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Reaviva o dom de Deus que há em ti COLEÇÃO ESCRITOS ROGACIONISTAS 19 Outubro - 2002 Projeto de Formação Permanente Rogacionista (2Tm 1,6)

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Reavivao dom de Deus

que há em ti

COLEÇÃOESCRITOS ROGACIONISTAS 19

Outubro - 2002

Projeto de Formação Permanente

Rogacionista

(2Tm 1,6)

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01. As Quarenta Declarações - 198502. A Vida Religiosa Rogacionista - 198503. Promoção Vocacional e Formação Rogacionista - 198504. O Apostolado da Congregação - 198505. Diretrizes Gerais para a Formação - 198606. Plano de Formação - 198607. Comunhão e Participação na Formação

(Instrumento de Trabalho) - 198708. Comunhão e Participação na Formação (Documento) - 198709. Comunhão e Comunidade Rogacionista - 198710. Vida Religiosa: Participação e Comunhão - 199011. Os Grandes Temas do Rogate - 199012. Rogate, Vida Religiosa e Evangelização

à Luz da Realidade Latino-americana - 199313. Antologia Rogacionista - 199314. Os teus últimos 22 dias de vida, ó pai! - 199815. Chamados a estar com Ele; fidelidade criativa ao Rogate - 199916. Chamados a estar com Ele; o primado da vida espiritual - 200017. Projeto Educativo Rogacionista - 200118. Plano Vocacional Rogacionista - 200219. Reaviva o dom de Deus que há em ti;

Projeto de Formação Permanente Rogacionista - 2002

ESCRITOS ROGACIONISTAS

TÍTULO ORIGINAL: Ravviva il dono di Dio che è in te;Progetto di Formazione Permanente Rogazionista

TRADUÇÃO: José Jonas da SilvaREVISÃO: Dora del MercatoCOLABORAÇÃO: Juarez Albino Destro

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O 9º Capítulo Geral insistiu fortemente para que a Congregaçãocolocasse a vida espiritual em primeiro lugar nos programas devida e apostolado, convidando-nos a beber nas fontes genuí-

nas da espiritualidade cristã, que é a Palavra de Deus e a Liturgia,conjugadas com o carisma do Rogate e o patrimônio espiritual do Insti-tuto. Considerando bem, a indicação capitular entra precisamente napedagogia da santidade proposta pelo Santo Padre João Paulo II naCarta Apostólica Novo Millennio Ineunte (cf. 31ss). Garantir esta priori-dade é o itinerário obrigatório para manter de maneira ativa rumo àrealização da vocação à santidade que, se é meta de todo cristão –como afirmou o Concílio (cf. LG, cap. V) e o Papa o reforçou na citadaCarta – é de maneira exemplar para os consagrados “chamados à umaexistência transfigurada” (VC, 35).

O mesmo Capítulo Geral determinou, pois, coerentemente que “paradar impulso e orientação a um válido processo de crescimento espiritu-al” deve-se voltar “decididamente para a formação inicial e permanentecomo caminho seguro pelo qual pode-se esperar frutos duradouros paraa vida de cada um de nós, de nossas comunidades, e para a renovaçãoda missão da Congregação no mundo contemporâneo em resposta aosnovos desafios da evangelização” (Chamados a estar com Ele, 87).

Todos tomamos consciência que a formação, além de ser uma se-gura estratégia para um efetivo caminho de crescimento, constitui hojeum verdadeiro e próprio meio, não só no campo eclesial e religioso,mas também no social. Somente através de precisos e consistentes

Caríssimos coirmãos,

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itinerários de formação, que não se esgotam na etapa inicial da consa-gração mas se prolongam por toda a vida, é possível equipar-se conti-nuamente para enfrentar no empenho da nova evangelização a com-plexidade do mundo de hoje com nossa específica contribuição caris-mática.

A Ratio Institutionis adotada há tempo pela Congregação, já é umaadequada resposta à esta fundamental exigência. Esta, todavia, apre-sentando a nossa específica Vida Religiosa e identidade do rogacionista,concentra-se essencialmente sobre a formação inicial e anuncia, paraa formação permanente, somente alguns elementos úteis de desenvol-vimentos sucessivos.

O Projeto de Formação Permanente que apresento à sua atençãoconstitui o natural e necessário complemento. Desejado pelo 9º Capítu-lo Geral que demandou a elaboração ao Governo, e concebido comoum ágil instrumento para promover, guiar e acompanhar o caminho deformação permanente de toda a Congregação. Partindo de uma conci-sa e eficaz exposição teórica das razões, natureza e significado da for-mação permanente, o projeto, enquanto tal, privilegia a escolhametodológica e a indicação prática dos diversos âmbitos da formação,de seus responsáveis nos vários níveis, dos tempos e meios de inter-venção.

Devido a esta conotação, desejo também evidenciar os dois apên-dices contendo respectivamente o Programa Pessoal de Vida Espirituale o Programa de Vida Comunitária. Eles constituem dois simples, maspreciosos subsídios para transferir na ordinariedade do cotidiano ondese vive a vida pessoal e comunitária, como âmbito próprio, as exigênci-as da formação contínua.

Ao apresentar o Projeto de Formação Permanente desejo agrade-cer aqui, a Comissão Geral representativa das diversas Circunscriçõesque o preparou e todos os coirmãos que colaboraram com suas suges-tões. O prolongado caminho percorrido para a redação final foi exigido,entre outras coisas, mesmo pelo propósito de solicitar e acolher a parti-

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cipação de todos, na perspectiva de favorecer uma já encaminhadacultura da formação permanente.

O Projeto de Formação Permanente Rogacionista vem promulgadoad experimentum até o cumprimento do mandato deste Governo Gerale, portanto, fica aberto à revisão e atualização. Ele deve ser natural-mente traduzido e inculturado nas diversas realidades da Congrega-ção.

Acolhamos, portanto, de coração, este instrumento que é colocadoem nossas mãos. Ele constituirá o guia para os Superiores maiores,para a equipe geral da formação permanente que será constituída, paraos responsáveis das Circunscrições, para os superiores de comunida-des e para cada religioso, a fim de que esta exigência no fundo denossa vida consagrada, faça efetivamente o salto de qualidade que foisolicitado pelo Capítulo.

O Projeto de Formação Permanente representa uma das melhoresatuações do ideal evangélico indicado pelo documento capitular “Cha-mados a estar com Ele”: somente num caminho de formação contínua,de fato, nós aprendemos a estar com o Senhor e a ser suas testemu-nhas qualificadas no mundo de hoje (cf. Mc 3,13).

O caminho da santidade traçado e percorrido por Pe. Aníbal, naconstante e crescente fidelidade ao especial carisma recebido do Espí-rito para a edificação da Igreja, fica para nós como luminoso ponto dereferência para todo itinerário formativo.

Nossos Divinos Superiores nos concedam a graça de levar a caboestes propósitos, pela intercessão do bem-aventurado padre Fundador.

Pe. Giorgio Nalin, RCJSup. Geral

Roma, 19 de maio de 2002.Solenidade de Pentecostes

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APRESENTAÇÃO

O 9º Capítulo Geral da Congregação tratou amplamente do temada formação1 e encarregou o Governo Geral de elaborar “umválido projeto de Formação Permanente”.2

O Governo Geral, nestes primeiros três anos de seu mandato,prosseguiu neste sentido com a colaboração de todas as Circunscri-ções, através da nomeação de uma comissão representativa dasmesmas3 (os conselheiros responsáveis e mais outros religiosos),que elaborou o presente projeto para a Ratio Institutionis.

O texto foi apresentado como instrumento de trabalho no âmbitoda Conferência dos Superiores de Circunscrições de 2001, que odiscutiu, emendou e globalmente aprovou. A Comissão, depois detê-lo re-elaborado na forma e nos conteúdos em base às observa-ções da Conferência, o apresentou ao Governo Geral para que oenviasse à todas as Circunscrições para um atento exame por partedos respectivos governos e das comunidades.4

A finalidade desta última passagem para chegar à redação final,foi dupla: 1) chegar à elaboração de um projeto global de formaçãopermanente, expressão, assim, da participação de todos os congre-

1 Cf. Chamados a estar com Ele, parte IV.2 Idem, 90 a.3 Cf. Insieme per varcare le soglie del Duemila. Linee di programmazione del Governo

Generale 1998-2004, 21.4 Cf. Carta circular, Roma, 29/10/2001, prot. 368/01.

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gados e válido, nos limites do possível, para todos; 2) formar gradu-almente os congregados à cultura da formação permanente.

Com base nas sugestões que chegaram da parte dos Governosda Circunscrições, das Comunidades e dos religiosos, a mesma Co-missão elaborou o texto definitivo para a apresentação e promulga-ção do Governo Geral.

O Projeto de Formação Permanente foi concebido como simplesinstrumento para solicitar, acompanhar e guiar o caminho da forma-ção permanente na Congregação. Deve, portanto, ser traduzido eencarnado nas diversas situações das Circunscrições, das Comuni-dades e dos religiosos. O texto vem promulgado para a necessáriaexperimentação e, portanto, fica aberto à revisão e atualização.

Este Documento, mesmo se publicado separadamente, formaráum todo com a atual parte de nossa Ratio Institutionis para a forma-ção inicial. Exatamente por esta razão, alguns temas são apenasacenados porque já foram amplamente tratados naquela parte. Deli-neia-se a idéia realizada já por muitos outros institutos religiosos, dereescrever a Ratio, para uma melhor disposição e integração doselementos e dos conteúdos da formação religiosa Rogacionista es-tendida ao inteiro processo da existência, conceitualmente entendi-da e apresentada de maneira unitária.

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INTRODUÇÃO

Renovação e formação

O Espírito de Deus, constantemente em ação na vida daIgreja, em nossos tempos tem falado de modo singular à

Esposa de Cristo através do evento de graça do Concílio VaticanoII,5 dando-lhe uma nova consciência do próprio mistério e convocan-do-a à uma profunda renovação em vista da evangelização do mun-do contemporâneo.

Tal renovação implica numa nova escuta do chamado à santida-de, vista como perspectiva de todo o caminho pastoral e como “me-dida alta” da vida cristã ordinária.6

O processo de renovação eclesial envolveu profundamente a vidaconsagrada, componente essencial e constitutiva da Igreja.7 Os nu-merosos documentos emanados da parte do Magistério do Concílioaos nossos dias para promover e acompanhar a renovação da vidaconsagrada, sublinham de maneira global a importância da forma-

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5 Cf. Novo Millennio Ineunte, 57.6 Cf. Idem, 30-31.7 Cf. Vita Consecrata, 29.

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ção como processo permanente.8 Esta, portanto, tem assumido gra-dualmente, sempre maior relevância nos programas e na vida dosInstitutos religiosos.

Nova fase da formação Rogacionista

Também em nossa Congregação já faz tempo que se falade formação permanente e se encaminharam múltiplas

experiências. Os diversos Capítulos Gerais, sempre atentos ao con-tínuo fermento da vida social e eclesial, lhe sublinharam vez por veza importância, indicando-lhe os conteúdos, objetivos e modalidades.O 9º Capítulo Geral enfrentou explicitamente o argumento9 e definiua formação “como caminho seguro do qual se possa esperar frutosduradouros para a vida de cada um de nós, de nossas comunidades,e para a renovação da missão da Congregação no mundo contem-porâneo em resposta aos novos desafios da evangelização”.10 Nomesmo documento o Capítulo, fazendo próprio o ensinamento daIgreja,11 deliberou ao Governo Geral para elaborar “um válido projetode formação permanente como parte integrante da Ratio”,12 paracumprir “um salto de qualidade no caminho empreendido, valorizan-do os elementos presentes na Ratio, nos documentos do Magistérioe os resultados positivos da experiência feita”.13

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8 De modo particular: cf. Perfectae Caritatis, 18 c; Elementi essenziali, 19.44-48.111, §41; Código de Direito Canônico, 659-661; Potissimum Institutioni, 66-71; A vida frater-na em comunidade, 43; Vita Consecrata, 69-71; La collaborazione inter-istituti sullaformazione, 18.

9 Cf. Chamados a estar com Ele, 90.10 Idem, 87.11 Cf. Vita Consecrata, 69.12 Chamados a estar com Ele, 90 a.13 Idem, 90.

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Este “Projeto” quer atuar na orientação capitular e se propõe en-caminhar um “renovado processo de formação permanente em nos-sas comunidades, conjugando o empenho pessoal com o caminhocomum, a vida ordinária com os momentos específicos, a vida localcom a integração na vida de toda a Congregação”.14

Instrumento para a formação

O “Projeto para FP” não tem a finalidade de repropor sim-plesmente quanto já está contido nas Constituições, naRatio, nos vários documentos eclesiais e capitulares, nem

de definir-se como novo documento de fundação, mas antes, querser um instrumento que acompanha a Congregação no empenho daformação nos vários níveis de responsabilidade.

A acepção do termo Projeto, utilizado pelo Capítulo para a defini-ção e organização de nossa formação permanente,15 privilegia a op-ção metodológica e indica a natureza dinâmica e aberta deste instru-mento, sempre suscetível de modificações e de oportunas adapta-ções exigidas pelo tempo e pelas diversas realidades socioculturais.

Destinatários

O “Projeto para FP” dirige-se a todos os religiosos Roga-cionistas para que cada um lhe assimile os conteúdos, oespírito e as dinâmicas. Ele se torna instrumento precioso

para os Superiores das Comunidades, para o Governo Geral e osGovernos das Circunscrições, para os diversos responsáveis e en-carregados da formação permanente.

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14 Idem, 90 b.15 Cf. Idem, 90.

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Estrutura

O texto é rico de notas que evocam os mais recentes do-cumentos da Igreja e da Congregação, de modo particu-

lar, a exortação apostólica Vita Consecrata e o nosso documentocapitular Chamados a estar com Ele.

Contém dois apêndices, que trazem respectivamente o progra-ma pessoal de vida espiritual e o programa de vida comunitária. Tra-ta-se de exemplificações para sugerir e facilitar a organização davida espiritual dos coirmãos e a programação da vida comunitária,como sugerido pelo próprio Projeto16 e pela experiência eclesial.17

O estilo do documento é quase sempre descritivo para favorecera aproximação imediata à algumas temáticas novas.

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16 Cf. nn. 44.47.17 Cf. Direttorio per la vita e il ministero della vita dei Presbiteri, 76.

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Razões e significado daFormação Permanente

PRIMEIRA PARTE

Abertos aos sinais dos tempos

O empenho para a formação permanente, em nível pes-soal e comunitário, representa para nós Rogacionistas,

resposta à nova chamada à santidade, que ressoa no hoje da Igrejae da Congregação18 e que postula um contínuo caminho de cresci-mento e conversão;19 expressa também nossa disponibilidade paraacolher responsavelmente a tarefa e os desafios da nova evangeli-zação segundo a graça própria do carisma Rogacionista,20 em atitu-de de inteligente atenção aos sinais dos tempos.

