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“RECICLAR” (N)A EDUCAÇÃO ESPECIAL: uma proposta de capacitação docente para o trabalho com portadores de deficiência intelectual de altas especificidades
Autora: Irineia Kirach da Silva Moreto1
Orientadora: Renata Heller de Moura2
Universidade Estadual de Maringá
Resumo: Este texto procura incrementar a discussão sobre a possibilidade de se construir espaços educativos e terapêutico-ocupacionais para a formação de pessoas portadoras de deficiência intelectuais de altas especificidades e múltiplas deficiências. Apoiou-se no pressuposto de que o trabalho é condição básica e fundamental de toda a vida humana e fonte de objetivação do ser humano. Por meio do trabalho, os homens transformam o mundo e se transformam enquanto sujeitos sociais, desenvolvem autoestima e confiança, aprendem, crescem, transformam conceitos, atitudes, aprimoram-se e obtém remuneração. O desenvolvimento de atividades profissionais para alunos com tais necessidades especiais pode se apresentar como uma ferramenta importante para ressignificar a vida de pessoas que são, muitas vezes, consideradas inaptas para a aprendizagem e para o desenvolvimento de atividades profissionais e integração social. Como fruto da pesquisa desenvolvida, foi possível realizar um evento de extensão universitária voltado para a capacitação docente, no qual a reciclagem ocupou papel central como proposta de atividade educativa e terapêutico-ocupacional.
Palavras-chave: Educação especial, Capacitação docente, Oficinas protegidas terapêuticas, Reciclagem, Trabalho.
1. Introdução
O trabalho de inclusão e formação educacional e profissional da pessoa com
deficiência intelectual e ou múltipla busca superar fatores de exclusão e
discriminação social, fortalecendo o compromisso dos professores em construir uma
1 Professora do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná – Educação Especial
(UEM/PR). Docente da Escola Especial “Padre José pascoal Busato” – APAE do município de Iporã/Paraná. 2 Doutoranda em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
(UNESP/Assis/SP). Mestre em Psicologia (UEM/PR). Docente do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM/PR).
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educação de qualidade com ênfase na educação especial profissional. Para tanto, o
trabalho docente deve observar os princípios do trabalho coletivo e da ética
profissional, sempre se pautando na legislação vigente. É importante evitar rotular a
pessoa com deficiência intelectual e ou múltipla. Para isso é necessário rever
estratégias e conteúdos escolares com vistas a um trabalho compromissado,
visando uma reflexão sobre a prática pedagógica. Para que a aprendizagem
realmente aconteça se faz necessário pensar nas diferentes atividades pedagógicas,
selecionar os recursos disponíveis e traçar adequações curriculares.
Nesse sentido, esse artigo é fruto de um trabalho que buscou contribuir para
a melhoria do processo ensino-aprendizagem da pessoa com deficiência intelectual
e/ou múltipla com altas especificidades, a partir da perspectiva histórico-cultural,
oportunizando reflexão e aprendizagem de atividades e conhecimentos gerais
essenciais para o trabalho coletivo, capacitando docentes para o desenvolvimento
de atividades terapêutico-ocupacionais nas Oficinas Protegidas Terapêuticas, a fim
de possibilitar o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa no ambiente
escolar.
Esta pesquisa apoia-se nas teorias de Vygotsky (1994), compreendendo o
homem como um ser social e histórico, cuja singularidade é constituída numa
relação consigo mesmo, com os demais homens e com a natureza. Essa relação
ocorre por meio de sua atividade intencional, pela transformação da natureza e da
realidade, produzindo os meios de vida e a própria forma de constituição da
humanidade. Também destacamos, ainda em Vygostky (1994), a importância da
compreensão do conceito de “zona de desenvolvimento proximal” e dos aspectos
históricos e socioculturais da aprendizagem e do desenvolvimento para o trabalho
com os alunos com deficiência intelectual ou múltipla.
Este trabalho utilizou-se da concepção marxiana de trabalho para refletir
sobre o desenvolvimento de atividades profissionais junto às pessoas portadoras de
necessidades especiais de altas especificidades. Portanto, entendemos o trabalho
como uma atividade que pode proporcionar ao homem a apropriação do mundo que
o cerca e permitir a este homem a superação de algumas de suas determinações
biológicas. Sendo assim, o desenvolvimento de atividades profissionais para alunos
com deficiência intelectual e ou múltiplas com altas especificidades pode se
apresentar como uma ferramenta importante para ressignificar a vida de pessoas
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que são, muitas vezes, consideradas inaptas para o desenvolvimento de atividades
profissionais e integração social. No entanto como bem destaca Tomazini (1996,
p.10), “pensar em trabalho os portadores de deficiência não significa criar oficinas
segregadas ou treiná-los para uma ocupação qualquer”.
