Reformadores e Docentes – a mudança educacional presa entre ...
Reformadores e Avivalistas
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SUMRIO
INTRODUO .......................................................................................................................... 2
1 O QUE CARACTERIZA UMA F REFORMADA? ............................................................ 3
1.1 A GRANDEZA DE DEUS E DE SUA GLRIA ............................................................ 3
1.2 A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS .......................................................................... 4
1.3 A PEQUENEZ E A DEPRAVAO DO HOMEM ....................................................... 4
1.4 A GRAA DA OBRA REDENTORA DE CRISTO ....................................................... 5
1.5 UMA VISO OTIMISTA DO FUTURO ........................................................................ 5
2 REFORMADORES E AVIVALISTAS .................................................................................. 6
2.1 JOHN WYCLIFFE (1329-1384) ...................................................................................... 6
2.2 JOHN HUS (1370-1415) ...................................................................................................... 7
2.3 MARTINHO LUTERO (1483-1546) ............................................................................... 9
2.4 WILLIAM TYNDALE (1494-1536) .............................................................................. 11
2.5 JOO CALVINO (15091564) ...................................................................................... 13
2.6 JONATHAN EDWARDS (17031758) ......................................................................... 152.7 JOHN WESLEY (17031791) ....................................................................................... 17
2.8 CHARLES HADDON SPURGEON (18341892) ........................................................ 20
2.9 DWIGHT LYMAN MOODY (1837-1899) ................................................................... 23
3 TEOLOGIA DOGMTICA.................................................................................................. 24
3.1 CALVINISMO ............................................................................................................... 24
3.1.1 Os Cinco Pontos do Calvinismo............................................................................... 25
3.2 ARMINIANISMO .......................................................................................................... 273.2.1 Diferentes correntes.................................................................................................. 27
3.2.2 Os cinco pontos do Arminianismo ........................................................................... 27
3.3 ARMINIANISMO X CALVINISMO ............................................................................ 29
4 REFERNCIAS .................................................................................................................... 32
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INTRODUO
Em toda Idade Mdia, o grau de interveno da Igreja era de grande abrangncia. O
grande nmero de terras em posse da Igreja concedia uma forte influncia sobre as questes
polticas e econmicas das monarquias e reinos da poca. Alm disso, as novas atividades
vinculadas burguesia, principalmente no que se refere prtica da usura (cobrana de juros
sobre emprstimo), eram consideradas de natureza pecaminosa.
Sob outro aspecto, a grande prosperidade material da Igreja veio acompanhada de uma
verdadeira crise de valores e princpios. O comrcio de relquias sagradas, a venda de ttulos
eclesisticos e indulgncias eram algumas das negociatas praticadas pelos representantes do
clero. Alm disso, vrias denncias sobre a quebra do celibato e a existncia de prostbulos
para clrigos questionavam a hegemonia da Igreja.
No Renascimento, as crticas Igreja se manifestavam em diversos meios. As obras de
Erasmo de Roterd, John Wycliffe, John Huss, Jernimo Savonarola, conhecidos como pr-
reformistas, continham severas crticas aos problemas apresentados pela igreja.
Na data de 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero, diante da venda das indulgncias
por Joo Tetzel, afixou porta da Igreja do Castelo em Wittenberg, as suas 95 teses, o teor
das quais que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado e no a penitncia.Esta data ficou marcada como a oficial do movimento reformista.
Atravs de Lutero e vrios outros, a Reforma tomou grandes propores, inspirando
pensadores e movimentos, como o Grande Avivamento, avivamento religioso americano.
Ramos do protestantismo
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1 O QUE CARACTERIZA UMA F REFORMADA?
Por "f," referimo-nos ao corpo da verdade que emerge da prpria Escritura. Falamos
da f "reformada", no como se fosse uma espcie de substituto para a f escritural. H afinal,
somente um objetivo conjunto de verdades que apresentado na Escritura. Por "reformada, a
diferenciao daqueles, que duma ou outra forma se desviam da "f" estabelecida na Palavra
de Deus. Esta ficou assim definida, pois em certo momento da igreja a f genuna havia sido
distorcida, e uma gama de telogos, os reformadores, recorrendo s Escrituras recuperaram
seu verdadeiro sentido e a defenderam plenamente durante o perodo que ficou conhecido
como Reforma.
Podemos caracterizar a F Reformada atravs de suas ideias fundamentais, todastrazidas pelo retorno s escrituras, creditada como fonte de autoridade.
1.1 A GRANDEZA DE DEUS E DE SUA GLRIA
O Deus da Igreja Reformada , de fato, um Deus Grande. Se fosse para algum isolar
uma caracterstica distintiva da F Reformada, todo mundo haveria de concordar que esta
seria a grandeza soberana de Deus.
O que se encontra no pensamento reformado o desejo e a vontade de deixar que
Deus seja Deus. Entre os reformados se encontra uma disposio de deixar que Deus fale por
Ele mesmo na Sua Palavra e crer no que Ele diz, no importa quo difcil seja de entender, ou,
quando entendido, quo desconfortvel faz com que eles se sintam. Considerai, pois, a
bondade e a severidade de Deus, diz o apstolo (Romanos 11:22). Quem s tu, homem,
para discutires com Deus? (Romanos 9:20). Este o Deus que fez todas as coisas, que
planeja todas as coisas, at o que quer que venha a acontecer, como ensina a nossa
Confisso de F, quem governa, sustenta e preserva todas as coisas.
Este o princpio fundamental da F Reformada. Ele d vida a tudo que fazemos. Ns
nos reunimos para adorar no para agradar a ns mesmos, ou como muito frequente, para
nos entreter ou para tirarmos algum proveito da coisa, como frequentemente ouvimos dizer;
mas, sim, para glorificar e exultar no Senhor nosso Deus. A vida um render-se contnuo de
ns mesmos como sacrifcios vivos, para o louvor do grande e glorioso Deus a quem servimos
(Rm 12: 1,2).
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1.2 A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS
A f reformada centrada na autoridade das Escrituras. A convio de que Deus tem
se revelado nas Escrituras e que tal revelao a autoridade mxima para a igreja em matria
de doutrina, governo e vida geralmente conhecida como o princpio formal da Reforma
Protestante, pois, segundo o mesmo, as Escrituras determinam o contedo de todas as
doutrinas.Elas so a fonte ltima do conhecimento sobre Deus e sobre a sua criao. Embora
defendido por todos os protestantes, esse preceito especialmente enfatizado pelos
reformados.
A f reformada especialmente comprometida com as Escrituras, enfatizando a sua
inspirao, autoridade e suficincia. Uma vez que a Bblia a Palavra de Deus, ela possui aprpria autoridade divina. Esta convico sobre a autoridade das Escrituras no depende da
argumentao humana, mas da operao interna do Esprito Santo que testifica sobre a
veracidade da Palavra no corao do crente.
A autoridade das Escrituras implica na suficincia da mesma. Logo, o povo de Deus
no precisa de revelao complementar nem circunstancial, pois a Palavra de Deus sempre
relevante e apta para instruir e habilitar o crente para toda boa obra (2Tm 3.15). Alm do
mais, a tradio reformada defende a doutrina da clareza das Escrituras, ou seja, que aindaque na Escritura no sejam todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo
evidentes a todos, contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a
salvao, em uma ou outra passagem da Escritura, so to claramente expostas e aplicadas
que no s os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinrios, podem
alcanar uma suficiente compreenso delas.
1.3 A PEQUENEZ E A DEPRAVAO DO HOMEM
A qu nos leva esta viso da grandeza e da glria de Deus? Leva-nos a um
entendimento profundo da pequenez do homem. Que o homem, que dele te lembres?,
pergunta o salmista no Salmo 8. Quando algum v a Deus em Sua glria, ele fica consciente
da sua prpria insignificnciaapenas somos p (Sl 103:14).
Apercebemo-nos de que no somos o centro do universo, mas Deus o ; e, em relao a Ele,
somos apenas gros de p na balana (Is 40:15).
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A F Reformada coloca as pretenses humanas no seu devido lugar. Mas, alm disso,
a F Reformada, como nenhuma outra, entende a pecaminosidade do homem. Como foi que o
pecado nos afetou? Quando outros falam do pecado como uma influncia,ns falamos dele
como escravido. Quando outros dizem que o pecado distorce a perspectiva do homem, ns
dizemos que ele cega-lhe os olhos e fecha-lhe os ouvidos. O homem no est simplesmente
doente: ele est morto em delitos e pecados (Efsios 2:1). A F Reformada diz que o homem
, totalmente vil em todas as suas faculdades e em todas as partes da alma e do corpo... e
totalmente indisposto, sem condies, e oposto a todo bem, e inclina-se totalmente ao mal
(Confisso de F de Westminster, VI. 2,4)?
1.4 A GRAA DA OBRA REDENTORA DE CRISTO
Enquanto alguns atribuem uma parte ao homem e uma parte a Deus, para conquistar a
salvao, a F Reformada se posiciona sozinha e afirma, junto com Jonas, as totais
implicaes da palavra: a salvao pertence ao Senhor. Nenhuma outra viso exalta tanto a
obra de Cristo na cruz. O que foi que Ele fez para assegurar a nossa salvao? Tudo. Ele
morreu pelos nossos pecados. Pois vocs so salvos pela graa, por meio da f, e isto no
vem de vocs, dom de Deus; no por obras, para que ningum se glorie. (Efsios 2:8-9).
Por meio dessa f somos justificados, adotados, santificados, preservados e seremos
glorificados. Se somos salvos, no podemos ter mrito em nada.
1.5 UMA VISO OTIMISTA DO FUTURO
Em Cristo o homem restaurado ao seu exaltado papel original na criao. Em Cristosomos refeitos (Hebreus 2.7,8; cf Salmo 8). Feitos imagem de Deus e restaurados a Deus em
Cristo, temos dignidade e possibilidades que jamais seriam alcanveis sob a tirania do
pecado. Jesus Cristo derrotou o diabo, e triunfou sobre os principados e potestades (Col.
