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PROTOCOLO | CONTENÇÃO MECÂNICA PROTOCOLO | CONTENÇÃO MECÂNICA

| ELABORAÇÃO |

Alan Alves de Lima Cidrão - Coordenação Médica - Avc Agudo / Subagudo | HRSCAna Karuza Nogueira Feitosa - Presidente da Comissão de Enfermagem | HRSCAnna Karuza Nogueira Feitosa - Coordenação de Enfermagem - Avc Agudo / Subagudo | HRSCAntonia Lívia Silva Holanda - Enfermeira | HRSCCristiano Oliveira Rabelo - Diretor de Processos Assistenciais - DPA | HRSCFábia Lidiana de Souza - Coordenação de Enfermagem - UTI e Uci Neonatal | HRSCGabrielle Suzy Sarah Stephane L. C. Machado - Coordenação Médica - UTI e UCI Nenatal | HRSCJonisvaldo Pereira Albuquerque - Gerente de Risco | HRSCMaria Emanuelly Crisóstomo Barroso - Coordenação Geral de Enfermagem | HRSCNayana Nayla Vasconcelos Rocha - Assessora Técnica da Qualidade | HRSC

| REVISÃO |

Jamille Soares Moreira Alves - Assessora Técnica de Pesquisa - DEP | ISGH

| VALIDAÇÃO |

Virgínia Angélica Silveira Reis - Diretora de Ensino e Pesquisa - DEP | ISGH

| FORMATAÇÃO |

Conteúdo | ISGH

| DATAS |

Estabelecido em 27 de abril de 2020.

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PROTOCOLO | CONTENÇÃO MECÂNICA PROTOCOLO | CONTENÇÃO MECÂNICA

1. INTRODUÇÃO 042. FINALIDADES 043. INDICAÇÃO DE CONTENÇÃO MECÂNICA 044. OPÇÕES SUGERIDAS PARA CONTENÇÃO QUÍMICA 055. DOENÇAS HABITUALMENTE MAIS ASSOCIADAS À PERTURBAÇÃO DO ESTADO MENTAL

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6. EQUIPE RESPONSÁVEL PELA INDICAÇÃO DA CONTENÇÃO MECÂNICA 067 MATERIAL E RECURSOS HUMANOS 068 ABORDAGEM DO PACIENTE 079. TÉCNICAS PARA CONTENÇÃO MECÂNICA 08 9.1 CONTENÇÃO DO TÓRAX 08 9.2 CONTENÇÃO DE JOELHOS (VER FOTO 2) 08 9.3 CONTENÇÃO DE QUADRIL (VER FOTO 2) 09 9.4 CONTENÇÃO DE TORNOZELOS E PUNHOS (VER FOTOS 3 E 4) 09 9.5 CONTENÇÃO DE MÃOS – TIPO LUVAS (VER FOTO 5) 1010 CUIDADOS APÓS A CONTENÇÃO 1011 MANOBRAS DE CONTENÇÃO EM NEONATOLOGIA 1112 NOTIFICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS 1113 APÊNDICES 1313.1 REGISTRO DE CONTENÇÃO MECÃNICA 1314 REFERÊNCIAS CONSULTADAS 15

SUMÁRIO

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PROTOCOLO | CONTENÇÃO MECÂNICA PROTOCOLO | CONTENÇÃO MECÂNICA

1 INTRODUÇÃO

A contenção mecânica (ou física) é um ato de exceção a ser utilizado em pacientes que estejam oferecendo riscos a si mesmos ou a terceiros, em geral nos casos não responsivos às tentativas de contenção verbal ou química, ou quando estas nem mesmo são, de início, possíveis. Pode ser necessária em qualquer cenário: condições primariamente psiquiátricas, assim como condições clínicas e neurológicas diversas.

Apesar de a indicação do procedimento ser um ato médico, com o devido registro em prescrição e prontuário, a decisão de indicá-lo muitas vezes perpassa pela avaliação global do caso pela equipe multiprofissional. Em situações de extrema urgência, a equipe de enfermagem tem autonomia de realizar a contenção, com a subsequente comunicação ao médico. Deve-se sempre levar em consideração as consequências e riscos para o paciente e para a equipe assistencial. A sua utilização deve ter sempre fim terapêutico e nunca deverá ocorrer como punição ou intimidação de pacientes.

Após realizada a contenção, o paciente deve ter vigilância contínua com periódicas avaliações dos sinais vitais e de possíveis intercorrências relacionadas ou ocorridas durante o processo. A contenção deve ser por tempo limitado e, tão logo possível, desde que considerado seguro, suspensa.

