RELATÓRIO TÉCNICO DO SOBREVOO NAS ÁREAS...
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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA ESPECIAL DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E
LOGÍSTICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE
DIRETORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS COORDENADORIA DE ECOSSISTEMAS
RELATÓRIO TÉCNICO DO SOBREVOO NAS ÁREAS PROPOSTAS PARA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DA CONTRA COSTA DE SOURE
MAR TERRITORIAL – ILHA DE MARAJÓ – PARÁ
BELÉM-PA 2012
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA ESPECIAL DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E
LOGÍSTICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE
DIRETORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS COORDENADORIA DE ECOSSISTEMAS
RELATÓRIO TÉCNICO DO SOBREVOO NAS ÁREAS PROPOSTAS PARA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DA CONTRA COSTA DE SOURE – MAR
TERRITORIAL – ILHA DE MARAJÓ – PARÁ
BELÉM-PA
2012
SIMÃO ROBISON OLIVEIRA JATENE Governador do Estado do Pará
HELENILSON CUNHA PONTES
Vice-governador do Estado do Pará
VILMOS DA SILVA GRUNVALD Secretário Especial de Estado de Infraestrutura e
Logística para o Desenvolvimento Sustentável
JOSÉ ALBERTO DA SILVA COLARES Secretário de Estado de Meio Ambiente
CRISOMAR LOBATO
Diretor de Áreas Protegidas
JOCILETE DE ALMEIDA RIBEIRO Coordenadora de Ecossistemas
NÍVIA GLÁUCIA PINTO PEREIRA Gerente de Proteção à Fauna - GPFAUNA
EQUIPE TÉCNICA
ANDERSON TAVARES Arquiteto
BENJAMIM FERREIRA
Agrônomo
IGOR CHAVES Oceanógrafo
NÍVIA PEREIRA
Bióloga
RICARDO MENDES Piloto
JOÃO MARCELO VIEIRA LIMA
Revisão Ortográfica/CEC
DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (Biblioteca da SEMA)
Sobrevoo realizado na Costa dos Municípios de Soure e Chaves: Relatório Técnico/ Secretaria de Estado de Meio Ambiente. – Belém: SEMA, 2012.
p.24.
1. Zona Costeira. 2. Município de Soure. 3. Município de Chaves I. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. II Título.
CDD 22.ed. – 333.7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mosaico das Unidades de Conservação Zona Costeira/Mar Territorial....................13
Figura 2 - Embarcações visualizadas na área proposta para REBIO. ......................................15
Figura 3 - Diferentes ecossistemas encontrados: A- manguezal; B- Dunas. ...........................16
Figura 4 - Diferentes ecossistemas encontrados: A – tabocal; B - Buritizal. ............................16
Figura 5 - Únicos residentes da Ilha da Machadinha. ................................................................17
Figura 6 - Fazenda encontrada na área proposta para REBIO. ................................................17
Figura 7 - Casa no meio do Tabocal. ...........................................................................................17
Figura 8 - Gado pastando em campo em área proposta para RDS. .........................................18
Figura 9 - Bando de garça sobrevoando o tabocal. ....................................................................19
Figura 10 - Águas do Rio Amazonas(em marrom) e águas do Oceano Atlântico(em verde) 20
Figura 11 - Canal da Tartaruga, limite entra a REBIO e RDS. ..................................................20
Figura 12 - Vila Nascimento. .........................................................................................................21
Figura 13 - Vila São Sebastião do Arapixi. ..................................................................................21
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 ÁREA DO SOBREVOO ......................................................................................... 13
3 OBJETIVO ............................................................................................................. 13
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 14
5 INFORMAÇÕES COLETADAS ............................................................................. 14
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 22
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23
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1 INTRODUÇÃO
A diversidade biológica na Terra não está distribuída uniformemente, pois os
organismos não se distribuem ao acaso. Este padrão de distribuição de espécies é
fortemente influenciado por caracteres históricos e ecológicos e deve ser visualizado
dentro do processo evolutivo de toda a biota. Como conseqüência disto existe áreas
que possuem maior biodiversidade do que outras áreas nos seus principais aspectos
como taxonômico, genético e de ecossistemas (CARVALHO, 2009).
