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EMISSOR DGAPPF/DFFAP
DATA: 30 / 06 / 2018
EMISSOR DGAPPF/DFFAP
TÍTULO RELATÓRIO DE PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE ORGANISMOS DE
QUARENTENA 2017
RELATÓRIO DE PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E
CONTROLO DE ORGANISMOS DE QUARENTENA
2017
Departamento de Gestão de Áreas Públicas e de Proteção Florestal
Divisão de Fitossanidade Florestal e Arvoredo Protegido
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Execução de Programas de prospeção, monitorização e controlo de organismos de quarentena – relato sumário, 2017 – Elaborado pela Divisão de Fitossanidade Florestal e de Arvoredo Protegido Dina Ribeiro Rita Fernandes Fontes de Informação: ICNF, I.P., Manuais de Procedimentos Internos, Relatórios e Sistemade Gestão de Informação e Sanidade Florestal
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ÍNDICE 1. Introdução ............................................................................................................................. 2
2. Prospeção, Monitorização e Controlo de Organismos de Quarentena ................................ 4
2.1. Agrilus anxius ..................................................................................................................... 5
2.2. Agrilus planipennis ............................................................................................................ 5
2.3. Atropellis spp. ..................................................................................................................... 6
2.4. Dendrolimus sibiricus ......................................................................................................... 6
2.5. Monochamus spp. (não europeias) ................................................................................... 7
2.6. Pissodes spp. (não europeias) ............................................................................................ 7
2.7. Anoplophora chinensis ....................................................................................................... 8
2.8. Anoplophora glabripennis .................................................................................................. 9
2.9. Bursaphelenchus xylophilus ............................................................................................... 9
2.10. Fusarium circinatum ....................................................................................................... 11
2.11. Xylella fastidiosa ............................................................................................................. 12
2.12. Popillia japonica ............................................................................................................. 13
2.13. Xylosandrus crassiusculus .............................................................................................. 14
2.14. Phytophthora ramorum ................................................................................................. 15
3. Operacionalização da Prospeção ........................................................................................ 16
4. resultados ............................................................................................................................ 17
4.1. Agrilus anxius ................................................................................................................... 17
4.2. Agrilus planipennis .......................................................................................................... 19
4.3. Atropellis spp. ................................................................................................................... 20
4.4. Dendrolimus sibiricus ....................................................................................................... 22
4.5. Monochamus spp. (não europeias) ................................................................................. 24
4.6. Pissodes spp. (não europeias) .......................................................................................... 26
4.7. Anoplophora chinensis ..................................................................................................... 28
4.8. Anoplophora glabripennis ................................................................................................ 29
4.9. Xylella fastidiosa ............................................................................................................... 31
4.10. Popillia japonica ............................................................................................................. 34
4.11. Xylosandrus crassiusculus .............................................................................................. 36
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4.12. Phytophthora ramorum ................................................................................................. 37
5. Conclusão ............................................................................................................................ 40
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1. INTRODUÇÃO
As florestas são um recurso de valor incalculável que nos permite ter acesso a um leque
variado de bens e serviços de cariz ambiental, cultural e económico fornecendo não só bens
importantes como madeira, combustíveis, fibras, recursos alimentares e químicos, mas
também proporcionando serviços vitais como o combate à desertificação, proteção das linhas
de água, manutenção da biodiversidade, regulação climática, entre outros. No entanto, as
florestas estão sujeitas a uma grande diversidade de fatores que colocam em causa a
manutenção do fornecimento destes bens e serviços, como por exemplo a ocorrência de fogos
florestais, o abandono das terras e a existência de problemas fitossanitários.
Os problemas fitossanitários, em resultado do aumento do comércio intracomunitário e
internacional de espécimes e de produtos e subprodutos florestais e da própria circulação de
pessoas têm vindo a ganhar escala e representatividade, constituindo uma séria ameaça à
sanidade florestal e acarretando consequências potencialmente nefastas para a
sustentabilidade das fileiras florestais e para a sua gestão.
Alguns problemas fitossanitários estão já presentes na União Europeia (UE), sendo disso
exemplo a murchidão-dos-pinheiros, causada pelo nemátodo-da-madeira-do-pinheiro (NMP)
Bursaphelenchus xylophilus, ou o cancro-resinoso-do-pinheiro, causado pelo fungo Fusarium
circinatum, mas há um número muito superior de agentes bióticos nocivos (ABN) que
ameaçam entrar no espaço comum e no nosso país, com potencial para provocar danos e
prejuízos elevados na nossa floresta. Ambos os referidos organismos se encontram
enquadrados na Lista A2 da Organização Mediterrânica para a Proteção das Plantas (OEPP). É
também de destacar a presença da bactéria Xylella fastidiosa no espaço da UE, incluída pela
OEPP na Lista A1, pela generalidade de potenciais hospedeiros que pode atingir e pela
violência da doença que causa e que se repercute em avultados prejuízos em áreas agrícolas e
florestais.
No que diz respeito à temática dos problemas fitossanitários, deverá também ser considerado
um conjunto de outros organismos classificados como sendo de quarentena que, apesar de
ainda não terem sido detetados em Portugal, deverão ser alvo de planos de contingência
específicos e de ações de prospeção com o intuito de promover uma eventual deteção tão
precoce quanto possível, que permita uma resposta rápida e efetiva com vista à sua
erradicação. Neste contexto é evidente a extrema importância do estabelecimento de planos
de ação para a prospeção e monitorização de organismos de quarentena já detetados em
Portugal, e de planos de contingência para os que ainda não foram detetados no nosso
território, como forma de permitir a implementação de medidas preventivas de erradicação e
controlo adequadas.
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Apresentam-se pois, neste relatório, os principais resultados obtidos durante o ano de 2017,
relacionados com a execução dos planos de atuação direcionados para os organismos de
quarentena objeto de cofinanciamento comunitário, cujas correspondentes espécies
hospedeiras têm sido sujeitas a ações de prospeção legalmente impostas, independentemente
de não terem até ao momento sido detetados os organismos nocivos em causa.
Os resultados relativos à prospeção e monitorização dos organismos de quarentena
Bursaphelenchus xilophilus e Fusarium circinatum, que estão presentes no nosso país, serão
tratadas em relatórios específicos e disponibilizados em
http://www.icnf.pt/portal/florestas/prag-doe/plan-rel//rel em virtude da sua monitorização,
prospeção e controlo se encontrarem abrangidos por regulamentação específica.
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2. PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE ORGANISMOS DE QUARENTENA
A Comissão Europeia (CE) emitiu, em 2015, orientações relativas ao cofinanciamento de
programas de prospeção cujo objetivo seja a determinação da presença de pragas (Diretiva
2000/29/CE, nomeadamente o artigo 23.º, n.º6 ) que serviram de base para a elaboração da
lista de ABN a prospetar em 2017, no nosso país. Portugal apresentou um programa de
prospeção e monitorização a aplicar em 2017 e que foi aprovado para cofinanciamento, dado
corresponder às orientações da CE, através da Grant Decision SANTE/PH/2017/PT/SI2.749425.
A inclusão das pragas no Programa Nacional de Prospeção, coordenado pela DGAV, para além
das diretrizes comunitárias, considerou:
• a importância das espécies hospedeiras para a floresta portuguesa e para a UE;
• a presença de hospedeiros;
• a situação em Portugal e na Europa no que se refere à presença de pragas, com
especial ênfase para o NMP devido à prospeção intensa que deve ser realizada
decorrente da Decisão de Execução da Comissão 2012/535/EU, de 26 de setembro e
do Decreto-Lei n.º 95/2011, de 8 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-Lei
n.º 123/2015, de 3 de julho.
