PROMETEO DE NUEVO ENCADENADO: LA TRADUCCION/RE-CREACION LITERARIA

JULIO CESAR SANTOYO

Universidad de León

«En mi opinión, la obra literaria más difícil es la traducción» Alphonse de Lamartine

E n el m a r c o de estos Segundos E n c u e n t r o s C o m p l u t e n s e s en t o rno a la t r aducc ión , t an a le jados ya de aque l los tentat ivos Pr imeros E n c u e n t r o s que aqu í nos r eun i e ron hace t an sólo u n a ñ o , el t í tulo bajo el que hoy se presen­ta mi p e q u e ñ a y discut ible con t r ibuc ión , Prometeo de nuevo encadenado, podr ía h a b e r h e c h o sospechar a m á s de u n o , po r sus var ias posibles inter­pre tac iones , que mi metáfora clásica se e n c a m i n a b a a la imagen t radic io­nal del hi jo del t i tán Japeto , l u c h a d o r esforzado y e n g a ñ a d o r de dioses, que , e n c a d e n a d o a u n p e ñ a s c o del C á u c a s o , ve desga r r adas día a d ía sus ent ra­ñ a s po r u n águi la en cast igo, según u n o s , po r h a b e r r o b a d o el fuego en la fragua de Hefesto y habérse lo en t regado a los mor ta les con t ra la vo lun tad de Zeus , o b ien , según otros, entre los que se c u e n t a n A p o l o d o r o , Ovid io y L u c i a n o , p o r h a b e r m o d e l a d o en b a r r o a la est irpe h u m a n a y haber le in fund ido la vida. M u c h o de este P rometeo , es verdad , hay en todo t r aduc ­tor: t i tán t a m b i é n él en lucha con textos imposibles , e n g a ñ a d o r de au tores lo m i s m o que de lectores (en i ta l iano d i r ían traduttore traditore), y r emero p e r e n n e m e n t e e n c a d e n a d o al d u r o b a n c o de la equiva lenc ia , n o hay profe­s ional de las letras m á s desga r rado que el t raductor , y n o p o r u n águi la , que fuera sufr imiento l levadero, s ino po r su p rop ia neces idad de e lección y decis ión.

Pero hay m á s P rome teos que Prometeo . Sólo a med ias fue el mi to clási­co m i inspi rador . La otra mi t ad procede de u n a novela de M a r y Shelley escrita a or i l las de los lagos suizos en el l luvioso y desapac ib le v e r a n o de 1816, u n a novela q u e nac ió sugerida po r lord Byron y que lleva el t í tulo de Frankenstein o el moderno Prometeo. C o m o saben qu ienes la h a n leído o h a n visto c ua lqu i e r a de sus vers iones c inematográf icas , F rankens te in es el doc ­tor que m e d i a n t e impu l sos ga lvánicos da nueva vida a u n o s restos i nan i -

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m a d o s , c r e a n d o así u n nuevo ser. que en el relato carece de n o m b r e y que acaba , po r cierto, de s t ruyendo a su p r o p i o hacedor . « M o d e r n o P r o m e t e o » p u d o l l a m a r M a r y Shellcy al doc to r F r a n k e n s t c i n p o r q u e , a s eme janza del héroe mitológico, t a m b i é n aqu í se relata la t rágica his tor ia de q u i e n desafió los na tu ra l e s des ignios d iv inos y, sin ser él m i s m o Creador , osó a t r ibui rse poderes reservados a la d iv in idad y h a c e r surgir la vida d o n d e n a d a hab í a .

Este era el p u n t o exacto de in tersección en el que se c r u z a b a n mi idea de hoy y el mi to ac tua l i z ado en el relato de M a r y Shelley. E n efecto, t odo tra­duc to r se me an to ja u n a suerte del doc to r F rankens tc in (o, si el n o m b r e p r o d u c e cierto r epe luzno , u n a suerte de m o d e r n o Prometeo) , d a d o r de vida, c o m o ellos, y c o m o ellos creador. P o r q u e en definit iva en t o r n o a la crea­ción, re-crcación y t r ansc reac ión p r e t e n d o hoy hace r girar mi so l i loquio : en t o r n o y a l r ed ed o r de esa pecu l ia r y ex t r aña metamor fos i s que t iene lugar en la m e n t e del t r aduc to r l i terar io, de la vida que allí se da , o de la v ida q u e allí se qui ta , que t a m b i é n en este génesis cuen ta el b r a z o de C a í n .

C u a n d o se me p r o p u s o par t i c ipa r en estos encuen t ros , mi t e m e r i d a d me llevó a elegir el t ema de la t r aducc ión l i teraria, qu izá sin l legar a m e d i r b ien la h o n d u r a del pel igro en que me a d e n t r a b a . La t r aducc ión de l i tera tura en genera l , y de poesía en par t icular , es, con m u c h o , el vórtice al que t odo pa re ­ce a b o c a d o en el m u n d o de la t r aducc ión , p ied ra de t oque a la que a c u d e n las m á s diversas teor ías en busca del ú l t imo t emple y en la que q u i e b r a n de golpe la mayor ía . U n a t r aducc ión l i teraria que , a pesa r del e spec tacu la r y va r iop in to desar ro l lo de los es tudios filológicos, l ingüís t icos , textuales y crí t icos e x p e r i m e n t a d o en los ú l t imos decen ios , a pesa r de nuevos y sucesi­vos p l a n t e a m i e n t o s en la d i sc ip l ina que hoy se conoce c o m o traductología, translémica, translatatología o estudios de traducción, s igue h a c i é n d o s e de for­m a es t r i c tamente morosa y m a n u a l , ind iv idua l y au tod idac t a , n i m á s ni m e n o s que c o m o se hac í a hace a h o r a mil o dos mil añ o s . Podrá h a b e r h a b i ­do m o d a s y vaivenes, pe ro la esenc ia de los m o d o s t r aduc to res sigue s i endo la m i s m a : u n a so ledad intui t iva del t r aduc to r frente a la ob ra que t raduce , u n pug i la to pe r sona l y sin testigos ent re el h o m b r e y el texto. N a d a ha c a m b i a d o aqu í c o n el p a s o del t i empo . Ni lo m u c h o q u e sobre el t r aduc i r se h a escri to ni los m u c h o s med ios ex te rnos c o n q u e hoy cuen ta el t raductor . Q u i z á d o n d e an tes sólo h a b í a u n a p l u m a de ave c a l a d a en t inta h a y a h o r a u n a pi la de d icc ionar ios , u n a m á q u i n a de escr ibir y has ta u n a pan ta l l a de o r d e n a d o r a dob le v e n t a n a . Pero tales c a m b i o s « técnicos» en n a d a h a n mod i f i cado ni s iquiera la ep ide rmis del p roceso t raductor . Teoría y prác t ica c o n t i n ú a n tan d i soc iadas en la t r aducc ión l i teraria q u e en ella todav ía resulta vá l ido lo q u e a p e n a s es cier to ya de n i n g ú n o t ro c a m p o del saber : que n a d a vale t an to en ella c o m o la exper ienc ia pe r sona l que se ob t i ene en el p r o p i o tajo, c r u z a d o ya el u m b r a l de la b o c a m i n a . Gco rgc Stcincr, que tan a c e r t a d a m e n t e h a escri to de t r aducc ión , lo r econoce a b i e r t a m e n t e : «In the daily practice of translation, the sum of empirical evidence, of "pragmatics", is, self-evidently, the most telling» (1984, p . 13). E n este sen t ido , la teor ía t ra-

