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Senalba Ano 41 - Dezembro de 2015 - nº 162 Senalba inicia negociações pela reposição da inflação e estabilidade. Apesar de um cenário eco- nomicamente ruim para os tra- balhadores, o Senalba não abrirá mão da reposição da inflação, que garanta à categoria a possi- bilidade de recomposição do seu poder de compra, diante de uma inflação galopante anunciada pelo Governo. O trabalhador não pode sofrer uma perda acelerada de seu poder de compra e a nossa meta é repor “Não vamos pagar este pato!”, assim reagiu o presidente do Se- nalba, Luiz Carlos Pedreira, sobre o programa de reestruturação do SESI/SENAI que ameça cortar 20% dos trabalhadores e reduzir turnos de trabalho. “Hoje existem alternativas legais às demissões que precisam ser negociadas Senalba repudia tentativa de reestruturação do Sesi/Senai e redução de turnos de trabalho estas altas perdas impostas pelos su- cessivos meses de inflação”, afirma Luiz Carlos Pedreira, presidente do Senalba, para quem o ganho real, na atualidade, é não perder o emprego. “Acreditamos que, no mo- mento, os debates nas mesas de negociação devem focalizar a ma- nutenção do emprego e a grande luta será pela estabilidade e a ma- nutenção dos postos de trabalho”, disse o presidente do Senalba. Publicação do SENALBA/SP - Rua Dona Antonia de Queiróz, 71 - Consolação - São Paulo Diretor Responsável: Luiz Carlos Gomes Pedreira Em um dos mais participativos e interessantes Congressos realiza- dos pelo Senalba, o tema “Ética e o jeitinho brasileiro”, trouxe à tona a complexidade e as contradições que a atitude ética provoca nos cidadãos de qualquer sociedade. Para o professor Clóvis de Barros Filho, “O simples ato de jogar um pa- Congresso do Senalba debateu a “Ética e o jeitinho brasileiro” Negociações salariais ficam mais difíceis neste fim de Ano, segundo Dieese. Neste ano, boa parte do ABC paulista fechou acordos apenas com a reposição da inflação, de 9,8% em um ano, parcelada em duas vezes: 7,88% em setembro e 2% em fevereiro. “Chegávamos para nego- ciar num ambiente em que as empresas estavam anunciando lay-off (dispensa temporária de trabalhadores) e adesão ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego)”, diz o presidente da FEM/CUT, Luiz Carlos da Silva Dias. “É uma situação atípica em relação a outros anos.” Miguel Torres, presidente da Força Sindical, afirma que os metalúrgicos não pretendem abrir mão do aumento real. “Sa- bemos que o cenário é ruim, mas quanto menos dinheiro entrar na economia será pior para todos, inclusive para os pa- trões”, afirma o sindicalista. O Senalba deseja a todos os trabalhadores e a seus familiares, um Natal de muita esperança e um 2016 repleto de novas conquistas Feliz Natal a todos e que 2016 nos impulsione o desejo de buscar a paz e um país melhor. SESIMED: Juiz condena SESI por danos morais. Página 2 COLÔNIA DE FÉRIAS: Últimos pacotes para o verão e Carnaval. Página 2 SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS: Consultas já podem ser agendadas. Página 2 pel na rua é afetado ou não pela nos- sa consciência ética. Ética: 2ª coluna – Para alguns que não tiveram este parâmetro educacional a tarefa é fácil, mas para outros a base da edu- cação torna a tarefa um dilema que, na maioria das vezes, transforma a decisão e faz com que se procure a lixeira mais próxima.” Página 3 com os sindicatos. Não podemos aceitar diante disto, uma decisão unilateral patronal prejudicando um contingente enorme de traba- lhadores. Erros de administração não podem ser justificados pela crise, fazendo com que os traba- lhadores paguem o pato”, disse o presidente.

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SenalbaAno 41 - Dezembro de 2015 - nº 162

Senalba inicia negociações pela reposição da infl ação e estabilidade.Apesar de um cenário eco-

nomicamente ruim para os tra-balhadores, o Senalba não abrirá mão da reposição da in� ação, que garanta à categoria a possi-bilidade de recomposição do seu poder de compra, diante de uma in� ação galopante anunciada pelo Governo.

