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Câmara Municipal do Fundão Centro Hospitalar Cova da Beira
Agrupamento de Centros de Saúde Cova da Beira Ordem dos Nutricionistas
Projeto COMO Diagnóstico do estado nutricional e do comportamento face à alimentação e atividade física dos alunos do 3.º
ciclo do concelho do Fundão
Adriana Marcelino | Sofia Garcia da Fonseca
Fundão, 2015
Este relatório utiliza dados recolhidos no âmbito do Projeto COMO e foi desenvolvido pela equipa de
investigação do mesmo. Contou com a colaboração do Gabinete de Gestão da Qualidade do Centro
Hospitalar Cova da Beira e do Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto.
Equipa de investigação:
Adriana Marcelino, Nutricionista. Investigadora do projeto COMO.
Sofia Garcia da Fonseca, Dietista. Investigadora do projeto COMO.
Marisa Rosário Santos Silva, Estatística. Gabinete de Gestão da Qualidade do Centro
Hospitalar Cova da Beira.
José Luís Themudo Barata, Médico especialista em Obesidade, Nutrição e Exercício. Serviço
de Nutrição e Atividade Física do Centro Hospitalar Cova da Beira. Coordenador Científico do
Projeto COMO.
Tânia Cordeiro, Nutricionista e Assessora da Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.
Coordenadora Científico do Projeto COMO.
ii
Índice
Introdução .................................................................................................................................................... 8
Fundamentação Teórica ............................................................................................................................... 8
Objetivos .................................................................................................................................................... 10
Metodologia ................................................................................................................................................ 10
População alvo ....................................................................................................................................... 10
Amostra .................................................................................................................................................. 11
Métodos .................................................................................................................................................. 11
Tratamento Estatístico ................................................................................................................................ 13
Resultados ................................................................................................................................................. 13
Caraterização da amostra quanto às medidas antropométricas avaliadas .............................................. 13
Avaliação do estado nutricional da amostra segundo o percentil de índice de massa corporal (IMC) ..... 14
Prevalência de pré-obesidade e obesidade segundo o percentil de IMC ................................................ 15
Prevalência de obesidade abdominal e risco aumentado de obesidade abdominal segundo o percentil
para o perímetro da cintura (PC) ............................................................................................................. 15
Análise da relação entre o percentil de IMC e o percentil de PC ............................................................. 16
Análise das respostas ao questionário de satisfação em relação às cantinas escolares ......................... 17
Análise das respostas ao questionário de prática de atividade física ...................................................... 29
Relação entre a prática de desporto ou exercício físico e o estado nutricional dos alunos ...................... 40
Análise das respostas do Questionário de Frequência Alimentar (QFA) ................................................. 41
Frequência de consumo da amostra dos alimentos que compunham os oito grupos do questionário . 42
Análise do consumo alimentar de acordo com as recomendações da Roda dos Alimentos ................ 50
Percentual de macronutrientes ............................................................................................................ 56
Prevalência da inadequação da ingestão de nutrientes ....................................................................... 57
Discussão e implicações para a intervenção .............................................................................................. 60
Referências Bibliográficas .......................................................................................................................... 67
Anexos ....................................................................................................................................................... 70
Anexo I – Consentimento Informado ....................................................................................................... 70
iii
Anexo II – Tabelas de percentis da idade para o IMC (rapazes e raparigas) .......................................... 72
Anexo III – Tabela de percentis do perímetro da cintura para a idade (tabela de referência de Fernandez
e col.) ...................................................................................................................................................... 74
Anexo IV – Porções diárias de referência ............................................................................................... 75
Anexo V– Composição dos sete grupos de alimentos equivalentes à Roda dos Alimentos .................... 78
Anexo VI – Intervalos aceitáveis para a distribuição dos macronutrientes (Acceptable Macronutrient
Distribution Ranges) ............................................................................................................................... 80
Anexo VII – Necessidade média estimada (Estimated Average Requirement – EAR) ............................. 81
iv
Índice de tabelas
Tabela 1. Caraterísticas demográficas da amostra (análise das variáveis quantitativas). ............................... 14
Tabela 2. Frequência do percentil de IMC para a idade. ....................................................................................... 14
Tabela 3. Frequência do percentil 75 e do percentil 90 para o perímetro da cintura. ....................................... 16
Tabela 4. Concordância entre as classificações segundo o percentil do IMC e o percentil do PC. ............... 16
Tabela 5. Representação das atividades/modalidades desportivas praticadas pelos alunos, referidas na
questão 8.1.................................................................................................................................................................... 33
Tabela 6. Representação do número de meses que os alunos praticam as atividades/modalidades
desportivas, tal como questionado na pergunta 8.1.1 “Quantos meses praticaste esse desporto ou
exercício físico?”. ......................................................................................................................................................... 34
Tabela 7. Número de horas semanais que os alunos dizem praticar a atividade/modalidade desportiva
referida na questão 8.1. .............................................................................................................................................. 34
Tabela 8. Atividades desportivas referidas pelos alunos na questão 8.2 “Praticas ou praticaste mais algum
desporto ou exercício físico, qual?”. .......................................................................................................................... 35
Tabela 9. Número de meses que os alunos praticam as atividades/modalidades desportivas referidas, tal
como questionado na pergunta 8.2.1 “Quantos meses praticaste esse desporto ou exercício físico?”. ....... 36
Tabela 10. Número de horas semanais que os alunos dizem praticar a atividade/modalidade desportiva
referida na questão 8.2. .............................................................................................................................................. 36
Tabela 11. Frequência absoluta dos indivíduos que praticam desporto ou exercício físico e dos que não
praticam distribuídos pela classificação do estado nutricional segundo o IMC para a idade. ......................... 40
Tabela 12. Resultados do Teste do qui-quadrado para a associação entre a classificação do estado
nutricional (segundo o IMC) e a prática de desporto. ............................................................................................. 40
Tabela 13. Frequência de consumo da amostra de leite e derivados. ................................................................ 42
Tabela 14. Frequência de consumo da amostra de ovos, carne e pescado. ..................................................... 43
Tabela 15. Frequência de consumo da amostra de gorduras e óleos. ............................................................... 44
Tabela 16. Frequência de consumo da amostra de cereais e derivados. .......................................................... 45
Tabela 17. Frequência de consumo da amostra de snacks doces, compotas e açúcar. ................................. 46
Tabela 18. Frequência de consumo da amostra de hortícolas e leguminosas. ................................................. 47
Tabela 19. Frequência de consumo de frutas pela amostra. ................................................................................ 48
Tabela 20. Frequência de consumo de bebidas e fast food pela amostra. ........................................................ 49
v
Tabela 21. Ingestão média diária em porções relativa aos grupos de alimentos. ............................................. 50
Tabela 22. Ingestão média de energia, macronutrientes e fibra alimentar, por grupos de idade e sexo. ..... 55
Tabela 23. Proporção de ingestão de macronutrientes e ácidos gordos (n-3 e n-6) em contributo médio
percentual para a ingestão energética diária, de acordo com os intervalos aceitáveis preconizados pelas
DRI, para esta faixa etária (12-18 anos). ................................................................................................................. 57
Tabela 24. Estimativa da prevalência de inadequação de vitaminas, por grupos de idade e sexo................ 58
Tabela 25. Estimativa da prevalência de inadequação de minerais, por grupos de idade e sexo. ................ 59
Tabela 26. Estimativa da prevalência de inadequação da ingestão de ferro, por grupos de idade e sexo. . 59
Tabela 27. Proporção de indivíduos com ingestão diária superior ao Nível Máximo de Ingestão Tolerável
(UL), por grupos de idades e sexo. ........................................................................................................................... 60
Índice de gráficos
Gráfico 1. Percentagem de indivíduos classificados em magreza, normoponderais, pré-obesidade e
obesidade, por escola................................................................................................................................. 15
Gráfico 2. Frequência com que os alunos almoçam na cantina escolar, por escolas .................................. 17
Gráfico 3. Frequência relativa das respostas à pergunta 1: “Com que frequência almoças na cantina da tua
escola?”. ..................................................................................................................................................... 18
Gráfico 4. Frequência relativa das respostas à pergunta 2: “Se almoças fora da cantina, indica os teus
motivos”. ..................................................................................................................................................... 18
Gráfico 5. Frequência absoluta das respostas à questão “Se almoças fora da cantina, indica os teus
motivos” distribuída pela frequência com que os alunos almoçam na cantina. ........................................... 19
Gráfico 6. Frequência relativa das respostas à pergunta 3: “Quando optas por almoçar fora da cantina da
escola onde compras a refeição?”. ............................................................................................................. 20
Gráfico 7. Frequência relativa das respostas à pergunta “Quando optas por almoçar fora da cantina da
escola onde compras a refeição?”, por escolas. ......................................................................................... 21
Gráfico 8. Frequência relativa das respostas à pergunta 4: “De forma geral como classificas as refeições
servidas na cantina da tua escola?”. ........................................................................................................... 22
Gráfico 9. Frequência relativa das respostas à pergunta 5: “Consideras que a temperatura da comida que
é servida na cantina é adequada?”. ............................................................................................................ 22
Gráfico 10. Frequência relativa das respostas à pergunta 6. “Relativamente à quantidade de alimentos
presentes no prato, qual das imagens abaixo é mais adequada para representar o que habitualmente te é
servido na cantina da tua escola?”. ............................................................................................................ 23
Gráfico 11. Frequência relativa das respostas à pergunta 7: “Na tua opinião, a quantidade que
habitualmente te servem no prato é suficiente para satisfazer o teu apetite?”. ........................................... 23
vi
Gráfico 12. Frequência relativa das respostas à pergunta 8. “Gostas das sopas que habitualmente são
servidas na cantina da tua escola?”. ........................................................................................................... 24
Gráfico 13. Frequência relativa das respostas à pergunta 9: “Se respondeste «Não» na questão anterior,
indica os teus motivos”. .............................................................................................................................. 24
Gráfico 14. Frequência relativa das respostas à pergunta 10: “Gostas dos legumes e hortaliças, sejam eles
crus (salada de alface, tomate, cenoura, etc.) ou cozinhados (esparregado, grelos, brócolos, couve-flor,
repolho, etc.) que são disponibilizados na cantina da tua escola?”. ............................................................ 25
Gráfico 15. Frequência relativa das respostas à pergunta 11: “Se na cantina da tua escola houvesse mais
variedade de legumes e hortaliças faria com que os comesses mais vezes?”. ........................................... 25
Gráfico 16. Frequência relativa das respostas à pergunta 12: “Consideras adequada a variedade de
acompanhamentos (massa, arroz, batatas, feijão, grão-de-bico, ervilhas, favas e lentilhas) utilizados nos
pratos das ementas da tua escola?”. .......................................................................................................... 26
Gráfico 17. Frequência relativa das respostas à pergunta 13: “Gosta das sobremesas/frutas disponíveis na
cantina da tua escola?”. .............................................................................................................................. 26
Gráfico 18. Frequência relativa das respostas à pergunta 14: “Gostarias que houvesse mais variedade na
apresentação da fruta disponível na cantina da tua escola (ex: salada de fruta, fruta cozida ou assada,
fruta fresca descascada)?”. ........................................................................................................................ 27
Gráfico 19. Frequência relativa das respostas à pergunta 15: “Quanto ao tempero e condimentos (sal,
coentros, salsa, pimenta, etc.) utilizados na confeção dos alimentos dá a tua opinião”. ............................. 27
Gráfico 20. Frequência relativa das respostas à pergunta 16: “Dos seguintes aspetos qual consideras o
mais positivo na avaliação da cantina da tua escola?”................................................................................ 28
Gráfico 21. Aspetos valorizados nas cantinas escolares, referidos pelos alunos na questão 16, por escolas.