Os ABN prospetados em 2017 foram divididos em 4 áreas, tal como consta da Tabela 1.
Quadro 1 – Distribuição dos ABN pelas diferentes áreas, segundo as orientações da Comissão Europeia.
Área Agente biótico nocivo
Área A - Pragas não presentes na União Europeia
Agrilis anxius
Agrilus palnipennis
Atropellis spp.
Dendrolimus sibiricus
Monochamus spp. (não europeias)
Pissodes spp. (não europeias)
Área B - Pragas sujeitas a medidas regulamentares
Anoplophora chinensis
Anoplophora glabripennis
Bursaphelenchus xylophilus
Fusarium circinatum
Xylella fastidiosa
Área C - Pragas com importância no comércio intra e extra comunitário
Popillia japonica
Área D - Pragas não listadas mas que representam perigo para EU Xylosandrus crassiusculus
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2.1. Agrilus anxius
O inseto Agrilus anxius é um besouro originário da América do Norte, que existe apenas nos
Estados Unidos da América (EUA) e no Canadá, é considerado uma praga nas florestas de
espécies do género Betula, dado que é responsável pelo seu declínio. Nesta região do
continente americano quase todas as espécies do género Betula são muito sensíveis ao inseto
A. Anxius, com especial destaque para a elevada suscetibilidade apresentada pelas espécies
europeias B. pendula e B. pubescens e as espécies asiáticas, independentemente do seu estado
geral, enquanto as espécies de bétula nativas são atacadas apenas quando se encontram
fragilizadas ou em condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento.
O principal veículo de entrada deste inseto no espaço europeu e principal fator conducente à
sua disseminação é o comércio de madeiras, pelo que o aumento das importações de estilha
para bioenergia, dos EUA e Canadá, está a causar sérias preocupações. Simultaneamente, a
análise de risco da praga, elaborada sob a égide da OEPP, concluiu que, considerando os dados
existentes sobre o movimento das espécies hospedeiras, as formas de disseminação, e a
suscetibilidade das espécies europeias de bétula, o inseto A. anxius é uma séria ameaça para
as florestas da Europa devendo ser tomadas medidas fitossanitárias eficazes para reduzir o
risco de introdução deste inseto.
Os sintomas comummente associados a esta praga são o amarelecimento das folhas, morte de
galhos e ramos, galerias larvares com curvas acentuadas e cheias de serrim, protuberâncias no
tronco e ramos e orifícios de saída com forma de um “D”. Os danos nas árvores são resultantes
da alimentação das larvas no câmbio já que a alimentação dos indivíduos adultos, nas folhas,
não causa danos significativos. O período de observação mais adequado dos sintomas é de
junho a dezembro.
2.2. Agrilus planipennis
O inseto Agrilus planipennis é uma espécie de besouro originário da Ásia (China, Japão, Coreia,
Taipé, Mongólia e região asiática da Rússia), característico pela sua coloração verde-
esmeralda, que fora do seu habitat natural é uma espécie invasora e altamente destrutiva para
as espécies do género Fraxinus. Esta espécie foi identificada também nos EUA em 2002,
pensando-se que foi aí introduzido na última década do século XX através de embalagens de
madeira e material de suporte de contentores, tendo desde então destruído milhões de
árvores de espécies de freixos nativos, tanto nos EUA como no Canadá.
Os sintomas aliados à presença deste inseto são o amarelecimento e rarear das folhas, galerias
larvares com características curvas acentuadas e cheias de serrim, sob a casca, e orifícios de
saída em forma de “D”, sendo mais facilmente observáveis no período compreendido de junho
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a setembro. São as larvas deste inseto, através da sua alimentação, as responsáveis pelos
danos no sistema vascular dos hospedeiros.
Tal como indica a OEPP, dado que não se conhecem espécies europeias do género Agrilus que
ataquem freixos, a presença de galerias em espécimes de freixo deve ser considerado um sinal
de alerta.
2.3. Atropellis spp.
O fungo Atropellis é originário da América do Norte, constituindo os EUA e o Canadá a sua área
de distribuição geográfica. Este fungo ataca árvores do género Pinus, causando cancros que
levam à destruição do câmbio e conduzem a distorções no crescimento, podendo estes
cancros desenvolver-se nos tronco ou em pequenos ramos, adquirindo a madeira localizada
sob os cancros coloração azul a preta.
Os danos causados por este fungo são mais severos em povoamentos muito densos ou em
locais com condições menos adequadas para as espécies hospedeiras mas raramente leva à
morte do hospedeiro, já que o fungo se desenvolve lentamente e não é muito agressivo.
Contudo a ocorrência de apenas um cancro pode levar à morte de pequenas árvores menos
vigorosas e, em caso de ocorrência de múltiplos cancros, embora incomum, poderá conduzir à
morte de árvores vigorosas, caso os cancros rodeiem o tronco. Em árvores dominantes o
aparecimento de sintomas pode frequentemente demorar 20 ou mais anos Este fungo é
também responsável pela diminuição do crescimento em volume das árvores afetadas e pela
diminuição do valor económico da medira em resultado da coloração da madeira e do elevado
teor de resina.
Os principais sintomas da presença do fungo são exsudação abundante de resina na superfície
da casca durante o verão e na margem dos cancros ao longo da vida da árvore, manchas
necróticas castanho-escuras, com 5mm de diâmetro que ocorrem por baixo da casca, ritidoma
rachado e com aspeto canelado sobre os cancros e agulhas das árvores afetadas cloróticas no
verão. O período mais adequado para observação dos sintomas é de março a outubro.
2.4. Dendrolimus sibiricus
O inseto Dendrolimus sibiricus é uma borboleta que se pensa ser originária da Sibéria e que
constitui uma praga muito destrutiva para certas coníferas (Abies spp., Larix spp., Picea spp.,
Pinus spp. e Tsuga spp.). Aparentemente esta praga tem vindo a alastrar-se para oeste a uma
velocidade calculada de 40-50 km por ano, aproximando-se da UE.
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A dispersão local desta praga ocorre pelo voo natural das fêmeas, enquanto a dispersão a
longas distâncias se deve essencialmente ao comércio de plantas para plantação, de ramos
ornamentais, de madeira e de material de embalagem.
O sintoma indicador da presença deste inseto é a desfolha completa das árvores atacadas e os
sinais característicos são a presença de casulos nos ramos, cachos de ovos agarrados às folhas
e a presença de lagartas acinzentadas, muito peludas e com um tufo de pelo preto-azulado na
base do abdómen. A época mais adequada para a observação dos sinais da presença deste
organismo vai de maio a julho para a observação de adultos e de agosto a outubro para
observação das larvas, podendo ser colocadas armadilhas para captura deste inseto entre
junho e setembro.
2.5. Monochamus spp. (não europeias)
Os insetos do género Monochamus não são considerados uma praga em áreas florestais bem
geridas. No entanto, são considerados de elevado potencial risco fitossanitário por serem
vetores do NMP (Bursaphelenchus xylophilus), organismo reconhecidamente causador de
danos e prejuízos avultados nas florestas de coníferas, conduzindo à morte dos seus
hospedeiros, não obstante poderem também causar danos nos seus hospedeiros por ação
direta. As espécies não europeias do género Monochamus fazem parte da lista A1 da OEPP.
Os sintomas da presença destes insetos são generalistas, não mostrando os hospedeiros
quaisquer sintomas específicos da presença do inseto. Existem no entanto sinais e sintomas
que evidenciam a sua presença, nomeadamente a existência de posturas de ovos cónicos na
casca e galerias larvares em troncos secos, a secar ou recentemente cortados. Os adultos
destes insetos alimentam-se nos raminhos de árvores saudáveis e as larvas na madeira de
árvores recentemente cortadas ou em declínio. O período mais adequado para a observação
dos sintomas é de abril a outubro, podendo ser colocadas armadilhas para captura deste
inseto durante a sua época de voo, que decorre entre abril e outubro.