2 FINALIDADES

• Proporcionar um guia de orientações padronizadas aos profissionais, principalmente no que se refere à contenção mecânica, de modo a uniformizar tal conduta no serviço.

• Reduzir as possibilidades de auto e heteroagressão por parte do paciente.• Reduzir as possibilidades de perdas de dispositivos (sondas, cateteres, drenos), retiradas

indevidas de curativos, entre outros.• Facilitar a realização de exames e procedimentos necessários.

OBS1: Neste Protocolo também estarão inclusas, de forma breve, opções terapêuticas de contenção química, entretanto, a abordagem deste tópico não é o objetivo central deste instrumento. Para maior aprofundamento neste tema, consultar a referência Protocolos ISGH – sedação e delirium em pacientes críticos. Fortaleza: ISGH; 2014.

3 INDICAÇÃO DE CONTENÇÃO MECÂNICA

• Pacientes agitados e/ou agressivos, com risco iminente de queda, auto ou heteroagressão, ou cuja condição exija repouso e certo grau de imobilização – como em alguns pós-

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operatórios.• Pacientes que, estando impossibilitados de julgamento adequado, não permitem realização

de exames ou procedimentos indispensáveis à sua condição, já devidamente autorizados pelos responsáveis legais.

• Pacientes com risco evidente de retirada ou perda de dispositivos invasivos ou curativos.• Pacientes que, impossibilitados de julgamento adequado, demonstram risco evidente de

fuga.• Por solicitação do próprio paciente e/ou família para garantir diagnóstico e tratamento.

Em todos os casos, sempre que possível, contenção verbal e química devem ser tentadas antes da contenção física

4 OPÇÕES SUGERIDAS PARA CONTENÇÃO QUÍMICA

MEDICAMENTO INDICAÇÃO

HaloperidolAntipsicótico de escolha na fase aguda (crise de agitação), podendo ser administrado por via parenteral. A dose recomendada é 2,5-5mg.

QuetiapinaAntipsicótico que pode ser realizado após a crise aguda, para manutenção, ou em casos de delirium hiperativo que não necessitem de medicação parenteral. Administrar de 12,5-50mg até 12/12h.

RisperidonaAntipsicótico que pode ser realizado após a crise aguda pode ser realizado após a crise aguda, para manutenção, ou em casos de delirium hiperativo que não necessitem de medicação parenteral, devendo ser utilizado de 0,5-1mg até 12/12h.

Fonte: ISGH, 2014.

OBS2: Cada caso deve ser individualizado e o julgamento clínico deve prevalecer.

OBS3: Atentar para os efeitos colaterais possíveis desta classe de drogas, mais comuns com o uso parenteral do Haloperidol, entre outros: sintomas extrapiramidais, efeitos anticolinérgicos, hipertermia maligna, alterações eletrocardiográficas, sedação.

5 DOENÇAS HABITUALMENTE MAIS ASSOCIADAS À PERTURBAÇÃO DO ESTADO MENTAL

Algumas entidades, pela própria fisiopatologia, estão associadas à maior chance de levar a uma perturbação do estado mental. Outros fatores intrínsecos ao paciente, como a idade, também podem contribuir. Como exemplos, citamos*:

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TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS PRIMÁRIOS

TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS

DOENÇAS CLÍNICAS GERAIS

EsquizofreniaAcidente vascular cerebral (AVC)

Distúrbios metabólicos (hipo/hiperglicemias, distúrbios hidroeletrolíticos, encefalopatia urêmica e hepática)

Abuso e abstinência de substâncias psicoativas e álcool

Infecções do sistema nervoso central (meningites, meningoencefalites)

Doenças infecciosas

Episódio maníaco do transtorno afetivo bipolar (TAB)

Síndromes demenciais (Alzheimer e outras)

Intoxicações exógenas (metais pesados, drogas e venenos)

Transtorno de personalidade instável

Estados ictais e pós-ictaisDeficiência de vitaminas (vitamina B12, Tiamina)

Transtorno de personalidade antissocial

Outras encefalopatiasDistúrbios hormonais (hipo e hipertireoidismo, doença de Cushing, hiper ou hipoparatireoidismo)

Retardo mental Traumatismo cranianoDoenças auto-imunes e inflamatórias (Lúpus eritematoso sistêmico, vasculites)

* Adaptado da referência 5

6 EQUIPE RESPONSÁVEL PELA INDICAÇÃO DA CONTENÇÃO MECÂNICA

Após avaliação, idealmente pela equipe assistencial, deve haver prescrição médica e registro em prontuário (é um ato médico).

