Relatório GAAR 2012

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Grupo de Apoio ao Animal de Rua ONG de Proteção Animal de Campinas / SP Relatório Anual 2012 “Castrar para reduzir o abandono” Conheça a história do Vítor, nosso vitorioso reizinho, que marcou 2012. << O abandono de gatos e a facilidade com que as pessoas transferem a responsabili- dade para as ONGs foi recorrente neste ano. << Nossa atuação junto ao CMPDA e a construção de Políticas Públicas em Campinas.

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Transcript of Relatório GAAR 2012

Grupo de Apoio ao Animal de RuaONG de Proteção Animal de Campinas / SP

Relatório Anual 2012

“Castrar para reduzir o abandono”

Conheça a história do Vítor, nosso vitorioso reizinho, quemarcou 2012.<<O abandono

de gatos e afacilidade comque as pessoastransferem aresponsabili-dade para as ONGs foi recorrenteneste ano.

<<

Nossa atuaçãojunto ao CMPDA e a construçãode Políticas Públicas em Campinas.

Merchandising(campanha de adoção)

9 de cada 10 filhotes que nascem,

NUNCA encontrarão um lar.

a castração é um ato de

HUMANIDADE.

Saiba mais sobre a castração e a adoção de animais em nossos sites e redes sociais.

www.gaarcampinas.orgwww.bloggaar.orgwww.facebook.com/gaarcampinas@gaar_campinas

Índice

Reflexões sobre 2012 Uma amostra da nossa realidade 03 Um cenário desolador! Sem cooperação é impossível enfrentar o problema 05

Quem somos Voluntárias 08 Veterinários Conveniados 09 Protetores Parceiros 10 Contribuintes 10

Atuação Luta contra o abandono 13 Castrar e castrar, sempre! 13 Projeto de castração com a FAC 14 Lares temporários 15 Adoção dos animais 15 Educação para a guarda responsável 17 Luta por políticas públicas 19 Luta contra os maus tratos 20

O GAAR em números 23

O GAAR em corpo e alma 25

Lola foi a única sobrevivente da ninhada 27 25 gatos acumulados em uma casa 28 Vítor: o rottweiler resgatado do CCZ 29 Os Castanhinhas 31 Dunga foi desdenhado por veterinários 33 A adoção dos irmãozinhos cegos 34 O retorno do Barney 35 Cadela e gatinha se revezaram na amamentação das ninhadas 38 Juma: um conto de fadas da vida real 39 Luna foi retirada de maus tratos 41 Chico: um vira-lata brasileiro na Europa 42 Amélie: uma mãezinha guerreira 43 Homenagem à Nina 45 Homenagem ao nosso Amigo 46

Arrecadação de fundos 47

Contribuições que marcaram 2012

pg11

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Alunos de escola pública deram

exemplo: defesa dos direitos dos animais deve

começar na escola.

pg17

Serial killer de ga-tos: um caso que atin-

giu ONGs e protetores de Campinas.

pg 22

Vítor: conheça e se emocione com a história desse vitorioso menino!

pg 29

Uma amostra da nossa realidade

O ano de 2012 ficou marcado por tantos casos envolvendo animais, tanta esperança depositada em um ano eleitoral, esperança essa proporcional ao tamanho dos problemas agravados por décadas, em um município histo-ricamente sem comprometimento com o bem estar animal.

Apesar de todas as dificuldades e frustrações de 2012, nós, movidas pelo ideal de assu-mir nossa responsabilidade para com os animais por nós mesmos domes-ticados, não desistimos um só instante de fazer o máximo por eles, de batalhar por recursos, de pedir apoio, de chamar os amigos que também se importam para virem junto conosco. E com essa de-terminação, derramamos muitas lágrimas, mas também obtivemos muitas alegrias e vitórias: impressionante o quanto evoluímos em um ano, e mais impressio-nante o que ainda teremos que encarar pela frente.

Entre as centenas de animais que passaram por nós em 2012, um caso se destaca, tanto pelo sofrimento a que o animal foi submetido e muitos esforços e recursos finan-ceiros exigidos, quanto por ilustrar a realidade pré-histórica da proteção animal no nosso município. Estamos nos referindo ao caso do Vítor, um rottweiler adulto, resgatado por nós do CCZ Campinas, onde per-maneceu por mais de 30 dias doente, machucado e paralisado, sem atendimento veterinário, sem higiene básica e sem cuidados por parte dos funcionários.

Na jornada da vida, Vítor certamente foi um gracioso filhotinho de rottweiler com pedigree, vendido a um preço exorbitan-te para uma família, que o avaliou tal qual se avaliam coisas compradas, ou seja, quando perdem a utilidade, basta jogar fora. O comércio de cães e gatos não apenas estimu-la essa interpretação equivocada de que esses animais são bens de consumo (brinquedo de criança, objeto de status, dispositivo de proteção da casa, etc), mas também incentiva os criadouros clandestinos que, visan-do apenas o lucro, exploram sem piedade as matrizes, sem contar que realizam cruzamentos consanguíneos, produzindo ninhadas com alta incidência de doenças genéticas.

Vítor provavelmente tinha a incumbência de proteger a casa, uma motivação comum entre as pessoas que compram rottweilers e pi-tbulls.

Reflexões sobre 2012

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Mesmo depois de anos de convivência com a família, algo deve ter acontecido que a fez enxergá-lo como um grande estorvo, descartando-o.

Estando do lado em que estamos, já é difícil entender o que leva alguém a preferir comprar um cão ou gato, em um mundo onde há tantos à espera de uma chance de adoção, e mais difícil é ver o número de animais abandonados e vítimas de maus-tratos. Imagine, então, diante desse panorama, ver Campinas, a primeira cidade a conseguir uma delegacia de proteção animal no estado de São Paulo, ter passado em 2012 por um período de sucateamento deste serviço inicialmente tão eficiente. Quantos animais foram vítimas de crueldade sem a devida apuração e respon-sabilização dos culpados, por conta de interesses políticos e administrativos individuais?

Neste cenário, Vítor vagou pelas ruas sabe-se lá por quanto tempo e foi parar, já ferido e debilitado, no CCZ, que não cuidou dele, apenas tirou a “grande ameaça” das ruas, porque alguém pediu. No CCZ, ele foi ficando cada vez mais debilitado, até chegar ao ponto de não conseguir sequer ficar em pé. Seu resgate trouxe à tona que o CCZ de Campinas continua trabalhando sem infraestrutura e sem funcionários devidamente capacitados nem com apti-dão para lidar com os animais, numa linha sanitarista ultrapassada, que privilegia as abordagens aparentemente menos dispendiosas em detrimento do bem-estar animal.

No dia 25 de Junho de 2012, conseguimos retirar o Vitor do CCZ e interná-lo em uma clínica conveniada, recebendo imediatamente comida e água na boca. E, então, nosso abalo

emocional foi grande, pois foi possível ter a exata dimensão da agonia imposta por tanto tempo aquele ser vivo. A comoção em torno do estado do Vi-

tor foi tamanha que conseguimos receber ajuda de muitos amigos para arcar com essa primeira etapa do tratamento.

Foram meses de exames e tratamentos até recebermos a boa notícia: Vitor estava conseguindo ficar em pé

e dar seus primeiros passos! Mas a força do nosso menino guerreiro foi novamente colocada à pro-

va: uma das antigas feridas, que nunca cicatri-zou direito, evoluiu para uma osteomielite,

uma infecção que chegava ao osso.

Nesse momento, tivemos que tomar uma das decisões mais difíceis da nossa vida: tivemos que aceitar a amputação da pata infeccionada, se quiséssemos que ele vivesse. Foi um choque para to-

dos os envolvidos. Sem contar o medo do futuro, afinal, se cães de porte grande

já têm chances reduzidas de adoção, um cão com necessidades especiais costuma ser mui-

to rejeitado.

Embora a proteção animal esteja ganhando novos adep-tos a cada ano, e cada vez mais pessoas se conscientizam para o bem-estar animal, é evidente o preconceito na hora da adoção:

Vítor, uma semana após ser retirado do CCZ de Campinas.

Reflexões sobre 2012

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Reflexões sobre 2012

adultos, de cor preta, deficientes, sem raça definida, infelizmente, têm menores chances de conseguirem um lar. Para nossa alegria, o milagre venceu a estatística e o Vítor, foi bem adotado algumas semanas após a amputação!

Mesmo com final feliz, o “caso Vítor” deixa importante reflexão: todo sofrimento pelo qual passou este animal, todo desgaste emocional e recursos financeiros a ele destinados a esse caso em detrimento de outros animais em situação de abandono, tudo isso seria evitado, inclusive a amputação, não fosse a irresponsabilidade criminosa de quem o abandonou, seguido do descaso, não menos criminoso, do poder público.

Vítor foi uma das inúmeras vítimas da falta de políticas públicas voltadas para a causa animal no município de Campinas. Por isso, nossa reivindicação é que Campinas institua: (1) programas de castração, identificação e doação de animais domésticos; (2) programas educacionais que insiram conceitos de bem-estar animal (guarda responsável) nos currículos escolares; (3) setores de triagem e quarentena para animais silvestres que sofrem com o desenvolvimento urbano; (4) cuidados veterinários acessíveis a toda população que queira tutelar um animal do-méstico; (5) um controle de zoonoses também preocupado com o bem-estar do animal. Políticas estas, essenciais para construirmos uma sociedade verdadeiramente humana e pelas quais temos lutado há tempos.

Um cenário desolador! Sem cooperação é impossível enfrentar o problema.

Em 2012, nosso grande desafio foi tentar conter a procriação de gatos que, em Campinas, foge do controle. Vários municípios do Estado de São Paulo já contemplam há anos programas de castração com verbas públicas, mas, em Campinas, nunca houve e ainda não há esses programas. A consequência mais extrema é que muitos gatos são anualmente vítimas de criminosos1. O GAAR, apesar da estrutura modesta, destinou 57% de sua verba para cas-trações desses animais, conseguindo esterilizar cerca de 320 gatos.

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Um dos casos de acúmulo de gatos que o GAAR abraçou, castrando todos os animais.

Reflexões sobre 2012

Solidariedade foi nossa aliada

Batalhamos muito, mas não teríamos conseguido chegar a vários desses gatos sem o grande apoio de uma cidadã.

Marlene B. (discreta, prefere não aparecer), em março do ano passado, nos procurou pedindo auxilio e orientação para castrar uma colônia de pouco mais de 20 gatos próximo à casa de sua mãe. Nossa resposta foi a de sempre: “podemos e queremos ajudar desde que haja cooperação para a captura, para o pós-operatório dos animais, para proteção das ninhadas que já estiverem no local, e aceitação dos moradores locais para a devolução dos animais castrados ao lugar de origem, pois não temos como dar outra destinação a esses animais, dada a grande quantidade de gatos que já temos à espera de adoção, e ainda pior em se tratando de animais ariscos.”