2.6. Pissodes spp. (não europeias)
Os insetos do género Pissodes são originários do continente norte-americano, podendo, em
função da espécie, ser encontrados em países como o Canadá, os EUA e/ou o México, onde
são responsáveis pela mortalidade de árvores jovens e prejuízos económicos resultantes da
desvalorização da madeira, podendo ainda atuar como vetores de fungos causadores de
cancros do tronco, designadamente Fusarium moniliforme var. subglutinans. Os insetos do
género Pissodes spp. (não europeias) reúnem algumas espécies de gorgulhos, como por
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exemplo Pissodes terminalis, Pissodes Strobi e Pissodes nemorensis e atacam árvores dos
géneros Cedrus, Picea e Pinus.
É sabido que os insetos de P. nemorensis têm preferência por espécimes fragilizados ou
recentemente mortos, enquanto os insetos de P.terminalis atacam sobretudo ápices terminais
vigorosos de árvores com altura compreendida entre os 2 e os 6 metros, por exemplo.
As espécies pertencente ao género Pissodes spp., em função da importância dos prejuízos que
podem causar e da sua distribuição geográfica, foram classificadas pela OEPP como espécies
de quarentena não existentes na União Europeia. Desta forma estes insetos estão sujeitos a
regulamentação específica, com objetivo de evitar a sua introdução, e subsequente dispersão,
na área comunitária. Entre estas medidas está prevista a instalação de armadilhas para captura
do inseto.
No que diz respeito aos sintomas associados à presença destes insetos estão agulhas
“queimadas”, galerias larvares, a existência de orifícios de saída circulares com diâmetro entre
2 e 4 mm, ápices encurvados, ramos em forma de garfo e queda das agulhas. A época mais
adequada para a observação de sintomas e sinais vai de março a setembro. No que diz
respeito à instalação de armadilhas para captura deste organismo, a época mais adequada é
entre março e agosto.
2.7. Anoplophora chinensis
O inseto Anoplophora chinensis é originário do continente asiático, existindo na China, Hong
Kong, Coreia, Vietname e Myanmar, podendo também ser encontrado nos EUA. No que diz
respeito ao território da UE, este inseto foi primeiramente detetado em Itália, em 2000, e
posteriormente em França e Holanda, respetivamente em 2003 e 2008.
É um inseto polífago com potencial para causar avultados prejuízos num amplo leque de
hospedeiros, constando da Lista A1 da OEPP como organismo de Quarentena. As espécies que
constituem maior risco na Europa estão listadas na Decisão de Execução da Comissão
2015/356/UE, de 12 de Junho.
Este organismo apresenta uma grande diversidade de espécies hospedeiras, nomeadamente
Acer spp., Aesculus hippocastanum, Alnus spp., Betula spp., Carpinus spp., Cerdiphyllum spp.,
Cornus spp., Corylus spp., Fagus spp., Malus spp., Platanus spp., Populus spp., Prunus
laurocerasus, Pyrus spp., Salix spp. e Ulmus spp..
Os principais sintomas aliados a esta espécie de insetos são a presença de feridas de postura
no ritidoma dos hospedeiros com escorrimento, orifícios de emergência ovalados na base do
tronco ou nas raízes, presença de serrim e presença de galerias larvares sob a casca.
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A dispersão destes insetos é facilitada pela circulação de material vegetal, na forma de ovos,
larva ou pupa em plantas envasadas, incluindo bonsai, e também em materiais de embalagem.
O ICNF, I.P. aprovou em 2014 o Plano de Contingência do Inseto Anoplophora chinensis,
podendo este ser consultado no portal em: http://www2.icnf.pt/portal/florestas/prag-
doe/plan-rel/resourc/doc/plan/plano-contigencia-Anophlora-chinensis-2014.
2.8. Anoplophora glabripennis
O inseto Anoplophora glabripennis é proveniente da China e responsável pela destruição de
árvores e elevados prejuízos económicos, podendo também ser encontrado na América do
Norte, desde 1996, e na Europa desde 2001, designadamente na Áustria em 2001, e
posteriormente em França, Itália, Holanda, Suíça, Reino Unido, Alemanha e Finlândia.
Tal como o inseto A. chinensis, é polífago e apresenta potencial para provocar grandes danos e
prejuízos numa grande variedade de plantas hospedeiras, tais como Acer spp., Aesculus
hippocastanum, Alnus spp., Betula spp., Carpinus spp., Cerdiphyllum spp., Cornus spp., Corylus
spp., Fagus spp., Malus spp., Platanus spp., Populus spp., Prunus laurocerasus, Pyrus spp., Salix
spp. e Ulmus spp..
Em consequência dos efeitos devastadores que pode causar, está listado pela OEPP como
espécie constante da Lista A1 da OEPP como organismo de Quarentena. As espécies que
constituem maior risco na Europa estão listadas na Decisão de Execução da Comissão
2015/356/UE, de 12 de Junho.
Este inseto apresenta como sintomas caraterísticos a presença de orifícios de entrada e de
saída na parte superior do tronco, feridas de postura, tuneis larvares em ângulo reto com o
orifício de saída, presença de serrim e desfolha das árvores.
A principal via de dispersão destes insetos é a circulação de material vegetal, na forma de
ovos, larva ou pupa em plantas envasadas, incluindo bonsai, e também em materiais de
embalagem. Dado que esta praga não foi até ao momento detetada em Portugal, entende-se
ser essencial proceder à implementação de medidas que permitam minimizar o risco da sua
entrada facilitar a execução de ação de erradicação atempadas e eficazes caso seja detetado,
pelo que um plano de contingência se encontra em fase de aprovação.
2.9. Bursaphelenchus xylophilus
O Nemátodo-da-madeira-do-pinheiro é uma praga originária do continente norte-americano e
detetado pela primeira vez no continente europeu em 1999, na península de Setúbal, em
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Portugal. Este organismo constitui uma séria ameaça para os povoamentos de pinho,
especialmente de Pinus pinaster, por ser o agente causal da “doença da murchidão do
pinheiro”. Este organismo ataca ainda plantas hospedeiras pertencentes aos géneros Abies
Mill., Cedrus Trew, Larix Mill., Picea A. Dietr., Pinus L., Pseudotsuga Carr. e Tsuga Carr..
Considerando o grau de danos e os impactos ecológicos, económicos e sociais que o nemátodo
pode originar na UE, é identificado pela OEPP como um organismo de quarentena, existindo
fortes restrições à circulação de plantas, material lenhoso, produtos e subprodutos das suas
espécies hospedeiras (com exceção dos seus frutos e sementes), medidas essas definidas na
Decisão de Execução da Comissão 2012/535/UE, de 26 de setembro, e no Decreto-Lei n.º
95/2011, de 8 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 123/2015, de 3 de julho,
e consubstanciadas no Plano de Ação Nacional para Controlo do Nemátodo-da-Madeira-do-
Pinheiro (PANCNMP).
O PANCNMP foi editado em 2013 e apresenta uma vigência de 5 anos (2013-2017),
encontrando-se atualmente em fase de revisão. A sua execução do plano é ainda sujeito,
anualmente, a avaliação por parte da Comissão Europeia (CE) através do Serviço Alimentar e
Veterinário (SAV ou FVO – Food and Veterinary Office) como forma de verificação da correta
implementação das medidas preconizadas. Este Plano de Ação inclui também as conclusões e
recomendações que vêm sendo referenciadas e produzidas pelas referidas Missões de
Inspeção da CE. Sublinha-se o facto de, apesar do PANCNMP apresentar um período de
vigência de 5 anos, é usualmente reformulado em função dos resultados obtidos pela
realização das diversas ações, dos desenvolvimentos que se verifiquem na área do
conhecimento científico relativo aos meios de controlo do NMP e em resultado de novas
orientações emitidas pela CE.