Em situações de extrema urgência, a equipe de enfermagem pode indicar e realizar a contenção, com subsequente comunicação ao médico para que seja realizada a prescrição e o registro em prontuário;

Se possível, comunicar a decisão e explicar ao acompanhante a necessidade do procedimento.

7 MATERIAL E RECURSOS HUMANOS

• Equipe multiprofissional capacitada para executar a contenção e acompanhar adequadamente o paciente contido, em especial equipe médica e de enfermagem (enfermeiros e técnicos).

• Lençóis, atadura, gaze acolchoada, compressas, algodão e esparadrapo.• Loção ou creme hidratante, se necessário.

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8 ABORDAGEM DO PACIENTE

8.1 Paciente fora do leito:

• Reunir cinco (05) pessoas da equipe treinadas para o procedimento e escolher um coordenador e a senha a ser utilizada;

• A equipe deve colocar os EPIs necessários;• Travar as rodas do leito onde o paciente ficará e deixar o material a ser utilizado para

fácil acesso (idealmente já no leito);• Fazer com que paciente fique voltado para área segura, limitando seu espaço físico;• Toda a equipe deve ficar a uma distância segura do paciente (um braço e meio);• O coordenador deve permanecer na frente do paciente e os demais em semi-círculo,

mantendo sempre boa visão sobre o paciente, com os braços ao longo do corpo, pés fastados e as mãos abertas;

• O coordenador fará a abordagem do paciente, promovendo escuta atenta e utilizando sempre voz em tom claro e firme, porém sem transmitir sensação de submissão ou posição desafiadora;

• Se não conseguir conter o paciente por meio verbal, e ao decidir pela contenção mecânica, o coordenador deve falar a senha para contenção;

• Os dois membros da equipe que estão nas laterais devem imobilizar os membros superiores (segurando pelos cotovelos e punhos) e abrir espaço lateralizando; os dois profissionais da diagonal imobilizam os membros inferiores (segurando pelos joelhos e tornozelos, fixando o pé do paciente no chão);

• O coordenador deve ir para trás do paciente e imobilizar a cabeça e o tórax;• Em seguida, realizar o desequilíbrio do paciente e conduzi-lo ao leito, onde ficará contido;• Durante a contenção no leito, fechar o espaço com biombo para garantir privacidade ao

paciente;• Durante toda a ação, manter comunicação efetiva com o paciente.• Manter o paciente contido, sempre que possível, em companhia do acompanhante e sob

supervisão da equipe de enfermagem.

8.2. Paciente no leito:

Ao decidir pela contenção, o ato deve, sempre que possível, ser comunicado ao paciente e acompanhantes;• Colocar os EPIs necessários e levar o material necessário ao leito;• Fechar o leito com o biombo para garantir privacidade ao paciente;• Realizar a contenção adequada.

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9. TÉCNICAS PARA CONTENÇÃO MECÂNICA

A depender da necessidade do caso, a contenção pode restringir-se a apenas um segmento do corpo do paciente – contenção parcial (exemplo: paciente portador de AVC, afásico e hemiplégico, compreensão prejudicada, em uso de sonda nasoenteral, que insistentemente leva a mão não plégica em direção à sonda na tentativa de retirá-la; neste caso, provavelmente a contenção apenas desta mão será suficiente) ou a imobilização completa do paciente (pacientes agitados com risco de auto ou heteroagressão). Não retirar a roupa do paciente para a contenção.

A seguir, serão descritas técnicas de contenção para cada segmento do corpo. Habitualmente, contemos os membros superiores, inferiores e tórax. Alguns serviços também realizam, em situações específicas, contenção do abdome.

9.1 Contenção do tórax

• Dobrar o lençol em diagonal e redobrá-lo até formar uma faixa de aproximadamente 30cm.• Nos homens, colocar a faixa acima do diafragma, na linha mamilar; nas mulheres, na linha

inframamária sem que atinja o diafragma e, nunca, sobre as mamas.• Amarrar as pontas da faixa na lateral fixa do leito (atenção para não restringir movimentos

respiratórios.• Não deve ser realizada em pacientes com disfunções cardiopulmonares, idosos e crianças

9.2 Contenção de joelhos (ver foto 2)

• Dobrar dois (02) lençóis em faixas de 30cm;• Passar a ponta de um lençol em diagonal do lado direito sobre o joelho direito e por baixo

do esquerdo.• Passar o outro lençol sobre o joelho esquerdo e por baixo do joelho direito.• Unir as extremidades das faixas e amarrar as pontas nas laterais da cama.• Evitar com garroteamento.

Foto 1: Contenção de tórax.Fonte própria ISGH, 2019.

