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Inês Maria Simões Barrisco Contributo para a adaptação cultural e linguística da Behavior/Developmental Screening Checklist for the care providers of three to five years old Orientador: Maria Manuela Serra de Carvalho Pereira Alves Ferreira Júri: Presidente: Professora Doutora Isabel Maria Damas Brás Dias Ferreira Professor Adjunto da Escola Superior de Saúde do Alcoitão Vogais: Doutora Maria Manuela Serra de Carvalho Pereira Alves Ferreira Professor Coordenador da Escola Superior de Saúde do Alcoitão Professora Doutora Sónia Cristina da Silva Vicente Cascão Barcia Professor Adjunto da Universidade Atlântica Abril, 2013 Projeto elaborado com vista à obtenção do grau de Mestre em Terapia Ocupacional, na Especialidade de Integração Sensorial

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Inês Maria Simões Barrisco

Contributo para a adaptação cultural e linguística da

Behavior/Developmental Screening Checklist for the care

providers of three to five years old

Orientador: Maria Manuela Serra de Carvalho Pereira Alves Ferreira

Júri:

Presidente: Professora Doutora Isabel Maria Damas Brás Dias Ferreira

Professor Adjunto da Escola Superior de Saúde do Alcoitão

Vogais: Doutora Maria Manuela Serra de Carvalho Pereira Alves Ferreira

Professor Coordenador da Escola Superior de Saúde do Alcoitão

Professora Doutora Sónia Cristina da Silva Vicente Cascão Barcia

Professor Adjunto da Universidade Atlântica

Abril, 2013

Projeto elaborado com vista à obtenção

do grau de Mestre em Terapia Ocupacional,

na Especialidade de Integração Sensorial

1

Resumo O principal objetivo deste estudo foi dar um contributo para a validação da versão

portuguesa da Checklist de Triagem de Comportamento/Desenvolvimento (CTC/D) no âmbito

da adaptação cultural e linguística, realizar a validade de conteúdo do referido instrumento e

avaliar a validade convergente e a fidelidade ao nível da consistência interna da

Behavior/developmental screening checklist for the care providers of three to five years old.

Tratou-se de um estudo metodológico. Foram selecionadas várias amostras por

conveniência e realizados diversos procedimentos necessários para atingir os diferentes objetivos

do estudo a que a investigadora se propôs. Para este estudo foi necessário construir dois

instrumentos de recolhas de dados; um para o painel de peritos e outro para o pré- teste.

Da análise de correlação de Pearson no sentido de correlacionar as dimensões da CTC/D e

as dimensões do Perfil Sensorial podemos referir que há correlações significativas positivas para

p ≤ a 0,01 entre algumas áreas da CTC/D e as seções do PS. Não se observou correlação nas

áreas da motricidade global, motricidade oral, controlo postural e comportamento.

A consistência interna foi verificada através do teste estatístico Alpha de Cronbach, tendo

obtido um valor de bom para todas as áreas da checklist, o que nos leva a concluir que o

CTC/D apresenta homogeneidade. Concluir-se que o CTC/D apresenta validade convergente e

consistência interna para a amostra em estudo.

Da análise dos resultados obtidos, pode concluir-se que os objetivos foram alcançados,

uma vez que se estudaram estatisticamente as propriedades psicométricas do CTC/D

inicialmente propostas.

Palavras chave: Crianças, Checklist Triagem Comportamento/Desenvolvimento de crianças dos

três aos cinco anos, Perfil Sensorial, validação de conteúdo, fidelidade – consistência interna e

jardins-de-infância.

Abstract

The main objective of this study was to contribute to the validation of the Portuguese

version of the CTC / D within the cultural and linguistic, to make the content validity of that

instrument and assess convergent validity and fidelity to the level of internal consistency of

Behavior / developmental screening checklist for the care providers of three to five years old. It

was a methodological study. Several samples were selected for convenience and performed

various procedures required to achieve the different objectives of the study that the researcher

has proposed. For this study it was necessary to build two data collection instruments, one for the

2

expert panel and one for the pretest. The Pearson correlation analysis in order to correlate the

dimensions of the CTC / D and dimensions of the Sensory Profile can be noted that there are

positive correlations significant at p ≤ 0.01 between some areas of the CTC / D and the sessions

of the SP. No correlation was found in the areas of global motor, oral motor, and postural control

Internal consistency was assessed by Cronbach's Alpha statistical test and obtained a value of

good for all areas of the Checklist, which leads us to conclude that the CTC / D presents

homegeneidade. Concluded that the CTC / D has convergent validity and internal consistency for

the sample under study. Analysis of the results obtained, it can be concluded that the objectives

were achieved, since it is statistically studied the psychometric properties of the CTC / D initially

proposed.

Keywords: Children's Screening Checklist Behavior / Development of children from three to

five years, Sensory Profile, content validation, reliability - internal consistency and kindergarten

Introdução

A história recente dos países ocidentais revela-nos que, até há bem pouco tempo, as

crianças com incapacidades estavam privadas dos mais elementares direitos de cidadania. O

acesso à educação pública era-lhes recusado bem como a participação na vida da comunidade.

Progressivamente, embora de forma mais lenta do que seria desejável, a consciência acerca dos

direitos das crianças e jovens com incapacidades foi-se tornando uma prioridade e passou a

constituir a base para as políticas, para as respetivas legislações e para a organização de recursos

(Simeonsson, Bjork – Akesson & Bairrão, 2004).

Em 1986, com a publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo é atribuída ao

Ministério da Educação a responsabilidade pela orientação das políticas de educação especial,

mas só em 2004 feita a transferência em definitivo.

Os terapeutas ocupacionais, que até então trabalhavam em Instituições de Ensino Especial,

passaram a desenvolver a sua prática profissional em jardins-de-infância e escolas do ensino

regular, público e privado, em contexto de sala de aula. De acordo com as orientações políticas e

enquadrado no decreto-lei 3/2008, os terapeutas ocupacionais a trabalhar em contexto escolar

apenas apoiam alunos com limitações significativas ao nível da atividade e participação

decorrentes de alterações funcionais e estruturais de carácter permanente. A integração das

3

crianças com necessidades especiais no ensino regular, no seu contexto natural, está a tornar-se

cada vez mais importante (Kemmis, Dunn 1996). Muitos autores concordam que a colaboração e

implementação de estratégias pelas equipas multidisciplinares são o caminho para integrações de

sucesso (Benson, 1993; Morsink & Lenk, 1992; Schattman & Benay, 1992; Thousand & Villa,

1990; York, Giangreco, Vandercook & Macdonald, 1992). De acordo com estas orientações,

durante quase duas décadas, os terapeutas ocupacionais têm desenvolvido o seu trabalho em

conjunto com educadores e professores do ensino regular e ensino especial, permitindo um

trabalho em equipa através de experiência diversificada numa intervenção holística.

Neste período, uma referência constante por parte deste grupo de profissionais, foram as

alterações no comportamento e socialização, das crianças com desenvolvimento típico, dentro e

fora das salas de aulas, recreio, refeitórios entre outros. São exemplos destes comportamentos,

referenciados informalmente pelos professores, situações como: incapacidade de esperar a sua

vez, dificuldade em permanecer quieto na fila para refeitório ou na sala, alterações de humor,

dificuldade em aceitar modificação nas rotinas da sala de aula, impulsividade ou agressividade,

agitação, entre outras.

