Relatório do estágio

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1 SUPERVISORES

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SUPERVISORES

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3

OBJECTIVOS................................................................................................................. 4

1. DESCRIÇÃO DA EMPRESA...................................................................................... 5

2. DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES EFECTUADAS .................................................... 6

2.1 Panelas (Pot shell) ................................................................................................ 6

2. 2. Engenharia ........................................................................................................ 10

2.3. Desenho............................................................................................................. 10

3. CONTROLO DE QUALIDADE.................................................................................. 10

3.1. Inspecção nas panelas....................................................................................... 11

3.2. Inspecção na engenharia ................................................................................... 22

3.2.1. Leitura ou percepção exacta do desenho da estrutura a ser fabricada ....... 23

3.2.2. Confrontação do material para produção..................................................... 23

3.2.3. Controlo de dimensões durante o corte ....................................................... 24

3.2.4. Controlo de qualidade de soldadura ............................................................ 24

3.2.5. Confrontação das dimensões da estrutura fabricada com as do desenho... 25

3.2.6. Estado final da estrutura .............................................................................. 26

3.3. Tratamento de dados de controlo de qualidade ................................................. 26

4. RECOMENDAÇÕES ................................................................................................ 28

CONCLUSÃO............................................................................................................... 29

ANEXOS ...................................................................................................................... 30

BIBLIOGRAFIA............................................................................................................. 31

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INTRODUÇÃO

Durante o período que antecede o estágio, muitas são a disciplinas leccionadas que

pelo seu carácter necessitam de um contacto com a prática para permitir uma

percepção fácil. O estágio profissional é uma disciplina que permite a unificação e

contextualização dos conhecimentos adquiridos, visto que muitas vezes torna-se difícil

passar da teoria a prática. Para a execução de tarefas no processo de fabricação é

necessário uma conjugação de conhecimentos adquiridos.

Para além de permitir a unificação e contextualização de conhecimentos permite aos

estudantes conviver com a realidade fabril.

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OBJECTIVOS

O estágio profissional é uma disciplina do 8º e tem como objectivos:

Por em prática conceitos e métodos aprendidos ao longo do curso;

Desenvolver habilidades do estudante;

Desenvolver capacidades técnicas e ética profissional;

Promover contacto do estudante com prática profissional.

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1. DESCRIÇÃO DA EMPRESA

A Operação Duys Moçambique (ODM) ou simplesmente DUYS é uma empresa

sediada no parque industrial de Beluluane parcela nº 7. Foi instalada em Moçambique

em 2002 para fazer reparação das panelas (pot shell) de fundição de alumínio da

Mozal (figura 2). Para além da reparação, a DUYS tem um departamento de

engenharia que é responsável pela fabricação ou alteração de estruturas metálicas (no

período de estágio estava em curso a fabricação de condutas de escape e da chaminé

para açucareira de Xinavane, alteração de uma escavadora (figura 1) para

descarregamento de carvão mineral em vagões de comboio, fabricação de contentores

para descarregamento de carvão no Porto de Maputo e contentores de resíduos

gerados durante a fundição de alumínio na Mozal) e limpeza da chapas ou peças

metálicas num rotorbluster (máquina usada para decapagem) e pintura.

A Duys em Moçambique tem uma área igual a 4300 m2 para produção com seguintes

equipamentos:

Pontes rolante 2 x 50 toneladas;

Ponte rolante 10 toneladas;

Guilhotina 300t (3.2m x 12mm);

Quinadeira 300t (3.2m x 12mm);

Calandra 2,6 m;

Furadora radial com 1,5 m braço de comprimento;

Serrote mecânico/eléctrico Omada CNC;

Empilhadora com capacidade de 5t;

Fig. 2. Panelas de fundição de alumínio Fig. 1. Estrutura para escavadora feita na engenharia

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20 x CO2 MIG Máquinas de soldar;

2 x TIG Máquinas de soldar;

3 x máquinas de soldar alumínio;

1 Equipamento para corte eléctrico (Oxy/Acet + Plasma) 15m x 3m;

1 Atrelado anormal com 16 metros

1 Máquina para decapagem

Duys Mozambique está acreditada pela ISO 9001.2000 (ISO 9001 que apresenta um

modelo para garantia da qualidade em projeto, desenvolvimento, produção, instalação

e assistência técnica. Especifica requisitos de sistemas da qualidade, quando um

contrato entre duas partes exige a demonstração da capacidade do fornecedor para

projetar e fornecer produtos), com cerca de 150 trabalhadores sendo a maior parte

constituída por moçambicanos.

2. DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES EFECTUADAS

2.1 Panelas (Pot shell)

A principal actividade da Duys é a reparação de 586 panelas de fundição de alumínio

figura 3 da Mozal onde 576 panelas estão funcionamento, 10 panelas como

sobressalentes nas quais 5 na Duys em reparação e as restantes a espera de

entrarem em funcionamento.

Uma panela de fundição pesa aproximadamente 35 toneladas, 14 metros de

comprimento, 4.5 metros de largura e 1.36 metros de altura. As dimensões descritas

são da parte interna.