Para reavivar o dom de Deus

“Lembra-te de reavivar o dom de Deus que há em ti” (2Tm1,6). As palavras de São Paulo a Timóteo se referem ex-

plicitamente ao ministério presbiteral, mas se aplicam bem àquela

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18 Cf. Novo Millennio Ineunte, 30; Chamados a estar com Ele, 1.3.8.34-35.19 Cf. Vita Consecrata, 35-40.20 Cf. Chamados a estar com Ele, 37.

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formação a qual são chamados todos os religiosos em força do domde Deus recebido com a consagração religiosa e o carisma do pró-prio Instituto.

“O Apóstolo pede a Timóteo para ‘reavivar’ ou seja, reacendercomo se faz com o fogo sobre a cinza, o dom divino no sentido deacolhê-lo e vivê-lo sem jamais perder ou esquecer aquela ‘novidade’permanente que é própria de todo dom de Deus, daquele que faznovas todas as coisas (cf. Ap 21,5), e, portanto, vivê-lo na suaindeclinável frescura e beleza originária.

Mas aquele ‘reavivar’ não é somente o êxito de uma tarefa confi-ada à responsabilidade pessoal de Timóteo, não é somente o resul-tado do empenho de sua memória e de sua vontade. É o efeito deum dinamismo de graça intrínseco ao dom de Deus: é Deus mesmoportanto, a reavivar o seu mesmo dom, ou melhor, a liberar toda aextraordinária riqueza de graça e de responsabilidade que nele seencerra”.21

Com a consagração religiosa, o Espírito de Deus estabelece obatizado numa nova relação com o Pai para a salvação do mundo,configurando com título especial a Cristo casto, pobre e obedientena especificidade do carisma do próprio Instituto.

O dinamismo inexaurível desta consagração constitui o funda-mento próprio e a motivação original de nossa formação permanen-te.

No magistério da Igreja

“Por toda a vida, os religiosos se empenhem em aperfei-çoar diligentemente sua cultura espiritual, doutrinal e téc-

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21 Pastores Dabo Vobis, 70.

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nica e os Superiores, por quanto podem, procurem-lhes a este res-peito a ocasião oportuna, os auxílios e o tempo”.22

“Todo Instituto religioso, portanto, tem o dever de projetar e reali-zar um programa de formação permanente adequado para todos osseus membros. Um programa que não seja direcionado somente àmente de sua dimensão espiritual”.23

“A formação permanente [...] constitui uma exigência intrínseca àconsagração religiosa. [...] O processo de formação não se reduz àsua fase inicial, visto que a pessoa consagrada, pelas suas limita-ções humanas, não poderá mais pensar ter completado a gestaçãodaquele homem novo que experimenta dentro de si, em cada cir-cunstância da vida, os mesmos sentimentos de Cristo. A formaçãoinicial deve, portanto, consolidar-se com a formação permanente,criando no sujeito a disponibilidade para se deixar formar em cadadia da sua vida”.24

Natureza da formação permanente

A formação, para nós, é o processo dinâmico de fidelida-de criativa à vocação religiosa Rogacionista,25 durante toda

a vida.

Ela se configura, antes de tudo, como atitude de vida, disposiçãointerior que alimenta em nós a consciência de estar sempre a cami-nho,26 necessitados de aperfeiçoamento, postos, como somos, por

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22 Perfectae Caritatis, 18; cf. Código de Direito Canônico, 661.23 Potissimum Institutioni, 66.24 Vita Consecrata, 69.25 Cf. Idem, 37.26 Cf. Idem, 69.

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natureza, num processo de contínuo vir a ser e num mundo, por suavez, em perene transformação.

A formação por sua natureza é pessoal, gradual, integral,permanente e especifica.27 A pessoa, chamada a alcan-

çar progressivamente a plena expressão de seu ser, está permanen-temente empenhada num caminho formativo que reveste harmonio-samente todos os aspectos da sua personalidade.28 A própria pes-soa é sujeito formação,29 na sua realidade ontológica e existencial,potencialmente dotada de capacidades próprias para realizar a suavocação originária e original. Os itinerários formativos, portanto, sãosempre personalizados e visam ativar o dinamismo da autoformação.

Ela, portanto, ocupa-se principalmente da promoção da pessoae também da requalificação, no tempo, dos conhecimentos e dascompetências.

A formação permanente, concebida desta forma, no âmbi-to de nossa vida de consagrados, apresenta-se como ponto

de referência da formação inicial, perspectiva original e horizonte desentido dela mesma. A educação dos jovens e a educação dos adul-tos devem integrar-se para se tornar verdadeiramente formação per-manente, isto é, contínuo caminho de crescimento, de conversão eassimilação a Cristo, centro e princípio unificador do inteiro processoformativo.30

O Rogacionista encontra a plena realização de si mesmona gradual conformação de sua vida a Cristo casto, pobre

27 Cf. Normas, 4.28 Cf. Chamados a estar com Ele, 91.29 Cf. Vita Consecrata, 71.30 Cf. Idem, 69.

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31 Cf. Idem, 36.32 Cf. Chamados a estar com Ele, 37-38.33 Cf. Elementi essenziali, 45; A vida fraterna em comunidade, 35.34 Cf. Pastores Dabo Vobis, 70.35 Cf. Vita Consecrata, 66.

e obediente, sob a constante ação do Espírito Santo,31 na especifici-dade do carisma do Rogate32 e em consonância com as diversassituações socioculturais.

No horizonte antropológico, teológico e carismático

As razões da formação permanente são antes de tudo deordem antropológica. Cada vida é um caminho incessante

rumo à maturidade e esta passa através da contínua formação. Aformação permanente é, pois, uma exigência intrínseca da naturezada pessoa, que tem em si a possibilidade de refazer-se constante-mente.33 As rápidas transformações da sociedade, além disso, fa-zem de modo que não haja profissão, empenho ou trabalho que nãoexija uma contínua atualização para ser atual e eficaz.34 A formaçãopermanente torna-se então, necessária, também, por razões de com-petência profissional nos múltiplos ofícios e tarefas apostólicas a de-sempenhar.

A formação permanente como exigência intrínseca da con-sagração religiosa e como resposta aos sinais dos tem-

pos, nos orienta para colher a sua natureza numa perspectiva auten-ticamente cristã, isto é, como evento de graça que tem como prota-gonista a SS. Trindade. O processo de formação tende por sua natu-reza à plena maturidade de Cristo em nós e é uma cooperação naobra misteriosa e contínua de Deus Pai, realizada na potência doEspírito Santo.35

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Esta obra de formação acontece segundo a lei do MistérioPascal, pela qual morremos sempre mais a nós mesmos

para revestir-nos de Cristo, de seus sentimentos, de seus pensa-mentos e de seu amor. Ela se atualiza na escuta da Palavra de Deus,na celebração da Eucaristia e dos outros sacramentos; encarna-sena vida de unidade com os irmãos e de serviço apostólico ao mundo.Está centralizada no mandamento novo de Jesus (cf. Jo 13,34-35;1Jo 2,8), que nos faz viver seu Mistério Pascal (cf.1Jo 3,16;4,7-13) enos imerge no amor trinitário (cf.Jo 14,15-23). A centralidade de talmandamento evidencia a importância da relação fraterna36 e conferea ela a justa perspectiva da comunhão em Cristo para a glória do Paie a salvação da humanidade (cf. Jo 17,1-5ss). Sinais visíveis e ins-trumentos desta comunhão são a Igreja, como corpo místico de Cris-to, e a comunidade religiosa, expressão concreta do mistério da Igrejae lugar teológico, onde concretamente se acolhe e se vive o dom davida fraterna para que o mundo creia (Jo 17,21).37

Todo o processo formativo é o prodígio da progressiva emconformidade a Cristo, a qual tem seu início no sacramen-

to do batismo, etapa decisiva na consagração religiosa (e para ospresbíteros também na ordenação) e seu cume na morte, “quandochega o momento de unir-se à hora suprema da paixão do Senhor” 38

e se nasce para a contemplação eterna da face do Pai.39 Batismo eencontro definitivo com o Pai são, portanto, os dois grandes pontosde referência, inicial e conclusivo, de toda a peregrinação formativa.

O carisma Rogacionista permeia todo o caminho da for-mação permanente, como fonte de onde brota a nossa

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1736 Cf. Chamados a estar com Ele, 43.37 Cf. A vida fraterna em comunidade, 8-10; Vita Consecrata, 46; Chamados a estar com

Ele, 45.38 Vita Consecrata, 91.39 Cf. Chamados a estar com Ele, 92.

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presença na Igreja e que forma de modo original toda a vida,40 narelação com a SS. Trindade,41 na comunhão fraterna e eclesial e noserviço apostólico à humanidade de nosso tempo.42

O carisma do Rogate é o ponto focal e gerador de todo o proces-so formativo e se explica nas três dimensões essenciais:43 a inces-sante oração para os operários do evangelho, a universal propaga-ção deste espírito de oração, ser bons operários sobretudo a serviçodos pequenos e dos pobres.44

Numa perspectiva missionária e escatológica

A formação é para a missão e viver autenticamente a mis-são é o mais eficaz fator de formação. A partilha das diver-

sas experiências de apostolado, através do qual se realiza a nossaespecífica missão,45 e o contínuo aperfeiçoamento das mesmas, noâmbito das comunidades e das Circunscrições, é uma das estratégi-as prioritárias da formação permanente.

Há uma natural polarização de toda a formação cristã emdireção a nossa hora, como toda a vida de Jesus foi por

ele vivida em vista da sua hora (cf. Jo 2,4;17,1), manifestação supre-ma de seu amor ao Pai e a nós, marco de toda a sua missão.

Este dado constitutivo da fé cristã é fortemente evidenciado pelonosso carisma: a perspectiva evangélica da messe madura tem umaforte conotação escatológica e a dedicação “às multidões abandona-

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40 Cf. Idem, 37.41 Cf. Idem, 38.42 Cf. Idem, 30-32.43 Cf. Com a Igreja no novo milênio (Carta Circular Rogacionista, 1999), 7.44 Cf. Constituições, 5.63.45 Cf. Idem, 5.

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das como rebanho sem pastor”, como também a oração pelos “bonsoperários”, não visa outra coisa senão a colheita que é a salvação ea comunhão eterna com Deus.

Objetivos

“Ninguém pode eximir-se de aplicar-se ao próprio cresci-mento humano e religioso; assim como ninguém pode pre-

sumir-se e gerenciar a própria vida com autosuficiência”.46 O objetivobásico da formação permanente, portanto, é de acompanhar cadacoirmão com um programa voltado à inteira existência,47 de modo afavorecer o crescimento que o torne pessoa integrada com a própriavocação e missão, segundo o carisma Rogacionista, e o conduz àplena maturidade em Cristo. Trata-se obviamente, de um acompa-nhamento adequado à idade, ao apostolado, ao ambiente cultural eàs circunstâncias em que se vive. Isto implica uma forte atenção aocaminho de cada um, sobretudo na vida das comunidades mas, tam-bém na programação das várias iniciativas em nível de Circunscri-ção e Congregação.

No quadro da teologia da Igreja como mistério-comunhão-missão,48 podem-se perceber três finalidades principais na

consecução do escopo da formação permanente:

1.Viver o mistério da Santíssima Trindade49

- cultivando o sentido da própria consagração a Deus e da per-

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46 Vita Consecrata, 69.47 Cf. Chamados a estar com Ele, 90.48 Cf. Pastores Dabo Vobis, 12.49 Cf. Vita Consecrata, 14-(21)-40.

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50 Cf. Chamados a estar com Ele, 38.51 Cf. Vita Consecrata, 41-51.52 Cf. Novo Millennio Ineunte, 57.53 Perfectae Caritatis, 2; cf. Constituições, 3; Vita Consecrata, 100-102;

Novo Millennio Ineunte, 54.54 Cf. Dichiarazione sulle relazioni della Chiesa con le religioni non cristiane. Nostra

aetate; Vita Consecrata, 102; Novo Millennio Ineunte, 55; Com a Igreja no novo milênio(Op. Cit.), 17.

55 Cf. Chamados a estar com Ele, 85-86.56 Cf. Quarenta Declarações, 15-18.57 Cf. Código de Direito Canônico, 602; Elementi assenziali, 21; A vida fraterna em

comunidade, 10; Chamados a estar com Ele, 45.

tença esponsal a Ele mediante o aprofundamento do conselhos evan-gélicos e de nosso Quarto Voto;50

- zelando por uma sólida e integral formação à oração;

- valorizando as relações fraternas e o serviço apostólico comocoeficientes essenciais da união com Deus.

2. Crescer na comunhão eclesial 51

- aprofundando a eclesiologia da comunhão do Vaticano II;52

- partilhando plenamente a missão da Igreja e “as iniciativas e osobjetivos que ela se propõe alcançar nos vários campos: bíblico,litúrgico, dogmático, pastoral, missionário e social, ecumênico”,53 edo diálogo inter-religioso;54

- vivendo na plena comunhão de fé com o Sucessor de Pedro,com o Pastor da Igreja local e com todas as diversas componentesdo Povo de Deus,55 na fidelidade ao magistério universal e particu-lar,56 segundo o espírito do Fundador;

- zelando pela pertença à Congregação e valorizando a vida fra-terna em comunidade como elemento essencial da nossa vocação57

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e da dimensão missionária da Vida Religiosa,58 favorecendo a quali-dade do diálogo fraterno e das relações interpessoais.

3. Qualificar o serviço apostólico ao mundo 59

- crescendo na plena compreensão do mistério do Rogate, querevela a caridade pastoral de Cristo, a capacidade de ler as necessi-dades das multidões cansadas e abandonadas de sempre e a com-paixão por elas, no tríplice empenho do Quarto Voto.60

- Aprofundando continuamente o tema da evangelização nos di-versos contextos culturais e sociais de hoje para projetar, como Co-munidade e Congregação, as respostas que brotam do carisma.61

Dimensões da formação permanente62

O caminho para a plenitude da vida é um processo quenão conhece limites, porque comporta um contínuo enri-

quecimento não somente dos valores espirituais, mas também da-queles de ordem psicológica, cultural e social.63

A formação permanente, visando sobretudo, manter vivo um in-tegral processo de maturidade, aprofunda-se seja em qualquer umadas dimensões da formação seja sua íntima e viva ligação específi-ca.64

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58 Cf. Vita Consecrata, 73.59 Cf. Pastores Dabo Vobis, 16-18; Vita Consecrata, 96-103.60 Cf. Constituições, 63.61 Cf. Vita Consecrata, 96; Cf. Chamados a estar com Ele, 45; Novo Millennio

Ineunte, 40-41.62 Cf. Potissimum Institutioni, 68; Vita Consecrata, 71; Chamados a estar com Ele, 91.63 Cf. A vida fraterna em comunidade, 35.64 Cf. Pastores Dabo Vobis, 71.