Não existem dados publicados sobre a taxa de distúrbios do processamento sensorial em

crianças com desenvolvimento típico mas estima-se que a prevalência desses distúrbios varia de

5% a 10%. (Ayres, 1989; Ermer & Dunn, no prelo). Uma hipótese surgiu na literatura sobre a

relação entre distúrbios do processamento sensorial e comportamentos atípicos que varia entre os

transtornos leves de auto-regulação (Reeves, 2001; Schaaf & Anzalone, 2001) a problemas

severos de comportamento associados ao síndrome X frágil (Hickman, 2001), paralisia cerebral

(Blanche & Nakasuji, 2001) e desordens do espectro do autismo (Mailloux, 2001). Os

Terapeutas Ocupacionais, como técnicos de diagnóstico e abordagem em integração sensorial,

podem contribuir para a avaliação destes comportamentos observados em contexto natural

(escolas) que poderão ter uma base sensorial e, desta forma, colaborar com os docentes na

partilha de estratégias e orientações.

Jean Ayres desenvolveu a Teoria da Integração Sensorial, baseando-se nos princípios da

neurociência. Esta teoria explica a relação entre o funcionamento neurológico, o comportamento

sensório motor e a capacidade de aprendizagem da criança (Ficher & Murray, 1991). Segundo os

mesmos autores, a integração sensorial é um processo neurológico através do qual o cérebro

recebe, regista e organiza o input sensorial, estruturando as sensações do ambiente e do próprio

corpo, para dar respostas adaptadas ao meio. Para Fisher e Murray (1991), as informações

espaço-temporais, vindas de diferentes modalidades sensoriais, são constantemente interpretadas,

associadas e unificadas pelo Sistema Nervoso Central (SNC). De acordo com estes autores, o

4

cérebro organiza todas as sensações, permitindo que a pessoa aprenda a movimentar o seu corpo

no espaço e a reconhecer o meio, produzindo respostas adequadas. Processamento sensorial em

seres humanos envolve a recepção de um estímulo físico, a transformação do estímulo num

impulso neural, na perceção e na consciência da experiência de sensação. Estes processos são

fundamentais para a perceção, aprendizagem, e ação (Kandel, Schwartz, & Jessell, 2000;

Shepherd, 1994). Jean Ayres observou que perceber é essencial para a capacidade do indivíduo

de prestar atenção, aprender, planear e pensar ou, por outras palavras, envolver-se em

comportamentos adaptativos ou ocupações funcionais e significativas. (Roley, Blanche &

Schaaf, 2001). Podem ocorrer défices em alguns ou em todos os sistemas sensoriais, incluindo

tátil, auditivo, visual, gustativo, olfativo, sistemas propriocetivo e vestibular (Bundy & Murray,

2002; Kandel et al, Reeves, 2001). Estes distúrbios sensoriais podem afetar negativamente o

desenvolvimento e as competências funcionais em domínios comportamentais, emocionais,

motores e cognitivos (Kandel et al,. Shepherd, 1994). Problemas funcionais associados aos

distúrbios do processamento sensorial foram descritos na literatura. Parham e Mailloux (2001)

referem cinco limitações funcionais associadas aos distúrbios do processamento sensorial:

diminuição das competências sociais e participação em actividade de jogo; diminuição da

frequência, duração e complexidade de respostas adaptativas; diminuição da auto-confiança ou

auto-estima; e diminuição do desenvolvimento das competências sensório-motoras. Muitas vezes

a falta de habilidade para jogar com os colegas está relacionada com insucesso nos jogos

sensoriais e motores a partir dos quais as competências cognitivas e sociais surgem e se

desenvolvem (Bundy, 2002a). O medo, ansiedade ou desconforto, que acompanham situações do

quotidiano, podem perturbar significativamente as rotinas diárias na escola e casa (Parham &

Mailloux, 2001). Os ambientes escolares contêm estímulos físicos e sociais que frequentemente

causam sofrimento significativo a essas crianças (Bundy, 2002b; Burleigh, McIntosh &

Thompson, 2002). A adequada integração das sensações permite à criança concentrar-se,

organizar as informações, desenvolver a auto estima e auto confiança, antecipar e resolver

problemas e desenvolver o uso eficiente do corpo e cérebro (Fisher & Murray).

A teoria da Integração sensorial foca a influência que a integração dos sistemas sensoriais

tem sobre o desenvolvimento da função e das competências da criança (Kimball, 1999). Os

sistemas sensoriais considerados importantes/primários, segundo a base teórica da Integração

Sensorial são: auditivo, visual, vestibular, o propriocetivo e táctil, sendo estes três últimos

considerados precursores para o desenvolvimento visual e auditivo (Kimball, 1999; Kranowitz,

1998). Quando as experiências sensoriais não são integradas corretamente, a criança pode

manifestar situações de ansiedade e de stress ao ponto de afetar o seu desempenho ocupacional,

5

pois os processos deixam de ser automáticos como deveria ser. Muitas crianças com problemas

de integração sensorial desenvolvem tendência para evitar ou rejeitar experiências sensório-

motoras, podendo assim comprometer o seu desenvolvimento normal (Pharam & Mailoux,

2001). Segundo os mesmo autores, uma criança que apresente uma disfunção de integração

sensorial tem noção das suas dificuldades e sente-se frustrada por falhar quando confrontada com

determinadas atividades e/ou tarefas que outras crianças realizam com facilidade. Surge assim

tendência para rejeitar mudanças sensoriais ou motoras simples, recusando-as. Ao avaliar o

comportamento e desempenho ocupacional da criança, o terapeuta tenta perceber a capacidade

da criança regular autonomamente respostas adaptadas aos estímulos e ao ambiente (Parham &

Mailloux, 2001). As crianças com défice de integração sensorial têm frequentemente

comportamentos atípicos relacionados com as suas preferências sensoriais ou dispraxias (ex.:

rotinas muito rígidas na hora da refeição). Dificuldade de auto regulação emocional, atenção e na

capacidade de lidar com a mudança e stress, que resulta em problemas emocionais e sociais, é

também muito frequente. Como resultado, o comportamento da criança pode levar ao isolamento

ou afastamentos dos colegas e familiares (Roley, Blanche & Schaaf, 2001). A Mestre Sarah

Field, terapeuta ocupacional reconhecida internacionalmente, tem vindo a desenvolver há varias

décadas, a sua prática profissional nas escolas, tendo consciência das dificuldades dos

professores e das crianças, desenvolveu a Behavior/developmental screening checklist for the

care providers of three to five years old. Esta checklist foi desenvolvida em conjunto com

Redwood Pediatric © em 2007 com a colaboração da equipa da Mestre Sarah Field, para

abordagem em Integração Sensorial, nos Jardins de Infância/Escolas, dos Estados Unidos da

América. Trata-se de uma checklist de triagem para ajudar cuidadores/educadores a detetarem

possíveis diferenças no desenvolvimento e/ou comportamento das crianças entre os 3 e os 5

anos. A checklist apresenta um total de 65 itens e está dividida em 11 áreas (Anexo1). A

checklist deverá ser preenchida por educadores ou cuidadores. É pedido que assinalem com um

X a resposta que melhor caracteriza a criança, de acordo com a seguinte chave: Have not

observed; Seldom; Sometimes; Often.