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duc to ra genera l h a seguido c a m i n o s p rop ios que a p e n a s n u n c a h a n r o z a d o las l indes de la vers ión l i teraria. Esta h a s ido ten ida p o r t abú , z o n a p r o h i b i ­da m i n a d a p o r las excepciones , en la que todo c o n t i n u a b a c o m o en pasa ­das gene rac iones , lenta y a r t e s ana lmcn te , con u n a prác t ica ina l t e r ada po r el pa so de las m o d a s . La s i tuac ión ya la cons t a t aba el crí t ico ruso Efim E tk ind en 1982: «Au cours de ces dernières annéss ont surgi —et ont disparu aussi vite— un grand nombre de théories fort abstraites; leur multitude comme la complexité sans cesse croissante de la terminologie employée n 'ont rien fait pour améliorer la pratique de la traduction» (1982, p. XIX), una práctica que es pre­c i s amen te la que a c a b a d e m o s t r a n d o la inv iab i l idad del m á s e l a b o r a d o sis­t ema teórico y c o n f i r m a n d o una y otra vez «what can only be described as a great gulf between translation theory and practice» (Sne l l -Hornby , 1984, p . 105). E n t r aducc ión , y m á s si es l i teraria, t odo el a n d a m i a j e lógico de u n s is tema p u e d e d e r r u m b a r s e bajo el peso de u n a sola p r u e b a empí r i ca . La ve rdad es que n o hay t ema en esta d isc ip l ina , ya de po r sí t an comple ja , q u e presente m á s y mayores p r o b l e m a s , b u e n a par te de ellos i r resolubles . M i e n ­t ras en la vers ión de textos operativos e informativos ( según t ipología de K. Rciss) la m á s i m p o r t a n t e dif icul tad der iva de su c o n d i c i ó n textual y de la a d e c u a d a re fo rmulac ión te rminológica , en el texto l i terar io (que Rciss d e n o m i n a expresivo) las b a r r e r a s léxicas c o m u n e s n o resu l tan par t icu la r ­m e n t e in supe rab le s , salvo casos ex t remos c o m o el de Finnegans Wake, pe ro en c a m b i o la dif icul tad global se acrecienta has ta l ímites i n s o s p e c h a d o s , que a c a b a n conv i r t i endo el t raducir , c o m o ya apos t i l l aba J u a n de Jáuregu i a p r inc ip ios del siglo XVII , en u n « t raba jo del que salen casi todos desgra­c i a d a m e n t e » .

Este e s t ado de conc ienc ia que subraya la excepc iona l a spe reza de la vers ión es tópico an t i guo del que c o n s e r v a m o s a b u n d a n t e s t e s t imonios ; a l gunos de n o t a b l e va lor crí t ico. Recuérdese el pa rece r de G a r c i l a s o (que mi p rop ia exper ienc ia m e lleva a compar t i r ) : «Tan dificultosa cosa (es) tra­duc i r b i en u n l ibro c o m o haccl le de nuevo» . Son m u c h o s los q u e en esta t rad ic ión , u n p a s o a d e l a n t e de Garc i l a so , h a n o p i n a d o que t r a d u c c i ó n y c reac ión l i terar ias n o sólo es tán equ i l i b radas , s ino que el fiel de la b a l a n z a se inc l ina n í t ido a favor de la dif icultad t raduc tora . Todo nues t ro Siglo de Oro , n a d a procl ive p o r o t ro l ado a la reflexión t raduc to ra , acep tó sin ape ­n a s excepc iones q u e la o p e r a c i ó n de t r aduc i r enc ier ra s i empre b a r r e r a s m á s a r d u a s de supe ra r que la de la m i s m a compos i c ión p r imera . C i e n a ñ o s de spués de Garc i l a so , po r e jemplo, en 1633, José A n t o n i o G o n z á l e z de Salas ut i l iza ya el super la t ivo pa ra calificar esta c o m o « u n a de las m á s diffi-cu l tosas o p e r a c i o n e s de el ingenio» , frase que , p o r cierto, n o dis ta t an to de la o p i n i ó n m á s c o n t e m p o r á n e a de I. R icha rds , c u a n d o califica a la t r a d u c ­c ión c o m o «probably the most complex type of eventyet produced in the évolu­tion of the cosmos» (1953, p . 250).

¿ D ó n d e reside esta dif icultad añadida? El c o n s e n s o a p u n t a esta vez a la espec ia l í s ima c i r cuns t anc i a de tener que p r o d u c i r u n a «l i tera tura a j ena» .