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1. A vida no Espírito 65

Entre as dimensões, “a vida no Espírito tem um obviamente oprimado. Nela, a pessoa consagrada readquire a própria identidadee uma serenidade profunda, cresce na atenção aos desafios cotidia-nos da Palavra de Deus, e deixa-se guiar pela inspiração original dopróprio Instituto. Sob a ação do Espírito, são tenazmente defendidosos tempos de oração, de silêncio, de solidão, e se implora-se do Altocom insistência, o dom da sabedoria para as canseiras de cada dia(cf.Sb 9,10)”.66

2. A dimensão humana e fraterna 67

A dimensão humana e fraterna ajuda, sobretudo para a formaçãode pessoas profundamente livres e felizes por terem consagrado aDeus a própria vida, favorecendo um conhecimento realista dos pró-prios limites e das próprias possibilidades, o equilibrado desenvolvi-mento da própria afetividade, a capacidade de se comunicar comtodos, especialmente na própria comunidade, a serenidade do espí-rito e a sensibilidade para com quem sofrem, o amor pela verdade ea coerência linear entre dizer e fazer.68

As comunidades religiosas na Igreja têm a tarefa específica defazer crescer a espiritualidade da comunhão, de anunciar com o tes-temunho da vida o valor da fraternidade cristã e a força transformadorada Boa Nova que faz reconhecer todos como filhos de Deus.69 “[…]As comunidades de Vida Consagrada, nas quais se encontram comoirmãos e irmãs pessoas de diferentes idades, línguas e culturas, co-

65 Cf. A vida fraterna em comunidade, 12-2066 Vita Consecrata, 71; cf. Chamados a estar com Ele, 46-56.67 Cf. A vida fraterna em comunidade, 21-42.68 Cf. Vita Consecrata, 71.69 Cf. A vida fraterna em comunidade, 56.

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locam-se como exemplo de um diálogo sempre possível e de umacomunhão capaz de harmonizar as diversidades”.70

3. A dimensão apostólica

A dimensão apostólica conduz antes de tudo a um crescimentono zelo rogacionista e implica uma capacidade de verificação evan-gélica e de constante atualização dos métodos seguidos nas váriasatividades, em sintonia com o carisma e com as condições dos am-bientes em que se opera, sempre mais em rápida evolução.

4. A dimensão cultural e profissional

A dimensão cultural e profissional sobre base de sólida formaçãoteológica que torne capazes de discernimento, implica uma atualiza-ção contínua e uma particular atenção aos vários campos deapostolado em que se está inserido. Visa formar pessoas mental-mente abertas e maleáveis, para que o serviço apostólico seja reali-zado segundo as exigências do próprio tempo, servindo-se dos ins-trumentos fornecidos pelo progresso atual.

5. A dimensão carismática

A dimensão do carisma Rogacionista é como uma síntese e qua-lifica, de modo original, todas as outras dimensões, exigindo um con-tínuo aprofundamento de nossa especial consagração nos seus vá-rios componentes.71 Isto exige constante referência à pessoa e aoensinamento do Fundador, o estudo assíduo da história de nossaFamília Religiosa, renovado conhecimento de nossa espiritualidadee missão, para melhorar sua assimilação pessoal e comunitária.72

70 Vita Consecrata, 51.71 Cf. Chamados a estar com Ele, 38.72 Cf. Idem, 37.51.

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As várias etapas da vida: os ciclos vitais

A formação do homem é sem fim, permanente, mesmo semudam as etapas da vida: uma coisa é o ardor da juventu-

de, outra o vigor da maturidade, outra ainda os ritmos próprios ou odinamismo da terceira idade. Tudo obedece à mesma lei do cresci-mento integral da pessoa, até alcançar “o estado de homem perfeito,na medida que convém a plena maturidade de Cristo” ( Ef 4,13),segundo a lógica e uma sucessão de etapas. Elas constituem o cha-mado ciclo vital global.

Ordinariamente são indicadas três etapas principais73 que se de-vem entender de um modo muito elástico: a) o jovem adulto, b) oadulto maduro e c) o adulto ancião.

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73 Cf. Potissimum Institutioni, 70; Vita Consecrata, 70; Chamados a estar com Ele, 92.

SEGUNDA PARTE

O dinamismo daFormação Permanente

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A) ACOMPANHAMENTO DO JOVEM ADULTO74

Significado e situação psico-espiritual

Por jovem adulto entende-se o Rogacionista que terminoua formação inicial e foi inserido no apostolado da Congre-

gação.

A primeira fase desta etapa é caracterizada pela inserção na ati-vidade apostólica, pela passagem da formação de base, mais con-trolada, a uma vida mais autônoma e a uma formação mais persona-lizada, a uma situação de plena responsabilidade operativa.75 Nestafase, marcada por entusiasmo, criatividade e generosidade apostóli-ca, pode-se apresentar o risco da perda do fervor inicial, consequên-cia do choque com resistências do ambiente à realização dos própri-os ideais apostólicos. É importante nestes primeiros anos de minis-tério sacerdotal e de introdução ao apostolado da Congregação, por-tanto, um eficaz acompanhamento para manter no jovem religiosoentusiasmo e fervor para confirmá-lo na plenitude do dom recebido,reavivando-o continuamente (cf. 2Tm 1,6).

A fase sucessiva pode apresentar o risco do costume (rotina) e aconsequente escassez dos resultados.76 É necessário então ajudaros religiosos de meia-idade a rever, à luz do evangelho e da inspira-ção carismática, a própria opção originária para dar novo impulso enovas motivações à própria escolha.77

74 Esta idade termina por volta dos 45 anos.75 Cf. Vita Consecrata, 70.76 Ibidem.77 Ibidem.

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Objetivos

Neste período deve voltar-se com mais precisão para acomponente espiritual. Precisa compreender bem qual es-

trada se deve percorrer para a plena inserção nas atividades apostó-licas da Congregação, individuando com exatidão as dificuldades,obstáculos e freios, fixando o olhar sobre uma Vida Religiosa madu-ra.

1. Descobrir uma nova fidelidade ao carisma

O religioso toma uma nova consciência da realidade da sua con-sagração, dos votos, do carisma e da missão do Instituto, para cons-truir uma nova fidelidade ao Senhor e à vocação rogacionista, funda-da na aceitação das dificuldades e resistências, e sobre a perseve-rança na doação generosa à construção do Reino de Deus. Ele ad-quire, portanto, um sadio realismo espiritual.

2. Reler a própria vida à luz de Cristo

Após o primeiro decênio da atividade apostólica, os religiososadvertem a exigência de uma pausa de reflexão, para evitar o riscodo cansaço e da monotonia, e progredir no espírito evangélico ecarismático. É provável que advirta ainda a ânsia da auto-realizaçãoe o desejo natural de sair-se bem aos olhos dos outros, talvez pen-sando que isto interesse ao seu ministério. As dificuldades einsucessos, ao contrário, lhe podem convencê-lo de que a única cer-teza que resta consiste na cruz do Senhor, na qual esforça-se naconformidade, “revestindo-se dos mesmos sentimentos que haviaem Jesus Cristo” (Fil 2,5).

3. Unificar atividade e a interioridade

O entusiasmo e o fervor operativo, próprio da juventude devemfazer chegar a unificação da dimensão pastoral-apostólica com a

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espiritual, perseverando também nas dificuldades, nos insucessos ena aridez, que se encontram no próprio caminho. Assim se evitará orisco de que o apostolado e o ministério se tornem fim em si mesmoe de cair numa forma de ativismo exasperado e dispersivo que pro-voca situações de cansaço e estresse.

Meios de intervenção

Ocorre individuar e propor para este período, alguns crité-rios formativos em base aos quais a própria pessoa pode

orientar-se no crescimento.

1. A partilha das experiências

Neste período o religioso, ao contrário do tempo da formaçãoinicial, sofre a crise da afetividade, sobretudo como solidão e falta decomunicação, com consequentes repercussões também sobre o votode castidade. Partilhar as experiências com os outros é o segredopara apreender a tecer relações amigáveis e profundas, que ajudamnas várias vicissitudes da vida, tirando vantagem até mesmo doserros (próprios e alheios), para construir uma fraternidade humanaverdadeira e duradoura.78

“Para este escopo, - principalmente nos primeiros anos de ativi-dade - podem ser muito úteis momentos específicos de encontro,atualização, estudo e revisão por grupos ou classes, como tambéma possibilidade de completar especializações teológicas e pastorais,sobretudo aquelas mais pertinentes ao nosso apostolado específi-co”.79

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78 Cf. Idem, 79.79 Chamados a estar com Ele, 92 a1.

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2. O acompanhamento pessoal

Muito importante é o auxílio de um guia espiritual “para discernira ação de Deus, acompanhar o religioso nos caminhos do Senhor,nutrir a vida com sólida doutrina e oração vivida”. 80 O diretor espiritu-al é, antes de tudo, um irmão maior, que põe a própria experiência aserviço do mais jovem, com discrição e humildade, para encorajar esustentar, convidar e guiar. “Particularmente necessário na forma-ção inicial, esse acompanhamento é útil também para todo o restoda vida para um crescimento em Cristo”.81 Em alguns casos é opor-tuno utilizar-se de pessoas profissionalmente competentes nas ciên-cias humanas.82

3. O encontro com os Superiores

O jovem tem também continuamente necessidade de um encon-tro franco e sereno com os Superiores, últimos responsáveis da for-mação e das atividades apostólicas do Instituto, para juntos procura-rem a solução aos problemas e um ambiente válido de trabalho, emsintonia com as próprias capacidades e qualidades e com as exigên-cias da Congregação.

Esta comunhão fraterna, ajuda a enfrentar mais facilmente aseventuais crises de solidão afetiva como também as dificuldades deinserção nas atividades apostólicas.83 O Superior deverá ser vistocomo pai e irmão sinceramente interessado no bem-estar espirituale material de seus coirmãos.84

80 Elementi essenziali, 47; cf. Dimensione contemplativa, 11; Potissimum Institutioni, 63.71;Vita Consecrata, 95.

81 A vida fraterna em comunidade, 36.82 Cf. A vida fraterna em comunidade, 38; Potissimum lnstitutioni, 43.51.63.83 Cf. Vita Consecrata, 70.84 Cf. Constituições, 253; Normas, 280.

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4. Tempos fortes de reflexão

Pelo fim desta etapa é oportuna uma pausa na atividade intensana qual se esteve empenhado em termos não indiferentes, para con-sentir um aprofundamento dos valores humanos, espirituais e voca-cionais. É necessário, conforme os casos, viver tempos e momentosespirituais significativos, cultivando o repouso, o lazer, a oração, osilêncio, a calma, ou encontros fraternos e dialógicos ou tambémuma necessária atualização teológico-pastoral.85 Tudo seja compre-endido na lógica da releitura da própria vida, da própria realização,do trabalho realizado, para responder sempre melhor às expectati-vas da Igreja e da Congregação e prosseguir no futuro sobre basesmais sólidas também no que se refere à dimensão cultural e profis-sional.86

B) REVIGORAR O ADULTO MADURO87

Significado e características

Este período é caracterizado pela plenitude da vida ativae de testemunho. Nele a estrutura da pessoa alcança um

bom equilíbrio de contemplação e de serviço, de força e compreen-são, de competência e simplicidade.

O homem começa a fazer as contas com o tempo. Se por umlado sente-se enaltecido pelas metas alcançadas, conquistadas, peloequilíbrio possuído de maneira mais ou menos estável, por outrolado pode sentir-se angustiado pela falta de realização dos sonhos

85 Cf. Chamados a estar com Ele, 92 b1.86 Cf. Vita Consecrata, 71.87 Esta idade, orientativamente, vem indicada dos 45 aos 65 anos.

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juvenis. É tempo propício para a revisão dos projetos pessoais, dosobjetivos institucionais e do empenho para prosseguir adiante.

Há uma maior facilidade para a introspecção, para alicerçar esta-velmente a própria vida, deixando o supérfluo e acessório, que po-dem ter feito pesar a existência, dirigindo-a para outras metas, àsvezes, inadequadas e desviando-a do objetivo fundamental: a cons-trução da personalidade nos passos de Cristo pobre, casto e obedi-ente.

Este período às vezes se revela como a idade dos abandonos(até mesmo do próprio estado vocacional) ou das grandes reviravol-tas no caminho da vida, que deveria endereçar-se com grande deci-são para a perfeição.

Situação psico-afetiva

O adulto percebe que está na plenitude da maturidade daprópria vida, mas nota ao mesmo tempo que aos poucos

alguma coisa muda; toma consciência de que não é mais jovem.

Em nível psicológico, foi alcançada a meta da estabilidade notrabalho, com a consciência de ser pessoa preparada, responsável,com capacidade para dirigir tarefas e ofícios de notável empenho,respeitando normas e princípios com indiscutível fidelidade. Pode-se, porém viver momentos de crise que por vezes levam a interro-gar-se sobre o sentido da própria vida. Neste período facilmente semanifestam na pessoa atitudes de auto-suficiência, de fechamentoao diálogo e à colaboração: “a fase da idade madura, juntamentecom o crescimento pessoal pode comportar o perigo de um certoindividualismo, acompanhado seja pelo temor de não ser adequadoao tempo como também por fenômenos de enrijecimento, fechamento

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e relaxamento”.88 É também verdade que se pode descobrir com aemoção da primeira vez a novidade do evangelho, da opção pelosoutros, da renúncia de si, da força da cruz.

Objetivos

Neste período exigem-se intervenções globais, capazesde interessar a inteira personalidade do Rogacionista em

todas as suas componentes para levá-lo a metas que resultem ver-dadeiramente significativos na sua identidade humana, psicológicae espiritual.

1. Interiorização da vida teologal

O consagrado maduro é levado naturalmente a interiorizar demaneira mais profunda as convicções que até agora sustentaramsua existência, para enraizá-las solidamente na “rocha” de Cristo.Trata-se de operar a segunda conversão, que ajuda a descobrir demodo novo os valores evangélicos e dá significado à própria história,vista à luz de Deus.

Faz-se uma releitura do próprio passado descobrindo a orienta-ção misteriosa do Espírito: a pessoa se reconcilia com o Espírito,para purificar-se e se prepara melhor para o futuro, que se descobre,de algum modo, predisposto para cada um por Deus na consciênciade gozar a visão de Sua face.

2. Novo encontro com o carisma

O religioso agora se aproxima do carisma do Instituto no esforçode captá-lo ainda mais nos seus valores essenciais, à luz da vida edo exemplo do Fundador.

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88 Vita Consecrata, 70.

