(Psicologia) Revista Brasileira de Orientação Profissional

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Revista Brasileira de Orientação Profissional versão impressa ISSN 1679-3390 Rev. bras. orientac. prof v.6 n.1 São Paulo jun. 2005 ARTIGOS Orientação profissional no Brasil: uma revisão histórica da produção científica 1 Vocational guidance in Brazil: a historic revision of scientific production Orientación profesional en el Brasil: una revisión historial de la producción científica Flávia Lemos Abade 2 * Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte RESUMO O presente artigo consiste em uma revisão bibliográfica das práticas e modelos teóricos em Orientação Profissional no Brasil. A revisão histórica foi feita a partir de consulta às principais bases de dados na área da Psicologia e a estudos sobre história da Psicologia. Restringimos nosso objeto às publicações brasileiras, mas algumas referências foram feitas às produções européias, norte-americanas e latino-americanas, posto que são importantes influências no desenvolvimento da Psicologia e, mais especificamente, da Orientação Profissional no Brasil. A história da Orientação Profissional reflete as definições que ela pode assumir, bem como as diferentes teorias e métodos dos quais se utiliza. Três perspectivas são relevantes na Orientação Profissional brasileira: a psicométrica, a clínica e a psicossocial. Palavras-chave: Orientação profissional, História da psicologia, Modelos teóricos. ABSTRACT This paper is a bibliography revision of the practices in Vocational Guidance done in Brasil. The main psychology databases and other studies about history of psychology were consulted. The focus is the Brazilian publications, but some references were made to European, North-American and Latino-American productions, that had major influence in development of Psychology and, more specifically, in the development of Vocational Guidance in Brazil. The history of

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Técnicas psicológicas para a atividade de orientação profissional

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Revista Brasileira de Orientao ProfissionalversoimpressaISSN1679-3390

Rev. bras. orientac. profv.6n.1So Paulojun.2005

ARTIGOS

Orientao profissional no Brasil: uma reviso histrica da produo cientfica1

Vocational guidance in Brazil: a historic revision of scientific production

Orientacin profesional en el Brasil: una revisin historial de la produccin cientfica

Flvia Lemos Abade2*Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte

RESUMO

O presente artigo consiste em uma reviso bibliogrfica das prticas e modelos tericos em Orientao Profissional no Brasil. A reviso histrica foi feita a partir de consulta s principais bases de dados na rea da Psicologia e a estudos sobre histria da Psicologia. Restringimos nosso objeto s publicaes brasileiras, mas algumas referncias foram feitas s produes europias, norte-americanas e latino-americanas, posto que so importantes influncias no desenvolvimento da Psicologia e, mais especificamente, da Orientao Profissional no Brasil. A histria da Orientao Profissional reflete as definies que ela pode assumir, bem como as diferentes teorias e mtodos dos quais se utiliza. Trs perspectivas so relevantes na Orientao Profissional brasileira: a psicomtrica, a clnica e a psicossocial.

Palavras-chave:Orientao profissional, Histria da psicologia, Modelos tericos.

ABSTRACT

This paper is a bibliography revision of the practices in Vocational Guidance done in Brasil. The main psychology databases and other studies about history of psychology were consulted. The focus is the Brazilian publications, but some references were made to European, North-American and Latino-American productions, that had major influence in development of Psychology and, more specifically, in the development of Vocational Guidance in Brazil. The history of Vocational Guidance presents the definitions, as well as the different theories and methods used. Three perspectives were seen to be relevant in Brazilian Vocational Guidance: the psychometric, the clinical and the social psychological.

Keywords:Vocational guidance, Psychology history, Theoretical models.

RESUMEN

Este artculo es parte de la disertacin de maestria de la autora y contribuy para mejor conocimiento de las prcticas de la Orientacin Profesional en el Brasil. Fueron consultadas las principales bases de datos sobre Psicologa y otros estudios sobre la historia de la Psicologa. Este artculo se restringe a las publicacines brasileas, pero algunas referencias son hechas a las producciones europeas, norte-americanas y latino-americanas, a medida que son importantes influencias en la constitucin de la psicologa y de la orientacin profesional en el Brasil. La historia de la Orientacin Profesional muestra las definiciones que ella puede asumir y los distintos mtodos y teoras que son utilizados por ella. Tres perspectivas son relevantes en la Orientacin Profesional brasilea: psicometrica, clnica e psicossocial.

Palabras clave:Orientacin profesional, Historia de la psicologa, Modelos tericos en orientacin profesional.