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dos t é r m i n o s an togón icos , que , n o obs t an t e , y b i en que ma l , es prec iso casar, a u n q u e e n el i n t en to c ru jan y se d e s c o y u n t e n los m i e m b r o s del tra­ductor .

Está en p r i m e r lugar la dif icul tad de «hace r» l i tera tura , u n c o n c e p t o i n a p r e h e n s i b l e (por i naba rcab le ) , y n o c a b e d u d a que discut ible . El «va lor» l i terario, c o m o c u a l q u i e r o t ro al que el ser h u m a n o i m p o n e su p o n d e r a c i ó n es t imat iva , es de c o n d i c i ó n relat iva, n u n c a un ívoca ni abso lu ta , y en conse ­cuenc ia , sobre es tar sujeto a m o d a s y a l t e rac iones r a ra vez objet ivas , se mate r ia l i za en m u y dis t in tos niveles de « l i t e ra tu r izac ión» , en g rados var ios de « c o n c e n t r a c i ó n » l i teraria , si se m e pe rmi t e el t ecn ic i smo q u í m i c o . U n a cosa es cierta, con todo : l i tera tura y lenguaje es tán i n d i s o l u b l e m e n t e un i ­dos , has ta el p u n t o de c o m p a r t i r a m b o s la m i s m a sus tanc ia . F o r m a par t i cu­la r de lenguaje , «toujours un systéme de confuís» (E tk ind , 1982, p . 13), la lite­ra tu ra n o es o t ra cosa que i d i o m a en tens ión m e d i d a . Some t ida a la t r ansus -t anc i ac ión inter l ingüís t ica , y en c la ra p royecc ión empí r i ca de la n o c i ó n de equ iva lenc ia , u n a o b r a l i teraria r enace en el nuevo i d i o m a some t ida po r fuerza a d is t in tas t ens iones in te rnas , p o r q u e las leyes textuales son a h o r a ot ras , y el s i s tema entero , l ingüís t ico y estético, t a m b i é n lo es (Etk ind , 1982, p. XV). Quizá rechinen en exceso las connotac iones perogrullescas de la fra­se, pe ro la t r a d u c c i ó n de u n f ragmento l ír ico es a su vez n u e v a lír ica o no es n a d a . Rec reac ión o a n i q u i l a m i e n t o : la vers ión l i teraria n o c o n o c e m á s a l te rna t ivas . Si n o qu i e r en h e d e r a cadáver , y n o es o lor q u e ag rade a n in ­gún t raductor , las t r aducc iones de l i tera tura h a n de r enace r ves t idas c o n los pr imi t ivos a t u e n d o s . D e lo con t ra r io , el texto q u e se h izo p a r a servir de expresión q u e d a r á r educ ido a niveles p u r a m e n t e operativos o, q u i z á con suerte, informativos; se seguirá p r o d u c i e n d o lo q u e Ste iner d e n o m i n a «trans-ference of semantic energies between mutually distinct and reciprocally incom-prehending tongues» (1984, p . 14), pe ro la c o n d i c i ó n l i terar ia que cons t i tuye su ú n i c o «valor» se h a b r á e s f u m a d o p a r a s i empre en el p roceso de t ransfe­rencia . Se h a d i c h o y repet ido con d is t in tas fo rmulac iones que , « a u n q u e las ideas n o son del t raductor , la expres ión sí lo es» (Vázquez Ayora , 1977, p. 42) y q u e ella es el á m b i t o en el que el t r a d u c t o r se desenvuelve : el m i s m o á m b i t o de la l i te ra tura , que , p o r de l an te y p o r e n c i m a de c u a l q u i e r o t ra con­s iderac ión , es d o m i n i o de la p a l a b r a en c u a n t o forma y veh ícu lo expres ivo. E n l i tera tura , p a r a f r a s e a n d o a E tk ind , la idea n o es cas i n u n c a lo p r inc ipa l ; m u y a m e n u d o t a n sólo es el pre texto (1982, p . 13). Pre texto lo fue, efectiva­m e n t e , en la p r o d u c c i ó n novel ís t ica de N iko l a i Gogo l , el a u t o r de Taras Bulba y Las almas muertas, cuya ob ra , en p a l a b r a s de su c o m p a t r i o t a Vladi­mi r N a b o k o v , «es u n f e n ó m e n o de lengua , n o de ideas , c o m o todas las g r a n d e s e m p r e s a s l i terar ias». Y ex t iende N a b a k o v la ap l i cab i l i dad del c o m e n t a r i o a c u a l q u i e r o t ro escr i tor ruso , q u e vale t a n t o c o m o deci r a cua l ­qu ie r o t ro escritor, sea ruso , ang losa jón o l a t ino ( Ivanov, 1984, p . 172). La p a r a d o j a m á s rad ica l de la t r a d u c c i ó n l i terar ia es q u e son precisamente los « f e n ó m e n o s de l engua» , po r h a c e r uso de su t e rmino log ía , los q u e « h a c e n »

