Registo ed240

10
Director Nuno Pitti Ferreira | 15 de Março de 2013 | ed. 240 | 0.50 www.registo.com.pt SEMANÁRIO

description

Edição 240 do Semanário Registo

Transcript of Registo ed240

Page 1: Registo ed240

Director Nuno Pitti Ferreira | 15 de Março de 2013 | ed. 240 | 0.50€

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO

Page 2: Registo ed240
Page 3: Registo ed240

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 15 de Março de 2013| ed. 240 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

Primavera AlentejanaRoteiros 04

VII Congresso Mundial do PresuntoPág.06 Os Correios de Portugal vão associar-se à realização do VII Congresso Mundial do Presunto, através da edição de selos e de um livro denominado “Sabores do Ar e do Fogo”, cujo lançamento público ocorrerá no dia 29 de Maio de 2013, na abertura oficial do congresso e ainda com a promoção de um stande institu-cional na zona principal de exposição.

Azeite nacional vale mais de 224 MilhõesPág.03 As vendas de azeite português no estrangeiro já valem 224 milhões de euros e su-biram 15% nos primeiros onze meses de 2012. Os dados do Eurostat, compilados pela Casa do Azeite (Associação do Azeite de Portugal) mos-tram os bons resultados do sector, que também conseguiu aumentar o volume de exportações em 25% entre Janeiro e Novembro.

Centro Cultural de RedondoPág.08 Inaugurado em 10 de Junho de 2006, a construção e dinamização do Centro Cultural de Redondo surgem an-coradas à estratégia de desenvolvimento do concelho, a qual resultou de uma forte participação comunitária no decurso dos trabalhos desenvolvidos pela Agenda 21 Local de Redondo.

Composto do vinho tinto prolonga a vida Pág.07 Os benefícios do resveratrol para a saúde foram questionados duran-te anos. Agora, o seu mecanismo de acção foi desvendado. Quem diria que quando fazemos um brinde com vinho tinto e entoamos o proverbial “saúde!”, estamos mesmo a falar literalmente? No entanto, é isso que mostra um novo estudo.

D.R

.

PUB

Page 4: Registo ed240

2 15 Março ‘13

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial [email protected] Redacção Pedro Galego Fotografia Luís Pardal (editor) Paginação Arte&Design Publicreative Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Gráfica Eborense - Soc. Instrutiva Regional Eborense, SA | Rua da Mecânica Lotes 16-18 - Parque Industrial e Tecnológico de Évora | 7000 Évora – Portugal | Telfs. +351 266 750 550 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito

Legal 291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

A Abrir

A grande novidade da última manifestação do movimento “Que se lixe a troika” foi a enorme desilusão e tristeza refletida em cada rosto dos milhares de cidadãos. Sem perspe-tiva de futuro, sem horizontes, atolados numa crise sem precedentes no pós-guerra, recla-mando por uma espécie de homem novo, por um melhor Governo por uma Europa mais solidária.

A Economia Portuguesa em queda total, numa espiral recessiva com alguns indicado-res verdadeiramente ilustrativos no período de 2008 a 2012: o PIB caiu 5,7% ; o Consumo Privado das Famílias caiu 8,4%; o Investi-mento caiu 35%; Exportações para Espanha caíram 5,8% e aumentaram para Angola em 32,6%. As Exportações reduziram o seu rit-mo de crescimento estando a crescer apenas a um dígito.

O Desemprego está agora em 17,6% ga-lopando mês após mês de forma imparável. Por cá o Governo andou 20 meses a assobiar para o ar, apostando tudo na consolidação or-çamental e na redução da dívida. Ambas as apostas correram mal, o défice está sem con-trolo e a dívida aumentou 20.000 Milhões de euros em 20 meses e já vai em 122% do PIB.

O Governo mostrou a sua incapacidade para lidar com a dimensão da crise porque não a quis reconhecer desde 2009 e em espe-cial a partir de 2011.

A Europa tem que mudar radicalmente: É necessário assegurar a coerência das políticas económicas no interior e entre Estados-Mem-bros e regiões, devendo ser atribuída especial atenção aos efeitos colaterais das diferentes políticas económicas nacionais; deve intervir de forma a que os Estados-Membros e as re-

giões assegurem a coerência dos diferentes instrumentos de politica económica, nomea-damente as politicas que visam a realização dos objetivos da Estratégia Europa 2020, por forma a restabelecer a confiança dos investi-dores no intuito de obter o financiamento a longo prazo da economia real e atendendo a que o financiamento disponível para muitas empresas e famílias é limitado e dispendioso.

A Comissão deve continuar a trabalhar em conjunto com os Estados-Membros no sentido de acelerar a utilização de fundos estruturais ainda não executados, bem como a encoraja-los a aproveitar a emergência de novos instrumentos inovadores de partilha de risco por forma a contribuir para desblo-quear o financiamento privado; A Comissão, os Estados-Membros e as regiões devem dar prioridade à adoção de medidas firmes con-

tra os níveis de desemprego na UE; No con-texto do Semestre Europeu, é necessário agir com mais determinação no sentido de criar as condições para uma retoma económica com criação de emprego a qual constitui uma con-dição fundamental para o crescimento sus-tentável e para a prevenção de futuras crises.

A Europa deve acelerar as políticas de cres-cimento e emprego a par das medidas de con-solidação orçamental. Sem atividade econó-mica e criação de emprego não será possível ter uma consolidação orçamental estrutural nem será possível aos Estados sob resgate pa-gar as suas dívidas soberanas.

A Europa deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que os Estados sob assistên-cia possam ter acesso a condições de amor-tização das duas dívidas compatíveis com o nível de crescimento da economia.

Portugal em queda livre numa Europa que precisa de mudar

António SerrAnoDeputado

O período de programação 2014-2020, cujos trabalhos preparatórios em Portugal e no Alentejo já tiveram início, irá decorrer num quadro significativamente distinto dos ante-riores quer em termos nacionais quer euro-peus, do qual resultam uma multiplicidade de implicações, para o próprio processo de planeamento e para as opções estratégicas a adoptar, que importa ver clarificadas.