Nosso objetivo traar um panorama da histria da Orientao Profissional no Brasil a partir da literatura disponvel. Daremos especial ateno aos estudos sobre Orientao Profissional em grupo. Acreditamos que, desta forma, poderemos identificar os principais referenciais tericos e metodolgicos que sustentam as prticas de Orientao Profissional no Brasil e circunscrever melhor a contribuio de nossa proposta de Orientao Profissional em grupo. Foge do nosso alcance analisar as condies de existncia de cada modalidade de Orientao Profissional em diferentes perodos histricos, mas cumpre-nos destacar que a cincia no produzida de forma alheia ao contexto poltico, social e econmico. As mudanas ocorridas no incio e no final do sculo XX, como veremos, tiveram especial repercusso na produo cientfica brasileira sobre Orientao Profissional.

Ao construir este ensaio sobre a Orientao Profissional no Brasil, buscamos nos referenciar em outros estudos histricos sobre Orientao Profissional e sobre Histria da Psicologia. Consultamos os principais bancos de dados de Psicologia: Biblioteca Virtual em Sade Psicologia (BVS-PSI), Scientific Eletronic Library On line (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade (LILACS); bem como o banco de teses da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES) e os livros e peridicos catalogados na biblioteca da Faculdade de Filosofia e Cincias Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais. Vale destacar que foram consultadas as colees completas das revistas atualmente denominadasArquivos Brasileiros de PsicologiaeRevista Brasileira de Orientao Profissional.

A Orientao Profissional no Brasil

A aplicao da Psicologia s relaes de trabalho aparece no Brasil na dcada de 20 principalmente em razo da regulamentao dos cursos destinados profissionalizao para o comrcio, indstria e agricultura. Do ponto de vista prtico, a primeira experincia de aplicao sistemtica da Psicologia organizao do trabalho ocorreu em 1924, no Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo, sob a direo do engenheiro suo Roberto Mange e consistiu na seleo de alunos para o Curso de Mecnica Prtica da referida escola. A esta experincia muitas outras se seguiram das quais cabe destacar as relativas s empresas ferrovirias: em 1930, foi criado o Curso de Ferrovirios de Sorocaba e o Servio de Ensino e Seleo Profissional da Estrada de Ferro Sorocabana. A partir de ento, a aplicao da Psicologia ao trabalho teve acelerado desenvolvimento, expandindo-se para um grande nmero de empresas (Antunes, 1991). O cenrio poltico-econmico brasileiro era composto pelo governo ditatorial de Getlio Vargas (1930-1945) e pela mudana de um modelo de economia agrrio-exportadora para uma economia urbano-industrial.

O governo do General Dutra (1946-1950), por sua vez, foi marcado pela ideologia liberal e pela mudana na Constituio (1946), que passou a dar grande nfase cultura e educao e neste sentido era bastante divergente da Constituio de 1937. Se at ento a preocupao da Educao era o preparo das elites, na dcada de 40 passava a ser o atendimento aos contingentes que se formavam nos centros urbanos. A defesa da educao como direito de todos teve sua contrapartida na hiptese de que as pessoas no eram igualmente dotadas pela natureza para usufrurem a oportunidade que o Estado lhes dava e, para justificar essa concluso, os testes psicolgicos, e seu carter cientfico, foram amplamente usados. Neste clima social, foi criado o Instituto de Seleo e Orientao Profissional (ISOP) da Fundao Getlio Vargas (Goulart, 1985).

O ISOP foi criado em 1947 com o objetivo bsico de contribuir para o ajustamento entre o trabalhador e o trabalho, mediante estudo cientfico das aptides e vocaes do primeiro e dos requisitos psicofisiolgicos do segundo (Instituto de Seleo e Orientao Profissional, 1949). O ISOP desenvolveu nos dez primeiros anos de seu funcionamento um trabalho voltado principalmente para a implantao de tcnicas de seleo e orientao profissional, dando atendimento classe mdia alta, numa tentativa de orientao da futura elite dirigente. Esse instituto tambm foi responsvel pela formao dos primeiros especialistas na rea da Psicologia (Bomfim, 2003).

A instalao do ISOP no Rio teve especial importncia para a criao do Servio de Orientao e Seleo Profissional (SOSP) em Belo Horizonte. O SOSP foi criado pela Lei n 482, de 11 de novembro de 1949, com o objetivo de orientar vocaes no meio escolar e estabelecer critrios para a seleo de pessoal destinado administrao pblica e organizaes particulares. O SOSP foi o primeiro instituto no pas sob responsabilidade governamental. Ele foi dirigido pelo professor Bessa, que era orientado pelo diretor do ISOP, o espanhol Mira y Lopez (Goulart, 1985).

