Proposta de um conjunto de exercícios de Ginástica …...Proposta de um conjunto de exercícios de...
Transcript of Proposta de um conjunto de exercícios de Ginástica …...Proposta de um conjunto de exercícios de...
Proposta de um conjunto de exercícios de Ginástica Laboral, como resposta às principais Lesões Músculo–Esqueléticas Relacionadas ao Trabalho.
Monografia, realizada no âmbito da
disciplina de Seminário do 5º ano, da Licenciatura
em Desporto e Educação Física, na área de
Recreação e Lazer da Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto.
Orientador: Prof. Doutor Rui Garganta
Luís Miguel Rosino Moreira Machado
Porto, 2008
II
Machado, L. (2008). Proposta de um conjunto de exercícios de Ginástica Laboral, como resposta às principais Lesões Músculo–Esqueléticas Relacionadas ao Trabalho. Porto: L. Machado. Dissertação de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
Palavras-chave: Actividade Física e Saúde, Doenças Laborais, Ginástica Laboral, LMERT.
III
Aos meus pais António Machado e Maria Olga pela oportunidade que me deram de existir
Ao Sandro e à avó Zaza pela referência e amizade.
Aos verdadeiros amigos que sempre estiveram
comigo nos bons e maus momentos
IV
Agradecimentos
Foram várias as pessoa envolvidas neste projecto. Peço, desde já, desculpas
para eventualidade de um esquecimento.
Ao Professor Doutor Rui garganta, pela referência, pragmatismo e boa
disposição.
Ao João brito pela colaboração na correcção dos textos, pelas sugestões
oferecidas e, acima de tudo, por ser um amigo fantástico.
À Marta pela amizade e pelas noites mal dormidas.
Ao João Peralta e ao Angelo pelo “empurrãozinho” final.
Às colegas Vânia, Kaka e Helena pela camaradagem.
À minha tia Faty pelo résumé.
A todas as pessoas da empresa onde recolhemos a informação.
A todos um MUITO OBRIGADO, sem vocês não era possível a concretização
deste projecto.
V
Índice Geral
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... IV
FORAM VÁRIAS AS PESSOA ENVOLVIDAS NESTE PROJECTO. PEÇO, DESDE JÁ, DESCULPAS PARA EVENTUALIDADE DE UM ESQUECIMENTO. ...................................................................................................... IV
AO PROFESSOR DOUTOR RUI GARGANTA, PELA REFERÊNCIA, PRAGMATISMO E BOA DISPOSIÇÃO. ................................................................. IV
ÍNDICE GERAL .............................................................................................................. V
ÍNDICE FIGURAS ..................................................................................................... VII
ÍNDICE QUADROS .................................................................................................. VIII
RESUMO ....................................................................................................................... IX
ABSTRACT……………………………………………………………………………X
RÉSUMÉ ....................................................................................................................... XI
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ............................................................ XII
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 7
ACTIVIDADE FÍSICA E LAZER ........................................................................................ 7 DELIMITAÇÃO TERMINOLÓGICA DO CONCEITO DE ACTIVIDADE FÍSICA .......................... 9 ACTIVIDADE FÍSICA RECOMENDADA ............................................................................ 10 BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO ............................................................................... 11
DOENÇAS LABORAIS ............................................................................................... 15
LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS RELACIONADAS AO TRABALHO - LMERT ......................................................................................................................... 19
LMERT MAIS COMUNS ................................................................................................ 21 FACTORES DE RISCO PARA AS LMERT ........................................................................ 22
GINÁSTICA LABORAL ............................................................................................. 25
ENQUADRAMENTO DAS POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO ........................... 25 GINÁSTICA LABORAL .................................................................................................. 28 CLASSIFICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL ................................................................... 29 � COMPENSAÇÃO - GLC ......................................................................................... 29
OBJECTIVO ................................................................................................................. 33
MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 37
CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................. 37 INSTRUMENTOS ........................................................................................................... 37
Aplicação dos instrumentos .................................................................................... 38 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS................................................................................... 38
VI
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ......................................... 41
RESULTADOS DO QNSO DE DOR/DESCONFORTO NOS ÚLTIMOS 12 MESES ................... 41 FREQUÊNCIA DE LMERT ............................................................................................ 44
PROPOSTA DE EXERCÍCIOS DE ACORDO COM A FREQUÊNCIA DE LMERT...........................................................................................................................48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 53
ANEXOS........................................................................................................................57 Anexo 1…………………………………………………………………………58
VII
Índice Figuras
Fig. 1 - Percentagem de indivíduos do sexo masculino e feminino....................... 37
Fig. 2 - Frequência de sintomas de dor na região do pescoço e ombros.............. 41
Fig.3 - Frequência de sintomas de dor na região dos punhos/mãos..................... 41
Fig.4 - Frequência de sintomas de dor na região do pescoço e ombros............... 41
Fig.5 - Frequência de sintomas de dor na parte superior das costas.................... 42
Fig.6 - Frequência de sintomas de dor na região do(s) joelho(s)......................... 42
Fig.7 - Frequência de sintomas de dor na região da anca/coxa........................... 42
Fig.8 - Frequência de sintomas de dor na zona do(s) tornozelo(s)/pé(s).............. 42
Fig.9 - Frequência de sintomas de dor na região dos cotovelos........................... 42
Fig.10 - Frequência de dor do segundo a sua localização................................... 43
Fig.11 - Sintomas de dor, nos últimos 12 meses, em pelo menos uma parte do
corpo......................................................................................................................
45
Fig.12 - Frequência de LMERT - sexo masculino/feminino................................... 45
VIII
Índice Quadros
Quadro 1 - Resumo dos resultados dos estudos de investigação sobre a
relação da actividade física ou da aptidão física com doenças crónicas........
seleccionadas ou com condições patológicas (Blair et al., 1993)
11
Quadro 2 – Factores de risco das lesões músculo – esqueléticas................
relacionadas ao trabalho, baseados no Decreto Regulamentar n.º 76/2007
22
Quadro 3 – Classificação da GL (Zilli, 2002)................................................. 30
Quadro 4 - Comparação entre o estudo actual e a frequência de lesões
músculo – esqueléticas por região..................................................................
44
Quadro 5 – Proposta de Exercícios de acordo com a frequências de LMERT ...................................................................................................... 49
IX
Resumo
As LMERT apresentam hoje em dia uma elevada prevalência. São
várias as estratégias para a sua prevenção e uma das mais divulgadas é
Ginástica Laboral que surgiu com o objectivo de promover a saúde e o
desempenho profissional.
O principal objectivo deste trabalho é verificar quais as lesões
musculares mais comuns em trabalhadores dos armazéns de uma empresa de
distribuição de produtos de consumo e, de acordo com os resultados obtidos,
propor um conjunto de exercícios de Ginástica Laboral.
O levantamento das lesões foi realizado através do Questionário Nórdico
de Sintomas Osteomusculares - QNSO, na versão traduzida e adaptada por
Pinheiro (2002), sendo a amostra composta por 66 indivíduos, com idades
medias de 30,2 ± 7,9.