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Novo encontro com o carisma significa compreender os valoresfundamentais e imutáveis do espírito do Fundador, deixando tudo oque é acidental, local e históricamente datado, com um processosemelhante àquele da inculturação do carisma. Esta descoberta dánovo impulso ao apostolado do homem maduro, libertando-o de sau-dosismos anacronísticos e inúteis.

A fidelidade vem medida no esforço contínuo de compreender asrazões que induziram o religioso àquelas determinadas opções, pararenová-las em novas formas adequadas aos novos tempos. Somen-te assim a fidelidade se determina como dinâmica e capaz de reno-var-se.

3. Atualização e renovação doutrinal e profissional

Os ritmos da vida impõem uma aplicação ao trabalho, que impe-dem, frequentemente, a possibilidade de uma adequada atualizaçãodoutrinal e profissional. É evidente que, depois de quinze ou vinteanos de atividade intensa ou frenética, uma pausa parece indispen-sável para a validade própria do ministério, evitando repetir-se can-sativamente sempre as mesmas coisas.

Surge então a urgência da atualização e renovação doutrinal eprofissional, “que compreende aprofundamento bíblico e teológico,estudo dos documentos do magistério universal e particular, melhorconhecimento das culturas dos lugares em que se vive e se atua,requalificação profissional e técnica”.89

Uma contínua e mais aprofundada informação sobre novas ori-entações teológicas, bíblicas, morais, litúrgicas e, antropológicas, dánovos estímulos à ação pastoral.

89 Potissimum Institutioni, 68.

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Meios de intervenção

A formação deve levar a pessoa à auto-educação, aju-dando-a a extrair para fora de si mesma aquilo que é e

tem valor. Este princípio é ainda mais verdadeiro quando se trata desujeitos maduros e com grandes capacidades pessoais. A verdadei-ra dificuldade que encontram as pessoas nesta fase é aceitar, e, àsvezes, suportar a formação. Portanto ocorre ter sempre presente queos religiosos, são sujeitos e não objetos de formação, e que se deveoferecer-lhes propostas formativas qualificadas, capazes de interes-sar e envolver pessoalmente.

As iniciativas de formação neste período devem visar: - contínuaqualificação das competências; - valorização do aspecto formativoda responsabilidade vivida com generosidade; - oferta de instrumen-tos para ampliar horizontes para além de todo fechamento setorial.

Além disso, nesta idade madura é oportuno programar encontrosfraternos nos quais os religiosos partilham o próprio caminho exis-tencial e de fé.

1. Suscitar uma nova experiência de Deus

O escopo fundamental e último da formação permanente é“reavivar o dom de Deus que existe em nós” (1Tm 1,6), isto é, avocação religiosa rogacionista. O Rogacionista adulto deve certa-mente chamar a atenção de sua consciência a este dever. Portanto,nos cursos e tempos fortes de formação permanente, serão privilegi-ados os espaços prolongados de silêncio, de meditação e encontrocom o Senhor, como fazia Jesus com seus discípulos: “Vinde numlugar à parte, num lugar solitário e repousai um pouco” (Mc 6,31).90

90 Cf. Chamados a estar com Ele, 91.

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Ocorre reequilibrar a existência com um forte suplemento de ati-vidade contemplativa. A liturgia, os dias de retiro espiritual, as expe-riências prolongadas de deserto, a semana e melhor ainda, o mês deexercícios espirituais, os tempos mais intensos de oraçãoreequilibrarão a orientação para com Deus, a única realidade verda-deiramente necessária.

2. Refletir sobre o carisma do Instituto

“Na dimensão do carisma, enfim, acham-se contidas todas asoutras instâncias, como numa síntese que exige um contínuo apro-fundamento da própria especial consagração”.91 Consequentemente,a reflexão pessoal e comunitária sobre a figura e obra do Fundador,sobre a história da Congregação, seu espírito e missão na Igreja,levarão o religioso adulto a compreender e reavivar os elementosessenciais do carisma.92

É oportuno participar de cursos sobre a espiritualidade do Institu-to, que conferirão nova sensibilidade ao religioso adulto, consolidan-do-o num renovado esforço para adequar eficazmente a obra inicia-da pelo Fundador no hoje da Igreja e do tempo presente, na culturalocal onde ele está vivendo e trabalhando.

3. Participar de cursos de atualização

O religioso adulto tem necessidade de estímulos, que o ajudem amanter-se aberto mentalmente e maleável, “para que seu serviçoseja concebido realizado segundo as exigências do próprio tempo”.93

Hoje é mais fácil do que no passado encontrar ocasiões para atuali-zação, e certamente não precisa esperar ocasiões especiais paraparticipar. Todavia, ao menos uma vez na vida é absolutamente ne-

91 Vita Consecrata, 71.92 Cf. Ibidem.93 Ibidem.

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cessário distanciar-se, por um tempo prolongado, com um curso deformação permanente em senso estrito, que ajude o Rogacionista,com a revisão em grupo do trabalho desenvolvido e partilha das ex-periências com outros participantes, para potenciar uma preparaçãoatualizada em vista do desempenho das novas tarefas apostólicasque o atendem.

C) APOIAR O ADULTO ANCIÃO94

Significado e características

A idade adulta avançada é caracterizada pela progressivaredução dos compromissos e encargos, também que hoje

é sempre mais frequente encontrar religiosos desta faixa etária ain-da empenhados nos postos de responsabilidade e capazes de de-senvolver com competência e eficiência ofícios particulares.

A riqueza da experiência e a alegria da essencialidade caracteri-zam positivamente esta fase do ciclo vital. O religioso, agora, viveuma essencialidade que muito se aproxima do espírito da infânciaevangélica. Educado ao realismo da vida, sabe colher com coraçãocheio de gratidão os valores disseminados e escondido nas coisas.

Nesta fase, entretanto, amadurece um sentido ainda mais pro-fundo de domínio, que se manifesta na alegria de estar com oscoirmãos. A fraternidade com o transcorrer dos anos e dos ciclosvitais assume um papel sempre mais central e compreende-se me-lhor o princípio evangélico de carregar os pesos uns dos outros e,sobretudo diminuir para que os outros cresçam.

94 Orientativamente, dos 65 anos em diante.

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Objetivos

Esta última etapa reveste uma importância particular, cer-tamente decisiva.

1. Servir a Igreja com solicitude

Mesmo com seus condicionamentos, a idade adulta avançada,não reduz o valor da pessoa e a eficácia de seu testemunho apostó-lico. Deve, portanto evitar atitudes de desempenho antecipado e afas-tamento prematuro do trabalho. A diminuição, pois, das atividadesexternas não significa abandono das atividades mais propriamenteespirituais, que caracterizam esta idade: o rogacionista continua sem-pre comprometido com o testemunho supremo da santidade. A ade-são íntima aos sentimentos de Cristo e a participação ao sacrifícioda cruz o tornam particularmente eficaz e capaz de operar de manei-ra efetiva e válida para o crescimento do reino de Deus.

2. Aceitação da própria realidade existencial

O adulto ancião não é sempre fácil aceitar o declinar das forças eda capacidades e consequentemente das responsabilidades e com-promissos, pôr-se de lado, em favor daqueles que seguem no cami-nho; mas sobretudo não é fácil aceitar o progressivo avançar daslimitações físicas, psíquicas, sociais, que muitas vezes acompanhama velhice. Entrar na lógica da cruz significa operar aquela segundaconversão que assimila o religioso ao Redentor crucificado.95

3. Partilhar o mistério pascal de Cristo

Para o cristão - e com maior razão para o consagrado - o escopoda existência é reproduzir fielmente o mistério pascal de Cristo: pai-xão, morte e ressurreição. A vida toda, nada mais é, que um cami-

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95 Cf. Vita Consecrata, 71.

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nho de aproximação ao encontro com o Senhor. Nesta última etapa,o encontro se manifesta sempre mais próximo e se compreende comoé importante entrar livremente, como o mestre, em atitude de totalentrega ao Pai, ciente de seu amor e da acolhida que é reservada nacidade dos santos. Este período “oferece, no entanto, à pessoa con-sagrada idosa, a oportunidade de se deixar plasmar pela experiên-cia pascal, configurando-se com Cristo crucificado que cumpre emtudo a vontade do Pai e se abandona nas suas mãos até lhe entre-gar o espírito”.96

Meios de intervenção

Nesta fase da vida, a própria vocação e missão dentro doInstituto permanecem intactas em toda a sua importância

e significado. Antes de tudo deve-se considerar a própria vida con-sumada pela Igreja e a Congregação; o ancião não deve sentir-seexcluído ou marginalizado da fraternidade; tem todo o direito de re-ceber compreensão, caridade e afeto dos coirmãos.

1. Integração na comunidade

É importante que o idoso encontre uma comunidade estável (nor-malmente aquela na qual já reside)97 onde viva e opere serenamentepor todos os anos que o Senhor lhe quiser conceder. A aceitação evalorização dos coirmãos são determinantes para que ele se sintaplenamente inserido e valorizado na comunidade.

2. Uma ocupação adequada

Os religiosos idosos “certamente têm muito para dar em sabedo-ria e experiência à comunidade, se esta souber estar-lhes próxima

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96 Idem, 70.97 Cf. Chamados a estar com Ele, 92 d1.

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com atenção e capacidade de escuta”.98 O segredo está no encon-trar ocupações nas quais se sintam úteis e próximos dos própriosirmãos e não percebam o sentido da solidão e marginalização. Umavida consumada para o Senhor e para sua Igreja é uma mina desabedoria, experiência, capacidade. Ocorre redescobrir e valorizarao máximo o papel de conselheiros para os religiosos anciãos, quetêm uma grande experiência da vida e do trabalho pastoral. Paraalém do aspecto simplesmente humano, o religioso ancião torna-seum exemplo e um modelo para os coirmãos mais jovens, que nelevêem realizado o ideal de uma vida totalmente consumada para acausa do Reino. Mas ocorre também saber se colocar num lugar enuma atividade na qual possa expressar-se do melhor modo, susci-tando os próprios interesses, manifestando as próprias capacidades,cultivando os próprios hobbies, sentindo-se útil e valorizado pelaspessoas que o circundam.

Poderá, deste modo, expressar com grande eficácia a sua pater-nidade, humana e evangelicamente sólida, participando a riqueza deuma vida consumada na busca da verdade e do bem, sabendo apro-ximar com afável sabedoria aqueles que vivem em dificuldade.

3. Ajuda espiritual

Também o ancião, como todos, necessita de um auxílio espiritualoportuno e válido, adaptado aos ritmos mais lentos da vida, respeito-so das expectativas necessárias, mas também incitamento corajosopara assumir com determinação as escolhas que o Senhor propõeatravés das várias vicissitudes da própria vida. “Providencie-se al-gum momento especial de encontro para Rogacionistas anciãos, noslimites da idade, com subsídios e celebrações adequadas”.99

98 Vita Consecrata, 44.99 Chamados a estar com Ele, 92 d2; cf. Normas, 54-57.

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Também a comunidade deve tornar-se atenta e respeitosa dopasso diverso e mais lento do ancião, fornecendo todo auxílio, decompanhia e valorização fraterna, para que não caia na tentação doisolamento e desinteresse.

A passagem para o Pai

“Quando, depois, chega ‘o momento de unir-se à hora su-prema da paixão do Senhor’, a pessoa consagrada sabe

que o Pai está finalmente levando a cumprimento nela aquele miste-rioso processo de formação, há tempo iniciado. A morte será, então,esperada e preparada como o ato supremo de amor e de entrega desi mesma”.100

“Os coirmãos e, especialmente, os Superiores sintam o dever deuma aproximação primorosa para assistir o coirmão neste momentodecisivo”,101 acompanhando-o com o auxílio da oração da Igreja.

SITUAÇÕES DE CRISE

O momento da prova

“É necessário acrescentar que, independente das váriasfases da vida, cada idade pode conhecer situações críti-

cas devido à intervenção de fatores externos - mudança de lugar oude serviço, dificuldade no trabalho ou insucesso apostólico,incompreensão ou marginalização, etc. - ou devido a fatores maisestritamentes pessoais - doença física ou psíquica, aridez espiritual,

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100 Vita Consecrata,70.101 Chamados a estar com Ele, 92 e1.

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lutos, problemas de relacionamento interpessoal, fortes tentações,crises de fé ou de identidade, sensação de inutilidade, e outros se-melhantes -. Quando a fidelidade se torna mais difícil, é preciso ofe-recer à pessoa o apoio de uma maior confiança e de um amor maisintenso, a nível pessoal e comunitário. Nessas ocasiões sobretudo,é necessária a solidariedade afetuosa do Superior; grande confortovirá ainda da ajuda qualificada de um irmão ou de uma irmã, cujapresença carinhosa e disponível poderá levar a redescobrir o senti-do da aliança que Deus tomou a iniciativa de estabelecer e não aentende desdizer. A pessoa provada chegará, deste modo, a acolhera purificação e o despojamento como atos essenciais de seguimentode Cristo crucificado. A prova mesma será vista como instrumentoprovidencial de formação nas mãos do Pai, como luta não apenas‘psicológica’, conduzida pelo sujeito relativamente a si próprio e àssuas fraquezas, mas também ‘religiosa’, marcada cada dia pela pre-sença de Deus e pelo poder da cruz!” 102

Significado e situação psico-espiritual

As condições típicas de crise geram uma situação de ver-dadeira confusão e desorientação ocasionadas por even-

tos que, inéditos e surpreendentes, criam espaço para novas experi-ências e novas aquisições sejam na percepção de si, como na per-cepção de Deus. A crise pode também se manifestar como uma bus-ca interior, silenciosa, semelhante àquela de Nicodemos no evange-lho. Cada homem, durante a crise, pode e deve avançar através desua obscuridade, para renascer e viver numa nova luz.

102 Vita Consecrata, 70.

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Objetivos

A crise pode oferecer a possibilidade de uma grande revi-são das próprias convicções e pensamentos sobre a vida,

sobre si mesmo e sobre Deus, levando também a uma profunda con-versão. Esta pode representar o momento favorável para cumpriruma autêntica passagem de uma condição de superficialidade,vivenciada de um modo mais ou menos consciente, para uma maisessencial e completa experiência de si e da própria vida. Trata-se deuma viagem de conversão que deve envolver toda a pessoa, levan-do-a a pôr o próprio fundamento somente em Deus e fazendo-a su-perar a aridez espiritual e a sensação de não sentir mais como pes-soal a própria vocação, bem como, a insatisfação das aspiraçõesprofundas e a tentação de fuga da realidade.

Meios de intervenção

Estas situações devem ser enfrentadas com muito cuida-do, atenção e discrição. Elas “interpelam cada um dos re-

ligiosos e toda a comunidade, em colaboração com os superiores,na elaboração paciente e respeitosa de estratégias personalizadasde sustento do coirmão em crise. Diante de tais situações:

1. Saiba-se tomar a iniciativa de dialogar com o coirmão em crisee de lhe escutar, de modo lhe ajudar a ver sua posição com maisserenidade e objetividade.