Para pensar no desenvolvimento de atividades profissionais destinados aos
alunos com deficiência intelectual e ou múltiplas com altas especificidades, vamos
nos apoiar na própria orientação do governo federal, contida no manual Educação
Profissional e Colocação no Trabalho (Brasil, 2003, p. 22) que afirma que “[...]
pensar no trabalho para pessoas deficientes significa possibilitar aos portadores de
deficiência o desenvolvimento de uma atividade laborativa de qualidade, como
resultado da aplicação do processo de Educação Profissional e Colocação no
Trabalho”.
Em decorrência do trabalho reflexivo acerca do processo ensino-
aprendizagem do portador de deficiência intelectual e ou múltiplas com altas
especificidades e da necessidade de capacitação docente para o trabalho com a
população portadora dessas caraterísticas, em 2011 foi realizado um evento de
extensão e capacitação docente na Escola de Educação Especial Padre José
Pascoal Busato na cidade de Iporã PR. Com participação de 16 (dezesseis)
profissionais, foram estudadas cinco unidades com um total de sete encontros.
A seguir, serão apresentados os pontos de discussão e reflexão teórica
sobre o processo ensino-aprendizagem voltado aos portadores de deficiência
intelectual e ou múltiplas com altas especificidades, bem como os resultados da
capacitação oferecida a profissionais que trabalham com esta demanda.
2. O papel da educação profissional e do trabalho na educação especial:
compreendendo as Oficinas Protegidas Terapêuticas
Esta pesquisa se apoiou no pressuposto de que o trabalho é a condição
básica e fundamental de toda a vida humana. Para Engels (1876), o trabalho é tão
fundamental que ele afirma: “o trabalho criou o próprio homem”. Partindo desse
pressuposto entendemos o quanto o trabalho é importante para a sociedade
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inclusive para o deficiente, por isso é de fundamental importância desenvolver na
educação especial oficinas protegidas terapêuticas que enfoquem o trabalho como
forma de atividade laborativa.
Tendo esta concepção em mente, esta pesquisa fundamentou-se nas
reflexões desenvolvidas por Lev Semionovich Vygotsky (1896-1934), o qual, por sua
vez, embasou-se nas reflexões teóricas desenvolvidas por Karl Marx (1818-1983) e
Friedrich Engels (1820-1895), principalmente no que diz respeito à importância do
trabalho no processo de hominização e formação das Funções Psicológicas
Superiores.
As Funções Psicológicas Superiores (percepção, atenção, memória, capacidade de solucionar problemas) são mecanismos psicológicos mais sofisticados, mais complexos, que são típicos do ser humano e que envolvem o controle consciente do comportamento, a ação intencional e a liberdade do indivíduo em relação às características do momento e do espaço presentes (OLIVEIRA, 1993).
Estas funções modificam-se pelo processo de internalização das instruções,
quando este homem pensar em objetos ausentes, imaginar eventos nunca vividos,
planejar ações a serem realizadas.
Na perspectiva teórica desenvolvida por Vygotsky e seus colaboradores -
Alexander Romanovich Luria (1902-1977) e Alexis Nicholaevich Leontiev (1903-
1979), o homem é compreendido como um ser social e histórico, cuja singularidade
é constituída numa relação consigo mesmo, com os demais homens e com a
natureza. Essa relação ocorre por meio de sua atividade intencional, pela
transformação da natureza e da realidade, produzindo os meios de vida e a própria
forma de constituição da humanidade. O homem como produto dessa relação
histórica com o mundo material supera a determinação de suas propriedades
biológicas no desenvolvimento de sua atividade prática, sendo compreendido como
um ser em constante transformação, capaz de atuar de forma crítica e
transformadora. A esta atividade intencional por meio da qual o homem transforma a
natureza e transforma a si mesmo é o que chamamos de trabalho.
Nesse sentido, concordamos com Tomazini (1996, p. 11) quando este afirma
que,
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Todo homem é em potencial um trabalhador. O trabalho se constitui na atividade vital do homem. É a fonte de objetivação do ser humano e através dele os homens transformam o mundo e se transformam enquanto sujeitos sociais. [...] O trabalho define a condição humana e situa a pessoa no complexo conjunto das representações sociais, definindo a posição do homem nas relações de produção, nas relações sociais, na sociedade como um todo (TOMAZINI, 1996, p.11).
Concordamos com Borges (1997), quando esta chama atenção para o fato do
trabalho contribuir com o desenvolvimento de autoestima e confiança. Segundo esta
autora, o trabalho tem um papel relevante na aprendizagem, crescimento,
transformação de conceitos, atitudes, aprimoramento e remuneração dos indivíduos.