Observou-se que, entre os indivíduos que referiam sintomatologia
dolorosa, as áreas mais afectadas eram as regiões da coluna lombar (59,1 %;
n = 39), punhos e mãos (39,4%; n = 26), pescoço e ombros (ambas de 27,3%;
n = 18).
Deste modo, e baseando-nos nos dados relativos à sintomatologia
dolorosa dos trabalhadores, procurámos propor um conjunto de exercícios de
Ginástica Laboral que possam ser aplicado, com objectivos profiláticos.
X
Abstract Today the Work Releated Musculoskeletal disorders take a high precedence
over all others. There are various strategies to favour prevention and one of the
most known is the “Labour Gymnastic”, that came out with the objective of
promoting health and professional accomplishment.
The main target of my work is to check what kind of muscular injuries are most
common with workers in warehouses in a firm dealing with the distribution of
consumer goods and, according to obtained results, propose a range of “Labour
Gymnastic” exercises.
The putting in evidence of the injuries has been possible thanks to the “Northern
Survey of Osteomuscular Symptoms” (NSOS), in its translated and adapted
version by Pinheiro (2002). The survey was done on the basis of 66 individuals,
average age 30.2 ± 7,9.
It was observed that among the individuals who presented painful symptoms,
the most affected regions were the regions of the backbone at the lumbar level
(59.1%; n=39), wrists and hands (34.4%; n=26), neck and shoulders (both
27,3%; n=18).
Thus, referring to the given information on the painful symptoms of the workers,
we want to propose a range of exercises of “Labour Gymnastic” that could be
applied with prophylactic objectives.
XI
Résumé
Les Lesions Attribuables auxs Travaux Répétitifes présentent de nos
jours une prévalence élevée. Il y a des stratégies variées pour une prévention
et des plus divulguées est la Gymnastique « Laboral » qui a surgit avec
l’objectif de promouvoir la santé et l’accomplissement professionnel.
L’objectif principal de mon travail est de vérifier quelles sortes de lésions
musculaires sont les plus communes chez les travailleurs en entrepôt dans une
entreprise de distribution de produits de consommation et, en accord avec les
résultats obtenus, proposer un ensemble d’exercices de Gymnastique du
travail.
La mise en évidence des lésions a été réalisée grâce au Questionnaire
Nordique des Symptômes Osteomusculaires- QNSO, dans sa version traduite
et adaptée par Pinheiro (2002), étant l’échantillon composé de 66 individus,
d’un âge moyen de 30,2 ± 7,9.
Il a été observé que, parmi les individus qui présentaient une
symptomatologie douloureuse, les régions les plus affectées, étaient les régions
de la colonne au niveau lombaire (59,1% ; n=39), poignets et mains (39,4% ;
n=26), nuque et épaules (toutes les deux 27,3% ; n=18)
Ainsi, et en nous basant sur les données relatives à la symptomatologie
douloureuse des travailleurs, nous avons voulu proposer un ensemble
d’exercices de Gymnastique « Laboral » qui puissent être appliqués , avec des
objectifs prophylactiques.
XII
Lista de Abreviaturas e Símbolos
� ACSM - American College of Sports Medicine
� AF – Actividade Física
� AHA - American Heart Association
� APF – Aptidão Física
� CNAT - Congresso Nacional de Acidentes de Trabalho
� DL – Doença Laboral
� GL – Ginástica Laboral
� GLC - Ginástica Laboral Compensação
� GLP - Ginástica Laboral Preparatória
� GLR - Ginástica Laboral Relaxamento
� IGT – Inspecção Geral do Trabalho
� INE – Instituto Nacional De Estatística
� LME – Lesão Músculo – Esquelética
� LMERT - Lesão Músculo – Esquelética Relacionada ao Trabalho
� MI – Membros Inferiores
� MS –Membros Superiores
� OMS – Organização Mundial de Saúde
� QNSO - Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares
� UE - União europeia
� WRMSDs – Work Related Musculoskeletal Disorders
� % - Percentagem de Valores
I. Introdução
3
Introdução
Vivemos num período em que as sociedades desenvolvidas e
industrializadas estão absorvidas pelo progresso tecnológico. Por outro lado, a
necessidade de eficiência e produtividade nas empresas, bem como o trabalho
repetitivo consequência da crescente divisão de tarefas, faz com que o
desgaste físico e psicológico, dos trabalhadores, aumente de forma
assustadora. Estes dois factores contribuem para que as doenças laborais (DL)
tenham aumentado nos últimos anos de forma exponencial, ao ponto de serem
actualmente consideradas como o maior perigo ao qual estão expostos as
pessoas no local de trabalho.
Dentro das doenças laborais mais comuns, a nossa atenção centrou-se
nas lesões músculo – esqueléticas relacionadas ao trabalho (LMERT). Isto
porque, nas últimas duas décadas do século XX, estas adquiriram, em diversos
países, uma elevada prevalência (Bjurvald, 1999).
Estas lesões recebem diferentes denominações, de acordo com cada
país. De uma forma genérica a designação internacional mais comum é “Work
Related Musculoskeletal Disorders” (WRMSDs) ou simplesmente “Work
Musculoskeletal Disorders”. Em Portugal são denominadas por LMERT.
No nosso país, Queiroz (2000) destaca o facto de as LMERT ocuparem
o primeiro lugar nas doenças profissionais declaradas nos distritos mais
industrializados – Lisboa, Porto e Setúbal. A grande dificuldade centra-se em
caracterizar o diagnóstico da doença, visto que mais de 60% das LMERT ainda
não são diagnosticáveis (Coelho, 2000).
Estas, são identificadas sobretudo em trabalhadores com um salário
base, inseridos num contexto de produção de bens e serviços e que não
possuem autonomia para mudar (Macedo, 2008).
O nosso estudo realizou-se com uma amostra de 66 trabalhadores de
armazém (operador de máquina e operadores de armazém) de uma empresa
de distribuição de produtos de consumo. Tendo estes como função, a
movimentação das paletes nas diferentes áreas de trabalho e, a preparação
das mercadorias para as lojas de retalho, respectivamente.
4
Nestas funções, o transporte e elevação de cargas, os esforços
repetitivos e as posturas inadequadas são uma constante. A estas tensões
acrescentam-se a questão do número de horas de trabalho e o sedentarismo.
Todos estes problemas podem acarretar, num futuro próximo, prejuízos
graves para a saúde do trabalhador, como a degeneração dos discos
intervertebrais e os processos inflamatórios ao nível da região das mãos,
punho, cotovelo e ombro.
Nas actividades em que os movimentos são cíclicos e repetitivos,
somados à elevada contracção muscular devido ao manuseamento e
transporte de cargas, é necessário apresentar estratégias de compensação, no
âmbito da prevenção e da reabilitação, para melhorar a qualidade de vida das
pessoas em geral e da classe trabalhadora em particular. É nesse contexto que
surge a GL.
