Re Vest i Mentos

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Revestimentos Condições Técnicas de Execução Série MATERIAIS joão guerra martins Versão provisória (não revista)

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  • Revestimentos

    Condies Tcnicas de Execuo

    Srie MATERIAIS

    joo guerra martins Verso provisria (no revista)

  • RE VE S TI MEN T OS

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    1. Revestimento de Paredes e Tectos

    1.1 Generalidades

    A natureza dos revestimentos das diversas superfcies ser a indicada nos mapas de

    acabamentos e nas Clusulas Tcnicas Especiais.

    Todos os revestimentos sero executados com a mxima perfeio sendo rejeitados

    todos os que se no apresentem devidamente desempenados ou que apresentem salincias e

    rebaixos, ou outros defeitos designadamente os indicados, nas normas em vigor, referente a

    pinturas.

    Todas as superfcies sero cuidadosamente limpas de gordura, leos, partculas em

    suspenso, antes da execuo dos revestimentos.

    Devero tambm ser tomadas todas as providncias para evitar o p durante a

    execuo dos revestimentos, lavando os pavimentos, protegendo as superfcies j acabadas,

    etc.

    No exterior nenhum trabalho poder ser executado com tempo hmido, devendo as

    superfcies estarem perfeitamente secas antes da execuo dos trabalhos.

    Todos os materiais para revestimentos, de caractersticas indicadas ou a indicar,

    devero entrar na obra nas suas embalagens originais intactas.

    Os materiais devero ser armazenados em local coberto, fora da aco da humidade.

    Os materiais sem as caractersticas necessrias sero imediatamente retirados da obra.

    Todas as concordncias, quando no venham indicadas nas peas desenhadas, sero

    indicadas pela Fiscalizao, no devendo o empreiteiro execut-las sem essa indicao;

    sempre que possvel essas ligaes sero feitas por superfcie curvas.

    1.2 Tolerncias dimensionais

    Os paramentos em geral, depois de acabados, tero de observar as tolerncias

    mximas seguintes:

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    Implantao e cotas principais: 5mm

    Desvios de esquadria: 10mm

    Verticalidade: 4mm na altura de um andar

    Desempenamento: 1 mm em relao a rgua de 0.20m e 2mm em relao a rgua de

    2.00m.

    As superfcies de tectos e tectos falsos depois de acabados tero de observar as

    tolerncias mximas seguintes:

    Em tectos revestidos a reboco:

    Nivelamento: 7mm com a rgua de 2.0m; 3mm com a rgua de 20cm;

    Em tectos revestidos a estuque:

    Nivelamento: 5mm com a rgua de 2.0m; 2mm com a rgua de 20cm.

    1.3 Cantarias

    1.3.1 Aspectos gerais

    Devero ser gros homogneos, no geladios, inatacveis pelos agentes atmosfricos,

    limpos de matrias estranhas e isentos de cavidades, abelheiras, fendas e lesins.

    Os leitos e sobreleitos, ficaro em esquadria com os paramentos aparelhados, com

    aparelho fixado no projecto e Clausulas Tcnicas Especiais e sem falha sensvel em toda a sua

    extenso.

    As pedras devero ser trabalhadas, de forma que assentem sobre o leito da pedreira, ou

    seja, comprimidas perpendicularmente a esse plano.

    As juntas devero ser bem desempenadas, em esquadria com os paramentos e de

    forma a apresentarem a menor espessura possvel, salvo determinao especial em contrrio.

    No ser aceite o granito que tenha cristais de feldspato muito grosso, ou mica em

    grande quantidade.

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    Os mrmores no devero apresentar o mnimo defeito, e sero perfeitamente

    cristalizados, sem fendas ou cavidades por mais insignificantes que sejam, com faces

    perfeitamente desempenadas e com uma colorao perfeita e bem polidos nos paramentos que

    ficarem vista.

    Todas as pedras tero provenincia, a configurao, as dimenses e a execuo fixadas

    no projecto e Clausulas Tcnicas Especiais do Caderno de Encargos da empreitada.

    As cantarias e mrmores s sero empregues depois de terem perdido completamente

    a gua da pedreira, e sero rejeitados aqueles que oferecerem uma colorao diferente, e

    aqueles cujos defeitos tenham sido dissimulados com betume ou qualquer outra substncia.

    Ao Adjudicatrio compete a execuo de todos os trabalhos deste projecto relativos

    a cantarias, seus reforos, incluindo o fornecimento e aplicao de todos os materiais com

    todos trabalhos inerentes, conforme desenhos e caderno de encargos.

    1.3.2 Cantaria Artificial (Beto Vibrado)

    Ser de beto ligeiramente armado com a dosagem mnima de 350 Kg/m3, moldado e

    vibrado em estaleiro, conforme os pormenores constantes das Clausulas Tcnicas Especiais.

    Os inertes sero escolhidos por forma a que as peas depois de vibradas e

    desmoldadas, apresentem um acabamento perfeito.

    Para o assentamento desta cantaria empregar-se- argamassa de cimento e areia ao

    trao 1:3 e os pernes necessrios sero em ferro zincado ou protegidos por qualquer forma que

    oferea garantias e seja aprovada pela Fiscalizao.

    1.4 Enxilharia ou cantaria paredes

    Antes de se assentar as cantarias ou enxilharias dever comear-se por picar a

    argamassa da camada inferior, a fim de lhe tirar os fragmentos friveis, e tornar a superfcie

    desigual, limpando-se a pedra que se vai cobrir com a cantaria ou enxilharia, a humedecendo-

    se.

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    Em seguida, dever estender-se sobre ela uma camada de argamassa com a espessura

    conveniente, colocando-se ento, bem nivelada, a pea de cantaria ou enxilharia, limpa e

    humedecida, sobre o leito.

    Para que o seu assentamento seja perfeito, dever-se- bat-lo com mao de madeira,

    fazendo-se ressumar a argamassa.

    As juntas verticais sero tapadas com argamassa, por forma a encher todos os espaos

    vazios, empregando-se para isso algumas lascas de pedra quando for necessrio.

    expressamente proibido o emprego de cunhas para o assentamento das pedras;

    contudo, se esse assentamento oferecer dificuldades, devido s grandes dimenses das peas,

    a Fiscalizao poder tolerar o emprego de cunhas, fixando ento a forma e natureza delas e

    exigindo que sejam tiradas imediatamente aps o assentamento, mas devendo neste caso os

    leitos serem cuidadosamente cheios com argamassa, empregando-se frinchideira.

    As pedras das diferentes fiadas, sero assentes para que as juntas verticais de duas

    fiadas consecutivas no distem entre si menos de 0,25 m.

    A menor distncia entre uma junta vertical e um ngulo reentrante ser de 0,25 m e de

    0,35 m entre uma junta vertical e um ngulo saliente.

    A largura mxima das juntas nos leitos ser de 0,008 m e de 0,005 m a 0,006 m nas

    juntas verticais.

    Dever ter-se o cuidado de, ao assentar as pedras, no apoiar as extremidades das

    alvenarias a menos de 0,30 m dos paramento e de resguardar as suas arestas com pedaos de

    madeira, a fim de se evitar que sejam esfolhadas.

    A qualidade e o trao das argamassas a empregar no assentamento das cantarias e

    caixilharias ser o previsto no projecto e Clusulas Tcnicas Especiais, sendo de 1:2 de

    cimento e areia quando nada estiver especificado em contrrio, ou mesmo calda de cimento.

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    1.4.1 Abbadas de cantaria

    Depois de se disporem os simples e cochins devero comear-se as abbadas

    simultaneamente por ambas as nascenas, e em todo o seu comprimento assentando-se as

    aduelas para que os leitos e juntas sejam normais ao paramento do intradorso.

    Os rins e o resto das espessuras das abbadas, sero bem ligadas e travados com os

    paramentos e executados por fiadas, cujos leitos tendero para o centro das abbadas,

    formando o prolongamento das aduelas do intradorso.

    A qualidade e trao das argamassas a empregar na execuo das abbadas ser o

    prescrito no projecto e Clusulas Tcnicas Especiais, sendo de 1:2 de cimento e areia quando

    nada estiver especificado em contrrio.

    1.4.2 Revestimentos

    Os revestimentos de mrmore ou cantarias sero feitos com material devidamente

    escolhido pela Fiscalizao quanto ao tipo, dimenses e colocao das pedras.

    Para os mrmores dever ter-se em ateno tambm os veios, sendo a colocao das

    pedras realizada de acordo com as indicaes da Fiscalizao.

    O tamanho das peas ser o adequado para dar o aspecto indicado no projecto.

    A disposio de juntas, o aparelho dos paramentos, talhe de arestas, etc., sero

    escolhidos pela Fiscalizao perante amostras a preparar pelo empreiteiro; a espessura das

    juntas no exceder 0,002 m se nada for indicado em contrrio.

    A espessura do material ser a mais adequada para a natureza do revestimento no se

    admitindo porm espessura inferior a 0,02m.

    Toda a pea ser fixada convenientemente por gatos e pernos de bronze ou lato em

    nmero adequado natureza da pea mas nunca inferior a dois.

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    Estes gatos ou pernos devem ficar solidamente ligados s peas por meio de cavidades

    adequadas destinadas a receber a argamassa de ligao.

    Nenhuma pea metlica deve ficar aparente.

    Como norma ser deixado um espao de cerca de 1,0 cm entre as placas de mrmore e

    as paredes, espao esse que ser cheio com aparas de cortia ou outro material aprovado pela

    Fiscalizao.

    O assentamento poder ser feito com argamassa de cimento, calcrio e areia a 2:5:7,

    tendo o cuidado de limpar previamente o material e a superfcie de assentamento e de

    verificar se a argamassa se espalha uniformemente por toda a superfcie de forma a no haver

    espaos vazios; esta forma de assentamento s poder ser adoptada se os pormenores

    respectivos constarem das peas desenhadas ou se for objecto de autorizao expressa da

    Fiscalizao.

    As placas de mrmore podero ainda ser fixadas s paredes a revestir, por meio de

    parafusos cromados que atravessando-as se iro roscar a tacos de madeira nelas embebidos;

    neste caso, os tacos de madeira, devidamente tratados, sero embebidos nas paredes, e bem

    acompanhados com argamassa hidrulica de cimento.

    Os revestimentos com placas de mrmore, sero completados, se assim for fixado,

    com rodaps lisos ou com concordncias cncavas, e peas cncavas a empregar nas arestas

    reentrantes de paredes.

    Estes revestimentos, depois de concludos, sero bem lavados e polidos com pedra de

    rebolo, se outro acabamento no for indicado.

    1.4.3 Mtodos de Fixao

    Os revestimentos de pedra natural podem ser autoportantes (ou resistentes), quando

    so constitudos por placas capazes de suportarem o seu peso prprio por encosto topo a topo.

    Os revestimentos assim concebidos so independentes do suporte e a ele fixados

    mecanicamente por gatos dimensionados de forma a garantir a estabilidade ao derrubamento.

