Registo ed155

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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 19 de Maio de 2011 | ed. 155 | 0.50 AJUDAS Agricultores com menos apoio Os agricultores portugueses recebem menos apoio do que concorrentes directos, como espanhóis e franceses, ficando claramente abaixo da média comunitária (271 euros por hectare), indicam dados da Comissão Europeia a que o Registo teve acesso. Média é de 179 euros por hectare. André Assis em ENTREVISTA 09 09 A Diana FM e o semanário Registo organizaram um debate entre os 5 cabeças-de-lista por Évora dos partidos com assento parlamentar. “CRISE políTICA VAlEU A pENA poIS A IRRESpoNSAbIlIDADE Já ERA gRANDE” Cabeça-de-lista do CDS-PP por Évora encerra ciclo de entrevistas do Registo. 11 Jerónimo defende “luta interminável” pela terra Pág.03 Líder comunista dizem campanha pelo distri- to de Évora que as “políticas de direita têm destruído a capacidade produtiva” e sublinhou a necessidade de pôr esta região ao serviço do “povo e do País”, aumentando a produção nacional em vários quadrantes, nomeadamente através de uma nova reforma agrária. pATRIMÓNIo Elvas da Humanidade Pág.19 A candidatura das fortificações de Elvas a Pa- trimónio da Humanidade tem condições para ser “bem sucedida” junto a UNESCO, diz a presidente do ICOMOS Portugal, Ana Paula Amendoeira. Processo de candida- tura deverá ser analisado em 2012. No ano seguinte será Coimbra. Marvão fica para mais tarde. Alentejo continua a liderar crescimento na procura turística Pág.16 Segundo os dados divulgados pelo Instituto Na- cional de Estatística (INE), em Março o número de dormi- das registadas nas unidades de alojamento do Alentejo foi de 88,1 mil contra as 79 mil registadas em igual período de 2010, o que perfaz uma subida de 11,4% num ano. O Alen- tejo foi a região que apresentou o maior crescimento. em debate Legislativas PUB 11 06/07 Luís Pardal | Registo D.R. D.R.

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Edição 155 do Semanário Registo

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SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 19 de Maio de 2011 | ed. 155 | 0.50€

AJUDAS Agricultores com menos apoioOs agricultores portugueses recebem menos apoio do que concorrentes directos, como espanhóis e franceses, ficando claramente abaixo da média comunitária (271 euros por hectare), indicam dados da Comissão Europeia a que o Registo teve acesso. Média é de 179 euros por hectare.

André Assisem ENTREVISTA

0909

A Diana FM e o semanário Registo organizaram um debate entre os 5 cabeças-de-lista por Évora dos partidos com assento parlamentar.

“CRISE políTICA VAlEU A pENA poIS A IRRESpoNSAbIlIDADE Já ERA gRANDE”Cabeça-de-lista do CDS-PP por Évora encerra ciclo de entrevistas do Registo.

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Jerónimo defende “luta interminável” pela terra

Pág.03 Líder comunista dizem campanha pelo distri-to de Évora que as “políticas de direita têm destruído a capacidade produtiva” e sublinhou a necessidade de pôr esta região ao serviço do “povo e do País”, aumentando a produção nacional em vários quadrantes, nomeadamente através de uma nova reforma agrária.

pATRIMÓNIoElvas da HumanidadePág.19 A candidatura das fortificações de Elvas a Pa-trimónio da Humanidade tem condições para ser “bem sucedida” junto a UNESCO, diz a presidente do ICOMOS Portugal, Ana Paula Amendoeira. Processo de candida-tura deverá ser analisado em 2012. No ano seguinte será Coimbra. Marvão fica para mais tarde.

Alentejo continua a liderar crescimento na procura turística

Pág.16 Segundo os dados divulgados pelo Instituto Na-cional de Estatística (INE), em Março o número de dormi-das registadas nas unidades de alojamento do Alentejo foi de 88,1 mil contra as 79 mil registadas em igual período de 2010, o que perfaz uma subida de 11,4% num ano. O Alen-tejo foi a região que apresentou o maior crescimento.

em debateLegislativas

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Luís Pardal | Registo

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2 19 Maio ‘11

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor Luís Maneta

propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal (editor) Colaboradores Pedro Galego; Pedro Gama; Carlos Moura; Capoulas Santos; Sónia Ramos Ferro; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito legal 291523/09 Distribuição Miranda Faustino, Lda

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

“o obama de Massamá”

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w.egoisthedonism.w

ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

As micros, pequenas e médias empresas e o naufrágio

As micros, pequenas e médias empresas (MP-MEs) estão todas no mesmo barco navegando num mar cujas correntes marítimas são pro-fundamente agitadas pelo grande capital fi-nanceiro e monopolista. Alguns, poucos, muito poucos, irão dar à costa, mas a grande maioria sucumbirá no naufrágio.

Ao longo de anos, as ondas não eram tão agi-tadas e tão grandes, mas agora, a turbulência é enorme e o naufrágio pode ser imenso.

É necessário tirar as MPMEs do alto mar e recolhê-los a um porto de abrigo.

Só o Estado poderá fazê-lo. Mas tem que ser um Estado que tenha força e organização ca-paz de enfrentar os inimigos de classe: o grande capital financeiro e monopolista. Não pode ser um Estado magro sem instrumentos de inter-venção na vida económica.

Em Portugal, todo o quadro legal que envolve a actividade económica, é claramente favorável às grandes empresas, quer nacionais, quer mul-tinacionais.

As grandes empresas já beneficiam, pela sua própria dimensão, dos descontos de quantidade nas compras que fazem e beneficiam também de prazos mais largos nos pagamentos.

São chamadas “economias de escala” que só por serem grandes e trabalharem com grandes quantidades levam vantagens relativamente às MPMEs.

Só estas vantagens já dão para eliminar mui-tas MPMEs na livre concorrência. As grandes superfícies comerciais, compram a prazo e ven-dem a pronto pagamento, enquanto os MPMES têm que suportar por vezes algumas vendas a prazo sob pena de perderem os poucos clientes que ainda vão tendo.

Com todas estas vantagens, as grandes em-presas, podem vender a preços mais baixos, podem manter postos de venda em todos os lo-cais, oferecer estacionamento e transporte com maior comodidade.

Mas as MPMEs fazem falta a qualquer so-ciedade para um desenvolvimento equilibrado do ponto de vista político, social, económico e cultural.

É necessário preservar a sua sobrevivência. Compete ao Estado regulamentar, e, se ne-

cessário, discriminar positivamente em bene-fício das MPMEs. Se deixar tudo entregue à “livre concorrência” as MPMEs são esmagadas pelas grandes empresas multinacionais

E quando as leis, ainda por cima, discrimi-nam favoravelmente as grandes empresas, tor-na-se mais difícil a sobrevivência das MPMEs.

As MPMEs dão vida aos centros urbanos, às cidades, às vilas ou às aldeias e até a luga-res distantes ou isolados. As suas lojas, os seus estabelecimentos, as suas fábricas, as suas ofi-

cinas são locais de encontro e de convergência dos cidadãos permitem um atendimento perso-nalizado e contribuem para a poupança de tem-po e economia nas deslocações.

Com as MPMEs a riqueza produzida é repar-tida por milhentos pequenos empresários.

Em Portugal o número das MPMEs abrange 99,92% do universo empresarial. Têm ao seu serviço a grande maioria dos trabalhadores das empresas do país (cerca de 75%), e, têm um vo-lume de negócio ainda muito significativo no contexto nacional.

As MPMEs pagam um imposto sobre os lu-cros (IRC) de 25% enquanto os bancos pagam apenas 10%.

As MPMEs são sujeitas ao Pagamento Es-pecial por Conta (PEC). Trata-se de um adian-tamento do IRC que tem que ser entregue nas Finanças antes do apuramento do lucro final do ano, enquanto as grandes empresas só entregam o imposto depois de apurarem o lucro.

Em Portugal as MPMEs são obrigadas a en-tregar o IVA ao Estado mesmo antes de cobra-rem as facturas aos clientes. Acontece, por ve-zes, não conseguirem receber o valor da factura nem o IVA e, entretanto, este, já foi entregue ao Estado.

As grandes empresas entregam o IVA só de-pois de cobrarem a factura.

As MPMEs têm dificuldades enormes na co-brança das dívidas dos seus clientes: é o tempo de espera, são os encargos com os advogados, é a incerteza da cobrança.

As MPMEs não conseguem manter a em-presa a funcionar, os sete dias da semana com os poucos trabalhadores que tem, enquanto as grandes empresas encontram diversas formas de pôr os trabalhadores a funcionarem, por tur-nos, e, até aos domingos e feriados.

Existem no distrito de Évora (Alentejo Central), cerca de 16.500 empresas das quais 16.000 têm menos de 10 trabalhadores cada; 460 têm menos de 50 trabalhadores cada, 50 têm menos de 250 trabalhadores cada; só 4 empresas do distrito de Évora têm mais de 250 trabalhadores cada.

Actualmente em Portugal, e, na Europa, deu-se uma grande concentração do capital e a falência de milhares e milhares de MPMEs. Estamos perante uma grave crise económica e social.

Como será possível inverter esta situação? Para abordar esta questão vai-se realizar um

colóquio/debate com Carlos Carvalhas e João Oliveira do PCP e, tendo como convidada, a Confederação Nacional dos Micros, Pequenos e Médios Empresários (CPPME), na Universida-de de Évora, Colégio Verney (antigo RAL 3), às 20,30h da próxima 6ª Fª dia 20 de Maio, aberto a todos. Participe.

Ex-governador civil de Évora e actual depu-tado pelo PSD, Luís Capoulas vai deixar as funções parlamentares. Sobre o futuro, diz que governa quem ganhar as eleições.

“A política de direita tem destruído a capa-cidade produtiva” do país, disse o secre-tário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, numa jornada de campanha no Alentejo.

protagonistas

p05

p03Jerómino de Sousa

Luís Capoulas

Abílio DiAs FernAnDeseconomista

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Política

Jerónimo de Sousa defende ”luta interminável em defesa da terra“Dia de campanha do líder da CDU no Alentejo marcado por críticas aos partidos “prisioneiros do acordo de ferro com a troika”.

Pedro Galego | Registo

Visitando terras e pessoas onde o apoio aos comunistas é garan-tido, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, aproveitou o último domingo de pré-campa-nha no Alentejo, onde carregou baterias e encheu o espírito de apoio para o debate de segunda-feira contra José Sócrates.

Durante o périplo alentejano, o líder comunista, entre outros ataques aos seus rivais, disse que as “políticas de direita têm des-truído a capacidade produtiva” e sublinhou a necessidade de pôr esta região ao serviço do “povo e do País”, aumentando a pro-dução nacional em vários qua-drantes, nomeadamente através de uma nova reforma agrária.

“Essa é uma luta interminável em defesa da terra a quem a tra-balha, ao serviço dos trabalha-dores, do povo e do País, e não dos latifundiários e dos grandes proprietários de terra”, disse Je-rónimo de Sousa aos cerca de 1500 militantes e apoiantes que almoçaram nas antigas insta-lações da Unidade Colectiva de Produção ‘Esquerda Vencerá’, em Pias, Serpa.

Além das propostas, o dia foi também marcado pelas duras críticas a PS, PSD e CDS, que diz terem programas eleitorais “a fingir”.

“Os três estão prisioneiros daquele acordo de ferro com a troika”, disse ainda durante a manhã no distrito de Beja, onde teve a seu lado o cabeça de lista à Assembleia da República, João Ramos.

Considerando que «o distrito de Beja tem um grande contribu-to a dar ao aumento da produção nacional, o candidato recordou que a proposta da CDU para a região assenta numa aposta em três vectores fundamentais: as energias renováveis, a extracção de minério e a agricultura, “ao serviço do País e não de interes-ses estrangeiros, assegurando que o volume de trabalho, de propostas e de iniciativas feito por um deputado da CDU, na última legislatura equivale ao dobro do trabalho dos deputados PS, eleitos na mesma região”.

À tarde, a caravana comunista subiu rumo a Mora e Montemor-o-Novo. Já na cidade liderada por Carlos Pinto de Sá, o líder da CDU considerou o “quadro pro-fundamente inquietante” em que o povo português se encon-tra nestas eleições, em que vai “escolher se prefere uma verda-deira alternativa à política de direita ou se continuará a votar contra si próprio”.

Jerónimo recordou novamen-te o défice produtivo agrícola nacional e avisou que os pro-gramas do PS, do PSD e do CDS resultam já em recessão, antes

ainda de ter chegado o emprés-timo da troika.

Em Montemor-o-Novo tam-bém o deputado João Oliveira, cabeça de lista pelo distrito de Évora teve oportunidade de refe-rir o que considera ser “a respon-sabilidade do PS e dos partidos de direita na destruição do apa-relho produtivo” e as responsa-bilidades dos partidos PS, PSD e CDS, nos últimos 35 anos, “pela destruição progressiva do Ser-viço Nacional de Saúde nos au-mentos nas taxas moderadoras, o fecho de centros de saúde, os cortes nos transportes de doen-tes, o fim e a redução de compar-ticipações em medicamentos, a falta de lares, as baixas pensões de reforma e a destruição da pro-dução nacional”. Tudo temas ca-ros, sobretudo À faixa mais idosa da população, onde a CDU sabe que reside parte do seu eleitora-do no Alentejo.

O dia terminou com um jan-tar-comício em Arraiolos, onde o mesmo deputado defendeu que existe uma «campanha me-diática de desinformação em curso na comunicação social dominante, que deve ser ven-cida com o esclarecimento das populações para a necessidade de uma política patriótica e de esquerda», e teceu acusações ao PS de Évora.

Segundo João Oliveira, o presi-dente da Câmara PS “disse a 120 trabalhadores camarários com os contratos por renovar que só os renovaria se o PS ganhasse as eleições, procurando impor medo para condicionar o voto do povo”.

Reclamando a luta da CDU pela democracia, o deputado também lembrou a barragem do Alqueva, “que continua su-

Campanha da CDU às legislativas trouxe Jerónimo de Sousa ao Alentejo e culminou com jantar-comício em Arraiolos.

baproveitada, apenas servin-do alguns projectos turísticos e agrários”. Foram recordadas as culpas do PS e da direita pela de-sertificação da região, o encerra-mento e a destruição de serviços públicos e mais um adiamento na construção do necessário hos-pital de Évora.