Para nossa surpresa, Marlene não só deu todo apoio como se encantou com a possibilidade de ajudar a combater o abandono e hoje é nosso bra-ço direito para esse trabalho de captura e trans-porte de gatos para serem castrados, uma tarefa tão carente de gente disposta a “botar a mão na massa”. Depois dela, Andréia F. também aceitou nossa proposta de “fazermos juntos” e consegui-mos castrar 25 gatos adultos, tratar todo o grupo contra a grave infecção por fungos e buscar lares para os filhotes e alguns adultos.

Graças ao apoio da Marlene, da Andreia e das protetoras Fernanda Stefanini e Luciana Tibi-riça, pudemos castrar muito mais gatos do que teríamos condições sozinhas. Por isso, nossa imensa gratidão e admiração por essas mulhe-res, grandes exemplos de altruísmo. Tomara que esse relato inspire mais gente!!!

1. Abandonar ou praticar maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados é crime previsto na Lei de Crimes Ambientais 9.605/1998 e punido com detenção e multa, a pena será agravada no caso de morte do animal. Portanto, se você conhece alguém que envenena ou mata de outra forma gatos não seja conivente com o crime, denuncie Delegacia de Proteção Animal de Campinas (19) 3254-2633.

Caso de acúmulo de mais de 25 gatos no Flamboyant. Todosforam castrados, tratados e parte encontrou um novo lar.

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Reflexões sobre 2012

Não temos meios de lutar contra a intolerância e a ignorância

Na contramão dessa boa vontade, infelizmente, no dia-a-dia, encontramos enorme resistência, consequência da falta de conscientização sobre o problema e falta de cooperação da população em geral.

Não há dúvida de que, se existem focos de gatos procriando, alguém um dia negligenciou um casal de gatos que apareceu inicialmente na rua e, se a situação acabou fugindo do controle, ela, então, passou a ser um problema de todos. Lamentavelmente, quando os moradores locais preferem assumir uma posição inflexível e até bem pouco inteligente, dizendo: “não tenho nada a ver com isso, não quero mais esses gatos aqui e alguém tem que sumir com eles”, uma situação que poderia ser amenizada, castrando-se o maior número possível de gatos, fica sem solução e se agrava cada vez mais. Nós somos um grupo que pode ajudar a reduzir o problema mas não temos estrutura para

solucioná-lo de forma definitiva.

Já fomos escorraçadas de locais e até ameaçadas de morte por pessoas que não fazem absoluta-mente nada para controlar a procriação dos gatos da rua onde moram, mas que simplesmente não aceitam que os animais castrados sejam devolvi-dos para a origem. Se não é aceitável que esses ga-tos permaneçam soltos, correndo todos os riscos inerentes à situação de abandono, mais inacei-tável é que permaneçam soltos e se multiplican-do descontroladamente. Sabemos que a solução é paliativa, contudo, as pessoas e grupos que se dedicam à causa animal não têm estrutura para acolher mais animais do que já acolheram e a ad-ministração pública é omissa e trata com desca-so um problema que é também de saúde pública. A questão do abandono de gatos em Campinas é alarmante e mais alarmante tem se revelado a insensibilidade, o egoísmo e a falta de cidadania de muitos moradores do município.

É nosso objetivo ajudar a capturar e a castrar ga-tos em locais onde estão se reproduzindo, desde que encontremos apoio da população local para: (1) não oferecer obstáculo na devolução dos ani-mais castrados, (2) auxiliar na captura dos mais mansos, (3) alguém ou pequeno grupo do local que se disponha a cuidar da alimentação des-ses gatos comunitários castrados e também das ninhadas que já estão no local, para juntos bus-carmos lares para os não ariscos (4) participação das campanhas em busca de recursos financeiros para as castrações.

Caso de abandono na Vila Industrial onde foram encontrados mais de 20 gatos.

Hoje, todos estão castrados e alguns ganharam novoslares.

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Quem somos

O GAAR - Grupo de Apoio ao Animal de Rua de Campinas - se dedica há mais de uma década à luta pelo bem-es-tar animal, promovendo a adoção, a educação para a guarda responsável e, principalmente, a esterilização de cães e gatos, com o intuito de evitar crias indesejadas e diminuir o número de animais que sofrem com a triste realidade do abandono.Nossa ONG participa também do combate aos maus-tratos a animais, trabalhando em parceria com o SEPAMA - Setor de Proteção aos Animais e ao Meio Ambiente da Polícia Civil de Campinas, e da criação de políticas públicas para o bem-estar animal em parceiria com o CMPDA - Conselho Municipal de Proteção e Defesa aos Animais de Campinas.

Todas as nossas realizações só são possíveis graças às nossas quatro patas de

sustentação: nossas super voluntárias, os nossos dedicados veterinários conveniados, os protetores parceiros e os contribuintes!

VoluntáriasO GAAR tem hoje um núcleo de 9 voluntárias que atuam em todos os trabalhos e que tomam todas as decisões em conjunto. São mulheres batalhadoras que se dedicam à causa animal há muitos anos. Mesmo sendo eleita uma diretoria, trabalhamos em equipe. Além de sermos parceiras neste trabalho, somos amigas de coração unido!

Cláudia B. Celeste Juliana José Lúcia H. Pereira Marcela F. Fossey Marisa N. Galvão

Marta P. Ferrari Rosana Ocampos Sonia R. Pequeno Susana Blois

Quem somos

O GAAR também conta com voluntários que atuam em trabalhos específicos e que nos ajudaram muito no ano de 2012:

Isbela Pitelli(Bingo)

Juliana Duranzi(Feiras)

Lívia Cordi(Bazares e Feiras)

Mônica Quast(Facebook)

Patrícia Ribeiro(Feiras e Bingo)

Veterinários ConveniadosNossos veterinários parceiros realizaram as cirurgias de esterilização tanto em suas clínicas quanto em mutirões de castração promovidos pelo GAAR em bairros pobres de Campinas. Esses veterinários também são responsáveis pelos cuidados com a saúde dos animais que passam pela ONG. São eles:

Dra. Adriana Silva R. Agostinho Páttaro, 55 Barão GeraldoF 3289.1899

Dra. Alexandra PavanelloR. Licínia Teixeira de Souza, 386Vila Proost de SouzaF 3388.7485

Dra. Carolina Vital Av. General Marcondes Salgado, 563 BosqueF 3253.2400 | 7807.2421

Dra. Cyntia Fernandes Av. José Pancetti, 808 - Jd. AuréliaF 3213.9901

Dra. Denise HoriR Benedito Alves Aranha 127Barão GeraldoF 7803.6197

Dra. Elani GarciaAtendimento EM DOMICÍLIOF 3272.0385 | 9105.0070

Dr. Elessandre Cássio Ascari Av. Dr. Arlindo Joaquim de Lemos, 120F 3295.2430 | 9164.1115

Dra Fabiane Spadella DuarteR. Antônio Cezarino, 435 - BosqueF 3233.2994

Dra. Keilla Moreira Av. Piracicaba, 1239Jd Novo Campos ElíseosF 3227.6645 | 9783.4362 | 8317.4668

Dra. Maria Luíza ValladãoAtendimento EM DOMICILIOF 9655.8108 | 3383.3933

Dra. Margareth Navi dos Santos R. José Rosolén, 227 - Jardim LondresF 3267.0182 | 9261.4949

Dra. Renata Croce Av. Dr. Arlindo Joaquim de Lemos, 693 Vila LemosF 3255.4919 | 8138.9518

Dr. Roberto Stevenson Prado Atendimento EM DOMICÍLIOF 9277.0360

Dra. Silvia Biasi FariaR. João Baptista Dalmédico, 850Barão GeraldoF 8148.5000

Dra. Verônica MoraesAv. Mirandópolis, 650 Vila Pompéia F 3386.8780 | 9134.3491

Dra. Veronika Villagelin Av. Barão de Itapura, 2019 - BotafogoF 3232.7892

Fernanda Yukari(Site e calendário)

Fernanda Gori(Blog)

Cacau Moreno(Blog)

Pablo Fulcheri(Eventos)

Erik França(Bingo)

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Além de nossos veterinários conveniados, outros veterinários nos ajudaram muito em alguns casos e queremos deixar aqui nosso imenso agradecimento para o Dr. Clélio Carreira, Dra. Hanako Momma, Dr. Manoel Oliva-Pro-ença e em especial para a Dra. Silvana Souza que está sempre pronta para nos ajudar com a bicharada!

Ohana Rodrigues(Bazares e LT)

Letícia Barata(Bazares e LT)

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Protetores Parceiros Do mesmo modo que dizemos “nenhum homem é um ilha”, podemos dizer que “nenhuma ONG é uma ilha” ou, pelo menos, não deveria ser. Por isso, o GAAR se orgulha de trabalhar em conjunto com muitos protetores independentes e com protetores de outras ONGs de Campinas. Essa integração com troca de informações e de experiência e cooperação mútua adiciona muita força ao trabalho de todos e potencializa ainda mais a ajuda que podemos dar aos animais.

Queremos deixar aqui o registro de nossas parcerias e nosso profundo agradecimento a todos que trabalharam lado a lado com nossas voluntárias em 2012:

Fernanda, Luciana, Edna, Marlene, Edilene, Lilian, Cecilia, Marilza, Bete, Bia, Ingrid, Yuko, Marilena, Raquel, Daniela, Fernando, Rosi, Sr. Zacarias, Mariana, Débora, Maria... e há outros amigos que têm apoiado nosso tra-balho e somos muito gratos a todos!

Quem somos

ContribuintesPara dar conta de tanto trabalho e arcar com todas as despesas, só com muito apoio financeiro de pessoas e em-presas amigas dos animais! Em 2012 fomos agraciados com a ajuda de nossos sócios-contribuintes e contribuintes eventuais, sendo que a maioria opta pelo anonimato, e com a ajuda de empresas, entidades e profissionais que têm dado uma grande força para nosso trabalho, através de doações, serviços ou divulgações:

OYA& CIA LTDA

O Barão Pet tem sido nosso parceiro há anos e especialmente no ano de 2012 contribuiu mui-to para nosso trabalho através de desconto nos produtos destinados aos animais que assistimos, venda dos calendários e outros artigos do GAAR, divulgação do nosso trabalho e, especialmente, cedendo o espaço da loja para nossos bazares mensais!