................................................................................................................................................................... 29
Gráfico 22. Frequência relativa das respostas à pergunta 1: “Na escola, nos períodos de recreio, costumas
sentar-te?”. ................................................................................................................................................. 29
Gráfico 23. Frequência relativa das respostas à pergunta 2: “Na atividade escolar manténs-te de pé?”. ... 30
Gráficos 24. Frequência relativa das respostas à pergunta 3: “Deslocas-te a pé de casa para a escola?”. 30
Gráfico 25. Frequência relativa das respostas à pergunta 4: “Na escola pegas em cargas pesadas?” ....... 31
Gráfico 26. Frequência relativa das respostas à pergunta 5: “Depois do dia escolar, sentes-te
cansado(a)?”. ............................................................................................................................................. 31
Gráfico 27. Frequência relativa das respostas à pergunta 6: “Durante o trabalho escolar diário transpiras?”.
................................................................................................................................................................... 32
Gráfico 28. Frequência relativa das respostas à pergunta 7: “Em comparação com outros (as) colegas da
tua idade, pensas que a tua atividade física é:”. ......................................................................................... 32
vii
Gráfico 29. Frequência relativa das respostas à pergunta 8: “Praticas ou praticaste algum desporto ou
exercício físico nos últimos 12 meses?”. .................................................................................................... 33
Gráfico 30. Frequência relativa das respostas à pergunta 9: “Em comparação com outros colegas da tua
idade pensas que a tua atividade física, durante os tempos livres, é:”. ....................................................... 37
Gráficos 31. Frequência relativa das respostas à pergunta 10: “Durante os tempos livres transpiras?”. ..... 37
Gráfico 32. Frequência relativa das respostas à pergunta 11: “Durante os tempos livres praticas
desporto?”. ................................................................................................................................................. 38
Gráfico 33. Frequência relativa das respostas à pergunta 12: “Durante os tempos livres vês televisão?”... 38
Gráfico 34. Frequência relativa das respostas à pergunta 13: “Durante os tempos livres andas a pé?” ..... 39
Gráfico 35. Frequência relativa das respostas à pergunta 14: “Durante os tempos livres andas de
bicicleta?”. .................................................................................................................................................. 39
Gráfico 36. Frequência relativa das respostas à pergunta 15: “Quantos minutos andas a pé, por dia, para
te dirigires à escola, ao local do treino ou às compras?”. ............................................................................ 40
Gráfico 37. Consumo de laticínios da amostra ........................................................................................... 51
Gráfico 38. Consumo de carne, pescado e ovos da amostra ...................................................................... 51
Gráfico 39. Consumo de óleos e gorduras da amostra. .............................................................................. 52
Gráfico 40. Consumo de cereais e seus derivados, tubérculos da amostra. ............................................... 52
Gráfico 41. Consumo de hortícolas da amostra. ......................................................................................... 53
Gráfico 42. Consumo de leguminosas da amostra. .................................................................................... 53
Gráfico 43. Consumo de frutas da amostra. ............................................................................................... 54
Gráfico 44. Proporção estimada do consumo dos alimentos que compõem os grupos da Roda dos
Alimentos.................................................................................................................................................... 54
Gráfico 45. Contribuição percentual dos macronutrientes para a ingestão total de energia……………….. 56
8
Introdução
No âmbito da promoção da saúde, com a expetativa de que a educação alimentar seja promovida
nas escolas de forma eficiente, o Município do Fundão, o Centro Hospitalar da Cova da Beira, o
Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira e a Ordem dos Nutricionistas, associam-se através
de um protocolo de colaboração. As entidades citadas implementaram um projeto, designado de Projeto
COMO, de educação alimentar a fim de auxiliar o Município envolvido na promoção de uma alimentação
saudável em ambiente escolar.
Na primeira fase do projeto fez-se um estudo para caraterizar o estado nutricional e o
comportamento face à alimentação e prática de atividade física dos alunos do 3.º ciclo das escolas do
concelho do Fundão a fim de definir necessidades e prioridades de intervenção no âmbito da promoção da
saúde.
Fundamentação Teórica
A nível Europeu e particularmente em Portugal, o excesso de peso e a obesidade são um dos
principais problemas de saúde e a sua prevenção é considerada prioritária (Plataforma Contra Obesidade,
2011). Portugal encontra-se numa das posições mais desfavoráveis do cenário europeu, estimando-se
uma prevalência de excesso de peso e obesidade de 59,1% nos adultos e cerca de 32% entre os
adolescentes (WHO, 2013).
O desenvolvimento em grande escala do excesso de peso e da obesidade resulta em grande medida
da redução da atividade física e alteração dos hábitos alimentares, como consequência das mudanças do
ambiente, tais como, a urbanização, a industrialização, o desenvolvimento económico e o aumento da
globalização do mercado dos alimentos (WHO, 2006).
Dos determinantes comportamentais da saúde, nomeadamente a adoção de uma alimentação não
saudável e a inatividade física estão entre as principais causas da maioria das doenças não
transmissíveis, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e certos tipos de cancro, além de
contribuírem substancialmente para a carga global de doenças, mortes e invalidez. No que diz respeito a
uma alimentação não saudável destaca-se o consumo elevado de alimentos pobres em nutrientes e
altamente energéticos que são ricos em gordura, açúcar e sal (WHO, 2004).
Os dados da Balança Alimentar Portuguesa (2008-2012) vêm ao encontro do acima referido,
indicando que a dieta portuguesa se afasta das boas práticas nutricionais, observando-se uma
disponibilidade excessiva de produtos alimentares dos grupos “Carne, pescado e ovos” e “Óleos e
gorduras”. Por outro lado, verifica-se um défice da disponibilidade de leguminosas secas, frutos e
hortícolas. De referir que apenas nos grupos dos “Cereais, raízes e tubérculos” e dos “Laticínios”, as
disponibilidades para os respetivos consumos se apresentam próximas do padrão alimentar aconselhado
(INE, 2014).
9
Quando se aborda o tema da obesidade em crianças e adolescentes temos uma preocupação
acrescida em relação ao problema, uma vez que crianças obesas tendem a ser adultos obesos (WHO,
2004). Segundo Gordon, durante um período transitório de 5 anos entre a adolescência e a idade adulta, a
proporção de adolescentes que se tornam e permanecem obesos na idade adulta é muito elevada e tende
a ascender ao longo da vida (Gordon, 2004).
Assim, abordar o tema da educação alimentar em idade escolar torna-se importante porque a escola
é o espaço onde os jovens passam um elevado número de horas e as refeições aí realizadas representam
a grande percentagem de alimentos ingeridos diariamente (Ministério da Educação, 2006).
Durante a idade escolar, o ambiente social das crianças diversifica-se e as referências
extrafamiliares tornam-se as mais importantes. Neste período as crianças tornam-se mais independentes e
começam a fazer as suas escolhas alimentares sozinhas. Desta forma falar de alimentação às crianças e
adolescentes contribui para melhorar a saúde, pois os hábitos alimentares que persistem durante a
adolescência são mais propícios a acompanhá-los na vida adulta (Pérez-Rodrigo & Aranceta, 2003).
O percurso escolar é um período crítico para a aquisição e prática de comportamentos saudáveis,
contudo a escola oferece uma valiosa oportunidade para influenciar a saúde através de medidas de
educação e dos alimentos que lhes são fornecidos (Bartrina & Pérez-Rodrigo, 2007). Nos últimos anos,
foram realizados vários estudos em Portugal para avaliar os hábitos alimentares das crianças e jovens que
frequentam o ensino escolar. Na maioria destes estudos verifica-se que as crianças revelam conceitos
incorretos e práticas pouco saudáveis face à alimentação (Malcata & Santo, 2012). Contudo, em muitos
dos casos as crianças revelam saber o que é uma alimentação saudável mas não a praticam (Fernandes
& Moreira, 2007). Outros estudos demonstram ainda que os hábitos alimentares relatados pelas crianças
parecem ser saudáveis, no entanto vão contra os resultados obtidos através da avaliação antropométrica
efetuada (Camelo et al., 2012). Por outro lado, nos estudos em que se implementa educação alimentar,
verifica-se uma evolução positiva quer a nível de conhecimentos, quer a nível das atitudes e
comportamentos face à prática de uma alimentação saudável (Costa, 2008; Alves, 2010; Malcata & Santo,
2012).
Estes estudos fundamentam a necessidade contínua de implementação de ações de educação
alimentar nestas idades, utilizando toda a comunidade escolar de forma a incentivar a aquisição de hábitos
alimentares saudáveis, visando a promoção da saúde.
A revisão literária apresentada vem reforçar a pertinência do estudo que se apresenta, o qual
pretende contribuir para o conhecimento do comportamento dos adolescentes face à alimentação e prática
de atividade física, dentro e fora do ambiente escolar, para que se possa intervir eficazmente e se
implementem ações que promovam um estilo de vida saudável.
10
Objetivos
O estudo realizado tem como finalidade contribuir para o conhecimento do estado nutricional dos
alunos do 3.º ciclo do concelho do Fundão assim como dos seus hábitos alimentares e prática de atividade
física e ainda a sua opinião face às cantinas escolares, a fim de se desenvolver um programa de saúde
escolar que promova um estilo de vida saudável nestes adolescentes.
Para persecução desta finalidade foram definidos os seguintes objetivos:
Objetivo I - Avaliar o estado nutricional dos alunos.
Objetivo I.I - Avaliar o estado nutricional da população alvo através da medição de parâmetros
antropométricos como o perímetro abdominal, o peso, altura, índice de massa corporal (IMC) e percentis.
