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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PSICOMOTRICIDADE E DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM
Por: Walcyr Lacerda Kauss
Orientadora:
Profª. Mary Sue
Rio de Janeiro
2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PSICOMOTRICIDADE E DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Educação
Infantil e Desenvolvimento.
Por: Walcyr Lacerda Kauss.
Rio de Janeiro
2007
3
AGRADECIMENTOS
A todos que de uma forma ou de
outra contribuíram para estes estudos,
esposa, filhos, irmãos, mãe, amigos,
alunos, responsáveis dos alunos e
todos os professores que contribuíram
para conclusão deste estudo.
4
DEDICATÓRIA
Desde o início deste trabalho, tive um
apoio muito grande de meu irmão,
Walnei, que com certeza teve uma
parcela gigantesca no desenvolvimento
deste trabalho. Obrigado pela sua
ajuda, que Deus te abençoe.
5
RESUMO
Este trabalho segue uma linha com o já em desenvolvimento sobre
avaliações psicomotoras. Projetando uma a importância sobre dois pontos:
Psicomotricidade e Dificuldade de aprendizagem. Sobre a psicomotricidade
foram descritos vários pontos também de itens perceptivos, que de acordo com
seus objetivos, poderemos ter muitos ganhos de aprendizagem, já no que diz
respeito a dificuldade de aprendizagem, descreve-se observações sobre uma
dificuldade em especial, que é a Dislexia, suas dificuldades, seus desejos, suas
perspectivas, seus medos e suas vitórias. E a contribuição que a
psicomotricidade da para amenizar a dificuldade de aprendizagem.
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METODOLOGIA
O método utilizado foi o de observação junto às crianças, detectando
suas dificuldades e proporcionando através dos itens descritos no trabalho,
uma melhora no seu desempenho no nível de aprendizagem.
A pesquisa se processou de forma a avaliar os itens, sem que as
crianças soubessem que estavam sendo observadas. Todas as atividades
sempre foram realizadas de forma lúdica para que fosse possível observar a
criança de forma natural. A observação foi qualitativa, durante todo dia de aula,
permitindo uma observação de forma clara sobre o próprio processo de
aprendizagem de cada criança.
Foi observado que algumas crianças que apresentavam problemas de
aprendizagem (fato já constatado em diversas conversas com os professores
destes mesmos alunos), também teriam alterações em diversos pontos deste
trabalho. E mais uma vez podemos observar o quanto é importante às
atividades desenvolvidas, razão pela qual se pensou neste tipo de processo de
desenvolvimento, pois é uma forma para detectar algumas alterações e a partir
daí encaminhar as crianças para os atendimentos quando necessários.
Todos os autores que foram consultados contribuíram para uma melhor
compreensão do tema, visto que todos estavam tratando o assunto de forma
clara e objetiva.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................08
CAPÍTULO I - DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM.......10
CAPÍTULO II – PSICOMOTRICIDADE.............................26
CAPÍTULO III - CONTRIBUIÇÕES DA
PSICOMOTRICIDADE.......................................................39
CONCLUSÃO....................................................................48
BIBLIOGRAFIA.................................................................49
ÍNDICE...............................................................................52
FOLHA DE AVALIAÇÃO..................................................56
8
INTRODUÇÃO
A proposta deste estudo é: “Pensar nas contribuições do
desenvolvimento psicomotor para o desenvolvimento cognitivo”.
A psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo, os
homens, através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo
interno e externo, têm aí um campo bem vasto de aplicação e estudo. Este
presente estudo ainda com uma visão global, porque, acredita-se que assim
pode-se detectar alguma alteração, percebendo então que direção tomar,
particularizando-se ou não o desenvolvimento.
Será que se têm dado a devida importância aos degraus que
alcançados. É necessário observar quantos e quais “degraus” da escada de
cada criança, se esta intacta ou não. A formação de cada criança depende
diretamente da quantidade e da qualidade de cada degrau que ela alcança,
inicialmente com o que ela absorve desde sua concepção até o presente
estudo. Se por acaso, algum destes degraus apresentarem alguma
irregularidade, poderá apresentar uma deficiência no processo, têm se que
descobrir qual ele é. E começar num processo anterior, aprimorando-o, no que
ele domina e é mais fácil, isso lhe dará mais confiança, lhe proporcionará um
prazer em executar e conseqüentemente, logo depois, descobrirá que pode ir
muito mais além.
Observa-se uma contribuição muito grande da psicomotricidade, vistos
os objetivos descritos: pique: habilidades naturais, tônus muscular, equilíbrio
dinâmico, percepção e orientação espacial e temporal, acuidade e
acompanhamento visual, diferenciação figura - fundo, esquema corporal,
coordenação geral.
É importante levar o pensamento para aqueles que de alguma forma
têm alguma dificuldade, não se pode pensar especificamente no agora, na área
9
da Educação, quando se refere à dificuldade de aprendizagem tem que se
fazer uma relação direta com os vários objetivos descritos na atividade. Esta
tem sido à busca de todos profissionais da educação.
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CAPÍTULO I
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
Vamos reler algumas definições Dicionário MEC1986:
Dificuldade, s.f. Obstáculo; impedimento; objeção; repugnância;
situação crítica.
Difícil, adj. 2 gên. Custoso; árduo; penoso; trabalhoso; intrigado;
obscuro; exigente.
Quando acabei de digitar estas definições, fiquei perdido nas palavras
e pensando de como deve ser difícil para alguém que apresenta algum grau de
dificuldade se comunicar com as outras pessoas. Observemos estas palavras,
será que temos então, uma dificuldade de pensar? De acordo com tudo
descrito acima, nas definições, ele tem dificuldade de: formar idéias; refletir;
raciocinar; imaginar; julgar, dar opinião, a onde encontrará mais este quadro, a
não ser na escola.
Aprendizado, s.m. Ação de aprender, tirocínio, tempo durante o qual se
aprende. O mesmo que aprendizagem.
Aprender, v.t. Tomar conhecimento de; ficar sabendo; reter na
memória; estudar; instruir-se; procurar tirar proveito do que se vê ou se
observa.
È exatamente a minha proposta, pensar nas contribuições que o
desenvolvimento psicomotor poderá proporcionar ao desenvolvimento
cognitivo, sendo um facilitador na aprendizagem.
11
1.1 – As Dificuldades
Os problemas de aprendizagem interferem significativamente no
rendimento escolar e nas atividades diárias, que exigem habilidades de leitura,
matemática ou escrita.
A literatura sobre as dificuldades de aprendizagem se caracteriza por
um conjunto desestruturado de argumentos contraditórios. Apesar do conceito
de dificuldades de aprendizagem apresentar diversas definições e ainda ser um
pouco ambíguo, é necessário que tentemos determinar à que fazemos
referência com tal expressão ou etiqueta diagnóstica, de modo que se possa
reduzir a confusão com outros termos tais como “necessidades educativas
especiais”, “inadaptações por déficit socioambiental”.
Podemos assinalar como elementos de definição mais relevantes:
- A criança com transtornos de aprendizagem tem uma linha desigual
em seu desenvolvimento;
- Seus problemas de aprendizagem não são causados por pobreza
ambiental;
- Os problemas não são devidos a atraso mental ou transtornos
emocionais.
Em síntese, só é procedente falar em dificuldades de aprendizagem
quando fazemos referência a alunos que:
- Têm um quociente intelectual normal, ou muito próximo da
normalidade, ou ainda, superior;
- Seu ambiente sócio-familiar é normal;
- Não apresentam deficiências sensoriais nem afecções neurológicas
significativas;
- Seu rendimento escolar é manifesto e reiteradamente insatisfatório.