Já Jerónimo voltou a insistir no aumento da produção nacio-nal e no fim dos subsídios do “pa-gar para não produzir”, apelando ainda aos jovens que ficaram com “os sonhos por concretizar, que agarrem os ideais de Abril. “Se as novas gerações agarrarem o futuro com as suas mãos como fizeram os da geração de Abril de ‘74, serão capazes de concretizar este Abril inacabado”, defendeu.

Redacção | Registo

Os membros da CDU e do BE na Assembleia Municipal protestaram contra a “decisão unilateral” do presidente da Assembleia Municipal de Évora de anular a convocatória da reunião extraordinária re-querida pelo grupo municipal da CDU para discutir a cessa-ção do contrato de exploração a favor da empresa Águas do Centro Alentejo.

“Este acto constitui uma aceitação da interferência da Câmara Municipal no fun-cionamento das reuniões da Assembleia, sendo um atropelo à democracia e autonomia dos diferentes órgãos autárquicos”, dizem os dois partidos em comunicado.

“É um acto sem cabimento le-gal que impede objectivamen-te a discussão da concessão do serviço de águas numa altura em que está na ordem do dia a discussão das formas de forne-cimento de água às populações, havendo propostas para a sua privatização”.

Comunistas e bloquistas referem ainda que a Câma-ra de Évora “mantém a sua decisão de cessar o contrato, tendo apresentado estudos que comprovam a capacidade da autarquia de assegurar os serviços em perfeitas condições de abastecimento de água, com vantagens significativas do ponto de vista financeiro”.

Na última reunião pública, a CME dirigiu à Assembleia Municipal um pedido de

retirada da proposta camarária aprovada em Dezembro de 2010 (referente a uma eventual saída do Município do Sistema Multimunicipal de Abasteci-mento de Água e Saneamento do Centro Alentejo) por “altera-ção dos pressupostos políticos”.

Segundo a autarquia, duran-te este período “chegou uma contra proposta das Águas de Portugal com matéria que justifica a abertura de nego-ciações visando a defesa do interesse municipal”.

Este ponto foi aprovado com três votos a favor (PS), três con-tra (CDU), uma abstenção (PSD) e o voto de qualidade favorável do presidente da CME.

A indefinição em torno deste processo arrasta-se desde o ano passado.

Saída das águas em “banho-maria”Évora

“Independentes” - escrito com aspas. É desta forma que a Direcção Regional de Évora do PCP (DOREV) se refere aos autarcas eleitos em listas de cidadãos que manifestaram apoio a José Sócrates e ao PS nas próximas legislativas.

Este apoio foi expresso pelos presidentes das câma-ras municipais de Alandroal, Estremoz, Sines e Redondo.

“O percurso destes prota-gonistas revela que o seu compromisso não é com os que representam. Quem se intitula verdadeiramente de esquerda não apoia a candi-datura de Cavaco Silva nas presidenciais nem a de José Sócrates nas legislativas”, refere em comunicado uma fonte da DOREV.

Independentes alvo de críticas

Jerónimo de Sousa durante a sua intervenção em Arraiolos.

D.R.

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4 19 Maio ‘11

Política

O PS conseguiu uma coisa inédita em Portugal. Construiu e apresen-tou um programa de Governo poli-ticamente irrelevante de quem nin-guém fala, sequer os comentadores políticos. Os programas televisivos, os noticiários ocupam-se agora do programa do PSD, reconhecendo o seu valor, a sua ambição e o grau de pormenor e clareza, donde se distingue manifestamente de um programa redondo, genérico e en-ganador, nessa medida.

Todos são unânimes em reconhe-cer a honestidade de um líder po-lítico que teve a coragem de dizer a verdade aos portugueses e não se limitou a escrever banalidades. Antes, teve a capacidade de saber aproveitar uma crise, que também encerra em si oportunidades para eleger como objectivos políticos aquilo que há muito se fala e que ninguém teve coragem de assumir. Um excelente exemplo disso é a proposta de extinção dos Governos Civis, que o PS bem tem utilizado para fazer trabalho político. Pas-

sos Coelho é um político honesto que não engana o eleitorado e não quer ser governo a qualquer preço. E por isso mesmo também alvo de críticas. É que ao mesmo tempo que lhe reconhecem honestidade, os mesmos comentadores— espante-se— afirmam que deveria ser mais pragmático – que neste contexto significa mentiroso – porque quem quer ganhar eleições, tem de “omi-tir” algumas coisas. Também os nossos ilustres opinion makers, pa-decem desta contradição insanável que é clamar por políticos honestos e depois achar que a final, honestos, mas pouco.

Já Sócrates, que há menos de um mês dizia que não governava com o FMI e que entre ele e o dito Fun-do existiam 10 milhões de portu-gueses, afinal, quer governar com o FMI e até se arroga de ter nego-ciado um acordo extraordinário. Depois do anúncio de que, afinal, graças ao tal FMI, os portugueses já vão poder passar férias nas praias algarvias, quando já se tinha dado

como perdido o subsídio de férias, alguns cidadãos mais distraídos ou ingénuos podem ser levados a pen-sar que o candidato Sócrates mere-ce alguma credibilidade. Mas todos já perceberam o truque socialista de chamar a si autoria dos anúncios agradáveis e deixar para os outros a culpa da austeridade.

Sócrates quer servir o país. Já serviu e bem mal. Já estamos em

recessão técnica. Sócrates acusa Passos de impreparação e falta de experiência política, entre outros despautérios. E ele, por ventura, achar-se-á preparado? O primeiro-ministro que nos conduziu à insol-vência? Ao maior desemprego de sempre? Ao descalabro da despesa pública? Ao corte nos salários? E ao maior assalto ao SNS do qual se ar-roga defensor? Se os caros leitores fizeram um exercício de memória, recordar-se-ão de quem encerrou centros de saúde, maternidades, au-mentou drasticamente o valor dos actos médicos, das vacinas e cortou no transporte dos doentes, pena-lizando, sem precedentes os mais idosos, os mais carenciados. Depois tenta-nos convencer do contrário, lançando sobre os incautos o man-to do liberalismo e do desmantela-mento do SNS.

Sócrates intitula-se o defensor dos pobres, mas é o socialista(?) mais à direita que governou Por-tugal e que queria congelar as pen-sões mais baixas, no PEC IV que o

PSD chumbou. Um lobo com pele de carneiro que assinou um memo-rando com as instituições interna-cionais mas ao qual não vinculou o seu programa eleitoral, porque pre-fere continuar a fazer de conta que o pior já passou, porque um políti-co tem ser optimista e puxar pelas energias do povo.

A única estratégia do partido socialista é andar a reboque do PSD, aproveitando todo e qualquer imprevisto para tentar levar o seu principal opositor nestas eleições, à contradição. Nada discutem, nada propõem de novo, porque o seu mo-delo está esgotado.

Circula na Internet um alemão furioso com o povo português, que não percebe como é que Sócrates ainda se revela um adversário bem posicionado nas sondagens. Seria bom que os indecisos atentassem nos seus argumentos. Não é preci-so viver em Portugal para perceber que Sócrates nos levou à ruína e portanto não pode propor-se salvar-nos dela.

“Sócrates quer servir o país. Já serviu e bem mal. Já estamos em recessão técnica. Sócrates acusa Passos de impre-paração e falta de experiência política, entre out-ros despautérios“.

Honesto... mas poucosóniA rAmos FerroJurista

Portugal tem que mudarAntónio CostA DA silvAeconomista

Sistematicamente somos bombar-deados pelo primeiro-ministro de Portugal a dizer que todos os par-tidos da oposição derrubaram o Governo. Em todos os debates e intervenções públicas lá vem o ac-tual primeiro-ministro vitimizar-se, afirmar que todos os partidos da oposição foram muito maus para o Governo.

Esta é uma ideia que tem que ser contrariada. Foi o Primeiro-minis-tro quem se demitiu. Apenas peca por ser uma decisão tardia.

José Sócrates vive num planeta que não é o nosso. Vive num mundo das ilusões e não consegue perceber os reais problemas dos portugueses. Sócrates vive numa redoma opaca, sem querer perceber o mundo que o rodeia.

Depois lá vem a segunda ordem de ideias: O actual primeiro-minis-tro a tentar destruir todas as ideias apresentadas pelo PSD. Esta forma de fazer política tem os seguintes objectivos: “incendiar” a população e estimular o medo. É essa a única estratégia do actual primeiro-mi-nistro. Depois há um copy paste por parte de todos os membros do seu governo e respectivos discípulos. Há uma espécie de clonagem dis-cursiva. Enfim, é o que temos!

É claro que o actual Primeiro-ministro José Sócrates não tem in-teresse em discutir os assuntos que preocupam os portugueses. È claro que vai entreter ao máximo (sendo essa a sua principal especialidade)

D.R.

com coisas inúteis, vai tentar focar a discussão em assuntos não priori-tários. Infelizmente, é essa a nossa triste realidade.

Por isso mesmo, existe um con-junto de questões que deveriam ser imediatamente esclarecidas: Al-guém conhece as propostas eleito-rais do PS? Lembram-se que elas fo-ram virtualmente anunciadas antes da troika apresentar as respectivas conclusões e condições do financia-mento a Portugal. E porquê? A ra-zão é simples, Sócrates não querer

discutir os problemas, muito menos as soluções. Já tive a oportunidade de o referir, José Sócrates trata os portugueses como se fossem todos uns verdadeiros matarruanos! Só-crates só quer saber de si próprio.

Sabemos perfeitamente que no dia 5 de Junho deverá ser escolhi-do um Governo capaz de resolver os problemas de Portugal. Sabemos perfeitamente que não deverá ser José Sócrates a liderar esse Gover-no. Sabemos perfeitamente que de-verá resultar um Governo capaz de cumprir os acordos assinados com a troika. Sabemos perfeitamente que José Sócrates pura e simplesmente não cumpre aquilo que se compro-mete.

Portugal necessita de um Gover-no capaz, credível e extremamente sério. Isso parece-me que só será possível com a liderança de Pedro Passos Coelho.

Pedro Passos Coelho é a única pessoa capaz de devolver a esperan-ça aos portugueses. Por isso mes-mo, torna-se fundamental reforçar o apoio na sua pessoa e no partido que ele lidera.

Portugal tem de mudar, tem que entrar novamente na rota do cresci-mento e do desenvolvimento. Para isso torna-se fundamental derrotar José Sócrates.

Acredito sinceramente na inteli-gência dos portugueses. Acredito que terão a sabedoria em escolher Passos Coelho. Esta é a única espe-rança.

“José Sócrates vive num planeta que não é o nosso. Vive num mundo das ilusões e não consegue perce-ber os reais prob-lemas dos portu-gueses. Sócrates vive numa re-doma opaca, sem querer perceber o mundo que o rodeia”.

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Política

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”O partido que ganhar as eleições deverá formar Governo“

Um debate semanal, numa parceria Registo/Diana FM, reúne os deputados eleitos por Évora: Bravo Nico (PS), João Oliveira (PCP) e Luís Capoulas (PSD).O debate pode ser ouvido na íntegra na Diana FM às terças-feiras (18h00) e aos domingos (10h00). Às quintas-feiras, a troca de argumentos salta para as páginas do Registo.

pRAÇA DA

REpÚblICA

Deputado do PSD por Évora diz que partido com mais deputados deve ser chamado a governar, num debate sobre alianças pós-eleitorais.Redacção | Registo

O deputado do PSD por Évora, Luís Capoulas, não tem dúvidas: Apesar de o quadro político-constitucional permitir várias soluções, depois de 5 de Junho o Presidente da República deverá convidar o líder do partido mais votado a formar Governo.

Qualquer outra solução só po-derá ser equacionada se esse par-tido não conseguir fazer aprovar o programa na Assembleia da República. Luís Capoulas mostre “reticências” a um cenário em que, por exemplo, o Governo saí-do do próximo acto eleitoral fos-se formado por outros partidos, excluindo o mais votado.

Um cenário igualmente rejei-tado por José Sócrates no recente debate televisivo com o secre-tário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.

A questão tem sido levanta-da por diversos comentadores a partir de uma hipótese levan-tada pelas sondagens: A de o PS eleger maior número de deputa-dos, mas PSD e CDS/PP forma-

rem maioria no Parlamento.Sócrates diz que a “tradição”

política portuguesa é que o Go-verno seja liderado pelo partido mais votado. Luís Capoulas se-gue no mesmo sentido: ““O mais natural é que o partido que ti-ver o maior número de deputados, o maior grupo pa rla menta r, forme Gover-no. A não acon-tecer, os outros partidos deve-rão conceder luz verde par-lamentar para que o maior grupo parla-m e n t a r possa l e -

var a cabo o seu programa”. A diferença entre Capoulas e

Sócrates está na perspectiva dos resultados. Enquanto o primei-ro-ministro está esperançado numa vitória do PS, o deputa-do social-democrata por Évora

acredita no triunfo do PSD: “Custa-me muito a acre-

ditar que o PS possa voltar a ganhar as elei-ções face à situação de bancarrota em que o país se encontra”.

Na aritmética pós-eleitoral, Bravo Nico (PS) segue a “cartilha” socialista: “Politica-

mente é compli-cado haver

gislatura será “de grande exigên-cia para todos os partidos políti-cos”, o deputado socialista não fecha a porta a entendimentos parlamentares: “O PS está dispo-nível para construir soluções de Governo que garantam que Por-tugal possa enfrentar com suces-so os desafios e problemas que temos pela frente”.

Trata-se de uma “falsa ques-tão”, contrapõe João Oliveira (PCP), sustentando a sua posição no acordo de “resgate” da dívida pública portuguesa subscrito por PS, PSD e CDS: “A hipótese de um Governo de grande coligação [entre os três partidos] não seria contra natura pois essa solução governativa juntaria os partidos irmãos da mesma política”. Para João Oliveira, dada a existência de um “programa comum”, não será “difícil” a socialistas e so-ciais-democratas “encontrarem um entendimento” pós eleito-ral. “A alternativa é a que a CDU apresenta, com soluções que partem do aproveitamento dos recursos existentes no país para resolver os problemas”, conclui.

uma justificação para que o PS, vencendo as eleições a 5 de Ju-nho, não venha a formar Gover-no. Isso não passa pela cabeça de ninguém”.

Salientando que a próxima le-

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Entrevista

”Crise política valeu a pena pois a irresponsabilidade já era grande”

André Assis e Santos, cabeça-de-lista do CDS-PP pelo círculo eleitoral de Évora às eleições de 5 de Junho

Luís Maneta | Registo

Que retrato traça do distrito de Évora?

