privado na área da Saúde e, em segundo lugar, em ações voltadas à Educação

Os Investimentos Sociais Privados (ISP) da indústria farmacêutica cresceram 170% no ano passado em relação a 2016, quando a crise econômica do País provocou uma queda acentuada nos recursos destinados à área. Os aportes de 2017 totalizaram R$ 30,8 milhões, retornando ao patamar de 2015.

As 21 empresas que declararam possuir estratégia definida para ISP – 66% das participantes do relatório – implementaram 226 projetos, expandindo em 60% o número de iniciativas em relação ao ano anterior. Cada laboratório

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 35

se concentra na alta gerência, comitê diretivo, diretoria ou equivalente. Nessa pergunta as empresas puderam escolher mais de uma opção.

Apesar das decisões estratégicas contarem com a participação da alta cúpula da maioria das empresas, apenas 42% utilizam indicadores para monitoramento dos projetos sociais e seus resultados.

25% Não (8)

75% Sim (24)

22% Não (7)

78% Sim (25)

Entre as empresas que participaram do Censo GIFE, o índice foi de 99%.

As respostas dos laboratórios reforçam ainda uma tendência crescente na ação social corporativa, já identificada também pelo GIFE: o alinhamento entre o investimento social e o negócio, tema que passou a integrar a agenda estratégica daquela entidade.

Área social com o

negócio

Áreas social, ambiental e econômica

Alinhamento entre as áreas

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Modalidades de Investimento Social Privado

No ano de 2017, os investimentos sociais ligados ao negócio atingiram o percentual mais alto desde que as modalidades de ISP passaram a ser contabilizadas no relatório 2015/Ano base 2014, sendo que 75% das iniciativas da indústria enquadraram-se nessa categoria no ano passado. Na sequência, vieram, respectivamente, os projetos desenvolvidos com recursos próprios e os que utilizaram incentivos fiscais como a Lei Rouanet. Essas duas últimas categorias se mantiveram no mesmo patamar de 2016.

Segundo a pesquisa BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), coordenada pela organização da sociedade civil Comunitas, o processo de alinhamento dos investimentos sociais aos negócios vem ocorrendo de forma acelerada nos últimos anos. Com base em informações de 268 empresas e 18 institutos/fundações empresariais (dados de 2016 compilados em 2017), verificou-se que 75% dos respondentes destinaram mais da metade dos seus investimentos para essa modalidade de projetos sociais.

Com um modus operandi já constatado em relatórios anteriores, a indústria farmacêutica direcionou seus investimentos e iniciativas sociais majoritariamente para a área da Saúde, que liderou mais uma vez o ranking, e Educação em segundo lugar. No ano passado, no entanto, chamou atenção a concentração quase integral dos recursos nas ações de Saúde. Com exceção de Educação, os aportes para outros focos foram pequenos e pulverizados.

18% Via incentivo fiscal (33)

29% Com recursos próprios (54)

75% Ligado ao negócio (139)

Projetos sociais conforme o tipo de investimento na indústria farmacêutica

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 37

7,7 Milhões de reais Via incentivo fiscal

10,7 Milhões de reais Com recursos próprios

12,4 Milhões de reais Ligado ao negócio

30,8 Milhões de reais

Áreas prioritárias de Investimento Social Privado

95%

14%

24%

24%

0%

24%

24%

10%

24%

62%

24%

29%

14%

Saúde

Meio ambiente

Geração de trabalho e renda

Formação para o trabalho

Esportes

Educação

Desenvolvimento comunitário/de base

Defesa dos direitos

Cultura e artes

Comunicações

Assistência social

Apoio à gestão do terceiro setor

Acessibilidade

Recursos investidos em ISP

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Investimento Social Privado com recursos próprios

Os 54 projetos de ISP desembolsados pelas próprias empresas correspondem a 29% das ações, mas os recursos para financiá-las consumiram 34,5% do orçamento total para a área, a segunda maior fatia. Em 2017, as verbas saltaram de R$ 4,9 milhões para R$ 10,7 milhões – incremento de 119%. Desse montante, R$ 3,7 milhões foram provenientes da matriz ou de sua fundação ou instituto no exterior.

Esse tipo de ISP foi viabilizado por 52% das empresas, porém, a adesão das companhias vem decrescendo ao longo do tempo. Eram 66% dos laboratórios em 2015, passaram a 56% em 2016 e agora caíram quatro pontos percentuais.

Nessa categoria predominam as ações dirigidas à comunidade, seguidas das que beneficiam colaboradores e pacientes. Considerando os nichos de atuação, as iniciativas são menos concentradas. Saúde e educação continuam sendo áreas líderes e

Áreas de atuação

79%

21%

7%

21%

0%

50%

29%

7%

21%

64%

29%

21%

7%

Saúde

Meio ambiente

Geração de trabalho e renda

Formação para o trabalho

Esportes

Educação

Desenvolvimento comunitário/de base

Defesa dos direitos

Cultura e artes

Comunicações

Assistência social

Apoio a gestão do terceiro setor

Acessibilidade

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 39

Públicos beneficiados

4%

15%

19%

0%

0%

4%

4%

7%

0%

0%

Poder público

Pacientes

Colaboradores

Fornecedores

Distribuidores

Profissionais da saúde

Saúde suplementar

Estabelecimento de saúde

Imprensa

Profissionais do varejo

assistência social também tem participação relevante. Além disso, ainda que em menor número, surgem projetos voltados para o meio ambiente, esportes, cultura e artes, defesa dos direitos, desenvolvimento comunitário e formação profissional.

Crianças de 2 a 12 anos, adolescentes e jovens de 18 a 25 anos são os focos principais, em igual proporção, do trabalho social financiado pelo caixa das empresas.

48%Comunidade/Sociedade

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Investimento Social Privado com incentivo fiscal

Das empresas respondentes, 33% fizeram uso de incentivos fiscais no ano passado. Dois anos antes, a modalidade envolveu 67% das participantes. O número de projetos implementados (33) manteve-se estável em relação a 2016 (34), mas os recursos deram um salto de 130%, passando de R$ 3,3 milhões para R$ 7,6 milhões.

Áreas de atuação

89%

11%

67%

0%

44%

0%

33%

0%

22%

22%

33%

33%

22%

22%

Saúde

Outros

Meio ambiente

Geração de trabalho e renda

Formação para o trabalho

Esportes

Educação

Desenvolvimento comunitário/de base

Defesa dos direitos

Cultura e artes

Comunicações

Assistência social

Apoio à gestão do terceiro setor

Acessibilidade

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 41

Considerando o orçamento total destinado pela indústria farmacêutica a ISP, as ações incentivadas detêm a menor fatia, 24,5%. Contudo, o setor tem bom desempenho quando comparado com os resultados do Censo GIFE 2016. Dos R$ 2,9 bilhões investidos pelas respondentes daquele estudo, apenas 14% foram viabilizados por meio de incentivos fiscais.

Nessa modalidade de investimentos sociais, continuam predominando na indústria farmacêutica as ações de saúde, sendo que cultura, artes e esportes aparecem na sequência, nesta ordem. Educação, desenvolvimento comunitário e assistência social atraíram em média um terço das empresas.

Em relação aos destinatários, as iniciativas se voltaram, em igual proporção, à comunidade, profissionais de saúde e pacientes. Em menor parcela, foram beneficiados ainda os estabelecimentos de saúde.