Fig. 3. Panelas de fundição de alumínio

Fig. 4. Transporte de panelas

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As panelas são transportadas da Mozal para oficinas da Duys por um camião figura 4

pertencente a Duys. Estas, ao chegarem são colocadas em suportes preparados para

o assentamento das mesmas.

Primeiro faz-se a limpeza da panela e em seguida os maçariqueiros (operadores

responsáveis pelo corte a gás e corte com eléctrodos de carbono) fazem a medição

para se identificar os defeitos.

Os defeitos mais frequentes das panelas são: encurvamentos das paredes laterais;

empenamento das nervuras; desgastes corrosivo das paredes (figura 6) (não deve ser

superior a 4 mm); desgaste do fundo e do tube (figura 5) (tubo metálico que fica na

parte superior interna da panela e tem como função de garantir a fixação dos blocos

refractários que são colocados nas paredes laterais e a rigidez da panela);

concavidade ou convexidade do fundo da panela; empenamento das janelas laterais e

o desnivelamento da panela.

A medição é feita com ajuda de dois dispositivos metálicos munidos de imã para

permitir a sua fixação nas paredes, régua graduada e fio de nylon (figura 7). Para

medição fixam-se os imãs nas extremidades das paredes e coloca-se o fio de nylon.

Junto aos imãs marca-se 30 mm e com ajuda de uma régua tiram-se as medidas em

função da separação das nervuras. Os valores admissíveis para paredes variam entre

26 mm e 32 mm. Para o fundo as medidas são obtidas com ajuda de um nível e régua

e os valores admissíveis varia entre 3 mm e -3 mm.

Fig. 5. Desgaste do tubo Fig. 6. Desgaste das paredes

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Durante ou após as medições o inspector (controlo de qualidade) da Duys identifica os

locais a serem trabalhados i.e. para além dos defeitos identificados, o inspector marca

em termos de dimensões os locais a serem trabalhados por exemplo o local a se

efectuar um corte devido ao elevado grau de desgaste corrosivo ou empenamento

excessivo para colocação de nova chapa ou limpeza (rebarbagem) de uma área.

A área indicada pelo inspector da Duys deverá ser aprovada por outro inspector da

Mozal porque estas podem provocar o encarecimento da reparação.

Terminado as medições e identificados os locais a serem trabalhados retira-se o tube

(devido a fraca resistência a corrosão estes são substituídos por uma barra de aço)

com ajuda de eléctrodos de carvão (gouge). Finda a operação limpa-se a panela e

inicia-se o processo de nivelamento que consiste em dividir a parede da panela (corte

ao longo da altura com ajuda de maçarico) em três partes iguais. Esta operação é feita

nas duas paredes laterais.

Com ajuda de pontes rolantes (capacidade de 25 toneladas) levanta-se a parte média

da panela para que se permita a abertura da parte superior da panela. Esta abertura é

controlada com ajuda de dispositivos de fixação com imã colocados no chão (fundo da

panela), régua graduada e fio de nylon marcando-se 30 mm nas extremidades

(próximo aos imãs). A abertura é importante para compensar a contracção da parte

superior da panela após a soldadura do tubo. Após a obtenção das dimensões

pretendidas colocam-se calços de chapas metálicas.

Terminado a operação de nivelamento, cortam-se nos locais abertos anteriormente

uma tira (figura 8) com 70

80 mm de largura para permitir a resistência da soldadura

no local de corte. A tira cortada é chamada banana e na sua parte inferior ela tem

Fig. 7. Medição da panela e instrumentos de medição

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forma circular isto para evitar os concentradores de tensões que surgem durante a

soldadura.

Em alguns casos as panelas vêm com paredes danificadas (side wall) (figura 9) que

requerem a sua substituição total. Nestas, faz-se o nivelamento e retira-se a parede em

causa sem necessidade de corte de bananas. Para a Mozal a remoção de uma parede

é efectuada se ela tiver uma corrosão superior a 4 mm. Esta escolha tem como base

os custos de reparação. Segundo o inspector da Duys a reparação actual não é viável

sobre o ponto de vista técnico porque a panela não terá o tempo de vida desejado que

é aproximadamente de três anos.

Preparam-se os chanfros nos cortes da panela com ajuda de maçarico e rebarbam-se.

Colocam-se as bananas e faz-se a soldadura das mesmas. As bananas durante o seu

corte são chanfradas. A soldadura das bananas na parte interna da panela levam entre

3 a 4 cordões sobrepostos e após cada cordão rebarba-se para se retirar a escória. Na

parte externa da panela faz-se um cordão antecedido pela limpeza da superfície.

Feita a soldaduras das bananas segue-se a limpeza dos cordões na parte interna de

forma a nivelar as paredes. Findo o processo de soldadura das bananas monta-se o

tubo e faz-se a soldadura.

A abertura excessiva da parte superior da panela no acto de nivelamento é

compensada com a contracção das paredes no acto de soldadura.

Os acabamentos e inspecção são feitos em simultâneo ou a inspecção é a ultima

operação. O inspector marca os locais defeituosos com giz azul e estes deverão

Fig. 8. Corte para colocação da banana Fig. 9. Corte duma parede side wall

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ser corrigidos dependendo do tipo de defeito que podem ser de soldadura, montagem,

rebarbagem.