Os projetos desenvolvidos tanto pelo SOSP quanto pelo ISOP enquadravam-se na perspectiva da administrao cientfica do trabalho. O psicotcnico era o profissional que adquiria o domnio do conhecimento sobre a natureza humana e buscava adapt-la ao novo contexto da sociedade urbanoindustrial. Segundo Antunes (1991), a finalidade da Orientao Profissional incorporava-se ao ideal de organizao e racionalizao do trabalho da poca, com vistas a uma maior produtividade orientada segundo o pensamento do homem certo no lugar certo. Os testes vocacionais tinham a finalidade de orientar profissionalmente os jovens para uma escolha coerente com suas aptides, mas principalmente com vistas maior eficincia do processo produtivo. Direcionando os indivduos para diferentes profisses pelas suas capacidades, sem considerar as diferentes condies de classe ou a histria de vida do sujeito, a Orientao Profissional transformava as determinaes sociais em caractersticas inerentes ao indivduo.

Ao exame dessa abordagem das origens da Orientao Profissional no Brasil possvel notar que ela se constitui no incio do sculo XX como uma modalidade estritamente psicomtrica. Os empresrios foram seus principais defensores e os engenheiros os pioneiros neste campo de atuao. At ento, a formao de psiclogos se fazia nos cursos de Filosofia, Pedagogia e Cincias Sociais, cujos concluintes realizavam estgios em instituies especializadas, habilitando-se deste modo, ao exerccio profissional. O reconhecimento legal da profisso de psiclogo ocorreu no Brasil em 1962.

No incio da dcada de 60 a metodologia de diagnosticar e aconselhar utilizando como instrumentos os testes psicolgicos estava sendo substituda pelo auxlio ao autoconhecimento, influncia de Rogers nos Estados Unidos, e focalizao de aspectos inconscientes, influncia de Freud na Europa. No Brasil, a Psicologia Clnica s tinha valor de conhecimento cientfico quando conjugada aos estudos experimentais.

A revistaArquivos Brasileiros de Psicotcnicafoi, nos anos 50 e 60, o principal instrumento de divulgao dos trabalhos de Orientao Profissional, em sua maior parte baseados na Psicometria. A partir de 1960 a revista ainda publicou muitos artigos sobre Orientao Profissional, porm, com enfoques um pouco mais diversificados. Alm dos estudos experimentais de testes, apresentava estudos sobre, por exemplo, os valores do orientador profissional, as dinmicas da personalidade, os fatores culturais envolvidos na motivao da conduta humana, psicologia aplicada infncia e adolescncia, entre outros.

Ruth Scheefer Simes, professora do ISOP e representante do corpo redatorial da revista (atuando tambm, em alguns momentos, como redatorachefe e secretria), era considerada pelos pares especialista em Psicologia Clnica e Educacional. Ela ministrou aulas no ISOP sobre a teoria no-diretiva de Carl Rogers e produziu vrios artigos ressaltando a importncia de conhecer e analisar os aspectos clnicos no apenas relacionados Orientao Profissional, como tambm Educao de maneira geral. Contudo, ao estudar, por exemplo, a validade do aconselhamento profissional (Scheefer & Bessa, 1961; Scheefer, 1967) ou a problemtica emocional como determinante da preferncia profissional (Scheefer, 1966) temas essencialmente clnicos os mtodos de pesquisa por ela utilizados eram predominantemente quantitativos.

Loureno Filho, tambm professor do ISOP, em 1963 teve sua aula inaugural do Curso de Formao de Orientadores Profissionais publicada nos Arquivos. Nessa aula, ele definiu como elementos da Orientao Profissional a anlise das profisses e a caracterizao dos atributos individuais, acrescentando em seguida que a estes elementos os especialistas estavam juntando outro: o gosto ou preferncia pessoal por uma espcie de trabalho e pelas relaes pessoais que o tipo de trabalho engendra. No editorial dosArquivos Brasileiros de Psicotcnicade 1967, ele afirma que as anlises interpretativas de natureza clnica eram fecundas, mas no isentas de perigo e, portanto, deveriam se apoiar em dados experimentais.

Um novo cenrio poltico e econmico foi delineado no perodo que vai de 1964 a 1968, quando se implantou o novo regime, o governo militar: foram traados os rumos da poltica de recuperao econmica, houve represso e conteno dos movimentos estudantis. Houve uma ruptura dos canais de participao poltica e a pretensa participao na estrutura de poder, que antes j era garantida a bem poucos foi totalmente eliminada. Toda a viso crtica e no-quantitativa foi bloqueada e restaram Psicologia a abordagem experimental e psicomtrica (Goulart, 1985).