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    So constitudos por placas com uma espessura mnima de 75mm e permitem a definio de

    uma caixa-de-ar ventilada e, eventualmente, a interposio de isolamento trmico.

    Mais frequentemente, os revestimentos de pedra natural so no-resistentes, sendo o

    seu peso prprio, tal como as restantes solicitaes a que esto sujeitos, suportado pelos

    elementos construtivos em geral, a parede a que esto ligados.

    Os processos de fixao ao suporte dos revestimentos de pedra no-resistentes podem

    ser dos seguintes tipos:

    A) FIXAO DIRECTA

    - colagem quando se usa uma cola, que pode ser uma argamassa cola, com ou sem

    resina incorporada, um cimento cola ou um adesivo sem cimento;

    - selagem quando se usa uma argamassa de cal hidrulica ou de cimento branco

    (menos susceptveis de originar manchas na pedra).

    B) FIXAO INDIRECTA

    - atravs de agrafos e pontos de argamassa;

    - atravs de gatos;

    - atravs de uma estrutura intermdia constituda por perfis metlicos ou por um

    ripado de madeira, qual as placas de pedra so, tambm, fixadas mecanicamente atravs de

    gatos ou agrafos.

    No subcaptulo seguinte vo ser tratados apenas os revestimentos independentes do

    suporte. Os revestimentos assim concebidos tm um campo de aplicao em exteriores mais

    vasto que os revestimentos de fixao directa, por implicarem menos restries de dimenses

    e peso das placas e de altura da parede a revestir e por reunirem condies para constiturem

    revestimentos de estanquidade.

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    1.4.4 Revestimentos de Estanquidade de Pedra Natural

    ELEMENTOS CONSTITUINTES

    Placas de pedra

    As placas de pedra so de forma rectangular, com dimenses faciais variveis, mas

    tais que, em geral, permitem recobrir 1m2 de parede com uma a trs unidades; a relao

    comprimento largura das placas , quase sempre, inferior a trs.

    A espessura condicionada pela natureza da rocha, pelas dimenses da placa, pelo

    modo de fixao e pelas solicitaes a que a placa ir ser submetida. No pode, contudo, ser

    inferior aos seguintes valores:

    Placas no resistentes

    - 27mm no caso geral e, sem excepo, no caso de placas obtidas por clivagem.

    - 20mm no caso de placas talhadas e desde que se verifiquem ainda as duas seguintes

    condies:

    1 - sejam aplicadas em zonas de parede de cota superior a 6m relativamente ao piso

    de espaos de circulao ou de permanncia de utentes (ruas corredores, terraos, varandas,

    etc.);

    2 - a largura dos espaos, atrs referidos, no seja inferior a 0,60m.

    Estas duas condies visam reduzir os riscos decorrentes da queda eventual de placas.

    Placas resistentes

    - 75mm, em qualquer caso.

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    1.4.5 Fixaes

    As placas resistentes so montadas umas sobre as outras segundo a tcnica de

    execuo de paredes de alvenaria, com juntas de assentamento de argamassa de cal ou

    bastarda. A estabilidade de um tal painel assegurada por gatos que, de onde em onde,

    estabelecem a ligao com a parede. Estes gatos destinam-se apenas a evitar o derrube desse

    painel, no tendo, portanto, qualquer funo de suspenso de placas.

    Por sua vez, os gatos ou agrafos utilizados, na fixao das placas no resistentes

    devem desempenhar as seguintes funes:

    - suportar o peso das placas de revestimento e, eventualmente, do isolamento trmico;

    - resistir a solicitaes horizontais (vento, por exemplo) e impedir o derrube das placas

    em consequncia dessas aces;

    - absorver deformaes diferenciais, sobretudo de origem termo-higromtrica (1),

    entre o revestimento e o suporte, reduzindo as tenses no revestimento.

    1 Segundo a norma em vigor, para uma temperatura ambiente de 26C, a incidncia

    directa dos raios solares sobre um revestimento eleva-lhe a temperatura para os seguintes

    valores:

    - 35C, no caso de revestimentos de cor branca;

    - 55C, no caso de revestimentos de cor verde;

    - 65C, no caso de revestimentos de cor negra.

    O dimensionamento de agrafos e gatos basear-se- em ensaios, devendo, sempre que

    possvel, esse dimensionamento ser verificado por clculo.

    A escolha do processo de fixao a adoptar para as placas no resistentes deve ter em

    conta os seguintes factores:

    - natureza e estado do suporte (possibilidade de fixao mecnica dos agrafos ou gatos

    ao suporte, variaes dimensionais previsveis do suporte, etc.);

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    - presena eventual de isolamento trmico (distncia entre o suporte e o plano mdio

    das placas, etc.);

    - natureza das placas de revestimento (peso prprio, variaes dimensionais

    previsveis, etc.);

    - problemas relativos ao revestimento de pontos singulares (vos, socos, pilares, vigas,

    etc.).

    A) FIXAES DE AGRAFOS E PONTOS DE ARGAMASSA

    Neste tipo de fixao, as placas de pedra so fixadas parede com agrafos de fio de

    seco circular envolvidos em argamassa (pontos). A ligao dos agrafos ao suporte pode

    fazer-se por chumbagem de argamassa ou mecanicamente.

    A existncia de inmeros pontos de argamassa que este processo implica no permite

    a insero de isolante trmico na caixa de ar formada entre a parede e o revestimento.

    Os agrafos podem ser de cobre, lato ou ao inoxidvel.

    Habitualmente, so empregues quatro agrafos por placa dois agrafos de suspenso e

    dois agrafos de posicionamento -, actuando, em geral, nos topos verticais ou horizontais das

    placas. Os agrafos inseridos nos topos horizontais superiores das placas apenas podem ter

    funo de posicionamento. Sempre que possvel, os agrafos sero colocados (nos topos) entre

    1/4 e 1/5 do comprimento dos lados das placas, contados a partir dos extremos. Quando no

    seja possvel a agrafagem pelos topos, como acontece nas pedras de clivagem evidente, a

    insero dos agrafos pode fazer-se no tardoz das placas.

    O dimensionamento dos agrafos atravs de clculo invivel face aleatoriedade

    inerente aos pontos de argamassa. Razes de durabilidade aconselham a utilizar fios com os

    seguintes dimetros, em funo da espessura das placas:

    - 0,4mm para placas de 20mm de espessura;

    - 0,5mm para placas de espessura entre 30mm e 40mm;

    - 0,6mm para placas de espessura superior a 60mm.

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    B) FIXAES ATRAVS DE GATOS

    Nos revestimentos deste tipo, as placas de pedra so fixadas ao suporte por meio de

    gatos resistentes, com chumbadouros de argamassa ou mecanicamente.

    A fixao mecnica feita, geralmente, com cavilhas de expanso. Neste caso, para

    evitar a corroso, os gatos e as cavilhas devem ser do mesmo material; as excepes a esta

    regra tm que ser devidamente fundamentadas.

    Os gatos so constitudos por placas ou perfis metlicos das mais diversas

    configuraes e dos seguintes materiais: ao inoxidvel, lato, bronze, bronze de alumnio,

    cobre e suas ligas. Os gatos podem comportar dispositivos de regulao para facilitar o

    posicionamento correcto das placas. Quase todos os modelos de gatos ficam invisveis, depois

    de colocadas as placas, mas h alguns modelos que atravessam as juntas entre as placas e

    surgem no paramento exterior.

    Habitualmente, tal como no caso da fixao por agrafos e pontos, so empregues

    quatro gatos por placa tendo dois deles funes de sustentao e os outros dois funes de

    posicionamento actuando nos topos verticais e horizontais das placas. Os gatos que actuem

    em topos horizontais superiores das placas podem ter funo de posicionamento. Em geral os

    gatos ficam colocados a uma distncia dos cantos das placas de 1/4 a 1/5 do comprimento dos

    lados.

    C) FIXAES ATRAVS DE UMA ESTRUTURA INTERMDIA

    A utilizao de uma estrutura intermdia permite a execuo do revestimento sem ter

    em conta a natureza e o estado da parede em zona corrente; a ancoragem da estrutura ao

    suporte tem, no entanto, que ser feita em zonas resistentes (ou tornadas resistentes) deste. Este

    processo de fixao por estruturas intermdias pode ser empregue como soluo nica em

    toda a parede, ou apenas para revestimento de pontos singulares de paredes onde em zona

    corrente tenha sido adoptado um dos outros processos de fixao.

    O espao entre as placas e a parede constituir uma caixa-de-ar com largura mnima

    de 20mm, necessariamente ventilada pelo exterior. Nessa caixa-de-ar poder ser,

    eventualmente, introduzido um isolante trmico, caso em que haver que deixar uma lmina

    de ar entre o revestimento e o isolante.

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    O material constituinte da estrutura , em geral, um metal ao inoxidvel, ligas de

    alumnio ou, se a estrutura ficar protegida da aco directa das intempries e do escorrimento

    de gua, doutros metais desde que protegidos contra a corroso por tratamento adequado -,

    mas podendo nalguns casos ser a madeira tratada contra fungos e insectos (revestimento de

    pequenas reas com intuitos predominantemente decorativos).

    A ligao da estrutura ao suporte pode ser efectuada com gatos chumbados com

    argamassa ou fixados mecanicamente.

    A fixao das placas estrutura intermdia , em geral, de ndole mecnica com

    agrafos de fios, gatos, ou peas mais elaboradas, aparafusados, soldados ou introduzidos em

    cavilhas. Pode, inclusivamente, ser utilizado o processo de fixao por agrafos e pontos para

    revestimento de pontos singulares, caso em que os agrafos podem contornar a estrutura e ser

    completamente envolvidos pelos pontos, cuja argamassa deve ser armada com linhada.

    Todas as peas intervenientes na fixao devem ser inoxidveis.

    1.4.6 Campo de aplicao

    Os revestimentos de pedra natural independentes do suporte so aplicveis em

    paramentos exteriores de paredes. As restries ao seu campo de aplicao dependem, em

    grande parte, do tipo de fixao utilizado.

    Assim, o processo de fixao por agrafos com pontos de argamassa s pode ser

    utilizado quando se verificarem simultaneamente as seguintes concluses:

    - edifcios de altura no superior a 28m;

    - placas de rea no superior a 1m2 e com a maior dimenso no superior a 1,40m;

    - distncia entre o suporte e o tardoz das placas entre 20mm e 50mm.

    Por outro lado, os processos de fixao por gatos chumbados ou fixados

    mecanicamente ao suporte no esto, em geral, sujeitos s duas primeiras condies atrs

    referidas porque possibilitam a absoro, em cada placa, das deformaes diferenciais

    revestimento-suporte, quer porque as placas contguas no so solidarizadas de modo rgido,

    quer porque so possveis movimentos relativos das placas e gatos, quer ainda porque os gatos

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    possuem alguma flexibilidade. Porm, se essa liberdade de deformao no se verificar

    porque as juntas entre placas ou os gatos so rgidos, ou porque existem pontos de argamassa

    a envolver os gatos o funcionamento daqueles mtodos de fixao ficar prximo do dos

    agrafos com pontos de argamassa, pelo que devero respeitar as mesmas limitaes de

    emprego.