Entre as diversas ações inseridas no PANCNMP são de destacar:
• A prospeção de coníferas suscetíveis à infeção por NMP (coníferas hospedeiras),
amostragem para teste de presença de NMP e monitorização;
• A eliminação de árvores de árvores suscetíveis;
• O controlo da circulação de material lenhoso e material de embalagem proveniente de
coníferas hospedeiras de NMP, em particular no que diz respeito à sua circulação para
o exterior da Zona Tampão e inspeção de unidades industriais que processam e tratam
medeira e material de embalagem.
O Plano de Ação para este organismo pode ser consultado no portal do ICNF, I.P. em:
http://www2.icnf.pt/portal/florestas/prag-doe/ag-bn/nmp/resource/fich/pancnmp/planoNMP-
2013-2017.
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2.10. Fusarium circinatum
O fungo Fusarium circinatum Nirenberg & O’Donnell, também conhecido na sua forma
teleomorfa por Giberella circinata Nirenberg & O’Donnell e pelo nome comum cancro-
resinoso-do-pinheiro, pode levar a uma mortalidade expressiva em plantas hospedeiras do
género Pinus spp. e a danos consideráveis em plantas da espécie Pseudotsuga menziesii, sendo
mesmo considerado um dos mais importantes agentes bióticos nocivos que afeta sementes,
plantas de viveiros e árvores adultas. A sua presença e a aplicação das medidas de erradicação
legalmente previstas provocam avultados prejuízos económicos, nomeadamente nos
fornecedores de MFR, devido à destruição do material infetado e ao período de quarentena
imposto, o que inviabiliza a comercialização de plantas e a sua consequente disponibilização
para o mercado nacional.
O fungo é originário dos EUA mas encontra-se já disseminado por vários países do globo,
nomeadamente Chile, México, África do Sul, Japão, Espanha, Itália e Portugal e está catalogado
pela OEPP com organismo de quarentena inserido na Lista A2. No nosso país foi detetado pela
primeira vez em 2008, num viveiro florestal da região Centro e, desde então, têm sido
executadas as medidas de emergência contra a sua introdução e propagação, nomeadamente
ações de prospeção e monitorização previstas na Decisão da Comissão 2007/433/CE, de 18 de
junho, e na Portaria n.º 294/2013, de 27 de setembro.
As ações de prospeção assentam na observação de plantas em fornecedores de MFR e de
árvores adulta em povoamentos florestais, com recolha de amostras em todas as árvores que
apresentem sintomas da doença e em todos os lotes de plantas ou sementes. Estas ações de
prospeção estão divididas em três áreas de intervenção, com diferentes prioridades de
intervenção consoante o risco em cada uma das áreas, em virtude das limitações existentes ao
nível da disponibilidade de recursos humanos. As três áreas de atuação são as constantes na
figura 1.
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Figura 1 – Áreas de intervenção estabelecidas para prospeção de Fusarium circinatum
Os principais sintomas caraterísticos da ação deste fungo são a presença de cancros com
exsudação abundante de resina, agulhas com coloração alterada, murchidão dos ápices,
deformação do tronco, seca de ramos e queda de agulhas e morte das plantas e a sua
disseminação ocorre através do transporte de esporos pelo vento, água ou insetos e pela
circulação de plantas e sementes, sendo esta última a principal via de dispersão.
O Plano de Ação para Prospeção e erradicação do fungo Giberella circinata/Fusarium
circinatmu, para o período 2016-2020, pode ser consultado no Portal do ICNF, I.P. em:
http://www2.icnf.pt/portal/florestas/prag-doe/resource/doc/fusarium/PLANO-
ProspecFusarium-2016a2020-28-06-2016-aprvCD.pdf.
2.11. Xylella fastidiosa
A bactéria Xylella fastidiosa Well et al. é originária da América do Norte e vive no xilema das
plantas podendo causar prejuízos numa grande variedade de culturas. Embora ainda não
tenha sido em Portugal, a bactéria tem vindo a disseminar-se, tendo já sido encontrados focos
na Ásia e em alguns países da União Europeia, designadamente Itália (2013), França (2015),
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Alemanha e Espanha (2016). Apresenta elevado o risco de introdução no nosso país se
considerarmos a importação e circulação de material de propagação proveniente de origens
diversas, o facto de poderem ocorrer infeções latentes (assintomáticas) que tornam mais difícil
a sua deteção, e o facto de existir grande diversidade de espécies hospedeiras, amplamente
utilizadas como plantas ornamentais em áreas urbanas, jardins privados e separadores de
autoestradas.
A bactéria encontra-se regulada por diversos documentos legais, desenvolvidos após a sua
deteção no espaço da EU e classificação como organismo de quarentena enquadrado na Lista
A1 da OEPP. É de destacar a importância da Decisão de Execução da Comissão 2015/789/UE,
de 18 de maio, alterada pela Decisão de Execução da Comissão 2016/764/EU, de 12 de maio,
que regula várias espécies e géneros hospedeiros da Xylella fastidiosa, definindo medidas a
aplicar e determinando a obrigatoriedade de levar a cabo ações de prospeção oficiais anuais
para a deteção da bactéria e subsequente reporte dos resultados obtidos à Comissão Europeia
e restantes Estados-membros. A mesma regulamentação determina ainda requisitos
específicos aplicáveis à importação de material vegetal de países terceiros e à circulação a
partir de áreas demarcadas da UE. Refira-se também a Diretiva 2000/29/CE do Conselho, de 8
de maio (transposta para a legislação nacional pelo Decreto-Lei n.º 154/2005, de 6 de
setembro alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 243/2009, de 17 de setembro, com a
última redação conferida pelo Decreto-Lei n.º 170/2014, de 7 de Novembro.
Na área florestal, de entre as espécies confirmadas com suscetíveis à bactéria são de destacar
os géneros Quercus e Eucalyptus, como aqueles que apresentam maior potencial para causar
impactos no setor florestal português. No entanto existem outros géneros suscetíveis, como
Acacia, Acer, Fraxinus, Juglans, Platanus e Salix.
Como principais sintomas relacionados com a presença da bactéria temos o aspeto queimado
das zonas apical e/ou marginal da folha, coloração marmórea da folha, nervuras amarelas,
ramos com folhas sãs e folhas afetadas, copa escassa e morte da árvore, em casos extremos.
No que se refere à prospeção deste organismo, a época mais adequada para a sua realização é
entre junho e julho, para prospeção de insetos vetores, e entre agosto e novembro, para
observação visual de sintomas nas plantas hospedeiras.
Mais informação sobre Xylella fastidiosa pode ser consultada no portal do ICNF, I.P., em
http://www2.icnf.pt/portal/florestas/prag-doe/ag-bn/xylella-fastidiosa, e no portal da DGAV, em http://www.dgv.min-agricultura.pt/portal/page/portal/DGV/genericos?generico=14076974&cboui=14076974.
2.12. Popillia japonica
O inseto Popillia japonica é um escaravelho proveniente do norte do Extremo Oriente, sendo
nativa do norte da China, Japão e Este da Rússia, onde não provoca danos relevantes devido à
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existência de predadores naturais, podendo ser encontrada também nos EUA, Canadá e em
Portugal, no arquipélago dos Açores. Visto ser um organismo causador de grande destruição
está listado na Lista A1 da OEPP.