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O que podemos observar, de modo geral, em alunos com dificuldades
de aprendizagem incluem problemas mais localizados nos campos da conduta
e da aprendizagem, dos seguintes tipos:
- Atenção: Baixo nível de concentração, dispersão;
- Área matemática: Problemas em seriações, inversão de números,
reiterados erros de cálculo;
- Área verbal: Problemas na codificação / decodificação simbólica,
irregularidades na lectoescrita, disgrafías;
- Emoções: Desajustes emocionais leves, baixa auto-estima;
- Memória: Dificuldades de fixação;
- Percepção: Reprodução inadequada de formas geométricas, confusão
entre figura e fundo, inversão de letras;
- Sociabilidade: Inibição participativa, pouca habilidade social,
agressividade.
1.1.1 - O Que Fazer
Bem, e daí? Somos professores e os alunos estão em nossas escolas,
em nossas classes. O que fazer?
Assumamos com todos os nossos conhecimentos, com toda nossa
dedicação, os princípios da normalização e individualização do ensino, optando
pela compreensão ao invés da exclusão. Esta é uma visão que tenta superar a
concepção patológica tradicional dos problemas escolares, que se apóia em
enfoques clínicos, centrados nos déficits dos alunos e em tratamentos psico-
terapêuticos aos processos escolares.
Partindo da realidade plenamente constatada que todos os alunos são
diferentes, tanto em suas capacidades, quanto em suas motivações,
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interesses, ritmos evolutivos, estilos de aprendizagem, situações ambientais,
etc, e entendendo que todas as dificuldades de aprendizagem são em si
mesmas contextuais e relativas, é necessário colocar o acento no próprio
processo de interação ensino / aprendizagem.
Sabemos que este é um processo complexo em que estão incluídas
inúmeras variáveis: aluno, professor, concepção e organização curricular,
metodologias, estratégias, recursos. Mas, a aprendizagem do aluno não
depende somente dele, e sim do grau em que a ajuda do professor esteja
ajustada ao nível que o aluno apresenta em cada tarefa de aprendizagem. Se o
ajuste entre professor e aprendizagem do aluno for apropriado, o aluno
aprenderá e apresentará progressos, qualquer que seja o seu nível.
É óbvia a grande dificuldade que os professores sentem quando se
deparam com alunos que se lhes apresenta com “dificuldades de
aprendizagem”. Coloco “dificuldades de aprendizagem” entre aspas, pois,
muitas vezes me pergunto, se estas dificuldades são de ensino ou de
aprendizagem? Ambas estão juntas, é difícil dizer qual das duas tem mais
peso.
O que acontece quando o docente se esquece que a escola é um
universo heterogêneo, tal como a sociedade? Devemos ter em mente que nem
todos aprendem da mesma maneira, que cada um aprende a seu ritmo e em
seu nível. Precisamos criar novos contextos que se adaptem às
individualidades dos alunos, partindo do que: cada um sabe de suas
potencialidades e não de suas dificuldades.
1.1.2 – Didática – Fator de Prevenção
De acordo com Blin (2005) sem subestimar o efeito de fatores externos
à escola, varias pesquisas sobre a eficácia do ensino têm demonstrado a
influência dos professores e da maneira como conduzem à ação pedagógica,
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não somente sobre a forma como se dá a aprendizagem dos alunos, mas
também sobre o modo com que se comportam em aula. O conhecimento dos
processos associados ao ato de aprender e uma prática didática capaz de
facilitá-los pode minimizar grande parte dos problemas e dos rótulos colocados
nos alunos com “dificuldades de aprendizagem”.
Ora, é impossível dar mais atenção para alguns alunos, com as classes lotadas e com o programa que tem de ser igual para todos. Somos cobrados pelos pais, principalmente os das escolas particulares. (uma professora de 4ª série do E.F I).
Segundo Perrenoud (2001) pode-se duvidar que: mesmo em uma
classe tradicional em que se pratica o ensino frontal, que o professor se dirija
constantemente a todos os alunos, que cada um deles receba a mesma
orientação, as mesmas tarefas, os mesmos recursos. E, coloca três motivos
para isto:
- O professor interage seletivamente com os alunos e, por isso, alguns
têm mais que outros, a experiência de serem ouvidos ou questionados,
felicitados ou repreendidos;
- Mesmo nessas classes tradicionais, muitas vezes o trabalho é
realizado em grupos, e o professor circula como um recurso para atender os
alunos;
- A diversidade dos ritmos de trabalho pode levar ao enriquecimento ou
ao empobrecimento das tarefas. Assim, sempre há aqueles que terminam
primeiro e têm tempo para brincar, ler, enquanto outros demoram a terminar e
é preciso esperá-los.
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1.1.3 – O Currículo Real
Se considerarmos o currículo real como uma série de experiências,
chegaremos, grosso modo, a uma conclusão evidente: O currículo real é
personalizado, dois indivíduos nunca seguem exatamente o mesmo percurso
educativo, mesmo se permanecerem de mãos dadas durante anos.
O que Perrenoud (2001) deixa claro, é que individualização de
itinerários educativos é possível para os professores, pois ao invés de uma
individualização deixada ao acaso, pode ser feita uma individualização
deliberada e pertinente dos percursos educativos às diferentes características,
às possibilidades, aos projetos e às necessidades diferentes dos indivíduos.
Alunos que reprovam vários anos na mesma série são mais comuns do
que se pode imaginar. Essas crianças sentem que a escola não foi feita para
eles e se evadem. Segundo Freire (1999, p.35), “os alunos não se evadem da
escola, a escola é que os expulsa”. Quem realmente falhou o aluno ou a
escola? Esses alunos reprovados retornarão no ano seguinte?
Uma criança curiosa que está descobrindo o mundo e suas
possibilidades não progrediu nada em um ano, dois ou três? Isto nos faz
questionar o atual sistema de ensino, pois, parece-nos que busca uma
produção em série e com isso apenas evidencia as diferenças sem nada fazer
por elas.
Vários autores como Sara Pain, Alicia Fernández, Maria Lucia Weiss,
chamam atenção para o fato de que a maior percentual de fracasso na
produção escolar, de crianças encaminhadas a consultórios e clínicas,
encontram-se no âmbito do problema de aprendizagem reativo, produzido e
incrementado pelo próprio ambiente escolar (WEISS et al, 1999, p.46).
É importante considerar que a escola deve valorizar os muitos saberes
do aluno, e que seja oportunizado a ele demonstrar suas reais potencialidades.
A escola tem valorizado apenas o conhecimento verbal e matemático, deixando
de fora tantos conhecimentos importantes para sociedade, situação esta que
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esta em plena mudança, devida às novas preocupações com o
desenvolvimento da aprendizagem.
O sentimento de pertença deve ser estimulado, alguém acuado, jamais
vai demonstrar as potencialidades que possui. Tornando o ambiente escolar
acolhedor, aceitando a criança como ela é oferecendo meios para que se
desenvolva, já é uma tentativa de dar certo o trabalho em sala de aula.
É necessário que os profissionais da educação adotem uma postura
ética em relação ao aluno, que assim como eles convivem em uma sociedade
excludente.
Portanto, diversificar as situações de aprendizagem é adaptá-las às
especificidades dos alunos, é tentar responder ao problema didático da
heterogeneidade das aprendizagens, que muitas vezes é rotulada de
dificuldades de aprendizagens.
Enfim, não devemos tratar a dificuldade de aprendizagem como se
fossem problemas insolúveis, mas, antes disso, como desafios que fazem parte
do próprio processo da aprendizagem, a qual pode ser normal ou não-normal.
Também parece ser consensual a necessidade imperiosa de se identificar e
prevenir o mais precocemente possível as dificuldades de aprendizagem, de
preferência ainda na pré-escola.
1.1.4 – Avaliação Global da Criança
É muito importante à avaliação global da criança ou adolescente,
considerando as diversas possibilidades de alterações, que resultam nas
dificuldades de aprendizagem, para que o tratamento seja o mais específico e
objetivo.