    A natureza do suporte uma das condicionantes do processo de fixao. O quadro

    (quadro 1) estabelece as respectivas compatibilidades.

    Os revestimentos de parede natural, para alm de constiturem uma soluo sempre

    actual e com variadas possibilidades de aproveitamento esttico, tm um grande potencial de

    utilizao na reabilitao de edifcios antigos com paredes de pedra, permitindo reconstituir o

    aspecto original.

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    1.4.7 Colocao em obra

    REVESTIMENTOS FIXADOS COM AGRAFOS E PONTOS DE ARGAMASSA

    a) Sequncia de operaes

    A sequncia das operaes de fixao das placas a seguinte:

    - marcao, na parede, dos locais onde iro ser executados os chumbadores de

    argamassa;

    - abertura dos furos na parede;

    - limpeza e humedecimento dos furos;

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    - preenchimento dos furos com argamassa (chumbadouros) e execuo simultnea dos

    pontos de argamassa;

    - encosto das placas de modo a inserir os agrafos nos chumbadouros (os agrafos j

    vm, portanto, fixados s placas), estando ainda fresca a argamassa dos chumbadouros e dos

    pontos;

    - aprumo e alinhamento das placas, mediante, nomeadamente, a introduo de cunhas

    de madeira nas juntas entre placas;

    - extraco das cunhas de madeira depois do endurecimento da argamassa dos

    chumbadouros e dos pontos;

    - preenchimento, eventual, das juntas entre as placas.

    b) Fixao dos agrafos ao suporte

    Os agrafos de uma mesma placa devem ficar ligados a um mesmo tipo de suporte o

    plano detalhado de localizao das fixaes deve ser estabelecido de modo a evitar que uma

    placa possa fazer a ponte entre dois suportes de natureza diferente.

    Tambm, transio entre duas zonas diferentemente solicitadas dum mesmo suporte

    por exemplo, entre nembos e panos de peito deve corresponder uma junta entre placas.

    A fixao dos agrafos parede, como j atrs se disse, pode ser feita com

    chumbadouros de argamassa ou mecanicamente.

    O furo onde ser chumbado o agrafo deve ter, pelo menos, 60mm de profundidade

    para permitir a penetrao do agrafo de no menos de 50mm; o dimetro do furo ser de cerca

    de 40mm. Os agrafos devem, portanto, ser, claramente, chumbados no suporte e no nos

    pontos de argamassa.

    Os furos devero, preferencialmente, apresentar perfil em cauda de andorinha.

    Na vizinhana de ngulos, da parede, os furos devem desenvolver-se paralelamente ao

    plano bissector do diedro formado, ou mesmo segundo esse plano.

    Os chumbadouros so executados com argamassa de trao volumtrico 1:2 a 3

    (cimento Portland: areia) ou 0,5:0,5:2 a 3 (cimento Portland: cal apagada em p: areia).

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    A areia deve ser limpa e com granulometria entre 0,008mm e 2 ou 3mm.

    Antes da introduo da argamassa, os furos devem ser limpos e humedecidos.

    Nos suportes de beto pode ser utilizada a fixao mecnica com cavilhas de

    expanso, desde que a cavilha e o agrafo sejam metais da mesma natureza e no corrosveis.

    Uma cavilha de expanso pode ser ligada a dois agrafos de duas placas contguas.

    c) Execuo dos pontos de argamassa

    Os pontos de argamassa so necessrios ao correcto funcionamento dos agrafos e

    constituem zonas de encosto das placas.

    Os pontos devem envolver completamente os agrafos e preencher integralmente os

    furos dos chumbadouros. Transbordam largamente dos furos, ficando com dimetro da ordem

    dos 100mm; a sua igual da caixa-de-ar entre as placas e a parede.

    A argamassa dos pontos ter a mesma constituio da utilizada para os chumbadouros

    e ser aplicada com consistncia suficiente para se manter em posio durante a subsequente

    operao de montagem das placas. As placas devem ser previamente humedecidas.

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    d) Fixao dos agrafos s placas

    Os agrafos penetram, pelo menos, 25mm em furos efectuados nos topos das placas.

    Porm, a insero dos agrafos nos furos s ser feita depois destes terem sido preenchidos

    com a calda de cimento, cola ou mastique, para evitar o balanceamento das placas; quando

    esta colmatagem for feita com calda de cimento, os furos tero de ser previamente

    humedecidos.

    A furao das placas uma operao melindrosa, pelo que haver toda a vantagem em

    que decorra em fbrica. Os furos so cilndricos, de dimetro superior em cerca de 1mm ao do

    fio dos agrafos e profundidade superior em 5mm ao comprimento de penetrao dos agrafos,

    com um mnimo de 30mm.

    A furao deve ser feita a meia espessura da placa, no caso de placas de espessura

    inferior a 30mm, ou a 1/3 da espessura (contado a partir do paramento exterior), quando as

    placas tm espessura igual ou superior a 30mm.

    e) Juntas (juntas correntes entre placas, juntas elsticas dos painis de

    esquartelamento, juntas de dilatao do suporte, etc.)

    A largura das juntas entre placas depender da natureza da pedra e das dimenses e

    regularidade dimensional das placas. Estas juntas no podem, contudo, ter largura inferior a

    4mm nem exceder 1/3 da espessura das placas.

  • RE VE S TI MEN T OS

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    A utilizao de calibres (rguas) de madeira durante a execuo do revestimento

    permite a obteno de maior regularidade de largura das juntas.

    Estas juntas so, geralmente, preenchidas com argamassa. O ingls CP 298:1972

    recomenda argamassas de traos volumtricos entre 1:5:7 e 1:2:8 (cimento: cal apagada:

    areia), podendo a areia ser adicionada de (ou substituda por) p de pedra da mesma natureza

    da das placas. Neste caso, o p de pedra deve passar no peneiro de malha de 1,4mm.

    Para minimizar os efeitos das variaes dimensionais diferenciais revestimentos

    suporte, e porque os pontos de argamassa tornam muito rgida a ligao daqueles dois

    elementos, necessrio promover a formao de juntas elsticas horizontais e verticais

    delimitando painis de revestimento de rea reduzida. Tero que existir juntas deste tipo em

    torno de todas as salincias das paredes (lintis, varandas, peitoris, etc.) e, em zona corrente,

    todos os 3m e 6m, respectivamente, para juntas horizontais e verticais.

    Nas juntas elsticas horizontais os agrafos que se situariam ao longo dessas juntas

    sero substitudos por peas mais resistentes (patas), porque no haveria possibilidade de os

    envolver convenientemente pelos pontos. As juntas elsticas verticais devem atravessar toda a

    espessura dos pontos, pelo que nessas juntas os agrafos das duas placas vizinhas no devem

    ficar envolvidos pelo mesmo ponto.

    A largura destas juntas deve ser, pelo menos, de 10mm para as juntas horizontais e de

    8mm para as juntas verticais. Sero vedadas com mastique sobre empanque.

    Todas as juntas de dilatao existentes na parede devem ser respeitadas pelo

    revestimento, mantendo-se a localizao e a largura, que no deve, contudo, ser inferior a

    20mm.

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    REVESTIMENTOS FIXADOS COM GATOS

  • RE VE S TI MEN T OS

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    a) Sequncia de operao

    A sequncia das operaes de colocao em obra das placas, semelhante referida

    referida para os revestimentos fixados com agrafos. No caso dos gatos chumbados ao suporte,

    a seguinte:

    - marcao, na parede, dos locais onde iro ser executados os chumbadores de

    argamassa;

    - abertura dos furos na parede;

    - limpeza e humedecimento dos furos;

    - preenchimento dos furos com argamassa;

    - encosto das placas de modo a inserir nos chumbadouros, com a argamassa ainda

    fresca, os gatos j fixados s placas;

    - aprumo e alinhamento das placas, mediante, por exemplo, introduo de cunhas de

    madeira nas juntas entre placas ;

    - extraco das cunhas de madeira depois do endurecimento da argamassa dos

    chumbadouros;

    - preenchimento, eventual, das juntas entre placas.

    b) Fixao de gatos ao suporte

    Como j se disse, a fixao dos gatos ao suporte pode ser feita com chumbadouros de

    argamassa ou mecanicamente.

    Os furos a executar na parede para chumbagem dos gatos devem ter a profundidade

    necessria a uma correcta ancoragem; essa profundidade , geralmente, de 80mm. So, quase

    sempre, cilndricos, embora, preferencialmente, devessem apresentar perfil em cauda de

    andorinha, com dimetro que garanta o envolvimento completo dos gatos, da ordem dos

    40mm.

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    23

    Os chumbadouros so executados com argamassa de cimento e areia de trao

    volumtrico 1:2 a 3 ou com argamassa de cimento, cal apagada em p e areia de trao

    volumtrico 0,5:0,5:2 a 3. A areia deve ser limpa e com granulometria entre 0,08mm e 2 ou 3

    mm.

    Antes da introduo da argamassa, os furos devem ser limpos e humedecidos.

    Junto aos ngulos de confluncia de duas paredes, os furos devem desenvolverse

    paralelamente ao plano bissector desse diedro, ou mesmo segundo esse plano.

    Nos suportes de beto pode ser preferida a fixao mecnica dos gatos ao suporte com

    cavilhas de expanso.

    O dispositivo completo de fixao mecnica com cavilhas deve ser objecto de ensaio

    prvio, para verificao da resistncia ao arrancamento da cavilha e da ligao gato-cavilha.

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    c) Fixao dos gatos s placas

    Os dispositivos dos gatos destinados a estabelecerem a ligao com as placas (que

    podem ser, por exemplo, estiletes) devem penetrar nestas, pelo menos, 25mm, em furos

  • RE VE S TI MEN T OS

    25

    (quase sempre cilndricos, embora alguns modelos de gatos exijam ranhuras) existentes para o

    efeito.

    No caso, dos gatos com estilete, a insero desde elementos nos furos deve ser

    colmatada com calda de cimento numa das placas e com uma bucha de plstico na placa

    contgua; esta bucha de plstico tornar possveis pequenos movimentos da placa.

    Tal como no caso dos agrafos, os furos para alojamento dos estiletes dos gatos so

    cilndricos, de dimetro superior em 1mm ao dimetro do estilete e com profundidade

    superior em 5mm ao comprimento de penetrao do estilete, com um mnimo de 30mm.

    A furao das placas deve preferencialmente ser feita em fbrica e os furos localizar-

    se-o a meia espessura da placa, se a espessura das placas for inferior a 30mm, ou a 1/3 da

    espessura (contado a partir do paramento exterior), quando as placas tm espessura igual ou

    superior quele valor.

    d) Juntas

  • RE VE S TI MEN T OS

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    Quando os gatos ou as ligaes gatos-placas foram concebidas de modo a

    possibilitarem a absoro ao nvel de cada placa das deformaes diferenciais do revestimento

    e do suporte, as juntas entre as placas podem ser consideradas como juntas elsticas, de

    fraccionamento do revestimento. Estas juntas devem, ento, ser deixadas abertas ou

    preenchidas com mastique, no devendo nunca ser colmatadas com argamassa.