Na dimensão interna, em Portugal e no Alen-tejo, o planeamento do futuro período de apli-cação dos financiamentos comunitários entre 2014 e 2020 está a decorrer em simultâneo com o processo de revisão do modelo de organiza-ção do Estado e do quadro regulamentar de en-quadramento da administração local.

As várias iniciativas legislativas entretan-to desenvolvidas, nomeadamente: 1) A Lei nº 22/2012 relativa ao Regime Jurídico da Reorganização Administrativa Territorial Autárquica; 2) A Lei nº 43/2012 que cria o Programa de Apoio à Economia Local; 3) A Lei nº 50/2012 relativa ao Regime Jurídico da Actividade Empresarial Local e das Partici-pações Locais; 4) A Proposta de Lei Quadro nº 437/2012 sobre Atribuições e Competên-cias das Autarquias Locais e Estatuto das Entidades Intermunicipais; 5) A Proposta de Lei nº 122/2012 sobre as Finanças Locais; não são naturalmente neutras do ponto de vista do modelo territorial de implantação do Estado que pretendem alcançar nem quanto às con-sequências daí decorrentes para o futuro sis-tema nacional de planeamento e ordenamento do território, às escalas local, sub-regional e regional.

Neste sentido, o processo de definição das estratégias nacionais e regionais a prosseguir nos próximos sete anos, não pode ser disso-

ciado da necessidade de explicitação de um conjunto de aspectos cruciais para o futuro modelo de governação das políticas regionais e municipais em Portugal. E também não é dispensável o seu conhecimento no momento em que o Alentejo está a proceder à elabo-ração do seu Plano de Acção Regional 2014-2020.

Entre as questões cuja clarificação é es-pecialmente urgente e necessária, importa destacar as seguintes: i) Qual o quadro ambi-cionado para Portugal no que respeita à racio-nalização do sistema nacional de planeamen-to e de ordenamento do território?; ii) Qual o futuro modelo de implantação territorial do Estado e de cada uma das suas funções, serviços e competências que se pretende al-cançar?; iii) Qual o modelo desejado no que respeita à requalificação e ao desempenho das estruturas da administração pública aos níveis nacional, regional e local?; iv) Qual o futuro modelo de concepção e territorializa-ção das políticas públicas e qual a repartição territorial de opções que lhe estará implícita?; v) Qual a visão para as redes urbanas nacio-nal e regionais e qual o papel que se pretende que, no futuro, cada um dos municípios nelas venha a desempenhar?; vi) Qual a visão para a região que se pretende vir a assegurar no quadro nacional e europeu?; vii) Qual o ra-cional tático e estratégico em que irá assentar o futuro Plano de Acção?

No que respeita ao futuro modelo de im-plantação territorial do Estado, um dos aspec-tos que parece estar cada vez mais assumido é o reforço da relevância atribuída às Comu-nidades Intermunicipais e o consequente es-vaziamento da importância das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.

Tendo em conta as competências previstas para as Comunidades Intermunicipais na Pro-posta de Lei Quadro nº 437/2012, em discus-são, sobre as Atribuições e Competências das Autarquias Locais e Estatuto das Entidades Intermunicipais, coloca-se, assim, um outro conjunto de questões cuja resposta imediata é também imprescindível para a plena defi-nição do modelo de intervenção do Plano de Acção Regional.

Nomeadamente, quais as opções que se-rão adoptadas relativamente a: i) O papel das Comunidades Intermunicipais no processo de concepção e implementação do Plano de Acção Regional 2014-2020 do Alentejo; ii) O papel dos municípios na definição e im-plementação do futuro Plano Regional; iii) A importância que será atribuída aos meca-nismos e instrumentos de contratualização. E em que medida a experiência de contratu-alização do Programa InAlentejo 2007-2013, relativamente às Associações de Municípios, se manterá no período 2014-2020, relativa-mente às Comunidades Intermunicipais; iv) O formato previsto para essa contratualiza-ção, e em que medida o apoio à dinamização das actividades económicas fará parte dessa contratualização; v) O modelo de articulação horizontal e vertical a prever entre Comuni-dades Intermunicipais; vi) As soluções con-templadas para cooperação intermunicipal entre municípios de distintas Comunidades Intermunicipais; vii) A forma como serão concretizadas as preocupações europeias re-lativas à necessidade de aumento das condi-ções de efectiva territorialização das políticas públicas regionais e nacionais.

Por outro lado, e do ponto de vista externo, a Política de Coesão 2014-2020 da União Eu-

ropeia foi concebida de forma a ser um dos instrumentos privilegiados da União para fa-zer face à estratégia europeia de recuperação económica e de reindustrialização. Os secto-res económicos que a Estratégia Europa 2020 aponta como prioritários para esses processos e para a definição das estratégias regionais de especialização inteligente são: bio-economia, economia verde, saúde, agricultura e segu-rança alimentar, eficiência energética e sus-tentabilidade, eco-inovação ou economia do mar.

Neste contexto, e de acordo com as orien-tações da futura Política de Coesão, deverá ser definida para o Alentejo uma estratégia regional de especialização inteligente que de-verá ser distinta mas complementar das defi-nidas para os demais territórios regionais de Portugal. Uma estratégia de especialização inteligente para o Alentejo que deverá ser concebida de forma a conciliar as orientações económicas sectoriais da União com os inte-resses da economia regional e nacional.

Nestes termos, qual é então o formato que se ambiciona, em termos regionais, para essa conciliação? Qual é a presente e futura estra-tégia regional em matéria de economia? Qual a forma como está a ser equacionada a par-ticipação do Alentejo na estratégia nacional de reindustrialização? Que lugar, na estraté-gia nacional a apresentar à União Europeia, o Alentejo irá reivindicar e exigir para si?

Face à importância que o Plano de Acção Regional 2014-2020 terá no futuro do Alen-tejo, é imprescindível que as questões atrás identificadas sejam rapidamente clarificadas, e que sejam objecto de um grande debate co-lectivo, a nível regional, antes de serem defi-nitivamente assumidas como tal.

Plano de Acção Regional 2014-2020PAulo netoProfessor Auxiliar com Agregação universidade de Évora

Page 5: Registo ed240

3

Muito se fala do papel que as instituições de ensino superior (IES) têm na promoção do de-senvolvimento, na construção e criação de valor social e económico no seu espaço geográfico de intervenção.