Segundo Parham e Mailloux (2001), os terapeutas ocupacionais tem sido incentivados a

utilizarem testes estandardizados no registo da informação recolhida durante o processo de

avaliação dos seus clientes, sendo que a sua utilização resulta num aperfeiçoamento da

capacidade de formalizar a avaliação em Terapia Ocupacional, baseada em dados quantitativos.

Desta forma é necessário que os terapeutas ocupacionais desenvolvam os seus conhecimentos e

competências na aplicação de testes, contribuindo para o aumento da sua credibilidade

profissional. Os instrumentos de avaliação estandardizados permitem uma sistematização da

6

avaliação, uma análise rigorosa dos resultados obtidos e uma implementação de programas de

intervenção adaptados a cada caso específico. É a partir de uma utilização de metodologias de

avaliação precisas e fiáveis, que o terapeuta ocupacional é capaz de fundamentar as suas decisões

na abordagem delineada (Miguel, 2005). Norwood (1999) refere o conceito de testes

padronizados, ou seja, cada indivíduo sendo testado com os mesmos itens, nas mesmas

condições e com as mesmas instruções contribui efetivamente para o processo terapêutico como

um meio de seleção, classificação, diagnóstico e reavaliação. É de realçar a importância da

existência de instrumentos estandardizados, validados e adaptados à população portuguesa.

Ferreira e Marques (1998) referem que a adaptação cultural e linguística, de instrumentos já

desenvolvidos e validados, constitui uma alternativa para a divulgação das medidas em saúde. Se

o terapeuta usar testes que não estejam validados, corre o risco de tomar decisões eticamente

incorrectas. (Campbell 1981, citado por Edwards, 1998)

Asher (1996) afirma que o propósito principal para se obterem testes estandardizados é

estabelecer a sua fidedignidade e validade. Segundo a autora, a fidedignidade e validade das

conclusões obtidas pelo terapeuta são somente conseguidas quando representarem a

fidedignidade e validade de um instrumento.

Um teste apresenta validade se for demonstrado que mede com precisão aquilo que se

propõe medir. Esta propriedade é de grande importância pois um teste que não apresente

validade pode não ser útil ou induzir o examinador em erro.

A fidedignidade de um teste é o grau de exatidão e estabilidade do mesmo, quando

administrado repetidamente e se obtêm resultados idênticos. Existem três métodos para

determinar a fidedignidade de um teste: fidedignidade inter-observador, fidedignidade intra-

observador e consistência interna. Para este estudo será apenas estudada a consistência interna.

A “consistência interna” reflete a homogeneidade do teste. Esta propriedade descreve quão livre

de pequenos defeitos está o teste, pequenos defeitos esses que podem provocar erros no processo

de medição. O método utilizado para avaliar este tipo de fidedignidade é o método das metades.

Os itens do instrumento são divididos em duas metades, ao acaso ou com base nos itens pares ou

ímpares, e correlacionam-se os resultados obtidos em cada uma das metades (Asher, 1996).

A “validade” de um instrumento é definida como a propriedade de medir aquilo que se

pretende que meça. Os testes de validade pretendem saber se os indicadores medem de facto os

atributos que lhe estão subjacentes. Porque não há um padrão-ouro em saúde relativamente ao

qual os resultados em saúde possam ser comparados, os métodos de validação usam

normalmente os critérios aceites pelas ciências do comportamento (Ferreira e Marques 1998).

7

Este estudo pretende dar contributo para o processo de adaptação cultural e linguística e

validade de conteúdo da Behavior/developmental screening checklist for the care providers of

three to five years old. Pretende-se também estudar a validade convergente, assim como a

consistência interna.

O estudo tem como objetivos:

Fazer a adaptação cultural e linguística da Behavior/developmental screening checklist for

the care providers of three to five years old

Fazer a validação de conteúdo da Behavior/developmental screening checklist for the care

providers of three to five years old

Avaliar a validade convergente da Behavior/developmental screening checklist for the

care providers of three to five years old

Avaliar a fidelidade ao nível da consistência interna da Behavior/developmental screening

checklist for the care providers of three to five years old

Metodologia

Participantes

No desenvolvimento dos objetivos definidos para o presente estudo selecionaram-se várias

amostras. A técnica de amostragem foi não probabilística para as várias amostras visto ter-se

tratado de amostras por conveniência por proximidade e facilidade de contatos.

A Amostra I foi selecionada por conveniência, pelo fato de ter sido escolhida

intencionalmente (proximidade geográfica e facilidade de contatos) devido ao limite de tempo de

execução do estudo. A amostra selecionada para o painel de peritos foi constituída por

Terapeutas Ocupacionais e Terapeutas da Fala com conhecimentos e experiência na área da

pediatria. Os critérios de inclusão utilizados para a seleção da amostra foram terapeutas

ocupacionais e de fala que trabalhassem há mais de 5 anos, que exercessem funções na área da

pediatria e que demonstrassem de imediato disponibilidade para dedicarem tempo nesta análise e

método de discussão (Quadro1).

8

Quadro 1: Caracterização da amostra do painel de peritos

Formação

Base

n

sujeitos

Média

de

Idade

Média anos

de exp. em

Pediatria

Formação Complementar

Terapeuta

Ocupacional

13

36,38

12,6

Pós graduação em Integração Sensorial (n=5); Tratamento

do neuro-desenvolvimento segundo Bobath (n=1);

Mestrado em Segurança e Proteção Civil (n=1); Pós-

Graduação em Prática Psicomotora Bernard Aucouturier

(n=1); Curso de Sensory Integration and Praxis Test (n=1);

Curso de Exploração Vestibular Funcional (n=1)

Terapeuta

Fala

2 32 10,5 N= 1 Pós- Graduação em intervenção motora oral e facial

Total 15 35,8 12,4

A amostra selecionada tem uma média de idades 35,8 anos, compreendidas no intervalo de

29 a 51 anos. No que se refere aos anos de serviço dos sujeitos, esta varia entre 8 e 30 anos sendo

a média de 12,4 anos. Da mesma forma os anos de experiência em integração sensorial variam

consideravelmente sendo 8 anos. Na amostra dos 15 sujeitos 2 são do sexo masculino, sendo que

os restantes 86,7% da amostra são do sexo feminino. Quanto às habilitações literárias, 2 sujeitos

têm Bacharel em Terapia Ocupacional, sendo que os restantes 13 (86,7%) têm o grau de

Licenciatura. Podemos ainda observar que 40% dos participantes não têm ou não referem

formação complementar.

A Amostra II, constituída por 10 sujeitos do sexo feminino, foi selecionada para a

realização do pré-teste. A amostra foi constituída por educadoras de infância a exercer funções

há mais de 5 anos com experiência de trabalho em equipa multidisciplinar. Trata-se de uma

amostra também selecionada por conveniência; proximidade geográfica, facilidade de contatos e

interesse e motivação para participar no estudo, garantindo assim resposta e empenho no

preenchimento. Neste grupo de sujeitos a média de idades é de 35,4 anos, compreendidas num

intervalo de 27 a 52 anos. Relativamente à experiência profissional, varia entre 5 e 30 anos,

sendo a média de 13,3 anos.