A criação de unidades de conservação deve levar em consideração os
requisitos ecológicos das espécies e a quantidade de espaço necessário para
suportar uma população mínima viável, ou seja, a população deve ser grande o
bastante para manter a espécie fora do perigo da extinção estocástica. (RICKLEFS,
2003). Assim o estudo de fauna de regiões insuficientemente conhecidas tem
grande importância, não só para o acompanhamento do “status” de uma
determinada espécie como também o levantamento de espécies bioindicadoras que
fornecem informações relevantes do ecossistema em que vivem. (GRELLE et al.,
1999). A região amazônica é responsável por grande número de espécies novas
devido a extensas áreas ainda inexploradas, alvo de recentes expedições científicas.
É nesta região que foram descritas recentemente quatro novas espécies de primatas
(FERRARI et al., 1998).
O conhecimento científico existente sobre a diversidade amazônica ainda é
pequeno, principalmente devido a sua grande dimensão, elevada riqueza de
espécies e diversidade de habitat. Apesar do pouco conhecimento, sabe-se que a
maioria das espécies não é amplamente distribuída na região, mas ocorre em
mosaicos delimitados principalmente pelos grandes rios que cortam a floresta,
formando várias áreas de endemismo (PAULA; LEMOS, 2008).
O estudo de fauna em áreas protegidas é ainda insuficientemente, sendo o
mesmo considerado especialmente importante já que várias espécies são
consideradas bio-indicadoras, fornecendo indícios da situação do ecossistema em
que vivem, ou seja, é como uma avaliação integrada dos efeitos ecológicos. Alia-se
a isso o fato de muitas espécies silvestres serem frágeis ecologicamente,
necessitando normalmente de grandes espaços relativamente preservados para a
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manutenção de populações viáveis. Os mamíferos também ocupam vários níveis na
cadeia trófica, atuando tanto como dispersores de sementes quanto como
predadores de topo da cadeia alimentar, sendo afetados direta ou indiretamente por
perturbações nos níveis inferiores (TERBORGH et al., 1999).
O Arquipélago do Marajó está localizado, integralmente, no Estado do Pará, é
considerado como uma área extremamente rica devido aos seus recursos naturais
(hídricos e biológicos) apresentando uma diversidade de ecossistemas, com
espécies da flora e fauna ameaçadas de extinção ou endêmicas, apresentando
belezas únicas.
A área proposta para Unidade de Conservação- UC foco desse
trabalho/sobrevoo localiza-se nos municípios de Soure, S 00º43’00’’, O 48º31’24’1” e
Chaves S 00º09’36”, O 49°59’18”, compondo a Microrregião do Arari, no Arquipélago
do Marajó.
O Ministério do Meio Ambiente através da realização de uma série de
workshops para a definição de áreas prioritárias que resultaram na identificação de
900 áreas para a conservação da biodiversidade, sendo 385 na Amazônia e 164 na
zona costeira e marinha. Entre as áreas da Zona Costeira e Marinha, a região do
Marajó foi considerada como de importância extremamente alta para conservação.
O Arquipélago do Marajó é uma das mais ricas regiões do país em termos de
recursos hídricos e biológicos, além de possuir localização estratégica e privilegiada.
É formado por um conjunto de ilhas, que, em seu todo, constitui a maior ilha flúvio-
marítima do mundo, com 49.606 Km². Em sua porção noroeste, recebe águas
doces, barrentas e cheias de nutrientes do Rio Amazonas; ao norte, as águas
marinhas do Oceano Atlântico; a nordeste, as águas doces e barrentas da Baía do
Marajó; ao sul, as águas doces e barrentas do Rio Pará, propiciando pescarias em
áreas continentais e marinhas, com elevada diversidade de peixes provenientes
destes dois sistemas. (PLANO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
SUSTENTÁVEL DO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ, 2007).
Pertence ao Bioma Zona Costeira/Marinha e está inserida no próprio contexto
da bacia amazônica, que possui a maior rede hidrográfica do planeta que são
determinantes para que a região sofra alagações periódicas, pois seus rios são
condicionados pelo próprio regime das chuvas que caem na região, que por sua vez
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dependem da circulação atmosférica dentro da zona intertropical Sul-Americana e
dos deslocamentos das massas de ar. O clima é equatorial úmido quente-chuvoso
com temperatura média em torno dos 25º C, com chuvas torrenciais bem
distribuídas por todo o ano. Esse clima se caracteriza por possuir duas estações
anuais intensas, tanto a estação chuvosa quanto a seca. Nesta, o solo tende a secar
com o passar dos dias, rachando e tornando-se árido e duro, proporcionando as
torroadas (sulcos e alterações de terreno). Na estação chuvosa, as chuvas
contribuem para o aumento no volume da água dos rios, provocando as enchentes
que inundam a ilha em mais de dois terços de sua superfície (CRUZ, 1987).