Na orientao dos cursos de Psicologia no Brasil, regulamentados em 1962, portanto, predominou inicialmente a perspectiva tcnica e observa-se uma significativa influncia da perspectiva positivista. Uma direo diversa da psicotcnica pode ser observada na iniciativa pioneira de aplicao da Psicologia problemtica do trabalho, representada na experincia do Departamento de Orientao e Treinamento do Banco da Lavoura de Minas Gerais no incio da dcada de 60. Sob a orientao de Pierre Weil e Clio Garcia, entre outros, foram promovidas experincias de Desenvolvimento em Relaes Humanas que incentivavam a autonomia e a abertura em uma atmosfera democrtica; destaca-se a adoo de uma abordagem psico-sociolgica conduta dos indivduos em grupo. Tratava-se de uma abordagem inovadora no Brasil, que sofreu influncia tanto da Psicanlise quanto da vertente socioanaltica de origem francesa (Campos, 1992).

Na dcada de 60 houve um aumento significativo de pretendentes ao nvel superior. A expanso do ensino superior, contudo, foi realizada via privatizao o que no implicou democratizao do ensino, conforme anunciaram os governantes, pois a abertura de mais vagas no modificou significativamente o elitismo no ensino superior e a classe trabalhadora ficou de fora desta expanso. De certa forma, a permisso para que novas escolas superiores entrassem em funcionamento encobriu as reivindicaes dos movimentos estudantis que clamavam pelo aumento de vagas e verbas para o ensino superior (Goulart, 1985).

Aps vrias manifestaes sociais de descontentamento com o ensino superior brasileiro, foi instituda, em 1968, a Reforma Universitria que propunha a departamentalizao das faculdades universitrias. As instituies que mantinham cursos de Psicologia promoveram um agrupamento em departamentos que reuniam professores de disciplinas afins. Com relao Psicologia Social, disciplina obrigatria do currculo mnimo de Psicologia, a tendncia foi a formao de departamentos que incluam, alm da disciplina Psicologia Social, as disciplinas: Dinmica de Grupo e Relaes Humanas, Seleo e Orientao Profissional e Psicologia da Indstria. Contudo, os programas da disciplina Seleo e Orientao Profissional pautados no uso excessivo de testes psicomtricos, nem sempre se aliavam com os de Psicologia Social (Bomfim, 2003).

Os anos 70, no Brasil, representaram os primeiros anos do processo de abertura poltica e contaram com a reserva do povo que, acostumado ao sistema repressivo, evitava as manifestaes pblicas (Goulart, 1985).

NosArquivos Brasileiros de Psicotcnicahouve um maior nmero de publicaes sobre outras aplicaes da Psicologia e apareceram os primeiros artigos sobre Psicologia Social e Dinmica de Grupo. A padronizao de testes, dentre outros tipos de estudos experimentais de Orientao Profissional que constituam a quase totalidade dos artigos publicados nos nmeros anteriores da revista, foi substituda pelas publicaes de Informao Ocupacional (IO): descries de diferentes ocupaes e profisses de nvel tcnico e universitrio. A partir desta dcada, em cada nmero da revista havia uma publicao que informava sobre alguma ocupao: o que , o que faz o profissional, local de trabalho, estudos e exigncias. O Centro de Informao e Pesquisa Ocupacional (CIPO) o principal responsvel por essas produes.

A revistaArquivos Brasileiros de Psicotcnicamudou de nome duas vezes no perodo de 1969 a 1979. Em 1969 ela passou a se chamarArquivos Brasileiros de Psicologia Aplicadae a partir de 1979 o nome mudou definitivamente paraArquivos Brasileiros de Psicologia. Os ttulos anteriores eram por demais restritivos para a Psicologia que engendrava novos campos e possibilidades de estudo: Aconselhamento, Psicologia Cognitiva, Psicologia Social, etc. A Orientao Profissional deixava de ser o principal objeto de estudo e produo cientfica da Psicologia e passava a ser contemplada por um olhar extremamente crtico.