Público beneficiado

4%

26%

4%

0%

0%

22%

4%

15%

0%

0%

Poder público

Pacientes

Colaboradores

Fornecedores

Distribuidores

Profissionais da saúde

Saúde suplementar

Estabelecimento de saúde

Imprensa

Profissionais do varejo

26%Comunidade/Sociedade

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Crianças a partir de dois anos e adolescentes até os 17 foram os alvos prioritários do ISP com incentivo fiscal.

Investimento Social Privado ligado ao negócio

Líder na destinação de recursos, primeiro do ranking em número de projetos e depositário do interesse de maior número de empresas. Esse foi o perfil que essa modalidade de ISP assumiu em 2017.

Os R$ 12,4 milhões que 65% das empresas participantes do relatório investiram em iniciativas ligadas ao negócio representam um montante 288% maior do que havia sido investido no ano anterior. Eles foram direcionados ao financiamento de 139 ações, ou 75% de todos os projetos sociais que o setor implementou. Saúde, acessibilidade para pessoas com deficiência, assistência social e educação foram os nichos principais de atuação, nessa sequência, que beneficiaram em especial o público mais estratégico para os laboratórios: pacientes, a sociedade e profissionais de

Áreas de atuação

33%

4%

0%

4%

4%

6%

12%

2%

0%

0%

10%

4%

6%

17%

Saúde

Outros

Meio ambiente

Geração de trabalho e renda

Formação para o trabalho

Esportes

Educação

Desenvolvimento comunitário/de base

Defesa dos direitos

Cultura e artes

Comunicações

Assistência social

Apoio à gestão do terceiro setor

Acessibilidade

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 43

Público beneficiado

7%

30%

2%

0%

0%

19%

5%

12%

0%

0%

Poder público

Pacientes

Colaboradores

Fornecedores

Distribuidores

Profissionais da saúde

Saúde suplementar

Estabelecimento de saúde

Imprensa

Profissionais do varejo

26%Comunidade/Sociedade

saúde. Nessa modalidade de ISP, o poder público aparece, pela primeira vez, com uma pontuação um pouco maior que nas outras, embora não seja expressiva.

Diferentemente também do que ocorreu nos outros tipos de ISP, as ações privilegiaram a faixa etária compreendida entre 18 anos e 60 anos ou mais.

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Voluntariado

Manter um programa formal de voluntariado é uma prática bem consolidada na indústria farmacêutica. Embora o número de empresas adeptas da iniciativa tenha oscilado nos últimos anos, o patamar de adesão tem se mantido elevado.

No ano passado, 72% das respondentes afirmaram dispor de um programa dessa natureza. Como comparativo, no Censo GIFE 2016, a média registrada é de 60%, sendo que as empresas (82%) são mais propensas a ter programas que institutos e fundações (69%).

Embora o Brasil não tenha uma tradição fortemente arraigada de trabalho voluntário, esse tipo de atuação está aumentando no País. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 7,4 milhões de pessoas realizaram trabalho voluntário em 2017 - equivalente a 4,4% da população de 14 anos ou mais. O aumento foi de 12,9% em comparação com 2016.

No universo das empresas participantes desse relatório, a curva de engajamento de funcionários em programas de voluntariado é descendente. As

respondentes reportaram um total de 4.447 colaboradores nos programas corporativos – contingente equivalente a 14,4% da força de trabalho, composta por 30.806 pessoas.

Mantém ou apoia ações de voluntariado no Brasil

82%

73% 72%

68%

78%

2013 2014 2015 20172016

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 45

Colaboradores envolvidos nos programas/ações de voluntariado

5.4215.098

4.465 4.447

5.487

2013 2014 2015 2016 2017

Doações

Além de desenvolver projetos próprios ou apoiar programas de ISP de terceiros, 26% das empresas fizeram também doações de medicamentos e vacinas, em um total de 102 mil unidades disponibilizadas. ONGs e postos públicos de saúde foram os principais destinatários das ações.

Nos últimos anos, ocorreu uma diminuição significativa no total de laboratórios engajados em doações – eram 32% em 2016 e 67% em 2015. No entanto, no ano passado, o montante doado quase triplicou em relação ao ano anterior, perfazendo mais de R$ 3,4 milhões.

Em outro tipo de ação, com participação de 58% das empresas, foram doados cerca de 24,4 mil itens diversos para projetos de terceiros, como alimentos, brinquedos, computadores, materiais escolares, de higiene, entre outros.

De acordo com os respondentes da pesquisa BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), nos últimos dez anos, o número de colaboradores envolvidos nos programas de voluntariado passou de 41.000 para 62.842. A proporção de funcionários participantes dos programas empresariais manteve-se em torno de 10 a 12% no período.

Porém, para dar uma ideia de como essa iniciativa ainda pode crescer na indústria farmacêutica, em 2013 o setor contava com 1.000 voluntários a mais e eles representavam 17,7% do quadro funcional.

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Projeto Descoberta do Conhecimento apoiado pela AbbVie estimula o interesse por Matemática e Língua Portuguesa

Programa beneficiou 300 crianças e adolescentes e educadores de 500 escolas públicas

Empenhada em apoiar a melhoria de indicadores educacionais brasileiros, a AbbVie uniu forças com o Projeto Arrastão para desenvolver o Projeto Descoberta do Conhecimento. O objetivo é estimular o interesse de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social pelas disciplinas de Matemática e Língua Portuguesa.

A ONG, que atua nas áreas de Campo Limpo, Vila Andrade e Capão Redondo, em São Paulo, focou na criação de um projeto que promovesse o desenvolvimento educacional por meio de pedagogias inovadoras. Entre elas destacam-se a elaboração de práticas e ações lúdicas que promovam compreensão de textos, paixão por leitura, atividades musicais, interação com culinária e educação financeira.

Após um ano de projeto, os resultados foram bastante expressivos: os educandos participantes do Descoberta do Conhecimento obtiveram notas 30% mais altas nas duas disciplinas-foco, Matemática e Língua Portuguesa, em

comparação com colegas de classe que não participam do projeto (Índice Prova Brasil SAEB 2017). Além disso, 300 crianças e adolescentes foram diretamente beneficiados pelas aulas e atividades; 30 jovens do Projeto Arrastão receberam formação como contadores de histórias e 30 professores foram treinados e desenvolvidos para aplicar as atividades do projeto, impactando 500 escolas públicas.

Crianças e jovens aprendem por meio de práticas pedagógicas inovadoras

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 47

Ação social da Besins Healthcare propicia qualidade de vida a jovens em tratamento de câncer

Iniciativa beneficiou 40 famílias em situação de vulnerabilidade

Possibilitar acesso à informação e entretenimento a jovens com câncer e seus familiares foi o foco do projeto desenvolvido pela Besins Healthcare. Os pacientes são assistidos pela AHPAS (Associação Helena Piccardi de Andrade Silva), que oferece transporte gratuito, especializado e regular a jovens carentes com câncer durante o período de tratamento médico na cidade de São Paulo.

Em alinhamento com a missão da AHPAS de melhorar a qualidade de vida dos jovens em um período difícil, a farmacêutica doou tablets, notebooks e celulares para 40 famílias. O principal resultado alcançado pela iniciativa, segundo a empresa, foi melhorar o convívio social dos jovens durante o tratamento, levando às suas vidas entretenimento, diversão e informação.