Esta é uma espécie polífaga, apresentando um grande conjunto de potenciais hospedeiros.
Entre os 295 potenciais hospedeiros conhecidos encontram-se espécies de cariz florestal
pertencentes aos géneros Acer, Aesculus, Betula, Castanea, Juglans, Malus, Platanus, Populus,
Prunus, Salix, Tilia e Ulmus.
A presença deste inseto pode ser facilmente reconhecida devido ao facto das folhas se
encontrarem rendilhadas em resultado da alimentação dos insetos adultos. Outros sintomas
da presença deste organismo são a presença de folhas amarelecidas e a desfolha das plantas.
O período mais adequado para a prospeção desta praga vai de maio a setembro. Se
considerarmos o recurso à utilização de armadilhas adequadas à captura deste organismo,
estas deverão ser instaladas entre maio e agosto.
No que concerne a dispersão da praga, esta ocorre a curta distância pelo voo dos insetos
adultos. A longas distâncias pode decorrer do comércio internacional de material de
embalagem e de plantas para plantação, com solo junto às raízes, o que possibilita o
transporte de larva, tendo também ocorrido situações em que foram intercetados insetos
adultos em produtos agrícolas, em material de embalagens, em navios e aviões.
2.13. Xylosandrus crassiusculus
Este organismo é originário do continente asiático mas encontra-se difundido pelo globo,
estando presente em todos os continentes com exceção da Antártida. Na Europa foi detetado
pela primeira vez em Itália, em 2003 e, considerando o facto de ser uma espécie altamente
polífaga, foi inserida na Lista de Alerta da OEPP em 2009.
O leque de espécies de plantas hospedeiras atacadas por este inseto é muito vasto, incluindo
desde espécies herbáceas a espécies arbóreas. As espécies de cariz florestal, existentes na
Europa, potenciais hospedeira do X. crassiusculus pertencem aos géneros Alnus, Eucalyptus,
Prunus, Quercus, Populus, Salix e Ulmus. Nos EUA é considerada uma praga que afeta viveiros
ornamentais e frutícolas.
No que diz respeito à disseminação deste inseto ocorre, a nível local, pelo voo natural das
fêmeas, já que os machos permanecem na árvore onde nasceram, e através do comércio
internacional de plantas para plantação, de ramos ornamentais, de madeira e de material de
embalagem, a longas distâncias.
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Os principais sintomas característicos desta espécie podem ser encontrados nos ramos e terço
superior do tronco das plantas atacadas, sobretudo entre março e outubro, e consistem na
existência de bastonetes de serrim misturado com o fungo Ambrosiella spp., que o inseto
consome na sua alimentação, com cerca de 3 a 4 cm de comprimento, orifícios de entrada com
diâmetros de aproximadamente 2 mm, túneis no caule e declínio generalizado da planta. O
ataque ocorre geralmente na base do tronco de árvores jovens ou em lesões da casca, em
árvores mais velhas. A colonização da parte inferior do tronco pode conduzir à formação de
cancros e, eventualmente, levar ao declínio e morte da árvore. Os danos são provocados pelas
galerias escavadas pelo inseto e pelo fungo Ambrosiella spp., introduzido pelo inseto, ambos
contribuindo para a desvalorização da qualidade da madeira.
2.14. Phytophthora ramorum
Phytophtora ramorum é um organismo pertencente ao reino Protista e atualmente
enquadrado na Lista A2 da OEPP, e sujeito a medidas regulamentares de emergência,
estabelecidas pela União Europeia (UE), em virtude dos graves prejuízos que provoca em
espécies florestais, particularmente no género Quercus, e ornamentais.
Pensa-se que esta espécie seja originária da Ásia mas encontra-se amplamente disseminada,
tendo a sua presença sido já detetada no continente americano e europeu, nomeadamente na
Alemanha, Bélgica, Croácia, Eslovénia, Espanha, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Holanda,
Irlanda, Itália, Lituânia, Noruega, Polónia, Reino Unido, República Checa, Sérvia, Suíça e Suécia.
Dado que é um organismo altamente polífago, apresenta uma ampla lista de plantas
hospedeiras, entre as quais se incluem as espécies florestais Acer spp., Aesculus
hippocastanum, Arbutus unedo, Castanea spp., Fagus spp., Quercus spp., Rhododendron spp. e
Taxus spp.. Algumas destas espécies são extremamente importantes para a economia florestal
portuguesa, destacando-se o caso dos carvalhos, em grande parte do território nacional, e dos
castanheiros na terra fria transmontana.
Entre os principais sintomas associados a esta praga estão a presença de cancros com necrose
interna, de aspeto marmoreado e com linhas escuras no interior, necrose na base dos ramos e
nas folhas a partir do pecíolo, exsudação de coloração vermelho-escura a preto na casca,
murchidão e rebentos encurvados.
A dispersão do agente biótico nocivo P. ramorum pode ocorrer a curtas distâncias pela
projeção de salpicos de água contaminada ou por ação do vento e da chuva, podendo os
esporos ser transportados pela corrente de cursos de água ou pelo transporte de solo
contaminado, a longas distâncias. Sublinha-se ainda o facto de alguns esporos deste organismo
(clamidósporos) poderem sobreviver no solo por longos períodos.
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3. OPERACIONALIZAÇÃO DA PROSPEÇÃO
A operacionalização de prospeção das pragas anteriormente descritas foi antecedida pela
realização de ações de formação, destinadas aos inspetores fitossanitários, técnicos e
vigilantes da natureza, onde foram focados aspetos relacionados com a temática, tais como o
ciclo de vida, potenciais hospedeiros, sinais e sintomas a observar e procedimentos a seguir na
prospeção de cada um dos insetos. A informação base disponibilizada durante as referidas
ações pode ser consultada em http://www2.icnf.pt/portal/florestas/prag-
doe/resource/doc/divul/apresentacoes/2017/Prospecao-2017-01mar2017.pdf.
Durante o ano de 2017 foram realizadas 3 ações de formação subordinadas ao tema
“Prospeção de agentes bióticos nocivos 2017”, que decorreram em Coimbra, Vila Real e
Setúbal e que contaram com a presença de 43 inspetores fitossanitários, técnicos e vigilantes
da natureza.
A realização das ações de prospeção contou ainda com a participação de 52 inspetores
fitossanitários, técnicos e vigilantes da natureza, conforme consta na tabela 2.
Quadro 2 – Recursos humanos envolvidos na prospeção de agentes bióticos nocivos, em 2017.
NÚMERO
Região Inspetores fitossanitários Vigilantes da Natureza Técnicos
Norte 5 5 1
Centro 5 25 1
LVT 4 0 1
Alentejo 4 0 0
Algarve 1 0 0
TOTAL 19 30 3
A coordenação das ações previstas no âmbito da prospeção e o registo e síntese da informação
reunida pelos serviços regionais do ICNF, I.P. contou com o envolvimento de 3 técnicos dos
serviços centrais (DFFAP).
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4. RESULTADOS
O presente relatório reporta a informação resultante do apuramento dos dados obtidos em
resultado da realização das ações previstas no âmbito do Programa Nacional de Prospeção,
para o conjunto dos organismos de quarentena objeto de cofinanciamento, durante o ano de
2017. Neste contexto, não serão apresentados os resultados decorrentes das ações relativas
ao NMP nem ao cancro-resinoso-do-pinheiro, para os quais existem relatórios específicos,
disponíveis para consulta em http://www2.icnf.pt/portal/florestas/prag-doe/plan-rel/rel.