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l i te ra tura y al t i e m p o resu l tan in t raduc ib ies . En el texto l i terar io p r i m a la m a n i p u l a c i ó n l ingüís t ica , y t an to m á s c u a n t o m á s se a c e n t ú a su carácter , en niveles que v a n desde lo q u e Or tega d e n o m i n a b a « p e q u e ñ a s e ros iones a la g ramát i ca , al u s o es tab lec ido , a la n o r m a vigente de la l engua» (1961, p . 106) ha s t a los l ímites m á s d i s tan tes del su r r ea l i smo , d o n d e el lenguaje lo es t odo y los c o n t e n i d o s se d i f u m i n a n . L a t r a d u c c i ó n l i terar ia es así, p o r na tu ra l eza , la de u n texto en el q u e el peso específico del l enguaje es s iem­pre , en u n a u o t ra m e d i d a , excepc iona l . C u a n t o m a y o r esc peso m a y o r asi­m i s m o la c o n d i c i ó n l i teraria del texto. A h o r a b ien , si tal es la c o n d i c i ó n del texto l i terar io que en él lo que p r i m a es la m a n i p u l a c i ó n p e r s o n a l del len­guaje, que tal cosa es el estilo, la t r a d u c c i ó n l i teraria sólo p u e d e a l c a n z a r sus objet ivos si a c u d e a recursos de c reac ión que p l a n t e e n en el s e g u n d o i d ioma u n a r e invenc ión de los múl t ip les confl ictos q u e c a r a c t e r i z a b a n el texto p r imero . Cie r to q u e los «niveles de l i t e ra tu r i zac ión» , c o m o ya dije an tes , n o s o n los m i s m o s en u n a o b r a q u e en ot ra y q u e la d i s tanc ia art íst ica p u e d e ser m u c h a ent re u n a s p á g i n a s de R ó m u l o Ga l legos , M a l l a r m é o Tagore y o t ras de G . Verga, de G a b r i e l M i r ó o del m i s m í s i m o Uiysses, de Joyce. T a m p o c o la p l u r a l i d a d in t e rna d e confl ictos y su in t e racc ión textual (E tk ind . 1982, p . 13) es la m i s m a en u n a l i te ra tura q u e en otra , en u n a época que en ot ra , e n u n i d i o m a q u e en ot ro . N i los m i s m o s ni de igual c o n d i c i ó n . Es evidente , ba jo este p u n t o de vista, q u e c u a n t o m á s c a r g a d o esté u n texto de va lores l i terar ios , m á s difícil (o inc luso impos ib le ) su t r a d u c c i ó n : a m a y o r nivel de « l i t e ra tu r izac ión» o de « c o n d e n s a c i ó n » l i teraria , m a y o r e s r eque r imien to s mimé t i cos p rec i sa rá el t raductor , has ta a c a b a r a p e l a n d o a la t r ans -c reac ión o «creation parallèle», c o m o la d e n o m i n a Sylvère M o n o d (Etk ind . 1982, p . 6), y a l c a n z a r con ella las c u m b r e s m á s a l tas de la c o n d i ­c ión poét ica , v e d a d a s ya p o r c o m p l e t o al t r a d u c t o r q u e ú n i c a m e n t e sabe de t ransfer i r «energ ías s emán t i ca s» . L a au tén t i ca poseía t an sólo se recrea: es u n p r i n c i p i o q u e p o d r á discut i rse , pe ro n o con t radec i r se . A d v i é r t a n s e las p a l a b r a s de M a n u e l Múj ica L a í n e z . que escr ib ió p o c o de t r aducc ión , pe ro que sab ía de su p r a g m á t i c a m u c h o m á s q u e m u c h o s teór icos «a la viole ta»:

Un poema... es imposible de traducir.. Más que la prosa, la poesía refleja, misterio­samente, la respiración espiritual de su creador. Y eso, ese ritmo íntimo cuya elabo­ración resulta de la correspondencia insustituible entre la idea y la palabra, es algo que sólo el autor de un poema puede producir, puesto que se trata de algo inheren­te a su propia esencia... El traductor de un poema... debe elegir y desechar, interpre­tar y adaptar. En una palabra, debe «recrear». El poema que quiere traducir debe ser considerado por él como un punto de partida inspirador... Replanteadas así las cosas.... la traducción poética se torna posible y justificada, al transformarse, como decimos, en una «recreación» El traductor debe volver a «crear» (Santoyo, 1987. pp. 252-253).

Siete años antes de que Mújica escribiera estas l íneas, en 1956 R o m a n Jakobson, que no era poeta, que no era t ampoco t raductor de literatura, sino un lingüista de reconocido prestigio, dejó escrita una de las frases más lapidarias

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que sobre el tema puedan encontrarse: «Poetry by definition is untranslatable; only creative transposition is possible» (1956, p. 238); incluso se ha llegado a defi­nir la poesía (y ustedes conocerán la cita) precisamente como aquello que se pierde en traducción. De ahí que tanto seudotraductor «literario» produzca versiones que n o suenan ya a literatura, sino a sucedáneos desprovistos del sello individual izador que marcaba su «valor» original; de ahí que tanto «autor t raducido nos parezca siempre un poco tonto», como escribe Ortega (1967, p. 110); de ahí que para t raducir poesía haya que ser poeta, y ello a pesar de la opinión de Diderot, que niega tal extremo («Je croyait, avec tout le monde, qu 'un poetepouvait étre traduitpar un autre: c'est une erreur et me voilá désabusé...», Letre sur les aveugles); de ahí que para t raducir cualquier forma de literatura haya que tener las cual idades del escritor-creador, y no por el pruri to del nom­bre consagrado, que seria motivo insensato (valgan como muestra las muy defi­cientes traducciones que U n a m u n o h izo del inglés y a lemán) , sino porque sólo el escritor sabe y puede «recrear»; de ahí que las mejores t raducciones lleven con tanta frecuencia la firma de un h o m b r e de letras conocido por su propia producción literaria, sea poeta o ensayista: el caso entre nosotros de Manue l Azaña, José Mar ía Valverde, Gabriel Ferrater, Cabrera Infante o Julio Cortá­zar; de ahí que las mejores versiones de los sonetos de Shakespeare son las de Garc ia Calvo y Mújica Laínez, y no en mi opinión personal , que fuera injustifi­cada, sino en la de Micaela Muñoz , que recientemente ha dedicado toda una tesis doctoral de 900 páginas al estudio detal lado de 21 traducciones distintas de estos poemas , incluidas varias h i spanoamer icanas . El veredicto final de la doctora M u ñ o z dice entre otras cosas al té rmino del exhaustivo cotejo:

Agustín García Calvo es el traductor que más se aproxima al original, como queda demostrado en el análisis de cada uno de sus sonetos. Cuida todos los aspectos y estructuras. El léxico es riguroso, preciso y acertado... Mima los efectos poéticos y musicales: rimas, metro, figuras, estructuras paralelas... Además de haber traduci­do los sonetos con un nivel de acierto prácticamente homogéno... consigue un difí­cil y raro equilibrio entre las formas y los contenidos poéticos... Pese a las inequiva-lencias registradas (que son las menos de todos los traductores estudiados)..., la tra­ducción de García Calvo es la más recomendable y conseguida, y una de ¡as pocas que en cierto modo invalidan el repetido aforismo italiano de «traduttore traduci­ré»... Además de una densidad poética similar a la de Shakespeare (con las limita­ciones pertinentes), ofrece un ejercicio lingüístico difícilmente superable. Las ver­siones españolas de los sonetos del poeta de Stratford... tienen en García Calvo una referencia inexcusable (1987. pp. 838-839).