A amostra III foi selecionados por conveniência em Jardins-de-Infância de Instituições

Particulares de Solidariedade Social e colégios privados dos Concelhos de Oeiras e Lisboa.

Nestes infantários, as crianças foram selecionadas de acordo com a faixa etária pretendida para o

estudo, ou seja, entre os três e cinco anos. Esta amostra constituída para o estudo da validade

convergente e da fidelidade é composta por 18 sujeitos do sexo masculino e sete do sexo

feminino. A maior incidência de sujeitos regista-se no grupo etário dos cinco anos (n=13) 52%,

9

seguindo o grupo etário dos quatro anos e por último o grupo etário dos três anos, sendo este o

que apresenta menos crianças (n=4) 16%.

Quadro 2: Distribuição dos sujeitos por género e idade

Género

Masculino Feminino

Idade Frequência Percentagem (%) Frequência Percentagem (%)

3

4

5

Total

1

7

10

18

5,6%

38,9 %

55,6%

100%

3

1

3

7

42,9 %

14,3 %

42,9 %

100%

Instrumentos

Face aos objetivos definidos para o estudo foi necessário construir dois instrumentos de

recolha de dados, um para o painel de peritos e outro para o pré-teste. Foi ainda utilizado o Perfil

Sensorial para o estudo da validade convergente e da fidelidade.

Instrumento de recolha de dados – painel de peritos

Tendo em consideração o objetivo do estudo foi necessário criar um instrumento de

recolha de dados com os itens da versão de consenso da tradução da Behavior/developmental

screening checklist for the care providers of three to five years old, juntamente com os itens da

versão original do referido instrumento para serem submetidos à análise de um painel de peritos.

(Apêndice I) O instrumento teve como objetivo avaliar o grau de concordância e grau de

importância dos itens para detetar possíveis diferenças e dificuldades no

comportamento/desenvolvimento de crianças entre os três e os cinco anos. Cada uma destas

grelhas constituídas pelo seu grupo de itens é seguida por duas escalas de Likert. A primeira para

avaliar o grau de concordância com o modo como o item estava formulado, numerada de 1 a 5:

(1) Concorda sem reservas com o modo como o item está formulado, (2) Concorda na

generalidade com a forma como o item está formulado, mas propõe alterações. Faça a sua

sugestão; (3) Não concorda com a forma como o item está formulado e propõe alterações

substanciais. Faça a sua sugestão; (4) Discorda totalmente com a forma como o item está

formulado. Faça a sua sugestão; (5) Sem opinião. Para cada um item existiu um espaço para

sugestões de alteração à formulação do item. A 2ª escala de cotação foi referente à importância

que os itens têm para a inclusão na escala de avaliação, cotada de A a D de acordo com grau de

10

importância que cada perito poderia atribuir: (A) Considera o item essencial para detetar

possíveis diferenças no desenvolvimento e/ou comportamento das crianças entre os três e os

cinco anos, (B) Considera o item importante para detetar possíveis diferenças no

desenvolvimento e/ou comportamento das crianças entre os três e os cinco anos; (C) Considera

que o item não é nada importante para detetar possíveis diferenças no desenvolvimento e/ou

comportamento das crianças entre os três e os cinco anos; (D) sem opinião.(Apêndice II)

De acordo com Ferreira e Marques (1998) trata-se de uma metodologia alternativa que

defende a produção de uma versão na língua a adaptar por um painel de peritos constituídos por

multiprofissionais.

Instrumento de recolha de dados – pré-teste

O instrumento de recolha de dados do pré-teste foi criado a partir da versão de consenso da

Behavior/developmental screening checklist for the care providers of three to five years old

analisada pelos peritos. O objetivo foi perceber se os participantes tiveram dificuldade em

compreender a linguagem das diferentes áreas e itens bem como as instruções de preenchimento

e respetiva chave. Segundo Hill e Hill (2002), este tipo de estudo é útil e tem como objetivo

principal avaliar a eficácia e a pertinência do instrumento, bem como a compreensão semântica

das questões, o tempo necessário à sua aplicação e extensão do mesmo.

Este instrumento correspondeu a uma versão preliminar da checklist tendo sido colocado

no final de cada uma das onze áreas, duas questões abertas: uma relacionada com a dificuldade

na aplicação da checklist e outra solicitando sugestões. No final foi colocado um espaço para

observações gerais em relação ao instrumento, permitindo que os sujeitos acrescentassem mais

alguma sugestão e ou dificuldade que até esta fase ainda não tivessem tido oportunidade para o

fazer. Nesta fase foi alterada a chave de preenchimento e acrescentadas algumas instruções por

se considerarem relevantes, que apesar de não estarem presentes no original, resultaram de

sugestões propostas à autora Sarah Field e aceites por esta, tornando o instrumento mais

percetível e claro (Quadro 3).

11

Quadro 3: Introdução da chave e descrição para preenchimento da checklist

Chave Valor Nominal Descrição

Sempre

Frequentemente

Ocasionalmente

Raramente

Nunca

1

2

3

4

5

Quando a criança responde da forma descrita

durante 100 % do tempo.

Quando a criança responde durante 75 % do

tempo.

Quando a criança responde durante 50 % do

tempo.

Quando a criança responde durante 25 % do

tempo.

Quando a criança nunca responde da forma

descrita ou 0 % do tempo

Perfil Sensorial

O teste Perfil Sensorial (PS) é um instrumento estandardizado e foi desenvolvido pela

terapeuta ocupacional americana, Winnie Dunn, com base no seu modelo de processamento

sensorial com o objetivo de desenhar um perfil dos efeitos do processamento sensorial nas

atividades da vida diária da criança. O PS (Dunn, 2000) é um questionário que foi desenvolvido

para ser preenchido pelos pais, ou principal cuidador, para medir a capacidade de processamento

sensorial da criança dos três aos onze anos e definir um perfil do efeito que uma disfunção neste

processamento provoca no desempenho ocupacional da criança (Anexo II). O questionário do PS

avalia o impacto de experiências sensoriais no funcionamento ocupacional da criança no seu

contexto natural (casa, escola, comunidade), para crianças dos três aos dez anos, fazendo parte

importante no processo de avaliação em Terapia Ocupacional. Os itens do PS procuram ir o mais

possível ao encontro de comportamentos que as crianças possam exibir na sua vida diária,

podendo assim indicar dificuldades no seu processamento sensorial. O PS avalia três dimensões

principais: Processamento Sensorial, Modulação e Comportamento e Resposta Emocional. Cada

dimensão encontra-se dividida por seções onde se encontram distribuídos e agrupados os 125

itens. (Quadro 4)

12

Quadro 4: Principais dimensões do Perfil Sensorial e respetivas seções

Dimensões

Sessões

Processamento sensorial

Modulação

Comportamento e Resposta

Emocional

A. Processamento Auditivo

B. Processamento visual

C. Processamento Vestibular

D. Processamento Tátil

E. Processamento Multisensorial

F. Processamento Sensorial Oral

G. Processamento Sensorial relacionado com Endurance/Tónus

H. Modulação relacionada com o Movimento e a Posição do Corpo

I. Modulação do Movimento que afeta o Nível de Atividade

J. Modulação de Input Sensorial que afeta as Respostas Emocionais

K. Modulação de Input Visual que afeta as Respostas Emocionais e o Nível

de Atividade

L. Respostas Emocional/Social

M. Comportamentos resultantes de Processamento Sensorial

N. Níveis que indicam respostas de acordo com o Limiar Neurológico

O Processamento Sensorial indica qual o tipo de resposta sensorial dada pela criança de

acordo com os seis sistemas de processamento sensorial: auditivo, visual, vestibular, tátil,

multissensorial e sensorial oral.