Objetivo II - Avaliar a satisfação dos alunos em relação às cantinas escolares.
Objetivo II.I - Avaliar a satisfação dos alunos em relação às cantinas escolares através da aplicação
de um questionário.
Objetivo III - Caraterizar a prática de atividade física.
Objetivo III.I - Caraterizar a prática de atividade física através da aplicação de um questionário, a
todos os indivíduos da população alvo.
Objetivo IV - Caraterizar os hábitos alimentares.
Objetivo IV.I. - Caraterizar os hábitos alimentares da população alvo através da aplicação de um
questionário de frequência alimentar.
Metodologia
Para a realização deste estudo foi solicitada autorização à Direção-Geral da Educação do Ministério
de Educação e Ciência e à Comissão Nacional de Proteção de Dados, tendo sido ambos os pareceres
positivos.
Para que os alunos integrassem o estudo, os diretores de cada turma envolvida encarregaram-se de
encaminhar o Consentimento Informado (anexo I) aos encarregados de educação, para que estes fossem
informados do propósito do estudo e suas metodologias e assim pudessem autorizar a participação dos
seus educandos.
Pela intenção prospetiva do estudo, foram obtidos dados que permitem a identificação dos
participantes mas esta informação foi codificada e guardada separadamente para garantir a
confidencialidade da mesma.
População alvo
O estudo incidiu sobre a população de estudantes que frequentava os anos de escolaridade do 7.º,
8.º e 9.º das escolas do concelho do Fundão no ano letivo 2013/14. As escolas abrangidas foram o
11
Agrupamento de Escolas do Fundão (Escola Secundária c/3º ciclo), o Agrupamento de Escolas Gardunha
e Xisto (Escola Básica Serra da Gardunha e Escola Básica de Silvares), o Externato Capitão Santiago de
Carvalho e a Escola Profissional do Fundão.
Critérios de exclusão
Foram excluídos do estudo os alunos cujos encarregados de educação, não autorizaram a
participação no projeto COMO, declarando-o através do Consentimento Informado, ou os alunos que
simplesmente não entregaram o documento de Consentimento Informado e ainda os alunos que por lapso
ou vontade própria não foram avaliados por todos os instrumentos (questionários).
Amostra
No total, 793 estudantes foram convidados pelos diretores de turma a participar no estudo através de
um documento explicativo do projeto, encaminhado aos encarregados de educação.
Do total, foi feita a avaliação de 448 estudantes (n = 448), concluindo-se assim uma taxa de
participação no estudo de 56%.
Na totalidade da amostra 16% dos alunos (n=73) frequentam o 9.º ano, 40% dos alunos (n=178)
frequentam o 8.º ano e 44% dos alunos (n=197) frequentam o 7º ano. As idades encontram-se
compreendidas entre os 12 anos e os 18 anos (M=13,5; DP=1,3) e 54% dos alunos (n=240) eram do sexo
feminino.
O número de alunos por escola distribui-se da seguinte forma: 42% (n=190) no Agrupamento de
Escolas do Fundão, 27% (n=122) na Escola Básica Serra da Gardunha, 19% (n=84) no Externato Capitão
Santiago de Carvalho, 6% (n=27) na Escola Básica de Silvares e 6% (n=25) na Escola Profissional do
Fundão.
Métodos
Os instrumentos de medida utilizados foram três, têm a forma de questionário e são
complementados com uma ficha de caraterização do aluno e de recolha das medidas antropométricas.
Avaliação antropométrica
A caraterização dos alunos foi feita através da informação do nome da escola, do ano, da turma, do
número, bem como do género e da data de nascimento. Para caraterizar o estado nutricional do aluno
procedeu-se à medição de parâmetros antropométricos como o perímetro da cintura, a altura e o peso e
posteriormente foi calculado o índice de massa corporal (IMC) e identificados os percentis do IMC para a
idade e os percentis do perímetro da cintura para a idade.
12
A medição dos parâmetros antropométricos como (1) a altura, (2) o peso e (3) o perímetro da cintura
foi realizada numa sala que permitisse a privacidade dos alunos e numa data agendada com o professor
da disciplina de Educação Física e utilizando sempre a mesma metodologia conforme descrição abaixo.
(1) Altura: para a determinação desta variável foi utilizado um estadiómetro da marca ADE,
constituído por uma escala métrica com resolução de 1mm. As crianças foram avaliadas descalças, em
posição antropométrica standard e com a cabeça no plano horizontal de Frankfurt. A medição da estatura
foi efetuada uma única vez, com precisão até ao centímetro (cm).
(2) Peso: a avaliação foi efetuada através da balança Omron – Body Compositor Monitor. As
crianças foram avaliadas vestindo apenas roupa de desporto, descalças e permanecendo eretas, no
centro da balança, com os braços afastados do corpo.
Depois de se obter o peso e a altura de todos os indivíduos foi calculado o IMC utilizando a fórmula
peso (kg) / altura (m) 2. Nas crianças e adolescentes, o IMC varia com as alterações do peso e da altura
verificadas ao longo da idade. Por conseguinte, para interpretar estes valores antropométricos, é
necessário utilizar pontos de corte previamente definidos. Assim, a classificação de magreza,
normoponderal, pré-obesidade e obesidade é feita de acordo com o IMC percentilado. Para esta
avaliação, utilizaram-se as curvas recomendadas pela Direção-Geral da Saúde (Anexo II)
(3) Perímetro da cintura: foi medido segundo o método de Cameron, onde o aluno é mantido de pé,
com os pés juntos e bem assentes no chão e com os braços relaxados. A fita métrica é colocada em plano
perpendicular ao eixo vertical do corpo e em paralelo ao chão, em redor do abdómen, ao nível do bordo
superior da crista ilíaca. A medição é realizada, no final de uma expiração normal, até ao milímetro mais
próximo. Para determinar o risco aumentado de obesidade e obesidade abdominal foram utilizadas as
tabelas de referência de Fernandez e col (anexo III).
Questionários
Os questionários de autopreenchimento utilizados foram três: (1) questionário de frequência
alimentar facultado pelo serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina do Porto, validado
para a população portuguesa e adaptado para adolescentes, o qual está disponível no endereço
eletrónico: https://docs.google.com/forms/d/1BzFYG7t7yexZEfltenXI8e+fo6uhVHPCj9nIxn71TZi8/viewform;
(2) o questionário de avaliação da prática de atividade física, adaptado de Baecke et al. (1982), o qual está
disponível no seguinte link:
https://docs.google.com/forms/d/1t7kSBiWQHb8YkT8GTLXBEh19WmUsJxe3pKrdiz55M44/viewform e (3)
um questionário de satisfação dos alunos em relação às cantinas escolares desenvolvido pela equipa de
investigação do projeto COMO, o qual se encontra disponível para consulta em:
https://docs.google.com/forms/d/14vSxZnmyQhTSSu23oRg1m2RJ5_KPTgiLUtjA6ApdrEc/viewform.
13
Os três questionários foram preenchidos pelos alunos de forma eletrónica, num período de 90
minutos, agendados previamente com a Direção, numa sala com recurso tecnológicos adequados, mais
concretamente com um computador com acesso à internet para cada aluno, uma vez que os questionários
se encontravam em formato online. A aplicação dos questionários decorreu com a supervisão da equipa
do projeto COMO e de pelo menos um professor por turma. A equipa do projeto COMO apresentou o
projeto aos alunos fazendo referência ao seu âmbito e carácter de estudo, explicou o propósito dos
questionários, garantiu o anonimato e a confidencialidade dos dados, solicitou aos alunos que
respondessem às questões de forma sincera, forneceu os links para o preenchimento dos questionários
online e esclareceu todas as dúvidas que os alunos foram tendo no seu preenchimento.
Tratamento Estatístico
O conjunto dos dados recolhidos foi analisado no programa SPSS, versão 21 para Windows.
Para responder aos objetivos propostos efetuou-se a análise descritiva das variáveis, de acordo com
a metodologia usual (frequências, médias, desvios-padrão, número máximo e número mínimo), fizeram-se
representações gráficas adequadas à natureza dos dados e análises de correlações (teste do qui-
quadrado).
Resultados
Os resultados que se apresentam são em função dos objetivos definidos. Inicialmente faz-se uma
caraterização da amostra segundo as medidas antropométricas avaliadas (peso, altura, IMC e perímetro
da cintura), seguindo-se a avaliação do estado nutricional da amostra (objetivo I e I.I), a avaliação da
opinião dos alunos em relação às cantinas escolares (objetivo II e II.I), a caraterização da prática de
atividade física (objetivo III e III.I) e a caraterização dos hábitos alimentares dos alunos (objetivo IV e IV.I).
Caraterização da amostra quanto às medidas antropométricas avaliadas
O peso dos indivíduos da amostra distribui-se entre os 28 e os 94Kg, apresentando uma média de
52Kg (dp=10,6). A altura média dos indivíduos da amostra é 1,6 m com um desvio padrão de 0,09. O IMC
varia entre os 15,5 kg/m2 e os 36,6 kg/m2 e em média 20,3 kg/m2 (dp=3,5). Já o perímetro da cintura
distribui-se entre os 54cm e os 109cm, tendo os alunos em média uma perímetro da cintura de 70,8 cm
(dp=8,3).
14
Tabela 1. Caraterísticas demográficas da amostra (análise das variáveis quantitativas).
n Mínimo Máximo Média Desvio padrão (DP)
Peso (kg) 448 28,0 94,0 52,1 10,6
Altura (m) 448 1,3 1,9 1,60 0,09
IMC(kg/m2) 448 15,5 36,6 20,3 3,5
Perímetro cintura (cm) 448 54,0 109,0 70,8 8,3
Avaliação do estado nutricional da amostra segundo o percentil de índice de massa
corporal (IMC)
Num total de 448 alunos, 80% é caracterizado por um estado nutricional normoponderal e 20% é
caracterizado em risco nutricional, uma vez que 2% dos alunos se encontram em magreza (abaixo do
percentil 5), 12% em pré-obesidade (entre o percentil 85 e 95) e 6% em obesidade (acima do percentil 95).
Tabela 2. Frequência do percentil de IMC para a idade.
n Percentagem (%)
P<5 (Magreza) 7 2
P5<85 (Normoponderal) 359 80
P85<95 (Pré-obesidade) 53 12
P≥95 (Obesidade) 29 6
15
Os resultados da avaliação do estado nutricional de escola para escola são semelhantes como se
pode observar pelo gráfico 1; no entanto verifica-se uma maior prevalência de magreza na Escola A, ao
passo que não existe obesidade entre os alunos desta escola; na Escola C é onde se verifica uma
maior prevalência de pré-obesidade.