A Portal Publicidade adotou o GAAR em um projeto que começou em 2011 e foi finalizado em 2012, no qual os super designers e publicitários da agência desenvolveram um novo logotipo e mascotinhos para representar a ONG, e nos pre-sentearam com folders informativos para divul-gar nosso trabalho e com camisetas para a venda e arrecadação de fundos!(na foto: Ronaldo, Juliana (sen-tada), Susana, Lucas, Marisa (sentada), Sônia, Rose e Rosa-na)

Na disciplina de Gestão de Projetos, ministrada na Faculdade de Tecnologia da Unicamp, o Prof. Marcos Augusto Borges incentivou os alunos a desenvolverem projetos de ação social. Foi então que um grupo de alunos quis ajudar o GAAR com o planejamento financeiro e artístico de um ca-lendário permanente, cujo resultado das vendas está sendo integralmente revertido para os ani-mais. O produto final ficou maravilhoso e ainda está à venda na nossa lojinha! (na foto: Camila Rizzo, Ramiro Pozzani, Prof. Marcos Augusto Borges, Fernanda Yukari, Emily Watanabe)

A empresa Evialis Pet, agora InVivo NSA, atra-vés de uma iniciativa da Érika Miklos, entrou em contato conosco no final de 2012 para fazer a do-ação de mais de 30 sacos de 25Kg de ração para cães! A entrega da primeira parte aconteceu no início de 2013 e nossos peludos já puderam expe-rimentar a nova ração e adoraram!(na foto: Érika e Marta (em pé), Marisa (sendada) junto aos cães Choquito, Baby, Pernalonga e Rebeca)

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Contribuições que marcaram

Contribuições que marcaram 2012

Contribuições que marcaram

Contribuições que marcaram 2012

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A Porta do Sol – Centro de Estudos Xamânicos de Expansão da Consciência, a cada mudança de es-tação faz uma corrente de caridade e prosperidade chamada Porca Branca. Os participantes entregam uma Porquinha (cofrinho) com um valor em di-nheiro. Essas Porquinhas em geral são entregues a grupos que fazem algum trabalho social. A ideia é levar a energia da prosperidade que essas Porqui-nhas carregam para o maior número de pessoas. O mais importante não é o quanto se doa, mas o fato de não se saber para quem se doa, uma bonita lição filantrópica. Desde 2009 o GAAR vem rece-bendo doações das Porcas Brancas. Outras insti-tuições de proteção animal também receberam a doação, como o Adote um Gatinho (SP), o Pitcão (SP) e o Rancho dos Gnomos (Cotia). Para saber mais sobre a Porquinha e o intuito desta ação, visi-te o site www.portadosol.org.br.

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O crescimento das populações dos animais domésticos supera muito o número de pessoas dispostas a tutelar esses animais de forma responsável. O resultado desta equação é uma elevada taxa de abandono e de maus-tratos aos animais, fazendo com que o controle populacional de cães e gatos seja imperativo nos dias de hoje em cidades grandes como Campinas.

A castração é uma intervenção cirúrgica de baixo risco, e um método amplamente difundido para o controle po-pulacional de cães e gatos, conhecido por ser a forma mais digna de realizar o controle, mantendo o bem-estar dos animais. Além de realizar o controle populacional, reduzindo o abandono de animais, a castração oferece outras vantagens aos próprios animais castrados. Um macho esterilizado deixa de fugir tentando ir atrás de fêmeas no cio, tem menos necessidade de marcar território com urina, porém continua guardião da casa e da família. Uma fêmea esterilizada deixa de atrair a legião de machos à sua porta, não tenta fugir para cruzar e não tem mais cio, ou seja, não menstrua mais. Além disso, ela estará se livrando da piometra (infecção no útero) que atinge em média 60% das cadelas não esterilizadas, cujo tratamento inclui a esterilização.

Com a certeza de que a castração é o modo mais eficaz de combater o abandono, focamos nossa atuação em castrar animais, tanto os que se encontram em abandono nas ruas, quanto animais tutorados por famílias de baixa renda que não têm condições de arcar com os custos da cirurgia. Por concordar sobre a importância da castração, nossos veterinários conveniados realizam as cirurgias de esterilização a preços reduzidos para todos os animais encami-nhados pelas voluntárias do GAAR.

Atuação

Luta contra o abandonoCastrar e Castrar, Sempre!

Castração da Rott Vitória.

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Atuação

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Projetos de castração em parceria com a FAC

Problemas relacionados ao abandono e a ausência de guarda responsá-vel de cães e gatos estão intimamente vinculados às condições sociais, econômicas e culturais das comunidades. Por isso, comunidades mais carentes devem ser alvo prioritário do controle das populações de tais animais. Igualmente importante é o trabalho paralelo de educação des-sas comunidades no que se refere à guarda responsável, transmitindo conceitos como respeito e manutenção do bem-estar do animal e a res-ponsabilidade em manter o compromisso com este ser vivo por toda a sua vida.

ONGs, como o GAAR, trabalham arduamente para minimizar as con-sequências da omissão do poder público local, tanto no que se refere à população humana quanto aos animais, contudo, infelizmente, os pou-cos recursos disponíveis limitam fortemente a abrangência da atuação dessas ONGs. Contando com recursos de empresas privadas, as entida-des de proteção animal podem utilizar seu conhecimento e sua experi-ência na operacionalização dos projetos para auxiliar mais animais e, consequentemente, mais pessoas.

Em uma iniciativa pioneira em Campinas, a FAC - Faculdades Anha-guera de Campinas demonstrou que trabalha com consciência sócio ambiental apoiando o GAAR em um projeto de castração que benefi-ciou a comunidade que reside no entorno da empresa, entre os anos de 2011 e 2012. O projeto foi coordenado pela Profa. Miriane de Almeida Fernandes, pela Profa. Ligia Maria Gobbi, ambas da FAC, e pela Sonia Pequeno, voluntária do GAAR. Neste primeiro projeto foi realizada a esterilização cirúrgica de 60 animais domésticos da população carente que reside no entorno de uma das unidades da FAC e, paralelamente às cirurgias, foi desenvolvido um trabalho de educação com a comunidade do local através de palestras com as voluntárias do GAAR. Os resultados foram ótimos e, no final de 2012, a FAC e o GAAR organizaram a conti-nuação das castrações e das palestras para o ano de 2013!

Alguns do animais castrados durante o primeiro projeto financiado pela FAC.

Atuação

Luta contra o abandono

O GAAR não possui abrigo de animais e os cães e ga-tos que estão sob nossos cuidados ficam hospedados nas clínicas veterinárias conveniadas e em lares temporários pagos. Esses lares temporários são oferecidos por pessoas que sabem e gostam de cuidar do animal e possuem es-paço adequando. O GAAR costuma arcar com todos os custos de hospedagem, mas a falta de pessoas dispostas a oferecer lares temporários é um fator que nos impede de ajudar cada vez mais animais. Por isso, fica aqui o nosso apelo: quem puder hospedar provisoriamente um cão ou gato que espera adoção estará dando um apoio essencial na nossa luta contra o abandono.

Adoção dos AnimaisNosso maior investimento é na divulgação dos ani-mais para adoção através da internet, principalmente no nosso blog e de nossa página no facebook. Essa di-vulgação permite que o processo de doação, desde o interesse incial de um adotante até a entrega efetiva do animal, seja mais criterioso e nos dá melhores condi-ções de avaliar o perfil dos adotantes. Mas o processo completo de adoção envolve ainda o acompanhamen-to da saúde, da adaptação e do tratamento recebido pelo animal em seu novo lar.

Além das divulgações pela Internet, em 2012, o GAAR realizou 10 feiras de adoção de animais na Feira Vila das Artes que acontece mensalmente em Sousas e na Feira de Artesanato do Condomínio San Conrado que acontece semanalmente. Nessas feiras os animais nem sempre são adotados de imediato: preferimos que as pessoas conheçam os animais e fiquem em contato co-nosco para que, após todas as avaliações necessárias, o animal seja levado até a nova casa para o período de uma semana de experiência, antes de concretizarmos a adoção. Veja algumas fotos das feiras de adoção rea-lizadas em 2012 na página seguinte.

Lares Temporários

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Atuação

Feiras de adoção realizadas na Vila das Artes. Feiras de adoção realizadas no Condomínio San Conrado.

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Atuação

Luta contra o abandono

Educação para a Guarda ResponsávelNo ano de 2012, além das campanhas de conscientização para a guarda responsável que realizamos em nosso blog, redes sociais, em eventos da ONG e das palestras que realizamos nas escolas que nos convidam, tivemos uma feliz surpresa que nos emocionou muito. A brilhante iniciativa partiu da Profa. Fiorella Ferraiolo, que ministra a disci-plina de Filosofia na Escola Estadual Júlio Mesquita, e consistiu em levar para debate dos alunos do terceiro ano do ensino médio a relação entre homem e animais, culminando em uma campanha pelos direitos dos animais. A Profa. Fiorella contou com o total apoio da Diretora da Escola, Profa. Carla T. C. de Andrade, que gosta e respeita os animais.

Como parte da discussão, a Profa. Fiorella passou, em sala de aula, o filme “Earthlings” (em português, “Terrá-que os”), um documentário sobre a absoluta dependência da humanidade em relação aos animais (para estimação, alimentação, vestuário, diversão e desenvolvimento científi-co), e que também ilustra nosso completo desrespeito para com os não-humanos. Fiorella nos contou que a reação dos alunos foi impressionante. Alguns ficaram tão tocados que tiveram que sair da sala nas cenas mais fortes, muitos não conseguiram segurar as lágrimas. O mais interessante é que vários estudantes manifestaram o desejo de abdicar ao con-sumo de carne. Ou seja, a discussão realmente mexeu fundo e ganhou uma dimensão bem maior!!! Não é mesmo incrí-vel?

E como a proposta era de fato não ficar no limite das ideias, os alunos foram convidados a fazer uma campanha pelos direitos dos animais. Para isso, eles produziram inúmeros car-tazes e espalharam pelo pátio da escola para que os

Da esquerda para a direita: aluna Aline Buono, professora Fiorella Ferraiolo, e voluntárias Marisa e Lúcia, no dia da

entrega das doações.

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Atuação

outros colegas e funcionários pudessem também pensar a respeito. Foi então que o tema mexeu com a escola toda! Com todo esse envolvimento, eles puderam promover a arrecadação de ração, produtos de higiene e artigos para venda no bazar beneficente em prol dos animais. Além dis-so, durante o período das discussões, colocavam lembretes nas classes para que todos colaborassem. Que maravilhoso ver o empenho deles, buscando a união e solidariedade de todos!

E os cartazes estavam lindos, abordavam temas como maus-tratos, uso de animais em laboratório, abandono, etc. Os alunos também fizeram uma pesquisa na Internet para conhecer as ONGs de Proteção Animal de Campinas, e to-das estavam lá listadas, no pátio da escola, para que todo o público da escola conheça e faça contato.