O trabalhador não pode sofrer uma perda acelerada de seu poder de compra e a nossa meta é repor

“Não vamos pagar este pato!”, assim reagiu o presidente do Se-nalba, Luiz Carlos Pedreira, sobre o programa de reestruturação do SESI/SENAI que ameça cortar 20% dos trabalhadores e reduzir turnos de trabalho. “Hoje existem alternativas legais às demissões que precisam ser negociadas

Senalba repudia tentativa de reestruturação do Sesi/Senai e redução de turnos de trabalho

estas altas perdas impostas pelos su-cessivos meses de in� ação”, a� rma Luiz Carlos Pedreira, presidente do Senalba, para quem o ganho real, na atualidade, é não perder o emprego.

“Acreditamos que, no mo-mento, os debates nas mesas de negociação devem focalizar a ma-nutenção do emprego e a grande luta será pela estabilidade e a ma-nutenção dos postos de trabalho”, disse o presidente do Senalba.

Publicação do SENALBA/SP - Rua Dona Antonia de Queiróz, 71 - Consolação - São Paulo Diretor Responsável: Luiz Carlos Gomes Pedreira

Em um dos mais participativos e interessantes Congressos realiza-dos pelo Senalba, o tema “Ética e o jeitinho brasileiro”, trouxe à tona a complexidade e as contradições que a atitude ética provoca nos cidadãos de qualquer sociedade.

Para o professor Clóvis de Barros Filho, “O simples ato de jogar um pa-

Congresso do Senalba debateu a

“Ética e o jeitinho brasileiro”

Negociações salariais fi cam mais difíceis neste fi m

de Ano, segundo Dieese.Neste ano, boa parte do ABC

paulista fechou acordos apenas com a reposição da in� ação, de 9,8% em um ano, parcelada em duas vezes: 7,88% em setembro e 2% em fevereiro.

“Chegávamos para nego-ciar num ambiente em que as empresas estavam anunciando lay-o� (dispensa temporária de trabalhadores) e adesão ao

PPE (Programa de Proteção ao Emprego)”, diz o presidente da FEM/CUT, Luiz Carlos da Silva Dias. “É uma situação atípica em relação a outros anos.”

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, afirma que os metalúrgicos não pretendem abrir mão do aumento real. “Sa-bemos que o cenário é ruim, mas quanto menos dinheiro entrar na economia será pior para todos, inclusive para os pa-trões”, afirma o sindicalista.

O Senalba deseja a todos os trabalhadores e a seus familiares,

um Natal de muita esperança e um 2016 repleto de

novas conquistas

Feliz Natal a todos e que 2016 nos impulsione o

desejo de buscar a paz e um país melhor.

SESIMED: Juiz condena

SESI por danos morais.

Página 2

COLÔNIA DE FÉRIAS:

Últimos pacotes para o verão e Carnaval.

Página 2

SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS:

Consultas já podem ser agendadas.

Página 2

pel na rua é afetado ou não pela nos-sa consciência ética. Ética: 2ª coluna – Para alguns que não tiveram este parâmetro educacional a tarefa é fácil, mas para outros a base da edu-cação torna a tarefa um dilema que, na maioria das vezes, transforma a decisão e faz com que se procure a lixeira mais próxima.” Página 3

com os sindicatos. Não podemos aceitar diante disto, uma decisão unilateral patronal prejudicando um contingente enorme de traba-lhadores. Erros de administração não podem ser justi� cados pela crise, fazendo com que os traba-lhadores paguem o pato”, disse o presidente.

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UM ANO DIFÍCIL!

E • D • I • T • O • R • I • A • L

Se você e sua família pretendem passar o Ve-rão e o Carnaval em uma das melhores e mais con-fortáveis Colônias de Fé-rias em Caraguatatuba, é melhor correr! As últi-mas vagas para a Co-lônia de Férias do Se-nalba ainda podem ser reservadas. Para mais informações, entre em contato com a Central de Re-servas pelo número (11)3125-

6566 - Opção 3, e curta as fé-rias com total conforto ao lado de seus familiares.

O juiz do trabalho Frederico Monacci Ceru� i, da Justiça Federal do Trabalho, determinou que o SESI pague a cada prejudicado pela suspensão do plano de saúde SE-SIMED, a quantia de R$ 1.000,00 a título de indenização por danos morais individuais. Além desta de-cisão, o juiz decretou a condenação do SESI por danos morais coletivos em R$ 1.000.000,00, que serão des-tinados ao FAT.