Gráfico 1. Percentagem de indivíduos classificados em magreza, normoponderais, pré-obesidade e
obesidade, por escola.
Prevalência de pré-obesidade e obesidade segundo o percentil de IMC
Conforme verificado na tabela 2, que mostra a frequência dos percentis de IMC para a idade, a
prevalência de pré-obesidade situa-se nos 12% (n=53), uma vez que essa é a percentagem de alunos
classificados entre o percentil 85 e 95 (exclusive) e a prevalência de obesidade é de 6% (n=29), uma vez
que essa é a percentagem de indivíduos com um percentil para o IMC igual ou superior a 95.
Prevalência de obesidade abdominal e risco aumentado de obesidade abdominal segundo
o percentil para o perímetro da cintura (PC)
De acordo com o percentil de perímetro da cintura (PC), a percentagem de alunos com risco
aumentado de obesidade abdominal foi de 12% (n=55) e a de alunos com obesidade abdominal foi de 6%
(n=25) (tabela 3)
Escola A Escola B Escola C Escola D Escola E
16
Tabela 3. Frequência do percentil 75 e do percentil 90 para o perímetro da cintura.
n Percentagem (%)
P75 (risco aumentado de
obesidade abdominal) 55 12
P90 (obesidade
abdominal) 25 6
Análise da relação entre o percentil de IMC e o percentil de PC
Para determinar o índice de concordância entre os dois métodos utilizados para fazer a avaliação do
estado nutricional da amostra, foi feita a seguinte classificação: (1) por percentil de PC assumiu-se que
“Normal” corresponde a uma avaliação de percentil inferior a 75, de “Risco” entre o percentil 75 e 90
(exclusive) e de “Obesidade” ao percentil igual ou superior a 90; (2) para a classificação segundo o IMC
considerou-se “Normal” os percentis inferiores a 85, de “Risco” os percentis entre 85 e 95 (exclusive) e
“Obesidade” o percentil maior ou igual que 95.
Tabela 4. Concordância entre as classificações segundo o percentil do IMC e o percentil do PC.
Classificação por Percentil de IMC
Normal Risco Obesidade
Cla
ssific
ação
por
Pe
rce
ntil
de P
C
Normal 352 16 0
Risco 14 34 7
Obesidade 0 3 22
kappa = 0,71 com IC 95%[0,63;0,79]
Observação Intervenção
O índice de concordância (Kappa=0,71) entre os dois testes (avaliação pelo percentil de IMC e
avaliação pelo percentil do PC) é considerado bom. Apenas cerca de 9% dos alunos são classificados de
forma diferente entre métodos, o que significa que existe uma boa concordância entre os dois métodos de
avaliação do estado nutricional.
17
Análise das respostas ao questionário de satisfação em relação às cantinas escolares
Foi avaliada a opinião dos alunos sobre as cantinas escolares das cinco escolas do 3º ciclo do
concelho do Fundão, através de um questionário com 16 questões. A gestão das cantinas destas escolas
é feita de duas formas distintas: por uma empresa de restauração coletiva, no caso da Escola B e da
Escola C e por gestão interna da escola no caso da Escola A, Escola D e Escola E. De seguida, são
apresentados graficamente os resultados das respostas às diferentes questões do questionário aplicado,
começando pela frequência com que os alunos almoçam nas cantinas das diferentes escolas.
Gráfico 2. Frequência com que os alunos almoçam na cantina escolar, por escolas
Quando avaliada a adesão à cantina por parte dos alunos verifica-se que existem diferenças entre as
várias escolas. A Escola E e a Escola A são bastante semelhantes. A Escola D e a Escola C apresentam
algumas semelhanças, sendo a Escola B a mais distinta entre as cinco escolas.
A Escola E (96,3%) e a Escola A (96%) são as escolas com maior percentagem de alunos que
aderem à cantina pelo menos uma vez por semana, seguindo-se a Escola B (88,2%), a Escola C (69,3%)
e por último a Escola D (55,3%).
A Escola A e a Escola E são aquelas que têm uma percentagem maior de alunos que comem
diariamente na escola; em contrapartida a Escola D tem a percentagem mais elevada dos que dizem
comer na cantina raramente ou nunca. Por outro lado, a Escola B é a que tem a percentagem maior de
alunos a frequentar a cantina, 3 a 4 vezes por semana.
Do ponto vista geral, pode verificar-se que a resposta mais frequente à pergunta “Com que
frequência é que almoças na cantina da tua escola?” é 3 a 4 vezes por semana (31%), logo seguida de
Escola A Escola B Escola C Escola D Escola E
Diariamente 80,0% 30,6% 7,4% 11,1% 85,2%
3-4 vezes/semana 8,0% 44,7% 45,5% 22,1% 11,1%
1-2 vezes/semana 8,0% 12,9% 16,5% 22,1% 0,0%
Raramente ou nunca 4,0% 11,8% 30,6% 44,7% 3,7%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
Freq
uê
nci
a re
lati
va
18
raramente ou nuca (30%). Observa-se que dos alunos inquiridos, 70% frequenta a cantina pelo menos
uma vez por semana.
Gráfico 3. Frequência relativa das respostas à pergunta 1: “Com que frequência almoças na cantina da tua
escola?”.
Os alunos quando questionados sobre os motivos que os levam a almoçar fora da cantina
respondem com mais frequência (48%) que vão a casa (própria ou de familiares) ou trazem merenda; em
segundo lugar (19%) que optam por almoçar fora por não gostarem da comida da cantina.
Gráfico 4. Frequência relativa das respostas à pergunta 2: “Se almoças fora da cantina, indica os teus
motivos”.
19
Os alunos que dizem almoçar na cantina raramente ou nunca são os que respondem com maior
frequência que quando não almoçam na cantina é porque almoçam em casa (própria ou de familiares) ou
trazem merenda de casa ou ainda almoçam fora com familiares. Os alunos que dizem frequentar a cantina
3 a 4 vezes por semana são os que respondem com maior frequência que quando não almoçam na
cantina optam por comer fora por não gostarem da comida da cantina, seguindo-se os que almoçam 1 a 2
vezes por semana e por último os que raramente ou nunca comem na cantina escolar.
Gráfico 5. Frequência absoluta das respostas à questão “Se almoças fora da cantina, indica os teus motivos”
distribuída pela frequência com que os alunos almoçam na cantina.
Os alunos que quando não almoçam na cantina e dizem comprar alimentos para a refeição do
almoço (38%), referem que os locais de eleição para o fazerem são o bar da escola (16%) e o café/snack
bar (11%). É de salientar que 40% dos alunos refere não comprar refeições e que 22% deles almoça
diariamente na cantina, ou seja 62% dos inquiridos não compra refeições de almoço a não ser na cantina
da sua escola.
Almoço em casa (própria
ou de familiares) / trago merenda de casa
Almoço fora com familiare
s
Esta pergunta
não se aplica
porque almoço
na cantina
Opto por comer
fora porque
não gosto da comida
da cantina
Opto por comer noutro
local com os meus
amigos porque
não tenho
compa…
Não respond
e
Outro motivo
Raramente/nunca 103 10 0 17 0 1 3
Diariamente 0 0 99 0 0 0 0
3-4 vezes/semana 70 7 0 43 1 18 1
1-2 vezes/semana 41 3 0 24 1 6 0
0
50
100
150
200
250
Freq
uên
cia
abso
luta
20
Gráfico 6. Frequência relativa das respostas à pergunta 3: “Quando optas por almoçar fora da cantina da
escola onde compras a refeição?”.
Pode-se verificar, através do gráfico 7, que na Escola B (55,2%) existe uma percentagem maior de
alunos que refere comprar refeições para almoço sem ser na cantina, seguindo-se a Escola C, onde
38,8% dos alunos diz comprar refeições, depois a Escola D (36%) e por último a Escola A (16,6%) uma
vez que na Escola E nenhum aluno diz comprar refeições de almoço exceto na cantina.
Observa-se ainda que existe uma maior percentagem de alunos a referir que compram refeições de
almoço no bar na Escola B do que nas outras escolas e que os alunos da Escola C são os que mais
compram refeições de almoço no café/snackbar. De salientar ainda que, apesar de na Escola C o bar se
encontrar encerrado no período de almoço, ainda há 10,7% dos alunos que refere comprar alimentos para
o almoço nesse local.
21
Gráfico 7. Frequência relativa das respostas à pergunta “Quando optas por almoçar fora da cantina da escola
onde compras a refeição?”, por escolas.
O gráfico 8 mostra que 66% dos alunos tem uma opinião positiva sobre as refeições servidas na
cantina da sua escola, considerando-as muito boas, boas ou razoáveis.
Escola A Escola B Escola C Escola D Escola E
Esta pergunta não se aplica porque não compro refeições fora
0,0% 14,1% 53,7% 52,9% 14,8%
Esta pergunta não se aplica porque almoço na cantina
83,3% 30,6% 7,4% 11,1% 85,2%
Outro local 0,0% 3,5% 0,0% 3,7% 0,0%
Supermercado 0,0% 0,0% 1,7% 8,5% 0,0%
Restaurante 8,3% 0,0% 0,8% 7,4% 0,0%
Café/snackbar 8,3% 3,5% 25,6% 7,9% 0,0%
Bar da escola 0,0% 48,2% 10,7% 8,5% 0,0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Freq
uê
nci
a R
ela
tiva
22
Gráfico 8. Frequência relativa das respostas à pergunta 4: “De forma geral como classificas as refeições
servidas na cantina da tua escola?”.
A maior parte (56%) dos alunos considera que a temperatura das refeições servidas na cantina é
adequada, tal como mostra o gráfico abaixo.
Gráfico 9. Frequência relativa das respostas à pergunta 5: “Consideras que a temperatura da comida que é
servida na cantina é adequada?”.
Através do gráfico 10, pode-se perceber que existe uma maior percentagem de alunos a referir que
se servem ou lhes é servido uma maior quantidade de hortícolas, tal como mostra a imagem 2.
23
Gráfico 10. Frequência relativa das respostas à pergunta 6. “Relativamente à quantidade de alimentos
presentes no prato, qual das imagens abaixo é mais adequada para representar o que habitualmente te é
servido na cantina da tua escola?”.
No gráfico 11, é percetível que a maioria dos alunos (57%) considera que a quantidade de comida
que lhes é servida nas cantinas escolares é suficiente para satisfazer o seu apetite.
Gráfico 11. Frequência relativa das respostas à pergunta 7: “Na tua opinião, a quantidade que habitualmente
te servem no prato é suficiente para satisfazer o teu apetite?”.
