RELATÓRIO E CONTAS 2009 - UNICRE - Instituição Financeira de ... · O facto de o Plano,...
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RELATÓRIO E CONTAS2009
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RELATÓRIO E CONTAS2009
MENSAGEM DO PRESIDENTE
Caros Accionistas
O ano de 2009 foi um ano muito especial para a Unicre-Instituição Financeira de Crédito, SA., por três razões fundamentais.
Primeiro, porque em 2009 a Unicre comemorou 35 anos de actividade, o que a torna numa das mais antigas companhias especializadas na emissão e aceitação de pagamentos com cartão, no mundo actual.
As inúmeras provas de reconhecimento que obtivemos, quer nacionais, quer internacionais, sensibilizaram-nos e responsabilizaram-nos face aos numerosos desafios que teremos pela frente no contexto de uma SEPA (Single Euro Payments Area), cuja configuração final tarda a surgir.
Segundo, porque em 2009 se encerra o mandato do actual Conselho de Administração e, assim, se dá por concluído o Plano Estratégico denominado Mais Unicre. O facto de o Plano, desenhado em 2006 num período de franco optimismo, ter sido mantido, e, sobretudo, cumprido nas métricas de custos, resultados e rendibilidade ao capital, não pode deixar de nos orgulhar mas igualmente do nos responsabilizar perante um mercado cada vez mais difícil e concorrencial.
Terceiro, o ano de 2009 foi o pior ano para a indústria do crédito ao consumo, como o demonstra o abandono de diversas instituições estrangeiras, a operar há décadas em Portugal. Mas, essas dificuldades permitiram à Unicre demonstrar a sua resistência perante o aumento da sinistralidade, através de um controlo de custos já anteriormente preparado e que acomodou parte do custo e que lhe permite manter uma presença no mercado, selectiva, mas sempre activa.
Num exercício tão difícil, a Unicre pôde demonstrar a sua capacidade para preservar um alto nível de serviço aos seus clientes e uma adequada rentabilidade aos seus accionistas.
Quer na comemoração dos 35 anos, quer na concretização do Plano Mais Unicre, quer na resistência demonstrada nos nossos resultados, importa não esquecer que tal performance só foi possível pela conjugação de uma preferência e exigência constante dos nossos clientes, pelo constante apoio dos nossos accionistas, pela disponibilidade dos nossos fornecedores e pelo profissionalismo dos nossos colaboradores.
A todos eles o Conselho de Administração deixa o seu agradecimento pelos resultados obtidos.
ANTÓNIO RAMALHO
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ÍNDICE
1. Principais Indicadores ....................................................................................................4
2. A Unicre............................................................................................................................5
2.1. Situação Institucional.............................................................................................6
2.2. Estrutura Organizativa ...........................................................................................8
2.3. Perspectivas Futuras ...........................................................................................10
2.4. Destaques do Ano 2009 ......................................................................................12
2.5. Sustentabilidade ..................................................................................................14
2.6. Governance .........................................................................................................22
3. Envolvente Macroeconómica.......................................................................................32
3.1. A Economia Mundial ............................................................................................32
3.2. A Economia Portuguesa ......................................................................................37
4. A Actividade da Unicre .................................................................................................40
4.1. Análise da Actividade em 2009 ...........................................................................40
4.2. Organização e Recursos Internos .......................................................................53
4.3. Gestão dos Riscos...............................................................................................58
5. Análise Financeira.........................................................................................................71
5.1. Síntese e Principais Indicadores .........................................................................71
5.2. Conta de Resultados ...........................................................................................72
5.3. Balanço................................................................................................................79
6. Proposta de Aplicação dos Resultados......................................................................84
7. Notas Finais ...................................................................................................................85
8. Demonstrações financeiras e Notas ...........................................................................86
8.1. Demonstrações Financeiras ................................................................................86
8.2. Notas às Demonstrações financeiras ..................................................................91
9. Certificação Legal de Contas .....................................................................................144
10. Relatório e Parecer do Conselho Fiscal....................................................................146
11. Formulário....................................................................................................................148
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1. PRINCIPAIS INDICADORES
Milhões de Euros. Percentagem. Pontos percentuais.
Valor %
BALANÇO
Activo líquido 279,0 307,5 298,6 (8,9) (2,9%)
Crédito a clientes líquido 242,1 266,9 244,2 (22,7) (8,5%)
Capitais próprios 37,7 46,2 57,3 11,0 23,9%
CONTA DE EXPLORAÇÃO
Margem financeira ajustada(1) 28,9 35,2 39,0 3,8 10,9%
Produto bancário (2) 88,6 105,9 91,9 (14,0) (13,2%)
Custos de estrutura (3) 64,8 62,9 56,0 (6,9) (11,0%)
Resultado operacional 23,8 43,0 35,9 (7,1) (16,5%)
Resultados antes de impostos 19,1 32,3 19,9 (12,4) (38,4%)
Resultado líquido 13,9 25,7 15,2 (10,5) (41,0%)
RÁCIOS
RENDIBILIDADE
Rendibilidade dos Capitais Próprios médios (ROE) 36,8% 60,9% 26,7%
Resultado antes de impostos / Capitais próprios médios (4) 50,5% 76,5% 35,1%
Rendibilidade do activo médio (ROA) 5,53% 8,71% 5,18%
Resultado antes de impostos / Activo líquido médio (4) 7,6% 11,0% 6,8%
Produto bancário (2) / Activo líquido médio (4) 35,3% 35,9% 31,4%
QUALIDADE DO CRÉDITO
Crédito com incumprimento (5) / Crédito total (6) (12) 6,6% 9,4% 13,1%
Crédito com incumprimento, líquido(7) / Crédito total (6), líquido 2,2% 2,9% 5,5%
Cobertura do Crédito Vencido há mais de 90 dias 61,7% 62,2% 61,8%
EFICIÊNCIA
Cost-to-Income 69,4% 56,9% 59,0%
Custos de estrutura (3) / Produto bancário (2) 73,1% 59,4% 60,9%
Custos com Pessoal / Produto Bancário (2) 19,0% 19,6% 16,7%
SOLVABILIDADE (8)
Fundos próprios totais 36,7 41,9 54,6 12,7 30,4%
Dos quais: Fundos próprios de base 33,9 37,0 44,5 7,5 20,1%
Requisitos de fundos próprios (9) 30,1 31,7 30,6 (1,0) (3,2%)
Rácio de Adequação de Fundos Próprios Totais 9,8% 10,6% 14,3%
Rácio de Adequação de Fundos Próprios de Base 9,0% 9,3% 11,6%
COLABORADORES
Número de colaboradores activos (10) 284 259 255 (4) (1,5%)
Activo líquido por colaborador (11) 0,98 1,11 1,08 (0,0) (2,9%)
Produto bancário por colaborador (11) 0,31 0,38 0,33 (0,1) (13,2%)
(4,5 p.p.)
(34,2 p.p.)
(3,5 p.p.)
(41,5 p.p.)
(4,1 p.p.)
(6) Crédito total corrigido dos valores das transferências automáticas, do valor dos juros a receber e da especialização de anuidades
(10) Em 31 de Dezembro(11) Cálculo efectuado com base no número médio de colaboradores activos
(5) Crédito vencido há mais de 90 dias + Crédito de cobrança duvidosa reclassificado com vencido para efeitos de provisionamento - instrução nº. 16/2004 do Banco de Portugal
2,6 p.p.
(7) Crédito com incumprimento - (provisões para crédito vencido + Provisões para crédito de Cobrança duvidosa) - instrução nº. 16/2004 do Banco de Portugal
(0,4 p.p.)
1,5 p.p.
2,1 p.p.
(2) Margem financeira, rendimento de títulos, comissões líquidas, resultados em operações financeiras e Outros Resultados de Exploração - instrução nº. 16/2004 do Banco de Portugal(3) Custos com pessoal, fornecimentos e serviços de terceiros e amortizações do exercicio
(9) Cálculo dos requisitos de fundos próprios em conformidade com as regras de Basileia II (2006 e 2007 reexpressos em Basileia II para permitir uma mais correcta comparação com o ano de 2008)
Variação2009
(1) Proveitos do produto Crédito Pessoal considerados em Margem Financeira (Juros e Rendimentos Similares) e excluídos de Rendimentos de Serviços e Comissões
3,7 p.p.
2,3 p.p.
(4) O cálculo do activo líquido médio e dos capitais próprios médios, para além dos valores daquelas rubricas nos extremos do intervalo, inclui também os valores registados em cada um dos trimestre intermédios - instrução nº. 16/2004 do Banco de Portugal
3,7 p.p.
(2,9 p.p.)
(12) Valores ajustados, em 2007 e 2008, para assegurar a comparabilidade da informação com o ajuste da metodologia de apuramento e classificação do crédito em incumprimento, realizada em 2009
(8) Em conformidade com o framework da Instrução nº. 23/2007 do Banco de Portugal, com exclusão da retenção do Resultado Líquido gerado em 2008
Síntese de Indicadores 2007 2008
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2. A UNICRE A Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. (anteriormente denominada Unicre - Cartão
Internacional de Crédito, S.A.) é uma instituição financeira de crédito que está autorizada a operar
no âmbito do disposto no Decreto-Lei nº 186/2002 de 21 de Agosto e no Regime Geral das
Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras.
A Unicre constituiu-se em 17 de Abril de 1974 como empresa especializada na emissão e gestão de
cartões de crédito. Em Dezembro de 2005, procedeu à alteração dos seus Estatutos, com
modificação da firma e objecto social, passando a adoptar a actual denominação social. A Unicre
passou a ter por objecto social a prática de todas as operações permitidas aos bancos, com
excepção da recepção de depósitos.
A actividade da Unicre centra-se em três grandes áreas: a emissão e gestão de cartões de crédito, a
concessão de crédito pessoal e a prestação de serviços associados à aceitação de pagamentos com
cartões, designadamente serviços de acquirer de cartões das marcas internacionais.
Adicionalmente, a Unicre presta outros serviços especializados a instituições financeiras e afins, no
âmbito das respectivas operações de cartões de pagamento.
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2.1. SITUAÇÃO INSTITUCIONAL
2.1.1. ACCIONISTAS
CAPITAL SOCIAL
A Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. tem um capital social no montante de 10.000.000
euros, representado por 2.000.000 de acções, integralmente subscritas e realizadas e com um valor
nominal de 5 euros cada.
ESTRUTURA ACCIONISTA
No final de 2009, a Unicre apresentava a seguinte estrutura accionista:
Bancos Acções %
Banco Comercial Português, S.A. 600.400 30,02%
Banco Santander Totta, S.A. 361.729 18,09%
Caixa Geral de Depósitos, S.A. 352.023 17,60%
Banco BPI, S.A. 346.194 17,31%
Banco Espírito Santo, S.A. 181.893 9,09%
Caixa Económica do Montepio Geral 56.776 2,84%
Banco Internacional do Funchal, S.A. 28.628 1,43%
Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, S.A. 15.588 0,78%
Banco do Brasil, S.A. 5.882 0,29%
Banco Activo Bank (Portugal), S.A. 5.882 0,29%
Banco Popular Portugal, S.A. 5.882 0,29%
Banco Português de Investimento, S.A. 5.882 0,29%
Banco Português de Negócios, S.A. 5.882 0,29%
Barclays Bank, E.P.C.E. 5.882 0,29%
BNP Paribas, S.A. 5.882 0,29%
Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L 5.882 0,29%
Finibanco, S.A. 5.882 0,29%
Unicre, S.A. 3.831 0,19%
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2.1.2. ÓRGÃOS SOCIAIS
MESA DA ASSEMBLEIA-GERAL
Presidente
Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete
Secretário
António Luna Vaz
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente
António Palma Ramalho
Vogais
Amadeu Ferreira de Paiva
Vasco Manuel da Silva Pereira
CONSELHO FISCAL
Presidente
José Gomes Pedro
Vogais
Ludovico Morgado Cândido
António Luna Vaz (a partir de 12/03/2009)
Suplente
Paulo Alexandre Rosa Pereira Antunes (efectivo entre 18/12/2008 e 11/03/2009)
REVISOR OFICIAL DE CONTAS
Deloitte & Associados, SROC, S.A., representada por Augusta Cardador Francisco.
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2.2. ESTRUTURA ORGANIZATIVA
Direcção RedunicreDirecção
Redunicre
Direcção de Sistemas de Informação
Direcção de Sistemas de Informação
Direcção de Emissão
Direcção de Emissão
Unidade de Gestão de
Transacções Reclamadas
Unidade de Gestão de
Transacções Reclamadas
Direcção Financeira e
de Meios
Direcção Financeira e
de Meios
Serviços Partilhados
Direcção de Estratégia e Compliance
Direcção de Estratégia e Compliance
Auditoria e Controlo Interno
Auditoria e Controlo Interno
Conselho de Administração
ESTRUTURA ORGANIZATIVA
Unidades de Negócio
A gestão executiva da Sociedade cabe ao Conselho de Administração composto por três elementos,
eleito em Assembleia Geral para o triénio 2007-2009.
ÁREAS CORPORATIVAS
AUDITORIA E CONTROLO INTERNO
Presta assessoria ao Conselho de Administração na definição, revisão, monitorização e melhoria
contínua dos sistemas de controlo interno. É igualmente responsável pelas funções de auditoria
interna, quer de processos quer de riscos, e pelo relacionamento neste âmbito com a auditoria
externa e as entidades de supervisão.
DIRECÇÃO DE ESTRATÉGIA E COMPLIANCE
Resulta da fusão das unidades da anteriormente denominada Direcção de Estratégia e Comunicação
Corporativa (a Unidade de Análise Estratégica e Controlo de Gestão e a Unidade de Comunicação
Corporativa) com a nova Unidade de Gestão de Risco e Compliance, criada em 2009 com a missão
de assegurar a compreensão da natureza e materialidade dos riscos internos e externos da Empresa,
nomeadamente os relativos ao risco de crédito, operacional, taxa de juro, liquidez, reputação e
estratégia e de garantir o cumprimento das obrigações e deveres, em conformidade com os códigos
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de Ética e de conduta aplicáveis e com as leis e regulamentos emitidos pelo Banco de Portugal e
Sistemas Internacionais de Cartões de Pagamento.
UNIDADES DE NEGÓCIO
DIRECÇÃO DE EMISSÃO
Responsável pela gestão e desenvolvimento do negócio de cartões de pagamento, em particular, dos
cartões de crédito, outros produtos de crédito e produtos e serviços associados, destinados a
Particulares e Empresas, quer de marca própria – Unibanco - quer de marcas associadas a outras
entidades.
DIRECÇÃO REDUNICRE
Responsável pela prestação de serviços e gestão da rede de aceitação dos cartões de pagamento das
marcas de que a Unicre é acquirer, desenvolvimento, comercialização e prestação de serviços
associados à aceitação de transacções realizadas com cartões e de outras soluções de pagamento
baseadas na utilização de cartões (Business to Business e Business to Consumer).
SERVIÇOS PARTILHADOS
DIRECÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Responsável pelo desenvolvimento, manutenção e gestão dos sistemas e das tecnologias de
informação da Empresa de forma a adequarem-se aos objectivos estratégicos e às necessidades
correntes dos negócios da Unicre.
UNIDADE DE GESTÃO DE TRANSACÇÕES
RECLAMADAS
Assegura a prestação de serviços de back-office, nomeadamente de tratamento de reclamações de
transacções nacionais e estrangeiras, a entidades emitentes de cartões de crédito e às áreas de
negócio da Unicre.
DIRECÇÃO FINANCEIRA E DE MEIOS
Resulta da fusão do Serviço Administrativo e Financeiro e da Unidade de Instalações e Expediente.
Cabe-lhe a gestão dos meios e dos recursos gerais da organização, nomeadamente a gestão dos
sistemas contabilísticos, financeiros e de tesouraria, de recursos humanos, de compras e de
instalações.
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2.3. PERSPECTIVAS FUTURAS
O ano de 2010 será o primeiro ano de um novo ciclo, consubstanciado num novo Plano Estratégico
Trienal 2010-2012.
Será, ainda, um ano crucial para a Unicre – o ano em que se inicia e se desenvolverá boa parte do
Projecto MaisMáquina, de migração da actual plataforma aplicacional para a nova plataforma
WAY4.
Este Projecto, o maior dos últimos 10 anos, quer em termos de investimento efectuado (cerca de
12,7 milhões de euros), quer em termos de esforços (internos e externos), visa dotar a Unicre de
uma nova plataforma aplicacional de suporte ao negócio de Cartões, Crédito e Acquiring e permitirá
à Empresa melhorar a sua eficácia e eficiência, tornar-se mais rápida e flexível na implementação
de soluções de pagamentos, aumentar a capacidade de oferta de produtos e serviços aos seus
clientes e reduzir os custos operacionais.
Deste Projecto decorre o maior desafio que a Unicre enfrenta em 2010: o de implementar novos
processos e metodologias e continuar a gerar valor, trabalhando com a máxima qualidade em prol
dos seus clientes.
Enformadas por um contexto externo que se afigura ainda muito difícil, em que a retoma da
economia, a acontecer, será muito débil, e por um contexto interno fortemente condicionado pela
implementação da nova plataforma aplicacional, ainda assim, as metas da Unicre, consubstanciadas
no Orçamento de 2010, apresentam-se ambiciosas, mantendo o enfoque na geração de valor.
No que toca os Cartões, as prioridades em 2010 recaem i) na optimização do portfolio actual,
potenciando a proposta de valor dos produtos existentes, investindo em dinâmicas de activação,
upsell e cross-sell, ii) no reforço do portfolio com novas linhas de cartões, atraindo novos
segmentos, designadamente com o lançamento do cartão Go-On (Contactless) e iii) na exploração
de parcerias com ofertas integradas, desenvolvendo novas parcerias e reforçando o suporte
comercial.
Na vertente de Crédito, ao longo de 2010 pretende-se i) desenvolver e potenciar a oferta actual,
através da maximização das oportunidades de cross-selling, da realização de diversas acções de
crédito pessoal, do desenvolvimento de packages de crédito pessoal, potenciando temáticas
sazonais e sectoriais, e do desenvolvimento de produtos de crédito, sem cartão, com base no
conceito Atitude e ii) reforçar as capacidades de consolidação da operativa, através da Gestão de
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Risco e Cobranças, desenvolvendo as aplicações existentes, implementando novas medidas de
saneamento da carteira e desenvolvendo novas estratégias de recuperação.
Por fim, no que concerne os Comerciantes, a ênfase em 2010 recairá i) na consolidação da oferta e
da internacionalização, ii) na procura de continuados ganhos de eficiência através da optimização
de processos e iii) no reforço da actividade de Vendas.
Dentro das iniciativas previstas no âmbito da consolidação da oferta, salientam-se os novos
projectos como a operacionalização de loyalty cards, a introdução de TIPs pré-autorizadas ou a
promoção da aceitação de cartões Discover e Diners.
No que toca o objectivo de ganhos de eficiência, a ênfase recairá na garantia de padrões de
excelência nos produtos face-to-face, e-commerce, Opção Moeda Cliente, Solução de Pagamentos
Integrados para Hotelaria e Cartão de Distribuição, na redução de custos operacionais e de
estrutura, na maximização de proveitos, no reforço da eficácia comercial e na promoção do Portal
Redunicre junto dos comerciantes.
Na vertente de vendas, será colocado especial foco no desenvolvimento do modelo de parcerias com
a área de emissão de cartões, na realização de programas de formação de vendas, no reforço da
marca Redunicre como marca umbrella do conjunto de produtos e serviços oferecidos e na
cooperação com parceiros externos.
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2.4. DESTAQUES DO ANO 2009
JANEIRO
Lançamento do cartão Unibanco Life, um
cartão de gama premier sem anuidade.
Lançamento da operação Advantage com a
empresa Adão Oculista.
Início da aceitação de pagamentos com
cartões Discover nos terminais da Redunicre.
FEVEREIRO
Entrega do Guia de Boas Práticas OMC aos
comerciantes das actividades de hotelaria e
Rent-a-Car.
MARÇO
Lançamento das operações Advantage Mundo
dos Fatos e Pablo Fuster.
Lançamento da operação de cartão One-to-
One com a rede de assistência à saúde,
CrediSaúde.
Realização da Assembleia-geral Anual da
Unicre, com aprovação do Relatório e Contas
e proposta de aplicação de resultados.
ABRIL
Lançamento da operação Advantage ZIP.
Início da operação Cartão Distribuição com os
distribuidores Arcol (cash & carry de produtos
de grande consumo).
Alargamento da aceitação da solução de
pagamentos Táxi Card.
Comemoração dos 35 anos da Unicre.
MAIO
Lançamento das operações Advantage
Optocentro e Casa Iglésias.
Disponibilização do Portal de Serviços
Redunicre, uma solução para todos os
comerciantes aderentes à Redunicre, para a
realização de consultas e operações de forma
cómoda, rápida e segura.
JUNHO
Lançamento da operação de cartões com o
Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito
Público (IGCP).
Disponibilização do serviço Verified by Visa,
uma solução de pagamentos online, nos
cartões de crédito emitidos pela Unicre.
JULHO
Início da operação Cartão Distribuição com o
distribuidor de bebidas Dicis.
Entrada em produção da Redunicre
E-commerce, uma nova plataforma de
aceitação de pagamentos 3D-Secure
processados pela Monext.
AGOSTO
Organização do primeiro OTL – Ocupação de
Tempos Livres – destinado aos filhos dos
colaboradores.
SETEMBRO
Lançamento das operações de cartões One-to-
One com a consultora financeira Resolve,
seguradora Generali e agência de viagens
Halcon.
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OUTUBRO
Lançamento do cartão Unibanco Atitude, o
primeiro cartão ECO-nómico.
Início da operação Cartão Distribuição com os
distribuidores Minitel e Infocapital, ambos
distribuidores de material informático.
Entrada em produção da solução de
Pagamentos Integrados para Hotelaria em
parceria com a Six Card Solution.
Entrada em vigor da licença de emissão de
cartões Diners Club.
NOVEMBRO
Adesão à Associação Aprender a Empreender,
associação representante em Portugal da
Junior Achievement, para colaboração em
projectos ligados à educação e
empreendedorismo.
Participação pioneira no "Programa Pegada
Ecológica" lançado pela Quercus.
Disponibilização da opção Extracto Verde,
opção de envio do extracto de movimentos
em formato digital.
Lançamento da operação Advantage Góis
Joalheiro.
Início da operação Cartão Distribuição com os
distribuidores Cervitra e Caterplus,
distribuidor de bebidas e de serviços de
catering respectivamente.
DEZEMBRO
Contratada solução de pagamentos com
Cartão Distribuição com oito novos
distribuidores.
Angariação de brinquedos e roupas, no âmbito
da organização de uma iniciativa solidária de
Natal.
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2.5. SUSTENTABILIDADE
Num contexto económico que tem sido particularmente adverso para a generalidade das empresas,
a Unicre manteve em 2009 uma forte aposta numa política de desenvolvimento sustentável.
A essa aposta, subjacente ao Plano Estratégico definido para o triénio 2007/2009, correspondeu um
incremento do investimento feito nos vários domínios em que se corporiza aquela política, de
acordo com a sistemática internacionalmente adoptada: iniciativas no domínio ambiental,
iniciativas no domínio económico e iniciativas no domínio social.
2.5.1. INICIATIVAS NO DOMÍNIO AMBIENTAL
“COMPROMISSO UNICRE PARA A PEGADA ECOLÓGICA”
No domínio ambiental merece relevo o facto de a Unicre ter sido a primeira empresa privada em
Portugal a assinar um protocolo de compromisso no âmbito da iniciativa mundial de protecção
ambiental Pegada/Contrapegada Ecológica. Sinteticamente, esta iniciativa baseia-se na medição
dos níveis de impacte ambiental que a actividade de uma determinada pessoa, entidade, região ou
país produz, e no compromisso não só de os reduzir como também de contribuir para projectos que
visem cuidar da atmosfera, da hidrosfera e da biodiversidade.
Ao assinar, em conjunto com a Quercus, o “Compromisso Unicre para a Pegada Ecológica”, a 7 de
Novembro, a empresa assumiu a responsabilidade de introduzir medidas de racionalização do
consumo de energia na sua sede e nos processos diários da sua actividade e, simultaneamente,
apoiar um projecto concreto de melhoria da qualidade ambiental na sociedade em que se insere. O
projecto atribuído à Unicre foi a reabilitação do rio Alcabrichel (concelho de Torres Vedras) e
consequente reposição do ecossistema de suporte a uma espécie endémica de Portugal: a Boga do
Oeste.
CARTÃO DE CRÉDITO UNIBANCO ATITUDE
Ainda neste domínio, destaca-se o lançamento do cartão de crédito Unibanco Atitude, em Outubro,
o primeiro cartão de pagamento a nível internacional que “respeita os valores e as necessidades do
novo consumidor europeu".
De facto, de acordo com os dados de um estudo promovido internacionalmente pela MasterCard, o
consumidor dos nossos dias nos países do mundo desenvolvido mostra alterações no seu
comportamento como não acontecia desde o final da 2ª Guerra Mundial. É um consumidor que
denuncia preocupações com a sustentabilidade económica, que quer flexibilidade e controlo dos
pagamentos, que é céptico em relação às marcas e que, sobretudo, consome de um modo mais
racional.
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Fabricado num plástico isento de cloro e facilmente reciclável (poliereftalato de etileno glicol), o
Unibanco Atitude tem outros atributos que se filiam na mesma linha de eco-preocupações, tais
como o Mealheiro-Bónus 5%, o Kit Internet Reforçado (cartão virtual só para compras na Internet;
arquivador de extractos digitais; e alerta post-it digital: ser avisado quando se atinge um limite
opcional de compras no mês) ou o Gestor de Despesas Automático (em qualquer altura e sem
precisar de fazer contas, saber, por tipo de despesa, como se gastou o dinheiro).
Em coerência com estes atributos, a campanha de lançamento do cartão Atitude foi desenvolvida
fundamentalmente através de canais tecnológicos e de meios associados aos transportes públicos.
EXTRACTO VERDE
Nas iniciativas de acentuado impacte ambiental, destaca-se ainda o fomento, entre os clientes, da
opção pelo denominado Extracto Verde, levando-os a receber voluntariamente o extracto de conta
mensal do seu cartão em formato digital, de forma segura e através de um endereço certificado.
Cumulativamente, por cada 25 extractos digitais emitidos, a Unicre oferecerá um donativo
custeando a plantação de 1m2 de floresta.
OUTRAS INICIATIVAS AMBIENTAIS
Por último, refiram-se como outras iniciativas com preocupações no domínio ambiental:
A substituição dos elevadores do edifício-sede por elevadores de nova geração, cujo sistema de
gestão do funcionamento permite uma sensível poupança de energia;
O desenvolvimento e implementação de soluções de pagamento seguro online, quer na
vertente consumidor, quer na vertente vendedor, contribuindo dessa forma para a substituição
de modelos transaccionais mais poluentes por modelos digitais;
O desenvolvimento e implementação de uma solução de pagamentos em táxis, também neste
caso levando à adopção mais generalizada de formas de pagamento virtuais.
2.5.2. INICIATIVAS NO DOMÍNIO ECONÓMICO
Boa parte das iniciativas atrás descritas têm, também elas, um impacte económico que não deve ser
desprezado.
REDUÇÃO DA PEGADA ECOLÓGICA
A redução da Pegada Ecológica é uma iniciativa intimamente associada ao desenvolvimento
sustentado, quer porque aponta para a diminuição ou abandono de práticas que degradam e
exaurem os recursos naturais, quer porque envolve a recuperação de outras práticas
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ambientalmente sustentadoras e potenciadoras da adopção de fontes não poluidoras do
desenvolvimento.
SOLUÇÕES VIRTUAIS DE PROCESSAMENTO TRANSACCIONAL
Por sua vez, a promoção de soluções virtuais de processamento transaccional permite uma drástica
redução de suportes físicos, como o papel, e o desenvolvimento de uma nova atitude por parte dos
cidadãos, orientada para a utilização intensiva de novos instrumentos tecnológicos, com o
correspondente ganho de eco-eficiência.
CARTÃO DO INSTITUTO DE GESTÃO E CRÉDITO PÚBLICO
Nesta mesma linha se enquadra o desenvolvimento de um cartão exclusivo para o universo dos
órgãos públicos e dos dirigentes e funcionários do Sector Público Administrativo, em Junho.
Por selecção do Instituto de Gestão e Crédito Público, a Unicre foi a entidade escolhida para
emitir um cartão destinado à utilização de mais de um milhar de organismos públicos sujeitos ao
regime da Tesouraria do Estado (serviços integrados, serviços e fundos autónomos e entidades
públicas empresariais). "Instrumento destinado a responder às necessidades de uma Administração
Pública moderna", e por isso de inegável repercussão económico-social, irá gerar uma economia de
recursos financeiros considerável, por parte da Administração Pública.
RENOVAÇÃO DOS ESPAÇOS DE LABORAÇÃO
As obras de renovação dos espaços de laboração, concebidas para a melhoria do ambiente de
trabalho na Empresa, proporcionaram poupança de recursos e de gastos com energia que podem já
ser quantificados:
A colocação de filtros em todas as torneiras, sejam as destinadas a uso sanitário sejam as
utilizadas para beber pelos colaboradores traduziram-se numa redução do consumo global de
água superior a 15%.
A renegociação contratual com o fornecedor de energia eléctrica, associada a pequenas
intervenções de racionalização promovidas internamente, possibilitou em 2009 um ganho da
ordem dos 5 a 7%. Para este resultado contribuiu em alto grau o facto de se terem concentrado
num único Lounge recursos e equipamentos como frigoríficos ou fornos de microondas,
anteriormente multiplicados por nove pisos.
A poupança de água graças à introdução de sistemas de descarga controlados, nomeadamente
para uso sanitário, bem como à colocação de bebedouros (com tratamento higiénico da fonte
hídrica), ascendeu a uma poupança de mais de 60%, comparado com o ano anterior.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
SECTORES DIRECTAMENTE IMPLICADOS NA PRODUÇÃO ECONÓMICA
Na fronteira entre a Responsabilidade Social Empresarial e o apoio a sectores directamente
implicados na produção económica, merecem referência neste capítulo:
O prosseguimento do apoio à actividade formativa da Escola de Comércio de Lisboa, tanto
para jovens candidatos a uma carreira profissional neste sector de actividade económica como
na valorização e aperfeiçoamento de trabalhadores no activo. Há mais de uma década que a
Unicre vem colaborando com esta instituição, seja ministrando formação relacionada com a
aceitação dos modernos meios de pagamento nos pontos de venda, seja atribuindo prémios aos
alunos que mais se destacam, em qualquer das duas vertentes referidas.
A colaboração em acções de âmbito nacional de associações empresarias dos sectores do
Comércio e do Turismo, com particular significado para as que implicam a abertura de novos
canais comerciais e proposta de produtos inovadores. Neste particular, cite-se o apoio logístico
dado pela Unicre à Associação Comercial de Braga para que pudesse apresentar à comunicação
social e a empresários concentrados na região de Lisboa, em Novembro, um produto
desenvolvido por técnicos da região do Minho: um bolo-rei inovador, com uma composição no
fabrico mais saudável do ponto de vista dietético, em que participaram engenheiros químicos,
biólogos, mestres pasteleiros e técnicos de marketing, sujeito à certificação de qualidade.
A promoção pela Unicre, como patrocinador principal e apoiante logístico, do lançamento pela
Escola de Comércio de Lisboa e pela Confederação do Comércio e Serviços da primeira edição
do Prémio Mercúrio (iniciativa que se auto-intitulou de Óscares do Comércio), e que teve como
finalidade chamar a atenção para as melhores práticas empresariais no Comércio português ao
nível nacional e em todos os sectores de actividade. Esta iniciativa foi dinamizada através da
estrutura associativa representativa do comércio de todas as regiões do País.
2.5.3. INICIATIVAS NO DOMÍNIO SOCIAL
As práticas que cabem dentro desta categoria de iniciativas de sustentabilidade centram-se no
equilíbrio social, tanto na sua vertente de desenvolvimento social como socioeconómico. No fundo,
uma perspectiva de humanização da economia, com relevo para o desenvolvimento do tecido social,
nas suas componentes humana e comunitária.
EMPRESA COMO ESPAÇO FÍSICO QUE COMPATIBILIZA FUNCIONALIDADE, CONFORTO E REALIZAÇÃO
Neste domínio há a destacar um conjunto de acções que contribuíram para que a Empresa se
apresente aos colaboradores como um espaço físico que compatibiliza as condições de
funcionalidade com as de conforto e de realização social e humana:
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Realização regular (semestral) de exercícios de simulacro de situação de emergência no
edifício-sede, em conformidade com o Plano de Emergência Interno avalizado pelas autoridades
públicas da Protecção Civil. Estes exercícios mereceram elogio unânime das autoridades de
segurança responsáveis pelo seu supervisionamento.
Prosseguimento da vasta obra de remodelação das instalações, iniciada em 2008 (Projecto Mais
Casa) e que teve como principais momentos em 2009 a conclusão da redecoração e organização
em open space da totalidade dos espaços de trabalho, incluindo ainda a construção de um
ginásio para os colaboradores e respectivos balneários e vestiários;
Elaboração de um dos primeiros Planos de Contingência de empresas portuguesas a ser
aprovado pelas autoridades sanitárias de prevenção e eventual combate a uma pandemia da
Gripe A. Este plano foi complementado pela instalação de equipamentos e adopção de medidas
que visaram a instauração na Empresa de um ambiente seguro para colaboradores e visitantes.
Durante o ano, foi abundante a informação sobre boas práticas divulgada através da Intranet ou
em painéis e outros suportes informativos.
PROMOÇÃO DE ACÇÕES DE ENVOLVIMENTO DOS COLABORADORES EM SERVIÇOS À COMUNIDADE
Neste domínio há a destacar o estímulo da Unicre para que os colaboradores se envolvam em
serviços à comunidade, nomeadamente em acções de voluntariado, complementando ou não o
patrocínio da própria Empresa:
Acção de voluntariado cultural na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, que consistiu na
disponibilização de várias equipas de colaboradores para desenvolverem o trabalho de guias-
-vigilantes, o que tornou possível àquela instituição funcionar aberta ao público em horário
alargado durante a semana consagrada à comemoração do Dia Internacional dos Museus, no mês
de Maio;
Lançamento de uma campanha de dadores voluntários de medula óssea em que participaram
não apenas cerca de sete dezenas de colaboradores da Unicre como pessoas de diversas
instituições situadas na proximidade do nosso edifício sede e que aqui se deslocaram para a
recolha de sangue feita por técnicos do Centro de Histocompatibilidade do Sul, em final de
Maio;
A propósito da celebração do “Compromisso Unicre para a Pegada Ecológica”, mais de meia
centena de colaboradores e seus familiares participaram no dia 7 de Novembro como voluntários
numa acção de corte de canas nas margens do rio Alcabrichel, primeiro passo para a limpeza
deste rio altamente degradado ambientalmente e que está a ser recuperado com o contributo
da Unicre;
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Cerca de uma centena de colaboradores participaram em Dezembro numa sessão de
sensibilização, nas instalações da Unicre, para a iniciativa de voluntariado “Aprender a
Empreender”, promovida pela organização Junior Achevement e que tem o objectivo de
promover nos jovens a iniciativa e a criatividade individual, a capacidade de optar e portanto
de correr riscos, a atitude de pensar diferente e de criar a mudança.