Este é um distrito esquecido, desprezado, quase diria humi-lhado face à sua pouca popula-ção. Em termos eleitorais não tem peso e, como tal, os inves-timentos públicos são sempre reduzidos. Sem esses investi-mentos há o abandono, o encer-ramento de serviços essenciais porque não há população.

Está a referir-se às escolas?Às escolas, a centros de saúde,

a postos da GNR … encerram

serviços porque há pouca popu-lação, há pouca população por-que encerram serviços, temos de quebrar este ciclo vicioso. As pessoas que aqui vivem têm o mesmo direito à educação, à saú-de e à segurança que as do resto do país.

Na sua perspectiva, são di-reitos que não têm sido res-peitados?

Acho que não, não têm sido respeitados. Quando se fecha uma escola numa está a aumen-tar-se a desertificação de uma determinada povoação. Quando se fecha um centro de saúde está

a desertificar-se a região. Repare, se não há condições mínimas as pessoas não se fixam nas locali-dades do interior.

Se o CDS for para o governo não haverá mais encerra-mento de escolas ou centros de saúde no Alentejo?

Só em casos muito pontuais e de forma muito cuidadosa. Quando se pensa no estado so-cial não se pode apenas pensar na componente financeira mas no serviço que se presta às po-pulações e que é essencial para fixar pessoas nas regiões do in-terior.

O André Assis repete a candi-datura pelo círculo de Évora. Presumo que não esteja no seu horizonte a eleição como deputado …

Pelo contrário, a eleição é o ob-jectivo de qualquer candidato a deputado. Para mim não há ob-jectivos inatingiveis mas mais ou menos difíceis.

De forma pragmática, e ten-do em conta as intenções de votos divulgadas nas diver-sas sondagens já publicadas, qual o objectivo eleitoral que considera mais realista?

Deixe-me fazer um pouco de

história. Nas últimas eleições, o CDS dobrou a sua votação no dis-trito de Évora.

Também partiu de uma base baixa!

É um facto. Mas também é verdade que o CDS dobrou o nú-mero de votos em Évora, é curio-so. Estamos num momento de crescimento eleitoral do CDS e acredito que isso também se irá verificar no Alentejo. Estamos num momento em que os dois partidos que têm partilhado o Governo, PS e PSD, estão desa-creditados junto de muitos elei-tores. As pessoas acreditam que

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de. Com isto não quero dizer que numa situação económica mais favorável não possa ser priori-dade mas temos de começar por investir em necessidades básicas que escasseiam no Alentejo. Há juntas de freguesia que não têm sequer dinheiro para comprar o equipamento informático que permitirá às pessoas aceder às receitas electrónicas e, sem isso, haverá utentes privados de me-dicamentos indispensáveis à sua saúde. Em Portugal justifi-cam-se situações destas quando se anda sistematicamente a falar no TGV?

É um país a duas velocida-des?

É. Eu já disse, num tom mais li-geiro, que eventualmente o TGV apenas serviria para os alenteja-nos irem ver passar os comboios mas repare que, em termos de investimento propriamente dito, se trata de comprar equipa-mento no estrangeiro, contratar mão-de-obra estrangeira, qual o know-how que fica no país? É um projecto que não terá gran-des benefícios à região pois nin-guém irá de Évora a Lisboa de TGV, até porque ficaria caríssimo.

A agricultura é uma das suas prioridades, até por forma-ção profissional. Já o ouvi fa-lar na necessidade de reforço do PRODER. Em todo o caso, o actual ministro de Agricul-tura fez crescer a taxa de exe-cução dos fundos de apoio à actividade agrícola.

Não. Em contraponto com Jai-me Silva, este ministro é uma pessoa simpática, foi apazigua-dor da agricultura. Mas não po-demos esquecer que foram per-didos três anos. E quando leio que o PS, depois de ter tido um ministro que destruiu a agricul-tura portuguesa, desperdiçou dinheiro que era destinado aos agricultores portugueses, vem propor no programa eleitoral o aproveitamento dos regadios para plantar eucaliptos fiquei escandalizado. É inacreditável!

E isso consta do programa eleitoral do PS?

Consta. Querem aproveitar os regadios para plantação de eu-caliptos. Ou seja, foi construída a barragem de Alqueva para apro-veitamento agrícola, vivemos numa situação de precariedade de bens alimentares, temos ca-pacidade competitiva e os portu-gueses gostam da segurança ali-mentar dos produtos nacionais e o PS propõe eucaliptos nos re-gadios. Não faz sentido nenhum. Continuamos na mesma linha de destruição da agricultura na-cional.

Quando era necessário o oposto.

Exactamente, é essencial o in-vestimento na agricultura para o equilíbrio das contas públicas. Cada euro que produzimos é me-nos um euro que temos de pagar

“Foi construída a barragem de Alqueva para aproveitamento agrícola, vivemos numa situação de precariedade de bens alimentares, temos capacidade competitiva e os portugueses gos-tam da segurança alimentar dos produtos nacio-nais e o PS propõe eucaliptos nos regadios. Não faz sentido nenhum. Continuamos na mesma linha de destruição da agri-cultura nacional”.

por importações de bens alimen-tares. É essencial o desenvolvi-mento das regiões do interior do país, a formação e criação de no-vas empresas agregadas à agri-cultura … o turismo de lazer, por exemplo. A agricultura é a única actividade económica amiga do ambiente pois é consumidora de dióxido de carbono. Sobre isto também ninguém fala.

No entanto, o CDS quer go-vernar com o PSD, partido que já não diz que quer aca-bar com o Ministério da Agri-cultura mas dilui-lo com um conjunto de outros sectores.

O CDS ainda não é Governo mas já tem várias vitórias. Ao levantar a questão do não con-gelamento das pensões rurais e pensões mínimas, ao falar da agricultura – não posso esquecer da troça que faziam do dr. Pau-lo Portas quando na Assembleia da República fala de agricultura – e agora todos abordam estes temas. Uma das questões levan-tadas pelo CDS foi a exigência de um Ministério da Agricultura.

Por alguma razão concreta?Numa nova negociação da po-

lítica agrícola comum teremos de nos apresentar em Bruxelas com o ministro de peso. Com o CDS não haverá Governo sem a existência de um Ministério da Agricultura.

Mesmo que seja da Agricul-tura, do Território ou do Am-biente?

Nunca misturaria agricultura e ambiente. Poderemos chamar-lhe, por exemplo, da Agricultu-ra, do Mar e das Pescas mas tem de ser um ministro com peso no Governo. Não se pode ir nego-ciar a Bruxelas, numa conjuntu-ra difícil como é aquela do qua-dro português da agricultura, que devolveu dinheiro, a nível de um secretário de Estado. Não se esqueça que quando falamos de fundos comunitários estamos a falar de dinheiro que entra no país.

O CDS tem sido apontado pelo PS como um dos causa-dores da actual crise ao ter chumbado o PEC. Revê-se nesta análise?

O PS parece que se esquece que esteve seis anos no Governo. Só fala nas últimas seis semanas. A situação caótica a que o país che-gou, e que é reconhecida pelo próprio ministro das Finanças, não é de seis semanas. Todos nós reconhecemos que nos disseram que o PEC 1 era uma situação ex-cepcional e única, depois veio o PEC 2 e o PEC 3. O PEC 4 também seria excepcional e único mas depois haveria mais. O PEC não trazia dinheiro, não trazia in-vestimento, e esta ajuda externa traz 78 mil milhões, valor que corresponde ao que o Governo do PS aumentou em termos de dívida pública nos últimos seis anos.

Ou seja, na sua opinião a cri-se política valeu a pena?

Foi desejada pelo PS que nego-ciou um programa económico na Europa e se esqueceu das ins-

<Dos 5 partidos com representação parlamentar, em

2009 o CDS-PP foi o que registou a votação mais

baixa no círculo eleitoral de Évora, ao alcançar 6,41% dos votos. Em 2005 tinha

ficado pelos 3,71%. >

6NÚMERo

“Não defendo a extinção de concelhos ou de freguesias, não nos podemos esquecer que vivem lá pessoas, mas criar estru-turas de organização e gestão desses territórios”.

Luís Pardal | Registo

é possível mudar e sabem que essa mudança passa pelo CDS. Muito objectivamente, digo-lhe que vamos superar o resultado obtido nas últimas eleições.

Uma das questões que tem sido debatida nestas eleições é o TgV. O CDS quer a suspen-são da rede de alta velocida-de. Sendo um projecto com impacto no distrito de Évora não pensa que possa haver alguma penalização eleito-ral do CDS no distrito?

Não. Acho estranho que se continue a debater o gasto de dinheiro público que não existe. Portugal está praticamente na bancarrota e continuam a que-rer gastar o dinheiro que não existe. É como aquele casal que está desempregado e insiste em comprar uma casa de luxo. A casa faz falta mas não pode ser. Temos de definir prioridades, so-bretudo quando se trata de gas-tar dinheiros públicos.

O TgV não é prioridade?Acho que não é uma priorida-

tituições nacionais.

O que lhe perguntei é se va-leu a pena.

O tempo o dirá. Penso que esta crise política valeu a pena pois a irresponsabilidade já era muito grande e o buraco em que o país se estava a meter poderia tornar-se insustentável. Aliás, um dos elementos das equipas que ne-gociaram a ajuda externa disse mesmo que o pedido de ajuda já deveria ter sido feito há muito mais tempo.

Na sua opinião, qual deverá ser a prioridade do próximo governo?

Em termos nacionais, clara-mente o emagrecimento do Esta-do. Temos uma estrutura do Es-tado caríssima num país que não possui riqueza para a sustentar. Isto através da redução do nú-mero de ministérios, institutos públicos, fundações … alguns institutos têm administradores, estrutura funcional e nem se-quer se percebe para que é que servem. O Estado deve também acabar com as mordomias dos membros do Governo. Medidas deste tipo podem não ter impac-to directo na economia mas ser-vem de exemplo aos cidadãos.

E a nível regional?Reestruturar a administração

do território pois também existe um desperdício muito grande de dinheiros públicos. Não defen-do a extinção de concelhos ou de freguesias, não nos podemos esquecer que vivem lá pessoas com amor à sua terra, mas criar estruturas de organização e ges-tão desses territórios.

Ou seja, uma mesma câmara gerir vários concelhos?

Não lhe chamaria câmara mu-nicipal mas uma estrutura polí-tica para gerir vários concelhos e freguesias, mantendo a matriz municipal do território. Acabar com os municípios seria acabar com serviços públicos importan-tes para as pessoas, que fazem falta às populações, e despedir pessoas, o que também não faz sentido numa região como o Alentejo.

Primeiro na Ovibeja, esta semana em Portalegre, Paulo Portas diz que se o CDS for para o Governo haverá Ministério da Agricultura: “Podemos prometer que a Agricultura vai ter um mi-nistro com voz no conselho de ministros”. E a aposta será na auto-suficiência alimen-tar do país: ““Só produzindo mais é que Portugal sai do atoleiro em que José Sócrates o meteu”.

Em Portalegre, o presiden-te do CDS almoçou com 170 apoiantes, no centro hípico. E garantiu que o CDS será “determinante” para “virar a página deste pesadelo que foi a herança socialista no sector” agrícola.

Paulo Portas em Portalegre

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8 19 Maio ‘11

Regional

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Reguengos inaugura estradaMunicípio de Reguengos de Monsaraz investiu quase 400 mil euros na beneficiação da via

Redacção | Registo

O município de Reguengos de Monsaraz vai inaugurar ama-nhã as obras de requalificação do Caminho Municipal (CM) 1124 entre as localidades de S. Pedro do Corval e Santo António do Baldio.

Segundo a autarquia, esta ligação rodoviária com qua-tro quilómetros de traçado vai beneficiar as populações das duas localidades, possibilitando igualmente melhor qualidade no trânsito que se desloca no in-terior do território concelhio.

A estrada recebeu uma reabi-litação total da estrada existen-te, integrando terraplanagens, pavimentação, melhoria das condições de drenagem, sinali-zação e segurança. A via recebeu também algumas alterações de traçado em curvas e foi amplia-da em quase dois metros, tendo agora 5,5 metros de largura.

José Calixto, Presidente da Câ-

mara Municipal de Reguengos de Monsaraz, diz que a “requali-ficação desta estrada que já se en-contrava muito degradada, era estreita e precisava de melhorias significativas, é muito importan-te para fomentar a circulação de pessoas e de mercadorias entre as localidades do concelho, pro-mover a coesão territorial e re-forçar a competitividade empre-sarial e a articulação urbana”.

O autarca afirma ainda que no âmbito do plano municipal de modernização rodoviária o con-celho entrou “na fase final da requalificação das estradas exis-tentes na área do município, que culminará no Caminho Muni-cipal 1124-2 entre a Estrada Na-cional 255 (ligação ao concelho de Alandroal) e a localidade de Carrapatelo, que já se encontra em obras há cerca de três meses”. Trata-se de um investimento de 1,3 milhões de euros , há muito reivindicado pelas populações locais.

Desemprego chega a 12,5% no Alentejo Dados do INE relativos ao primeiro trimestre de 2011. Em 2010, taxa era de 11,1%.Redacção | Registo

No 1º trimestre de 2011, a taxa de desemprego atingiu os 12,5% no Alentejo, ligeiramente aci-ma da média nacional (12,4%), avança ao Registo fonte do Ins-tituto Nacional de Estatística. Os números comprovam uma tendência de crescimento do desemprego em comparação com o período homólogo dos anos anteriores: em 2010 a taxa de desemprego era de 11,1% no Alentejo e em 2009 atingia 10,2% da população activa.

A mesma fonte indica, no en-tanto, que os números não po-dem ser comparados de forma directa uma vez que a recolha de dados relativa ao primeiro trimestre de 2011 foi feita atra-vés de um modelo misto (a pri-meira entrevista ao alojamento é feita presencialmente e as cinco inquirições seguintes por telefone”

Dada a existência de uma quebra de série, o INE dispo-nibiliza cálculos adicionais, para o 1º trimestre de 2011, obtidos no cenário de manu-tenção do modo de recolha da informação. Estes cálculos, ao facultarem um ponto comum de observação, permitem ava-liar os efeitos de escala produzi-dos pela transição para o novo modo de recolha da informa-ção.

Estes dados, colocam a taxa de desemprego relativa a 2011 “em linha” com a do ano ante-rior.