Nesta pesquisa, estamos nos utilizando desta concepção de trabalho para
refletir sobre o desenvolvimento de atividades profissionais junto às pessoas
portadoras de necessidades especiais de altas especificidades. Portanto, como já
mencionamos acima, entendemos o trabalho como uma atividade que pode
proporcionar ao homem a apropriação do mundo que o cerca e permitir a este
homem a superação de algumas de suas determinações biológicas. Sendo assim, o
desenvolvimento de atividades profissionais para alunos com deficiência intelectual
e ou múltiplas com altas especificidades pode se apresentar como uma ferramenta
importante para ressignificar à vida de portadores com este nível de deficiência.
Também mencionamos o documento do Governo Federal que defende a
implementação de atividades profissionais aos portadores de deficiência (Brasil,
2003).
Mas, embora esta seja a própria orientação do governo federal, é preciso
considerar o nível de comprometimento da pessoa com deficiência, pois nem todos
estarão aptos para serem inseridos no mercado de trabalho, no sentido de
alcançarem plena superação de suas limitações.
Existem indivíduos com tal nível de comprometimento intelectual que não
podemos pensar em desenvolver atividades somente com a finalidade de inclusão,
dado que o mercado de trabalho é bastante seletivo em termos de qualificação
profissional. No entanto, não podemos deixar de pensar em realizar atividades
profissionais mesmo com estas pessoas que possuem tais limitações, pois
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entendemos que as atividades profissionais podem se apresentar como uma
alternativa que lhe proporcione aprendizagem, crescimento, autonomia e confiança.
É nesse contexto que se justifica a utilização das Oficinas Protegidas
Terapêuticas. As Oficinas Protegidas Terapêuticas se constituem, segundo o
Decreto n. 3.298 de 20 de dezembro de 1999, na Seção IV – Do Acesso ao
Trabalho, em seu artigo 35, parágrafos 4 e 5, como:
[...] uma unidade que funciona em relação de dependência com entidade
pública ou beneficente de assistência social, que tem por objetivo a
interação social por meio de atividades de adaptação e capacitação para o
trabalho de adolescente e adulto que devido ao seu grau de deficiência,
transitória ou permanente, não possa desempenhar atividades laboral no
mercado competitivo de trabalho ou em oficina protegida de produção.
Dirigida as pessoas com deficiência mental com graves distúrbios de
conduta e que não apresentam autonomia para realizar atividades de vida
diária precisando de supervisão constante. Esses serviços incluem
atividades educativas, reabilitadoras, terapia educacional e assistencial
(BRASIL, 1999, p. 261).
A forma de organização e entendimento da Oficina Protegida Terapêutica traz
como fundamento o desenvolvimento terapêutico-ocupacional para os alunos que
apresentam altas especificidades, garantindo-lhes o direito de participar de um
contexto laborativo que lhes proporcione um ambiente de qualidade, estimulador e
incentivador à sua independência/autonomia pessoal e social, por meio, de um
Currículo Funcional com a realização de atividades diversificadas.
A Oficina Protegida Terapêutica tem como objetivos: garantir o direito
laborativo-ocupacional das pessoas que possuem altas especificidades que os
impossibilitam ou dificultam à sua participação em outras modalidades de trabalho;
desenvolver capacidades básicas de independência e ou autonomia pessoal e social
na família, escola e ambientes da comunidade; proporcionar condições adequadas
aos alunos qualificados para aperfeiçoamento das capacidades próprias de trabalho,
respeitado seu caráter de transitoriedade (PARANÁ, SEED/DEIN, 2010, s/p).
As pessoas com necessidades especiais terão o direito à educação
assegurada pelos sistemas de ensino de acordo com a Lei 9.394, de 20 de
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dezembro de 1996 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seu art, 59, inciso
IV diz:
[...] educação especial para o trabalho, visando à sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulações com os órgãos afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora (BRASIL, 2004, s/p.).
Entretanto, nem sempre a sociedade tem oferecido às pessoas com
deficiência oportunidades para o exercício e para a aprendizagem de um trabalho. A
partir da vivência em escola de educação especial por mais de 20 anos, como
professora em turmas de educação profissional, observou-se que os professores
têm muitas dificuldades em adaptar o trabalho para pessoas com deficiência
intelectual na idade adulta. Foi o enfrentamento com esta realidade que nos colocou
no caminho da realização deste estudo aqui apresentado.
Nele, buscou-se analisar como tem se dado o enfrentamento as questões
relacionadas à educação profissional da pessoa com deficiência intelectual na
contemporaneidade. Para superar os desafios dessa realidade, apresentaram-se
algumas sugestões de atividades, com conteúdo voltado para educação profissional
enfatizando a importância de conceitos básicos como: assiduidade, pontualidade,
produtividade, responsabilidade, relações interpessoais, regras da sala, da escola e
de empresas, preparando-os para inserção no mundo do trabalho.