17
1.1.5 – Classificação das Dificuldades de Aprendizagem
Para facilitar existem outras classificações quanto à origem das
dificuldades de aprendizagem. Alguns autores dividem as dificuldades de
aprendizagem em Primárias e Secundárias, de acordo com sua origem.
1.1.5.1 – Dificuldades primárias
As consideradas Primárias seriam aquelas cuja causa não pode ainda
ser atribuída a elementos psico-neurológicos bem estabelecidos ou
esclarecidos. Esses casos englobam, principalmente, as chamadas disfunções
cerebrais e, dentro das dessas disfunções, teríamos os Transtorno da Leitura,
Transtorno da Matemática e Transtorno da Expressão Escrita, bem como os
transtornos da linguagem falada, os quais englobam o Transtorno da
Linguagem Expressiva e o Transtorno Misto da Linguagem Receptivo-
Expressiva.
1.1.5.2 – Dificuldades secundárias
As consideradas Secundárias seriam aquelas conseqüentes a
alterações biológicas específicas e bem estabelecidas e alterações
comportamentais e emocionais bem esclarecidas. Em relação às alterações
biológicas (neurológicas) teríamos as lesões cerebrais, paralisia cerebral,
epilepsia e deficiência mental. Envolve também os sistemas sensoriais, através
da deficiência auditiva, hipoacusia, deficiência visual. Teríamos ainda, dentro
das causas biológicas, as situações de dificuldades de aprendizagem
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conseqüente a outros problemas perceptivos que afetam a discriminação,
síntese, memória e relação espacial e visualização.
Em relação aos problemas de comportamento, um dos fatores mais
marcantes para desenvolvimento de dificuldades de aprendizagem são os
quadros classificados como Comportamento Disruptivo e, dentro deles, o
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e o Transtorno Desafiador e
Opositivo.
Quanto aos problemas emocionais que favorecem as dificuldades,
temos a depressão infantil e a ansiedade (separação) na Infância.
Muito embora as crianças estejam sujeitas à maioria dos transtornos
emocionais encontrados nos adultos, na maioria das vezes seu diagnóstico é
pobremente realizado, e isto, quando realizado. A maioria das pessoas ainda
acredita que criança não fica "nervosa", porque criança não tem problemas, ou
coisas assim. Outros, infelizmente mais ignorantes ainda, acham que "criança
nervosa" é falta de correção enérgica, porque quando eram crianças
apanhavam se não se comportassem adequadamente. Enfim, a falta de
informação sobre psiquiatria infantil é a responsável pela maioria das
dificuldades de relacionamento, escolares e sociais das crianças, bem como,
responsável por inúmeras seqüelas.
Para reconhecer em uma criança a dificuldade de aprendizagem, se faz necessário primeiramente entender o que é aprendizagem e quais os fatores que nela interferem. Pode-se dizer que a aprendizagem é um processo complexo que se realiza no interior do indivíduo e se manifesta em uma mudança de comportamento. (Mazarakis)
Aprendizagem, um ponto de transformação ocorrida dentro do
indivíduo que gera uma mudança de comportamento, dependendo diretamente
dos estímulos desenvolvidos com o aluno. Devendo ter uma atenção muito
19
especial em perceber que cada “aluno” é uma pessoa diferente e que devemos
respeitar e valorizar estas diferenças.
1.1.6 – Fatores Fundamentais
Para se estabelecer se houve ou não aprendizagem é preciso que as
mudanças ocorridas sejam relativamente permanentes. Existem pelo menos
sete fatores fundamentais para que tal aprendizagem se efetive, são eles:
saúde física e mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência,
concentração ou atenção e memória. A falta de um desses fatores pode ser a
causa de insucessos e das dificuldades de aprendizagem que irão surgindo.
A partir disso pode-se entender que uma criança é dita com
dificuldades de aprendizagem, quando apresenta desvios da expectativa de
comportamento do grupo etário a que pertence, ou seja, quando ela não está
ajustada aos padrões da maioria desse grupo, e, portanto seu comportamento
é perturbado, diferente dos demais.
1.1.7 – Causas das Dificuldades de Aprendizagem
Pode-se destacar algumas das principais causas das dificuldades de
aprendizagem, como: causas físicas, sensoriais, neurológicas, intelectuais ou
cognitivas, sócio econômico e emocional, sendo esta última uma das principais
causas que podem dificultar a aprendizagem. Como resultado, as crianças com
dificuldades de aprendizagem têm muitas vezes baixos níveis de auto-estima e
de autoconfiança, o que pode conduzir à falta de motivação, afastamento,
crises de ansiedades e estresse e até mesmo depressão.
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1.2 - Dislexia
Como um distúrbio - disfunção, perturbação, motim, desordem, revolta,
algazarra, traquinice; ou transtorno - perturbação cerebral, tonteira, desarranjo,
forma de alienação mental, passageiro ou persistente, em que o indivíduo
perde a precisão e nitidez, das idéias; de aprendizagem na área da leitura,
escrita e soletração (definição da ABD - Dislexia, fevereiro de 2007, Dicionário
Escolar da Língua Portuguesa, MEC – RJ – 1986). Observa-se que junto com a
definição da dislexia e com os sinônimos dos termos grifados, passaremos a
termos uma idéia da amplitude da dificuldade de aprendizagem que se
processa com um indivíduo que tem este diagnóstico.
Os disléxicos são pensadores visuais e multidimensionais. São
intuitivos e altamente criativos, sempre aprendendo mais facilmente "na
prática". Por pensar visualmente, às vezes é difícil para os disléxicos
compreenderem letras, símbolos e números sem instanciá-los para a realidade
através de métodos como associação de palavras e símbolos com imagens ou
então números e contas com dedos, podendo tornar a leitura mais laboriosa e
lenta.
O disléxico, na maior parte das vezes, possui QI acima da média e é
muito criativo. O motivo está no fato de o lado direito do cérebro, relativo a
essas duas qualidades, ser maior que o esquerdo utilizado no aprendizado.
Alguns pesquisadores acreditam que pessoas disléxicas têm até uma
maior probabilidade de serem bem sucedidas; acredita-se que a batalha inicial
de disléxicos para aprender de maneira convencional estimula sua criatividade
e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas e com o stress.
Mediante uma dificuldade específica de leitura e escrita, deve-se
procurar profissionais especializados na área, para que sejam realizadas
avaliações pertinentes a um caso de dislexia. Na busca de um diagnóstico
preciso e do planejamento para uma intervenção e remedição, um completo
diagnóstico diferencial deve ser administrado, considerando a totalidade da
síndrome da dislexia. É necessário verificar se é uma dislexia propriamente
21
dita, ou se é um atraso no desenvolvimento da leitura decorrente de fatores
adversos como uma deficiência sensorial ou atraso cognitivo. No entanto, há
casos em que podem ocorrer comorbidades, ou seja, mais de um transtorno ao
mesmo tempo. Um exemplo disso é a presença da dislexia associada a um
quadro de Transtorno de Déficit de Atenção (mais comumente conhecido pelo
freqüente sintoma da hiperatividade).
1.2.1 – Sinais de Dislexia
Normalmente os pais e a própria escola são os primeiros a perceberem
quando a criança apresenta uma inabilidade específica. Algumas dessas
características podem estar presentes num quadro de dislexia. É importante
ressaltar que não é necessário apresentar a totalidade desses.
Os pais devem estar atentos para os seguintes sinais para se definir o
quadro.
1.2.1.1 – Dislexia na educação infantil
- Falar tardiamente;
- Dificuldade para pronunciar alguns fonemas;
- Demorar a incorporar palavras novas ao seu vocabulário;
- Dificuldade para rimas;
- Dificuldade para aprender cores, formas, números e escrita do nome;
- Dificuldade para seguir ordens e seguir rotinas;
- Dificuldade na habilidade motora fina;
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- Dificuldade de contar ou recontar uma história na seqüência certa;
- Dificuldade para lembrar nomes e símbolos.