Trinta dos participantes nesta reunião já estão a exercer o referido voluntariado em
estabelecimentos do Ensino Secundário em localidades da periferia de Lisboa;
A Unicre incentivou e deu suporte logístico a uma iniciativa solidária de Natal, cujo produto foi
entregue às obras de solidariedade social Ajuda de Mãe, Associação das Mulheres contra a
Violência, Casa dos Sem-Abrigo e Aldeias SOS. A ampla mobilização conseguida possibilitou que
se tivessem reunido mais de centena e meia de brinquedos.
PROMOÇÃO DE CONDIÇÕES PARA REALIZAÇÃO DE NECESSIDADES HUMANAS PARA OS
COLABORADORES
Neste domínio há a destacar a preocupação com que, a par do uso sustentável dos recursos, a
Empresa seja um lugar onde existam condições de realização de um amplo espectro de necessidades
humanas para os seus colaboradores:
Aos colaboradores da Empresa e seus familiares próximos continuou a ser fornecido um serviço
totalmente gratuito de Assistência Médica Nocturna, cobrindo o período entre as 20:00 h e as
8:00 h, inclusive aos fins-de-semana e feriados;
Com a frequência de colaboradores de diversificados perfis etários, foi proporcionada a
participação em espaço da própria Unicre de aulas regulares de Megadance;
Em Agosto, apoiando o serviço prestado no Lounge, a Empresa contratou com uma empresa
especializada o fornecimento de refeições, sendo critério fundamental de selecção que a
empresa submetesse as respectivas ementas à supervisão de uma dietista e elevados padrões de
higiene e segurança alimentares;
Continuou a ser garantido o financiamento quase integral da actividade do Grupo Desportivo
e Cultural dos Trabalhadores da Unicre (GDCTU), que proporciona a prática de mais de uma
dezena de actividades desportivas, bem como outras acções de valorização pessoal, lazer ou
culturais numa perspectiva de fomento da convivialidade e da socialização do maior número
possível de elementos da comunidade da Empresa;
Também pela primeira vez, a Unicre organizou em 2009, exclusivamente com recursos próprios,
uma iniciativa de Ocupação de Tempos Livres para os filhos dos colaboradores em período de
férias escolares. Nela participaram cerca de 40 crianças dos 6 aos 13 anos de idade, que
puderam, entre outras actividades, frequentar um programa do Centro de Educação Ambiental
da Quercus, visitar uma editora de livros e uma oficina gráfica, o Jardim Zoológico de Lisboa, o
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Museu das Crianças, as unidades de fabrico de duas empresas do ramo alimentar, uma industrial
e outra artesanal, praticar diversas actividades desportivas no perímetro do Estádio Nacional, e
ainda frequentar o atelier artístico da Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves;
A realização, em espaço próprio, de exposições com trabalhos artísticos e o acervo de
hobbies ou coleccionismo dos colaboradores. Em 2009 houve, nomeadamente, uma exposição
de pintura, outra de canaricultura, outra de artes decorativas, outra de fotografia e outra de
uma colecção de postais antigos sobre o Comércio português;
No Espaço Unicre (a intranet da Empresa), a par da informação detalhada de tudo o que, no
domínio comercial, ocorre diariamente, vem sendo dada grande importância ao noticiário do
GDCTU ou à participação dos colaboradores em eventos e ocupações sociais. De igual modo,
uma parte considerável das notícias dadas é feita com base no relato ou comentário destes
últimos;
Foi inaugurado um serviço de televisão corporativa a funcionar 24 horas por dia, com
noticiário e reportagens de actividades do sector económico e financeiro, complementadas com
informação da própria Empresa. Desta forma se demonstra que a Unicre pretende ser uma
empresa sempre inovadora para os clientes, mas também muito motivadora para os
colaboradores. Porque considera que partilhar informação não é um custo, mas um importante
investimento;
No âmbito formativo, para além do plano formal, descrito em local próprio deste Relatório e
Contas, sobrelevam-se iniciativas informais, como as Conversas ao Café no Final da Tarde, em
que são abordados os mais diversificados temas relacionados com o sector de actividade em que
a Unicre está presente no mercado;
Os colaboradores foram chamados mais uma vez a dar a sua opinião de forma confidencial e
exprimir os seus anseios no que se refere às condições que encontram na Empresa para
desenvolvimento harmónico da sua carreira profissional e realização pessoal. Os resultados
globais deste inquérito, intitulado “Uma Opinião com Futuro”, são depois divulgados
internamente.
Porventura a mais significativa das iniciativas motivacionais de 2009 terá sido a redecoração dos
espaços de back office, de cima a baixo do edifício-sede, com uma alegoria aos valores
inspiracionais mais profundos, a cuja luz se construíram os momentos de sucesso no passado e que
se deseja continuem a estar presentes entre aqueles sobre cujos ombros recai a tarefa de construir
a Unicre do futuro.
Por último, mencionam-se dois factos que ilustram como a Unicre tem visto reconhecidos os
esforços para se constituir uma empresa onde vale a pena trabalhar e para estar nos negócios de
uma forma ética e com sentido de serviço:
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RELATÓRIO E CONTAS2009
No primeiro ano em que se candidatou a “Melhores Empresas para Trabalhar”, uma iniciativa
Heidrick & Struggles e revista Exame, a Unicre foi distinguida com a sua inclusão na lista das
melhores empresas.
Nos dois Relatórios de Supervisão Comportamental elaborados pelo Banco de Portugal em
2009, a Unicre figurou nos primeiros lugares entre as instituições financeiras que comercializam
produtos de crédito ao consumo e que apresentam menor percentagem de reclamações (apenas
25% do número médio de reclamações das instituições financeiras portuguesas).
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RELATÓRIO E CONTAS2009
2.6. GOVERNANCE
2.6.1. INTRODUÇÃO
O governo da Unicre - Instituição Financeira de Crédito, S.A. rege-se pelos seus Estatutos e pela
legislação aplicável. Tendo vindo a sofrer evoluções no sentido de acomodar o rápido ritmo de
evolução do contexto de negócio em que a Unicre se insere e o seu próprio desenvolvimento
enquanto Empresa, os actuais Estatutos incorporam algumas das recomendações internacionais
relativas a Corporate Governance, nomeadamente os princípios aprovados pelo Comité de Basileia
de Supervisão Bancária (Setembro de 1999) e pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (Abril de 2004).
2.6.2. MISSÃO E VALORES
A missão da Unicre, tal como foi definida em 2004, é a de:
FACILITAR A VIDA DAS PESSOAS E DAS EMPRESAS, OFERECENDO EFICIENTES SOLUÇÕES DE PAGAMENTO E DE CRÉDITO,
NOMEADAMENTE BASEADAS EM CARTÃO, CÓMODAS, FIÁVEIS E SEGURAS, BEM COMO SERVIÇOS ASSOCIADOS, CONFIGURANDO
UMA PROPOSTA DE VALOR COMPETITIVA E ASSENTE EM CONDIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE
No ano em que a Unicre completou 35 anos de existência, foram reforçados os valores pelos quais a
Unicre rege o seu relacionamento com os seus stakeholders: uma relação Profissional, com Inovação
e Tecnologia, Sólida, Útil, Presente, Fiável, Afável, Relacional e de Bem-Estar - valores bem
presentes nas instalações da Unicre, desde Abril de 2009.
2.6.3. OBJECTO SOCIAL
A Sociedade tem por objecto a prática das operações permitidas aos bancos, com excepção da
recepção de depósitos. Na prossecução do seu objecto, a Sociedade pode celebrar os contratos ou
acordos que se revelem necessários ou convenientes, com organizações nacionais ou estrangeiras, e
bem assim participar no capital de associações, sociedades, agrupamentos complementares de
empresas ou outras entidades, nacionais ou estrangeiras, de responsabilidade limitada ou ilimitada,
mesmo que tenham objecto social diferente do seu ou sejam reguladas por leis especiais.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
2.6.4. CAPITAL SOCIAL E TRANSMISSÃO DE ACÇÕES
O capital social da Empresa é actualmente de 10.000.000 Euros, a que corresponde um montante de
fundos próprios de 54,6 milhões de Euros.
Nos últimos três anos a Unicre distribuiu os seguintes dividendos:
Lucro após impostos (Milhares Euros)
Dividendos (Milhares Euros)
2006 12.923 10.180
2007 13.870 10.480
2008 25.690 15.969
Qualquer aumento do capital social poderá ser deliberado pelo Conselho de Administração, quando
este o julgar conveniente, por uma ou mais vezes, por entradas em numerário, até ao montante
máximo de 20.000.000 euros.
As condições dos aumentos, bem como os prazos para o exercício do direito de preferência dos
accionistas, são fixados pelo Conselho de Administração.
Na situação em que algum accionista deseje alienar parte ou a totalidade das suas acções, será
dada preferência aos restantes, nas mesmas condições de preço e pagamento do negócio
projectado, através de comunicação feita pelo accionista transmitente à Sociedade e aos restantes
accionistas, por carta registada com aviso de recepção.
A preferência será exercida por cada accionista na proporção do capital social de que seja titular no
universo dos accionistas não transmitentes.
No caso de algum accionista não exercer o seu direito de preferência ou de o exercer em número de
acções inferior a que tem direito, as acções excedentárias poderão ser adquiridas pelos restantes
accionistas preferentes que exerçam o seu direito, aplicando-se, com as necessárias adaptações, a
regra da proporcionalidade anteriormente referida.
É livre a transmissão de acções se nenhum accionista houver pretendido exercer a preferência no
prazo de 30 dias a contar da recepção da carta anteriormente referida.
A sociedade, dentro dos limites e condicionalismos legais, poderá adquirir ou alienar acções e
quaisquer outros títulos por ela emitidos, mediante deliberação accionista nesse sentido.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
2.6.5. GOVERNAÇÃO
Em consonância com os estatutos da Unicre, a administração e fiscalização da Sociedade são
estruturadas segundo a modalidade de Conselho de Administração e Conselho Fiscal, pertencendo
ainda a fiscalização da Sociedade a um revisor oficial de contas ou a uma Sociedade de Revisores
Oficiais de Contas, que não seja membro do Conselho Fiscal.
ASSEMBLEIA-GERAL
De acordo com os estatutos da Unicre, a Assembleia-geral representa a universalidade dos
accionistas, sendo as suas deliberações vinculativas para todos eles quando tomada em consonância
com a lei em vigor e os estatutos.
Compete, em especial, à Assembleia-geral:
Eleger a respectiva mesa por períodos de 3 anos;
Eleger os membros do Conselho de Administração e o seu Presidente;
Eleger os membros efectivos e suplentes do Conselho Fiscal e o seu Presidente, bem como, o
revisor oficial de contas ou a Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, efectiva e suplente, e
deliberar quanto à conveniência de a actividade de fiscalização ser complementada pelos
serviços de uma sociedade auditora de contas.
As deliberações da Assembleia-geral serão tomadas por maioria de votos emitidos, salvo disposição
legal ou estatutária que exija maioria qualificada. As deliberações sobre alteração do contrato de
sociedade devem ser aprovadas por dois terços dos votos emitidos enquanto as deliberações sobre
fusão, cisão ou transformação da sociedade devem ser aprovadas por três quartos dos votos
emitidos, em ambas as situações quer a Assembleia reúna em primeira ou em segunda convocação.
As abstenções não são contadas.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
De acordo com os estatutos, a Administração da Sociedade pode ser exercida por um conselho, com
3 a 15 membros, eleitos pela Assembleia-geral por um período de três anos e reelegíveis uma ou
mais vezes.
Ao Conselho de Administração compete, sem prejuízo das atribuições que por lei lhe são
genericamente conferidas:
Gerir os negócios da Sociedade, praticando todos os actos e operações inseríveis no seu objecto
social;
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Adquirir, onerar e alienar quaisquer bens e direitos, móveis ou imóveis, sempre que o entenda
conveniente para a Sociedade;
Decidir livremente, observadas as prescrições da lei, sobre a participação da Sociedade no
capital de sociedades com qualquer objecto, ainda que diferente do da Sociedade, tenham ou
não sede em Portugal e sejam de responsabilidade ilimitada ou não, e em sociedades reguladas
por leis especiais ou em agrupamentos complementares de empresas ou qualquer outra forma
de associação de empresas;
Mobilizar recursos financeiros e realizar operações de crédito que não sejam vedadas por lei;
Contratar os empregados da Sociedade, fixar os seus vencimentos, regalias sociais e outras
prestações pecuniárias, e exercer o correspondente poder directivo e disciplinar;
Constituir mandatários para o exercício de actos ou categorias de actos determinados;
Executar e fazer cumprir os preceitos legais e estatutários e as deliberações da Assembleia-
-geral;
Definir a organização e os métodos de trabalho da actividade empresarial da Sociedade;
Delegar poderes nos seus membros;
Representar a Sociedade em juízo e fora dele, activa e passivamente, podendo contrair
obrigações, propor e seguir pleitos, desistir ou transigir em processo, comprometer-se em
árbitros, assinar termos de responsabilidade;
Elaborar os documentos previsionais da actividade da Sociedade e os correspondentes relatórios
de execução;
Deliberar ou propor fundamentadamente os aumentos de capital necessários;
Estudar e executar os planos de desenvolvimento e expansão da actividade social, tendo em
conta os condicionalismos legais aplicáveis;
Resolver acerca de todos os assuntos que não caibam na competência de outros órgãos.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Distribuição das áreas funcionais pelo Conselho de Administração:
Direcção de EmissãoDirecção de Sistemas de Informação
Direcção Financeira e de Meios
Direcção de EmissãoDirecção de Sistemas de Informação
Direcção Financeira e de Meios
Direcção RedunicreUnidade de Gestão de Transacções
Reclamadas
Direcção RedunicreUnidade de Gestão de Transacções
Reclamadas
DISTRIBUIÇÃO DE ÁREAS FUNCIONAIS PELO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
PRESIDENTE
Coordenação Geral da Gestão da SociedadeRelação com Accionistas
Auditoria e Controlo InternoDirecção de Estratégia e Compliance
PRESIDENTE
Coordenação Geral da Gestão da SociedadeRelação com Accionistas
Auditoria e Controlo InternoDirecção de Estratégia e Compliance
António Ramalho
Vasco Pereira Amadeu Paiva
FISCALIZAÇÃO DA SOCIEDADE
A fiscalização dos negócios sociais é desempenhada por um Conselho Fiscal composto por três
membros efectivos e por um membro suplente e por uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas,
efectivos e suplentes, que não sejam membros do Conselho Fiscal, e que serão eleitos por
deliberação dos accionistas por períodos de três anos.
A Deloitte & Associados, SROC S.A. é a Sociedade de Revisores Oficiais de Contas responsável pela
Certificação Legal das Contas e pelos relatórios de auditoria.
SISTEMA DE CONTROLO INTERNO
As estruturas de controlo interno na UNICRE reúnem a actuação conjugada de um conjunto de
comités sectoriais e do Conselho de Crédito, criados para a monitorização, discussão e decisão em
diferentes áreas críticas da organização, do departamento de Auditoria e Controlo Interno, da
unidade de Gestão de Risco e Compliance, do departamento de Gestão do Risco de Crédito, das
políticas e procedimentos internos, e da cultura e valores organizativos.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
COMITÉS SECTORIAIS
COMITÉ DE GESTÃO DE RISCOS
O Comité de Gestão de Riscos tem como missão monitorizar o perfil de risco global da UNICRE e
garantir o alinhamento do mesmo com a estratégia da empresa e com as directivas do CA.
É constituído pelos membros do CA, pelos responsáveis das várias áreas de negócio e de suporte e
pelos coordenadores da unidade de Gestão de Risco de Crédito, da DEC e da ACI, reúne
trimestralmente, sendo presidido pelo Presidente do CA.
A actuação do Comité de Gestão de Riscos incide sobre o Sistema de Gestão de Riscos da UNICRE na
sua globalidade e assume as vertentes:
De supervisão, monitorização e parecer sobre Políticas de Gestão de Riscos, Matriz de Riscos e
Relatórios relativos à Gestão de Riscos;
Prescritiva, na medida em que deverá avaliar os riscos a que a UNICRE se encontra exposta face
aos limites de tolerância aprovados e avaliar/definir medidas para a sua correcção/mitigação; e
Pedagógica, na medida em que deverá dar o seu contributo para a disseminação da cultura de
risco e de controlo pela organização.
Constituem objectivos deste Comité de Gestão de Riscos assegurar a coerência e eficácia do
funcionamento do Sistema de Gestão de Riscos e contribuir para a promoção de uma cultura de
risco e de controlo na organização.
COMITÉ DE NEGÓCIO
O Comité de Negócios é composto pelos membros do CA e pelos responsáveis das várias áreas de
negócio, de suporte, da DEC e da ACI, reúne quinzenalmente e tem como atribuições:
O acompanhamento do mercado e da concorrência;
A análise da adequação de propostas de novos projectos de negócio face à estratégia da
empresa, ao seu enquadramento socio-económico e ao potencial de resultados;
A análise e discussão de novos produtos, novos serviços e respectivos resultados esperados e
propor ao Conselho de Administração a sua criação; e
A avaliação de resultados obtidos.
COMITÉ DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
O Comité de Sistemas de Informação é composto pelos membros do CA e pelos responsáveis das
áreas de negócio, de suporte, da DEC e da ACI, reúne mensalmente e tem como atribuições:
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RELATÓRIO E CONTAS2009
O acompanhamento da evolução dos projectos de sistemas de informação resultantes do plano
de negócio da UNICRE e procurar soluções para eventuais conflitos de natureza operacional e
organizacional para o desenvolvimento desses projectos; e
A análise e resolução de questões críticas de direccionamento global que surjam eventualmente
ao longo da implementação do plano de negócio da UNICRE (ex.: alterações de âmbito,
calendário e orçamento).
COMITÉ DE RECURSOS HUMANOS
O Comité de Recursos Humanos é composto pelos membros do CA e pelos responsáveis de áreas de
negócio, de suporte, da DEC e ACI, reúne trimestralmente e tem como atribuições:
O acompanhamento de aspectos gerais de evolução e aplicabilidade de políticas e normativos
internos e externos relevantes em matéria de gestão dos recursos humanos;
O acompanhamento de indicadores específicos relativos à composição e evolução dos recursos
humanos (ex.: estrutura de pessoal, movimentações, custos, mobilidade, formação); e
A avaliação da adequação do quadro de recursos humanos às necessidades e ao contexto de
negócio da UNICRE no sentido de propor as alterações/ajustamentos necessários.
AUDITORIA E CONTROLO INTERNO
A ACI, através da execução de actividades de auditoria e consultoria independentes e objectivas,
visa adicionar valor e melhorar as operações/utilização de recursos da organização e assessorar o
Conselho de Administração na definição, monitorização, revisão e melhoria contínua do Sistema de
Controlo Interno. Constituem objectivos da ACI, designadamente através do desenho, revisão e
melhoria contínua dos processos de negócio e da avaliação da adequabilidade dos sistemas de
informação na resposta aos objectivos estratégicos da organização:
Garantir uma cultura de valores éticos na organização e uma cultura de gestão direccionada
para a performance e responsabilização efectivas;
Garantir a oportunidade e a fiabilidade da informação financeira e operacional relevante;
Garantir a utilização eficaz e eficiente dos recursos da organização e garantir a sua adequada
protecção; e
Avaliar e garantir a efectividade e adequabilidade do processo de gestão de riscos e contribuir
para a sua melhoria.
GESTÃO DE RISCO E COMPLIANCE
A Unidade de Gestão de Risco e Compliance, integrada na DEC, tem como missão assegurar a
compreensão da natureza e materialidade dos riscos a que a Unicre se encontra exposta.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Adicionalmente, deve assegurar a identificação, avaliação, mitigação, monitorização e controlo de
todos os riscos considerados materiais e garantir o cumprimento das obrigações e deveres a que a
Unicre se encontra sujeita no exercício da sua actividade, nomeadamente a conformidade com
Códigos de Ética e de Conduta e com leis e regulamentos relevantes emitidos pelo Banco de
Portugal e Sistemas de Cartões de Pagamento. Para a realização desta missão compete-lhe,
nomeadamente:
Dinamizar a cultura de risco de forma transversal na empresa;
Desenvolver políticas, metodologias e ferramentas de gestão de risco;
Monitorizar o perfil e indicadores de risco da empresa;
Assegurar o acompanhamento e avaliação dos procedimentos de controlo interno em matéria de
prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, bem como a
centralização da informação e respectiva comunicação às autoridades competentes; e
Aconselhar o CA na definição de políticas que aumentem a eficácia do Sistema de Gestão de
Riscos da Unicre.
GESTÃO DE RISCO DE CRÉDITO
A gestão do risco de crédito assume uma importância particular na UNICRE, quer na vertente do
desenvolvimento de negócio, quer na vertente do risco que lhe está associado, dado o potencial de
impacto nos resultados ou no capital da empresa.
Para garantir uma gestão eficaz e efectiva deste risco, que é um dos maiores da actividade da
empresa, fazem parte da estrutura do sistema de controlo interno da Unicre o Conselho de Crédito
e o departamento de risco de crédito.
CONSELHO DE CRÉDITO
Criado em 2007, o Conselho de Crédito é composto pelo Administrador que detém o pelouro da
Direcção de Emissão, por outro membro do Conselho de Administração, pelo Director do
Departamento de Risco de Crédito, pelo Coordenador do Departamento de Gestão de Clientes da
Direcção de Emissão, pela DEC e pelo Coordenador da Direcção Financeira e Meios. Reúne
ordinariamente uma vez por mês e ainda tempestivamente sempre que seja necessária a sua
intervenção no âmbito das responsabilidades que lhe estão cometidas. O Conselho de Crédito tem
como missão optimizar a gestão do crédito em alinhamento com a estratégia da Unicre e as
directivas do Conselho de Administração a este respeito. As suas funções são:
Deliberar sobre a concessão de crédito e sobre processos de recuperação de crédito e de
cobrança, nos casos previstos na norma de delegação de competências sobre crédito;
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Avaliar alterações no enquadramento legal relevante no domínio do crédito e as suas
repercussões na organização;
Propor ao Conselho de Administração alterações à política geral de crédito;
Propor ou dar parecer sobre o normativo aplicável no domínio da atribuição de cartões,
concessão e recuperação de crédito e cobrança de dívidas;
Propor modelos e critérios de scoring/rating para atribuição de cartões/crédito, para avaliação
comportamental e para aumentos automáticos de limites de utilização;
Avaliar, do ponto de vista do desenvolvimento do negócio e da mitigação do risco de crédito, os
relatórios de desempenho e os indicadores de actividade creditícia em geral e de risco de
crédito em particular; e
Avaliar, propor ou dar parecer sobre metodologias, políticas, procedimentos e instrumentos de
avaliação do comportamento da carteira de crédito e sobre planos de acção com medidas
correctivas.
DEPARTAMENTO DE RISCO DE CRÉDITO
O departamento de Risco de Crédito tem por objectivo a gestão, o acompanhamento e a
monitorização da carteira de crédito de acordo com a estratégia de negócio e o perfil de risco
objectivo, garantindo o cumprimento de todas as obrigações regulamentares.
Este departamento tem como missão:
Propor políticas e estratégias de gestão do risco de crédito;
Acompanhar a evolução da carteira de crédito, concebendo e implementando medidas
preventivas e correctivas, se necessárias;
Garantir a existência e promover a utilização de modelos de risco eficazes e ajustados à
estratégia definida;
Promover a rentabilização da carteira de crédito, dentro dos níveis de risco definidos;
Coordenar a actuação dos vários intervenientes na gestão de risco de crédito;
Produzir informação de gestão operacional do departamento;
Dar resposta aos requisitos regulamentares aplicáveis à Unicre em matéria de risco;
Cooperar com os restantes órgãos da Unicre em matéria de controlo interno e gestão de riscos
de crédito da Instituição;
Controlar a adequação dos limites de exposição atribuídos a clientes através da sua alteração;
Controlar o nível de risco de crédito dos produtos existentes e dos novos produtos;
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RELATÓRIO E CONTAS2009
POLÍTICAS E PROCEDIMENTOS INTERNOS
Existe na Unicre um conjunto de políticas e procedimentos internos que enquadram princípios de
actuação, sistematizam processos de trabalho e definem competências. A existência destas políticas
e procedimentos internos, adequadamente disseminados pela empresa, visa a redução dos riscos
inerentes à execução das actividades, promove mais organização e disciplina e constitui uma
plataforma para a realização de actividades de auditoria interna.
CULTURA E VALORES ORGANIZATIVOS
Tendo como objectivo assegurar o alinhamento de comportamentos e valores de todos os
colaboradores perante os seus stakeholders, a Unicre dispõe de um Código de Conduta:
O Código de Conduta (disponível em www.unicre.pt):
Explicita os valores e os padrões de comportamento que devem pautar a actuação de todos os
colaboradores, não só no seu relacionamento interno com outros colegas como também nas
relações externas com os clientes, fornecedores, concorrentes, entidades reguladoras e meios
de comunicação; e
Fomenta a partilha de princípios e de valores, consolidando desta forma a cultura e a
identidade internas e uma imagem institucional de rigor e competência.
32 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
3. ENVOLVENTE MACROECONÓMICA
3.1. A ECONOMIA MUNDIAL
O ano de 2009 ficou marcado pelas consequências da crise financeira de 2008 que deu origem à mais
profunda e mais alargada recessão a atingir a economia mundial no pós-guerra.
O vasto leque de medidas de estimulo de carácter monetário e orçamental e as medidas de
estabilização financeira tomadas, muitas vezes em conjunto, pela generalidade dos países
desenvolvidos e que assumiu proporções sem precedentes, terá sido, aparentemente, suficiente
para permitir a melhoria das expectativas dos agentes económicos e uma ligeira retoma da
produção industrial e do comércio mundial a partir da 2ª metade do ano. A esta evolução não terá
sido, igualmente, alheia a necessidade de reposição de stocks depois da fortíssima redução da
produção a partir de meados de 2008.
As expectativas de crescimento para 2010 são, no entanto, ainda pouco optimistas, com níveis, se
bem que positivos, significativamente inferiores aos dos anos anteriores à crise, em consequência
das elevadas taxas de desemprego e da manutenção de condições de financiamento ainda bastante
restritivas a despeito da descida das taxas de juro.
De acordo com as previsões do FMI, a economia mundial deverá ter sofrido uma retracção de 1,1%
face a 2008, após o crescimento de 3% verificado entre 2007 e 2008.
Os países mais severamente afectados pelo decrescimento económico foram os desenvolvidos, cujas
economias, em conjunto, terão decrescido 3,4%. A recessão terá sido mais acentuada no Japão e na
Europa do euro, com quebras do PIB na ordem dos 5,4% e 4,2%, respectivamente. Nos EUA, a
actividade económica dever-se-á ter reduzido 2,7%.
33 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
0,7%
2,7%2,8%
-4,2%
1,5%
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
2005 2006 2007 2008 2009
EUA
Rússia
Zona Euro
China
TAXA DE CRESCIMENTO REAL DO PIB, ECONOMIAS EMERGENTES E EM DESENVOLVIMENTOPercentagem de variação sobre o ano anterior
Japão
Índia
Fonte: FMI
A taxa de desemprego sofreu um agravamento significativo, mostrando-se próximo ou até na casa
dos 2 dígitos na generalidade das economias desenvolvidas.
Paralelamente, os preços estagnaram ou mesmo, nalguns casos, caíram, tendo-se o índice de preços
no consumidor mantido ao mesmo nível de 2008 para o conjunto das economias avançadas, a
despeito do forte aumento do preço das matérias primas energéticas e não energéticas a partir de
meados do ano (apesar de nunca se terem alcançados níveis tão elevados como os verificados na 1ª
metade de 2008).
O volume de comércio mundial de bens e serviços deverá ter registado também uma forte redução
(-11,9%), depois de ter crescido 3% em 2008.
De acordo com as projecções da Comissão Europeia, as economias dos países que constituem a
União Europeia, no seu conjunto, deverão ter decrescido 4,2% em 2009, depois de terem crescido
0,7% em 2008.
As economias mais afectadas pela recessão terão sido a irlandesa, a alemã, a finlandesa, a inglesa e
a italiana, em virtude, quer das consequências da maior dependência destes países da procura
externa que foi muito negativamente afectada pela retracção do comércio internacional, quer,
nalguns casos, da correcção dos preços no mercado imobiliário.
34 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
TAXA DE CRESCIMENTO REAL DO PIB NA UNIÃO EUROPEIAPercentagem de variação sobre o ano anterior
-5,5%
-2,8%
0,0%
2,8%
5,5%
2007 2008 2009F
-5,5%
-2,8%
0,0%
2,8%
5,5%
2007 2008 2009F
Reino Unido Alemanha
-5,5%
-2,8%
0,0%
2,8%
5,5%
2007 2008 2009F
-5,5%
-2,8%
0,0%
2,8%
5,5%
2007 2008 2009F
Itália Portugal
Evolução do PIB da UE
Fonte: Eurostat
Também na generalidade dos países da UE há alguns sinais, se bem que ainda débeis, de retoma nos
últimos meses de 2009, tendo esta por base factores de carácter temporário, tais como o facto do
esgotamento de stocks ter obrigado a um aumento temporário da produção para gerar novos stocks
ou o facto dos estímulos fiscais e financeiros de 2008 e 2009 não serem passíveis de repetição no
futuro próximo.
A taxa de desemprego na UE como um todo ficou próxima dos 10%, com valores muito diferentes
entre os Estados-Membros (cerca de 18% em Espanha, o país com taxa mais elevada e 3,4% na
Holanda).
35 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
EVOLUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO NA UNIÃO EUROPEIA Taxa harmonizada de desemprego
7%
8%
9%
10%
Dez-08
Jan-09
Fev-09
Mar-09
Abr-09
Mai-09
Jun-09
Jul-09
Ago-09
Set-09
Out-09
Nov-09
Fonte: Eurostat
A política monetária seguida pelo Banco Central Europeu até Maio continuou a ser expansionista,
mantendo-se a redução nas taxas directoras, tendo a refi passado de 2,5% no final de 2008 para 1%
em Maio de 2009 (esta taxa tinha-se já reduzido de 4,25% para 2,5% entre Outubro e Dezembro de
2008).
0,00%
1,00%
2,00%
3,00%
4,00%
5,00%
6,00%
Jan-
04
Jul-0
4
Jan-
05
Jul-0
5
Jan-
06
Jul-0
6
Jan-
07
Jul-0
7
Jan-
08
Jul-0
8
Jan-
09
Jul-0
9
Reserva Federal Norte Americana
Banco Central Europeu
EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE REFERÊNCIAPercentagem
Fonte: ECB; Federal Reserve
36 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
A deterioração das contas públicas de muitos dos países do euro, em consequência quer do efeito
dos estabilizadores automáticos, quer das medidas orçamentais excepcionais tomadas para
combater a crise, levou a um significativo aumento dos spreads da dívida pública de longo prazo
desses países (Grécia, Irlanda, Itália e mais tarde Portugal e Espanha) face à Alemanha.
A oferta de crédito a empresas e particulares manteve-se relativamente restritiva.
A actividade económica nos EUA apresentou já uma ligeira retoma no 2º semestre depois da queda
acentuada registada no primeiro, apresentando o mercado imobiliário sinais de alguma
estabilização. No cômputo do ano, a economia norte-americana deverá ter-se contraído 2,7%, após
ter estagnado em 2008.
A taxa de desemprego situou-se nos 10%.
As economias dos países asiáticos em desenvolvimento, de que se destacam a da China, que
conseguiu manter praticamente a mesma taxa de crescimento de 2008, e a da Índia, muito embora
tenham desacelerado em relação ao crescimento registado em 2008, apresentaram, ainda, um
crescimento elevado (5,4%, que compara com 7,3% em 2008).
No seu conjunto, os países em desenvolvimento deverão ter crescido apenas 1,7% em 2009 (6% em
2008), com piores performances para as economias da América Latina e da Europa Central e de
Leste. A inflação para o conjunto destes países foi ainda elevada, com os preços a crescerem 5,5%
em 2009 (9,3% em 2008).
EVOLUÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL Percentagem
2007 2008 2009FPIB
Economia Mundial 5,2 3,0 -1,1Economias avançadas 2,7 0,6 -3,4
EUA 2,1 0,4 -2,7Japão 2,3 -0,7 -5,4Área do euro 2,7 0,7 -4,2Novas economias industrializadas da Ásia* 5,7 1,5 -2,4
Economias de mercado emergentes e em desenvolvimento 8,3 6,0 1,7Europa Central e de Leste 5,5 3,0 -5,0Comunidade de estados Independentes 8,6 5,5 -6,7
Rússia 8,1 5,6 -7,5Países asiáticos em desenvolvimento 10,6 7,6 6,2
China 13,0 9,0 8,5Índia 9,4 7,3 5,4
Médio Oriente 6,2 5,4 2,0América Latina 5,7 4,2 -2,5África 6,3 5,2 1,7
Angola 20,3 13,2 0,2
Preços no consumidor
Economias Avançadas 2,2 3,4 0,1Economias de mercado emergentes e em desenvolvimento 6,4 9,3 5,5
* Coreia, Hong Kong, Taiwan e Singapura
Fonte: FMI
Após um primeiro trimestre de forte queda, os principais mercados bolsistas recuperaram
fortemente tendo terminado o ano com ganhos na casa dos 25%-30% face ao fecho de 2008.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
A yield curve nos países desenvolvidos tornou-se, em 2009, mais inclinada, alargando-se o spread
ente os prazos mais curtos e os mais longos para níveis historicamente elevados, próximos dos 3%.