    A espessura destas juntas depender da deformao previsvel das placas funo das

    dimenses das placas, do coeficiente de dilatao trmica linear do material das placas e da

    amplitude trmica a considerar , do material a utilizar em eventual preenchimento e, se for o

    caso, da espessura do prato dos gatos. A espessura das juntas no deve, contudo, ser inferior a

    4mm ou 5mm conforme, respectivamente, se trate de junta aberta ou preenchida com

    mastique.

    As juntas de dilatao do suporte devem ser prolongadas atravs do revestimento,

    mantendo a respectiva largura.

    Se o processo de fixao dos gatos no garantir a elasticidade das juntas correntes

    entre placas, haver ento que proceder ao esquartelamento do revestimento com juntas

    flexveis, nos moldes j explicados para o caso dos agrafos com pontos de argamassa.

    REVESTIMENTOS FIXADOS COM INTERPOSIO DE ESTRUTURA INTERMDIA

    A colocao em obra dos revestimentos de pedra fixados atravs de uma estrutura

    intermdia foi j sinteticamente descrita.

    Para fixao s placas de pedra dos agrafos ou gatos que ligam aos elementos

    metlicos ou de madeira da estrutura intermdia e para a concepo e execuo das juntas, so

    aplicveis as recomendaes feitas quando se falou de Revestimentos fixados com agrafos e

    pontos de argamassa e de Revestimentos fixados com gatos.

    Quadro 1 - Compatibilidades entre suportes e processos de fixao de

    revestimentos de pedra

  • RE VE S TI MEN T OS

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    1

    1

    - A estabilidade da ligao da estrutura intermdia ao suporte deve ser,

    inequivocamente, assegurada.

    2 - Processo de fixao admissvel se a resistncia caracterstica do beto aos 28 dias

    de idade for >= 15MPa.

    3 - processo de fixao admissvel apenas em paredes no resistentes, at um mximo

    de 6m de altura do paramento e desde os agrafos ou gatos sejam chumbados com argamassa

    de cimento e linhada numa profundidade mnima de duas fiadas de furos.

    4 - Processo de fixao admissvel em paredes resistentes ou no resistentes, desde

    que os gatos de posicionamento se insiram em juntas horizontais da alvenaria.

    5 - Processo de fixao admissvel apenas no caso das juntas entre placas de

    revestimento serem deixadas abertas ou, ento, preenchidas com material resiliente.

    1.4.8 Qualidade das peas e dos trabalhos

    As peas que se destinem ao mesmo local devem ser obtidas de blocos que

    permitam manter uniformidade de aspecto e cor.

    No sero aceites peas com riscados de serra ou de discos no acabamento

    amaciado ou brunido de cantarias.

  • RE VE S TI MEN T OS

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    Quando especificado um determinado acabamento para uma pea tal significa

    que, salvo expressa indicao em contrrio, esse acabamento se aplica a todas as faces

    visveis da pea.

    Quando forem definidos remates, juntas, bordaduras, solues de canto, etc., tais

    solues devero, salvo expressa indicao em contrrio, ser generalizadas para o

    revestimento em questo, com o mesmo aspecto, e dimenses rigorosamente repetidas.

    O Adjudicatrio deve respeitar a estereotomia definida no Projecto, sendo

    responsvel pelas correces a efectuar e todas as consequncias por erros de cotas e

    deficiente implantao.

    O Adjudicatrio deve apresentar Fiscalizao antes do trabalho de preparao das

    peas pelo canteiro, um desenho das unidades a executar com as cotas definidas j em relao

    ao levantamento da obra. Esses desenhos daro s peas as dimenses necessrias para que as

    estereotomias sejam as indicadas no Projecto, tendo em conta as espessuras exigidas para as

    juntas, e mantendo sempre as espessuras definidas no Projecto.

    Sempre que no haja indicao em contrrio as peas apresentaro 0.03m e 0.04m

    de espessura conforme as dimenses das peas:

    1.4.9 Tolerncias dimensionais

    A qualidade geomtrica obedecer s seguintes exigncias:

    Dimenso e fuga da esquadria: 2%.

    As tolerncias de espessura no devem ceder: 2mm.

    Disposio da fixao diferente da aprovada: mx. 1 por 10m2.

    Desaprumo das placas: mximo 1/1000 no interior e nulo no exterior.

    Nivelamento: 2mm de afastamento mximo da superfcie a uma rgua de 2.00m, em

    qualquer direco.

    As tolerncias no se devem somar no mesmo sentido mais do que duas vezes

    seguidas.

  • RE VE S TI MEN T OS

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    Espessura das juntas: 2.5mm a 0.5mm.

    1.4.10 Assentamento

    Quando o assentamento for hmido a base de assentamento ser rugosa e dever, no

    momento de assentamento da cantaria ter pelo menos 30 dias de feita e estar limpa de poeiras,

    ou outras impurezas. As peas devem ficar assentes sem chochos. O Adjudicatrio substituir

    todas as peas em que se verifique, por simples toque, a existncias de chochos, e as que se

    partirem no perodo de garantia da obra.

    O assentamento de cantarias em pavimentos ser realizado com argamassa ao trao

    1:4.O acabamento de pavimentos e degraus poder ser realizado em obra.

    Nos revestimentos de fachadas as peas sero fixas com suportes metlicos, ocultos,

    em ao inox 4 mm, cujo modelo ter de ser aprovado pela Fiscalizao. As cavidades onde se aplicam os suportes, bem como o espao entre as placas e o tosco do paramento, sero

    preenchidos com argamassa ao trao 1:3 com aditivo do tipo, "Lacticrete 3701-S0LVEY".

    Os furos a efectuar nas peas sero 5 mm, tero uma profundidade mnima de 40mm, e sero efectuados na metade exterior da espessura das peas.

    1.4.11 Juntas

    As juntas tero 2mm, em geral, nunca podendo exceder 3mm. Sero preenchidas

    com leitada de cimento branco e p de pedra, colorida tonalidade da pedra, e levaro aditivo

    do tipo "Laticrete 3701-S0LVEY" quando em revestimentos exteriores.

    O Adjudicatrio poder utilizar argamassas pr-doseadas especiais para fechamento

    de juntas, do tipo "Keracolor".

    As peas devero ser colocadas com afastamentos definidos por separadores em

    PVC de 2.0mm que sero retirados antes do fechamento das juntas.

  • RE VE S TI MEN T OS

    30

    1.5 Pinturas (PAREDES E TECTOS)

    1.5.1 Generalidades

    As cores sero definidas sobre amostragens feitas em obra.

    As sujidades (poeiras, produtos de oxidao, calamina, eflorescncias e exsudaes,

    gases absorvidos, etc.), devero ser removidas dos substratos e bem assim as humidades,

    gorduras, resinas, etc.

    O empreiteiro tomar as precaues necessrias respeitantes proteco das

    superfcies que possam ser manchadas ou danificadas durante os trabalhos de pinturas, tais

    como soalhos, guarnecimentos de vos, pavimentos, mobilirio, coberturas, etc.

    Se utilizadas tintas de silicato, os vidros e as superfcies de zinco ou pintadas a leo

    devem ser protegidas para se evitar o ataque qumico da referida tinta a esses materiais.

    Deve ser mantido absoluto asseio no local de execuo dos trabalhos pois ser

    indispensvel evitar poeiras e sujidades que possam arruinar pinturas e equipamentos,

    provocar incndios ou constituir perigo para a sade dos operadores e utentes dos edifcios.

    Na fase de emprego das tintas e produtos similares devero verificar-se as seguintes

    condies:

    a temperatura ambiente deve ser superior a + 5c;

    o ar deve encontrar-se suficiente seco para evitar condensaes (a humidade relativa deve ser inferior a 85%);

    os substratos no podem estar gelados nem excessivamente quentes (por exemplo: as superfcies expostas ao sol podero ser pintadas depois de

    suficiente arrefecimento);

    As tintas de silicato para serem aplicadas necessitam de tempo seco e sem vento.

    Como as tintas so sistemas instveis devem ser executadas cuidadosamente as

    operaes necessrias para assegurar a uniformidade da composio a aplicar (agitao e

    passagem por peneiro); se a tinta apresentar depsito mole a parte mais fluida dever passar

  • RE VE S TI MEN T OS

    31

    para um recipiente limpo e iniciar-se a homogeneizao mexendo muito bem a parte

    sedimentada que ficou na embalagem inicial, adicionando-se posteriormente a parte fluida, a

    pouco e pouco; se ao abrir a embalagem existir uma pele sobrenadante, esta deve ser

    cuidadosamente removida; se a consistncia do material for demasiado alta, dever ser

    cautelosamente ajustada com diluente apropriado.

    A temperatura e humidade ideais para a aplicao so as referidas na caracterizao,

    mas no devem ser inferiores a 10 C nem superiores a 40 C, com humidade relativa sempre

    abaixo de 80%.

    O rendimento em m/litro varia de acordo com a diluio, rugosidade e absoro do

    substrato, preparao da superfcie, mtodo e tcnicas de aplicao (pincel, rolo ou pistola).

    A secagem compreende vrias fases, sendo possvel dividi-la em quatro fases:

    Ao toque: 1 hora

    Manuseio: 2 horas

    Completa: 4 - 6 horas

    Demo seguinte: 6 horas

    A superfcie a ser pintada dever estar limpa e seca, isenta de partculas soltas,

    leos, graxas, mofo, sais solveis ou qualquer outra sujidade, com textura e grau de absoro

    uniformes.

    1.5.2 Teor de Humidade das Superfcies

    A pintura de qualquer substrato exige, pelo menos, que se tenha atingido .grande

    secagem correspondente ao estado de equilbrio com a atmosfera circundante, ponto que varia

    em funo da natureza do material, das condies exteriores, etc.

    Para avaliao do teor de humidade das superfcies poder recorrer-se a mtodos

    laboratoriais ou aparelhos de tipo elctrico (revestimentos), no caso de paredes e tectos poder-

    se-o usar os seguintes processos expeditos: aplicar contra a superfcie a pintar um vidro de

  • RE VE S TI MEN T OS

    32

    relgio contendo alguns gramas de sulfato de cobre anidro, vedar e manter durante um

    perodo de 24 horas; a humidade excessiva no substrato provoca a mudana de cor do sulfato

    para azul; utilizao de painis "Iitmus", que permitem tambm apreciar a alcalinidade do

    substrato.

    A presena de humidade em paredes e tectos favorece a agressividade qumica dos

    rebocos e estuques e pode conduzir formao de manchas e de eflorescncias, diminuio

    da adeso, ao retardamento no endurecimento da pelcula de tinta e at mesmo ao seu ataque,

    se for hidrolisvel; assim, apenas se permitir a pintura de paredes e tectos que apresentem

    um teor de humidade inferior a 5%.