Foi uma experiência realmente incrível, para eles e, prin-cipalmente, para nós! Todos ficaram tão envolvidos que o projeto continuou. Voluntárias do GAAR foram convida-das para falar sobre o trabalho da ONG para a escola intei-ra e alguns professores e alunos decidiram criar o Grupo Amigos dos Animais na Escola - GAAE! A ideia do GAAE é informar e orientar os membros da comunidade escolar sobre questões que envolvam a proteção animal, como o aban-dono e maus-tratos de animais domésticos, e outros modos de exploração animal, como o uso de animais para testes e entre-tenimento. O grupo criou uma página no facebook onde divul-ga informações relevantes e nos ajuda a divulgar o trabalho das ONGs de Proteção Animal de Campinas.

Os professores e alunos da EE Júlio Mesquita criaram um lindo exemplo a ser seguido, em uma cidade onde o poder público historicamente mostrou tão somente descaso pelos animais e pelo meio ambiente, onde ainda não existem po-líticas públicas para garantir o direito dos animais, e onde não houve, por parte da Secretaria de Saúde, nem da Secre-taria de Meio-Ambiente e nem da Secretaria da Educação, interesse em abordar essa importante questão, apesar de todo o esforço que as ONGs, e que o Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal realizam. Cartazes dos alunos e palestra sobre guarda responsável e so-

bre o trabalho da ONG ministradas pelas voluntárias Rosana, Lúcia e Marisa.

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Atuação

Luta por políticas públicas

Atuação conjunta com o CMPDAO ano de 2012 foi também marcado pelas eleições municipais e as ONGs de Campinas, reunidas no Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais - CMPDA, se esforçaram para que cada um dos candidatos à pre-feitura de Campinas se comprometesse com um Plano Municipal de Políticas Públicas para o Bem-Estar Animal, proposto pelo conselho. Os conselheiros apresentaram os planos pessoalmente a cada canditado e conseguiram que os mesmos assinassem um compromisso em implementar as políticas lá descritas.

Os graves problemas do abandono e dos maus-tratos aos ani-mais têm sido amenizados por meio do trabalho realizado exclusivamente pelas ONGs, dado o descaso dos órgãos mu-nicipais que não cumprem seu papel. Evidentemente, esta in-versão de competências não pode permanecer. Além de Cam-pinas ainda não possuir políticas públicas voltadas ao bem estar animal, a questão animal no município está vinculada à Secretaria de Saúde, onde prevalece a visão sanitarista de que o tratamento de zoonoses é direcionado exclusivamente ao bem-estar humano, visão esta que já propiciou chacinas em muitos CCZs deste país. Nossa principal proposta foi de que a questão animal passasse a estar vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, onde o bem estar animal pudesse efeti-vamente ser prioridade. Associada a esta mudança, foram propostas políticas permanetes de cadastramento de animais domésticos, de controle da população de cães e gatos via cas-

tração, de adoção de animais, de educação ambiental e para a guarda responsável, de proteção à fauna silvestre e seus habitats, e de suporte à fiscalização e punição de crimes de maus tratos.

Agora com a troca da gestão municipal nossos pedidos estão bem recebidos pelo novo Secretário do Meio Am-biente e tudo indica que em breve teremos melhorias significativas na atuação municipal pelos animais.

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Atuação

Luta contra os maus-tratosAtuação conjunta com o SEPAMALutar pelos direitos dos animais exige um conjunto de ações integra-das, que vão desde o trabalho imediato e assistencial de socorrer os animais em ris co, até a luta - árdua em Campinas - para que sejam im-plementadas políticas públicas nesta área, contemplando programas permanentes de castração e de educação. Além disso, outra dimensão importantís sima deste trabalho ganhou relevância nos últimos anos na nossa ci dade: a punição exemplar para quem maltrata animais! Após a criação do SEPAMA - Setor de Proteção Animal e Meio Ambiente da Polícia Civil de Campinas, pudemos sentir o quão importante é a aplicação da lei. Mas a delegacia dos animais - oficialmente SEPAMA - sofreu em 2012 com a falta de infraestrutura e de funcionários compro-metidos, e o GAAR esteve atuante durante todo o processo, junto com o CMPDA, para que a delegacia voltasse a ter o excelente funcionamento que tinha anteriormente.

Em janeiro de 2012, a Delegacia ficou por mais de um mês sem um escrivão o que impossibilitou o registro de B.O.s. A questão foi parar nos jornais através de denúncias de diferentes protetores, incluindo nossa presidente Rosana Ocampos e nossa vice-presidente Marisa Nunes Galvão.

“A psicóloga Rosana Ocampos afirmou que foi várias vezes até o local para registrar crimes diferentes contra ani-mais, mas em nenhuma das tentativas conseguiu realizar o procedimento. Uma das denúncias era a respeito de uma cadela da raça pit bull estuprada frequentemente por seu dono. “Me disseram para ir em outro distrito nas duas ve-zes. É um pena, porque a delegacia tinha sido criada justamente para atender crimes dessa natureza. Foi um grande passo para quem se preocupa com a causa animal. O que está acontecendo é um retrocesso, uma prova que a questão animal não é levada a sério por esferas superiores”, afirmou Rosana.”Correio Popular 13/01/12 - Crise esvazia delegacia de proteção aos Animais.

“Durante o período em que o SEPAMA careceu do serviço de escrivão de cartório, muitas ocorrências graves con-tra os animais deixaram de ser registradas e apuradas. Segundo a ativista do Grupo de Apoio ao Animal de Rua (GAAR), Marisa Galvão, a entidade levantou sérias suspeitas sobre um homem que procurava muitos gatos para adoção, chegando a adotar quatro felinos de clínicas veterinárias conveniadas. “Quando procurado para vermos os gatos, ele apresentou laudo de óbito de todos, mas suspeitamos da veracidade dos laudos e do interesse por trás dessas adoções”, disse. As investigações deste caso foram atrasadas devido à necessidade de deslocamento para outro distrito policial para registro.Marisa relata também outro caso de maus-tratos em que o BO deixou de ser registrado pela falta do escrivão. “Uma mulher colocou a cachorra na rua, simplesmente porque a viu cruzando com um cachorro, e poderia estar grávida”, disse.”Notícia Animal 12/01/12 - Delegado garante que SEPAMA terá novo escrivão em breve.

Com as denúncias e queixas apresentadas pelos protetores, a delegacia voltou a receber um escrivão no dia 18/01/12. Mas este foi apenas o primeiro problema com o SEPAMA em 2012. Alguns meses depois, a Delegada Dra. Rosana Mortari, que há 2 anos fazia um excelente trabalho na delegacia, precisou se afastar pois iria concorrer ao cargo de vereadora, nas eleições de outubro. Dra. Rosana foi substituída, a princípio temporariamente, pelo Dr. Antonio

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Atuação

Eribelto Piva Júnior. Infelizmente neste período em que o Dr. Piva assumiu o SEPAMA, nenhuma de nossas denún-cias de maus tratos foi averiguada e inúmeras ocorrências ficaram paradas na delegacia. O problema ainda se agravou quando, após as eleições, a Dra. Rosana tentou retomar seu cargo na delegacia e foi impedida! Muitos protetores, in-cluindo nós do GAAR, se indignaram e começaram uma longa batalha pelo retorno da Dra. Rosana ao seu posto. Foram 2 meses de manifestações no facebook, medidas jurídicas tomadas pelo CMPDA e encaminhadas para os superiores da Dra. Rosana na Polícia Civil, e um abaixo-as-sinado online criado pelo GAAR que resultou em mais de 5.000 assinaturas. O caso novamente ganhou destaques nos

jornais. Veja abaixo um trecho de uma das matérias:

“O Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais de Campinas (CMPDA), ONGs e protetores de animais da cidade se uniram para pedir o retorno de Rosana frente à delegacia, cargo que ocupava há dois anos. Além de reunião com o Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter2), foram feitas três petições: à delegacia Seccional, Deinter e Delegacia Geral do Estado.

Os protetores afirmam que depois da saída de Rosana vários casos de maus-tratos não foram resolvidos e que ao menos três boletins de ocorrência (BO) não foram registrados. “Junto com as petições colocamos os casos em que o escrivão se recusou a fazer o BO por achar desnecessário”, afirmou o presidente do conselho, Flávio Lamas.

A secretária do CMPDA, Marisa Galvão, diz que a saída da delegada tem motivação política. “O deputado estadual Feliciano Filho (PEN-SP) me ligou e disse que não queria que ela saísse candidata, porque o Vicente da UPA(PV) — parlamentar pela causa animal em Campinas — já era vereador e que não precisava dela.”

Uma acusação feita pelos próprios protetores em uma rede social afirmava que o impedimento do retorno da delega-da teria ocorrido após um pedido de Feliciano ao diretor do Deinter, Licurgo Costa.

Na delegacia, as fotos e quadros de reportagens com a delegada ainda es-tão na parede e entre servidores da Polícia Civil a reclamação é que desde que ela saiu, o serviço não tem a mesma agilidade. ”Correio Popular 03/12/12 - Saída de delegada do setor de animais é alvo de polêmica.

No início de 2013 finalmente foi permitido que a Dra. Rosana reas-sumisse a delegacia dos animais e retomasse todos os processos que ficaram parados por quase um ano! Um desses processos é um caso tenebroso que foi inicialmente registrado pelo GAAR, mas que foi re-forçado por denúncias de muitos outros protetores, de um homem que adotava gatos e depois os torturava e matava. A seguir reproduzi-mos parte da matéria do Notícia Animal sobre o caso, que tanto nos fez sofrer e que ainda não pôde ser concluído.

imagem de uma das campanhas realizadas no Facebook.

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Atuação

Homem suspeito de adotar e matar gatos é investigado

pela polícia de CampinasNotícia Animal 29 de Fevereiro de 2012

O Setor de Proteção aos Animais e Meio Ambiente da Polícia Civil de Campi nas (SEPAMA) investiga o caso de um homem suspeito de adotar gatos com a finalidade de exterminá-los. Até o momento, sabe-se que Edom da Silva Abreu adotou quatro gatos no município, além de outros dois em Itatiba e 16 em São Paulo, segundo informações da delegada titular do SEPAMA, Rosa na Mortari. Edom prestou depoi-mento na delegacia nesta terça-feira, 28/02, alegando que parte dos animais veio a óbito por motivos de doenças e outra parte teria sido doada para pessoas que prestaram serviços a ele em outro estado. O suspeito informou à delegada que não tem o contato ou o endereço destes prestadores de serviço para informar o paradeiro dos gatos do-ados.

As suspeitas começaram a ser levantadas pela ONG campineira Gru-po de Apoio ao Animal de Rua (GAAR), que doou os felinos a Abreu em novem bro de 2011. Para ver a matéria na íntegra clique aqui.

