Publicação 8 março 2016 2ªed renov
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Como, quando
e porquê? A ideia de criar o Dia
da Mulher surgiu nos pri-meiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas femininas por melho-res condições de vida e de trabalho, bem como pelo direito de voto. A líder soci-alista alemã Clara Zebrino propôs à Segunda Confe-rência Internacional de Mu-lheres Socialistas, em Cope-nhaga (1876), a instituição do Dia Internacional da Mulher.
A 8 de março de 1917, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram marcadas por mani-festações de trabalhadoras russas por melhores condi-ções de vida e de trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial.
O Dia Internacional da
Mulher e a data de 8 de março são associados a dois fatos históricos que teriam dado origem à comemora-ção. O primeiro deles seria uma manifestação das ope-rárias do setor têxtil nova-iorquino ocorrida a 8 de março de 1857. O outro acontecimento é o incêndio de uma fábrica, ocorrido na mesma data e na mesma cidade.
O primeiro Dia Inter-nacional da Mulher foi cele-brado a 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, no ano seguinte, o Dia In-ternacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de
pessoas, na Áustria, Dina-marca, Alemanha e Suíça. Na antiga União Soviética, durante o estalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de pro-paganda partidária.
Nos países ocidentais, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até à década de 1920. Depois a data foi es-quecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualida-de, a celebração do Dia In-ternacional da Mulher per-deu parcialmente o seu sen-tido original, adquirindo um carácter festivo e comercial. Nessa data, os empregado-res, sem certamente preten-derem evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre as suas empregadas.
Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano
Volume 1, Edição 2
“ O Dia Internacional da Mulher é celebrado a 8 de março ”
8 de março de 2016
Pontos de interesse especiais:
Dia Internacional da Mulher—Como, quando, porquê?
Dia Internacional da Mulher 2016—Figura em destaque: Simone de Beauvoir
Biografia
Bibliografia
Sartre
Dia
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Simone de Beauvoir -Biografia
Nasceu a 9 de Ja-neiro de 1908, em Paris.
Foi escritora, inte-
lectual, filósofa existencialis-ta, ativista política, feminista e teórica social.
Embora não se considerasse filósofa, teve uma influência significativa na teoria filosófica feminis-ta.
Foi a primogénita de duas irmãs. O seu pai, Georges Bertrand de Beau-voir, era advogado e ex-membro da aristocracia francesa. A sua mãe, Fran-
Dia Internacional da Mulher 1-2
Simone de Beauvoir –biografia 1-3
Simone de Beauvoir –bibliografia 2
Simone de Beauvoir – Sartre 3
Simone de Beauvoir –biografia 3
Nota final 4
“O segundo sexo” - vol. 2 4
Nesta edição:
(cont. p.2)
(cont. p.3)
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Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Inter-nacional da Mulher foi adopta-do pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mu-lheres. (1)
João Rocha e João Silva, 11ºL
Como, quando e porquê?
Página 2 DIA INTERNACIONAL DA MULHER
A escritora francesa Simone de Beau-
voir escreveu várias obras.
As suas ideias estavam relacionadas
com a independência feminina e o
papel da mulher na sociedade. Assim,
algumas das suas obras refletiam tam-
bém a luta feminina e as mudanças de
papéis estabelecidos, assim como a
participação dos movimentos sociais.