Dos alunos inquiridos 35% diz gostar das sopas servidas na cantina da escola; no entanto 43% das
respostas indicam que os alunos não gostam de sopa no geral ou não gostam especificamente da sopa
servida na cantina, tal como se pode observar no gráfico 12.
24
Gráfico 12. Frequência relativa das respostas à pergunta 8. “Gostas das sopas que habitualmente são
servidas na cantina da tua escola?”.
Dos 121 indivíduos (27%) que dizem não gostar das sopas servidas nas escolas o principal motivo
referido é o facto de a sopa não ser bem condimentada com 30% das respostas à pergunta representada
pelo gráfico 13.
Gráfico 13. Frequência relativa das respostas à pergunta 9: “Se respondeste «Não» na questão anterior,
indica os teus motivos”.
Pode-se verificar que a percentagem de alunos que diz gostar dos legumes e hortaliças
disponibilizados na cantina (47%) é superior à percentagem dos que dizem não gostar dos legumes que
são servidos na cantina das escola (19%) e à dos alunos que nunca comem legumes (12%).
25
Gráfico 14. Frequência relativa das respostas à pergunta 10: “Gostas dos legumes e hortaliças, sejam eles
crus (salada de alface, tomate, cenoura, etc.) ou cozinhados (esparregado, grelos, brócolos, couve-flor,
repolho, etc.) que são disponibilizados na cantina da tua escola?”.
Através do gráfico 15, percebe-se que os alunos que dizem que uma maior variedade de legumes ou
hortaliças não faria com que comessem mais vezes estes alimentos nas cantinas das escolas é superior
aos que têm uma opinião contrária.
Gráfico 15. Frequência relativa das respostas à pergunta 11: “Se na cantina da tua escola houvesse mais
variedade de legumes e hortaliças faria com que os comesses mais vezes?”.
Pode verificar-se através do gráfico 16, que a maioria dos alunos (64%) considera adequada a
variedade de acompanhamentos glucídicos utilizados nos pratos servidos nas cantinas escolares.
26
Gráfico 16. Frequência relativa das respostas à pergunta 12: “Consideras adequada a variedade de
acompanhamentos (massa, arroz, batatas, feijão, grão-de-bico, ervilhas, favas e lentilhas) utilizados nos
pratos das ementas da tua escola?”.
Pelas respostas à pergunta número 13 do questionário representadas no gráfico abaixo, pode
constatar-se que a maioria dos inquiridos diz gostar das frutas ou sobremesas disponibilizadas na cantina
da escola.
Gráfico 17. Frequência relativa das respostas à pergunta 13: “Gosta das sobremesas/frutas disponíveis na
cantina da tua escola?”.
Podemos verificar através das respostas à questão 14 do questionário representadas pelo gráfico 18 que a
maioria dos indivíduos gostaria que houvesse mais variedade na apresentação da fruta disponibilizada nas
cantinas.
27
Gráfico 18. Frequência relativa das respostas à pergunta 14: “Gostarias que houvesse mais variedade na
apresentação da fruta disponível na cantina da tua escola (ex: salada de fruta, fruta cozida ou assada, fruta
fresca descascada)?”.
Na análise dos resultados representados no gráfico abaixo pode-se constatar que a resposta de
43% dos inquiridos considera que o tempero ou condimentos usados na confeção dos alimentos é
suficiente; no entanto 30% diz ser insuficiente.
Gráfico 19. Frequência relativa das respostas à pergunta 15: “Quanto ao tempero e condimentos (sal,
coentros, salsa, pimenta, etc.) utilizados na confeção dos alimentos dá a tua opinião”.
Quando questionados sobre os aspetos que consideram positivos nas cantinas escolares, os alunos
apontam com maior frequência (38%) a alternância de pratos durante a semana, seguindo-se o preço
económico das refeições, referido por 14% dos indivíduos, tal como mostra o gráfico abaixo.
28
Gráfico 20. Frequência relativa das respostas à pergunta 16: “Dos seguintes aspetos qual consideras o mais
positivo na avaliação da cantina da tua escola?”.
Tal como já foi referido, os resultados mostram que o aspeto mais valorizado pelos alunos é a
alternância de pratos ao longo da semana e isso verifica-se em todas as escolas conforme se observa no
gráfico 21. Quanto ao preço económico das refeições, este aspeto é mais valorizado pelos alunos do
Agrupamento de Escolas do Fundão e da Escola Básica Serra da Gardunha. Por outro lado, estes
mesmos alunos, são precisamente os que menos valorizam a qualidade dos alimentos e o tipo de
confeção dos alimentos. Os resultados mostram que o aspeto menos valorizado em todas as escolas é a
adequação dos pratos à gastronomia da região.
3%
38%
22% 4%
14%
12%
7%
0%
À adequação dos pratos à gastronomia da região
Alternância dos pratos durante a semana
Esta pergunta não se aplica porque nunca almoço na cantina Nenhum dos anteriores
O preço económico das refeição
29
Gráfico 21. Aspetos valorizados nas cantinas escolares, referidos pelos alunos na questão 16, por escolas.
Análise das respostas ao questionário de prática de atividade física
A fim de caraterizar a prática de atividade física, da amostra, foi aplicado a cada aluno um
questionário de autopreenchimento com 15 perguntas.
Através das respostas ao primeiro item do questionário, representadas pelo gráfico abaixo, pode-se
constatar que a maioria dos alunos, nos períodos de recreio, costuma sentar-se, sendo que os que dizem
que raramente ou nunca se sentam são apenas 33%.
Gráfico 22. Frequência relativa das respostas à pergunta 1: “Na escola, nos períodos de recreio, costumas
sentar-te?”.
Escola D
Escola B Escola A
Escola C
Escola E
30
Verifica-se através das respostas à segunda questão (gráfico 23), que na atividade escolar a maioria
dos alunos raramente se mantêm de pé, como era esperado atendendo aos currículos escolares.
Gráfico 23. Frequência relativa das respostas à pergunta 2: “Na atividade escolar manténs-te de pé?”.
Os alunos quando questionados se se deslocam a pé para a escola, a maioria (63%) refere que raramente
ou nunca se desloca a pé de casa para a escola, conforme mostra o gráfico 24.
Gráficos 24. Frequência relativa das respostas à pergunta 3: “Deslocas-te a pé de casa para a escola?”.
A maioria dos alunos diz que raramente ou nunca pega em cargas pesadas na escola. No entanto, são
ainda 40% os alunos que afirmam pegar em cargas pesadas, o que leva a pensar que na resposta tenham
considerado as mochilas como cargas pesadas.
31
Gráfico 25. Frequência relativa das respostas à pergunta 4: “Na escola pegas em cargas pesadas?”
De acordo com o gráfico 26, a maioria dos alunos diz não ficar cansado depois do dia escolar; cerca de
51% dos alunos responde que raramente ou nunca se sente cansado.
Gráfico 26. Frequência relativa das respostas à pergunta 5: “Depois do dia escolar, sentes-te cansado(a)?”.
A maioria dos alunos (59%) diz que raramente ou nunca transpira durante o trabalho escolar diário ou
seja, no período de aulas.
32
Gráfico 27. Frequência relativa das respostas à pergunta 6: “Durante o trabalho escolar diário transpiras?”.
Pode verificar-se pelo gráfico 28 que a maioria dos alunos considera que a sua atividade física é idêntica
à dos colegas da mesma idade.
Gráfico 28. Frequência relativa das respostas à pergunta 7: “Em comparação com outros (as) colegas da tua
idade, pensas que a tua atividade física é:”.
Quando questionados sobre a prática de desporto ou exercício físico, 55% dos alunos diz tê-lo praticado
nos últimos 12 meses.
33
Gráfico 29. Frequência relativa das respostas à pergunta 8: “Praticas ou praticaste algum desporto ou
exercício físico nos últimos 12 meses?”.
Na tabela 5 estão representados os resultados da questão 8.1, apesar de 10 alunos não terem referido a
atividade que praticavam, pode perceber-se que a modalidade mais escolhida pelos alunos é o
futebol/futsal e em segundo lugar a natação.
Tabela 5. Representação das atividades/modalidades desportivas praticadas pelos alunos, referidas na
questão 8.1.
Atividades/modalidades N
Ciclismo/ Passeios de Bicicleta 22
Patins em linha 1
Atletismo 20
Badminton 1
Ballet 1
Basquetebol 19
Caminhadas/Corrida 9
CrossFit 1
Danças 8
Defesa Pessoal 1
Downhill 1
Equitação 6
Futebol/Futsal 75
Freestyle 1
Ginástica rítmica e artística 1
Artes marciais 18
Natação 45
Surf 1
Ténis 4
Triatlo 1
Voleibol 1
34
Em média, os alunos dizem que no último ano praticaram as atividades/modalidades desportivas referidas
(tabela 5) durante cinco meses e meio.
Tabela 6. Representação do número de meses que os alunos praticam as atividades/modalidades
desportivas, tal como questionado na pergunta 8.1.1 “Quantos meses praticaste esse desporto ou exercício
físico?”.
Nº de meses n
1 3
2 12
3 5
4 120
5 19
6 10
7 12
8 17
9 12
10 6
11 12
12 9
Média: 5,5 meses
Em média, os alunos praticam cerca de três horas semanais as atividades desportivas referidas (tabela 5),
sendo que o número máximo de horas referidas foram catorze e o mínimo foi meia hora.
Tabela 7. Número de horas semanais que os alunos dizem praticar a atividade/modalidade desportiva referida
na questão 8.1.
Horas semanais n
< 1h 3
1-2h 36
2-4h 59
4h-8h 15
>8h 5
Média : 3 h
35
Na tabela 8, estão representados os resultados da questão 8.2, pelos quais que se pode perceber que 105
(23,4%) dos alunos praticam mais do que uma atividade/modalidade desportiva, e pode constatar que a
modalidade mais escolhida pelos alunos continua a ser o futebol e a natação.
Tabela 8. Atividades desportivas referidas pelos alunos na questão 8.2 “Praticas ou praticaste mais algum
desporto ou exercício físico, qual?”.
Atividade/modalidade desportiva n
Atletismo 8
Badminton 3
Ballet 1
Basquetebol 12
Ciclismo/ andar de bicicleta 11
Caminhadas /corridas 6
Danças 5
Desporto escolar 1
Equitação 2
Futebol 22
Ginásio 4
Hipismo 1
Artes marciais 4
Natação 19
Ténis 4
Triatlo 1
Voleibol 1
36
Em média, no ano anterior à avaliação, os alunos praticaram cerca de 8 meses (tabela 9) as atividades
representadas na tabela 8.