O CASO CHOCANTE FEZ REDOBRAR OS CUIDADOS PARA DOAR GATOS... Este caso abalou demais, afinal, o Sr. Edom se apresentava com discurso convincente de “pessoa do bem”, que gostava de animais e queria ajudar. E foi assim que conseguiu adotar vários gatos em São Paulo, em Campinas e em outras cidades da região e, de acordo com investigação policial, há fortes indícios de que os tenha torturado e matado. O GAAR, desde então, redobrou sua cautela e reitera sempre nas redes de proteção o alerta, a todos que tivessem gatos para doar, para que tenham muito cuidado no processo de adoção, pensando não apenas neste caso, mas que pode haver mais gente também propensa a fazer isso. Houve outros casos noticiados de pessoas que se passaram por bons adotantes, que diziam gostar de gatos, mas na verdade possuiam índole criminosa, fanatismo religioso ou mesmo problemas psicológicos que as levaram a matar esses pobres animais, com requintes de cruel-dade. Por isso sempre frisamos:Não deixe de fazer termo de adoção, só aceite originais do documento de identidade e comprovante de endereço. Suspeite de pessoas que dizem que o gato será levado para parente ou amigo que reside em outro endereço ou até outra cidade. Isso pode ser apenas para despistar o doador de checar “in loco” como o gato está, ... e o destino pode ser uma morte brutal. O adotante final do animal é quem deve se identificar e assumir a responsabilidade no processo de adoção, não terceiros. Jamais se sinta tranquilo com relatos via telefone ou email de que o animal está ótimo e adaptado, vá ao endereço informado verificar com seus próprios olhos. E, havendo qualquer suspeita ou prova, não se omita, informe a polícia.Em Campinas:Delegacia de Proteção aos AnimaisRua Odila Maia Rocha Brito, 8, Nova Campinas.F (19) 3254-2633

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Em 2012, consumimos...

+ 3.360Kg de Ra-ção de Cães

+ 1.800Kg de Ra-ção de Gatos

+ 300 doses de vacinas e

vermífugos

+ 300 doses de antipulgas e

carrapaticidas

+ 600 doses de anestésicos

+ 70 caixas de antibióticos

+ 150 caixas de anti-inflamatórios

Precisamos da sua ajuda!

O GAAR em números

Castrações

Animais que resgatados do abandono Animais de famílias carentes

Tratamentos

Animais debilitados que passaram por longo tratamento veterinário

Alimentação

Animais que recebem ajuda periódica com a alimentação

Adoções

Animais que ainda aguardam um lar Animais já adotados

Cães Gatos

112 217

188 104

35 48

16 23

94 131

16 39

[email protected]

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Em 2012, realizamos:

O GAAR em números

621 animais castrados (média de 52 animais / mês)

83 animais receberam longo tratamento veterinário

(média de 7 animais / mês)

225 animais ganharam novos lares(média de 19 animais / mês)

Totais e Médias

Vamos fazer as contas?

Se pensarmos que:

A) cada animal gerA 2 crias por ano (1 a cada 6 meses)

B) em cada cria nascem em média 4 filhotes

então:

Sem essas 621 castrações em 2012, a chance seria de termos

621 animaisx 2 (crias)

x 4 (filhotes)=

4.968 novos animais na fila do abandono e, pior, aptos em 2013 a também procriarem!

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No ano de 2012 conseguimos superar nossa meta de castrar tantos animais quanto castramos no ano anterior. O GAAR promove a esterilização cirúrgica de cães e gatos com custo reduzido para famílias de baixa renda e arca com os cuidados veterinários e as esterilizações dos animais encontrados em estado de abandono. É preciso ressaltar que, mesmo de forma indireta, o GAAR é res-ponsável por um número ainda maior de esterilizações em virtu-de de parcerias firmadas com diversos veterinários da cidade, que realizam castrações a preços acessíveis. Além dos animais que en-caminhamos diretamente para esses veterinários, há pessoas que acessam nossos websites e entram em contato com as clínicas para castrar seus animais.Apesar do nosso foco ser a castração, nosso trabalho cotidiano en volve o tratamento veterinário de animais, a alimentação diária de animais nas ruas (mediante planejamento prévio), e os esforços para que todos eles encontrem lares que os acolham com respon-sabilidade para a vida toda. Temos obviamente limites, inclusive financeiro, para resgate ou alimentação de animais, sendo impos-sível ajudar todos os casos que chegam até nós. Ao lado seguem os números de animais beneficiados em cada uma dessas categorias, entre 1 de Janeiro à 31 de Dezembro de 2012.<<<

O GAAR em corpo e alma

Barthô, resgatado pelo GAAR durante um mutirão de castração, teve um olhinho removido mas hoje está saudável e feliz em seu novo lar, ajudando a cuidar de um gatinho resgatado pela família.

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que marcaram nosso ano de 2012

Casos

Relatose

Foram muitos os animais que passaram por nós em 2012. Conforme os números relatados anteriormente, foram mais de 600 animais. Cada um deles teve um espaço em nossas vidas com suas particularidades, sofrimentos e conquistas. Todos ficarão em nossa memória para sempre. A grande maioria teve suas histórias contadas em de-talhes em nosso blog, que também funciona como nosso diário de bordo, onde apresentamos um pouquinho do nosso cotidiano. Para este relatório, selecionamos algumas histórias que serão apresentadas a seguir sem nenhum ordenamento por prioridade ou importância. Para nós, cada cão e gato que pudemos ajudar foi igualmente im-portante em nossas vidas.

O GAAR em corpo e alma

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Clicando em cada foto você é direcionado ao respectivo relato!

O GAAR em corpo e alma

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Lola foi a única sobrevivente de uma ninhada de 6 bebês abandonados na rua. Pois é, nem sempre podemos relatar um super final feliz. Essa turminha, antes apelidada de “tur-minha da alegria” começou a apresentar sinais de cinomose logo que foi resgatada pelas voluntárias Rosana e Lúcia. Um a um, os sintomas apareciam e debilitavam os bichin hos, causando muita dor. Foi uma fase de muito sofrimento e luta. A Rô e a Lu fizeram de tudo para salvar esses lindinhos mas, ao longo de 3 semanas, 4 deles morreram ou tiveram que ser eutanasiados. A Meg conseguiu superar a doença, foi adotada por pessoas maravilhosas, contudo, um proble-ma digestivo, provavelmente consequência de toda a situa-ção que viveu, acabou trazendo muito sofrimento para ela e para nós na busca por uma cura... que não veio! E com muita tristeza tivemos que nos despedir da Meg. Mais uma vez, vidas foram perdidas por causa da irresponsabilidade de humanos que abandonam animais. Lola sobreviveu e se manteve saudáveis. Foi adotada por uma ótima família.

Lola foi a única sobrevivente da ninhada

Ninhada da Meg e da Lola. Esses pequenos eram tão brin-calhões que foram apelidados de Turminha da Alegria pela Rosana e pela Lúcia.

<<< Infelizmente, nem todo final é feliz e dois desses pequenos tiveram que sofrer eutanásia para poupá-los de toda a dor que já estavam tendo por conta da cinomose.

O GAAR em corpo e alma

25 gatos acumulados em uma casaCerca de 25 gatos, entre adultos e filhotes, viviam na casa de uma senhorinha de 84 anos, que morava sozinha e não tinha condições de cuidar deles. A maioria foi jogada por pessoas insensíveis e egoístas que acham muito mais fácil, em vez de castrar o seu animal, passar o problema das ni-nhadas indesejadas para uma senhora idosa que gosta de gatos.

A protetora Andréia e o GAAR se uniram para tentar aju-dá-los, apesar das limitações de lares temporários devido ao grande número de felinos abandonados em Campinas. Para agravar o caso, a maioria dos gatos mostrava sinais de infecção por fungos.

Aos poucos os gatos foram sendo retirados de lá e levados para clínicas veterinárias conveniadas e lares temporários. Mas foi difícil reverter a infecção por fungos, foram meses de diferentes tentativas de tratamento e, infelizmente, al-guns filhotes contrariam outras doenças e não resistiram. Mas muitos tiveram a chance de se recuperar e serem cas-trados para entrar na batalha pela tão sonhada adoção!

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Vítor: rottweiler resgatado do CCZ

Em uma visita ao CCZ - Centro de Zoonoses de Campinas - no dia 22/06/12, nossas voluntárias encontraram inúmeros animais em más condições de saúde e, dentre eles, um se destacou pelo grave estado: um cão rottweiler adulto. No dia 25/06/12, nossa voluntária Marta voltou ao local para resgatá-lo. Para ser retira-do, o cão teve que ser sedado para o transporte, tal o estado dele. Soubemos, por funcionários do CCZ, que ele estava lá há um mês, se arrastando para comer e beber, quando conseguia. Como a cela é lavada todos os dias, provavelmente passava o dia molhado!

O cão, agora batizado de Vitor, foi transportado em uma caixa de transporte como uma maca improvisada, pois além das inúmeras feridas no corpo havia suspeita de fraturas, na coluna vertebral ou no quadril. Na clínica veterinária, o Vitor recebeu medicação e muita comida e água, pois estava extremamente faminto e ávido!Realizar o diagnóstico do Vítor foi difícil, pois havia muitos fa-tores que o debilitavam: ele estava desidratado, anêmico, com muitas feridas pelo corpo e com uma das patas traseiras muito inchada.

O inchaço exacerbado trouxe a possibilidade de uma amputação, mas depois de um intenso tratamento com antibióti cos e anti-in-flamatórios, o abscesso drenou, reduzindo o risco da amputação. No entanto, vários outros exames diagnosticaram outros proble-mas, inclusive doença do carrapato e nosso grandão recebeu to-dos os cuidados para ficar saudável.

O GAAR em corpo e alma

Vítor no primeiro dia de visita ao CCZ, machucado e sem conseguir levantar do chão molhado.

No dia do resgate, a voluntária precisou improvisar uma maca pois haviam suspeitas de fraturas.

Vítor curtindo seu novo lar!

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O GAAR em corpo e alma

Ao fim de um mês de tratamento, o Vítor já estava melhor, de-monstrava vontade de levantar e se movimentar, mas ainda não conseguia. Iniciamos um tratamento com acupuntura que surtiu bons resultados e pudemos ver nosso menino em pé...!

Porém, uma lesão da pata dianteira piorava... e tornou-se uma infecção no tecido ósseo que formou um enfisema que atacava cada vez mais o osso. Depois de quase 5 meses de cuidados, trat-amentos, exames, mudanças de tratamento, e muito, muito, carin-ho, tivemos que tomar a difícil decisão de autorizar a amputação da pata dianteira direita do nosso querido Vitor.

