Prova Peb II Historia 1

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 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROCESSO DE A  VALIAÇÃO CURSO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA 008. PROVA DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO B  ÁSICA II – HISTÓRIA  Você recebeu sua folh a de respostas e este caderno contendo 30 questões objetivas.  Preencha com seu nome e número de inscrição os espaços indicados na capa deste caderno.  Quando for permitido abrir o caderno, verique se está completo ou se apresenta imperfeições. Caso haja algum problema, informe ao scal da sala.  Leia cuidadosamente todas as questões e escolha a resposta que você considera correta.  Marque, na folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta, a letra correspondente à alte rnativa que você escolheu.  A duração da prov a é de 2 horas, já incluído o tempo para o preenchimento da folha de respostas.  Só será permitida a saída denitiva da sala e do prédio após transcorrida 1 hora do início da prova.  Ao sair , você entregará ao scal a folha de respostas e este caderno, podendo levar apenas o rascunho de gabarito, localizado em sua carteira, para futura conferência.  Até que você saia do prédio, todas as proibições e orientações continuam válidas.  AGUARDE A ORDEM DO FISCAL P ARA ABRIR ESTE CADERNO DE QUE STÕES. Nome do candidato Número de inscrição 02.12.2012 manhã w www.pciconcursos.com.br

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  • GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    Processo de AvAliAocurso de FormAo esPecFicA

    008. Prova de formao esPecfica

    ProFessor de educAo BsicA ii HistriA

    Voc recebeu sua folha de respostas e este caderno contendo 30 questes objetivas.

    Preencha com seu nome e nmero de inscrio os espaos indicados na capa deste caderno.

    Quandoforpermitidoabrirocaderno,verifiqueseestcompleto ou se apresenta imperfeies. Caso haja algumproblema,informeaofiscaldasala.

    Leia cuidadosamente todas as questes e escolha a resposta que voc considera correta.

    Marque, na folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta, a letra correspondente alternativa que voc escolheu.

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    At que voc saia do prdio, todas as proibies e orientaescontinuamvlidas.

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    02.12.2012manh

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  • 3 SEED1204/008-PEB-II-Histria

    FORMAO ESPECFICA

    01. Leia o fragmento:

    Desde a infncia, ramos treinados a observar, olhar e escu-tar com tanta ateno que todo acontecimento se inscrevia em nossa memria como cera virgem.

    (Amadou Hampat B. Amkoullel, o menino fula. 2. ed. So Paulo: Palas Athenas, 2008)

    A afirmao do historiador malins est relacionada com a importncia, em algumas sociedades,

    (A) da cultura material para salvaguardar a histria das li-nhagens monrquicas.

    (B) da transmisso dos conhecimentos sagrados por meio de desenhos e pinturas.

    (C) central desempenhada pela oralidade na preservao e difuso de saberes.

    (D) dos documentos oficiais para a elaborao da memria histrica.

    02. Um funcionrio da cultura na ditadura do Estado Novo po-deria ver na Carta de Caminha um documento extraordinrio do Brasil que nascia opinio compartilhada por um colega portugus da ditadura salazarista na mesma poca. Porm, um indigenista contemporneo, sabedor da tragdia da pre-sena portuguesa para as populaes amerndias, ver no mesmo documento a certido de bito das muitas popula-es indgenas. primeira subjetividade (a edificao his-trica da importncia do documento) soma-se a segunda e mais fundamental: as leituras variadas que um documento possibilita.

    (Leandro Karnal e Flavia Galli Tatsch. Memria evanescente. In: C. B. Pinsky e T. R. de Luca (Orgs.). O historiador e suas fontes.

    So Paulo: Contexto, 2009, p. 12. Adaptado)

    Segundo o texto, um documento histrico

    (A) permite que o historiador determine a verdade histrica.

    (B) pode gerar leituras variadas e at opostas.

    (C) no perde o seu sentido geral, independente de quem e quando o l.

    (D) deve ser reconhecido pelo seu valor absoluto.

    03. O famoso brevirio de Langlois e Seignobos comeava com uma definio simples, concisa e direta: Documentos so os traos que deixaram os pensamentos e os atos dos homens do passado, mas terminava com uma afirmao restritiva: A Histria no mais do que uma aplicao dos documen-tos. (...) A ltima afirmao supunha uma no explicada teoria do conhecimento que mantinha o sujeito cognitivo (o historiador) como neutro e ausente (...)