Muitos acusam as IES de nada fazerem, em sentido absoluto, de nada contribuírem para esse desenvolvimento. Não me irei debruçar sobre o conteúdo dessas opiniões; elas valem o que valem; na maioria dos casos são irrelevantes, porque são baseadas em pressupostos errados e inadequados, misturam assuntos, e, em muitas ocasiões, são proferidas por interesses pessoais, não coletivos, para além de quase sempre não sa-berem do que falam.

Neste artigo focalizarei a minha intervenção cívica somente num aspeto da relação das IES com a sociedade (empresas, organizações públi-cas ou privadas, sociedade em sentido geral e a empresarial), e de como será possível fazê-lo e os cuidados que se devem ter nesta construção de relações.

Focalizemo-nos então. Como podem as IES transferir conhecimento para a Sociedade?

As IES, desde sempre o fizeram, e fazem-no, da seguinte forma: oferta de ensinos/cursos (qua-lificando as Pessoas), participando em eventos, reuniões, visitas, divulgando ideias, projetos,

textos, envolvendo-se em equipas mistas de pro-jetos de inovação e investigação, prestando ser-viços, etc. (haverá mais formas, mas estas são no geral as mais relevantes).

Como temos pouco espaço para escrever e não se poderá abordar tudo, foquemo-nos nalguns domínios, em especial nas equipas mistas e na prestação de serviços.

O que significa isto?Significa que, ou por iniciativas de académi-

cos ou da sociedade (empresas e organizações), face a um dado problema, desafio, oportunidade do mercado, da concorrência ou da tecnologia, é elaborado um projeto de parceria entre investiga-dores (académicos) e profissionais oriundos das empresas/organizações.

Parece simples, não é? Sim, é simples. Contu-do, por variadíssimas razões não ocorre com a frequência desejada, nem na intensidade dese-jada, e em muitas situações, quando existe essa possibilidade, existe um certo virar de costas. Por outro lado, quando existe, a sua publicitação é pobre ou inexistente.

Por que razão se verifica esta realidade? Serão os académicos pessoas tão obtusas que não dese-jam colaborar? Serão os académicos pessoas tão inteligentes que não aceitam relacionar-se com as empresas/organizações? Serão os académicos

pessoas tão incapazes da ação que não conse-guem fazer nada em prazos definidos?

Porque será que, quando se aborda esta temá-tica se coloque o foco nas IES e nos académicos como os incapazes, como os que se encontram fechados, os que nada querem da sociedade em geral? Porque nunca questionamos as empresas e as organizações pelo facto de, quando têm pro-blemas, nunca, ou raramente procuram, as IES para os ajudar na resolução dessas situações? Por que razão a sociedade não se abre à academia? Por que razão as empresas e as organizações têm medo dos académicos? O que impede uma maior transferência de conhecimento entre as IES e o sistema empresarial e organizacional?

Como se vê, não existem (nunca existiram) respostas fáceis, apesar de as soluções serem quase sempre simples. O que falta, então? O que falha?

Tudo e nada. Tudo, porque falham as pontes e falta compreensão. Nada, porque isto já acon-tece, mas acontece a uma escala pequena, quase invisível, e que ainda não produz resultados de grande impacto.

Mais uma vez. Foquemo-nos então na situa-ção. Como relacionar A com B (A as IES e B as empresas/organizações)?

Primeiro, tem de existir um interesse comum

(o proletário, o desafio, a oportunidade).Segundo, num primeiro momento, ambos têm

de se sentar e de forma franca, sem rodeios e re-ceios, serem claros: o que querem, o que sabem fazer, o que desejam fazer juntos, como o podem fazer e como distribuir os resultados finais.

Terceiro, é necessário identificar os obstácu-los, para se agir e mudar os comportamentos e as atitudes de ambas as partes e de ambos os parceiros.

Quarto, é necessário, de forma clara e objeti-va, planear, determinar um calendário e um or-çamento, para essa ação e relação.

Quinto, visitas mútuas e partilha de conheci-mento.

Sexto, e último, nunca esquecer que a dificul-dade da existência de transferência de conheci-mento deriva de três fatores: das características do conhecimento em si mesmo, da cultura e das formas de relacionamento de um povo e das or-ganizações envolvidas; isto é, sem a existência de mecanismos facilitadores de comunicação, com-preensão e abertura, não se consegue iniciar um processo de partilha.

Isto não difere muito das relações humanas... porque no fundo, são pessoas que estão envolvi-das. É criar e aplicar o conceito chinês do “guan-xi”.

A relação entre as IES e a Sociedade: que cuidados e como fazer!

PAulo reSenDe DA SilvADocente do Departamento de Gestão da universidade de Évora

Dinâmicas da Gestão

Actual

o Brasil continua a ser o mercado de referência e compra 40% do azeite que consome a Portugal.

Exportações de Azeite nacional já valem mais de 224 MilhõesAs vendas de azeite português no estran-geiro já valem 224 milhões de euros e su-biram 15% nos primeiros onze meses de 2012. Os dados do Eurostat, compilados pela Casa do Azeite (Associação do Azeite de Portugal) mostram os bons resultados do sector, que também conseguiu aumen-tar o volume de exportações em 25% en-tre Janeiro e Novembro.

O Brasil continua a ser o mercado de re-ferência e compra 40% do azeite que con-some a Portugal. Mariana Matos, secretá-ria-geral da Casa da Azeite, acredita que ainda há espaço para crescer, mas, devido à quebra de produção prevista para este ano, os preços do azeite estão a subir. “É provável que abrande o ritmo impressio-nante [de exportação para o Brasil] dos úl-timos anos”, antecipa. Há um ano, o preço por quilo de azeite rondava os dois euros. Agora disparou 50% para três euros o quilo. “É uma subida muito significativa, mas o preço verificado nos últimos anos também se encontrava anormalmente baixo”, defende a responsável da Casa do Azeite.

Brasil, Estados Unidos, Venezuela, An-gola e Cabo Verde são os principais desti-nos do azeite nacional, mas as empresas estão a diversificar mercados. Rússia e China começam a “ganhar peso em ter-mos de volume e valor das exportações”.