A Modulação indica a forma como a criança regula a informação sensorial e encontra-se

dividida em cinco níveis de modulação: processamento sensorial relacionado com

endurance/tónus; modulação relacionada com o movimento e a posição do corpo; modulação de

movimento que afeta o nível de atividade; modulação do input sensorial que afeta as respostas

emocionais; modulação do input visual que afeta as respostas emocionais e o nível de atividade.

O Comportamento e Resposta Emocional indicam comportamentos resultantes do

processamento sensorial e encontra-se dividido em três níveis: respostas emocionais/sociais,

comportamentos resultantes do processamento sensorial e itens que indicam respostas de acordo

com o limiar neurológico. Tal como referido anteriormente, os 125 itens encontram-se

distribuídos e agrupados em nove fatores, correspondentes a padrões de comportamento

relacionados com o processamento sensorial e que podem ser observados na criança: (1) procura

sensorial; (2) reação emocional; (3) baixo endurance/tónus; (4) sensibilidade sensorial oral; (5)

inatenção/distratibilidade; (6) registo pobre; (7) sensibilidade sensorial; (8) sedentarismo; (9)

motricidade fina/percetiva. O PS deverá ser preenchido pelos pais ou encarregados de educação,

visto serem as pessoas que melhor conhecem a criança. É pedido que assinalem com um X, a

13

resposta que melhor descreve a frequência com que a criança manifesta determinado

comportamento. As respostas de cada item são dadas de acordo com uma escala de Likert com

cinco escolhas possíveis (Quadro 5). Assim uma maior frequência de comportamentos implica

uma menor pontuação. Obtêm-se pontuações mais baixas para piores desempenhos e pontuações

mais elevadas para desempenho típico.

Quadro 5: Procedimentos de pontuação

Chave Valor Nominal Descrição

Sempre

Frequentemente

Ocasionalmente

Raramente

Nunca

1

2

3

4

5

Quando a criança responde da forma descrita

durante 100 % do tempo.

Quando a criança responde durante 75 % do

tempo.

Quando a criança responde durante 50 % do

tempo.

Quando a criança responde durante 25 % do

tempo.

Quando a criança nunca responde da forma

descrita ou 0 % do tempo

O cuidador é informado de que irá demorar cerca de 30 minutos a preencher o

questionário. Após receção dos questionários o investigador soma a pontuação obtida e

posteriormente utilizando as Folhas de Pontuação poderá interpretar os resultados obtidos. A

Folha de Pontuação é constituída por nove Fatores que correspondem a padrões de

comportamento relacionados com o processamento sensorial que podem ser observados na

criança.

A interpretação dos valores é feita com base numa grelha de pontuação com três

parâmetros de classificação possíveis (Quadro 6):

Quadro 6: Tabela de pontuação

Chave Descrição

Desempenho normal

Diferenças prováveis

Diferenças definitivas

A criança não apresenta problemas no processamento sensorial,

estando os valores dentro dos parâmetros normais.

A criança poderá apresentar problemas no processamento sensorial,

sendo necessário proceder a mais avaliações para confirmar os

resultados obtidos.

A criança apresenta problemas no processamento sensorial

A nova versão do PS foi submetida a um rigoroso estudo de investigação, tendo

participado 166 terapeutas ocupacionais. O teste foi aplicado a uma amostrada constituída por

1037 crianças sem problemas/incapacidades dos três aos 10 anos das quais 510 do sexo

14

masculino e 524 do sexo feminino (Dunn, 1997a). Os investigadores verificaram que não

existiam diferenças significativas entre as crianças por género. Verificaram também que as

medias obtidas em cada secção e em cada fator não apresentavam diferenças significativas entre

as idades dos cinco aos dez anos (Dunn 1994, 1997a, 1997b, 1997c, 1998,1999). No estudo

original os investigadores utilizaram a média total como índice representativo do conjunto dos

valores obtidos em cada seção e em cada fator para desenvolver o sistema de classificação do PS,

visto não terem verificado a existência de diferenças significativas entre as médias de cada grupo

etário.

A validade de conteúdo do PS foi estabelecida através da análise e opinião de oito

terapeutas ocupacionais com conhecimentos teórico práticos na área da integração sensorial.

Estes avaliaram o significado dos itens a distribuição dos itens pelas seções e o sistema de

classificação/pontuação do PS (Dunn, 1999). Para a validade de construção os investigadores

procederam á validade convergente e validade divergente. Estas foram estabelecidas através da

utilização de uma outro instrumento de medida designado por School Function Assesment (SFA).

Para o processo de validação foram também utilizadas a análise fatorial com objetivo de

relacionar e agrupar os 125 itens do PS por fatores e a consistência interna (Smith, 1997, Dunn,

1999). É de referir que foi efetuado um processo de equivalência conceptual e linguística do teste

Perfil Sensorial para a língua espanhola. Em Portugal, este processo também já foi efetuado com

tradução e retroversão por tradutores independentes. Os investigadores tiverem como objetivo a

aplicação do referido instrumento a dois grupos distintos (crianças com autismo e crianças sem

problemas) e a identificação do perfil sensorial de crianças portugueses sem problemas dos cinco

aos onze anos (Gomes, 2002; Santos, 2002).

Procedimentos

Antes de iniciar o estudo foi solicitado um pedido de autorização à autora, Sarah Field em

representação da Redwood Pediatric Therapy Associates Inc, que elaborou a de

Behavior/developmental screening checklist for the care providers of three to five years old para

a tradução e adaptação à língua portuguesa e aplicação da mesma. A resposta foi positiva, tendo

demonstrado disponibilidade imediata para quaisquer esclarecimentos necessários durante todo o

processo. Para a utilização do Perfil Sensorial não foi realizado um pedido específico referente a

esta investigação, visto existir uma autorização entre a Escola Superior de Saúde do Alcoitão e a

Empresa Pearson para utilização deste instrumento com fins académicos.

15

Painel de peritos

Foi elaborado o processo de adaptação cultural da de Behavior/developmental screening

checklist for the care providers of three to five years old, baseado nas linhas orientadoras

referidas por Ferreira e Marques (1998). Foram realizadas duas traduções, de onde se obteve

consenso após análise e comparação.(Anexo???) Após construção do instrumento de recolha de

dados com os itens da versão de consenso juntamente com os itens da versão original este foi

submetido à análise de um painel de peritos para avaliar o grau de acordo e a importância dos

itens. Após contacto telefónico e reunião informal com os sujeitos da amostra, foram enviados

por e-mail quinze questionários e entregues em mão seis. Do total de enviados apenas foram

devolvidos quinze, tendo as respostas sido devolvidos à investigadora do estudo de igual forma.