1.2.1.2 – Dislexia na alfabetização e 1ª série do ensino fundamental
- Dificuldade em aprender o alfabeto;
- Dificuldade no planejamento motor de letras e números;
- Dificuldade para separar e sequenciar sons (ex: p – a – t – o);
- Dificuldade com rimas (habilidades auditivas);
- Dificuldade em discriminar fonemas homorgânicos (p - b, t - d, f - v, k -
g, x - j, s - z);
- Dificuldade em seqüência e memória de palavras;
- Dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar;
- Dificuldade em orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da
semana, meses do ano);
- Dificuldade em orientação espacial (direita – esquerda, embaixo, em
cima);
- Dificuldade na execução da letra cursiva;
- Dificuldade na preensão do lápis;
- Dificuldade de copiar do quadro.
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1.2.1.3 – Dislexia da 2ª a 8ª série do ensino fundamental
Mesmo não atendendo a faixa etária desta monografia, é importante
demonstrar o que acontece nas classes posteriores, mostrando com isso como
esta dificuldade não tratada adequadamente torna um problema até a idade
adulta.
- Nível de leitura abaixo do esperado para sua série;
- Dificuldade na sequenciação de letras em palavras;
- Dificuldade em soletração de palavras;
- Não gostar de ler em voz alta diante da turma;
- Dificuldade com enunciados de problemas matemáticos;
- Dificuldade na expressão através da escrita;
- Dificuldade na elaboração de textos escritos;
- Dificuldade na organização da escrita;
- Podem ter dificuldade na compreensão de textos;
- Podem ter dificuldade em aprender outros idiomas;
- Dificuldade na compreensão de piadas, provérbios e gírias;
- Presença de omissões, trocas e aglutinações de grafemas;
- Dificuldade de planejar e organizar (tempo) tarefas;
- Dificuldade em conseguir terminar as tarefas dentro do tempo;
- Dificuldade na compreensão da linguagem não verbal;
- Dificuldade em memorizar a tabuada;
- Dificuldade com figuras geométricas;
- Dificuldade com mapas.
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1.2.1.4 – Dislexia no ensino médio
- Leitura vagarosa e com muitos erros;
- Permanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexas;
- Dificuldade em planejar e fazer redações;
- Dificuldade para reproduzir histórias;
- Dificuldade nas habilidades de memória;
- Dificuldade de entender conceitos abstratos;
- Dificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção
demasiada a pequenos detalhes;
- Vocabulário empobrecido;
- Criação de subterfúgios para esconder sua dificuldade.
1.2.1.5 – Dislexia em adultos
- Permanência da dificuldade em escrever em letra cursiva;
- Dificuldade em planejamento e organização;
- Dificuldade com horários (adiantam-se, chegam tarde ou esquecem);
- Falta do hábito de leitura;
- Normalmente tem talentos espaciais (engenheiros, arquitetos,
artistas);
- A emissão oral é comparativamente muito melhor que do a escrita;
- Atenção limitada e dificuldade em manter-se na tarefa.
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1.2.2 – Diagnóstico
O diagnóstico da Dislexia é muito semelhante ao do de outros
distúrbios de aprendizagem. Por isto, é preciso muito cuidado para não rotular
toda e qualquer alteração de leitura como Dislexia. A Dislexia tem sempre
como causa primária a relação espacial alterada, fazendo com que a criança
não consiga decifrar satisfatoriamente os códigos da escrita. O diagnóstico da
Dislexia exige quase sempre uma equipe multidisciplinar, formada por
neurologista, psicólogo, psiquiatra, psicopedagogo e fonoaudiólogo. Esta
equipe tem a função básica de eliminar outras causas responsáveis pelas
trocas de letras e outras alterações de linguagem.
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico de Dislexia, maiores
serão as chances de tratamento especializado ou adequado, minimizando,
assim, as conseqüências das dificuldades escolares e/ou sociais. Entretanto, a
intervenção pode ser iniciada em qualquer idade, o que certamente tem muito a
contribuir para o sucesso do indivíduo disléxico. Os professores têm um papel
fundamental na vida dessas crianças. Eles devem ter a consciência que é na
escola que o aluno desenvolve seu aprendizado e vivencia experiências.
Garantido por lei - de acordo com a Constituição Federal, o disléxico
tem direito de receber ajuda nas leituras e de não fazer nada por escrito. As
escolas e universidades são autorizadas legalmente a avaliar esses alunos
apenas oralmente. No Capítulo III serão citados alguns exemplos de
compromisso social e de respeito Lei.
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CAPÍTULO II
PSICOMOTRICIDADE
É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu
corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.
Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem
das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três
conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. É um termo
empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em
função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua
individualidade, sua linguagem e sua socialização.
A Educação Física, como ação psicomotora e por meio da educação
psicomotora, incentiva a pratica do movimento em todo o transcurso de
existência do ser humano. Tal concepção fundamenta-se nos conceitos da
educação física permanente, como uma nova forma de evento educativo que
atualmente tende a revolucionar os sistemas educacionais e todo o mundo. A
partir dessa posição, pode–se ver a relação das funções motoras cognitivas e
que também pela afetividade, encaminha o movimento.
A psicomotricidade é relacionar-se através da ação, como um meio de
tomada de consciência que une o ser corpo, o ser espírito, o ser natureza e o
ser sociedade. É a ciência encruzilhada, onde se cruzam e se encontram
múltiplos pontos de vista biológicos, psicológicos, psicanalíticos, sociológicos e
lingüísticos.
No momento em que a psicomotricidade educa o movimento, ela ao
mesmo tempo coloca em jogo as funções da inteligência. A partir dessa
posição, observa-se relação profunda das funções motoras cognitivas e que
também pela afetividade, encaminha o movimento.
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As unidades básicas do movimento, que abrange a capacidade de
equilíbrio e assegura as posições estáticas, são as estruturas psicomotoras. As
estruturas psicomotoras são: locomoção, manipulação e tônus corporal, que
interage com a organização espaço-temporal, as coordenações finas e amplas,
coordenação ocular segmentar, o equilíbrio, a lateralidade, o ritmo e o
relaxamento, etc. Estas são traduzidas como: andar, correr, saltar, lançar, rolar,
rastejar, engatinhar, trepar, estender, elevar, e outros. Estes movimentos são
conhecidos na educação física como movimentos naturais do ser humano.
Historicamente, a educação física tem priorizado a dimensão
biofisiológica. No entanto, a partir da metade do século entra em cena a
psicomotricidade, de forma muito atuante e com visão de ciência técnica.
Passa–se a observar a educação física a partir de uma visão mais ampla, em
que o homem, cada vez mais, deixa de ser percebido como um ser
essencialmente biológico para ser conhecido através de uma visão mais
abrangente, a qual se considera o processo social, histórico e cultural. Henri
Wallon é, provavelmente, o grande pioneiro da psicomotricidade. Vista como
campo científico. Em 1925, ao publicar L´Enfant Turbulent e, em 1934, Lês
Origines du Caractér Chez l´Enfant, Wallon inicia uma das obras mais
relevantes no campo do desenvolvimento psicológico da criança, uma grande
importância deste estudo é a relação que se tem com a afetividade.
O ser humano é um complexo de emoções e ações, propiciadas por
meio do contato corporal nas atividades psicomotoras, que também favorecem
o desenvolvimento afetivo entre as pessoas, o contato físico, as emoções e as
ações.
A educação psicomotora nas series iniciais atua como prevenção.
Alguns destes problemas como a má concentração, confusão no
reconhecimento das palavras, confusão com letras e silabas e outras
dificuldades relacionadas à alfabetização. Uma criança cujo esquema corporal
é mal formado, não coordena bem os movimentos. Suas habilidades manuais
tornam-se limitadas, a leitura perde a harmonia, o gesto vem após a palavra e
o ritmo de leitura não é mantido.