    (Saliba, E. T. Aventuras modernas e desventuras ps-modernas. In: Pinsky, C. B.; Luca, T. R. de (Orgs.). O historiador e suas fontes.

    So Paulo: Contexto, 2009, p. 312)

    Os autores citados so representantes da chamada histria

    (A) marxista.

    (B) das mentalidades.

    (C) estruturalista.

    (D) positivista.

    04. Leia um fragmento do Alvar de 1785, da rainha de Portu-gal, D. Maria I.

    (...) hei por bem ordenar, que todas as fbricas, manufaturas, ou teares de gales, de tecidos, ou de bordados de ouro, e prata. De veludos, brilhantes, cetins, tafets (...); excetuan-do to somente aqueles dos ditos teares, e manufaturas, em que se tecem, ou manufaturam fazendas grossas de algodo, que servem para o uso, e vesturio dos negros, para enfardar e empacotar (...); todas as mais sejam extintas, e abolidas em qualquer parte onde se acharem nos meus domnios do Brasil.

    (Citado em Bittencourt, C. M. F. Ensino de Histria: fundamentos e mtodos. So Paulo: Cortez, 2004, p.347)

    No trabalho em sala de aula, a utilizao do documento apresentado tem como parte dos seus objetivos especficos

    (A) relacionar a euforia econmica metropolitana com a decadncia da produo aurfera no Brasil.

    (B) discutir o conceito de colnia e metrpole, alm da re-lao do poder absolutista com as colnias da Amrica.

    (C) debater os caminhos da economia colonial, caracteri-zados pelo livre comrcio com as colnias espanholas das Antilhas.

    (D) mostrar a oposio da Corte portuguesa continuidade do trfico negreiro e da ausncia de um mercado interno no Brasil.

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    07. (...) h, dentro da prpria formao do historiador, uma es-pcie de fora inercial, que dificulta uma reformulao mais radical das formas com as quais damos sentido histria hu-mana. Os historiadores raramente ousam mexer nas formas, ou seja, nas unidades de sentido dentro das quais estudam e organizam sua documentao. Inventam outras teorias, bus-cam novos fatos, mas assumem as formas como naturais. E as formas acabam determinando suas interpretaes de modo quase inconsciente, sobretudo nas interpretaes de longo flego, mas mesmo no trabalho de formiga dos espe-cialistas, contaminando, e deixando-se contaminar, com as demais formas presentes no universo cultural da nossa so-ciedade, em particular os currculos escolares. Alterar essas formas possibilitaria Histria libertar-se de muitos de seus vcios de origem. Mas no tarefa fcil. propriamente dito um impasse.

    (Norberto Luiz Guarinello, Histria cientfica, histria contempornea e histria cotidiana. Revista Brasileira de Histria.

    So Paulo, 2004, v. 24, n. 48, p.18)

    Ao citar as formas com as quais damos sentido histria humana, o autor faz referncia, por exemplo,

    (A) a uma Histria marcadamente eurocentrista.

    (B) ausncia de dilogo da Histria com as outras cincias humanas.

    (C) ao uso exagerado de conceitos provenientes das cin-cias naturais.

    (D) ao conhecimento oriundo apenas dos documentos escritos e oficiais.

    08. Num certo sentido, assistimos, nas ltimas dcadas, ao fim da Histria. No, obviamente, ao trmino da histria das so-ciedades humanas, mas ao fim da possibilidade de se escre-ver Histria como se fazia at ento (...). Os objetos natu-rais que produziu e estudou esto se esvaindo com o tempo, pelo prprio processo de sua reproduo e transformao. O que se denominava, h algumas dcadas, como a fragmen-tao da Histria, era uma falsa crise, era sim uma mudana interna e salutar. Representava a multiplicao dos centros de estudos pelo globo, a identificao de novos estoques do-cumentais, de novos problemas, de novos recortes possveis. (...) preciso recortar novos objetos, em novas escalas (...)

    (Norberto Luiz Guarinello, Histria cientfica, histria contempornea e histria cotidiana. Revista Brasileira de Histria.

    So Paulo, 2004, v. 24, n. 48, p. 35)

    A partir do fragmento, correto considerar que, para o autor,

    (A) a cincia histrica perdeu a capacidade de anlise das estruturas humanas, sendo imperativa a recuperao de conceitos aplicados no sculo XIX.