2.15). Ele est assentado no Seu trono nos cus como possuidor de todos os poderes nos cus
e na terra, e Ele nos envia como mais que vencedores, e por isso nosso trabalho no
Senhor no vo (I Co. 15.58).
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2 REFORMADORES E AVIVALISTAS
2.1 JOHN WYCLIFFE (1329-1384)
Um sculo e meio antes que a Europa entrasse na Reforma Protestante, um estudioso
de Oxford estava plantando as sementes. Ele liderou a primeira traduo da bblia do latim
para o ingls. Nascido em Yorkshire, Wycliffe estudou na Universidade de Oxford aonde
recebeu um doutorado em teologia em 1372. Ele logo se tornou o telogo mais eminente de
seu tempo e usou isso para criticar o que ele via como excessos na igreja.
Wycliffe tem sido chamado de "Estrela da Manh do Reformismo" porque eleaudaciosamente questionou a autoridade papal, criticando a venda de indulgncias (que
supostamente livrava a pessoa do castigo no purgatrio), renegava a existncia da doutrina
aonde se diz que o po e o vinho se transformam no corpo e sangue de Jesus em si durante a
comunho e falava contra as hierarquias dentro da igreja. O papa reprovou Wycliffe pelos
seus ensinamentos, considerados pelo papa, herticos e pediu que a Universidade de Oxford o
demitisse. No entanto, tanto a universidade quanto muitos lderes do governo ficaram do lado
de Wycliffe, e assim, ele conseguiu sobreviver aos ataques do papa. Wycliffe acreditava que o
nico jeito de sua luta prevalecer autoridade abusiva da igreja seria disponibilizar bblias ao
povo em seus idiomas. Assim, eles poderiam ler por eles mesmos como cada um poderia ter
um relacionamento pessoal com Deus atravs de Jesus Cristo - parte da autoridade
eclesistica. Wycliffe e seus colegas terminaram o Novo Testamento por volta de 1380 e o
Velho Testamento em 1382. Ele concentrou seus esforos no Novo testamento enquanto
Nicholas de Hereford, um colega, fez grande parte do Velho Testamento. Wycliffe e seus
funcionrios, no tendo familiaridade com o grego, traduziram o texto do latim para o ingls.
Wycliffe defendia a pobreza dos padres e os organizou em grupos para divulgar os
ensinos de Cristo. Estes padres (mais tarde chamados de "lollardos") no faziam votos nem
recebiam consagrao formal, mas dedicavam sua vida a ensinar o Evangelho ao povo. Estes
pregadores itinerantes espalharam os ensinos de Wycliffe pelo interior da Inglaterra,
agrupados dois a dois, de ps descalos, usando longas tnicas e carregando cajados nas
mos.
Em meados de 1381 uma insurreio social amedrontou os grandes proprietrios
ingleses e o rei Ricardo II foi levado a crer que os lollardos haviam contribudo com ela. Ele
ordenou Universidade de Oxford (que havia sido reduto de lderes insurretos) que
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expulsasse Wycliffe e seus seguidores, apesar destes no haverem apoiado qualquer
movimento rebelde. O rei proibiu a citao dos ensinos de Wycliffe em sermes e mesmo em
discusses acadmicas, sob pena de priso para os infratores. Wycliffe era amado e odiado ao
mesmo tempo. Seus inimigos eclesisticos no esqueceram sua oposio ao poder deles e seu
esforo bem sucedido de tornar as escrituras disponveis a todos. Vrias dcadas depois de sua
morte, eles o condenaram de heresia, desenterraram seus restos mortais, queimaram e jogaram
suas cinzas no Rio Swift. Um dos colegas mais ntimos de Wycliffe, John Purvey (1353-
1428), continuou o seu trabalho produzindo uma reviso de sua traduo em 1388. Purvey era
um excelente aluno e seu trabalho foi muito bem recebido tanto pela sua gerao como pelas
que vieram depois. Dentro de menos de um sculo, a reviso de Purvey havia substitudo a
Bblia Wycliffe original.
2.2 JOHN HUS (1370-1415)
John Hus nasceu por volta do ano 1370, de uma famlia camponesa que vivia na
pequena aldeia de Hussinek,na Bomia,e ingressou na universidade de Praga quando tinha
uns dezessete anos. Em 1400, foi ordenado sacerdote e, desde o incio de seu ministrio,
quando assumiu o plpito da Capela de Belm, em Praga, tornou-se um estorvo, um
incmodo para alguns de seus colegas. Pregava insistentemente contra os privilgios do clero,
e defendia a necessidade urgente de uma reforma religiosa. A eloquncia de suas pregaes
fez com que, rapidamente, boa parte da populao o seguisse.
Embora a terra de Wycliffe ficasse longe da Bomia, sua influncia se espalhou depois
que o rei Ricardo II da Inglaterra casou-se com Ana, irm do rei da Bomia. Ana abriu
caminho para que os habitantes da Bomia fossem estudar na Inglaterra. Assim, os escritosreformistas de Wycliffe comearam, lentamente, a se espalhar pela Bomia.
Nas paredes da Capela de Belm, as pinturas contrastavam o comportamento dos
papas e de Cristo. O papa caminhava montado em um cavalo, mas Cristo andava a p; Jesus
lavava os ps dos discpulos, e o papa permitia que as pessoas beijassem seus ps. O
mundanismo do clero ofendia Hus, que pregava e ensinava contra isso, ao enfatizar a piedade
pessoal e a pureza de vida. Quando enfatizou o papel da Bblia na autoridade da igreja, ele
elevou a pregao bblica a um importante lugar no culto.
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Os ensinamentos de Hus se tornaram populares entre as massas e algumas pessoas da
aristocracia, incluindo-se a rainha. Conforme sua influncia na universidade crescia de forma
notvel, a popularidade dos textos de Wycliffe tambm aumentava.
O arcebispo de Praga se opunha aos ensinamentos de Hus. Ele instruiu Hus a parar de
pregar e pediu que a universidade queimasse os textos de Wycliffe. Quando Hus se recusou a
cooperar, o arcebispo o condenou. O papa Joo XXIII (um dos trs papas do Grande Cisma,
tambm conhecido por "antipapa") colocou Praga sobre interdito ato que efetivamente
excomungava toda a cidade, porque ningum ali poderia receber os sacramentos da igreja.
Hus concordou em sair de Praga para ajudar a cidade, mas continuou a atrair multides
enquanto pregava nas igrejas e organizava reunies ao ar livre.
Hus suscitou a oposio do clero no apenas por denunciar o estilo de vida imoral eextravagante do cleroincluindo o papa, mas ao afirmar que somente Cristo o cabea
da igreja. Em seu livro Sobre a igreja, defende a autoridade do clero, mas afirma que somente
Deus pode perdoar os pecados. Hus disse tambm que nenhum papa ou bispo poderia
estabelecer doutrinas contrrias Bblia, assim como nenhum cristo verdadeiro poderia
obedecer s ordens de um clrigo se elas estivessem claramente equivocadas.
Em 1414, Hus foi convocado ao Concilio de Constana para defender seus
ensinamentos. Sigismundo, imperador do Sacro Imprio Romano, prometeu-lhe salvo-conduto. O concilio j tinha uma opinio formada sobre Huss. Ele foi preso imediatamente
aps sua chegada. O concilio condenou tanto os ensinamentos de Wycliffe quanto os de Huss,
que defendia as ideias de Wycliffe.
Sob ataque, Hus se recusou a negar que afirmara que quando um papa ou um bispo
estivesse em pecado mortal, ele deixava de ser papa ou bispo. Em sua defesa oral,
complementou suas declaraes dizendo que o rei tambm deveria fazer parte dessa lista.
Sigismundo convocara o concilio para corrigir o Grande Cisma o que foi realmentealcanado. Contudo, natural que nenhum conclio que restaurasse a autoridade do papa
recebesse de bom grado um rebelde, que questionava seu direito de fazer isso.
Abatido por sua longa priso, pela doena e pela falta de sono, Hus ainda alegou
inocncia e se recusou a renunciar a seus "erros". Ele fez a seguinte declarao ao concilio:
"Eu no renunciaria verdade nem mesmo por uma capela repleta de ouro".
Por fim, no dia 6 de julho, ele foi levado para a catedral de Constana. Ali, depois de
um sermo sobre a teimosia dos hereges, ele foi vestido de sacerdote e recebeu o clice,
somente para logo em seguida lhe arrebatarem ambos, em sinal de que estava perdendo suas
ordens sacerdotais. Depois lhe cortaram o cabelo para estragar a tonsura, fazendo-lhe uma
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cruz na cabea. Por ltimo lhe colocaram na cabea uma coroa de papel decorada com
diabinhos, e o enviaram para a fogueira. A caminho do suplcio, ele teve de passar por uma
pira onde ardiam seus livros.
Mais uma vez lhe pediram que se retratasse, e mais uma vez ele negou com firmeza.
Por fim orou, dizendo: "Senhor Jesus, por Ti sofro com pacincia esta morte cruel. Rogo-Te
que tenhas misericrdia dos meus inimigos".
Antes de ser queimado, Hus disse as seguintes palavras ao carrasco: "Vocs hoje esto
queimando um ganso (Hus significa "ganso" na lngua bomia), mas dentro de um sculo,
encontrar-se-o com um cisne. E este cisne vocs no podero queimar." Costuma-se
identificar Martinho Lutero com esta profecia (que 102 anos depois pregou suas 95 teses em
Wittenberg), e costumeiramente se costuma identific-lo com um cisne.
2.3 MARTINHO LUTERO (1483-1546)
Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, filho de um
minerador de prata de classe mdia.
Ele entrou para um mosteiro agostiniano em 1505, tornando-se sacerdote em 1507.