Os spreads de crédito obrigacionista, que durante o 1º trimestre de 2009 atingiram níveis
extremamente elevados, só comparáveis com os atingidos durante a Grande Depressão da década de
30, corrigiram de uma forma muito significativa nos três trimestres seguintes. Contudo, os spreads
situam-se, ainda, bastante acima dos registados no final de 2007.
O dólar desvalorizou-se cerca de 2% no ano face ao euro.
3.2. A ECONOMIA PORTUGUESA
A fortíssima crise económica e financeira internacional afectou, como não podia deixar de ser, a
evolução da economia portuguesa em 2009, já de si fortemente debilitada por anos de baixa
produtividade e de progressiva perda de competitividade externa, forte endividamento ao exterior
e crescente taxa de desemprego, que se traduziram em quase uma década de crescimento inferior
ao crescimento médio da zona euro.
É de destacar, no entanto, que o comportamento do sector financeiro português, em termos de
solidez, rendibilidade e liquidez comparou muito favoravelmente com os seus congéneres europeus
e norte-americanos.
Depois de ter estagnado em 2008, o PIB, de acordo com as previsões da Comissão Europeia, deverá
cair 2,9% em 2009, em consequência da fortíssima quebra no investimento (-15,2%) e nas
exportações (-14%). O consumo privado, em contrapartida, deverá ter-se retraído apenas 0,9% e o
consumo público terá mesmo crescido 1,7%.
38 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
DADOS GERAIS DA ECONOMIA PORTUGUESA Variação Homóloga
2007 2008 2009F
PIB 1,9 0,0 -2,9
Consumo Privado 1,6 1,7 -0,9Consumo Público 0,0 0,7 1,7Formação Bruta de Capital Fixo 3,1 -0,7 -15,2
dos quais: Equipamento 8,1 4,6 -21,7Exportações 7,8 -0,5 -14,0Importações 6,1 2,7 -13,7
Desemprego 8,1 7,7 9,0
Taxa de poupança por familia* 6,1 6,4 8,6
IHPC 2,4 2,7 -1,0
Balança da Conta Corrente** -9,8 -12,1 -10,2
Défice Público** -2,6 -2,7 -8,0
Dívida Pública** 63,6 66,3 77,4
* Poupança Bruta/Rendimento Bruto Disponível
** Percentagem do PIB
Fonte: Comissão Europeia
A taxa de desemprego atingiu o valor recorde de 9%, tendo o emprego caído 2,3% em 2009.
A recessão económica foi acompanhada de deflação, em parte causada pela grande quebra no preço
das matérias-primas, em particular as energéticas, entre a 2ª metade de 2008 e meados de 2009: a
inflação, medida pela variação média do Índice de Preços Harmonizados no Consumidor (IPCH) caiu
0,9%.
A taxa de poupança das famílias deverá, pelo segundo ano consecutivo, ter registado um pequeno
aumento, devendo situar-se em cerca de 8% do rendimento disponível, enquanto a das
administrações públicas, quer por efeito dos estabilizadores automáticos, quer por efeito das
medidas discricionárias expansionistas de apoio à economia tomadas pelo governo (o estimulo fiscal
atingiu uma magnitude de cerca de 1,25% do PIB), registou um substancial aumento.
Em consequência, o deficit público situou-se em 9,3% do PIB e a dívida pública deverá atingir 76,6%
do PIB1, valores muito acima dos permitidos na zona euro, que obrigarão a forte correcção nos
próximos anos.
O deficit da conta corrente deverá ter-se retraído em 2009, de 12% para 10% do PIB, em
consequência da crise, mas não é previsível qualquer melhoria num futuro próximo, mantendo-se a
dificilmente sustentável situação dos últimos anos.
Aliás, e após o interregno de um ano (2008), o perfil de financiamento da economia portuguesa
voltou a caracterizar-se por um aumento de activos e passivos face ao exterior. Os passivos externos
1 Conforme os últimos dados da Proposta do Orçamento Geral do Estado
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RELATÓRIO E CONTAS2009
líquidos atingem actualmente 100% do PIB, não havendo qualquer previsão de que o seu valor possa
vir a baixar nos próximos anos, sobrecarregando a economia portuguesa com um elevado peso do
serviço da dívida nos anos vindouros.
O acesso ao crédito, se bem que menos restrito do que em 2008, manteve-se mais restrito do que
nos anos anteriores à crise, quer em termos de limiares aceites de risco, quer dos spreads aplicados
(muito embora a Euribor se tenha mantido em níveis historicamente baixos).
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
IQ2007
IIQ2007
IIIQ2007
IV2007
IQ2008
IIQ2008
IIIQ2008
IV2008
IQ2009
IIQ2009
IIIQ2009
Consumo e Outros Fins
Habitação
EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS POR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS RESIDENTESTaxa de Crescimento Anual
Sociedades não Financeiras
Total Sector Privado
Fonte: Banco de Portugal
A concessão de crédito cresceu 2,5% em 2009 (1,8% se se considerar apenas o crédito ao consumo) e
o crédito vencido total cresceu 31% face a 2008 (46% se se considerar apenas o crédito ao consumo
vencido).
EVOLUÇÃO DO CRÉDITO VENCIDO A PARTICULARES Percentagem de variação média dos últimos 12 meses
-30%
-10%
10%
30%
50%
70%
Jul 06Jan 07
Jul 07Jan 08
Jan 09Jul 08
Jul 09Nov 09
Total Sector Privado
Habitação
Consumo
Fonte: Banco de Portugal
40 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
4. A ACTIVIDADE DA UNICRE
4.1. ANÁLISE DA ACTIVIDADE EM 2009
4.1.1. CARTÕES
SÍNTESE DA ACTIVIDADE
Durante o exercício de 2009 a área de negócio de cartões conjugou as suas actividades regulares de
manutenção do negócio existente, com o desenvolvimento e lançamento de um conjunto de
produtos e acções tendo em vista o objectivo estratégico de crescimento do negócio.
Ao longo do ano decorreram diversas acções de captação de novos clientes, impulsionadas pelo
reforço das vendas presenciais e pelo recurso ao canal não presencial, que permitiram consolidar a
tendência de crescimento de cartões em carteira que se tinha vindo a registar desde 2007,
destacando-se o lançamento dos cartões Atitude e Life.
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE CARTÕES EM CARTEIRA
Captação Novos Cartões (Base 100 = 1º trimestre 2008)
Cartões em Carteira(Média Anual. Milhares de cartões)
200
212
224
236
100
130
160
190
220
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T2007 2008 2009 2008 2009
Fonte: Unicre
41 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
Ao nível da actuação sobre os actuais clientes, destacaram-se as acções de incentivo à facturação
promovidas através de campanhas específicas de retenção de clientes, promoção de utilização do
cartão e acções de cross-selling de produtos.
Facturação TotalMilhões de euros
EVOLUÇÃO DA FACTURAÇÃO DOS CARTÕES UNIBANCO
0
200
400
600
2007 2008 2009
-2%
0%
2%
4%
6%
Facturação – Peso das ParceriasPercentagem
4%
7%
10%
2006 2007 2008 2009
Variação do Consumo Privado em Portugal (%)
Fonte: Unicre; Eurostat
Apesar do crescimento dos cartões em carteira e do aumento das parcerias, a facturação total dos
cartões Unibanco registou um decréscimo, em linha com a redução do consumo privado resultante
da crise económica sentida no território nacional no ano de 2009.
De acordo com as linhas de actuação delineadas no plano estratégico para 2007-2009 aprovado em
2006, as principais áreas de actuação para o desenvolvimento do negócio em 2009 consistiram no
reforço da comunicação do portfolio de cartões, no desenvolvimento de parcerias com ofertas
integradas, na optimização das estratégias de captação de novos clientes, na optimização da
relação com o cliente e em iniciativas de eficiência operativa.
REFORÇO DO PORTFOLIO DE CARTÕES UNIBANCO
O portfolio de cartões Unibanco chegou reforçado ao fim do ano de 2009, com o lançamento de dois
novos cartões:
O Unibanco Life, o cartão da gama premier cujo conceito pretende representar o melhor da Vida
em todos os momentos e cujas principais características diferenciadoras são:
A anuidade gratuita para sempre.
A isenção do pagamento da taxa nas gasolineiras
42 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
O Unibanco Atitude, o primeiro cartão ECO-nómico.
Um cartão com uma forte vertente eco/verde, que não pretende ser mais
um cartão de crédito mas criar uma Nova Atitude que ajude as pessoas a
viver melhor no Presente e no Futuro – conveniência sustentável quer do ponto de vista financeiro
quer ambiental.
Com uma proposta de valor atractiva e diferenciadora para o Cliente, suportada no conceito:
Ter Atitude É…
… Aderir à Opção Mealheiro Bónus 5%.
… Pagar em 3 vezes, sem juros, as compras de valor igual ou superior a 300€.
… Ter grátis tudo o que precisa para usufruir em pleno da Internet. Receber o extracto digital na
caixa de correio electrónico, com assinatura e certificado digital.
… Ser sensível à Pegada Ecológica. Por cada 25 extractos digitais emitidos a Unicre contribui para
a preservação de 1 m2 de floresta.
… Reciclar. O cartão Atitude é fabricado em PETG (Politereftalato de Etileno Glicol), plástico
isento de cloro e facilmente reciclável.
SEGMENTO EMPRESAS
Ao nível dos cartões empresa, salienta-se o lançamento do cartão
IGCP Charge Card, o primeiro e único cartão de compras públicas
emitido em Portugal.
Resultado de uma parceria com Instituto de Gestão da Tesouraria e
do Crédito Público, este cartão foi desenvolvido para a satisfação das
necessidades de uma moderna Administração Pública.
Este cartão pretende dotar as entidades públicas de um novo meio de pagamento que lhes permitirá
aceder aos mercados internacionais, beneficiar das facilidades disponíveis via Internet e efectuar
levantamentos de valores directamente das respectivas contas bancárias domiciliadas no IGCP, com
rapidez, comodidade e elevados níveis de segurança.
PARCERIAS COM OFERTAS INTEGRADAS
Dando continuidade à estratégia de alargamento do negócio através da construção e gestão de
parcerias com relevantes grupos económicos e comerciantes dos mais variados sectores de
actividade, foram lançados, no decorrer do ano de 2009, 11 novos cartões:
7 Cartões Unibanco Advantage: Adão Oculista, Mundo dos Fatos, Pablo Fuster, ZIP,
Optocentro, Iglesias e Góis Joalheiro e;
43 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
4 Cartões O2O: CrediSaúde (sector da saúde), Generali (sector dos seguros), Halcon (sector das
viagens) e Resolve, do grupo ERA (sector imobiliário).
REFORÇO DA COMUNICAÇÃO DO PORTFOLIO DE CARTÕES
Sob o conceito ECO-nómico foi efectuada uma campanha publicitária de suporte ao lançamento do
cartão Unibanco Atitude, utilizando vários canais de comunicação compatíveis com o
posicionamento do produto: a rede de transportes públicos (comboios, metro e autocarros) e a
internet.
OPTIMIZAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO
Com vista à captação de novos clientes, o lançamento do cartão Unibanco Life foi acompanhado de
uma oferta promocional - um desconto de 2% sobre um máximo de 200€ de compras efectuadas nas
gasolineiras, por mês.
Ao longo do ano, desenvolveu-se um conjunto de campanhas de incentivo à utilização do cartão com
o objectivo de reactivar Clientes inactivos, quer dirigidas ao portfolio de cartões Unibanco, quer ao
portfolio de cartões das parcerias.
44 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
REFORÇO DA RELAÇÃO COM O CLIENTE
Durante o ano de 2009, a Unicre apostou no desenvolvimento do canal Internet como forma de
captação de novos Clientes e relacionamento com os Clientes Unibanco.
Com vista à optimização da comunicação centrada no cliente, e na sequência do investimento
realizado no ano de 2008 no plano do Projecto MaisCliente, aperfeiçoaram-se os modelos de
Customer Relationship Management (CRM).
Os estudos de Satisfação de Serviço ao Cliente, realizados com referência a Junho e Dezembro de
2009, continuam a revelar elevados índices de satisfação global: 83% a nível de front office e 86% a
nível de back office.
EXTRACTO DIGITAL
Por um lado, disponibilizou aos Clientes Unibanco particulares a
possibilidade de receberem o seu extracto por email em substituição do habitual extracto em papel.
Uma opção:
Prática, envio para o e-mail do extracto em formato digital (pdf)
Rápida, o Cliente recebe o extracto digital mais cedo do que o extracto em papel
Cómoda, os extractos digitais podem ser arquivados para um consulta rápida
Ecológica, com a redução das quantidades de papel gasto a Unicre está a contribuir para a
preservação do meio ambiente
E segura, o e-mail enviado é certificado e o PDF do extracto tem assinatura digital
VERIFIED BY VISA
Por outro, apostou no pagamento de compras na Internet com
maior segurança.
A segurança e conveniência dos pagamentos on-line foram
reforçadas com o lançamento do serviço Verified by Visa para todos
os cartões de crédito emitidos pela Unicre.
Para efectuarem pagamento de compras na Internet, depois de aderirem ao serviço os Clientes
passaram a necessitar apenas de uma palavra-chave, contribuindo assim para aumentar os níveis de
confiança e conveniência no comércio on-line.
45 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
UNIBANCO EXPERIENCE GOLD
Como forma de aumentar a
competitividade da proposta de valor
Unibanco, desenvolveu-se o programa de
fidelização para os Clientes Unibanco Gold –
Unibanco Experience Gold.
Ao utilizarem o cartão Unibanco Gold os
Clientes acumularam pontos que lhes permitiram aceder a um conjunto diversificado de prémios,
nomeadamente produtos tecnológicos e de bem-estar.
INICIATIVAS DE EFICIÊNCIA OPERATIVA
No âmbito da Gestão de Risco de Crédito, foram desenvolvidos mecanismos com o objectivo de
optimizar a resposta aos desafios impostos pelas situações de incumprimento no pagamento das
dívidas.
Este desenvolvimento, que se traduziu na instalação de uma nova aplicação de Cobranças (+ÁGIL),
permitiu melhorias muito significativas em todo o ciclo das cobranças, desde a detecção no início da
recuperação, ao acompanhamento e ao controlo, assegurando, ainda uma acentuada melhoria nos
processos com redução da exposição da Unicre e melhoria nos resultados da cobrança.
A nova aplicação cobre as vertentes de gestão de operadores, gestão do pré-incumprimento, da
cobrança e dos contactos, incluindo a medição de performance dos operadores e dotação de mérito
para efeitos de cumprimento dos objectivos e atribuição de incentivos.
Procedeu-se ainda à instalação de uma nova grelha de pontuação aplicada à concessão de crédito-
-cartão a clientes particulares.
46 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
4.1.2. CRÉDITO
Ao longo do ano foram desenvolvidas várias acções de cross-selling multi-canal oferecendo a
possibilidade de aquisição a crédito de diversos produtos.
Para promoção dos produtos de crédito realizou-se um conjunto de campanhas de venda a já
clientes, direccionadas a um universo total de 35.000 clientes. Este reforço ocorreu essencialmente
ao longo da primeira metade do ano de 2009.
Salienta-se ainda a reedição da campanha de disponibilização de uma linha de crédito com
modalidades de pagamento no âmbito do fraccionamento de compras, suportada no conceito do
cartão TR3S.
A nível de gestão e controlo de risco de crédito foi tomado um conjunto de medidas de que se
destaca:
A nível organizacional, a criação de uma área autónoma de Risco de Crédito e o reforço da área
de recuperação interna, responsável por uma melhoria de 13% nos rácios de recuperação de 1º
e 2º mês;
A nível operativo, a alteração da operativa de crédito nomeadamente com a reformulação do
produto “Cash em Conta” para o produto “Crédito Pessoal”, a implementação do sistema de
apoio à cobrança e recuperação e a implementação de uma nova grelha de score;
A nível regulatório, a implementação das alterações mandatadas pelo Decreto-lei n.º 133/2009.
Apesar da contenção assumida na atribuição de crédito a partir do segundo semestre, as campanhas
realizadas no início do ano contribuíram para que o saldo médio do crédito tivesse crescido 12% (18%
em 2008).
47 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
EVOLUÇÃO DO CRÉDITO CONCEDIDOSaldo médio do ano. Milhões de euros
0
60
120
180
240
2007 2008 2009
12% a.a.
Crédito Pessoal
RevolvingCartão
Fonte: Unicre
4.1.3. COMERCIANTES
SÍNTESE DA ACTIVIDADE
O ano de 2009 representou o “concluir” de um ciclo de 3 anos focados na manutenção do
crescimento via reforço distributivo, melhoria da oferta de produtos e serviços e obtenção de
ganhos de eficiência.
Relativamente à facturação adquirida, e não obstante o acréscimo de concorrência, o ano
caracterizou-se por performances diferenciadas reflectindo o claro agravar da conjuntura
económico-financeira na 1ª metade do ano e a débil recuperação na 2ª metade. Com efeito, no 1º
semestre verificou-se um decréscimo de 2,21% no montante total facturado na Redunicre, enquanto
no 2º semestre a facturação total já apresentou um crescimento de 1,03%, saldando-se a variação
da facturação no ano num decréscimo de 0,44% face a 2008 (ano em que a facturação havia
registado um crescimento de 5,05%).
Nos pagamentos com cartões estrangeiros o ano foi especialmente atípico e negativo, em linha com
a forte quebra verificada nos fluxos internacionais de turistas (quebra de 9,05%, que compara com
um aumento de 7,5% em 2008).
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RELATÓRIO E CONTAS2009
REDE DE ACEITAÇÃO
No final do ano de 2009, o número de estabelecimentos aderentes à Redunicre era de cerca de 48,2
mil (+5,8% do que em 2008), com 73 mil terminais de pagamento automático instalados e em
actividade (+12% face a 2008), dos quais cerca de 13 mil da propriedade de comerciantes e
aproximadamente 43 mil da propriedade dos bancos de apoio do comerciante.
EVOLUÇÃO DA REDE DE ACEITAÇÃO Terminais*(Milhares)
62
65
73
2007
2008
2009
Comerciantes(Milhares)
Estabelecimentos(Milhares)
23
23
24
2007
2008
2009
44
46
48
2007
2008
2009
V.H. 09/08 3,0% 5,8% 12,0%
* Excluindo terminais virtuais
Fonte: Unicre
CAGR 09/07 2,1% 4,8% 8,2%
O valor das transacções com cartões de que a UNICRE é acquirer totalizou cerca de 16,2 milhares de
milhões de euros. O número de transacções, por sua vez, ultrapassou os 391 milhões (374,7 milhões
em 2008), das quais menos de 0,1% não foram processadas electronicamente.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
VOLUMES MOVIMENTADOS NA REDUNICRE
Volume de Facturação (Mil milhões de euros)
Número de transacções(Milhões)
0
200
400
2007 2008 2009
0
5
10
15
20
2007 2008 2009
Valor médio por transacção (Euros)
+4,3%
44 41
2006 2007 2008
43
-0.2%
Fonte: Unicre
De acordo com o Estudo Regular do Painel de Comerciantes Redunicre, os níveis de
satisfação/fidelização dos clientes permaneceram elevados em 2009: numa escala de 1 a 10, o
índice de satisfação global foi de 7,4 e o nível de recomendação de 7,5; 50,6% dos clientes
consideram-se fiéis à UNICRE e 12,8% consideram-se devotos.
Durante o ano de 2009 foram angariados 9.990 novos clientes (9.324 em 2008). Mas a crise
económica traduziu-se também num aumento superior ao normal do cancelamento de contrato,
tendo 55,7% dos comerciantes que em 2009 cancelaram o contrato com a Unicre apontado como
motivo o encerramento de actividade, receita mínima ou inactividade. Só cerca de 7,9% desses
cancelamentos se ficaram a dever a mudanças de acquirer.
PROPOSTA DE VALOR
Em 2009 registaram-se importantes evoluções ao nível da diferenciação da oferta de produtos e
serviços.
OPÇÃO MOEDA CLIENTE
O parque de terminais que disponibiliza a solução “Opção Moeda Cliente /
Conversão Dinâmica de Moeda” ultrapassou as 370 unidades, cobrindo mais de
270 estabelecimentos, onde se incluem muitos dos melhores hotéis do país, bem como as luxury
stores com volumes de facturação mais significativos.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
SOLUÇÃO DE PAGAMENTOS INTEGRADOS PARA
HOTELARIA
Com o mesmo objectivo entrou em piloto, em Novembro, uma Solução de Pagamentos Integrados
(desenvolvida em conjunto com a Six Card Solutions) para os sectores de Hotelaria e Restauração
que permite a interface entre o terminal do comerciante aderente e as aplicações de gestão
“Fidelio/Ópera” e “Amadeus”. Com esta solução passou a ser possível captar clientes que até hoje
recorriam a acquirers Internacionais para disporem deste tipo de “arquitectura”.
Com estes produtos reforçámos a capacidade de diferenciação na aceitação de cartões e de
fidelização de clientes, num mercado muito relevante pelos volumes obtidos e superiores
rendibilidades geradas, como o do Travel & Entertainment (T&E).
TAX FREE SERVICE
Ficaram ainda concluídos todos os trabalhos necessários para a disponibilização
nos TPAs Redunicre de uma operativa automática de Tax Free Service; esta é
uma nova parceria com a Global Refund que permitirá reforçar a diferenciação da oferta da
Redunicre e gerar rendimentos extra na rede (para os comerciantes e para a UNICRE), reforçando os
níveis de satisfação e fidelização dos aderentes.
REDUNICRE E-COMMERCE
O ano de 2009 marca o início de uma nova era para a Unicre nos canais de
vendas à distância (em particular no comércio electrónico) com o lançamento de
uma nova plataforma de aceitação de pagamentos. Trata-se de uma plataforma totalmente 3DS
compatível (Verified by Visa e Secure Code MasterCard), com grande facilidade de integração, que
permitirá aos comerciantes ganhos significativos de tempo e custos. Estão assim criadas as
condições para uma expansão significativa em canais ainda sub desenvolvidos em Portugal e que
representam grandes potencialidades de crescimento futuro.
ACÇÕES INTEGRADAS EMISSÃO/ACQUIRING
No seguimento do lançamento da operação cartão Credivisão (primeira acção integrada
Emissão/Acquiring), foram lançadas em 2009 mais 11 operações de cartões deste tipo, das quais 4
com emissão de cartões One 2 One e 7 com cartões Unibanco Advantage, cobrindo sectores como a
consultoria financeira, óptica, moda, saúde e beleza.
CARTÃO DISTRIBUIÇÃO
Na Solução Cartão Distribuição ficaram fechados contratos com 13 novos
distribuidores de diversas áreas de actividade cobrindo um universo de
9.000 retalhistas e com um potencial de facturação de 60 milhões de
euros.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
EFICIÊNCIA OPERACIONAL
O aumento da eficiência operacional reflecte os efeitos acumulados resultantes da melhoria de
processos, da reorganização da operação e dos recursos e o reforço da capacidade de resposta
eficaz ao mercado.
No tocante à organização e sistemas de informação, manteve-se o reforço das
capacidades comerciais tanto a nível da estrutura organizativa como dos recursos
e ferramentas de trabalho.
Em 2009 foram disponibilizados novos serviços acessíveis através do Portal de
Serviços: “Análise Transaccional”; “Consulta TPAs” e “Serviços” (pedidos e
alterações de contas/dados).
4.1.4. OUTROS SERVIÇOS
UNIDADE DE GESTÃO DE TRANSACÇÕES RECLAMADAS
Durante o exercício de 2009, a Unicre continuou a proporcionar, através da Unidade de Gestão de
Transacções Reclamadas (UGTR), um conjunto de serviços de apoio a outros emissores nacionais,
ao nível do tratamento de todas as disputas de transacções ocorridas em território nacional e
estrangeiro, potenciando a criação de valor para os seus Clientes e Accionistas e contribuindo para a
manutenção dos elevados níveis de serviço dos pagamentos com cartões em Portugal.
Ao longo do ano, as reclamações nacionais e estrangeiras registaram uma quebra, não obstante o
crescimento do número de transacções passíveis de rectificações e cobranças nacionais e
estrangeiras, que se verificaram quer a débito quer a crédito nos clientes. A diminuição da
facturação dos cartões estrangeiros em território nacional explica o decréscimo em 30,4% das
reclamações estrangeiras.
Valor %
UGTR - Unidade de Gestão de Transacções Reclamadas
Reclamações Nacionais 6.934 6.756 (178) -2,6%
Reclamações Estrangeiras 26.949 18.758 (8.191) -30,4%
Tansacções com rectificações e cobranças Nacionais 4.323 5.669 1.346 31,1%
Tansacções com rectificações e cobranças Estrangeiras 25.268 25.546 278 1,1%
Variação20092008
No âmbito do serviço de detecção e prevenção da fraude, a Unicre continuou a sua colaboração com
a empresa Paywatch, criada em 2008 e participada em 40% pela Unicre.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
APOIO A EMISSORES
No âmbito da prestação de serviços especializados a instituições financeiras e
afins, desenvolveu-se um novo conceito de serviço com o aprofundamento da
relação com operadores nacionais e internacionais. Entre outros a Unicre presta
serviços nas áreas da gestão e emissão de cartões, clearing & settlement e
disputas.
A Unicre presta actualmente o serviço a 28 entidades, das quais 4 são operadores internacionais
(Europa e África).
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RELATÓRIO E CONTAS2009
4.2. ORGANIZAÇÃO E RECURSOS INTERNOS
4.2.1. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Em 2009, a actividade da Direcção de Sistemas de Informação desenvolveu-se em torno de dois
vectores de acção paralelos:
(i) Projecto MaisMáquina – Programa de Renovação da Arquitectura Técnica e Aplicacional
(ii) Projectos de Suporte ao Desenvolvimento dos Negócios.
No âmbito do Projecto MaisMáquina, que visa a renovação da arquitectura aplicacional da Unicre,
no sentido da criação de uma plataforma que permita dar resposta às necessidades de negócio,
foram identificadas duas iniciativas de grande dimensão, (i) o Projecto MaisCliente, que visa a
renovação dos sistemas de suporte ao CRM, já em produção desde o início de Janeiro de 2009 e (ii)
a implementação de uma solução para Card, Merchant e Loans Management, que após análise
detalhada de várias soluções resultou na contratação do produto WAY4 da empresa Openway como o
novo software base para a função de kernel da Unicre.
Decorrente da referida recomendação, foi realizado um plano de definição de projecto denominado
“MaisMáquina – Kernel”, que teve os seguintes objectivos:
Definir e clarificar o alcance e âmbito do projecto “MaisMáquina Kernel”;
Clarificar a visão da futura arquitectura dos sistemas de informação da UNICRE;
Definir a estratégia de implementação do projecto “MaisMáquina Kernel”;
Apontar o modelo de funcionamento para a realização do projecto, nomeadamente em tudo o
que esteja relacionado com o envolvimento de terceiros;
Definir o roadmap do projecto, respectivos intervenientes e esforços;
Seleccionar uma empresa de consultadoria para implementar as camadas de integração com o
futuro Kernel da Unicre, segundo a estratégia e arquitectura de referência definidas ao longo do
projecto.
Concluída esta etapa crucial, que visou identificar quais as condições processuais, humanas e
técnicas imprescindíveis à materialização de um projecto de grande envergadura, com uma
execução estimada em 2 anos e impactos directos no negócios da Unicre, reduzindo-se assim riscos
e custos de execução decorrente de maior previsibilidade e definição de um rumo, arrancar-se-á, no
início de 2010, com a fase da implementação do Projecto MaisMáquina – kernel .
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Este programa estruturante e de grande abrangência, que representa para a Unicre a maior
transformação no domínio das tecnologias de informação efectuada até data, é complexo e de
elevado risco operacional, por:
Ser um programa de longo prazo, estimando-se em 2 anos a sua implementação, a ser
desenvolvido em paralelo com a manutenção das actuais aplicações;
Depender da realização de vários projectos concorrentes, que deverão realizar-se de forma
sincronizada;
Exigir um elevado número de competências e a articulação de várias entidades, devido à forte
interdependência entre iniciativas;
Culminar na substituição de um elevado número de sistemas (aplicações, ficheiros, serviços, ...)
que actualmente suportam os processos de negócio;
A necessidade de realizar uma transição faseada vai obrigar à coexistência entre sistemas antigos e
novos e um elevado número de processos de integração.
No âmbito do vector Projectos de Suporte ao Desenvolvimento dos Negócios foi implementado um
conjunto de novas funcionalidades em linha com os imperativos e as estratégias definidas pela
Unicre e com o aumento da sua eficiência operacional.
Das iniciativas inseridas nesta vertente salientam-se:
O projecto MaisDoc, que visou a implementação de uma solução nova de gestão documental;
A disponibilização de soluções de parceria Redunicre/Bancos mediante a criação de sub-redes
dentro da rede de comerciantes da Redunicre;
O lançamento do 3D Secure – nova solução segura de pagamentos e-commerce, certificada para
Verified by Visa e para SecureCode da MasterCard;
O processamento de cartões de emissores internacionais com denominação diferente de euro;
A racionalização de operações e manutenção de dados Unicre/SIBS;
As aberturas de novos produtos da área de Emissão;
A disponibilização do Portal de Parceiros do negócio de Emissão;
A introdução de novas linhas de crédito com a criação de novas modalidades de pagamento no
âmbito do fraccionamento de compras e novo algoritmo de processamento do crédito pessoal.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
4.2.2. RECURSOS HUMANOS
Garantir o alinhamento dos colaboradores com os objectivos da organização durante uma época de
crise, manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, promover o talento e o mérito e
melhorar as condições de trabalho, foram as principais apostas estratégicas na gestão de recursos
humanos em 2009.
Trabalhadores no activo* 284 259 255
Reformados 32 39 46
* Em 31 de Dezembro
200920082007
No final do exercício de 2009, o quadro de pessoal da Unicre era constituído por 255 colaboradores,
o que representa uma redução de 1,5% relativamente ao ano de 2008, reflectindo 15 saídas (das
quais 7 por reforma) e 11 entradas.
Os recursos humanos na Unicre revelaram no final de 2008 uma idade média de 44 anos, sendo 44%
dos colaboradores do sexo feminino.
De 18 a 24 anos
De 25 a 29 anos
De 30 a 34 anos
De 35 a 39 anos
De 40 a 44 anos
De 45 a 49 anos
De 50 a 54 anos
De 55 a 59 anos
De 60 a 61 anos
100% = 255
Mulheres(44%)
Homens(56%)
Média44 anos
RECURSOS HUMANOS NO ACTIVO 31 Dezembro 2009. Percentagem. Número de colaboradores.
Fonte: Unicre
A Unicre continuou a privilegiar a admissão de jovens recém-licenciados (a idade média dos
recrutamentos é de 26 anos), tendo como objectivo o rejuvenescimento dos seus quadros e o
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RELATÓRIO E CONTAS2009
reforço gradual das suas competências, o que resultou, naturalmente, num aumento do número de
colaboradores com licenciatura face ao ano anterior.
Fonte: Unicre
28%
42%
30%
2º/3º Ciclo
Ensino Universitário
Ensino Secundário
3 p.p.
-3 p.p.
Variação Homóloga
-1 p.p.
FORMAÇÃO ACADÉMICA DOS COLABORADORES DA UNICRE Evolução 2009 face a 2008.
Durante o ano de 2009, a Unicre proporcionou treze bolsas de estágio remuneradas nas suas áreas
de negócio, das quais nove pelo período de seis meses.
Manteve-se, ainda, a mesma política de actuação dos últimos anos, baseada na delegação de
competências, empowerment e mobilidade de recursos, em particular entre áreas centrais e áreas
comerciais.
Desde 2007 que a Unicre, com o objectivo de premiar o grau de contribuição individual de cada
colaborador para os resultados anuais da organização, tem vindo a reforçar a componente de
remuneração variável. Em 2009, o peso dos prémios nas remunerações totais atingiu 9,4%, uma
ligeira redução face a 2008 que se ficou a dever à maior dificuldade no cumprimento de alguns
objectivos.
A Formação continuou a ser um eixo estratégico dos Recursos Humanos, tendo-se registado 7.518
horas de formação, abrangendo 190 participantes, o que corresponde a um total de 40 horas por
colaborador.
Em 2009, e a par das actualizações técnicas e específicas ao negócio de emissão e acquiring, a
aposta recaiu no desenvolvimento de competências comerciais, sendo esta última englobada no
Projecto Academia Redunicre.
Foi dada também continuação ao programa MaisTalento direccionado aos quadros da Unicre.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
No último trimestre de 2009, teve início o programa de desenvolvimento direccionado aos quadros
mais jovens, Jovens Talentos, que tem em conta os seguintes objectivos:
Reter jovens colaboradores com elevado potencial;
Desenhar a arquitectura de um programa de motivação destes jovens quadros, baseado numa
política de gestão individual de carreira e progressão na organização;
Potenciar a preparação de futuros líderes.
Pela primeira vez, a Unicre realizou um programa de ocupação de férias para os filhos de
colaboradores, que decorreu nas férias do Verão e que contou com a participação de 25 crianças
com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos.
A Unicre manteve o patrocínio concedido ao GDCTU, que tem exercido um papel importante na
realização de diversas actividades de cariz intelectual e desportivo.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
4.3. GESTÃO DOS RISCOS
Num contexto de crise económica e financeira generalizada, no ano de 2009, o tema da gestão dos
riscos assumiu um papel acrescido no dia-a-dia da Instituição, em reforço do desenvolvimento
sustentável e da rentabilidade exigida, pelos seus accionistas, e restantes stakeholders.
4.3.1. A GESTÃO DOS RISCOS NA UNICRE
PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS EM 2009
Durante o último ano, a Unicre apostou na consolidação do sistema de gestão dos riscos, com
especial relevância para as seguintes iniciativas:
Criação, em Abril de 2009, de uma unidade independente de Gestão de Risco e Compliance, no
seio da Direcção de Estratégia e Compliance, baseada em princípios de segregação de funções
entre a função de Auditoria e a função de Gestão de Risco e Compliance2;
Consolidação das funções do Departamento de Risco de Crédito criado no final do ano de
2008, na área de emissão da Empresa;
Entrada em vigor do Manual de Gestão de Risco de Crédito com o objectivo de definir políticas
gerais de gestão do risco de crédito e os princípios para a sua aplicação na concessão,
acompanhamento e recuperação de crédito na Unicre;
Definição da política de gestão de risco da Empresa, designadamente o apetite, tolerância e
limites de exposição global ao risco;
Desenvolvimento de metodologias de cálculo do capital económico referente aos riscos
considerados materialmente relevantes, no âmbito do Processo de Auto-Avaliação da Adequação
de Capital Interno (ICAAP);
Realização de acção de formação presencial, inserida no processo de criação da Unidade de
Gestão de Risco e Compliance, dirigida a colaboradores responsáveis pelas diversas áreas da
Unicre ou com interesses específicos nas questões de risco, com o objectivo de fomentar a
cultura de gestão de risco em todas as áreas e partilhar e discutir os principais conceitos da
gestão dos principais riscos a que a Unicre se encontra exposta.
