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Prefeitura quer usar R$ 1 bi do boom imobiliário em metrô nos Jardins Dinheiro viria da Operação Urbana Faria Lima; linha 20-Rosa terá 12,3 km e 14 estações, com paradas nos Jardins Europa e América

Rodrigo Brancatelli e Rodrigo Burgarelli

A Prefeitura de São Paulo quer usar o dinheiro do boom imobiliário da região da Avenida

Brigadeiro Faria Lima, na zona sul, para investir pelo menos mais R$ 1 bilhão em uma nova linha

de metrô na capital, que aparece com detalhes nos mapas da companhia pela primeira vez.

Batizado de Linha 20-Rosa, o novo ramal terá 12,3 quilômetros de extensão e ligará a Lapa, na

zona oeste, a Moema, na zona sul.

A linha faz parte do Plano Expansão 2020 do Metrô, a que a reportagem teve acesso com

exclusividade. O estudo projeta o sistema com até 161 estações de metrô na Região

Metropolitana - hoje são 62 - e ampliação dos atuais 70,6 km para 184,2 km de linhas. A previsão

de investimento estadual na rede é de R$ 27,4 bilhões até 2015 (mais informações na pág. C3).

Nos estudos preliminares do Metrô, a Linha 20-Rosa aparece com entrega prevista para 2025,

mas a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos acredita que esse prazo possa ser

encurtado graças ao interesse da Prefeitura em investir no ramal. O projeto inicial prevê 14

estações, espalhadas pelas zonas estritamente residenciais próximas da Praça Panamericana e

por toda a extensão da Faria Lima. No mapa do Metrô, é possível ver que a futura linha tem tudo

para ser polêmica, uma vez que passa por áreas valorizadas, como Jardim Europa e Jardim

América.

O dinheiro da Prefeitura viria das contrapartidas pagas pelo mercado imobiliário da região da

Operação Urbana Faria Lima para construir prédios acima do limite da lei de zoneamento. Como

o Estado revelou há duas semanas, o prefeito Gilberto Kassab (sem partido) enviou um projeto à

Câmara Municipal que prevê a emissão de mais 500 mil Certificados de Potencial Construtivo

(Cepacs), títulos que permitem a construção de edifícios mais altos. Esses papéis devem render

cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos - no último leilão da operação, em 25 de maio de 2010,

cada Cepac foi comercializado por R$ 4 mil, valor considerado baixo, pela demanda do mercado.

Parte do valor arrecadado deve ir para a Linha 20 do Metrô, já que, por lei, esse dinheiro deve

ser aplicado no perímetro da Faria Lima.

"Temos um sistema de transporte público que precisa ser aprimorado naquela região e estamos

conversando para conseguir acoplar o desenvolvimento dessa linha à Operação Urbana", disse o

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secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem.

Demanda. Outra alternativa que aumenta as chances de o ramal sair mais cedo é o interesse de

investidores privados em fazer uma Parceria Público-Privada (PPP), mesmo modelo utilizado na

Linha 4-Amarela. Segundo a reportagem apurou, a Prefeitura também articula essa possibilidade

com o governo estadual.

O software de simulação de demanda do Metrô detectou que o novo ramal teria uma demanda

diária média de 600 mil pessoas. "Nós achávamos que essa linha retiraria passageiros da Linha

9-Esmeralda de trens, que passa pela Marginal do Pinheiros. Mas isso não aconteceu, pois a

demanda para essa nova linha é fortíssima", afirmou o secretário estadual de Transportes

Metropolitanos, Jurandir Fernandes. No futuro, a Linha 20-Rosa deve ganhar ainda uma

extensão de 10,7 km até o bairro de Rudge Ramos, em São Bernardo, com mais sete estações.

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''Ladeirão'' do Morumbi terá base fixa da PM A Polícia Militar terá uma base fixa para coibir os assaltos na Rua Dr. Francisco Thomaz de Carvalho, no Morumbi, zona sul da cidade. Conhecida como 'ladeirão', a rua que liga a Avenida

Giovanni Gronchi às proximidades da Favela de Paraisópolis tem sido nos últimos meses ponto frequente de ataques a motoristas que passam pelo local. Só nos primeiros seis meses deste

ano foram 93 ataques contra motoristas, como mostrou o Estado no dia 27 de julho.