C o m o referencia inexcusable son también las t raducciones de Rilke; o las versiones de poemas orientales al inglés en la p luma de Arthur Waley; o el dra­ma de Schiller, Wallenstein, en t raducción inglesa de Coleridge, al que la Enci­clopedia Británica califica de «brilliantly translated»; o el Ulysses, de Joyce, t raducido al francés por August Morell y revisado por Valéry Larbaud; o las t raducciones de los novelistas de la «generación perdida» nor teamer icana que también al francés hizo Coindreau antes de la Segunda Guer ra Mundia l , «recreaciones magistrales», según Garc ía Márquez , que saca la obvia conse-

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cuencia de que con ellas: «Coindreau no fue un traidor, sino todo lo contrario: un cómplice genial»; o, ya que ha surgido el nombre de Garc ía Márquez , las actuales traducciones inglesas de Grcgory Rabassa hace de su prosa, en las que el propio autor reconoce que encuentra pasajes que le gustan más que en caste­l lano (1982, p. 9). N o es de extrañar, en estas circunstancias , que Garci laso elo­giara tanto el Cortesano de su amigo Boscán, o que Cervantes hiciera lo propio con la Aminta en versión de Juan de Jáuregui, dos (por cierto) de las escasas tra­ducciones de los siglos XVI y XVII que, precisamente por su carácter de recrea­ciones vivas, a lcanzaron el estatus de «clásicos» dentro del polisistema literario castellano. Otro tanto quis iéramos poder decir de los centenares de traduccio­nes que en el pasado se han hecho y de los centenares y miles que hoy se hacen. Y otro tanto, cómo no, quis iéramos también poder decir de esas vergonzantes «adaptaciones» (así las l l aman) tan frecuentes en la escena española, en las que, so capa de versión «creadora», el últ imo botarate de la lista se cree con derecho a enmendar l e la p lana a cualquier clásico nacional o extranjero y a cometer, en n o m b r e de la «modern idad» , los más incalificables desafueros tex­tuales. Creo firmemente en la frase de Mar iano de Vedia y Mitre: «el traductor ha de dar. so pena de no ser nada , nueva vida a una creación ajena» (Santoyo, 1987, p. 217), pero «nueva vida» no equivale a «libertinaje», ni mucho menos a «muerte alevosa», como viene ocurr iendo. De lo que en definitiva se trata es de que el té rmino «equivalencia», raíz de la disciplina translémica, cubra todo su alcance semánt ico y dé al lector de la lengua meta un producto que en el nuevo polisistema literario resulte también literariamente equivalente al texto original. Esta equivalencia, l lámesela pragmática, d inámica o translémica. sólo median­te re-creación puede alcanzarse. C u a n d o así ocurre, autor y t raductor debieran ir juntos en portada, padres ambos de la nueva criatura. De uno «es» la obra en el id ioma primero; del otro lo «es» en la lengua meta. Sin autor no habr ía obra, es verdad; pero, en la misma medida, supr imida la figura del traductor, nunca habr íamos conocido el milagro de la reencarnación lingüística.

Evidente como es que el t raductor recrea en lengua propia la literatura que sus ojos c o n t e m p l a n en la ex t raña , n o es m e n o s cier to q u e tal o p e r a c i ó n la real iza en t re gril letes: l i teratura e n c a d e n a d a , c o m o P r o m e t e o , a la roca del or ig ina l a jeno. D e aqu í su p e r e n n e pa rado j a , que s i endo la l i tera tura crea­c ión en l iber tad, el t r aduc to r r enunc i a a ella y v o l u n t a r i a m e n t e se somete a la s e rv idumbre de la equ iva lenc ia . Esc lav i tud n u n c a h u m i l l a n t e , el peso de tal carga , sin e m b a r g o , c o m p l i c a e x t r a o r d i n a r i a m e n t e la l a b o r del h o m b r e o mu je r que la sopor ta . En frase la t ina del Brócense , «maioris esse semper credidi diligentiae aliena scripta retexere, quam nova proprio Marte componere» («s i empre fui de o p i n i ó n q u e m a y o r di l igencia requiere "retejer" escritos a jenos que c rear los de nuevo p o r p rop ia invenc ión») , o p i n i ó n q u e c o m p a r ­te e n t e r a m e n t e A n t o n i o Barba c u a n d o a m e d i a d o s del XVI a d m i t e q u e las dificultades que arrastra un t raductor serían m u c h o menores «sí inventasse o compus i e s se de su p r o p i o ingenio» . A finales de ese m i s m o siglo, u n o de nues t ros m á s c o n o c i d o s g ramát i cos y pedagogos , Pedro S i m ó n Abri l , insis-