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9.3 Contenção de quadril (ver foto 2)

• Colocar uma fralda no paciente.• Colocar um lençol dobrado em faixa cruzando a região central das nádegas e outro cruzado

sobre a região pubiana.• Unir as pontas das faixas de cada lado do paciente, enrolando uma na outra até apertar

ligeiramente o quadril.• Prender as extremidades das faixas enroladas nas grades laterais fixas da cama.

9.4 Contenção de tornozelos e punhos (ver fotos 3 e 4)

• Dobrar uma compressa de pano em três partes, formando uma faixa.• Enrolar a faixa formada pela compressa ao redor do punho ou do tornozelo.• Envolver a compressa com a atadura com duas ou três voltas e dar um nó fixo, deixando

uma folga de dois dedos entre o nó e a pele do paciente.• Manter o membro em extensão.• Prender as extremidades da atadura na grade lateral fixa da cama, de modo a permitir

movimentação leve do membro contido. Nas contenções em tornozelos, fixar as extremidades livres das ataduras em lados opostos da cama.

Foto 2: Contenção de quadril e joelhos STACCIARINI, T. S. G. et al., 2016.

Foto 3: contenção de punhos – extraída da Referência 7

Foto 4: contenção de tornozelos – extraída da Referência 7

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9.5 Contenção de mãos – tipo luvas (ver foto 5)

• Colocar o algodão ou compressa dobrada na parte interna das mãos.• Fechar a mão do paciente.• Realizar o enfaixamento com atadura crepe, enrolando-a em toda a sua extensão até o

punho.• Repetir o procedimento no outro lado, se necessário.

10 CUIDADOS APÓS A CONTENÇÃO

• Sempre manter o paciente contido com a cabeceira elevada (evitar broncoaspiração).• Auxiliar o paciente na alimentação, atentando para riscos de broncoaspiração.• Manter monitoramento regular no ato da contenção, a cada 30 minutos nas primeiras 2

horas, e depois, se o paciente permanecer com necessidade da contenção, a cada hora nas 4 horas seguintes e, após, de acordo com a rotina de verificação de sinais vitais de cada setor.

• A enfermagem deverá registrar todos os dados no Registro de Contenção Mecânica (ANEXO I), que deve ser anexado ao prontuário do paciente, relatando os fatos com clareza e objetividade (hora e motivo da contenção, dados vitais, ocorrência de eventos adversos, cuidados prestados e hora da retirada da contenção). Este documento deve ser assinado e carimbado pelo médico, enfermeiro e técnico de enfermagem que assiste diretamente ao paciente.

• te.• O paciente contido deve permanecer o mais próximo do campo de visão da equipe

enfermagem.• Preservar as contenções limpas e secas.• Realizar mudança de decúbito em paciente que precisem ficar contidos por longos períodos

de tempo, através do reposicionamento das contenções.• Manter o paciente coberto, deixando expostas apenas as partes que precisam ser

descobertas.• Manter adequada profilaxia de tromboembolismo venoso, sempre que não houver contra-

indicações, e ajustar medicações para o manejo das agitações psicomotoras;

Foto 5: Contenção de mãos (tipo luvas)STACCIARINI, T. S. G. et al., 2016.

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• Reavaliar o comportamento/nível de consciência do paciente e a eficácia do medicamento a cada 2 horas, para identificar a necessidade ou não da manutenção das contenções.

• Em casos de contenção por tempo prolongado, soltar as contenções a cada 2 horas, com supervisão, para que o paciente possa se movimentar, virar e respirar profundamente.

11 MANOBRAS DE CONTENÇÃO EM NEONATOLOGIA Na neonatologia, a contenção assume finalidade peculiar quando utilizada e constitui-se no posicionamento do RN em flexão dos membros superiores e inferiores para promover a sensação de proteção e simular momentos vivenciados pelo bebê no ambiente intra-uterino. Em outras situações, são aplicadas para evitar a remoção acidental de dispositivos médicos ou autolesão.

As manobras de contenção podem ocorrer em boa parte dos procedimentos curtos realizados durante o período em que o recém-nascido (RN) se encontra hospitalizado na unidade neonatal. Além de favorecer conforto, a estratégia busca amenizar o sofrimento dessa clientela quando exposta a práticas invasivas ou que demandem gasto energético a fim de propiciar ou minimizar os efeitos negativos do cortisol para o desenvolvimento neurossensorial durante os procedimentos dolorosos.

A escolha da manobra de contenção como intervenção terapêutica para diminuir a dor do RN, baseia-se em estudos que demonstram que esta traz benefícios para os neonatos durante estes procedimentos. O posicionamento correto do RN em incubadoras e berços simulando o útero materno através do ninho e rolinhos, tem sido o procedimento mais utilizado de contenção manual, propiciando um cuidado mais humanizado ao longo da inserção de dispositivos de acesso central.