2 Em conformidade com o aviso n.º 5/2008 do Banco de Portugal
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RELATÓRIO E CONTAS2009
ESTRUTURA ORGANIZATIVA DA GESTÃO DOS RISCOS
Em matéria de gestão de riscos, a Unicre encontra-se organizada sob uma estrutura composta por
três linhas. Cada uma destas linhas com funções específicas que, em conjunto, asseguram uma
eficaz gestão dos riscos.
1ª-
linh
a
MODELO ORGANIZATIVO DAS 3 LINHAS DE DEFESA
Conselho Administração
DE
DSI
DFM
UGTR
RU
2ªlin
ha
Comité Gestão Risco
Comité de Negócios
Comité Sist.Inform.
3ª
linh
a
Auditoria Externa
Conselho Fiscal
Linhas de relacionamento funcional actuais Reporte Hierárquico actual Comités Unidade Externa
ACI
Auditoria Interna
Processos Controlo Interno
Comité RH
Conselho Crédito
DEC
Gestão Risco eCompliance
Gestão Risco Crédito
Auditoria Independente: Assegura que as 1ª e 2ª linhas cumprem com as politicas e normas definidas e zela pela utilização eficiente e eficaz dos recursos da organização.
Sistema de Controlo Interno:Análise e reporte do Sistema de Gestão de Riscos. Aconselhamento do Conselho de Administração na definição de políticas que aumentem a eficácia da politica de Gestão de Riscos
Operacionalização: Actividades diárias de gestão do risco de acordo com a estratégia de negócio, normas e procedimentos internos instituídos e politica de Gestão de Riscos
DEC
Fonte: Unicre
O Conselho de Administração é quem define as orientações para o perfil de risco da Empresa e, é
ainda, quem aprova e toma decisões acerca das políticas de gestão de risco e controlos de alto nível
a seguir.
O Comité de Gestão de Riscos tem a responsabilidade de monitorizar o perfil de risco global da
Unicre e garantir o alinhamento do mesmo com a estratégia da Empresa e com as directivas do
Conselho de Administração.
A Unidade de Gestão de Riscos e Compliance assegura:
A compreensão da natureza e materialidade dos riscos globais a que a Unicre se encontra
exposta (crédito, operacional, taxa de juro, liquidez, reputação e estratégia), garantindo a
identificação, avaliação, mitigação, monitorização e controlo de todos os riscos considerados
materiais, em conformidade com as melhores práticas e exigências do Acordo de Basileia;
O cumprimento das obrigações e deveres a que a instituição se encontra sujeita, nomeadamente
a conformidade com as leis, regulamentos, normas profissionais, códigos de ética e de conduta
aplicáveis.
Estão igualmente incluídos nesta estrutura as restantes Direcções e Comités Sectoriais da empresa,
incluindo o Departamento de Risco de Crédito, inserido na Direcção de Emissão.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Desta forma, é assegurado que a Gestão dos Riscos é uma função transversal a toda a instituição e
realizada com o contributo de todas as áreas. Estão, também, criadas as condições para o
desenvolvimento de uma efectiva “Cultura de Risco”, que deverá permitir, com a participação e
envolvimento efectivo de toda a organização, a identificação, avaliação, monitorização e controlo
dos riscos relevantes.
REGIME PRUDENCIAL
Para cálculo dos requisitos de fundos próprios para o risco de crédito, a Unicre utiliza o Método
Padrão, em conformidade com o aviso n.º 5/2007, enquanto para cálculo dos requisitos de fundos
próprios para o risco operacional aplica o Método do Indicador Básico, definido no aviso n.º 9/2007.
4.3.2. RISCOS MATERIALMENTE RELEVANTES
Consideram-se como riscos materialmente relevantes para a Instituição aqueles em que os eventos
inerentes possuam uma probabilidade de ocorrência significativa e provoquem impactos relevantes
nas condições financeiras da Instituição, conforme retratados na matriz do MAR:
RISCOS MATERIALMENTE RELEVANTES Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes do incumprimento das
obrigações contratuais assumidas pelos Clientes da instituição, na sequência da concessão de crédito por via dos cartões emitidos pela empresa ou por via da atribuição de crédito pessoal. O principal risco associado à actividade da Unicre, quer em função da probabilidade de ocorrência, quer em função da sua severidade.
Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, devido a movimentos adversos nas taxas de juro, por via de desfasamentos de maturidades ou de prazos de refixação das taxas de juro, da ausência de correlação perfeita entre as taxas recebidas e pagas nos diferentes instrumentos, ou da existência de opções embutidas em instrumentos financeiros do balanço ou elementos extrapatrimoniais.
Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes de violações ou desconformidades relativamente às leis, regulamentos, contratos, códigos de conduta, práticas instituídas ou princípios éticos. Pode traduzir-se em sanções de carácter legal ou regulamentar, na limitação das oportunidades de negócio, na redução do potencial de expansão ou na impossibilidade de exigir o cumprimento de obrigações contratuais.
Risco de Crédito
Risco de Taxade Juro
Risco de Compliance
Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes de falhas na análise, processamento ou liquidação das operações, de fraudes internas e externas, da actividade ser afectada devido àutilização de recursos em regime de "outsourcing", da existência de recursos humanos insuficientes ou inadequados ou da inoperacionalidade das infra-estruturas.
Risco Operacional
Probabilidade de ocorrência de perdas financeiras, nos resultados ou no capital, decorrentes da incapacidade da instituição dispor de fundos líquidos para cumprir com as suas obrigações, à medida que as mesmas se vencem.
Risco de Liquidez
Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes de decisões estratégicas inadequadas, da deficiente implementação das decisões ou da incapacidade de resposta a alterações do meio envolvente, bem como a alterações no ambiente de negócios da instituição.
Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes duma percepção negativa da imagem pública da instituição, fundamentada ou não, por parte de clientes, fornecedores, analistas financeiros, colaboradores, investidores, órgãos de imprensa ou pela opinião pública em geral.
Risco de Estratégia
Risco de Reputação
Probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, em consequência da inadaptabilidadedos sistemas de informação a novas necessidades, da sua incapacidade para impedir acessos não autorizados, para garantir a integridade dos dados ou para assegurar a continuidade do negócio em caso de falha, bem como devido ao prosseguimento de uma estratégia desajustada nesta área.
Risco Sistemas de Informação
4.3.3. RISCO DE CRÉDITO
O risco de crédito, decorrente da concessão de crédito a Clientes, é o risco de maior relevância
material associado à actividade da Unicre.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
A identificação e monitorização deste risco é efectuada por uma unidade especializada da Direcção
de Emissão, o Departamento de Risco de Crédito, sendo as suas principais funções acompanhar a
carteira de crédito, propor políticas e estratégias a aplicar à carteira, desenvolver e aplicar
medidas preventivas e correctivas e assegurar a conformidade com os requisitos regulamentares
aplicáveis à Unicre em termos de risco de crédito.
Mediante proposta efectuada pelos Departamento de Risco de Crédito e/ou Serviço de Apoio ao
Cliente, compete ao Conselho de Crédito apreciar e decidir quais as melhores opções comerciais a
tomar, de acordo com a gravidade da situação alvo de análise, o perfil do cliente e as políticas de
risco definidas.
GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO
A gestão do risco de crédito é efectuada numa perspectiva global ao longo de todo o ciclo de vida
dos contratos, desde a concessão, passando pelo acompanhamento, até à fase de recuperação de
crédito.
Durante a fase de Concessão de Crédito é estabelecido o contacto com o cliente com o intuito de
recolher toda a informação, avaliar o risco, decidir sobre a operação de crédito e estabelecer os
limites globais de exposição.
A partir do momento em que a Unicre estabelece uma relação creditícia com um cliente inicia-se a
fase de Acompanhamento, através da qual se assegura o seguimento das operações, a identificação
do perfil de risco dos clientes e se tomam as medidas preventivas e correctivas que se justifiquem.
Durante a terceira fase, a Recuperação, efectua-se o esforço de recuperar as operações de crédito
que se encontram em incumprimento. Esta fase inicia-se após se verificar o incumprimento ou se se
considerar que não existe forma de evitar preventivamente que ele ocorra.
MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO
Ao nível do processo de concessão do crédito, a medição e avaliação do risco de crédito é efectuada
com auxílio dos resultados obtidos no Modelo de Scoring de Atribuição, que atribui os limites de
crédito e dos graus de risco com base na avaliação da realidade económica e social de cada cliente,
e na Base de Dados de Risco.
O sistema de scoring tem como base a matriz da Fair Isaac e é alimentado por modelos estatísticos
baseados na experiência acumulada, na informação disponibilizada e em critérios claros e
objectivos que permitem automatizar a decisão relativa a propostas de crédito estandardizáveis.
A Base de Dados de Risco é uma base de dados interna alimentada com informação sobre
delinquência dos clientes, incluindo fraudes, e informação relativa à centralização do Banco de
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Portugal, bem como informação relativa à lista de identificação dos indivíduos potencialmente
perigosos.
No decorrer da vida do contrato, enquanto “já cliente”, existe um conjunto adicional de
instrumentos de suporte à medição e avaliação deste risco:
Modelos de Scoring Comportamental, que têm em conta a situação financeira actual do Cliente,
a sua capacidade de reembolso, o seu historial de relacionamento, o seu padrão de actuação
histórico e outras características específicas que possam afectar as perspectivas de recebimento
de capital e juros;
Indicadores de Risco de Crédito,que permitem analisar o perfil de risco da Unicre, com base na
sua análise histórica e na projecção da sua evolução futura (qualidade de crédito, taxa de
recuperação interna/externa, cobertura do risco de crédito, etc.);
Modelo Interno, que permite calcular e monitorizar os factores de risco da carteira de crédito, a
probabilidade de incumprimento (PD), a recuperação (LGD) e a exposição ao incumprimento
(EAD), quer para a totalidade da carteira, quer por segmentos de clientes (score e antiguidade) e
por classe de incumprimento dos clientes;
Stress tests aos modelos de notação de risco (scoring), no sentido de avaliar periodicamente a
qualidade dos mesmos, aferir acerca da sua adequação à carteira de crédito e aferir também se
as variáveis que têm impacto no modelo são realmente aquelas que influenciam os riscos que as
operações de crédito representam para a instituição, em caso de eventos desfavoráveis.
CONTROLO E MITIGAÇÃO
A Unicre tem implementado medidas que visam controlar e reduzir o risco de crédito e que
permitem, simultaneamente, à Instituição ter uma maior capacidade de resposta perante alterações
adversas do mercado onde actua.
SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO DE ALERTAS
Relativamente ao risco de crédito, existem vários sinais de alerta cujo despoletar leva a acções de
intervenção que permitem evitar casos de possível incumprimento. Estes sinais advertem para
situações que afectam, não só o cliente e a operação de crédito, mas também o contexto ou
mercado em que este opera.
RELATÓRIOS DE GESTÃO
São produzidos periodicamente Relatórios de Gestão com a evolução dos principais indicadores da
actividade creditícia em geral e de risco de crédito em particular, neste último caso nas vertentes
da probabilidade de incumprimento, concentração e correlação das perdas dado o incumprimento, e
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RELATÓRIO E CONTAS2009
da exposição ao risco. Estes relatórios fornecem informação relevante para a tomada de decisões
relativas às formas de mitigação do risco de crédito.
MITIGAÇÃO ORGANIZATIVA
Como foi acima referido, foram também criados o Conselho de Crédito e o Departamento de Risco
de Crédito com o objectivo de proceder à redução do risco de crédito e à optimização da gestão do
crédito, respectivamente.
É função do Conselho de Crédito deliberar sobre a atribuição de risco de crédito e sobre créditos
problemáticos, bem como decidir sobre os modelos e critérios de scoring de atribuição,
comportamental e de aumentos automáticos de limites de utilização.
Compete ainda a este conselho avaliar, quer do ponto de vista do desenvolvimento de negócio quer
do da mitigação do risco de crédito, os indicadores produzidos nos relatórios de gestão.
MANUAL DE RISCO DE CRÉDITO
A Unicre dispõe de um Manual de Risco de Crédito que define as políticas gerais de gestão deste tipo
de risco e os princípios para a sua aplicação na concessão, acompanhamento e recuperação de
crédito, funcionando ainda como um controlo que permite à empresa mitigar este tipo de risco.
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
Em 2009 o Conselho de Administração procedeu à revisão da matriz de delegação de competências
aplicável no processo de atribuição de crédito. Estas revisões procuraram incutir uma maior
racionalidade e controlo na atribuição de crédito e, desta forma, reduzir a exposição da Instituição
a este risco.
Na delegação de competências existem diversos níveis de aprovação que atribuem capacidade a
diferentes intervenientes no processo de análise e recuperação. Esta é atribuída em função do risco
do cliente e da operação, definido por um conjunto de variáveis/características da decisão em
causa.
LIMITES
A Unicre tem ao seu dispor um sistema que assegura a identificação integral dos limites de
exposição ao risco de crédito estabelecido para cada cliente.
Os limites de exposição por cliente são definidos por tipo de crédito e respeitam as restrições
regulamentares existentes, relativamente à composição e diversificação da carteira e limites de
exposição a contrapartes. A sua eventual ultrapassagem é precedida de uma análise de risco que
justifique devidamente o motivo pelo qual o limite deve ser alterado.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
BASE DE DADOS DE RISCO
A Base de Dados de Risco é também um meio de mitigação do risco de crédito, pois permite aos
analistas identificar os clientes que não se enquadram no perfil de risco da Unicre e, assim, recusar
operações com os mesmos.
4.3.4. RISCO DE LIQUIDEZ
GESTÃO DO RISCO DE LIQUIDEZ
Dada a natureza da Unicre enquanto instituição de crédito, é previsível que uma parte importante
das suas necessidades de financiamento continue a ser suprida através do recurso ao mercado
monetário interbancário com operações de curto prazo.
Para garantir que a gestão do risco de liquidez é efectuada de forma eficiente, a empresa procede à
gestão corrente dos financiamentos com base em fluxos de tesouraria. A contratação dos montantes
e prazos dos financiamentos3 tem em conta os fluxos previsionais de tesouraria da empresa
decorrentes das áreas de negócio e é gerida de molde a evitar os riscos (de liquidez e deterioração
de spreads) associados a uma concentração temporal das necessidades de recurso a fundos alheios.
MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO
A gestão corrente do financiamento da empresa está suportada em previsões de fluxos de
tesouraria. O modelo de previsão disponibiliza fluxos de tesouraria previsionais, dia a dia para os 15
dias seguintes, semana a semana para os 3 meses seguintes e mês a mês para os 12 meses seguintes.
CONTROLO E MITIGAÇÃO
Com o objectivo de minimizar a sua exposição ao risco de liquidez, a empresa efectua um controlo
diário aos valores dos saldos dos financiamentos, procurando garantir que existe saldo positivo mas
residual para os bancos com os quais a Instituição não tem acordos de financiamento e que é
efectuada a optimização das restantes contas bancárias face às condições contratuais oferecidas por
todas as entidades bancárias.
Por outro lado, a posição dos financiamentos obtidos é analisada semanalmente e apresentada ao
Conselho de Administração.
Com o objectivo de reduzir o risco de liquidez ao qual a Unicre se encontra exposta, os montantes e
datas de vencimento dos financiamentos são contratados de forma a assegurar que o montante
3 Por regra, para uma dada operação, deverão ser consultados pelo menos quatro bancos incluindo os dois que apresentaram spreads mais baixos na operação anterior; o banco mutuante do financiamento que vai ser substituído, se for o caso; um banco dos que estão há mais tempo sem serem consultados.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
total dos vencimentos não exceda determinados limites por período (dia, semana e mês), salvo
quando se trate de um financiamento de prazo superior a um ano ou nas situações em que o risco de
liquidez não exista esteja atenuado por outro tipo de operações (e.g. emissões com tomada firme,
linhas de crédito firmes).
Pontualmente, a Unicre utiliza a aplicação dos saldos de tesouraria como forma de gestão da sua
liquidez.
4.3.5. RISCO DE TAXA DE JURO
O principal activo financeiro da Unicre é a carteira de crédito sobre clientes (titulares de cartões
por si emitidos).
Atendendo à natureza da sua actividade, a principal fonte de exposição da Unicre na vertente de
risco de mercado é a evolução do nível das taxas de juro.
Historicamente, tanto as taxas activas cobradas pela Unicre como as passivas eram de muito curto
prazo, o que contribuía para a redução da exposição ao risco de taxa de juro. A taxa de juro do
crédito concedido era, na sua maior parte, passível de ser revista trimestralmente, acompanhando a
variação das taxas de juro de curto prazo do mercado monetário.
O alargamento da gama de produtos de crédito oferecidos a clientes, que se repercutiu,
nomeadamente, na extensão dos prazos de reembolso e na fixação do valor das prestações do
crédito, veio aumentar a exposição ao risco de taxa de juro.
MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO
A medição e avaliação mensal do risco de taxa de juro é feita com recurso ao cálculo da modified
duration ao nível de cada instrumento financeiro e respectivas carteiras e através do mismatch
entre a variação esperada do valor da carteira de activos e a variação esperada do valor da carteira
de passivos face a uma deslocação paralela da curva de taxas de juro de mercado, estando
estabelecidos limites máximos de exposição que correspondem a 0,1% do valor de mercado dos
activos.
CONTROLO E MITIGAÇÃO
Na sequência destes desenvolvimentos a Unicre definiu uma política de gestão do risco de taxa de
juro que lhe permite uma gestão eficaz e tempestiva deste tipo de risco. São estabelecidos limites
máximos como uma forma de mitigar este tipo de risco para a instituição.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
4.3.6. RISCO OPERACIONAL
Por risco operacional entende-se a possibilidade de a empresa incorrer em perdas directas ou
indirectas em virtude de procedimentos internos inadequados ou falhas dos mesmos, de erros
humanos, de falhas nos sistemas de informação, de fraudes internas ou externas, e de falhas na
análise, processamento ou liquidação das operações.
O risco operacional é o segundo maior no total de todos os riscos que a Unicre enfrenta, logo após o
risco de crédito.
MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO
Os questionários anuais de auto-avaliação têm como principal objectivo identificar e avaliar o nível
de risco operacional da Unicre. No entanto, são essencialmente os indicadores específicos de risco
operacional os principais meios utilizados para medir este risco.
CONTROLO E MITIGAÇÃO
Neste mercado há 35 anos, a Unicre tem adoptado um conjunto de práticas de mitigação que se têm
revelado de grande eficiência na gestão deste risco:
MITIGAÇÃO ORGANIZATIVA
A Unicre dispõe de uma estrutura orgânica e funcional que permite, em tempo útil, através da
validação da informação por meio de actividades de controlo, detectar falhas operacionais. De
todas as operações realizadas existe um registo histórico que identifica quem executou, quando e
através de que meios.
O controlo orçamental efectuado pela Direcção de Estratégia e Compliance actua como controlo
adicional sobre eventuais falhas operacionais e consequente impacto ao nível da organização,
permitindo a identificação de situações incorrectas e a regularização das mesmas de forma célere.
A contabilidade da Unicre é efectuada com recurso a software específico (SAP), tendo a respectiva
parametrização sido realizada em consonância com normas específicas de contabilização e demais
critérios de valorimetria estabelecidos para o sector bancário.
A contabilização de transacções obedece a princípios de segregação de funções, sendo a
contabilização realizada e verificada por elementos diferentes da Direcção Financeira e de Meios, o
que permite que erros nos registos contabilísticos sejam detectados e corrigidos atempadamente.
Existe também um acompanhamento regular dos saldos contabilísticos e da sua razoabilidade, bem
como dos detalhes das principais contas de controlo.
SISTEMA AUTOMÁTICO DE DETECÇÃO DE IRREGULARIDADES
Em regime de outsourcing, a empresa Paywatch monitoriza as transacções, em regime de 7 dias/24
horas, de forma a detectar atempadamente possíveis fraudes alheias à organização.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
PCI DSS – PAYMENT CARD INDUSTRY DATA SECURITY STANDARDS
A Unicre iniciou, ainda em 2009, um processo de certificação de compliance com os standards de
segurança Payment Card Industry (PCI DSS).
Os standards de segurança PCI são requisitos técnicos e operacionais definidos pelo PCI Security
Standards Council (PCI SSC) para proteger os dados do titular do cartão. O PCI Council é um fórum
fundado pelos sistemas internacionais de cartões: Visa Inc., MasterCard Worldwide, JCB
International, American Express e Discover Financial Services.
PLANO DE CONTINUIDADE DE NEGÓCIO (PCN)
A empresa tem instituído um Plano de Continuidade do Negócio, incluindo um disaster recovery
plan, que visa garantir a continuidade das operações em situação de catástrofe, minimizando assim
os efeitos negativos junto dos clientes e comerciantes.
PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO
O objectivo deste Plano de Emergência é o de responder com prontidão às possíveis situações de
emergência, de origem interna e externa, e garantir a segurança das pessoas e bens e a
continuidade da actividade de trabalho, apresentando um conjunto de instruções simples e práticas
para evitar ou minimizar eventuais prejuízos humanos e materiais.
PLANO DE CONTINGÊNCIA DE PANDEMIA
O Plano de Contingência de Pandemia da Unicre foi definido para dar resposta ao cenário de
pandemia do vírus da Gripe A (H1N1). No entanto, pode ser aplicado a qualquer outra situação
semelhante em que esteja em causa uma elevada taxa de absentismo dos colaboradores, pois foi
considerado um cenário em que 40% dos colaboradores possam estar infectados ou tenham algum
familiar próximo nessa situação.
Este Plano foi criado com o objectivo de antecipar e gerir o impacto de uma eventual situação de
gripe pandémica nos colaboradores e no negócio da Unicre, visando preparar a resposta operacional
para minimizar as condições de propagação da pandemia e manter os serviços essenciais em
funcionamento.
MEDIDAS RELATIVAS À SEGURANÇA FÍSICA DAS INSTALAÇÕES E DOS TRABALHADORES
A segurança física das instalações e dos trabalhadores está assegurada através do cumprimento de
um conjunto de normas internas e da legislação relevante em vigor em matéria de higiene e
segurança no trabalho. O potencial de perdas é ainda minimizado pela Unicre com recurso à
contratação de seguros adequados.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
4.3.7. RISCOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E LEGAL - ESPECIFICIDADES
De forma adicional à análise do risco operacional considera-se um capítulo diferenciado para os
riscos de sistemas de informação e compliance, vulgarmente incluídos no risco operacional.
RISCO LEGAL
O risco legal ou de compliance pode traduzir-se em sanções de carácter legal ou regulamentar, na
limitação das oportunidades de negócio, na redução do potencial de expansão ou na impossibilidade
de exigir o cumprimento de obrigações contratuais.
Para efectuar uma avaliação deste tipo de risco no contexto da empresa, a Unicre realiza, para
além dos questionários de self-assessment, análises a indicadores distintos como multas, coimas e
outras sanções legais ou regulamentares.
Com o objectivo de reduzir o risco de compliance, a empresa possui um Código de Conduta
(especificado na Norma Interna 114) e uma política de prevenção e monitorização do
branqueamento de capitais. A Instituição dispõe ainda de consultoria jurídica para assessoria legal e
efectua o acompanhamento de alterações legais e fiscais aplicáveis e a monitorização de reports a
entidades reguladoras.
RISCO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
O risco associado aos sistemas de informação tem um peso importante na gestão de riscos da
Instituição devido ao papel preponderante que estes ocupam na actividade da Unicre, tal como é
usual no meio bancário. Na Unicre, a entidade responsável pela gestão deste tipo de riscos é a
Direcção de Sistemas de Informação (DSI).
No entanto, devido ao papel crucial dos sistemas de informação na prossecução dos objectivos
estratégicos, no desenvolvimento do negócio e na melhoria da eficiência operacional da Unicre,
existe ainda um Comité de Sistemas de Informação, como já foi referido acima neste documento,
que reúne mensalmente.
TÉCNICAS DE CONTROLO DO RISCO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
De forma a reduzir a exposição a este tipo de risco, a Unicre dispõe de mecanismos de protecção
das aplicações informáticas, bem como de manuais funcionais e técnicos dos sistemas, aplicações e
rotinas informáticas. Um destes sistemas é a prestação de um serviço ininterruptamente de apoio a
problemas/pedidos internos relacionados com suporte informático disponível na empresa.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
As aplicações informáticas da Unicre funcionam sobre a estrutura tecnológica da SIBS nos termos de
um contrato de outsourcing, sendo que estas aplicações possuem mecanismos de protecção própria
que impedem que um utilizador não autorizado possa pôr em causa a sua operacionalidade e
integridade. Adicionalmente, estão implementados controlos sobre os acessos que permitem
proceder à identificação dos utilizadores e controlar a sua actividade. O acesso às aplicações
informáticas é diferenciado por perfil de utilizador, consoante as suas necessidades e obedecendo a
regras de segregação de funções. Novos acessos ou alterações a acessos existentes têm que ser
autorizados pela hierarquia do utilizador e pela Direcção de Sistemas de Informação.
A informação residente nos sistemas informáticos da Unicre é sujeita a backups periódicos, de
forma a salvaguardar a sua reposição em caso de incidente que resulte na sua perda ou corrupção.
4.3.8. RISCO DE ESTRATÉGIA
A gestão Unicre orienta-se por um Plano Estratégico trienal que estabelece os objectivos de médio
prazo e que coincide com o mandato dos órgãos executivos.
Para gerir de forma eficaz o risco de estratégia, a Unicre procede ainda à preparação anual de um
plano de actividades e de um orçamento respeitantes ao exercício do ano seguinte, em consonância
com o Plano Estratégico trienal aprovado para o período. A existência deste orçamento é
fundamental para que haja um controlo sobre o plano estratégico da Unicre. Por outro lado, o facto
de se proceder à realização de relatórios de execução orçamental e à sua posterior avaliação
repercute-se na tomada de decisões relativas a medidas de mitigação do risco de estratégia.
Com o objectivo de garantir, por um lado, uma melhor integração entre as diversas áreas da
Instituição e a canalização dos meios necessários para a prossecução de objectivos estratégicos e,
por outro lado, a redução do risco de estratégia ao qual a Unicre se encontra exposta, a empresa
mantém em actividade o Comité de Negócios, fórum responsável pela análise da concorrência.
4.3.9. RISCO DE REPUTAÇÃO
MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO
Os meios de avaliação do risco de reputação utilizados na Unicre são questionários de self-
assessment, monitorização da notoriedade da marca, análise de reclamações de clientes e o
questionário de satisfação dos clientes. Neste âmbito, são ainda realizados stress tests através de
análises de sensibilidade de modo a que seja possível ter uma visão prospectiva do impacto que
certas situações hipotéticas possam ter na Instituição.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
CONTROLO E MITIGAÇÃO
O risco de reputação é um risco que facilmente decorre de qualquer um dos restantes riscos já
identificados. A Unicre tem implementado um conjunto de medidas de controlo e de gestão de
forma a garantir a minimização da sua exposição a este risco, nomeadamente:
A gestão da marca Unicre é garantida por uma empresa externa contratada em regime de
outsourcing.
A Unicre acompanha o tratamento e o controlo de reclamações dos clientes. Este
acompanhamento é essencial para a Instituição conseguir, de forma atempada, tomar medidas
de correcção de eventuais falhas nos procedimentos ou sistemas que tenham sido identificadas
nessas reclamações.
Para reduzir o Risco de Reputação, a Unicre possui também um Código de Conduta aplicável a
todos os colaboradores da Instituição.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
5. ANÁLISE FINANCEIRA A presente análise financeira tem por base as Demonstrações Financeiras da Unicre, preparadas de
acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), no âmbito da aplicação do Aviso
nº.1/2005, de 21 de Fevereiro, e da instrução nº. 9/2005, de 11 de Março do Banco de Portugal e
reportadas no ponto 8 deste relatório.
Na sequência da ocorrência de um conjunto de eventos não recorrentes nos anos em análise, 2008 e
2009, a Unicre optou por apresentar neste relatório de gestão, e para efeitos comparativos, a conta
de exploração sem correcção (Real) e com correcção (Recorrente) dos seguintes efeitos não
recorrentes:
Ano 2008
Impacto positivo de dividendos recebidos da sociedade Visa International Incorporation, no
valor de 15,8 milhões de Euros;
Impacto negativo da amortização, em resultados do exercício dos desvios actuariais e
financeiros, em excesso sobre o limite do corredor, no valor de 3,2 milhões de Euros e das
indemnizações por rescisão contratual na sequência do outsourcing do centro de segurança, no
valor de 549 mil Euros.
Ano 2009
Impacto positivo das mais valias realizadas na venda de 30% do portfolio de acções da Visa
International Incorporation, no valor de 4 milhões de Euros.
5.1. SÍNTESE E PRINCIPAIS INDICADORES
Apesar dos efeitos da crise financeira e económica se terem revelado com maior magnitude no ano
de 2009, o Resultado Líquido da Unicre atingiu 15,2 milhões de Euros.
Este nível de rendibilidade ficou a dever-se essencialmente à Margem Financeira.
Por outro lado, a contracção da actividade nos negócios de maior retorno, nomeadamente da
facturação decorrente da utilização de cartões estrangeiros e de cash advance na rede de aceitação
da Unicre, reflectiu-se num decréscimo da Margem de Comissões (-14,6%).
O efeito positivo alcançado pela margem financeira não foi suficiente para compensar este
decréscimo da margem de comissões, resultando na diminuição do Produto Bancário, em 2,6%, em
base recorrente.
No plano dos Custos de Funcionamento destaca-se, em base recorrente, o decréscimo de 10,1% da
rubrica de Custos com pessoal, em resultado sobretudo do outsourcing do Centro de Segurança.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Os Gastos Gerais Administrativos apresentam um decréscimo de 1,7% face ao ano de 2008.
Esta redução de custos traduziu-se na melhoria do Rácio de Eficiência4 de 65,6% para 63,7%.
O custo do risco de crédito sofre o impacto mais negativo, com um aumento de 6,8 milhões de
Euros relativamente a 2008, resultado da deterioração do ambiente económico.
O Activo Líquido, por sua vez, reduz em 2,9% quer por via da redução da carteira de crédito, em
cerca de 5%, quer por via do efeito do maior provisionamento para crédito vencido, superior em 74%
em comparação com o valor do ano de 2008.
No que diz respeito ao Capital a Unicre terminou o ano com rácio total de 14,3%,
correspondendo-lhe um Tier I de 11,6%.
5.2. CONTA DE RESULTADOS Milhares de Euros
Real Recorrente
Ano Ano Ano Ano
2008 2009 Valor % 2008(R) 2009(R) Valor %
Margem Financeira ajustada(1) 35.210 39.049 3.839 10,9% 35.210 39.049 3.839 10,9%
Juros e Rendimentos Similares ajustados (1) 44.109 45.501 1.392 3,2% 44.109 45.501 1.392 3,2%
Juros e Encargos Similares (8.899) (6.452) 2.447 (27,5%) (8.899) (6.452) 2.447 (27,5%)
Rend. de Instrumentos de Capital 15.757 251 (15.505) (98,4%) 1 251 250 29709,0%
Rend. de Serviços e Comissões ajustados (2) 190.418 185.571 (4.848) (2,5%) 190.418 185.571 (4.848) (2,5%)
Encargos com Serviços e Comissões (144.949) (146.734) (1.785) 1,2% (144.949) (146.734) (1.785) 1,2%
Resultados de Reavaliação Cambial 1 12 11 781,5% 1 12 11 781,5%
Result.Activos Financ.Disponíveis Venda 838 4.069 3.231 385,7% 838 42 (795) (94,9%)
Outros Resultados de Exploração 8.638 9.664 1.025 11,9% 8.638 9.664 1.025 11,9%
Produto Bancário 105.913 91.882 (14.032) (13,2%) 90.158 87.855 (2.303) (2,6%)
Custos com Pessoal (20.786) (15.342) 5.445 (26,2%) (17.069) (15.342) 1.728 (10,1%)
dos quais:
Salários e Venc. e Outros Enc. Sociais (15.862) (14.953) 909 (5,7%) (15.861) (14.953) 908 (5,7%)
Outros Custos com Pessoal (4.925) (389) 4.536 (92,1%) (1.208) (389) 819 (67,8%)
Gastos Gerais Administrativos (39.522) (38.860) 661 (1,7%) (39.522) (38.860) 661 (1,7%)
Amortizações do Exercício (2.573) (1.756) 817 (31,8%) (2.573) (1.756) 817 (31,8%)
Recuperações de créditos, juros e despesas 3.878 5.815 1.937 49,9% 3.878 5.815 1.937 49,9%
Corr.Val.Assoc.Cr.Cli.e Outros Devedores (12.159) (23.726) (11.568) 95,1% (12.159) (23.726) (11.568) 95,1%
Impar.Out.Activos Liq.Reversões e Recup. (120) 42 163 (135,4%) (120) 42 163 (135,4%)
Prov. Líquidas de Reposições e Anulações (2.331) 1.856 4.187 (179,6%) (2.332) 1.856 4.188 (179,6%)
Resultado Antes de Impostos 32.300 19.911 (12.389) (38,4%) 20.262 15.885 (4.377) (21,6%)
Impostos (6.610) (4.758) 1.852 (28,0%) (4.668) (3.955) 713 (15,3%)
Correntes (8.089) (5.196) 2.893 (35,8%) (6.147) (4.393) 1.754 (28,5%)
Diferidos 1.479 438 (1.041) (70,4%) 1.479 438 (1.041) (70,4%)
Resultado Líquido 25.690 15.153 (10.538) (41,0%) 15.594 11.930 (3.664) (23,5%)
2008 (R) Ajustado de valores não recorrentes relativos a dividendos recebidos da Visa International Incorporation, amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso
sobre o limite do corredor e indemnizações por rescisão contratual na sequência de outsourcing do centro de segurança
(1) Juros e Rendimentos Similares ajustados inclui proveitos do produto Cash Advance em Conta
2009 (R) Ajustado de valores não recorrentes relativos às mais valias realizadas na venda de 30% do portfolio de acções da Visa International Incorporation
VariaçãoVariação
(2) Rendimentos de Serviços e Comissões ajustados exclui proveitos do produto Cash Advance em Conta
4 Rácio de Eficiência = [Custos de Funcionamento (Pessoal e FST) + Amortizações]/Produto Bancário, ajustado, em 2008, de valores não recorrentes
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Em 2009, o Resultado Líquido recorrente totalizou 11,9 milhões de euros (valor que compara com
15,6 milhões de euros do ano de 2008).