A área estudada é, ainda, fortemente influenciada pelo sistema de dispersão
de sedimentos do Rio Amazonas, cuja descarga máxima ocorre entre os meses de
maio a junho, quando atinge 240.000 m3/s, decrescendo nos meses de outubro e
novembro, quando alcança 110.000 m3/s. (CUTRIM et al. (2001), p. 61 a 62 apud
NITTROUER et al., 1990). Na época de maior precipitação, as águas do Rio
Amazonas invadem o Oceano Atlântico sobre a plataforma continental, até
aproximadamente 70 km da costa, gerando uma pluma superficial de água de baixa
salinidade e coloração barrenta (ZACARDI et al., 2008, p. 10 apud CAMARGO;
ISAAC, 2003).
A flutuação da descarga do rio causa o deslocamento da zona de contato
entre as águas oceânicas e costeiras no estuário. No período chuvoso caracterizado
pelo aumento da descarga dos rios as águas marinhas se afastam da costa e a baía
do Marajó, ao sul da Ilha de Marajó, e a parte externa da foz do Rio Amazonas, ao
norte da mesma, tornam-se uma continuação do Rio Amazonas. No período de seca
ocorre o inverso, pois as águas com influência marinha penetram na baía de Marajó
e se aproxima da desembocadura do Rio Amazonas, mas não chegam a penetrar no
rio (EGLER & SCHWASSMANN, 1962; SCHWASSMANN et al., 1989; BARTHEM &
SCHWASSMANN, 1994).
Os ambientes costeiros são favoráveis aos estágios iniciais dos ciclos de vida
de diversos seres aquáticos, principalmente, de peixes sendo, portanto,
freqüentados por espécies ecologicamente distintas ou que exibem diferentes
hábitos de desova (ZACARDI et al., 2008, p. 10 apud DOYLE et al., 1993; LEIS,
1993). É caracterizado por possuir maior disponibilidade de alimento, baixa
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abundância de predadores, além de apresentarem padrões de circulação que
favorecem a retenção dos estágios ictioplanctônicos (ZACARDI et al., 2008, p. 10
apud CASTILLO et al., 1991). Apresenta uma grande quantidade de algas e muitos
indivíduos juvenis de peixes e principalmente de camarões. (CUTRIM et al., 2001). A
foz amazônica caracteriza-se por um gigantesco complexo deltaico-estuarino
submetido à ação de processos fluviais e marinhos, com desenvolvimento de
planícies alagadas, caracterizando o grande número de ilhas do arquipélago
marajoara (ZACARDI et al., 2008, p. 10 apud COUTINHO, 1995).
A fauna e flora desta zona costeira compõem um sistema biológico complexo
e sensível, que abriga extraordinária inter-relação de processos e pressões,
exercendo um papel fundamental na maior parte dos mecanismos reguladores
costeiros. Esses ecossistemas são responsáveis por ampla gama de “funções
ecológicas”, tais como a prevenção de inundações, intrusão salina e erosão costeira;
proteção contra tempestades; reciclagem de nutrientes e substâncias poluidoras; e
provisão de habitats e recursos para uma variedade de espécies explotadas, direta
ou indiretamente (MMA, 2002 apud MMA, 2007).
Segundo Barthem (1985), o Estuário Amazônico forma um ambiente peculiar
e pouco conhecido, abrigando espécies marinhas e dulcícolas, representando para o
Estado do Pará um rendimento anual por volta de dezenas de milhões de dólares
oriundos através da exportação de pescado e camarões capturados nessa área, em
grande escala, principalmente, pela pesca industrial. A atividade pesqueira aí
desenvolvida é diversificada, atuando desde pescadores artesanais, que empregam
tecnologia simples e pequenas embarcações de casco de madeira, até empresas de
grande porte, que fazem uso de tecnologia sofisticada e embarcações de casco de
metal.
Encontram-se muitos relatos de que a ictiofauna amazônica possui boa
representatividade com 85% das espécies citadas como espécies amazônicas.