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tía en idént ica a f i rmac ión , que m u c h o s s iguen t e n i e n d o po r exage rada e h iperbó l ica , y jus t i f icaba las r a zones de la dif icul tad a c u m u l a d a : «Es m u y diferente cosa —dice— vertir ajenas sentencias que decir de suyo, porque en el decir de suyo c a d a u n o p u e d e cor t a r las p a l a b r a s a la m e d i d a y talle de las sen tenc ias ; p e r o en el vert ir sen tenc ias a jenas de u n a l engua en ot ra , no pue­den venir siempre tan a medida c o m o el intérprete quiere las palabras». Toda­vía en los ester tores del Siglo de Oro , al lá p o r 1660, G a s p a r de Seixas repetía que: «no es lo más fácil t raduzir u n libro si se haze con la propiedad que se debe..., po rque el discurrir u n o al d i t amen propio, no es dificultoso; el a c o m o ­darse a r ep resen ta r el ageno... , exp l i cándo lo en u n a lengua diversa de la suya, tiene más a r d u o el desempeño.. .». Esta conciencia de las cadenas que, c o m o a nuevo Prometeo, a tan al t raductor y lo dis tancian de la l ibertad creat i ­va del a u t o r es qu i zá u n o de los tóp icos crí t icos m á s gene ra l i zados e n épo­cas pasadas . C u a n d o en 1626 Anastas io Panta león escribe el prólogo a la ver­sión española del Argenis, de J o h n Barclay, hecha desde el original la t ino po r G a b r i e l del Cor ra l , P a n t a l e ó n subraya en sus p a l a b r a s previas «la excasa l iber tad con que d e x a n las t r aducc iones a la pluma. . . , s i endo m u i a r d u o acer ta r á escr ibir c o n b r ío lo que o t ro p a u t ó » . Tarea, pues , r econoc idamen te más difícil, y al t iempo m u c h o menos gratificadora que la creativa, p o r q u e el t r aduc to r j a m á s a l c a n z a la gloria de la au tor ía . C u a n d o e n 1548 Diego G r a c i á n escr ibe que : «a lgunos t i enen q u e se g a n a poca h o n r r a en traducir en lengua vulgar, y que es m u c h o mayor compone r algo de nuevo», no hace sino da r voz a u n a op in ión entonces y ahora ampl i amen te compar t ida . C o n todo , y paradó j icamente , del t raductor s iempre se espera que su «li teratura» iguale a la del autor pr imero. N u n c a el ser h u m a n o hab ía aqui la tado tanto la utopía.

L i te ra tura caut iva la t r aduc ida , su me temps icos i s (al igual que en la música) no se basa en técnicas de copia y reproducc ión (Vivier, 1960, p . XI), s ino en el ar te de la e jecución creat iva, c o m o a veces se la h a ca t a logado . El t r aduc to r ejecuta la «pa r t i t u ra» l i teraria que t iene frente a sí en el atril c o m o el d i rec tor de o rques t a dirige la e jecución mus ica l de u n a pieza . E n a m b o s casos los or ig ina les son o b r a s ú n i c a s de arte , in tocab les p o r su m i s m a con­dic ión art íst ica. Pero la e jecución mus i ca l de u n a s infonía p o r este o aque l d i rector var ía en mat i ces y en aprec iac iones , es decir, en in te rpre tac ión . N a d a h a de c a m b i a r s e si S c h u b e r t h a de seguir s i endo Schuber t , pe ro su Sinfonía I n a c a b a d a n o es la m i s m a ba jo la b a t u t a de L e o n a r d Berns te in que bajo la de Von Kara jan . C a d a d i rec tor h a de «recrear» las p iezas mus i ­cales q u e ejecuta, o de lo con t r a r i o sa len e n t u m e c i d a s y m u e r t a s de sus m a n o s . C a d a t r aduc to r «recrea» c o n des igual perfección la l i tera tura que vierte a o t ro i d ioma . Tolkien q u i z á lo h a b r í a d e n o m i n a d o «sub-c reac ión» . El t r a -duc to r l i terario n o es tal: n o lleva n a d a a n i n g ú n lugar, ni n a d a t ras­pasa ni t ransfiere. El v e r d a d e r o t r a -duc to r l i terario « t rans-c rea» , p o r lo que , mejor q u e « t ra -duc tor» , su n o m b r e deb ie ra ser el de « t r ans -au to r» .

S e r v i d u m b r e hac i a el o r ig ina l y s e rv id u mb re de opc ión . El escaso mar -

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gen de l iber tad (¿o lo es de esclavitud?) e n que se m u e v e el t r a d u c t o r n o va m á s al lá de su p r o p i o m a r g e n h e r m e n é u t i c o c o m o lector y es inc luso m á s r educ ido que el de éste, p o r q u e t r aduc i r n o es s ino u n a forma selectiva de lectura, q u e equ iva le a elegir u n a t an sólo de las var ias opc iones in te rpre ta­tivas pos ib les y, p o r lo m i s m o , a r e n u n c i a r a las d e m á s . Po r eso p o d r á s iem­pre sos tenerse (y n o t an to p o r los p r o p i o s l ími tes on to lóg icos de la i n a d e ­cuac ión in ter l ingüís t ica) que : «la possibilità di tradurre completamente, fino all'ultima sfumatura, è illusione» ( Ivanov, 1984, p . 172). La c o n d i c i ó n de par ­t ida de u n t r a d u c t o r n o es s ino la de u n lector m á s , que lleva a c ab o , eso sí, u n a lectura m u y pa r t i cu la r del p r i m e r texto y que en v i r tud de esa lectura recrea en u n s e g u n d o i d i o m a su in te rp re tac ión personal . . . C r e a c i ó n esclava. Q u i z á no h a y a me jo r forma de def inir en t a n sólo dos p a l a b r a s la e terna a n t i n o m i a (y esquizof renia) de la t r a d u c c i ó n l i teraria , t an to m á s creat iva c u a n t o m á s c a r g a d o de «valores» se p resen te el or ig inal . H a s t a a l c a n z a r u n p u n t o en el que t r aducc ión y c reac ión c l a r a m e n t e se c o n f u n d a n . C o m o m u c h a s veces de facto se c o n f u n d e n .

