Quinhentismo

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Quinhentismo PROFª. RENATA SILVA NUNES RIBEIRO

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Quinhentismo

QuinhentismoProf. Renata silva nunes ribeiro

O que ?Quinhentismo o nome dado s manifestaes literrias produzidas no Brasil, que se iniciaram no ano de 1.500, poca da colonizao portuguesa.

Contexto histrico e cultural Sculo XVI;Descobrimento do Brasil (Terra de Vera Cruz);Domnio das terras;A carta de Pero Vaz de Caminha;Amrico Vespcio Mundus Novus;Projeto colonial portugus e o impacto dos descobrimentos;

Gicomo Gastaldi (1500-1566). Detail of Map of Brasil (1550)

Brasil Oswald de Andrade

O Z Pereira chegou de caravelaE preguntou pro guarani da mata virgem Sois cristo? No. Sou bravo, sou forte, sou filho da MorteTeter tet Quiz Quiz Quec!L longe a ona resmungava Uu! ua! uu!O negro zonzo sado da fornalhaTomou a palavra e respondeu Sim, pela graa de Deus Canhm Bab Canhem Bab Cum Cum!E fizeram o Carnaval

Trailer Desmundo (2003)

CaractersticasLiteratura de viagens;Literatura jesutica;

Literatura de viagens ou literatura de informao:Descrio, informao crnicas histricasOlhar estrangeiro viso do paraso;Desafio da linguagem descrever e comparar;Obras: - Tratado da terra do Brasil (1570) e Histria da Provncia de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil (1576) de Pero Magalhes de Gndavo; - Dilogo das grandezas do Brasil (1618) de Ambrsio Fernandes Brando; - Carta de Lisboa (1502) de Amrico Vespcio.

Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha

Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram. Ali no pde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa (...) At agora, no pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porm a terra em si de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achvamos como os de l. guas so muitas; infindas. E em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo, por bem das guas que tem. Porm o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que ser salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lanar. (...)

Desembarque de Cabral em Porto Seguro (1922) de Oscar Pereira da Silva

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Trecho: Tratado da terra do Brasil/Histria da Provncia Santa Cruz Pero de Magalhes GndavoMinha teno no foi outra neste sumrio (discreto e curioso leitor) seno denunciar em breves palavras a fertilidade e abundncia da terra do Brasil, para que esta fama venha notcia de muitas pessoas que nestes reinos vivem com pobreza, e no duvidem escolh-la para seu remdio por pobres e desamparados que sejam. E assim cada vez se vai fazendo mais prspera, e depois que as terras viosas se forem povoando (que agora esto desertas por falta de gente) ho de se fazer nelas grossas fazendas como j so feitas nas que possuem os moradores da terra, e tambm se espera desta provncia que por muito tempo floresa tanto na riqueza como as Antilhas de Castela por que certo ser em si a terra muito rica e haver nela muitos metais, os quais at agora se no descobrem ou por no haver gente na terra para cometer esta empresa, ou tambm por negligncia dos moradores que se no querem dispor a esse trabalho: qual seja a causa por que o deixam de fazer no sei. Mas permitir nosso Senhor que ainda em nossos dias se descubram nela grandes tesouros, assim para servio a aumento de S. A., como pelo proveito de seus vassalos que o desejam servir.

Algumas questes...As primeiras manifestaes literrias que se registram na Literatura Brasileira referem-se a:A)Literatura informativa sobre o Brasil (crnica) e literatura didtica, catequtica (obra dos jesutas).B) Romances e contos dos primeiros colonizadores.C) Poesia pica e prosa de fico.D) Obras de estilo clssico, renascentista.E) Poemas romnticos indianistas.

Letra A

A literatura de informao corresponde s obras:A) barrocas;B) arcdicas;C)de cronistas e viajantes;D) do Perodo Colonial em geral;

Letra C

Qual das afirmaesnocorresponde Carta de Caminha?A) Observao do ndio como um ser disposto catequizao.B) Deslumbramento diante da exuberncia da natureza tropical.C) Mistura de ingenuidade e malcia na descrio dos ndios e seus costumes.D) Composio sob forma de dirio de bordo.E)Lirismo nas descries.

Letra E

A importncia das obras realizadas pelos cronistas portugueses do sculo XVI e XVII :A) determinada exclusivamente pelo seu carter literrio;B)sobretudo documental;C) caracterizar a influncia dos autores renascentistas europeus;D) a de terem sido escritas no Brasil e para brasileiros;

Letra B

(UF Viosa) No houve desenvolvimento literrio no Brasil-Colnia porqueAssinale aincorreta:A) o isolamento das capitanias e seu desenvolvimento irregular dificultou o contato entre escritores.B) inexistncia, praticante, da vida urbana.C) Portugal sempre manteve o Brasil afastado das influncias culturais de outros pases.D)a imitao estrangeira dificultou a imaginao de nossos escritores.E) nenhuma das anteriores.