Esse menino forte e corajoso que já havia passado por muitas difi-culdades, teve que superar mais essa! E no meio de toda essa triste história, Vítor novamente nos deu uma aula de superação: poucos dias após a cirurgia de amputação, Vítor estava de pé e andando todo feliz e bem humorado, agitando o rabinho pelo quintal da clínica! Foi uma recuperação impressionante.

Mesmo sendo um cão adulto e, agora, deficiente, o que costuma dificultar bastante a adoção, Vítor usou todo o seu charme para conquistar a Luiza, uma cliente da clínica onde ele se recuperava. Luiza, que já tinha duas cadelas adotadas, não resistiu ao nosso meninão mesmo sabendo que ele vai precisar de cuidados espe-ciais. E lá foi o Vítor para um lar de verdade!

Nós só temos a agradecer a todos os super seres humanos en-volvidos nessa linda história, desde nossas voluntárias, as veter-inárias que cuidaram dele com muito carinho, os amigos que co-laboraram com o tratamento e sofreram junto com a gente a cada dificuldade que aparecia... e, por fim, a Luiza e sua família que acolheram nosso menino com tanto amor!

Os primeiros passos do nosso menino valente. Uma ima-gem que nos emocionou!

Já na clínica veterinária, Vítor se recuperava dos feri-mentos e da desnutrição.

No pós-operatório da amputação, Vítor enfrentava mais uma etapa difícil.

Já recuperado e muito bem humorado, Vítor se prepa-rava para ir para seu novo lar!

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Visita que fizemos ao Vitor na casa nova, quando o encontramos tão bem quenos pareceu outro cão! Vitor está feliz, tranquilo, e com um pêlo ultra brilhante!

O GAAR em corpo e alma

Os Castanhinhas

Amendoim, Pistache, Amêndoa e Avelã mal nasceram e já sofreram com o abandono. Foram encontrados em uma caixinha em Barão Geraldo, ainda com os olhinhos fechados e com os cordõezinhos umbilicais a ponto de cair. Estavam chorando, muito. Procuramos pela mãezinha deles por toda a região, mas não a encontramos. Lançamos uma apelo por email e nas redes sociais, pedindo por uma gatinha que pudesse ser mãe de leite, e também não tivemos retorno. Mas não podíamos ficar paradas, né? Começamos a amamentação com uma receita especial para bebês, usando a seringa, mas logo descobrimos o milagre da mamadeira!

Eles se deram super bem com a mamadeira e começaram a mamar

a cada duas horas em um rotina bem rígida: dormir, acordar gritando, mamar, fazer as necessidades (depois da devida massagem), e voltar a dormir. Apesar do trabalhão diário, recebemos muita ajuda e doações de amigos e os bebês estavam indo bem, até que o Amendoim e o Pistache começaram a querer a mamar menos. Antes que pudéssemos pensar em pedir ajuda veterinária, durante a madrugada, os dois se foram. Foi um daqueles dias muito tristes, que nos fazem “tremer na base”. Sabíamos que seria um verdadeiro milagre manter nossos 4 castanhinhas saudá-veis depois de perderem a mãezinha nos primeiros dias de vida... mas nossa esperança era enorme!

Recém chegado, Pistache e seus irmãos tomavam leite na seringa, mas com bastan-te dificuldade.

Avelã após uma semana do resgate.

Amendoim gostou tanto da novidade da ma-madeira, que precisava ser afastado na marra para não mamar demais e engasgar!

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O GAAR em corpo e alma

Amêndoa e Avelã passaram alguns dias medicadas e finalmente os olhinhos abriram começando a lembrar projetos de gatinhas. E, muito cheias de vontades, resolveram que gostavam de mamar deitadinhas... umas fofas! Mas, uma semana após os meninos, Amêndoa também não resistiu e se foi, provavelmente da mesma doença... Mas a Avelã sobreviveu!

Depois de ter ficado um mês sob cuidados super especiais

da nossa amiga Rosy, a Avelã finalmente recebeu alta! Foi um mês difícil, tanto para a Avelã quando para nós... Mesmo tomando Max leite e papinha especial com vitaminas, essa menina ficou fraquinha e até demonstrou sinais de desnutrição. Fi-camos com muito medo de perdê-la também! Mas aqui está nossa fofa, que foi ficando cada dia mais forte, mais faminta e mais exigente! E “ai” da Marisa se não dava a carninha moída crua na hora que ela queria... ela aprontava a maior sinfonia de miaus!

Nossa castanhinha sobrevi-vente melhorou muito nas semanas seguintes. Ela engordou, trocou a cara de ratinha por de gatinha mesmo, começou a comer sozinha, aprendeu a usar a caixinha de areia, e passou a brincar muito! Ficou uma fofa!! E, pra tornar isso tudo ainda mais legal, a Avelã ganhou amigos temporários: os gatinhos retirados da favela, do caso da cadela e gata que amamentavam a ninhada uma da outra. Os quatro se de-ram super bem e brincavam juntos o dia todo! Neste momento, des-cobrimos o grande talento da Avelã: ajudar outros gatinhos

abandonados a acalmarem e se socializarem melhor com os humanos.

Depois de tantas idas e vindas, a voluntária Marisa, que cuidou da nin-hada, não resistiu ao charme desta menina e a adotou. Afinal, segundo a própria Marisa: “Depois de tantas noites mal dormidas, ouvindo ela cho-rar sem saber o porquê, correndo para esquentar o leite e massagean do

a barriguinha dela às 3h da manhã para que ela fizesse cocô, como eu poderia ficar sem ela agora?”

Bom, mas agora todo esse drama é coisa do passado. Avelã cresceu saudável, ganhou festinha de aniversário de 3 meses, e se tornou uma linda gatinha que tem ajudado muito a Marisa com os gatinhos recém resgatados que chegam na casa dela. Pelas nossas contas, a Avelã já nos ajudou a socializar outros 9 gatinhos até agora e esperamos que ela continue este lindo trabalho!

Avelã descobriu que mamar deitadinha era muito mais gostoso!

Avelã, com um mês, ainda desnutrida.

Avelã revelando seu dom: socializar outros gatinhos abandonados.

Hoje a Avelã é uma gatinha saudável e alegre, que se diverte muito em meio aos 16 gatos e 7 cães da Marisa.

Comemorando os 3 meses de vida da nossa sobrevivente!

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O GAAR em corpo e alma

Dunga foi desdenhado por veterináriosMoradores de Barão Geraldo, encontraram o Dunga após um atropelamento em um domingo à noite com “machucados nas patas e um furo enorme e infeccionado no pescoço”. Eles ligaram para uma voluntária do GAAR, que imediatamente encaminhou o bichinho para uma clínica 24hs em Barão Ge-raldo. O Dunga foi levado até a clínica por pessoas simples e, mesmo sabendo que era uma demanda do GAAR, tanto as pessoas, quanto o Dunga, foram muito mal atendidos e ainda com a condição de o Dunga entrar mediante “depósito cau-ção”. Uma demonstração de falta de profissionalismo e pre-conceito com as pessoas e com o animal.

O Dunga foi então transferido para uma clínica convenia-da com o GAAR, e lá percebemos que o atropelamento até que não tinha machucado tanto, mas ele já estava magro, fa-minto, sedento e com muitos focos de bicheira. Todos esses machucados parecem ter sido mordidas causadas por brigas com outros machos, talvez por conta de fêmeas no cio. Foram quatro meses de tratamento, mas o Dunga aguentou firme!

Mas a triste história deste menino pôde ter um final feliz: Dun ga foi adotado por uma família que já havia adotado ou-tros cães. Ele se adaptou rapidamente na nova casa e cons-truiu uma grande amizade com a Júlia, a filha de 14 anos do casal que foi quem encontrou o Dunga no nosso blog e ar-quitetou sua adoção. Essa história deve servir de alerta para tutores que resistem em castrar suas fêmeas. Fêmeas no cio,

mesmo na segurança de seu lar, atraem cães a kilômetros de distância. Muitos se perdem, acabam sendo atropelados ou vítimas de crueldades.(Lembrando que o argumento mais favorável para a castra-ção de cadela é o fato de evitar tumores de mama e de ovários e útero e a piometra, doença a bastante grave!!)

Dunga no dia seguinte ao resgate. Acharam a foto chocan-te? Acreditem... as outras eram bem piores.

Já com a bicheira removida e medicado, Dunga descansa-va de todo o estresse que passou.

<<<Dunga já quase completamente curado, super feliz com as visitas quando estava em lar temporário na clínica da Dra. Verônica.

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O GAAR em corpo e alma

A adoção dos irmãozinhos cegos

Esses dois gatinhos com problemas de visão, que haviam sido abando-nados em um terreno baldio foram resgatados pela voluntária Marta. Apesar de os dois terem problemas de visão, e de só admitirmos a ado-ção conjunta, a adoção deles foi disputadíssima! Foram 16 pretendentes a adotantes (um record!) e dentre eles, a Aline foi uma das primeiras interessadas e nos passou muita confiança de que cuidaria super bem dos nossos filhoticos especiais.

Aline batizou os fofuchos de Abel e Lola. Apesar da deficiência visual, a Aline disse que os dois se viram super bem e fazem a maior farra pela casa... ou seja, uma perfeita infância felina!! Até mesmo a Lola, que ti-nha um pouco mais de receio de ficar com as pessoas, já se soltou! Logo após a adoção, Aline nos enviou uma linda mensagem:

“Acredito que todos os pretendentes a adotantes tiveram o mesmo sentimento, de compaixão, de desejo de fazer algo a favor, de saber que poderia ser alguém a mudar a história desses bichinhos. Eu fiquei pensando bastante sobre o caso de existir tantos animais abandonados, e o quanto sofrem até mais do que nossos pequenos sofreram, eles são dependentes. ... E refleti sobre o caso de que todos nós, independentemente de quem somos, somos altamente responsáveis pela criação, sejam as flores, sejam os animais. E se eles sofrem, somos responsáveis por isso. Se cada um que pudesse, pegasse um animalzinho se quer pra cuidar,

talvez isso tivesse uma tristeza menor. O maior trabalho que alguém tem quando adota um bichinho é dar atenção, coisa que as pessoas não fazem nem pra si mesmas, se elas não sabem se amar, elas dificilmente darão amor a um animalzinho. Esse é o grande o problema, as pessoas são o problema, não sabem amar. Quem não faz por um animal, não faz pra si, nem para o vizinho. Eu digo pra você, eles são gatinhos bem normais, a única anormalidade deles é que são inteligentes demais!”

Linda mensagem, e muito verdadeira. Abel e Lola tiveram sorte de encontrar uma mamãe dessas. Mãe que, ainda por cima, é fotógrafa e nos envia fotos maravilhosas deles!