A GL é uma actividade física realizada no próprio local de trabalho, com
a duração média de 10 a 12 minutos e que se baseia na execução de
exercícios de relaxamento, alongamento, e resistência muscular. Esses
exercícios têm o objectivo de interromper a cadeia de tensões e fadiga; e tornar
o corpo mais flexível, saudável e preparado para os movimentos (Zilli, 2002).
II. Revisão da Literatura
7
Revisão da Literatura
Actividade Física e Lazer
O homem é um animal e por isso, tem padrões de vida para os quais a
Natureza o moldou. Quando ele se afasta destes comportamentos entra em
sofrimento, pois desvia-se da saúde, da qualidade de vida e do seu equilíbrio
com a Natureza, surgindo a doença (Araújo et al., 2000).
Um dos padrões de vida que mais se tem alterado na actualidade é o
que se refere à actividade física (AF). Tal facto parece estranho, tendo em
conta que está descrito que a AF está associada à saúde e à qualidade de
vida. É neste contexto que, Barata et al. (2000) referem que ao analisarmos a
AF, numa vertente de saúde, há que fazê-lo numa dupla perspectiva:
� A importância da AF para manter a saúde, ou seja, para evitar o
aparecimento de doenças várias - prevenção primária;
� A importância da AF para compensar diversos problemas ou doenças,
evitando que se agravem ou mesmo para auxiliar na sua recuperação -
prevenção secundária.
Durante o ano de 2000, cerca 1,9 milhões de mortes foram resultado do
sedentarismo, e mais de 60% da população mundial não é suficientemente
activa para obter benefícios na saúde (OMS, 2003).
Actualmente, a elevada prevalência de sedentarismo é um problema
para a civilização e apresenta-se como um dos principais desafios da saúde
pública. Comprovam este facto a predominância de esforços físicos de
intensidade muito leve na maioria das actividades humanas, que contribuem
para um gasto energético inferior a 500 kcal por dia, valor este cerca de 15
vezes menor, se comparado, ao dos nossos ancestrais que viveram há 100 mil
anos, que por serem nómadas, caçadores e colectores de alimentos,
necessitavam de gastar em torno de oito mil kcal com actividades de
sobrevivência (Cardain et al., 1998).
Esta mudança deveu-se, sobretudo, ao progresso tecnológico ocorrido
nos países desenvolvidos e industrializados, que levou ao aparecimento de
uma “inactividade crónica” entre as pessoas. Este incentivo ao sedentarismo
8
verifica-se no modo como os períodos de trabalho e de lazer da população
estão organizados (Araújo, et al., 2000). Assim, parece poder constatar-se que
o progresso, em vez de constituir uma vantagem para a Humanidade, tornou-
se numa fonte de doença por estar a ser mal utilizado.
No que concerne ao nosso país, temos vindo a assumir os padrões de
vida das sociedades urbanizadas e industrializadas, com os respectivos
problemas de saúde que daí advêm (I.N.E, 1999). Tais padrões, são a principal
causa de morte por doenças do aparelho circulatório, tumores malignos e
causas externas como acidentes, envenenamentos, entre outras (I.N.E., 2002).
Mariovet (1998), num estudo realizado com um espaço temporal de 10
anos, verificou que em 1988 o número de portugueses que realizavam práticas
desportivas era superior ao de 1998 (27 % em comparação com 23%,
respectivamente).
Tais resultados são, no mínimo, preocupantes tendo em conta a estreita
relação que existe entre AF e saúde.
9
Delimitação terminológica do conceito de actividade física
O conceito de AF é utilizado, muitas vezes, sem uma clareza conceptual
e é frequentemente confundido com aptidão física (APF) e exercício físico,
sendo o primeiro mais abrangente que os restantes. Assim, de uma forma
sintética passamos a definir os três conceitos:
� Pode entender-se por AF, qualquer movimento voluntário produzido pelos
músculos esqueléticos que resulta em gasto energético, acima dos níveis
de repouso (Caspersen et al., 1987).
� O conceito de exercício físico, por sua vez, é considerado uma categoria da
AF que é planeado, estruturado e realizado com regularidade. No fundo, é
AF com o objectivo de melhorar a aptidão física (Bouchard e Shephard,
1994).
� A APF trata-se de um conjunto de características que se possuem ou
adquirem, relacionadas com a capacidade de realizar actividade física
(Bouchard e Shepard, 1994).
Como vários autores asseguram, podemos verificar um conjunto de ligações
entre actividade física, aptidão física e saúde. De uma forma sintética,
podemos afirmar que se a actividade física é o meio, a aptidão física será o
estado e a saúde o resultado (Garganta, 2000).
10
Actividade física recomendada
De acordo com American College of Sports Medicine (ACSM, 2005) e
American Heart Association (AHA, 2006), a AF recomendada para um indivíduo
adulto deve contemplar exercícios do tipo aeróbio (ex. caminhada rápida) e
força muscular.
As actividades aeróbias devem ser realizadas, no mínimo, durante 30
min, 5 dias por semana ou actividades intensas/vigorosas, pelo menos 20 min,
3 vezes por semana. Outro aspecto que é sugerido é a combinação entre
actividades moderadas e vigorosas, a fim de atingir esta recomendação.
Esta quantidade de exercício de actividade aeróbia é adicional às
recomendações referentes às actividades diárias de intensidade leve (como
cuidados com a higiene, cozinhar, subir escadas, caminhada casual, etc).
Relativamente à Força Muscular para um adulto que procure promover
e manter a boa saúde e independência física, o treino deve ser realizado no
mínimo 2 vezes na semana. As actividades de fortalecimento muscular devem
incluir um programa de treino progressivo, exercícios localizados e exercícios
de resistência que utilizam os grandes grupos musculares.
11
Benefícios do exercício físico
São inúmeros os benefícios associados à prática regular de exercício
físico. Segundo a ACSM (2005) e AHA (2006) um adulto que realiza exercícios
aeróbios e de força muscular pode obter grandes benefícios a nível da sua
saúde e aptidão física, bem como reduzir o risco de desenvolver,
precocemente, a morbilidade e a mortalidade relacionada com o sedentarismo.
Segundo Blair (1993), apesar da dificuldade metodológica em quantificar
precisamente a actividade física humana ideal, é evidente uma relação inversa
entre actividade física ou aptidão física e a morbilidade populacional,
consistentemente confirmada por diversos estudos de meta-análise,
prospectivo e de revisão da literatura
O quadro 1 apresenta os principais benefícios para a saúde de ser
fisicamente activo. De referir que os dados apresentados cobrem um espaço
temporal de 30 anos, os resultados finais são de 1993, mas continuam actuais.