A escolha dos locais de prospeção em povoamentos, assente na observação visual de sinais e
sintomas baseou-se, para a maioria dos organismos, numa opção tomada pelos inspetores
fitossanitários, técnicos e vigilantes, em função do conhecimento que detinham acerca da
ocupação do solo e das espécies hospedeiras aplicáveis a cada organismo. Para os
fornecedores de MFR, a prospeção foi feita em função da existência de espécies hospedeiras
no momento das visitas de inspeção efetuadas.
A realização assimétrica da prospeção dos vários ABN pelo território continental está
relacionada com a distribuição das espécies hospedeiras, a existência de locais de maior risco
(fornecedores de MFR e pontos de entrada ou de destino) e também com a localização das
espécies hospedeiras em locais de difícil acesso, o que obrigou à deslocalização de alguns
pontos.
4.1. Agrilus anxius
Este inseto começou a ser alvo de ações de prospeção em 2016, em povoamentos de Betula
spp., dado que este organismo faz as suas posturas na casca e fenda dos troncos de plantas
desta espécie.
Considerando a informação disponível, os hospedeiros preferenciais desta espécie e a sua
presença em Portugal, a prospeção incidiu nas regiões Norte e Centro por ser onde as espécies
hospedeiras podem ser encontradas com maior abundância, sendo o risco de instalação deste
inseto superior (figura 3).
O número de locais prospetados suplantou largamente os 14 locais inicialmente definidos,
com a região Centro a impulsionar fortemente o número de locais observados (figura 2).
.
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Figura 2 – Prospeção prevista (P) e executada (E) em povoamentos para deteção de Agrilus
anxius em 2017
Figura 3 – Concelhos onde foi realizada prospeção de Agrilus anxius em 2016 e 2017
95
14
43
9
52
0
10
20
30
40
50
60
DCNF Norte DCNF Centro Total
N.º
Ob
serv
açõ
es
Agrilus anxius
P 2017
E 2017
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4.2. Agrilus planipennis
A prospeção realizada para o inseto Agrilus anxius já decorre desde 2015 e incidiu sobre áreas arborizadas com freixo e sobre os fornecedores de MFR que produzem ou comercializam esta espécie, visto ser a espécie hospedeira do organismo em causa. Tal como se pode observar no quadro 3, a prospeção foi efetuada em quase todas as regiões, tendo a execução global ultrapassado a meta inicialmente prevista (figura 4) e distribuída pelo território nacional tal como se pode observar na figura 5. Foram abrangidos pela prospeção desta praga 29 concelhos, menos 3 do que no ano anterior
Quadro 3 – Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Agrilus planipennis, em 2017.
Região
Povoamentos MFR Total
N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos
Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados
Norte 5 5 7 2 12 7
Centro 5 13 5 10 10 23
LVT 5 9 4 4 9 13
Alentejo 0 0 2 0 2 0
Algarve 5 6 2 2 7 8
Total 20 33 20 18 40 51
Figura 4 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Agrilus planipennis em 2017.
12 10 9
27
40
7
23
13
0
8
51
0
10
20
30
40
50
60
DCNFNorte
DCNFCentro
DCNF LVT DCNFAlentejo
DCNFAlgarve
Total
N.º
Ob
serv
açõ
es
Agrilus planipennis
P 2017
E 2017
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Figura 5 - Concelhos onde foi realizada prospeção prospeção de Agrilus
planipennis em 2015 e 2017.
4.3. Atropellis spp.
Em 2017 procedeu-se pela primeira vez a ações de prospeção direcionadas para o fungo Atropellis spp.. Estas ações foram desenvolvidas em povoamentos e em operadores económicos produtores ou comerciantes de plantas pertencentes ao género Pinus, já que os potenciais hospedeiros desta praga pertencem a espécies deste género.
Apesar de apenas terem sido previstos prospetar 15 locais, na região Norte, dado que o género Pinus representa percentagem relevante da mancha florestal do nosso país, foram também prospetados locais na região Centro e LVT (quadro 4), registando-se um número de locais prospetados muito superior aos 15 inicialmente programados (figura 6).
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Quadro 4 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de
reprodução, para deteção de Atropellis spp., em 2017.
Região
Povoamentos MFR Total
N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos
Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados
Norte 10 64 5 5 15 69
Centro 0 31 0 21 0 52
LVT 0 0 0 12 0 12
Alentejo 0 0 0 0 0 0
Algarve 0 0 0 0 0 0
Total 10 95 5 38 15 133
Figura 6 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Atropellis spp., em 2017.
15
0 0
15
69
52
12
133
0
20
40
60
80
100
120
140
DCNF Norte DCNF Centro DCNF LVT Total
N.º
Ob
serv
açõ
es
Atropellis spp.
P 2017
E 2017
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Figura 7 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Atropellis spp. em 2017.
4.4. Dendrolimus sibiricus
A prospeção direcionada para esta praga apenas incidiu em povoamentos,
nomeadamente de Pinus spp., e em pontos localizados preferencialmente em torno de
zonas de maior risco, como pontos de entrada e pontos de destino autorizados.
Consistiu em observações visuais para tentar detetar sinais e sintomas que pudessem
indicar a presença desta praga na nossa floresta. Devido a dificuldades relacionadas
com o processo administrativo de aquisição de armadilhas destinadas à captura deste
organismo, não foi possível proceder à sua instalação.
A prospeção desenvolveu-se nas regiões Norte, Centro e LVT (figura 9) devido à
localização dos pontos de entrada e dos pontos de destino existentes, bem como pela
existência de povoamentos florestais da espécie hospedeira. O número de locais
sujeitos a ações de prospeção ultrapassou o valor inicialmente definido (figura 8),
tendo também aumentado o número de concelhos prospetados, como se pode
observar na figura 5, em virtude da abundancia de locais com as espécies hospedeiras.
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Das observações realizadas não se registou a ocorrência de sintomas ou sinais que
indicassem a presença do inseto.
Figura 8 - Prospeção prevista (P) e executada (E) em povoamentos para deteção de Dendrolimus
sibiricus em 2017.
Figura 9 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Dendrolimus sibiricus em 2016 e 2017.
54
36
10
100
74
39
7
120
0
20
40
60
80
100
120
140
DCNF Norte DCNF Centro DCNF LVT Total
N.º
Ob
serv
açõ
es
Dendolimus sibiricus
P 2017
E 2017
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4.5. Monochamus spp. (não europeias)
A prospeção para os insetos Monochamus spp. pertencentes a espécies não europeias foi
efetuada apenas em povoamentos de espécies hospedeiras, designadamente Pinus spp.,
Cedrus spp. e Pseudotsuga menziesii, devido ao facto de serem essas a espécies hospedeiras
eleitas, preferencialmente localizados em volta de zonas de maior risco, como pontos de
entrada e pontos de destino autorizados.
As ações de prospeção consistiram na observação visual e na colocação de armadilhas para a
captura dos insetos, em torno de pontos de destino e de pontos de entrada autorizados, com
posterior recolha de amostras a analisar laboratorialmente, para despiste da presença do
inseto em Portugal.
No que diz respeito à observação visual, foram prospetados 217 locais, representando mais do
dobro da meta inicialmente delineada, distribuídos pelas regiões Norte, Centro e LVT, como se
pode visualizar na figura 10. A elevada superação do número inicialmente definido de locais a
prospetar deve-se à abundância de povoamentos constituídos por indivíduos das espécies
hospedeiras.
Relativamente à colocação de armadilhas e recolha de amostras, foram instaladas 100
armadilhas nas mesmas 3 regiões, tendo sido recolhidas 53 amostras, tal como indicado no
gráfico 11, sendo que nenhuma análise laboratorial indicou resultado positivo quanto à
identificação de insetos de Monochamus spp. (não europeias).
Figura 10 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Monochamus spp. (não europeias) em 2017.