Esta evolução negativa resulta da combinação de um crescimento da Margem Financeira com um
decréscimo da Margem de Comissões, uma diminuição dos Custos de Funcionamento e um aumento
significativo das provisões.
MARGEM FINANCEIRA
A Margem Financeira ajustada5 obtida pela Unicre durante o exercício de 2009, aumentou 10,9%
face ao ano anterior, tendo ultrapassado o valor de 39 milhões de euros.
Este valor contempla os proveitos obtidos com os produtos de Crédito Pessoal, que registaram um
crescimento de 12,1% face ao ano anterior. O Crédito Pessoal abrange todos os produtos de crédito
não revolving concedido pela Unicre, com prazos até 5 anos.
Apesar das restrições assumidas ao nível da política de concessão de crédito, traduzidas na redução
do ritmo de crescimento dos proveitos de Crédito Pessoal (44% em 2008) e no crescimento
moderado dos juros e proveitos equiparados, de 1,4%, a redução dos custos de financiamento,
permitiu apresentar uma performance positiva de mais de 3,8 milhões de euros.
Milhares de Euros
Ano Ano
2008 2009 Valor %
Juros e Proveitos Equiparados 36.812 37.322 509 1,4%
Juros e Custos Equiparados (8.899) (6.452) 2.447 (27,5%)
Margem Financeira 27.913 30.870 2.957 10,6%
Proveitos de Crédito Pessoal 7.296 8.179 883 12,1%
Margem Financeira Ajustada 35.210 39.049 3.839 10,9%
Variação
COMISSÕES LÍQUIDAS
As Comissões líquidas ajustadas6 dos proveitos de Crédito Pessoal totalizaram 38,8 milhões de
euros em 2009, valor que reflecte uma diminuição de 6,6 milhões de Euros (-14,6%) face ao ano de
2008.
Apesar do peso da margem de comissões da actividade de acquiring7 no total das Comissões Líquidas
atingir 95% e ser responsável por uma quebra de 2,8 milhões de euros face a 2008, o decréscimo
5 Juros e rendimentos similares ajustados inclui proveitos do produto Crédito Pessoal 6 Rendimentos de serviços e comissões ajustados exclui proveitos do produto Crédito Pessoal
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RELATÓRIO E CONTAS2009
evidenciado pelas Outras Comissões Líquidas (com 5% do total de Comissões), no total de 3,8
milhões de euros, acaba por influenciar de igual forma a evolução negativa deste agregado.
A margem das restantes comissões apresentou uma redução de 66,4% face ao ano de 2008, em
resultado da diminuição dos resultados de Cash Advance, do aumento das comissões pagas ao nível
do preçário dos Sistemas Internacionais, da redução dos proveitos ao nível de anuidades cobradas
aos clientes e do aumento das despesas relativas aos canais de distribuição.
Milhares de Euros
Ano Ano
2008 2009 Valor %
Comissões Proveito 197.715 193.750 (3.965) (2,0%)
Comissões Custo (144.949) (146.734) (1.785) 1,2%
Comissões líquidas 52.766 47.016 (5.750) (10,9%)
Ajustes relativos ao Crédito Pessoal (7.296) (8.179) (883) 12,1%
Comissões líquidas ajustadas 45.469 38.837 (6.633) (14,6%)
Por memória:
Descontos e Interchange Fees Liquidos 39.719 36.905 (2.814) (7,1%)
Outras Comissões Líquidas 5.750 1.931 (3.819) (66,4%)
Variação
O crescimento da Margem Financeira não foi apesar de tudo suficiente para suprir o decréscimo
verificado nas Comissões Líquidas Ajustadas, reflexo de uma quebra na facturação dos negócios com
maior margem.
Consequentemente, o Produto Bancário recorrente registou em 2009 uma redução de 2,6%,
totalizando 87,9 milhões de euros.
COMPOSIÇÃO DO PRODUTO BANCÁRIO
A Margem Financeira continuou a tendência de aumento de peso registada nos últimos exercícios,
representando 44% do total do Produto Bancário (39% e 33%, em 2008 e 2007, respectivamente).
Em contrapartida, as Comissões Líquidas e os Outros Proveitos diminuem o peso no total do Produto
Bancário, representando 44% e 11% do total, respectivamente.
Esta alteração da composição das principais fontes de receita da Unicre é resultado do efeito
conjugado da redução da margem na actividade de acquiring e da redução da facturação sobretudo
em operações de maior margem.
7 Diferença entre os descontos recebidos de comerciantes e as interchange fees pagas aos emissores
75 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
11% 11%
39% 44%
50% 44%
2008 2009
90 88
EVOLUÇÃO DO MIX DO PRODUTO BANCÁRIOMilhões de euros. Percentagem
Comissões líquidasajustadas
Margem financeiraajustada
Outros Proveitos
(R)(R)
2008R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento de dividendos da sociedade Visa International Incorporation, da amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e de indemnizações por rescisão contratual referentes aos colaboradores do Centro de Segurança, desactivado por passagem a Outsourcing
2009R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento da mais valia de 30% do portfolio da Visa Incorporation no valor de 4M€.
Fonte: Unicre
CUSTOS DE ESTRUTURA
Os Custos de Estrutura registaram um decréscimo de 5,4% face ao ano de 2008, em base
recorrente, totalizando aproximadamente 56 milhões de euros. Este resultado deve-se
essencialmente ao efeito conjugado de redução dos custos de funcionamento, em 4,2%, e das
amortizações, em 31,8%.
A rubrica de Custos com Pessoal apresenta em 2009 uma redução de 10,1% face a 2008 devido ao
outsourcing do Centro de Segurança e à menor necessidade de incorrer em custos com
reestruturações.
76 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
Milhares de Euros
Ano Ano
2008 (R) 2009 Valor %
Custos com Pessoal 17.069 15.342 (1.728) (10,1%)
Salários e vencimentos 11.272 10.439 (833) (7,4%)
Indemnizações contratuais e reestruturações 1.208 389 (819) (67,8%)
Amortização do Excesso do Corredor (1) 0 0 0 -
Encargos com Reformas e outros Benefícios Longo Prazo
2.501 2.565 64 2,6%
Outros encargos sociais 2.087 1.949 (139) (6,6%)
Por memória:
Custos com Pessoal excluindo indemnizações contratuais, reformas antecipadas e amortização do excesso do corredor
15.861 14.953 (908) (5,7%)
Fornecimentos e Serviços de Terceiros 39.522 38.860 (661) (1,7%)
Custos de Funcionamento 56.591 54.202 (2.389) (4,2%)
Amortizações do Exercício 2.573 1.756 (817) (31,8%)
Custos de Estrutura 59.164 55.958 (3.206) (5,4%)
Variação (R)
2008 (R) Ajustado de valores não recorrentes relativos a dividendos recebidos da Visa International Incorporation, amortização em resultados do exercício dos
desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e indemnizações por rescisão contratual na sequência de outsourcing do centro de segurança
A evolução da rubrica Fornecimento e Serviços de Terceiros reflecte uma poupança em custos
com processamento (-2,5%) em resultado do esforço de renegociação contratual e em custos de
funcionamento operativos (-5-5%) em resultado da maior eficiência operativa decorrente do
outsourcing do centro de segurança. A poupança conjunta destas duas rubricas atingiu em 2009 a
totalidade de 0,7 milhões de euros, uma redução de 1,7% face ao ano de 2008.
Milhares de Euros
Ano Ano
2008 2009 Valor %
Fornecimentos e Serviços de Terceiros 39.522 38.860 (661) (1,7%)
Processamento 17.137 16.709 (427) (2,5%)
Software e licenciamento 6.706 6.954 248 3,7%
Outsourcing Informático 5.617 5.761 143 2,6%
Licenças e Outros Custos com Software 1.089 1.193 104 9,6%
Custos de funcionamento operativos (1) 11.602 10.959 (643) (5,5%)
Outros 4.077 4.239 161 4,0%
Marketing e Publicidade 2.713 2.060 (653) (24,1%)
Estudos e consultas 1.364 2.179 814 59,7%
(1) Comunicações, serviços de mão-de-obra, conservação e reparação de equipamento, material de expediente, seguros e outros
Variação
Potenciado pelo efeito de 4,2% de decréscimo dos custos de funcionamento e por uma redução
inferior do Produto Bancário (2,6%), o Rácio de Eficiência Cost to Income, em base recorrente nos
dois anos, reduziu 1,1 pontos percentuais, fixando-se nos 61,7%.
77 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
Cost to IncomeCustos de Funcionamento
5457
2008 200961,7%
62,8%
2008 2009
Produto Bancário
EVOLUÇÃO DO COST-TO-INCOME DA UNICREPercentagem. Milhões de euros
8890
2008 2009
(R)
(R)
(R)
- 4,2%
(R)
- 2,6%
(R)
2008R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento de dividendos da sociedade Visa International Incorporation, da amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e de indemnizações por rescisão contratual referentes aos colaboradores do Centro de Segurança, desactivado por passagem a Outsourcing
2009R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento da mais valia de 30% do portfolio da Visa Incorporation no valor de 4M€.
Fonte: Unicre
Incluindo amortizações, em 2009 o rácio de eficiência, em base recorrente, desce para 63,7%, (uma
diferença de 1,9 pontos percentuais em relação aos 65,6% atingidos no ano anterior).
O rácio de custos com pessoal desce 1,5 pontos percentuais quando comparado com 2008,
traduzindo o efeito da opção pelo outsourcing do centro de segurança.
63,7%65,6%73,1%
69,4%62,8% 61,7%
17,5%18,9%19,0%
2007 2008 2009
Rácio de Eficiência*
Rácio de Custos com Pessoal**
-1.9 p.p.
-1.5 p.p.
EVOLUÇÃO DOS PRINCIPAIS INDICADORES DE EFICIÊNCIAPercentagem
(R)(R)
* Rácio de Eficiência = (Custos de Funcionamento (Pessoal e FST) + Amortizações)/Produto Bancário, ajustado, em 2008, de valores não recorrentes
** Rácio de Custos com Pessoal = Custos com pessoal/Produto Bancário, ajustado, em 2008, de valores não recorrentes2008R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento de dividendos da sociedade Visa International Incorporation, da
amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e de indemnizações por rescisão contratual referentes aos colaboradores do Centro de Segurança, desactivado por passagem a Outsourcing
2009R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento da mais valia de 30% do portfolio da Visa Incorporation no valor de 4M€
Fonte: Unicre
Cost to Income
78 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
PROVISÕES, IMPARIDADES E CORRECÇÕES DE CRÉDITO LÍQUIDAS
Os movimentos em 2009 nas rubricas de provisões, imparidades e correcções líquidas totalizaram
um valor de 21,8 milhões de euros, representando um aumento de 7,2 milhões de euros face a 2008.
Esta evolução deveu-se essencialmente ao aumento registado na rubrica de ‘Provisões para crédito
vencido líquidas de reposições e anulações’, que registou um crescimento de 11,6 milhões de euros.
Milhares de Euros
Ano Ano
2008 2009 Valor %
Provisões líquidas de reposições e anulações 2.332 (1.856) (4.188) (179,6%)
Provisões para Riscos Gerais de Crédito 2.456 (362) (2.818) (114,7%)
Provisões para Outros Riscos e Encargos (125) (1.495) (1.370) 1099,5%
Provisões para crédito vencido líquidas de reposições e anulações
12.159 23.726 11.568 95,1%
Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações
120 (42) (163) (135,4%)
Provisões, imparidades e correcções líquidas 14.610 21.828 7.217 49,4%
Variação
No plano do custo do risco de crédito verificou-se um acréscimo líquido de 6,8 milhões de euros,
traduzindo o aumento de 8,8 milhões das provisões para crédito8 e o acréscimo de 1,9 milhões de
euros das recuperações de crédito, juros e despesas.
Milhares de Euros
Ano Ano
2008 2009 Valor %
Provisões para crédito, líquidas de correcções 14.615 23.365 8.750 59,9%
Provisões para crédito vencido líquidas de reposições e anulaç 12.159 23.726 11.568 95,1%
Provisões para Riscos Gerais de Crédito 2.456 (362) (2.818) (114,7%)
Recuperações de créditos, juros e despesas 3.878 5.815 1.937 49,9%
Custo do risco de crédito 10.737 17.550 6.813 63,5%
Var. 2007 / 2006
O Resultado Antes de Impostos regista uma diminuição de 21,6%, situando-se nos 15,9 milhões de
euros em base recorrente, reflexo do resultado negativo da margem de comissões, por via da
alteração do mix dos produtos e do nível do provisionamento significativamente elevado,
decorrente da deterioração do incumprimento.
8 Provisões para crédito vencido, líquidas de reposições e anulações + Provisões para riscos gerais de crédito
79 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
5.3. BALANÇO
267244
4154
2008 2009
EVOLUÇÃO DO ACTIVO LÍQUIDOMilhões de euros
Crédito a clientes
Restantes activos
Fonte: Unicre
299308- 2,9%
O activo líquido total da Unicre era de 298,6 milhões de euros em final de 2009, registando um
decréscimo de 2,9% (8,9 milhões de euros) face aos 307,5 milhões registados em final de 2008. Esta
redução é explicada sobretudo pela diminuição em aproximadamente 23 milhões de euros no saldo
do Crédito a Clientes em Dezembro de 2009.
Esta redução é resultante, por um lado, da política de contenção na atribuição de crédito a Clientes
(menos 5% face a 2008) e, por outro, da deterioração da carteira de crédito com inevitável aumento
das provisões para crédito (mais 74% em comparação com 2008).
Os Restantes Activos registam um aumento de 34%, atingindo 54 milhões de euros. Este montante
inclui uma posição de liquidez no valor de 20,3 milhões.
O indicador de rendibilidade do activo médio (ROA) apresenta em 2009, em base recorrente, um
valor de 4,1% e a rendibilidade do capital próprio médio (ROE) um valor de 21%.
80 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
37,0%
21,0%
2008 2009
5,3%
4,1%
2008 2009
Rendibilidade do activo médio (ROA)
Rendibilidade dos capitais próprios médios (ROE)
EVOLUÇÃO DA RENTABILIDADEPercentagem.
(R)(R)
2008R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento de dividendos da sociedade Visa International Incorporation, da amortização em resultados do exercício dos desvios actuariais e financeiros em excesso sobre o limite do corredor e de indemnizações por rescisão contratual referentes aos colaboradores do Centro de Segurança, desactivado por passagem a Outsourcing
2009R Excluindo o impacto de eventos não recorrentes resultantes do recebimento da mais valia de 30% do portfolio da Visa Incorporation no valor de 4M€.
Fonte: Unicre
(R)(R)
CRÉDITO CONCEDIDO A CLIENTES
Milhares de Euros
Ano Ano
2008 2009 Valor %
Crédito líquido sobre Clientes 266.934 244.187 (22.746) -8,5%
Crédito interno e juros a receber 253.186 229.065 (24.122) -9,5%
Crédito e juros vencidos 26.157 36.713 10.556 40,4%
Provisões para Crédito a Clientes e Juros Vencidos (-) 12.410 21.591 9.181 74,0%
Variação
O saldo de Crédito Líquido sobre Clientes registou uma diminuição de 8,5% face a 2008, tendo o
Crédito e juros vencidos um aumento de 40,4%.
81 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
EVOLUÇÃO DO CRÉDITO VENCIDOPercentagem
13,1%
9,4%
6,6%
2007** 2008** 2009
* Crédito com incumprimento há mais de 90 dias / Crédito total corrigido dos valores das transferências automáticas, dos juros a receber e da especialização das anuidades
** Valores ajustados para assegurar a comparabilidade da informação com o ajuste da metodologia de apuramento e classificação do crédito em incumprimento, realizado em 2009
Fonte: Unicre
Rácio de Qualidade de Crédito*
+3,7 p.p.
O aumento significativo do crédito com incumprimento em relação ao período homólogo (+40,4%)
reflecte a deterioração da actividade económica. No final de 2009, o rácio de crédito com
incumprimento alcançou o valor de 13,1%, que compara com 9,4% no final do ano anterior.
As perdas esperadas associadas à carteira de crédito vencido (mais de 3 meses) em final de 2009
estimaram-se em 67,5% do respectivo saldo.
OUTROS ACTIVOS E PASSIVOS - RESPONSABILIDADES COM PENSÕES
O valor patrimonial do Fundo de Pensões da Unicre situava-se em 31 de Dezembro de 2009 em 65,8
milhões de euros (em comparação com 62,3 milhões de euros no início do ano), o que se deve à
performance financeira positiva do fundo (a taxa de rendimento do Fundo de Pensões foi de 5,87%)
e à contribuição efectuada no montante de 1,2 milhões de euros.
As Responsabilidades com Serviços Passados aumentaram 5,6%, reflectindo essencialmente o
impacto das reformas antecipadas do ano.
O nível de financiamento das Responsabilidades com Serviços Passados situava-se no final do ano
em 96,43%, cumprindo integralmente os requisitos previstos no Aviso 12/2001 do Banco de Portugal
quanto ao nível mínimo de financiamento das responsabilidades por serviços passados.
82 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
Milhares de Euros
Ano Ano
2008 2009 Valor %
Responsabilidades c/ Serviços Passados 64.659 68.289 3.630 5,6%
Valor Patrimonial do Fundo 62.345 65.848 3.503 5,6%
Nível de cobertura das Responsabilidades c/
Serviços Passados (1) 96,42% 96,43%
Rendimento do Fundo -4,00% 5,87%
Variação
9,87 p.p.
(1) Valor Patrimonial do Fundo / Responsabilidades c/ Serviços Passados
0,0 p.p.
FUNDOS PRÓPRIOS
A Unicre, tal como as restantes instituições financeiras, está sujeita a requisitos de fundos próprios
estipulados pelo Banco de Portugal. No cálculo dos requisitos de risco de crédito a Unicre utiliza o
método padrão e para a estimativa das necessidades para risco operacional, o método do indicador
básico.
No final do ano de 2009, os Fundos Próprios da Empresa, excluindo o Resultado Líquido do
exercício, totalizavam 54,6 milhões de euros, dos quais 81% em Fundos Próprios de Base.
O acréscimo em Fundos Próprios, de 30% face a 2008, deveu-se:
À parcela dos resultados líquidos de 2008 retidos e constituídos em fundos próprios de base;
Ao aumento das reservas de justo valor de activos disponíveis para venda, que contribuíram em
45% para os fundos próprios complementares.
No âmbito de Basileia II, em 31 de Dezembro de 2009, o rácio de Adequação de Fundos Próprios da
Unicre era de 14,3% (mais 3,65 pontos percentuais face ao ano de 2008) e o rácio de Adequação de
Fundos Próprios de Base de 11,60% (9,37% em 2008).
Note-se que estes Fundos Próprios serão em parte absorvidos pelos investimentos em tecnologia nos
próximos 2 anos.
83 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
Milhares de Euros
31 Dez. 31 Dez.
2008 2009 Valor %
Fundos Próprios Totais 41.875 54.618 12.743 30,4%
Fundos Próprios de Base (Tier I) 36.998 44.453 7.455 20,1%
Fundos Próprios Complementares (Tier II) 4.876 10.165 5.288 108,4%
Requisitos de Fundos Próprios 31.577 30.649 -928 -2,9%
Rácio de Adequação de Fundos Próprios 10,61% 14,26%
Rácio de Adequação de Fundos Próprios de Base 9,37% 11,60%
De acordo com o framework da Instrução nº. 23/2007 do Banco de Portugal
Variação
2,23 p.p.
3,65 p.p.
84 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
6. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS RESULTADOS
No exercício de 2009 a Unicre obteve um lucro líquido de 15.152.880,81 euros, dos quais
11.929.882,81 euros de resultados recorrentes e 3.222.998,00 euros de resultados não recorrentes.
Desta forma e considerando:
(i) As disposições legais e estatutárias;
(ii) A manutenção dos actuais níveis do rácio de solvabilidade;
(iii) A prudência que o cenário de crise económica exige; e
(iv) Os exigentes objectivos a que a Unicre se propôs, para os quais são essenciais os
investimentos estratégicos a efectuar,
O Conselho de Administração propõe que, relativamente ao exercício de 2009, seja distribuído o
seguinte dividendo:
Para reserva legal (artigo 97, nº 1 do RGICSF) 1.515.288,08 euros
Para dividendos 11.477.971,75 euros
Para reserva livre 2.159.620,98 euros
Total 15.152.880,81 euros
85 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
7. NOTAS FINAIS No sentido de cumprir com o artigo 66.º do Código das Sociedades Comerciais, refira-se que, por
indicação da Deloitte & Associados, SROC, S.A., a seu pedido, o Sr. Dr. Luís Augusto Gonçalves
Magalhães foi substituído pela Sra. Dra. Augusta Cardador Francisco a partir de 11 de Janeiro de
2010.
Para os devidos efeitos declara-se que não ocorreram, após o termo do exercício, quaisquer outros
factos relevantes não mencionados, estando a verificar-se um normal andamento dos negócios.
Lisboa, 11 de Fevereiro de 2010
O Conselho de Administração
_______________________________________________
António Ramalho, Presidente
_______________________________________________
Amadeu Paiva
_______________________________________________
Vasco Pereira
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RELATÓRIO E CONTAS2009
8. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS
8.1. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
Milhares de Euros.
31 de Dezembro
2008
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 3 14 - 14 35
Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 124 - 124 179
Activos financeiros disponíveis para venda 5 8.455 - 8.455 6.366
Aplicações em instituições de crédito 4 20.300 - 20.300 0
Crédito a clientes 6 265.778 (21.591) 244.187 266.934
Outros activos tangíveis 7 49.869 (40.349) 9.520 9.807
Activos intangíveis 8 30.492 (26.908) 3.584 1.316
Investimentos em filiais, associadas e
empreendimentos conjuntos 9 402 - 402 225
Activos por impostos 25 4.616 - 4.616 4.626
Outros activos 10 8.059 (698) 7.361 18.012
Total do activo 388.109 (89.546) 298.563 307.500
Valor Líquido
Valor antes de
provisões, imparidade e amortizações
Provisões, imparidade e
amortizações
Valor Líquido
31 de Dezembro de 2009
ACTIVO Notas
Milhares de Euros.
31 de Dezembro 31 de Dezembro
2009 2008
Recursos de outras instituições de crédito 11 161.466 167.788
Provisões 12 9.641 12.374
Passivos por impostos 25 1.859 5.530
Outros passivos 13 53.187 49.894
Total do passivo 226.153 235.586
Capital 15 10.000 10.000
Acções Próprias 15 (243) (243)
Reservas de reavaliação 16 6.825 5.513
Outras reservas e resultados transitados 17 40.675 30.954
Resultado Líquido do exercício 15.153 25.690
Total de capital 72.410 71.914
Total de passivo e capital 298.563 307.500
PASSIVO E CAPITAL Notas
As notas fazem parte integrante destes balanços.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
Milhares de Euros.
Notas 2009 2008
Juros e rendimentos similares 18 37.322 36.812
Juros e encargos similares 19 (6.452) (8.899)
Margem financeira 30.870 27.913
Rendimentos de Instrumentos de Capital 5 251 15.757
Rendimentos de serviços e comissões 20 193.750 197.715
Encargos com serviços e comissões 20 (146.734) (144.949)
Resultados de Reavaliação Cambial 12 1
Resultados de Activos financeiros disponíveis para venda 5 4.069 838
Outros resultados de exploração 21 9.664 8.638
Produto bancário 91.882 105.912
Custos com pessoal 22 e 23 (15.342) (20.786)
Gastos gerais administrativos 24 (38.860) (39.522)
Amortizações do exercício 7 e 8 (1.756) (2.573)
Recuperações de créditos, juros e despesas 12 5.815 3.878
Correcções de valor associadas ao crédito a clientes
e valores a receber de outros devedores (líquidas 12 (23.726) (12.159)
de reposições e anulações)
Imparidade de outros activos líquida de reversões
e recuperações 12 42 (120)
Provisões líquidas de reposições e anulações 12 1.856 (2.331)
Resultado antes de impostos 19.911 32.300
Impostos
Correntes 25 (5.196) (8.089)
Diferidos 25 438 1.479
Resultado após impostos 15.153 25.690
As notas fazem parte integrante destas demonstrações.
88 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
DEMONSTRAÇÕES DO RENDIMENTO INTEGRAL
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
Alienação de Activos Disponíveis para Venda 5 (2.049) (442)
Valorização de Activos Disponíveis para Venda 5 4.518 6.324
Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda 25 (1.157) 158
Impostos Correntes - Activos Disponíveis para Venda 25 - (879)
Resultado não incluído na demonstração de resultados 1.313 5.161
Resultado líquido gerado no exercício 15.153 25.690
Rendimento Integral do exercício 16.465 30.852
2008Notas 2009
Milhares de Euros
As notas fazem parte integrante destas demonstrações.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES DE CAPITAL PRÓPRIO
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
Saldos em 31 de Dezembro de 2007 10.000 (243) 351 27.564 13.870 51.542
Dividendos distribuídos em 2008 - - - - (10.480) (10.480)
Incorporação em reservas do resultado líquido de 2007 - - - 3.390 (3.390) -
Alienação de Activos Disponíveis para Venda 5 - - (442) - - (442)
Valorização de Activos Disponíveis para Venda 5 - - 6.324 - - 6.324
Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda 25 - - 158 - - 158
Impostos Correntes - Activos Disponíveis para Venda 25 - - (879) - - (879)
Resultado líquido gerado no exercício de 2008 - - - - 25.690 25.690
Saldos em 31 de Dezembro de 2008 10.000 (243) 5.513 30.954 25.690 71.914
Distribuição de dividendos aprovada em 2009 - - - - (15.969) (15.969)
Incorporação em reservas do resultado líquido de 2008 - - - 9.721 (9.721) -
Valorização de Activos Disponíveis para Venda 5 - - 4.518 - - 4.518
Alienação de Activos Disponíveis para Venda - Líquido Impostos 5 - - (2.049) - - (2.049)
Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda 25 - - (1.157) - - (1.157)
Resultado líquido gerado no exercício de 2009 - - - - 15.153 15.153
Saldos em 31 de Dezembro de 2009 10.000 (243) 6.825 40.675 15.153 72.410
Outras reservas e resultados transitados
Reservas de reavaliação
CapitalNotasAcções
próprias
Resultado líquido do exercício
Total
Milhares de Euros.
Alterações de Capital Próprio
As notas fazem parte integrante destas demonstrações.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
DEMONSTRAÇÕES DE FLUXOS DE CAIXA EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008
2009 2008
ACTIVIDADES OPERACIONAIS:
Juros, comissões e outros proveitos recebidos 241.311 244.194
Juros, comissões e outros custos pagos (153.986) (154.139)
Recuperações de crédito e juros vencidos 3.876 3.878
Pagamentos a empregados e fornecedores (52.735) (61.024)
Fluxo líquido proveniente dos proveitos e custos 38.466 32.909
Diminuições (aumentos) em:
Activos financeiros detidos para negociação - 1.255
Aplicações em instituições de crédito (20.300) -
Créditos a clientes (270) (30.483)
Outros activos 9.450 2.064
Fluxo líquido proveniente dos activos operacionais (11.120) (27.164)
Aumentos (diminuições) em:
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (6.449) 9.282
Outros passivos e contas de regularização 2.854 (3.354)
Fluxo líquido proveniente dos passivos operacionais (3.594) 5.928
Contribuições para Fundos de Pensões (1.191) (6.521)
Pagamento de impostos sobre lucros (9.271) (7.277)
13.291 (2.125)
ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO:
Aquisição / constituição de empresas filiais e associadas (1) (200)
Aquisições de imobilizado incorpóreo e corpóreo (1.623) (3.449)
Vendas de imobilizado corpóreo 84 69
Vendas de activos financeiros detidos para venda 4.069 -
Dividendos recebidos e outros proveitos 75 15.757
2.604 12.177
ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO:
Distribuição de dividendos (15.969) (10.480)
(15.969) (10.480)
Aumento (diminuição) de caixa e seus equivalentes (75) (428)
Caixa e seus equivalentes no início do exercício 214 642
Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 139 214
Milhares de Euros.
As notas fazem parte integrante destas demonstrações.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
8.2. NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
1. NOTA INTRODUTÓRIA
A Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. (anteriormente denominada Unicre - Cartão
Internacional de Crédito, S.A.) é uma instituição financeira de crédito com sede social na Avenida
António Augusto Aguiar, nº. 122, 1500-019 Lisboa que está autorizada a operar no âmbito do
disposto no Decreto-Lei nº 186/2002 de 21 de Agosto e no Regime Geral das Instituições de Crédito
e Sociedades Financeiras.
A Unicre constituiu-se em 17 de Abril de 1974 como empresa especializada na emissão e gestão de
cartões de crédito. Em Dezembro de 2005, procedeu à alteração dos seus Estatutos, com
modificação da firma e objecto social, passando a adoptar a actual denominação social. A Unicre
passou a ter por objecto social a prática de todas as operações permitidas aos bancos, com
excepção da recepção de depósitos. No âmbito desta alteração, a Unicre aumentou o seu capital
social de oito milhões e quinhentos mil Euros para dez milhões de Euros.
A actividade da Unicre centra-se em três grandes áreas: a emissão e gestão de cartões de crédito, a
concessão de crédito pessoal e a prestação de serviços associados à aceitação de pagamentos com
cartões, designadamente serviços de acquirer de cartões das marcas internacionais.
Adicionalmente, a Unicre presta ainda outros serviços associados ao desenvolvimento da sua
actividade.
2. BASES DE APRESENTAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
BASES DE APRESENTAÇÃO
As demonstrações financeiras anexas foram preparadas com base no pressuposto da continuidade
das operações, com base nos livros e registos contabilísticos da Unicre, de acordo com as Normas de
Contabilidade Ajustadas (NCA) estabelecidas pelo Banco de Portugal no Aviso n º1/2005, de 21 de
Fevereiro e na Instrução nº 9/2005, de 11 de Março, e estão expressas em milhares de euros.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
As Normas de Contabilidade Ajustadas correspondem em geral às Normas Internacionais de Relato
Financeiro (IAS/IFRS) adoptadas pela União Europeia, excepto quanto às seguintes matérias:
i) A carteira de crédito e garantias está sujeita à constituição de provisões para riscos
específicos e para riscos gerais de crédito, nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº3/1995
de 30 de Junho, com as alterações introduzidas pelo Aviso nº3/2005, de 21 de Fevereiro;
ii) O impacto ao nível das responsabilidades por pensões de reforma da Unicre resultante da
aplicação do IAS 19 com referência a 31 de Dezembro de 2005 foi reconhecido em resultados
transitados no exercício de 2006, conforme permitido pelo Aviso do Banco de Portugal nº
4/2005, de 21 de Fevereiro;
iii) Restrição de aplicação de algumas opções previstas nas NCA´s (nomeadamente a
impossibilidade de valorizar os activos tangíveis ao seu justo valor).
As demonstrações financeiras da Unicre em 31 de Dezembro de 2009 foram aprovadas pelo Conselho
de Administração em 26 de Janeiro de 2010 e estão pendentes de aprovação pelos correspondentes
órgãos sociais. No entanto, é convicção do Conselho de Administração da Unicre que as
demonstrações financeiras anexas serão aprovadas sem alterações significativas.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
ADOPÇÃO DE NORMAS E INTERPRETAÇÕES NOVAS, EMENDADAS OU REVISTAS
As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões aprovadas (“endorsed”) pela União
Europeia e com aplicação obrigatória nos exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Janeiro
de 2009, foram adoptadas pela primeira vez no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009:
Norma/InterpretaçãoData de eficácia
(exercícios iniciados em ou após)
IFRS 1/IAS 27 – Emendas (Custo de um investimento numa subsidiária, entidade conjuntamente controlada ou associada)
01-Jan-2009
Estas emendas abordam a mensuração do custo de investimentos em subsidiárias, entidades conjuntamente controladas e associadas na adopção inicial das IFRS e o reconhecimento do rendimento de dividendos provenientes de subsidiárias, nas demonstrações financeiras separadas da empresa-mãe.
IAS 39 – Emendas (Reclassificação de activos financeiros)
1-Jul-08Estas emendas vêm permitir, em condições limitadas, a reclassificação de instrumentos financeiros não derivados das categorias de justo valor por resultados e de disponíveis para venda para outras categorias.
IAS 39 – Emendas (Itens cobertos elegíveis 1-Jul-09Trata-se de clarificações relacionadas com os seguintes aspectos da contabilidade de cobertura: (i) identificação da inflação como um risco coberto e (ii) cobertura com opções.
IFRS 2 – Emendas (Condições de aquisição e cancelamentos)
1-Jan-09Consiste na clarificação da definição de condições de atribuição (vesting conditions), na introdução do conceito de non-vesting conditions e no esclarecimento do tratamento de cancelamentos.
IAS 23 – Custos de empréstimos obtidos (revista)
1-Jan-09
Esta revisão vem introduzir a obrigatoriedade de capitalização dos custos de empréstimos relacionados com activos que se qualificam, sendo, consequentemente, eliminada a opção de registo dos mesmos em resultados no período em que são incorridos.
IAS 32/IAS 1 – Emendas (Instrumentos financeiros com uma opção put e obrigações decorrentes de uma liquidação)
1-Jan-09
Estas emendas vieram alterar o critério de classificação de um instrumento financeiro entre instrumento de capital próprio e passivo financeiro, permitindo que alguns instrumentos financeiros que podem ser recomprados sejam classificados como instrumentos de capital próprio.
IAS 1 – Apresentação de demonstrações financeiras (revista)
1-Jan-09A revisão de 2007 da IAS 1 introduziu alterações de terminologia, incluindo novas designações para as peças das demonstrações financeiras, assim como alterações ao nível do formato e conteúdo de tais peças.
IFRIC 13 – Programas de fidelização de clientes
1-Jul-08Esta interpretação vem dispor que bónus atribuídos a clientes como parte de uma transacção de venda sejam registados como uma componente separada da transacção.
IFRS 8 – Segmentos operacionais 1-Jan-09A IFRS 8 consiste numa norma que trata exclusivamente de divulgações e que veio substituir a anterior IAS 14. A IFRS implicou uma redefinição dos segmentos relatáveis da entidade e da informação a relatar nos mesmos.