Veja também:

Mesmo na mira da PM, 'ladeirão' do Morumbi tem 1 assalto a cada 2 dias

O anúncio da nova unidade foi feito pelo secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. 'O ladeirão é uma de nossas principais preocupações. Nós reforçamos o policiamento em

todo o Morumbi e vamos instalar até uma base fixa. Estamos acertando com a Prefeitura a cessão da área', afirmou, sem mencionar prazos.

Em nota, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que duas áreas

pertencentes ao Município foram oferecidas pela Subprefeitura do Butantã. Uma delas, com 282 m², fica no próprio ladeirão, na Praça Moacir Nicodemus. A segunda opção seria a Praça

Dr. Humberto Delboni, com 500 m². A Prefeitura não informou, porém, o que falta para a transação ser concluída.

Crítica. Para o presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Portal do

Morumbi, Celso Cavallini, uma base fixa nos locais citados não seria a solução. 'A comunidade acha mais interessante a colocação de uma base dentro da Favela de Paraisópolis. Lá haveria

rápida irradiação do serviço da polícia, porque permite um acesso rápido aos quatro cantos da região', opinou.

Outra crítica levantada por Cavallini é que a base fixa comprometeria o efetivo da PM, que não

poderia deslocar-se pela região. 'O ideal seria ter três, quatro viaturas rodando em Paraisópolis.'

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Santa Ifigênia: valor do ponto é avaliado em R$ 188 o metro Os lojistas do maior centro de comércio de eletrônicos da cidade, a região da Rua Santa Ifigênia, sabem há pelo menos três meses quanto vale o seu ponto de comércio (conhecido também por fundo de comércio). O valor, que não agradou alguns comerciantes, está no mais recente estudo de viabilidade econômica, desenvolvido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e que integra o projeto da Nova Luz. Pelos cálculos, cada lojista (seja dono ou locatário) receberia hoje o equivalente a R$ 188 o metro quadrado do seu estabelecimento, em caso de venda ou desapropriação para as obras da Nova Luz. Esse valor refere-se apenas ao cálculo do ponto comercial, e não leva em consideração o estado do imóvel. O estudo indica os gastos e lucros sobre praticamente tudo o que se refere ao Projeto Nova Luz. Responsável pela coleta dos dados, a FGV integra o grupo concessionário vencedor responsável pelo desenvolvimento do projeto de revitalização da área de 500 mil m² da região. Com a conclusão do projeto, a Prefeitura deve escolher em breve a concessionária responsável pelas obras, que devem durar 15 anos. Nessa segunda versão do trabalho da GV, a novidade é a inclusão do fundo de comércio, uma informação que foi suprimida na primeira versão desse levantamento. Faturamento – O fundo de comércio teve como base de cálculo o valor do faturamento bruto dos comerciantes da região, entre outros dados. No ano passado, o faturamento das atividades empresariais dentro da área de 500 mil m² do Projeto Nova Luz foi de pouco mais de R$ 804 milhões de reais. Os números estão baseados na arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na região. Com base nessa arrecadação, os especialistas da FGV concluíram que o percentual médio de lucro na região foi de pouco mais de 18 % e que o ideal seria pagar por cada ponto cerca de R$ 188, o metro quadrado. Por exemplo: se o imóvel comercial possui 70 m², o dono do imóvel receberá R$ 13.160 pelo fundo de comércio no ano. O valor não seria pago no ato, mas após um ano. No total, o estudo da FGV aponta um final do futuro concessionário com os pagamentos do fundo de comércio na região da Nova Luz. Se fosse escolhido até julho deste ano, o concessionário vencedor da licitação gastaria cerca de R$ 270 milhões e que não seriam pagos apenas um ano depois da compra do imóvel no bairro. Desse modo, o futuro concessionário gastaria R$ 812 milhões com a compra e o pagamento do fundo de comércio na região. Esse total deve aumentar até a escolha do concessionário vencedor, mas já serve como base do possível gasto com o fundo de comércio na região. Os números devem subir até a escolha do concessionário responsável pelas obras na região e que devem durar até 15 anos. O presidente da Associação dos Comerciantes da Santa Ifigênia, Paulo Garcia criticou o valor citado no estudo. "O problema é o pequeno lojista na região. Querem dar R$ 10 mil por um ponto que vale R$ 300 mil", disse. Referencial – Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano informou que o valor é referencial. A Prefeitura espera que as partes envolvidas realizem um acordo amigável com relação ao fundo de comércio. Caso isso não ocorra, os valores poderão ser discutidos em juízo e apura