Relação entre a actividade física ou aptidão física com morbilidade populacional
Doença ou condição Nº de estudos Relação
Mortalidade por todo o tipo de causas Mais de 10 Excelente relação de redução das taxas de
doença Doença da artéria coronária Mais de 10 Excelente relação de redução das taxas de
doença Hipertensão Entre 5 e 10 Boa evidência de redução de taxas de doença Obesidade Mais de 10 Boa evidencia de redução de taxas de doença Paragem cardíaca Entre 5 e 10 Alguma evidência de redução de taxas de doença Cancro Cólon Recto Estômago Mama Próstata Pulmão Pâncreas
Mais de 10 Mais de 10 Menos de 5 Menos de 5 Entre 5 e 10 Menos de 5 Menos de 5
Boa evidência de redução de taxas de doença Sem evidência de redução de taxas de doença Sem evidência de redução de taxas de doença Alguma evidência de redução de taxas de doença Alguma evidência de redução de taxas de doença Alguma evidência de redução de taxas de doença Sem evidência de redução de taxas de doença
Diabetes não dependentes da insulina Menos de 5 Alguma evidência de redução de taxas de doença
Osteoartrite Menos de 5 Sem evidência de redução de taxas de doença Osteoporose Entre 5 e 10 Alguma evidência de redução de taxas de doença Capacidade funcional Entre 5 e 10 Alguma evidência de redução de taxas de doença Quadro 1 - Resumo dos resultados dos estudos de investigação sobre a relação da actividade física ou da aptidão física com doenças crónicas seleccionadas ou com condições patológicas (Blair et al., 1993).
12
Tais razões deveriam constituir factor de motivação para que todas as
pessoas se envolvessem em programas de AF regular, no entanto apenas 17%
dos Europeus e 8% dos Portugueses cumprem os critérios para serem
classificados como não sedentários (Special Eurobarometer, 2004).
III. Doenças Laborais
14
15
Doenças Laborais
O sedentarismo não se manifesta apenas na vida diária de lazer; ele
está presente em inúmeras profissões, fruto do desenvolvimento industrial.
Contudo, as DL não são apenas resultado do sedentarismo. Reportando-nos a
Ramazzini, considerado o pai da medicina, vemos que desde 1713, passando
pela Revolução Industrial, até chegarmos aos dias de hoje, pelo facto de
existirem instrumentos de trabalho mal construídos, as doenças laborais já
eram comuns. Assim, podemos dizer que o fenómeno que vivemos na
actualidade, relativamente às doenças relacionadas com trabalho, não têm
nada de novo: são sim um facto antigo que está cada vez mais presente nos
nossos dias (Lordêlo, 2008).
Estão descritas inúmeras doenças profissionais, sendo a sua etiologia
diversificada. De acordo com a Inspecção-geral do Trabalho (IGT, 2008), as DL
são um conjunto de patologias que provêm de uma consequência necessária e
directa da actividade exercida e que não resultam do normal desgaste do
organismo (art.º 2.º do DL n.º 248/99, 2006).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1985), cit. Serralheira
(2007), as DL são patologias de natureza multi-factorial nas quais o ambiente
de trabalho e a actividade profissional contribuem significativamente, mas
apenas como um entre uma série de factores.
Estas doenças englobam um vasto conjunto de entidades, de que se
destacam os acidentes de trabalho, as doenças profissionais, as doenças
relacionadas com o trabalho e as doenças agravadas pelo trabalho (Uva;
Graça, 2004).
Segundo a autoridade para as condições do trabalho (cit. por Silva,
2008), existem dados publicados pelo eurostat que demonstram que
anualmente morrem 5 720 pessoas na sequência de acidentes relacionados
com o trabalho. A Organização Internacional do Trabalho mostra que morrem
anualmente 159 500 trabalhadores na União Europeia (UE) devido a doenças
laborais. Assim, parece poder constatar-se que o risco de doença profissional
16
será hoje o maior perigo ao qual estão expostos os trabalhadores no local de
trabalho.
De acordo com Reis et al. (2000), as DL mais comuns são a Síndroma
do túnel do carpo, tenossinovite e sinovite e comprometimento da região do
ombro. Neste estudo, dos dez diagnósticos mais frequentes, nove são doenças
do foro músculo - esquelético. Por este motivo e por entendemos que são as
que mais se adequam ao grupo de pessoas que constituem a nossa amostra,
focamos a nossa atenção neste tipo de patologias.
As doenças músculo-esqueléticas, entre o conjunto que constitui as
doenças profissionais, estão descritas como as mais prevalentes na União
Europeia (Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, 2000).
Segundo Carvalho (2007), as principais razões para este tipo de lesões
são os movimentos repetitivos e o transporte ou elevação de cargas. Assim,
está descrito que a agricultura e a construção civil são os sectores em que
existe maior exposição a riscos físicos e mais queixas de LMERT. Na UE, as
dores apresentadas entre os trabalhadores são uma constante, ao ponto de
25% queixarem-se das costas e 23% queixarem-se de dores em diferentes
grupos musculares. De acordo com o mesmo estudo, as causas são variadas,
46% são atribuídas a posições inadequadas ou cansativas, 35% ao transporte
ou movimentação de cargas pesadas e 2% a movimentos repetitivos das mãos
e dos braços, durante um quarto ou mais do tempo de trabalho (ACT, 2007).
17
IV. Lesões músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho
18
19
Lesões músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho - LMERT
As lesões músculo-esqueléticas (LME) constituem um conjunto de
condições clínicas que envolvem nervos, tendões, músculos e/ou outras
estruturas de apoio, tais como discos intervertebrais. Estas podem ir desde
sintomas ligeiros e periódicos, a condições crónicas e incapacitantes (Neves,
2003). Dentro das LME, o enfoque do presente texto, como já foi referido
anteriormente, prendeu-se com as que se relacionam com o trabalho ou a
actividade profissional, denominadas de LMERT.
Na revisão de literatura foram encontradas várias designações atribuídas
às LMERT. Contudo, não existe qualquer definição comum nos Estados
Membros da União Europeia (UE). Existe uma terminologia implícita a este tipo
de perturbações, encontrando-se termos como Cumulative Trauma Disorders
(EUA), Repetitive Strain Injuries (Canadá, Reino Unido), Occupational Overuse
Syndrome (Austrália), Lesions Attribuables auxs Travaux Répétitifes (França),
Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados
com o Trabalho (Brasil) (Ranney, 2000; Serranheira et al., 2004). Em Portugal,
designam-se por Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas ao Trabalho, no
entanto, a designação internacional mais frequentemente aceite é “Work Related
Musculoskletal Disorders (WRMSDs)” ou somente “Work Musculoskeletal
Disorders (WMSDs)” (Serralheira et al., 2004).
As LMERT são estados patológicos do sistema músculo-esquelético,
resultantes do efeito cumulativo do desequilíbrio entre as solicitações repetidas
durante a actividade laboral e as capacidades de adaptação da zona do corpo
atingida, ao longo de um período em que o tempo para a recuperação da fadiga
foi insuficiente (Ranney, 2000).
