Projetos de Habitação Social
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Projetos de Habitação
Denise MoradoCamila Alberoni
Luíza Bastos
Atributos considerados na seleção dos projetos:
inserção urbana: projetos nos quais foi pensada a relação da edificação com o entorno direto e com a cidade
edificações de uso misto: existência de outros usos, além do habitacional (comércio, serviços, espaços públicos, dentre outros)
adensamento: projetos que evidenciam outras formas de adensamento, que não o empilhamento das unidades
flexibilidade: estruturas que permitem transformar os espaços, de acordo com as necessidades dos usuários
expansão das unidades: áreas que possibilitam o crescimento da área básica prevista para cada unidade
Este catálogo reune uma série de projetos na área de habitação, agrupados de acordo com atributos de qualidade dos espaços.O objetivo é evidenciar tais qualidades, de maneira que essas possam ser pensadas nos projetos de Habitação Social que vem sendo realizados no Brasil, melhorando a qualidade das mesmas.
Arquiteto: HELEN & HARDLocalização: Stavanger, Noruega, 2004
Esse projeto consiste em containers transformados em apartamentos de baixo custo, revestidos e mobiliados com materiais reciclados. As unidades são diversamente implantadas e cada apartamento tem acesso à área externa e jardim.
número de unidades: 4 apartamentos a partir de 10 containers
área total: 140 m2
custo:aproximadamente 200 mil €
Nesse projeto, os containers utilizados, equipados com banheiro e sala, já haviam sido habitação temporária para funcionários de diversas indús-trias de petróleo da Noruega.
A proposta deste trabalho foi romper com a tipologia e adensamento usual-mente empregados e trabalhar a relação entre os containers, dentro e fora da habitação, para se alcançar outra espacialidade.
B-CAMP
As unidades de 25-35 m2 são compostas por ambientes de pé direito mais elevado que o usual, 270 cm, mezaninos e varandas individuais no segundo pavimento. O revestimento dos containers foi feito com materiais também provenientes da indústria metalúrgica e painéis de plástico branco ondulado.
Um dos desafios urgentes de Stavanger, como capital do petróleo da Noruega, é o reuso dos materiais descartados pela indústria. Outro “produto colateral” da indústria petrolífera florescente é a produção homogênea de projetos de habitação.
Arquiteto: PLOT = BIG + JDSLocalização: Copenhagen, Dinamarca, 2005
Dois edifícios, V e M, concebidos como um tetris tridimensional, abrigam 40 diferentes tipos de apartamento e propõem uma outra lógica habitacional, possível para um extenso universo de moradores.
número de unidades: V: 114 apartamentos M: 95 apartamentos
área total: 25.000 m2
VM HOUSES
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>Esse processo de aparente deformação dos volumes foi realizado para assegurar que todos os apartamentos tivessem vista ampla para o exterior, além de garantir adequada ventilição e iluminação natural aos apartamentos.
As unidades habitacionais foram diagramaticamente interpretadas como diferentes tetris tridimensionais. Encaixando-se, os tetris permitem que uma grande edificação abrigue unidades com diversas tipologias e ainda tenha amplos corredores para circulação, que cortam o edifício de uma extremidade a outra e tem iluminação e ventilação direta.
Arquiteto: Locaton & VassalLocalização: Mulhouse, França, 2005.
O objetivo desse projeto foi produzir habitações de baixo custo com área consideravelmente maior que das habitações socias standartizadas, porém com o mesmo custo. Alcançou-se esse objetivo através do uso de materiais leves e de sistemas construtivos industrializados, que também possibilitaram espaços amplos e bem iluminados.
número de unidades: 14 habitações
área total: 2.262 m2
HOUSESIN MULHOUSE
custo:aproximadamente 75.000 €/habitação
Os apartamentos possuem a planta livre, a partir da definição de um volume tipo loft.A edificação possuí somente dois pavimentos. No nível térreo, uma área externa particular dá acesso a cada apartamento. Pilares e vigas de concreto suportam a laje do segundo nível, que abriga, além do espaço internos das habitações, áreas híbridas, que podem ser utilizadas como jardim de inverso ou como extensão do apartamento. Essas áreas são estruturadas em aço galvanizado e revestidas em policarbonato transparente, são ventiladas através do telhado e da fachada e ainda possuem uma cobertura horizontal retrátil para os dias de muito sol.
Os apartamentos também apresentam 4 diferentes tipologias, com variação na área e distribuição dos ambientes.
Tipo 2:02 unidades: 102 m2
Tipo 03:04 unidades: 128 m2
Tipo 4:06 unidades: 175 m2
Tipo 5:02 unidades: 175 m2
Variação do Tipo 4
Esse projeto é parte do Cité Manifeste, uma iniciativa da SOMCO - Societé mulhousienne des Cités ouvières - para a promoção de 61 habitações que avançam em relação às convenções estabelecidas para habitação social. Cinco diferentes equipes de arquitetos foram convidadas para partipar do projeto, entre elas, Anne Locaton & Jean-Phelippe Vassal, na elaboração do presente projeto, Shigeru Ban & De Gastines, Duncan Lewis Scape Architecture with Block, AJN Jean Nouvel e Poitevin & Raynaud ARM.