A população desempregada em Portugal foi estimada pelo

INE em 688,9 mil indivíduos, no 1º trimestre de 2011 (no ce-nário de manutenção do modo de recolha anterior, estima-se que a população desempregada teria sido de 633,3 mil indivídu-os).

A distribuição da população desempregada por grupo etário era a seguinte: 18,0% dos indiví-duos pertenciam ao grupo etá-rio dos 15 aos 24 anos, 28,5% ao dos 25 aos 34 anos, 23,3% ao dos 35 aos 44 anos e 30,3% ao dos 45 e mais anos.

A distribuição da população desempregada por nível de es-colaridade completo era a se-guinte: 67,4% dos indivíduos tinham completado, no máxi-mo, o 3º ciclo do ensino básico, 20,3% completaram o ensino secundário ou pós-secundário e 12,3% completaram o ensino superior.

A taxa de desemprego das mulheres (12,8%) excedeu a dos homens (12,0%) em 0,8 pontos percentuais, enquanto a taxa de desemprego dos jovens (15 a 24 anos) foi de 27,8%. O número de desempregados jovens (15 a 24 anos) representava 18,0% do total de desempregados e 10,8% do total de jovens.

O número de desempregados à procura de primeiro emprego representava 10,5% da popula-ção desempregada total e o de desempregados à procura de novo emprego representava 89,5%.

Do total de desempregados à O número de desempregados à procura de emprego há 12 e mais meses – desemprego de longa duração – representava 53,0% da população desempre-gada (29,3% estavam à procura de emprego há mais de 2 anos).

Desemprego no Alentejo aumentou no último anos.

D.R.D.R.

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Regional

Agricultores portugueses prejudicados na distribuição de apoios comunitáriosFinanciamento comunitário à agricultura nacional é de 179 euros por hectare. Média comunitária é de 271 euros por hectare.Luís Maneta | Registo

Os agricultores portugueses rece-bem menos apoio do que concor-rentes directos, como espanhóis e franceses, ficando claramente abaixo da média comunitária (271 euros por hectare), indicam dados da Comissão Europeia. Enquanto o financiamento co-munitário à agricultura nacio-nal não vai além dos 179 euros por hectare, os agricultores fran-ceses recebem 300 euros (+ 68%) e os espanhóis 246 euros (+ 37%).

“O diferencial é enorme e a po-sição de Portugal, já transmitida formalmente à Comissão Euro-peia, é que tem de existir um re-equilíbrio do envelope financei-ro entre os 27 estados membros mexendo na chave de repartição das ajudas directas”, diz ao DN o ministro da Agricultura, Antó-nio Serrano, garantindo que o Governo português não aceitará uma reforma da Política Agríco-la Comum (PAC) que não con-temple a “melhoria da posição relativa do país” no quadro das ajudas comunitárias.

“Nunca, em nenhum momen-to anterior, houve capacidade

Além do IVA e do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), que representam cerca de 45% do preço dos combustíveis ven-didos em Portugal, o Estado obriga ainda os consumidores a pagar uma taxa pela incor-poração de biocombustíveis no gasóleo.

Fonte da Associação Portu-guesa de Empresas Petrolíferas estima que essa taxa venha a corresponder a 5,4 cêntimos por litro, depois de o Governo ter alterado em Janeiro a fórmula de cálculo que determina o preço de venda do biodiesel às entidades obrigadas a efectuar

a sua incorporação no gasóleo rodoviário.

Portugal adoptou a directiva que estabelece a obrigatorieda-de de incorporar 10% de bio-combustíveis na gasolina e no gasóleo até 2020, como contribu-to para a redução da emissão de gases com efeito de estufa.

Tarifa do biodiesel agrava preço do gasóleo

para alterar este sistema. Temos agora esta oportunidade e va-mos batalhar para corrigir estas desigualdades que retiraram competitividade à agricultura portuguesa”.

O ministro da Agricultura reconhece que “não será fácil” melhorar a posição portuguesa no ranking das ajudas agrícolas, uma vez que os países que mais recebem não querem perder re-cursos e os países de Leste (que ocupam o fundo da tabela) exi-gem “subir bastante” o nível das ajudas. “A nossa posição é que se deve garantir um sistema de apoio semelhante. Não pode ha-ver disparidades destas”.

Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), refere que esta “penalização” da agricul-tura nacional remonta às nego-ciações da adesão portuguesa à então Comunidade Económica Europeia e à reforma da PAC em 1992, com a indexação dos apoios comunitários ao histórico de produção. “Estávamos a adaptar-nos a um mercado mais aberto e a PAC veio introduzir limitações concorrenciais. Enquanto um agricultor francês, por exemplo, recebe por uma produção de 6 to-neladas de trigo por hectare, no Alentejo falamos de uma produ-tividade de 2 ou 3 toneladas se o

ano correr muito bem. Ficámos sempre pequeninos”.

As novas regras pós-2013 irão acabar com o fim do “pagamen-to de compensações por histó-ricos há muito ultrapassados”, passando a privilegiar critérios como a gestão de recursos na-turais, protecção do ambiente, biodiversidade e qualidade dos solos e da água.

“A agricultura portuguesa caracteriza-se precisamente por não ser muito intensiva nem muito depreciativa para o meio ambiente. Mas ficará tudo na mesma se os valores [das ajudas] por país forem mantidos”, acres-centa Luís Mira, para quem a

reforma da PAC actualmente em curso “deve trazer mais equida-de” na distribuição dos recursos.

Mais céptico, o presidente da Confederação Nacional de Agri-cultura (CNA), João Dinis, diz não ter dúvidas em relação ao que será a futura Política Agrícola Comum: “Vai tudo continuar na mesma, independentemente das novas formas de apoio que foram encontradas. A agricultura por-tuguesa, em particular os peque-nos agricultores, vão continuar a ser penalizados e o abandono das explorações continuará a ser uma realidade diária”.

Segundo João Dinis, esta pre-visão resulta das “primeiras in-dicações deixadas pela Comissão Europeia, segundo as quais se-rão limitadas as perdas e ganhos dos diversos países”. E também do “afastamento” das produções mediterrânicas – como vinho, hortícolas, fruta, batata e olival – relativamente ao “núcleo duro da política agrícola à escala mun-dial, centrado nos cereais, leite e carne, sectores onde se centram os interesses dos grandes produ-tores e da produção intensiva da Alemanha, França e Holanda”.

D.R.

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Regional

As recentes peripécias que envolveram vários países do Sul e do Oeste europeus em diálogo, confronto, oposição a outros tantos do Norte e do Leste reactivam uma reali-dade europeia feita de fracturas e não só de heranças comuns. Mas nem as primeiras são óbvias, nem as segundas são fáceis de enunciar.O sociólogo Henri Mendras* distinguia duas Europas: a Ocidental e a do Leste. A Europa Ocidental define-se segundo ele por quatro traços culturais: o individua-lismo, a ideia de nação, o capitalismo e a democracia, traços excepcionais na história das civilizações. O individualismo nasceu e reforçou-se segundo duas vias paralelas: re-ligiosa, com o cristianismo, e jurídica, com a civilização romana. A “ideia de nação” assenta no surgimento (antigo, persistente, presente em toda a área ocidental) dum campesinato livre, proprietário das suas ter-ras, e de formas urbanas de organização “li-vre”: municípios, cidades ou vilas “francas”. Quanto ao “capitalismo” moderno, afirma-se na Europa Ocidental a partir do século XVI e a ela fica limitado durante longos períodos. A democracia, por fim, herança das cidades-estado gregas, é “reinventada” pelo movimento urbano europeu ocidental dos séculos XIII e seguintes. Esses factos marcam, segundo Mendras, a diferença em relação ao Leste europeu onde dominam o campesinato servo (que persiste apesar da abolição da servidão em 1861 e depois em 1906), urbanidade submissa, e pela presença de entidades políticas imperiais, multina-cionais. Que a propriedade privada campo-nesa, individual (à moda do direito romano) tenha tanta importância, ao ponto de con-tribuir, pela sua presença ou ausência, para definir duas “Europas”, não admira: ela dá uma base de poder e autonomia ao indiví-duo enquanto sujeito de direitos codificados (outra invenção do direito romano). Permanências: o Império Romano dividiu-se (século IV) entre Ocidente e Oriente; o grande Cisma do século XI separa católicos romanos e ortodoxos bizantinos; e no sé-culo XX Yalta conduz à separação das duas Europas por uma Cortina de Ferro erigida pela URSS. Quando o “alargamento” da UE aos “países de Leste” instaura uma nova – inédita – continuidade do espaço europeu, são duas visões da Europa, da política, da sociedade, do mundo, que se justapõem e se opõem. Sem verdadeiramente se mistu-rarem e entenderem: por quantas gerações mais?

Mendras, H. L’Europe des Européens. Sociologie de l’Europe Occidentale. Paris, Gallimard, 1997.

CIDEHUS - Universidade de Évora e Aca-demia Militar

[email protected]

AntropólogoJosé rodrigues dos santos*

Um olhar antropológico

Europas: a nossa,e a dos outros

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Ordem denuncia ”situação caótica“ nas urgências de PortalegreOrdem dos Médicos diz que há doentes internados em condições “degradantes”Redacção | Registo

A Ordem dos Médicos de Portalegre foi o primeiro organismo a questio-nar a administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, que gere os Hospitais de Portalegre e Elvas e os centros de saúde daquele distrito, sobre as condições e a situ-ação “caótica” que dizem estar a ser vivida nas urgências do principal estabelecimento de saúde da região.

A questão já se tornou política, com vários responsáveis a exigir explica-ções. Da parte da administração hos-pitalar, até à data, nem uma palavra.

A polémica surgiu há cerca de uma semana com um comunicado da Ordem dos Médicos (OM) que pôs o dedo na ferida. Entre outras acusa-ções, o documento enviado às redac-ções dos órgãos regionais e nacionais considera “caótica” a situação que se vive no serviço de urgência do hospital daquela cidade alentejana, afirmando que “muitos” dos doentes estão internados em condições “de-gradantes”.

“Muitos dos doentes que passam vários dias (e noites) no serviço de

urgência encontram-se internados em macas nos corredores, em condi-ções degradantes”, diz, acrescentan-do que a sobrelotação do serviço se verifica há vários anos, o que leva a que muitos utentes nunca cheguem a ser internados nos serviços compe-tentes, sendo tratados e recebendo alta directamente da urgência.

“Por diversas vezes chamámos a atenção dos responsáveis e participá-mos em reuniões com vista à identi-ficação das causas e resolução daque-las anomalias, sem que se tivessem implementado as soluções preconi-zadas e, assim, obtido resultados”, diz o comunicado do conselho distrital da OM, liderado pelo médico Jaime Azedo.

Os médicos consideram um “cla-moroso erro” de gestão, a instalação dos Serviços de Cuidados Continu-ados no edifício principal dum hos-pital de agudos.”Esse facto constitui “um dos principais motivos” para a “situação caótica” que se tem vivido no serviço de urgência, sublinha.

Em virtude das “limitações do es-paço físico”, que criam “condições inadequadas” ao exercício técnico

da medicina, o Conselho Distrital da OM apela para que seja “encontrada solução rápida para este gravoso pro-blema”.

O Registo falou com alguns pro-fissionais de saúde do Hospital de Portalegre e muitos admitem que a situação das urgências é complicada, mas assumem que é o cenário vivi-do em qualquer serviço do mesmo género em qualquer hospital do País. “Quanto mais capacidade há num serviço, mais se torna trabalhoso e caótico. É mais urgente o reforço de equipas, embora a solução para os cuidados continuados tenha poten-ciado esta ocupação permanente do espaço, é um facto”, disse um dos clí-nicos contactados pelo nosso jornal.

Após a publicação do comunicado da OM, multiplicaram-se os pedidos de esclarecimento, nomeadamente por parte dos políticos, em vésperas de campanha eleitoral.

A candidatura do PSD por Portale-gre às eleições legislativas anunciou de pronto que vai solicitar uma reunião com “carácter de urgência” à administração do hospital da cidade para apurar a situação vivida nas urgências, mostrando ainda vontade de reunir com o Conselho Distrital

de Portalegre da Ordem dos Médicos. Por seu turno, Pedro Marques,

cabeça de lista do PS por Portalegre, lembrou que foram investidos nos últimos seis anos dois milhões de euros naquele hospital, tendo sido duplicadas as camas no serviço de observação para que as pessoas este-jam “menos tempo” nas urgências.

O socialista indicou que come-çou, recentemente, a funcionar no hospital uma unidade de convales-cença, equipamento que constitui

uma “parte da solução” do problema das urgências. O candidato do PS aproveitou para acusar os partidos de “aproveitamento político” em tempo eleitoral com esta situação que envolve o “sofrimento e a dor das pessoas”.

As outras forças políticas que concorrem por Portalegre também dizem estar atentas à situação, bem como o autarca da cidade, Fernando Mata Cáceres (PSD) que considera a situação “altamente preocupante”.

Políticos querem explicações

“Doentes pas-sam vários dias (e noites) no serviço de urgência“.

D.R.

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Actual

legislativas 2011 Debate

O debate. A convite da Diana FM e do semanário Registo, os cabeças-de-lista por Évora dos cinco partidos com representação parlamentar reuniram-se no Convento do Espinheiro para debater o futuro do país e da região. O debate juntou à mesma mesa Carlos Zorrinho (PS), João Oliveira (CDU), Pedro Lynce (PSD), Miguel Sampaio (BE) e André Assis e Santos (CDS-PP).

Moderado por Sérgio Major, Luís Maneta e José Faustino, o debate contou com a participação dos professores Silvério Cunha e Miguel Rocha de Sousa, da Universidade de Évora.

Luís Pardal | Fotografias

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12 19 Maio ‘11

Actual

legislativas 2011 Debate

“O TGV significa um investi-mento de 1 200 milhões de euros que está garantido pelo Banco Europeu de Investimento e por fundos estruturais. Uma linha de mercadorias, áreas logísticas, produção de bens, porto de Sines e aeroporto de Beja poderão criar riqueza e emprego e desen-volver as pequenas e médias empresas. Esta coisa de atirar o TGV para acima de tudo aquilo que mexe é algo que me parece obsessivo”.