Reconhecendo suas habilidades acadmicas, seus superiores o enviaram para a
Universidade de Wittenberg a fim de que obtivesse o diploma em Teologia. A inquietao
espiritual que atormentava outros grandes cristos, ao longo de todas as eras, tambm
influenciou Lutero. Ele estava profundamente consciente do prprio pecado, da santidade de
Deus e de sua total incapacidade de obter o favor divino. Em 1510, Lutero viajou para Roma e
ficou desiludido com o tipo de f mecnica que encontrou ali.
Poucos anos depois, voltou para Wittenberg como doutor em Teologia, para ensinar
disciplinas relacionadas Bblia. Em 1515, comeou a lecionar sobre a epstola de Paulo aos
Romanos. As palavras de Paulo consumiram a alma de Lutero. "Minha situao era que,
apesar de ser um monge impecvel, eu me punha diante de Deus como um pecador
perturbado por minha conscincia e no tinha confiana de que meus mritos poderiam
satisfaz-lo", escreveu Lutero. "Noite e dia eu ponderava, at que vi a conexo entre a justia
de Deus e a afirmao de que justo viver pela f'. Ento, entendi que a justia de Deus a
retido pela qual a graa e a absoluta misericrdia de Deus nos justificam pela f. Em razo
dessa descoberta, senti que renascera e entrara pelas portas abertas do paraso. Toda a
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Escritura passou a ter um novo significado [...] esta passagem de Paulo tornou-se, para mim, o
porto para o cu".
A corrupo reinava na igreja. Os cargos eclesisticos eram comprados por nobres
ricos e usados para alcanar mais riqueza e mais poder. Um desses nobres foi Alberto de
Brandemburgo, que pedira dinheiro emprestado para se tornar arcebispo de Mainz e que
precisava encontrar um modo de pagar seu emprstimo. O papa autorizou a venda de
indulgencias na regio de Alberto, contanto que metade do dinheiro coletado fosse usada para
a construo da Baslica de So Pedro em Roma. O restante do valor levantado iria para
Alberto. Todos estavam felizes, a no ser certo nmero de alemes devotos, dentre os quais
estava Martinho Lutero.
Tetzel, monge dominicano e pregador bastante popular, tornou-se o comissrio dasindulgncias. Ele viajava de cidade em cidade, proclamando seus benefcios: "Oua a voz de
seus entes queridos e amigos que j morreram, suplicando-lhes e dizendo: 'Tenha pena de ns,
tenha pena de ns. Estamos passando por tormentos horrveis dos quais voc pode nos
redimir, contribuindo com uma pequena esmola'. Vocs no desejam fazer isso?".
Lutero, sacerdote e professor de Wittenberg, opunha-se totalmente venda das indulgncias.
Quando Tetzel chegou quela localidade, Lutero redigiu, em 31 de outubro de 1517, uma lista
de 95 queixas e a afixou na porta da igreja, que tambm servia como quadro de avisos dacomunidade. O perdo divino certamente no poderia ser comprado e vendido, dizia Lutero,
uma vez que Deus o oferece gratuitamente.
As indulgncias, porm, eram apenas a ponta do iceberg. Lutero se rebelava contra
toda a corrupo da igreja e pressionava para que uma nova compreenso da autoridade do
papa e das Escrituras fosse adotada.
Lutero queria um debate, e ele realmente conseguiu um debate, primeiramente com
Tetzel e, mais tarde, com o renomado estudioso Joo Eck, que acusou Lutero de heresia. Noprimeiro momento, parecia que Lutero esperava que o papa concordasse com ele sobre o
abuso na questo das indulgncias. Conforme a controvrsia continuou, Lutero, porm,
solidificou sua oposio ao papado. Em 1520, o papa emitiu uma bula (decreto) condenando
as ideias do monge alemo, e Lutero a queimou. Em 1521, a Dieta (concilio) de Worms
ordenou que Lutero se retratasse. Ali, segundo a lenda, Lutero afirmou: "No posso fazer
outra coisa. Aqui estou. Deus me ajude. Amm". Depois disso, Lutero foi excomungado, e
seus escritos foram banidos. Para sua proteo, foi levado fora por seu patrono Frederico, o
Sbio, e ficou escondido no castelo de Wartburg. Ali, ele trabalhou em outros escritos
teolgicos e na traduo do Novo Testamento para o alemo popular.
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Contudo, a batalha apenas comeava. Quando ousou fazer oposio ao papa, Lutero
despertou os sentimentos de independncia tanto nos nobres alemes quanto no povo em
geral. A Alemanha se tornou uma colcha de retalhos, medida que alguns nobres apoiaram
Lutero e outros permaneceram leais a Roma. A Reforma j estava em preparao tambm na
Sua, liderada por Ulrico Zunglio. A igreja e o Sacro Imprio Romano voltaram sua ateno
para as batalhas polticas que se estenderam por toda a dcada de 1520. Quando decidiram
agir de forma enrgica contra os reformadores, j era tarde demais.
Uma reunio realizada na cidade de Augsburgo, em 1530, chegou perto de fazer com que a
causa luterana voltasse a ficar sob a tutela romana. Filipe Melncton, amigo de Lutero,
preparou uma afirmao conciliatria das idias de Lutero, apresentando seu ponto de vista
como um posicionamento fiel ao catolicismo histrico. Porm, o concilio catlico exigiuconcesses que Lutero no faria, e a ruptura se tornou definitiva.
Em retrospecto, parece que os acontecimentos da Reforma devem muito
personalidade nica de Lutero. Se no fosse sua dvida profunda, talvez jamais tivesse
garimpado as verdades das Escrituras como fez. Sem seu zelo pela justia, talvez nunca
afixasse seu protesto na porta da catedral. Sem sua impetuosidade, talvez jamais atrasse um
nmero significativo de seguidores. Ele viveu em um tempo propcio s mudanas e era o
homem indicado para fazer com que acontecessem.
2.4 WILLIAM TYNDALE (1494-1536)
William Tyndale nasceu por volta de 1494, em Gloucestershire e fora educado em
Oxford e na Universidade de Cambridge, onde se tornou um forte defensor da reforma da
igreja. Era um linguista talentoso e dominava pelo menos sete lnguas, incluindo as lnguas
bblicas antigas. Ele fora ordenado sacerdote em torno de 1521 e voltou a Gloucestershire
para servir como capelo de um membro da pequena nobreza local, e logo comeou a falar de
seu desejo, que eventualmente se tornou a obsesso de sua vida, traduzir as Escrituras para o
Ingls, a fim de que todo o povo, desde o campons at a corte real, pudesse ler e
compreender as Escrituras em sua prpria lngua.Ele escreveu eloquentemente a favor da
viso de que a salvao um dom de Deus, concedido livremente, e no uma resposta a
qualquer boa ao por parte do receptor.
Em 1522, quando tinha 28 anos, ele servia como tutor na casa de John Walsh, naInglaterra, dedicando a maior parte do seu tempo ao estudo do Novo Testamento grego de
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Erasmo, impresso apenas seis anos antes, em 1516. Quanto mais ele estudava esse tesouro
recm-descoberto, mais acentuada se tornava a sua preocupao no sentido de que os seus
companheiros ingleses dele compartilhassem. Foi durante esse perodo de formao que
aconteceu a clssica discusso de Tyndale com um exasperado estudioso catlico.
Antagonizado pela sua incapacidade de refutar a racionalizao Bblica de Tyndale, o
exasperado sacerdote gritou: "seria melhor que ficssemos sem as leis de Deus do que sem as
leis do papa", ao que Tyndale retorquiu indignado: Desafio o papa e todas as suas leis. [...]
Se Deus poupar minha vida por muitos anos, farei com que o rapaz que guia o arado a
conhea mais das Escrituras do que voc a conhece.
Em 1523, ele foi a Londres e pediu permisso do Bispo Cuthbert Tusntall para iniciar
o trabalho de traduo. Essa atitude revela astcia, porque o Bispo era um intelectual e umamigo de Erasmo, o telogo holands que havia publicado a primeira edio grega do Novo
Testamento e que escreveu no prefcio que desejava que a Bblia fosse traduzida para todas as
lnguas. Tunstall,entretando, rejeitou o pedido de Tyndale , aparentemente temendo que uma
Bblia que o povo comum pudesse entender encorajaria o movimento da Reforma iniciado por
Martinho Lutero, que havia sido excomungado dois anos antes. Essa rejeio levou Tyndale a
concluir que no somente no havia lugar na soberania do palcio de Londres para traduzir o
Novo Testamento, mas tambm no havia lugar para faz-lo em toda Inglaterra.Com o patrocnio financeiro de um rico vendedor de tecidos, Tyndale saiu da
Inglaterra no ano seguinte para encontrar um lugar seguro para trabalhar. Ele nunca mais
voltaria Inglaterra. Ele mudou-se para Hamburgo, na Alemanha, e, em agosto de 1525,
havia concludo a traduo do Novo Testamento grego de Erasmo para o ingls. Tyndale
conseguiu um impressor em Colnia, mas o trabalho de impresso foi interrompido quando
oponentes do movimento protestante atacaram a tipografia. Tyndale, entretanto, soube dos
planos deles, salvou as pginas que j haviam sido impressas e escapou. Um impressor nacidade de Worms, onde havia uma mentalidade mais favorvel Reforma, completou o
trabalho, e as 6000 cpias foram contrabandeadas para a Inglaterra em barris de farinha e em
fardos de roupa.
O Bispo Tunstall ficou horrorizado quando descobriu a respeito das Bblias. Ele
ordenou que todas as cpias na sua Diocese fossem queimadas. Ento, secretamente, planejou
comprar todo o resto da produo de Tyndale. Os livros so errneos e maldosos, ele disse
a um vendedor que ele acreditava estar envolvido com Tyndale, e eu tenho certamente a
intno de destruir todos eles. O vendedor estava sim envolvido, mas era um amigo do
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tradutor. Tyndale concordou em vender as Bblias e usar o dinheiro para pagar por edies
melhores.