A inspecção de soldadura nas bananas e o estado da superfície (fissuras) na zona de

encaixe da panela para o carregamento é levada a cabo por uma empresa contratada

pela Mozal.

O método usado para o teste da qualidade de soldadura é o ultrasónico enquanto que

para verificar a existência de fissuras ou rachas usa-se um liquido com poder

penetrante que é pulverizado na área a ser testado.

Aprovada a reparação, esta é levada de volta a Mozal.

2. 2. Engenharia

A engenharia é responsável pela fabricação ou reparação de todo tipo de estruturas

que para a sua obtenção recorre-se em grande parte a soldadura.

Durante o período de estágio a execução de tarefas nesta área era feita em simultâneo

com a inspecção de controlo de qualidade.

As actividades nesta área estão descritas no controlo de qualidade na engenharia.

2.3. Desenho

Quando faltavam três semanas para o término do estágio iniciou-se com os desenhos.

Á Duys foi adjudicada uma obra que era de fabricação de contentores de 10 m3 usados

para descarregar carvão mineral no porto de Maputo. Devido a falta de desenhos a

MPDC

Maputo (empresa proprietária dos contentores) levou a Duys um contentor

antigo para servir como molde.

Os desenhos efectuados encontram-se em anexo. Estes encontram-se em 3D e 2D.

Neste período de estágio houve uma interacção interessante com os operadores

devido ao facto de estar directamente ligado com a obra.

Em simultâneo a esta obra, fazia a inspecção de controlo de qualidade.

3. CONTROLO DE QUALIDADE

Para garantir a qualidade dos seus produtos a Duys tem um sector de controlo de

qualidade que inspecciona os processos de produção. O comprometimento com a

qualidade é um dos objectivos que a empresa sempre procura consolidar e melhorar

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visto que esta está credenciada pela ISO 9001 desde ano 2000. A qualidade foi

atribuída a DUYS sede na África do Sul.

A inspecção é feita por três funcionários nos quais dois na área das panelas e um na

engenharia, sendo o da engenharia responsável geral de inspecção.

3.1. Inspecção nas panelas

Para as panelas a inspecção é essencialmente concentrada na qualidade de soldadura

devido a elevada probabilidade destas romperem-se no acto de funcionamento. O

rompimento pode ser causado devido a presença de escórias, falta de penetração de

soldadura, tensões térmicas.

Para além da soldadura verificam-se os acabamentos das áreas rebarbabas, rectidão

das paredes, controlo final das dimensões, preenchimento da folha de dimensões após

a reparação para permitir a confrontação das dimensões.

No controlo de qualidade de soldadura procuram-se os defeitos que são detectados

através da inspecção visual. Para uma correcta inspecção é necessário ter o

conhecimento das causas e defeitos que surgem durante a soldadura a MIG (metal

inerte gas) e MAG (metal active gas).

A seguir far-se-á uma abordagem da inspecção visual e dos defeitos de soldadura

MIG. Para efectuar a inspecção o inspector de controlo de qualidade fez uma

abordagem e disponibilizou manuais de controlo de forma a facilitar a indução. A

indução consistiu basicamente no controlo de qualidade de soldadura. Outras tarefas

de controlo eram induzidas antes de se efectuar a inspecção e a sua explanação será

feita durante a inspecção de controlo de qualidade na área de engenharia.

Inspecção visual

Inspecção visual é o teste não destrutivo mais usado para verificar a qualidade de

soldadura. É fácil de faze-lo, relativamente barato, não necessita de equipamento

específico e da informação importante acerca da conformidade das especificações. Um

dos requisitos para o uso deste método é o inspector ter boa visão.

Inspecção visual deve ser o primeiro método de qualquer método de controlo de

qualidade. Ela pode, a par da determinação de defeitos, descobrir sinais de possíveis

problemas de fabricação em operações subsequentes.

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A detecção rápida e correcção dos defeitos podem resultar numa diminuição

significante de custos.

Equipamento

Instrumentos de visão, calibres são as vezes usados para detectar facilmente os

defeitos e medir os tamanhos das soldaduras ou defeitos na soldadura. Iluminando a

junta soldada deve ser suficiente para boa visibilidade. Iluminação auxiliar deverá ser

necessária. Se a área a ser inspeccionada não é facilmente iluminada, o inspector

pode usar lupas, lanterna ou outro equipamento para ajudar a visibilidade.

Inspecção de soldadura usualmente inclui avaliação qualitativa e quantitativa das

juntas. Numerosas ferramentas são usadas para medições, como a geometria das

juntas, dimensão da soldadura, desalinhamento e a profundidade das trincas.

Em algumas situações requerem-se instrumentos especiais para assegurar o

cumprimento das especificações. Indicadores como o pirómetro e carvão de arco

voltaico devem ser usados para verificar a temperatura correcta de pré-aquecimento.

Condição previa antes da soldadura

Examinação do metal base antes da fabricação pode detectar condições que podem

causar defeitos de soldadura. Camadas, soldadura, lascas, ou outras condições

prejudiciais na superfície podem ser detectados por uma inspecção visual. Dimensões

devem ser confirmadas por medição. O metal base deve ser identificado pelo tipo e

grau. As correcções deverão ser feitas antes da fabricação.