Simone de Beauvoir escreveu obras
como:
1943: A Convi-
dada (L’Invitée), ro-
mance;
1944: Pyrrhus
e Cinéas (Pyrrhus et
Cinéas), ensaio;
1945: O San-
gue dos Outros (Le Sang des autres),
romance;
1945: As Bocas Inúteis (Les
Bouches inutiles), teatro;
1946: Todos os homens são
mortais (Tous les hommes sont mor-
tels), romance;
1947: Por uma Moral da Am-
biguidade (Pour une morale de l’am-
biguïté), ensaio;
1948: L’Amérique au jour le
jour, ensaio;
1949: O Segundo Sexo (Le
Deuxième Sexe), ensaio;
1954: Os Mandarins (Les
Mandarins), romance – vencedor
do Prémio Goncourt daquele ano;
1955: Privilèges, ensaio;
1955: Deve-se Queimar Sa-
de? (Faut-il Brûler Sade?);
1955: O Pensamento de Di-
reita, Hoje (La Pensée de Droite, Au-
jourd’hui);
1957: La Longue Marche,
ensaio;
1958: Memórias de uma meni-
na bem-comportada (Mémoires d’une
jeune fille rangée), memórias, primeiro
volume;
1960: A Força da Idade (La
Force de l’âge), memórias, segundo
volume;
1962: Djamila Boupacha,
testemunho escrito em parceria com
Gisèle Halimi;
1963: A Força das Coisas (La
Force des choses), memórias, terceiro
volume;
1964: Uma Morte Muito Sua-
ve (Une mort très douce), autobiográfi-
co
1966: As Belas Imagens (Les
Belles Images), romance;
1966: Prefácio de Treblinka
– La Révolte D’un Camp D’extermina-
tion, de Jean-François Steiner
1967: A Mulher Desiludi-
da (La Femme rompue), coletânea dos
contos. A Idade da Discrição (L’âge de
discrétion), Monólogo (Monologue);
1970: A Velhice (La Vieilles-
se), ensaio;
1972: Balanço
Final (Tout compte
fait), memórias, quarto
volume;
1979: Quando
o espiritual domi-
na (Quand prime le
spirituel), romance;
1981: A Cerimónia do
Adeus (La Cérémonie des adieux suivi
de Entretiens avec Jean-Paul Sartre),
biografia;
1990: Journal de Guerre, me-
mórias;
1990 : Lettres à Sartre (I e II);
1997: Cartas a Nelson Al-
gren (Lettres à Nelson Algren);
2004: Correspondance Croi-
sée (avec Jacques-Laurent Bost);
2008: L’Existentialisme Et La
Sagesse Des Nations, ensaio;
2008: Cahiers de Jeunesse,
memórias.(3)
André Oliveira e
Francisco Hardman. 11ºL
S i m o n e d e B e a u v o i r — b i b l i o g r a f i a
Simone de Beauvoir -Biografia
sidade de Paris (Sorbonne), onde conheceu outros jovens intelectuais, co-mo Maurice Merleau-Ponty, René Maheu e Jean-Paul Sartre, com quem manteve um rela-cionamento aberto por toda a vida.
Beauvoir escre-veu romances, ensaios, biografias, autobiogra-fias e monografias sobre filosofia, política e ques-tões sociais. Ficou céle-bre pela sua obra “O Segundo Sexo”, de 1949, uma análise detalhada da opressão das mulheres e um tratado fundamental do feminismo contem-porâneo. Lecionou em v á r i a s
instituições escolares no período entre 1931 a 1943. Em 1940, come-çou a integrar um círculo de filósofos literatos que conferiam ao existencia-lismo um aspeto literá-rio. Os seus livros põem em relevo os elementos mais importantes da filo-sofia existencialista.
Simone de Beau-voir optou por nunca se casar nem ter filhos, apesar do seu longo rela-cionamento com Sartre., o que lhe permitiu ter tempo para se dedicar aos estudos e conquistar um grau académico su-perior, para lutar por causas políticas, para
Françoise Bras-seur, pertencia à alta bur-guesia francesa.
Simone estudou numa escola católica pri-vada até aos 17 anos. Depois de passar nos exames de acesso ao en-sino superior de mate-mática e filosofia, acabou por estudar matemática no Instituto Católico de Paris e literatura e lín-guas no colégio Sainte-Marie de Neuilly, e em se-guida, filosofia na Univer-
Jean-Paul Sartre, nascido a 21 de junho de 1905, foi um filósofo, escritor e crítico francês. Era um representante do existencialismo e através dele procurava explorar todos os aspetos da experiência hu-mana. Dizia que no caso humano, e apenas no caso hu-mano, à existência precede a essência, porque o homem primeiro existe, depois define-se, enquanto as outras coisas são o que são, não se definem. Acreditava que os intelectuais tinham de desempenhar um papel ativo na sociedade e por isso apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e obra. Não acreditava em distinções e acreditava que “nenhum escritor podia ser transformado em instituição” e por isso recusou o prémio Nobel da Litera-tura de 1964, que lhe foi atribuído pela sua obra “As Palavras”. Além dessa publicou várias outras obras, que variavam entre ensaios filosóficos, romances, pe-ças de teatro, ensaios políticos e outros. Teve um relacionamento aberto, de 51 anos, com a escritora e filósofa existencialista francesa, Simone de Beauvoir.(4)
Beatriz Carvalho e Bruna Carneiro, 11ºL
Quem foi Sartre?
Página 3 VOLUME 1, EDIÇÃO 2
viajar, escrever, ensinar e namorar.