Em 1534, Tyndale publicou um novo testamento revisado, depois de ter aprendido
hebraico, provavelmente na Alemanha. Estando Tyndale sempre insistindo na mesma tecla,
esse foi o ponto alto de sua vida: o refinado Novo Testamento em ingls estava terminado. A
Bblia e os escritos de Tyndale foram os gravetos que acenderam a Reforma na Inglaterra.
Por essa poca, Tyndale estava bem encaminhado com uma traduo do Antigo
Testamento. Ele completou a Tor, bem como Jonas e os livros de Josu a 2Crnicas. Mas ele
no viveu para v-los impressos.
Tyndale passou a mudar-se constantemente para livrar-se de agentes ingleses e da
Igreja enviados para prend-lo. Enquanto vivia em Anturpia, Tyndale foi enganado por umagente ingls que afirmava ser a favor do movimento protestante que comeava a tomar
forma, foi capturado e preso em uma priso prxima de Bruxelas.
Tyndale foi julgado no somente por publicar o Novo Testamento em ingls, mas
tambm por ter um pensamento semelhante ao de Lutero. Introdues e notas nas margens da
Bblia revelavam a sua teologia. Ele acreditava que na salvao atravs da f, no atravs da
Igreja. Ele negava a existncia do purgatrio. Ele argumentava que a virgem Maria e os santos
no intercediam por ns e que no deveramos orar para eles.Em agosto de 1536, Tyndale foi condenado como culpado de heresia. Dois meses
depois, ele foi estrangulado e queimado. Suas palavras finais foram: Senhor, abra os olhos do
rei da Inglaterra, e enquanto ele falava, o clima estava mudando na Inglaterra. O rei
Henrique VIII, que havia sido incapaz de assegurar a aprovao do Papa para divorcia-se de
Catarina de Arago, estava se afastando da igreja catlica.
Um ano depois da morte de Tyndale, Bblias que revelavam forte influncia do
trabalho dele comearam a ser distribudas na Inglaterra, com a aprovao do rei.
2.5 JOO CALVINO (15091564)
Joo Calvino nasceu em 1509 no norte da Frana. Quando era um menino de 14 anos,
ele mudou-se para Paris a fim de estudar latim e artes, obtendo os graus de bacharel e de
mestre com cerca de 17 anos. Nesses anos em Paris, ele sofreu a influncia do movimento
reformista do final da Idade Mdia conhecido como humanismo cristo, um programa dereforma educacional, cultural e eclesistica baseado no estudo de textos clssicos e cristos
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antigos. Inicialmente o pai de Calvino havia pretendido que o filho realizasse estudos
avanados de teologia e se tornasse um homem da igreja; todavia, devido a seus problemas
recentes com a Igreja Catlica, ele acabou direcionando o jovem Calvino para o estudo do
direito civil. Nos cinco anos seguintes Calvino estudou com vistas ao grau de direito nas
universidades de Orlans e Bourges, e paralelamente comeou a estudar grego. Durante esses
anos na escola de direito ele tambm se comprometeu com a f protestante e comeou a
pregar ocasionalmente.
Aps a sua formatura em direito, Calvino continuou a estudar grego (e talvez
hebraico) e iniciou o que parece ter sido uma carreira acadmica como um erudito humanista
protestante ensinando e escrevendo nas reas de direito e teologia. Todavia, sendo um
protestante em um pas catlico, ele foi obrigado a mudar-se com frequncia e eventualmenteteve de fugir da prpria Frana. No vero de 1536, Calvino se deteve para pernoitar em
Genebra, Sua, a caminho de Estrasburgo, Alemanha. Foi convencido por Guilherme Farel,
um dos lderes protestantes de Genebra, a permanecer ali e auxili-lo na reforma da cidade.
Calvino concordou com relutncia e iniciou o seu trabalho como pastor e preletor de Bblia.
Todavia, as elevadas expectativas morais de Calvino e Farel com relao aos habitantes de
Genebra, que havia abraado o protestantismo recentemente, causaram a expulso desses
homens dois anos mais tarde, e Calvino finalmente se fixou em Estrasburgo. Ali ele trabalhoucomo professor universitrio e pastor de uma igreja de refugiados franceses, sob a orientao
de Martin Bucer, o grande reformador de Estrasburgo. Durante sua estadia de trs anos nessa
cidade, Calvino tambm publicou o primeiro de seus muitos comentrios da Bblia e se casou
com a viva de um ex-anabatista.
Em 1541 Calvino foi convidado a voltar para Genebra e ali permaneceu at a sua
morte 23 anos mais tarde. Ele no ficou sem inimigos, mas grande parte da oposio poltica
s suas reformas desapareceu em meados da dcada de 1550, e os ltimos dez anos da suavida foram pacficos e produtivos. Alm de pregar e ensinar, Calvino continuou a oferecer
conselhos polticos aos rgos dirigentes de Genebra, embora nunca tenha ocupado nenhum
cargo pblico e no tenha se tornado um cidado oficial de Genebra at 1559. Ele tambm
persuadiu as autoridades polticas a construrem uma academia teolgica em Genebra, que
logo se tornou o seminrio reformado mais importante da Europa. Nos ltimos anos de sua
vida, ele concluiu a quinta e ltima edio das Institutas da Religio Crist, um sumrio de
teologia que havia atingido 1500 pginas. A academia de Calvino, seus escritos teolgicos e
suas milhares de cartas a igrejas e indivduos fora de Genebra ampliaram a sua influncia em
toda a Europa, e por ocasio da sua morte em 1564 ele j era conhecido como um reformador
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internacional. Em 1556 Calvino e seus colegas at mesmo enviaram a uma pequena colnia
francesa no Brasil vrios jovens de Genebra, dois dos quais se tornaram os primeiros pastores
protestantes a atravessarem o Oceano Atlntico. Hoje a influncia de Calvino ainda sentida
ao redor do mundo nos lugares em que se difundiu o cristianismo reformado e presbiteriano.
Uma das perspectivas teolgicas de Calvino mais discutidas a predestinao. Ele
usou a palavra predestinao pela primeira vez na edio de 1539 das Institutas. A sua
doutrina nessa rea no tem nada de original: nos pontos essenciais ele no difere de Lutero,
Zunglio ou Bucer, os quais recorreram todos a Agostinho. A inovao de Calvino consistiu
no lugar em que colocou a doutrina em seu sistema teolgico, no em conexo com a doutrina
da providncia (Livro I), mas no final do Livro III, que trata da aplicao da obra da redeno.
Calvino no comeou com a predestinao e depois foi para a expiao, regenerao,justificao e outras doutrinas. Ele a introduziu como um problema resultante da pregao do
evangelho.
A doutrina de Calvino sobre a predestinao pode ser resumida em trs termos: (a)
absoluta: no condicionada por quaisquer circunstncias finitas, mas repousa
exclusivamente na vontade imutvel de Deus; (b) particular: aplica-se a indivduos e no a
grupos de pessoas; Cristo no morreu por todos indiscriminadamente, mas somente pelos
eleitos; (c) dupla: Deus em sua misericrdia ordenou alguns indivduos para a vida eterna eem sua justia ordenou outros para a condenao eterna.
Calvino cria que essa doutrina era claramente encontrada nas Escrituras e no queria
dizer nada sobre a predestinao que no pudesse ser tomado da Bblia. Ele tambm no
permitiu que a doutrina fosse usada como desculpa para no proclamar o evangelho a todos.
De fato, na histria da igreja, alguns dos maiores evangelistas e missionrios foram firmes
defensores dessa doutrina (George Whitefield, Jonathan Edwards).
2.6 JONATHAN EDWARDS (17031758)
Jonathan Edwards nasceu em East Windsor, Connecticut, Estados Unidos, sendo seu
pai pastor de uma s igreja durante um perodo de sessenta e quatro anos. Sua me era filha de
um pregador que pastoreou uma igreja durante mais de cinquenta anos. "Muitas foram as
oraes que os pais ofereceram a Deus, para que o nico e amado filho fosse cheio do Esprito
Santo, e que se tornasse grande perante o Senhor.
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Ele comeou a estudar o latim aos seis anos de idade e aos treze j era fluente tambm
em grego e hebraico. Com dez anos escreveu um ensaio sobre a imortalidade da alma.Em
1716, quando tinha apenas treze anos, ingressou na Universidade de Yale,de fundao dos
Puritanos em New Haven, e em 1720 obteve o bacharelado, iniciando em seguida os seus
estudos teolgicos nesta mesma instituio, obtendo o mestrado em 1722. Em seguida,
assumiu uma cadeira de professor assistente em Yale, cargo que ocupou por dois anos e foi
ento separado para o ministrio.
Acerca da sua consagrao, com idade de vinte anos, Edwards escreveu: "Dediquei-
me solenemente a Deus e o fiz por escrito, entregando a mim mesmo e tudo que me pertencia
ao Senhor, para no ser mais meu em qualquer sentido, para no me comportar como quem
tivesse direitos de forma alguma... travando, assim, uma batalha com o mundo, a carne eSatans at o fim da vida".
Em 1722, pastoreou uma Igreja Presbiteriana em Nova York (por um perodo de oito
meses), em 1726, ento aos 23 anos, assumiu o posto de segundo pastor na Igreja
Congregacional de Northampton, Massachussetts; igreja esta que era pastoreada por seu av
Solomon Stoddard e a segunda maior da regio, com mais de seiscentos membros, o que era
praticamente toda a populao adulta daquela localidade.
Em julho de 1727 casou-se com Sarah Pierrepont, filha de James Pierrepont, pastor daIgreja de New Haven, com quem teve 11 filhos.