28
O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a
formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e
psicológico, dando oportunidade para que, por meio de jogos, de atividades
lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através da educação física, a criança
desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do
comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental
de sua expressão motora, a educação física deverá realizar atividades
considerando seus níveis de maturação biológica. A educação física, na sua
parte recreativa, proporciona a aprendizagem das crianças em várias
atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no
equilíbrio sócio afetivo.
A educação física escolar não deve ser totalmente dissociada do
esporte, já que um de seus objetivos consiste em promover a socialização e a
interação entre seus alunos, proporcionadas reconhecidamente pelo esporte. O
grande questionamento que se faz a respeito do esporte na escola é que ele
muitas vezes transfere para o aluno uma carga de responsabilidade alta em
relação à obtenção de resultados, o que afeta a criança psicologicamente de
uma forma negativa. Por isso, as atividades recreativas e rítmicas poderiam ser
consideradas como meios mais eficazes para promover essa socialização dos
alunos que a educação física escolar tanto apregoa, uma vez que normalmente
são realizadas em grupos, os quais obedecem ao princípio da cooperação
entre seus componentes, estimulando assim a criança em sua apreciação do
comportamento social, domínio de si mesmo, autocontrole e respeito ao
próximo.
29
2.1 – Psicomotricidade e Sua Relação com a Dificuldade de
Aprendizagem
Como cita Fátima Alves (2003), “na psicomotricidade temos como
objetivo primordial trabalhar para educar e reeducar o indivíduo...”, esta bem
claro que este objetivo está ligado sempre ao desenvolvimento motor do
indivíduo que irá proporcionar a ele um melhor aprimoramento motor e por
relação direta, uma melhor compreensão dos movimentos que irão cercar a
sua vida diariamente. Com o entendimento dos itens abaixo descritos teremos
uma visão boa da amplitude da ação da psicomotricidade no desenvolvimento
global do indivíduo.
Von Bekesy (2004) assim se refere ao Sistema Nervoso Central: “O
S.N.C. é um intrincado complexo de circuitos de realimentação. Se dermos os
impulsos mais primitivos, os caminhos se abrem e novos circuitos podem ser
formados”. Por este motivo, começar sempre dos exercícios mais primitivos,
prosseguindo e obedecendo, cada fase de evolução natural.
2.1.1 - Acuidade Visual
É a capacidade que temos de distinguir a forma e os detalhes precisos
(grande / pequeno; quadrado / triângulo/círculo). A criança com o
desenvolvimento destas habilidades irá com certeza ter noção de percepção de
detalhe, será que isto ajudará na leitura de um texto. Identificar e perceber os
objetos que estão a sua volta.
30
2.1.1.1 - Acompanhamento visual
É a capacidade de acompanhar com o olhar símbolos ou objetos. Este
ponto poderá nos atribuir informações de como perceber os movimentos
diversos a nossa volta, como atravessar a rua. Um jogar a bola numa partida
de queimado, futebol, Meus pintinhos venham cá.
2.1.1.2 - Memória visual
É a capacidade de recordar experiências visuais anteriores, quando o
estímulo visual que as ocasionou já não está presente. As informações da
literatura sobre a memória e que se tem que trabalhar muito ainda, pois não
utilizamos grandes percentuais do nosso cérebro. Por isso da importância de
sempre relembrar fatos marcantes, lembrança da matéria dada pelo professor.
Mudar objetos de lugar e pedir que os localize.
2.1.1.3 - Diferenciação figura - fundo
É a capacidade de destacar a figura dominante de seu ambiente.
Como: Definir o que é mais importante naquela situação, o que se tem que
levar em prioridade.
2.1.1.4 - Estabilidade receptiva
É a capacidade de selecionar vários objetos que pertencem a uma
mesma categoria. Neste ponto já se trabalha a capacidade de divisão e
31
seleção de vários objetos, como será esta ajuda na hora de uma organização
de um trabalho. Separar somente as bolas (qualquer cor) amarelas.
2.1.2 - Acuidade Auditiva
É a capacidade que temos de captar e diferenciar os diferentes sons,
seus tons e intensidades. A respeito desta capacidade, contribuirá muito para
percepção de vozes, sons de música (ritmo) e suas variações. Galhinha choca,
diferenciando em intensidade, seus tons e diferentes vozes.
2.1.2.1 - Acompanhamento auditivo
É capacidade de identificar de onde provém o som e em seguida seguir
a direção a que ele leva. Já na parte de acompanhamento, iremos reconhecer
sua importância no sentido da orientação e percepção espacial. Num chamado
de alguém.
2.1.2.2 - Memória auditiva
É a capacidade que temos de recordar e reproduzir experiências
auditivas após o desaparecimento do estímulo (reproduzir ritmos). Para quem
trabalha ou que gosta de música, esta é uma capacidade que poderá lhe
contribuir e muito para uma lembrança de sons.
32
2.1.3 – Tato
É a capacidade de distinguir diferentes texturas. Ao escolher uma fruta,
colocar a mão em objeto quente / frio, ou até mesmo as pessoas que tem uma
deficiência visual.
2.1.4 – Olfato
É a capacidade de distinguir diferentes tipos de odores. Como
diferenciar um alimento em que esta em condições de ser consumido ou não.
2.1.5 – Paladar
É a capacidade de distinguir diferentes tipos de sabores (amargo, doce,
salgado, azedo, etc...). Neste tipo de capacidade temos uma percepção de
sabores, que nos auxiliará na percepção e prevenção de ingestão de alimentos
inadequados.
2.1.6 - Esquema Corporal
Em Ajuriaguerra, 1972, a evolução da criança é sinônimo de
conscientização e conhecimento cada vez mais profundo do seu corpo, a
criança é o seu corpo, pois é através dele que a criança elabora todas as suas
experiências vitais e organiza toda a sua personalidade. É através dele, do
33
corpo, que todos nós nos apresentamos. O Esquema Corporal, para Quirós, não
é saber nomear as partes do corpo, mas poder dominar seu corpo em cada
movimento desejado. Este é o processo de maturação natural que torna as
estruturas neurológicas operacionais. O indivíduo que tem o seu Homúnculo bem
impregnado, ou seja, seu Esquema Corporal maduro pode fazer qualquer
movimento com seu corpo, inclusive os movimentos para a fala.
2.1.6.1 – Postura
O modo de reação pessoal a um estímulo constante: a gravidade
define Lapierre. Através da presença do tônus muscular, mudará sua atitude
em relação à gravidade (equilíbrio estático e dinâmico), cada alteração da
postura definirá uma nova posição do tônus muscular.
2.1.6.2 – Respiração
Que a criança perceba, interiorize e controle as diferentes formas que a
ação de respirar pode adotar:
- Vias respiratórias (nasal e bucal);
- Fases respiratórias (inspiração, apnéia e expiração);
- Tipos de respiração (torácica e abdominal).
34
2.1.6.3 – Lateralidade
É o conhecimento da preferência de utilização de uma das partes
simétricas do corpo, sendo também definido os nomes das partes envolvidas
nesta simetria, lado direito e lado esquerdo.
2.1.7 - Coordenação Geral
É o uso de grandes grupos musculares em harmonia, ou seja,
necessita-se de um perfeito sincronismo dos jogos musculares em repouso ou
em movimento. Na não percepção da maturação nervosa, podemos prejudicar
a criança que por a caso pular fase, como o engatinhar, ela quando engatinha
ela esta fazendo o movimento de andar e posteriormente o de correr.
Os músculos e as articulações do seu sistema nervoso deverão estar
desenvolvidos para esta nova fase de informações e solicitações possam
ocorrer sem prejuízo à manutenção do seu corpo.
2.1.7.1 - Coordenação específica
É o uso de pequenos grupos musculares. É uma coordenação dividida
em setores, exigindo precisão dos movimentos para realização de tarefas.