La c o n s i d e r a c i ó n así del t r ansvase l i terar io n o ya c o m o t r aducc ión , s ino c o m o t r ansc reac ión , just i f icar ía p l e n a m e n t e la desor i en tac ión , e inc luso el ocas iona l desa t ino , con que crí t icos y l ingüis tas h a n sol ido a b o r d a r este de l i cado p roceso de t ransferencia art íst ica, al q u e (qu izá p o r eso m i s m o ) n u n c a se le h a de j ado de r econoce r u n status m u y especial en los á m b i t o s t raduc tores . S n e l l - H o r n b y reconoc ía hace t an sólo cua t ro a ñ o s , p o r e jem­plo, que «within the discipline of translation studies, literary translation tenas to enjoy an exclusive status of its own... Both the theory and practice of literary trans­lation have been largely immune to objective analysis and have to this day been cut off from other types of translation by an ali too rigid dividing Une» (1984, p . 105). N o es ésta, en efecto, pa rce la en la que en t r en con gus to los t r a d u c -tólogos, i m a g i n o que p o r q u e en ella n o va len los e s q u e m a s y supues tos ap l icab les a vers iones de c o n d i c i ó n opera t iva e informat iva . Todo el lo m e h a l levado a p r e g u n t a r m e si n o h a l legado el t i e m p o de r ep lan tea r se e n p ro ­fund idad b u e n a par te de lo d i cho has ta a h o r a sobre la t r aducc ión l i teraria , y b u e n a par te a s i m i s m o de c u a n t o sobre ella se da po r a c e p t a d o , c o m e n ­z a n d o po r su p r o p i a n a t u r a l e z a t r ans lémica , q u e acaso sea t i e m p o ya de desgajar def in i t ivamente de lo que hoy e n t e n d e m o s p o r «es tud ios de t ra­d u c c i ó n » .

Soy consc ien te de que en los o ídos de m u c h o s , tal vez en los de la mayor í a , mis s iguientes p a l a b r a s van a s o n a r s u m a m e n t e he t e rodoxas . Q u i z á ni s iqu ie ra sean éstos el lugar y la h o r a m á s a d e c u a d o s p a r a p l a n t e a r el t ema , pe ro es el caso que la t r a d u c c i ó n necesi ta ya, s in d i lac ión , u n a revo­luc ión c o n c e p t u a l que t r a s toque b u e n a pa r t e de los lugares c o m u n e s hoy a c e p t a d o s en la d isc ip l ina , h e r e d a d o s sin a p e n a s aná l i s i s de u n a la rga t ra­d ic ión h u m a n í s t i c a que se r e m o n t a en esca lones i n t e rmed ios has t a C i ­cerón . L os es tud ios de t r a d u c c i ó n es tán p r e c i s a n d o de u n i conoc las ta ácra­ta y p r o v o c a d o r q u e d e r r u m b e c u a n t o p o r sí m i s m o n o p u e d a tenerse en

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pie. N o que vaya a ser yo qu ien in ten te t a m a ñ a empresa , pe ro sí desear ía al m e n o s , y r e c o n o z c o que es m u c h o desear , d e s e m p e ñ a r el p a p e l del Baut is ta en lo que tuvo de precursor .

Y sea mi p r i m e r a a f i rmac ión p iedra t a m b i é n de e s c á n d a l o : lo p r i m e r o que h a de de r r iba r se es el ac tua l c o n c e p t o de t r aducc ión y sus i n m e d i a t a s de r ivac iones teór icas : la t r aducc ión n o existe: n i c o m o prác t ica , n i c o m o proceso , ni c o m o teoría. Ni s iquiera c o m o resu l t ado textual . Pa ra ser m á s exactos : la t r aducc ión n u n c a deb ió h a b e r exis t ido en los t é r m i n o s en q u e lo h a h e c h o . H o r a es ya de a c a b a r c o n ella y busca r l e u n a mue r t e d igna . A u n ­que q u i z á t a m p o c o haga falta, p o r q u e , b i en p e n s a d o , h a c e ya t i e m p o que la t r aducc ión ha mue r to . N o es ésta n i n g u n a «boutade», c o m o a m á s de u n o pud i e r a parecer , s ino u n a p a r a d o j a t e rmino lóg ica n a d a infrecuente en nues t ros d ías en d is t in tas á reas del saber : el c o n c e p t o de traducción se h a ido q u e d a n d o vac ío de c o n t e n i d o s y mue r to p o r sob re sa tu rac ión . H a ocu­r r ido an tes y volverá a ocurr i r : la n o c i ó n de filología, p o r e jemplo , e s t aba b ien de l im i t ada has t a t i e m p o s todavía recientes . D e s p u é s c o m e n z ó a satu­rarse de sen t idos y t odo resul tó ser filología, has ta l legar a significar, en fra­se de M. Pei: «the science and scientific study of language, words, and linguistic laws..., the study of a language and its entire literary output» (1966, p. 199). N a d a m e n o s . Su m i s m a h a r t u r a h a b í a t o r n a d o el t é r m i n o , p o r exceso, d e n o t a t i v a m e n t e n e u t r o e ineficaz. Sólo que m i e n t r a s t an to se h a b í a n ido de sga j ando de la idea mat r i z concep tos nuevos de m a r c o ce r r ad o y vida p rop ia : fonética, fonología, d ia lectología , e t imología , lexicología, s e m á n t i ­ca, pragmática. . . ; el mate r ia l sobre el que tales d i sc ip l inas ap l i can su estu­d io es el m i s m o en sen t ido la to: la l engua ; pe ro n o así en sen t ido estricto: los son idos , las va r i an tes del s is tema es tándar , la de r ivac ión y c o m p o s i c i ó n léxica, el s ignif icado. S i endo todas «filología», son en t re sí n o t a b l e m e n t e d is t in tas : h o y son ellas, i n d i v i d u a l m e n t e , la filología y ésta h a de j adode existir c o m o referente real: en el m o d e r n o Dictionary of Linguistics and Phonetics (Oxford. 1985). de D a v i d Crysta l , ya ni s iquiera se lista esta pa la ­bra .

