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Psicoses Sintomáticas
CONCEITO
As psicoses sintomáticas são quadros que surgem
como um sintoma de afecção geral que atinge o
indivíduo . No passado eram chamadas de
reações exógenas aguda de Bonhoeffer . São,
portanto, manifestações psiquiátricas de caráter
psicótico resultante de afecções somáticas.
Características gerais
•são geralmente agudas ,irrompendo de forma brusca ;
•são reversíveis , desaparecendo quando controlado o
quadro somático que lhe deu origem ;
•apresenta-se geralmente com um quadro de
rebaixamento de consciência , podendo ocorrer
fenômenos alucinatórios , predominantemente visuais ,
acompanhando um quadro basicamente confusional
Por vezes a psicose sintomática prolonga-se por várias
semanas com um quadro de tipo amencial, flutuações de
consciência e perplexidade. Por momentos, o paciente pode
recobrar parcialmente a consciência para depois mergulhar
novamente em seu estado confuso onírico ( sonhos ) .
As psicoses sintomáticas devem ser diferenciadas das
psicoses cérebro-orgânicas que são provocadas por afecção
que lesam diretamente o cérebro e, por isso, são crônicas e
irreversíveis, tendendo psicopatologicamente para uma
evolução de caráter demencial.
As psicoses sintomáticas podem basicamente ser
provocadas por intoxicações ou infecções. São
classificadas como autotóxicas quando provocadas por
enfermidades gerais internas como as tireoidopatias,
diabetes, uremias, etc. As heterotóxicas são provocadas
por intoxicações acidentais, profissionais ou com
finalidade hedonística (prazer individua), bem como por
medicamentos (álcool, LSD, maconha, etc.).
O tratamento consiste em remover o quadro tóxico ou
infeccioso de base e neuroléptico
Oligofrenias ou Deficiência Mental
Classicamente as Deficiências Mentais, ou
oligofrenias (do grego oligo = pouco, pheren
= espírito), eram vistas como “uma condição de
subdesenvolvimento mental” já apresentada logo
ao nascer ou nos primeiros anos de vida .
Na década de 90, a OMS tenta compreendê-la demodo mais amplo em função de três conceitosinter-relacionados
•Deficiência: no que diz respeito a uma anomalia
da estrutura ou aparência do corpo humano e do
funcionamento de um órgão ou sistema , seja
qual for sua causa , se constituindo em princípio
em uma perturbação de tipo orgânica
•Incapacidade: reflete as conseqüências de uma
deficiência no âmbito do rendimento funcional e da
atividade do indivíduo; desse modo, a incapacidade
representa uma perturbação no plano da pessoa;
•Desvantagem: se refere às limitações experimentadas
pelo indivíduo, em virtude da deficiência e da
incapacidade; reflete, portanto as relações do indivíduo
com o meio, bem como sua adaptação ao mesmo
Inteligência Características
Quociente de Inteligência
(QI)
Inteligência normal 90 > QI < 110
Inteligência Limítrofe (variações
normais da inteligência ) 70 > QI < 90
D.M. Leve Indivíduo independente 50 > QI < 70
D.M. Moderada Dificuldade em aprender entender e
linguagem é deficiente 36 > QI < 50
D.M. Severa Não tem capacidade de produção,
comunica-se com dificuldade acentuada 20 > QI < 36
D.M. Profunda Indivíduos incapazes de sobreviverem
sozinhos, não se comunicam 20 < QI
Deficiência Mental
Não é uma patologia específica mais sim um
conjunto complexo de síndrome que tem como
sinal comum o déficit intelectual, que apresenta
etiologia variável, profundamente influenciável
pelos fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Etiologias
1.Causas Pré-Natais : genéticas - alterações
cromossômicas ( síndromes ) ;
Alterações gênicas ( erros inatos de metabolismo )
Ambientais – infecções ( toxoplasmose,rubéola,etc ) ;
Radiações ionizantes ; ingestão de drogas ; má
nutrição, materna
2.Causas Perinatais : anóxia ou hipóxia (asfixia e
prematuridade);
Traumatismo de parto
Hiperbilirrubinemia (imaturidade hepática e
sensibilização materno- fetal
3.Causas Pós-natais: infecção do SNC
(meningoencefalite); má nutrição ;
Intoxicação exógenas (chumbo,dióxido de carbono ,
etc ) ;
Traumatismos ; radiações ,etc .