Após a recolha do instrumento, as respostas e sugestões apresentadas por cada perito foram

registadas e feita a análise de conteúdo e uma grelha de frequências. Os critérios de inclusão e ou

exclusão das sugestões tiverem em consideração a frequência da resposta, pertinência e a opinião

da autora Sarah Field e dos investigadores do estudo. Para o tratamento estatístico relativamente

a esta fase da investigação foi utilizado o programa Excel, tendo-se recorrido à estatística

descritiva.

Pré-teste

Os participantes selecionados foram contatados telefonicamente para agendar uma reunião

para a colaboração nesta fase da investigação. O preenchimento de sete questionários foi

efetuado na presença do investigador por forma a incentivar e garantir o preenchimento do pré-

teste, embora sem induzir a resposta. Realizaram-se nos Jardins-de-Infância, em horário não

letivo com a duração de 20 minutos Para o preenchimento do pré-teste não havia necessidade da

presença da criança Os restantes três testes foram enviados por e-mail e rececionado da mesma

forma. Foram devolvidos todos os instrumentos de recolha de dados entregues ou seja 10. Nesta

fase da investigação, para o tratamento estatístico foi utilizado o programa Excel, tendo-se

recorrido novamente à estatística descritiva. Foi feita uma análise qualitativa das sugestões dadas

pelos sujeitos da amostra, por forma compreender as dificuldades sentidas durante o

preenchimento e sugestões em relação à mesma. Após a análise das respostas dadas, registaram-

se, numa grelha, as dificuldades sentidas por cada participante e as sugestões apresentadas. Os

critérios de inclusão e ou exclusão das sugestões tiveram em consideração a frequência da

resposta, pertinência e a opinião da autora Sarah Field e dos investigadores do estudo.

Obtivemos assim a versão final da Checklist de triagem de comportamento/desenvolvimento

para cuidadores de crianças entre os três e os cinco anos (CTC/D) (Apêndice I).

16

Validade convergente

Numa primeira fase, foi redigida e posteriormente enviada, uma carta de pedido de

autorização para aplicação dos questionários nos Jardins de Infância. Após ter sido dada

autorização por parte do Diretor das escolas, foi realizada uma reunião com os educadores das

crianças com idades compreendidas entre os 3 e 5 anos onde será explicado o objetivo e

pertinência do estudo. Foram apresentados os Instrumentos CTC/D e PS, tendo sido solicitada a

colaboração das educadoras para o preenchimento do CTC/D. Posteriormente foi formulada uma

carta de apresentação do investigador dirigida aos encarregados de educação, com o objetivo do

estudo, a fim de obter colaboração para o preenchimento dos questionários Perfil Sensorial

referentes aos seus educandos. Face ao pouco tempo disponível do investigador para o estudo e à

demora na entrega dos questionários preenchidos pelos país não prevista pelo responsável do

estudo, foi necessário alterar os procedimentos face aos participantes. Como o instrumento PS

prevê que o mesmo possa ser preenchido pelos pais ou cuidadores, e correndo o risco de não

obter respostas suficientes, o investigador solicitou aos educadores o preenchimento do PS.

Após a realização da aplicação da CTC/D e dos questionários do PS, foram recolhidos os

dados obtidos pelos educadores. Procedeu-se à elaboração de uma base de dados para o

tratamento estatístico dos mesmos. Foi utilizada uma estatística inferencial uma vez que se

pretende fazer associações/correlações das variáveis em estudo, utilizando o Statistical Package

for the Social Science (SPSS)

Por se tratar de amostras inferiores a 30 recorreu-se aos testes Kolmogorov-Smirnov e

Shapiro Wilk no sentido de estudar a normalidade dos totais das dimensões da CTC/D do PS. Se

os testes de normalidade não revelarem normalidade em todas as dimensões, deverá observar-se

a os valores de Skeness e Kurtose se estes valores forem SK <3 e Ku < 7 podem ser

considerados desvios pouco severos à normalidade e recorrer-se a testes paramétricos, algo que

aconteceu com as dimensões deste estudo Kline (1998).

Posteriormente foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson também chamado de

"coeficiente de correlação produto-momento", que mede o grau da correlação (e a direção dessa

correlação - se positiva ou negativa) entre duas variáveis de escala métrica (intervalar ou de

rácio/razão). Este coeficiente, normalmente representado por ρ assume apenas valores entre -1 e

1. Uma correlação será significativa se ρ/sig for inferior ou igual a 0,05 (ρ=0,05)

A associação será negativa (quando a correlação tiver sinal negativo) se a variação entre as

duas variáveis for no sentido contrário, isto é, se os aumentos de uma variável estão associados à

diminuição da outra. A associação será positiva se a variação entre as variáveis for no mesmo

sentido, isto é, se os aumentos de uma variável estão associados a aumentos da outra.

17

Para o estudo da fidelidade foi selecionado o este estatístico de de Cronbach, de forma a

verificar a consistência interna CTC/D, ao nível das diferentes áreas.

Apresentação e discussão dos resultados

Painel de peritos

Após a análise de frequências face ao grau de acordo observamos o seguinte (Quadro 7).

Quadro 7: Frequências e grau de acordo dos itens

Frequência Grau de

acordo %

Itens N itens % Itens

15

100%

4, 28, 37, 45, 55, 61 e 62

7

11%

14

13

12

10

93%

87%

80%

73%

8, 14, 17, 24, 25, 29, 33,

42, 46, 53,64

6, 21, 40, 49

1, 13, 18, 32, 34, 43, 47,

52, 57, 58, 59, 60, 63

2, 5, 15, 23, 27, 30, 31, 36,

41, 54

11

4

13

10

17%

6%

20%

15%

10

9

7

67%

60%

53% - 20%

10, 38, 48, 50, 56, 65

7, 9, 11, 20, 35, 39, 44

3, 12, 16, 19, 22, 26

6

7

7

9 %

11%

11%

Para os itens 4, 28, 37, 45, 55, 61 e 62, 100% dos peritos (n=15) responderam que

concordam sem reservas.

Entre 80% a 99% dos peritos concordam na generalidade com 28 dos itens mas propõem

alterações. O item 17 “Dificuldade em realizar puzzles de 8 peças”, após análise de frequência e

pertinência da sugestão foi alterado para: “Dificuldade em realizar puzzles para a sua idade”, já

que de acordo com o desenvolvimento uma criança com 5 anos consegue fazer puzzles com mais

de oito peças. O item 40 “Dificuldade em se lembrar da sequência motora de uma tarefa de um

dia para o outro”, após apreciação das sugestões dos peritos e frequência de resposta foi

alterado para “Dificuldade em se lembrar da sequência motora do dia anterior”.