De acordo com a sentença, o Juiz também determinou a res-tituição do Plano de Saúde aos representados pela ação movida pelo Senalba. A decisão é fruto de uma extensa batalha judicial,

desde que o SESI, unilateralmente e arbitrariamente, de-cidiu acabar com o plano de Saúde de seus Aposentados, incluindo familiares,

prejudicando diversos trabalha-dores da noite para o dia.

Na época, o SESI extinguiu o direito dos aposentados e de seus familiares aos planos e implantou o sistema de coparticipação, que é um percentual pago pelo segurado, em virtude de procedimentos de consulta. A atuação da Associação dos Servidores Aposentados do SESI e de seu presidente, Victorio Broe� o, em conjunto com o Senal-ba, foi fundamental para o sucesso no desfecho da ação.

Colônia de Férias: Últimas Vagas!

Marque sua consulta no dentista

Luiz Carlos Gomes Pedreira - Presidente

Justiça manda SESI indenizar prejudicados pela suspensão

do plano de Saúde

site: www.senalba.com.br

O ano de 2015 provavelmente entrará para a história como um dos piores do último século. Os escândalos de corrupção em quase todos os níveis de Governo e a queda da economia mundial colocaram o Brasil mais uma vez em um grande retrocesso econômico, arrastando para o desemprego milhares de trabalhadores.

Estima-se que em 2016, o desemprego chegará à marca de 12% da população ativa, segundo dados do DIEESE. Número ainda inferior ao das economias em crise na Europa, mas preocupante, pois recentemente oscilávamos entre 6% e 7% de desocupados. Mas como chegamos a isto?

Chegamos a este resultado tão ruim pela realização de desoneração de impostos, principalmente com o subsídio aos combustíveis. Vendemos gasolina mais barata do que importamos. Com isso, sangraram-se o caixa da Petrobrás, as contas públicas e agora, os empregos de milhões de trabalhadores.

... Afora isto, vieram à tona os escândalos de corrupção causando desgoverno, Executivo e Legislativo se desentendendo, polêmicas no poder legislativo sobre razões técnicas para o impeachment da presidente e destaque para as decisões do Judiciário.

Emblemático, o trágico acidente em Mariana (MG), infelizmente produziu literalmente as imagens da qual todos os brasileiros correm para não afundar: no terrível mar de lama que nos assola!

Certo mesmo é que 2015 não deixará saudade. Nem aqui, nem no Mundo.

Mas torcemos para que comecemos a encontrar um novo caminho, e a construir uma via renovada.

Que venha 2016, um ano novo, com novas esperanças e novas atitudes de todos os brasileiros para um país melhor!

O Senalba conta novamente com um moderno serviço odon-tológico em funcionamento. Os interessados já podem agendar a consulta com a Dra. Adriana pelo telefone 11 3125-6566 opção 1. O atendimento sempre acontece às terças-feiras das 15:30 às 19:30 e nas quintas-feiras das 12:30 às 16:30, na sede do Senalba - Ala-meda Santos, 2.326 - 16º andar.

e a queda da economia ... Afora isto, vieram

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“Dependendo dos valores que foram passados para uma pessoa em formação, um ato ilícito praticado por ela, por me-nor que seja, traz um drama pes-soal na consciência que é mais torturante do que qualquer outra medida punitiva. São os valores éticos de cada um que determinam o que as pessoas fazem”, disse ele, aplaudido de pé ao � nal de sua palestra.

Para Clóvis de Barros, essa “tortura mental” cau-sada pelos padrões éticos pode ser observada em culturas avançadas como a japonesa. Nela, um ato de corrupção cometido por uma pessoa produz “ver-gonha social” que na maioria das vezes resulta em suicídio.

Para ele, ao se estabelecer os valores éticos na educação de um país, os Governantes pas-sam a adotar a mesma atitude, bene� ciando o desenvolvimen-to humano e diferenciando uma nação de outra. “Lembro-me

A ÉTICA DEVE ESTAR DENTRO DE TODOS!

muito bem que em uma de mi-nhas viagens à Europa, em um determinado país, os jornais � cavam expostos na calçada e a gente apenas colocava a moeda em uma caixa e retirava o exem-plar. Para se chegar a este ponto, a con� ança na ética e na conduta

educacional de um povo devem estar permanentemente sendo colocadas em prática”, disse.