IFRS 7 – Emendas (Divulgações sobre mensurações pelo justo valor e sobre o risco de liquidez)
1-Jan-09Estas emendas à IFRS 7 vâm alargar as divulgações requeridas relativamente ao justo valor de instrumentos financeiros e ao risco de liquidez.
Melhoramentos das normas internacionais de relato financeiro – 2007
Várias (usualmente 1-Jan-09
Este processo envolveu a revisão de 32 normas contabilísticas.
O efeito nas demonstrações financeiras da Unicre do exercício findo em 31 de Dezembro de 2009,
decorrente da adopção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas, não foi
significativo, tendo sido introduzida uma nova demonstração, a Demonstração do Rendimento
Integral.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
NORMAS E INTERPRETAÇÕES NOVAS, EMENDADAS OU REVISTAS NÃO ADOPTADAS
As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões, com aplicação obrigatória em exercícios
económicos futuros, foram, até à data de aprovação destas demonstrações financeiras, aprovadas
(“endorsed”) pela União Europeia:
Norma/InterpretaçãoData de eficácia
(exercícios iniciados em ou após)
IFRS 3 – Concentrações de actividades empresariais e IAS 27 – Demonstrações financeiras consolidadas e separadas (revisão de 2008)
1-Jul-09
Esta revisão é de aplicação obrigatória nos exercícios iniciados em ou após 1 de Julho de 2009 e vem trazer algumas alterações ao nível do registo de concentrações de actividades empresariais, nomeadamente no que diz respeito: (a) à mensuração dos interesses sem controlo (anteriormente designados interesses minoritários); (b) ao reconhecimento e mensuração subsequente de pagamentos contingentes; (c) ao tratamento dos custos directos relacionados com a concentração; e (d) ao registo de transacções de compra de interesses em entidades já controladas e de transacções de venda de interesses sem que de tal resulte a perda de controlo.
Revisões da IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro
1-Jan-10Esta norma foi revista no sentido de agrupar as várias emendas que foram ocorrendo desde a sua primeira versão.
IFRIC 12 – Acordos de concessão de serviços 1-Jan-10
Esta interpretação é de aplicação obrigatória nos exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2010 e vem introduzir regras de reconhecimento e mensuração por parte do operador privado envolvido na prestação de serviços de construção de infraestruturas e de operação no âmbito de concessões do tipo público-para-privado.
IFRIC 15 – Acordos para a construção de imóveis
1-Jan-10
Esta interpretação vem abordar a forma para avaliar se um acordo de construção de um imóvel está no âmbito da IAS 11 – Contratos de construção ou no âmbito da IAS 18 – Rédito e como o correspondente rédito deve ser reconhecido
IFRIC 16 – Coberturas de um investimento líquido numa unidade operacional estrangeira
1-Jul-09Esta interpretação vem fornecer orientações sobre a contabilidade de cobertura de investimentos líquidos em operações estrangeiras.
IFRIC 9 e IAS 39 – Emendas (Reavaliação de derivados embutidos)
Exercícios acabados em ou iniciados após
30-Jun-09
Estas emendas vêm clarificar em que circunstâncias é permitida a reapreciação subsequente da obrigatoriedade de separação de um derivado embutido.
IFRIC 17 – Distribuições aos proprietários de activos que não são caixa
1-Jul-09Esta interpretação propicia orientação sobre a correcta contabilização de activos que não caixa distribuídos aos accionistas como dividendos
IFRIC 18 – Transferências de activos provenientes de clientes
Transferências efectuadas em ou após
01-Jul-09
Esta interpretação propicia orientação sobre a contabilização pelos operadores de activos fixos tangíveis “dos clientes”.
Estas normas, apesar de aprovadas (“endorsed”) pela União Europeia, não foram adoptadas pela
Unicre no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, em virtude de a sua aplicação não ser ainda
obrigatória. Não são estimados impactos significativos nas demonstrações financeiras decorrentes da
adopção das mesmas.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação das demonstrações
financeiras foram as seguintes:
a) Activos e passivos financeiros (IAS 32 e IAS 39)
Os activos e passivos financeiros são reconhecidos no balanço na data de negociação ou
contratação, salvo se decorrer de expressa estipulação contratual ou de regime legal ou
regulamentar aplicável que os direitos e obrigações inerentes aos valores transaccionados se
transferem em data diferente, casos em que será esta última a data relevante.
No momento inicial, os activos e passivos financeiros são reconhecidos pelo justo valor
acrescido de custos de transacção directamente atribuíveis.
Entende-se por justo valor o montante pelo qual um determinado activo ou passivo pode ser
transferido ou liquidado entre contrapartes de igual forma conhecedoras e interessadas em
efectuar essa transacção. Na data de contratação ou de início de uma operação o justo valor é
geralmente o valor da transacção.
O justo valor é determinado com base em:
preços num mercado activo; ou
métodos e técnicas de avaliação (quando não há um mercado activo), que tenham
subjacente (i) cálculos matemáticos baseados em teorias financeiras reconhecidas; ou (ii)
preços calculados com base em activos ou passivos semelhantes transaccionados em
mercados activos ou com base em estimativas estatísticas ou outro métodos quantitativos.
i) Crédito a clientes
O crédito a clientes inclui o saldo em dívida e os valores a receber dos titulares de cartões
emitidos pela Unicre, o qual inclui as transacções realizadas pendentes de liquidação.
No momento inicial os créditos e valores a receber são registados ao justo valor. Em geral,
o justo valor no momento inicial corresponde ao valor de transacção e inclui comissões,
taxas ou outros custos e proveitos associados às operações de crédito.
Posteriormente, os créditos e valores a receber são valorizados ao custo amortizado, com
base no método da taxa de juro efectiva e sujeitos à constituição de provisões.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Os juros e anuidades associados a operações de crédito são periodificados ao longo da vida
das operações, independentemente do momento em que são cobrados ou pagos.
Os juros de créditos vencidos apenas são registados como proveitos no momento em que
são cobrados.
Provisões para crédito
A carteira de crédito e outros valores a receber está sujeita à constituição de provisões
para crédito vencido e para riscos gerais de crédito.
A provisão para créditos e juros vencidos encontra-se sujeita ao disposto no Aviso nº3/95,
de 30 de Junho (com as alterações introduzidas pelo Aviso nº3/2005 de 21 de Fevereiro), e
outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal e destina-se a fazer face aos riscos de
cobrança das prestações vencidas e das dívidas que no final do exercício se encontram em
mora. A constituição desta provisão é efectuada em função do período decorrido após o
respectivo vencimento.
A provisão para riscos gerais de crédito encontra-se classificada no passivo, no âmbito da
rubrica “Provisões”. Nos termos do Aviso nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações
introduzidas pelo Aviso nº3/2005 de 21 de Fevereiro), do Banco de Portugal, esta provisão
tem uma natureza global e destina-se a fazer face a riscos de cobrança de crédito
concedido, não identificados especificamente. Esta provisão é calculada com base numa
taxa genérica de 1,5%, aplicada ao crédito concedido não vencido e a outros activos
existentes à data do balanço.
A partir de 1 de Janeiro de 2001 as provisões constituídas para riscos gerais de crédito
deixaram de ser fiscalmente aceites como custo. No entanto, face ao regime transitório
definido, durante 2001 e 2002, 50% dos reforços desta provisão foram ainda aceites como
custo fiscal. Adicionalmente, nos termos da legislação fiscal em vigor, quando se verifique
a reposição de provisões para riscos gerais de crédito, são considerados proveitos do
exercício, em primeiro lugar, aqueles que tenham sido custo fiscal no exercício da
respectiva constituição.
A Unicre procede ao abate contabilístico de créditos ao activo (write-offs) quando
considera que determinado crédito é incobrável (geralmente ao fim de 18 meses) e cujas
provisões constituídas correspondam ao valor total do crédito. As recuperações posteriores
destes créditos são contabilizadas como proveitos nos exercícios em que ocorrem na
rubrica “Recuperações de créditos, juros e despesas”.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
ii) Activos financeiros disponíveis para venda
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 esta rubrica inclui títulos de rendimento variável não
cotados em bolsa.
Os activos classificados como disponíveis para venda são avaliados ao justo valor, excepto
no caso de instrumentos de capital próprio não cotados num mercado activo e cujo justo
valor não possa ser fiavelmente mensurado ou estimado, que permanecem registados ao
custo.
Os ganhos e perdas resultantes de alterações no justo valor de activos financeiros
disponíveis para venda são reconhecidos directamente nos capitais próprios na rubrica
reservas de reavaliação de justo valor líquidos de eventuais impostos (diferidos e
correntes), excepto no caso de perdas por imparidade e de ganhos e perdas cambiais de
activos monetários, que são registados em resultados quando ocorrem. Quando o activo é
vendido, o ganho ou perda anteriormente reconhecido no capital próprio é registado em
resultados.
iii) Disponibilidades e recursos de outras instituições de crédito
Após o reconhecimento inicial, as disponibilidades e recursos de Outras Instituições de
Crédito são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro
efectiva.
iv) Transacções em divisas
As transacções em moeda estrangeira são convertidas em Euros na data da transacção,
sendo liquidadas ou facturadas nesta moeda.
Os saldos em moeda estrangeira encontram-se registados ao câmbio da data do balanço,
sendo as diferenças cambiais reconhecidas como proveitos ou custos do exercício nas
rubricas de resultados de reavaliação cambial.
b) Outros activos tangíveis (IAS 16)
Os activos tangíveis utilizados pela Unicre para o desenvolvimento da sua actividade são
contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo custos directamente
atribuíveis) deduzido de amortizações acumuladas e perdas por imparidades.
A depreciação dos imóveis e instalações e mobiliário é registada numa base sistemática ao
longo da vida útil estimada do bem, calculada de acordo com o método de quotas constantes.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
As amortizações dos restantes activos tangíveis são calculadas de acordo com o método das
quotas degressivas, de acordo com o período de vida útil estimado. A depreciação dos activos
correspondente ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso é a
seguinte:
Activo Anos
Imóveis
Mobiliário e material
Máquinas e ferramentas
Equipamento informático
Instalações interiores
Material de transporte
Equipamento de segurança
50
8
4 – 8
3
10
4
10
Conforme previsto na IFRS 1, os activos tangíveis adquiridos pela Unicre até 1 de Janeiro de
2005 foram registados pelo valor contabilístico na data de transição para as NCA´s, que
corresponde ao custo ajustado por reavaliações efectuadas nos termos da lei, decorrentes da
evolução de índices gerais de preços tendo a reserva de reavaliação correspondente, no
montante de mEuros 2.845, sido reclassificada para resultados transitados. Uma parcela
correspondente a 40% do aumento das amortizações que resultou dessas reavaliações e que
ainda não estão realizadas, por uso ou venda, não é aceite como custo para efeitos fiscais,
sendo registados os correspondentes impostos diferidos passivos.
c) Activos tangíveis adquiridos em locação financeira (IAS 17)
Os activos tangíveis adquiridos através de operações de locação financeira, em que a Unicre
detém todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade do bem, são registados e
amortizados de acordo com o procedimento descrito no ponto anterior.
As rendas são constituídas pelo encargo financeiro e pela amortização financeira do capital. Os
passivos são reduzidos pelo montante correspondente à amortização do capital de cada uma
das rendas e os encargos financeiros são imputados aos períodos durante o prazo de locação.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
d) Activos intangíveis (IAS 38)
A Unicre regista nesta rubrica as despesas com software adquirido quando o impacto esperado
se repercuta para além do exercício em que são realizadas, bem como as despesas adicionais
suportadas e necessárias à sua implementação.
Os activos intangíveis são amortizados pelo método das quotas anuais constantes, ao longo do
período de vida útil estimado do bem o qual, em geral, corresponde a um período de três anos.
Os custos com a manutenção de software são reconhecidos na demonstração dos resultados
quando incorridos.
e) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos (IAS 27 e IFRS 3)
As participações no capital de empresas cujo objecto é complementar com a actividade da
Unicre são valorizadas de acordo com o método da equivalência patrimonial, entendido como a
proporção da Unicre nos capitais próprios contabilísticos das sociedades, na rubrica
"Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos".
Em caso de evidência objectiva de imparidade, a perda por imparidade é reconhecida em
resultados, por contrapartida de Provisões para Outros Riscos e Encargos.
f) Especialização de exercícios (IAS 18)
Os outros proveitos e custos são reconhecidos de acordo com o princípio contabilístico da
especialização de exercícios, sendo registados na demonstração dos resultados quando se
vencem, independentemente do momento do seu recebimento ou pagamento. Os custos com
pensões são registados de acordo com o descrito na alínea g) abaixo.
g) Benefícios com empregados pós-emprego (IAS 19)
A Unicre assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados prestações pecuniárias a
título de reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência, tendo por base os salários
e vencimentos estimados dos colaboradores na data da reforma e o tempo de serviço prestado
pelos colaboradores.
Adicionalmente, e nos termos previstos no “Acordo Colectivo de Trabalho Vertical” (ACTV) para
o sector bancário, a Unicre tem a obrigação de realizar mensalmente contribuições para os
SAMS, correspondentes a 6,5% dos valores pagos aos reformados e pensionistas, garantindo
ainda o pagamento às famílias de um subsídio em caso de morte.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
A Unicre determina anualmente o valor das responsabilidades com serviços passados através de
cálculos actuariais pelo método de “Projected Unit Credit”. Não são considerados decrementos
de invalidez no cálculo das responsabilidades. Os pressupostos actuariais (financeiros e
demográficos) estão de acordo com os requisitos definidos pela IAS 19, têm por base
expectativas à data de balanço para o crescimento dos salários e das pensões e baseiam-se em
tábuas de mortalidade adaptadas à população da Sociedade. A taxa de desconto é determinada
com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, de prazo semelhante
ao da liquidação das responsabilidades. A taxa de rendimento do Fundo é determinada de
forma consistente com as condições actuais de mercado e com a natureza e rendibilidade dos
activos do Fundo. O valor das responsabilidades inclui, para além dos benefícios com pensões
de reforma, os benefícios com cuidados médicos pós-emprego (SAMS) e com subsídio de morte.
A Unicre reconhece o valor acumulado líquido (após 1 de Janeiro de 2005) dos ganhos e perdas
actuariais resultantes de alterações nos pressupostos actuariais e financeiros e de diferenças
entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados,
na rubrica Outros activos ou Outros passivos. Os desvios actuariais e financeiros são diferidos
em balanço no corredor desde que o respectivo montante acumulado não exceda o maior dos
seguintes montantes reportados ao final do exercício que serve de referencial para cálculo dos
desvios:
10% do valor actual das responsabilidades por pensões em pagamento e das
responsabilidades por serviços passados de pessoal no activo ; ou
10% do valor dos activos do fundo de pensões.
Caso existam desvios actuariais e financeiros superiores aos limites acima referidos estes são
amortizados em resultados.
Os acréscimos de responsabilidades por serviços passados decorrentes da passagem de
colaboradores à situação de reforma antecipada são integralmente reconhecidos como custo
nos resultados do exercício.
Os acréscimos ou decréscimos de responsabilidades por serviços passados decorrentes de
alterações das condições dos Planos de Pensões são integralmente reconhecidos como custo ou
proveito no caso de benefícios adquiridos, ou amortizados durante o período até os benefícios
se tornarem adquiridos. O saldo dos acréscimos/decréscimos de responsabilidades ainda não
relevados como custo/proveito é registado na rubrica Outros activos/Outros passivos.
A cobertura das responsabilidades com serviços passados por benefícios pós-emprego é
assegurada por um fundo de pensões. O valor do Fundo de Pensões corresponde ao justo valor
dos seus activos à data do balanço.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
O Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005 determina a obrigatoriedade do financiamento integral
pelo fundo das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo de
financiamento de 95% das responsabilidades por serviços passados de pessoal no activo.
Nas demonstrações financeiras da Unicre, o valor das responsabilidades com serviços passados
por benefícios pós-emprego líquido do valor do fundo de pensões e dos Desvios Actuariais está
registado na rubrica “Outros Activos”/”Outros Passivos”.
Os resultados da Unicre incluem os seguintes custos e proveitos relativos a benefícios
pós-emprego:
– Custo do serviço corrente;
– Custo dos juros da totalidade das responsabilidades;
– Rendimento esperado do Fundo de Pensões;
– Custos com acréscimo de responsabilidades por reformas antecipadas;
– Amortização de desvios actuariais ou financeiros fora do corredor;
– Custos (ou amortização) resultantes da alteração das condições do Plano de Pensões.
Os componentes acima indicados são reconhecidos em custos com pessoal.
Na data da transição, a Unicre adoptou a possibilidade permitida pelo IFRS 1 de não recalcular
os ganhos e perdas actuariais diferidos desde o início dos planos (opção designada de “reset”).
Deste modo, e nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, a variação de
responsabilidades resultante da aplicação do IAS 19 em 31 de Dezembro de 2005 foi
integralmente reconhecida em resultados transitados no exercício de 2006.
h) Prémio de antiguidade (IAS 19)
Nos termos do Acordo Colectivo de Trabalho Vertical para o Sector Bancário Português, a
Unicre assumiu o compromisso de atribuir aos Colaboradores no activo que completem quinze,
vinte e cinco e trinta anos de bom e efectivo serviço, um prémio de antiguidade de valor igual,
respectivamente, a um, dois e três meses da sua retribuição mensal efectiva (no ano da
atribuição).
A Unicre determina anualmente o valor actual dos benefícios com prémios de antiguidade
através de cálculos actuariais pelo método de “Projected Unit Credit”. Os pressupostos
actuariais (financeiros e demográficos) têm por base expectativas à data de balanço para o
crescimento dos salários e baseiam-se em tábuas de mortalidade adaptadas à população da
Sociedade. A taxa de desconto é determinada com base em taxas de mercado de obrigações de
empresas de baixo risco, de prazo semelhante ao da liquidação das responsabilidades.
102 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
As responsabilidades por prémios de antiguidade são registadas na rubrica “Outros passivos”
(Nota 13), sendo a liquidação destes valores assumida directamente pela Unicre.
Os resultados da Unicre incluem os seguintes custos relativos a responsabilidades por prémios
de antiguidade:
– Custo do serviço corrente;
– Custo dos juros;
– Ganhos e perdas resultantes de desvios actuariais ou financeiros, de alteração de
pressupostos ou da alteração das condições dos benefícios.
Os componentes acima indicados são reconhecidos em custos com pessoal.
i) Acções próprias (IAS 32)
As acções próprias são registadas em contas de capital pelo valor de aquisição não sendo
sujeitas a reavaliação. As mais e menos valias realizadas na venda de acções próprias, bem
como os respectivos impostos, são registadas directamente em capitais próprios não afectando
o resultado do exercício.
j) Outras provisões (IAS 37)
Nesta rubrica são registados os custos destinados a fazer face a riscos específicos decorrentes
da actividade da Unicre, nomeadamente custos de reestruturação, contingências fiscais e
outras obrigações conhecidas (Nota 12).
São reconhecidas provisões, quando (i) exista uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii)
seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) possa ser feita uma estimativa
fiável do valor dessa obrigação.
Regra geral, esta provisão não é aceite como custo para fins fiscais.
k) Impostos sobre os lucros (IAS 12)
A Unicre está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Colectivas e no Estatuto dos Benefícios Fiscais.
Os impostos correntes são calculados com base nas taxas de imposto legalmente em vigor em
Portugal.
Os activos e passivos por impostos diferidos correspondem ao valor do imposto a recuperar e a
pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias entre o valor de um activo ou
103 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
passivo no balanço e a sua base de tributação. Os prejuízos fiscais reportáveis e os créditos
fiscais dão também origem ao registo de activos por impostos diferidos.
Os activos por impostos diferidos são reconhecidos até ao montante em que seja provável a
existência de lucros tributáveis futuros que acomodem as diferenças temporárias dedutíveis.
Os activos e passivos por impostos diferidos foram calculados com base nas taxas fiscais
decretadas para o período em que se prevê que seja realizado o respectivo activo ou passivo.
Os impostos correntes e os impostos diferidos são relevados em resultados excepto os que se
relacionam com valores registados directamente em capitais próprios (nomeadamente, ganhos
e perdas em acções próprias e em reservas de reavaliação).
l) Caixa e equivalentes de Caixa (IAS 7)
Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e os seus equivalentes englobam os
valores registados no balanço com maturidade à data da constituição inicial da aplicação
inferior a três meses onde se incluem a caixa e disponibilidades em outras instituições de
crédito, e que se destinam à gestão da tesouraria corrente.
m) Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas
Na elaboração das demonstrações financeiras da Unicre são utilizadas estimativas e valores
futuros esperados, nomeadamente nas seguintes áreas:
Benefícios a empregados pós-emprego e Prémio de Antiguidade
As responsabilidades por benefícios pós-emprego e prémio de antiguidade são estimadas com
base em tábuas actuariais e pressupostos de crescimento das pensões e dos salários. Estes
pressupostos são baseados nas expectativas da Unicre para o período durante o qual irão ser
liquidadas as responsabilidades.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Impostos sobre lucros
Os impostos correntes e diferidos foram determinados com base na legislação fiscal
actualmente em vigor ou em legislação já publicada para aplicação futura. Alterações na
interpretação da legislação fiscal podem influenciar o valor dos impostos sobre lucros.
Adicionalmente, o reconhecimento de impostos diferidos activos pressupõe a existência de
resultados e matéria colectável futura.
Provisões para crédito
A carteira de crédito da Unicre está sujeita à constituição de provisões para crédito vencido e
para riscos gerais de crédito, nos termos do Aviso nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações
introduzidas pelo Aviso nº3/2005 de 21 de Fevereiro), do Banco de Portugal, as quais podem
diferir do valor da imparidade do crédito, determinado com base em fluxos de caixa esperados
e estimativas do valor a recuperar.
3. CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008
Depósitos à ordem no Banco de Portugal 0 20
Caixa 14 15
Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais 14 35
4. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008
Cheques a cobrar 117 173
Depósitos à ordem em Instituições de Crédito no estrangeiro 7 6
Disponibilidades em outras Instituições de Crédito 124 179
A rubrica “Cheques a cobrar” corresponde a cheques a cobrar sobre instituições de crédito nacionais
recebidos no último dia útil de cada período, referentes a pagamentos de clientes e que só foram
regularizados nos primeiros dias úteis do período seguinte.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
A 31 de Dezembro de 2009 a Unicre tinha ainda constituído numa instituição de crédito no país um
depósito remunerado a uma taxa de juro de 4%, cuja data de vencimento ocorreu a 04 de Janeiro de
2010, no valor de mEuros 20.300.
5. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 esta rubrica é constituída por:
Número de activos financeiros. Milhares de Euros.
Valor Valor Mais valia Mais valia
aquisição balanço potencial realizada
Mastercard International Corporation - - - - 42 (i)
Visa International Incorporation 181.526 - 8.449 8.449 4.026 (ii)
Visa Europe Limited 1 - - - - (iii)
Inst. Formação Comércio e Turismo de Brag n.a. 6 6 - -
Activos Financeiros disponíveis para venda 6 8.455 8.449 4.068
Número de activos financeiros. Milhares de Euros.
Valor Valor Mais valia Mais valia
aquisição balanço potencial realizada
Mastercard International Corporation 353 - 35 35 838 (i)
Visa International Incorporation 259.323 - 6.325 6.325 - (ii)
Visa Europe Limited 1 - - - - (iii)
Inst. Formação Comércio e Turismo de Brag n.a. 6 6 - -
Activos Financeiros disponíveis para venda 6 6.366 6.361 838
31 de Dezembro de 2009
Descrição Quantidade Notas
Notas
31 de Dezembro de 2008
Descrição Quantidade
(i) Em 2005, na sequência de um processo de oferta publica de acções, a MasterCard
International Corporation redefeniu a sua estrutura de capital, detendo a Unicre, no final
daquele processo, um total de 21.268 acções Classe C, após remissão, nesse mesmo ano,
de uma parcela das acções atribuídas. Em 2008 e 2009 foram abertos programas de
conversão e subsequente venda em bolsa daqueles títulos, sobre determinadas regras, aos
quais a Unicre aderiu, tendo realizado mais valias de mEuros 43 e mEuros 838 em 2009 e
2008 relativas à venda de 353 e 4.268 acções, respectivamente.
No exercício de 2008 foi ainda registado na rubrica “Rendimentos de instrumentos de
capital” mEuros 1 relativos a dividendos pagos pela MasterCard.
(ii) Em Outubro de 2008, por deliberação da Assembleia Geral da Visa Europe Limited e na
sequência do processo de reestruturação interna da estrutura corporativa daquela Marca
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Internacional de Pagamentos, foram distribuídos pelos associados dinheiro e acções da
nova sociedade entretanto criada – Visa International Incorporation. Assim, a Unicre
recebeu mEuros 15.738, registados na rubrica de Rendimentos de Instrumentos de Capital,
bem como 259.323 acções Classe C da Visa International Incorporation. Estas acções, que
têm restrições de liquidez, só podendo ser transaccionadas entre os membros daquela
sociedade, conferem direito a dividendos e a exercer direito de voto em determinadas
matérias previstas nos estatutos da Sociedade, e são obrigatoriamente convertidas em
acções Classe A (cotadas em bolsa) em Março de 2011. Estes títulos, denominados em USD,
estão valorizados no balanço a um valor que tem por referência a cotação de fecho da
bolsa em 31 de Dezembro de cada ano das acções Classe A (2009: USD 87,46; 2008: USD
53,07), corrigida por um factor de desconto de liquidez, o qual foi reduzido em 2009
proporcionalmente ao tempo decorrido entre a data da entrega dos títulos e a data de
conversão para Classe A.
Em 2009 foi aberto um programa de conversão de 30% dos títulos classe C para Classe A, a
que a Unicre aderiu, tendo subsequentemente, e por venda em bolsa, obtido uma mais
valia de mEuros 4.026.
No exercício de 2009 e 2008 foram ainda registados na rubrica “Rendimentos de
instrumentos de capital” mEuros 60 e mEuros 18 relativos a dividendos pagos por aquela
sociedade.
(iii) Trata-se de uma acção da Visa Europe Limited, associação de emissores e acquirers
europeus (principal members), valorizada pelo valor nominal de €10.
Não foram registadas em 2009 e 2008, quaisquer perdas por imparidade.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
6. CRÉDITO A CLIENTES
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008
Cartões - Free float 39.105 39.615
Cartões - Revolving 139.584 155.629
Outros Créditos concedidos 50.415 52.804
Transferências Automáticas 27 5.195
Crédito 229.131 253.243
Crédito e Juros Vencidos 36.713 26.157
Juros a receber 2.300 2.356
Outros proveitos a receber -
Especialização de anuidades (2.366) (2.412)
Valores a receber 265.778 279.346
Provisões para crédito e juros vencidos (Nota 12) (21.591) (12.410)
Crédito a Clientes 244.187 266.936
A rubrica de Cartões – Free float reflecte o crédito gratuito concedido aos clientes no período
compreendido entre a data da compra e a data de vencimento do extracto (em média 35 dias),
enquanto que a rubrica de Cartões – Revolving corresponde ao crédito dos cartões sobre o qual
incide juros.
A rubrica de transferências automáticas corresponde ao montante processado de clientes
utilizadores de cartão de crédito emitido pela Unicre, cuja forma de pagamento definida
contratualmente consiste na cobrança, através do sistema de débitos directos, da respectiva
percentagem acordada nas datas dos correspondentes vencimentos.
O crédito associado aos pagamentos efectuados com utilização do cartão de crédito não tem prazo
fixo de reembolso, sendo considerado como crédito de curto prazo.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Adicionalmente, a Unicre concede Outro Crédito a prazos que variam entre os 1 a 5 anos, conforme
mapa abaixo:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008
Até 3 meses 5.541 5.778
De 3 meses a 1 ano 13.736 14.521
De 1 a 3 anos 23.911 23.010
De 3 a 5 anos 7.228 9.495
50.415 52.804
Os valores de crédito reportados referem-se essencialmente a particulares, como se evidencia no
mapa seguinte:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008
Particulares 260.256 273.815
Corporate 5.522 5.529
265.778 279.344
Não são relevantes os colaterais recebidos em garantia.
Para além da provisão para crédito e juros vencidos acima indicada, em 31 de Dezembro de 2009 e
2008 a Unicre tem registada uma provisão para riscos gerais de crédito, no montante de mEuros
8.873 e mEuros 9.233, respectivamente (Nota 12).
A distribuição do crédito vencido de acordo com a respectiva antiguidade em 31 de Dezembro de
2009 e 2008 é apresentada na Nota 27.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
7. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS
O movimento ocorrido nos outros activos tangíveis durante o exercício de 2009 foi o seguinte:
Milhares de Euros
Transfe- Alienações Amortiz. Transfe- Alienações
rências e/ou Abates do periodo rências e/ou Abates
Imóveis:
- De serviço próprio 10.701 - - - 10.701 2.974 170 - (14) 3.130 7.571 7.727
- Outros imóveis 65 - - (65) - 15 - - (15) (0) 0 50
Mobiliário e material 1.946 19 - (81) 1.884 1.645 58 - (81) 1.622 262 301
Máquinas e ferramentas 2.585 25 - - 2.610 2.552 25 - - 2.577 33 33
Equipamento informático 29.211 262 66 (87) 29.452 28.566 598 - (87) 29.077 375 645
Instalações interiores 4.369 325 94 (19) 4.769 3.418 240 - (18) 3.640 1.129 951
Material de transporte 42 12 - (12) 42 43 3 - (12) 34 8 (1)
Equipamento de segurança 286 5 - - 291 260 9 - - 269 22 26
Património artístico 8 - - - 8 - - - - - 8 8
Imobilizado em curso 66 207 (160) - 113 - - - - - 113 66
Outros Activos Tangíveis 49.279 855 - (264) 49.869 39.472 1.103 - (227) 40.349 9.520 9.807
Descrição
Valor bruto Amortizações Valor líquido
AdiçõesSaldo em
Dez 2008
Saldo em
Dez 2009
Saldo em
Dez 2008
Saldo em
Dez 2009
Saldo em
Dez 2009
Saldo em
Dez 2008
O movimento ocorrido nos outros activos tangíveis durante o exercício de 2008 foi o seguinte
Milhares de Euros
Transfe- Alienações Amortiz. Transfe- Alienações
rências e/ou Abates do periodo rências e/ou Abates
Imóveis:
- De serviço próprio 10.432 269 - - 10.701 2.817 157 - - 2.974 7.727 7.615
- Outros imóveis 65 - - - 65 14 1 - - 15 50 51
Mobiliário e material 1.747 285 - (86) 1.946 1.670 61 - (86) 1.645 301 77
Máquinas e ferramentas 2.580 7 - (2) 2.585 2.529 25 - (2) 2.552 33 51
Equipamento informático 28.711 820 - (320) 29.211 27.259 1.558 - (251) 28.566 645 1.452
Instalações interiores 3.569 338 462 4.369 3.215 203 - - 3.418 951 354
Material de transporte 42 - - - 42 37 6 - - 43 (1) 5
Equipamento de segurança 275 6 7 (2) 286 249 11 - (1) 260 26 26
Património artístico 8 - - - 8 - - - - - 8 8
Imobilizado em curso - 535 (469) - 66 - - - - - 66 -
Outros Activos Tangíveis 47.429 2.260 - (410) 49.279 37.790 2.022 - (340) 39.472 9.807 9.639
Saldo em Dez 2008
Saldo em Dez 2007
Descrição
Valor bruto Amortizações Valor líquido
Saldo em Dez 2007
AdiçõesSaldo em Dez 2008
Saldo em Dez 2007
Saldo em Dez 2008
8. ACTIVOS INTANGÍVEIS
O movimento ocorrido nos activos intangíveis durante o exercício de 2009 foi o seguinte:
Milhares de Euros.
Transfe- Alienações Amortizações Transfe- Alienações
rências e/ou Abates do periodo rências e/ou Abates
Trespasses - - - - - - - - - - - -
Software 27.347 31 277 - 27.655 26.255 650 - - 26.905 749 1.092
Outros 5 - - - 5 2 2 - - 4 1 3
Imobilizado em curso 222 2.887 (277) - 2.832 - - - - - 2.832 222Activos Intangíveis 27.573 2.918 - - 30.492 26.257 652 - - 26.908 3.582 1.316
Saldo em
Dez 2008
Descrição
Valor bruto Amortizações Valor líquido
AdiçõesSaldo em
Dez 2008
Saldo em
Dez 2008
Saldo em
Dez 2009
Saldo em
Dez 2009
Saldo em
Dez 2009
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RELATÓRIO E CONTAS2009
O movimento ocorrido nos activos intangíveis durante o exercício de 2008 foi o seguinte:
Milhares de Euros
Transfe- Alienações Amortizações Transfe- Alienações
rências e/ou Abates do periodo rências e/ou Abates
Trespasses - - - - - - - - - - - -
Software 25.714 565 1.068 - 27.347 25.706 549 - - 26.255 1.092 8
Outros - - 4 - 4 - 2 - - 2 2 -
Imobilizado em curso 671 623 (1.072) - 222 - - - - - 222 671
Activos Intangíveis 26.385 1.188 - - 27.573 25.706 551 - - 26.257 1.316 679
Saldo em Dez 2007
Saldo em Dez 2008
Descrição
Valor bruto Amortizações Valor líquido
Saldo em Dez 2007
AdiçõesSaldo em Dez 2008
Saldo em Dez 2007
Saldo em Dez 2008
Durante o exercício de 2009 foi concluído o projecto de Gestão Documental que se encontrava em
curso no final de 2008, e transferido o seu valor para imobilizado firme. Em 31 de Dezembro de
2009, o valor registado na rubrica Imobilizado em curso refere-se ao projecto de renovação da
arquitectura aplicacional, com prazo de conclusão final estimado para 2011 e cujo valor total de
investimento total previsto ascende a mEuros 12.000.
9. INVESTIMENTOS EM FILIAIS, ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 esta rubrica tem a seguinte composição:
Percentagem. Milhares de Euros.
% de Custo de Valor de Capitais Resultado
participação aquisição Balanço próprios do exercício
Consulprest - Sociedade Prestadora de Serv. de consultoria, Lda * 100% 25 25 273 4 LisboaPaywacth - Serviços Integrados de Segurança em Pagamentos, SA * 40% 200 377 941 441 Lisboa
Investimentos em Filiais, Associadas e Empreend. Conjuntos 225 402
Percentagem. Milhares de Euros.