Jovens em tratamento receberam doação de notebook, tablets e celulares

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Chiesi apoia Projeto Música nos Hospitais e iniciação musical de crianças do Guri Santa Marcelina

Iniciativas promovem inclusão social e melhora do ambiente hospitalar

Democratizar o acesso à música, oferecendo aos jovens oportunidade de inserção no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, propiciar bem-estar e melhor qualidade de vida a pessoas no ambiente hospitalar são os principais pilares do Projeto Música nos Hospitais da Santa Marcelina Cultura, apoiado pela Chiesi.

A formação dos jovens, que ocorre anualmente, envolve técnicas de palhaços e repertórios específicos que os capacitam a interagir com pacientes e profissionais das instituições de saúde. Durante esse período, eles levam música a corredores e leitos da rede de saúde Santa Marcelina, um dos maiores complexos de hospitais e ambulatórios do país.

Os jovens que participam do projeto são alunos do Guri Santa Marcelina - um programa de educação musical e inclusão social - e da EMESP Tom Jobim. No ano passado, foram realizados 20 workshops, que possibilitaram a formação de 41 alunos.

Ao todo, foram feitas 49 apresentações musicais para um público de 8.518 pessoas. Além dos alunos, o programa beneficiou pacientes, familiares e colaboradores dos hospitais, Casas de Saúde, APSs (Atenção Primária à Saúde) e Unidades da Rede Lucy Montoro.

A Chiesi apoia também os grupos infantis do Guri Santa Marcelina. São dez grupos – sete com formação erudita, duas populares e um coral de familiares – em 46 polos de ensino na Grande São Paulo. No total, os conjuntos reúnem 390 alunos de toda a rede do Guri Santa Marcelina, composta por mais de 13 mil alunos, selecionados por meio de audições.

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 49

Lilly e United Way desenvolvem programa de mentoria para jovens em situação de vulnerabilidade

Ação beneficiou também 50 pessoas em situação de rua

“Lilly e United Way - Unidas pela educação de jovens! ” é o nome do programa de mentoria que a farmacêutica desenvolveu em parceria com a maior organização filantrópica do mundo. O projeto da United Way convida jovens em situação de vulnerabilidade social a conhecer a realidade de uma empresa e a desenvolver projetos em encontros semanais que duram cerca de 3hs. Os funcionários da empresa, por sua vez, ministram aulas sobre temas específicos, que variam a cada programa de mentoria.

Em 2016, o tema escolhido foi “Minha vida financeira” e, em 2017, “Ser a mudança”. No primeiro encontro, os jovens decidiram ajudar pessoas em situação de rua com a entrega de alimentos, itens de higiene pessoal e livros e “ser a mudança” na vida delas, que não têm nem as necessidades básicas atendidas.

Durante sete encontros, trabalharam em equipe, tiveram contato com profissionais de várias áreas na Lilly, criaram um compromisso com o próximo, consciência social e

desenvolveram o projeto com o apoio dos voluntários da empresa.

Estabeleceram como meta realizar uma campanha de arrecadação e montagem de 50 kits com alimentos, itens de higiene pessoal e livros para entregar aos moradores de rua.

Ao final do projeto, a meta foi superada com folga. No total, os jovens arrecadaram e entregaram mais de 150 kits. A iniciativa mobilizou 30 voluntários funcionários da Lilly, 20 jovens entre 15 e 17 anos que fazem cursos em ONGs parceiras da United Way e beneficiou mais de 50 pessoas em situação de rua.

Jovens participantes do programa acompanhados de voluntários da Lilly

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Projeto Carreta Novartis da Saúde já atendeu mais de 66 mil pessoas em 398 cidades do país

Ação faz parte do compromisso da empresa com a eliminação da hanseníase no mundo

A hanseníase é considerada um problema de saúde pública há décadas. Embora tenha sido controlada na maior parte do mundo, continua a afetar cerca de 200 mil pessoas por ano, especialmente em países como o Brasil, Índia e Indonésia. Para reverter essa situação, a Novartis assumiu o compromisso de combater a doença junto com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Há mais de 25 anos, a Novartis realiza uma série de ações destinadas a reduzir o estigma social de pacientes com hanseníase, evitando a deficiência causada pela patologia, melhorando o acesso a medicamentos e facilitando a integração social dessas pessoas.

Em parceria com a OMS, a Novartis fornece, desde 2000, a poliquimioterapia (PQT) para o tratamento da doença. A medicação, que está disponível gratuitamente na rede pública, cura a hanseníase, interrompe sua transmissão e previne as deformidades que pode causar. Ao todo, foram doadas 40

milhões de unidades mundialmente, curando mais de 4,5 milhões de pacientes, com um investimento de US$ 60 milhões.

No Brasil, a Novartis reforça sua atuação com um projeto de cidadania corporativa que colabora para a eliminação da hanseníase por meio da educação, diagnóstico e tratamento da doença. Desde 2013, o Projeto da Carreta Novartis da Saúde já atendeu 66.510 pessoas em 398 cidades de todo o Brasil. Desse total, 1.473 foram diagnosticadas com a doença e encaminhadas para tratamento. A iniciativa conta com o apoio profissional do Ministério da Saúde, CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do CONASEMS (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde).

Carreta da Saúde leva educação, diagnóstico e tratamento a todo o país

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 51

Sanofi apoia projeto de prevenção a doenças do coração

Colaboradores da empresa participam como voluntários

A fim de conscientizar a população sobre a saúde cardiovascular, a Sanofi patrocina, via Lei Rouanet (Lei Federal de Incentivo à Cultura) e verba da empresa, o projeto Movidos pelo Coração, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Por meio da arte e da cultura, atividades físicas e oficinas de culinária, o Movidos pelo Coração educa a população – adultos, jovens e crianças – sobre a saúde do coração e conscientiza sobre os riscos que representam doenças como hipertensão, colesterol elevado, diabetes, alcoolismo, estresse, entre outras.

O projeto, iniciado em 2016, inclui a prestação de serviços de saúde com foco na prevenção de doenças cardiovasculares e diabetes. A Sanofi apoiou disponibilizando 2 mil exames gratuitos de colesterol total e fracionado, glicemia, circunferência abdominal e pressão arterial.

Em 2016, o projeto foi realizado em Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG), e, em 2017, no Rio de Janeiro (RJ),

e três edições em São Paulo (SP), beneficiando cerca de 20 mil pessoas. Outras 300 foram treinadas em TECA-L (Treinamento de Emergências Cardiovasculares para Leigos).

Em torno de 70 colaboradores da Sanofi atuaram como voluntários nas edições do Movidos pelo Coração realizadas em 2017 em São Paulo (SP), no Parque Villa-Lobos e no Centro Educacional Unificado (CEU) Paraisópolis.

Voluntários da Sanofi realizam testes para verificar a saúde do coração na população

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Desde 2014, a atuação da indústria farmacêutica em relação a colaboradores e os esforços para aperfeiçoar o seu ecossistema interno vêm aumentando progressivamente. No ano passado, mais uma vez, os laboratórios destinaram a essa área o segundo maior orçamento entre os sete setores analisados no relatório – superado apenas por inovação. Os R$ 62,3 milhões injetados em ações para atrair, desenvolver e reter talentos representaram um aumento de 29% em relação a 2016.