2. Tenha-se afetuosa atenção ao coirmão em dificuldade, com apaciência de quem sabe que o tempo de recuperação e cura é muitolongo e sofrido. [...].

3. Dever-se-á oferecer a possibilidade de ter acesso a ambientes

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e atividades também fora do Instituto, particularmente adaptados asuperar essas fases críticas”;103

4. Se as circunstâncias o exigirem, ofereça-se ao coirmão emcrise a possibilidade de um acompanhamento personalizado por partede pessoas competentes na orientação espiritual e psicológica.

103 Chamados a estar com Ele, 93.

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Na Igreja

A Vida Religiosa mantém um vínculo particular com o mis-tério da Igreja, a cuja vida e santidade ela pertence.104 Os

Rogacionistas, portanto, encontrem no ensinamento e na vida daIgreja a guia fonte e o alimento básico de sua formação. “Na Igrejaos religiosos […] recebem aquilo de que necessitam para nutrir suavida batismal e a sua consagração religiosa”.105 “Exatamente o tra-balho de formação se desenvolverá em comunhão com a Igreja daqual os religiosos são filhos e na obediência filial aos próprios pasto-res”.106

Envolvimento orgânico

O conceito de formação permanente evoca uma realida-de complexa e articulada, e uma participação global e so-

lidária dentro de uma instituição religiosa. Sujeito e responsável, de

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104 Cf. Lumen Gentium, 44; Potissimum Institutioni, 21-25; Vita Consecrata, 29.105 Potissimum Institutioni, 22.106 Idem, 23; cf. Chamados a estar com Ele, 76.

TERCEIRA PARTE

Âmbitos, níveis,responsáveis e animadoresda Formação Permanente

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fato, pela formação permanente é tanto a própria pessoa, como tam-bém a comunidade e quem cumpre o serviço de autoridade. Lugarde formação é a comunidade, mas também o apostolado e, em ge-ral, o espaço onde se vive a vida. Momentos de formação são osdias feriais e as atividades ordinárias, mas também as iniciativasextraordinárias organizadas pelo Instituto. A formação permanente,pois, deve ser concebida nos vários níveis de intervenção.

Com base na experiência e nos próprios documentos daCongregação,107 há quatro níveis de onde parte e aconte-

ce o caminho da formação: Governo Geral, governos de Circunscri-ção, comunidade local e religioso. Entre estes quatro níveis se esta-belece uma relação de circularidade seja de endereços como tam-bém de recepção de conteúdos: do vértice à base e da base ao vér-tice. O ponto de partida comum é constituído pelas Constituições eNormas, pelas indicações dos Capítulos gerais e provinciais e pelasexigências de vida e apostolado das comunidades e de cada mem-bro dessas mesmas comunidades.

No campo da formação permanente é requerida uma estrita cola-boração, programada e orgânica entre Governo Geral e Governosde Circunscrições, no espírito da co-responsabilidade, da partilha ecomunhão, para que se possa operar de maneira incisiva e eficazgarantindo a todos os congregados o justo crescimento na vida e noapostolado Rogacionista.

É claro que uma semelhante impostação exige diálogo constanteentre os diversos níveis. Tal diálogo encontra expressões qualifica-das nos vários e diversos organismos e estruturas de comunhão:Capítulos gerais e provinciais, Conferência anual dos Superiores deCircunscrições, Visita do Superior Geral às Circunscrições, visita dos

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107 Cf. Chamados a estar com Ele, 94.

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superiores das Circunscrições às comunidades, encontros dos Su-periores de comunidades, conselhos de casa, de família e encontroscomunitários, equipe para a animação da formação permanente.108

Para que isso aconteça é necessário que os vários conteúdosreferentes ao caminho de formação permanente entrem nos diver-sos programas, do Governo Geral e dos Governos de Circunscri-ções, das comunidades locais e de cada religioso.

Nível institucional geral

Cabe antes de tudo ao Governo Geral promover uma men-talidade e solicitar uma prática de formação permanente

através dos instrumentos de que dispõe: propostas de temas ge-rais,109 cartas circulares, nomeações de adequadas comissões, pro-gramações de caminhos formativos por um tempo a nível geral, pe-didos de avaliações, organização de momentos formativos extraor-dinários para todos os Congregados.

O Governo Geral, portanto, programa e harmoniza o próprio tra-balho de animação seguindo as orientações dos Capítulos Gerais,constantemente inspirados no magistério eclesial. Estas orientaçõesserão feitas pelos Capítulos e pelos Governos das diversas Circuns-crições e, a partir daí, recebidos nos programas das comunidades ede cada religioso.110

Em tal programação, possivelmente no sexênio, revejam-se oselementos essenciais da vocação Rogacionista.111

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108 Cf. Chamados a estar com Ele, 90 c.109 Cf. Idem, 96.110 Cf. Collaborazione inter-istituti, 18; Chamados a estar com Ele, 96.111 Cf. Chamados a estar com Ele, 96.

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Nível institucional de circunscrição

As indicações do Governo Geral, normalmente, necessi-tam de ser melhor concretizadas para se tornar efetiva-

mente praticáveis, dentro de um programa que leve em conta osvários contextos locais. É a função dos Governos de Circunscrição.Cabe-lhes a atuação verdadeira e própria de um projeto de forma-ção permanente, a organização de atividades extraordinárias, a pro-posta de iniciativas periódicas (mensais ou anuais), que estejam emlinha com o programa geral da Congregação, interpretado segundoas exigências e possibilidades locais, e enriquecido por outras pers-pectivas. Este envolvimento deverá interessar todos os religiosos etodas as comunidades, com critérios que poderão oportunamentelevar em conta as diferentes faixas de idade, a diversidade dos mi-nistérios e funções operativas e quanto mais possa favorecer ahomogeneidade dos vários agrupamentos.

Nível comunitário local

A comunidade local é o lugar natural e ordinário do cresci-mento humano, espiritual, cultural e apostólico de todo

religioso e, portanto, se reveste de um papel central e determinantena encarnação criativa e dinâmica do projeto de formação perma-nente.112 Os religiosos devem poder encontrar na comunidade, at-mosfera espiritual, austeridade de vida e impulso apostólico capazesde levá-los a seguir Cristo em conformidade ao radicalismo da suaconsagração.113

Portanto, todos os Rogacionistas e as comunidades vivam emestado de formação permanente, valorizando com espírito novo os

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112 Cf. Idem, 90.94.97.113 Cf. Potissimum Institutioni, 26-27.

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momentos mais significativos da vida comum, como a celebração daEucaristia, os diversos tempos da oração, a leitura espiritual, os vá-rios conselhos, os encontros de avaliação e revisão de vida, os mo-mentos de fraternidade e lazer comunitário.114

A comunidade é envolvida na formação permanente como reali-dade viva e concreta. Todos os membros são responsáveis uns pe-los outros.

Instrumento eficaz para um caminho comum de formação per-manente é o programa comunitário,115 onde toda comunidade, noinício do ano, traça as linhas programáticas de vida e apostolado.Em tal programa devem-se oportunamente conjugar as exigênciaslocais com as orientações gerais e circunscricionais da Congrega-ção (Capítulo Geral, programação do Governo Geral, Capítulo Pro-vincial, programação do Governo de Circunscrição).

Dentro da comunidade, a figura e a função do Superior116

é de fundamental importância. Ele deve ser guia qualifica-do e preceder a todos na vida do Espírito:117 “quem exerce autorida-de não pode abdicar de sua tarefa de primeiro responsável da comu-nidade, como guia dos irmãos […] no caminho espiritual e apostóli-co”.118

“O serviço do Superior será tanto mais eficaz quanto maissouber passar de um governo de tipo disciplinar, para o

de animação espiritual [...]”.119 O Superior, portanto, tem como pri-meiro empenho de seu serviço:

114 Cf. Chamados a estar com Ele, 97 a; Constituições, 104.115 Cf. Apêndice 2.116 Cf. Chamados a estar com Ele, 94.117 Cf. Constituições, 250-251.118 Vita Consecrata, 43.119 Chamados a estar com Ele, 73.

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1. promoção e ativação dos instrumentos e momentos comunitá-rios através dos quais a comunidade exercita realmente seu ministé-rio e função de lugar natural e ordinário da formação permanentedos religiosos;

2. projeção e programação da vida comunitária, espiritual e apos-tólica, mediante o diálogo e o responsável envolvimento de todos oscoirmãos;

3. animação dos tempos ordinários de formação permanente dajornada;

4. animação da Celebração Eucarística comunitária e dos outrosmomentos de oração. “Os superiores e formadores zelem para quena ação litúrgica sejam observadas as leis que asseguram a válida elícita celebração, e que todos os membros da comunidade partici-pem consciente, ativa e frutuosamente”;120

5. organização e o desenvolvimento do retiro espiritual mensal;

6. intervenções formativas-parenéticas, tanto as simples, ocasio-nais e espontâneas, como as programadas, partilhadas ou alterna-das com os Coirmãos, nos diversos encontros comunitários e nosmomentos da oração comum, especialmente na ocasião das cele-brações Rogacionistas.

Nível pessoal

Cada Rogacionista é o primeiro responsável do própriocaminho de crescimento,121 sendo ele formador de si mes-mo.122

120 Normas, 86.121 Cf. Chamados a estar com Ele, 94.122 Cf. Pastores Dabo Vobis, 79.

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Ele tem a responsabilidade primária de dizer sim ao chamadoque recebeu e aceitar todas as consequências de tal resposta quenão é tanto de ordem intelectual, mas antes de ordem vital. O cha-mado e ação de Deus, como o seu amor, são sempre novos: assituações históricas não se repetem jamais. O chamado é incessan-temente convidado a dar uma resposta atenta, nova e responsável.123

O Rogacionista deverá interrogar-se, vigorosamente, diante desua consciência e responsabilidade pessoal, para que interiorize osvalores da Vida Religiosa e a Regra de vida que livremente abra-çou.124

Concretamente cabe a todo Rogacionista procurar os auxíliosnecessários para levar adiante este caminho pessoal, antes de tudopelo que se refere à vida espiritual e depois os vários setores de suavida de consagrado, do apostólico ao cultural; deste modo ele parti-cipa ativa e responsavelmente das iniciativas da Congregação.

É oportuno que todo Rogacionista, para viver plenamente as exi-gências de sua vocação, elabore um programa de vida pessoal,125

concordado, possivelmente, com o próprio diretor espiritual. Tal pro-grama, simples e concreto, em sintonia com os programas do Institu-to e da comunidade, seja solidamente fundamentado do ponto devista teológico e centralizado no seguimento do Cristo do Rogate;126

contenha, além disso, os objetivos principais do próprio caminho eos compromissos espirituais pessoais do dia.

123 Cf. Potissimum Institutioni, 29.124 Ibidem.125 Cf. Apêndice 1.126 Cf. 8º Capítulo Geral, Documentos, 162; Chamados a estar com Ele, 33.

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Na Família Rogacionista

O contínuo crescimento espiritual, apostólico e carismáticodos Rogacionistas, além da própria família religiosa, en-

contra alimento e sustento na partilha da vida e do apostolado comtoda a Família Rogacionista (Filhas do Divino Zelo, Missionárias Ro-gacionistas, Associações e grupos laicais Rogacionistas).127 Na Fa-mília Rogacionista, somos por isso chamados a viver plenamente ea promover com todos os meios o dom da comunhão, fonte de fervorcarismático e de vitalidade vocacional, inspiradora de novas presen-ças proféticas na historia.

A vida eclesial

A vida eclesial é o âmbito onde concretamente acontece ocaminho de crescimento dos religiosos, o contexto onde

se desenvolve sua vida e cumpre sua missão. Os Rogacionistas,portanto, participam ativamente da vida da Igreja local, tomando par-te nos diversos organismos de comunhão e nas iniciativas formativasque se lhes referem como religiosos;128 consideram também de grandeimportância para a sua formação o diálogo e a troca de experiênciascom os vários Institutos de vida consagrada presentes na Igreja lo-cal, tomando parte nos eventuais encontros comuns. Também a co-laboração e intercâmbio com as várias componentes laicais do Povode Deus (grupos, movimentos, associações, vários organismos) re-sultam particularmente frutos para um caminho formativo eclesial.129

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127 Cf. Chamados a estar com Ele, 75-78.128 Cf. Idem, 77-78.129 Cf. Idem, 85-86.

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Equipe de animadores

A formação permanente, especialmente na elaboração te-órica dos conteúdos, na individuação das estratégias

formativas e na realização concreta de iniciativas comuns, é confia-da também à equipes de animadores. São constituídas, portanto,em nível de Governo Geral e de Circunscrições, equipes que colabo-rem com os Conselheiros responsáveis do setor.130

Para a organização e animação de particulares tempos fortes,como encontros formativos culturais, cursos de atualização, perío-dos sabáticos, acompanhamento personalizado, faz-se recurso tam-bém a especialistas e institutos especializados nos diversos campose argumentos que interessam.

A formação dos animadores131

Para o encaminhamento de itinerários formativos siste-máticos ocorrem pessoas especializadas no âmbito da

formação permanente. Somente com estas condições os diversosprojetos poderão encontrar concretude e eficácia.

Investir pessoal para a formação significa investir na qualidadeda Vida Religiosa, para a eficácia do apostolado e para o futuro daCongregação; além disso: “Perante tarefas tão delicadas, resultaverdadeiramente importante a preparação de de formadores idône-os”.132

130 Cf. Idem, 90 c.131 Cf. Direttive sulla preaparazione degli educatori nei Seminari (1993); La collaborazine

inter-istituti per la formazione (1999).132 Vita Consecrata, 66; cf. Direttive sulla preparazione degli educatori nei Seminari, 1-5.

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Por isso, são designadas pessoas preparadas para esta tarefa,coordenando trabalho e competências em nível de Governo Geral ede Circunscrições;133 projeta-se nas sedes oportunas um programade formação para eles, prévio e concomitante ao serviço que devemdesenvolver.

133 Cf. Chamados a estar com Ele, 90 c.

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QUARTA PARTE

Tempos e meios daFormação Permanente

Vida ordinária e tempos fortes

A Formação Permanente, por sua natureza, comporta umprocesso contínuo que reveste todos os aspectos e mo-

mentos da vida ordinária,134 âmbito e instrumento naturais do cresci-mento humano, espiritual, cultural e apostólico; mas isto não excluique ela preveja particulares momentos formativos mais ou menoslongos, tempos fortes, distribuídos durante a vida do religioso.135

Meios ordinários

Meios ordinários e cotidianos da Formação Permanentesão aqueles da vida da Igreja e da Congregação.136

1. A nossa vida de consagrados Rogacionistas encontra alimentoespiritual adequado no Ano Litúrgico, itinerário fundamental de

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134 Cf. Chamados a estar com Ele, 97 a.135 Cf. Idem, 97 b, c, d.136 Cf. Constituições, cap. VIII.