A doutrina, qual deu mais nfase, foi a do novo nascimento, como sendo uma
experincia certa e definida, em contraste com a ideia da Igreja Romana e de vrias
denominaes.
O evento que marcou o comeo do Grande Despertamento foi uma srie de sermes
feitos por Edwards sobre a doutrina da justificao pela f, que fez os ouvintes sentirem a
verdade das Escrituras, de que toda a boca ficar fechada no dia de juzo, e que "no h coisaalguma que, por um momento, evite que o pecador caia no Inferno, seno o bel prazer de
Deus".
impossvel avaliar o grau do poder de Deus, derramado para despertar milhares de
almas, para a salvao, sem primeiro nos lembrarmos das condies das igrejas da Nova
Inglaterra, e do mundo inteiro, nessa poca. Aps os puritanos terem colonizado as florestas
da Nova Inglaterra com grande glria, essa passara e a igreja, indiferente e cheia de pecado, se
encontrava face com o maior desastre. No mesmo grau que havia coragem e ardor entre os
pioneiros, houve entre seus filhos, perplexidade e confuso. Se no pudessem alcanar, de
novo, a espiritualidade, s lhes restava esperar o juzo dos cus. O famoso sermo de
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Edwards, Pecadores nas mos de um Deus irado, foi como se Deus arrancasse um vu dos
olhos da multido para contemplar a realidade e o horror da posio em que estavam.
Houve tentativas de anular a obra do Esprito Santo no "Grande Despertamento",
atribuindo tudo ao fanatismo. Em sua defesa Edwards escreveu: "Deus, conforme as
Escrituras fazem coisas extraordinrias. H motivos para crer, pelas profecias da Bblia, que
sua obra mais maravilhosa seria feita nas ltimas pocas do mundo. Nada se pode opor s
manifestaes fsicas, como as lgrimas, gemidos, gritos, convulses, falta de foras... De
fato, natural esperar, ao lembrarmo-nos da relao entre o corpo e o esprito, que tais coisas
aconteam. Assim falam as Escrituras: do carcereiro que caiu perante Paulo e Silas,
angustiado e tremendo; do Salmista que exclamou, sob a convico do pecado: 'Envelheceram
os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo' (Salmo 32.3); dos discpulos, que, natempestade do lago, clamaram de medo; da Noiva, do Cntico dos Cnticos, que ficou
vencida, pelo amor de Cristo, at desfalecer....
Certo que na Nova Inglaterra comeou, em 1740, um dos maiores avivamentos dos
tempos modernos. igualmente certo que este movimento se iniciou, no com os sermes
clebres de Edwards, mas com a firme convico deste, de que h uma "obra direta que o
Esprito divino faz na alma humana". No foram seus sermes montonos, nem a eloquncia
extraordinria de alguns, como Jorge Whitefield, mas, sim, a obra do Esprito Santo nocorao dos mortos espiritualmente, que, "comeando em Northampton, espalhou-se por toda
a Nova Inglaterra e pelas colnias da Amrica do Norte, chegando at a Esccia e a
Inglaterra". De uma poca de maior decadncia, a Igreja de Cristo, entre a populao escassa
da Nova Inglaterra, despertou e foram convertidas de trinta a cinquenta mil almas.
Em 1758, apareceu a varola em Princeton e um hbil mdico foi chamado de
Filadlfia para inocular os estudantes. Edwards e duas de suas filhas foram tambm
vacinados. Na febre que resultou, suas as foras diminuram gradualmente at que, um msdepois, faleceu.
2.7 JOHN WESLEY (17031791)
John Wesley nasceu em 1703 e sua infncia foi fortemente influenciada por sua me.
Ele teria morrido em um incndio em Epworth Rectory se no tivesse sido arrancado das
chamas por um vizinho. Na poca tinha sete anos e depois disso sua me o lembrou vriasvezes que ele era um tio colhido do fogo. Mais tarde ele teve a certeza de que tinha sido
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poupado por um propsito, servir a Deus. Samuel, o pai de John, era um erudito, que por
muitos anos trabalhou em uma obra monumental sobre o livro de J. Com seu pai e sua me,
John Wesley desenvolveu excelentes hbitos de estudo e tambm se acostumou com o
sofrimento fsico.
John Wesley foi para Charterhouse School em 1714, para Christ Church College, em
1720, e em 1726 foi eleito membro na Lincoln College em Oxford. Depois de ser pastor
auxiliar em Wroote, Lincolnshire, de 1727 a 1729, ele voltou Oxford no apenas para
continuar seus estudos, mas tambm para comear a viver uma vida mais devota e santa.
Muitos outros jovens brilhantes tinham um curriculum como o de Wesley, mas poucos
tinham a sua dedicao. Ele dominava pelo menos sete idiomas e desenvolveu uma viso
verdadeiramente abrangente em todas as reas da investigao. Quando ele voltou de Wrootepara Oxford, ele assumiu a liderana de um grupo chamado Holy Club (Clube Santo),
iniciado por seu irmo Charles. L era onde eles reforavam a f atravs do estudo das
Escrituras e buscavam a santidade na vida de cada membro. O Clube Santo fazia muito mais
do que refletir e orar. Eles iam s prises levar a palavra de salvao aos prisioneiros. Embora
eles fossem ridicularizados por seus companheiros de Oxford, de seu grupo de uma classe
social mais baixa saram homens que se tornaram importantes para aquele tempo,
particularmente os irmos Wesley, alm de George Whitefield.Um dos episdios que marcou o incio do metodismo foi a viagem missionria de Jonh
Wesley aos EUAVirgnia para evangelizar os ndios sendo praticamente fracassado. Em
sua viagem de retorno Jonh Wesley expressa sua frustrao fui Amrica evangelizar os
ndios, mas quem me converter?. Durante uma tempestade na travessia do Oceano
Atlntico, Wesley ficou profundamente impressionado com um grupo de morvios (grupo de
cristos pietistas que buscavam a converso pessoal mediante o Esprito Santo) a bordo do
navio que, durante uma grande tempestade, as crianas e os adultos morvios cantavam elouvavam ao nome do Deus e Wesley vendo a f que tinham diante do risco da morte (o medo
de morrer acompanhava Wesley por ele achar que, Deus no poderia o justifica-lo mediante
seus pecados e por isso constantemente temia a morte desde sua juventude) predisps seguir
a f evanglica dos morvios. Retornou Inglaterra em 1738.
Aps 2 anos, John Wesley volta desiludido com o trabalho realizado na Virgnia.
Encontra-se, ento, com Pedro Bhler, em Londres. Bhler era pastor moraviano (da Morvia,
Alemanha) e com ele John Wesley se convence de que a f uma experincia total da vida
humana. Procurou, ento, libertar-se da religio formalista e fria para viver, na prtica, os
ensinos de Jesus. No dia 24 de maio de 1738, numa pequena reunio, ouvindo a leitura de um
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antigo comentrio escrito por Martinho Lutero, pai da Reforma Protestante, sobre a carta aos
Romanos, John sente seu corao se aquecer. Experimenta grande confiana em Cristo e
recebe a segurana de que Deus havia perdoado seus pecados.
John Wesley tinha 37 anos de idade quando comeou a viajar e pregar. Ele pregava
trs vezes por dia, comeando s 5 da manh, uma vez que os trabalhadores poderiam parar
para ouvi-lo enquanto andavam para o trabalho. Algumas vezes ele andava 60 milhas (mais de
90 quilmetros) por dia a cavalo. As condies do tempo no importavam; ele fazia seu
programa e o cumpria, no importavam as dificuldades. Ele fugia de uma multido zangada
pulando num lago gelado, nadava para fora dele e continuava a pregar novamente. E tinha
certa habilidade de trazer as pessoas hostis para o seu lado.
Em 1741 foi para Gales do Sul, para o norte da Inglaterra em 1742, Irlanda em 1747, eEsccia em 1751. Houve ocasies em que ele retornava anos depois de sua ltima visita e
registrava que a pequena sociedade que ele ajudara ainda estava intacta e fiel.
Sua teologia semelhante a da Reforma. Algumas nfases que se encontram em seus
sermes so: (1) Soberania de Deus em inverter nossa natureza pecaminosa; (2) Esprito
Santo; (3) Pecado Original; (4) A liberdade que o Esprito Santo garante aos santos para a
santidade; (5) Perfeio crist: a palavra de ordem para o reavivamento ficou sendo: avance
para a perfeio; seno, no poder conservar aquilo que j tem; (6) nfase tica-moralrigorosa.
Wesley ensinava que a converso a Jesus comprovada pela prtica (testemunho), e
no pelas emoes do momento. Pregava a valorizao dos pregadores leigos que
participavam lado a lado com os clrigos da Misso de evangelizao, assistncia e
capacitao de outras pessoas. Sempre afirmou que o centro da vida crist est na relao
pessoal com Jesus Cristo. Jesus quem nos salva, nos perdoa, nos transforma e nos oferece a
vida abundante de comunho com Deus. Valoriza e recupera em sua prtica a nfase na ao ena doutrina do Esprito Santo como poder vital para a Igreja. Reconhece a necessidade de se
viver o Evangelho comunitariamente. John Wesley afirmou que "tornar o Evangelho em
religio solitria , na verdade, destru-lo". Preocupa-se com o ser humano total. No s
com o bem-estar espiritual, mas tambm com o bem-estar fsico, emocional, material. Por isso
devemos cuidar do nosso prximo integralmente, principalmente dos necessitados e
marginalizados sociais.
A teologia de Wesley dava nfase especial na pregao e na evangelizao com zelo
apaixonado. H uma frase bem conhecida de seus bigrafos de que enquanto ele ouvia o
sermo de um de seus alunos (que estava bem fraco), ele provavelmente teria dito a ele:
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Ponha fogo no seu sermo ou ponha o seu sermono fogo. Outra frase muito conhecida de
Wesley a frase: o mundo minhaparquia. Na verdade, essa frase uma crtica dele
Igreja da Inglaterra, pois Wesley tinha decidido pregar ao ar livre e no dentro dos templos,
eu prego onde eu for, onde Deus mandar, e onde existir pessoas, o mundo minha igreja. O
costume deles era pregar em parquias de outros ministros e isto provocou grandes protestos.