Harrington et al, (1998) refere que as LMERT podem ser definidas como
síndromas da dor crónica, atingindo uma ou mais regiões corporais e ocorrendo
no contexto do desenvolvimento de uma dada actividade profissional, repetitiva
ou com posturas elásticas e envolvendo a manipulação de cargas.
20
As queixas mais frequentes referidas são: dor localizada ou irradiada,
desconforto, fadiga localizada em determinado segmento corporal, sensação de
peso, sensação ou perda efectiva de força e edema. Estes sintomas são
referenciados em diferentes associações e diversos graus de gravidade
consoante o quadro clinico existente e o seu estádio, sendo de referir que a dor
está quase sempre presente (Ranney, 2000; Serranheira et al., 2004).
Em Portugal, as LMERT são destacadas, pelo facto de ocuparem o
primeiro lugar nas doenças profissionais declaradas nos distritos mais
industrializados – Lisboa, Porto e Setúbal (Queiroz, 2001).
21
LMERT mais comuns
Passamos a apresentar um conjunto de LME que, em nosso entender,
atingem com maior frequência os trabalhadores que fazem parte da nossa
amostra, dentro das descritas por Serralheira, Lopes e Uva (2004) e Calado
(2008).
Principais LMERT:
� Tendinite (diferentes regiões);
� Bursites (ombro);
� Epicondilite (cotovelo);
� Síndroma do Tunel Cárpico (punho);
� Doença de Kienbock (punho);
� Lombalgias (coluna vertebral).
22
Factores de risco para as LMERT
Posteriormente, vamos apresentar os factores de risco responsáveis
pelo desencadear das lesões supracitadas, com base no decreto Regulamentar
n.º 76 , do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (2007).
Código Factor de risco Doenças ou outras manifestações clinicas
44.01
Vibrações mecânicas (membros superiores)
Doença de Kienböck
44.02
Vibrações mecânicas de baixa e média frequência (corpo inteiro)
Radicalgia por hérnia discal (L2 a S1)
45.01
Pressão sobre as bolsas sinoviais devido à posição ou atitude de trabalho
Bursite olecraniana ou acromial
45.02 Sobrecarga sobre as bainhas tendinosas,
tecidos peritendinosos, inserções tendinosas ou musculares, devido ao ritmo dos movimentos, à força aplicada e à posição ou atitude de trabalho
Tendinite Tenossinovite Epicondilite Epitrocleíte Lombalgia*
45.03 Pressão sobre os nervos ou plexos nervosos
devido à força aplicada, posição, ritmo, atitude de trabalho ou à utilização de utensílios ou ferramentas
Síndroma do túnel cárpico Síndroma do canal de Guyon Síndroma do canal radial
Quadro 2 – Factores de risco das lesões músculo – esqueléticas relacionadas ao trabalho, baseados no Decreto Regulamentar n.º 76/2007
* Apesar, deste tipo de LMERT não estar presente no decreto de lei supra-citado, consideramos que os factores de risco mencionados se adequam, a este tipo de patologia.
V - Ginástica Laboral
25
Ginástica Laboral
Enquadramento das políticas de prevenção e reabilitação
O ministro do trabalho e da solidariedade social de Portugal, no
lançamento da campanha “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis. Bom para
si. Bom para as empresas” (ACT, 2008), escreve uma carta, onde apresenta
vários aspectos que justificam a aposta na prevenção.
“Num quadro de crescente competitividade internacional, de forte
dinamismo económico e de mudança tecnológica que não cessa de se
aprofundar, a promoção da segurança e saúde no trabalho é um domínio que
coloca desafios de grande dimensão a todos os actores do mundo do trabalho,
desde as autoridades públicas, aos parceiros sociais, passando pelos próprios
empregadores e trabalhadores.
Os Estados-membros da UE reconheceram há muito a grande
importância destas matérias no âmbito das condições de trabalho,
nomeadamente quanto às implicações que elas têm no plano da cidadania, do
bem-estar, e da qualidade de vida das pessoas.
Não espanta, por isso, que esta área seja, desde há muito, objecto de
atenção, por parte da UE, ajudando a construir as bases para fomentar uma
mudança de paradigma nos Estados-Membros.
A centralidade crescente das questões da higiene e segurança justifica-
se principalmente por 3 razões. A primeira refere-se aos imperativos de
humanidade que estão em causa quando tratamos das condições de trabalho e
dos riscos da actividade laboral. A segunda prende-se com os elevados custos
económicos e obstáculos à regular produtividade que os acidentes e doenças
profissionais implicam. Por fim, a terceira razão prende-se com o conhecimento
de que, boas condições de trabalho potenciam ganhos organizacionais de
adaptabilidade e de produtividade e, genericamente, promovem uma melhoria
substancial no mundo do emprego para todos os envolvidos (...).”
Após a leitura, desde pequeno excerto, podemos depreender vários
aspectos que, actualmente, preocupam os órgãos de decisão, nomeadamente:
26
� A qualidade de vida do indivíduo reflecte em grande parte a qualidade do
trabalho, pois este assume um papel determinante na vida das pessoas
(Albuquerque, et al., 2008);
� A almejada diminuição da sinistralidade laboral e do número de doenças
profissionais só pode ser atingida com o empenhamento de todos os
intervenientes no sector e, principalmente de todos e cada um dos
cidadãos (Congresso Nacional de Acidentes de Trabalho - CNAT, 2005)
� As empresas apesar de se centrarem na eficiência e na produtividade,
alcançadas pela crescente divisão de tarefas, levando o empregado a
conhecer, apenas, uma pequena parte em vez do todo, nunca se podem
esquecer que, por trás do empregado, existe um ser humano que
necessita de sentir satisfação no trabalho. Esta é uma das estratégias
que, contribui para a redução do ambiente de conflito entre empregado e
empregador (Albuquerque et al., 2008).
Por outro lado, e de acordo com a posição de consenso saída do CNAT (2005),
a problemática dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais insere-se
numa perspectiva integradora e multidisciplinar, sustentada em três pilares
fundamentais: a prevenção, a reparação e a reabilitação.
� No âmbito da prevenção, constata-se a necessidade crescente de
implementação de uma cultura de segurança preventiva por parte das
empresas e de consciencialização, por parte dos trabalhadores, dos riscos
profissionais associados aos locais de trabalho, com vista a uma diminuição
dos índices de sinistralidade e do número de doenças profissionais.
� No que concerne à reparação, urge criar mecanismos céleres e eficazes
que permitam salvaguardar a posição dos sinistrados, principalmente quando
existem divergências relativamente à assunção de responsabilidades.
� No espaço da reabilitação, é importante compreender que o sinistrado e
o doente profissional não devem ser considerados apenas como fonte
produtiva de rendimento, mas antes de mais como cidadãos de pleno direito,
em todas as suas vertentes (humana, social, física, biológica e psicológica),
motivo pelo qual a avaliação do dano deve ser recentrada na pessoa e
abranger o dano em todas as suas dimensões, onde se inclui o dano estético e
27
biológico, para o que, em muito, poderá contribuir a revisão da Tabela Nacional
de Incapacidades.