Depois das partes estarem prontas na posição de soldadura, o inspector deverá

verificar a abertura dos chanfros. Especialmente o inspector deverá verificar seguintes

condições:

1. Preparação das juntas, dimensões e limpeza;

2. Alinhamento das peças a serem soldadas;

3. Processos de soldadura e consumíveis;

4. Procedimentos de soldadura e acerto da máquina;

5. Especificação da temperatura de pré-aquecimento;

6. Qualidade do ponto de soldadura durante a montagem.

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Durante a soldadura

Durante a soldadura, a inspecção visual é o primeiro método para controlar a

qualidade. Alguns dos aspectos de fabricação podem ser verificados seguindo:

1. tratamento do ponto de soldadura;

2. temperatura própria de pré-aquecimento;

3. sequencia dos passes de soldadura;

4. espaçamento das peças a soldar;

5. preparação antes de soldar outro lado;

6. conformidade com os procedimentos aplicáveis

Depois da soldadura

Itens que são verificados através da inspecção visual depois da soldadura são:

1. aparência final;

2. dimensão final do cordão;

3. extensão da soldadura;

4. exactidão das dimensional;

5. quantidade de distorção;

Muitos códigos e especificações descrevem o tipo e dimensões de descontinuidades

que podem ser aceitáveis. Grande número das seguintes descontinuidades nas

superfícies depois de soldaduras completa pode ser encontradas através de inspecção

visual:

Fendas;

Cavitações;

Inclusões sólidas;

Ausência de fusão e penetração;

Configuração imperfeita;

Cavitações

Neste grupo destacam-se:

Porosidade grupo de poros de gás

Cavitações alongadas

linha de poros de gás situados paralelamente ao eixo de

simetria

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.

Inclusões sólidas

Inclusões

escória ou outro material estranho penetram-se durante a soldadura. Este

defeito é mais irregular na sua forma em relação aos poros de gás

Inclusões de óxidos óxidos metálicos introduzem-se durante a soldadura.

A melhor protecção contra a formação de óxidos é removê-los imediatamente antes da

soldagem.

Embora nos aços seja possível soldar sobre o óxido de ferro (ferrugem, carepa), uma

quantidade excessiva desse óxido pode causar falta de fusão.

Falta de penetração

Esse tipo de defeito é encontrado num dos três casos (Figura 11)

quando o cordão de solda não penetrar completamente na espessura do metal

de base;

quando dois cordões de solda opostos não se interpenetrarem;

quando o cordão de solda não penetrar na garganta de uma junta em ângulo.

A corrente de soldagem é o parâmetro que tem o maior efeito na penetração. A

penetração incompleta é normalmente causada pela aplicação de uma corrente de

soldagem muito baixa e pode ser evitada simplesmente aumentando essa corrente de

soldagem. Outras causas podem ser o emprego de uma velocidade de soldagem muito

baixa e um ângulo incorrecto da tocha. Ambas permitirão que a poça de fusão passe à

frente do arco, actuando como um amortecimento à penetração. O arco deve ser

mantido na margem anterior da poça de fusão.

Fig. 10. Cavitações alongadas

Fig.11. Exemplos de falta de penetração

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Falta de fusão

Falta de fusão ocorre onde não existir fusão entre o metal de solda e as superfícies do

metal de base. Este defeito pode ser observado na Figura 12. A causa mais comum de

falta de fusão é uma técnica de soldagem deficiente. Ou a poça de fusão fica muito

larga (por causa de uma velocidade de soldagem muito baixa) e/ou o metal de solda

passou à frente do arco. Mais uma vez, o arco deve ser mantido na margem anterior

da poça de fusão. Quando isso é feito, a poça de fusão não ficará muito larga e não

poderá "amortecer" o arco.

Outra causa é o uso de uma junta de solda muito larga. Se o arco for dirigido

directamente para o centro da junta, o metal de solda fundido apenas fluirá e fundir-se-

á contra as paredes do chanfro sem, porém, fundi-las. O calor do arco deve ser usado

também para fundir o metal de base, o que é alcançado tornando a junta mais estreita

ou dirigindo o arco também para as paredes do chanfro. Na soldagem multipasses de

juntas espessas deve ser adoptada uma técnica de oscilação sempre que possível

após o passe de raiz. No entanto, cordões de solda muito largos ligando os dois lados

do chanfro devem ser evitados.

A falta de fusão também pode ocorrer na forma de uma gota fria. Esse defeito é

geralmente causado por uma velocidade de soldagem muito baixa na tentativa de se

depositar uma camada em um único passe de solda. Entretanto, é muito

frequentemente causado por uma tensão de soldagem muito baixa.

Mordeduras

Como está ilustrado na Figura 13, a mordedura é um defeito que aparece como um

entalhe no metal de base ao longo das bordas do cordão de solda. É muito comum em

juntas em ângulo sobrepostas, porém pode também ser encontrada em juntas de topo

Fig. 12. Falta de fusão

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e em ângulo. Esse tipo de defeito é mais comumente causado por parâmetros de

soldagem inadequados, particularmente a velocidade de soldagem e a tensão do arco.