5436
10
100
136
64
17
217
0
50
100
150
200
250
DCNF Norte DCNF Centro DCNF LVT Total
N.º
Ob
serv
açõ
es
Monochamus spp. (não europeias)
P 2017
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Figura 11 – Número de armadilhas instaladas e de amostras recolhidas, no âmbito da prospeção de Monochamus spp. (não europeias).
Figura 12 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Monochamus spp (não europeias) em 2016 e 2017.
55
35
100 0
100 100
17
33
3 0 0
53
100
0
20
40
60
80
100
120
DCNFNorte
DCNFCentro
DCNFLVT
DCNFAlentejo
DCNFAlgarve
Total MetaPrevista
Monochamus spp. (não europeias)
Armadilhas instaladas e de amostras recolhidas -
Armadilhas
Amostras
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4.6. Pissodes spp. (não europeias)
As ações direcionadas para a prospeção de insetos do género Pissodes spp. foram realizadas
pela primeira vez em 2017, em povoamento com indivíduos pertencentes aos géneros Cedrus,
Pinus e Picea. As ações realizadas consistiram na observação visual de troncos e ramos das
árvores, em povoamentos florestais, e na observação visual de plantas de cariz ornamental,
em fornecedores de MFR. Devido a dificuldades no desenrolar do processo administrativo
destinado à aquisição de armadilhas para captura destes insetos, não foi possível proceder à
sua instalação.
Considerando a distribuição das espécies hospedeiras, a prospeção desenvolveu-se em quase
todas as regiões, conforme patente no figura 13, devido ao facto de algumas espécies
hospedeiras se encontrarem disseminadas, de uma forma geral, por todo o país, e sobretudo
em povoamentos (quadro 5). Verificou-se também que no cômputo geral, o número de locais
visitados foi bastante superior ao valor previsto à partida, com a maioria das regiões a
ultrapassar as metas propostas, pelo mesmo facto de existir grande número de locais com as
espécies hospedeiras adequadas para estes insetos. Na figura 14 é ainda possível observar a
distribuição espacial dos concelhos visitados.
Figura 13 - Prospeção prevista (P) e executada (E) deteção de Pissodes spp. (não europeias) em 2017.
56
38
122 2
110
78
63
19
0 3
163
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
DCNFNorte
DCNFCentro
DCNF LVT DCNFAlentejo
DCNFAlgarve
Total
N.º
Ob
serv
açõ
es
Pissodes spp. (não europeias)
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E 2017
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Quadro 5 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de
reprodução, para deteção de Pissodes spp. (não europeias), em 2017.
Região
Povoamentos MFR Total
N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos
Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados
Norte 54 70 2 8 56 78
Centro 35 36 2 2 38 63
LVT 10 7 2 12 12 19
Alentejo 0 0 0 2 2 0
Algarve 0 1 2 3 2 3
Total 99 114 8 27 110 163
Figura 14 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Pissodes spp. (não europeias) em 2017.
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4.7. Anoplophora chinensis
A prospeção deste inseto assentou na observação visual dos sinais e sintomas em espécies
hospedeiras existentes em fornecedores de MFR e em povoamentos de caducifólias, não se
tendo registado a ocorrência de sintomas ou sinais indiciadores da presença do inseto. A
prospeção abrangeu todas as regiões, com maior incidência no Norte e Centro, no que se
refere aos povoamentos, distribuídos conforme indicado no quadro 6, tendo-se verificado uma
execução global superior ao previsto (figura 15), derivada do facto dos intervenientes na
prospeção terem localizado um número de locais com as espécies hospedeiras superior ao
esperado.
Da observação da figura 16, verifica-se que em 2017 foram abrangidos pela prospeção deste
organismo 33 concelhos, menos 3 do que em 2016.
Figura 11 - Prospeção prevista (P) e executada (E) em povoamentos para deteção de Anoplophora chinensis em 2017.
Quadro 6 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Anoplophora chinensis, em 2017.
Região
Povoamentos MFR Total
N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos
Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados
Norte 25 34 4 3 29 37
Centro 24 19 4 9 24 28
LVT 5 13 3 3 8 16
Alentejo 0 0 2 0 2 0
Algarve 0 0 2 3 2 3
Total 54 66 15 18 65 84
1914
3 2 2
4037
28
16
0 3
84
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
DCNFNorte
DCNFCentro
DCNF LVT DCNFAlentejo
DCNFAlgarve
Total
N.º
Ob
serv
açõ
es
Anoplophora chinensis
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Figura 16 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Anoplophora chinensis entre 2015 e 2017.
4.8. Anoplophora glabripennis
As ações realizadas com a finalidade de prospetar o inseto Anoplophora glabripennis foram
efetuadas em povoamentos de folhosas caducifólias, nomeadamente de Acer spp., Alnus spp.,
Betula spp., Fagus spp., Platanus spp., Populus spp., Prunus spp., Salix spp. e Ulmus spp., e
consistiram na observação visual de sinais e sintomas indicadores da presença do inseto. As
observações foram realizadas sobre o tronco e ramos de árvores, em povoamentos florestais,
e essencialmente em plantas de cariz ornamental em fornecedores de MFR, não tendo sido
encontrado em qualquer dos casos sinais ou sintomas da presença deste inseto.
A prospeção foi efetuada em quase todas as regiões, como se pode depreender da observação
da figura 18, com maior incidência no número de observações realizadas nas regiões Norte e
Centro (figura 17), sendo o número total de observações muito superior ao valor definido a
priori, pelo facto de existir grande número de locais com espécies hospedeiras.
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Figura 17 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Anoplophora glabripennis em 2017.
Quadro 7 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Anoplophora glabripennis, em 2017.
Região
Povoamentos MFR Total
N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos
Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados
Norte 25 25 4 6 29 31
Centro 20 19 4 8 24 27
LVT 5 13 3 3 8 16
Alentejo 0 0 2 0 2 0
Algarve 0 0 2 3 2 3
Total 50 57 15 20 65 77
1914
3 2 2
40
3127
16
0 3
77
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
DCNFNorte
DCNFCentro
DCNF LVT DCNFAlentejo
DCNFAlgarve
Total
N.º
Ob
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Anoplophora glabripennis
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Figura 18 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Anoplophora
glabripennis em 2015 e 2017.
4.9. Xylella fastidiosa
A prospeção da bactéria Xylella fastidiosa baseou-se na observação visual de sintomas em
indivíduos das espécies hospedeiras existentes em povoamentos e fornecedores de MFR.
As ações de prospeção, efetuadas no âmbito deste organismo, incidiram sobre 176
povoamentos e 51 locais fornecedores de MFR, totalizando 227 locais (quadro 8) dispersos por
todo o território continental português (figura 21). Desta forma foram prospetados mais 107
locais do que os inicialmente previstos, em resultado de um esforço concertado no sentido de
promover uma eventual deteção o mais precoce possível de um organismo extremamente
polífago, atacando espécies florestais mas também agrícolas, e que apresenta elevado
potencial para originar repercussões económica e ambientais muito significativas.
De entre os 227 locais prospetados, foram identificados sintomas em 14 indivíduos e
recolhidas 41 amostras de material vegetal (quadro 9), as quais foram objeto de análise
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laboratorial pelo INIAV, I.P., não tendo sido confirmada a presença de bactéria em nenhuma
delas. Cerca de 50% das amostras foram colhidas na região Centro (figura 20), valor explicado
pelo grande número de operadores económicos fornecedores de MFR existentes nessa região.
Das espécies prospetadas, verificou-se ainda que a maioria dos indivíduos que apresentavam
sintomas semelhantes aos provocados pela bactéria X. fastidiosa pertencia ao género Quercus
(quadro 9).