Dever-se-ia, portanto, concretizar a devida importância da realização de um
levantamento amostral das espécies de peixes endêmicos marajoaras, delimitados
ao estuário amazônico/marajoara. Já ressaltando dentro desse levantamento a
composição taxonômica dos recursos pesqueiros do Arquipélago do Marajó, com
12
ênfase na dinâmica biológica e de inundação, com propriedade para divulgar a
biologia e ecologia dos peixes do golfão marajoara.
A biodiversidade na região estudada é consideravelmente alta de acordo com
a bibliografia levantada. Também chamado de golfão marajoara, o golfão do
Amazonas é caracterizado, segundo Avaliação (1999), pela riqueza biológica em
ecossistemas de campos inundáveis, manguezais, várzeas, igapós e vegetação de
terra firme, que servem de abrigo para rotas de aves migratórias e espécies vegetais
e animais ameaçadas de extinção.
A degradação ambiental na região é em parte causada por fatores externos,
naturais ou antrópicos, alguns dos quais ainda não foram suficientemente
estudados, sendo o Bioma Zona Costeira/Marítimo na região Norte considerado bem
preservado em relação à região Sul da Costa brasileira. A ação de ventos erosivos
em Soure e Salvaterra é bastante preocupante, pois afeta especialmente os
manguezais e dunas existentes no local. Moradores do lugar chegam a afirmar que
“[...] o mar está invadindo a terra”. A força erosiva da água é testemunhada,
portanto, por quem mora no local. (PLANO DE DESENVOLVIMENTO
TERRITORIAL SUSTENTÁVEL DO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ, 2007).
Os manguezais servem como local de reprodução e de alimentação para
várias espécies de animais marinhos e de água doce, além de abrigarem uma fauna,
também com baixa diversidade específica, porém com muitos indivíduos, alguns
deles de importância econômica como o camarão, o caranguejo e a ostra. (PLANO
DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL DO ARQUIPÉLAGO DO
MARAJÓ, 2007).
A área da costa marítima do arquipélago caracteriza-se por apresentar uma
diversidade de espécies aquáticas concentradas nessa faixa devido à grande
quantidade de alimentos descarregada pelo Rio Amazonas no Oceano Atlântico,
sendo considerada como zona de alimentação onde os peixes jovens migradores,
permanecem para se desenvolverem. (PLANO DE DESENVOLVIMENTO
TERRITORIAL SUSTENTÁVEL DO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ, 2007).
13
2 ÁREA DO SOBREVOO
A área de estudo compreende a zona da contra costa de Chaves e Soure,
área proposta para criação de Unidade de Conservação Zona Costeira/ Mar
Territorial localizada na Região do Marajó/PA, que se estende desde o Rio Arapixi
no Município de Chaves até faixa do mar territorial.
Figura 1: Mosaico das Unidades de Conservação Zona Costeira/Mar Territorial.
Fonte: SEMA (2012).
3 OBJETIVO
Coleta de informações que possam complementar os estudos do meio
biológico, através da observação de grupo de aves, ninhais, locais dormitório da
avifauna e macro fauna marinha.
14
4 METODOLOGIA
O levantamento de informações do Sobrevoo nas áreas propostas para
Unidades de Conservação da Natureza em Categoria de Reserva Biológica e
Reserva de Desenvolvimento Sustentável ocorreu com uma aeronave tipo
BIOMOTOR, com asa ALTA e capacidade para 06 pessoas (um piloto e CINCO
TÉCNICOS da SEMA/PA), que sobrevoou o Município de Soure e parte do
Município de Chaves com velocidade média de 190 km/h.
Para uma eficaz execução do desenvolvimento de coleta de informações
durante o sobrevoo, foi necessária a utilização dos dados cartográficos das áreas;
para o registro das imagens utilizou-se máquina fotográfica NIKON D90 18-105 VR,
algumas imagens fotográficas sofreram “Correção automática” do Microsoft Office
Picture Manager; também foi utilizado GPS de marca UNISTRONG modelo Dora
Gray para georreferenciar pontos considerados muito importantes para o relatório de
fauna.
5 INFORMAÇÕES COLETADAS
Iniciamos a viagem com saída de Belém aproximadamente 08:10, o dia
encontrava-se claro sem ameaça de chuva, com temperatura de 28°.