Nossos gatuchos deficientes: Abel (rajado) é totalmente ceguinho e Lola (preta acinzentada) tem visão parcial. Os dois são muito gruda-dos e ajudam um ao outro a viver e se divertir como gatinhos normais!

A mamãe Aline com seus filhoticos mais do que especiais.

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A história do Barney com o GAAR começou em 2010. Sua saga nesses 2 anos foi tão cheia de surpresas que decidimos transformá-la em uma história em quadrinhos!

O GAAR em corpo e alma

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Cadela e gatinha se revezaram na amamentação das ninhadas

É possível que vocês já tenham visto casos de mãezi-nhas de uma espécie amamentando bebês de outra... Como naquele caso da macaquinha que adotou cãe-zinhos, da tigresa que adotou porquinhos e de cadelas que adotaram gatinhos. Mas alguém aí já viu uma ga-tinha e uma cadela amamentando as ninhadas uma da outra?

Foi um deleite acompanhar este caso, assistido pela protetora Edna e com o apoio do GAAR. Tudo come-çou quando a Edna levou uma casinha para uma ga-tinha dar à luz. A gatinha é de uma família de poucas posses e infelizmente não era castrada. Pois que uma cadelinha lá da rua, também prenha, se apossou da ca-sinha e deu à luz! E, para a surpresa de todos, gata e cadela dividiram a casinha com suas crias, e as duas amamentavam os gatinhos e cachorrinhos recém nas-

cidos! É ou não uma linda história? Mas, além de apreciar a beleza do instinto materno dessas duas mãezinhas, precisamos também lembrar do lado feio disso tudo... Nesta região a situação de animais procriando é crítica, e ne-nhum programa público de castração foi destinado àquela área (ou a qualquer área da cidade, como já ressaltado). Mais uma vez, uma questão que vem sendo deixada de lado pelo poder público da nossa cidade. Não é de hoje que as ONGs e protetores se esforçam para “lembrar” o poder público de que nós temos que construir políticas para o bem-estar animal envolvendo programas de castração, especialmente para a população de baixa renda!

E, como o município não assume a responsabilidade que lhe cabe, lá fomos nós ajudar nesse caso, cuidar e doar os filhotes e castrar as mamães! A história teve tanta repercussão que virou reportagem em um jornal da TVB. Quem quiser assistir a matéria, entre no nosso blog e dê uma olhada nos vídeos!

Judite, a mãezinha cadela, amamentando seus filhotinhos junto com os gatinhos da mãezinha gata.

No meio de um local tão precáio, a mãezinha gata também aceita amamentar os cãezinhos, mesmo sendo bem maiores que seus gati-nhos, e as duas ninhadas crescem juntas como uma única família.

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Juma: um conto de fadas da vida realA história a Juma é uma da-quelas que alegram o dia de qualquer protetor, e que reno-vam nossas esperanças neste mundo!

Essa pretucha era apenas mais uma gatinha preta, magrela e muito arisca que vivia pelas ruas, em Barão Geraldo. Ela era alimentada pela Marisa, junto com muitos outros ga-tos, e seu destino mais pro-vável seria seguir vivendo ali, sem nunca conseguir um lar que a acolhesse. Mas o destino dela começou a mudar quan-

do a Heloisa e o Eduardo entraram em contato com a Marisa para adotar um gatinho...

Isso aconteceu em junho de 2012, quando estávamos com a Lilica, uma gatinha petibanca linda de apenas 2 me-ses, para adoção. Eles pediram para a Marisa pra conhecer a Lilica, e lá foram. Os dois adoraram a Lilica, mas no meio da conversa, a Heloisa e o Eduardo comentaram que estavam super abertos a adotar um gatinho que preci-sasse mais de ajuda, daqueles que ninguém queria adotar! Foi um momento daqueles: “Me belisca pra eu ver se tô sonhando?” E depois de ter certeza de que era verdade, a Marisa viu ali uma ótima oportunidade para um dos pretuchos do Guará!

Depois de algumas tentativas mal-sucedidas de capturar essa gatinha, finalmente deu certo. E, com muitas re-comendações sobre como lidar com a gatinha arisca, lá foram Heloisa e Eduardo levando a pretucha pra casa. Logo de cara eles decidiram chamar nossa ferinha de Juma (lembram da novela Pantanal? Pois é!). E a adaptação aconteceu! Foi lenta, claro, mas, com todo o carinho e paciência da Heloisa e do Eduardo, foi até mais rápida do que imaginávamos!! E, para nos alegrar ainda mais, a Heloisa tem nos enviando uns relatos deliciosamente bem humorados da adaptação da Juma com a casa, com eles e com o outro bicho da casa, cão Otelo. Compartilhamos a seguir um pouquinho desses relatos.

06 de Junho“A nossa ferinha está cada dia mais ousada! A bonita aceitou rapidinho a ração que a gente ofereceu na mão e, de uns dias pra cá, a gente acorda com ela beliscando e mordendo o nosso pé! Depois, ela vem cheia de “ron rons” e fica ganhando cari-nho um tempão... Ela ainda foge pra debaixo da cama, mas na maioria das vezes, ela fica de boa e bonita em cima da cama enquanto a gente entra no quarto.”

20 de Junho“Apesar de um pouquinho arrisca ainda, ela já circula pela casa... Ela aprendeu que é legal subir no sofá e disputar espaço com o Otelo. Aliás, ela já tá se sentindo dona do lugar e vive reclamando quando o Otelo chega perto! (rs) Ela também tá super brincalhona. Tem bolinha pra todo lado e muitas meias embaixo da cama, que agora é só esconderijo pra brincar, por-que dormir mesmo, ela dorme em cima da cama com a gente. Hoje, ela dormiu abraçadinha comigo!”

Juma, nossa princesa selvagem.

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28 de Agosto“A Juma se recuperou muito bem da castração, ela já tá a mil! Sapeca, brincalhona, carinhosa... só fica atrás de mim: Miau! Miau! Miau! Agora ela deu pra infernizar o Otelo, agora mesmo ela tá correndo dele! É muito engraçado! Eles brincam bastante e ela vive atrás do rabo dele! E o Otelo pula pra lá e pra cá e late, como quem diz: Manhê! Olha ela! Mas eles se dão muito bem. É uma linda... já vem pro colo ronronando. Aliás, eu nunca tive um gato que gosta tanto do meu colinho! Acho que ela entendeu... o Du diz pra ela qdo ela assusta: Sua boba! Vc não sabe q nessa casa só tem gente q te dá carinho! Parece q ela entendeu, Mari-sa. A gente tá muito feliz! Ela arranha a minha poltrona, brinca com as plantas... (rs) E eu não censuro, Marisa! Sou uma bobona! (rsrsrsrs) Estou mandando fotos da nossa princesa selvagem e o grande Otelo!”

14 de Janeiro de 2013A boa notícia é que ganhamos mais uma integrante no nosso núcleo familiar... eu herdei a Tulipa, uma cadelinha que minha mãe adotou com poucos meses de vida e que foi uma companheirona. Estou fazendo de tudo para que ela seja feliz e saudável, e nossos dias têm sido alegres com a presença dela... mas haja paciência! Paciência que ela tem que ter com o Otelo e a Juma que passam o dia de brincadeira! E a Tulipa, uma senhora, fica observando a bagunça com aquela sabedoria anciã... (rs) A Juma tá su-per de boa, ela não deixa nenhuma visita passar impune: sobe no colo e afofa todo mundo que vem aqui em casa. Ela e o Otelo são só amor e brincadeira. Mas eu confesso, às vezes os dois me deixam maluca! Eles não param quie-tos... bagunça, miado e latido o dia inteiro! É perfeito. Eu e o Du esperamos poder adotar mais um cachorrinho em breve. Estou enviando algumas fotos pra você ver como a Juma tá linda!! Não é bom demais? Não poderíamos estar mais con-tentes com o destino da Juma! ONGs e protetores que cuidam e castram gatos abandonados precisam muito de pessoas com o desprendimento e a deter-minação da Heloísa e do Eduardo, que não fizeram questão de agradar a eles próprios, escolhendo o gatinho branquinho, de olhos azuis e muito dócil. Optaram por acolher uma pretinha básica, de pelo curto e arisca que, sem esta oportunidade, perma-neceria no abandono por toda sua vida!

Juma, já adaptada no novo lar, disputando espaço com o cão Otelo.

Otelo e Juma se tornaram amigos inseparáveis e a brincadeira nunca mais teve fim!

Um pouco de sossego e carinho após as farras. Momentos raros, segun-do a Heloisa.

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Luna foi retirada de maus tratos

Luna foi resgatada das mãos de um maníaco criminoso que a maltrata-va e abusava sexualmente da cachorrinha. Com a ajuda da Dra. Rosana Mortari do SEPAMA - Setor de Proteção aos Animais e ao Meio Ambien-te da Polícia Civil - pudemos cuidar da Luna e dar a ela a oportunidade de vivenciar um lar amoroso!

Mesmo sendo uma pretinha básica, um padrão que não costuma desper-tar muito interesse nas pessoas, Luna foi adotada por uma família muito carinhosa que não enxerga cor, nem raça, e viu na Luna uma companhei-ra de todos os momentos. A família tinha sofrido a perda de uma cachor-rinha que viveu 17 anos e meio e, com o desejo de dar muito amor a um outro animal, eles começaram a procurar em blogs e feirinhas uma nova companheira, até encontrarem a Luna no blog do GAAR. Marcamos um encontro, e foi paixão a primeira vista! Quando mostraram a foto dela

para a mãe deles, ela também se derreteu... e lá foi a nossa menina retirada de maus tratos para uma super casa, com uma família responsável que não vai permitir que a Luna sofra novamente.

Na casa nova, Luna ganhou um puff e um cobertor só pra ela, e também um almofadão redondo que fica na sala, assim ela pode ficar perto de todo mundo! Sua nova família diz que ela é uma lady, que vive pedindo carinho e faz cara de pidona toda vez que vê um de seus tutores. Agora essa menina é parte essencial desta família, para nosso orgulho e comoção!

Luna no meio da sala, confortavelmente acomodada em seu cobertor.

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Chico: um vira-lata brasileiro na Europa

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Nosso ano de 2012 também foi marcado pelos inúmeros relatos de pós-adoção que recebemos, e dentre eles, o relato das peripécias do Chico, esse menino lindo, adotado com o GAAR há 7 anos!! As notícias e fotos que tutora, Laura, enviou emocionam... Quem diria que o Chico, adotado por estudantes para morar em uma república, iria presenciar a formação de uma família muito responsável e que se desdobrou para poder ficar com ele, mesmo em mudança para a Europa?! Vejam que lindo relato da Laura:O Chico apareceu em minha vida, quando meu namorado o adotou em uma feira de doação de animais realizada por vocês. O Chico tinha apenas uns 2 meses. Ele nasceu já sob os cuidados do GAAR, pois sua mãe foi resgatada prenha das ruas. No dia da feira, o Daniel e seus amigos de república se apaixonaram pelo Chico. Porém, não foi tão fácil levar o Chico para casa, já que a responsável pelos animais não gostou da ideia deles mo-rarem em uma república. Eles prometeram para esta voluntária que jamais abandonariam o Chico nas ruas quando mudassem de casa. E isto era verdade.