    (B) os conhecimentos histricos precisam articular-se com a metodologia das cincias exatas para garantir a vera-cidade das suas concluses.

    (C) a penria terico-metodolgica da Histria contempo-rnea precisa ser compensada com a busca de inditos objetos de anlise.

    (D) h a necessidade de se construir uma Histria mundia-lizada, que d conta da variedade e diversidade das his-trias da histria humana.

    05. O espao de sobrevivncia das mulheres pobres, brancas, escravas e forras na cidade de So Paulo coincidiam com a margem tolerada de relativa autonomia dos desclassifica-dos sociais; difcil, se no impossvel, de ser devidamente policiada, cresceu com a urbanizao, multiplicando opor-tunidades de improvisao de papis informais; na cidade, as mulheres pobres circulavam pelo espao social fontes, lavadouros, ruas e praas -, onde se alternavam e se sobrepu-nham o convvio das vizinhanas e dos forasteiros, do fisco municipal e do pequeno comrcio clandestino, as fimbrias da escravido e do comrcio livre.

    (Maria Odila Leite da Silva Dias. Quotidiano e poder em So Paulo no sculo XIX. So Paulo: Brasiliense, 1995, p. 19)

    A partir do fragmento, correto considerar que, no sculo XIX,

    (A) no Centro-Sul brasileiro repetiu-se a formao social baseada, quase na sua totalidade, nas famlias patriar-cais ampliadas.

    (B) a liberdade conquistada pelas mulheres paulistanas ga-rantiu que a Provncia de So Paulo fosse a primeira a abolir a escravido.

    (C) longe dos padres que apontam para a existncia de mulheres submissas ao poder masculino, existiam mu-lheres em So Paulo fora desse molde.

    (D) a participao efetiva das mulheres de todas as classes sociais fez de So Paulo um espao tolerante com as prticas culturais originrias da frica.

    06. Em Histria, os estudos sobre o cotidiano tm, nas ltimas dcadas, ocupado espaos cada vez mais importantes, pois

    (A) a histria local capaz de explicar as origens e o desen-volvimento do homem, e as histrias nacional e mun-dial tratam apenas das estruturas.

    (B) as histrias individuais tornaram-se mais importantes do que os grandes processos histricos, porque estes no podem ser comprovados.

    (C) a cincia histrica estancou o seu dilogo com outros campos do conhecimento porque a sua especificidade conceitual estava prejudicada.

    (D) as narrativas dos chamados heris e seus feitos perdem importncia para os chamados homens comuns e suas trajetrias de vida.

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    11. Observe a charge.

    FERIADO: DIA DA CONSCINCIA NEGRA

    Segundo Circe Bittencourt, datas so suporte da memria. A charge de Angeli

    (A) questiona o uso anacrnico da expresso conscincia negra ao evidenciar a situao do negro hoje no Brasil, plenamente inserido nas relaes de trabalho e afastado das heranas da escravido.

    (B) radicalmente contrria existncia do dia da conscin-cia negra, pois mostra que a populao branca no tem nenhum vnculo identitrio e poltico com essa data his-trica pouco representativa.

    (C) refora a necessidade de lembrar a luta dos escravos por liberdade e a luta dos negros por igualdade, na medida em que revela as contradies de uma sociedade marca-da pelo racismo e pela excluso.

    (D) critica a escolha do dia 20 de novembro como dia da conscincia negra, pois revela que h igualdade entre negros e brancos e que a sociedade est mais preocu-pada com o feriado do que com a memria da luta dos escravos.

    12. Em sua origem, o dia 1. de maio era conhecido pelo nome de Dia Internacional da Luta dos Trabalhadores. Hoje, no en-tanto, utiliza-se muitas vezes a expresso Dia do Trabalho para caracteriz-lo. Essa diferena est

    (A) no processo histrico de neutralizao e combate ao movimento operrio socialista, que foi o responsvel por transformar o dia 1. de maio em dia de manifesta-es, reivindicaes e luta dos trabalhadores.

    (B) no nome incorreto dado pelos trabalhadores para o dia 1. de maio em uma tentativa de apropriar-se politica-mente da comemorao, pois historicamente a data conhecida como Dia do Trabalho.

    (C) na perspectiva dos anarquistas, que valorizam a luta dos trabalhadores, e dos comunistas, que enfatizam a importncia do trabalho nas relaes sociais e nos processos revolucionrios.