Por esse motivo foram excludos das igrejas e sofreram amarga oposio de muitos clrigos
da igreja oficial.
Alm de milhares de convertidos e encaminhados para a santificao crist, houve
tambm obras sociais dignas de destaque, como estas: Dinheiro aos pobres. Compndio de
medicina (Wesley escreveu e foi largamente difundido). Apoio na reforma educacional.
Apoio na reforma das prises. Apoio na abolio da escravatura.Atualmente, o total de membros da comunidade metodista no mundo est estimado em
cerca de 75 milhes de pessoas. O maior grupo concentra-se nos Estados Unidos: a Igreja
Metodista Unida neste pas a segunda maior denominao protestante. John Wesley foi o
homem que Deus levantou para sacudir a vida religiosa da Inglaterra e trazer ao mundo o
impulso religioso mais forte que ocorreu depois do tempo da Reforma. Os resultados do
avivamento foram a formao dos metodistas, que Wesley no desejava, alm do forte
entusiasmo que se apoderou da vida religiosa da Inglaterra, afugentando a indiferena e odesinteresse caractersticos do sculo18.
John Wesley morreu em 2 de maro de 1791.
2.8 CHARLES HADDON SPURGEON (18341892)
No sculo XV, o imperador espanhol Carlos V queimou na fogueira um grande
nmero de cristos apelidados de protestantes. O seu filho e sucessor Filipe II, alegrava -se
por ter conseguido acabar com boa parte desses grupos, os quais viviam nos pases baixos da
Europa. Dentre as muitas famlias que fugiram dessa perseguio, indo para a Inglaterra, em
meio a uma delas encontrava-se a famlia Spurgeon, onde mais tarde nasceria Charles Haddon
Spurgeon.
Spurgeon nasceu no dia 19 de junho de 1834, na cidade de Kelvedon, Condado de
Essex, localizado ao sul da Inglaterra.
Desde cedo Spurgeon foi vido na leitura. Enquanto as outras crianas brincavam,Spurgeon podia ser sempre encontrado debruado nos livros. Aos dez anos j tinha bom
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conhecimento do latim, algum conhecimento do grego e de filosofia, e estava bem
familiarizado com a teologia puritana.
Quando criana, ele recebeu permisso para compartilhar das discusses teolgicas
com alguns outros ministros, inclusive seu pai e seu av. Certa vez, em um perodo de frias,
na casa do seu av, ainda com dez anos Spurgeon foi objeto de uma extraordinria profecia,
proferida por um missionrio da Sociedade Missionria de Londres, que visitava a cidade na
poca, que dizia que Spurgeon seria um grande pregador do Evangelho.
Em 1850, no ano em que se converteu o jovem pregador foi estudar em uma escola
perto de Cambridge. Mesmo sendo criado como congregacional, ele acabou por ser batizado
em uma Igreja Batista em Isleham Village.
Desde o incio do ministrio, seu talento para a exposio dos textos bblicos foiconsiderado extraordinrio. E sua excelncia na pregao das Escrituras Bblicas lhe deu o
ttulo de O Prncipe dos Pregadores e O ltimo dos Puritanos.
Logo aps, sua converso, Spurgeon j ensinava na Escola Bblica Dominical. Depois,
comeou a fazer parte da associao de Pastores Leigos. Sendo assim, o seu primeiro sermo
foi pregado em uma casa de campo em Teversham.
Pouco tempo depois, ele recebeu um convite para pastorear uma pequena Igreja
Batista em Waterbeach.Nos dois anos seguintes do seu ministrio, naquela pequena vila,houve uma grande transformao moral na vida daquelas pessoas, a qual ele acreditava
firmemente num derramamento do Esprito sobre o lugar. E quando ele deixou aquela
comunidade para assumir o pastorado da igreja de New Park, cerca de quatrocentas pessoas
frequentavam-na sendo que boa parte delas, amontoavam-se fora do templo.
Aps um prspero ministrio como pastor de uma igreja rural, Spurgeon aceitou o
convite para pastorear a capela Batista em New Park Street, em Southwark, na cidade de
Londres em Abril de 1854. Ali, deu incio a um proveitoso ministrio que perdurou por trintae oito anos.
No comeo de seu ministrio, Spurgeon, um ardoroso calvinista desde o inicio de sua
converso, teve que se defender da acusao de ser mais pendente ao arminianismo do que os
demais batistas particulares (deve-se notar que um dos predecessores de Spurgeon no
pastorado de New Park Street foi o pastor e telogo John Gill, que em muitas ocasies era um
ferrenho hipercalvinistas). Em diversas ocasies Spurgeon pregou sermes que provavam que
seus acusadores estavam equivocados. Apesar dessas dificuldades por causa das crticas, seu
ministrio em Londres foi extraordinariamente profcuo. Sua fama aumentou rapidamente, e a
oposio da imprensa s estimulou a curiosidade das pessoas. J no ano subsequente o templo
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no conseguia mais acomodar a multido que ouvia Spurgeon aos domingos. Foi preciso
alugar o Exeter Hall, um conhecido teatro de msica de Londres para colocar as pessoas,
enquanto o templo passava por uma reforma com objetivo de ampli-lo. E nos principais
jornais de Londres dizia-se que desde os tempos de Wesley e Whitefield nohavia existido
um interesse to forte pelo cristianismo
Muitos sermes de Spurgeon eram enviados via telegrafo aos Estados Unidos e
republicados l: depois de 1865, muitos deles foram censurados, pelo fato de Spurgeon ser
totalmente contra a escravido dos negros africanos.
Spurgeon, desde o incio de seu pastorado, comeou a treinar alguns jovens que ele
cria terem o chamado para obra evangelstica e pastorado. Seu primeiro aluno foi Thomas
Medhurst, em 1856. Com o tempo, muitos jovens comearam a requerer de Spurgeoninstruo, e ele, junto com o congregacional George Rogers abriu, em 1856 o "Colgio do
Pastor", e Rogers foi colocado como diretor.
Depois da morte de Spurgeon, em sua homenagem, o Colgio foi renomeado de
Spurgeon College, e construdo em outro prdio; hoje, uma instituio no vinculada com o
ministrio do Tabernculo (que tem um seminrio prprio) perdendo assim vrios aspectos
ligados f reformada e ao ministrio calvinista de Spurgeon. Todavia continua sendo uma
instituio de preparao de pastores ao ministrio.Spurgeon enfrentou muita oposio no fim de seu ministrio. Em 1887, ele foi
envolvido na que se chamou "A controvrsia do Declnio": em Maro e Abril de 1887, Robert
Schilinder escreveu dois artigos para a revista de Spurgeon, "A Espada e a Colher" (com
anuncia e influncia de Spurgeon) descrevendo o declnio teolgico das igrejas batistas
inglesas, associando esse declnio ao abandono do calvinismo e a incredulidade de muitos
quanto a infalibilidade e inspirao da Bblia, por conta do racionalismo alemo que
contaminava vrias igrejas; Spurgeon, vendo que as acusaes eram verdadeiras e reagindo ascrticas dos artigos de Schilinder em outros 3 artigos, apoiou isso, e ainda afirmou que a
Unio Batista no estava repelindo isso, mas antes abrigando isso em seu meio, por conta de
no ter uma confisso de f mais elaborada, e por aceitar pastores claramente antitrinitarianos
em suas convenes, e ainda criticou aqueles que, por aceitarem o criticismo contra a
inspirao bblica, apoiavam entretenimento nas igrejas. Spurgeon foi duramente criticado,
sendo acusado de criar intriga onde no existia, e acusado de estar sendo influenciado por
suas doenas, acusaes infundadas, pois o prprio secretrio geral da Unio havia informado
a Spurgeon extraoficialmente que havia casos de pastores criticarem partes da Palavra de
Deus e frequentarem teatros e aceitavam pastores socianos em seus plpitos. Porem, logo
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aps a controvrsia, o secretrio e outros quiseram inquirir Spurgeon sobre suas crticas; em
outubro, Spurgeon pediu sua sada da Unio em 28 de Outubro de 1887, por acreditar que a
mesma estava contrria a princpios da Palavra, e em janeiro, a Unio aprovou sua sada e
ainda aprovou uma moo de censura contra Spurgeon. Em abril, a Unio aprovou uma
confisso de f mnima, mas ela mesma aprovou que no podia imp-la para nenhum membro
e igreja.
At o ltimo ano de pastorado, 14.692 pessoas foram batizadas sob seu pastorado.
Nesse meio tempo, Spurgeon teve sua sade grandemente debilitada. Spurgeon desenvolveu,
por volta dos 25 anos, Gota e Reumatismo, e grandes ataques de depresso, principalmente
depois de 1857, quando um culto realizado em Surrey Garden foi organizado para cerca de
10.000, e devido a um tumulto provocado por um falso alarme de incndio, levou a morte seispessoas.
2.9 DWIGHT LYMAN MOODY (1837-1899)
Influente evangelista do sculo XIX, D. L. Moody nasceu aos 05 de fevereiro de 1837
e faleceu aos 22 de dezembro de 1899.