Quando a velocidade de soldagem é muito alta, o cordão de solda fica com uma crista

por causa da solidificação extremamente rápida.

As forças da tensão superficial arrastaram o metal fundido ao longo das margens do

cordão de solda e empilharam-no ao longo de seu centro. As partes fundidas do metal

de base são afectadas da mesma maneira. O entalhe da mordedura fica onde o metal

de base fundido foi arrastado para a solda e não retornou devido à rápida solidificação.

A diminuição da velocidade de soldagem reduzirá gradualmente o tamanho da

mordedura e eventualmente eliminá-la-á. Quando estão presentes mordeduras

pequenas ou intermitentes, aumentar a tensão do arco ou soldar empurrando podem

ser acções correctivas eficazes. Em ambos os casos o cordão de solda ficará mais

plano e a molhabilidade será melhor.

Entretanto, quando a tensão do arco é aumentada até níveis excessivos, a mordedura

poderá aparecer novamente. Esse fato é particularmente verdadeiro no modo de

transferência por aerossol. Quando o arco se torna muito longo, também se torna muito

largo, que resulta num aumento da quantidade de metal de base fundido. No entanto, a

transferência de calor de um arco longo é ruim, e assim, na realidade, o arco não está

transferindo mais calor para a região da solda. As áreas mais externas se resfriam

muito rapidamente e novamente não se consegue uma boa molhabilidade. O

comprimento do arco deve ser mantido curto, não só para evitar mordeduras, mas

também para aumentar a penetração e garantir a integridade da solda.

Correntes de soldagem excessivas também podem causar mordeduras. A força e o

calor do arco e a penetração são tão grandes que o metal de base sob o arco é

realmente "soprado" para fora. Mais uma vez, as áreas mais externas do metal de

base são fundidas, mas se solidificam rapidamente. A turbulência da poça de fusão e a

tensão superficial não permite que a poça de fusão molhe adequadamente o metal de

Fig. 13. Mordeduras

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base. É sempre recomendável permanecer dentro das faixas de corrente especificadas

para cada diâmetro de arame.

Porosidade

A porosidade consiste em poros de gás que podem ser encontrados na superfície ou

no interior do cordão de solda solidificado. Como está ilustrado na Figura 14, esses

poros podem variar em tamanho e são geralmente distribuídos numa forma aleatória.

Entretanto, também é possível que a porosidade seja encontrada apenas no centro da

solda.

As causas mais comuns da porosidade são a contaminação atmosférica, excesso de

oxidação nas superfícies das peças a serem soldadas, elementos de liga desoxidantes

inadequados no arame e a presença de sujeira. A contaminação atmosférica pode ser

causada por:

vazão de gás de protecção insuficiente;

vazão de gás de protecção excessiva, que pode causar aspiração de ar para

dentro do fluxo do gás de protecção;

bocais obstruídos ou sistema de fornecimento de gás danificado (mangueiras e

conexões com vazamentos, etc.);

correntes de ar excessivas na área da soldagem, que podem arrastar o gás de

protecção da região da poça de fusão.

Os gases atmosféricos que são primariamente responsáveis pela porosidade no aço

são o nitrogénio e o oxigénio em excesso. No entanto, uma quantidade considerável de

oxigénio pode ser tolerada sem gerar porosidade na ausência do nitrogénio. O oxigénio

na atmosfera pode causar problemas graves com o alumínio por causa da rápida

Fig. 14. Porosidade

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formação de óxidos. A vazão de gás deve ser inspeccionada a intervalos regulares

para assegurar que esteja livre de vazamentos.

Adicionalmente, a humidade excessiva na atmosfera pode causar porosidade no aço e

particularmente no alumínio. Sob climas húmidos deve ser tomado um cuidado

especial. Por exemplo, tochas resfriadas continuamente a água podem apresentar

condensação durante os períodos de alta humidade e consequentemente contaminar o

gás de protecção.

A oxidação excessiva das peças é uma fonte óbvia de oxigénio, bem como a humidade

aprisionada, particularmente para o alumínio. Revestimentos anodizados no alumínio

devem ser removidos antes da soldagem porque podem conter água, bem como actuar

como isolantes.

A porosidade pode também ser causada por uma desoxidação inadequada do arame

de solda durante a soldagem de aços semi-acalmados ou efervescentes. O oxigénio no

aço pode causar porosidade por monóxido de carbono (CO) se os elementos

desoxidantes adequados não estiverem presentes. A sujeira orgânica pode ser uma

fonte de porosidade. Um exemplo é o lubrificante excessivo no arame de solda. Esses

hidrocarbonetos são fontes de hidrogénio, que é especialmente prejudicial ao alumínio.

Outras causas de porosidade podem ser taxas de solidificação da solda extremamente

altas e características de arco errático. Quando as taxas de solidificação são muito

altas, qualquer gás que normalmente escaparia fica aprisionado. Devem ser evitados

velocidades de soldagem muito altas e valores de corrente muito baixos.

Características de arco errático podem ser causadas por condições de soldagem ruins

(tensão muito baixa ou muito alta, transferência de metal ruim) e variação na

velocidade de alimentação do arame.

Todas essas ocorrências causam uma turbulência violenta na poça de fusão, que

tende a romper a envoltória do gás de protecção e provoca a contaminação da poça de

fusão pela atmosfera.