    Quando se trate de estruturas metlicas ser obrigatrio que, na ocasio da pintura, as

    superfcies se apresentem perfeitamente secas, pois a humidade impede a adeso do primrio

    ao metal e facilita o estabelecimento e progresso da corroso.

    A pintura de madeira apenas se poder iniciar quando o material apresente um teor de

    humidade que no exceda 16 a 20% para as peas expostas ao tempo e 10 a 12% para as peas

    mantidas ao abrigo de intempries.

    Para a programao da obra, devero estimar-se convenientemente os tempos

    necessrios para a obteno dos graus de secagem acima referidas, pois as demoras que

    resultem do cumprimento desta exigncia nunca podero ser invocados para justificar pedidos

    de prorrogao do prazo para a execuo da empreitada.

    1.5.3 Processos de aplicao das Tintas

    Aplicao trincha - um processo muito usado na pintura de tintas e vernizes

    embora seja o que consome mais tempo. a trincha pode ser de dimenso varivel de acordo

    com o tipo de aplicao a efectuar.

    Aplicao ao rolo - Muito mais rpida que a aplicao trincha embora com

    algumas limitaes. No permite por exemplo, chegar aos cantos. usado nas grandes reas a

    pintar permitindo poupar tempo relativamente aplicao trincha.

  • RE VE S TI MEN T OS

    33

    Aplicao pistola - o processo mais rpido de aplicao e o que permite obter

    maiores uniformidades nas espessuras aplicadas. Tem o inconveniente de produzir

    pulverizaes, com perdas significativas de tinta.

    1.5.4 Preparao de Superfcies

    A preparao de uma superfcie compreende um conjunto de operaes que tm por

    fim obter uma superfcie homognea de porosidade conhecida e apta a receber a pintura.

    Os trabalhos preparatrios so bastantes controversos, pois existem diversos

    mtodos de execuo e os produtos utilizados tm por vezes composies diferentes, e

    dependem fundamentalmente do tipo e condies da superfcie a ser pintada, do tipo de tinta

    seleccionado sem esquecer os mtodos e condies de aplicao.

    O mtodo de preparao a seguir mencionado deve servir como guia, pois a

    experincia e os conhecimentos adquiridos determinaro a escolha do mtodo a ser usado em

    cada caso individual.

    REMOO DE PARTCULAS POUCO ADERENTES

    A fim de assegurar a indispensvel aderncia das tintas, vernizes, betumes, massas de

    barramento e preparaes similares ao respectivo material de base ou aos produtos j

    aplicados, o empreiteiro fica obrigado a libertar as superfcies de todas as partculas pouco

    aderentes, nomeadamente poeiras, gros de areia e restos de tinta esfoliada ou esfarelada.

    Para retirar o p das superfcies referidas na clusula anterior utilizar-se-o em regra,

    vassouras, espanadores, panos limpos, jactos de ar limpo, etc.; para remoo das restantes

    partculas proceder-se-, conforme os casos, a uma passagem prvia com abrasivos, escovas

    rijas ou tacos de madeira.

    A limpeza do p de rebocos e estuques pode ainda fazer-se por lavagem de toda a

    superfcie com gua limpa, mas, tal operao, obriga a adiar a execuo do trabalho seguinte

    durante um perodo de secagem que nunca ser inferior a 2 a 3 dias, salvo no caso de se

    usarem apenas panos hmidos em que tal prazo poder ser reduzido para 1 a 2 dias.

  • RE VE S TI MEN T OS

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    REMOO DE GORDURAS E SUJIDADES

    A necessidade de garantir a aderncia das pelculas que constituem o sistema de

    pintura ou envernizamento ao respectivo material de base, obriga a remover as gorduras e

    sujidades que existam nas superfcies a pintar, o que correntemente poder ser efectuado por

    lavagem com gua limpa depois da aplicao de solvente ou detergente apropriados.

    No caso de substratos metlicos a remoo destas gorduras e sujidades dever ser

    particularmente eficiente pois a adeso depende no s a durabilidade de todo o sistema da

    proteco mas tambm a maneira mais ou menos eficaz como os elementos anticorrosivos do

    primrio exercem a aco inibidora que deles se espera.

    REMOO DO CASCO DE LAVAGEM E DA FERRUGEM

    Antes da execuo de qualquer pintura sobre ferro, h que assegurar a completa

    remoo do casco de laminagem (ou carepa) e da ferrugem.

    NIVELAMENTO DE IRREGULARIDADES

    Consiste em efectuar o disfarce de todas as pequenas cavidades, fendas, fissuras, ns

    de madeira e outros defeitos isolados dos substratos; depois da reparao dos defeitos

    anteriores as superfcies devem ficar contnuas e constituir boa base para os trabalhos

    seguintes:

    Irregularidades em rebocos e estuques

    A reparao de irregularidades notrias em rebocos e estuques, nomeadamente o

    disfarce de rachas, zonas destrudas, etc., deve ser executada com materiais de caractersticas

    precisamente iguais s usadas no revestimento inicial e obriga a alegrar as fendas, mossas ou

    fracturas at se encontrar uma base s; a argamassa a empregar em rebocos areados dever

    conter areia da mesma granulometria e na mesma dosagem que a inicial, para que a rea do

    remendo no fique nem mais spera nem mais lisa que o conjunto.

    No caso dos estuques se os defeitos a reparar apresentarem pequena gravidade e

    limitam profundidade, admite-se o emprego de massa de gesso sem qualquer mistura, que,

    embora tenha pouca plasticidade, seja difcil de trabalhar e conduza a superfcies de elevada

  • RE VE S TI MEN T OS

    35

    porosidade, tem a vantagem de secar a gua indispensvel ao endurecimento da massa.

    Nos casos previstos nos dois casos anteriores s se podero iniciar as reparaes se a

    base e vizinhana imediata da rea do remendo tiverem sido bem saturadas com gua, pois

    necessrio assegurar que a superfcie onde o remendo assenta no ir absorver a gua

    indispensvel ao endurecimento da massa.

    Dever providenciar-se para que a rea exterior do remendo fique bem desempenada e

    ao nvel geral da parede, pois no se admitiro ulteriores operaes de planificao, salvo no

    caso previsto na clusula seguinte.

    No caso de pinturas a leo, se aps o isolamento se verificar que a parede, est mal

    planificada, admite-se a correco de tal anomalia com um barramento geral de betume, a

    aplicar segundo as tcnicas j descritas neste Caderno de Encargos.

    No caso de rebocos areados antes de se iniciar a pintura necessrio, constatar que a

    superfcie apresenta aspecto uniforme, do ponto de vista de regularidade da aspereza de

    areado e esta perfeitamente nivelada; como j se referiu no ser permitida nenhuma

    reparao e a existncia de anomalias obriga o empreiteiro a demolir e refazer inteiramente

    todas as superfcies defeituosas.

    Irregularidades em peas metlicas

    Em princpio as irregularidades das peas metlicas devero ser disfaradas com

    ferramentas apropriadas de modo a evitar-se, tanto quanto possvel, seria como em peas de

    madeira, sempre prejudicial para a conservao dos sistemas de pintura.

    Para cumprir o efeito a aplicao de betumes no disfarce de irregularidades de peas

    para as quais as pinturas tenham predominantemente uma funo de proteco; como em

    interiores os prejuzos resultantes da aplicao de betume so muito reduzidos, eles apenas

    sero dispensados quando as superfcies se apresentem lisas e uniformes e o aspecto

    decorativo da pintura no seja fundamental.

    Embora na lixagem das superfcies metlicas esboadas ou barradas se possa usar lixa

    a seco ou gua dever sempre que possvel dar-se preferncia, ao ltimo dos processos

    indicados.

  • RE VE S TI MEN T OS

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    Irregulariedades em peas de madeira

    A primeira operao a realizar para disfarar as irregularidades das peas de madeira

    consiste em bater os pregos at ficarem abaixo da superfcie geral.

    SUPERFCIES DE ESTUQUE, REBOCO OU BETO

    O sucesso de uma pintura sobre uma superfcie nova de estuque, reboco ou beto

    depende da cura e secagem de cada um destes materiais.

    Sob condies favorveis, 30 dias de secagem o tempo considerado mnimo para

    uma superfcie estucada. Se nesta superfcie forem visveis depsitos salinos (eflorescncias)

    estes devem ser removidos por escovagem com uma escova macia ou com um pano seco.

    Contudo, se as eflorescncias voltarem a aparecer com o tempo, uma indicao

    que existe penetrao de gua em direco superfcie. Esta penetrao dever ser

    convenientemente evitada antes de nova repintura.

    Uma superfcie de beto ou alvenaria rebocada deve curar e secar durante vrios

    meses antes de aplicao de uma tinta, com excepo para algumas tintas de cimento. O teor

    de humidade da superfcie no deve ser superior a 5%. Como se sabe a alcalinidade e o

    movimento da humidade atravs da superfcie ataca determinadas tintas (oleosas,

    oleosintticas). Com efeito, o contacto da pelcula tinta oleosa com os lcalis tem tendncia a

    produzir glicerol e sais de sdio (sabes alcalinos) que se depositam e obrigam a pelcula seca

    a fissurar. A reaco hidroltica que se d, pode-se exemplificar como se segue.

    Pode-se utilizar um primrio antialcalino quando a superfcie est seca, embora o

    interior possa ainda conter alguma humidade e se pretende um acabamento com tintas

    oleosintticas. Neste caso contudo prefervel usar uma tinta plstica, tinta de gua)

    bastante diluda com primrio, em virtude da sua porosidade deixar a humidade sair, e fazer o

    acabamento com a mesma tinta sem diluio ou ento usar-se uma tinta no-aquosa, no

    oleosinttica e resistente aos lcalis.

    Consoante o estado e o tipo da superfcie de beto (descofrado), de reboco ou at de

    fibrocimento e o estado final pretendido, a preparao da superfcie para remoo dos

    contaminantes (leos de cofragem), defeitos e asperezas poder consistir numa decapagem

    por escovagem por projeces de abrasivos ou lixagem mecnica seguida de aspiragem, por

  • RE VE S TI MEN T OS

    37

    projeco de gua sob presso ou por processos qumicos. O nivelamento final da superfcie

    dever ser executado com um betume quando se pretende um efeito esttico.

    As velhas superfcies de beto ou de reboco devem tambm ser escovadas ou

    decapadas por projeco de areia e aspiradas as poeiras at obter-se uma superfcie adequada

    pintura.

    Preparao de Rebocos e Estuques para Pinturas

    Sempre que a repintura de paredes e tectos tenha apenas por objectivo modificar a cor

    ou tipo de decorao, encobrir pinturas demasiadamente sujas, riscadas ou danificadas por

    aces exteriores, ou ainda disfarar as reparaes realizadas nas prprias paredes, o

    empreiteiro fica dispensado de remover as tintas aplicadas, mas dever preparar as

    superfcies.

    Nos casos previstos na clusula anterior, sero lavadas com detergente e gua todas as

    reas a pintarem, aps o que executaro as reparaes necessrias.