No caso de alguns alunos deficientes intelectuais e com múltiplas
deficiências que apresentam altas especificidades, nem sempre se alcançará o
resultado de aprendizagem autônoma no desenvolvimento de uma atividade. No
entanto, o trabalho continuado com estes alunos e a constante supervisão podem
contribuir para, aos poucos, superar algumas limitações e se isso não for possível,
dada a complexidade da deficiência intelectual, ao menos proporcionar um ambiente
de encorajamento e de possibilidade de estabelecimento de vínculos.
Acredita-se, ainda, que a relevância deste trabalho esteve na oportunidade
de atuar nas turmas de oficinas protegidas terapêuticas com o trabalho de
reciclagem de papel e de confecção de estopa, observando e verificando até que
ponto os alunos com suas diferenças vão adquirir independência e iniciativa para
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desenvolvê-lo, como também utilizar atividades supervisionadas que proporcionem
um ambiente de qualidade, estimulando e incentivando à independência/autonomia
pessoal e social, através de um currículo funcional e colocação no mundo do
trabalho, quando possível.
3. Oficinas Protegidas Terapêuticas como possibilidade de trabalho com a
zona de desenvolvimento proximal
A educação profissional é concebida como importante estratégia para que os
cidadãos tenham efetivo acesso às conquistas científicas e tecnológicas e sejam
produtivos na sociedade (OLIVEIRA, 2007). Além de dominar um determinado fazer,
requer do aluno a compreensão deste processo produtivo ao qual está inserido, com
a apreensão do saber técnico sistematizado, a valorização da cultura do trabalho em
nosso meio e a mobilização para tomada de decisão na busca de uma identidade
autônoma.
Com referência à pessoa com deficiência no trabalho e tendo como princípio
o respeito à dimensão ética do ser humano, independente de suas capacidades e
limitações, a educação profissional de jovens e adultos neste trabalho fundamentou-
se na contribuição de teóricos da psicologia tais como Vygostky (1994) em relação
aos aspectos históricos e socioculturais da aprendizagem e do desenvolvimento.
Também destacamos, ainda em Vygostky (1994), a importância da zona de
desenvolvimento proximal, nos alunos com deficiência intelectual ou múltipla.
Entende-se por zona de desenvolvimento proximal a distância entre o
desenvolvimento real da criança e o seu desenvolvimento potencial. O primeiro é
caracterizado pela solução independente de problemas e, o segundo pela solução
de problemas sob a orientação ou colaboração de outro adulto ou colega. A
capacidade de se beneficiar com uma colaboração de outra pessoa vai ocorrer num
certo nível de desenvolvimento, mas não antes. A ideia de um nível de
desenvolvimento potencial capta um momento do desenvolvimento que caracteriza
não as etapas já alcançadas, já consolidadas, mas etapas posteriores, nas quais a
interferência de outras pessoas afeta significativamente o resultado da ação
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individual.
Assim, a zona de desenvolvimento proximal permite ao professor delinear o
que a pessoa será capaz de atingir, bem como seu estado de desenvolvimento
cognitivo. Seguindo este pressuposto, o professor não deveria enfocar naquilo que a
pessoa já aprendeu, mas no que realmente precisa aprender para atingir o seu
desenvolvimento real.
É a partir da postulação da existência desses dois níveis de
desenvolvimento (real e potencial) que Vygotsky (1994) define a Zona de
Desenvolvimento Proximal como a distância entre o nível de desenvolvimento real,
que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o
nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas
sob a orientação de outro já habilitado.
Portanto, entende-se Zona de Desenvolvimento Proximal como o caminho
que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de
amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas, estabelecidas no seu
nível de desenvolvimento real.
Por meio deste conceito – zona de desenvolvimento proximal – pode-se
perceber o quanto o desenvolvimento do homem é algo construído socialmente, na
interação com outros homens e com a cultura.
Para Vygotsky (1994, p.380), a própria formação da personalidade possui
uma dependência direta com a evolução social, assim sendo,
[...] o indivíduo só existe como um ser social, membro de um dado grupo social em cujo contexto ele percorre os caminhos do desenvolvimento histórico. Assim a composição de sua personalidade e a estrutura de seu comportamento depende da evolução social cujos aspectos principais são determinados pelo grupo (VYGOSTKY, 1994, p. 380).
Segundo Barroco (2007), é pela educação social que se formaria um novo
homem, pelo coletivismo e pela unificação do trabalho físico e intelectual. Assim se
alcançaria o novo homem, o qual vence a deficiência, cujo defeito não impede de
correr pelas sendas da humanização (BARROSO, 2007).