Apesar de Beau-voir ter tido um longo relacionamento com Sartre, era conhecida por ter vários amantes, inclusive do sexo femi-nino, algumas das quais começaram enquanto trabalhava como profes-sora.
Simone de Be-
auvoir faleceu a 14 de
abril de 1986, aos 78
anos de idade, na se-
quência de uma pneu-
monia. O seu corpo foi
enterrado no Cemitério de
Montparnasse, no mesmo
túmulo de Sartre.(2)
Carina Araújo e
Inês Pitães, 11ºL
Este trabalho foi feito em contrarrelógio, propositadamente, e pretendeu ir ao encontro
do Dia Internacional da Mulher, em particular de Simone de Beauvoir, figura feminina em
destaque na escola neste ano de 2016.
Simone contribuiu, quer pelo exemplo de vida, quer pela sua intervenção intelectual, para
uma reflexão e mudança comportamental da sociedade sobretudo no que diz respeito à
mulher. A mulher foi temática de muitas das suas obras, tendo ficado célebre “O Segundo
Sexo”, de 1949, tratado incontornável do feminismo contemporâneo.
A partir de excertos do volume 1 desta obra, os alunos do 11º L procuraram refletir sobre
a condição feminina nestes últimos anos, conhecendo alguns pontos de vista de Simone de
Beauvoir e trazendo-os para a contemporaneidade.
ção de uma subjetivida-de, o instrumento que efetua a compreensão do mundo: é através dos olhos, das mãos, e não das partes sexuais, que eles apreendem o universo. O drama do nascimento, e o do desmame desenvolvem-se da mesma maneira para as crianças dos dois sexos; elas têm os mesmos interesses, os mesmos prazeres; a sucção é, inicialmente, a fonte de suas sensa-ções mais agradáveis; passam depois por uma fase anal em que tiram, das funções ex-cretórias que lhe são comuns, as maiores satisfações; o desen-
"NINGUÉM NASCE MULHER: TORNA-SE MULHER. Nenhum destino biológico, psí-quico, económico defi-ne a forma que a fê-mea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civiliza-ção que elabora esse produto intermediário entre o macho e o cas-trado que qualificamos de feminino. Só a medi-ação de outrem pode constituir um indivíduo como um outro. En-quanto existe para si, a criança não pode apre-ender-se como sexual-mente diferenciada. Entre rapazes e rapari-gas, o corpo é, em pri-meiro lugar, a irradia-
volvimento genital é análogo; exploram o corpo com a mesma curiosidade e a mesma indiferença; do clitóris e do pénis tiram o mes-mo prazer incerto; na medida em que já se objetiva a sensibilida-de, voltam-se para a mãe: é a carne femini-na, suave, lisa, elástica que suscita desejos sexuais, e esses dese-jos são preênseis; é de uma maneira agressiva que a rapariga, como o rapaz, beija a mãe, acaricia-a, apalpa-a; têm o mesmo ciúme se nasce outra criança; manifestam-no da mes-ma maneira: cólera, amuo, distúrbios uriná-
"NINGUÉM NASCE MULHER: TORNA-SE MULHER
Escola Secundár ia D. Mar ia I I B ib l io teca Esco lar
Rua 25 de abril
4719 Braga Codex
Tel: 253208790
Correio electrónico:
Biblioteca no coração da escola
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http://esdmaria.wix.com/
biblioteca-escolar
Organização
rios; recorrem aos mesmos ardis para captar o amor dos adultos."
BEAUVOIR, Simone de – O segundo sexo: A expe-
riência vivida. 2ª ed. Lis-boa: Quetzal, 2015.
ISBN 978-989-722-194-
1.vol.2. pp.14-15
Bibliografia consultada
Textos adaptados, a 7 de março de 2016, dos sítios:
(1) https://www.google.pt/search?q=dia+da+mulher&biw=1600&bih=789&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjl6Laa-q7LAhXJWRQKHbMQBMwQ_AUIBigB https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher#Origem http://www.calendarr.com/portugal/dia-internacional-da-mulher/
(2) https://pt.wikipedia.org/wiki/Simone_de_Beauvoir (3)https://www.google.pt/search?q=simone+beauvoir&biw=1600&bih=799&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwjsg5ej_K7LAhUGPBoKHYp4AeEQ_AUIBigB#tbm=isch&q=a+mulher+desiludida+simone+de+beauvoir&imgrc=49gJHdvheX9JWM%3A (4) https://pt.wikipedia.org/wiki/Simone_de_Beauvoir https://avecbeauvoir.wordpress.com/obras/