Também em 2005, eu resgatei das ruas uma cadelinha, ma-gra, com uns 6 meses. Com isso, o Chico ganhou uma irmã e foi amor a primeira vista! Parecia que se conheciam há anos. Quando nos casamos, o Chico e a Pipoca passaram a morar juntos, para a felicidade geral! Isto faz uns 6 anos e muita coisa aconteceu desde então... Em 2008, recebemos uma oportunida-de de emprego na Alemanha. Recém casados, eu com diploma fresco ainda em minhas mãos, não sabíamos o que viria pela frente, mas uma coisa nós sabíamos: onde fossemos, os nossos cães iriam junto!

Descobrimos as regras para os animais, vimos que não seria tão ruim e decidimos deixar o Brasil. Incontáveis vezes escutamos que estávamos loucos, que deveríamos arrumar outros cães por aqui, que deveríamos levar crianças e não cães! Só quem tem um animal entende! E na verdade, não adianta tê-los, se não se abre uma porta para que haja conexão, para entender quanta riqueza há nesta relação, nesta amizade que é baseada em amor e respeito. Os animais nos ensinam muito e sinto muito por nós seres humanos estarmos a cada dia mais cercados de concreto e longe de ter outros tipos de relação, como com um animal, por exemplo.

Bem, o Chico e a Pipoca têm desfrutado da vida europeia desde 2008. Eles são parte essencial da nossa vida, estão conosco desde o primeiro diploma, desde a primeira aliança, desde a primeira mudança...Valeu cada pequeno esforço para tê-los aqui, pois sa-bemos que isto que fizemos para que nos acompanhassem não se compara ao prazer de crescer junto com eles. É, eles tinham 6 meses, hoje já tem 7 anos. A vida passa, mas passa conosco vivendo juntos, como uma família!

Laura, Chico e Pipoca na Inglarerra, curtindo um raro dia de sol.

Chico na Alemanha, se divertindo com a neve!

Chico aos 7 anos de idade, já com a barba branca..

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Amélie: uma mãezinha guerreira

Essa história começa com um pedido de auxílio para res-gatar uma gata que deu cria numa casa no Condomínio Paineiras, em Barão Geraldo. A moradora (uma enfer-meira!!!) não demonstrou a menor compaixão durante os 3 dias em que a gatinha com seus filhotes permanece-ram lá. A pedido do Sr. Augusto, síndico do Condomínio e pessoa conscienciosa, fomos até lá resgatar a gatinha e, além de vermos a mãez inha faminta, os filhotes miando muito, descobrimos o corpo de um filhotinho cinza que caiu no buraco da chur rasqueira e morreu coberto pelas cinzas. Ficamos imagi nando o quanto esse bichinho deve ter miado e o quanto a mãezinha deve ter ficado desespe-rada, sem ter ajuda de ninguém!

A família felina foi resgatada. Nossa amiga Ca cau resol-veu adotar a mãezinha porque sabe que gatos adultos têm menos chance de encontrar um lar, e topou tam-bém abrigar os filhotes temporaria mente. Na nova casa, a mãezinha, inicialmente batizada de Alice, ganhou um lindo nome: Amélie.

Como se não bastasse o trabalho que essa turminha dava, a Cacau não resistiu ao apelo dos nossos amigos prote-tores dos Gatos da Lagoa do Taquaral e abrigou uma ga-tinha órfã (Bonnie) precisando de mãe-de-leite, e nossa Amélie não hesitou em amamentá-la também. Amélie

Alice e seus bebês, no dia do resgate.

Alice e seus 4 filhotes amarelinhos duas semanas depois.

Cacau e sua filhota, conhecendo a Alice.

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ganhou mais uma filha, que seria adotada pela mãe da Cacau quan-do desmamasse.

Mas, no dia em que nossa voluntária Marta foi buscar os filho-tes para entregar aos adotantes, a Amélie ficou desesperada, cho-rou muito e começou a esconder a Bonnie embaixo da cama, com medo de que a levassem também. Foi tamanho o sofrimento da Amélie, que a Cacau decidiu que iria adotar também uma filhota amarelinha... só que todos os filhotes já estavam com a adoção en-caminhada.

Lennon, o único macho da ninhada da Amélie, foi então adotato pelo Daniel. Marrie foi adotada por uma família com três crianças, que passam o dia paparicando a madame! Rubi, uma das amareli-nhas, foi adotada pela Mariana e foi morar em outra cidade e fazer companhia para um gatão solitário. Até já tivemos notícias da Rubi que prontamente fez amizade com o antigo morador da casa e hoje os dois até dormem juntos!

Para a sorte da Amélie, a adoção da última menininha amarela da ninhada não deu certo. Após um mês de separação, Lucy voltou para a casa da Cacau e para sua mãe Amélie. Para nossa imensa felicidade, fica registrada para sempre essa linda imagem abaixo das duas bebês - Bonnie e Lucy - mamando e a mamãe, carinhosa como sempre, cuidando delas com muito amor.

A Bonnie continua com Amélie que ainda tem medo de perder suas pequenas, e, hoje, ela não es conde somente a Bonnie, mas também a Lucy embaixo da cama, dando uma lição de sensibili-dade e amor a muitos humanos, que muitas vezes agem com uma frieza assustadora, como foi o caso da moradora da casa onde nas-ceram seus filhotes.

O GAAR em corpo e alma

Adoção do Lennon pelo Daniel.

Marrie ganhou 3 irmãos humanos.

Adoção da Rubi pela Mariana.

Alice, agora Amélie, cuidando da filhota adotiva Bonnie. Para sempre juntas: Amélie, Lucy e Bonnie.

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Homenagem à Nina

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Nina foi um dos animais com longas histórias sofridas e que, infelizmente, terminaram a vida antes do que ima-ginávamos. Nina foi encontrada em um canil em condições muito precárias. Foi resgatada em péssimo estado de saúde com seus filhotes, que não resistiram. Depois de reabilitada, Nina passou de um lar temporário a outro, foi adotada e, logo depois, devolvida, até que a Nina encontrou a Ohana em seu caminho. Ohana topou abrigar essa menina temporariamente, mas a paixão foi tamanha, que logo ela decidiu que a adotaria! Infelizmente, neste pe-ríodo de alegria, Nina brigou com um outro cão e se machucou fatalmente. Para homenageá-la, Ohana publicou uma seleção de lindas fotos e vídeos e o seguitne depoimento:

Infelizmente, no final, a Nina faleceu. Faleceu pois o corpinho dela já estava muito danifi-cado e não era mais capaz de conter a alegria dela. E como todos que conheceram a Nina sabem, ela precisava sempre estar alegre. A Nina me ensinou muito. Ensinou sobre superação pois, apesar se já ter sofrido muito, ela sempre se recuperava e ficava feliz novamente. Ensinou sobre força, pois aguentou 3 dias de tratamento veterinário inadequado. Às vésperas da morte dela, ela ainda encontrava forças para se levantar e ir atrás de mim abanando o rabo.E ela me ensinou muito mais. Me ensinou sobre a força de um olhar e a sempre me levantar animada para mais um dia... Não esqueceremos nunca a amiga e companheira especial que a Nina foi.

Apesar da tristeza da perda dessa grande amiga e companheira, sabemos que o que realmente importa não é o quanto a Nina viveu, mas sim quão feliz ela foi ao lado da Ohana e do Luis!

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Homenagem ao nosso Amigo

O Amigo foi um cão muito especial. Nós, voluntárias do GAAR, começamos a perceber um novo animal nas ruas de nosso bairro - com certeza, mais um abandono. Ele deve ter tido uma família porque era muito amoroso com as pesso-as. Amigo, nome que lhe demos, teve chance de adoção, mas adorava viver livre e solto nas ruas. Ficamos muito preocupa-das porque algo poderia lhe acontecer caso continuasse pre-ferindo a rua à rotina de uma casa. Optamos, então, por um treinamento de alguns dias e lá foi esse bonitão para o espaço de uma treinadora profissional, parceira do GAAR. Só que o Amigo não aceitava limites e, uma noite, enquanto todos dormiam, galgou o muro do centro de treinamento e correu pra fora, para uma estrada próxima, onde, infelizmente, en-controu não a liberdade que tanto queria, mas um carro que o atropelou e não o socorreu. O que mais temíamos acontecera. Amigo se foi e nos deixou perplexas e profundamente tristes. A despeito do esforço que fizemos não foi possível oferecer ao Amigo a família que sonhamos para cada animal que resgata-mos. Nosso desejo agora é que sua morte não tenha sido em vão e que a energia que sempre mostrou nos dê força para continuar sensibilizando mais e mais pessoas para o respeito aos animais. Obrigada, Amigo.

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Arrecadação de fundos

Para dar conta de toda essa galera, a despesa é grande! E, apesar de recebermos ajuda financeira de alguns sócios contribuintes e amigos, a maior parte de nossa arrecadação vem mesmo do nosso suado trabalho. Em 2012, reali-zamos 2 tipos de eventos de arrecadação: Bazares e Bingo.

BingoUma ou duas vezes ao ano, realizamos bingos benefi-centes. As pessoas talvez não imaginem mas a orga-nização de um bingo requer um verdadeiro mutirão de gente disposta a correr atrás do local adequado, dos prêmios, de toda a infraestrutura (mesas, cadeiras, som, “comes e bebes” etc), dos folhetos de divulgação e cartelas e da venda, a fim de que ocorra tudo de forma agradável e traga resultado positivo para os animais. Em agosto de 2012, nossos voluntários organi zaram um bingo que felizmente foi um sucesso! Muitos ami-gos compareceram para aju dar a bicharada, criando uma tarde de muita alegria e diversão!

BazaresTodos os meses, em geral no primeiro sábado do mês, nossas voluntárias realizam um bazar com produtos novos e produtos de brechó. Eles acontecem em fren-te ao Barão Pet, em Barão Geraldo, e neles são vendi-das roupas, acessórios, eletro-eletrônicos, CDs, DVDs, etc... Vale a pena conferir!

Quer contribuir com o GAAR?Participe dos nossos eventos, adquira produtos em nossa loji-nha virtual, ou torne-se um sócio contribuinte!

Entre em contato com [email protected] e saiba mais sobre como nos ajudar.

Fique

atento!

Nossos eventos são

sempre divulgados em

nosso blog e em nossa

página do Face-

book!

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