Mas isto não é tudo. A edu-cação familiar é mais, ou tão, determinante para propagação dos valores éticos. “A pratica da ética independe do nível esco-lar.Quantas vezes já assistimos

sociedades sempre estiveram mais próximas do ditado, fari-nha pouca, meu pirão primeiro, do que a decisão mais coletiva e mais justa para o desenvolvi-mento social”, de� ne Clóvis.

Acredita ainda que os fatos recentes no país clamam por

ética e justiça, mas estão distantes dos verdadei-ros valores que devem predominar na conduta cidadã. O certo é que o sucesso do 13º Congres-so Estadual do Senalba mais uma vez inovou em promover o debate fran-co e aberto sobre um dos temas que mais a� igem a sociedade Brasileira. Para os mais de 500 presentes,

a aula do professor Clóvis de Barros Filho foi além da re� e-xão. Foi altamente provocado-ra de mudança de atitude no sentido de que a construção de nosso país depende muito mais de nossos atos do que esperar que tudo acontecerá a partir do governo.

pessoas pobres que encontra-ram objetos de valor e os de-volveram ao dono”, lembra o professor.

O professor Clóvis de Barros a� rma ainda que estabelecer um padrão ético de conduta é um dos maiores con� itos da

humanidade e que não é fácil fazê-lo em uma sociedade mo-derna e competitiva como a nossa. “Veja, este é um dilema milenar. No período antes de Cristo, o � lósofo grego Dióge-nes, saía pelas ruas de Atenas empunhando uma lanterna em busca do homem ético. As

Em uma das mais brilhantes palestras já realizadas no Congresso Estadual do Senalba, o professor de � loso� a Clóvis de Barros Filho foi enfático em de� nir a ética como um prolongamento de valores educacionais e familiares que impedem ou não uma pessoa de cometer um ato ilícito.

gonha social” que na maioria educacional de um povo devem

ética e justiça, mas estão distantes dos verdadei-ros valores que devem predominar na conduta cidadã. O certo é que o sucesso do 13º Congres-so Estadual do Senalba mais uma vez inovou em promover o debate fran-co e aberto sobre um dos temas que mais a� igem a sociedade Brasileira. Para os mais de 500 presentes,

a aula do professor Clóvis de humanidade e que não é fácil

13º CONGRESSO

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SAÚDE

BBC Brasil

No mundo, ele é chamado de mos-quito da febre amarela. No Brasil, é co-nhecido como mosquito da dengue – e, mais recentemente, também da zika e da chikungunya.

Considerado uma das espécies de mosquito mais difundidas no planeta pela Agência Europeia para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na si-gla em inglês), o Aedes aegypti – nome que signi� ca “odioso do Egito” – é combatido no país desde o início do século passado.

A partir de meados dos anos 1990, com a classi� cação da dengue como do-ença endêmica, passou a estar anualmente em evidência. Isso ocorre principalmente com a chegada do verão, quando a maior intensidade de chuvas favorece sua repro-dução.

Agora, um novo sinal de alerta vem da epidemia de zika, uma doença com sinto-mas semelhantes aos da dengue, em curso desde o meio do ano.

Foi con� rmado pelo governo federal que o zika vírus está ligado a uma má-formação no cérebro de bebês, a microce-falia, que já teve neste ano ao menos 1.248 casos registrados em 311 municípios em 14 Estados, a maioria deles no Nordeste.

O Aedes aegypti também esteve no centro de um surto de febre chikungunya ocorrido no país no ano passado, quando este vírus chegou ao Brasil e se espalhou com a ajuda do mosquito.

E, apesar de a febre amarela ter sido considerada erradicada de áreas urbanas brasileiras em 1942, casos de contami-nação foram con� rmados em cidades de Goiás e no Amapá em 2014.

EFICIÊNCIAAlguns fatores contribuem para tornar

o Aedes aegypti um agente tão e� ciente para a transmissão desses vírus. Entre eles estão, segundo especialistas, a sua capaci-dade de se adaptar e sua proximidade do homem.

“Ele se especializou em dividir o espa-ço com o homem”, a� rma Fabiano Car-valho, entomologista e pesquisador da Fiocruz Minas.

“O mosquito prefere água limpa para

BBC Brasil

colocar seus ovos, e qualquer objeto ou local serve de criadouro. Mesmo numa casca de laranja ou numa tampinha de garrafa, se houver um mínimo de água pa-rada, seus ovos se desenvolvem.”