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Nesse sentido de formação do homem, ou seja, nesse processo de
hominização, o trabalho exerce papel fundamental. Como já discutimos
anteriormente, o trabalho é “fonte de objetivação do ser humano e através dele os
homens transformam o mundo e se transformam enquanto sujeitos sociais”
(TOMAZINI, 1996, p.11). Ou seja, o trabalho define a condição humana e situa a
pessoa no complexo conjunto das representações sociais, definindo a posição do
homem nas relações de produção, nas relações sociais e na sociedade como um
todo.
Com o Plano Nacional de Educação Profissional se pretende investir em
ações que procurem adequar o trabalhador às novas exigências do mercado, além
de abrir espaços para outros segmentos como as pessoas com deficiência. Segundo
Batista (1997), os deficientes não querem ser dependentes ou considerados inúteis
e por isso desejam desenvolver habilidades que os integrem ao mundo do trabalho,
beneficiando a si mesmos e a sua família.
O trabalho é o momento que vai finalizar o atendimento ao deficiente na
escola e que vai permitir a sua participação na sociedade. O trabalho pedagógico
não terá alcançado seu objetivo maior se a pessoa com deficiência continuar
excluída da sociedade sem a possibilidade de participar ativamente como um sujeito
produtivo.
“Todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
condições justas e favoráveis e à proteção contra o desemprego”, é o que diz a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo 23 da Organização das
Nações Unida, de 1948.
Este estudo também se apoiou no conjunto de leis e normas presentes na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), a qual estabelece
a educação profissional como direito vinculado à educação básica, contundente, por
isso, ao desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. Também se embasou
na Lei nº 7.853/89, que estabelece os direitos das pessoas portadoras de deficiência
como responsabilidades públicas através de apoio governamental à formação,
garantia de acesso aos serviços concernentes, empenho do Poder Público quanto
ao surgimento e à manutenção de empregos, inclusive em tempo parcial, promoção
de ações eficazes para a inserção nos setores públicos e privados além de
criminalizar o preconceito e a discriminação.
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Segundo a Lei nº 8.213/91, as empresas estão obrigadas à reserva de
vagas destinadas a pessoa com deficiência em percentuais, de acordo como o
número de funcionários.
Atualmente, com a nova reformulação das escolas de educação especial
quanto à estrutura e funcionamento e as novas políticas de educação do governo do
Estado do Paraná, as diretrizes curriculares estaduais (DCEs) definem que:
[...] a formação profissional dos educandos com deficiência intelectual, deficiência física neuromotora associada a múltiplas deficiências e deficiência intelectual associada a transtornos globais do desenvolvimento deve, na medida do possível e preferencialmente, se processar no âmbito da comunidade, como ocorre com as demais pessoas (PARANÁ, SEED/DEIN, 2010,p.15).
Entretanto, segundo a SEED/PR (2010, p. 22), “há um grupos de educandos
cujo grau de deficiência os impede de avançar ou concluir a educação básica, que
necessitam de uma aprendizagem profissional nas diferentes formas das relações
de trabalho”. Assim sendo as Oficinas Protegidas Terapêuticas se constituem como
uma necessidade.
Para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem respeitando
todos esses pressupostos e legislações anteriormente mencionados também é
necessário o desenvolvimento de um currículo funcional com a realização de
atividades diversificadas.
Currículo é o conjunto de todas as experiências que são vividas pelos
alunos, não é apenas uma lista de assuntos a serem desenvolvidos, ou um
programa a ser ensinado. O currículo de uma escola é uma força dinâmica em ação
é a instituição em pleno funcionamento em benefício de uma educação para todos
os alunos (PPP APAE IPORÃ, 2010, p.32).
O currículo funcional da escola é uma proposta de ensino que visa a
melhora da qualidade de vida de pessoas com deficiência intelectual e as
adaptações curriculares podem ser definidas [...] como modificações que
são necessárias realizar em diversos elementos do currículo básico para
adequar as diferentes situações, grupos e pessoas para as quais se aplica.
As adaptações curriculares são intrínsecas ao novo conceito de currículo.
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De fato, um currículo inclusivo deve contar com adaptações para atender à
diversidade das salas de aula e dos alunos (GARRIDO, 1998, p.53.).
Com base em todas essas reflexões anteriores e buscando oportunizar um
espaço de discussão e capacitação aos docentes que trabalham com alunos
portadores das necessidades especiais enfocadas neste trabalho, realizou-se a
capacitação docente que será, a seguir, brevemente relatada. Nessa capacitação,
procurou-se abordar esses vários aspectos do processo ensino-aprendizagem:
perspectivas teóricas que embasam a construção de uma teoria da aprendizagem,
legislação, matriz curricular e sugestões de atividades laborais a serem
desenvolvidas.