Tabela 9. Número de meses que os alunos praticam as atividades/modalidades desportivas referidas, tal
como questionado na pergunta 8.2.1 “Quantos meses praticaste esse desporto ou exercício físico?”.
Nº de meses n
1 8
2 8
3 11
4 7
5 4
6 7
7 3
8 2
9 4
10 4
11 1
12 45
Média: 8 meses
Em média, os alunos praticam cerca de quatro horas semanais as atividades desportivas referidas na
questão 8.2, sendo que o número máximo de horas referidas foram dezassete e o mínimo foi 1hora.
Tabela 10. Número de horas semanais que os alunos dizem praticar a atividade/modalidade desportiva
referida na questão 8.2.
Horas semanais n
1-2h 14
2-4h 44
4h-8h 34
> 8h 13
Média: 4h
37
A maioria dos alunos considera que mesmo nos tempos livres a sua atividade física é idêntica à dos
colegas da mesma idade.
Gráfico 30. Frequência relativa das respostas à pergunta 9: “Em comparação com outros colegas da tua
idade pensas que a tua atividade física, durante os tempos livres, é:”.
Observa-se através do gráfico 31 relativo às respostas da questão 10 que a maioria dos alunos refere que
transpira durante os tempos livres, sendo a resposta “algumas vezes” (41%) a mais frequente para esta
questão.
Gráficos 31. Frequência relativa das respostas à pergunta 10: “Durante os tempos livres transpiras?”.
38
Através dos resultados da questão 11 percebe-se que a maioria dos alunos pratica desporto nos tempos
livres, apenas 24% dos alunos responde que raramente ou nuca pratica desporto.
Gráfico 32. Frequência relativa das respostas à pergunta 11: “Durante os tempos livres praticas desporto?”.
A maioria dos alunos diz ver televisão nos tempos livres, apenas 16% dos alunos responde que
raramente ou nunca vê televisão.
Gráfico 33. Frequência relativa das respostas à pergunta 12: “Durante os tempos livres vês televisão?”.
39
A maioria dos alunos refere que durante os tempos livres costuma andar a pé e apenas 21% deles diz
raramente ou nunca andar a pé (gráfico 34).
Gráfico 34. Frequência relativa das respostas à pergunta 13: “Durante os tempos livres andas a pé?”
A maioria dos alunos refere que durante os tempos livres anda de bicicleta, no entanto cerca de 40% deles
diz raramente ou nunca andar de bicicleta, conforme indica o gráfico 35.
Gráfico 35. Frequência relativa das respostas à pergunta 14: “Durante os tempos livres andas de bicicleta?”.
40
Em relação ao tempo que os alunos andam a pé diariamente, verifica-se no gráfico 36 que a resposta mais
frequente (40%) é 5 a 15 minutos; pode-se observar que apenas 18% dos alunos diz andar 30 ou mais
minutos a pé por dia.
Gráfico 36. Frequência relativa das respostas à pergunta 15: “Quantos minutos andas a pé, por dia, para te
dirigires à escola, ao local do treino ou às compras?”.
Relação entre a prática de desporto ou exercício físico e o estado nutricional dos alunos
A tabela 12, apresenta os resultados do teste do qui-quadrado utilizado para medir a associação
entre a prática de desporto ou exercício físico e a classificação do estado nutricional segundo o percentil
de IMC. Os resultados do teste do qui-quadrado (p=0,287) mostram que estatisticamente a distribuição do
estado nutricional é idêntica entre os grupos (tabela 11) que praticam desporto ou exercício físico e os que
não praticam.
Tabela 11. Frequência absoluta dos indivíduos que praticam desporto ou exercício físico e dos que não
praticam distribuídos pela classificação do estado nutricional segundo o IMC para a idade.
Pratica desporto ou exercício físico Não pratica nenhum desporto ou exercício físico
Esta
do
nutr
icio
na
l
Magreza 2 5
Normoponderal 204 155
Pré-obesidade 28 25
Obesidade 13 16
Total 247 201
Tabela 12. Resultados do Teste do qui-quadrado para a associação entre a classificação do estado
nutricional (segundo o IMC) e a prática de desporto.
Variáveis Qui-quadrado
Estado nutricional P = 0,287
41
Análise das respostas do Questionário de Frequência Alimentar (QFA)
O QFA era constituído por uma lista de alimentos ou grupos de alimentos (86 alimentos) e ainda um
campo aberto onde o adolescente podia registar alimentos não considerados na lista fechada e que
consumia semanalmente ou diariamente. Para cada item de alimentos da lista fechada, o adolescente
respondia a frequência de consumo entre nove categorias.
As nove categorias de frequência consideradas originalmente no questionário foram ponderadas
tendo em conta a sazonalidade do consumo de cada item alimentar. As frequências de consumo ou
porções diárias foram obtidas após multiplicação de um fator de variação sazonal, para os alimentos
referidos pelos alunos como consumidos apenas em determinadas épocas do ano (foi considerada a
sazonalidade média de 3 meses).
A quantidade de alimentos consumida foi calculada através da multiplicação da frequência referida
para cada item alimentar pela respetiva porção média padrão pré-determinada, em gramas (g) (anexo IV)
e pelo fator de variação sazonal. A quantidade de alimentos consumida encontra-se expressa em peso
edível, isto é, em quantidade disponível para consumo, excluindo ossos, peles, espinhas e outras partes
dos alimentos “não comestíveis”.
A estimativa da ingestão nutricional foi feita pelo serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade
de Medicina do Porto através de um programa informático específico.
Para a apresentação dos resultados do QFA, fez-se uma avaliação qualitativa e quantitativa do
consumo alimentar dos indivíduos da amostra.
A amostra foi dividida em quatro grupos de acordo com a idade e sexo, designados de Feminino_G1
(idades entre os 12 e os 13 anos), Feminino_G2 (idades entre os 14 e os 18 anos), Masculino_G1 (idades
entre os 12 e os 13 anos) Masculino_G2 (idades entre os 14 e os 18 anos). Esta divisão foi feita uma vez
que as recomendações nutricionais diferem entre estes quatro grupos.
Para a avaliação qualitativa, fez-se uma comparação entre o consumo alimentar da amostra e as
recomendações da roda dos alimentos. Para esta comparação foram criados sete grupos de alimentos
(anexo V) avaliados no questionário, indo ao encontro dos sete grupos que compõe a roda dos alimentos.
Para a avaliação quantitativa, foi feita uma análise da ingestão média energética e de
macronutrientes por grupo de idades e sexo, assim como foi calculado o percentual de macronutrientes
para a ingestão energética total. Determinou-se também a prevalência de inadequação da ingestão de
nutrientes.
42
Frequência de consumo da amostra dos alimentos que compunham os oito grupos do
questionário
No que diz respeito ao consumo dos diferentes tipos de leite, o leite meio-gordo é aquele que se destaca,
visto que 57% dos indivíduos do sexo feminino e 66% do sexo masculino consome 1 a 6 porções por dia.
Em relação ao iogurte destaca-se o consumo de 1 a 6 porções por semana para ambos os sexos. Por
outro lado, o consumo de queijo é o que apresenta uma distribuição mais heterogénea dentro do grupo
dos lacticínios. Destaca-se o consumo de 1 a 6 porções por semana mas ao mesmo tempo existe uma
percentagem significativa de indivíduos de ambos os sexos que diz nunca ingerir este alimento ou ingerir
menos de 1 porção por mês.
Tabela 13. Frequência de consumo da amostra de leite e derivados.
Alimento Sexo
n (%)
Nunca ou < 1 mês
1 a 3 por mês 1 a 6 por semana
1 a 6 por dia
Leite gordo F 94% 2% 2% 2%
M 90% 1% 3% 5%
Leite meio-gordo
F 14% 5% 25% 57%
M 12% 2% 20% 66%
Leite magro F 87% 3% 5% 6%
M 86% 3% 5% 5%
Iogurte F 6% 8% 61% 25%
M 8% 7% 50% 34%
Queijo F 35% 18% 39% 8%
M 32% 15% 43% 10%
Quando se analisa o consumo de ovos, carne (frango, peru, coelho, vaca, porco ou cabrito) e pescado
(gordo e magro) a maioria dos indivíduos diz consumi-los pelo menos 1 vez por semana. O consumo de
língua, mão de vaca, tripas, chispe, coração, rim e fígado de vaca, de porco ou de frango é reduzido,
sendo que a maior parte dos indivíduos dos dois sexos diz consumi-los nunca ou menos que 1 vez por
mês. A amostra refere a ingestão de 1 a 3 porções por mês, maioritariamente de camarão ou ameijoas ou
mexilhão e de bacalhau. A maioria dos indivíduos, de ambos os sexos, dizem consumir 1 a 6 porções por
dia de fiambre ou chouriço ou salpicão ou presunto.
43
Tabela 14. Frequência de consumo da amostra de ovos, carne e pescado.
Alimento
Sexo
n (%)
Nunca ou < 1 mês
1 a 3 por mês
1 a 6 por semana
1 a 6 por dia
Ovos F 5% 13% 82% 1%
M 3% 15% 79% 3%
Frango F 1% 10% 89% 1%
M 0% 13% 85% 2%
Peru, coelho F 13% 23% 64% 0%
M 14% 30% 54% 2%
Carne de vaca, porco, cabrito
F 4% 12% 81% 3%
M 1% 6% 85% 8%
Fígado de vaca, porco ou frango
F 70% 18% 11% 0%
M 66% 20% 13% 1%
Língua, mão de vaca, tripas, chispe, coração, rim
F 90% 7% 2% 0%
M 86% 10% 2% 1%
Fiambre, chouriço, salpicão, presunto, etc
F 6% 13% 60% 22%
M 4% 11% 53% 32%
Salsichas F 5% 29% 65% 2%
M 5% 29% 63% 3%
Toucinho, bacon F 42% 34% 24% 1%
M 33% 38% 25% 4%
Peixe gordo F 7% 34% 59% 1%
M 9% 29% 60% 2%
Peixe magro F 8% 25% 66% 1%
M 17% 29% 52% 1%
Bacalhau F 19% 49% 31% 1%
M 19% 45% 34% 2%
Peixe conserva F 8% 37% 54% 2%
M 15% 33% 51% 1%
Lulas, polvo F 35% 40% 25% 0%
M 38% 42% 19% 1%
Camarão, ameijoas, mexilhão, etc
F 38% 51% 10% 1%
M 34% 49% 16% 0%
44
Quando se analisa o consumo de gorduras e óleos podemos verificar que entre o azeite e os óleos, o
azeite é o alimento mais consumido. Por outro lado, quando comparado o consumo de margarina com o
consumo de manteiga é a manteiga o alimento mais consumido, podendo-se verificar que 25% dos
indivíduos do sexo feminino e 31% do sexo masculino diz consumi-la 1 a 6 vezes por dia.