Como se mostra no fato de pintar, escrever, de desenhar, de se pentear, dar nó
no cadarço, abrir uma porta, fechar um trinco, e mais.
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2.1.8 - Organização Espacial
Observar o espaço físico, realizar localizações espaciais
(reconhecimento do espaço de ação, noções de dentro / fora; interior / exterior,
frente / atrás, acima / abaixo, em cima / debaixo), adquirir noções de dispersão
e agrupamento, noções de ordem, proximidades / distâncias; juntos / separado.
Dando uma ajuda substancial na organização de um calculo matemático.
2.1.8.1 - Organização temporal
A aquisição de noções de antes, durante, depois, sucessão e
simultaneidade, percepção da duração, da pausa da duração da pausa, a
apreciação de estruturas rítmicas, em relação à apreciação de velocidades, de
aceleração do próprio corpo, dos colegas dos objetos como bolas, por
exemplos.
2.1.9 - Habilidades Naturais
É o desenvolvimento de habilidades sem necessidade de construção
de movimento (andar, pular, lançar, arremessar, correr, saltar, etc...). São
atividades construídas de forma natural e global, desenvolvido em grande
proporção pelo método Padovan.
36
2.1.9.1 – Equilíbrio
A colocação perfeita do centro de gravidade e a combinação perfeita
de ações musculares com o propósito de sustentar o corpo sobre uma base.
Este ponto abortado nos demonstra o quanto é importante este item, pois
através dele nos situamos e podemos com isso ter várias posições do nosso
corpo parado ou em movimento.
2.1.9.2 – Ritmo
É o domínio do seu corpo, que adaptar seus movimentos, com
precisão, aos estímulos mais diversos e variados. O ritmo permite uma maior
flexibilidade de movimentos, um maior poder de atenção e concentração, pois
obriga a criança a seguir uma cadência determinada. A percepção da
alternância de tempos fracos e fortes leva à percepção do relaxamento e das
pausas.
2.1.9.3 - Tônus muscular
Atividade que empresta aos músculos um grau de consistência e uma
forma determinada. Wallon (1995) descreve sobre tônus: “na tonicidade
corporal que se pode perceber a expressão de emoções, emoções que o corpo
apresenta ao ser afetado por estímulos do meio e que suscitam sensibilidades
interpretadas pelo cérebro”.
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2.1.10 - Imagem Corporal
Durante a fase da inteligência pré-operatória, isto é, até os 7 anos, a
imagem do corpo é essencialmente visual. Daí a importância de permitir-lhe a
confrontação global com o mundo dos objetos.
2.1.11 - Orientação Espacial
Reconhecer a situação do lugar em que se acha e por onde pode ir,
tendo então, condições de estar sempre prestando atenção em uma nova
opção para procurar um outro caminho.
2.1.11.1 - Orientação temporal
Depois do reconhecimento da situação, reconhecer mais rápido, o
melhor caminho a seguir.
2.1.12 - Coordenação Óculo – Manual
Compreende a capacidade de coordenar movimentos manuais com
referências perceptivo-visuais, exemplo: Jogar a bola na boca do palhaço.
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2.1.12.1 - Coordenação óculo – pedal
Compreende a capacidade de coordenar movimentos pedais com
referências perceptivo-visuais, exemplo: Cobrança de Pênalti, no Futebol de
salão.
2.1.13 - Dominância Lateral
É a definição do lado do corpo que fica mais fácil à execução de um
movimento, podendo até ter casos de pessoas que conseguem ter as mesmas
habilidades usando os dois lados do corpo. Observemos o que escreve Fátima
Alves (2003, p. 61), sobre lateralidade: “Pode-se dizer, por exemplo, que
quando o indivíduo apresenta transtornos na lateralidade, na estrutura do
esquema corporal ele terá grandes possibilidades de ter Dislexia”.
2.1.14 - Velocidade de Reação
É o tempo de resposta a um estímulo.
39
CAPÍTULO III
CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Nas atividades abaixo descritas, iremos encontrar vários objetivos
específicos e gerais, devemos então, usa-los direcionando as atividades de forma
que atenda o maior número de alunos e que de alguma forma podemos contribuir
para um melhor desenvolvimento motor, que com certeza irá contribuir para o
desenvolvimento intelectual.
Temos que ter um cuidado muito grande em selecionar as brincadeiras
para que elas possam sempre proporcionar um aprimoramento e/ou
desenvolvimento motor.
Serão relacionadas abaixo várias atividades e seus principais objetivos.
Além destes objetivos teremos outros que estão inserido e que não foram
citados, alguns destes objetivos são mais direcionados, dependendo
diretamente a onde se pretende atingir.
- Amarelinha: Postura, equilíbrio estático e dinâmico, percepção e
orientação espacial, diferenciação figura fundo, esquema corporal, lateralidade,
coordenação geral, habilidades naturais, tônus muscular, coordenação óculo-
pedal, dominância lateral, esquema corporal, equilíbrio.
- Piques: habilidades naturais, tônus muscular, equilíbrio dinâmico,
percepção e orientação espacial e temporal, acuidade e acompanhamento
visual, diferenciação figura fundo, esquema corporal, coordenação geral.
- Batatinha Frita: tônus muscular, imagem corporal, equilíbrio, postura,
esquema corporal, organização espacial e temporal.
- Coelhinho na Toca: organização espacial e temporal, velocidade de
reação.
40
- Galinha Choca: tônus muscular, velocidade de reação, equilíbrio,
postura, ritmo, organização temporal.
- Boca do Palhaço: coordenação fina, lateralidade, dominância lateral,
habilidades naturais, equilíbrio estático, tônus muscular, coordenação óculo-
manual.
- Boliche: coordenação fina, lateralidade, dominância lateral, equilíbrio
estático e dinâmico, tônus muscular, coordenação óculo-manual, diferenciação
figura fundo.
- Pular Corda: coordenação geral, equilíbrio estático e dinâmico, tônus
muscular, postura, velocidade de reação, habilidades naturais, esquema
corporal.
3.1 - Andar, Falar e Pensar
Vamos pensar um pouco com este jogo de palavras, andar, falar e
pensar, verificando como é importante levar estas três palavras e seus
resultados em consideração. O falar se desenvolve a partir do processo do
andar, o pensar se desenvolve a partir da evolução da linguagem. Se por um lado
a fala é o veículo que expressa o pensamento, por outro lado não se pode pensar
sem a linguagem. O falar e o pensar estão tão inter-relacionados que mal se
pode distinguir o que pertence a um ou a outro, quando se trata de atividades
intelectuais.
Lembrando o que Steiner (1981) disse, que o processo do andar é que
leva ao falar (compreenda-se aqui como qualquer tipo de linguagem). A
Reorganização Neurológica, que consiste na recapitulação das fases do
desenvolvimento neurológico normal: movimentos primários. Estamos
trabalhando o corpo, e devemos trabalhá-lo porque ele, por assim dizer, é o
precursor da linguagem, da aprendizagem da leitura e da escrita. A linguagem
gestual e a mímica vêm muito antes da fala articulada.
41
Se uma criança não conseguisse fazer uma atividade, por exemplo,
correr, não se deveria treinar a corrida, mas, sim, trabalhar as atividades que
antecediam aquela dificuldade, um exemplo é o de se andar.
O modelo que se tem visto reforça a noção de que qualquer
comportamento ou aprendizagem da criança traduz uma dimensão psicológica
por um lado e uma dimensão neurológica por outro, pois dessa interação
recíproca obtém uma melhor compreensão sobre as dificuldades de
aprendizagem e sobre as dificuldades psicomotoras das crianças.
O conceito psiconeurológico da aprendizagem e da psicomotricidade
equaciona o cérebro em todas as suas unidades funcionais, desde as mais
elementares às mais diferenciadas, respeitando a organização e a
hierarquização funcional que o caracteriza como órgão de aprendizagem e,
obviamente, como órgão de reaprendizagem ou de reabilitação. Reforçando
mais uma vez o que esta escrita no início deste item, que como é importante a
estimulação adequada, para que possa o sistema nervoso se desenvolver e
proporcionara com isso um melhor desenvolvimento da aprendizagem.