Ruth Scheefer, citada anteriormente como especialista em Psicologia Clnica e professora do ISOP, publicou em 1973 um artigo no qual apresenta o conceito tradicional de Orientao Profissional em contraposio a novos conceitos, com destaque para o estudo de maturidade vocacional. Segundo a autora, durante quase meio sculo a Psicologia Vocacional tinha sido dominada pela teoria trao e fator. Alm disso, at a dcada de 50 a Psicologia vocacional desenvolvera-se custa de conceitos e teorias emprestadas por outras reas da Psicologia: diferencial, clnica e personalidade. Segundo a perspectiva dessa autora, os trabalhos de Ginzberg, de Roe e de Bordin na dcada de 40 constituem os primeiros esforos para estruturar e testar teorias prprias da Orientao Profissional, contudo, o que mais destacvel a concepo de Super, na dcada de 50, de escolha vocacional como um processo evolutivo.

De acordo com Scheefer (1973), o constructo maturidade vocacional foi o primeiro que Super (1957) se props a conceituar e operacionalizar. H, a partir de ento, dois aspectos do desenvolvimento do comportamento vocacional que tm sido objeto de interesse: o processo de escolha e a maturidade vocacional. Esta definida como o grau de capacidade de enfrentar e executar as tarefas evolutivas vocacionais, caractersticas das progressivas etapas vitais.

Na dcada de 70, o nmero de publicaes sobre Orientao Profissional diminuiu muito, mas neste perodo houve produes bastante significativas para a rea. Rodolfo Bohoslavsky publicou em 1971, na Argentina, seu livro sobre a estratgia clnica em Orientao Vocacional que, desde ento, passou a exercer grande influncia nos trabalhos desenvolvidos por brasileiros. Nesse perodo tambm esto registrados os primeiros trabalhos de Orientao Profissional em grupo. Em conversas informais com a Prof. Iris Barbosa Goulart soubemos que alguns profissionais realizavam Orientao Profissional em grupo em Belo Horizonte, mas no encontramos nenhum artigo sobre essas experincias. O trabalho de Bomfim (2003) reafirma que as dinmicas de grupo tornaram-se freqentes desde a dcada de 60, embora no exista registro dessas publicaes no pas, apenas alguns relatrios pessoais.

O primeiro artigo sobre Orientao Profissional em grupo foi publicado em 1978 por psiclogos formados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com o ttulo:Orientao clnico-vocacional. Eles buscavam uma maneira no-diretiva de orientar que se fundamentava pela fenomenologia e pela estratgia clnica proposta por Bohoslavsky (Aguiar, F.; Mller, H.; Filho, J. M.;Fontes, I.; Vaz, S., 1978).

Os alunos do ltimo ano do curso de Psicologia da Universidade de So Paulo (USP) atendiam pessoas da comunidade com superviso dos professores. Alm do aumento do nmero de atendimentos que eram feitos individualmente, a insatisfao com a teoria trao e fator que fundamentava os trabalhos at ento, contriburam para que uma nova proposta de trabalho fosse construda pelos professores e alunos da USP: trabalho em grupo com incio, meio e fim no qual eram abordados aspectos da personalidade, bem como do trabalho e as condies de mercado. Carvalho foi a primeira professora da disciplina e do estgio em Orientao Profissional na USP. Ela tambm responsvel direta pela vinda de Bohoslavsky ao Brasil ; ao conhecer seu livro sobre a estratgia clnica em Orientao Vocacional, ela o convidou para ir USP dar um curso, que se repetiu vrias vezes em So Paulo e tambm no Rio de Janeiro (Carvalho, 1995).

Carvalho defendeu sua tese de doutorado sobre Orientao Profissional em grupo em 1979. O processo de Orientao Profissional em dinmica de grupo que ela desenvolveu consta de cinco sesses de trs horas de durao cada uma e, em seu conjunto, tem por objetivo ensinar a escolher e possibilitar a deciso por meio dos fatores bsicos para uma boa escolha profissional: autoconhecimento, informao ocupacional e mercado de trabalho. Superando a abordagem estritamente estatstica em Orientao Profissional, ela buscava ligar a aprendizagem experiencial com a cognitiva, num processo de valor teraputico para os participantes (Carvalho, 1995).

Carvalho ainda realizou com os alunos do ltimo ano de Psicologia da USP, nos anos 1980 e 1981, um projeto que ela denominou Orientao Profissional em grupos de periferia, cujo objetivo era avaliar a pertinncia do modelo terico e metodolgico que ela havia usado com adolescentes de classe mdia em classes populares.

A Psicologia, no incio dos anos 80, buscava se redefinir e as prticas de Orientao Profissional tambm. O momento de transio do regime militar para uma democracia estava favorecendo esse questionamento.