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vida espiritual, “sacramento de nossa progressiva inserção a Cris-to, e de nossa gradual sintonia a Ele”.137

2. No contexto do Ano Litúrgico somos chamados a evidenciar sem-pre melhor em nossas comunidades a santificação do Domin-go,138 com a celebração da Eucaristia e a oração comunitária,com a disponibilidade ao exercício do ministério e serviço eclesial,com a caridade testemunhada, também, na alegria do encontrofraterno.139

3. No decorrer do ano, particular relevância assumem as festas Ro-gacionistas de Primeiro de Julho, do Sagrado Coração, do Nomede Jesus, da Virgem Maria e de nosso Padre Fundador, dos San-tos Patronos especiais de nossa Congregação. São momentosprivilegiados de nossa espiritualidade, e devem ser preparadosadequadamente, utilizando subsídios que favoreçam a profundacompreensão do mistério que nelas celebramos.140

4. O nosso itinerário de seguir a Cristo encontra sua principal fontena escuta assídua e frequente da Palavra de Deus. Uma experi-ência privilegiada de encontro com o Senhor na Palavra, presen-te na tradição cristã desde os tempos mais antigos e hoje viva-mente recomendada pela Igreja,141 é a Lectio divina, leitura orante,pessoal e comunitária da Escritura. Para esse objetivo é indis-pensável uma iluminada formação que consinta a cada coirmãoaproximar-se de modo adequado à Palavra e, promova o discer-nimento da vontade de Deus em nossa vida através da lectio.142

137 Chamados a estar com Ele, 48138 Cf. Novo Millennio Ineunte, 35.139 Cf. Chamados a estar com Ele, 64.140 Cf. Idem, 64, 52-56.141 Cf. Dei Verbum, 21-25; A vida fraterna em comunidade, 16; Vita Consecrata, 94;

Novo Millennio Ineunte, 39.142 Cf. Chamados a estar com Ele, 47.62.

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Em toda Comunidade Rogacionista são programadas e realiza-das formas oportunas de lectio divina, possivelmente no retiroespiritual.

5. A Eucaristia é o centro e o coração da vida espiritual.143 Portanto,a celebração comunitária da Eucaristia em nossas comunidadesdeve ser frequente.

Seja dada também a devida atenção à adoração eucarística pes-soal e comunitária, em harmonia com a Liturgia, na fidelidade aomagistério eclesial, ao espírito do Fundador e à tradição da Con-gregação.144

6. A Liturgia das Horas, prolongamento e extensão na jornada domistério pascal celebrado na Eucaristia, é oração de Cristo e daIgreja. Na celebração comunitária, em particular das Laudes eVésperas, aprendemos a imergir a vida, as esperanças e os pro-jetos da comunidade na luz do carisma.145

7. O caminho da conversão leva a descobrir sempre mais a alegriade estar com Cristo e com os irmãos. Nesta perspectiva valoriza-mos melhor a potência transformadora do sacramento da Re-conciliação; redescobrimos a importância do exame de consci-ência cotidiano, do perdão recíproco, da revisão de vida pessoale comunitária.146

8. “A vida fraterna, concebida como vida partilhada no amor, é sinaleloquente da comunhão eclesial. […] Na vida de comunidade,

143 Cf. A vida fraterna em comunidade, 14.144 Cf. Misterium Fidei; Eucaristicum Misterium, 38.50.58; Eucaristiae Sacramentum, 2-

3, 79-90; Inaestimabile Donum, 20-23; Dominicae Cenae; Presbiterorum Ordinis,18; Dimensione contemplativa 15; A vida fraterna em comunidade, 14; VitaConsecrata, 95; Chamados a estar com Ele, 48.65; Normas, 101.

145 Cf. Chamados a estar com Ele, 48.66.146 Cf. Idem, 58.

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também se deve tornar de algum modo palpável que a comu-nhão fraterna, antes de ser instrumento para uma determinadamissão, é espaço teologal onde se pode experimentar a presen-ça mística do Senhor ressuscitado (cf. Mt 18,20)”.147

9. A comunhão na Comunidade é dom de Deus, mas também em-penho do homem.148 Para que se possa construir e viver um cli-ma de verdadeira comunhão na Comunidade, é necessário fun-damentar as relações fraternas sobre a verdade, sinceridade esimplicidade; sobre a caridade, cheia de misericórdia e compai-xão; sobre a coragem da correção fraterna como é proposta peloevangelho.

10. A vida fraterna em Comunidade é ordenada e favorecida pelo“Codice Fondamentale” (Constituições),149 que contém o itinerá-rio Rogacionista do seguimento evangélico. Em nossas comuni-dades ocorre uma renovada referência à Regra e uma progressi-va assimilação de seus conteúdos através da leitura pessoal ecomunitária.150

11. A meditação diária em comum deve ser um momento participativoe vivo, que favoreça o encontro pessoal com o Senhor. Ela podese tornar também celebração comunitária das Laudes e do Ofíciodas Leituras (unificados segundo as normas litúrgicas), com tem-pos proporcionados de silêncio, ou também lectio divina sobre aPalavra da liturgia do dia.

12. A leitura espiritual é encontro comunitário cotidiano para uma brevepausa de reflexão. É estruturada na programação do início do

147 Vita Consecrata, 42.148 A vida fraterna em comunidade, 11.149 Cf. Código de Direito Canônico, 587150 Cf. Chamados a estar com Ele, 18.44.51.71.97 g.

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ano, com modalidade de desenvolvimento, escolha dos textospara alimentação espiritual, formas de reflexão em comum e par-tilhadas. Por particulares exigências da Comunidade, pode serprogramada somente em alguns dias da semana por um tempomais prolongado.

13. O retiro mensal é tempo de plenitude espiritual 151 e é programa-do no início do ano, nos conteúdos, no desenvolvimento e nocalendário.152 Por motivos particulares, pode ser feito com o clerodiocesano ou com outros religiosos. Nele, ocorre dar o justo rele-vo ao ensinamento espiritual, à revisão da vida pessoal e comu-nitária e às celebrações litúrgicas.

14. O cumprimento dos próprios deveres, o trabalho profissional e oexercício do ministério apostólico são meios ordinários de forma-ção permanente, que ajudam o religioso no seu caminho de cres-cimento. Ocorre, portanto, cultivar os interesses culturais e pro-fissionais para atualizar os conhecimentos, incentivar a criativi-dade e o entusiasmo, tornar o serviço pastoral correspondentecom as exigências dos tempos e as necessidades das pessoas.A atualização profissional é favorecida não só pelo empenho pes-soal, mas também por oportunos encontros periódicos pelos se-tores de apostolado.

15. Os momentos de lazer e repouso favorecem o crescimento har-mônico da pessoa, ajudam a criar relações fraternas mais sere-nas, fazem as pessoas mais eficientes no cumprimento dos pró-prios deveres religiosos e profissionais. Portanto, os Rogacionis-tas eduquem-se para saber dosar o trabalho com o justo descan-so seja no decurso do dia como, do ano.153 É oportuno promover

151 Cf. Paulo VI, Evangelica Testificatio, 35.152 Cf. Normas, 97.153 Cf. Idem, 73-75.

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a mentalidade e a possibilidade que cada religioso tenha um diade repouso semanal. Em nossas Comunidades haja também, es-paço para momentos recreativos em comum.

16. Os meios de comunicação social são de uma ajuda indiscutívelpara o crescimento cultural e eficácia do apostolado. Os Roga-cionistas saibam ser frutos inteligentes e conhecedores compe-tentes das novas potencialidades tecnológicas para seuapostolado e para crescer na união com Deus e os irmãos.154

Os tempos fortes

A formação permanente, além dos tempos ordinários, re-quer periodicamente tempos privilegiados ou tempos for-

tes, entendidos como momentos intensivos de formação específi-ca.155

1. Exercícios espirituais anuais

São entendidos como tempo do Espírito no empenho de verifica-ção e revisão de vida pessoal sobre a consagração religiosa e sacer-dotal Rogacionista. Estes poderão ser organizados pela Circunscri-ção ou deixados a critério de cada religioso.

2. Encontro anual dos Superiores

a) em nível de Governos, Geral e Circunscricional, para a atua-lização e partilha das responsabilidades e a comunicação re-cíproca, para a verificação da vida e atividade da Congrega-ção;

b) em nível de Superiores locais de cada Circunscrição, pelasmesmas razões de partilha, informação e revisão.

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154 Cf. Chamados a estar com Ele, 97 f; Constituições, 87; Normas, 151-152.155 Cf. Chamados a estar com Ele, 97.

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3. Curso de formação para Superiores

No início do mandato os Superiores participem de um curso deformação de alguns dias de duração, durante os quais, além de cha-mar a atenção para os valores espirituais do serviço da autoridade,sejam instruídos sobre técnicas e modalidades da programação davida, atividades das Comunidades e animação diária das mesmas.

4. Acompanhamento formativo para Sacerdotes e Irmãos professos perpétuos

Faz-se necessário na fase de inserção nas atividades apostóli-cas e na vida das Comunidades. É realizado ao menos nos primeirostrês anos e se realiza mediante:

a) encontros de avaliação:

- para os Sacerdotes a avaliação se faz sobre os ofícios naComunidade e exercício do ministério sacerdotal, desdeos sacramentos à atividade pastoral com particular refe-rência à promoção vocacional;

- para os Irmãos professos perpétuos a avaliação se fazsobre as atividades a eles atribuídas, também do pontode vista técnico, e a inserção na Comunidade de perten-ça. Para o profícuo desenvolvimento destes encontros sepode também oportunamente servir-se de especialistasnos vários setores;

b) encontro anual com o Superior de Circunscrição: como mo-mento formativo, de oração e escuta recíproca, de partilha efraternidade;

c) os encontros acima referidos poderão ser unificados num únicoperíodo, com proporcionada duração.

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5. Finais de semana formativos 156

São momentos formativos de breve duração, organizados em nívelde Circunscrição e finalizados com a atualização e reflexão espiritu-al. Favorecem mais intensamente a participação na oração litúrgicae promovem o crescimento nas relações fraternas.

6. Curso de atualização teológico-pastoral-profissional

O curso, para todos os religiosos, ordinariamente se desenvolvepela duração de um mês; tem as características de atualização, masé também ocasião de vida comum na oração, no estudo e nafraternidade. O programa consta de argumentos de atualidade cultu-ral, teológica e pastoral; trata também temáticas específicas da vidaconsagrada e da espiritualidade Rogacionista. Por exigências de or-dem prática é intercircunscricional e organizado pelo Governo Geral.Os temas são desenvolvidos por especialistas nos diversos setores.Dele, participam todos os religiosos no tempo de cinco anos. O cursosatisfaz a obrigação dos exercícios espirituais anuais.

Os períodos sabáticos

Os períodos sabáticos157 são considerados como verda-deiros e próprios tempos de recriação espiritual. Visam a

superação “habitual” do costume da vida espiritual e religiosa; favo-recem o enriquecimento recíproco através do intercâmbio de idéiase experiências. São tempos intensos de recolhimento e confronto,para reler a própria vida à luz do evangelho, do carisma Rogacionis-ta e da realidade humana, social e eclesial. Nesta ótica, os períodossabáticos fortificam a vida espiritual, revigoram o fervor da consagra-

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156 Cf. Idem, 97 b.157 Cf. Idem, 92 b1; 97 d.

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ção religiosa Rogacionista e previnem ou ajudam a superar eventu-ais situações de crise.

Os períodos sabáticos entram no currículo ordinário daformação Rogacionista. Por este motivo todo religioso

transcorre um tempo sabático uma vez na vida, indicativamente porvolta do 25º aniversário de sacerdócio ou de profissão perpétua paraos Irmãos. Além disso, todo Rogacionista, segundo as próprias exi-gências espirituais, pode fazer pedido ao Superior de Circunscriçãode um período sabático, que pode ser vivido também como experi-ência missionária.

A releitura da própria vida à luz do evangelho, do carismaRogacionista e da realidade humana, exige que os tem-

pos sabáticos se desenvolvam num ambiente que favoreça o reco-lhimento e a distensão.

Uma Comunidade-equipe para a formação permanente, qualifi-cada por competências específicas, na sede estabelecida, conduz eanima os períodos sabáticos. A Comunidade-equipe organiza e ani-ma, de acordo com os Superiores competentes, também outros en-contros de formação permanente em nível de Governo Geral, fican-do à disposição para particulares exigências e pedidos das Circuns-crições.

Os períodos sabáticos exigem acompanhamento perso-nalizado, por isto devem ser programados segundo as si-

tuações dos religiosos. Indicativamente terão duração mínima de trêsmeses e máxima de um ano.

Programa, modalidades e técnicas são concordadas entre o Su-perior da Comunidade-equipe e o religioso em particular, de acordocom os Superiores pertinentes.

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Os períodos sabáticos são organizados em nível de Congrega-ção, sob a responsabilidade do Governo Geral.

A revista da formação permanente

É oportuno um instrumento de comunicação das experi-ências e idéias, úteis ao processo de formação perma-

nente. Poderá ser um caderno periódico ou seção de uma das revis-tas já existentes.158

158 Cf. Idem, 97 e.

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APÊNDICE 1

“É oportuno que todo Rogacionista,para viver plenamenteas exigências de sua vocação,elabore um programa de vida pessoal,concordado, possivelmente,com o próprio diretor espiritual.Tal programa, simples e concreto,em sintonia com os programasdo Instituto e da comunidade,seja solidamente fundamentadodo ponto de vista teológicoe centralizado no seguimentodo ‘Cristo do Rogate’;contenha, além disso,os objetivos principais do próprio caminhoe os compromissos espirituais pessoais do dia”.159

159 Reaviva o dom de Deus que há em ti, 47.

Programa de Vida Pessoal

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Princípios Inspiradores

Formação personalizada

A pessoa é protagonista da formação. Todo rogacionista,portanto, deve assumir a responsabilidade primaria da pró-

pria formação, na consciência de que nada e ninguém pode substi-tuir seu empenho pessoal.160 Por isso, resulta muito útil o programade vida pessoal, inspirado no projeto apostólico e nos itineráriosformativos da Congregação, conjugado com os compromissos daComunidade e do próprio oficio.

Primado da vida espiritual

O programa de vida pessoal se estrutura sobre o primadoda vida espiritual. Ele deve ser ao mesmo tempo simples

e concreto, mas solidamente fundado sobre o ponto de vista teológi-co e construído em torno de um eixo sobre o qual fundamenta-setoda a existência, um centro que coordene a vida inteira e sustentetudo o que somos e fazemos.