    Se a pintura existente est em bom estado e foi executada com tinta de gua, admite-se

    a aplicao directa de material de acabamento; se tiver sido realizada com tinta de leo,

    devera ser completamente lixada antes de proceder repintura, a no ser que o acabamento

    existente seja inteiramente mate.

    Quando a pintura existente exigir reparaes, depois de realizada a lavagem e de

    executados os necessrios consertos, e salvo indicao em contrrio da Fiscalizao ou das

    Clusulas Tcnicas Especiais ser obrigatria a aplicao de isolante anti-alcalino.

    Tratando-se de pintura a leo no fosco, aps a lixagem da superfcie, planificam-se os

    remendos com betume apropriado, depois de reforado o isolamento da rea em causa;

    planificao segue-se um isolamento geral, isto , uma aplicao de primrio.

    Se o estado original da parede, sob o ponto de vista da planificao for muito

    deficiente, h que efectuar um barramento geral, aplicado betumadeira, de baixo para cima

    para reduzir o desnvel das emendas e portanto o trabalho de lixagem; ao betume seco e

    lixado ser aplicada nova demo de isolante para que ele fique compreendido entre duas

    demos de primrio anti-alcalino.

  • RE VE S TI MEN T OS

    38

    Se na pintura existente se manifestarem os defeitos de perda de adeso, aparecimento

    de eflorescncias ou de manchas derivados de fungos e bolores, provavelmente estaro

    relacionados com o excesso de humidade do substrato e portanto a primeira precauo a

    tomar consiste em efectuar a respectiva secagem.

    Verificando-se perda de adeso ser obrigatrio remover toda a tinta existente.

    Existindo formaes de eflorescncias, dois casos se podem dar ou estas se

    desenvolvem entre a parede e o filme primrio anti-alcalino e ento h que remover toda a

    pintura, ou se formam sobre a pelcula; no ltimo caso, se no houver perda de adeso admite-

    se que a reparao se limitar ao isolamento adicional com primrio anti-alcalino, seguido de

    nova pintura.

    O aparecimento de manchas causadas por fungos, obriga o empreiteiro a aplicar

    sucessivamente o tratamento j referido por produtos fungicidas, novo isolamento com

    primrio anti-alcalino e nova pintura.

    Em regra geral as manchas esbranquiadas resultam de eflorescncias calcrias ou de

    diferena de brilho angular devidas deficiente execuo do isolamento inicia; se for este o

    caso, sobre a pintura existente ter de se aplicar, segundo as instrues do fabricante, uma

    demo de primrio anti-alcalino, e s depois se pode proceder ao acabamento.

    A deteriorao de pinturas antigas a tinta de gua que apresentam esfarelamento

    acentuado e manchas, sem mostrarem sinais de rachamento ou esfoliao, resultam muitas

    vezes da falta de isolamento ou de ele se ter realizado em ms condies; em tal caso a

    reparao consiste na remoo da tinta, operao que seguida de aplicao de duas demos

    de primrio anti-alcalino, diludo segundo instrues do fabricante, e da execuo do

    acabamento.

    No caso da pintura ter sido realizada sobre reboco duro e liso, para a remoo da tinta

    velha, recorrer-se- sempre que possvel, ao emprego do jacto de areia, que realiza um

    trabalho eficiente e d origem a uma superfcie spera que constitui uma boa base para a nova

    pintura.

    No caso de decoraes originalmente feitas com cal, com tintas de cimento ou com

    produtos baseados em silicatos solveis atende-se a que estes filmes contm produtos

    qumicos altamente alcalinos e capazes portanto de afectarem as pinturas, quer por

  • RE VE S TI MEN T OS

    39

    saponificao, quer por fornecerem os elementos indispensveis ao estabelecimento de

    eflorescncias; a pintura de gua de tais superfcies obriga portanto remoo dos filmes

    deteriorados por meios mecnicos e por lavagem, e seguidamente ao respectivo isolamento

    com duas demos de primrio anti-alcalino, diludo segundo as instrues do fabricante.

    Na proteco de metais leves como o alumnio e suas ligas ficam interditos os

    primrios que contenham zarco porque este pigmento promove a corroso daqueles metais.

    No caso de pinturas de metais ferrosos se o enferrujamento se desenvolver em mais de

    1 % da rea total e a tinta antiga mostrar tendncia a esfoliar com sinais de haver corroso

    subjacente, estabelece-se como obrigatria a remoo de toda a pintura.

    LAVAGEM, QUEIMA OU RASPAGEM DE PINTURAS VELHAS

    Quando as pinturas a executar forem feitas sobre superfcies j pintadas, devero as

    pinturas existentes serem previamente raspadas, lavadas e raspadas, ou queimadas e raspadas,

    conforme o fixado pela Fiscalizao.

    Sendo unicamente raspadas, executar-se- esta operao de forma a tirar toda a tinta

    que estiver estalada e separada dos parmetros, mas sem se esfolarem as arestas ou perfis das

    molduras.

    A lavagem das pinturas velhas, quando no for definido outro produto nas Clusulas

    Especiais, ser feita com o emprego de lixvia de potassa muito fraca, com um grau de

    concentrao adequada ao trabalho a realizar, acabando-se de tirar a tinta velha, pela sua

    raspagem com a faca de betumar.

    Arrancada a tinta, e depois das madeiras bem secas, sero estas passadas lixa no

    sentido do correr das fibras de madeira.

    Nas lavagens que tiverem apenas por fim limpar as pinturas e reanimar as cores das

    tintas, devero ento empregar-se lixvia de potassa muito fraca ou melhor, gua de sabo que

    dever ser sempre preferida na lavagem dos vernizes e pinturas finas.

    Quando as pinturas primitivas tiverem que ser completamente tiradas, sero ento

    queimadas com o emprego de um maarico e raspadas com a faca de betumar, e depois

    passadas lixa.

  • RE VE S TI MEN T OS

    40

    O que acima foi prescrito, tem inteira aplicao s pinturas existentes em superfcies

    estucadas e guarnecidas.

    Tratando-se de peas de ferro, sero estas previamente picadas e raspadas para se tirar

    toda a ferrugem.

    1.5.5 Sistemas de Pintura

    Os sistemas de pintura devero constar no mapa de acabamentos e nas Clusulas

    Tcnicas Especiais.

    Quando nada conste na escolha dos sistemas de pintura a realizar, dever atender-se s

    incompatibilidades, quer em pinturas de raiz quer em repinturas.

    A espessura final dos filmes nunca poder ser inferior a 125 microns, portanto,

    resultante de 3 demos.

    1.5.6 Primrios para Paredes e Tectos

    Na pintura de paredes e tectos com tinta do tipo saponificvel devem usar-se primrios

    anti-alcalinos, tambm chamados isolantes porque estabelecem uma barreira entre os

    materiais alcalinos existentes nos rebocos e nos estuques e as restantes pelculas de pintura.

    Se as superfcies so inofensivas, sob o ponto de vista de agressividade qumica, por

    serem velhas e estarem bem secas, ou, se os materiais de acabamento so resistentes aos

    lcalis, dispensa-se o recurso aos isolantes, mas pode ser aconselhvel regularizar a absoro

    da base, antes de se proceder pintura; adoptar-se-o ento selantes, isto , primrios sem

    funo de proteco qumica, com as quais apenas se pretende tapar ou selar os poros da

    superfcie, satisfazendo a sua absoro.

    Terminada a aplicao do primrio anti-alcalino, h que verificar se foi atingido o

    resultado pretendido, isto , se foram isolados adequadamente os fundos e se foi eliminada a

    porosidade, para isso, dever observar-se a superfcie tratada segundo um ngulo razante e

    tanto quanto possvel em contra-luz; um brilho angular uniforme indica que o isolamento foi

  • RE VE S TI MEN T OS

    41

    eficaz e se pode, sem receio, iniciar a pintura, se esta situao no se atingiu, dever proceder-

    se aplicao de demos adicionais de primrio.

    A aplicao de primrios anti-alcalinos fica interdita nos seguintes casos:

    i. Em superfcies que mostrem ntida tendncia para desenvolverem

    eflorescncias;

    ii. Em superfcies exageradamente hmidas, isto , com teor de humidade

    superior a 5%.

    De facto no primeiro caso, devido alta impermeabilidade do primrio, seria bastante

    provvel que a eflorescncia se formasse entre a parede e a tinta e no sobre esta, podendo

    resultar deste facto levantamento forado de pelcula, desagregao e descascamento em

    paredes contendo um teor de humidade superior ao admitido anteriormente, pode verificar-se

    efeito idntico, no s por perda de adeso especfica em estuques pouco porosos, mas ainda,

    e sobretudo, pela presso exercida pelo vapor de gua retido na parede sob o filme primrio,

    presso esta que pode atingir valores extremamente altos e forar a pelcula quando a

    temperatura exterior aumenta.

    Os remendos efectuados em paredes e tectos devero ser sempre isolados antes de se

    proceder ao isolamento geral.

    A diluio e formas de aplicao dos isolantes anti-alcalinos fica sempre condicionada

    s recomendaes do fabricante.

    1.5.7 Tintas de Pelcula Seca

    APLICAO

    A boa aplicao de uma tinta depende de vrios factores relacionados com:

    base de aplicao que deve ser seca, limpa, e convenientemente preparada;

    condies atmosfricas (tempo seco, evitar a humidade, sol forte e o frio);

    tinta utilizada (perfeitamente homognea, convenientemente formulada e adequada ao fim pretendido);

  • RE VE S TI MEN T OS

    42

    aplicao (o tempo entre camadas deve ser o especificado e a tcnica de aplicao a

    conveniente).

    1.5.8 Pintura a Tintas Diluveis em gua

    As tintas diluveis com gua usadas na Construo Civil pertencem todas ao grupo

    das tintas ditas Plsticas ou de emulso, sendo a resina que entra na sua composio um

    polmero ou copolmero disperso em gua. Os tipos de resina mais usados so: Acetatos

    depolivinilo (PVA), copolmeros estireno-acrlicos ou copolmeros acrlicos.

    As tintas a aplicarem no exterior dever ser resistentes s intempries e

    impermeabilizantes e no interior resistente lavagem.

    As tintas de gua sero aplicadas seguindo-se rigorosamente as instrues fornecidas

    pelo seu fabricante.

    As cores das tintas a aplicar, devero ser sempre submetidas em amostras, aprovao

    da Fiscalizao.

    Todas as superfcies a pintar com tinta de gua e antes da sua aplicao, sero devida e

    convenientemente limpas, e todas as fendas existentes alegradas, e tomadas com massa de

    gesso e areia, com trao adequado natureza dos seus revestimentos.

    Uma vez preparada a superfcie segue-se o seu isolamento com a aplicao de um

    primrio anti-alcalino, de preferncia tipo Plastron; a funo desse primrio de estabelecer

    uma barreira entre os sais alcalinos contidos na parede e a tinta de acabamentos.

    Se a aplicao do isolamento se fizer sobre estuques brunidos deve aplicar-se, uma

    demo de primrio diluda com cerca de 20% de diluente; se for um estuque poroso recorre-se

    a duas demos, sendo a 18 e diluda com cerca de 50% e a 28 demo, aplicada depois de seca

    a 18, diluda com 20 a 30%. A aplicao faz-se, no geral, trincha.