Trincas longitudinais

Trincas longitudinais (ou de centro) do cordão de solda não frequentemente

encontradas na soldagem MIG/MAG. Entretanto, essas trincas só podem ser de dois

tipos: trincas a quente e trincas a frio.

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Trincas a quente típicas são ilustradas na Figura 15. Trincas a quente são aquelas que

ocorrem enquanto o cordão de solda está entre as temperaturas de fusão (linha

liquidus) e de solidificação (linha solidus).

Nessa faixa de temperatura o cordão de solda está "pastoso". Trincas a quente

normalmente resultam do uso de um arame de solda incorrecto (particularmente em

ligas de alumínio e de aço inoxidável). A composição química do metal de base

também pode levar a esse defeito (um exemplo seria um fundido de aço inoxidável de

alto carbono).

Qualquer combinação de projecto de junta, condições e técnicas de soldagem que

resulte num cordão de solda com uma superfície excessivamente côncava poderá

conduzir à fissuração.

Uma forma desse defeito que pode ser encontrada frequentemente - particularmente

com qualquer liga de alumínio série 5000 - é denominada trinca de cratera, que são

pequenas trincas que aparecem no final do cordão de solda onde o arco foi

interrompido. Embora pequenas, essas trincas são perigosas, pois podem se propagar

para o interior do cordão de solda. Uma trinca de cratera está ilustrada na Figura 16. O

principal motivo desse defeito é a técnica incorrecta de terminar o cordão de solda.

Para terminar correctamente um cordão de solda, a cratera deve ser preenchida, o que

pode ser feito retornando com o arco antes de interrompê-lo (Figura 17).

Adicionalmente, se o controle de soldagem for programado para fornecer gás de

protecção por um curto período de tempo após a interrupção do arco, a cratera deve

ser protegida até que esteja completamente solidificada.

Fig. 15. Trincas longitudinais

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Fig.16 exemplo de trinca de cratera

Fig.17. Técnica de enchimento de trinca de cratera

Para uma detecção precisa de tais descontinuidades, a superfície deverá ser

devidamente livre de escórias e óxidos. A operação de limpeza deverá ser feita com

cuidado para evitar a ofuscação da visibilidade. Por exemplo, se for usado o martelo de

escórias, as marcas do martelo poderão impossibilitar a visibilidade de fissuras.

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Como um guia de referência rápida, a Tabela abaixo lista todos os defeitos possíveis,

suas causas e acções correctivas.

Defeito Causa e/ou acção correctiva

Porosidade Óleo, oxidação grosseira, carepa, etc.

Arame - pode ser necessário um arame com teores mais

altos de Mn e Si.

Problema de protecção: vento, bocal obstruído ou pequeno,

mangueira de gás danificada, vazão de gás excessiva, etc.

Falha na remoção da escória vítrea entre os passes de

solda.

Soldagem sobre a escória de eléctrodo revestido.

Falta de penetração Junta de solda muito estreita.

Corrente de soldagem muito baixa; extensão do eléctrodo

muito grande.

Poça de fusão passando à frente do arco.

Falta de fusão Tensão e/ou corrente de soldagem muito baixa.

Polaridade errada; deveria ser CC+.

Velocidade de soldagem muito baixa.

Soldagem sobre um cordão convexo.

Oscilação da tocha muito larga ou muito estreita.

Oxidação excessiva na chapa.

Mordedura Velocidade de soldagem muito alta.

Tensão de soldagem muito alta.

Corrente de soldagem excessiva.

Parada insuficiente às margens do cordão de solda.

Trincas Composição química incorrecta do arame de solda.

Cordão de solda muito pequeno.

Má qualidade do material de base sendo soldado.

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Arco instável Verifique o gás de protecção.

Verifique o sistema de alimentação de arame.

Início do cordão

deficiente ou

quebra do arame Tensão de soldagem muito baixa.

Indutância muito alta.

Extensão do eléctrodo muito grande.

Limpe a escória vítrea ou a oxidação do metal de base.

Respingos excessivos Use mistura Ar-CO2 ou Ar-O2 no lugar de CO2.

Diminua o percentual de He.

Tensão do arco muito baixa.

Aumente a indutância.

Furo da raiz Corrente de soldagem muito alta.

Velocidade de soldagem muito baixa.

Diminua a abertura da raiz

Use misturas Ar-CO2 no lugar de CO2.

Convexidade

Do cordão de solda Tensão do arco ou corrente de soldagem muito baixa.

Extensão do eléctrodo excessiva.

Aumente a indutância.

Polaridade errada; deveria ser CC+.

Junta de solda muito estreita.

3.2. Inspecção na engenharia

Nesta secção a inspecção está a cargo do responsável de controlo de qualidade.

Para a sua execução seguem-se os seguintes pontos:

leitura ou percepção exacta do desenho da estrutura a ser fabricada;

confrontação do material para produção;

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controlo de dimensões durante o corte;

controlo de qualidade de soldadura;

confrontação das dimensões da estrutura fabricada com as do desenho;

estado final da estrutura;

3.2.1. Leitura ou percepção exacta do desenho da estrutura a ser fabricada

Antes de se iniciar o corte ou a fabricação propriamente dita faz-se um estudo

detalhado do desenho da obra para verificar se existem anomalias. O estudo de

desenho pode em alguns casos determinar erros que possam implicar a requisição de

novos desenhos à empresa responsável.