    (D) nas diferentes concepes de Histria existentes entre os Estados nacionais, pois em pases como os EUA e a Argentina predomina a primeira forma e em pases como o Brasil e o Chile predomina a segunda.

    09. A memria da Revoluo Constitucionalista de 1932 est gravada na toponmia da cidade de So Paulo: as avenidas 9 de julho e 23 de maio so exemplos disso. Em relao ao mesmo perodo, no entanto, no h na toponmia da cidade nenhuma importante homenagem

    (A) a Washington Lus, pois sua memria considerada de-sonrosa para So Paulo pelo fato de ter sido derrubado do poder pela Aliana Liberal na Revoluo de 1930.

    (B) ao MMDC, pois o movimento liderado por jovens es-tudantes em 1932 no teve nenhum impacto na luta po-ltica contra Getlio Vargas e foi incapaz de mobilizar a populao.

    (C) a Jlio Prestes, pois o poltico do PRP foi considerado traidor pela oligarquia paulista cafeicultora, que espe-rava que ele sucedesse o ento presidente Washington Lus.

    (D) a Getlio Vargas, pois a centralizao poltica, a nomea-o de interventores e a poltica social de seu governo provocaram descontentamento no interior da oligarquia paulista cafeicultora.

    10. Entre as decises tomadas pelos vencedores ao fim da Se-gunda Guerra Mundial, houve a de proibir o ensino da hist-ria ministrado nos pases vencidos, a fim de neutralizar seus contedos fatuais antes de substitu-los por outros. Cinquen-ta anos mais tarde, apesar do avano efetuado pelo ensino de histria, ainda assim que o tratam quando se passa de um regime a outro. Os ex-pases do leste europeu oferecem in-meros exemplos disso. s vezes, o realinhamento brutal. Foi assim na ex-Alemanha Oriental. De um dia para o outro, ou quase, os manuais foram retirados e os professores de histria foram suspensos: porque estudaram e ensinaram a histria errada, e no se via como poderiam, agora, ensinar a certa. claro que isso provocou reaes. Decidiu-se, ento, que os professores seriam, eventualmente, recontratados, mas somente depois de passarem por um exame, baseado essencialmente no pensamento liberal.

    (Christian Laville, A guerra das narrativas: debates e iluses em torno do ensino de Histria. Adaptado)

    A partir do trecho citado, pode-se concluir que o ensino da Histria

    (A) acompanha sempre as descobertas da historiografia, de tal forma que as novas verdades histricas substituem as verdades histricas at ento existentes.

    (B) ainda , muitas vezes, reduzido a uma narrativa fecha-da, destinada a moldar as conscincias e a ditar as obri-gaes e os comportamentos para com a nao.

    (C) no tem vnculos com a situao poltica de cada pas, pois o objetivo final reconhecer o que h de errado e o que h de certo nas narrativas histricas.

    (D) precisa estar alinhado ao liberalismo para que seja con-siderado adequado, e os professores que no estiverem afinados com esse pensamento no deveriam lecionar.

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    15. At o incio do sculo XX a mestiagem era vista a partir da biologia e considerada um fator de atraso do pas, uma vez que o pensamento dominante alegava que a raa branca tinha chegado mais longe na evoluo da humanidade.(Marina de Mello e Souza, frica e Brasil africano. So Paulo, tica, 2006)

    Entre as aes adotadas pela elite brasileira poca do Im-prio coerentes com o texto encontra-se

    (A) a abolio da escravido, que visava afastar os negros das atividades econmicas de forma a no prejudic-las.

    (B) a restrio severa s cartas de alforria, notadamente na segunda metade do sculo XIX, s vsperas da abolio.

    (C) o incentivo imigrao de europeus, que tinha como fundamento a poltica de branqueamento.

    (D) o movimento hoje conhecido como apartheid brasileiro, inspirado nos movimentos racistas do sul dos EUA.

    16. Observe o quadro.

    Mestio, Candido Portinari (1934)

    A obra Mestio, de Candido Portinari, insere-se em um con-texto em que

    (A) a elite intelectual e o governo ainda compartilhavam uma viso de mundo aristocrtica e eurocntrica, em que a mestiagem no era vista com bons olhos.

    (B) houve alguns gestos de valorizao da herana cultural africana, com intelectuais e governantes voltados para as culturas populares e para as tradies brasileiras.