    Numa verificao em ngulo razante e em contra-luz, se a superfcie apresentar um

    brilho uniforme, o isolamento ficou capaz, caso contrrio ter de ser corrigida com demos

    adicionais de primrios.

  • RE VE S TI MEN T OS

    43

    Se aps o isolamento se verifica que a parede no est bem planificada ou apresenta

    alguma fenda, betuma-se e d-se, sobre esses remendos, nova demo de primrio diluda com

    20%; o betume fica entre as duas demos de primrio.

    PROCESSOS DE SECAGEM

    Por evaporao da gua e coalescncia dos polmeros dispersos. Nas tintas de

    emulso, a secagem processa-se medida que a gua se vai evaporando. Naturalmente que a

    velocidade de evaporao da gua depende quer da temperatura, quer da humidade do

    ambiente. Quanto mais baixa for a temperatura e mais alto o teor de humidade no ar, mais

    demorada ser a libertao da gua do filme de tinta aplicado e portanto mais lenta a secagem.

    Numa resina de PVA (acetato de polivinilo) dispersa em gua e normalmente usada

    nas tintas plsticas, as partculas de resina so da ordem dos 0.5-1 microns, isto ,

    normalmente inferiores a 0.001 milmetros. Ao evaporar-se a gua, estas gotculas de resina

    vo-se encostando umas s outras at se fundirem umas nas outras num filme contnuo e

    homogneo. o que se chama a coalescncia que um fenmeno que no existe quando

    aresina est em soluo.

    Devido natureza do polmero, o filme fica depois de seco insolvel na gua.

    1.5.9 Acabamentos com Tintas Plsticas

    Na pintura de estuques, rebocos interiores e exteriores a funo das tintas plsticas

    equivalente dos esmaltes, isto conferir a cor e o brilho desejados e contribuir para a

    durabilidade de todo o sistema de pintura. Devido s caractersticas prprias, as tintas de

    emulso permitem que a parede respire, isto , a sua permeabilidade em relao ao vapor

    de gua tal que torna possvel o estabelecimento de um equilbrio entre a humidade existente

    na parede e aquela que est contida no ar ambiente.

  • RE VE S TI MEN T OS

    44

    1.5.10 Pinturas a Cola ou Tmpera

    As Pinturas a cola ou tmpera s podero ser aplicadas em interiores.

    As superfcies a pintar, sero previamente raspadas, alisadas e bem lavadas.

    Depois de secas, aplicar-se-o as demos prescritas de cola quente, tendo-se sempre o

    cuidado de se pintar na mesma direco, e de no passar a brocha mais de uma vez no mesmo

    ponto.

    Depois de bem secas, todas as juntas, buracos e fendas dos parmetros a pintar, sero

    betumadas com massa e cola.

    A tinta constituda por pasta de cr e gua, a que se juntar cola a ferver na proporo

    de um quarto do volume da pasta, e as cores, constitudas por tintas bem mudas com gua, e

    passadas por passador, ser depois aplicada uniformemente no nmero de demos prescritas,

    devendo a brocha correr perpendicularmente direco em que se faz a colagem, e no

    devendo voltar a pintar, em cada demo, as partes que j tenham secado.

    As cores da pintura a aplicar, devero ser sempre submetidas em amostra, aprovao

    da Fiscalizao,

    O nmero de demos de cola e tinta, nunca inferior a duas, e as cores a aplicar, sero

    as fixadas no projecto e nas Clusulas Tcnicas Especiais.

    Quando a pintura depois de bem seca, saia, esfregando-se com a mo, ser rejeitada,

    devendo ento o adjudicatrio rasp-la e refaz-la sua custa.

    1.5.11 Pinturas a leo

    Tratando-se de pinturas novas sobre paramentos estucados ou rebocados, a superfcie

    depois de bem limpa e desempenada, ser tratada com primrio anti-alcalino, nas condies

    indicadas para a tinta de gua.

  • RE VE S TI MEN T OS

    45

    Se as pinturas forem feitas sobre paramentos de madeira, os ns sero rebaixados,

    picados ou queimados, tirando-se-lhes a resina com aguarrs, e cobrindo-se em seguida com

    massa de cr e leo fervido, que dever encher as depresses feitas, de forma a ficarem face

    dos restantes parmetros; recomenda-se o emprego de selantes, a aprovar pela Fiscalizao.

    Depois de bem secos esses paramentos sero cuidadosamente passados lixa ou

    pedra-pomes, aplicando-se o nmero de demos de tintas fixadas, no se devendo nunca

    aplicar uma demo, sem que a antecente esteja bem seca, e de forma a resultar um

    acabamento homogneo, sem estriaes nem engrossamentos nas arestas, molduras ou

    rebaixos.

    Depois da primeira demo estar bem seca, os paramentos sero lixados ou passados a

    pedra-pomes ao de leve, e de novo betumados com todo o cuidado, empregando-se ento a

    massa um pouco mais plstica que na primeira betumagem e aplicando-se a segunda demo,

    uma vez os paramentos secos.

    Seca a segunda demo, repete-se a mesma empregando-se lixa de gua depois do que

    se aplicaro as restantes de mos de tinta.

    1.5.12 Pinturas em Cimento ou Fibrocimento

    As pinturas em cimento ou fibrocimento, sero feitas por forma a evitar que os sais

    alcalinos do cimento ataquem as tintas dos seus acabamentos e por qualquer dos processos a

    seguir indicados.

    EMPREGANDO-SE TINTAS ESPECIAIS

    As superfcies a pintar, sero previamente bem limpas escova, levando, depois uma

    demo de verniz isolador especial, base de cauchu.

    Depois de bem secas, aplicar-se-o as tintas especiais em duas demos, segundo as

    especificaes oficiais e instrues do fabricante.

  • RE VE S TI MEN T OS

    46

    EMPREGANDO-SE TINTAS VULGARES OU ESMALTES

    As superfcies a pintar depois de bem limpas escova, sero lavadas com gua

    acidulada a 5% e, depois de secas, sero bem lavadas com muita gua, para se eliminar os

    vestgios do cido empregado, deixando-se secar novamente.

    Aplicar-se- ento uma demo de verniz especial e as de tinta vulgar ou esmaltes, no

    nmero fixado, no se devendo aplicar qualquer das demos sem que a antecedente esteja

    bem seca.

    Quando for fixado que o acabamento de qualquer pintura seja feito com tinta de

    esmalte, esta ser aplicada com o mnimo de duas demos, mas sempre de modo a resultar

    uma superfcie uniforme e brilhante, isenta de defeitos, e em que seja perfeita a aderncia das

    camadas entre si.

    Na aplicao de tintas de esmalte, entende-se sempre que a aplicao da sua primeira

    demo, substituir a ltima de tinta de leo.

    Os vernizes, consoante os casos, sero aplicados com as demos necessrias, para que

    resultem superfcies perfeitamente aderentes e com brilho e aspecto uniforme.

    A fluidez das tintas a empregar dever obedecer s regras da boa tcnica e s

    instrues dadas pela Fiscalizao.

    As tintas sero aplicadas a frio e sempre que possvel, ao abrigo da aco dos raios

    solares.

    As cores das tintas a aplicar, devero ser sempre previamente submetidas, em

    amostras, aprovao da Fiscalizao.

    As quantidades das tintas, esmaltes e vernizes a empregar, a forma de execuo das

    diferentes pinturas, e o nmero de demos a aplicar, sero as prescritas no projecto e

    Clusulas Tcnicas Especiais do Caderno de Encargos da Empreitada, sem que nada se

    especifique em contrrio tintas de marca, a aprovar pela Fiscalizao, que sero empregadas

    sem qualquer diluio e que entraro na obra em embalagens intactas, sendo empregues com

    os primrios e subcapas indicados pelo fabricante.

  • RE VE S TI MEN T OS

    47

    1.5.13 Pinturas com Tintas de Base em Resinas Epoxidas

    Estas pinturas sero sempre executadas sobre um reboco forte, muito bem

    desempenado, a executar de acordo com as indicaes do fabricante das tintas ou suas

    homologaes.

    As tintas sero de marca homologada e empregues nas condies rigorosamente

    indicadas no respectivo documento de homologao.

    1.5.14 Pintura de Tectos com Alvaiado e Gesso

    Esta pintura s pode ser aplicada em tectos com acabamento estucado e muito bem

    secos. Na preparao do produto dever haver todo o cuidado, em especial na diluio da

    gelatina em gua, que deve ser feita para que o produto depois de aplicado tenha um perfeito

    comportamento.

    1.5.15 Critrio de Medio

    As medies realizam-se, no geral, por m2 de superfcie de base.

    As medies de tubos e de perfis - elementos com largura inferior a 0,30m - sero

    feitas em m, classificando-se separadamente os perfis com larguras at 0,10m de 0,10m a

    0,20m e de 0,20m a 0,30m.

    Pequenas peas sero medidas unidade.

    Portas, janelas, caixilharia e estruturas metlicas sero medidas em m2 ou unidade,

    quando a descrio do artigo no for parte do elemento a pintar.

    1.5.16 Factores Responsveis pelo Insucesso

    HUMIDADE

    Todos os materiais de construo usados nas paredes e tectos, usam a gua como um

    dos componentes e por vezes em quantidades abundantes.

  • RE VE S TI MEN T OS

    48

    A presena de humidade excessiva nas paredes e tectos, pode afectar a aderncia das

    tintas causando o descasque, manchas de cor e favorece o aparecimento de fungos. Convm

    portanto s proceder pintura, depois da secagem completa da superfcie.

    EFLORESCNCIAS

    Consiste na cristalizao de sais existentes nos materiais de construo, e

    conduzidos pela humidade at superfcie quando o substrato seca. Podem aparecer quer em

    rebocos, quer em estuques.

    A cristalizao dos sais pode formar uma camada facilmente removvel, ou pode

    noutros casos resultar num filme duro de difcil remoo.

    As eflorescncias podem provocar o descasque das tintas. Por isso devem ser

    removidas das paredes escovando vigorosamente com escova spera.

    No caso de pinturas com tintas plsticas as eflorescncias formam-se sobre a

    superfcie das tintas na forma de flocos - Devem ser retiradas por lavagem (para tal existem

    vrios produtos no mercado).

    PULVERULNCIA (MATRIAS FRIVEIS)

    Se uma parede est seca, e se apresenta frivel (quando esfregada com um pano

    spero, larga p sujando o pano) - necessrio escov-la at todo o material no aderente seja

    retirado e aparea a superfcie s.

    O estuque defeituoso, muitas vezes melhor os defeitos depois de ser pintado do que

    antes, as reas de maior e menor porosidade, daro origem a brilhos distintos da tinta aps

    secagem. Por isso, recomenda-se a aplicao de uma primeira demo de tinta muito diluda.

    MANCHAS

    As manchas resultam normalmente de sais solveis existentes em alguns materiais

    de construo.