Nesta área necessita-se de um profundo conhecimento de desenho de construção

mecânica e a sua respectiva nomenclatura.

Durante a interpretação do desenho determinam-se também os processos de

fabricação a serem usados de forma a orientar os operários, permitindo deste modo a

economia do tempo de fabricação.

Em caso de necessidade fazem-se desenhos auxiliares em 2D ou 3D da estrutura em

função da necessidade de modo a permitir uma percepção fácil por parte dos

montadores (serralheiros).

3.2.2. Confrontação do material para produção

O material (metal) usado na fabricação é adquirido no mercado Sul-africano. Nem

sempre os perfis, chapas e virolas necessários para a fabricação se encontram a

disposição no mercado. A aquisição destes por parte dos Sul-Africanos é feita no

mercado Sul-Americano, Europeu e Asiático.

A importação de produtos nem sempre é confiável, por isso faz-se a verificação do

certificado de origem, a marca do metal, a correspondência das dimensões em função

do pedido efectuado (espessura das chapas, tipo de perfil, diâmetro e espessura de

tubos, etc.), estado da superfície (perfis, chapas, tubos encurvados e borradas de óleo

o que pode encarecer o processo de fabricação com trabalhos de endireitamento e

limpeza).

A detecção de defeitos nos produtos no acto da chegada permite uma reclamação ou

pedido de novo material antecipada evitando-se deste modo atrasos no término da

obra.

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É também importante separar o material em função do tipo e marca, colocação de

marcas para permitir a sua fácil identificação. A marca do material previamente

colocada pelo fabricante facilmente desaparece devido a corrosão e é de difícil

percepção por parte dos operadores.

Esta operação é importante porque evita o uso de metal inadequado em função das

especificações do desenho durante o processo de produção.

3.2.3. Controlo de dimensões durante o corte

Feita a leitura do desenho e identificação da marca do metal a usar o passo a seguir é

o corte das peças que compõem a estrutura a ser fabricada. O corte é efectuado em

guilhotina, manualmente por maçarico e maçarico eléctrico.

Para se evitar erros de esquadria das peças cortadas durante a montagem é

necessário entregar ao operador de corte um desenho de fabricação com detalhes de

fácil percepção ou uma constante monitoria em caso de ausência de desenhos

detalhados.

O controlo de dimensões durante o corte é muito importante porque permite reduzir o

tempo de montagem e facilitar a montagem da estrutura. Permite também reduzir

consideravelmente as inspecções subsequentes.

As peças (chapas) de ductos de gases escape da açucareira de Xinavane foram

previamente cortadas por uma das DUYS situadas na África do Sul. Nestas, faziam-se

medições antes da união de peças porque por vezes as dimensões não correspondiam

com as do desenho e estas eram rectificadas em função da necessidade quer em

termos de aumento ou diminuição.

3.2.4. Controlo de qualidade de soldadura O controlo de qualidade de soldadura é efectuado apenas por inspecção visual.

Procuram-se defeitos como porosidade, fissuras, inclusões, ausência de fusão,

configuração do cordão, e etc. Havendo irregularidades destroem-se os cordões

defeituosos e efectua-se novamente a soldadura.

Apesar de os ductos no seu funcionamento não terem movimentos relativos e a

variação de temperatura não ser muito significante a presença de defeitos pode ser

prejudicial, por exemplo num ponto com uma pequena fissura criam-se condições

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suficientes para concentração de tensões e sua propagação fácil e consequente

ruptura da estrutura.

No acto de soldadura o inspector verifica se as máquinas de soldar estão bem afinadas

isto para permitir a penetração e fusão adequada.

Verifica-se também se as peças que necessitam de pré aquecimento estão a ser

adequadamente aquecidas. O aquecimento é feito com ajuda de maçarico e o controlo

da temperatura é feito através de carvão de arco eléctrico que tem uma temperatura de

fusão 220ºC 250ºC.

Faz-se o controlo a forma de soldadura em função do desenho. Para os ductos, na

parte externa são montadas nervuras para garantir a sua rigidez, e estas não levam

cordões ao longo de toda nervura i.e. a soldadura é feita num comprimento de 100 mm

e um espaçamento de 100 mm e assim sucessivamente (figura 18). No outro lado da

nervura faz-se o mesmo mas alterando-se os espaços soldados com os não soldados.

Fig. 18. Ilustração de uma das formas de soldadura

3.2.5. Confrontação das dimensões da estrutura fabricada com as do desenho

As estruturas fabricadas durante o período de estágio eram conjugáveis, i.e. estas

eram fabricadas em partes e a sua montagem completa seria executada na açucareira

de Xinavane.

Para se garantir uma perfeita conjugação das partes em termos de dimensões e forma

é necessário cumprir a risca as especificações dos desenhos devido ao facto de que

nem todas as estruturas serem fabricadas na Duys. Algumas peças eram fabricadas

pela ALSTOM (África do Sul) e AGRO ALFA (Moçambique).