    (C) a despeito do racismo persistente de setores da elite, j havia plena igualdade social entre negros e brancos no Brasil, caracterstica marcante da sociedade brasileira at o presente.

    (D) algumas marcas da escravido ainda estavam presentes, mas muitos negros j ocupavam lugar de grande desta-que na economia e na poltica nacional.

    13. (...) deve o historiador patritico aproveitar toda e qualquer ocasio a fim de mostrar que todas as provncias do Imp-rio por lei orgnica se pertencem mutuamente, que seu pr-prio adiantamento pode ser mais garantido pela mais ntima unio entre elas. Justamente na vasta extenso do pas, na variedade de seus produtos, ao mesmo tempo que os seus habitantes tm a mesma origem, o mesmo fundo histrico, e as mesmas esperanas para um futuro lisonjeiro, acha-se fundado o poder e grandeza do pas. Nunca esquea, pois, o historiador do Brasil, que para prestar um verdadeiro servio a sua ptria dever escrever como autor monrquico-cons-titucional, como unitrio no mais puro sentido da palavra.(Martius. Karl Friedrich Philip von. Como se escreve a histria do Brasil.

    In.: RIHGB, tomo VII, 1845, p. 381-403)

    A obra de von Martius foi escrita no contexto

    (A) da abolio da escravatura.

    (B) da dissoluo da Assembleia Constituinte.

    (C) do incio do movimento republicano.

    (D) das rebelies regenciais e da instaurao do II Imprio.

    14. Eis a como me parece que se deve apresentar nas escolas a histria de cada Estado da Unio. Assim pudssemos come-ar pela memria do nosso municpio, j que no temos o registro dos nossos lares. Entender, como parece que alguns entendem, que a ideia do Estado enfraquece o sentimento de ptria seria entender que a honra pessoal desnutre o amor da famlia: ou que o amor da famlia prejudica o amor da comuna, ou que este incompatvel com o amor do Estado. No. Em vez disso, o que legtimo proclamar, incutir no esprito de todos, mas principalmente na alma da mocidade, que s ama verdadeiramente a sua ptria aquele que a ser-ve de todo o corao: e que a ptria se pode servir em todas as esferas, quaisquer que sejam as condies em que cada um se encontre.

    (Pombo, Rocha. Historia de So Paulo. So Paulo: Cia Melhoramentos, 1918. Srie Resumo Didactico, p. 5)

    O livro de Rocha Pombo fazia parte de uma srie de obras que tratavam da histria de cada unidade da federao. Na concepo dos idealizadores dessa srie, essa proposta

    (A) garantiria que os estudantes, a partir da histria local, compreenderiam melhor a histria nacional.

    (B) contribuiria para que os estudantes reconhecessem as estruturas econmicas como a chave para o entendi-mento das aes humanas.

    (C) ofereceria aos estudantes dos primeiros anos escolares os estudos cvicos, privilegiando as grandes temticas nacionais.

    (D) incentivaria os estudantes mais jovens a desvalorizar todas as ideias relacionadas aos vrios formatos de re-gionalismos.

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    19. No Mdulo 14, afirma-se que consideraes de ordem so-cial, ritual ou religiosa pesam igualmente na importncia que possui o territrio para as comunidades indgenas.

    Exemplifica corretamente essa assertiva, os

    (A) Guarani, do litoral sul, que caracterizam as reservas indgenas oficiais como uma infidelidade aos preceitos culturais dos seus antepassados, porque defendem al-deias nmades e coletoras.

    (B) Xavante, do Mato Grosso e do Tocantins, que romperam com as tradies seculares dos antepassados e tratam da terra como um fator de sobrevivncia econmica, poden-do ser vendida ou trocada.

    (C) Yanomami, de Roraima, que exploram os recursos mi-nerais das suas reservas, em parceria com os empres-rios locais, pois acreditam que esse processo os aproxi-ma da integrao com a sociedade brasileira.

    (D) Nhambiquara, do Mato Grosso, que definem a impor-tncia do territrio em relao ao sepultamento ou no dos seus parentes, assim, onde h sepultamento, uma aldeia sagrada; se no h, no aldeia.