4. Capacitação docente: reciclando e refletindo sobre a formação
A capacitação docente aconteceu na Escola de Educação Especial Padre
José Pascoal Busato na cidade de Iporã PR, no segundo semestre de 2011. Com
participação de 16 (dezesseis) profissionais, foram estudadas cinco unidades, com
sete encontros, perfazendo um total de 32 horas. As oficinas foram realizadas por
meio do evento de extensão universitária com certificação expedida pela
Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Como todo o projeto foi desenvolvido por Unidades, neste momento,
apresentar-se-á como cada unidade foi desenvolvida e qual foi o resultado
alcançado.
Apoiando–se no pressuposto de que o trabalho é a condição básica e
fundamental de toda a vida humana e entendendo o quanto o trabalho é importante
para a sociedade inclusive para o deficiente, portanto, buscou-se fazer com que de
oficinas protegidas terapêuticas enfocassem o trabalho como forma de atividade
laborativa.
Iniciou-se o trabalho desenvolvendo oficinas de capacitação que pudessem
refletir bem como compreender o trabalho na educação especial. No primeiro
encontro foi apresentada a proposta da capacitação, o cronograma de atividades e
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outras ações necessárias para a realização do evento. Em seguida as participantes
responderam as seguintes questões: “O que é educação especial para você?”; “E o
que é educação Profissional?”. Após as reflexões, foi proposta uma leitura do texto
“Histórico da Educação Especial”, disponibilizado no caderno pedagógico
especialmente criado para esta capacitação, pela autora e orientadora desse estudo.
A leitura desse texto permitiu o desenvolvimento de debates e discussões entre as
participantes. Algumas participantes afirmaram que desconheciam o conteúdo.
Após a leitura e discussão foi realizado, em dupla, uma atividade escrita,
sobre os pontos mais importantes da Educação Especial e Educação Profissional
através dos tempos. As leituras trouxeram grandes contribuições para a
compreensão da Educação Profissional para a pessoa com deficiência intelectual
e/ou múltiplas com altas especificidades.
Na segunda Unidade, foi apresentada a proposta curricular também
presente no caderno pedagógico, por meio de uma apresentação em power point,
esclarecendo dúvidas e discutindo as adaptações educacionais sempre que
necessário.
Foi realizada reflexão sobre a proposta curricular apresentada refletindo
sobre as Oficinas Protegidas Terapêuticas e o trabalho realizado nas disciplinas de
Português, Matemática, Historia, Geografia, Ciências, Educação Física e Artes, além
de realizar o estudo da grade curricular das Oficinas de Estopa e de Reciclagem de
Papéis. Dando continuidade, as cursistas responderam as seguintes questões: “Qual
é a importância das Oficinas Protegidas Terapêuticas para as escolas especiais no
que se refere ao ensino e a aprendizagem?”; “Qual é a pertinência dos conteúdos
presentes nos textos estudados e qual a relação com currículo funcional e
adaptações curriculares?”. As discussões foram muito pertinentes e contribuíram
para que as cursistas refletissem sobre o currículo da educação profissional. Sabe-
se que compreender o currículo é um elemento de fundamental importância para
que ocorra a aprendizagem na Educação Especial.
A terceira Unidade foi constituída de dois momentos. O primeiro momento
realizou-se uma exposição em power point sobre a história do papel com o passar
dos séculos, na qual todos os participantes interagiram com grande desenvoltura. O
objetivo desta apresentação foi expor aos participantes um pouco da história do
papel no Brasil e no mundo, até os dias atuais. Este assunto foi abordado, tendo em
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vista que uma das oficinas de atividades terapêutico-ocupacionais sugeridas faz a
utilização de papel reciclável.
No segundo momento, realizou-se um estudo teórico por meio de leitura do
texto: “Reciclando com Arte: importância e benefícios da reciclagem de papéis”. Este
texto tratava da importância da reciclagem e dos benefícios que ela proporciona ao
meio ambiente. Todas as cursistas participaram com grande entusiasmo, ouviu-se
até que fazia muito tempo que não tínhamos um curso tão animado assim e tão
proveitoso.
Após o estudo teórico, deu-se início a confecção do artesanato com material
alternativo. Desenvolveu-se um porta recados utilizando CD velho, papel reciclado,
cola, tesoura, estilete, adesivos para enfeites, fitas, bordados entre outros.
Figura 1: Porta Recados. Fonte: Irineia Kirach,2011.
Na Unidade 4, buscou-se instrumentalizar os docentes com atividades
educativas para trabalhar nas Oficinas Protegidas Terapêuticas na Confecção de
Papel Artesanal. A conversa foi iniciada com a pergunta: “Por que reciclar?”.
Para compreender a reciclagem é importante, antes de tudo, “reciclar” o
conceito que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em
sua totalidade. Grande parte dos materiais que vão para o lixo pode ser reciclada.