Lyman Moody conhecido como um dos mais influentes evangelistas do sculo XIX,
fundador do Instituto Bblico Moody e da Moody Press. Quando seu pai faleceu, aos 41 anos,
Moody tinha somente quatro anos. Jovem, mudou-se para Boston, indo trabalhar com seu tio
em uma sapataria. Uma das exigncias de seu tio era que Moody frequentasse uma igreja. Fez
isso, mas sem uma deciso real para Jesus. No dia 21 de abril de 1855, Kimball, seu professor
de Escola Dominical, achou que era hora de pedir que Moody assumisse um compromisso
real com Cristo. Ele foi at a loja onde trabalhava, encontrou Moody empacotando sapatos e
colocando-os nas prateleiras. O jovem j estava pronto para ouvir. Naquele dia, Moody
tornou-se cristo. A partir dessa deciso, Moody inicia seu ministrio como evangelista. Sua
escola dominical, em Chicago, chegou a ser a maior da poca,alcanando a mdia de 650
pessoas, tendo cerca de 60 professores. A escola chegou a ser to conhecida que o recm-
eleito presidente Lincoln visitou e falou em uma reunio da escola em 25 de novembro de
1860.
Preocupado com a evangelizao de crianas, estabeleceu escola dominical para
crianas nas zonas mais pobres da cidade. Em pouco tempo havia mais de mil crianas, almde seus pais, frequentando semanalmente. O trabalho cresceu, transformando-se numa Igreja.
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Foi aps sua viagem Inglaterra que Moody se tornou mais conhecido como evangelista.
Nesse pas, suas reunies pareciam verdadeiras tempestades. Sua pregao teve um impacto
to grande como as de George Whitefield e John Wesley. Em varias ocasies encheu estdios
com capacidade entre 2 a 4 mil pessoas. Em uma reunio no Botanic Gardens Palace se
juntaram entre 15.000 e 30.000 ouvintes e sempre aumentando nas reunies seguintes.
O mundo vivia o comeo da industrializao, com todos os seus problemas. Moody
contextualizou sua mensagem e trouxe o evangelismo para seus dias. Pregava um evangelho
simples. Ele insistia em que os homens colocassem suas riquezas em boas causas,como cuidar
dos pobres em reas urbanas. Aplicou tcnicas de negcio no planejamento evangelstico.
Msica, aconselhamento e acompanhamento faziam parte de uma abordagem organizada para
atingir o corao das pessoas.Quando retornou aos Estados Unidos, era comum pregar para 12.000 a 20.000
pessoas, nas mais diferentes cidades. Seu ltimo sermo fora pregado em 16 de novembro de
1899. No queria competir com os seminrios tradicionais, mas o isolamento dessas escolas
com relao s pessoas comuns o perturbava. Por isso,em 1879, Moody fundou escolas que
viriam a ser, mais tarde, o Instituto Moody. Seu objetivo era treinar comunicadores que
pudessem levar a verdade simples de Deus s massas que precisavam dela. Sua preocupao
com o social inspirou profundo compromisso ministerial. R.A. Torrey foi o sucessor deMoody como presidente do Moody Bible Institute. E a Igreja que fundara passou a chamar-se
Igreja Moody em sua homenagem.
3 TEOLOGIA DOGMTICA
3.1 CALVINISMO
Historicamente, o nome Calvinismo indica o canal pelo qual a Reforma se moveu, at
onde ela no foi nem Luterana, nem Anabatista, nem Sociniana. No sentido filosfico,
entendemos por Calvinismo aquele sistema de concepes que, sob a influncia da mente
mestre de Calvino, levantou-se para dominar nas diversas esferas da vida
O Calvinismo tem um ponto prprio de partida claramente definido para as trs
relaes fundamentais de toda existncia humana: a saber, nossa relao com Deus, com o
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homem e com o mundo. Para nossa relao com Deus: uma comunho imediata do homem
com o Eterno, independentemente do sacerdote ou igreja. Para a relao do homem com o
homem: o reconhecimento do valor humano em cada pessoa, que seu em virtude de sua
criao conforme a semelhana de Deus, e, portanto da igualdade de todos os homens diante
de Deus e de seu magistrado. E para nossa relao com o mundo: o reconhecimento que no
mundo inteiro a maldio restringida pela graa, que a vida do mundo deve ser honrada em
sua independncia, e que devemos, em cada campo, descobrir os tesouros e desenvolver as
potncias ocultas por Deus na natureza e na vida humana.
3.1.1 Os Cinco Pontos do Calvinismo
Os Cinco Pontos do Calvinismo so uma sntese dos cnones teolgicos definidos no
Snodo de Dordrecht. Eles refletem a soteriologia tpica do movimento calvinista,
interpretando a natureza da graa de Deus na salvao da criatura humana. Seu eixo a
afirmao de que Deus perfeitamente capaz de salvar cada pessoa que Ele tenha a inteno
de tornar objeto de sua graa salvadora e que seu trabalho no pode ser frustrado por algo ou
algum que fique no caminho, na tentativa de impedir sua concluso.
3.1.1.1 Depravao total do homem
Tambm chamada de "depravao radical", "corrupo total" e "incapacidade total".
Indica que toda criatura humana, em sua condio atual, ou seja, aps a queda, caracterizada
pelo pecado, que a corrompe e contamina, incluindo a mente. Por isso, afirma-se que ningum
capaz de realizar o que verdadeiramente bom aos olhos de Deus. Em contrapartida, o ser
humano escravo do pecado, por natureza hostil e rebelde para com Deus, espiritualmentecego para a verdade, incapaz de salvar a si mesmo ou at mesmo de se preparar para a
salvao. S a interveno direta de Deus pode mudar esta situao.
3.1.1.2 Eleio incondicional
Eleio significa "escolha". a escolha feita por Deus desde toda a eternidade,
daqueles a quem Ele concedeu a graa da salvao. Esta escolha no se baseia no simples
mrito, ou na f das pessoas que ele escolhe, mas se baseia em sua deciso soberana eincondicional, irrevogvel e insondvel. Isso no significa que a mesma salvao final
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incondicional, mas que a condio em que assenta (f) concedida tambm pela graa de
Deus, como seu presente para aqueles a quem Ele escolheu incondicionalmente.
3.1.1.3 Expiao limitada
Tambm chamada de "redeno particular" ou "redeno definida", significa a
doutrina segundo a qual a obra redentora de Cristo foi apenas visando a salvao daqueles que
tm sido alvo da graa da salvao. A eficcia salvfica do Cristo redentor, ento, no
"universal" ou "potencialmente eficaz" para quem iria receb-lo, mas especificamente
designada para tornar possvel a salvao daqueles a quem Deus Pai escolheu desde antes da
fundao do mundo. Os calvinistas no acreditam que a expiao limitada em seu valor ou
poder (se Deus o Pai quisesse, teria salvado todos os seres humanos sem exceo), mas sim
que a expiao limitada na medida em que foi destinada para alguns e no para todos.
3.1.1.4 Vocao eficaz (ou Graa Irresistvel)
Tambm conhecida como "graa eficaz", esta doutrina ensina que a influncia
salvfica do Esprito Santo de Deus irresistvel, superando toda e qualquer resistncia.
Quando ento, Deus soberanamente visa salvar algum, o indivduo no tem como resistir
essa graa da vida eterna com o prprio Deus.
3.1.1.5 Perseverana dos santos
Tambm conhecida como "preservao dos santos" ou "segurana eterna", este quinto
ponto sugere que aqueles a quem Deus chamou para a salvao, e depois, comunho eterna
com ele (santos, segundo a Bblia) no podem cair em desgraa e perder sua salvao.
Mesmo que, em suas vidas, o pecado os leve a renunciar sua profisso de f, eles (se elesso autnticos eleitos), mais cedo ou mais tarde, retornaro comunho com Deus Essa
doutrina baseada na suposio de que a salvao obra de Deus do comeo ao fim, que
Deus fiel s Suas promessas, e que nada nem ningum pode impedir Seus propsitos
soberanos. Este conceito ligeiramente diferente do conceito usado em algumas igrejas
evanglicas, de "uma vez salvos - salvos para sempre", apesar da apostasia, a falta de
arrependimento ou a permanncia no pecado, desde que eles tiverem realmente aceito a Cristo
no passado. No ensino tradicional calvinista, se uma pessoa cai em apostasia ou no mostra
mais sinais de arrependimento genuno, pode ser prova de que ele nunca foi realmente salvo,
e, em seguida, que no fazia parte do nmero dos eleitos.
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3.2 ARMINIANISMO
O Arminianismo uma escola de pensamento soteriolgica de dentro do cristianismo
protestante, baseada sobre ideias do telogo reformado holands Jacobus Arminius (1560 -
1609) e seus seguidores histricos, os Remonstrantes.
Embora tenha sido discpulo do notvel calvinista Teodoro de Beza, Armnio defendeu
uma forma evanglica de sinergismo (crena que a salvao do homem depende da
cooperao entre Deus e o homem), que contrrio ao monergismo, do qual faz parte o
Calvinismo (crena de que a salvao inteiramente determinada por Deus, sem nenhuma
participao livre do homem).
3.2.1 Diferentes correntes
A exemplo do que ocorre com outras correntes teolgicas, tais como o Calvinismo, as
crenas arminianas no so homogneas. As ideias originalmente desenvolvidas por Armnio
foram sistematizadas e desenvolvidas por inmeros sucessores e profundamente alteradas por
outros. Embora todos eles sejam considerados arminianos, divergem em alguns pontos
cruciais. O telogo reformado Allan Sell introduziu a distino entre os arminianos do
corao_so classificados como tal os telogos que continuaram a trilhar os mesmos passos
de Armnio, ou seja, sua teologia perfeitamente compatvel com as ideias por ele
defendidas_ e os arminianos da cabea _ so considerados como tal os que abandonaram
alguns a crena no pecado original e na depravao total, aproximando-se at Pelagianismo,
negando a salvao pela graa, pilar da reforma protestante.
3.2.2 Os cinco pontos do Arminianismo
No Snodo de Dort, os Remonstrantes apresentaram a doutrina arminiana clssica na
forma dos cinco pontos seguintes:
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3.2.2.1 Vontade Livre
O primeiro ponto do arminianismo sustenta que o homem dotado de vontade livre.