Bosi (1982), por exemplo, incentivava a sada da Psicologia dos consultrios e o contato dos alunos de Psicologia com a educao popular, isto , com as escolas pblicas. Os ensaios publicados nos peridicos de Psicologia da poca questionavam os determinantes e a liberdade de escolha profissional e as pesquisas tinham a preocupao de validar e adaptar os testes vocacionais para o contexto brasileiro.

Nota-se que, nesse perodo, o termo vocacional era usado preferencialmente, pois remetia dimenso clnica da Orientao Profissional. Houve mudanas tambm no ISOP, ou seja, no principal centro de produo e aplicao da Orientao Profissional. Em 1981 ele deixou de ser Instituto de Seleo e Orientao Profissional e passou a ser denominado Instituto Superior de Estudos e Pesquisas Psicossociais.

O evento mais importante dessa dcada foi o I Seminrio de Informao Ocupacional do Centro de Informao Ocupacional (CIPO) em 1980. As discusses no Seminrio, bem como as publicaes dosArquivosse referiam necessidade de construo de um banco de dados com informaes sobre as profisses. Os debates giravam em torno das finalidades e objetivos da Informao Ocupacional e sobre o processo de Informao Ocupacional nos (antigos) primeiro, segundo e terceiro graus. Eram questionadas as formas de comunicao da informao e tambm quais seriam os profissionais responsveis pelo trabalho de Informao Ocupacional: comunicadores sociais ou psiclogos (Annimo. I Seminrio de Informao Ocupacional, 1980; Figueiredo, 1980).

A Orientao Profissional em grupo tambm era objeto de estudo nesse perodo. Em 1983 Soares apresentou, em sua dissertao de mestrado em Educao na Universidade Federal de Santa Catarina, um processo de Orientao Profissional estruturado (passvel de alteraes de acordo com o desenrolar dos encontros) para realizar-se em sete encontros de aproximadamente duas horas, com grupo de oito pessoas, um coordenador e um observador participante. Com o objetivo de facilitar a escolha, a autora compreende que devem ser trabalhados o conhecimento de si mesmo, o conhecimento das profisses e a escolha propriamente dita que implica deciso pessoal e viabilizao da escolha. Seus referenciais tericos e prticos foram o psicodrama, os estudos de Bohoslavsky e as obras de Pelletier e Zaslavsky (Soares, 1993).

No final dos anos 70 e incio dos anos 80 surgiram, ento, as primeiras de teses de doutorado e dissertaes de mestrado em Orientao Profissional. Carvalho defendeu sua tese em 1979 e Soares em 1983, ambas publicaram seus trabalhos mais tarde na forma de livros - Carvalho (1995) e Soares (1993); Lehman (1980; 1988); Lassance (1987) e Ferreti (1987). Em seu artigo sobre a Trajetria ocupacional de trabalhadores das classes subalternas Ferreti (1988) salienta que a Orientao Profissional deve se voltar para os interesses das classes trabalhadoras e com menos nfase para os jovens oriundos da burguesia. A Orientao Profissional que operava ignorando as desigualdades sociais e partindo do pressuposto de que as diferenas no tocante escolha ocupacional so individuais foi veementemente criticada por este autor. Bock (1986, citado por Melo-Silva & Jacquemin, 2001, p. 20) tambm faz srias crticas quanto a Orientao Profissional, baseada na concepo de vocao, que esconde a realidade que socialmente injusta, por colocar no indivduo toda a culpa pelo seu insucesso profissional.

A Orientao Profissional, na dcada de 80, foi discutida enquanto processo no qual a escolha multideterminada, a profisso e o indivduo tm carter dinmico e o coordenador o papel de informar e compreender a realidade psquica dos indivduos. As problemticas da escolha profissional, o dilema da escolha profissional e a identidade profissional so categorias centrais nos estudos sobre Orientao Profissional. Os autores mais citados em publicaes brasileiras so Super, Pelletier e Bohoslavsky (Melo-Silva & Jacquemin, 2001, p. 20).

Embora o enfoque clnico estivesse se consolidando, o nmero de publicaes sobre Orientao Profissional ainda era bastante reduzido principalmente se compararmos com o nmero de publicaes dos anos 50 e 60. As questes sociais j eram consideradas relevantes para a Orientao Profissional, mas as teorias e metodologias ainda buscavam seus referenciais na Psicologia Individual.