Tratamento
O uso de medicamentos é muitas vezes inevitável
devido as alterações de conduta próprias da
patologia. Basicamente é utilizado neurolépticos ,
ansiolíticos , antidepressivos ,etc. Além de uma
importante psicoterapia , principalmente com
crianças .
DEPRESSÃO
A depressão é uma doença potencialmente
incapacitante se não for tratada adequadamente,
trazendo muitos prejuízos aos seus portadores, como
faltas ao trabalho, licenças médicas, aposentadorias
precoces e isolamentos afetivos e pessoais. O termo
depressão abrange amplo espectro de fenômenos,
incluindo quadros predominantemente psicogênicos,
como neuroses e reações depressivas, quadros
predominantemente somatogênico, etc...
Tipos de Depressão
Encontramos dois tipos de depressão, com
sintomatologias basicamente iguais, a Depressão
Exógena e Depressão Endógena sendo esta
última de tratamento mais longo, podendo se
tornar crônica.
Depressão exógena
Depressão endógena
Depressão exógena
Chamada desta forma por apresentar ações
externas como o meio em que vive, uma
situação de perda afetiva ou mesmo material,
um problema financeiro, uma mudança de
cidade, etc... , que ao menor tempo passa, assim
que a situação é contornada.
Depressão endógena
Possui um agravante genético e são
relativamente independentes frente a situações
ambientais ou externas. A causa dessa depressão
são várias, sendo uma delas, e a de maior peso, a
diminuição de algumas substâncias
neurotransmissoras cerebrais responsáveis pela
regulação do humor como, por exemplo , a
Serotonina e a Noradrenalina.
SINTOMAS
•Humor deprimido
•Incapacidade de sentir prazer e desinteresse
•Alteração de sono e apetite
•Baixa auto-estima
•Sensação de inferioridade e inutilidade
•Lentificação ou agitação
•Fadiga e diminuição da energia
•Idéias de culpa constantes
•Dificuldades de raciocínio , concentração e memória
•Idéias de morte
Tratamento
O tratamento das depressões deve se basear na
ponderação de seus fatores etiológicos, não se
descurando a psicoterapia em favor dos
tratamentos biológicos, quando se abordarem os
quadros predominantemente psicogênicos ou
relativos. O tratamento medicamentoso tem-se
atualizado dia após dia com lançamento de
antidepressivos de potência cada vez maior
adaptando-se a cada indivíduo.
Transtorno Afetivo Bipolar
É uma psicose endógena, da causa orgânica ,
influenciada por fatores ambientais.
FASES DO TRANSTORNO BIPOLAR
Bipolar I (fase maníaca);
Bipolar II (fase depressiva).
Bipolar I (fase maníaca)
O início é caracterizado por elação ou elevação do humor e
aumento da atividade. Com agravamento do quadro aparecem
euforia ou irritabilidade, insônia, grandiosidade, logorréia ,
hipersexualidade , gastos excessivos e , na evolução hostilidade e
violência física ocasional em relação à imposição de limites ou
conselhos racionais . Em casos mais extremos o maníaco se torna
francamente psicótico, com fuga de ideias, fala desorganizada,
agitação, delírios ( tipicamente de grandeza ) e alucinações ,
sendo muitas vezes diagnosticados erroneamente como
esquizofrenia .
Bipolar II (fase depressiva).
A fase depressiva, o indivíduo apresenta baixa
auto-estima, sentimentos de culpa infundados,
idéias suicidas fixas, anorexia, adinamia .
TRATAMENTO
È basicamente o medicamentoso, alterando de
acordo com as fases. Usa-se neurolépticos e
antidepressivos associados a ansiolíticos ; faz-se
importante a psicoterapia, principalmente na
fase depressiva .
ESQUIZOFRENIA
È uma doença mental caracterizada por desagregação do
pensamento, embotamento afetivo , com prejuízo severo da crítica ,
além de uma deteriorização grosseira nos parâmetros da realidade.
Como critérios obrigatórios devem estar presentes: idéias delirantes,
comportamento claramente inadequado e desacostumado,
alucinação e transtornos psicomotor grosseiro com hipo ou
hiperatividade e presentes em grau severo; a retirada social,
transtornos do pensamento que não sejam delirantes, medo
esmagador, transtorno do afeto, despersonalização e desleixo.