Figura 19 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Xylella fastidiosa em 2017.
Quadro 8 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de
reprodução, para deteção de Xylella fastidiosa, em 2017.
Região
Povoamentos MFR Total
N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos
Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados
Norte 15 9 12 15 27 24
Centro 15 60 12 18 27 78
LVT 15 70 13 13 28 83
Alentejo 20 32 10 2 30 34
Algarve 5 5 3 3 8 8
Total 70 176 50 51 120 227
27 27 28 308
120
0
50
100
150
200
250
DCNFNorte
DCNFCentro
DCNF LVT DCNFAlentejo
DCNFAlgarve
Total
N.º
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Xylella fastidiosa
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Quadro 9 – Número de amostras recolhidas, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Xylella fastidiosa, em 2017.
Região
Povoamentos MFR Total
Amostras Amostras Amostras
Com sintomas Sem sintomas Com sintomas Sem sintomas Com sintomas Sem sintomas
Acer spp. 0 1 0 0 0 1
Eucalyptus spp 1 1 1 0 2 1
Fraxinus spp. 0 1 0 1 0 2
Platanus spp. 0 1 0 0 0 1
Quercus spp. 2 10 5 12 7 22
Quercus suber 4 0 1 0 5 0
Total 7 16 7 13 14 27
Figura 20 – Número de amostras de material vegetal recolhidas para despiste da presença de Xylella fastidiosa, por região, em 2017.
6
21
68
0
41
10
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1
Número de amostras de Xylella recolhidas, por região, em 2017
DCNF Centro
DCNF LVT
DCNF Norte
DCNF Alentejo
DCNF Algarve
Total
Meta prevista
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Figura 21 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Xylella fastidiosa entre 2015 e 2017.
4.10. Popillia japonica
As ações de prospeção realizadas no âmbito deste inseto consistiram na observação visual de
sintomas, exclusivamente em povoamentos das espécies hospedeiras. Da observação não se
registou a deteção de sintomas ou sinais que indicassem a presença do inseto. Estas ações
incidiram, em 2017, em todas as regiões, com maior incidência nas regiões Norte e Centro,
como se pode observar no gráfico 12. No que diz respeito à execução física, verificou-se que o
número de locais prospetados foi muito superior ao número inicialmente previsto.
Apesar de estar prevista a colocação de armadilhas destinadas à captura de insetos P.
japonica, surgiram entraves associados ao processo administrativo destinado à sua aquisição,
tornando-se impossível adquiri-las e proceder à sua instalação.
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Figura 22 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Popillia japónica, em 2017.
Figura 23 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Popillia japonica em 2016 e 2017.
25 25
4 0 0
5445
55
143 2
119
0
20
40
60
80
100
120
140
DCNFNorte
DCNFCentro
DCNF LVT DCNFAlentejo
DCNFAlgarve
Total
N.º
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Popillia japonica
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4.11. Xylosandrus crassiusculus
A prospeção do inseto Xylosandrus crassiusculus assentou na observação visual de sintomas
em espécies hospedeiras existentes em fornecedores de MFR e em povoamentos florestais.
Havia também sido prevista a instalação de armadilhas mas tal não foi possível devido a
dificuldades que surgiram no processo de aquisição das armadilhas previstas para o efeito.
Durante a realização das ações de prospeção não houve nenhum registo da ocorrência de
sintomas ou sinais da presença do inseto. Os locais visitados encontravam-se dispersos pelas
cinco regiões nacionais (quadro 10), tendo sido desenvolvidas ações de prospeção em 68
concelhos do território continental (figura 25). O número de locais prospetados superou
amplamente a meta inicialmente definida, como se pode observar na figura 23, devido à
grande proliferação de povoamentos de eucalipto que existe um pouco por toda a área
continental portuguesa.
Figura 24 - Prospeção prevista (P) e executada (E) em povoamentos para deteção de
Xylosandrus crassiusculus, em 2017.
Quadro 10 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Xylosandrus crassiusculus, em 2017.
Região
Povoamentos MFR Total
N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos
Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados
Norte 20 16 10 17 30 33
Centro 30 80 12 27 42 107
LVT 7 63 6 13 13 76
Alentejo 0 12 10 1 10 13
Algarve 0 0 3 3 3 3
Total 57 171 41 61 98 232
32 4213 10 3
100
33
107
76
13 3
232
0
50
100
150
200
250
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DCNF LVT DCNFAlentejo
DCNFAlgarve
Total
N.º
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Xylosandrus crassiusculus
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Figura 25 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Xylosandrus
crassiusculus, entre 2015 e 2017.
4.12. Phytophthora ramorum
As ações realizadas no contexto da prospeção de Phytophthora ramorum consistiram na
observação visual de sintomas em espécies hospedeiras existentes em fornecedores de MFR e
em povoamentos florestais.
As ações de prospeção efetuadas permitiram monitorizar locais com espécies hospedeiras de
Phytophthora ramorum dispersas pelas 5 regiões do país (figura 27). Como se pode concluir da
observação da figura 26, a distribuição do número de locais visitados em cada região foi
relativamente equilibrada, apenas sendo significativamente inferior no Algarve, como
esperado, considerando os valores inferiores de fornecedores de MFR e de povoamentos da
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espécie hospedeira existentes. No cômputo geral, no entanto, a execução foi ligeiramente
inferior ao esperado, tendo sido prospetados 204 locais, de um total de 220 previstos.
Figura 26 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Phytophthora ramorum, em
2017.
Quadro 11 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Phytophthora ramorum, em 2017.
Região
Povoamentos MFR Total
N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos
Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados
Norte 40 24 25 24 65 45
Centro 35 35 28 20 63 55
LVT 25 40 22 11 47 51
Alentejo 25 42 12 8 37 50
Algarve 5 0 3 3 8 3
Total 130 141 90 66 220 204
65 6347
37
8
220
4555 51 50
3
204
0
50
100
150
200
250
DCNFNorte
DCNFCentro
DCNF LVT DCNFAlentejo
DCNFAlgarve
Total
N.º
Ob
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Phytophthora ramorum
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Figura 27 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Phytophthora ramorum, entre 2015 e 2017.
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5. CONCLUSÃO Uma implementação adequada e eficaz dos mecanismos de controlo aplicáveis decorrerá da aplicação continuada dos planos de contingência e dos planos de ação existentes, permitindo aplicar as medidas mais adequadas assim que se detetem potenciais introduções de agentes bióticos nocivos e problemas fitossanitários. Durante o ano de 2017, no decorrer da implementação das ações de prospeção e monitorização, foram detetados alguns constrangimentos que acarretaram a impossibilidade de atingir algumas das metas inicialmente preconizadas (figura 14). São ainda de destacar aspetos positivos que em muito contribuíram para a correta implementação dos procedimentos adequados e para os bons resultados obtidos.
Figura 27 – Aspetos positivos e aspetos negativos encontrados durante a prospeção realizada em 2017.
É necessário continuar o bom trabalho que tem sido desenvolvido, reunindo esforços para melhorar e ultrapassar as dificuldades, nomeadamente através duma afetação mais integral dos inspetores fitossanitários a estas atividades de inspeção e prospeção e uma melhoria no desenvolvimento dos procedimentos administrativos.
Aspetos positivos
- Empenho e esforço dos inspetores fitossanitários, técnicos e vigilantes da natureza;
- Colaboração e articulação entre serviços centrais e DCNF.
Aspetos negativos
- Dificuldade administrativa na aquisição de armadilhas;
- Restrições de circulação (escassez de viaturas);
- Multiplicidade de tarefas atribuídas aos inspetores fitossanitários e vigilantes da natureza;
- No caso dos MFR, ausência de hospedeiros no momento da visita.