Em 1990 o ISOP foi extinto e, a partir de ento, a produo cientfica deixou de estar concentrada nosArquivos Brasileiros de Psicologia. Desde 1970 novos peridicos foram criados como a revistaPsicoda Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul,Psicologia Teoria e Pesquisada Universidade de Braslia ePsicologia: Reflexo e Crticada Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dentre outras. No incio da dcada de 90, as publicaes sobre Orientao Profissional, que haviam diminudo enormemente nos anos 70 e 80, voltam a aparecer nos seguintes peridicos:Psicologia Argumento(Paran),Cadernos de Psicologia(Belo Horizonte),Estudos de Psicologia(Campinas),Estudos de Psicologia(Natal).

A criao, em 1993, da Associao Brasileira de Orientao Profissional (ABOP) foi um marco histrico importante para a Orientao Profissional, j que esta associao objetiva consolidar um espao onde exista a possibilidade de construo da identidade do orientador profissional, bem como representa a possibilidade de organizao da categoria e a definio de polticas para este campo de atividades em nosso pas (Melo-Silva & Jacquemin, 2001). A ABOP organizou e lanou, em 1997, o primeiro nmero daRevista da ABOP, atualmente denominadaRevista Brasileira de Orientao Profissional, e at hoje vem contribuindo para que a produo de novos trabalhos em Orientao Profissional torne-se novamente expressiva. Se no incio do sculo XX as publicaes sobre esta rea estavam concentradas nosArquivos Brasileiros de Psicotcnica, sob a responsabilidade do ISOP, atualmente podemos dizer que a ABOP o novo centro organizador e promotor da Orientao Profissional no Brasil.

Em nossa reviso bibliogrfica constatamos que, nos artigos publicados na dcada de 90, Bohoslavsky (1971/1998) o autor mais citado pelos pesquisadores brasileiros. Sua influncia, em parte, justifica a exacerbada crtica quanto ao uso de testes em Orientao Profissional, bem como a contraposio entre enfoque clnico e estatstico discutida na maior parte dos artigos publicados nesse perodo.

Um estudo preliminar sobre prticas em Orientao Profissional no Brasil indicou que as teorias psicolgicas ainda sustentam a prtica da Orientao Profissional no Brasil. Entre os treze servios analisados, (Melo-Silva, Bonfim, Esbrogeo & Soares, 2003) oito atuam conforme referencial terico psicanaltico, dois no scio-histrico, um no referencial psicopedaggico, outro nas teorias desenvolvimentistas de Pelletier e Super, um psicodramtico e outro evolutivo-cognitivista (Melo-Silva & Jacquemin, 2001). Difere da maioria a abordagem sciohistrica (Melo-Silva, Bonfim, Esbrogeo & Soares, 2003).

A Abordagem integrada em Orientao Profissional desenvolvida por Maria Clia Lassance na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), com base nas idias de Super; o Modelo de Ativao da Aprendizagem proposto por Maria da Glria Hissa e Mariita Pinheiro, com base em Bohoslavsky, Pichon-Rivire, Perls, Piaget e Paulo Freire; o paradigma ecolgico em Orientao Profissional desenvolvido por Jorge Sarriera e a Abordagem scio-histrica de Orientao Profissional proposta por Slvio Bock so alguns exemplos de novas abordagens desenvolvidas no Brasil atualmente (Sparta, 2003). Alm destas, dois testes projetivos vm sendo estudados no Brasil: o Teste de Fotos de Profisso (BBT) por Andr Jacquemin e Lucy Leal Melo-Silva na Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Ribeiro Preto e o teste Projetivo Omega, por Inalda Oliveira no curso de Psicologia da Faculdade de Filosofia do Recife (FAFIRE) (Sparta, 2003).

As publicaes da dcada de 90 revelam que no existe um nico referencial terico e metodolgico no qual se baseia a Orientao Profissional, mas possvel reconhecer que a Psicologia oferece importantes referenciais e que predominam as perspectivas clnica e psicomtrica.

O cenrio do mundo do trabalho, no final do sculo XX, marcado pela ruptura com o paradigma industrial e tecnolgico, pelo advento da microeletrnica, pelo avano das telecomunicaes e pelo incremento da automao. Junto a isso, o capital mundial foi reestruturado sob a dominncia financeira e no mais produtiva (Lisboa, 2002). Essas transformaes no mundo do trabalho afetam diretamente a Orientao Profissional, no que diz respeito formao tcnica e terica do orientador. Nossa posio a de que a Orientao Profissional no pode prescindir de um referencial psicossocial, ou seja, mais que considerar a relevncia dos fatores sociais no processo de escolha, importante que o orientador baseie sua prtica em referenciais terico-metodolgicos psicossociais.