    20. Observe o mapa.

    ParAlenquerbidosAlcebaaCaxiuMocajubaCupuriAnajs

    AmapOiapoque - CaloeneMazago

    Minas GeraisAmbrsioCampo GrandeBambulAndaraSapucaCarecoMonte de AngolaParnabaIbituruna

    So PauloJabaquaraMogi-GuauAtibaiaSantosCampinasPiracicabaMorro de AraraquaraAldeia PinheirosJundiaItapetiningaMonjolinho (So Carlos)

    Palmares

    MaranhoTuriauMaracaumLagoa AmarelaSo Benedito do CuFrechal

    SergipeCapelaItabaianaDivina PastoraItaporangaRosrioEngenho BrejoLaranjeirasVila Nova

    BahiaUrubuJacupeJaguaripeMaragogipeCampos de CachoeiraCrob, Tupim, AndaraXique-xiqueBuraco do TatuN.S. dos MaresCachoeiraCabula

    0 560 km

    Quilombosno Brasil

    * IBGE (Baseado em Os quilombos e a rebelio negra, de Clvis Moura, So Paulo: Brasiliense, 1981)

    No trabalho em sala de aula, a leitura do mapa possibilita aos alunos

    (A) desvendarem que as fugas dos escravos foram relevantes apenas nas regies pobres.

    (B) levantarem hipteses sobre as regies onde houve maior presena de quilombos.

    (C) explicarem a ausncia de lutas dos escravos contra o cativeiro.

    (D) reconhecerem a extino da escravido como decorrncia da ao monrquica.

    17. Observe o cartaz.

    (Comit contra o genocdio da juventude negra. Disponvel em: http://brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=9268

    Acesso em: 19.nov.12)

    Segundo dados do Ministrio da Sade, 53% dos homicdios registrados no Brasil atingem pessoas jovens, das quais mais de 75% so jovens negros (as), de baixa escolaridade, sendo a grande maioria do sexo masculino. Alm disso, ao longo da ltima dcada tem crescido o nmero de mortes de jovens negros, que passou de 14 055 em 2000 para 19 255 em 2010.

    (Portal da Sade Ministrio da Sade. Disponvel em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.

    cfm?idtxt=41074 Acesso em: 19.nov.12)

    O cartaz e a notcia indicam que

    (A) a suspeita que um dia recaiu sobre o negro, sempre um possvel escravo, continua a pairar sobre os indivduos de pele mais escura: um arruaceiro ou contraventor em potencial aos olhos da ordem dominante.

    (B) tanto a mestiagem cultural quanto a mestiagem fsica ainda so amplamente desvalorizadas no cenrio nacio-nal, no havendo espao para as tradies negras e para a juventude negra no Brasil.

    (C) a mestiagem, apesar de estar presente na sociedade brasileira, nunca foi considerada uma caracterstica da identidade nacional, o que fica evidente na violncia de que vtima a juventude negra.

    (D) o Brasil superou por completo as heranas escravistas em meados do sculo XX, quando o carnaval e o samba passaram a ser cones da identidade brasileira, mas a crise econmica recente reacendeu o racismo.

    18. Entre os povos de diferentes origens e nacionalidades que imigraram para o Brasil no comeo do sculo XX, pode--se destacar italianos, japoneses, espanhis, portugueses e rabes, entre outros. Um sculo depois, o Brasil recebe uma nova leva de imigrantes. Hoje, destacam-se os imigrantes

    (A) russos e poloneses.

    (B) angolanos e sul-africanos.

    (C) cubanos e mexicanos.

    (D) haitianos e bolivianos.

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    24. Observe a charge.

    REDUO DA MAIORIDADE PENAL

    A charge de Angeli pode ser relacionada ao ECA, que

    (A) protege crianas e adolescentes com a condio de que no sejam pegos cometendo nenhum tipo de crime em flagrante.

    (B) institui direitos e deveres de crianas e adolescentes, podendo lev-los a julgamento diante do no cumpri-mento das normas estabelecidas.

    (C) estabelece a necessidade de deter e punir crianas e adolescentes infratores em prises normais, para que no sirvam de m influncia aos outros jovens.

    (D) reconhece que a criana e o adolescente vivem uma fase especial do desenvolvimento humano, e por isso o Esta-do tem o dever de lhes assegurar proteo integral.

    25. O voto feminino uma conquista relativamente recente das mulheres em todo o mundo. No Brasil, a primeira eleio nacional em que houve participao poltica das mulheres foi em

    (A) 1894, na primeira eleio republicana.

    (B) 1930, na eleio que ficou marcada pela vitria frauda-da de Jlio Prestes.

    (C) 1933, no contexto da Assembleia Nacional Constituinte.