Tabela 15. Frequência de consumo da amostra de gorduras e óleos.
Alimento Sexo
n (%)
Nunca ou < 1 mês
1 a 3 por mês
1 a 6 por semana
1 a 6 por dia
Azeite F 4% 13% 58% 26%
M 4% 11% 56% 28%
Óleos de girassol, milho e soja
F 73% 13% 11% 2%
M 75% 10% 14% 2%
Margarina F 48% 13% 28% 12%
M 53% 13% 24% 10%
Manteiga F 16% 10% 49% 25%
M 15% 13% 41% 31%
Em relação à análise do consumo de cereais e derivados podemos constatar que quando comparado o
consumo de pão branco com o pão integral, centeio ou mistura e com a broa, existe uma maior
percentagem de indivíduos que dizem nunca ou menos de 1 vez por mês consumir pão “escuro” ou broa
face ao pão. Conclui-se também que os flocos de cereais são um dos alimentos mais consumidos pelo
que apresentam uma percentagem de n= 38% para o sexo feminino e n= 51% para o sexo masculino,
para a opção de consumo de 1 a 6 porções por dia. Quanto ao consumo de arroz e de massa é muito
semelhante, sendo que a maioria dos indivíduos refere ingerir estes alimentos 1 a 6 vezes por semana.
Por outro lado quando comparamos o consumo de batatas fritas caseiras com o consumo de batatas fritas
de pacote e com o consumo de batatas cozidas ou assadas ou estufados ou puré, são as batatas fritas de
pacote que maior percentagem de indivíduos diz nunca ou menos de 1 vez por mês consumir.
45
Tabela 16. Frequência de consumo da amostra de cereais e derivados.
Alimento
Sexo
n (%)
Nunca ou < 1 mês
1 a 3 por mês
1 a 6 por semana
1 a 6 por dia
Pão branco ou tostas F 2% 13% 53% 32%
M 4% 12% 44% 41%
Pão(ou tostas), integral, centeio, mistura F 20% 19% 45% 17%
M 26% 14% 43% 17%
Broa, broa de Avintes F 49% 31% 18% 2%
M 43% 32% 21% 3%
Flocos cereais (muesli, corn-flakes, chocapic, etc.)
F 6% 10% 47% 38%
M 9% 7% 32% 51%
Arroz F 0% 2% 95% 3%
M 0% 2% 90% 7%
Massa: esparguete, macarrão, etc. F 0% 2% 93% 5%
M 0% 1% 89% 9%
Batatas fritas caseiras F 5% 30% 63% 2%
M 5% 25% 67% 3%
Batatas fritas de pacote F 15% 47% 35% 3%
M 12% 40% 45% 3%
Batatas cozidas, assadas, estufadas, puré
F 2% 8% 89% 2%
M 2% 6% 88% 3%
Relativamente ao consumo de bolachas tipo maria, água e sal ou integrais são os indivíduos do sexo
masculino os que em maior percentagem dizem nunca ou menos de 1 vez por mês as ingerir.
Relativamente a outras bolachas ou biscoitos, verifica-se que a maioria dos indivíduos relata um consumo
de 1 a 6 vezes por semana. Quanto ao consumo de bolos também a maioria dos indivíduos diz ingerir este
tipo de alimentos pelo menos uma vez por semana. Quanto ao chocolate ou snacks de chocolate o
consumo mais frequente por uma percentagem maior de indivíduos é o de 1 a 6 vezes por semana. Já
relativamente ao açúcar há uma percentagem significativa de indivíduos que refere um consumo diário do
mesmo, sendo o n=24% para o sexo feminino e o n=28% para o sexo masculino. A marmelada ou
compotas, geleias ou mel são os alimentos que neste grupo apresentam uma percentagem superior de
indivíduos a referir que nunca os ingerem ou ingerem-nos menos de 1 vez por mês.
46
Tabela 17. Frequência de consumo da amostra de snacks doces, compotas e açúcar.
Alimento Sexo n (%)
Nunca ou < 1 mês
1 a 3 por mês
1 a 6 por semana
1 a 6 por dia
Bolachas tipo maria, água e sal ou integrais
F 6% 28% 52% 14%
M 15% 25% 44% 17%
Outras bolachas ou biscoitos F 3% 19% 67% 11%
M 5% 18% 63% 15%
Croissant, pastéis, bolicao, doughnut ou bolos caseiros
F 4% 20% 67% 9%
M 5% 20% 63% 13%
Chocolate (tablete ou em pó) F 9% 28% 53% 10%
M 12% 27% 49% 12%
Snacks de chocolate (Mars, Twix, Kit Kat, etc.)
F 10% 30% 53% 8%
M 13% 26% 52% 9%
Marmelada, compota, geleia, mel F 36% 31% 31% 2%
M 36% 23% 40% 1%
Açúcar F 9% 16% 52% 24%
M 11% 13% 49% 28%
Relativamente ao consumo de hortícolas e leguminosas percebe-se que existe um consumo mais
frequente (1 a 6 vezes por semana) por um número significativo de indivíduos essencialmente de feijão-
verde, alface ou agrião, cebola, cenoura, tomate fresco, e as leguminosas. Por outro lado os vegetais que
mais indivíduos dizem nunca ingerir ou ingerir menos de 1 vez por mês são essencialmente a penca ou
tronchuda, a couve galega, o nabo, o pimento e o pepino.
47
Tabela 18. Frequência de consumo da amostra de hortícolas e leguminosas.
Alimento
Sexo
n (%)
Nunca ou < 1 mês
1 a 3 por mês
1 a 6 por semana
1 a 6 por dia
Couve branca, couve lombarda F 38% 32% 30% 1%
M 38% 26% 35% 1%
Penca, tronchuda F 72% 16% 11% 0%
M 70% 16% 13% 1%
Couve galega F 58% 22% 19% 1%
M 54% 26% 21% 0%
Brócolos F 38% 28% 34% 1%
M 45% 27% 29% 0%
Couve-flor, couve-bruxelas F 40% 30% 30% 0%
M 51% 28% 21% 0%
Grelos, nabiças, espinafres F 34% 33% 32% 1%
M 42% 28% 31% 0%
Feijão-verde F 18% 34% 45% 3%
M 24% 33% 43% 0%
Alface, agrião F 8% 14% 58% 20%
M 10% 14% 61% 16%
Cebola F 33% 14% 42% 12%
M 27% 15% 44% 14%
Cenoura F 8% 17% 62% 13%
M 14% 16% 61% 9%
Nabo F 57% 24% 17% 2%
M 55% 25% 19% 1%
Tomate fresco F 22% 13% 49% 17%
M 18% 13% 58% 10%
Pimento F 60% 23% 17% 0%
M 50% 23% 26% 1%
Pepino F 52% 23% 20% 5%
M 48% 25% 23% 4%
Leguminosas: feijão, grão de bico
F 14% 32% 51% 3%
M 15% 23% 62% 0%
Ervilha grão, Fava F 24% 30% 44% 2%
M 30% 24% 45% 0%
Relativamente ao consumo de frutas, percebe-se que existe um número significativo de indivíduos que diz
nunca ou menos de 1 vez por mês ingerir kiwi, dióspiro, figo fresco, nêsperas e damascos assim como
amêndoas, avelãs, nozes, amendoins e pistácios. Por outro lado os frutos que um maior número de
48
indivíduos diz consumir pelo menos com uma frequência semanal são a maçã ou a pera, a laranja, a
banana, os morangos, as cerejas, o pêssego ou a ameixa, o melão ou a melancia e as uvas.
Tabela 19. Frequência de consumo de frutas pela amostra.
Alimento
Sexo
n (%)
Nunca ou < 1 mês
1 a 3 por mês
1 a 6 por
semana 1 a 6
por dia
Maçã, pêra
F 1% 13% 66% 20%
M 2% 14% 67% 17%
Laranja, tangerinas
F 8% 15% 66% 12%
M 5% 17% 66% 12%
Banana
F 10% 15% 66% 9%
M 5% 19% 65% 11%
Kiwi
F 36% 26% 34% 3%
M 36% 32% 29% 3%
Morangos
F 7% 25% 54% 15%
M 9% 27% 52% 12%
Cerejas
F 8% 24% 49% 19%
M 11% 22% 50% 16%
Pêssego, ameixa
F 11% 29% 49% 11%
M 15% 24% 54% 6%
Melão, melancia
F 5% 20% 58% 17%
M 9% 26% 51% 14%
Diospiro
F 55% 12% 27% 7%
M 57% 13% 25% 6%
Figo fresco, nêsperas, damascos
F 44% 17% 33% 7%
M 39% 20% 36% 4%
Uvas frescas
F 15% 24% 49% 13%
M 18% 21% 54% 6%
Frutos conserva pêssego, ananás
F 25% 37% 36% 2%
M 23% 36% 36% 5%
Amêndoas, avelãs, nozes, amendoins, pistachio, etc.
F 31% 41% 26% 3%
M 30% 33% 33% 3%
Azeitonas
F 44% 20% 30% 5%
M 45% 18% 32% 5%
A maior parte dos indivíduos da amostra diz nunca ou menos de 1 vez por mês ingerir as bebidas
alcoólicas questionadas. Por outro lado a maior parte dos indivíduos diz fazer um consumo semanal de
ice-tea e também de outros sumos. Há uma percentagem significativa de indivíduos a referir que nunca ou
menos de 1 vez por mês ingerem café ou chá (preto e verde). Quanto ao consumo de salgados como
49
rissóis, croquetes e bolos de bacalhau existe uma maior percentagem de indivíduos a dizer consumi-los 1
a 3 vezes por mês. Relativamente à maionese ou ketchup existe ainda uma percentagem considerável de
indivíduos a referir que nunca ou menos de uma vez por mês os consome.
A maior parte dos indivíduos refere um consumo mensal de pizzas e hambúrgueres. Já em relação ao
consumo de sopa de legumes a maioria dos indivíduos refere uma frequência semanal.
Tabela 20. Frequência de consumo de bebidas e fast food pela amostra.