Letra D

(Cescem) guas so muitas; infindas. E em tal maneira graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- nela tudo, por bem das guas que tem.No texto acima notamos:A) que Pero Vaz Caminha assume a atitude de um observador frio.B)que Caminha se empolga pelas coisas da terra.C) que o escritor descobriu guas-marinhas.D) Caminha apenas est atento ao que v, desprezando o entusiasmo to comum da poca.

Letra B

Assinale aincorreta:A) A literatura de viagens constitui valioso documento do Brasil-Colnia.B) Na literatura de viagens encontramos informaes sobre a natureza e o homem brasileiro.C)Os primeiros escritos sobre o Brasil pertencem categoria de literatura, uma vez que notamos neles preocupaes estticas.D) O mito ufanista representado pelo louvor terra frtil e a natureza como algo exuberante.

Letra C

A Primeira Missa no Brasil (1860) de Victor Meireles

Tela de Benedito Calixto de Jesus (1853-1927)

Literatura de catequese ou literatura jesuticaJesutas Salvador, Rio de Janeiro, So Paulo;Educao;Lngua tupi, cultura indgena; Converter;Padre Jos de Anchieta - rebelio dos tamoios; - poemas lricos, autos de cunho religioso e funo pedaggica; - A arte da gramtica da lngua mais usada na costa do Brasil de 1595.

Trecho: Auto representado na festa de So Loureno Jos de Anchieta

Levantai os olhos ao cu, meus irmos.Vereis a Loureno reinando com Deus,por vs implorando junto ao rei dos cusque louvais seu nome aqui neste cho!

Daqui por diante tende grande zelo, que Deus seja sempre temido e amado, e, mrtir to santo, de todos honrado. Terei seus favores e doce desvelo.

Pois que celebrai com tal devooseu claro martrio, tomai meu conselho: sua vida e virtudes tende por espelho, chamando-o sempre com grande afeio.

Tereis, por seus rogos, o santo perdo, e sobre o inimigo perfeita vitria. E depois da morte vs vereis na glria a cara divina, com clara viso (...)

(UNISA) A literatura jesuta, nos primrdios de nossa histria:A) tem grande valor informativo;B) marca nossa maturao clssica;C)visa catequese do ndio, instruo do colono e sua assistncia religiosa e moral;D) est a servio do poder real;E) tem fortes doses nacionalistas.

Letra C

Anchieta snoescreveu:A) um dicionrio ou gramtica da lngua tupi;B)sonetos clssicos, maneira de Cames, seu contemporneo;C) poesias em latim, portugueses, espanhol e tupi;D) autos religiosos, maneira do teatro medieval;E) cartas, sermes, fragmentos histricos e informaes.

Letra B

So caractersticas da poesia do Padre Jos de Anchieta:A) a temtica, visando a ensinar os jovens jesutas chegados ao Brasil;B) linguagem cmica, visando a divertir os ndios; expresso em versos decasslabos, como a dos poetas clssicos do sculo XVI;C) temas vrios, desenvolvidos sem qualquer preocupao pedaggica ou catequtica;D)funo pedaggica; temtica religiosa; expresso em redondilhas, o que permitia que fossem cantadas ou recitadas facilmente.

(UFV) Leia a estrofe abaixo e faa o que se pede:Dos vcios j desligados / nos pajs no crendo mais, / nem suas danas rituais, / nem seus mgicos cuidados.(ANCHIETA, Jos de. O auto de So Loureno)Assinale a afirmativaverdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos ndios em procisso:A)Os meninos ndios representam o processo de aculturao em sua concretude mais visvel, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus.B) A presena dos meninos ndios representa uma sntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa.C) Os meninos ndios esto afirmando os valores de sua prpria cultura, ao mencionar as danas rituais e as magias praticadas pelos pajs.D) Os meninos ndios so figuras alegricas cuja construo como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista.

Letra A

(Fuvest) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso), aps analisar as afirmaes que se seguem sobre o Quinhentismo:( ) A literatura de informao ressalta a importncia do trabalho com o estilo, com a forma.( ) A atitude de Caminha em frente terra recm-descoberta de decepo e de repulsa pelo ndio.( ) A produo informativa do Quinhentismo frente terra tem maior valor histrico-documental que literrio.( ) A exaltao ufanista das virtudes da terra prestava-se, tambm, ao incentivo imigrao e aos investimentos da Europa na Colnia.( ) Autores romnticos e modernistas valeram-se de sugestes temticas e formais das crnicas de viagem.( ) A literatura dos viajantes ocorrncia exclusiva brasileira, no tendo nenhum similar em nenhuma outra parte do mundo.( ) A poesia de Anchieta est presa aos modelos renascentistas e reflete, em seus sonetos, uma transparente influncia de Cames.A sequncia :A)F, F, V, V, V, F, FB) F, F, F, V, V, V, FC) F, F, F, F, F, V, VD) V, V, V, V, V, V, VE) V, V, V, V, V, F, F

Letra A