Mas a falta de água limpa não impede que o Aedes aegypti se reproduza. Estu-dos cientí� cos já mostraram que, nesse caso, a fêmea pode depositar seus ovos em água com maior presença de matéria orgânica.

Os ovos também podem permanecer inertes em locais secos por até um ano, e, ao entrar em contato com a água, desenvolvem-se rapidamente – num período de sete dias, em média.

FLEXIBILIDADEO Aedes aegypti

é, geralmente, diurno: prefere sair em busca de sangue pela manhã ou no � m da tarde, evitando os momentos mais quentes do dia.

“Mas ele é oportunis-ta. Se não tiver consegui-do se alimentar de dia, vai picar de noite. Isso não ocorre com o pernilongo, por exemplo, que é notur-no e só vai estar quando o sol começa a se pôr”, a� rma a bióloga Denise Valle, pesquisadora do laboratório de biologia molecular de � avivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Além disso, o mos-quito costuma ter como alvos mamíferos, espe-cialmente humanos. Co-

mo explica o agência europeia, mesmo na presença de outros animais ele “se alimen-ta preferencialmente de pessoas”.

CONTROLE E COMBATEExterminá-lo também é difícil. Segun-

do o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos, o Aedes aegypti é “muito resistente”, o que faz com que “sua população volte ao seu estado original rapidamente após intervenções naturais ou humanas”.

No Brasil, ele chegou a ser erradicado duas vezes no século passado. Na década de 1950, o epidemiologista brasileiro Oswaldo Cruz comandou uma cam-panha intensa contra ele no combate à febre amarela. Em 1958, a Organização Mundial da Saúde declarou o país livre do Aedes aegypti.

Mas, como o mesmo não havia ocorrido em países vizinhos, o mos-

quito voltou a ser detectado no � m dos anos 1960. Foi erradicado novamente em 1973 – e retornou mais uma vez três anos mais tarde. “Hoje não falamos mais em erradicação. Sabemos que isso não é possível”, diz Valle, do IOC/Fio-cruz.

“Na maior parte das vezes, isso é jo-gar dinheiro fora e gera mosquitos mais resistentes. Hoje, levamos de 20 a 30 anos para desenvolver um inseticida e, em dois anos, ele perde sua e� cácia por causa do uso abusivo”, a� rma Valle. “E os químicos usados no controle de larvas não estão disponíveis para a po-pulação.”

Carvalho, da Fiocruz Minas, ressalta ainda que 80% dos criadouros são en-contrados em residências, e que realizar a prevenção e exterminar focos do Aedes aegypti depende mais da população do que dos governantes.

“Quando temos uma epidemia, é mais simples conseguir o apoio da po-pulação, mas, fora deste período, é mais complexo sensibilizar as pessoas para a questão”, a� rma o entomo-logista. “Por tudo isso, acho muito complicado falar em erradicação. Talvez a melhor palavra seja controle.”

Uma abordagem nova vem sendo testada na Bahia e em São Paulo. Machos transgênicos do Aedes aegypti são liberados na natureza e, no cruzamento com fêmeas comuns, geram larvas que morrem antes de atingir a fase adulta, o que, com o tempo, reduz a po-pulação do mosquito numa determinada área.

Responsável por testes realizados desde maio em Pi-racicaba, no interior paulista, a empresa Oxitec informou que os resultados estão sen-do analisados por sua equipe técnica e que ainda não há uma previsão de quando se-rão divulgados.

Por que o mosquito Aedes aegypti transmite tantas doenças?Resistente e adaptável, espécie está no centro da atual epidemia de zika, além de ser vetor de

contágio da dengue, das febres chikungunya e amarela e outras enfermidades mais raras.

epidemia, é mais simples conseguir o apoio da po-pulação, mas, fora deste período, é mais complexo sensibilizar as pessoas para a questão”, a� rma o entomo-logista. “Por tudo isso, acho muito complicado falar em erradicação. Talvez a melhor palavra seja controle.”

vem sendo testada na Bahia e em São Paulo. Machos transgênicos do Aedes aegypti são liberados na natureza e, no cruzamento com fêmeas comuns, geram larvas que morrem antes de atingir a fase adulta, o que, com o tempo, reduz a po-pulação do mosquito numa determinada área.

realizados desde maio em Pi-racicaba, no interior paulista, a empresa Oxitec informou que os resultados estão sen-do analisados por sua equipe técnica e que ainda não há uma previsão de quando se-rão divulgados.