A confrontação é feita comparando-se as dimensões nas estruturas com as indicadas

nos desenhos. Está confrontação faz-se através de contagem (por exemplo contagem

de furos numa flange) e medições com ajuda de instrumentos de medição tais como

fita métrica, esquadros, prumos, etc.

A exactidão das dimensões podem ser adquiridas com facilidade se o corte e a

montagem forem executados com pessoal altamente qualificado.

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3.2.6. Estado final da estrutura

O estado final da estrutura é importante porque para além de proporcionar uma visão

agradável no caso da pintura ela serve também como um elemento de protecção

contra a corrosão.

A verificação do estado da superfície vai além da pintura. Verifica-se antes de se

efectuar a pintura todas as partes onde foram colocados suportes (figura 19) durante a

fabricação (suportes são colocados para garantir rigidez da estrutura do acto da sua

montagem visto que estas tem comprimentos que variavam entre 5 a 14 metros). Nos

locais onde foram colocados suportes é necessário rebarbar a camada de metal

depositado durante a soldadura a quando da colocação dos suportes.

Removem-se através da rebarbagem todas as saliências criadas durante a montagem

e soldadura.

As superfícies devem estar livre de todos elementos que não fazem parte das

especificações dos desenhos. Havendo irregularidades de imediato manda-se rectificar

ou marcam-se com giz de forma a serem facilmente identificados pelos operários.

3.3. Tratamento de dados de controlo de qualidade

Durante o controlo de qualidade dá-se especial atenção a soldadura. Por este ser um

elemento de ligação. Terminada a soldadura segue-se a sua inspecção. Para além do

controlo quantitativo anotam-se as falhas cometidas pelos soldadores numa folha

(tabela Abaixo).

Fig. 19. Suportes durante o processo de fabricação

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A tabela tem uma parte referente ao soldador (nome e número do trabalhador) e outra

parte com defeitos que podem ser obtidos durante a soldadura.

Preenche-se a tabela durante a inspecção da obra através da inspecção visual. Para

facilitar o controlo todos soldadores escrevem com letras visíveis seu nome ou número

no local por ele soldado.

Os dados colhidos permitem mostrar a qualidade de soldadores que a empresa tem

permitindo deste modo a alocação adequada durante a execução de trabalhos,

necessidade de formação e atribuição adequada de classes de soldadores.

21

11

2

18

46

45

9 8

18

5

28

12

9

0

5

10

15

20

25

30

Michaque Banze David Tendane Nweti

Agosto

Setembro

Ourtubro

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O gráfico ilustra de como os dados colhidos durante a inspecção são tratados. Este

tratamento permite facilmente ver o comportamento em termos de aumento de

capacidade de execução de soldadura e aloca-los devidamente.

A atribuição de cargo ou promoção não depende só das qualificações e capacidades

do soldador. Factores como a assiduidade, comportamento e tempo de permanência

no trabalho são preponderantes.

4. RECOMENDAÇÕES

Durante execução das actividades notava-se uma distribuição inadequada dos

operários. Com a distribuição existente facilmente se encontrava operários sem

tarefas. Para minimizar este problema propõem-se a criação de equipas fixas i.e. um

mestre (skilled), sub mestre (semiskilled) e 3 ajudantes. Em função do trabalho pode se

requerer um ou mais ajudantes bem como diminui-los. Com criação destas equipes

permite o não abandono de uma obra para trabalhar noutra que se acha atrasada. Este

fenómeno faz com que sempre se ande atrás do tempo para terminar as obras.

A requisição de ferramentas, materiais para produção, dispositivos de segurança é um

processo moroso e desgastante. Para se evitar recomenda-se o alargamento da janela

no balcão de atendimento e que os dois funcionários existentes atendam ao mesmo

tempo e com fichas de controlo separadas.

Nota-se também uso inadequado de equipamento de segurança por parte dos

operários. Por exemplo, Requisita-se por volta das 7 horas uma mascara de respiração

e um protector de ouvidos mas por volta de 9 horas o operário já não os tem.

Recomenda-se para a sua troca no dia seguinte a apresentação e verificação do

estado destes.

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CONCLUSÃO

O estágio profissional permite ao estudante conjugar os conhecimentos teóricos com a

prática através do contacto directo e execução de actividades. A execução

compreende desde a interpretação dos desenhos de montagem, corte das chapas ou

perfis, montagem, soldadura e pintura (para engenharia) e corte, nivelamento,

montagem e soldadura (para panelas).

O convívio não só permitiu o aprofundamento de conhecimentos mas também de

aperfeiçoamento de técnicas artimanhas usadas durante a montagem e o

amadurecimento em termos de consciência através do convívio com a realidade fabril.

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ANEXOS

Desenhos do contentor em 3D

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BIBLIOGRAFIA

M. JANAPÉTOV. Soldadura y corte de metales.

Editorial Mir Moscu.1978

LEONARD KOELLHOFFER . Shieded Metal Arc Welding.

John Wiley & Sons.1983

Welding handbook.

W. H. Kearns, Editor. Volume 5. seventh Edition. 1984

MARQUES, P. V. Tecnologia da Soldagem Universidade Federal de Minas Gerais - 1ª edição 1991

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