CONSIDERAES FINAIS

O objetivo dessa reviso histrica foi identificar os elementos do passado que contribuem na produo do presente e na construo de um novo sentido para as prticas futuras. O quadro complexo e diverso da produo cientfica dificulta a classificao das abordagens utilizadas em Orientao Profissional. A avaliao dessas abordagens uma questo para futuras pesquisas, mas consideramos importante ressaltar que, em seu incio, a Orientao Profissional visava a analisar aptides para melhor ajustamento do trabalhador ao trabalho, descobrindo na dcada de 60 a importncia do autoconhecimento para a realizao pessoal na profisso. O contexto poltico marcado pela ditadura, no entanto, no permitiu o desenvolvimento de Psicologia Clnica e contribuiu para que a Psicologia permanecesse restrita as perspectivas experimentalistas e psicomtricas por muitos anos. Foi no incio da dcada de 80 que emergiu uma perspectiva realmente clnica em Orientao Profissional, assim como novos questionamentos e posicionamentos diante da realidade social. A partir da dcada de 90, notamos que a Orientao Profissional tem sido enfocada em trs diferentes perspectivas: a perspectiva psicomtrica, a perspectiva clnica e a perspectiva que valoriza as discusses sobre o trabalho no modo de produo capitalista.

Embora a Orientao Profissional estivesse presente em Departamentos de Psicologia Social quando foi definido o currculo mnimo do curso de Psicologia em 1962, somente na dcada de 90 identificamos trabalhos que abordam a Orientao Profissional a partir de referenciais da Psicologia Social. O paradigma ecolgico desenvolvido por Jorge Sarriera e a abordagem scio-histrica proposta por Slvio Bock e Ana Bock, configuram uma modalidade de Orientao Profissional baseada na Psicologia Social. Esperamos que a pesquisa que estamos desenvolvendo venha se somar a esses trabalhos configurando uma nova perspectiva em Orientao Profissional.

Esse panorama tambm nos permitiu identificar que a proposta de Orientao Profissional em grupo surgiu, inicialmente, associada necessidade de atender a um maior nmero de pessoas. Essas experincias, contudo, indicaram que mais do que atender a um nmero maior de pessoas, essa forma de atendimento apresenta algumas vantagens: o enriquecimento do processo devido dinmica do grupo que envolve o confronto com a diversidade e a heterogeneidade (Bock, 2002); o processo grupal uma amostra do processo social a viso do outro auxilia na prpria viso de si, as aspiraes e limitaes so dosadas porque o grupo facilita a percepo das influncias familiares, sociais e econmicas (Carvalho, 1995); prprio do adolescente o convvio em grupo e h possibilidade de compartilhar sentimentos de dvida, confuso e insegurana em relao ao futuro (Soares, 1993).

A lacuna que identificamos nos estudos de Orientao Profissional em grupo foi que, embora as vantagens dessa modalidade de atendimento sejam reconhecidas, bem como sua eficcia no processo de Orientao Profissional, ainda necessrio explicitar os processos psicossociais envolvidos no grupo e sua influncia no processo de Orientao Profissional, ou seja, esclarecer sobre o processo de formao do grupo, de afiliao e pertencimento, de comunicao, sobre o papel do coordenador, entre outros. Nossa hiptese que a metodologia de Oficinas em Dinmica de Grupo poder trazer ao campo da Orientao Profissional em nosso pas uma grande contribuio, pois esta metodologia apresenta pontos inovadores no trabalho com grupos, mas expressa tambm uma tradio que vem desde a pesquisa-ao de Kurt Lewin e longe de se opor a outras formas de trabalho com grupos, como o sociodrama e o grupo operativo, tem com elas uma afinidade assumida e no pretende super-las nem substitu-las.

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Recebido: 16/01/041 Reviso: 19/04/042 Reviso: 20/07/04Aceite final: 21/06/05

1Apoio institucional CNPq. Este estudo parte do levantamento da literatura realizado para a Dissertao de Mestrado sobre o processo grupal em Orientao Profissional definida junto Universidade Federal de Minas Gerais.2Endereo para correspondncia: Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Filosofia e Cincias Humanas - Departamento de Psicologia. Av. Antnio Carlos, 6.627 - Caixa postal 253 CEP: 31 270-901. E-mail:[email protected].

Sobre a autora*Flvia Lemos Abade Psicloga, Mestre em Psicologia Social pelo Programa de Ps-Graduao em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Professora de Dinmica de Grupo e Relaes Humanas do Departamento de Psicologia da UFMG e da disciplina e estgio supervisionado em Orientao Profissional da Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais (PUC/MG), Unidade So Gabriel.

2013 Associao Brasileira de Orientadores Profissionais

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