Neste contexto, diferentemente do público adulto, a contenção não oferece riscos adicionais, não havendo necessidade, portanto, de monitorização específica para este fim.

12 NOTIFICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS

Eventos adversos são incidentes não intencionais, decorrentes do cuidado prestado aos pacientes, não relacionados à evolução natural da doença de base e que, obrigatoriamente, acarretam lesões mensuráveis nos pacientes afetados, prolongamento do tempo de internação ou óbito (Organização Mundial de Saúde, 2009).

Os eventos adversos surgidos no período da contenção mecânica ou relacionados diretamente a esta, como, por exemplo, os que estão listados no formulário Registro de Contenção Mecânica (Apêndice), devem ser notificados ao Núcleo de Gestão e Segurança do Paciente (NUGESP), por meio do Sistema de Notificação, conforme fluxo institucional. De acordo

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com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), óbito ou lesão grave de paciente associados ao uso de contenção física ou grades da cama durante a assistência dentro do serviço de saúde constitui um never event, ou seja, eventos que nunca deveriam em serviços de saúde.

Diante do reconhecimento dos fatores que potencializam o risco desses eventos adversos, tornam-se necessárias ações e metas para um planejamento que direcione a um tratamento que seja seguro, bem como possa alinhar tais ações, de forma a estabelecer um processo assistencial baseado em ações preventivas e não somente curativas.

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13 APÊNDICES

13.1 REGISTRO DE CONTENÇÃO MECÃNICA

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14 REFERÊNCIAS CONSULTADAS ALBUQUERQUE, Thais Melo de; ALBUQUERQUE, Raquel Costa. Estratégias de posiciona-mento e contenção de recém-nascido pré-termo utilizadas em unidades de terapia intensiva neonatal. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. (Rio de Janeiro), v. 1, n. 1, p. 40-51, 2017. Disponí-vel em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/ribto/article/view/4254>. Acesso em: 14 jan. 2020.

BRAGA, I. P. et al. Contenção física no hospital psiquiátrico: estudo transversal das práticas e fatores de risco. J Bras Psiquiatr. 2016;65(1):53-9.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gestão de Riscos e Investigação de Even-tos Adversos Relacionados à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa, 2017.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 2.057/2013, de 12 de novembro de 2013. Diario Oficial da União, Brasília-DF, Seção I, pag 165-171.

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO CEARÁ. Parecer técnico nº 11/2014, de 27/06/2014. Dispõe sobre contenção física de pacientes. Ceará: CREMEC, 2014.

INSTITUTO DE SAÚDE E GESTÃO HOSPITALAR. Protocolos ISGH – sedação e delirium em pacientes críticos. Fortaleza. ISGH; 2014. Disponível em:< https://www.google.com/search?q=Conten%C3%A7%C3%A3o+f%C3%ADsica+em+hospital+psiqui%C3%A1trico+e+a+pr%C3%A1tica+da+enfermagem&rlz=1C1GCEU_pt-BRBR821BR822&oq=Conten%C3%A7%C3%A3o+f%C3%ADsica+em+hospital+psiqui%C3%A1trico+e+a+pr%C3%A1tica+da+enfermagem&aqs=chrome..69i57.589j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8. Acesso em 14 jan. 2020.

LIMA, R. F. et al. Procedimento operacional padrão: contenção física parcial. São Paulo: Hos-pital São Paulo (UNIFESP); 2015.

PAES, M. R. et al. Contenção física em hospital psiquiátrico e a prática da enfermagem. Rev. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 out/dez; 17(4):479-84.

SILVA, A. A.; SOUZA, M. W. P; MARQUES, M. E; BRAGA, M. C. Protocolo de manejo das urgências psiquiátricas. Curitiba, 2015.

SILVA, E. M. et al. Contenção física de pacientes. Diretrizes clínicas e protocolos clínicos – contenção física de pacientes. Belo Horizonte: FHEMIG; 2013.

STACCIARINI, T. S. G. et al. Procedimento operacional padrão: contenção mecânica do clien-te no Leito. Uberaba: UFMT; 2016.

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TOSO, Beatriz Rosana Gonçalves de Oliveira et al. Validação de protocolo de posicionamento de recém-nascido em Unidade de Terapia Intensiva. Rev Bras Enferm, [s.l.], v. 68, n. 6, p.1147-1153, dez. 2015. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680621i. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v68n6/0034-7167-reben-68-06-1147.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2020.