A vida em Cristo e na Igreja

“Podemos dizer que a vida espiritual, considerada comovida em Cristo, vida segundo o Espírito, se apresenta como

um itinerário de crescente fidelidade, onde a pessoa consagrada éguiada pelo Espírito e por ele configurada com Cristo, em plena co-munhão de amor e serviço na Igreja”.161

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160 Cf. Potissimum Institutioni, 29.161 Vita Consecrata, 93.

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O centro vital

Centro gerador, animador e ordenador de toda a existên-cia cristã é a pessoa viva e vivificante de Cristo, sua vida e

sua palavra. Ele é o núcleo vital que condensa e resume todos osconteúdos da vida espiritual e suas reais exigências, de maneira co-erente e unitária.

Eixo central, pois, do nosso itinerário espiritual é a “contempla-ção da face de Cristo: considerado em seus traços históricos e emseu mistério, acolhido em sua múltipla presença na Igreja e no mun-do, confessado como centro da história e luz de nosso caminho”.162

“A vida consagrada é uma representação eclesial do mis-tério de Cristo. Cada família de consagrados, porém, apre-

senta tal mistério vivido à luz de um particular momento de sua vidae do seu ministério messiânico. Para nós, Rogacionistas, trata-se dereviver e anunciar todo o mistério de Cristo a partir daquele momentoem que Ele ordena a oração Rogacionista e mostra a sua necessida-de. Ele mesmo a realiza, orando pelos apóstolos, chamando-os efi-cazmente a colaborar Consigo, operando em favor das ‘turbas aban-donadas’ (cf. Mt 9,35-38; 10; Lc 6,12-19; 9,1-6). Tal visão do mistériode Cristo, que somos solícitos em denominar ‘Cristo do Rogate’[...]pode bem constituir, para nós, uma ótima prospectiva de síntese detodo o evangelho e o centro vivo da nossa espiritualidade, que re-conduz, harmoniosamente e sem forçar, os múltiplos aspectos es-senciais”.163

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162 Novo Millennio Ineunte, 15.163 Chamados a estar com Ele, 33.

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Linhas essenciais

As considerações apresentadas constituem de algum modo, ocontexto no qual colocar o próprio programa de vida espiritual, noqual os vários aspectos podem ser articulados entre si e unidos emvolta do núcleo vital.

Início da jornada

O primeiro momento da jornada é muito importante, por-que tem um grande relevo, tanto psicológico, quanto espi-

ritual. Se vivido bem, exerce um notável influxo positivo sobre todo odia. Deve, por isso, cuidar bem deste momento, traduzindo em ofer-ta espiritual tudo o que segue no desenvolvimento das horas - alegri-as, sofrimentos, ocupações e preocupações e problemas -, no espí-rito do carisma Rogacionista.164

- Qual é o meu modo de viver o primeiro tempo do novo dia? Te-nho o hábito de dirigir ao Senhor o primeiro pensamento e dedi-car-lhe concretamente as primeiras horas da manhã, tempo maispropício para o encontro com Ele?

- Tenho o hábito, também pessoal, de oferecer a jornada ao Se-nhor no espírito Rogacionista?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

164 Cf. Constituições, 14.

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O momento presente

Viver o momento presente – viver no presente – centrali-zados e concentrados sobre aquilo que se está fazendo é

o único modo para viver realmente. O presente é o tempo verdadei-ro: passado e futuro não estão em nosso poder. Existe o risco derefugiar-nos nas lembranças ou evadir-nos nos sonhos. Ocorre con-centrar-nos no presente como expressão concreta da vontade deDeus. Assim, será possível comunicar-se com Deus, em todo acon-tecimento da vida, independentemente de sua importância, porqueacolher a vontade de Deus significa acolher o próprio Deus.

- Vivo os compromissos diários, pessoais e comunitários, internose externos como atuação da vontade de Deus, para a sua glóriae salvação dos irmãos e irmãs?

- Aceito dificuldades, contrariedades e sofrimentos do dia comoparticipação na cruz de Cristo?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

Oração diária

A verdadeira oração não é um simples meio de vida espi-ritual, mas a própria vida espiritual em ato. Mais do que

uma ação nossa, a oração é ação do Espírito Santo em nós. A ora-ção, na sua essência mais verdadeira e profunda, é deixar-se amar,ou seja, crer no amor de Deus manifestado na pessoa de Jesus Cris-to.

Deve-se atribuir a máxima importância à oração diária, pessoal ecomunitária. A oração propriamente dita, se bem feita, cria, por si,

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165 Novo Millennio Ineunte, 39.

uma atitude e um clima espiritual, que coloca a pessoa no curso dodia e a mantém em estado de oração.

Também a leitura contemplativa e a escuta da Palavra são fonteviva e permanente de oração e autêntica vida espiritual cristã. “Demodo particular é necessário que a escuta da Palavra se torne umencontro vital, segundo a antiga e sempre válida tradição da lectiodivina: esta permite ler o texto bíblico como palavra viva que interpe-la, orienta, plasma a existência”.165

- Qual é a qualidade da minha oração pessoal e que tempo lhededico?

- Sou fiel e participo ativamente da oração comunitária?

- Vivo na presença de Deus, cultivo o hábito de invocar a ajuda eluz do Senhor, da Virgem Maria, dos Santos, do Padre Fundador,no trabalho, no estudo, no apostolado, no exercício do ministériodurante o dia?

- Cultivo pessoalmente a “lectio divina”, entendida como aprofun-damento orante da Palavra de Deus que interpela e ilumina diari-amente a minha vida?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

Eucaristia e Liturgia das Horas

A Eucaristia é ação e acontecimento mais importante davida espiritual cristã. É o mistério da vida, paixão, morte e

ressurreição de Cristo, que nos associa à sua oferta e imolação ao

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Pai, e nos une vitalmente a si e entre nós na comunhão sacramental.O Rogacionista deve viver a Eucaristia todo dia, antepondo sua cele-bração-participação a qualquer outra ação pessoal ou comunitária.A Eucaristia constitui o centro vital e o coração da jornada de todacomunidade religiosa e de toda pessoa que queira viver de maneiraseria e empenhada a sua vida cristã espiritual.

A Liturgia das Horas deve ter também, um relevo todo particularna vida do Rogacionista. Na celebração das diversas Horas, prolon-gamento e extensão da graça da Eucaristia durante todo o dia, cadaRogacionista se une à oração de Cristo que implora ao Pai o domdos bons operários.

Toda a vida espiritual cristã e especialmente a vida consagradadevem ser liturgia viva: “Deste modo o religioso leva a cumprimentosua total doação como sacrifício oferecido a Deus e com esta a suainteira existência torna-se interrupto culto a Deus na caridade”.166

- A celebração da Eucaristia constitui o centro de meu dia e deminha vida?

- A comunhão com Cristo vivida na celebração da Eucaristia, tor-na-se, para mim, comunhão também com os irmãos na Comuni-dade?

- Na celebração comunitária da Eucaristia, expresso participaçãointensa e vivida no Sacrifício de Cristo, ao qual estou associadocomo sacerdote e vítima?

- Se sacerdote, qual é meu empenho na preparação da homilia?

- Cultivo a adoração pessoal da Eucaristia?

- Sou fiel à adoração eucarística comunitária?

166 Código de Direito Canônico, 607 §1.

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- Qual é a qualidade da celebração pessoal da liturgia das Horas equal a minha contribuição à celebração comunitária?

- Celebro a Liturgia das Horas com espírito Rogacionista?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

Ação e contemplação

Ação e contemplação constituem um único ideal de vida,assim como consagração e missão são uma só realidade.

A doação total de si a Deus é ao mesmo tempo doação total aoshomens, mesmo no caso da falta de atividade caritativa-assistencial.O Vaticano II lembra que nos institutos de vida apostólica “a açãoapostólica caritativa faz parte da natureza da própria Vida Religiosa”,de modo que toda a Vida Religiosa de seus membros devem sercompenetrada de espírito apostólico e toda a ação apostólica deveser informada de espírito religioso.167

- A minha vida é verdadeiro testemunho de ação e contemplação?

- A minha oração de obediência ao Rogate faz amadurecer, emmim, o espírito de caridade para com as crianças necessitadas eos pobres?

- O apostolado em favor dos pequenos e pobres faz amadurecer,em mim, a caridade pastoral e a compaixão do Cristo do Rogate?

- A minha oração abre-me ao ministério e este alimenta a minhaoração?

167 Cf. Perfectae Caritatis, 8.

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- Recorro frequentemente às fontes da espiritualidade Rogacio-nista, sobretudo aos escritos do Padre Fundador, em particularas Quarenta Declarações e Promessas, para alimentar a minhaespiritualidade?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

Vida cotidiana

A trama ordinária da vida é tecida por fios pequenos qua-se invisíveis: deveres, ocupações e preocupações recor-

rentes, problemas, acontecimentos banais, ações monótonas.

Viver sempre as mesmas coisas pode levar ao perigo da rotina. Apessoa se habitua, de fato a tudo, no sentido pior do termo, perden-do também o respeito pelas coisas sagradas, até as mais santas. Avida perde beleza e novidade e cai na mediocridade. Deve-se com-bater com força, a tentação do cansaço e da rotina.

- De que modo procuro reavivar diariamente os valores e ideaisque sustentam e guiam minha vida de consagrado Rogacionis-ta?

- Vivo com zelo e fervor os compromissos de oficio e ministériocotidianos?

- Em que modo vivo no cotidiano as três dimensões do quarto voto(rezar, propagar e ser)?

- Que tempo programo para o estudo pessoal, para a renovação eatualização espiritual e doutrinal?

- Tenho atenção e cuidado pela saúde física, como dom de Deuspara preservar e pôr a serviço da vocação e missão recebida?

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- Dedico tempo suficiente ao repouso e lazer?

- Como administro os tempos de descanso?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

Vida fraterna em comunidade

A vida comunitária é elemento essencial e constitutivo daVida Religiosa.168

Os Rogacionistas vivem suas relações em Comunidades “à luzdo evangelho e da sua tradição carismática e aprendem a construir,juntos, a vida fraterna, que se qualifica como amor acolhido por Deus,a Ele oferecido, repartido entre irmãos e testemunhado ao mundo. Avida fraterna em comunidade é ordenada também pela Regra. Todosdevem sentir-se empenhados à sua observância”.169

- Participo responsavelmente da vida e apostolado da Comunida-de (programação, atos comuns, momentos de lazer)?

- Qual é a qualidade das relações interpessoais dentro de minhacomunidade (respeito, atenção, dedicação, diálogo, colaboração?)

- Estou pronto a dar e receber o perdão, como sinal do amor deDeus, em casos de relações conflitivas ou de ruptura?

- De que modo reconheço a tarefa do superior na comunidade ecomo me relaciono com ele?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

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168 Cf. Chamados a estar com Ele, 45.169 Idem, 71.

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Ano Litúrgico

O Ano Litúrgico enquanto celebração sacramental anualde todo o mistério de Cristo, representa o itinerário formativo

por excelência porque marca no tempo, os ritmos e as etapas denossa salvação num processo de contínua conversão e progressivaconformação a Cristo.

- Que atenção dou ao itinerário pedagógico do Ano Litúrgico?

- Em particular, coloco o mistério de Cristo morto e ressuscitado(Mistério Pascal) no centro de minha vida e da vida de cada dia(a celebração diária da Eucaristia).

- Sei expressar na minha pessoa, a riqueza da contemplação daface do Cristo do Rogate, centro inspirador e regenerados demeu ser e agir?

- Vivo cada momento de tempo como “tempo cristão” e cada even-to existencial como evento pascal?

- Celebro o domingo como “Páscoa semanal”?

- Estou atento aos diversos “tempos litúrgicos” e vivo o mistério deCristo que é celebrado neles? De modo particular, sigo os itinerá-rios formativos e vivo a “graça” dos “tempos fortes” de Quares-ma-Páscoa e Advento-Natal?

- Que atenção dou às celebrações da Virgem Maria e dos Santosno curso do Ano Litúrgico? Cultivo com eles uma relação pessoalfervorosa, segundo o exemplo e ensinamento de nosso PadreFundador?

- Sou fiel aos compromissos espirituais semanais, mensais e anu-ais (retiro e exercícios espirituais, celebrações Rogacionistas, prá-ticas de piedade cristã e de nossa tradição) que me ajudam areavivar e viver o Mistério Pascal de Cristo?

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- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

Espírito de conversão

A conversão é mudança radical da pessoa, a partir de suaspróprias raízes, que são afetividade e mentalidade. Con-

verter-se é mudar mentalidade e coração, sem esquecer que a ver-dadeira conversão é um processo contínuo, que dura a vida inteira.Expressão radical de nossa conversão são os conselhos evangéli-cos de castidade, pobreza e obediência.

- Que consciência tenho da necessidade de conversão e salva-ção?

- Qual é meu empenho ascético para viver o dom dos votos decastidade, pobreza e obediência?

- Que atenção dou à evangélica “renúncia de si mesmo”, condiçãoessencial para o seguimento de Cristo?

- Qual é meu espírito de penitência e onde o realizo?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

Direção espiritual

Outro aspecto para se ter presente no programa de vidaespiritual é a direção espiritual, também chamada acom-

panhamento espiritual. É um meio importante para o crescimento noEspírito e a conformidade ao Cristo do Rogate.

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- Considero válida a direção espiritual para o meu crescimento es-piritual?

- Tenho um diretor espiritual com quem confronto o meu caminho?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

Instrumento simples

O programa de vida espiritual pessoal deve ser um instru-mento simples, fácil, imediato, centralizado na pessoa viva

de Jesus Cristo, em quem encontramos também o Pai e o EspíritoSanto.

No fundo, o segredo da vida espiritual cristã consiste em deixar-se configurar, mediante o Espírito Santo e a ação materna de Maria,a Cristo na sua condição filial e fraterna e deixar que Jesus viva emnós como Filho e irmão: como filho de Deus Pai e da Virgem Maria ecomo irmão de todas as pessoas.

Para o Rogacionista, a relação pessoal com Cristo e o modo par-ticular de ser e agir na Igreja para a edificação do Reino de Deus,são reavivados e animados pelo dom particular do Espírito que é oRogate, elemento formal de toda a espiritualidade.

- Empenho-me a fazer meu programa pessoal de vida espiritual?

- Partilho-o com meu diretor espiritual?

- Verifico-o periodicamente (retiro espiritual mensal, exercícios es-pirituais anuais, etc…)?

- Escolha do objetivo (para melhorar, corrigir, evitar);

- Meios para alcançar o objetivo.

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APÊNDICE 2

“A comunidade é envolvidana formação permanentecomo realidade viva e concreta.Todos os membrossão responsáveis uns pelos outros.Instrumento eficazpara um caminho comum de formação permanenteé o programa comunitário,onde toda comunidade, no início do ano,traça as linhas programáticas de vida e apostolado.Em tal programa devem-se oportunamenteconjugar as exigências locaiscom as orientações gerais e circunscricionaisda Congregação (Capítulo Geral, programaçãodo Governo Geral, Capítulo Provincial,programação do Governo de Circunscrição)”.169b

169b Reaviva o dom de Deus que há em ti, 44.