E n este sen t ido h a de e n t e n d é r s e m e c u a n d o digo que la t r aducc ión ha mue r to . T a m b i é n en ella se h a d a d o el m i s m o f e n ó m e n o de sa tu rac ión : en su sen t ido m á s la to el p roceso sigue s i endo lo q u e el d i cc iona r io de la Aca­d e m i a (o c u a l q u i e r o t ro) define c o m o «expresa r en u n a l engua lo que está escrito o se ha expresado antes en otra»; pero en sentido estricto los modos de a c t u a c i ó n ap l icab les a la in te rp re tac ión s imu l t ánea , p o n g a m o s po r caso , no son los m i s m o s que los de los subt í tu los c inematográf icos , n i on to lógica , n i me todo lóg ica , ni p r a g m á t i c a m e n t e los m i s m o s , c o m o t a m p o c o d e m u e s t r a n ap l i cab i l i dad n i n g u n a en la t r aducc ión técnica o en las vers iones l i terar ias : ni de h e c h o (den t ro ya de la l i te ra tura) es la m i s m a la t r a d u c c i ó n de prosa , verso y teatro . R e q u i e r e n a p r o x i m a c i o n e s y técnicas diferentes de ac tua ­c ión , y has ta dis t in ta « c o m p e t e n c i a » t r aduc to ra , en el sen t ido c h o m s k y a n o del t é rmino . Si t odo t rasvase de u n i d i o m a a o t ro es t r aducc ión , es u n er ror

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en c a m b i o d e d u c i r que toda t r a d u c c i ó n es u n í v o c a y h a de r e s p o n d e r a los p a r á m e t r o s p r e d e t e r m i n a d o s de u n a d isc ip l ina científica, t an to en d o g m a s c o m o en a x i o m a s . Las c ienc ias exactas d i s p o n e n de leyes universa les , y de ah í su exact i tud. E n las c ienc ias « h u m a n a s » la ley un ive r sa l es la excep­c ión , p o r q u e la n o c i ó n preva len te en el las es la de re la t ividad. El p r o p i o «valor» l i terar io es relat ivo, c o m o lo son los c o n v e n c i o n a l i s m o s de la t ra­d u c c i ó n l i terar ia en c a d a pe r íodo , c i r cuns t anc i a ya s e ñ a l a d a p o r M a r i l y n G a d d i s : «Conventions for translating ¡iterary works... have always been closely related to the prevailaing literary taste, and are, henee, relative; they form, in fact, excellent indications of the history of prevailing taste» (1981, p. 38). A u n q u e de c o n d i c i ó n relat iva y pol imorfa , pues , c u a l q u i e r man i f e s t ac ión t r aduc to ra t iene, n o obs tan te , u n a t r iple obje t iv izac ión genér ica : la concep tua l , la p rocesua l y la textual . N e g a r esta ú l t ima resul ta p o r d e m á s a b s u r d o , c o m o lo es nega r el p roceso de t r a n s u s t a n c i a c i ó n l ingüís t ica que se p r o d u c e en la m e n t e del t r a d u c t o r y luego se p l a s m a e n el texto. Es la c o n c e p t u a l i z a c i ó n teórica, sin e m b a r g o , la que está ya p r e c i s a n d o de a q u i l a t a m i e n t o s m á s exactos . P o r q u e n e g a d a la t r a d u c c i ó n un ívoca , lo q u e resta son sólo formas a u t ó n o m a s de ac tuac ión t r aduc to ra , q u e c u e n t a n ya, i n d i v i d u a l m e n t e , con m a r c o s teór icos ce r r ados y te leologías p rop ia s .

Q u é d u d a c a b e q u e u n a de estas á reas a u t ó n o m a s es la de la t r aducc ión l i teraria , r ea l i zada sobre textos de c o n d i c i ó n exclusiva y, p o r lo m i s m o , «especia l» , c o n m o d o s p rop io s de a c t u a c i ó n que inc luyen la re-creac ión, con a x i o m a s , p r inc ip ios y p r e s u p u e s t o s que en ella resu l tan vál idos , pero n o así en o t ras formas de ac tuac ión , c o n u n a t ipología y t a x o n o m í a i nhe ­rente que a b a r q u e las n u m e r o s a s va r iab les de rea l i zac ión que c a b e n en el área , desde la cop ia m á s r eve ren temen te a p e g a d a al perfil del o rg ina l has ta la t r a n s f o r m a c i ó n de éste en c reac ión i n d e p e n d i e n t e , es decir, has ta que , so l t adas las a m a r r a s t odas de la equ iva lenc ia , n a d a t iene ya que ver el nue ­vo p r o d u c t o l i terar io con el o r ig ina l del que e n ú l t ima ins t anc ia deriva... La t r aducc ión l i teraria n o es s ino u n a m o d a l i d a d m á s (cierto que a lgo pecu­liar) de c rear l i te ra tura , u n cauce d is t in to y p rop io , desde luego, de la activi­d a d l i terar ia .

El t i e m p o conc luye y prec iso es r econoce r que n i n g u n a d i squ i s ic ión teó­rica va a c a m b i a r s u s t a n c i a l m e n t e la l u c r u b a c i ó n del t r a d u c t o r l i terar io , a q u i e n (de regreso al t í tulo de m i in te rvenc ión) s i empre veré c o m o u n t i tán en l u c h a impos ib le , cas t igado a d e m á s p o r los dioses de la crí t ica p o r h a b e r d a d o el fuego d iv ino de la l i tera tura a q u i e n se s u p o n e que n o debe d i spo­ner s ino de la v ida vegetat iva de la t r aducc ión . C r e a r (d icen los crí t icos) es sólo mi s ión de dioses, q u e n o de seres de inferior a l cu rn ia , c o m o es el tra­ductor . C r e a r c u a n d o n o se pe r t enece a la r a za de los e legidos es soberb ia que la d i v i n i d a d cast iga c o n el o lvido y el t o r m e n t o . A tales crít i­cos s i empre p o d r í a r e spondérse les con las p a l a b r a s del p ro tagon i s t a de u n o de los d iá logos de L u c i a n o , el t i tu lado p r ec i s amen te Prometeo o el Cáucaso, c u a n d o el hé roe echa en ca ra a H e r m e s y Hefesto q u e lo dejen c l a v a d o allí a

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u n a roca p o r el ú n i c o deli to de h a b e r c r e a d o a los h u m a n o s : «Vosotros (les rec r imina) , q u e deb ie ra i s h o n r a r m e po r esta a p o r t a c i ó n c iv i l izadora , m e habé i s cruci f icado y h a b é i s d a d o este pago a mi i nvenc ión» (Garc ía G u a l , 1979, p. 187). La « i n v e n c i ó n » de t r ansmi t i r la vida, s u p r e m a a m b i c i ó n t a m ­b ién de la t r aducc ión , t r a n s f o r m a d a ya en t rans -c reac ión .

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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