Também em número de projetos (549 no total) a área de empregabilidade ocupou a segunda posição, ficando atrás apenas das ações dirigidas à ética e compliance. Se

fizermos, no entanto, um corte histórico, 2017 foi o ano em que as iniciativas dirigidas a colaboradores foram as mais numerosas desde que o relatório da INTERFARMA começou a ser publicado. Cresceram 159% em relação a 2016 e mais do que duplicaram desde 2014.

Os laboratórios promoveram cerca de 335 mil horas de treinamentos e ações de capacitação, que mobilizaram mais de 30 mil colaboradores

Empregabilidade

Evolução de investimentos e projetos para colaboradores

R$ 11 milhões

204 projetos

R$ 42 milhões

228 projetos

R$ 48 milhões

212 projetos

R$ 62 milhões

549 projetos

2014 2015 20172016

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 53

Pessoas em situações de

refúgio

3

As 33 empresas participantes do relatório fecharam o ano com um contingente de 30.806 funcionários, 28% a mais que em 2016. Foram 4.651 admissões e 5.270 demissões voluntárias e involuntárias, perfazendo um índice de rotatividade de mão de obra de 16%, - equivalente a 2014, dois pontos percentuais abaixo de 2015 e 1% menor que em 2016.

Esses resultados revelam que, apesar da crise econômica e da instabilidade política do País, que atingiram o mercado de trabalho e os investimentos de maneira significativa, os indicadores de emprego do setor farmacêutico mantiveram-se estáveis e praticamente descolados da realidade nacional nos últimos anos.

Vale lembrar que a reforma trabalhista foi aprovada pelo Congresso e entrou em vigor no ano passado. Ainda assim, a taxa média de desemprego do País chegou a 12,7%, a maior da série histórica da pesquisa iniciada em 2012 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em dezembro, 13,2 milhões de pessoas estavam sem emprego e o Brasil registrou um índice de turnover superior a 30%.

Com o objetivo de fidelizar seus colaboradores, a indústria farmacêutica repetiu as estratégias adotadas nos anos anteriores: promover treinamentos e oferecer benefícios como previdência complementar, plano de carreira e programas de saúde e qualidade de vida, com diferenciais como licença- paternidade, horários flexíveis e home office, alimentação vegetariana nos refeitórios, lanches especiais para gestantes, entre outras iniciativas.

Apenas em capacitação, os laboratórios promoveram mais de 335 mil horas de treinamentos presenciais e à distância, que mobilizaram todos os colaboradores. Com esse propósito, investiram R$ 27,7 milhões.

Número de colaboradores

30.806

Estagiários e trainees

2.022

Menores aprendizes

474

Terceirizados

6.303

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Programa de diversidade Comparativo

75%83%

78% 76%

47%

2013 2014 2015 2016 2017

Nesta edição do Relatório, a INTERFARMA ampliou o escopo e o número de perguntas sobre Diversidade e Inclusão para entender melhor como as empresas fazem a gestão dessa área, que está ganhando espaço cada vez maior nos debates e anseios nacionais.

Nos temas relacionados à igualdade de gêneros, os 7 Princípios de Empoderamento Feminino da ONU Mulher e do Pacto Global foram mantidos como parâmetros para balizar a atuação do setor no ano passado, em comparação com o levantamento feito na edição anterior.

Para aprofundar o assunto, houve interesse também em aferir se a indústria possui programas específicos para mulheres e em detalhar as iniciativas dirigidas a esse grupo.

Além disso, foram incluídas novas perguntas sobre o acesso de Pessoas com Deficiência a cargos de liderança. E, pela primeira vez desde que começou a ser publicado, o Relatório introduziu questões relacionadas aos afrodescendentes, para verificar a situação da equidade racial nas empresas.

Diversidade e inclusãoDos laboratórios respondentes, 76% possuem programa de diversidade, patamar inferior ao obtido nos dois anos anteriores, porém mais elevado que a maioria das companhias do País.

De acordo com uma pesquisa envolvendo profissionais de Recursos Humanos realizada pelo site Vagas.com e pela empresa Talento Incluir, seis em cada dez companhias respondentes não possuíam programa de diversidade e inclusão. Para 62% isso ocorre porque elas não estão preparadas para lidar com a diversidade, seja por falta de informação, preconceito ou falta de interesse de gestores e colaboradores.

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 55

Diversidade de gênero

Desde que o percentual de homens e mulheres contratados pela indústria farmacêutica começou a ser monitorado há quatro anos, foi em 2017 que a balança pendeu mais para o lado masculino. Dos 30.806 colaboradores na ativa, 57% eram homens e 43% mulheres – entre estas, houve queda de cinco pontos percentuais em relação a 2016.

O desempenho da indústria farmacêutica nesse quesito é inferior aos resultados obtidos pela pesquisa Great Place to Work – Melhores Empresas para Trabalhar 2018, realizada pela consultoria em parceria com a revista Época Negócios. Nas 150 empresas que ocupam o topo da lista, a proporção entre homens e mulheres nas companhias é um pouco mais equilibrada, de 55% e 45% respectivamente.

Essa disparidade de gêneros não se repete em relação às faixas etárias: 85% dos colaboradores dos laboratórios têm de 20 a 50 anos ou mais, tanto no grupo masculino quanto no feminino. Não ocorre também entre os funcionários predominância de nenhuma das faixas pesquisadas (20 a 29 anos; 30 a 39 anos; 40 a 49 anos e 50 anos ou mais).

Funcionários por gênero

43% Mulheres (13.215)

57% Homens (17.591)

Nesse aspecto, os resultados do Relatório INTERFARMA são mais favoráveis aos trabalhadores com idades superiores a 50 anos que os do Great Place to Work. Apenas 3% dos colaboradores das melhores do ranking estão acima dos 55 anos, sendo que a maioria da força trabalhadora (37%) se concentra na faixa entre 26 a 34 anos.

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Benefícios oferecidos às mulheres

30%

30%

61%

27%

55%

33%

85%

30%

12%

3%

Home Office

Creche

Horário flexível

Local para amamentação

Campanhas de pré e/ou

pós natal

Lactário

Retorno gradual ao trabalho após

a maternidade

Berçário

Licença maternidade

ampliada

Outros

O índice de mulheres em cargos de liderança saltou de 15% para 23% em 2017, o melhor dos últimos anos, mas aquém da média nacional de 38%

Empoderamento feminino

O levantamento revela que 66% das empresas farmacêuticas possuem programas voltados especificamente para mulheres. No total, o setor implementou, no ano passado, 55 projetos para atender às necessidades variadas desse público, como licença maternidade ampliada, creche, horário flexível, entre outros benefícios.

No que diz respeito aos 7 Princípios do Empoderamento das Mulheres da ONU Mulher e Pacto Global, os laboratórios avançaram em todos os parâmetros em comparação com 2016, primeiro ano no qual o levantamento foi realizado pela INTERFARMA.