“Historicamente, o PS no Alentejo e no distrito de Évora

foi sempre quem defendeu os investimentos, quem avançou com o Hospital do Patrocínio e com o novo Hospital Central. O PSD, pelo contrário, sempre foi contra o desenvolvimento. Se o PSD ganhar as eleições, o que nós vamos ter é o novo Hospital Central de Évora imediatamente cedido a um grupo privado. Se o PS ganhar, teremos o hospital como uma empresa de estatuto público”.

Carlos Zorrinho PS

“Quando em 2008 o PS resolveu adiar a transferência das verbas necessárias para a construção do hospital de Évora, nós alertámos para o perigo que isso podia constituir, não só decorrente das alterações do quadro político mas também pelas circunstân-cias financeira em que o país se encontrava. Em 2008, o PS dizia que éramos alarmistas, mas hoje confirma-se esse problema.O modelo que o PS aprovou inicialmente, para a construção do novo hospital, pode estar posto em causa, porque previa que fosse construído, exclusi-

vamente, através de fundos do Estado.Por isso, propomos que se reveja esse projecto e que se garanta o acesso, por exemplo, ao financia-mento comunitário que per-mitiria, na situação financeira do país, garantir que o investi-mento fosse integralmente pú-blico, portanto, não privatizando nada na saúde, e que iria para a frente com o acesso ao financia-mento comunitário.

João OliveiraCDU

“É possível, não tenho dúvidas nenhumas, que aquelas três freguesias do centro histórico de Évora sejam fundidas, devido à sua proximidade. Mas pensar nisso em todo o Alentejo é um erro grave”.

“O mais importante é que haja coesão territorial”. “Já havia terreno, já havia verbas no PIDDAC em 2005, havia inicialmente a ideia que o novo hospital era concluído ao mesmo tempo que Cascais. Cas-cais já existe Évora ainda não,

Pedro LyncePSD

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provavelmente, porque o poder político não achou que Évora era importante.O programa do PSD diz clara-mente que o plano de con-strução de novos hospitais deve definir prioridade e os modelos de execução em articulação com as conclusões relacionadas com a análise global das parcerias público-privadas, tendo em prioridade aqueles sítios onde não existem”.

Pedro LyncePSD

“Se criarmos um círculo uninominal no país, porque não diminuir o número de deputa-dos para 115? Uma diminuição de deputados, só por diminuir, começa a preocupar-me porque o Alentejo deixa de ter repre-sentatividade na Assembleia da República e eu defendo que o Alentejo deve ter uma voz na Assembleia da República. Os deputados, muitas vezes, não representam o seu distrito, mas deviam fazê-lo”.

“Deve haver uma reestrutu-ração administrativa mas não

devem desaparecer freguesias e concelhos. Deveria ser criada uma estru-tura regional que faça a gestão de várias freguesias ou de vários concelhos. Por exemplo, três concelhos po-diam passara ter uma estrutura representativa, porque era mais barato do que ter três presiden-tes de câmara e era mais efici-ente em termos de candidaturas a programas europeus”.

André Assis e SantosCDS-PP

“Propomos a criação de um ban-co de terras que possibilite que quem queira trabalhar a terra e que tenha possibilidade para o fazer a utilize. Trata-se de um banco público de terras, gerido pelo Estado, em que as terras serão arrendadas. As pessoas terão todas as condições e todos os incentivos para trabalhar a terra”.

“O que não é sustentável são monoculturas intensivas que não fixam as populações. A ideia do banco de terras, em termos de criação de emprego, é fixar a

população”.

“Quando se diz que o Alentejo está desertificado, é fundamen-tal que se criem estruturas. A aposta não pode passar pelo apoio às grandes empresas, mas sim pelas pequenas e médias empresas”.

“É um mito que nós sejamos for-çados a viver sob a imposições deste memorando [da troika]”.

Miguel SampaioBE

Luís Pardal | Fotografias

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Regional

Redacção | Registo

A agência de Évora do Banco do Tempo foi inaugurada numa cerimónia pública que decor-reu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com casa cheia e mui-ta animação.

Solucionar pequenos proble-mas diários, através da boa von-tade e espírito solidário, conci-liados com a rentabilização do tempo livre é o grande objectivo do Banco do Tempo, onde todos dão e recebem apoio, trocando tempo por tempo e beneficiando os membros com ajuda em servi-ços de grande utilidade.

Aulas diversas (ex. informáti-ca, dança, etc.), fazer companhia a pessoas sós, realização de pe-quenas reparações e trabalhos domésticos, acompanhamento de crianças, preenchimento de documentos, cuidar de animais e plantas, são algumas das ofer-tas deste banco onde o dinhei-ro não entra, mas apenas a boa vontade e o espírito de entreaju-da.

Ou seja, qualquer pessoa que esteja disposta a dar uma hora do seu tempo para prestar ser-

Banco onde todos dão e recebem apoio, trocando tempo por tempo, chegou à cidade de Évora.

Inaugurada agência do Banco do TempoA Câmara de Borba aprovou a assinatura do protocolo com o Instituto de Segurança So-cial de forma a disponibilizar aos munícipes o Programa Conforto Habitacional para Pessoas Idosas.

A iniciativa visa a qua-lificação habitacional com o objectivo de melhorar as condições básicas de habi-tabilidade e mobilidade das pessoas idosas que usufruam de serviços de apoio domici-liário, de forma a prevenir e a evitar a institucionalização, e resulta da parceria entre a Segurança Social e os Muni-cípios.

Segundo a autarquia, o financiamento incide a nível de edifício (como melhora-mentos na cobertura, pare-des, caixilharias e janelas, criação de espaços e adapta-ções que facilitem o acesso à habitação) e na melhoria de equipamentos ou compra de electrodomésticos.

Os pedidos de apoio desti-nam-se a idosos com 65 anos ou mais, cujo rendimento mensal per capita seja igual ou inferior ao valor do in-dexante dos apoios sociais e vivam em habitação própria.

Borba apoia idosos

viços à comunidade, recebe em troca uma hora em que alguém a ajudará naquilo que mais ne-cessitar.

A Agência de Évora, cujas instalações foram cedidas pela Câmara Municipal de Évora, é dinamizada por Isaura Pinto em conjunto com uma equipa que inclui Alda Barreiros, Maria

José Constantino, Miguel Pinto e Marta Varela.

Coube a Isaura Pinto, durante a cerimónia de inauguração, a apresentação da Agência de Évo-ra e da equipa dinamizadora, fazendo um historial do surgi-mento desta instituição em Évo-ra e convidando todos a “abrir uma conta neste banco onde a

Para se inscrever ou obter mais informações, basta dirigir-se ao Banco de Tempo, nos dias úteis, entre as 14:30 e as 16:30 horas (a funcionar no 1º piso do edifício das Juntas de Freguesia (Rua do Fragoso, nº 8) ou contactar a equipa pelo telefone 266 777 023.

Contactos

crise ainda não chegou, onde é seguro entrar, onde juros não sobem e onde todos podemos ga-nhar muito, através de unidades de tempo”.

As intervenções de Eliana Madeira e de Teresa Branco centraram-se na explicação do conceito Banco do Tempo e no aparecimento do Graal, movi-mento internacional de mulhe-res cristãs trazido para Portugal por Maria de Lourdes Pintassil-go e Santa Clara Gomes.

Por seu turno, a vereadora Cláudia Sousa Pereira expres-sou a sua satisfação pela criação deste projecto e salientou a sua importância, nomeadamente, neste que é o Ano Europeu do Voluntariado.

Equipa de voluntários lança projecto solidário na cidade de Évora

D.R:

A carta-circular divulgada ontem, 17 de Maio, admite a possibi-lidade de os bancos incluírem nos novos contratos uma cláusula que lhes permite alterar a taxa de juro ou outros encargos com base em “razão atendível” ou em “variações de mercado”.Em Setembro do ano passado, após denúncia pública e interpela-ção da DECO, o BES, Millennium BCP, Banif e Montepio, aceitaram retirar dos seus contratos de crédito à habitação a cláusula que permitia a alteração unilateral. Assim, a DECO manifesta o seu total repúdio e muito estranha a posição do Banco de Portugal que, com esta medida, se afasta da posição de equidistância que deve prosseguir, sacrificando a parte mais fraca, os consumidores. esta situação revela-se particularmente grave, atentas as conse-quências naturalmente decorrentes do recente acordo da troiKA que já em 2012 irão penalizar os consumidores nomeadamente no que respeita à eliminação dos benefícios fiscais associados à amor-tização dos empréstimos para habitação, bem como a previsão do declínio das deduções à colecta relativa aos juros dos referidos empréstimos.

A medida, ontem anunciada pelo banco de Portugal, penaliza os consumidores, que já se vêem a braços com a subida inevitável da euribor, e põe em risco a manutenção de um bem essencial como a habitação. em termos comparativos, é como ter um arrendamento cujo contrato determina a possibilidade de subidas excepcionais na renda se o senhorio tiver um agravamento nos impostos ou despe-sas acrescidas com obras.

na carta-circular enviada aos bancos, o supervisor prevê a possibi-

lidade de o consumidor pôr fim ao contrato no prazo de 90 dias se não concordar com a taxa proposta pelo banco. mas este direito é uma falácia. Primeiro, as condições de crédito não diferem muito de banco para banco. ou seja, mesmo que o consumidor procure um banco alternativo, as taxas propostas serão sempre superio-res às do contrato inicial. segundo, apesar de o banco de Portugal sugerir a não cobrança de comissões por reembolso antecipado nestes casos, o consumidor terá sempre de suportar as despesas inerentes a uma transferência: impostos, registos, escrituras, etc.

Para a DeCo, a determinação do risco nos contratos de crédito à habitação é feita no momento da assinatura e já tem em conta o custo de financiamento dos bancos para os montantes pedidos pelo consumidor. não se compreende, por isso, que seja este a pa-gar, 10, 15 ou 30 anos depois, as oscilações de risco para os bancos.

A DeCo faz um apelo aos consumidores: se está a negociar crédito à habitação, não aceite estas condições. Caso já tenha recorrido a crédito recentemente, verifique se existem cláusulas semelhantes no seu contrato e envie-nos cópias para análise pelo e-mail [email protected]. Quem não tiver acesso à net, pode contactar-nos pelo número 808 200 145 ou 21 841 08 58, se ligar de telemóvel.

A DeCo, mais uma vez, irá reiterar a sua posição junto da secretaria de estado de Defesa do Comércio, serviços de Defesa do Consumi-dor e admite a possibilidade de, em representação dos consumido-res, recorrer à via judicial, tendo em vista a declaração de nulidade de tal cláusula.

A Direcção

Crédito à habitação: banco de portugal abrea porta a revisões unilaterais das taxas

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Economia & Negócios

Redacção | Registo

Esta conferência justifica-se pelas ligações de Vendas No-vas ao sector corticeiro?

Desde o século XVIII que este território é referido como uma zona onde predomina a floresta do montado e não é por acaso que uma das freguesias tem o nome de Landeira, topónimo que vem de lande, de lã. Uma das características deste municí-pio é que 60% do território é re-serva ecológica e agrícola, onde a presença do montado é constan-te. Nos anos 30, 40 e 50 do sécu-lo passado a indústria corticeira aqui em Vendas Novas chegou a ter 15 unidades fabris para pre-paração da cortiça e 3 mil operá-rios.

Cortiça que depois seguia para transformação noutros pontos do país?

Era preparada aqui e vendida para a zona do Montijo, Seixal, Barreiro e havia uma predomi-nância de empresas estrangeiras como a Mundet que esteve aqui em Vendas Novas e no Seixal. Todo o espólio da Mundet foi transferido posteriormente para o Seixal.

Essa realidade ainda existe hoje?

Existe. Há aqui dois momen-tos: na década de 50 a indústria de transformação de cortiça co-meçou a deslocalizar-se para o litoral e para o norte do país. Lembro-me, por exemplo, que o meu pai trabalhou numa em-presa onde é hoje o hotel Dom Fernando, em Évora, que era o Artur Ferreira – a primeira pro-fissão do meu pai, ainda jovem, foi a de corticeiro. Este foi sem-pre um sector com muita tradi-ção no Alentejo, e manteve-a em localidades como Vendas Novas, Azaruja e Portalegre. Aqui, com uma grande presença de unida-des industriais. Depois, houve um declínio da indústria corti-ceira e com a adesão de Portugal à EFTA, instalam-se no nosso município as duas primeiras unidades do sector automóvel, as antigas FIAT e Baptista Russo.

Sector automóvel que 20 anos depois entra em crise?

As antigas FIAT e Baptista Russo, que ainda estão encosta-das à Estrada Nacional 4, insta-lam-se na década de 60. Com a crise da indústria automóvel nos anos 80, o município teve a visão

de, face ao projecto da Auto-Eu-ropa, avançar com a construção de um parque industrial, cons-tituiu uma sociedade e, a partir daí – também já aqui estava ins-talada a Amorim Isolamentos que faz cortiça de aglomerado negro e é considerada a empresa mais competitiva de todo o Gru-po Amorim – temos novamente a recuperação do cluster da cor-tiça.

Qual é o ponto de situação?Neste momento temos aqui re-

presentada toda a fileira do sec-tor da cortiça: temos o montado, o produto, empresas de prepara-ção, grandes empresas de pavi-mentos e revestimentos, outras que fazem tecidos para artefac-tos em cortiça, isolamentos e uma empresa que faz todos os acabamentos da rolha. No nos-so concelho existem 7 unidades industriais do sector da cortiça que dão trabalho a cerca de 300 pessoas.

Já é um “cluster” com algu-ma dimensão!

Sim, sim, e no qual está toda a fileira do sector corticeiro. Quando avançámos em 2003 com a Feira da Indústria Logís-tica do Alentejo (FILDA) não o fizemos por acaso, não foi por acaso que esteve logo lá presente a indústria automóvel e a corti-ceira. Porquê a logística? Porque começam a aparecer empresas desse sector a instalar-se no parque industrial uma vez que ficam a apenas 70 quilómetros de Lisboa, ou seja, 1,5 milhões de consumidores – são empresas de compra a granel e que fazem a embalagem e distribuição dos produtos. A FILDA foi uma apos-ta inovadora que decorreu até 2009. Era para se voltar a organi-zar este ano mas, conjuntamente com os patrocinadores, tomámos a decisão de a suspender.

Isso por questões financei-ras?