Durante o percurso inicial no Município de Soure, mas especificamente a
partir de Joanes até a ponta do Maguari, apenas do lado direito do avião foram
contabilizados sessenta e seis embarcações.
De acordo com o 1º Relatório da Fauna na área propostas para REBIO e RDS
elaborado em 2011 pela equipe da Gerência de Proteção à Fauna – GPFAUNA há
confirmação de sobrepesca da área, principalmente na região próxima da Ilha da
Machadinha, Ponta do Maguari e área da RESEX, sendo muito utilizada por
pescadores oriundos do próprio Município de Soure, Chaves, de outros municípios
do Pará (Abaetetuba, Belém, entre outros) e até de outros Estados como Amapá e
Maranhão.
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Figura 2 - Embarcações visualizadas na área proposta para REBIO.
Fonte: SEMA (2012).
Na área que pertecente a proposta para a REBIO durante os dez primeiros
minutos de sobrevoo houve a procura por embarcações, foram observados nesses
minutos cinco embarcações.
Após constatação de embarcações de pesca na área proposta para REBIO o
foco de procura e observação passou a ser a confirmação de alguns ecosssitemas
importantes para a fauna e áreas antropizadas a fim de demonstrar possíveis
degradação do habitat.
Notou-se ecossitemas com diferentes fitofisionomias tais como: manguezais,
áreas de de praias, dunas, restinga, tabocais ou banbuzal, buritizais e campos.
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Figura 3 - Diferentes ecossistemas encontrados: A- manguezal; B- Dunas.
Fonte: SEMA (2012). Figura 4 - Diferentes ecossistemas encontrados: A – tabocal; B - Buritizal.
Fonte: SEMA (2012).
Foram observadas quatro fazendas, poucas casas isoladas, um foco de
queimada dentro da área de fazenda. De acordo com estudo já realizado e
levantamento bibliográfico, pode-se inferir que provavelmente a queimada era para
liberação de terra para plantação de pasto ou mesmo agricultura de subsistência.
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Figura 5 - Únicos residentes da Ilha da Machadinha.
Fonte: SEMA (2012). Figura 6 - Fazenda encontrada na área proposta para REBIO.
Fonte: SEMA (2012).
Figura 7 - Casa no meio do Tabocal.
Fonte: SEMA (2012).
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O gado e búfalo foram visualizados em menor quantidade na área proposta
para REBIO e em maior quantidade na área proposta para RDS.
Figura 8 - Gado pastando em campo em área proposta para RDS.
Fonte: SEMA (2012).
Foram visualizados bando de guará, garça e biguá, a observação destas aves
já era esperada, pois no relatório da fauna da área elaborado pela equipe da
GPFAUNA/CEC/DIAP no ano de 2011 já havia mencionado tais ocorrências:
“A Grande concentração de garça-branca-pequena Egretta thula sempre foi observada em todas as localidades visitadas. Assim como o avistamento de garças-azuis Egretta caerulea, garça-branca-grande Cosmerodio alba, colhereiros Platalea ajaja, guarás Eudocimus ruber e biguás Phalacrocorax brasilianus”
19
Figura 9 - Bando de garça sobrevoando o tabocal.
Fonte: SEMA (2012).
Não foi observado nenhum espécime da macro-fauna aquática, pois as águas
do Rio Amazonas são excessivamente barrentas impossibilitando a possível
visualização de algum exemplar da fauna aquática de cima do avião.
Foi notado e registrado a mistura das águas do Rio Amazonas e águas do
Oceano Atlântico.
É importante ressaltar que bibliografias informam que a grande força
hidrodinâmica presente no local relacionada às variações no volume e vazão das
águas favorece uma peculiaridade na costa marajoara, pois essa região fica à mercê
da ditadura das águas sofrendo influência direta da força das águas do Rio
Amazonas que desembocam no Oceano Atlântico, e da força das águas oceânicas
que invadem o Rio Amazonas, dependo da época do ano. Essa grande atividade
hídrica chega a provocar fenômenos naturais como a “Pororoca” gerando constantes
processos de erosão e sedimentação além de promover a formação de extensos
manguezais e de uma faixa litorânea elevada.
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Figura 10 - Águas do Rio Amazonas (em marrom) e águas do Oceano Atlântico (em verde).
Fonte: SEMA (2012).
