Reino animalia
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De um modo geral, os animais
apresentam um conjunto de
características que os distinguem:
São eucariontes multicelulares.
São heterotróficos. Obtêm o alimento
por ingestão e realizam digestão
intracorporal, na maioria dos casos em
cavidades ou em sistemas de órgãos
especializados.
Possuem diferenciação celular, com células especializadas em determinadas funções.
A maioria tem locomoção, no decurso do seu ciclo de vida, pelo menos durante algum tempo.
Muitos possuem um sistema nervoso que capta informações do meio e coordena essas informações, respondendo rapidamente a estímulos.
Possuem reprodução sexuada, em que o gâmeta feminino é móvel e grande e o espermatozóide e pequeno e flagelado.
Para a maioria das pessoas os animais mais familiares são os vertebrados, designação esta relacionada com a existência de esqueleto interno.
É de salientar, no entanto, que os vertebrados representam apenas 5% dos animais existentes.
Os restantes 95% são animais desprovidos de esqueleto, que habitualmente se designam, no seu conjunto, por invertebrados, embora este termo não corresponda, na actualidade, a qualquer grupo sistemático.
A grande diversidade dos animais está
distribuída por trinta e cinco filos.
Para esta distribuição, os taxonomistas
baseiam-se essencialmente em
características estruturais e em critérios
embriológicos.
Embora a origem dos animais ainda não
esteja completamente esclarecida,
muitos biólogos admitem que evoluíram
de formas protistas, provavelmente de
protozoários flagelados.
Parazoa e Eumetazoa dizem respeito a sub-reinos
Pela sua simplicidade anatómica, são
muito diferentes de todos os outros
animais. Por isso, muitos zoólogos
formam com elas o sub-reino Parazoa
(do grego para = ao lado de + zõon =
animal) incluindo todos os outros filos no
sub-reino Eumetazoa.
Alguns animais têm simetria radiada e por isso formam o ramo Radiata, enquanto que o ramo Bilateria inclui os restantes filos com simetria bilateral.
Deve, porém, notar-se que os Equinodermes (ex: Estrela do mar) têm, na forma definitiva, simetria aparentemente pentarradiada; no entanto, na forma larvar a simetria é nitidamente bilateral.
Na classificação dos animais em filos, para além de características estruturais, são ainda fundamentais critérios relativos ao desenvolvimento embrionário, como já foi referido.
Larva de um Equinoderme com simetria bilateral
Simetria pentarradiada, na forma definitiva da estrela do mar (Equinoderme)
A reprodução sexuada, presente em todos os animais, envolve sempre a formação de uma célula diplóide, o ovo.
Esta célula, no decurso do desenvolvimento embrionário, entra em multiplicação, resultando células que se movimentam, tomando posições relacionadas com a sua futura diferenciação, para originarem a diversidade de tecidos e órgãos característicos dos animais.
No decurso deste processo o embrião passa por diferentes processos.
Fases de desenvolvimento embrionário de diversos seres vivos.
O embrião, ao atingir a fase de embrião
didérmico, é constituído por dois folhetos
embrionários, a ectoderme (externo) e a
endoderme (interno).
Este último folheto delimita uma
cavidade correspondendo ao intestino
primitivo, que comunica com o exterior
por uma abertura, o blastóporo ou boca
primitiva.
Nos representantes de alguns filos,
Cnidaria (medusas), por exemplo, o seu
desenvolvimento embrionário termina
com a diferenciação desses dois
folhetos embrionários.
São animais diploblásticos ou
diblásticos, cuja parede do corpo é
constituída apenas por duas camadas
de células.
Na maioria dos animais, porém, o
desenvolvimento embrionário
prossegue, atingindo a fase de embrião
tridérmico, constituído por três folhetos
embrionários: ectoderme, mesoderme e
endoderme.
Esses animais são triploblásticos.
Em alguns deles não existe qualquer
cavidade no organismo, para além da
cavidade digestiva.
Noutros forma-se uma cavidade entre a
mesoderme e a endoderme,
denominada pseudoceloma.
Na maioria dos animais constitui-se uma
cavidade uma cavidade no seio da
mesoderme, totalmente delimitada por
ela, que se chama celoma.
A presença ou ausência destas
cavidades permite distinguir: animais
acelomados, sem celoma ou
pseudoceloma como, por exemplo, os
Platelmintes, animais pseudocelomados
como os Nematelmintes, com
pseudoceloma, e animais celomados,
com celoma.
Salienta-se ainda que existem duas linhas
evolutivas diferentes dos celomados, de
acordo com a origem da boca definitiva.
Em muitos animais a boca primitiva origina
a boca definitiva do animal, abrindo-se o
ânus na extremidade oposta do tubo
digestivo.
Estes animais designam-se por protostómios
(do grego proto = primeiro + stoma =
boca).
É comum incluir-se neste grupo, além dos
Moluscos, Anelídeos e Artrópodes, também
os Platelmintes e os Nematelmintes
Moluscos (polvo, choco, lula, amêijoas,
búzios – meio aquático; lesma e caracol
– meio terrestre)
Anelídeos (minhocas e sanguessugas)
Artrópodes (escorpião, centopeia e a
trilobite)
Platelmintes (planária, ténia e distómio)
Nematelmintes (lombriga)
Nos Equinodermes e nos Cordados a
boca primitiva origina o ânus, formando-
se a boca definitiva na extremidade
oposta – animais deuterostómios (do
grego deutero = segundo + stoma =
boca.
A- Animal protostómioB- Animal deuterostómio
Fim