Por razões de natureza finan-ceira e não apenas do município. Até 2009 a FILDA era apoiada por fundos comunitários e dei-xou de o ser, penso que errada-mente. Há feiras emblemáticas no Alentejo, sectoriais … nós já tínhamos fidelizado expositores nacionais e espanhóis e a lo-gística é extremamente impor-tante para o desenvolvimento regional e do país. Temos uma linha ferroviária qualificada, cujas obras estão praticamente

concluídas e que só no nosso ter-ritório representam um inves-timento de 70 milhões de euros num investimento global de 117 milhões de euros em toda a li-

Vendas Novas promove fileira da cortiçaIndústria corticeira representa 300 postos de trabalho no concelho. Conferência internacional realiza-se amanhã.

“Temos aqui representada toda a fileira da cortiça”, diz o presidente da Câmara de Vendas Novas, José Figueira.

nha, até Évora.

Não há FILDA mas haverá conferência internacional do montado.

Sim, decidimos não fazer a FILDA mas a InovFILDA, um ciclo de conferências para a inovação, empreendedorismo e desenvolvimento económico. Assim, teremos a 3ª Conferência Internacional do Montado e da Cortiça, que fazemos de dois em dois anos com um conjunto de peritos nesta matéria. Em Setem-bro, teremos outra conferência associada ao “cluster” de espe-cialização industrial do Alen-tejo, formado pelo automóvel, aeronáutica e electrónica. E uma outra sobre energia e ambiente, em Novembro, direccionada por exemplo para as energias reno-váveis. São conferências orien-tadas para profissionais e para investigadores.

No dia 20 de Maio, realiza-se, a partir das 9h00 no Auditó-rio Municipal, a 3ª Conferên-cia Internacional do Mon-tado e da Cortiça, no âmbito do Ciclo de Conferências InovFILDA – Conferências para a Inovação e o Desen-volvimento Tecnológico.

Trata-se de uma aposta da Câmara Municipal de Vendas Novas num “novo e diferen-ciador modelo organizacio-nal encontrado em conjunto com os seus parceiros estra-tégicos”.

A iniciativa ir-se-á desen-rolar em três momentos prin-cipais durante o ano de 2011, focalizados nas potencialida-des logísticas e industriais de Vendas Novas.

Conferência internacional

Luís | Pardal

<No município de Vendas Novas existem 7 unidades no sector da cortiça, que dão emprego a cerca de

300 pessoas. Um “cluster” que abrange toda a fileira

industrial.>

7NÚMERo

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Economia & Negócios

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Em poucas semanas, a palavra russa “troika” entrou no léxico e na rotina noticiosa dos portugueses. De fac-to, um comité de técnicos do FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia esteve por cá e construiu, não apenas um mero programa de ajuda financeira, mas um autêntico projecto de governo para Portugal, a realizar nos próximos 3 anos.

Com efeito, temos um conjunto vasto e integrado de medidas, que vai desde a fiscalidade à justiça, da economia à administração do território, do imobiliário às obras públicas. Naturalmente, existe des-de já uma interrogação pertinente: como é que uma troika de técni-cos estrangeiros consegue definir, em 15 ou 20 dias, um conjunto de prioridades objectivas, quantifica-das e calendarizadas, coisa que os últimos governos de portugueses, em vários anos, se mostraram inca-pazes. A conclusão é evidente, para quem queira ver o óbvio: esta ma-chadada enorme na nossa reputação e na nossa viabilidade como estado soberano (3ª vez que recorremos a ajuda externa em virtude de uma si-

tuação de falência, depois do 25 de Abril), mostra que falhámos colec-tivamente e demonstra o grau zero a que chegou a qualidade da nossa vida política.

Agora, não existe margem de erro, nem tolerância possível. Aqui-lo que vai definir a nossa capaci-dade de decisão é uma coisa em relação à qual, como portugueses, nunca nos sentimos muito orienta-dos: resultados!

Os resultados que obteremos, trimestralmente, vão ser o critério pelo qual a ajuda financeira conti-nuará (ou não) a processar-se. Mas será igualmente o critério pelo qual vamos aferindo se a transformação, radical e estrutural, que estamos a promover neste país está a produzir os seus frutos.

Por exemplo, vamos conseguir abrir o mercado de trabalho aos mi-lhares de jovens qualificados, com-petentes e motivados que esperam (desesperam?) por uma oportuni-dade? Vamos finalmente dinamizar os mercados de arrendamento com vista a aproveitar as centenas de mi-lhares de habitações devolutas nos

centros das nossas cidades? Vamos construir uma administração públi-ca orientada aos seus utentes (cida-dãos e empresas), sem os actuais exageros e abusos (em instituições, pessoas e horas extraordinárias)? Vamos ter um ensino de qualidade, sem os desperdícios e a ineficiência da mega-estrutura sedeada na Av. 5 de Outubro em Lisboa?

Será isto que deve ser avaliado, monitorizado e…será por isto que os dirigentes políticos serão res-ponsabilizados. As troikas colo-cam no papel um guião…cabe aos actores nacionais conseguirem os resultados.

Das ”troikas“ aos resultados…CArlos sezõeseconomista

“Como é que uma troika de técnicos estrangeiros con-segue definir, em 15 ou 20 dias, um conjunto de prio-ridades objectivas, quantificadas e calendarizadas?”

Redacção | Registo

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Março o número de dormidas regista-das nas unidades de alojamen-to do Alentejo foi de 88,1 mil contra as 79,0 mil registadas em igual período de 2010, o que perfaz uma subida de 11,4% num ano.

De acordo com o relatório, o Alentejo foi a região portu-guesa que apresentou o maior crescimento, logo seguido do Algarve e da Madeira.

No que respeita aos pro-veitos, a região apresentou crescimentos nos dois indica-dores. Nos totais registou um crescimento de 18,8% e nos de aposento subiu 12,5%.

O Alentejo viu ainda crescer a sua rentabilidade média em 7,8% em Março de 2011, face ao período homólogo.

“Fruto do trabalho concerta-do entre a Turismo do Alen-tejo e os parceiros públicos e privados da região, a activida-

de turística no nosso território não se tem ressentido com os efeitos da crise. Pelo contrário, o balanço do primeiro trimes-tre é bastante positivo e revela a dinâmica e a notoriedade que tem sido alcançada”, diz Ceia da Silva, presidente da Turismo do Alentejo, entidade que promoveu um “workshop” sobre estratégias de comercia-lização online.

Destinada a todos os directo-res e responsáveis das unida-des de alojamento e das em-presas de animação da região, a iniciativa teve por objectivo sensibilizar os parceiros sobre a importância e o peso do canal internet como meio privilegiado para a realização de negócios.

Para a Turismo do Alentejo “é de extrema importância que os agentes regionais compre-endam as mais-valias e o po-der da Internet e a capacidade que o canal tem de alavancar as vendas e, consequente-mente, fazer crescer o fluxo turístico”.

Alentejo lidera crescimento turísticoDormidas sobem 11,4% em Março.

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Cultura

Redacção | Registo

O Museu de Évora acolhe esta quinta-feira, pelas 20 horas, mais uma tertúlia do ciclo de Tertúlias do Centenário da República em Évora, iniciativa que a Câmara Municipal de Évora se encontra a promover no âmbito das comemorações do primeiro centenário da República Portuguesa.

Esta é a terceira tertúlia do ciclo e é dedicada ao Patrimó-nio Cultural, intitulando-se “Património Cultural e Artís-tico e os museus na Primeira República”. Como orador foi convidado Jorge Custódio, Docente da Faculdade de Ci-ências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e a sessão será moderada por António Camões Gouveia, Director do Museu de Évora.

Com a instauração da Repú-blica em 5 de Outubro de 1910, a criação de uma política para o património torna-se uma realidade, com efeitos nas con-cepções teóricas e legislativas, na protecção e salvaguarda dos bens culturais, no restauro e conservação dos objectos artísticos e arqueológicos e dos monumentos e na valori-zação da herança cultural de Portugal.

A exposição de Jorge Custódio terminará como um pequeno estudo sobre o Museu Regional de Évora e a apresentação de documentos esclarecedores acerca da sua origem republicana, essen-ciais para o seu conhecimento e para a compreensão dos conflitos políticos, ideológicos e culturais que estiveram na base da sua história antiga e da constante mutação de espa-ço e de edifício arquitectónica, entre 1912 e 1929.

As Tertúlias do Centenário da República em Évora são uma iniciativa que conta com o apoio do Departamento de Música da Universidade de Évora, do CENDREV, da Biblioteca Pública de Évora, do Museu de Évora e da SOIR Joaquim António d’Aguiar.

Tertúlia debate património

Centenário da República

Redacção | Registo

A Câmara Municipal de Évora realiza de 27 de Maio a 5 de Ju-nho mais uma edição da Feira do Livro da cidade, que este ano volta à Praça do Giraldo. Esta so-lução, que resulta de um proces-so de colaboração e articulação com os livreiros da cidade, veio a ser possível graças a uma nova concepção que elimina os pro-blemas antes detectados, apos-tando num modelo expositivo em “ilhas”, em que os todos stan-ds ficam virados para o exterior e abertos ao público.

A feira irá funcionar todos os dias das 10h00 às 13h00 e das 17h00 às 23h00, com excepção dos domingos, em que funcio-nará apenas no período da tarde. No dia inaugural abrirá as “por-tas” às 17h00, estando prevista a inauguração oficial uma hora depois. Para além da participa-ção de 8 livreiros da cidade e da livraria municipal, a feira con-tará também com a presença da Biblioteca Pública de Évora e do Atelier Barahona.

O recinto terá espaços direccio-nados para as crianças e jovens, bem como um espaço dedicado à apresentação de livros com a presença dos respectivos auto-res. À semelhança dos anos an-teriores, o projecto contará com a animação da rádio da feira.

A Livraria Municipal, recen-temente criada, assegurará a presença das publicações mu-

Livros regressam à praça para conquistar mais leitoresFeira vai decorrer de 27 de Maio a 5 de Junho com a presença de livreiros da cidade e editoras nacionais.

nicipais e a dinamização do es-paço de apresentação de livros e autores, estando em destaque a temática do património e Évora na literatura. Haverá também uma sessão especial de poesia com a colaboração da Universi-dade Sénior.

Este ano o programa de ani-mação da Feira procura alcan-çar públicos mais diversificados, estando em preparação um con-

junto de iniciativas especial-mente dirigidas para as crianças, em articulação com as escolas e jardins-de-infância.

O programa também incluirá actividades dirigidas aos jovens, às famílias, professores e educa-dores e à população sénior. Da programação consta ainda um conjunto de ateliês permanen-tes, destinados aos diferentes pú-blicos, que estão a ser ultimados.

As novidades acerca da Feira do Livro de Évora poderão ser acom-panhadas através da página do evento no Facebook.

A feira é um projecto muni-cipal que tem como objectivo a promoção do desenvolvimento cultural através do livro e da leitura e como objectivos com-plementares a dinamização do Centro Histórico e a oferta de convívio entre a população.

De novo na Praça do Giraldo, a Feira do Livro de Évora vai contar com uma oferta variada para diversos públicos.

É já no próximo dia 31 de Maio que terá início a 12ª edição da festa dos bonecos na cidade Património da Humanidade. Este evento, que decorre até dia 5 Junho, apresenta, ao longo destes dias, mais de seis dezenas de espectáculos, em vários es-paços de rua do centro histórico da cidade e no Teatro Garcia de Resende.

“As formas contemporâneas do teatro de marionetas” foi o tema escolhido para a 9ª edição do Seminário Internacional so-bre a Marioneta que decorre nos dias 2 e 3 de Junho no Polo dos Leões e no Palácio do Vimioso, numa organização conjunta do Cendrev e do Centro de Histó-ria de Arte da Universidade de Évora.

A exposição da Bienal volta uma vez mais às instalações do Grupo Pro-Évora, onde estarão patentes ao público durante todo o período da BIME, uma colecção de bonecos da Família

Monticelli de Ravena, Itália, e uma instalação do Teatro de Marionetas do Porto que integra a homenagem da Bienal a João Paulo Seara Cardoso, fundador e director da companhia, que nos deixou precocemente.

Esta homenagem inclui tam-bém a apresentação do espec-táculo que preparava quando faleceu e ainda a apresentação, sábado e domingo, de dois momentos dedicados aos actores da palheta, de que ele fez parte, com a apresentação de vários espectáculos de “Robertos”.

Esta edição da Bienal será ainda palco para a realização do 2º Encontro da UNIMA - Portu-gal que terá lugar, na manhã de sábado, nas instalações da SOIR Joaquim António de Aguiar.

Os Bonecos de Santo Aleixo são os dignos anfitriões da festa que, para além dos amigos por-tugueses, acolhe companhias de França, Dinamarca, Brasil, Espanha, Inglaterra, Itália,

Argentina e Alemanha. O público terá, mais uma vez,

o privilégio de se deliciar com uma mão cheia de excelentes espectáculos que vão animar esta BIME que goza já de um enorme prestígio na cidade, no país e integra o calendário inter-nacional da especialidade.

Os anfitriões da BIME são os Bonecos de Santo Aleixo, títeres tradicionais do Alentejo, actual-mente manipulados por “uma família”, constituída por actores do Centro Dramático de Évora que garantem a permanência do espectáculo, assegurando assim a continuidade desta ex-pressão artística alentejana.

A pesquisa foi assegurada por Alexandre Passos que acom-panhado por Manuel da Costa Dias garantiu também a recolha do repertório na primeira fase. A partir da fixação da nova “fa-mília” dos bonecos, a conclusão da recolha foi assegurada pelos actores que a constituem.

Bienal de Marionetas arranca no próximo dia 31 de MaioBIME vai trazer a Évora mais de 60 espectáculos de marionetas.

bal à Mille tempsSons Trad’ com DJ Caracóis Silvestres acompanha-da da “DJ” Barbarella do her thing actuam esta quinta-feira às 22h30 no espaço Celeiros, em Évora. Espectáculo com entrada gratuita.Os Sons Trad’ de DJ Cara-cóis Silvestres mostram-nos como passos de danças tradicionais cabem ao som de Wisnick, Juan Carlos Cáceres, Dites 34, Ney Matogrosso, Cesária Évora, Sérgio Godinho, e outros tantos.... tudo para dançar sós ou acompanhados!

Danças para criançasA Associação Pé-de-Xumbo convida todas as crian-ças para uma viagem à volta do mundo através da dança, orientada por Ana Silvestre.Visitam-se outros países e outras formas de viver e sentir a música de cada país e de cada continente, todas as terças-feiras.