“Pensamos que os valores finais serão ainda um pouco superiores, o que signi-fica que a expressiva quebra na produção de azeitona nos olivais tradicionais aca-bou por ser quase totalmente compen-sada pelo aumento da produção nos no-vos olivais, essencialmente no Alentejo.

Apesar de poder haver uma quebra na produção, será da ordem dos 6% ou 7%, ou mesmo menos”, diz Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite.

A falta de chuva não deixou o olival dar mais frutos entre Outubro e Fevereiro, os meses em que decorre a apanha da azei-tona. Nos olivais tradicionais (que repre-sentam a larga maioria do olival portu-guês) as condições de seca e ventos fortes condicionaram a floração e o “vingamen-to” das azeitonas. Nos olivais modernos, os sistemas de rega conseguiram reduzir os efeitos nefastos das ondas de calor nos

meses de Verão.As más condições climatéricas tam-

bém afectaram outros países, sobretudo Espanha, o maior produtor europeu. De acordo com as estimativas do Conselho Oleícola Internacional, a produção espa-nhola poderá ter caído 50% esta campa-nha, de 1,6 milhões de toneladas para 820 mil. Entre os principais países produtores, Portugal e Espanha registam quebras, mas o mesmo não sucede com Itália, Gré-cia ou Tunísia, que conseguiram produzir mais azeite este ano.

Com a diminuição de produção em

Espanha, esperam-se consequências no preço e na disponibilidade do produto em todo o mundo. “Tem uma repercussão im-portantíssima nas disponibilidades mun-diais”, diz Mariana Matos. “A preocupa-ção reside no facto de o aumento de preço na origem - que já se verifica e é compre-ensível face à escassez da oferta - poder vir a ter um impacto negativo a nível do consumo e das exportações”, sublinha.

Há também outras preocupações em cima da mesa. Os Estados Unidos, que compram no estrangeiro perto de 300 mil toneladas de azeite, estão a ponderar uma possível restrição às importações para estimular a produção local, que não ultrapassa as dez mil toneladas. A medi-da, a avançar, pode prejudicar as expor-tações para aquele país. Nos primeiros oito meses de 2012, Portugal exportou para os EUA 2,9 milhões de euros em azeite, menos 8% em comparação com o mesmo período de 2011. Desde 2006 e até ao ano passado as vendas para este mer-cado cresceram 8%.

A Administração americana está a analisar a competitividade do sector e a fazer audições e visitas aos principais países produtores. Mariana Matos alerta que “este tipo de investigações costuma preceder a adopção de medidas restriti-vas”. “Teremos de aguardar pelas conclu-sões finais”, afirma. O assunto está a ser acompanhado pela Comissão Europeia e pelo Conselho Oleícola Internacional. A responsável acrescenta que Portugal também está atento e a “seguir de perto” o caso através da embaixada em Washing-ton.

D.R.

Page 6: Registo ed240

4 15 Março ‘13

Destaque

Aqui, o património natural é há muito combinado com o design e a modernidade, numa imensidão

Alentejo Roteiros de Primavera

Sítios de Monfurado e CabrelaO eixo Évora - Montemor-o- Novo, para além da sua enorme valia ao nível do património monumental, tem excelentes condições para a prática do turismo de natureza. A oferta de actividades organi-zadas é apreciável, embora a realização de grande parte delas esteja sujeita a nú-meros mínimos de participantes (em mé-dia, 4 a 10 pessoas). Em autonomia pode fazer a Ecopista de Évora, o Percurso da Água da Prata e os Percursos Ambientais do Monfurado e da Cabrela. A Ecopista de Évora, cujo traçado resulta da conversão, ainda parcial, do antigo ramal de cami-nho de ferro entre Évora e Mora, inicia-se dentro da cidade e estende-se até ao limi-te do concelho, na Herdade da Sempre Noiva, num total de 21 kms. Pode fazer-se a pé e de bicicleta. Para além desta eco-pista que se estenderá entre Évora e Mora, consulte também informação acerca da ecopista do Montado, entre Torre da Ga-danha e Montemor-O-Novo.

O Percurso da Água da Prata, pedestre, segue uma parte importante do Aquedu-to da Água da Prata, construído no séc. XVI. Sofreu reconstruções e melhora-mentos a partir do séc. XVIII e ainda hoje transporta água para a cidade. É muito in-teressante sob o ponto de vista patrimo-nial e, também, ambiental.

Os Percursos Ambientais desenvolvem-se nos Sítios de Monfurado e Cabrela, integrados na Rede Natura 2000. Ligam várias povoações rurais dos concelhos de Évora e de Montemor-o-Novo e per-mitem, a par da descoberta dos valores ambientais que motivaram a sua classi-ficação, um encontro privilegiado com os principais monumentos megalíticos da Região e com algumas actividades agríco-las e silvo-pastoris ligadas ao montado de sobro e azinho e ao olival. Os folhetos de apoio estão disponíveis nos postos de tu-rismo de ambas as cidades e no Núcleo de Interpretação Ambiental dos Sítios da Ca-brela e Monfurado, localizado na antiga Escola Primária da povoação de Baldios (Montemor-o-Novo).

No Campo BrancoSe aprecia os grandes espaços abertos e se dedica à observação de aves, o Campo Branco será, para si, um local de eleição.

Esta região é a mais importante zona de pseudo-estepe ou estepe cerealífera de Portugal, resultante do cultivo extensivo de cereais de sequeiro em regime de rota-

ção com pousios. Da manutenção deste ecossistema depende a existência de mui-tas espécies de aves com estatuto de con-servação desfavorável, como a abetarda, o peneireiro-das-torres, o sisão, o cortiçol-de-barriga-negra, o grou e o tartaranhão-caçador. Esta importância traduziu-se na sua integração na Rede Natura 2000.