Etiologia
Do ponto de vista etiológico também é difícil reconhecer–
se uma causa única. São necessários fatores
predisponentes (genéticos, constitucionais, bioquímicos)
em concomitância com fatores desencadeantes
(desestruturação familiar, dificuldades de
desenvolvimento, instalação de uma comunicação
ambígua através de mensagens contraditórias, “o duplo
vínculo”,que se dão no núcleo familiar). Atualmente, do
ponto de vista bioquímico , a hipótese dopaminérgica é a
mais citada como produtora dos sintomas da
esquizofrenia.
Tipos de esquizofrenia
1.Esquizofrenia Simples;
2.Esquizofrenia Catatônica;
3.Esquizofrenia Hebefrênica;
4.Esquizofrenia Paranóide;
5. Esquizofrenia residual
1.Esquizofrenia Simples
Caracteriza-se pelo autismo, pela superficialidade das
respostas emocionais, com perda gradual e insidiosa da
vontade, interesse e iniciativa. Afasta-se do contato com
as pessoas e tende ao isolamento.
2.Esquizofrenia Catatônica
Alem dos sintomas anteriores estão presentes sintomas
psicomotores. O paciente apresenta-se com acinesia
tendendo à flexibilidade cérea ou com hipercinesia
estereotipada. Ainda estão presentes o negativismo e a
obediência automática a ordem simples.
3.Esquizofrenia Hebefrênica
Caracteriza-se por grande desagregação do
pensamento levando a uma agitação psicomotora
desordenada e bizarra acompanhada de risos
imotivados e falta de crítica ,demonstração de
todo o caos interno vivenciado.
4.Esquizofrenia Paranóide:
Estão presentes as alucinações e delírios de auto
referencia (grandeza e dominante) em geral
persecutórios.
5.Esquizofrenia Residual
È a forma crônica de todas as esquizofrenias,
caracterizada por sintomas negativos, como: apatia,
indiferença, embotamento afetivo, passividade, etc...
Tratamento
Basicamente medicamentoso a base de
neurolépticos e psicoterapia, em determinados
tipos.
Transtorno do Pânico
Os ataques de pânico são caracterizados pelo
início súbito em que os pacientes se sentem
tomados por um intenso medo. A duração da
crise pode ser de alguns minutos até uma ou
duas horas e são acompanhadas de intenso
sentimento de medo de morrer, de perder o
controle ou enlouquecer.
Sintomatologia
Os sintomas mais comuns são: sensação de vertigem,
falta de ar, palpitações, tremores, sudorese, náuseas e
sensação de calor e frio no corpo.
A maioria das pessoas apresentam essas crises várias
vezes por semana, podendo desenvolver um quadro de
agarofobia ( medo de sair às ruas , entrar em
supermercados, bancos , etc.) , com evidente restrição de
sua necessidade pragmática
Tratamento
O tratamento é feito utilizando antidepressivos,
com isto as crises começam a se espaçarem,
chegando a desaparecer. O quadro fóbico
residual é tratado com psicoterapia. É utilizado
também ansiolíticos no controle das crises.
Caracteriza-se o TOC por obsessões ( idéias ,
pensamentos ou impulsos que se impõem à
consciência da pessoa ,contra a sua vontade , e
que são reconhecidas ,em geral , com sendo
absurdas e insensatas ) e compulsões (
comportamentos repetitivos e executados
geralmente de forma ritualista e estereotipadas ).
Freqüentemente as compulsões têm a finalidade
de anular ou neutralizar algum acontecimento
terrível que a pessoa julga poder provocar com
seus pensamentos. Os pensamentos obsessivos
mais comuns são relativo a contaminações (
micróbios,doenças,tóxicos ) , preocupações com
simetria e ordem , duvidas patológicas (“fechei
ou não o gás ,a porta , a torneira .... ) e escrúpulos
religiosos ou morais .
As compulsões mais comuns referem-se a lavar (
algumas pessoas chegam a consumir horas em
banhos ritualísticos ) ,contar , conferir ou verificar
, tocar compulsivamente objetos específicos ,
arrumar simetricamente objetos , e rituais de
ordem e limpeza.
Estudam-se, no momento, as relações do TOC
com certos distúrbios relativos ao controle dos
impulsos, como a tricotilomania, a cleptomania, a
bulemia, e até mesmo certas formas ego-
distônicas de parafilias, que se exercem como
“impulsos incontroláveis”. Estudas - se também a
relação do TOC com a síndrome de Gilles de la
Tourette, caracterizada por tiques motores e
vocais.
Tratamento
È basicamente medicamentoso utilizando
clorimipramina e fluoxetina , uma vez que nesta
patologia a um grande distúrbio a nível de neuro-
receptores nas sinapses .