Tendo em conta, a elevada prevalência de pessoas sedentárias e o
aumento do número de LMERT, é fundamental apresentar estratégias de
compensação, no âmbito da prevenção e da reabilitação, para melhorar a
qualidade de vida das pessoas em geral e da classe trabalhadora em
particular.
É nessa perspectiva que surge, entre outros, um conjunto de exercícios
físicos no contexto da empresa, que genericamente se designa por Ginástica
Laboral (GL).
28
Ginástica Laboral
Na literatura existem várias definições para a GL, sendo esta conhecida
como ginástica de pausa (primeira designação), actividade física na empresa,
ginástica no trabalho ou ginástica laboral compensatória.
Para Lima (2003), a GL pode ser definida como um conjunto de práticas
físicas, elaboradas a partir da actividade profissional exercida durante a jornada
de trabalho, que visam promover a saúde e o desempenho profissional, bem
como compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho e activar as que não
são requeridas.
Para Zilli (2002) trata-se de um conjunto de exercícios de relaxamento,
alongamento, e resistência muscular com a duração média de 10 a 12 minutos,
com objectivo de interromper a cadeia de tensões e fadiga; e tornar o corpo
mais flexível, saudável e preparado para os movimentos .
Polito & Bergamaschi (2002), acrescenta ainda que a GL, tem a
capacidade de mostrar aos seus praticantes a influência do corpo como
instrumento de trabalho e de lazer, pois incentiva o bem-estar proporcionado
pelas actividades realizadas fora e dentro do ambiente de trabalho.
Assim, a partir da diminuição do sedentarismo, do controlo do “stress” e
da melhoria da qualidade de vida, o aumento da performance profissional,
pessoal e social ocorrerá naturalmente.
29
Classificação da Ginástica Laboral
A GL é uma prática desenvolvida dentro da empresa que consiste em
exercícios específicos realizados no próprio local de trabalho. Segundo Zilli
(2002), pode ser classificada de acordo com seu horário de aplicação:
� Preparação ou de Aquecimento – GLP
Realizada antes do início da jornada de trabalho. Tem a duração
aproximada de 10 a 12 minutos e tem como objectivo a preparação das
estruturas músculo – esqueléticas que serão solicitadas durante a profissão.
Antes de se realizar o esforço é frequente realizar um aquecimento que deve
ser adequado à actividade profissional.
Inclui exercícios de:
- Coordenação;
- Equilíbrio;
- Concentração;
- Flexibilidade;
- Resistência muscular.
� Compensação - GLC
Realizada durante a jornada de trabalho, com duração de 5 a 10 minutos.
Tem como objectivo principal, compensar as estruturas que são
preferencialmente utilizadas durante o trabalho, bem como reduzir as tensões
adquiridas por posturas inadequadas e esforços repetidos.
Os exercícios variam de acordo com a realidade, mas predominam:
- Alongamentos;
- Respiratórios;
- Posturais.
� Relaxamento – GLR
Realizada no final da jornada de trabalho, durante 10 a 12 minutos. Tem
como objectivo a redução do “stress”, o alívio da sensação de cansaço e
tensão muscular e proporcionar um melhor retorno a casa.
30
As actividades realizadas são:
- Auto-massagens;
- Exercícios respiratórios;
- Exercícios de alongamento.
Posteriormente apresentamos um quadro com o resumo da classificação
anteriormente descrita.
Classificação da GL conforme o objectivo, o tipo de exercício e o horário de execução Nome
Classificação Objectivos Tipo de exercício Horário de execução
Preparatória - GLP
Preparar o trabalhador para actividades de velocidade, força ou resistência; aquecer a musculatura e as articulações utilizadas no trabalho; prevenir acidentes, doenças laborais e distensões musculares.
Aquecimento, trabalho de força e activação neuromuscular, orientação corporal no tempo e no espaço
Início do turno da manhã, da tarde ou da noite.
Compensação - GLC
Impedir vícios posturais, evitar a fadiga central e periférica, procurar o equilíbrio físico e mental, compensar posturas estáticas e unilaterais. Aumentar a sociabilização e integração do grupo
Trabalhar os músculos não solicitados e relaxar os solicitados, ministrar brincadeiras e jogos não competitivos.
Meio de expediente de trabalho.
Relaxamento - GLR
Massajar e relaxar todo o corpo e extravasar as tensões acumuladas na região cervical, dorsal, lombar, plantar e nos ombros.
Actividades de relaxamento ou massagens e exercícios de alongamento.
Final do expediente
Quadro 3 – Classificação da GL (Zilli, 2002).
VI -Objectivo
33
Objectivo
Estimar a frequência de LMERT em trabalhadores dos armazéns de uma
empresa de distribuição de produtos de consumo, assim como as regiões
corporais mais sujeitas a sintomas de dor/desconforto, com o objectivo de
propor um conjunto de exercícios de GL.
VII –Material e Métodos
37
Material e Métodos
Caracterização da amostra
O levantamento do quadro de lesões foi realizado em 66 trabalhadores
(operadores de armazém e operadores de máquina) de uma empresa de
distribuição de produtos de consumo, sendo 34 do sexo masculino (52%) e 32
do sexo feminino (48%). A idade média dos indivíduos é de 30,2 ± 7,9.
Os operadores de máquina têm por função movimentar as paletes nas
diferentes áreas de trabalho, garantindo a arrumação, reposição e execução
dos produtos.
Os operadores de armazém têm por função preparar as mercadorias
que estão dispostas nas paletes ou “skates”.
48%52%
Fem Masc
Instrumentos
Foi utilizado o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares –
QNSO na versão traduzida e adaptada por Pinheiro (2002) (ver anexo).
Este questionário tem por objectivo quantificar as regiões mais
acometidas pelos sintomas osteomusculares, além de levantar dados
pertinentes para o aparecimento das LMERT.
FIG. 1 – Percentagem de indivíduos por sexo
Aplicação dos instrumentos
A pesquisa foi realizada nas próprias instalações de uma empresa de
distribuição de produtos de consumo. Inicialmente foi feita a explicação sobre o
estudo e eventual colaboração.
O questionário foi preenchido, por interrogatório, por uma equipa de
investigadores.
Procedimentos estatísticos
Os dados foram tratados de forma a perceber a frequência de dor e/ou
desconforto em diferentes regiões do corpo. Foi utilizado o programa Microsoft
Office Excel 2003 e SPSS 14.0 para a realização da estatística descritiva com
base em percentagens de ocorrência.
VIII –Apresentação e Discussão de Resultados
41
Apresentação e Discussão de Resultados
Resultados do QNSO de dor/desconforto nos últimos 12 meses
A frequência de dor/desconforto foi estudada, de acordo, com a sua
localização no corpo. Como não foram encontradas diferenças com significado
entre sexos, optamos por apresentar os resultados em conjunto. Os gráficos
seguintes são apresentados de forma hierarquizada, da maior frequência de
dor, até à menor.