  • RE VE S TI MEN T OS

    49

    Um selante resistente aos lcalis, normalmente impediria as manchas. Por isso

    recomenda-se a aplicao de um primrio (existem no mercado vrios tipos de primrio para

    o efeito).

    ALCALINIDADE (SAPONIFICAO)

    As paredes em cujas argamassas foram utilizados cimentos Portland ou cal, so

    fortemente alcalinas. Os estuques quando misturados com cal, tornam-se tambm alcalinos.

    As tintas oleosas alqudicas (base solvente), podem ser saponificadas pelos lcalisem presena

    da humidade, perdendo dureza e em certas condies manchando.

    Algumas tintas plsticas, podem ser alteradas por lcalis fortes, quando em

    percentagens elevadas.

    Quando existe a presena de lcalis num substracto dever aplicar-se previamente

    um primrio lcali- resistente.

    FUNGOS (BOLORES)

    Os ambientes com elevada humidade e altas temperaturas, favorecem o

    desenvolvimento de fungos (bolores), sobre as pelculas de tinta (Ex: cozinhas, casas de

    banho, salas de sauna, balnerios, etc...)

    Para eliminar os fungos j existentes, deve-se tratar a rea afectada com uma

    soluo anti-fungos (todas as marcas possuem este produto) e aps 24 a 28 horas escovar a

    rea afectada para remoo completa dos fungos.

    As paredes ou tectos com fungos ou ambientes propcios formao dos mesmos,

    devero ser pintadas com primrios especficos para o efeito.

    ABSORO DIFERENCIAL

    Se o estuque no tem uma composio ou aspecto uniforme em toda a rea

    estucada, natural que a tinta aplicada sofra efeitos de absoro diferenciados em zonas mais

    porosas e menos porosas, acabando o filme da tinta por apresentar reas com brilhos distintos,

    aparentando manchas tanto mais visveis quanto mais brilhantes forem as tintas. Dever ento

  • RE VE S TI MEN T OS

    50

    aplicar-se uma primeira demo mais diluda que o normal, para melhor penetrao reforando

    a camada nas zonas que pelo aspecto mostrarem maior absoro at se obter uniformidade de

    aspecto visual.

    QUALIDADE DA GUA

    Sendo a gua utilizada em grande quantidade na construo civil, as suas impurezas

    atingem uma percentagem considervel, depois de os materiais onde a gua intervm

    perderem humidade. Como apenas as impurezas em suspenso podem ser verificadas vista

    desarmada, s a anlise qumica permite avaliar as impurezas dissolvidas, por vezes

    extremamente prejudiciais, podendo provocar eflorescncias, ataque qumico no filme da

    tinta, ou contaminao de bactrias ou fungos. No podendo fazer-se a anlise qumica da

    gua, verificar pelo menos se a mesma lmpida.

    1.6 Guarnecimentos

    Nos guarnecimentos exteriores, a Fiscalizao poder exigir, se assim o julgar

    conveniente, a adio de sebo, para efeitos de melhorar as condies de impermeabilizao.

    O acabamento das superfcies e arestas, ser o fixado no projecto e nas Clusulas

    Tcnicas Especiais, sendo submetido previamente em amostras, aprovao da Fiscalizao.

    Os guarnecimentos, sero executados base de argamassa de cal em pasta e areia

    branca e fina, com composio adequada para resultarem perfeitamente aderentes aos

    paramentos sobre que sero aplicados.

    Sero executados por duas camadas, sendo a primeira a 1/2 cal em pasta e areia

    apertada e rugosa, aplicando-se a segunda a 2/1 quando a primeira estiver convenientemente

    seca.

    Os paramentos guarnecidos, devero apresentar tonalidades uniformes, serem,

    perfeitamente desempenados, isentos de fendilhao, e as suas arestas devero ficar bem

    desempenadas, alinhadas e definidas.

    O seu acabamento ser liso ou spero, conforme o fixado.

  • RE VE S TI MEN T OS

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    Nos guarnecimentos a cor, esta poder ser metida na massa, ou aplicada

    posteriormente esponja, conforme for aprovado pela Fiscalizao.

    Em qualquer dos casos, a colorao dever resultar com tonalidade uniforme, e isenta

    de manchas.

    1.7 Estuques

    As cores e os acabamentos das superfcies e o tipo das sancas, molduras, etc, ser

    indicado no projecto e nas Clusulas Tcnicas Especiais, devendo antes da sua execuo

    serem submetidos, em amostra, aprovao da Fiscalizao.

    As sancas, molduras e outros ornatos, sero executados com toda a perfeio, e de

    forma a garantirem a sua conveniente ligao aos paramentos, e ficarem isentos de

    fendilhao.

    Os estuques sero executados por duas camadas: a do esboo, em que se aplicar

    massa de areia branca fina, gesso em p e cal em pasta, na proporo de 4:1:1; ser aplicada e

    alisada talocha, e desempenada com a rgua; esta camada dever ter cerca de 0,015 m.

    Depois de bem seca esta camada, ser executada a de dobrar ou estender, aplicada

    talocha, e alisada colher, e salvo determinao expressa em contrrio, a sua massa ser

    fabricada com gesso em p e cal em pasta em partes iguais; esta camada dever ter cerca de

    0,005 m.

    Todas as superfcies estucadas, devero apresentar-se perfeitamente desempenadas,

    lisas, regulares e isentas de manchas ou de quaisquer outras imperfeies, e as suas arestas

    devero ficar bem desempenadas, alinhadas e definidas.

    Nos tectos a espessura do estuque no deve exceder 0,01 m no total e a sua

    composio ser:

    - Camada de esboo gesso e areia a 1:1,5

    - Camada de estender gesso e cal em pasta a 1:1

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    1.8 Revestimentos de Paredes com Azulejo

    A aplicao de faixas ou cercaduras, cimalhetes, cordes e roda-ps, seu tipo, cores e

    dimenses dos azulejos a empregar, as disposies a adoptar nos desenhos das suas juntas e a

    qualidade e trao das argamassas a utilizar no seu assentamento, sero as fixadas no projecto e

    Clusulas Tcnicas Especiais.

    Sempre que nada indicado em contrrio aplicar-se- azulejo NOR 15 x 15 assente com

    argamassa de 2:5 de aglutinante e inerte, sendo o aglutinante uma mistura de cimento e cal

    apagada variando de 2:5 a 1:4, e cumprir-se- a NP 56.

    O assentamento dos azulejos, dever ser sempre precedido da colocao de mestras de

    madeira nas paredes a revestir, destinadas a servir de guia na sua colocao e a poder

    verificar-se o seu alinhamento por meio de uma rgua.

    Os azulejos, depois de bem molhados em tanque durante 12 horas sero de modo a

    ficarem no s bem acompanhados com argamassa, como bem ligados s paredes a revestir e

    por forma que as superfcies resultem lisas e perfeitamente regulares.

    As suas juntas, que podero, ser verticais, desencontradas ou em diagonal, devero

    ficar bem desempenadas e a sua largura no poder ultrapassar 0,001 m.

    Concludo o assentamento, as juntas dos azulejos sero refechadas com leite de cal, e

    os revestimentos sero cuidadosamente limpos.

    Os ngulos reentrantes e salientes das paredes a revestir levaro, azulejos de meia

    cana, cncavos ou convexos, sempre que nada conste em contrrio nas Cpsulas Especiais.

    Em lambris, o revestimento da parede acima do azulejo ficar saliente 0,005m em

    relao ao azulejo, se outra coisa no for determinada.

    Os revestimentos de azulejos, sero completados, se assim for determinado, com

    faixas, cercaduras, cimalhetes, cordes e roda-ps do mesmo material.

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    1.9 Revestimento de Paredes com Placas de Aglomerados de Cortia

    O assentamento de placas de cortia no revestimento de paredes, ser executado pela

    forma prescrita nestas Clusulas Tcnicas Gerais para assentamento de ladrilhos deste mesmo

    material.

    As paredes a revestir, devero ser prvia e devidamente regularizadas e alisadas,

    podendo o seu acabamento ser igual ao da parte dessas paredes que no ser revestida.

    O assentamento desses revestimentos, dever ser excepcionalmente cuidado, para que

    as placas fiquem devidamente coladas em toda a sua superfcie posterior.

    A altura dos revestimentos, cor e desenho das placas, a aplicao de cobre - juntas,

    molduras e roda-ps do mesmo material, e seu acabamento final, sero os prescritos no

    projecto e Clusulas Tcnicas Especiais.

    Competir ainda ao adjudicatrio, o acabamento final destes revestimentos, que

    conforme o fixado, ser um dos a seguir indicado:

    - limpeza do revestimento, seu afagamento e enceramento;

    - envernizamento do revestimento; neste caso as superfcies dos revestimentos, sero

    primeiramente bem lixadas, e depois bem barradas com massa feita com cr, terra de Siene

    crua, um pouco de gua e cola base de casena por forma que todos os poros da cortia

    fiquem bem tapados; passadas 48 horas, os revestimentos devero ser novamente lixados com

    lixa fina, e envernizamento com 3 demos de verniz, aplicadas com intervalos de 12 horas; a

    primeira demo, ser dada com verniz e aguars, em partes iguais, e as restantes demos, s

    com verniz.

    1.10 Lambris de Cimento

    Os lambris de cimento tero a altura de 2 metros, quando nada haja sido indicado em

    contrrio nas peas desenhadas ou mapa de acabamentos.

    Sero executadas com argamassa de cimento e areia ao trao 1:3 e tero a espessura

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    total de 0,025 m.

    O lambril ser executado em 3 camadas com espessura no inferior a 0,006m nem

    superior a 0,01 m bem apertadas uma contra as outras.

    A camada final deve ter 0,01m de espessura, e ser acabada com uma talocha metlica,

    devendo a superfcie ficar desempenada e com cr uniforme.

    1.11 Refechamento de Juntas

    O acabamento e limpeza dos paramentos e refechamento das juntas, tanto nas

    cantarias como nas enxilharias e alvenarias aparelhadas, far-se- depois de concluir o seu

    assentamento.

    O acabamento dos paramentos, consistir na supresso das salincias e outras

    irregularidades resultantes quer da imperfeio do aparelho, quer do assentamento de pedras.

    O refechamento das juntas, iniciar-se- pela sua limpeza com a legra, na profundidade

    de 0,03 m, devendo ser abertas a cinzel, nos pontos em que as suas arestas se toquem, devido

    ao deficiente aparelho ou assentamento de pedras.

    As juntas sero depois lavadas, e antes de secarem, sero bem cheias com argamassa

    bastante consistente, e que ser bem comprimida.

    A argamassa depois de ter comeado a endurecer, ser recalcada e alisada com uma

    esptula de ferro, at que desapaream as fendas produzidas pela sua retraco, no devendo

    ser alisadas com muita rapidez ou muito seguidamente.

    A superfcie das argamassas das juntas, dever ficar recolhida de 0,01 m nas pedras de

    enxilharia ou alvenaria de paramentos, e de 0,005 m nas de cantaria, em relao s arestas,