Arquiteto: MVRDVLocalização: Sanchinarro, Madrid. Espanha, 2009
Um edifício como um bairro poroso: um quarteirão é redefinido como um conjunto tridimensional, que abriga habitações de interesse social, espaços públicos, espaços abertos, áreas comerciais e estacionamentos em uma mesma estrutura.
número de unidades: 146 apartamentos
área total: 21.550 m2
CELOSIA
custo:aproximadamente 12.600.000 €
O bloco perfurado Celosia é um edifício composto por 146 unidades, divididas em 30 blocos de apartamentos. Cada bloco está posicionado em uma trama de xadrez, ficando ao lado e acima dos outros blocos, liberando assim, grandes aberturas para pátios de uso público ao longo do edifício. Os 146 apartamentos (de 1, 2 ou 3 banheiros) são todos acessados através desses espaços comuns e ainda oferecem áreas privadas externas. Ao se abrir as áreas privadas externas, tem-se a possibilidade de conecta-las às áreas externas de uso coletivo. Esses espaços propiciam uma ampla vista para a cidade de Madrid e para as montanhas dos arredores.
Arquiteto: MAB ArquiteturaLocalização: Via Gallarate, Milão. Itália.
Esse projeto impulsiona uma outra ideia para a habitação de interesse social, na qual a residência é amparada pelo espaço público e por equipamentos, com o intuito de criar novas sinergias com o bairro e constribuir para a inserção dos moradores à trama social já existente.
número de unidades: 184 apartamentos
área total construída: 29.869 m2
HABITAÇÃO SOCIAL, ESPAÇO PÚBLICO E PARQUE
custo:aproximadamente 24.500.000 €
espaços públicos: 30.000 m2
Nesse projeto o conceito residencial não se reduz unicamente à habitação, mas se extende também aos espaços de uso coletivo - lavanderia e salas comunitárias - aos espaços abertos, às áreas de lazer e aos equipamentos - berçario e centro cívico. Os espaços comerciais e as cafeterias atuam junto aos espaços públicos, como lugares de atração para todo o bairro.
Um percurso de pedestres no sentido leste-oeste travessa as edificações e organiza todo o conjunto.Os edifícios apresentam variada altimetria, dependendo da relação que tem com o terreno, com o parque e com o entorno. As habitações são variações de quatro tipologias, grande parte das unidades tem três ou quatro quartos e se caracterizam por uma distribuição flexível, os
espaços de circulação foram reduzidos ao mínimo e a cozinha pode ser integrada à sala, através de painéis de correr.
Espaços coletivos e lojas
Serviços públicos: berçário, centro da terceira idade, centro cultural
Espaços públicos: praças, parques, percussos para pedestres.
Espaços Públicos:
HABITAÇÃO SOCIALCAEN, FRANÇA
Arquiteto: OLGGA ArchitectsLocalização: Caen, França
O projeto foi realizado para um concurso de habitação social na cidade francesa de Caen. O edifício abrange múltiplos usos: 100 unidades habitacionais de baixo custo, unidades de comércio no pavimento térreo e espaços coletivos entre as unidades de habitação.
número de unidades: 100 apartamentos
área de uso comum: .áreas verdes coletivas.espaços abertos de convivência
.área residencial: 6.131 m2
.área comum: 881 m2
.área comercial: 1.228 m2
área total: 8.240 m2
QUINTA MONROY
Arquiteto: Alejandro AravenaLocalização: Iquique, Chile
Proposta de habitação para 100 famílias que viviam ilegalmente num terreno de 0,5 hectares no centro da cidade de Iquique, Chile. O principal pressuposto do projeto era manter a população no mesmo terreno, evitando a erradicação dessas famílias para a periferia.
número de unidades: 100 apartamentos
investimento: US$204/m2
.área construída: 3.500 m2área total: 5.000 m2
VIVIENDAS CRECIENTES
Arquitetos: Natali Canas del Pozo e Lucas Echeveste LacyLocalização: País Basco, Espanha (2010) [projeto para concurso]
O projeto parte da análise dos condicionantes do lugar, tendo em vista que estes não encontram respostas nas tipologias de habitação que o mercado oferece. Portanto, propõem uma habitação modular, com possibilidades de crescimento e decrescimento, de acordo com a família.
A proposta pretende equiparar a oferta de espaço habitável às necessidades reais, construindo estruturas que se transformam no tempo graças à organização da habitação de maneira modular, com potencial para crescer ou decrescer.
O usuário faz uma reserva do espaço vazio e adquire unicamente o espaço ou módulos necessários hoje, podendo comprar ou vender módulos no futuro, adaptando assim, sua habitação às necessidades funcionais e às transformações ao longo de sua vida.