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Resíduo Tempo de Decomposição
Papel 3 a 6 meses
Jornal 6 meses
Filtro de cigarro 20 meses
Nylon Mais de 30 anos
Chicletes 5 anos
Panos 6 meses a 1 ano
Fraldas Descartáveis Biodegradável 1 ano
Fraldas Descartáveis Comum 450 anos
Copos de Plásticos 50 anos
Lata de Aço 10 anos
Tampas de garrafa 150 anos
Plásticos 400 anos
Pneus Indeterminado
Vidro Indeterminado
Fonte: http://www.cagece.com.br/meioambiente/coleta/curso_coletaseletiva/cap09, acesso em 11/09/2008.
Após reflexão sobre a maneira de ver os resíduos sólidos apresentou-se
uma tabela de decomposição natural de alguns materiais que são jogados fora sem
pensar que podem ser reciclados. Observou-se que a maioria das cursistas
desconhecia este tempo que os materiais demoram a se decompor. Por isso que
faz-se necessário o desenvolvimento de uma consciência ambientalista para uma
melhoria da qualidade de vida atual e para que haja condições ambientais favoráveis
à vida das futuras gerações.
Dando continuidade a proposta deste dia, as cursistas responderam as
questões a seguir: “O que você entende por coleta seletiva?” e “Qual a importância
da coleta seletiva?”.
Após o estudo da parte teórica, iniciou-se o trabalho da reciclagem de
papéis, com a classificação dos mesmos, separando-os em cada tipo, pois para se
obter um resultado final de qualidade, os papéis devem ser separados em seus
tipos. A matéria-prima vem sempre com impurezas, nesse caso os papéis não ficam
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pra trás, retirou-se os clips, grampos, e qualquer outra matéria que danifique a
qualidade do papel artesanal.
Após essa classificação, algumas cursistas dividiram-se em duplas: para
realizarem o retalhamento (corte manual) do papel (matéria-prima) para início da
produção. As demais cursistas foram conhecer as ferramentas utilizadas na
confecção do papel, que são os bastidores (peneiras, forma dos papéis),
liquidificador, tecido, jornal, bacias, panelas, prensa, e outros. Neste dia foi dado o
início da fabricação do papel reciclado. O papel picado foi colocado de molho pelo
menos 24 horas de antecedência.
No dia seguinte passou-se para execução propriamente dita do papel
reciclado, que foi anteriormente picado pelas cursistas e que ficou de molho. Optou-
se por confeccionar quatro tipos de papéis (colorido na cor rosa, com linhas
vermelhas e laranja, com linhas azuis e amarelas e com papel picado colorido).
Figura 2: Retirando Papel Reciclado Fonte: Irineia Kirach
Observou-se que as cursistas gostaram das atividades, e mais uma vez
tomaram consciência que esta oficina oportuniza muitas forma de trabalho para a
pessoa deficiente intelectual e/ou múltiplas deficiências com altas especificidades.
Algumas cursistas observaram que é um trabalho que necessita de muita dedicação
e desprendimento devido à sujeira que resulta.
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Na Unidade 5, desenvolveu-se a segunda oficina sugerida como atividade
terapêutico-ocupacional para o processo ensino-aprendizagem com portadores de
deficiência intelectual e/ou múltipla. A oficina de estopa foi iniciada com a leitura do
texto “Reciclagem de Resíduos Têxteis”, também disponibilizado no caderno
pedagógico criado para a capacitação. Este texto abordou a importância da
reciclagem de tecido, os benefícios que ela proporciona ao meio ambiente,
destacando que a reciclagem dos resíduos têxteis é importante para a redução da
poluição, uma vez que estes resíduos são frequentemente queimados a céu aberto
ou depositados em lixões.
Para a maioria das cursistas este tema foi novidade. Mesmo que a escola já
desenvolva atividades relacionadas à reciclagem como é o caso da confecção de
estopas, nunca tinham realizado um estudo teórico sobre o assunto. Algumas das
cursistas desconheciam que já existem trabalhos e estudos científicos referentes a
este assunto. Outro fato que chamou atenção foi a porcentagem de tecido
desperdiçado pelas fábricas no momento da produção de roupas. Em média 22% do
tecido se perde durante o processo de produção por mau planejamento de criação,
modelagem, corte e encaixe, mão-de-obra desqualificada, máquinas inapropriadas,
entre outros fatores (MILAN; VITTORAZZI e ZAIDA, 2010).
Em seguida foi realizada a leitura comentada do texto. Todas as
participantes colaboraram. Também se analisou os benefícios da reciclagem e como
ela pode ser útil em nossa vida.