Para além da pseudo-estepe, podem observar-se outras unidades paisagísti-cas, com uma fauna diversificada. A sua observação está hoje muito facilitada pela sinalização de seis percursos pedes-tres, apoiados pela brochura “Percursos Pedestres do Campo Branco”, realizada pela associação Liga para a Protecção da Natureza (LPN). Como deverá proceder o viajante? Se quiser fazer um programa or-ganizado de observação de aves, tem que marcar a visita no Centro de Educação Ambiental de Vale Gonçalinho - o cora-ção das herdades que a LPN adquiriu no âmbito do projecto Castro Verde Sustentá-vel -, com um mínimo de 7 dias de antece-dência, por telefone, fax ou email. Se tem equipamento próprio e prefere passear sozinho, basta-lhe ir ao Posto de Turismo de Castro Verde e adquirir o livro de per-cursos. Mesmo sem marcação poderá visi-tar o Centro de Vale Gonçalinho e fazer o Percurso 6 “Vale Gonçalinho – Pereiras”.

Quanto às melhores épocas para fazer estes passeios, quase todos poderão fazer-se durante todo o ano, menos entre Julho e Setembro devido ao calor. Quem quiser assistir às exibições nupciais das abetar-das machos, deverá optar pelos meses de Março e Abril.

Seja qual for o seu programa, visite o património e viva a peculiar atmosfera que caracteriza a vila de Castro Verde.

Terras de AlquevaFoi no Alentejo, região de águas escassas, que a grande barragem de Alqueva, cons-truída sobre o rio Guadiana entre Moura e Portel, criou o maior lago artificial da Europa. Este imenso plano de água tem uma área de 250 km2, estende-se por mais de 80 kms do curso do antigo rio e os seus mil recortes perfazem 1.160 kms de perí-metro. Para jusante do paredão foi cons-truído o Açude de Pedrógão, parte inte-grante do complexo, bem visível da ponte que liga Pedrógão (Vidigueira) a Moura.

A nova beleza que nasceu com este lago é surpreendente e tem aspectos que a tornam num caso singular no conjun-to das muitas albufeiras que podem en-contrar-se pelo mundo fora: a paisagem tipicamente alentejana que a rodeia, feita

de milhares de oliveiras, sobreiros e azi-nheiras; e, porque estamos em zona de fronteira, o notável património das vilas fortificadas que a defenderam ao longo de séculos e séculos.

Aos viajantes em autonomia, quer se desloquem em bicicleta ou de automóvel, sugerimos sem hesitação que percorram toda a envolvente do Grande Lago. As hipóteses de alojamento são múltiplas e as estradas muito panorâmicas. De todas as localidades deste percurso, são de vi-sita obrigatória pelo seu interesse patri-monial: na margem direita, Juromenha, Alandroal, Terena, Monsaraz e Portel; e, na margem esquerda, Mourão e Moura.. A nova aldeia da Luz, que sucedeu à an-tiga (a única povoação submersa pelas águas de Alqueva), tem um valor simbó-lico que a torna incontornável. Não deixe de ver o Museu que constitui um precioso repositório de memórias da antiga aldeia e do rio Guadiana.

O que pode fazer nesta zona?

Começando pelas actividades na al-bufeira, a oferta das empresas locais já é substancial: para além da pesca desporti-va de várias espécies, entre as quais o fa-moso achigã, fazem-se passeios em canoa ou em pequenas embarcações motoriza-das, cruzeiros de vários dias e, caso único no país, alugam-se barcos-casa com uma lotação mínima de 2 pessoas e máxima de 12. Estão ainda disponíveis para alu-guer: embarcações para pesca desportiva, jangadas com motor, canoas e caiaques, barcos à vela, embarcações de recreio e pranchas de windsurf.

Quanto a actividades aéreas, a emoção espera por si. De helicóptero, de avionete ou de balão, são experiências a não per-der.

No que respeita a actividades em terra, quem quiser recorrer a passeios organiza-dos tem lindíssimos percursos para fazer a pé, de bicicleta, a cavalo, de charrette e de jipe.

Na zona de influência de Alqueva, os

Page 7: Registo ed240

5

Destaque

de ofertas para serem vividas e saboreadas com calma, minuto a minuto.

sar em Amareleja, onde foi construída a maior Central Fotovoltaica do Mundo.

Litoral AlentejanoÉ um permanente fascínio descobrir

esta parte do Alentejo que se abre ao mar. Marginando os sapais do estuário do Sado, atinge-se uma imensa linha de cos-ta que, entre a ponta de Tróia e o cabo de Sines, toma a forma de um ininterrupto areal. No interior, onde se destaca a exu-berante verdura da serra de Grândola, o montado de sobro convive com densas manchas de pinhal, os rios represam-se em belas albufeiras e a abundância da água dá vida a extensos arrozais. Subi-tamente, a paisagem muda. Para sul de Sines, as fantasias mais caprichosas do tempo geológico fizeram do mar e do vento seu escopro e cinzel, talhando falé-sias, contorcendo blocos de xisto, criando cordões dunares que bordejam areais, fa-zendo e desfazendo pequenas e secretas praias, definindo novos contornos à ve-getação, temperando o planalto costeiro, alimentando a vida de algas, peixes, rép-teis, aves e mamíferos raros .

É um museu palpitante de história e de vida natural, que mereceu a classifica-ção de três Áreas Protegidas: as Reservas Naturais do Estuário do Sado e das Lago-as de Santo André e Sancha, e o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

Passeios organizadosA oferta das empresas locais inclui

programas em terra similares às que se encontram em todo o Alentejo interior – passeios a pé, em btt, de jipe e a cava-lo – e, como seria de esperar numa zona costeira, múltiplas actividades fluviais e marítimas: passeios nos Galeões do Sal do rio Sado com observação de flamingos e golfinhos, passeios de barco e canoagem no rio Mira, pesca embarcada no mar, cruzeiros marítimos, mergulho (cursos, baptismos, saídas, caça submarina), surf, windsurf, kitesurf e bodyboard. Algumas destas empresas alugam btts, embarca-ções motorizadas, canoas e caiaques.

Viajantes em autonomia Deixamos-lhe aqui algumas sugestões

organizadas em duas áreas geográficas. Conforme se desloque de automóvel, de bicicleta ou a pé, a viagem que lhe propo-mos deverá fazer-se com etapas bem defi-nidas em função dos apoios existentes. Se viajar de bicicleta, tenha em atenção que na faixa costeira os trilhos são muito are-nosos: opte pelas estradas secundárias ou por caminhos de terra bem compactados.