% de Custo de Valor de Capitais Resultadoparticipação aquisição Balanço próprios do exercício
Consulprest - Sociedade Prestadora de Serv. de consultoria, Lda * 99% 25 25 269 3 Lisboa
Paywacth - Serviços Integrados de Segurança em Pagamentos, SA * 40% 200 200 n.a. n.a. Lisboa
Investimentos em Filiais, Associadas e Empreend. Conjuntos 225 225
* Valores estimados (não auditados)
SedeDescrição
Dez 2009
Descrição
Dez 2008
Sede
Por escritura pública realizada em Dezembro de 2008 foi constituída a Sociedade Paywatch –
Serviços Integrados de Segurança em Pagamentos, SA, com um Capital Social de 500 mil euros, na
qual a Unicre participa em 40%, sendo os restantes accionistas sociedades do Grupo SIBS. Esta
sociedade tem como objecto social a prestação de serviços integrados de prevenção e detecção de
fraude no funcionamento de sistemas de pagamentos electrónicos. Tal como previsto no IAS 28, este
investimento está registado nas demonstrações financeiras da Unicre de acordo com o método da
equivalência patrimonial, estando o efeito da aplicação daquele método reflectido na rubrica da
demonstração de resultados “Rendimentos de Instrumentos de Capital”.
111 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
Relativamente à participada Consulprest, está em análise a possibilidade de fusão por incorporação
desta sociedade na Unicre, sendo que, dados os valores envolvidos, caso o mesmo processo venha a
ser concluído, os efeitos estimados não são materialmente relevantes no contexto global das
demonstrações financeiras da Unicre enquanto sociedade incorporante.
10. OUTROS ACTIVOS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Milhares de Euros.
Dez 2009 Dez 2008
Devedores Diversos - Vencidos 189 237
Notas Débito a Comerciantes (Contencioso) 629 436
Notas Débito a Bancos 98 263
Despesas com encargo diferido 529 706
Responsabilidades com pensões e outros benefícios (nota 14):
Valor actual das responsabilidades com serviços passados (68.289) (64.658)
Valor patrimonial do fundo de pensões 65.848 62.345
Desvios actuariais 4.317 6.466
Contas a cobrar a Sistemas Internacionais 3.518 11.703
Contas a cobrar a comerciantes e bancos por regularizações:
Notas de débito com bancos 712 377
Comerciantes Redunicre e Outros Devedores 35 239
IVA a Recuperar 1 5
Outros 473 709
Outros Activos 8.060 18.828
Provisão para Outros Devedores - vencido (Nota 12) (699) (816)Outros Activos, líquidos de Provisão para Outros Devedores 7.361 18.012
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, as “Despesas com encargo diferido”, incluem essencialmente
custos com manutenção e licenças de software, facturadas antecipadamente e que são diferidas
pelo período a que respeitam, bem como a custos com brindes promocionais que são atribuídos aos
clientes em função do nível de utilização do cartão num determinado período pré-definido, e que
são registados por contrapartida de redução das respectivas comissões recebidas, na rubrica de
resultados “Outras comissões recebidas”.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
A rubrica “Contas a cobrar a Sistemas Internacionais” regista os movimentos efectuados com cartões
da Unicre no estrangeiro a liquidar aos sistemas internacionais (Visa, MasterCard, JCB e Diners),
bem como, e em sinal contrário, os valores a receber relativos a transacções efectuadas por cartões
estrangeiros representados por essas marcas na rede de acquirer da Unicre. A variação deste saldo
reflecte, essencialmente, o calendário de pagamento dos sistemas internacionais de pagamentos.
A rubrica “Contas a cobrar a comerciantes e bancos por regularizações – notas de débito com
bancos” refere-se a valores facturados aos bancos relativos a serviços prestados a estas entidades.
11. RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Milhares de Euros
Dez 2009Taxas Médias
Dez 2008Taxas Médias
"Hot moneys" 128.100 3,50% 148.050 5,03%
Descobertos bancários 2.847 3,73% 485 5,18%
Juros a pagar - empréstimos Curto prazo 2.236 2.481
Empréstimos a curto prazo 133.183 151.016
Adiantamentos a bancos resultantes de mov. Cartões (2.236) (3.376)
Empréstimos a curto prazo, após adiantamentos 130.947 147.640
Empréstimos a médio e longo prazo 30.000 4,63% 20.000 4,68%
Juros a pagar - empréstimos Médio e Longo prazo 520 148
Recursos de outras Instituições de Crédito 161.467 167.788
A rubrica "Adiantamentos a bancos resultantes de movimentos de cartões" corresponde aos débitos
realizados pela Unicre aos bancos em resultado do processamento do movimento dos seus cartões
bancários e que se encontram no fim do mês pendentes de confirmação. Estas operações são
regularizadas nos primeiros dias do mês seguinte.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
12. PROVISÕES E IMPARIDADES
O movimento ocorrido nas provisões e imparidades da Unicre durante os exercícios de 2009 e 2008
foi o seguinte:
Milhares de Euros
Provisões e Custos com Provisões e Custos com
imparidade pessoal imparidade pessoal
Crédito e juros vencidos (Nota 6) 12.410 23.726 - (539) - (14.006) - 21.591
Outros Devedores vencidos (Nota 10) 816 161 - (203) - (75) - 698
Crédito a clientes e Outros Devedores 13.226 23.887 - (742) - (14.082) - 22.289
-
Riscos gerais de crédito (Nota 6) 9.233 - - (362) - - - 8.873
Reestruturações (Nota 22) 1.188 - 304 - - (1.091) - 401
Incentivos para terminais EMV 646 - - (646) - - - -
Outros 1.307 - - (848) - (90) - 370
Outras provisões 12.374 - 304 (1.856) - (1.181) - 9.640
Provisões e Imparidades 25.599 23.887 304 (2.598) - (15.263) - 31.929
31 de Dezembro de 2009
Descrição Dez 2008Utili-
zaçõesTransfe- rências
Dez 2009
Dotações Reposições
Milhares de Euros
Provisões e Custos com Provisões e Custos com
imparidade pessoal imparidade pessoal
Crédito e juros vencidos (Nota 6) 8.581 12.169 - (11) - (8.329) - 12.410Outros Devedores vencidos (Nota 10) 708 222 - (102) - (12) - 816
Crédito a clientes e Outros Devedores 9.289 12.390 - (113) - (8.341) - 13.226-
Riscos gerais de crédito (Nota 6) 6.777 2.456 - - - - - 9.233
Reestruturações (Nota 22) 901 - 1.208 - - (921) - 1.188Incentivos para terminais EMV 896 - - (250) - - - 646
Outros 1.182 207 - (81) - - - 1.307Outras provisões 9.756 2.663 1.208 (331) - (921) - 12.374
Provisões e Imparidades 19.045 15.053 1.208 (444) - (9.262) - 25.600
31 de Dezembro de 2008
DescriçãoUtili-
zaçõesTransfe- rências
Dez 2008Dez 2007
Dotações Reposições
Provisões para crédito e juros vencidos e Riscos gerais de crédito
Em Janeiro de 2009, e após um processo de testes e acompanhamento, a Unicre ajustou a sua
metodologia de apuramento e classificação do crédito em incumprimento, com o objectivo de
reflectir de forma mais adequada o comportamento e as características da sua carteira de crédito.
Esta alteração não teve qualquer impacto patrimonial líquido, tendo implicado um reforço das
provisões para crédito (rubrica “Correcções de valor associadas ao crédito a clientes” da
demonstração de resultados), o qual foi compensado com um aumento na rubrica de “Recuperação
de créditos, Juros e Despesas” da demonstração de resultados. No decorrer de 2009 a Unicre
registou na rubrica da demonstração de resultados “Recuperação de Créditos, Juros e Despesas” o
montante de mEuros 539 apresentado neste mapa como reposições de provisões para “Crédito e
Juros vencidos”.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
A Unicre tem como procedimento utilizar provisões quando o crédito vencido atinge dezoito meses.
Caso este crédito seja recuperado, a Unicre reflecte essa recuperação em “Recuperação de
créditos, Juros e Despesas”.
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, as provisões para crédito e juros vencidos incluem o montante
de mEuros 5.436 relativo a perdas por imparidade constituídas para fazer face ao risco de
cobrabilidade da carteira de crédito da Unicre, em excesso face aos mínimos exigidos pelo Aviso nº
3/95, de 30 de Junho (com as alterações introduzidas pelo Aviso nº3/2005 de 21 de Fevereiro), e
outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal.
Provisões diversas
A rubrica “Outras provisões – Reestruturações” está relacionada com custos a suportar na sequência
de reestruturações de processos e serviços na Unicre, nomeadamente os decorrentes de acordos de
reformas antecipadas e indemnizações por rescisões de contratos de trabalho.
115 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
13. OUTROS PASSIVOS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008
Fornecedores Diversos
Nacionais a) 5.324 3.614
Estrangeiros 19 47
Cauções de comerciantes b) 2.304 2.388
Comissões a pagar a bancos c) 2.269 2.340
Iva a Pagar 0 64
Facturação a pagar a comerciantes d) 37.538 34.288
Imposto de selo a pagar 268 309
Retenção de IRS 150 177
Seg. Social 157 182
Anuidades a distribuir 69 59
Outros Credores diversos 293 303
Encargos a pagar:
Gastos com pessoal
Férias e Subsidio de Férias (incluindo Encargos sociais) 1.467 1.446
Bónus 731 958
Gastos Gerais Administrativos 1.411 1.575
Outras contas de regularização: 22 44
Responsabilidades com Prémio Antiguidade (Nota 14) 1.121 1.130
Outros 44 970
Outros Passivos 53.187 49.894
a) Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, a rubrica “Fornecedores diversos – Nacionais”, inclui um
montante de mEuros 1.035 e mEuros 1.334, respectivamente, a pagar à SIBS, referente à
utilização dos seus meios informáticos que compreendem o sistema central de processamento
de operações e de apoio nas transacções efectuadas por POS.
b) As "Cauções de comerciantes" correspondem ao depósito que foi realizado por estes no
momento de adesão à rede da Unicre. Estes montantes são devolvidos aos comerciantes quando
estes decidem deixar de pertencer à rede.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
c) Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, a rubrica “Comissões a pagar a bancos” inclui:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008
Comissões de serviço do banco de apoio 1.843 1.748
Comissões "Issuer Optional Fee" 374 513
Encargos com membros emissores de cartões 37 64
Outros 15 15Comissões a pagar a bancos 2.269 2.340
Como “Comissão de serviço do banco de apoio” encontra-se registado o montante que à data
do balanço ainda não tinha sido liquidado aos bancos pelos serviços de promoção do negócio no
âmbito da Redunicre (Nota 24).
d) A rubrica “Facturação a pagar a comerciantes” refere-se a valores que se encontram pendentes
do encerramento dos terminais de pagamento automático (TPA´s), por parte dos comerciantes,
para que seja efectuada a respectiva liquidação.
14. BENEFÍCIOS DE LONGO PRAZO A EMPREGADOS
A evolução das responsabilidades e saldo dos Fundos (quer Fundo de Pensões, quer provisões
contabilísticas) nos últimos 5 anos é analisada como segue:
Milhares de Euros
Responsabilidades por serviços passados financiadas pelo Fundo Pensões:
Reformados 21.387 18.297 16.031 14.402 9.638
Empregados no activo 41.992 40.993 41.760 37.307 37.850
Demitidos (ex-participantes) 4.910 5.368 3.767 3.507 2.883
Responsabilidades por serviços passados 68.289 64.658 61.558 55.216 50.371
Valor patrimonial do fundo 65.848 62.345 59.479 57.170 56.990
Subsidio de Morte * - - - - 1.119 944
Prémio de Antiguidade 1.120 1.130 1.187 1.108 1.148
Provisão Contabilística para responsabilidades não financiadas pelo Fundo Pensões
1.120 1.130 1.187 2.227 2.092
Excesso / (insuficiência) de cobertura (2.441) (2.313) (2.079) 1.954 6.619
* A partir de 2007, as reponsabilidades com Subsidio de Morte passaram a estar incluídas no plano de pensões financiado através do Fundo de Pensões Unicre
2009 2008 2007 2006 2005
Responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência
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RELATÓRIO E CONTAS2009
As responsabilidades por serviços passados de Pensionistas e de Colaboradores que estão, ou
estiveram, ao serviço da Unicre e cuja cobertura se encontra assegurada por fundos de pensões são
calculadas em conformidade com o estabelecido no IAS 19.
Até 01 de Março de 2009 era a Pensões Gere – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. a
entidade a quem competia a responsabilidade de elaborar as avaliações actuariais necessárias ao
cálculo das responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência bem como a de gerir o fundo
de pensões da Unicre. As mesmas funções estão, desde aquela data, a ser desempenhadas pela BPI
Pensões - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A..
Os métodos de valorização actuarial utilizados são o “Projected Unit Credit”, para o cálculo do
custo normal e das responsabilidades com serviços passados”. Não são considerados decrementos de
invalidez no cálculo das responsabilidades.
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os principais pressupostos actuariais e financeiros utilizados no
cálculo das responsabilidades com pensões são:
2009 2008 2009 2008
Pressupostos demográficos
Tábua de mortalidade TV 88/90 TV 88/90
Taxa de rotação do pessoal Nula Nula
Pressupostos financeiros
Taxa de desconto 5,25% 5,25%
Taxa de rendimento do fundo 5,00% 5,00% 5,87% -4,00%
Taxa de crescimento salarial 3,50% 3,50% 2,30% 3,28%
Taxa de crescimento das pensões 2,50% 2,50% 1,50% 2,69%
RealizadoPressupostos
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os Pensionistas e Colaboradores beneficiários de planos de
pensões financiados pelo fundo de pensões da Unicre têm a seguinte composição:
2009 2008
Empregados no activo 225 230
Pensionistas 48 43
273 273
Ex-participantes 222 223
Número de participantes no fundo 495 496
São considerados “Ex-participantes” no Fundo, anteriores empregados da Unicre aos quais, em
virtude da cessação do Contrato de Trabalho, foi reconhecido o direito ao recebimento de pensão
de reforma ao abrigo do Plano de Pensões, conforme estabelecido na cláusula 140ª do Acordo
Colectivo de Trabalho Vertical (ACTV) do Sector Bancário.
As responsabilidades com pensões de reforma, cuidados médicos pós-emprego e subsídio de morte
em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 relativas às condições gerais do plano de pensões em vigor
nessas datas, assim como a respectiva cobertura, apresentam o seguinte detalhe:
Milhares de Euros
2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008
Reformados 20.274 17.248 834 707 279 342 21.387 18.297
Empregados no activo 39.308 38.486 1.733 1.688 951 819 41.992 40.993
Demitidos (ex-participantes) 4.910 5.367 n.a. n.a. n.a. n.a. 4.910 5.367
Responsabilidades por serviços passados 64.492 61.102 2.567 2.395 1.230 1.161 68.289 64.658
Valor patrimonial do fundo 65.848 62.345
Excesso / (insuficiência) de cobertura (2.441) (2.313)
Grau de cobertura das responsabilidades 96,43% 96,42%
TotalPensões por velhice e reformas antecipadas
Cuidados médicos pós emprego
Subsídio por morte
Em 31 de Dezembro de 2009, existia um deficit de financiamento face ao definido no Avisonº4/2005
do Banco de Portugal (financiamento integral das pensões em pagamento de 95% das
responsabilidades por serviços passados do pessoal no activo e ex-colaboradores) no valor de
mEuros 96, os quais foram entretanto regularizados já em 2010.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
O movimento ocorrido durante os exercícios de 2009 e 2008 no fundo de pensões foi o seguinte:
Milhares de Euros
2009 2008
Valor patrimonial do fundo no início do exercício 62.345 59.479
Contribuições
. da entidade patronal 1.191 6.521
. dos colaboradores -
Pensões pagas (1.346) (1.221)
Rendimento liquido do fundo 3.658 (2.434)
Outros - -
Valor patrimonial do fundo no final do exercício 65.848 62.345
No exercício de 2009 e 2008, as contribuições da Unicre para o Fundo de Pensões foram efectuadas
em numerário.
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 o fundo de pensões não inclui activos que estejam a ser
utilizados pela Unicre ou representativos de títulos emitidos pela Sociedade. Os elementos que
compõem o valor do activo do Fundo de Pensões são analisados como segue:
Milhares de Euros
2009 2008
Titulos Rendimento Fixo 38.219 41.421
Titulos Rendimento Variável 22.836 11.744
Depósitos a Prazo 2.000 -
Disponibilidades 2.793 9.180
Valor patrimonial Fundo Pensões 65.848 62.345
120 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
O movimento ocorrido durante os exercícios de 2009 e 2008 relativo ao valor actual das
responsabilidades com serviços passados com benefícios pós-emprego foi o seguinte:
Milhares de Euros
2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008
Responsabilidades no inicio do exercício 61.101 58.075 2.396 2.316 1.161 1.167 64.658 61.557
Custo dos serviços correntes 1.939 2.189 86 98 42 49 2.067 2.336
Custo dos juros 3.282 2.879 129 115 63 58 3.474 3.052
Reformas antecipadas/invalidez 977 652 34 42 6 4 1.017 699
(Ganhos) e perdas actuariais (1.510) (1.516) (29) (132) (42) (117) (1.581) (1.765)
Pensões/Subsidios pagos (1.297) (1.178) (49) (43) - - (1.346) (1.221)
Outros - - - - -
Responsabilidades no fim do exercício 64.492 61.101 2.567 2.396 1.230 1.161 68.289 64.658
Cuidados médicos pós emprego
Subsídio por morte TotalPensões por velhice e reformas antecipadas
O movimento ocorrido nos desvios actuariais durante os exercícios de 2009 e 2008 foi o seguinte:
Milhares de Euros
2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008
Ganhos e (perdas) actuariais no inicio do exer (2.576) (4.090) (124) (256) (173) (290) (6.761) (1.380) (6.466) (6.017)
Desvios no rendimento do fundo - - - 568 (5.381) 568 (5.381)
Alteração de pressupostos actuariais e financei 0 (153) (5) 45 - - (113)
Desvios nas pensões pagas (250) (52) 1 (2) 0 - (249) (53)
Desvios no crescimento dos salários e das pensõ 862 861 34 4 16 18 - 912 883
Outros desvios 898 857 (6) 135 26 54 - 918 1.046
(Proveito)/custo do excesso do limite do corredor - - - - - 3.168
Ganhos e (perdas) actuariais no fim do exercí (1.066) (2.576) (95) (124) (131) (173) (6.193) (6.761) (4.317) (6.466)
Rentabilidade do FundoTotalPensões por velhice
Cuidados médicos pós emprego
Subsídio por morte
Nos exercícios de 2009 e 2008, as demonstrações financeiras registam na rubrica de custos com
pessoal os seguintes valores relacionados com a cobertura de responsabilidades por pensões (Nota
22):
2009 2008
Pensões por velhice
Custos dos serviços correntes 1.939 2.189
Custo dos juros 3.282 2.879
Cuidados médicos pós-emprego
Custos dos serviços correntes 86 98
Custo dos juros 129 115
Subsidio por morte
Custos dos serviços correntes 42 49
Custo dos juros 63 58
Rendimento esperado do fundo (-) (3.090) (2.948)
Reformas antecipadas no período:
Utilização de provisão 1.017 699
Amortização do excesso do limite do corredo - 3.168
3.468 6.307
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RELATÓRIO E CONTAS2009
No exercício de 2008, a Unicre amortizou em resultados do exercício – custos com pessoal – mEuros
3.168 relativos ao excesso dos desvios actuariais não reconhecidos em resultados sobre o limite do
corredor, fixado num máximo de 10% do valor das responsabilidades com serviços passados ou do
valor dos activos do fundo, dos dois o mais elevado. Em 31 de Dezembro de 2009 não existem
desvios actuariais em excesso sobre o limite do corredor.
Os custos com benefícios de saúde têm um impacto significativo no custo com pensões. A assistência
médica dos trabalhadores da Unicre está assegurada por um Serviço de Assistência Médico-Social
(SAMS) que constitui uma entidade autónoma, e que é dotada pelas contribuições fixadas por
negociação entre os bancos e entidades sindicais. Desta forma, a taxa de contribuições para aquele
sistema de assistência não pode variar de forma unilateral, dependendo de acordo entre as várias
entidades do sector bancário, e não directamente da variação anual do crescimento do custo dos
cuidados médicos.
Outros benefícios de longo prazo – Prémio de Antiguidade
Nos exercícios de 2009 e 2008 as responsabilidades com serviços passados com outros benefícios
apresentam o seguinte detalhe:
Reformados n.a. n.a.
Empregados no activo 1.120 1.130
Responsabilidades por serviços passados 1.120 1.130
20082009
O movimento referente a responsabilidades com serviços passados de outros benefícios a
empregados, ocorrido nos exercícios de 2009 e 2008 foi o seguinte:
Milhares de Euros
2009 2008
Responsabilidades no inicio do exercício 1.130 1.187
Custo dos serviços correntes 60 70
Custo dos juros 61 58
(Ganhos) e perdas actuariais (46) (107)
Valores pagos (85) (77)
Outros -
Responsabilidades no fim do exercício 1.120 1.130
Prémio de Antiguidade
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Nos exercícios de 2009 e 2008, as demonstrações financeiras registam na rubrica de custos com
pessoal os seguintes valores relacionados com outros benefícios a empregados de longo prazo (Nota
22):
Milhares de Euros
2009 2008
Custo do ano 121 128
Desvios actuariais (46) (107)
Custos do ano com outros benefícios 73 21
15. CAPITAL
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o capital da Unicre estava representado por 2.000.000 acções
escriturais com um valor nominal de 5 Euros cada, integralmente subscritas e realizadas, não tendo
sido registada qualquer alteração na estrutura accionista que se apresenta como segue:
Percentagem (%)
Montante (milhares euros)
Banco Comercial Português, S.A. 30,02 3.002
Banco Santander Totta, S.A. 18,09 1.809
Caixa Geral de Depósitos, S.A. 17,60 1.761
Banco BPI, S.A. 17,31 1.732
Banco Espírito Santo, S.A. 9,09 910
Caixa Económica Montepio Geral 2,84 284
Banco Internacional do Funchal, S.A. 1,43 144
Banco Bilbao & Vizcaya (Argentaria), S.A. 0,78 78
Finibanco, S.A. 0,29 29
Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. 0,29 29
Barclays Bank, S.A. 0,29 29
BNP Paribas, S.A. 0,29 29
BPI – Banco Português de Investimento, S.A. 0,29 29
Banco Popular de Portugal 0,29 29
Banco do Brasil, S.A. 0,29 29
Banco Português de Negócios, S.A. 0,29 29
Banco Activo Bank, S.A. 0,29 29
99,81 9.981
Unicre (Acções Próprias) 0,19 19
Capital 100,00 10.000
Estrutura Accionista
Dez 2009
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RELATÓRIO E CONTAS2009
16. RESERVAS DE REAVALIAÇÃO
O movimento ocorrido nas reservas de reavaliação durante os exercícios de 2009 e 2008 foi o
seguinte:
Milhares de Euros
Saldo em 31 de Dezembro de 2007 478 (127) 351
Alienação de Activos Disponíveis para Venda (Nota 5) (440) - (440)
Valorização de Activos Disponíveis para Venda (Nota 5) 6.324 - 6.324
Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda (Nota 25) - 157 157
Impostos Correntes - Activos Disponíveis para Venda - (879) (879)
Saldo em 31 de Dezembro de 2008 6.362 (849) 5.513
Alienação de Activos Disponíveis para Venda - líquida Impostos (Nota 5) (2.429) 380 (2.049)
Valorização de Activos Disponíveis para Venda (Nota 5) 4.518 4.518
Impostos Diferidos - Activos Disponíveis para Venda (Nota 25) (1.421) (1.421)
Impostos Correntes - Activos Disponíveis para Venda 264 264
Saldo em 31 de Dezembro de 2009 8.451 (1.625) 6.825
Reservas de reavaliação
Reservas por impostos
Total
17. OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008
Reserva legal 10.168 7.599
Reservas Livres 17.188 10.036
Resultados Transitados 13.319 13.319
Outras Reservas e Resultados Transitados 40.675 30.954
De acordo com o disposto no artigo 97º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades
Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei 298/91, de 31 de Dezembro e alterado pelo Decreto-Lei nº
201/2002, de 25 de Setembro, a Unicre deverá destinar uma fracção não inferior a 10% dos lucros
líquidos apurados em cada exercício à formação de uma reserva legal, até um limite igual ao valor
do capital social ou ao somatório das reservas livres constituídas e dos resultados transitados, se
superior.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
A rubrica “Resultados transitados” inclui os impactos da adopção das NCA’s. Adicionalmente, inclui
também as reservas de reavaliação de outros activos tangíveis efectuadas nos termos da lei em
exercícios anteriores a 1 de Janeiro de 2005, decorrentes da evolução de índices gerais de preços,
líquidas dos respectivos impostos diferidos passivos no montante de mEuros 2.258. De acordo com a
legislação vigente, estas reservas não são distribuíveis aos accionistas podendo apenas ser utilizadas
em futuros aumentos do capital da Sociedade ou em outras situações especificadas na legislação.
18. JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES
Esta rubrica refere-se a juros debitados a utilizadores de Cartões emitidos pela Unicre (Revolving),
bem como a Juros de aplicações financeiras de curto prazo, com o seguinte detalhe:
Milhares de Euros
2009 2008
Cartões - Marca Unibanco 36.056 35.475
Cartões - Outras Marcas 1.254 1.337
Juros aplicações Financeiras 12 208
Juros e Rendimentos similares 37.322 37.020
19. JUROS E ENCARGOS SIMILARES
Esta rubrica refere-se aos juros de recursos obtidos em instituições de crédito no país com o
seguinte detalhe:
Milhares de Euros
2009 2008
"Hot moneys" 5.328 7.395
Descobertos bancários 25 152
Empréstimos a médio e longo prazo 1.099 1.352
Juros e Encargos similares 6.452 8.899
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RELATÓRIO E CONTAS2009
20. RENDIMENTOS E ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES
Estas rubricas têm a seguinte composição:
Milhares de Euros
2009 2008
Comissões recebidas
Descontos obtidos de comerciantes
Facturação no país 166.986 167.862
Facturação no estrangeiro 2.299 3.013
Taxas de serviço 19.423 20.628
Anuidades 5.096 5.518
Outros (54) 694
Rendimentos com serviços e comissões 193.750 197.715
Comissões pagas
Encargos com membros emissores de cartões 137.692 136.740
Comissões de Cash advance 6.537 6.309
Comissões por serviços bancários 406 243
Comissões por angariação cartões 1.620 1.282
Cash back pagos a titulares de cartões 479 375
Encargos com serviços e comissões 146.734 144.949
Pelo serviço de Acquiring a Unicre recebe dos comerciantes uma comissão calculada como um
desconto sobre o valor pago através dos cartões, encontrando-se a mesma registada em “Comissões
recebidas – Descontos obtidos de comerciantes”. Por outro lado encontram-se registadas em
“Comissões pagas – Encargos com membros emissores de cartões”, as Interchange fees pagas aos
emissores de cartões.
Na sua actividade enquanto representante de marcas internacionais e enquanto emissor de cartões,
a Unicre cobra aos Sistemas Internacionais e aos seus clientes, respectivamente, taxas de serviço
pelos levantamentos efectuados em Cash Advance na rede de ATMs e aos balcões dos bancos,
registados em proveitos na rubrica de “Taxas de Serviço” e cujo valor, em 2009 ascendeu a mEuros
10.592 (2008: mEuros 12.614).
Da mesma forma, e como contrapartida, a rubrica de custos “Comissões de Cash Advance”, regista
os valores pagos pela Unicre aos bancos proprietários da rede ATM relativos às transacções de Cash
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Advance efectuadas por cartões por si emitidos e/ou representados, bem como pelos cartões
estrangeiros das marcas de que é acquirer.
Adicionalmente, a rubrica de “Taxas de Serviço” regista ainda o valor das comissões recebidas
relativas aos Crédito em Conta e Vendas a prestações, as quais no exercício de 2009 atingiram
mEuros 8.179(2008: mEuros 7.296).
21. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Milhares de Euros
2009 2008
Taxas de manutenção de POS 3.710 3.910
Prestação de serviços 1.520 1.541
Reembolso de despesas 519 1.067
Encargos debitados a clientes 1.841 1.665
Taxas de instalação e adesão 128 139
Receita mínima trimestral 627 605
Comparticipações apólice seguros 99 500
Prémio de apreensão de cartão 38 42
Outros 2.038 517
Outros proveitos de exploração 10.520 9.986
Facturação fraudulenta 309 767
Outros Impostos 308 332
Rendas de aluguer de viaturas 159 159
Quotizações 80 85
Donativos - 5
Outros custos de exploração 856 1.348
Outros resultados de exploração 9.664 8.638
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RELATÓRIO E CONTAS2009
22. CUSTOS COM PESSOAL
A rubrica “Custos com o pessoal” tem a seguinte composição:
Milhares de Euros
2009 2008
Empregados 8.674 8.945
Orgão de direcção e fiscalização 822 820
Salários e vencimentos 9.496 9.765
Empregados 603 1.168
Orgão de direcção e fiscalização 339 339
Bónus 942 1.507
Encargos com pensões de reforma
Custo do exercício (Nota 14) 2.134 2.120
Amortização Excesso Corredor (Nota 14) - 3.168
Outros 40 40
Encargos com outros benefícios de longo prazo
Subsidio de morte (Nota 14) 104 107
Prémio de antiguidade (Nota 14) 73 21
SAMS (Nota 14) 215 213
Caixa abono de familía 903 997
SAMS e Segurança Social 875 854
Seguro de Acidentes de Trabalho 61 62
Outros 109 174
Encargos sociais e outros custos com pessoal 4.514 7.756
14.953 19.028
Indemnizações contratuais e reestruturações(Nota 12) 389 1.757
Custos com pessoal 15.342 20.786
No exercício de 2009 e 2008 a rubrica “Indemnizações contratuais e reestruturações” inclui um
valor de mEuros 304 e mEuros 1.208, respectivamente, para fazer face a custos com processos de
restruturação em curso no final de cada exercício (ver nota 12). Adicionalmente, em 2009 e 2008,
esta rubrica incluía ainda mEuros 86 e mEuros 549 relativos a indemnizações por rescisão
contratual, os quais, em 2008 referentes aos colaboradores do anterior Centro de Segurança,
desactivado em final de 2008 por Outsourcing deste serviço à empresa Paywatch (ver nota 9). A
desactivação deste departamento explica parte da redução verificada nas rubricas de Salários e
vencimento e Bónus dos empregados
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RELATÓRIO E CONTAS2009
23. EFECTIVOS
Nos exercícios de 2009 e 2008, o efectivo médio anual e o número final de colaboradores ao serviço
da Unicre, por categorias profissionais, era o seguinte:
Nº médio de colaboradores Nº Final de colaboradores
2009 2008 Dez 09 Dez 08
Direcção e Administração 15 15 13 15
Chefias 20 22 19 22
Funções específicas 79 77 80 76
Administrativos 134 152 133 136
Outros 10 10 10 10
Efectivos 258 276 255 259
2009 2008 Dez 09 Dez 08
Grupo I 248 266 245 249
Grupo II 1 1 1 1
Grupo III 9 9 9 9
Efectivos 258 276 255 259
A diferença significativa registada entre o número médio de colaboradores e o de final do ano de
2008, prende-se, conforme mencionado na nota anterior, com a desactivação no final daquele ano
do Centro de Segurança (Nota 9).
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RELATÓRIO E CONTAS2009
24. GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:
Milhares de Euros
2009 2008
Serviços Informáticos 12.772 13.057
Comissão do serviço do banco de apoio 8.793 8.869
Auditorias, Estudos e consultas 2.197 1.368
Publicidade e edição de publicações 2.060 2.713
Comunicação 2.019 2.691
Licenças 1.193 1.089
Seguros 837 874
Conservação e reparação 1.006 1.104
Impressos e material 405 918
Mão de obra 2.127 1.419
Avenças e Honorários 581 441
Deslocações, estadas e representação 460 486
Rendas e alugueres 149 211
Despesas judiciais e Outsourcing Contencioso 1.178 1.115
Outros 3.083 3.167
Gastos gerais administrativos 38.860 39.522
Os custos incluídos nas rubricas de “Serviços Informáticos” incluem nomeadamente os custos
inerentes ao funcionamento da rede de comerciantes, entre os quais se destacam a utilização dos
meios informáticos da SIBS, que compreendem o sistema central de processamento de operações e
o apoio nas transacções efectuadas por POS.
A rubrica “Comissão de serviço do banco de apoio” refere-se a custos suportados na Unicre que se
destinam a reembolsar os bancos pelos custos com a promoção do negócio da Redunicre.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
25. IMPOSTOS SOBRE OS LUCROS
Nos exercícios de 2009 e 2008, o custo com impostos sobre lucros reconhecidos em resultados,
bem como a carga fiscal imputada apresenta o seguinte detalhe:
Milhares de Euros
2009 2008
Imposto corrente 5.196 8.089
Registo e reversão de diferenças temporárias em:
. Activos por impostos diferidos 302 (739)
. Passivos por impostos diferidos (740) (740)
Impostos diferidos (438) (1.479)
Total de imposto registado em resultados 4.758 6.610
Lucro do exercício antes de impostos 19.911 32.300
Carga fiscal 23,90% 20,46%
A reconciliação entre a taxa nominal de imposto e a taxa efectiva verificada nos exercícios de
2009 e 2008, bem como a reconciliação entre o custo / proveito de imposto e o produto do
lucro contabilístico pela taxa nominal de imposto, pode ser analisada como se segue:
Milhares de Euros
Resultado antes de imposto 19.911 32.300
Imposto apurado com base na taxa de imposto corrente 26,50% 5.276 26,50% 8.560
Reforço de provisões não dedutíveis 0,00% - 0,16% 52
Redução provisões tributadas -0,97% (193) 0,00% -
Provisões para crédito 0,00% - -0,17% (54)
Custos com pensões não aceites 0,40% 80 0,37% 118
Mais valias contabilísticas e fiscais -1,36% (271) 0,00% -
Realizações de utilidade social não dedutíveis 0,04% 7 0,02% 6
Benefícios fiscais 0,00% - -0,04% (14)
Benefícios fiscais - Dividendos EU 0,00% - -6,46% (2.085)
Efeito Método Equivalência Patrimonial -0,24% (47)Outros custos/(proveitos) não dedutíveis 0,13% 26 -0,05% (16)Tributação autónoma 0,21% 41 0,13% 42
Excesso estimativa IRC exercicios anteriores -0,81% (161)Imposto registado em resultados 23,90% 4.758 20,46% 6.609
2009Taxa de imposto
Valor
2008
ValorTaxa de imposto
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RELATÓRIO E CONTAS2009
A carga fiscal imputada paga e a pagar nos exercícios de 2009 e 2008 apresenta o seguinte detalhe:
Milhares de Euros
Imputada 5.196 8.968
Paga (5.518) 5.199
A pagar/(A receber) (332) 3.930
2009 2008Carga Fiscal
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, as rubricas “Activos por impostos” e “Passivos por impostos”
têm a seguinte composição:
Milhares de Euros
Descrição Dez 09 Dez 08
Activos por impostos correntes
IRC a recuperar 332 -
Activos por impostos diferidos
Por diferenças temporárias 4.284 4.626
Activos por impostos 4.616 4.626
Passivos por impostos correntes
IRC a pagar - 3.930
Passivos por impostos diferidos
Por diferenças temporárias 1.859 1.600
Passivos por impostos 1.859 5.530
O movimento a nível do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) – Imposto Corrente
durante os exercícios de 2009 e 2008 foi o seguinte:
Milhares de Euros
Saldo
Em 31 de Dezembro de 2007 2.239
Pagamentos realizados no exercício
- Relativos ao exercício anterior (2.078)
- Pagamentos por conta (5.199)
Dotação para impostos sobre lucros
- Registados em resultados 8.089
- Registados em reservas 879
Em 31 de Dezembro de 2008 3.930
Pagamentos realizados no exercício
- Relativos ao exercício anterior (3.662)
- Pagamentos por conta (5.518)
- Outros movimentos de regularização (278)
Dotação para impostos sobre lucros
- Registados em resultados 5.196
Em 31 de Dezembro de 2009 (332)
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RELATÓRIO E CONTAS2009
O excesso de estimativa de imposto gerado em cada período permanece nesta rubrica, sendo
anulado após a revisão das autoridades fiscais do exercício em causa.