3.2 - Exemplos de Compromisso Social – Vestibular Unicamp
2006
Vestibular diferente para Luiz Tiago, Rafael, Ricardo... (17/1/2006). O
vestibulando Luiz Tiago de Paula possui uma disfunção neurológica
denominada câimbra do escrivão, ou seja, não consegue escrever de forma
legível. Para o exame precisa do computador e de não uma caneta. Já o
candidato Rafael Tavares da Silva necessita de uma lupa para ampliar as letras
da prova. Ele tem visão subnormal. A necessidade de Ricardo Rovere De Santi
é de um profissional que escreva as respostas que ele dita, em função de uma
espécie de dislexia. Cada um superou inúmeros obstáculos para chegar até a
segunda fase do Vestibular Unicamp 2006. As barreiras foram mais difíceis do
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que as dos candidatos de uma maneira geral. Luiz Tiago, Rafael, Ricardo,
assim como José e Vitor, compõem o grupo de portadores de necessidades
especiais e, por isso, realizam as provas no Centro de Estudos e Pesquisas em
Reabilitação Dr. Gabriel Porto (Cepre), no campus de Campinas.
3.2.1 - Universidade de Brasília
.A Universidade de Brasília tem um instituto que trabalha com
Disléxicos. Na Unb isso é lei! O disléxico tem direito a um ledor pra
acompanhá-lo numa sala reservada; tem direito a uma hora a mais; tem direito
a tudo isso em vestibulares e concursos públicos realizados pelo "CESPE-unb".
3.3 - Compromisso
Pais, professores, familiares, escolas e todos os que estão envolvidos
no processo educacional da criança.
Não há dúvidas que, para “o fazer” cotidiano dos professores, constitui
um importante problema abordar o desafio colocado por um considerável
número de alunos que, sem deficiência mental, nem sensorial, nem privação
ambiental, não alcançam rendimentos inicialmente esperados em suas
aprendizagens.
A escola tem papel fundamental no trabalho com os alunos que
apresentam dificuldades de linguagem. Destacamos algumas sugestões que
consideramos importantes para que ele se sinta seguro, querido e aceito pelo
professor e pelos colegas:
43
- O indivíduo tem uma história de fracassos e cobranças que o fazem
sentir-se incapaz. Motivá-lo, exigirá de nós mais esforço e disponibilidade do
que dispensamos aos demais;
- Não receie que seu apoio ou atenção vá acomodar o aluno ou fazê-lo
sentir-se menos responsável. Depois de tantos insucessos e auto-estima
rebaixada, ele tende a demorar mais a reagir para acreditar nele mesmo;
- Incentive o aluno a restaurar o confiança em si próprio, valorizando o
que ele gosta e faz bem feito, ressalte os acertos, ainda que pequenos, e não
enfatize os erros, valorize o esforço e interesse do aluno, atribua-lhe tarefas
que possam fazê-lo sentir-se útil, evitem usar a expressão "tente esforçar-se"
ou outras semelhantes, pois o que ele faz é o que ele é capaz de fazer no
momento, fale francamente sobre suas dificuldades sem, porém, fazê-lo sentir-
se incapaz, mas auxiliando-o a superá-las, respeite o seu ritmo, pois a criança
com dificuldade de linguagem tem problemas de processamento da
informação. Ela precisa de mais tempo para pensar, para dar sentido ao que
ela viu e ouviu, um professor pode elevar a auto-estima de um aluno estando
interessado nele como pessoa. Nós não aprendemos pelo fracasso, mas sim
pelos sucessos;
- Certifique-se de que as tarefas de casa foram compreendidas e
anotadas corretamente, certifique-se de que seu aluno pode ler e compreender
o enunciado ou a questão. Caso contrário leia as instruções para ele, leve em
conta as dificuldades específicas do aluno e as dificuldades da nossa língua
quando corrigir os deveres estimule a expressão verbal do aluno, dê instruções
e orientações curtas e simples que evitem confusões, dê "dicas" específicas de
como o aluno pode aprender ou estudar a sua disciplina, oriente o aluno sobre
como se organizar no tempo e no espaço, não insista em exercícios de fixação
repetitivos e numerosos, pois isso não diminui a sua dificuldade, dê explicações
de "como fazer" sempre que possível, posicionando-se ao seu lado, utilize o
computador, mas certifique-se de que o programa é adequado ao seu nível.
Crianças com dificuldade de linguagem são mais sensíveis às críticas,
e o computador, quando usado com programas que emitem sons estranhos
44
cada vez que a criança erra, só reforçará as idéias negativas que elas têm de si
mesmas e aumentará sua ansiedade, permita o uso de gravador, esquematize
o conteúdo das aulas quando o assunto for muito difícil para o aluno. Assim, a
professora terá a garantia de que ele está adquirindo os principais conceitos da
matéria através de esquemas claros e didáticos, "uma imagem vale mais que
mil palavras", demonstrações e filmes podem ser utilizados para enfatizar as
aulas, variar as estratégias e motivá-los. Auxiliam na integração da modalidade
auditiva e visual, e a discussão em sala que se segue auxilia o aluno organizar
a informação. Por exemplo: para explicar a mudança do estado físico da água
líquida para gasosa, faça-o visualizar uma chaleira com a água fervendo, não
insista para que o aluno leia em voz alta perante a turma, pois ele tem
consciência de seus erros. A maioria dos textos de seu nível é difícil para ele.
3.4 - Cuidados Importantes
Os professores têm um papel fundamental na vida dessas crianças.
Eles devem ter a consciência que é na escola que o aluno desenvolve seu
aprendizado e vivencia experiências e que podem ser bem sucedidos em uma
classe regular. O sucesso dependerá do cuidado em relação à sua leitura e das
estratégias usadas.
3.5 - Como os Pais Podem Ajudar
Seu filho não está indo bem na escola. Ele é o primeiro, a saber, mas
não sabe o que fazer e como explicar o que acontece. Quanto mais o tempo
passar sem que ele tenha ajuda, maiores serão suas dificuldades.
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Seja positivo, descubra tudo que você puder sobre o desempenho de
seu filho e os melhores caminhos para ele, procure o profissional adequado
para ajudá-lo. Pai e mãe devem participar juntos desta tarefa.
Seja paciente e perseverante, tente desenvolver um bom
relacionamento com seus professores e discuta se possível o problema com
eles, sempre se pergunte: “O que eu estou fazendo: estou ajudando meu filho
ou somente estou dando vazão à minha frustração?”, tente ficar calmo ao
receber alguma notificação escolar, ensine seu filho a fazer coisas para si
próprio, dando-lhe autonomia, ensine a ele como se organizar, usando seu
tempo da melhor maneira seja paciente com os progressos que ele fizer,
quando estiver tendo atendimento apropriado. Não vão acontecer milagres.
Tudo isto leva tempo. É necessário muita determinação e esforço.
Seja atento, ele poderá ter muitos desapontamentos como: ser
chamado de bobo ou preguiçoso, chegar atrasado em compromissos, ter
frustrações nos trabalhos escolares. Mas vocês como pais podem ajudá-lo a
vencer a maioria deles, desde que percebam a tempo. Preste atenção nos
sinais de stress, como enurese ou introversão. Não pense que
necessariamente todos esses sinais são por causa da dislexia. Seu filho está
crescendo e pode ter problemas como qualquer adolescente. Tem que haver
uma intervenção gentil, mas com firmeza, vários professores, psicólogos,
clínicos e outros profissionais, de alguma maneira compreendem e serem
solidários a sua dificuldade de aprendizagem, não o deixe desistir, ele poderá
ficar tão cansado com o esforço que faz na escola, que precisará,
eventualmente, ter um dia mais folgado, sua criança que tem dificuldade de
aprendizagem e depende muito de sua atenção. Mas não dê mais atenção a
ela do que aos outros membros da família, nunca compare crianças, você pode
se tornar neurótico (a) ou super protetor (a), o que é um perigo.