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Verdades e ilusões em Verdi Uma reflexão sobre o fazer artístico no Rigoletto dos 100 anos do Municipal

Expectativas não faltavam. O Rigoletto, de Verdi, que subiu ao palco do Teatro Municipal na noite de segunda não marcava apenas o aniversário de 100 anos da casa. Era também o retorno do diretor Felipe Hirsch à ópera depois do sucesso, em 2007, de sua produção de O Castelo do Barba Azul, de Bartók; e a primeira ópera do maestro Abel Rocha como diretor artístico do Municipal - e regente titular da orquestra profissional do teatro. Hirsch entende a ópera no contexto de uma discussão sobre o fazer artístico. Rigoletto é o ator que, fora do palco, quer resguardar seu mundo, aquilo que de mais íntimo e precioso acredita possuir. Irônico e ácido em sua atuação na corte, o bufão de Verdi busca proteger sua filha Gilda da crueza e da falta de valores da qual ele próprio faz parte. O diretor, então, se pergunta, retomando um dos temas caros à sua trajetória: em um mundo distópico, como fazer arte - e, extrapolando a questão ao mundo real, como é possível acreditar em algo e lidar com as perdas que deixamos pelo caminho? Para tanto, Hirsch trabalhou ao lado de uma equipe com a qual atua regularmente - os cenógrafos Felipe Tassara e Daniela Thomas (que também assina a direção de arte), a figurinista Verônica Julian e o iluminador Beto Bruel -, o que leva a um espetáculo bem acabado, no qual os diversos elementos dialogam em torno de uma concepção comum e, mais do que isso, se alimentam e reinventam a todo instante. De cara, a concepção visual abre mão da necessidade de retratar a Mântua do século 16 - e estabelece um universo em que tempo e espaço se relativizam perante o universo simbólico proposto pelo diretor cênico. A produção tem bons achados. A estrutura semicircular que serve de cenário à primeira cena do primeiro ato, em seguida dá as costas ao público, revelando a estrutura metálica que a sustenta e, de quebra, os bastidores do palco do Municipal. Tanto nas estruturas como nas marcas visíveis no chão do palco, há a sugestão de um mundo em construção, processo que se dá por meio da memória e seus enganos, das representações imaginárias que criamos no cotidiano. No espaço íntimo do inconsciente, nada é necessariamente o que parece ser. Quando, no início do segundo ato, o duque afirma as virtudes do amor romântico, o faz apenas para negá-lo logo em seguida. Gilda, naquele instante, não é mais do que uma representação - e, no fim, é o desejo, incontrolável, que fala mais alto. Há nesses elementos, assim como no efeito construído a partir do espelho de água no terceiro ato, leituras interessantes mas, no excesso de simbolismo, o drama fica em suspenso - e então há um descompasso entre o que ocorre no palco e no fosso. Rigoletto não é um Verdi qualquer. Mesmo que ainda ligado à tradição, o compositor começa nesse momento a questioná-la em busca de efeitos que permitam a reinvenção do drama musical italiano. A música vai descrevendo, aos poucos, a destruição do mundo de Rigoletto. Faz isso por meio de uma enorme riqueza de contrastes que, nesta montagem, são jogados a um segundo plano no momento em que o diretor opta por criar, desde o início, um clima sombrio de tragédia. Solistas. A regência de Abel Rocha é fluida, teatral, dá espaço aos cantores. Traz, em resumo, todas as qualidades de um bom regente de ópera - mas esbarra nas limitações da Orquestra Sinfônica Municipal, que ainda tem um caminho longo a percorrer no processo de sua reestruturação, depois de quase três anos da reforma que interrompeu a programação: o desempenho foi apenas correto e, em alguns momentos, em especial no segundo ato, demonstrou problemas de articulação que impedem a música de respirar naturalmente.