Os 7 Princípios foram elaborados para orientar o mundo corporativo sobre como delegar poder às mulheres no ambiente de trabalho, mercado de trabalho e na comunidade. Agregando a dimensão

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 57

7 Princípios do Empoderamento da Mulher - Comparativo 2016 e 2017

75%

82%

43%

96%

25%

64%

43%

81%

100%

63%

100%

41%

81%

47%

Liderança Estabelece uma liderança corporativa que promove a igualdade entre gêneros

Saúde, segurança e fim da violência Assegura a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e

trabalhadoras

Liderança comunitária e engajamento Usa sua influência para reforçar o empoderamento das mulheres como mecanismo

de promoção do avanço econômico para a sociedade

Igualdade de oportunidade, inclusão e não discriminação Trata homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeita e

apoia os direitos humanos e a não discriminação

Desenvolvimento empresarial e práticas da cadeia de fornecedores Promove a igualdade de gênero por meio da relação com fornecedores e também

nos padrões comportamentais e culturais divulgados em campanhas de marketing

Educação e formação Promove a educação, a formação e o desenvolvimento profissional das mulheres

Acompanhamento, medição e resultado Estabelece e monitora metas quantitativas. Mede e publica relatórios dos

progressos para alcançar a igualdade entre gêneros

de gênero à responsabilidade social, buscam apontar as melhores práticas e estimular o papel do meio empresarial no desenvolvimento sustentável.

O resultado mais expressivo obtido pelo setor farmacêutico foi o crescimento do número de empresas que investiram na educação, capacitação e desenvolvimento profissional das mulheres – esse indicador saltou 17 pontos percentuais no último ano, passando de 64% para 81%.

Chama a atenção também a iniciativa das companhias de promover a igualdade de gêneros na relação com fornecedores, no conteúdo de campanhas de marketing e no engajamento comunitário.

Pesquisas realizadas pela ONU Mulheres, Pacto Global, Banco Mundial e Fórum Econômico Mundial, entre outras, demonstram que a diversidade de gêneros tem impacto econômico e ajuda a melhorar o desempenho dos negócios.

20172016

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Do relatório deste ano emerge outro avanço importante conquistado pela indústria: o índice de mulheres que ocupam cargos de liderança nas empresas subiu de 15% em 2016 para 23% em 2017 – um crescimento de 72%. Foi o melhor resultado desde que o indicador começou a ser pesquisado em 2014.

Mulheres em posição de liderança

13.215

3.055

TOTAL Liderança

Mulheres em posição de liderança Comparativo

18%

15%

23%

18%

2014 2015 2016 2017

Embora essas conquistas traduzam o esforço da indústria na busca por um maior equilíbrio entre gêneros, ainda há muito a se fazer no setor para impulsionar a ascensão das mulheres aos cargos de comando.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres em posições gerenciais no País é de 38%. Na indústria farmacêutica eles superam a média nacional e chegam a 54%, além de 8,4% de supervisoras e 29% de coordenadoras.

O problema, porém, está na falta de acesso ao topo da pirâmide de comando. Apenas 7,6% das executivas na indústria farmacêutica são diretoras. Mesmo liderando os índices de escolaridade de acordo com o IBGE, é menor ainda o contingente de mulheres que ocupam posições nos Conselhos de Administração ou na presidência das companhias.

No caso da indústria farmacêutica, apenas 14 mulheres, de um total de 3.055 líderes, participam dos Conselhos de Administração. E, entre as 51 empresas associadas da INTERFARMA, apenas 7 são presididas por mulheres.

Não é um fenômeno isolado do setor. Ao analisar a atuação das 150 melhores empresas para trabalhar no Brasil, o Great Place to Work chamou atenção para a baixa representatividade feminina

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 59

em cargos de liderança, inclusive nas companhias consideradas referência em gestão de talentos.

De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria KPMG entre as companhias brasileiras listadas na Bolsa – consideradas as que possuem o mais alto nível de governança corporativa - apenas 6% dos membros dos conselhos são do sexo feminino; e apenas 36% dessas companhias contam com pelo menos uma mulher nessa posição.

No que se refere à ascensão feminina ao cargo máximo das empresas, somente 8% das companhias são presididas por mulheres, segundo a Pesquisa Panorama Mulher 2017, realizada pela Talenses e Insper com mais de 330 organizações brasileiras.

Na tentativa de reverter essa situação, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou em 2017 um parecer que fixa uma cota de 30% de mulheres em conselhos de administração de empresas públicas, a exemplo do que já ocorre na Noruega e em Portugal. A proposta prevê que esse porcentual seja atingido gradualmente até 2022.

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60

Homens afrodescendentes em posição de liderança

0,03%

0%

0%

1,7%

2,6%

0,2%

CEO

Vice-presidência

Membro do Conselho de

Administração

Diretoria

Gerência

Coordenação

Homens afrodescendentes ocupam 4,4% dos cargos de liderança no setor. Entre as mulheres desse grupo o índice desce para 2%, retratando uma associação entre disparidade racial e de gênero

Equidade racial

Quando se faz um recorte para aferir a representatividade de afrodescendentes nas empresas farmacêuticas, é ainda maior a necessidade de aprimoramento. Apenas 3% das respondentes possuem programas para promover a inserção de negros em cargos estratégicos e se resume a quatro o número de projetos dessa natureza no setor.

O fato de pretos e pardos constituírem cerca de 50% da população está longe de refletir sua participação no mundo corporativo. Uma pesquisa feita com mais de 500 empresas brasileiras pelo Instituto Ethos e Banco Interamericano de Desenvolvimento revelou que eles ocupam apenas 4,7% das posições executivas.

Esse indicador é equivalente na indústria farmacêutica. Do total de líderes do setor, apenas 4,4% são afrodescendentes. O gráfico a seguir demonstra que enfrentam grandes dificuldades para se desenvolver na carreira e ocupar posições de comando. No caso das mulheres afrodescendentes, além da disparidade racial, ocorre também uma disparidade de gêneros.

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 61

Mulheres afrodescendentes em posição de liderança

0,1%

0%

0%

4,3%

2,7%

0,9%

CEO

Vice-presidência

Membro do Conselho de

Administração

Diretoria

Gerência

Coordenação

Quando se considera a representatividade das mulheres negras no setor, o funil se estreita ainda mais: entre as líderes, apenas 2% são afrodescendentes. As barreiras para ascensão profissional se equiparam às dos homens negros, exceto nos cargos de gerência, nos quais elas levam alguma vantagem.

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Pessoas com Deficiência

O Brasil possui mais de 45 milhões de Pessoas com Deficiência (PCDs), o equivalente a 24% da população, conforme o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, no mercado de trabalho elas são apenas 0,9% do total de carteiras assinadas.

O Ministério do Trabalho registra que está aumentando gradativamente o número de PCDs empregadas. Em 2016, foi 3,8% maior do que em 2015.

Na indústria farmacêutica, essa tendência foi incomparavelmente mais elevada. O número de PCDs contratadas passou de 760 em 2016 para 3.470 em 2017 – um crescimento de 357%.

O contingente de PCDs em posição de liderança também aumentou, passando de 22 para 36 – incremento de 65%. Porém, as barreiras de ascensão persistem, acrescidas das desigualdades de gênero: desse total, 23 são homens e 13 são mulheres. Os líderes com deficiência representam 1% da liderança masculina. As líderes com deficiência equivalem a 0,4% da liderança feminina.