A partir disso, iniciou-se a produção de estopas em forma de oficina. Os
retalhos já haviam sido coletados nas fábricas. Desenvolveu-se todos os passos da
confecção para que as cursistas pudessem ver como se realizava este trabalho com
os alunos deficientes intelectuais e/ou com múltiplas deficiências, com altas
especificidades.
Iniciou-se a produção de estopas, com a seleção dos retalhos, separando-os
por tipo e tamanhos, recortando os que eram maiores respeitando um molde criado
pela professora. Todas as professoras fizeram uma etapa do trabalho, riscando o
jornal com lápis e molde de madeira, recortando o molde de jornal com tesoura,
montando as camadas de tecidos sobre o molde de jornal.
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A embalagem do produto final foi organizada também pelas cursistas, em
fardos de cinco quilogramas, amarrados com tiras feitas do próprio retalho de malha.
As estopas foram etiquetadas com peso, valor e identificação da escola.
Figura 3: Estopas. Fonte: Irineia Kirach, 2011.
As cursistas puderam observar que desta forma, a estopa estava pronta
para ser comercializada no comércio local. Essas atividades educativas contribuem
para os alunos deficientes intelectuais e/ou com múltiplas deficiências, com altas
especificidades, preparando-os para o mundo do trabalho ou mesmo nas atividades
profissionais que podem se apresentar como uma alternativa que lhe proporcione
aprendizagem, crescimento, autonomia e confiança.
Para encerramento do projeto foi realizada uma exposição dos materiais
produzidos durante a implementação do projeto na escola, aberta a visitação de toda
comunidade, na Casa da Cultura Alessandra Alves, de Iporã.
Figura 4: Exposição. Fonte: Irineia Kirach, 2011.
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5. Encaminhando conclusões
Com este trabalho foi possível oportunizar uma reflexão sobre o processo
ensino-aprendizagem voltado ao portador de necessidades especiais intelectuais
e/ou múltiplas e realizar uma capacitação profissional nas áreas de Educação
Especial e Educação Profissional, despertando motivação e envolvimento por parte
das participantes. As cursistas puderam perceber a importância da preparação da
pessoa com deficiência intelectual e/ou múltiplas para ser inclusa no mundo do
trabalho, já que no processo de hominização, o trabalho exerce papel fundamental.
A mediação entre a teoria e a prática pedagógica fez com que o aprendizado
se tornasse significativo, pois foi possível despertar consciência ecológica e social,
conhecendo temas como reciclagem, resíduos sólidos, estopas, resíduos têxteis
entre outros.
As diferentes atividades desenvolvidas sobre reciclagem de papéis, motivos
para reciclar, reciclagem com arte e confecção de estopas, contribuíram para a
construção de conhecimentos, possibilitando a criação de novos valores
relacionados ao meio ambiente.
Enfim, as cursistas apontaram à necessidade de estudos mais aprofundados
sobre o tema e destacaram a importância das oficinas protegidas terapêuticas nas
escolas especiais, utilizando um currículo adaptado com atividades práticas,
formando alunos com deficiência intelectual e/ou com múltiplas com altas
especificidades para inclusão no mundo do trabalho ou mesmo nas atividades
profissionais que podem se apresentar como uma alternativa que lhe proporcione
aprendizagem, crescimento, autonomia e confiança para a vida em comunidade.
6. Referências:
BARROCO, S. M. S. - A EDUCAÇÃO ESPECIAL DO NOVO HOMEM SOVIÉTICO E A PSICOLOGIA DE L. S. VYGOTSKY: Implicações e contribuições para a psicologia e a educação atuais. Tese de Doutorado – Universidade Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara. 2007.
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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, Brasília: Senado, 2004. BRASIL. FEDERAÇÃO Nacional das APAES. Metodologias aplicadas na educação profissional de pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Brasília: Fenapae,2005. ESCOLA “PADRE JOSÉ PASCOAL BUSATO” – APAE DE IPORÃ. Projeto Político Pedagógico. Iporã, 2010. FEDERAÇÃO NACIONAL DAS APAES. Metodologias Aplicadas na Educação Profissionais de pessoas com deficiência mental e múltipla. Federação Nacional das APAEs. Brasília: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, APAE, 2005. GARRIDO, L. J. Deficiência Mental. Diagnostico Y Programacion En El Tratamiento de. Espanha. C.E.P.E. 220 p. 1998.
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PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO. DEPARTAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Documento Orientador para Alteração de Denominação, Estrutura e Funcionamento. Curitiba 2010. MILAN, G. S.; VITTORAZZI, C.; ZAIDA, C. dos R. A Redução de Resíduos Têxteis e de Impactos Ambientais: Um Estudo Desenvolvido em uma Indústria de Confecções do Vestuário. São Paulo: Atlas,2010.
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PARANÁ.SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO.Diretrizes CurricularesDa Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos. CURITIBA,2006.
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