41%
59%
N S
61%
39%
N S
73%
27%
N S
FIG. 3 - Frequência de sintomas de dor na região dos punhos/mãos (N = Não; S = Sim)
FIG. 4 - Frequência de sintomas de dor na região do pescoço e ombros (N = Não; S = Sim)
Fig. 2 – Frequência de sintomas de dor na parte inferior das costas (N = Não; S = Sim)
42
79%
21%
N S
79%
21%
N S
82%
18%
N S
83%
17%
N S
89%
11%
N S
FIG. 5 - Frequência de sintomas de dor na parte superior das costas (N = Não; S = Sim)
FIG. 9 - Frequência de sintomas de dor na região dos cotovelos (N = Não; S = Sim)
FIG. 6 - Frequência de sintomas de dor na região do(s) joelho(s)(N = Não; S = Sim)
FIG. 7 - Frequência de sintomas de dor na região da anca/coxa (N = Não; S = Sim)
FIG. 8 - Frequência de sintomas de dor na zona do(s) tornozelo(s)/pé(s) (N = Não; S = Sim)
43
Dentro dos trabalhadores que referiram sintomas de dor (Fig. 1 a 8 e
gráfico 1), as áreas mais afectadas são:
� Região da parte inferior das costas - região lombar da coluna (59,1 %; n
= 39);
� Punhos e mãos (39,4%; n = 26);
� Pescoço e ombros (ambas de 27,3%; n = 18 );
� Região da parte superior das costas – região cervical da coluna - e
joelhos (ambas de 21,2 %; n = 14);
� Ancas e coxas (18,2%; n = 12);
� Tornozelos e pés (16,7%; n = 11);
� Cotovelos (10,6%; n = 7).
P rev alênc ia de dor mus c ulo-es quétic a em trabalhadores de armaz ém
s eg undo a s ua loc aliz aç ão
39
2618 18
14 14 12 117
0
20
40
60
P IC PM P O P S C J AC TP C
S érie1
P – Pescoço O – Ombros PSC – Parte Superior das Costas C – Cotovelos PM – Punhos/Mãos PIC – Parte Inferior Costas AC – Ancas/Coxas J – Joelhos TP – Tornozelo(s)/Pé(s)
O facto da região coluna lombar ser a zona mais afectada não nos
surpreendeu, pois o transporte e manuseamento de cargas em posições e
atitudes de trabalho inadequadas oferece uma enorme sobrecarga sobre esta
região músculo-esquelética.
Posteriormente, apresentamos no quadro 1, alguns estudos
comparativos, desenvolvidos por outros autores onde se podem encontrar
resultados idênticos aos nossos.
FIG. 10 - Frequência de dor segundo a sua localização
44
Autor Ano N Zonas mais referidas
Trelha et al. 2002 56 Lombar 35,7 ; Ombros 28,6 ; Punhos/Mãos 12,5%
Kotiarenko 2005 153 Cervical 69,9%; Ombros 64,7; Lombar 62,5
Rocha 2008 70 Lombar 54%; Ombros 16%; Braço Esquerdo 7%
Macedo
Pres. estudo
2008
2008
100
66
Lombar 60,9%; Ombros 43,5%; Pescoço/Cervical 39,2 %
Lombar 59,9%; Punhos/mãos 39,4%; Pescoço/Ombros 27,3%
Quadro 4 - Comparação entre o estudo actual e a frequência de lesões músculo –
esqueléticas por região
Após a análise do quadro supracitado, foi verificada uma certa
semelhança a nível das zonas mais afectadas. O estudo de Kotiarenko (2005),
realizado com médicos dentistas, é o único que refere a região da coluna
cervical como a zona de maior prevalência de lesão. O estudo de Macedo
(2008), também realizado com médicos dentistas, refere esta mesma zona,
mas não como o local de maior prevalência. Trelha et al. (2002) estudou
funcionários de supermercado e Rocha (2008) estudou trabalhadores da área
de produção de uma empresa de mobiliário; ambos encontraram resultados
bastante semelhantes àqueles por nós verificados, pois referem as regiões da
lombar da coluna, ombros e punhos/mãos como as mais atingidas. Estes
resultados parecem-se justificar, pelo facto de no grupo de trabalhadores que
constituem a amostra destes dois estudos, o transporte e manuseamento de
cargas serem comuns, assim como acontece no nosso.
Frequência de LMERT
Ao analisarmos a frequência de LMERT, o resultado encontrado foi
bastante esclarecedor (ver fig. 11). Dos trabalhadores entrevistados, 97 % (n =
64) alegaram sintomas de dor em pelo menos uma parte do corpo nos últimos
12 meses. Os valores por nós encontrados são superiores aos dos estudos de
Trelha et al. (2002) – 73,2%, Rocha (2008) – 75,71% e Macedo (2008) –
76,7%, e são justificados pelo facto dos trabalhadores por nós analisados
serem os que apresentam uma maior exigência em termos osteo-articulares e
musculares.
45
3%
97%
N S
Relativamente à frequência de LMERT em função do sexo, apenas um
indivíduo de cada género não apresentou sintomas de dor (fig. 12). Os valores
por nós encontrados diferem claramente dos descritos por Kotiarenko (2005) –
feminino 44,4%; masculino 54,9%; e Macedo (2008) - feminino 46,6%;
masculino 53,3%. No entanto parece-nos importante referir que os nossos
trabalhadores, devido aos prémios por produção, focam a sua atenção para a
execução rápida do trabalho esquecendo-se, deste modo, dos princípios
ergonómicos básicos e que a profissão que testámos é bem mais exigente do
que a dos médicos dentistas, daí a maior frequência de lesão.
Este ponto é, no mínimo, preocupante pois podemos verificar que as
condições de trabalho de trabalhadores de armazéns de uma empresa de
distribuição de produtos de consumo podem constituir-se como um importante
factor de risco para a instalação de doença.