Seja prático, qualquer que seja a idade de seu filho, leia para ele, digite
suas anotações escolares, algumas matérias podem ser gravadas em fita
cassete, desenvolva o interesse dele por arte de um modo geral (teatro,
música, arte e música), assista TV, vídeos com ele e depois converse sobre o
46
que viram, incentive as atividades livres, elogie, motive, informe e estimule sua
auto confiança e sua auto-estima.
Explique à criança o que você está fazendo, enquanto está executando
a tarefa, não é simples ensiná-los a amarrar cordões em sapatos e a abotoar,
sapatos sem cadarços com elástico, ou velcro, podem diminuir o problema,
apesar não o resolver, uma pessoa canhota, exercita tarefas de maneira
diferente da pessoa destra.
3.6 - Sugestão Para Avaliação dos Dislexos
As crianças com dificuldade de linguagem têm problemas com testes e
provas: Em geral, não conseguem ler todas as palavras das questões do teste
e não estão certas sobre o que está sendo solicitado, elas têm dificuldade de
escrever as respostas, sua escrita é lenta, e não conseguem terminar dentro do
tempo estipulado, recomendamos que, ao elaborar, aplicar e corrigir as
avaliações do aluno disléxico, especialmente as realizadas em sala de aula,
adote os seguintes procedimentos:
- Leia as questões (problemas) junto com o aluno, de maneira que ele
entenda o que está sendo perguntado;
- Explicite sua disponibilidade para esclarecer-lhe eventuais dúvidas
sobre o que está sendo perguntado;
- Dê-lhe tempo necessário para fazer a prova com calma;
- Ao recolhê-la, verifique as respostas e, caso seja necessário,
confirme com o aluno o que ele quis dizer com o que escreveu, anotando
sua(s) resposta(s);
- Ao corrigi-la, valorize ao máximo a produção do aluno, pois frases
aparentemente sem sentido e palavras incompletas ou gramaticalmente
erradas não representam conceitos ou informações erradas;
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-Você pode e deve realizar avaliações orais também.
Se o disléxico não pode aprender do jeito que ensinamos, temos que
ensinar do jeito que ele aprende.
48
CONCLUSÃO
Ao se tratar de uma contribuição contínua, ficou a preocupação de
fazer um monitoramento coerente e honesto com quem está sendo observado.
Percebendo que as aplicações destas atividades são totalmente naturais, não
retirando a espontaneidade da criança.
Com o embasamento teórico, ficou mais fácil de perceber as possíveis
variações de aprendizagem. E que com o passar dos dias poderemos observar
uma grande evolução da aprendizagem.
No início deste trabalho havia uma grande preocupação em
proporcionar ao professor, um leque de opções de atividades para que ele
possa proporcionar ao educando uma grande variação de atividade,
acreditando que esta diversificação possibilita um aumento de atividades
corporais, que com certeza irá aumentar a possibilidade de uma aprendizagem
adequada e construtiva. Uma grande gratificação do nosso trabalho é o fato de
observamos que as crianças crescerão e aumentarão a possibilidade de uma
melhor aquisição da aprendizagem. Teremos uma criança mais completa em
todas as suas possibilidades psicomotoras e com contribuições significativas
para o seu desenvolvimento cognitivo.
As conclusões são momentâneas, porque as dinâmicas
interdisciplinares, estão sujeitas a transformações em virtude do crescimento
do autor e do surgimento de novas descobertas científicas.
49
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52
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO...........................................................02
AGRADECIMENTOS.........................................................03
DEDICATÓRIA..................................................................04
RESUMO...........................................................................05
METODOLOGIA................................................................06
SUMÁRIO..........................................................................07
INTRODUÇÃO...................................................................08
CAPÍTULO I
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM...............................10
1.1 – As Dificuldades.....................................................................11
1.1.1 - O Que Fazer....................................................................................12
1.1.2 – Didática – Fator de Prevenção.......................................................13
1.1.3 - O Currículo Real..............................................................................15
1.1.4 - Avaliação Global da Criança...........................................................16
1.1.5 – Classificação das Dificuldades de Aprendizagem..........................17
1.1.5.1 – Dificuldades primárias.............................................................17
1.1.5.2 – Dificuldades secundárias........................................................17
1.1.6 - Fatores Fundamentais.....................................................................19
1.1.7 - Causas das Dificuldades de Aprendizagem....................................19
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1.2 – Dislexia..................................................................................20
1.2.1 - Sinais de Dislexia............................................................................21
1.2.1.1 - Dislexia na educação infantil...................................................21
1.2.1.2 - Dislexia na alfabetização e 1ª série do ensino fundamental...22
1.2.1.3 – Dislexia da 2ª à 8ª série do ensino fundamental....................23
1.2.1.4 – Dislexia no ensino médio.......................................................24
1.2.1.5 – Dislexia em adultos................................................................24
1.2.2 – Diagnóstico....................................................................................25
CAPÍTULO II
PSICOMOTRICIDADE.......................................................26
2.1 – Psicomotricidade e Sua Relação com a Dificuldade de
Aprendizagem................................................................................29
2.1.1 – Acuidade visual...............................................................................29
2.1.1.1 – Acompanhamento visual........................................................30
2.1.1.2 – Memória visual.......................................................................30
2.1.1.3 – Diferenciação figura – ensino................................................30
2.1.1.4 – Estabilidade receptiva............................................................30
2.1.2 – Acuidade Auditiva...........................................................................31
2.1.2.1 – Acompanhamento auditivo....................................................31
2.1.2.2 – Memória auditiva...................................................................31
2.1.3 – Tato................................................................................................32
2.1.4 – Olfato..............................................................................................32
2.1.5 – Paladar...........................................................................................32
54
2.1.6 – Esquema Corporal..........................................................................32
2.1.6.1 – Postura...................................................................................33
2.1.6.2 – Respiração.............................................................................33
2.1.6.3 – Lateralidade...........................................................................34
2.1.7 – Coordenação Geral........................................................................34
2.1.7.1 – Coordenação específica........................................................34
2.1.8 – Organização Espacial....................................................................35
2.1.8.1 – Organização temporal...........................................................35
2.1.9 – Habilidades Naturais......................................................................35
2.1.9.1 – Equilíbrio................................................................................36
2.1.9.2 – Ritmo.......................................................................................36
2.1.9.3 – Tônus muscular......................................................................36
2.1.10 – Imagem Corporal.........................................................................37
2.1.11 – Orientação Espacial.....................................................................37
2.1.11.1 – Orientação temporal.............................................................37
2.1.12 – Coordenação Óculo – Manual.....................................................37
2.1.12.1 – Coordenação óculo – pedal..................................................38
2.1.13 – Dominância Lateral......................................................................38
2.1.14 – Velocidade de Reação.................................................................38
CAPÍTULO III
CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE.................39
3.1 – Andar, Falar e Pensar...........................................................40
3.2 – Exemplos de Compromisso Social – Vestibular UNICAMP
2006.................................................................................................41
55
3.2.1 – Universidade de Brasília................................................................42
3.3 – Compromisso........................................................................42
3.4 – Cuidados Importantes..........................................................44
3.5 – Como os Pais Podem Ajudar...............................................44
3.6 – Sugestão Para Avaliação dos Dislexos..............................46
CONCLUSÃO....................................................................48
BIBLIOGRAFIA.................................................................49
ÍNDICE...............................................................................52
56
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Candido Mendes
Psicomotricidade e Dificuldade de aprendizagem
Walcyr Lacerda Kauss
24/07/2007
Avaliado por: Conceito:
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