Do Estuário do Sado ao Cabo de SinesComecemos por Alcácer do Sal, a Sala-

tia dos Romanos, que, para quem vem de Lisboa pela A2, é uma bela porta de en-trada no Litoral Alentejano. Recebe-nos mesmo ali à borda do Sado, com os seus mariscos e pinhoadas, e um Centro His-tórico que serpenteia entre o rio e o Cas-telo.. Depois de bem gozadas as panorâ-micas sobre o rio, há que embarcar num Galeão do Sal em busca de flamingos e golfinhos. Antes de se dirigirem para a costa, os interessados em arquitectura ru-ral tradicional poderão ainda aproveitar para conhecer Santa Susana, uma aldeia com um encantador casario térreo caiado tipicamente alentejano. Marginando o rio em direcção à foz, impõe-se a visita do Porto Palafítico da Carrasqueira, curioso porto de pescadores com um sistema la-

biríntico de molhes construídos em esta-caria assente no lodo. Boas vistas sobre o sapal.

Rumando depois à Comporta, terra de arrozais, haverá que fazer uma incursão pela Península de Tróia, zona de grandes complexos turísticos, e contemplar a pa-norâmica que nos oferece sobre a Serra da Arrábida. Na parte norte da Península de Tróia poderá visitar as Ruínas Romanas de Tróia, mediante marcação prévia. (sai-ba mais)

As praias são muito procuradas pelos praticantes de windsurf. É nesta penínsu-la que se inicia um extenso areal, bapti-zado de Costa da Galé, que se prolonga até ao Cabo de Sines. É uma zona com boas condições para surf e bodyboard, como o comprovam os adeptos que sempre se en-contram nas praias da Comporta e do Car-valhal. Não devem perder-se as acolhe-doras e abrigadas praias do Pinheirinho, da Galé e da Aberta Nova, enquadradas por belas arribas.

Quem sentir o apelo do interior e for amante de grandes caminhadas, entre Grândola, Santiago do Cacém e a Lagoa de Santo André, tem múltiplas possibili-dades.

Em Grândola pode descobrir os encan-tos da Serra seguindo o PR1 “Rota da Ser-ra”, com uma distância de 17 kms. Este percurso liga ao GR 11E9 “Caminho do Atlântico”, com uma distância total de 47 kms, que se desenvolve entre Grândola e Santiago do Cacém, passando por S. Bar-tolomeu da Serra e Santa Margarida da Serra. A partir dele, encontram-se vários outros percursos: o PR “Veredas de Meli-des”, com 17 kms, circular a Melides; o PR3 “Vereda das Pedras Brancas”, com 11 kms, circular a Vale Figueira; o GR11.1 “Veredas de Santo André”, com 31 kms, que se ini-cia em Santa Margarida da Serra, passa por S. Francisco da Serra e termina na La-goa de Santo André; e o PR1 “Veredas de Brescos”, com 11,2 kms, circular ao Parque de Campismo da Lagoa de Santo André.

Muito importante: antes de partir para qualquer um destes percursos, informe-se nos respectivos postos de Turismo so-bre o estado da sua sinalização.

A partir da Lagoa de Santo André, onde encontra bom alojamento turístico e mui-tas belezas naturais para explorar, não deixe de espreitar as fantásticas dunas da Praia do Monte Velho. A partir des-ta praia, existe um percurso pedestre de grande interesse ambiental: “Poços da Barbaroxa” (4kms, dificuldade baixa). É aconselhável o seu acompanhamento por um guia da Reserva Natural. A mar-cação faz-se no Centro de Interpretação do Monte do Paio, espaço de recepção e divulgação da Reserva Natural, com uma exposição permanente sobre o patrimó-nio natural desta Área Protegida. A partir deste Centro, está sinalizado o “Percur-so da Casa do Peixe” (4 kms, dificuldade média), que pode fazer sem guia. Não se meta a caminho entre Dezembro e Abril devido ao eventual alagamento das vár-zeas da Lagoa.

Quanto à Lagoa da Sancha, é quase um lugar secreto. Descubra-a!

Antes do Cabo de Sines, quem gosta de contemplar o mar batido, deve fazer uma incursão à Praia do Norte. A agitação marítima e os fundos perigosos desacon-selham os banhos, mas há ricos bancos de peixe nas grutas submarinas que são motivo de atracção para mergulhadores e caçadores.

Para voltar a fazer praia, há que dobrar o Cabo.

caminhantes em autonomia encontram alguns percursos sinalizados. É o caso de três PR do concelho de Alandroal: o PR1, “Rota do Giro” (início na Igreja de N.ª S.ª da Consolação, 4,5 kms, dificuldade mé-dia); o PR2, “Pedra Alçada” (início na Jun-ta de Freguesia da Aldeia de Pias, 9 kms, dificuldade média); e o PR3, “Passeios pelo Campo” (início junto do cemitério de Terena, 11 kms, dificuldade média). Para mais informações, consulte o website.

Existem muitos outros em projecto, no-meadamente no concelho de Reguengos de Monsaraz. Quando visitar os postos de Turismo da região de Alqueva, actualize esta informação.

Parque de Natureza de Noudar

Noudar é um caso à parte neste con-junto do Grande Lago. Obriga a um des-vio da rota pela envolvente próxima da albufeira e vale a pena fazê-lo: pelo Cas-

telo de Noudar, pelo famoso presunto de Barrancos e pelo seu Parque de Nature-za. Construído no âmbito das medidas de compensação previstas no Programa de Gestão Ambiental de Alqueva, este com-plexo tem como objectivo promover um modelo de gestão sustentável do espaço natural em associação com a agricultura agro-ambiental e o turismo. www.par-quenoudar.com

Pelos seus valores naturais, com des-taque para o montado de azinho e para a avifauna (rapinas e abutres), esta zona está integrada na Rede Natura 2000.

O essencial da descoberta da paisa-gem ganha em fazer-se através dos três percursos, com temáticas diferenciadas, sinalizados e interpretados pelo Parque: o Trilho Geológico-Mineiro, o pequeno passeio O Monte e o percurso A Estrada.

Podem percorrer-se em autonomia, a pé ou de bicicleta, com guias ou com guias digitais.

De regresso a Moura, não deixe de pas-

D.R.