    (D) 1946, com a Constituio democrtica elaborada aps o governo autoritrio de Vargas.

    21. O trabalho com Histria Ambiental no Ensino Mdio permite

    (A) a anlise da degradao ambiental como uma experin-cia exclusiva dos sculos XX e XXI, momento de pre-valncia da economia de mercado e da formao de uma sociedade consumista.

    (B) a compreenso dos avanos tcnicos e tecnolgicos como decorrentes exclusivos da conscincia ambiental desenvolvida nas regies mais ricas do planeta, caso dos Estados Unidos e da Unio Europeia.

    (C) o estudo da bacia hidrogrfica de uma regio, da sua trajetria durante um tempo histrico, relacionado como as possveis condies de degradao se ligam s estruturas de poder.

    (D) o exame das condies histricas brasileiras produtoras de um paradoxo: a matriz energtica nuclear represen-ta mais de 70% do total adotado no pas, embora seja condenada por grande parte da comunidade cientfica.

    22. Ao comentar o desenvolvimento recente da histria ambien-tal, Peter Burke lembrou que a histria monetria tambm foi estimulada pela crise inflacionria dos anos 1920, assim como a histria demogrfica pelo baby boom do ps-Segun-da Guerra.

    (Jos Augusto Pdua, As bases tericas da histria ambiental. 2010, vol.24, n. 68, pp. 81-101)

    A lembrana de Peter Burke estabelece uma relao entre

    (A) os acontecimentos histricos de uma poca e os mo-dismos da produo historiogrfica, muitas vezes sem fundamentao terica.

    (B) a emergncia da questo ambiental como pauta da so-ciedade civil e do poder pblico e o aumento de investi-gaes histricas sobre o tema.

    (C) contextos histricos especficos e pesquisas histricas muitas vezes anacrnicas, que projetam no passado as indagaes do presente.

    (D) a histria ambiental, que continua sendo pouco estuda-da devido sua pequena relevncia, e outros contextos histricos pouco significativos.

    23. No Brasil, o documento jurdico fundamental que marcou a incorporao dos direitos sociais de forma universal legis-lao est associado ao contexto

    (A) da transio para a democracia, em meados dos anos 1980.

    (B) da redemocratizao logo aps o final do Estado Novo, em meados dos anos 1940.

    (C) da luta por reformas de base, no incio dos anos 1960.

    (D) das greves do ABC e da luta pela anistia, no final dos anos 1970.

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    28. Na segunda metade do sculo XIX percebemos a tentativa do governo imperial em modernizar o Brasil. Essa tentati-va surgiu a partir da necessidade de colocar a recm-criada nao altura das naes europeias, ditas civilizadas. No entanto, um grande obstculo se ps nesse caminho, j que o Brasil ainda concentrava a maior parte de suas riquezas na rea rural, o que fazia dos grandes latifundirios os donos do poder, tambm, possua a grande maioria da populao de escravos e homens livres e pobres. Diante da imposio do novo sistema mtrico decimal, vrios grupos de homens li-vres e pobres se levantaram contra o governo imperial. Este artigo discute no apenas as causas das revoltas, mas tam-bm sua importncia como manifestao popular contras as instituies governamentais, seus aspectos econmicos e so-ciais no meio rural nas ltimas dcadas do imprio.

    (www.encontro2012.rj.anpuh.org)

    O texto faz referncia Revolta

    (A) da Princesa.

    (B) da Vacina.

    (C) dos Mascates.

    (D) do Quebra-Quilos.

    29. fundamental o professor ter profundo conhecimento so-bre sua disciplina, sobre os conceitos, contedos e mtodos prprios do seu campo de conhecimento, para poder dia-logar com os colegas de outras disciplinas. Os recortes de contedos de acordo com problemticas comuns, a seleo dos conceitos para serem aplicados e aprofundados, enfim, a organizao e sistematizao de informaes, que possam se integrar e fornecer aos alunos uma viso de conjunto do objeto do conhecimento so possveis apenas se houver do-mnio por parte de especialistas das reas. Essa condio a garantia da preservao de um conhecimento escolar sem superficialidade, que aborde temas interdisciplinares em profundidade.

    (Circe Bittencourt, Ensino de Histria: fundamentos e mtodos. Editora Cortez. So Paulo, 2009)

    Para a autora, um dos pressupostos da interdisciplinaridade

    (A) o abandono, mesmo que temporrio, dos contedos es-pecficos das reas, pois s assim ser possvel estabe-lecer uma problemtica comum a todos que mobilize um conjunto de informaes articuladas ao todo.