Arminius acreditava que a queda do homem no foi total, e sustentou que, no homem, restou
bem suficientemente capaz de habilit-lo a querer aceitar Cristo como Salvador.
3.2.2.2 Eleio Condicional
Arminius ensinava tambm que a eleio estava baseada no pr-conhecimento de
Deus em relao quele que deve crer. Em outras palavras, o ato de f, por parte do homem,
a condio para ele ser eleito para a vida eterna, uma vez que Deus previu que ele exerceria
livremente sua vontade, num ato de volio positiva para com Cristo.
3.2.2.3 Expiao Universal
Conquanto a convico posterior de Arminius fosse de que Deus ama a todos, de que
Cristo morreu por todos e de que o Pai no quer que ningum se perca, ele e seus seguidores
sustentam que a redeno (usada casualmente como sinnimo de expiao) geral. Em outras
palavras: A morte de Cristo oferece a Deus base para salvar a todos os homens, contudo, cada
homem deve exercer sua livre vontade para aceitar a Cristo.
3.2.2.4 A graa pode ser impedida
O arminiano, em seguida, cr que uma vez que Deus quer que todos os homens sejam
salvos, ele envia seu Santo Esprito para atrair todos os homens a Cristo, contudo, desde que o
homem goza de vontade livre absoluta, ele pode resistir vontade de Deus em relao a sua
prpria vida. (A ordem arminiana sustenta que, primeiro, o homem exerce sua prpria
vontade e s depois nasce de novo.)
Ainda que o arminiano creia que Deus onipotente, insiste em que a vontade de Deus,
em salvar a todos os homens, pode ser frustrada pela finita vontade do homem como
indivduo.
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3.2.2.5 O homem pode cair da graa
O quinto ponto do arminianismo a consequncia lgica das precedentes posies de
seu sistema. O homem no pode continuar na salvao, a menos que continue a querer ser
salvo.
3.3 ARMINIANISMO X CALVINISMO
O snodo de Dort foi um snodo nacional que teve lugar em Dordrecht, na Holanda em
1618/19, pela Igreja Reformada Holandesa, com o objetivo de regular uma sria controvrsia
nas Igrejas Holandesas iniciada pela ascenso do Arminianismo. A primeira reunio do
snodo foi tida a 13 de Novembro de 1618 e a ltima, a 154 foi a 9 de Maio de 1619. Foram
tambm convidados representantes com direito de voto vindos de 8 pases estrangeiros. O
nome "Dort" era um nome usado na altura em ingls para a cidade holandesa de Dordrecht. O
snodo por vezes chamado de Snodo de Dordt, ou Snodo de Dordrecht.
Segundo Duane Spencer, aps o Snodo de Dort se reunir em 154 sesses num
completo exame das doutrinas de Arminius e comparar cuidadosamente seus ensinos com os
ensinos das Escrituras Sagradas, chegaram concluso que os ensinos de Arminius eram
herticos. E no somente isto, mas o Conclio imps censura eclesistica aos
Remonstrantes' depondo-os dos seus cargos, e a autoridade civil (governo) os baniu do pas
por cerca de seis anos.
Arminianismo Calvinismo
Vontade L ivre O arminianismo diz que avontade do homem livre para escolher,ou a Palavra de Deus, ou a palavra deSatans. A salvao, portanto, depende daobra de sua f.
Depravao TotalO calvinismo diz que ohomem no regenerado absolutamenteescravo de Satans, e, por isso, totalmenteincapaz de exercer sua prpria vontadelivremente (para salvar-se), dependendo,
portanto, da obra de Deus, que deve vivificaro homem, antes que este possa crer em Cristo.
Eleio Condicional O arminianismo dizque a eleio condicional, ou seja,
Eleio I ncondicional O calvinismosustenta que o pr-conhecimentode Deus est
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acredita-se que Deus elegeu queles a quempr-conheceu, sabendo que aceitariam asalvao, de modo que o pr-conhecimento[de Deus] estava baseado na condio
estabelecida pelo homem.
baseado no propsito ou no plano de Deus, demodo que a eleio no est baseada emalguma condio imaginria inventada pelohomem, mas resulta da livre vontade do
Criador parte de qualquer obra de f dohomem espiritualmente morto.
Expiao Universal O arminianismo dizque Cristo morreu para salvar no um em
particular, porm somente queles que
exercem sua vontade livre e aceitam ooferecimento de vida eterna. Da, a morte deCristo foi um fracasso parcial, uma vez queos que tm volio negativa, isto , os queno querem aceitar, iro para o inferno.
3. Expiao L imi tadaO calvinismo diz queCristo morreu para salvar pessoasdeterminadas, que lhe foram dadas pelo Pai
desde toda a eternidade. Sua morte, portanto,foi cem por cento bem sucedida, porque todosaqueles pelos quais ele no morreu receberoa justia de Deus, quando forem lanadosno inferno.
A Graa pode ser I mpedida Oarminianismo afirma que, ainda que o
Esprito Santo procure levar todos os homensa Cristo (uma vez que Deus ama a toda ahumanidade e deseja salvar a todos oshomens), ainda assim, como a vontade deDeus est amarrada vontade do homem, oEsprito [de Deus] pode ser resistido pelohomem, se o homem assim oquiser. Desdeque s o homem pode determinar se quer ouno ser salvo, evidente que Deus, pelomenos, permite ao homem obstruir suasanta vontade. Assim, Deus se mostra
impotente em face da vontade do homem, demodo que a criatura pode ser comoDeus, exatamente como Satans prometeu aEva, no jardim [do den].
Graa I rresistvel O calvinismo entendeque a graa de Deus no pode ser obstruda,visto quesua graa irresistvel. Oscalvinistas no querem significar com issoque Deus esmaga a vontade obstinada dohomem como um gigantesco rolocompressor! Agraa irresistvel no est
baseada na onipotncia de Deus, ainda quepudesse ser assim, se Deus o quisesse, masest baseada mais no dom da vida, conhecidocomo regenerao. Desde que todos osespritos mortos (= alienados de Deus) solevados a Satans, o deus dos mortos, e todosos espritos vivos (= regenerados) so guiados
irresistivelmente para Deus (o Deus dosvivos), nosso Senhor, simplesmente, d a seusescolhidos o Esprito de Vida. No momentoque Deus age nos eleitos, a polaridadeespiritual deles mudada: Antes estavammortos em delitos e pecados, e orientados
para Satans; agora so vivificados em Cristo,e orientados para Deus.
O H omem pode Cair da Graa Oarminianismo conclui, muito logicamente,
Perseverana dos Santos O calvinismosustenta muito simplesmente que a salvao,
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que o homem, sendo salvo por um ato de suaprpria vontade livremente exercida,aceitando a Cristo por sua prpria deciso,
pode tambm perder-se depois de ter sido
salvo, se resolver mudar de atitude para comCristo, rejeitando-o! (Alguns arminianosacrescentariam que o homem pode perdersubsequentemente, sua salvao, cometendoalgum pecado, uma vez que a teologiaarminiana uma teologia de obras pelomenos no sentido e na extenso em que ohomem precisa exercer sua prpria vontade
para ser salvo). Esta possibilidade de perder-se, depois de ter sido salvo, chamada dequeda (ou perda) da graa, pelos
seguidores de Arminius. Ainda, se depois deter sido salva, a pessoa pode perder-se, ela
pode tornar-se livremente a Cristo outra veze, arrependendo-se de seus pecados, podeser salva de novo. Tudo depende de suacontinua volio positiva at morte!
desde que obra realizada inteiramente peloSenhor e que o homem nada tem a fazerantes, absolutamente, para ser salvo -, bvio que o permanecer salvo , tambm,
obra de Deus, parte de qualquer bem ou malque o eleito possa praticar. Os eleitosperseveraro' pela simples razo de que Deus
prometeu completar, em ns, a obra que elecomeou. Por isso, os cinco pontos de TULIPincluem a Perseverana dos Santos.
A diferena crucial entre o Arminianismo e o Calvinismo se resume na palavra
Soberania. Enquanto os calvinistas entendem que Deus opera a salvao na vida do ser-
humano conforme a sua livre e soberana vontade, os arminianos salientam que o homem
capaz de por si s querer ou no ser salvo.
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4 REFERNCIAS
Os 100 Acontecimentos mais importantes da histria do Cristianismo: Do incndio de Roma
ao crescimento da igreja na China A. Kenneth Curtis/J. Stephen Lang/Randy Petersen -
EDITORA VIDA
POR QUE F REFORMADA? Terry L. Johnson- 1 Edio digital em Portugus, 2013
Nossa Herana Reformada: O Justo Viver por F Dr. Joel Beeke - Editora Os
Puritanos/Clire publicado na Revista Os Puritanos Como posso ser salvo, n.2 de 2005.
http://www.mackenzie.br/7111.html- Instituto Presbiteriano Mackenzie - O
PROTESTANTISMO NORTE-AMERICANO: SCULOS 17 A 19- Acesso 12/12/13 01:16
Completando as aflies de Cristo/John Piper; Traduo Regina Aranha. So Paulo: Shedd
Publicaes, 2010.
A Bblia e sua histria- O surgimento e o impacto da Bblia. Barueri, SP: Sociedade Bblica
do Brasil, 2006.
George, Timothy. Teologia dos reformadores. So Paulo: Edies Vida Nova, 1994.
Abraham Kuyper. Calvinismo
http://arminianismo.wordpress.com/acesso 14/12/13 04:34
Heris da f- Vinte homens extraordinrios que incendiaram o mundo- Orlando Boyer. Rio de
Janeiro, RJ: CPAD
http://arminianismo.wordpress.com/http://arminianismo.wordpress.com/http://arminianismo.wordpress.com/ -
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Biografia de Carlos H. Spurgeon, por Alfredo S. Rodrguez y Garca, Cuba, 1930.
http://www.iprb.org.br/biografias/vultoscristianismo/Moody.htm
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