Page 8: Registo ed240

6 15 Março ‘13

Com a realização do vii Congresso Mundial do Presunto em ourique haverá a criação de oportunidades de negócio.

Radar

PUB

CTT associam-se à realização do VII Congresso Mundial do PresuntoOs Correios de Portugal vão associar-se à realização do VII CONGRESSO MUN-DIAL DO PRESUNTO, através da edição de selos e de um livro denominado “Sa-bores do Ar e do Fogo”, cujo lançamen-to público ocorrerá no dia 29 de Maio de 2013, na abertura oficial do congresso e ainda com a promoção de um stande institucional na zona principal de expo-sição.

O Bloco Filatélico que pertence à série contém o Presunto de Santana da Serra e o Presunto de Barrancos. Nesse dia será também apresentado ao público o Livro “Sabores do Ar e do Fogo”, de Fátima Moura (com coordenação de José Quité-rio), obra que para além de conter todos os selos e blocos filatélicos lançados em 2012 e 2013, traça uma história sucinta dos principais enchidos e presuntos em Portugal, começando pela respectiva génese e enquadramento sociológico, e em seguida detalhando as normas espe-cíficas de produção que lhes asseguram a garantia de qualidade e a especificidade, permitindo a atribuição da “Denomina-ção de Origem” que os consagra hoje em dia como Produtos Artesanais de Quali-dade.

Para a organização do VII CONGRESSO

MUNDIAL DO PRESUNTO a associação de uma marca como os CTT – Correio de Portugal à iniciativa é um grande moti-vo de orgulho e revela a importância e a credibilidade deste evento que se realiza em Ourique entre os dias 28 e 31 de Maio de 2013.

Com a realização do VII Congresso

Mundial do Presunto em Ourique have-rá a criação de oportunidades de negó-cio, a abertura de mercados às empresas do sector e o aumento do conhecimento de uma realidade económica e social distinta, envolvendo as comunidades e os recursos da região de Ourique e do Baixo Alentejo.

O Monte Selvagem preparou um dia especial para comemorar datas impor-tantes para quem é amante da nature-za, o Dia da Árvore e Dias Mundiais da Floresta e da Água.

No Dia da Árvore e Dia Mundial da Floresta (21 de Março) é possível plan-tar uma árvore, participar num Jogo de Exploração ao ar livre, que terá como missão a descoberta de Tesouros Na-turais Selvagens e elaborar pequenas mensagens ambientais, em pedaços de cortiça e outros resíduos florestais.

Esta iniciativa tem por nome Pro-tege, Cuida e Preserva – Assegurar a Vida na Terra! e pretende alertar para o importância das árvores na nossa vida, das florestas, da conservação da natureza e da preservação da biodiver-sidade.

No dia Mundial da Água (22 de Mar-ço) os visitantes ficarão a saber mais sobre este recurso finito e a importân-cia do seu consumo moderado, através de pequenas Experiências com a Água realizadas no parque.

Actividade para todos no Monte Selvagem

Passeio

D.R.

Page 9: Registo ed240

7

“Agora, torna-se possível sintetizar compostos mais eficazes, com um efeito terapêutico mais acentuado”

Radar

PUB

Composto do vinho tinto prolonga a vida e protege da doençaOs benefícios do resveratrol para a saúde foram questionados durante anos. Agora, o seu mecanismo de acção foi desvendado.

Quem diria que quando fazemos um brinde com vinho tinto e entoamos o pro-verbial “saúde!”, estamos mesmo a falar literalmente? No entanto, é isso que mos-tra um novo estudo, publicado na revista Science por David Sinclair, da Universi-dade Harvard (EUA), e colegas - entre os quais duas portuguesas.

Em 2006, a equipa de Sinclair publicava os primeiros resultados que sugeriam que o resveratrol, composto presente na cas-ca das uvas, nos amendoins e nos frutos vermelhos, era capaz de prolongar a vida de ratinhos de laboratório. Criou-se então uma empresa, a Sirtris Pharmaceuticals (do grupo GSK), para desenvolver compos-tos de acção semelhante à do resveratrol.

Segundo Sinclair e colegas, o resveratrol agia estimulando a actividade de uma proteína, chamada SIRT1 (sirtuína 1). Mas a seguir, houve quem argumentasse que o resveratrol só agia em presença de com-postos sintéticos específicos utilizados nas experiências - ou seja, em condições arti-ficiais.

Entretanto, ao longo dos anos, foi-se acumulando uma massa de resultados que indicavam fortemente que em mui-tas espécies animais, incluindo a nossa, a SIRT1 protege, por sua vez, o organismo de doenças ligadas ao envelhecimento como o cancro, a Alzheimer, a diabetes. Os ratinhos que tomam resveratrol são relativamente imunes aos efeitos da obesi-dade e da velhice - e o composto aumenta a longevidade de leveduras, nemátodos, abelhas, moscas e ratinhos, lembra um co-municado de Harvard.

Como? Melhorando o desempenho das mitocôndrias, que são as “baterias” das cé-lulas vivas. Com a idade, elas começam a ter problemas de funcionamento - e o facto de a SIRT1 as conseguir “recarregar” tem efeitos profundos sobre a saúde. Restava, porém, a questão de saber se o resveratrol estimulava mesmo directamente a SIRT1 e tinha efecti-vo potencial terapêutico, ou se o seu efeito era uma miragem experimental.

D.R.

No novo estudo, os cientistas põem fim ao debate. Primeiro, mostram que o res-veratrol activa a SIRT1 em presença de moléculas naturalmente produzidas pe-las células vivas. “Descobrimos uma as-sinatura da activação que se encontra de facto nas células e que não exige qualquer composto sintético”, diz Basil Hubbard, co-autor, citado pelo mesmo comunicado. Em segundo lugar, identificam, na molécula de SIRT1, o local de acção preciso do resve-ratrol.

Para isso, a equipa testou umas 2000 variantes do gene que comanda o fabrico da SIRT1 pelas células e descobriu uma mutação específica que torna esta proteína completamente insensível ao resveratrol e a uma série de moléculas semelhantes ainda mais potentes.

Basta trocar Um único aminoácido num dado local da cadeia molecular da SIRT1

(os aminoácidos são os “tijolos” de constru-ção das proteínas) para o resveratrol não se conseguir ligar à SIRT1.