42% dos laboratórios possuem programas para Pessoas com Deficiência, que somam 3.470 colaboradores no setor

58% Não (18)

42% Sim (13)

Empresas com programas para Pessoas com Deficiência

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 63

Mulheres com deficiência em posição de liderança (em relação ao total da liderança feminina)

Homens com deficiência em posição de liderança (em relação ao total da liderança masculina)

0% 0%

0% 0%

0% 0%

0,13% 0,30%

0,20% 0,15%

0,07% 0,09%

CEO CEO

Vice-presidência Vice-presidência

Membro do Conselho de

Administração

Membro do Conselho de

Administração

Diretoria Diretoria

Gerência Gerência

Coordenação Coordenação

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100% Sim (32)

Ética e Transparência

Em 2017, a indústria farmacêutica continuou a investir em mecanismos de ética e compliance, consolidando e aprimorando uma tendência que teve grande expansão no ano anterior.

Para aperfeiçoar e ampliar seus mecanismos de combate à corrupção, controle interno, redução de riscos e estabelecimento de padrões de integridade na relação com os públicos de interesse, os laboratórios implementaram 1.919 projetos no campo da ética e transparência.

De todas as áreas abordadas neste relatório, essa foi a que contou com o

maior número de programas e iniciativas no ano passado, superando em 94% o total de ações executadas em 2016.

Uma análise da relação públicos x projetos revela que houve aumento de iniciativas de compliance para com todos os stakeholders. Os colaboradores foram os principais alvos das ações de prevenção e combate à corrupção e apenas para eles as empresas implementaram 1.790 projetos.

Fornecedores, profissionais de saúde e distribuidores vieram respectivamente em segundo, terceiro e quarto lugares no

O setor destinou 1.919 projetos à prevenção e combate à corrupção, que envolveram todos os públicos de relacionamento das empresas

Mantém iniciativas de combate à corrupção

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 65

ranking de prioridades das companhias. Mas, ainda que em menor escala, elas implementaram projetos também para os outros públicos de interesse: governo, pacientes, estabelecimentos de saúde, saúde suplementar, profissionais do varejo, imprensa e a comunidade.

Já os investimentos dos laboratórios em ações de compliance cresceram 63% na comparação com 2016, totalizando cerca de R$ 1,5 milhão. Os maiores aportes de recursos foram direcionados para colaboradores, profissionais de saúde, fornecedores e pacientes.

Vale lembrar que 2017 foi um ano em que as operações de combate à corrupção e as prisões prosseguiram no País, gravações e delações respingaram em notórias figuras públicas e malas de dinheiro foram filmadas ou apreendidas.

Não por acaso, o País ficou em 96º lugar no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) elaborado pela Transparência Internacional – a pior colocação em cinco anos. De acordo com a análise feita pela organização, o resultado se deve à percepção de que, apesar dos avanços promovidos pelas investigações e prisões, o Brasil não foi capaz de implementar medidas para atacar de maneira sistêmica o problema.

Segundo estimativas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), todos os anos, um trilhão de dólares é pago em subornos no mundo e cerca de 2,6 trilhões de dólares são roubados em atos de corrupção, o que representa mais de 5% do PIB mundial.

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Código de Ética/Conduta

O Código de Conduta é parte importante do Programa de Integridade, cuja finalidade é mitigar ocorrências de corrupção e desvios éticos. A sua adoção é uma prática que vem crescendo no setor e que se consolidou nos últimos dois anos, conforme demonstra o gráfico abaixo.

Entre as associadas da INTERFARMA, a adoção do Código é acompanhada de treinamentos e reciclagem dos colaboradores para alinhamento com os seus princípios éticos. Ao longo do ano, 17.705 funcionários receberam treinamentos relativos à compliance, sendo que 100% dos funcionários já passaram por esse tipo de capacitação.

Pacto Global da ONU

O Pacto Global das Nações Unidas é o porta-voz oficial dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o setor privado, promovendo ações coletivas e o diálogo entre empresas, governo, sociedade civil e agências da ONU (Organização das Nações Unidas). Empresas que aderem apoiam os dez princípios, que englobam Direitos Humanos, Direitos do Trabalho, Proteção do Meio Ambiente e Combate à Corrupção em todas as suas formas – áreas que este relatório contempla, acrescidas dos indicadores FarmaSustentável específicos da indústria farmacêutica.

O Pacto Global pressupõe que o setor privado desempenha um papel essencial na aplicação dos ODS como grande detentor de poder econômico, propulsor de inovações e tecnologias, influenciador e engajador dos mais diversos públicos – desde governos, fornecedores a consumidores.

A Rede Brasil do Pacto Global é a terceira maior do mundo – atrás de Espanha e França - e a maior das Américas e do Hemisfério Sul. A organização conta com 751 signatários no País, dos quais 536 são empresas. Nesse grupo, houve um incremente dos membros de 8,7% em relação ao ano anterior.

Código de Conduta - Comparativo

93%

97%100% 100%

88%

2013 2014 2015 2016 2017

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 67

No setor farmacêutico, 64% das respondentes do relatório se disseram signatárias do Pacto Global – um aumento de 10,5% no último ano. 88% reportaram que a assinatura foi feita pela matriz. Ainda que lenta, a adesão dos laboratórios tem apresentado uma curva ascendente nos últimos anos.

Relatório de Sustentabilidade

Por tradição, a indústria farmacêutica costuma reportar seus dados de sustentabilidade à matriz para elaboração de um relatório global. Isso explica os baixos índices de empresas que publicam relatório de sustentabilidade no Brasil.

No ano passado, apenas 27% das participantes elaboraram documento próprio, mantendo desde 2013 um índice abaixo de 30%, exceto em 2014, quando o indicador chegou a 32%.

Adesão ao Pacto Global da ONU

52%

43%

58%

64%

31%

2013 2014 2015 2016 2017

73% Não (24)

27% Sim (9)

Relatório de sustentabilidade no Brasil

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Engajamento de públicos de interesse

A indústria farmacêutica tem desenvolvido um processo de diálogo formalizado com seus públicos de relacionamento, como indica o gráfico ao lado. No último ano, o número de laboratórios que mantiveram canais de comunicação abertos cresceu em relação a todos os stakeholders.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas, a área da Saúde passou a incluir de forma cada vez mais explícita a preocupação com códigos de conduta e questões referentes à ética e compliance. O objetivo é dar maior transparência à gestão dos serviços e à conduta dos profissionais que neles atuam.

Além de comprovar que agem de acordo com as diretrizes legais, como a Lei Anticorrupção, as empresas tem buscado imprimir maior rigor ao seu amplo leque de relacionamentos, de modo que suas políticas internas possam garantir a segurança da instituição e de seus públicos, entre eles pacientes e consumidores.

Vale pontuar que esse é um setor no qual a interação entre o público e o privado está entranhada no cerne da operação.

Engajamento de públicos de interesse

100%

83%

52%

100%

97%

Análise técnica e discussão

com instituições pagadoras

Relação comercial justa

com parceiros comerciais

Desenvolvimento contínuo de

parceiros comerciais

Diálogo com profissionais da

imprensa

Diálogo com profissionais de

saúde

A participação de 97% dos laboratórios em comitês e conselhos que intermediam a interlocução com fontes pagadoras, como o Governo e agências reguladoras (que regulamentam e fiscalizam a prestação de bens e serviços) é um indicador dessa tendência. Ela subiu 44% apenas no último ano e 115% desde 2013.