Os restantes 30 itens tiveram um grau de concordância inferior entre a 79%. Para o item 3

“Movimentos bruscos/tremor”, 20% dos peritos não concorda e propõe alterações substanciais

enquanto os restantes peritos dividem a sua opinião entre concordo sem reservas e concorda na

18

generalidade mas propõe alterações. Face à analise de frequência de resposta o item foi

subdividido em: “Movimentos bruscos ” e “Movimentos com tremor”

No total da Behavior/developmental screening checklist for the care providers of three to

five years old foram alterados 29 dos 65 itens. (Quadro 8)

Quadro 8: Número de itens alterados face ao grau de acordo

Itens Alterados Grau de acordo % N itens % Itens

13, 14, 17, 18, 29,34,40, 43,49

2, 3, 5, 9, 10, 11, 12, 16, 19, 20, 22,

23, 26,36, 38, 39, 48, 50, 54,56,

99% - 80%

79% - 20%

9

20

13,8%

31,7%

Do total dos 30 itens com grau de acordo inferior a 79% apenas foram alterados 20 tendo

em conta os critérios de inclusão, pertinência e a opinião da autora da Sarah Field e do

investigador do estudo

Face à segunda questão colocada aos peritos sobre a importância que o item tem para ser

incluído na grelha de avaliação obtivemos como resposta acima de 80% para 58 dos itens.

Apenas três itens obtiveram grau de importância de 60%: “Switches hands frequently”; “Avoid

looking at books” e “Complains of fatigue”. Embora com percentagem inferior estes itens foram

mantidos após análise da investigadora do estudo

Pré-teste

Da análise das respostas dos participantes no pré-teste (Quadro 9), quanto às dificuldades

sentidas no preenchimento, 70% referem que os itens que se apresentam na negativa deveriam

estar na positiva, por exemplo “Não consegue posicionar elementos numa cara” ou ” Não imita

círculo ou linha simples (vertical/horizontal) ”. Por se tratar de uma checklist de triagem para

detetar possíveis diferenças ou dificuldades no comportamento/desenvolvimento não era possível

fazer a alteração. Para 50% dos participantes os itens: “Evita ou tem dificuldade em cruzar a

linha média” e “Esquece de utilizar um dos lados do corpo: Direito ou Esquerdo” referente à

coordenação bilateral não são explícitos, não identificando esta terminologia. Assim, por este

fato, retiraram-se estes dois itens após consulta de opinião da autora e terem chegado a acordo

em que se trata de uma linguagem técnica usada apenas por alguns profissionais.

19

Quadro 9: Sugestões dadas pelos participantes do pré-teste - itens

Áreas

Original

Alterações Propostas

Motricidade Oral

Coordenação Bilateral

Motricidade Fina

- Evita ou tem dificuldade em cruzar a

linha média;

- Esquece de utilizar um dos lados do

corpo: Direito ou Esquerdo

- Dificuldade em colocar picos num

quadro de picos

- Tem dificuldade em mastigar

alimentos

- Retirar o item

- Retirar o item

- Dificuldade em colocar pregos num

quadro de pregos

Apenas dois sujeitos apresentaram sugestão de alteração da ordem de apresentação das

áreas/grupos. No entanto, pela sua pertinência, estas sugestões foram aceites tendo organizado as

áreas como indicado no Quadro 10, o questionário foi reformulado, obtendo-se uma maior

precisão e clareza

Quadro 10: Sugestões dadas pelos participantes do pré-teste em relação à ordem das áreas/grupos

Original

Alterações Propostas

Motricidade fina

Motricidade oral

Coordenação oculo motora

Perceção visual

Controlo postural

Coordenação bilateral

Motricidade global

Planeamento motor

Auto cuidados

Funcionamento sensoriomotor

Comportamento

Motricidade global

Motricidade fina

Motricidade oral

Controlo postural

Coordenação bilateral

Coordenação oculo motora

Perceção visual

Auto cuidados

Planeamento motor

Funcionamento sensoriomotor

Comportamento

Validade convergente

Por se tratar de amostras inferiores a 30 recorreu-se aos testes Kolmogorov-Smirnov e

Shapiro Wilk no sentido de estudar a normalidade dos totais das dimensões da CTC/D do PS.

Embora os testes de normalidade não tenham revelado normalidade em todas as dimensões,

segundo Kline (1998), se os teste de normalidade não revelarem a existência de uma distribuição

normal deverá observar-se os valores de Skeness e Kurtose se estes valores forem SK <3 e Ku

< 7 podem ser considerados desvios pouco severos à normalidade e recorrer-se a testes

paramétricos, algo que aconteceu com as dimensões deste estudo.

20

Recorreu-se assim a uma ANOVA para amostras dependentes no sentido de comparar as

dimensões da CTC/D entre si e verificar se esta é discriminativa na determinação de um

determinado perfil. No sentido de correlacionar as dimensões da CTC/D com as dimensões do

PS recorreu-se à correlação de Pearson no sentido de estudar a validade convergente da CTC/D.

Efetuaram-se análises de correlação de Pearson no sentido de correlacionar as dimensões

da CTC/D e as dimensões do Perfil Sensorial com o objetivo de estudar a validade convergente

da CTC/D. Dos resultados observados no Quadro 11 podemos referir que há correlações

significativas positivas para p ≤ a 0,01 entre algumas áreas da CTC/D e as seções do PS. Não se

observou correlação nas áreas da motricidade global, motricidade oral, controlo postural e

comportamento

Quadro 11: Relação entre as seções do PS e as áreas da CTC/D

,416*

,039

25

,548**

,005

25

,427* ,600** ,501* ,415* ,455* ,411*

,033 ,002 ,011 ,039 ,022 ,041

25 25 25 25 25 25

,467*

,019

25

,400* ,416* ,736** ,408* ,522** ,479*

,047 ,039 ,000 ,043 ,007 ,015

25 25 25 25 25 25

,694** ,399* ,436* ,484* ,576** ,468*

,000 ,048 ,029 ,014 ,003 ,018

25 25 25 25 25 25

,472* ,495* ,404* ,431* ,473* ,425*

,017 ,012 ,045 ,032 ,017 ,034

25 25 25 25 25 25

Correlação Pearson

p

N

Correlação Pearson

p

N

Correlação Pearson

p

N

Correlação Pearson

p

N

Correlação Pearson

p

N

Correlação Pearson

p

N

Correlação Pearson

p

N

Motricidade Fina

Coordenação Bilateral

Coordenação Oculo Motora

Percepção Visual

Auto Cuidados

Planeamento Motor

Funcionamento

Sensoriomotor

Proc

essa

men

to A

udit

ivo

Proc

essa

men

to V

isua

l

Proc

essa

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to T

atil

Proc

essa

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to S

enso

rial

Ora

l

Mod

ulaç

ão re

laci

onad

a co

m o

Mov

imen

to e

a P

osiç

ão d

o

Cor

po

Mod

ulaç

ão re

laci

onad

a co

m o

Mov

imen

to q

ue a

feta

o N

ivel

de A

tivi

dade

Mod

ulaç

ão d

e In

put S

enso

rial

que

afe

ta a

s R

espo

stas

Em

ocio

nais

Mod

ulaç

ão d

e In

put V

isua

l que

afe

ta a

s R

espo

stas

Em

ocio

nais

e o

Niv

el d

e A

tivi

dade

Res

post

a E

moc

iona

l/So

cial

Com

port

amen

to re

sult

ante

s de

Pro

cess

amen

to S

enso

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Niv

eis

que

indi

cam

resp

osta

s de

aco

rdo

com

o L

imia

r

Neu

roló

gico

Correlação Significativa para p < 0,05*.