Os activos e passivos por impostos diferidos correspondem ao valor do imposto a recuperar e a pagar
em períodos futuros resultante de diferenças entre o valor de um activo ou passivo no balanço e a
sua base de tributação. Os impostos diferidos foram calculados com base nas taxas fiscais
decretadas para o período em que se prevê que seja realizado o respectivo activo ou passivo.
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o valor dos activos e passivos por impostos diferidos é o
seguinte:
Milhares de Euros
2009 2008
Activos 4.284 4.626
Passivos (1.859) (1.600)
Impostos diferidos 2.425 3.026
Registados por contrapartida de:
Outras reservas e resultados transitados 2.996 1.517
Reservas de reavaliação (1.009) 30Resultado do exercício 438 1.479Impostos diferidos 2.425 3.026
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RELATÓRIO E CONTAS2009
O movimento nos impostos diferidos registados no exercício de 2009 apresenta a seguinte composição:
Dez 2008Custo do periodo
Reposições/ utilizações
Regulari-zações
Dez 2009
Provisões para crédito 8.298 - - - 8.298
Reestruturações 1.188 304 (1.091) - 401Incentivos para terminais EMV e outras 950 (840) - 110Imparidade em imóveis 514 - (15) - 499
Outras provisões não dedutíveis fiscalmente 2.650 304 (1.947) - 1.007
Reformas antecipadas 2.717 1.276 (771) - 3.222Cuidados médicos pós emprego 1.519 - (49) - 1.470Subsídio por morte 974 104 - - 1.078Prémio de antiguidade 1.130 73 (130) - 1.073
Outros 14 - - - 14
Reavaliação de activos disponíveis para venda - Menos valia potencial 153 (153) (0)Benefícios a empregados de longo prazo e Outras dif temporárias 6.507 1.453 (1.102) - 6.858
Diferenças temporárias que originam activos por impostos diferidos 17.455 1.757 (3.049) - 16.163
Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos
Reavaliação de activos imobilizados (444) 14 - - (430)Reavaliação de activos disponíveis para venda - Mais valia potencial (35) - - (3.772) (3.807)Amortização do impacto do IAS 19 nos termos do Aviso nº 4/2005 (5.558) - 2.779 - (2.779)
Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos (6.037) 14 2.779 (3.772) (7.016)
Milhares de Euros
Descrição
Base
Milhares de Euros
Imposto diferido Capital e resultado do exercício
Dez 2008Custo do periodo
Reposições/ utilizações
Regulari-zações
Dez 2009Result. do exercício
Resultados Transitados
Reserv. de reavaliação
Provisões para crédito 2.200 - - - 2.200 - - -
Pensões e Outros Encargos similares
Reestruturações 315 81 (289) - 107 (209) - -
Incentivos para terminais EMV e outras 252 - (223) - 29 (223) - -
Imparidade em imóveis 136 - (4) - 132 (4) - -Outras provisões não dedutíveis fiscalmente 703 81 (516) - 268 (436) - -
Reformas antecipadas 720 338 (204) - 854 134 - -
Cuidados médicos pós emprego 403 - (13) - 390 (13) - -
Subsídio por morte 258 28 - - 286 28 - -
Prémio de antiguidade 299 19 (34) - 284 (15) - -
Outros 4 - - - 4 - - -
Reavaliação de activos disponíveis para venda - Menos valia potencial 41 - (41) - - - - (41)Benefícios a empregados de longo prazo 1.724 385 (292) - 1.817 134 - (41)Diferenças temporárias que originam activos por impostos diferidos 4.626 466 (808) - 4.285 (302) - (41)
Reavaliação de activos imobilizados (118) 4 - - (114) 4 - -
Reavaliação de activos disponíveis para venda (9) - - (998) (1.007) - - (998)
Amortização do impacto do IAS 19 nos termos do Aviso nº 4/2005 (1.473) - 736 - (737) 736 - -Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos (1.600) 4 736 (998) (1.857) 740 - (998)
3.026 470 (72) (998) 2.427 438 - (1.039)
Descrição
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RELATÓRIO E CONTAS2009
O movimento nos impostos diferidos registados no exercício de 2008 apresenta a seguinte composição:
Descrição Dez 2007Custo do exercício
Reposições/ utilizações
Regulari-zações
Dez 2008
Provisões para crédito 5.642 1.940 - 716 8.298
Reestruturações 901 1.208 (921) - 1.188Incentivos para terminais EMV e outras 1.192 10 (252) - 950
Imparidade em imóveis 544 - (30) - 514Outras provisões não dedutíveis fiscalmente 2.635 1.218 (1.203) - 2.650
Reformas antecipadas 2.623 706 (612) - 2.717
Cuidados médicos pós emprego 1.549 - (30) - 1.519
Subsídio por morte 867 107 - - 974Prémio de antiguidade 1.187 21 (78) - 1.130
Outros 14 - - - 14
Reavaliação de activos disponíveis para venda - Menos valia potencial - 153 153Benefícios a empregados de longo prazo 6.240 834 (720) 153 6.507
Diferenças temporárias que originam activos por impostos diferidos 14.517 3.992 (1.923) 869 17.455
Reavaliação de activos imobilizados (458) 14 - - (444)Reavaliação de activos disponíveis para venda - Mais valia potencial (477) - - 442 (35)
Amortização do impacto do IAS 19 nos termos do Aviso nº 4/2005 (8.337) - 2.779 - (5.558)
Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos (9.272) 14 2.779 442 (6.037)
Milhares de Euros
Milhares de Euros
Imposto diferido Capital e resultado do exercício
Dez 2007Custo do exercício
Reposições/ utilizações
Regulari-zações
Dez 2008Result. do exercício
Resultados Transitados
Reserv. de reavaliação
Provisões para crédito 1.495 514 - 191 2.200 705 - -
Pensões e Outros Encargos similares
Reestruturações 239 320 (244) - 315 76 - -
Incentivos para terminais EMV e outras 316 3 (67) - 252 (64) - -
Imparidade em imóveis 144 - (8) - 136 (8) - -Outras provisões não dedutíveis fiscalmente 699 323 (319) - 703 4 - -
Reformas antecipadas 695 187 (162) - 720 25 - -
Cuidados médicos pós emprego 410 - (8) - 403 (8) - -
Subsídio por morte 230 28 - - 258 28 - -
Prémio de antiguidade 315 6 (21) - 299 (15) - -
Outros 4 - - - 4 - - -
Reavaliação de activos disponíveis para venda - Menos valia potencial - - - 41 41 - 41
Benefícios a empregados de longo prazo 1.654 221 (191) 41 1.724 30 - 41Diferenças temporárias que originam activos por impostos diferidos 3.847 1.058 (510) 231 4.626 739 - 41
Reavaliação de activos imobilizados (121) 4 - - (118) 4 - -
Reavaliação de activos disponíveis para venda (126) - - 117 (9) 117
Amortização do impacto do IAS 19 nos termos do Aviso nº 4/2005 (2.209) - 736 - (1.473) 736 - -
Diferenças temporárias que originam passivos por impostos diferidos (2.457) 4 736 117 (1.600) 740 - 117
1.390 1.062 227 348 3.026 1.479 - 158
Descrição
De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais podem ser objecto de revisão por parte
da Administração Fiscal durante quatro anos (cinco no caso da Segurança Social). Em 31 de
Dezembro de 2009 estão pendentes de revisão as declarações fiscais da Unicre respeitantes aos anos
de 2008 e 2009 (esta última ainda não submetida). Dada a natureza das eventuais correcções que
poderão ser efectuadas, não é possível quantificá-las neste momento. No entanto, na opinião do
Conselho de Administração da Unicre, não é previsível que qualquer liquidação adicional,
relativamente aos exercícios acima referidos, seja significativa para as demonstrações financeiras
anexas.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
26. REQUISITOS DE CAPITAL
Desde a sua transformação em Instituição Financeira de Crédito (IFIC) em 1 de Janeiro de 2006, a
Unicre passou a ter de observar, em permanência, os requisitos de capital regulatório estipulados
pelo Banco de Portugal, os quais são calculados de acordo com Aviso 16/2004, de Agosto de 2004.
De referir que o rácio de adequação de fundos próprios totais mínimo é de 8%, pelo que os fundos
próprios exigidos pelo Banco de Portugal são inferiores aos apresentados pela Unicre.
Durante o exercício de 2008 a Unicre, em conformidade com a legislação em vigor, passou a
calcular os seus requisitos de capital em conformidade com as regras de Basileia II, utilizando para o
efeito o método Padrão para cálculo dos requisitos de Risco de Crédito e o Método do indicador
Básico para a estimativa das necessidades para risco Operacional.
Em 31 de Dezembro de 2009 os Fundos Próprios da Unicre (não considerando o resultado líquido do
exercício), ascendiam a 55 milhões de euros (2008: 42 milhões de euros), correspondendo a uma
folga face aos requisitos mínimos que ascende a 24 milhões de euros (2008: 10 milhões de euros) e
detalham-se como segue:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008
Fundos próprios de base 44.453 36.998
Fundos próprios complementares 10.165 4.876
Total dos Fundos próprios 54.618 41.875
Requisitos totais 30.649 31.577
Risco de Crédito 16.635 17.410
Risco Operacional 14.014 14.167
Rácio de adequação de fundos próprios totais 14,26% 10,61%
Rácio de adequação de fundos próprios de base 11,60% 9,37%
Rácio de adequação de fundos próprios complementares 2,65% 1,24%
O aumento do rácio de fundos próprios totais em Dezembro de 2009 face ao ano anterior deve-se,
essencialmente à parcela dos resultados líquidos de 2008 retidos (fundos próprios de base), e ainda
ao aumento das reservas de Justo valor de activos disponíveis para venda, que também contribuem
em 45% para os elementos próprios complementares.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
27. JUSTO VALOR E RISCOS FINANCEIROS
JUSTO VALOR
Em 31 de Dezembro de 2009, o justo valor dos instrumentos financeiros pode ser resumido conforme
quadro seguinte:
Milhares de Euros
Valor
Contabilístico
(Líquido)
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 14 - 14 14 -
Disponibilidades em outras instituições de crédito 124 - 124 124 -
Activos financeiros disponíveis para venda 8.455 - 8.455 8.455 -
Aplicações em Instituições de Crédito 20.300 20.305 20.305 5
Crédito a clientes 244.187 - 247.844 247.844 3.656
Activos 273.081 - 276.742 276.742 3.661
Recursos de outras instituições de crédito 161.467 162.680 162.680 (1.213)Passivos 161.467 - 162.680 162.680 (1.213)
Justo valor dos instrumentos financeiros 111.614 - 114.062 114.062 2.448
Diferenças de valorização de activos financeiros reconhecidas em reservas de reavaliação 8.451
Total 10.899
Metodologia de apuramento do Justo valor
31 Dezembro 2009
Cotações em
mercado activo
Técnicas de Valorização
Total justo valor
Diferença
Em 31 de Dezembro de 2008, o Justo valor dos instrumentos financeiros pode ser resumido
conforme quadro seguinte:
Milhares de Euros
Valor
Contabilístico
(Líquido)
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 35 - 35 35 -
Disponibilidades em outras instituições de crédito 179 - 179 179 -
Activos financeiros disponíveis para venda 6,366 - 6,366 6,366 -
Crédito a clientes 266,932 - 270,405 270,405 3,473
Activos 273,512 - 276,985 276,985 3,473
Recursos de outras instituições de crédito 167,788 168,248 168,248 (460)
Passivos 167,788 - 168,248 168,248 (460)
Justo valor dos instrumentos financeiros 105,724 - 108,737 108,737 3,013
Diferenças de valorização de activos financeiros reconhecidas em reservas de reavaliação 6,362
Total 9,375
DiferençaTécnicas de Valorização
Metodologia de apuramento do Justo valor
31 Dezembro 2008
Cotações em mercado
activo
Total justo valor
Sempre que possível, na determinação do Justos valores foram utilizadas cotações em mercados activos.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Contudo, em determinados tipos de instrumentos financeiros, como por exemplo crédito a clientes,
não existe actualmente um mercado activo em Portugal com transacções similares, pelo que se
utilizaram técnicas de valorização internas. Estas baseiam-se na actualização dos fluxos de caixa de
capital e juros esperados no futuro, considerando-se que ocorrem nas datas contratualmente
definidas. A taxa de desconto utilizada incorpora as taxas de mercado para os respectivos prazos
residuais e o spread da empresa, incorporando o risco de crédito. Os resultados obtidos são
influenciados pelos parâmetros utilizados, os quais incorporam algum grau de subjectividade,
nomeadamente o spread de risco de crédito, e ignoram factores como o desenvolvimento futuro do
negócio.
Desta forma, os valores apresentados (i) não correspondem ao valor de realização num cenário de
venda ou liquidação, (ii) não podem ser entendidos como uma estimativa do valor económico da
empresa e (iii) poderiam ser diferentes caso tivessem sido utilizados outros pressupostos.
Durante os exercícios de 2009 e 2008, as variações ao justo valor de instrumentos financeiros
ocorreram na rubrica de Activos financeiros disponíveis para venda e foram registadas por
contrapartida da Reservas de Reavaliação, conforme evidenciado na demonstração de alterações ao
capital próprio.
De referir ainda que, nos exercícios de 2009 e 2008, não foram desreconhecidos quaisquer
instrumentos financeiros para os quais não fosse possível apurar, de forma fiável, o seu justo valor,
pelo que o impacto em resultados foi nulo.
RISCO DE CRÉDITO
Um dos principais riscos da actividade da Empresa encontra-se associado ao crédito concedido,
nomeadamente através da utilização dos cartões de crédito por si emitidos.
O risco de crédito resulta da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes do
incumprimento do Cliente relativamente às obrigações contratuais estabelecidas com a Unicre no
âmbito da sua actividade creditícia.
O controlo desse risco começa no próprio processo de atribuição do crédito.
A avaliação do risco de crédito é efectuada tendo em conta os resultados obtidos do modelo de
scoring utilizado pela Unicre que efectua de forma automática uma pré-atribuição de limites de
crédito e de graus de risco com base na avaliação da realidade económica social de cada Cliente.
As actividades de acompanhamento e de controlo têm como objectivo quantificar e controlar o risco
de crédito, permitindo a definição antecipada de medidas concretas para situações específicas que
indiciem agravamento de risco, bem como estratégias globais de gestão da carteira de crédito.
Saliente-se também a existência do Conselho de Crédito, que tem por missão optimizar a gestão do
crédito, avaliando, propondo e dando parecer sobre metodologias, políticas, procedimentos e
138 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
instrumentos de avaliação do comportamento da carteira de crédito, sobre planos de acções
correctivas e de implementação das medidas adequadas, bem como de um Normativo Interno de
Crédito que integra, num único documento, a regulamentação em matéria de concessão,
acompanhamento e recuperação de crédito.
Com o objectivo de reforçar a importância dada pela Unicre às medidas de controlo do risco de
crédito, um rácio de qualidade do crédito está presente como indicador de desempenho do sistema
de incentivos existente na empresa.
Em 31 de Dezembro de 2009 a exposição máxima ao risco de crédito pode ser resumida como segue:
Milhares de Euros.
Provisões
Patrimonais
Crédito a clientes 265.778 30.464 235.314
Valor Contabilístico Bruto
Valor Contabilístico Líquido
Em 31 de Dezembro de 2008 a exposição máxima ao risco de crédito pode ser resumida como segue:
Milhares de Euros.
Provisões
Patrimonais
Crédito a clientes 279.344 21.643 257.701
Valor Contabilístico Líquido
Valor Contabilístico Bruto
De referir que não existem linhas de crédito concedidas irrevogáveis, nem outro tipo de garantias
registadas extrapatrimonialmente, não sendo relevantes os colaterais recebidos como garantia do
crédito concedido, que é esmagadoramente atribuído a particulares.
139 de 149
RELATÓRIO E CONTAS2009
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o crédito e juros vencidos, apresenta a seguinte decomposição,
por classe de incumprimento:
Milhares de Euros
Dez 2009 Dez 2008 Dez 2009 Dez 2008 Dez 2009 Dez 2008 Dez 2009 Dez 2008 Dez 2009 Dez 2008
Crédito vencido 681 5.358 9.996 5.512 15.304 9.188 9.636 5.252 35.617 25.311
Juros vencidos a regularizar 1.096 846 - - - - - - 1.096 846
Valores Brutos 1.777 6.204 9.996 5.512 15.304 9.188 9.636 5.252 36.713 26.157
Provisões específicas 27 93 2.499 1.378 9.429 5.687 9.636 5.252 21.591 12.410
Valores Líquidos 1.750 6.111 7.497 4.134 5.875 3.501 - - 15.122 13.748
TotalAté 3 meses De 3 a 6 meses De 6 a 12 meses Mais de 13 meses
Para além da provisão para crédito e juros vencidos acima indicada, em 31 de Dezembro de 2009 e
2008 a Unicre tem registada uma provisão para riscos gerais de crédito, no montante de mEuros
8.873 e mEuros 9.233, respectivamente (Nota 12).
RISCO DE MERCADO
O risco de mercado consiste genericamente na variação potencial do valor de um activo financeiro
em virtude de variações não antecipadas dos níveis da taxa de juro, taxas de câmbio, níveis de
preços no mercado accionista, metais ou outros “commodities”.
A actual exposição da Unicre à flutuação dos mercados bolsistas é limitada, quer pela sua reduzida
expressão numérica, quer pelo carácter estratégico das participações. Da mesma forma, e por
serem de montante irrelevante os activos e passivos em moeda estrangeira, o risco cambial é
desprezível.
O principal activo da Unicre é a carteira de crédito sobre clientes (essencialmente a titulares de
cartões por si emitidos), sendo o risco de taxa de juro aquele que apresenta maior relevo,
incrementado pelo alargamento da oferta de crédito, nomeadamente no alargamento dos prazos de
reembolso.
A avaliação e acompanhamento do risco de taxa de juro é feita através do conceito de modified
duration e do mismatch entre a variação esperada do valor da carteira de activos e a variação
esperada dos passivos face a uma deslocação da curva de taxas de juro de mercado, estando
estabelecidos limites máximos de exposição os quais correspondem a 0,1% do Valor de mercado dos
activos. Em 31 de Dezembro de 2009 o impacto de uma subida de 1% nas taxas de juro nos activos e
passivos da Unicre ascendia a 219 mil euros - negativos (2008: 405 mil euros - negativos).
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RELATÓRIO E CONTAS2009
RISCO DE LIQUIDEZ
A Unicre financia-se com capitais próprios, mas essencialmente, por recurso ao mercado monetário
através de financiamentos de curto prazo e em contas correntes, no quadro de protocolos
estabelecidos com os principais bancos da praça. Em 2007 iniciou o recurso a financiamento de
médio prazo com taxa fixa.
A gestão corrente do funding está suportada em previsões de fluxos de tesouraria e é efectuada de
molde a evitar riscos excessivos ao nível de deterioração de spreads ou escassez de fundos, estando
estabelecidos limites máximos de exposição temporal.
Diariamente são controlados os valores dos saldos das contas correntes, garantindo que existe saldo
positivo mas residual para os bancos com os quais a Unicre não tem acordos de financiamento e
optimizando as restantes contas bancárias, face às condições contratuais das diferentes entidades
bancárias.
Mensalmente, a posição dos financiamentos obtidos é analisada pelo Conselho de Administração.
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os prazos contratuais residuais dos passivos financeiros
apresentam a seguinte estrutura:
Milhares de Euros.
Prazos residuais - 2009
à vista até 3 meses de 3 meses de 1 ano de 3 anos Indeterminado Total
a 1 ano a 3 anos a 5 anos
Passivos
Recursos de outras instituições de crédito - 88.280 42.667 30.520 - - 161.467
- 88.280 42.667 30.520 - - 161.467
Milhares de Euros.
Prazos residuais - 2008
à vista até 3 meses de 3 meses de 1 ano de 3 anos Indeterminado Total
a 1 ano a 3 anos a 5 anos
Passivos
Recursos de outras instituições de crédito - 119.855 27.786 20.147 - - 167.788
- 119.855 27.786 20.147 - - 167.788
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RELATÓRIO E CONTAS2009
28. PARTES RELACIONADAS
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, as entidades relacionadas da Unicre são as seguintes:
Accionistas com participação superior a 10%
Grupo Banco Comercial Português Portugal 30,02% 30,31%
Grupo Santander Totta Portugal 18,09% 18,09%
Grupo Caixa Geral de Depósitos Portugal 17,60% 17,60%
Grupo Banco BPI Portugal 17,59% 17,59%
Empresas filiais e associadas
Consulprest - Sociedade Prestadora Portugal 100% 100%
de Serviços de Consultoria, Lda.
Paywacth - Serv. Integrados de Segurança em Pagamentos, SA
Portugal 40% 40%
Membros do Conselho de Administração da Unicre
António Palma Ramalho - Presidente
Amadeu Ferreira de Paiva - Vogal
Vasco Manuel da Silva Pereira - Vogal
Membros do Conselho de Fiscal da Unicre
Rogério Fernandes Ferreira - Presidente até 17 Dezembro 2008
José Gomes Pedro - Presidente após 18 Dezembro 2008
(anteriormente vogal)
Ludovico Morgado Cândido - Vogal
António Manuel Luna Vaz - Vogal (a partir de 12 Março 2009)
Paulo Alexandre Rosa Pereira Antunes - Vogal Suplente(Interino entre 18 Dezembro 2008 e 11 de Março 2009)
Fundo de pensões de Colaboradores da Unicre
Fundo de pensões Unicre Portugal
SedeNome da entidade relacionadaParticipação
directaParticipação
efectiva
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, o montante global dos activos e passivos relativos a operações
realizadas com entidades relacionadas da Unicre pode ser resumido da seguinte forma:
Milhares de Euros
2009
Accionistas part. Emp filiais esup. 10% associadas
Investimentos em Associadas - 402 402
Outros Activos 10 1 11
Activos 10 403 413
Recursos de Outras Instituições de Crédito 108.059 - 108.059
Juros a pagar 1.837 - 1.837
Outros Passivos 1.841 89 1.930Passivos 111.738 89 111.827
Milhares de Euros
2008
Accionistas part. Emp filiais e
sup. 10% associadas
Investimentos em Associadas - 225 225
Outros Activos 27 72 99Activos 27 297 324
Recursos de Outras Instituições de Crédito 119.659 - 119.659
Juros a pagar 1.520 - 1.520
Outros Passivos 1.529 188 1.716Passivos 122.707 188 122.896
Total
Total
Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 não existiam quaisquer saldos a pagar ou a receber dos
membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal da Unicre, para além dos relativos à
utilização corrente dos respectivos cartões de crédito e da especialização do bónus anual relativo ao
desempenho do exercício de 2009, tendo os membros destes órgãos auferido, durante aqueles
exercícios, uma remuneração total de mEuros 1.161 e mEuros 1.159, respectivamente em 2009 e
2008 (Nota 22). Adicionalmente, foram registados encargos com pensões de reforma e outros
benefícios pós-emprego concedidos a actuais membros do Conselho de Administração, no valor de
mEuros 78 (2008: mEuros 77).
A remuneração dos membros do Conselho de Administração, exclusivamente constituído por 3
administradores executivos, bem como do Conselho Fiscal, é deliberada pela Comissão de
Remunerações, a qual é constituída por 3 representantes dos accionistas.
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RELATÓRIO E CONTAS2009
28. PARTES RELACIONADAS (informação adicional)
Na sequência e em cumprimento do previsto na Lei nº 28/2009 de 19 de Junho, vem o Conselho de
Administração da Unicre complementar a informação constante na Nota 28 – Partes Relacionadas
das notas às Demonstrações Financeiras da Unicre relativas ao exercício de 2009.
Assim, indicam-se de seguida as remunerações individuais recebidas pelos membros do órgão de
administração e de fiscalização da Unicre em 2009:
Milhares de Euros.
VencimentoSubsidios e Outros
Remuneração Variável
Total
António Palma Ramalho 301 2 129 432
Amadeu Ferreira de Paiva 245 2 105 352
Vasco Manuel da Silva Pereira 245 2 105 352
Total do Conselho de Administração 791 6 339 1.136
José Gomes Pedro 11 - - 11
António Manuel Luna Vaz 6 - - 6
Ludovico Morgado Cândido 7 - - 7
Total do Conselho Fiscal 24 - - 24
Remuneração Fixa
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RELATÓRIO E CONTAS2009
Durante o exercício de 2009 foram liquidados ao Fundo de Pensões da Unicre mEuros 99 relativos a
comissão de gestão (mEuros 127 no exercício de 2008) e efectuada uma dotação financeira para o
fundo no valor de mEuros 1.191 (mEuros 6.521 no exercício de 2008- Nota 14).
Nos exercícios de 2009 e 2008, o montante global dos custos e proveitos relativos a operações realizadas com entidades relacionadas da Unicre pode ser resumido da seguinte forma:
Milhares de Euros.
Accionistas part. Emp filiais e
sup. 10% associadas
Rendimentos Instrumentos de capital 176 176
Outros resultados de exploração 164 133 164
Proveitos 164 309 340
Juros e encargos similares 4.396 - 4.396
Comissões suportadas 93.135 - 93.135
Comissões bancárias 278 - 278
Gastos gerais administrativos 4.809 689 5.497
Custos 102.618 689 103.306
Milhares de Euros.
Accionistas part. Emp filiais e
sup. 10% associadas
Outros resultados de exploração 159 - 159
Proveitos 159 - 159
Juros e encargos similares 6.371 - 6.371
Comissões suportadas 87.682 - 87.682
Comissões bancárias 152 - 152Gastos gerais administrativos 4.878 954 5.831
Custos 99.083 954 100.035
2009
Total
2008
Total
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RELATÓRIO E CONTAS2009
9. CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS
CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS
(Montantes expressos em milhares de Euros – mEuros)
Introdução
1. Examinámos as demonstrações financeiras anexas da Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. (Unicre), as quais compreendem o Balanço em 31 de Dezembro de 2009 que evidencia um total de mEuros 298.563 e capitais próprios de mEuros 72.410, incluindo um resultado líquido de mEuros 15.153, as Demonstrações do Rendimento Integral, dos Resultados, de Alterações no Capital Próprio e dos Fluxos de Caixa no exercício findo naquela data e o correspondente Anexo.
Responsabilidades
2. É da responsabilidade do Conselho de Administração da Unicre a preparação de demonstrações financeiras que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira da Unicre, o rendimento integral das suas operações, as alterações no seu capital próprio e os seus fluxos de caixa, bem como a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados e a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado. A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional e independente, baseada no nosso exame daquelas demonstrações financeiras.
Âmbito
3. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras estão isentas de distorções materialmente relevantes. Este exame incluiu a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e informações divulgadas nas demonstrações financeiras e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação. Este exame incluiu, igualmente, a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas e a sua divulgação, tendo em conta as circunstâncias, a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade das operações e a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações financeiras. O nosso exame abrangeu também a verificação da concordância da informação financeira constante do Relatório de Gestão com as demonstrações financeiras. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião.
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Opinião
4. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras referidas no parágrafo 1 acima apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira da Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. em 31 de Dezembro de 2009, o rendimento integral das suas operações, as alterações no seu capital próprio e os seus fluxos de caixa no exercício findo naquela data, em conformidade com as Normas de Contabilidade Ajustadas emitidas pelo Banco de Portugal (Nota 2).
Lisboa, 12 de Fevereiro de 2010
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RELATÓRIO E CONTAS2009
10. RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL
RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL
Senhores Accionistas,
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a Lei e os estatutos, cumpre ao Conselho Fiscal submeter à vossa apreciação o seu Relatório e Parecer sobre os documentos de prestação de contas da Unicre-Instituição Financeira de Crédito (IFIC), SA relativos ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, preparadas com base nas NCA-Normas de Contabilidade Ajustadas.
O Conselho Fiscal acompanhou, como lhe compete, a evolução da gestão e dos resultados da sociedade, de forma sistemática ao longo do exercício de 2009, o qual se desenvolveu num contexto económico e financeiro particularmente adverso. Da nossa actuação ao longo do ano de 2009, queremos evidenciar, em particular, o seguinte:
a) A fim de acompanhar o Plano de Actividades aprovado para a Auditoria e Controlo Interno (ACI), reunimos com a responsável pela área com periodicidade mensal, e tomamos ainda conhecimento de intervenções pontuais que a natureza dessa função, muito naturalmente, determina;
b) Com vista à apreciação mensal das contas da empresa, reunimos com igual periodicidade com a responsável pela Direcção Financeira e de Meios;
c) Para análise pormenorizada da evolução da gestão, da informação financeira da sociedade e a comparação com o respectivo período homólogo do ano anterior, reunimos trimestralmente com o Conselho de Administração.
2. APRECIAÇÃO DO RELATÓRIO E CONTAS
O Conselho de Administração evidencia de forma rigorosa como decorreu a gestão da UNICRE no exercício de 2009 e está em consonância com as demonstrações Financeiras.
A sinistralidade verificada no exercício de 2009 conduziu a um forte acréscimo no valor absoluto das provisões (líquidas), com reflexos directos no resultado final, não obstante a contenção de custos.
3. PARECER
Tudo devidamente ponderado e tendo presente a Certificação Legal de Contas emitida por entidade independente é parecer do Conselho Fiscal que a Assembleia-Geral anual:
- aprove o Relatório de Gestão e as Contas do exercício de 2009, apresentadas pelo Conselho de Administração;
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- aprove a proposta de aplicação de resultados apresentada pelo Conselho de Administração.
Finalmente, expressámos ao Conselho de Administração e aos serviços da Unicre, o nosso agradecimento pela disponibilidade e colaboração com que nos distinguiram.
Lisboa, 17 de Fevereiro de 2010
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RELATÓRIO E CONTAS2009
11. FORMULÁRIO
RENDIBILIDADE DO ACTIVO MÉDIO – ROA -
(Resultado do Exercício após Impostos)/(Média dos valores trimestrais do activo líquido)
RENDIBILIDADE DOS CAPITAIS PRÓPRIOS MÉDIOS – ROE -
(Resultado do Exercício após Impostos)/(Média dos valores trimestrais dos capitais próprios excluindo o Resultado do Exercício)
CUSTOS DE FUNCIONAMENTO
Custos com Pessoal + Fornecimentos e Serviços de Terceiros
CUSTOS DE ESTRUTURA
Custos de Funcionamento + Amortizações
PRODUTO BANCÁRIO
Margem Financeira + Rendimento de títulos + Comissões Líquidas – Resultados de operações financeiras + Resultados em empresas associadas e filiais (se for em base consolidada) + Outros resultados de exploração.
COST TO INCOME
(Custos de Funcionamento)/(Produto Bancário)
COBERTURA DE CRÉDITO VENCIDO HÁ MAIS DE 90 DIAS
(Provisões para crédito vencido)/(Crédito vencido há mais de 90 dias)
RESULTADO OPERACIONAL
Produto Bancário - Custos de Estrutura
RESULTADO RECORRENTE
Resultado líquido corrigido do impacto de eventos não recorrentes
CRÉDITO COM INCUMPRIMENTO
Crédito vencido há mais de 90 dias + Crédito de cobrança duvidosa reclassificado como vencido para efeitos de provisionamento.
CRÉDITO COM INCUMPRIMENTO, LÍQUIDO
Crédito com incumprimento – (provisões para crédito vencido + Provisões para crédito de cobrança duvidosa)
CRÉDITO TOTAL, LÍQUIDO
Crédito total – (Provisões para crédito vencido + provisões para crédito de cobrança duvidosa)
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RÁCIO DE ADEQUAÇÃO FUNDOS PRÓPRIOS
(Fundos Próprios9)/(Requisitos de Fundos próprios10 X 12,5)
RÁCIO DE ADEQUAÇÃO DOS FUNDOS PRÓPRIOS DE BASE
(Fundos Próprios de base2)/(Requisitos de Fundos próprios3 X 12,5)
RÁCIO DE CRÉDITO COM INCUMPRIMENTO
(Crédito com incumprimento)/(Crédito Total)
RÁCIO DE CRÉDITO COM INCUMPRIMENTO, LÍQUIDO DE
PROVISÕES
(Crédito com incumprimento, líquido)/(Crédito Total, líquido)
RÁCIO DE EFICIÊNCIA (I)
(Custos de Funcionamento + Amortizações)/(Produto Bancário)
RÁCIO DE EFICIÊNCIA (II)
(Custos com Pessoal)/(Produto Bancário)
9 Fundos Próprios são os que resultam da aplicação da Instrução nº. 23/2007 do Banco de Portugal 10 Os requisitos de fundos próprios são os que decorrem da aplicação do Aviso nº 1/93 e do Aviso nº 7/96