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 69

22% Não (7)

78% Sim (25)

Prioriza a contratação de fornecedores com práticas de Compliance e/ou Código de Conduta

mecanismos para identificação e seleção de parceiros idôneos, comprometidos com as boas práticas de mercado. Fazem parte dessa relação o monitoramento contínuo – inclusive com auditorias periódicas – para antecipação ou correção de desvios.

Para financiar essas ações de compliance, a indústria farmacêutica destinou R$ 1,6 milhão à interação com seus mais de 25 mil fornecedores.

Em época de redes sociais, a comunicação com os clientes não se tornou apenas mais ágil e personalizada, ela passou a ser também mais interativa. No último ano, cresceu de 82% para 93% o percentual de empresas que reportaram a influência dos stakeholders na tomada de decisões. O próprio Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) passou também a desempenhar esse papel na maioria delas. Essa função estratégica do SAC foi incorporada por 90% das companhias, oito pontos acima do indicador de 2016.

Além disso, 100% das respondentes mantêm SACs com indicadores de desempenho e 53% utilizam ferramentas específicas para conhecer a opinião dos clientes. Em 2017, foram realizadas cerca de 116 mil pesquisas de satisfação. O índice de satisfação apurado foi de 95%. Já 4,8% das pessoas consultadas se disseram insatisfeitas e 0,20% indiferentes.

6% Não (2)

94% Sim (30)

Avalia práticas de sustentabilidade na contratação de fornecedores

A criteriosa seleção de fornecedores é outra medida que ganhou espaço nos programas de integridade das companhias, que passaram a utilizar

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90% Sim (26)

10% Não (3)

O SAC tinha representação nos processos de tomada de decisão

93% Sim (27)

7% Não (2)

Os clientes influenciaram as decisões da empresa

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 71

Programa de Integridade da Daiichi Sankyo Brasil promove melhoria de processos e prevenção de desvios de conduta

Diretrizes foram aplicadas a todos os públicos de relacionamento

Para melhorar processos e procedimentos internos e conferir maior transparência à interação com seus públicos de relacionamento, a Daiichi Sankyo Brasil implementou um Programa de Integridade que possibilitou à empresa elevar o patamar de suas políticas internas e, além disso, compartilhar uma visão de melhoria contínua a seus colaboradores.

Batizado internamente de PROGRID, engloba um conjunto de medidas que viabilizam as três principais competências da área de Compliance: prevenir, que envolve o cumprimento das normas e legislações para evitar desvios de conduta; detectar, que inclui monitoramento e canal de denúncias para identificar desvios de conduta; e sanar, tomar as medidas cabíveis para interrompê-los.

A empresa adotou também os cinco pilares essenciais a um Programa de Integridade: suporte da alta administração; Código de Conduta, políticas e legislações aplicáveis a

todos os colaboradores e parceiros externos; treinamento e comunicação das normas da empresa a todos os colaboradores e terceiros; criação de um canal confidencial acessível ao público interno e externo; e monitoramento constante, com auditorias regulares, para aferir se o programa caminha na direção correta e funciona conforme planejado.

O PROGRID trouxe como resultados melhoria de processos, maior transparência nas interações da empresa e visibilidade a suas ações de compliance, proximidade com as áreas de negócios para viabilização de novos projetos alinhados com as regras éticas e atuação efetiva para a prevenção de riscos relacionados a desvios de conduta.

Empresa usou treinamentos e comunicação para disseminar as diretrizes do programa

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Meio AmbienteCrescer de maneira sustentável, levando em conta a preservação do meio ambiente – o que implica na utilização mais eficiente dos recursos naturais e na redução dos impactos gerados pela atividade produtiva – tem sido o fio condutor da atuação da indústria farmacêutica nessa área.

Recentemente, um novo passo começou a ser desenhado pelas empresas em conjunto com as autoridades ambientais para propiciar mecanismos de descarte de medicamentos vencidos ou sem uso.

De acordo com o ICTQ (Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade), esse sistema, denominado logística reversa, é um dos pontos mais importantes da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Está ligado diretamente ao princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre fabricantes, comerciantes, consumidores e poder público.

O Brasil está entre os dez Países que mais consomem medicamento no mundo, segundo dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o descarte é uma questão relevante, já que os resíduos medicamentosos podem causar danos ao meio ambiente.

No que diz respeito à atuação do setor em relação ao meio ambiente, depois de um crescimento de 380% em 2015 e de uma queda acentuada em 2016, os investimentos retomaram o caminho ascendente, passando de R$ 9,3 milhões para R$ 11,8 milhões, acréscimo de 28%. O total de projetos implementados seguiu na mesma direção, saltando de 56 iniciativas para 67 – incremento de 20%.

Os laboratórios fizeram uma gestão mais efetiva do seu ecossistema ambiental, investindo em monitoramento e no estabelecimento de metas

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 73

Iniciativas internas de gestão ambiental

Entre as participantes do relatório, 77% possuem políticas de meio ambiente e 83% desenvolvem programas de gestão ambiental. O levantamento revela que, em 2017, as empresas realizaram um controle bem mais efetivo do uso dos recursos naturais empregados na produção e das emissões e resíduos gerados.

O percentual de insumos reciclados na fabricação dos principais produtos e serviços cresceu 11%, chegando a 59% do total utilizado. Paralelamente, as empresas reciclaram 215 milhões de litros de água – cerca de 5% a menos que no anterior – mas muito acima dos 120 milhões reutilizados em 2015, conseguindo praticamente manter a média de reuso anterior.

O total de empresas que não possuiam sistema de monitoramento com metas caiu de 25% em 2016 para 10% no ano passado. Eram 35% em 2015, o que demonstra a preocupação do setor com a otimização desses bens e redução dos impactos.

O gráfico comparativo detalha como foi expressivo, no último ano, o aumento de laboratórios que passaram a se preocupar com uma gestão mais efetiva do seu ecossistema ambiental.

Ainda que tenha havido melhora no que diz respeito à emissão de gases de efeito estufa – como o dióxido de carbono (CO2), principal causador do problema – há espaço para a indústria farmacêutica aprimorar sua atuação nesse quesito. 71% disseram medir as emissões e, entre essas, 80% possuem iniciativas para diminui-las. Porém, alternativas como a compensação da emissão por meio de créditos de carbono, ainda não são utilizadas pelo setor.

Sistema de monitoramento com metas específicas - Comparativo

67%

76%

52%

10%

76%

54%

57%

43%

25%

54%

Aumento da eficiência energética

Redução da geração de resíduos sólidos

Redução da emissão de CO2 e outros

gases

Não possui sistema de monitoramento

para os itens citados

Redução do consumo de água

2017 2016

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80% Sim (16)

20% Não (4)

Possui iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa

29% Não (6)

71% Sim (15)

Mede as emissões de gases de efeito estufa

100% Não (20)

Compensa as emissões de gases de efeito estufa por meio de créditos de carbono

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 75

Iniciativas ambientais externas

53%

60%

55%

75%

33%

50%Participou de conselhos/comitês

Preservação da biodiversidade

Prevenção ao uso de materiais/

insumos de exploração ilegal

Uso de fontes de energia renováveis

Descarte adequado de produtos após a

utilização

Ampliação do nível de informação

da Comunidade/Sociedade

Iniciativas externas de gestão ambiental

Em relação às questões que envolvem o meio ambiente externo e a comunidade do entorno, os resultados não foram tão vistosos quanto os alcançados para aprimorar os fatores internos. De modo geral, os laboratórios se mantiveram no mesmo patamar de 2016, oscilando para baixo em alguns quesitos.