    (B) o reforo de um saber disciplinar e isolado, pois apenas o domnio completo do aluno dos vrios contedos es-pecficos de cada disciplina que pode promover uma verdadeira integrao entre as reas do conhecimento.

    (C) o domnio dos conhecimentos especficos pelos profes-sores especialistas de cada rea, de tal forma que pos-sam contribuir coletivamente para uma viso de con-junto do objeto do conhecimento.

    (D) a escolha de um objeto do conhecimento que permita poucos dilogos e interlocues entre as diferentes reas do conhecimento, de tal forma que o aluno sinta a neces-sidade de se aprofundar em cada disciplina para estabele-cer relaes entre elas.

    26. Talvez o mais estranho, na democracia antiga, fosse que nela mal havia eleio. Na verdade, no havia cargos fixos, ou eles eram poucos. Havia encargos. Uma assembleia tomava uma deciso; era preciso aplic-la; ento se incumbia disso um grupo de pessoas. Mas estas no eram eleitas, e sim sor-teadas.

    (Renato Janine Ribeiro, A Democracia. PubliFolha. So Paulo, 3. edio 2008)

    O que explica a prtica do sorteio na democracia antiga o princpio

    (A) da desigualdade econmica, pois para que as condies econmicas desiguais no influssem nas eleies, os cargos e as funes pblicas eram sorteados.

    (B) da igualdade poltica, pois a eleio cria distines pau-tadas pela qualidade e pelo voto no melhor, enquan-to o sorteio garante que todos podem exercer qualquer funo.

    (C) da manuteno dos privilgios, pois a aristocracia man-teve benefcios em troca da permisso concedida aos no-proprietrios para que participassem dos sorteios pblicos.

    (D) da isonomia entre cidados de origem ateniense e cida-dos estrangeiros, pois apenas o sorteio poderia evitar a no discriminao de estrangeiros na participao do governo.

    27. [Terminado o aprendizado], quando o aprendiz era aprovado no exame e tinha recursos, podia abrir sua prpria oficina. Se no os tivesse, podia tornar-se jornaleiro e continuar a trabalhar para o mesmo mestre, recebendo um salrio, ou tentar conseguir emprego com outro mestre. Trabalhando duramente e poupando cuidadosamente seus salrios, fre-quentemente conseguia, depois de alguns anos, abrir oficina prpria. Naquela poca, no era necessrio grande capital para dar incio a um negcio e comear a produzir. A unida-de industrial tpica (...) era essa pequena oficina, tendo um mestre como empregador em pequena escala, trabalhando lado a lado com seus ajudantes. E no s esse mestre arteso produzia os artigos que tinha de vender, como tambm era ele mesmo que realizava a venda. Numa parede da oficina costumava haver uma janela aberta para a rua, onde se pen-duravam os artigos venda (...).

    importante compreender essa nova fase da organizao industrial. As mercadorias, que antes eram feitas no para serem vendidas comercialmente, mas apenas para atende-rem s necessidades de casa, passaram a ser vendidas em mercado externo.

    (Huberman, Leo. Histria da riqueza do homem. 15. Ed. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 2002, p.62-63)

    O fragmento se refere

    (A) ao processo de formao do feudalismo na Europa Oci-dental e consequente decadncia do escravismo antigo.

    (B) s primeiras manufaturas surgidas no Brasil, em Minas Gerais, no contexto da decadncia da produo aurfera.

    (C) ao contexto da Revoluo de 1848, na Frana, que ins-titui as Oficinas Nacionais, financiadas e dirigidas pelos sindicatos operrios.

    (D) s mudanas no sistema produtivo e das relaes de tra-balho no contexto da transio da Idade Mdia para a Idade Moderna.

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    30. Entre os exemplos de temas a seguir, assinale aquele que permite maior interlocuo entre a Histria e as Cincias da Natureza.

    (A) A II Guerra Mundial, o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki e o incio da Guerra Fria.

    (B) As mudanas e permanncias do pensamento religioso no contexto da Reforma Protestante.

    (C) A crise do Antigo Sistema Colonial no contexto da crise do Antigo Regime.

    (D) As relaes entre o pensamento filosfico de Scrates e Aristteles e a democracia antiga.

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