A partir daí, os investigadores puderam testar o efeito da mutação em culturas de células. E constataram que, enquanto nas células com uma SRT1 normal, as mito-côndrias eram efectivamente “recarre-gadas” graças ao resveratrol, nas células com uma SRT1 mutante as mitocôndrias tornavam-se completamente “imunes” ao composto. “Esta foi a experiência decisiva. Não permite qualquer outra opção senão concluir que o resveratrol activa directa-mente a SIRT1 nas células”, diz Sinclair. Os investigadores pensam que o mecanismo de acção do resveratrol, quando ele se liga à SIRT1, é como se carregasse num “pedal acelerador”, tornando a SIRT1 hiperactiva.

“A sirtuína tem um efeito regulador muito importante na função mitocondrial

e este estudo vem retirar qualquer dúvida acerca da activação directa da SIRT1 pelo resveratrol”, revela Anabela Rolo, da Uni-versidade de Aveiro, também co-autora do trabalho, juntamente com Ana Gomes (neste momento a trabalhar no laboratório de Sinclair). O interesse específico destas investigadoras - que colaboram há vários anos com a equipa norte-americana - é a regulação mitocondrial. A sua participa-ção teve por isso a ver com a avaliação, nas culturas celulares, das consequências funcionais, ao nível das mitocôndrias, da mutação da SIRT1.

“Agora, torna-se possível sintetizar com-postos mais eficazes, com um efeito tera-pêutico mais acentuado”, diz-nos Anabela Rolo. Aliás, já estão a decorrer ensaios clí-nicos de vários compostos desenvolvidos pela Sirtris - mas ainda não há data mar-cada para uma eventual comercialização.

Page 10: Registo ed240

SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

Inaugurado em 10 de Junho de 2006, a construção e dinamização do Centro Cultural de Redondo surgem ancoradas à estratégia de desenvolvimento do concelho, a qual resultou de uma forte parti-cipação comunitária no decurso dos trabalhos desenvolvidos pela Agenda 21 Local de Redondo. A sua intensa e regular atividade tem-no afirmando como um im-portante pólo dinamizador de cultura na região, seja ao nível da apresentação das artes performa-tivas, seja no plano da promoção de atividades de natureza peda-gógica.

Mais do que um mero equipa-mento cultural, o Centro Cultural de Redondo tem em vista contri-buir para o desenvolvimento social da comunidade e, num plano mais alargado, para o de-senvolvimento do Alentejo, as-sociando-se à luta empreendida

por esta região contra a desertifi-cação do interior.

O Centro Cultural de Redondo combina uma arquitetura ino-vadora e arrojada com a traça tradicional, procurando o enqua-dramento paisagístico harmo-nioso de um complexo de consi-deráveis dimensões, implantado numa área urbana pré-existente. Composto por dois edifícios – a Casa das Artes e a Casa de Espec-táculos com café-concerto – este equipamento permite a realiza-ção de eventos culturais e artísti-cos como cinema, teatro, dança, exposições e concertos de música em diferentes espaços especial-mente concebidos para o efeito: destaca a funcionalidade, confor-to e estética agradável. Além dis-so, está equipado com duas salas de tradução simultânea, adequa-das para a realização de congres-sos e seminários internacionais.

O Centro Cultural de Redondo assume cada vez mais a sua vo-cação pedagógica, consubstan-ciada em diversos projetos de ser-viço educativo com epicentro na música, no teatro e no estímulo da leitura.

Para além destes espaços, o Centro Cultural de Redondo está incluído na zona de acesso livre à internet, integrada na Rede Re-gional de Hotspots desenvolvida pelo projeto Évora Distrito Digi-tal/Associação de Municípios do Distrito de Évora.

A funcionalidade e a poliva-lência do Centro Cultural de Re-dondo configura-o ainda como um espaço de animação e con-vívio, propício para estimular e desenvolver a criatividade, pro-mover a cultura local e favore-cer a troca de experiências entre diferentes saberes e referências culturais.

BTL 2013

Ruas Floridas coloriram a BTL 2013As Ruas Floridas de Redon-do marcaram presença na edição de 2013 da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) que decorreu no âmbito da Feira Internacional de Turismo, de 27 de fevereiro a 02 de março. Consciente da importância do turismo na economia local, ao longo dos diversos dias, o Municí-pio de Redondo deu desta-que às várias potencialida-des do concelho pondo em evidência as Ruas Floridas que completam este ano mais uma edição, de 3 a 11 de Agosto. No que às Ruas Floridas diz respeito, os visitantes da BTl puderam testemunhar o processo de moldar o papel ao vivo o que permitiu desvendar algumas das surpresas que Redondo se encontra a preparar para a edição de 2013. Ainda durante o certa-me quem assim o desejou pôde degustar alguns dos melhores produtos típicos do concelho, dos quais se destacaram os vinhos, os queijos, os enchidos, o pão e alguns bolos tradicionais.

Redondo

D.R.

O Município de Vila Viçosa orga-niza bienalmente, desde o ano de 1981, o Prémio Literário Florbela Espanca com o intuito de pro-mover, divulgar e apoiar activi-dades culturais de âmbito literário e, simultaneamente, homenagear a grande poetisa calipolense. Des-tinado a galardoar obras literárias inéditas de expressão portuguesa, independentemente da naciona-lidade do autor, o Prémio Florbela Espanca 2013 é dedicado à poesia. Os trabalhos apresentados devem ser assinados com pseudónimo, dactilografados a dois espaços e impressos em papel formato A4. Os cinco exemplares devem ser entregues na Unidade Municipal de Cultura, Desporto e Turismo da Câmara Municipal de Vila Viçosa, sita no Largo D. João IV, 40 – A., até às 16 horas do próximo dia 15 de Setembro. O júri para apre-ciação dos trabalhos será consti-tuído por um elemento designado pela Assembleia Municipal de Vila Viçosa e por quatro elemen-tos designados pela Associação Portuguesa de Escritores. A obra premiada será editada com a chancela da autarquia, numa ti-ragem de 500 exemplares, e o au-tor receberá um prémio no valor de 2.500 euros

Prémio Literário Florbela Espanca

Vila Viçosa

PUB

Centro Cultural de Redondo