Programa de VidaComunitária

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Notas Preliminares

1. Elaboração de um Programa de Vida Comunitária

a) Não consiste tanto numa planificação técnica de horários etrabalhos, quanto no dar forma a um processo ou dinamismode crescimento do grupo dos irmãos que vivem reunidos emnome do Senhor e com mesma vocação.170

b) Não é árida operação organizativa, mas uma experiência dediscernimento espiritual comunitário.

2. Itinerário

A fim de que o Programa de Vida Comunitária seja instrumentode formação deve seguir este simples itinerário:

a) leitura da situação: Partir da realidade das pessoas e do gru-po (Comunidade) como tal, isto é, da análise da realidadeatual de cada um e do grupo. Para um eficaz projeto comuni-tário, se deve ter presente os projetos pessoais. Cada umapresenta na Comunidade os próprios objetivos, as expecta-tivas, os meios, a ajuda que espera da Comunidade e ajudaque ele mesmo está disposto a dar aos irmãos para fazer umcaminho comum de crescimento e maturação;

b) fazer memória dos valores contidos nas Constituições que sepretendem adquirir durante o ano;

c) individuação dos objetivos;

d) individuação dos meios para alcançar os objetivos.

170 Cf. CIVCSVA, Diretrizes sobre a formação..., 26.

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3. Níveis

O Programa de Vida Comunitária deve ser estruturado sobre qua-tro níveis fundamentais:

a) a Espiritualidade;

b) a Vida Comunitária;

c) a Formação;

d) o Apostolado.

4. Pontos significativos

Concretamente, o Programa de Vida Comunitária deve conter osseguintes pontos significativos:

a) horário habitual da Comunidade, como instrumento de fideli-dade para um crescimento ordenado;

b) tempos e modalidades da oração comunitária com asconsequentes verificações;171

c) momentos de convivência, lazer e encontros fraternos;

d) programação da formação permanente ordinária com indica-ção de temas, tempos e método;

e) programação e proposta do retiro mensal e exercícios espiri-tuais anuais;

f) organização das atividades da Comunidade: projetos e pro-gramas dos vários setores, partilhados pela comunidade, coma determinação das possíveis colaborações recíprocas; ca-lendário de iniciativas, celebrações e atividades particulares;

171 Cf. Vita Consecrata, 93.

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g) tempos e modalidades das avaliações do grau de aplicação edos resultados conseguidos.

MetodologiaProposta de metodologia prática para a elaboração do

Programa de Vida Comunitária

1. Níveis da Vida Religiosa

a) a Espiritualidade;

b) a Vida Comunitária;

c) a Formação;

d) o Apostolado.

2. Passos para a elaboração do Programa

2.1. Leitura da situação

Nesta fase procura-se descrever a realidade que está vivendo aComunidade. Fazer emergir:

- luzes: o positivo (para agradecer ao Senhor e incrementá-lo);

- sombras: o negativo (para pedir perdão ao Senhor e empre-ender o caminho da conversão).

2.2. Objetivo

O objetivo que se visa deve ser simples. É uma situação positivaque se quer criar na Comunidade. O objetivo é uma situação nova

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que Deus “chama” a alcançar. A Comunidade, para alcançar o obje-tivo, põe-se em estado de caminho vocacional, porque está respon-dendo a um verdadeiro e próprio “apelo” do Senhor.

2.3. Escolha dos meios

Neste ponto, ocorre escolher um ou mais meios concretos queajudem a caminhar rumo ao objetivo prefixado. Enquanto o objetivoé uma “situação geral”, uma “situação interior” e por isso “abstrata”,os meios são sempre particulares, concretos. São ações, comporta-mentos, escolhas bem definidas que se faz em determinados dias,horas, locais e modos. Os meios ajudam a cumprir pequenos sim-ples passos que pouco a pouco conduzem ao objetivo.

3. Conclusão

Na conclusão dos três passos para a elaboração do Programade Vida Comunitária, deve-se analisar:

a) Espiritualidade: situação, objetivo, meios;

b) Vida Comunitária: situação, objetivo, meios;

c) Formação: situação, objetivo, meios;

d) Apostolado: situação, objetivo, meios;

e) Compromissos: horário cotidiano, momentos semanais e men-sais, calendário anual.

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Elaboração do Programa deVida ComunitáriaO Programa de Vida Comunitária

deve ser elaborado em três encontros

1. Primeiro Encontro

1.1. Notas preliminares

a) inicia-se com um momento de oração. Oração ao Espírito San-to, aos Divinos Superiores, ao Bv. Padre Fundador;

b) é útil tomar o documento capitular Chamados a estar com Elee o Projeto de Formação Permanente, nos pontos que se re-ferem à espiritualidade, vida comum, formação e apostolado;

c) pode-se ler algum texto espiritual do Bv. Padre Fundador.

Depois da leitura dos textos escolhidos pode-se dedicar uns dezminutos à partilha, respondendo às seguintes perguntas:

- Que pensamentos, sentimentos, reações suscitam em mimos conteúdos destes textos?

- Com que estado de alma começo este caminho de discerni-mento?

- Outras perguntas semelhantes…

1.2. Espiritualidade: primeira parte da elaboração

a) Leitura da situação

Interroga-se sobre como a comunidade vive seus compromissosde vida espiritual:

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- Quais são os momentos de espiritualidade que se vivem co-munitariamente?

- Correspondem às indicações presentes em nossa Regra(Constituições e Normas)?

- Se é fiel a estes compromissos?

- Que atenção se dá na preparação destes momentos?

- Qual é o tom espiritual com o qual se vive?

- Há relação entre vida espiritual e apostolado?

- Se é capaz de comunicar e partilhar ao menos alguma coisadas próprias experiências espirituais?

b) Objetivo

Relê-se a análise da situação: Põe-se particular atenção aos as-pectos negativos. Pode-se fazer esta pergunta: Como somos cha-mados a melhorar na vida espiritual de nossa Comunidade?

Colocada a pergunta faz-se uma pausa para reflexão de dois atrês minutos, para que cada um, em silencio, amadureça a própriaresposta. Depois se ouve a resposta de cada um. Concluída estaparte a Comunidade decide qual objetivo prioritário em relação aosoutros. Põe-se por escrito o objetivo individualizado.

c) Escolha dos meios

Nesta fase, procuram-se as modalidades concretas que podemajudar a Comunidade a caminhar rumo ao objetivo. Os meios sãoconstituídos por iniciativas de vários tipos, mas todas visando ao ob-jetivo. Uma vez identificadas as iniciativas a serem feitas, para cadauma se estabelece: quando se deve realizar; onde; quem a devepreparar; quem vai participar; como se deve desenvolver.

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2. Segundo Encontro

2.1. Notas preliminares (ver 1º Encontro).

2.2. Vida Comunitária: segunda parte da elaboração

a) Leitura da situação

A Comunidade interroga-se sobre estas e/ou outras questões:

- Quais são os momentos principais de nossa vida comunitá-ria?

- Quais são os tempos que dedicamos à comunicação entre oscoirmãos?

- Se é fiel aos encontros comunitários previstos pela normativa?

- Existem momentos, tempos de lazer para transcorrer juntos?

- Que relações intercorrem entre superior e religiosos?

- Os religiosos da Comunidade conseguem integrar harmonio-samente as diversidades: geracionais, culturais, étnicas, desensibilidade e experiências?

- Existe diálogo entre os religiosos?

- Como estes se comportam quando se tem opiniões diversassobre alguma questão?

- São capazes de crítica fraterna?

- Quem vê de fora a Comunidade, tem a percepção dafraternidade que une?

b) Objetivo (ver 1º Encontro)

c) Escolha dos meios (ver 1º Encontro)

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2.3. Formação: terceira parte da elaboração

a) Leitura da situação

A Comunidade interroga-se sobre estas e/ou outras questões:

- Qual é a participação da Comunidade nos retiros anuais?

- São realizados em âmbito de Congregação ou fora?

- Quais são os critérios de escolha dos cursos?

- Qual é a qualidade da participação e do desenvolvimento dosretiros mensais?

- Quais são os encontros formativos e de atualização aos quaisse participa: bíblicos, litúrgicos, catequéticos, pastorais, pro-fissionais?

- São valorizados os encontros de formação propostos pela Igre-ja local?

- Os encontros periódicos de formação propostos pela Con-gregação (para os superiores, ecônomos, párocos, educado-res etc.) são suficientemente valorizados?

- Existem tempos, iniciativas, propostas na vida da Comunida-de que podem ser considerados momentos de formação?

- Pode-se considerar satisfatório o caminho de formação que aComunidade está fazendo?

b) Objetivo (ver 1º Encontro)

c) Escolha dos meios (ver 1º Encontro)

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3. Terceiro Encontro

3.1. Notas preliminares (ver 1º Encontro).

3.2. Apostolado: quarta parte da elaboração

a) Leitura da situação

A Comunidade interroga-se sobre estas e/ou outras questões:

- Estão satisfeitos com as atividades apostólicas internas e ex-ternas?

- Que incidência tem a ação apostólica sobre as pessoas paraas quais se atua?

- Como se manifesta a acentuação carismática de nossoapostolado?

- Qual a relação com os leigos colaboradores?

- Há momentos de formação suficientes para eles?

- Amadureceu a consciência de que o sujeito de todo apostoladonão é o indivíduo, mas a Comunidade?

- Há comunicação, confronto, projeção comum no apostoladoque se desenvolve?

- Há momentos de revisão do trabalho apostólico?

- O apostolado da Comunidade é bem inserido na pastoral daIgreja local?

b) Objetivo (ver 1º Encontro)

c) Escolha dos meios (ver 1º Encontro)

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3.3. Compromissos

São eles:

a) horário cotididano;

b) momentos semanais e mensais;

c) calendário anual.

Na definição dos horários e calendários devem aparecer:

- compromissos ordinários da vida da Comunidade;

- compromissos da Congregação (circunscricionais, zonais, na-cionais e internacionais);

- compromissos diocesanos;

- iniciativas fixadas na redação do Programa;

- tempos para as revisões de “meio de ano” (revisão intermedi-ária) e de “final de ano” (revisão conclusiva).

Terminada a elaboração do Programa, conclui-se o encontro comuma oração de Ação de Graças ao Senhor.

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APÊNDICE 3

Esquema de Programade Vida Comunitária

COMUNIDADE:

PROGRAMA DE VIDA COMUNITÁRIA

ANO: ________

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1. ESPIRITUALIDADEPremissa: breves textos inspiradores do Fundador, das Consti-

tuições, dos Documentos Capitulares (Geral e Provincial).

a) Situação: luzes:

sombras:

b) Objetivo:

c) Meios:

d) Animador:

2. VIDA COMUNITÁRIAPremissa: breves textos inspiradores do Fundador, das Consti-

tuições, dos Documentos Capitulares (Geral e Provincial).

a) Situação: luzes:

sombras:

b) Objetivo:

c) Meios:

d) Animador:

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3. FORMAÇÃOPremissa: breves textos inspiradores do Fundador, das Consti-

tuições, dos Documentos Capitulares (Geral e Provincial).

a) Situação: luzes:

sombras:

b) Objetivo:

c) Meios:

d) Animador:

4. APOSTOLADOPremissa: breves textos inspiradores do Fundador, das Consti-

tuições, dos Documentos Capitulares (Geral e Provincial).

a) Situação: luzes:

sombras:

b) Objetivo:

c) Meios:

d) Animador:

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5. COMPROMISSOS

a) Todos os dias: horário cotidiano

b) semanais:

Segunda-feira:

Terça-feira:

Quarta-feira:

Quinta-feira:

Sexta-feira:

Sábado:

Domingo:

c) mensais:

Janeiro:

Fevereiro:

etc.

d) anuais:

- Compromissos da Comunidade:

- Compromissos da Congregação:

Gerais:

Circunscricionais:

- Compromissos com a Diocese:

Gerais:

Paroquiais:

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APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃORenovação e formação

Nova fase da formação Rogacionista

Instrumento para a formação

Destinatários

Estrutura

PRIMEIRA PARTE:RAZÕES E SIGNIFICADO DA FORMAÇÃO PERMANENTE

Abertos aos sinais dos tempos

Para reavivar o dom de Deus

No magistério da Igreja

Natureza da formação permanente

No horizonte antropológico, teológico e carismático

Numa perspectiva missionária e escatológica

Objetivos

Dimensões da formação permanente

ÍNDICE

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SEGUNDA PARTE:O DINAMISMO DA FORMAÇÃO PERMANENTE

As várias etapas da vida: os ciclos vitais

A) Acompanhamento do jovem adultoSignificado e situação psico-espiritual

Objetivos

Meios de intervenção

B) Revigorar o adulto maduroSignificado e características

Situação psico-afetiva

Objetivos

Meios de intervenção

C) Apoiar o adulto anciãoSignificado e características

Objetivos

Meios de intervenção

A passagem para o Pai

Situações de criseO momento da prova

Significado e situação psico-espiritual

Objetivos

Meios de intervenção

TERCEIRA PARTE:ÂMBITOS, NÍVEIS, RESPONSÁVEISE ANIMADORES DA FORMAÇÃO PERMANENTE

Na Igreja

Envolvimento orgânico

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Nível institucional geral

Nível institucional de circunscrição

Nível comunitário local

Nível pessoal

Na Família Rogacionista

A vida eclesial

Equipe de animadores

A formação dos animadores

QUARTA PARTE:TEMPOS E MEIOS DA FORMAÇÃO PERMANENTE

Vida ordinária e tempos fortes

Meios ordinários

Os tempos fortes

Os períodos sabáticos

A revista da formação permanente

APÊNDICE 1:PROGRAMA DE VIDA PESSOAL

Princípios InspiradoresFormação personalizada

Primado da vida espiritual

A vida em Cristo e na Igreja

O centro vital

Linhas essenciaisInício da jornada

O momento presente

Oração diária

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100

Eucaristia e Liturgia das Horas

Ação e contemplação

Vida cotidiana

Vida fraterna em comunidade

Ano Litúrgico

Espírito de conversão

Direção espiritual

Instrumento simples

APÊNDICE 2:PROGRAMA DE VIDA COMUNITÁRIA

Notas Preliminares

Metodologia

Elaboração do Programa de Vida Comunitária

APÊNDICE 3:ESQUEMA DE PROGRAMA DE VIDA COMUNITÁRIA

1. Espiritualidade

2. Vida Comunitária

3. Formação

4. Apostolado

5. Compromissos

Impresso em 2002 (1ª edição)Gráfica Linarth - Curitiba - PR

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