É o caso da adoção de mecanismos de descarte adequado de produtos após a utilização pelos usuários, para reduzir o impacto ambiental. O tema remete diretamente à implantação do sistema de logística reversa, sobre o qual a indústria está conversando com as autoridades. O percentual de empresas com esse tipo de iniciativa caiu de 72% para 60% no último ano.

Em contrapartida, um dos avanços que merece registro é o aumento de 71% para 75% de empresas que possuem políticas específicas de não utilização de materiais e insumos provenientes de exploração ilegal de recursos naturais, como madeira, animais e outros produtos florestais.

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Colaboradores da Abbot desenvolvem programa para reaproveitamento e reuso de água

Além de gerar economia, a iniciativa mobilizou vários públicosUma equipe multidisciplinar da Abbot desenvolveu um processo inovador de gestão de água na fábrica do Rio de Janeiro. O grupo realizou todas as etapas do programa, do estudo inicial às discussões técnicas e comerciais, culminando na implantação de projetos de engenharia e iniciativas para reaproveitamento, reuso e economia de água.

Além do desenvolvimento do sistema, a equipe implementou ações de conscientização com vários públicos, entre eles um programa de educação ambiental para funcionários, seus filhos e para a comunidade, que mobilizou 120 pessoas.

Foram realizadas três oficinas lúdicas para os dependentes de colaboradores e crianças da comunidade próxima, além de um workshop técnico para universitários do curso de Engenharia Ambiental de instituições do estado do Rio de Janeiro.

Paralelamente, foram instalados coletores de águas pluviais com recipientes reutilizados do processo produtivo.

Com o objetivo de reaproveitar também os efluentes industriais tratados, foi implantado um sistema de filtração por osmose reversa.

Para viabilizar o projeto técnica e economicamente, a equipe fez parcerias comerciais com empresas externas que arcaram com o investimento e custos operacionais e compartilharam os lucros.

O programa permitiu que 30% da água utilizada na planta industrial fosse proveniente de reuso. Além disso, promoveu uma redução de 24% no consumo de água em um ano e gerou três prêmios para a Abbot, - dois no Brasil e um global da companhia - como empresa que adota as melhores práticas socioambientais.

Oficina com universitários sobre reuso de água por osmose reversa

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Empresas com princípios de governança

97%92% 94%

89%

2014 2015 2016 2017

Governança

O cenário econômico e o movimento do mercado em direção à ética e transparência têm impulsionado as empresas brasileiras a avançar na adoção de práticas de governança corporativa, segundo a consultoria Deloitte, que tem avaliado periodicamente a evolução desse sistema no País.

O índice Estadão Empresas Mais de Governança Corporativa 2018 aponta outra vertente da questão: as empresas brasileiras estão mais maduras e isso possibilita que invistam cada vez mais no aprimoramento de seus modelos de governança e gestão.

Essa tendência que emerge desses estudos e rankings confirma-se também na indústria farmacêutica. Das 33 empresas respondentes desse relatório,

94% observam princípios de governança e transparência.

Tomando como base a série histórica iniciada em 2014, quando esse parâmetro começou a ser medido, fica claro que os laboratórios têm investido na melhoria de suas práticas e modelos de gestão e que a governança é um sistema bem consolidado no setor.

94% das empresas farmacêuticas possuem sistema de governança, prática bem consolidada no setor

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 79

Os princípios básicos da governança envolvem a transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade. O órgão central do sistema de governança – que varia de acordo com a empresa – é o principal garantidor desses princípios, responsável pelo direcionamento estratégico e o que norteia as relações da organização com os públicos de interesse.

No que diz respeito ao envolvimento do órgão de governança com os temas de sustentabilidade, a maioria das empresas farmacêuticas conta com executivos responsáveis pelas áreas econômica, social e ambiental, que se reportam diretamente ao órgão máximo.

Além disso, 77% das companhias têm processos estabelecidos para municiar o alto órgão de governança com informações sobre esses tópicos, de modo a ampliar e aprimorar o seu conhecimento.

Conforme o Censo 2016 realizado pelo GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas), 95% das 116 participantes daquele estudo adotam práticas de transparência e relacionamento com as partes interessadas.

O mesmo ocorre com a indústria farmacêutica, que dialoga e mantém uma relação estruturada – inclusive com programas e projetos específicos - com todos os seus stakeholders.

No levantamento realizado para esse relatório, 81% das empresas disseram que a interação com os públicos e os processos de consulta são utilizados para apoiar o mais alto órgão de governança na identificação e gestão de impactos, riscos e oportunidades relativos às questões de sustentabilidade.

De acordo com análise do GIFE, diversas organizações têm aliado a incorporação de princípios e práticas de boa governança a um modelo de gestão mais efetivo, transparente e participativo para ampliar sua legitimidade e aprimorar resultados.

81% Sim (26)

19% Não (6)

Possui executivos responsáveis pelos tópicos econômicos, ambientais e sociais que se reportam diretamente ao órgão de Governança

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Considerações finaisO Relatório de Sustentabilidade 2018/Ano Base 2017, o oitavo elaborado pela INTERFARMA, apresentou uma grande evolução em todos os parâmetros analisados. Foi o segundo em número de empresas participantes, (33 no total, equivalentes a 62% das associadas da entidade no ano passado) que contribuíram para aumentar o conhecimento sobre a atuação do setor.

Os resultados mostram que, apesar das inúmeras crises que o país atravessou no período, os laboratórios seguiram adiante e fizeram a sua parte. O volume de iniciativas cresceu em todos os indicadores avaliados. O aporte de recursos também.

Ao contrário do relatório anterior, no qual houve uma concentração do investimento em Inovação e Ética, em 2017 as empresas ampliaram o foco e distribuíram seus recursos também para Meio Ambiente, Investimento Social Privado, Acesso, Uso Correto de Medicamentos, Governança e Empregabilidade.

Evidentemente, “arrumar” a casa estará sempre no centro das atenções: inovação é o cerne da atividade da indústria farmacêutica e do qual depende a sua sobrevivência. Formar e reter talentos e manter um bom clima organizacional, com diversidade e inclusão, idem.

Não menos importante, nos dias de hoje é mandatório canalizar esforços para que os conceitos de Ética e Compliance estejam cada vez mais entranhados na cultura da empresa e se estendam aos seus públicos de relacionamento.

Para companhias que nasceram para preservar e cuidar da vida, olhar também para fora é inescapável. Desse entendimento derivaram em 2017 milhares de ações de investimento social, voluntariado, doações, bem como programas de meio ambiente – internos e externos, voltados à comunidade – além de iniciativas dirigidas à população e aos cuidados com os pacientes.

Não restam dúvidas de que sempre é possível melhorar. Um exemplo é a questão da equidade de gêneros, racial e a inclusão de Pessoas com Deficiência, que demandam medidas mais assertivas por parte da indústria. Os investimentos em ações sociais também têm bastante espaço para crescer. No tocante ao Meio Ambiente, ainda há um caminho de aprimoramento a trilhar, para melhorar, por exemplo, a emissão de gases de efeito estufa e avaliar a utilização de ferramentas como o mercado de créditos de carbono.

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 81

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Relatório de Sustentabilidade 2018 • Ano Base 2017 83

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