FIG. 11 - Sintomas de dor, nos últimos 12 meses, em pelo menos uma parte do corpo
FIG. 12 - Frequência de LMERT - sexo masculino/feminino (N = Não, S = Sim)
Prevalênc ia de L ME R T - s exo
m as c ulino
97%
3%
S N
Prevalênc ia de L ME R T - s exo fem inino
97%
3%
S N
46
IX- Proposta de exercícios de acordo com a frequência de LMERT
X - Referências Bibliográficas
53
Referências Bibliográficas
Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2000). Lesões por esforços repetitivos nos Estados-Membros da UE. Síntese de um relatório da Agência, Tema 6. Albuquerque, L. ; Limongi – França, A. (2008). Estratégias de recursos humanos e gestão da qualidade de vida. RAUSP –Revista de Administração. 33(2):40 – 51. Aparecida, R. (2008). Estudo da prevalência de lesões esqueléticas relacionadas com o trabalho (LMERT) em médicos dentistas e proposta de um programa de ginástica laboral. Porto. Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Araújo, D.; Araújo, C. (2000). Aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Universidade do Rio de Janeiro. Autoridade para as condições no trabalho (2007). Atenção! mais carga não. Disponível em http://www.act.gov.pt/noticias.aspx?id=5 Barata, T.; Branco, J.; Caetano, M.; Clara, H.; Pereira, J.; Horta, L:; Lisboa, P:; Lynce, N.; Malta, Á.; Manaças, M.; Manso, C.; Matos, M.; Mendes, M.; Miller, R.; Santo, E.; Sardinha, L.; Virella, D. (1997). Actividade física e Medicina Moderna. Europress, Póvoa de Santo Adrião. Bernard, B. (1997). Musculoskeletal disorders and workplace factors: a critical review of epidemiologic evidence for work – related musculoskeletal disorders of the neck, upper extremity and low back. Cincinnati: NIOSH Blair, S. (1993). Actividad Fisica, Aptitud Física y Salud. Instituto de Investigaciones Aeróbicas. Texas Bouchard, C. e Shepard, R.J. (1994). Physical activity, fitness and health: the model and the Key concepts; consensus statement. Human-Kinetics. Bjurvald, M. (1999). Swedish regulation of musculoskeletal disorders. TUTB. Calado (2007). Lighten The Load. Disponível em http://osha.europa.eu/en/publications/annual_report/2007full Cardain, L.; Gotshall, R.; Eaton, S.; Eaton III, S., (1998). Physical activity, energy expenditure and fitness: an evolutionary perspective. Int. J. Sports Med, 19: 328-335. Caspersen, C., (1987). Physical inactivity and coronary heart disease. The physican and sportmedicine.
54
Inspecção-Geral do Trabalho e do Centro de Estudos Judiciários (2005). Da prevenção à reabilitação. Conclusões e comunicações do Congresso Nacional de Acidentes de Trabalho. Disponível em http://www.igt.gov.pt/IGTi_P01.aspx?prd=A000000000002217&cat=Cat_Noticias_SubNoticias1&lang Coelho, A. (2000). Perturbações musculo-esqueléticas: realidade nacional. Divulgação, Segurança e saúde no trabalho. Correia , S.; Guerra, C.; Teixeira, T.; Santos, E; Espirito-Santo, K.; Carolino, E.; Coutinho, I. (2007). Programas de Ginástica laboral: influência na prevenção de LMELT. Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. Segurança, Petrica Editores. Garganta, R. (2000). Caracterização do esforço e dos efeitos induzidos pela pratica de actividades de academia na aptidão física e no auto- conceito físico. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Harrington, J. et al. (1998). Occupational Health. New York: Backwell Publishing. American College of Sport Medicine. ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 7th ed, Baltimore, MD: Lippincott Williams & Wilkins, 2006. American Heart Associatino (www.americanheart.org). Accessed September 15, 2006. Pinheiro, F.A., Tróccoli, B.T. e Carvalho, C.V. (2002). Validação do questionário nórdico de sintomas osteomusculares como medida de morbidade. Revista de Saúde Pública, 36 (3), 307-312. Instituto Nacional de Estatística (1999). Centro de investigação em actividade física e lazer (CIAFEL). Disponível em http://www.fade.up.pt/recreacao/Investigacao/Index.html Instituto Nacional de Estatística (2002). As causas de Morte em Portugal. Disponível em: www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=93940&att_display=n&att_download=y Inspecção geral do trabalho (2008). Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais. Disponível em http://www.igt.gov.pt/IGTi_P14.aspx?cat=Cat_Faq_Acidentes_de_Trabalho_e_Doencas_Profissionais&lang=
55
Kotiarenko, A. (2005). Prevalência de distúrbios osteomusculares nos cirurgiões dentistas do meio oeste catarinense. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC. Lima, V. (2003). Ginástica Laboral, Atividade Física no Ambiente de Trabalho. Liberdade: Phorte Editora. Lordêlo, F. (2008). Segurança do trabalho. Faculdade de Tecnologia e Ciências. Disponível em http://www.ead.ftc.br/portal/upload/bacharelado/comuns/06-Seguran%C3%A7adoTrabalhoI.pdf Neves, R. (2003). Contributo para a avaliação de sinais e sintomas de lesões músculo - esqueléticas do membro superior ligadas ao trabalho. Tese de Licenciatura apresentada à Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. Nunes, J.; Barros, J. (2004). Fatores de risco associados à prevalência de sedentarismo em trabalhadores da indústria e da Universidade de Brasília. Revista Digital. 69. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd69/risco.htm. Mariovet, S. (1998). Aspectos sociológicos no Desporto. Lisboa: Livros Horizonte, Lda. Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (2007). Decreto Regulamentar n.º 76/2007. Disponível em http://dre.pt/pdf1s/2007/07/13600/0449904543.pdf Organização Mundial de Saúde (2003). Por tu salud, muévete. Disponível em http://www.who.int/moveforhealth/publications/en/mfh_concept_paper_spanish.pdf Polito, E.; Bergamashi, E. C (2002). Ginástica Laboral: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint. 25-76. Queiroz, M. (2001). Reumatologia – Fronteiras com outras especialidades. Lisboa: Edições Lidel – Edições Técnicas, Ltda. Ranney, D. (2000). Distúrbios osteomusculares Crónicos Relacionados ao Trabalho. São Paulo: Editora Roca. Reis, R.; Pinheiro, T.; Navarro, A. e Martin, M. (2000). Perfil da demanda atendida em ambulatório de doenças profissionais e a presença de lesões por esforços repetitivos. Revista de Saúde Pública. 34(3): 292-298. Special Eurobarometer (2004). The citizens of the European Union and Sport. Serralheira, F. (2007). Lesões músculo - esqueléticas ligadas ao trabalho: que métodos de avaliação de riscos? Tese de doutoramento em Saúde Pública. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa.
56
Serralheira, F.; Lopes , F.; Uva, A. (2004). Lesões Músculo – esqueléticas e trabalho: uma associação muito frequente. Jornal de Ciências Médicas. Tomos CLXVIII. Blair, S. (1993). Actividad Fisica, Aptitud Física y Salud Pid: 204. Instituto de Investigaciones Aeróbicas, Clínica K. Cooper, Dallas, Texas Silva, J. (2008). Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis. Bom para si. Bom para as empresas. Disponível em http://www.igt.gov.pt/DownLoads/content/mensagem_ministro_aberturasemanaeuropeia2008.pdf Trelha, C.; Cunha, A.; Silva, D. (2002). LER/DORT em operadores de checkout: um estudo de prevalência. Salusvita;21(3):87-105 Uva, A.; Graça, L.; (2004). Glossário de Saúde e Segurança do Trabalho. Cadernos Avulso. Zilli, C. M. (2002). Manual de cinesioterapia/Ginástica Laboral. Uma tarefa interdisciplinar com Acção multiprofissional. Curitiba: Lovise.
XI -Anexos