Correlação signi ficativa para p < 0,01**.

21

Observando as médias, constata-se que as crianças tiveram médias altas em todas as

dimensões (médias superiores a 4) o que revela bons resultados nesta CTC/D. A ANOVA para

amostra dependentes revelou a existência de diferenças significativas entre as áreas da CTC/D [F

(10) = 6,550, p = 0,000].

Da análise do gráfico 1 observamos que as crianças obtiveram pontuações mais elevadas

que corresponde a desenvolvimento típico. As crianças desta amostra revelaram melhores

resultados nas dimensões motricidade oral (Média = 4,80) e perceção visual (Média = 4,72) e

resultados mais baixos nas dimensões Comportamento (Média = 4,27), Controlo Postural (Média

= 4,20), Funcionamento Sensoriomotor (Média = 4,16). O que revela que a CTC/D é útil na

determinação de um perfil. (Quadro 12)

Quadro 12: Estatística descritiva da CTC/D

N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

Motricidade Oral 25 3,67 5,00 4,80 ,40

Percepção Visual 25 4,00 5,00 4,72 ,37

Motricidade Global 25 3,50 5,00 4,58 ,45

Auto Cuidados 25 3,00 5,00 4,51 ,59

Motricidade Fina 25 3,44 5,00 4,45 ,39

Planeamento Motor 25 2,80 5,00 4,38 ,55

Coordenação Óculo Motora 25 2,80 5,00 4,33 ,57

Coordenação Bilateral 25 2,67 5,00 4,31 ,60

Comportamento 25 3,00 5,00 4,27 ,55

Controlo Postural 25 2,75 5,00 4,20 ,72

Funcionamento

Sensoriomotor 25 3,18 5,00 4,16 ,53

Gráfico 1: Resultados da CTC/D

4,58 4,45 4,80

4,20 4,31 4,33 4,72

4,51 4,38 4,16 4,27

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

Checklist de Triagem de Comportamento/Desenvolvimento

22

Fidelidade – Consistência Interna

Os dados obtidos pelo teste revelam bons alfas de Cronbach (Quadro 13). A consistência

interna do total do instrumento é de 0,93. Pais Ribeiro (1999) refere que o Alpha de uma escala

deve ser igual ou superior a 0,80 contudo quando se trata do Alpha de sub-escalas com reduzido

número de itens são aceitáveis valores entre 0,60 e 0,69.

Quadro 13: Resultados estatísticos do Alpha de Cronbach

Áreas da CTC/D n = 25

Alpha de Cronbach ( )

Motricidade Global (8 itens: Item 1 – Item 8)

0,78

Motricidade Fina (9 itens: Item9-Item 17) 0,71

Motricidade Oral (3 itens: Item18-Item 20) 0,09

Controlo Postural (4 itens: Item21 - Item 24)

Coordenação Bilateral (3 itens: Item 25-Item 27)

Coordenação Oculo Motora (5 itens: Item 28-Item 32)

Perceção Visual (5 itens: Item 33-Item 37)

Auto Cuidados (4 itens: Item38-Item 41)

Planeamento Motor (5 itens: Item42-Item 46)

Funcionamento Sensoriomotor (11 itens: Item47-Item 57)

Comportamento (8 itens: Item58-Item 65)

Total (65 itens: Item1-Item 65)

0,74

0,60

0,70

0,71

0,66

0,81

0,76

0,74

0,93

Conclusão

O principal objetivo deste estudo foi dar um contributo para a validação da versão

portuguesa da CTC/D no âmbito da adaptação cultural e linguística, realizar a validade de

conteúdo do referido instrumento e avaliar a validade convergente e a fidelidade ao nível da

consistência interna da Behavior/developmental screening checklist for the care providers of

three to five years old

Com a integração de crianças com Necessidades Educativas Especais nas escolas da sua

comunidade, houve aumento do número de terapeutas a exercer funções nas escolas. Os pedidos

de educadores, professores e docentes de ensino especial e psicólogos, para avaliações em

Terapia Ocupacional são cada vez em maior número. Face às novas políticas socias e as

contingências orçamentais é exigido aos técnicos que apoiem o maior número de crianças

ficando os tempos de avaliação, monitorização e consultadoria muito reduzidos. Em Portugal

existem ainda falta de instrumentos de medida padronizados que suportem a avaliação. Uma

23

correta avaliação é a base de todo o plano terapêutico e assegura a implementação de uma prática

baseada em evidências científicas.

Considera-se que o objetivo do estudo foi alcançado uma vez que através da metodologia

definida foi desenvolvido uma versão portuguesa da Checklist Triagem

comportamento/desenvolvimento para crianças dos três aos cinco anos. Algumas das sugestões

feitas pelo painel de peritos foram consideradas pertinentes tendo sido aceites tornando os itens

mais claros e percetíveis. As sugestões apresentadas pela amostra do pré teste também foram

consideradas pertinentes e significativas para o investigador, tendo alterados alguns itens. Será

importante relembrar que serão os sujeitos da amostra, os educadores, quem irá preencher a

checklist. Através da análise dos resultados obtidos, pode concluir-se que os objetivos do estudo

foram alcançados, uma vez que se estudaram estatisticamente as propriedades psicométricas do

CTC/D inicialmente propostas. A consistência interna foi verificada através do teste estatístico

Alpha de Cronbach, tendo obtido um valor de bom para todas as áreas da checklist, o que nos

leva a concluir que o CTC/D apresenta homogeneidade. Pode então concluir-se que o CTC/D

apresenta validade convergente e consistência interna para a amostra em estudo. Tendo em conta

que os objetivos propostos foram alcançados, pode afirmar-se que este estudo contribuiu para

adaptação da CTC/D à população portuguesa, no sentido de poder ser utilizado como teste mais

seguro e fidedigno na prática em Terapia Ocupacional. Através de um estudo aprofundado da

Checklist de Triagem de Comportamento/Desenvolvimento de crianças dos três aos cinco anos,

pode concluir-se que esta checklist é um instrumento importante e uma mais-valia na intervenção

dos Terapeutas Ocupacionais a desenvolver a sua intervenção nas escolas. Esta checklist não

permite tirar conclusões, é importante salientar, como em qualquer outra área de intervenção,

esta checklist nunca deverá ser utilizada isoladamente devendo a avaliação da criança ser

completada com outros instrumentos. Esta checklist permite ao Terapeuta preparar a sua

avaliação após sinalização de uma criança pelo seu educador ao preencher esta CTC/D. Os

Terapeutas nas escolas debatem-se com número de horas de avaliação e intervenção muito

reduzido para elevado número de crianças. A checklist permite ao Terapeuta conhecer áreas

assinaladas pelo educador onde se registam maiores dificuldades e/ou diferenças para que possa

preparar e organizar a avaliação que irá realizar.

Durante a realização do estudo surgiram algumas limitações que terão contribuído para o

seu desenvolvimento e, indiretamente para os resultados obtidos. São exemplos desta situação a

reduzida dimensão da amostra, o fato de ter sido selecionada por conveniência que impossibilita

a generalização dos resultados obtidos, bem como demora na receção dos instrumentos recolha

de dados do painel de peritos e no preenchimento dos questionários por educadores e pais.

24

Referências bibliográficas

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