PédeXumbo

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Cultura

Luís Maneta | Registo

A candidatura das fortificações de Elvas a Património da Huma-nidade deverá ser apreciada pelo comité da UNESCO em 2012 e a da Universidade de Coimbra no ano seguinte. É esta a perspec-tiva da recém-eleita presidente da comissão portuguesa do Con-selho Internacional dos Monu-mentos e Sítios (ICOMOS), Ana Paula Amendoeira.

As duas candidaturas já foram entregues à UNESCO. Mas o pro-cesso burocrático ainda se irá ar-rastar, pelo menos, mais um ano, uma vez que é necessário obter diversos pareceres técnicos in-ternacionais. Só depois o assun-to seguirá para decisão.

O comité reúne todos os anos, em Julho. E, sendo “improvável” a apresentação de duas candida-turas portuguesas a Património da Humanidade numa mesma reunião, o mais certo será Elvas avançar em 2012 uma vez que foi a primeira a concluir o pro-cesso, ficando a apreciação do dossiê relativo à Universidade de Coimbra para o ano seguinte.

“São duas boas candidaturas, com boas hipóteses de serem bem-sucedidas”, diz a presidente do ICOMOS/Portugal, órgão con-sultivo da UNESCO, reconhe-cendo que o grau de exigência técnica às candidaturas euro-peias é “muito maior” do que às provenientes de outras regiões do mundo pois é na Europa que se encontra a maioria dos bens classificados.

A concluir o doutoramento em Património na Universidade da Sorbonne, Ana Paula Amen-doeira acompanhou de perto o processo de elaboração da can-didatura da Universidade de Coimbra, que diz ter um “valor universal excepcional” aliando a monumentalidade ao patri-mónio imaterial pois foi uma das primeiras universidades europeias (com existência do-cumentada desde o princípio do século XIV) e permaneceu du-rante vários séculos como a úni-ca universidade do império co-lonial português. “Foi aqui que se formaram as elites de todo o império, até as que o viriam a derrubar, como Agostinho Neto e Amílcar Cabral”.

Já no caso das fortificações de Elvas, inscritas desde 2004 na lista indicativa de bens portu-gueses susceptíveis de classi-ficação por parte da UNESCO, a candidatura foi fechada em 2009 destacando as “caracterís-ticas notáveis de implantação e de ordenamento” deste sistema de defesa. “As fortificações de Elvas assentam num processo continuado de qualificação da capacidade militar defensiva e na progressiva adaptação a diferentes tipos de guerra, tes-

Fortificações de Elvas com ”boas hipóteses“ junto da UnescoComité do Património Mundial deverá analisar na reunião do próximo ano a candidatura de Elvas. Coimbra e Marvão ficam para depois.

temunhando os processos de evolução do armamento, da en-genharia militar e possuindo excelentes exemplos de sistemas defensivos”, assinala fonte da candidatura.

Segundo Ana Paula Amen-doeira, trata-se de um conjunto patrimonial “extraordinário” e “muito bem conservado”. “Apa-rentemente é um bem que pode não ter a grandiosidade da Uni-versidade de Coimbra nas é de enorme importância em termos das fortificações de tipo novo, que estão praticamente comple-tas”.

A dar os “primeiros passos” está uma nova candidatura da vila histórica de Marvão a Patri-mónio da Humanidade, depois de uma primeira tentativa nesse sentido ter sido “abortada” em 2006 para evitar um “chumbo” da UNESCO. O processo deverá estar concluído no próximo ano e é coordenado pelo presiden-te do Comité Internacional das Cidades Históricas do ICOMOS, Ray Bondin.

Ao contrário do que sucedeu há cinco anos, desta vez não será candidatado apenas o patrimó-nio construído mas a também a paisagem que o envolve. “Não é de todo um processo encerra-do. É uma candidatura que vai abranger um território espanto-so, [todo] o contexto paisagístico em que se insere Marvão”, re-sume a presidente do ICOMOS/Portugal.

A Lista Indicativa de Bens Portugueses depositada junto da UNESCO inclui 12 monumentos susceptíveis de virem a ser classificados como Património da Hu-manidade. A inclusão nesta lista, elaborada por diversos especialistas nas áreas do património e ambiente, é condição indispensável para que as candidaturas possam ser apresentadas.

Além das fortificações de Elvas, da Universidade de Coimbra e do sítio de Marvão, cujos processos se encontram em fase mais avançada, a lis-ta integra a Serra da Arrábida,

a Baixa Pombalina de Lisboa – “um verdadeiro epifenóme-no de uma forma peculiar de organização política e social e de um estádio de desenvolvi-mento tecnológico e civiliza-cional praticamente sem par na Europa do seu tempo – e a Cerca dos Carmelitas Descal-ços, no Buçaco.

A Costa Sudoeste, as Ilhas Selvagens, o Palácio de Mafra e as jazidas de pegadas de dinossauros na Serra d’Aires, fazem igualmente parte da Lista Indicativa de Bens Portugueses, onde constam ainda (desde 1996) o Algar de Carvão e a Furna do Enxofre.

12 monumentos sinalizados

Candidatura das fortificações de Elvas deverá ser apreciada pela UNESCO na reunião de Junho do próximo ano, depois de diversos pareceres técnicos.

O município de Serpa apoia um movimento liderado pela Confraria do Cante Alentejano que se propõe dinamizar uma candidatura à Rede de Cidades Criativas da Unesco, no âmbi-to da temática da música, em particular o cante e as sonori-dades ibero-americanas.

A apresentação pública do projecto decorreu em Serpa, na Biblioteca Municipal Aba-de Correia da Serra, tendo con-tado com a presença de Pedro Roseta, ex-ministro da Cultura e membro da comissão de coordenação da candidatura, e de Carlos Medeiros, respon-sável de contacto junto da Unesco, em representação do presidente da Câmara Muni-cipal de Serpa e presidente da comissão de coordenação da candidatura.

A rede pretende “de esti-mular a inovação através da troca de conhecimentos, experiências e competências tradicionais e tecnológicas para o desenvolvimento de capacidades e a apresentação de patrimónios culturais a nível internacional”.

Presentemente integram a Rede de Cidades Criativas da Música as cidades de Bolonha (Itália), Ghent (Bélgica), Glas-gow (Reino Unido) e Sevilha (Espanha).

Cidades criativas

Ana Paula Amendoeira revela que processo de Elvas está bem encaminhado

D.R.

Luís Pardal | Registo

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20 19 Maio ‘11

Roteiro

ÉvoraBAl à MillE tEMPSSOnS trAD’ COM DJ CArACóiS SilvEStrES ACOMPAnhADA DA DJ BArBArEllA DO hEr thing19 de maio, 22h30local: espaço Celeiros|entrada gratuitaos sons trad’ de DJ Caracóis silves-tres mostram-nos como passos de danças tradicionais cabem ao som de Wisnick, Juan Carlos Cáceres, Dites 34, ney matogrosso, Cesária Évora, sérgio Godinho, Hocus Po-cus, maria João, Galandum Galun-daina, bulimundo, marilyn manson, Uxu Kalhus e outros tantos... tudo para dançar sós ou acompanhados!

mais informações: 266 732 504 | 968 733 353 | www.pedexumbo.com

organização: Associação PédeXumboApoio: Câmara municipal de Évora | m|C - Direcção-Geral das Artesoutras que permitirão sonhar e desfrutar a musicalidade de sons diferentes que chegam até nós.

tEAtrODAnÇAextremozSOPrADOS2 de Abril a 4 de JunhoHora: 17h00local: sala de exposições do Cen-tro Cultural Dr. marques CrespoExposição de aguarelas de Cristina MalaquiasCristina malaquias tem um extenso currículo como ilustradora de livros escolares e infanto-juvenis. tem igualmente exposto um pouco por todo o país e também pelo estrangeiro. A artista apresen-ta cerca de quatro dezenas de aguarelas executadas com uma técnica de sua criação. visionária na concepção e perfeccionista no acto de criação, a artista é uma permanente insatisfeita na procura de novos caminhos e na desco-berta de técnicas que potenciem a sua visão mágica das coisas. A exposição é uma organização da Associação Filatélica Alentejana com o apoio da Câmara municipal de estremoz.

EXPOSiÇÃO

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PortelFEStivAl DE CinEMA“O CAStElO EM iMAgEnS”30 de maio a 4 de JunhoiX Festival de Cinema “o Castelo em imagens” e viii Concurso na-cional escolar, de 30 de maio a 04 de Junho. Data limite de entrega dos trabalhos a concurso – 18 de maio de 2011.

FEStivAiSÉvoraO COrPO PEnSAntE27 de AbrilHora: 21h00local: biblioteca Pública de Évorao nome de vera mantero é geralmente associado à dança contemporânea, no papel de bailarina e sobretudo de coreógra-fa. mas vera mantero é também muitas outras coisas, possui várias facetas. Criou ao longo do tempo e continua a criar diferentes abor-dagens às artes

ÉvoraBAilE30 de AbrilHora: 21h00local: rua do marmeleiroranchoflordoaltoalentejo.blogspot.comorganização: rancho Folclórico Flor do Alto Alentejobaile do 30º Aniversário do ran-cho Folclórico Flor do Alto Alente-jo, abrilhantado pelo duo musical Filipa e miguel

Arraiolos500 AnOS DO FOrAl MAnuElinO DE ArrAiOlOS29 de março a 30 de outubroDentro da reforma de actualização dos forais medievais – o de Arraio-los data de 1290 – a 29 de março de 1511, D. manuel outorga o cha-mado “Foral novo” de Arraiolos.e, com início em 29 de março de 2011, assinalamos estes cinco séculos de história, procurando conhecer mais sobre a nossa terra e as suas gentes, projectando um futuro melhor ainda que sobre um presente demasiado sombrio.Assim foi quando a reabilitação urbana do Centro Histórico de Arraiolos revelou novos “achados” para a história dos nossos tapetes – património cultural mundialmen-te conhecido; assim foi aquando da descoberta recente de inscrições e grafitos nas muralhas da “Praça de Armas” do Castelo; assim foi em muitos outros momentos da nossa história contemporânea.

OutrOS

Assistência TécnicaMáquinas de cápsulas

Máquinas de venda automática

bebidas frias | bebidas quentes | snacks

A l e n t e j oTlm. 962 689 434 | Email: v.marques@netvisão.pt

litErAturAÉvoraPrAzEr EM COnhECErterças e Quartas | Hora: 10h-15hlocal: biblioteca Pública de Évoravisitas para grupos organizados.A biblioteca põe à disposição de todos os interessados, particular-mente da comunidade educativa, o programa Prazer em Conhecer, com o fim de proporcionar uma apresenta-ção da biblioteca, das suas colecções e serviços, com destaque para o em-préstimo domiciliário e a referência.

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Lazer

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6 8 7 2

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1 7 2

sUDoKU

nota: o objectivo do jogo é completar os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha, grade e coluna.

Arthur

Sugestão de livroSugestão de filme

Direcção: Jason Winer Autora: Katherine pancol Sinópse:

A família Cortès está de volta. Joséphine é agora uma escritora de sucesso que deixa os subúrbios para se mudar para um requin-tado bairro de Paris. Apesar do mundo onde agora vive, mantém-se fiel a si própria e aos seus valores. Honesta, generosa, reservada. É uma mulher realizada, mas que ainda não encontrou o amor. A sua filha Hortense está a estudar moda em londres e a filha mais nova zoé começa a conhecer os desafios do coração. A sua irmã íris, outrora per-feita e símbolo de sucesso, encontra-se agora no meio de uma profunda depressão. Juntamos a tudo

A Vida e a Alma de uma poetisa

Sinópse:

Com um bom coração, sem maldade e puro, Ar-thur bach é um bilionário que passa os dias inteiros a divertir-se. Um dia, esta sua fama junto da opinião pública começa a prejudicar a imagem da fundação da sua família, bach Worldwide, e a mãe de Arthur faz-lhe um ultimato: ou casa com a bonita, mas implacável, susan Johnson – uma ambiciosa empresária que o vai manter na linha – ou fica sem a sua fortuna. obviamente, Arthur iria escolher a segunda opção... não fosse ter-se apaixonado por naomi , uma guia de

Carta Dominante: O Mundo, que signifi-ca Fertilidade. Amor: Que o Amor e a Felicidade sejam uma constante na sua vida!Saúde: Ultrapassará qualquer problema graças à sua força de vontade.Dinheiro: Sem problemas neste campo da sua vida.Números da Semana: 2, 3, 5, 8, 19, 20.Pensamento positivo: As minhas ideias dão bons frutos, porque eu acredito nelas!

Carta Dominante: 8 de Espadas, que sig-nifica Crueldade.Amor: Se tem algum problema que o está a incomodar, é tempo de o resolver. Seja humilde e aprenda a conhecer-se a si pró-prio. Então conhecerá o mundo!Saúde: O seu sistema imunitário está muito sensível, seja prudente. Dinheiro: Não hesite em pedir ajuda quan-do estiver com problemas financeiros.Números da Semana: 8, 10, 23, 26, 29, 33.Pensamento positivo: Protejo o meu coração pensando no Bem!

Carta Dominante: A Torre, que significa Convicções Erradas, Colapso. Amor: Se falar mais abertamente acerca dos seus sentimentos, poderá ver progredir a sua relação afectiva. Que os seus mais belos so-nhos se tornem realidade.Saúde: Cuide da sua saúde física, faça mais exercício.Dinheiro: Com trabalho e esforço consegui-rá atingir o seu objectivo.Números da Semana: 1, 6, 9, 41, 42, 49.Pensamento positivo: Sempre que estou errado não tenho medo de recomeçar de novo!

Carta da Semana: 9 de Ouros, que signi-fica Prudência.Amor: Se não controlar os seus acessos de agressividade, poderá fazer sofrer uma pessoa que ama. Aprenda a amar-se e en-tão saberá amar tudo e todos!Saúde: Dê mais atenção à sua saúde, não se considere intocável.Dinheiro: Período favorável para esboçar novos negócios e empenhar-se na concre-tização dos seus projectos.Números da Semana: 4, 8, 17, 28, 39, 45.Pensamento positivo: Sou prudente nos meus actos e nas minhas palavras.

Carta Dominante: O Dependurado, que significa Sacrifício.Amor: Não deixe que as más-línguas o in-fluenciem, tenha mais confiança na pessoa que está consigo. Que a sabedoria infinita esteja sempre consigo!Saúde: Tenha cuidado com as correntes de ar.Dinheiro: Seja cauteloso com os seus gastos.Números da Semana: 8, 10, 36, 39, 41, 47.Pensamento positivo: Venço os períodos de sacrifício através da confiança que tenho em mim próprio!