A área proposta para RDS também foi registrada em seu limite inicial até o
seu ponto final. Na RDS podemos verificar a grande quantidade pessoas morando
na área, também foi observado áreas de fazenda
Figura 11 - Canal da Tartaruga, limite entra a REBIO e RDS.
Fonte: SEMA (2012).
21
Figura 12 - Vila Nascimento.
Fonte: SEMA (2012). Figura 13 - Vila São Sebastião do Arapixi.
Fonte: SEMA (2012).
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6 CONCLUSÃO
As informações coletadas durante o sobrevoo nas áreas proposta para
REBIO e RDS na Zona Costeira/Mar Territorial, localizadas nos municípios de Soure
e Chaves são consideradas satisfatórias de acordo com as condições climáticas,
velocidade e altura que se encontrava a aeronave do sobrevoo.
As informações adquiridas irão corroborar com os dados anteriormente
coletados e principalmente com o preenchimento de lacunas de conhecimentos que
ainda necessitavam ser plenamente confirmadas.
Á área indicada para REBIO, apesar de apresentar algumas constatações de
perturbações antrópicas, aparentemente demonstra ser uma área bem preservada
com presença de ecossistemas considerados importantes na manutenção da
biodiversidade da Zona Costeira.
O limite entre as duas UCs mostrou-se bem definido, já que de fato a
densidade populacional observada se deu na área determinada para RDS.
23
REFERÊNCIAS
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CARVALHO, José Barros. Padrões de endemismos e a conservação da biodiversidade. Universidade Federal do Paraná. Volume 5. Curitiba-PR, 2009.
CUTRIM, R. da S. F.; SILVA, K. C. de A.; CINTRA, I. H. A. Composição dos Recursos Pesqueiros Capturados na Área da “Lixeira”, Pará, Brasil. In. Boletim Técnico Científico do CEPNOR, Belém. V. 1, n. 1, p. 59 – 76, 2001.
CRUZ, M. E. M. 1987. Marajó, essa imensidão de ilha. São Paulo, 111 p.
EGLER, W. A. & SCHWASSMANN, H. O. 1962 – Limnological studies in the Amazon estuary. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Avulsa. 1: 2 – 25.
FERRARI, S.F.; IWANAGA, S.; MESSIAS, M.R.; RAMOS, E.M.; RAMOS, P.C.S.; CRUZ NETO, E.H.; COUTINHO. P.E.G. 1998. Relatório de Mastofauna Em: Diagnóstico Sócio Econômico Ecológico do Estado de Rondônia e Assistência Técnica para Formulação da Segunda Aproximação do Zoneamento Sócio Econômico Ecológico - PLANAFLORO. Contrato no 005/96 – PGE.
GRELLE, C.E.V.; FONSECA, G.A.B.; FONSECA, M.T.; COSTA, L.P. 1999. The question of ecale in threat analysis: a case study with Brazilian mammals. Animal Conservation, Reino Unido, v.2, p. 149-52.
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RIO, SECTAM, IDEMA, SNE, Brasília. 72pp. CD-Rom. Apud MMA- Ministério de
Meio Ambiente Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira: Atualização - Portaria
MMA Nº 09, de 23 de janeiro de 2007.
MMA. Ministério do Meio Ambiente. PROBIO/Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira. Sub-projeto/Avaliação Ecológica e Seleção de Áreas Prioritárias à Conservação de Savanas Amazônicas, Arquipélago do Marajó, Estado do Pará. Relatório Final. Belém-Pará, 2007.
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PAULA, Rogério Cunha; LEMOS, Frederico Gemesio. Avaliação ecológica rápida para o diagnóstico faunístico do mosaico de UCs da terra do meio, Estado do Pará, 2008.
PLANO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL DO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ. Governo Federal e Governo Estadual do Pará, 2007.
RICKLEFS, Robert E. A economia da Natureza. 5ª edição, Ed. Guanabara,
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TERBORGH, J., J.A. Estes, P. Paquet, K. Ralls, D. BOYD-HEGER, B.J. Miller, R.F. Noss 1999. The Role of Top Carnivores in Regulating Terrestrial Ecosystems. Em: M.E. Soulé & J. Terborgh (eds.), Continental Conservation: Scientific Foundations of Regional Reserve. Pp. 39-64. Island Press, Washington, D.C. and Covelo, California.
ZACARDI, D. M.; BITTENCOURT, S. C. S. ; RAWIETSCH, A. K. ;
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