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No que diz respeito ao desempenho musical, porém, a grande decepção foram os solistas internacionais convidados. O tenor norte-americano Leonardo Capalbo é um duque desenvolto em cena, mas o timbre é pouco expressivo, em especial nas regiões mais agudas da voz. A soprano russa Alexandra Lubchansky teve uma noite particularmente infeliz: abusando do vibrato, sofreu com problemas de afinação desde suas primeiras intervenções. Já o Rigoletto do barítono irlandês Bruno Caproni cresceu ao longo do espetáculo, obtendo desempenho melhor no terceiro ato, quando teve mais atenção aos contrastes do papel e ao legato, tão fundamental na escrita verdiana. Atuações corretas dos baixos Stephen Bronk e Luiz Molz, como Monterone e Sparafucille, e da meio-soprano Luisa Francesconi como Madalena. RIGOLETTO Teatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 3397-0300. 4ª a 6ª, às 21 h; sáb., às 20 h; dom., às 17 h. R$ 15 / R$ 70.

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Grupo faz rapel na Avenida Paulista Por Caio do Valle e Monique Abrantes Quem andou perto do prédio da Fiesp, na Avenida Paulista, ontem na hora do almoço se deparou com uma cena inusitada. Um grupo de cinco especialistas em rapel desceu 90 metros do edifício por sua famosa fachada, usando cordas e mosquetões. Nas calçadas, executivos, faxineiros, aposentados e até agentes da CET interromperam a rotina por alguns minutos para acompanhar a descida. A ação foi para promover a Virada Esportiva, que acontece no próximo fim de semana na cidade. Durante o evento, os participantes terão a oportunidade de experimentar o rapel no Vale do Anhangabaú, no centro, e no Sumaré, na zona oeste. “É maravilhoso, porque incentiva a prática do esporte. Eu gostaria de fazer, pela sensação de liberdade”, disse a secretária Roseli Almeida, de 50 anos, que assistiu à exibição. O gerente de produção Edmar Vetturi, de 42 anos, parou perto da entrada da Estação Trianon-Masp do Metrô para gravar o espetáculo com o celular. “Já pratiquei perto de cachoeira, mas no meio da cidade é uma coisa totalmente diferente, que chama a atenção.” A própria arquitetura do prédio da Fiesp ajuda a atrair os olhares. Com a base mais larga do que o topo, a construção praticamente “se projeta” para a avenida, sendo visível mesmo em pontos afastados da Paulista. Não é à toa que o edifício já foi escolhido para ser o palco de outra escalada. Em 1996, o francês Alain Robert, mais conhecido como Homem-Aranha, subiu pela fachada sem nenhum aparato de segurança. Diferentemente da ação de ontem, aquela não foi autorizada. O desafio das grandes alturas, que geralmente inspiram medo ou respeito, talvez explique o apelo do rapel para a maioria das pessoas. Mais raro do que isso é usar esse esporte para combater o pavor de altura. Foi o que fez a arquiteta Flávia Molina, de 24 anos, uma das especialistas que desceram ontem a fachada da Fiesp. “Eu tinha muito medo de altura. Até que, há dois anos, decidi fazer rapel para combater a fobia. Na primeira vez que desci, no interior, eu só gargalhava. Não sabia se era de alegria ou de nervoso. Depois disso, viciei”, disse. O montanhista Alexandre Silva afirma que a prática não tem contraindicações, mas deve ser sempre acompanhada por um instrutor. “As pessoas pensam que o rapel é apenas a descida por meio de cordas, mas não é tão simples assim.” Ele conta que é preciso atenção para evitar acidentes. De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes, o rapel foi proibido no município. A prática só era permitida no Viaduto Doutor Arnaldo, na zona oeste, mas, em 2005, a São Paulo Turismo (SPTuris) pediu a interdição da descida após quatro pessoas morrerem. Este será um dos pontos em que o esporte será praticado no fim de semana.

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