Carta Dominante: 5 de Espadas, que sig-nifica Avareza.Amor: Não seja tão mal humorado! Sorria! Procure ter pensamentos positivos e não deixe invadir-se por sentimentos ou pen-samentos negativos. Saúde: Faça alguns exercícios físicos mes-mo em sua casa.Dinheiro: Não deixe para amanhã aquilo que pode fazer hoje.Números da Semana: 4, 8, 11, 19, 23, 27.Pensamento positivo: Sorrio mais vezes e dessa forma a minha vida é mais rica.

Carta Dominante: 7 de Copas, que significa Sonhos Premonitórios.Amor: Estará muito sensível. Levará a mal certas coisas que lhe digam. Seja mais con-fiante e menos impressionável. Defenda-se pensando no Bem!Saúde: Imponha um pouco mais de discipli-na alimentar a si próprio.Dinheiro: Tendência para gastos excessivos. Números da Semana: 5, 6, 7, 10, 18, 22.Pensamento positivo: Acredito nas men-sagens que os meus sonhos me trazem.

Carta Dominante: Cavaleiro de Espadas, que representa um Guerreiro.Amor: Provável desentendimento com al-guém que lhe é muito especial. Que a sereni-dade e a paz de espírito sejam uma constante na sua vida!Saúde: Não se acomode.Dinheiro: Provável descida do seu poder de compra.Números da Semana: 1, 8, 10, 36, 39, 42.Pensamento positivo: Estou preparado para lutar pelos meus sonhos!

Carta Dominante: 5 de Paus, que significa Fracasso.Amor: A sua relação está a passar por um pe-ríodo menos positivo. Aproveite com muita sabedoria os conselhos da sua família.Saúde: Deve tentar dormir pelo menos oito horas por dia.Dinheiro: O equilíbrio financeiro faz parte da sua vida neste momento.Números da Semana: 8, 9, 10, 17, 19, 25.Pensamento positivo: Sei que só erra quem está a aprender a fazer as coisas da maneira certa.

Carta Dominante: 6 de Paus, que signi-fica Ganho.Amor: Notará um afastamento da pessoa amada, mas não é nada alarmante. Com os nossos pensamentos e palavras, criamos o mundo em que vivemos!Saúde: Muito favorável, aproveite e prati-que exercício físico.Dinheiro: Notará que o seu esforço a nível de trabalho será recompensado.Números da Semana: 25, 33, 39, 41, 42, 48.Pensamento positivo: Ganho o respeito e a admiração dos outros através da minha honestidade.

Carta Dominante: Ás de Copas, que signifi-ca Princípio do Amor.Amor: Procure dar atenção às verdadeiras amizades. Que a bondade esteja sempre no seu coração!Saúde: Tenha mais confiança em si, valori-ze-se mais.Dinheiro: Cuidado com as intrigas no local de trabalho.Números da Semana: 15, 26, 31, 39, 45, 48.Pensamento positivo: Existe sempre lugar para a bondade no meu coração.

Carta Dominante: 4 de Ouros, que repre-senta Projectos.Amor: Diga abertamente ao seu compa-nheiro tudo o que acha que nele é menos correcto. Seja o primeiro a dar o exemplo!Saúde: Relaxe um pouco mais, anda mui-to tenso.Dinheiro: Estabilidade financeira.Números da Semana: 1, 8, 10, 14, 19, 22.Pensamento positivo: Acredito nos meus projectos, sei que mereço ser bem sucedido!

Carneiro

HORÓSCOPO SEMANAL

Balança

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Touro Gémeos

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Escorpião Sagitário Capricórnio Aquário Peixes

Telefone: 21 318 25 91 E-mail: [email protected]

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isto um assassino em série, que aterroriza o bairro onde a protagonista vive, e um cão demasiado feio, e temos os ingredientes para mais um bestseller de Katherine Pancol. vamos acompanhando o avançar obstinado e lento destas personagens, em busca dos seus sonhos, num mundo demasiado rápido e violento.

nova iorque, idealista e espontânea, tal como o bilionário. Arthur só tem de defender aquilo que quer. mas a que custo?... Com ajuda da sua ama, Hobson (Helen mirren), a única pessoa que sempre acreditou nele, Arthur vai ter a experiência mais cara de toda a sua vida, e aprender o que é tornar-se um homem.

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Anuncie no seu jornal rEgiStOtodos os anuncios classificados de venda, compra, trespasse, arrendamento ou emprego, serão publicados gratuitamente nesta página

(à excepção dos módulos). basta enviar uma mensagem com o seu classificado para o mail.: [email protected]ÁRIO

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A Cercidiana vai promover mais um ano a Campanha do Pirilampo magico entre 7 e 29 de maio. este evento conta uma serie de iniciativas, todas com a finalidade de inflamar o propósito da venda dos pirilampos com o estabelecimento de parcerias e provas vivas de cidadania que emergem na cidade de Évora. É um tempo em que apreciamos uma aproximação por parte de pessoas e entidades juntar-se na causa da defesa do direito à dignidade da pessoa com deficiencia, causa esta que passa também pela obrigação que todos temos em contribuir para melhorar a qualidade da sua vida.Assim pensando, assim nos jogámos à organização da viii Prova de Kart solidária Pirilampo mágico no dia 21 de maio, no Kartódromo de Évora, pelas 17.00H.

Uma percentagem da sua inscrição reverterá a favor da Cercidiana. Colabore Participando!

viii PrOvA SOliDÁriA DE KArt/CErCiDiAnA

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Eventos

legislativas 2011 DebateO único debate entre os cabeças-de-lista no círculo eleitoral de Évora dos 5 partidos com representação parlamentar decorreu no Convento do Espinheiro. E foi organizado pela Diana FM e pelo Registo, os dois órgãos de comunicação social de referência na região. Joaquim Peixeiro Simões, presidente da Publicreative (proprietária do Registo) e José Faustino, presidente da direcção da Radio Diana, foram os anfitriões deste debate onde, além dos candidatos a depu-tado, estiveram presentes diversas personalidades da vida política e económica do Alentejo.

Évora na rota do MUS Portugal antes da final da LisboaProva onde a responsabilidade social se integra com diversão e cultura.

Redacção | Registo

Depois do sucesso da edição de 2010, a Merrell volta a trazer a Portugal a maior e mais diver-tida prova de aventura urbana: o MUS 2011. Ideal para aqueles que gostam de desafios e de im-previstos, o MUS reúne aventu-ra, desporto, animação, cultura e solidariedade. E tudo isto, en-quanto se explora a cidade que a recebe.

Tiago Veloso, Brand Mana-ger da Merrell, destaca que “a abrangência do MUS expressa de forma única os valores da Merrell, pois é uma prova onde a responsabilidade social e am-biental se integram natural-mente com os outros atributos: diversão, desporto e cultura”.

“É com enorme satisfação que nesta segunda edição levamos esta experiência a outras cida-des, de Norte a Sul de Portugal, permitindo que os fãs de activi-dades ao ar livre de todo o país embarquem na mais divertida aventura urbana”.

A edição deste ano tem várias novidades: foi criado um calen-dário nacional que vai permitir que 10 cidades, de Norte a Sul do país, tenham oportunidade

de experimentar esta aventura urbana, há provas de animação destinadas ao público que assis-te à competição e vai permitir que a equipa vencedora da pro-va final participe na Oyster Ra-cing Series, nos Estados Unidos.

Évora a 21 Maio é uma das ci-dades que recebem mini provas antes da grande final de Lisboa, marcada para 16 de Julho, no coração da cidade.

O envolvimento do público em actividades inovadoras, através da produção de energia cinética, é a segunda novidade e serve de base a uma série de desafios nos quais os vencedo-res não vão ficar de mãos a aba-nar.

A competição inclui “Watt Challenge” – para ver quem gera mais energia pedalando – um concurso de “DJ’s” em que o sistema de som é alimenta-do pela energia produzida por pessoas a pedalar e desfiles de moda em bicicleta que vão ser marcados pela originalidade de cada participante.

Outra novidade desta edição é a possibilidade da equipa ven-cedora da prova final ir à Oyster Racing Series, uma prova urba-na que se realizou pela primei-

ra vez na cidade de Denver, nos Estados Unidos, em 2003, e que depressa se estendeu a outras cidades do país.

A solidariedade é um dos atri-butos do MUS. Como tal, e à se-melhança do que aconteceu em 2010, o MUS apoia a Associação CAIS, encaminhando para esta instituição os donativos anga-riados pelas equipas.

Nesta edição podem anga-riar-se fundos através das ins-crições (por cada inscrição, a CAIS recebe €5), da página da MUS Portugal no Facebook (por cada “like” a CAIS recebe €0,10), através da linha telefónica MUS de apoio à CAIS – 760 50 16 50 – sendo que a Associação recebe €0,30 por cada chamada efectuada, e pela angariação directa dos participantes jun-to dos seus familiares, amigos, colegas e restante cadeia de conhecimentos através de um sistema de donativos explicado mais à frente.

Para Henrique Pinto, direc-tor da Associação CAIS trata-se de uma aposta “muito impor-tante para o combate à pobre-za”. “É motivador saber que há empresas e projectos que não esquecem o lado solidário e so-cialmente responsável e o MUS é exemplo disso”.

Em 2010 esta parceria permi-tiu à CAIS angariar fundos para 704 refeições completas. Nesta edição a missão passa por aju-dar a criar emprego através de um novo projecto da CAIS: o Ca-pacitar Hoje”.

Aos participantes cabe realizar as tarefas que lhes forem designadas no menor tempo possível e, embora correr e andar de bicicleta sejam actividades esperadas, a verdadeira aventura é o secretismo. As equipas po-dem ser desafiadas a fazer as coisas mais improváveis e é essa, precisamente, uma das principais atracções do MUS: embarcar numa prova cujos detalhes são desconhecidos.

Como a prova é secreta, será distribuído às equipas um passaporte momentos antes do início, indicando o próximo local de destino.

O objectivo é chegar lá o mais rápido possível, utili-zando o meio de transporte designado. Depois de cum-prido o desafio as equipas retornam ao ponto de partida, onde recebem novas instruções.

A prova

D.R.

Luís Pardal | Fotografias

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SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

Redacção | Registo

A Companhia de Dança Contem-porânea de Évora (CDCE) estreia nos primeiros dias de Junho a sua terceira criação de 2011. O espectáculo “2B” tem autoria da coreografa Nélia Pinheiro e re-sulta de um longo processo de investigação e experimentação artística desenvolvido pela core-ógrafa e os interpretes, em vários espaços de residência artística.

Fonte da companhia avançou ao Registo que a estreia de “2B” está agendada para o próximo dia 3 de Junho, às 21h30, no es-paço Black Box da CDCE.

O espectáculo resulta de um trabalho de estudo e explora-ção cénica dos modos de vida e dos comportamentos sociais da geração pós-25 de Abril. A par-tir das vivências de um grupo social identificado, a nova cria-

ção de Nélia Pinheiro descreve um percurso transversal pelas temáticas que importam ao seu trabalho artístico - o Corpo e o indivíduo – inscritos num con-texto social e político.

Através da linguagem da dan-ça contemporânea, a coreografa amplia a sua linguagem e afirma o trabalho do corpo e da dança, num contexto mais teatral. Des-creve um discurso coreográfico, que nasce na esfera privada de uma geração emergente e é pro-jectado no espaço público social e político.

“2B” fala de muitos casos de vida, de sonhos, de projectos de vida a dois, concretizados ou fa-lhados, fala da falta de emprego, da falta de espaço para a realiza-ção pessoal e profissional dos indi-víduos da geração pós-25 de Abril.

Uma casa vazia, um casal teima em começar um projecto

de vida a dois … a expressão da vida individual e a dois está no centro da criação e rasga o espa-ço. “A sua união/amor e vontade de viver ultrapassam as dificul-dades. Do nada se edifica o espa-ço familiar e com esperança se vive cada dia. Cada dia é vivido como se fosse o último. Uma ce-lebração do valor da vida”, refere fonte da companhia.

Também no campo das novas obras de 2011, desenvolvidas em co-produção, estreia em Évora, o novo espectáculo de Sérgio Pe-lágio – História Magnética “En-quanto o meu cabelo crescia”.

As iniciativas oficinas de dan-ça e dança na escola, inscritas no Serviço Educativo e no trabalho comunitário que a CDCE desen-volve na região realizam-se no âmbito do espectáculo de Sérgio Pelágio, em espaços descentrali-zados pelo concelho de Évora

Risos, alegria, brincadeira e muita cor vão marcar as come-morações do Dia da Criança 2011 que vão decorrer entre os dias 26 de Maio e 1 de Junho. A iniciati-va é promovida pelo Município de Viana do Alentejo e Oficina da Criança, em parceria com a Associação Colecção B e Junta de Freguesia de Viana do Alentejo.

Entre as actividades progra-madas destinadas a alunos do pré-escolar e 1º ciclo do estão a Oficina de Dança “Zampadan-ças”, Ateliê de Ciências Experi-mentais, Insuflável, “Ser GNR por um dia” e, ainda, a peça de teatro “Partida, Lagarta, Fugi-da!” pela Companhia Lêndias d’Encantar.

A Oficina de Dança “Zampa-danças” destina-se aos alunos do 1º ciclo. Dinamizada pela PédeXumbo, a iniciativa tem por base o livro “Zampadanças” editado este ano pela associação.

As danças são direccionadas para todas as faixas etárias e vá-rios ambientes enquadrando-se, desta forma, no contexto escolar. As sessões têm a duração de 45 minutos cada.

Irá ainda decorrer um ateliê de ciências experimentais.

Mora

Marionetas no Monte Selvagemo Monte Selvagem preparou um programa especial para o Dia Mundial da Criança, sabendo já que vai ter a visita de mais de 600 miúdos de escolas. o parque promete muita animação para este dia!Um espectáculo de marionetas “A flor azul” está marcado para as 11 horas da manhã. Trata-se de um espectáculo executado a partir de dois episódios da série televisiva “Ema e Gui”, que são respectivamente o realizador e a argumentista da mesma série. Esta proposta alia no Monte Selvagem a tradição do teatro popular de fantoches de luva à sensibilização ao jogo teatral, numa perspectiva lúdico-pedagógica.

Dia Mundialda Criança

Companhia de Dança estreia “2b”em Junho

Viana do Alentejo Évora

D.R.

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