Alimento
n (%)
Sexo Nunca ou < 1 mês
1 a 3/ mês
1 a 6 / semana
1 a 6/ dia
Vinho F 98% 2% 0% 0%
M 91% 7% 1% 0%
Cerveja F 93% 7% 1% 0%
M 73% 13% 10% 3%
Bebidas brancas: whisky, aguardente, brandy, etc. F 97% 3% 0% 0%
M 84% 10% 5% 1%
Coca-cola, pepsi-cola ou outras colas F 14% 39% 43% 4%
M 17% 26% 42% 15%
Ice-tea F 5% 18% 60% 17%
M 4% 16% 58% 23%
Outros refrigerantes, sumos de fruta ou néctares embalados F 7% 24% 56% 13%
M 7% 21% 54% 19%
Café (incluído o adicionado a outras bebidas) F 46% 26% 23% 5%
M 47% 20% 21% 13%
Chá preto e verde F 44% 29% 22% 5%
M 57% 19% 20% 3%
Croquetes, rissóis, bolinhos de bacalhau, etc. F 15% 55% 28% 2%
M 15% 42% 40% 2%
Maionese F 28% 38% 33% 2%
M 35% 24% 35% 5%
Molho de tomate, ketchup F 20% 42% 35% 3%
M 24% 25% 46% 5%
Pizza F 5% 56% 37% 2%
M 12% 52% 33% 3%
Hambúrguer F 13% 62% 25% 1%
M 12% 52% 33% 3%
Sopa de legumes F 7% 15% 51% 27%
M 10% 16% 53% 21%
50
Ingestão média diária em porções dos alimentos dos grupos descritos.
Em média os indivíduos da amostra consomem diariamente 2,2 porções de frutas frescas, 1,4 porções de
refrigerantes ou sumos, 2 porções de doces, sobremesas ou outros produtos de pastelaria, 0,4 porções de
fast food, 3,5 porções de produtos hortícolas, leguminosas ou sopa e 0,7 porções de açúcar (adicionado).
Tabela 21. Ingestão média diária em porções relativa aos grupos de alimentos.
Grupo de alimentos Ingestão média diária (porções)
Frutas frescas 2,2
Refrigerantes/sumos 1,4
Doces/sobremesas/produtos de pastelaria 2,0
Fast food 0,4
Hortícolas/sopa/leguminosas 3,5
Açúcar adicionado 0,7
Análise do consumo alimentar de acordo com as recomendações da Roda dos Alimentos
A nova Roda dos Alimentos apresenta-se como um guia para a escolha alimentar diária. É
constituída por sete grupos de alimentos de diferentes dimensões, de acordo com a proporção em peso
que devem ter na alimentação diária: cereais e derivados, tubérculos – 28%; hortícolas – 23%; fruta –
20%; laticínios – 18%; carnes, pescado e ovos – 5%; leguminosas – 4%; gorduras e óleos – 2%.
Cada grupo contém alimentos com valor nutricional semelhante, pelo que podem e devem ser
substituídos regularmente de forma a assegurar a variedade, um princípio essencial numa alimentação de
qualidade.
Em cada grupo da nova Roda dos Alimentos estão contidos diversos alimentos, podendo-se ainda
verificar a proporção com que se devem consumir.
Diariamente devem comer-se porções de todos os grupos de alimentos, que variam consoante as
necessidades energéticas individuais: crianças de 1 a 3 anos, os homens ativos e os rapazes
adolescentes, representam os extremos quanto a necessidades; para a restante população é aconselhado
orientar-se pelos valores intermédios (Instituto do Consumidor, 2004).
Da análise qualitativa do consumo alimentar estimado para os indivíduos da amostra, consegue-se
perceber que 39% faz uma ingestão de laticínios inferior ao recomendado (2 a 3 porções diárias
recomendadas) e que 22% faz uma ingestão de acordo com a recomendação (gráfico 37).
51
Gráfico 37. Consumo de laticínios da amostra
A análise do consumo estimado dos alimentos do grupo II da roda dos alimentos (carne, pescado e
ovos) revela que 16% dos inquiridos faz uma ingestão superior ao recomentado (1,5 a 4,5 porções diárias)
e que 78% consome as porções recomendadas (gráfico 38)
.
Gráfico 38. Consumo de carne, pescado e ovos da amostra
O consumo estimado dos alimentos do grupo III da roda dos alimentos (óleos e gorduras) revela que
17% faz uma ingestão superior ao recomentado (1 a 3 porções diárias) e que 46% consome as porções
recomendadas (gráfico 39).
52
Gráfico 39. Consumo de óleos e gorduras da amostra.
O consumo estimado dos alimentos do grupo IV da roda dos alimentos (Cereais e seus derivados,
tubérculos) revela que 57% faz uma ingestão inferior ao recomentado (4 a 11 porções diárias) e que 40%
consome as porções recomendadas (gráfico 40).
Gráfico 40. Consumo de cereais e seus derivados, tubérculos da amostra.
O consumo estimado dos alimentos do grupo V da roda dos alimentos (hortícolas) revela que 60%
faz uma ingestão inferior ao recomentado (3 a 5 porções diárias) e que 22% consome as porções
recomendadas (gráfico 41).
53
Gráfico 41. Consumo de hortícolas da amostra.
O consumo estimado dos alimentos do grupo VI da roda dos alimentos (Leguminosas) revela que
94% faz uma ingestão inferior ao recomentado (1 a 2 porções diárias) e que 5% consome as porções
recomendadas (gráfico 42).
Gráfico 42. Consumo de leguminosas da amostra.
O consumo estimado dos alimentos do grupo VII da roda dos alimentos (Frutos frescos) revela que
80% faz uma ingestão inferior ao recomentado (3 a 5 porções diárias) e que 12% consome as porções
recomendadas (gráfico 43).
54
Gráfico 43. Consumo de frutas da amostra.
O consumo alimentar estimado para a amostra, de acordo com as porções de alimentos, dos sete
grupos equivalentes à Roda dos Alimentos, que os indivíduos referem ingerir, mostra que face às
recomendações da Roda dos Alimentos há uma ingestão exagerada dos alimentos do grupo das carne,
pescado e ovos (18% face aos 5% da roda dos alimentos) assim como do grupo das gorduras (10% face
aos 2% da Roda dos Alimentos); em contrapartida há uma ingestão insuficiente, principalmente dos
alimentos dos grupos das frutas, hortícolas e leguminosas (gráfico 44).
Gráfico 44. Proporção estimada do consumo dos alimentos que compõem os grupos da Roda dos Alimentos.
55
Ingestão média de energia e macronutrientes
A ingestão energética média estimada varia de 2650 Kcal, entre os adolescentes do grupo Fem_G1
a 3178 Kcal, entre os adolescentes do grupo Masc_G2. No consumo médio estimado de proteínas os
valores oscilam entre 121,6 g para o grupo Fem_G1 e 136,7 g para o grupo Masc_G2. A estimativa do
consumo médio de hidratos de carbono da amostra revela que os valores se encontram entre os 327,3 g
(Fem_G1) e os 391,5 g (Masc_G2). Quanto ao consumo médio estimado de gorduras, os resultados
mostram que os valores variam entre 100,1g no grupo Fem_G1 e 120,5g no Masc_G2. Em relação às
fibras alimentares o consumo médio estimado nesta amostra está entre 27,2 g no caso do grupo Fem_G1
e 28,4g no caso do grupo mas_G2.
Tabela 22. Ingestão média de energia, macronutrientes e fibra alimentar, por grupos de idade e sexo.
Média (desvio padrão)
Fem_G1 Fem_G2 Masc_G1 Masc_G2
Valor energético (Kcal) 2650 (1219) 2858 (1532) 2848 (1455) 3178 (1563)
Proteínas (g) 121,6 (55,5) 127,2 (58,9) 127,4 (64,7) 136,7 (63,1)
Hidratos de carbono (g) 327,3 (171,3) 354,2 (210,3) 352,3 (190,8) 391,5 (212,8)
Gorduras (g) 100,1(49,5) 108,5 (63,8) 108,2 (61,6) 120,5 (62,7)
Fibra (g) 27,2 (16,2) 26,5 (15,3) 26,0 (12,9) 28,4 (17,6)
56
Percentual de macronutrientes
O contributo relativo de proteínas para a ingestão energética total da amostra foi de 18% para todos
os grupos à exceção do grupo Fem_G1 que foi de 19%. O contributo relativo de hidratos de carbono para
a ingestão energética total foi de 48% para todos os grupos e o contributo relativo de gorduras foi de 34%
à exceção do grupo Fem_G1 onde foi de 33%.
Gráfico 45. Contribuição percentual dos macronutrientes para a ingestão total de energia.
57
Prevalência da inadequação da ingestão de nutrientes
Inadequação de macronutrientes
Na tabela 23 está representada a proporção de macronutrientes em contributo percentual para a
ingestão energética total diária, de acordo com os intervalos aceitáveis preconizados pelas DRI, para esta
faixa etária. Os intervalos aceitáveis para a distribuição dos macronutrientes (Acceptable Macronutrient
Distribution Ranges) (anexo VI) foram estabelecidos tendo em conta a redução do risco de doenças
crónicas e o fornecimento de uma ingestão adequada de nutrientes essenciais. No caso das proteínas o
intervalo oscila entre 10 e 30%, para os hidratos de carbono e gorduras o intervalo varia de 45 e 65% e de
25 e 35%, respetivamente. Os intervalos de macronutrientes são expressos em termos relativos, retirando-
se, para tal efeito, o contributo do etanol para a ingestão energética total (Trumbo P. et al, 2002).
Através destes resultados percebe-se que para os hidratos de carbono e para os ácidos gordos n-3 e
n-6 existe um número de indivíduos significativo a ingerir uma quantidade abaixo do intervalo aceitável.
Tabela 23. Proporção de ingestão de macronutrientes e ácidos gordos (n-3 e n-6) em contributo médio
percentual para a ingestão energética diária, de acordo com os intervalos aceitáveis preconizados pelas DRI,
para esta faixa etária (12-18 anos).
Intervalo
aceitável
(%)
Proporção de ingestão de nutrientes
Fem_G1 Fem_G2 Masc_G1 Masc_G2
Proteínas 10-30
Abaixo da
DRI 0,6 0 0 0
DRI 99,4 100 99,2 100
Acima da DRI 0 0 0,8 0
Hidratos de Carbono 45-65
Abaixo da
DRI 32,3 23,1 28 26,1
DRI 67,1 76,9 71,2 73,9
Acima da DRI 0,6 0 0,8 0
Gorduras 25-35
Abaixo da
DRI 2,4 1,3 1,7 2,3
DRI 70,1 71,8 66,1 56,8
Acima da DRI 27,4 26,9 32,2 40,9
Ácidos gordos n-3 0.6-1.2
Abaixo da
DRI 59,1 62,8 61 67
DRI 40,2 35,9 39 33
Acima da DRI 0,6 1,3 0 0
Ácidos gordos n-6 5-10
Abaixo da
DRI 86 83,3 86,4 86,4
DRI 13,4 16,7 12,7 13,6
Acima da DRI 0.6 0 0.8 0
58
Inadequação de micronutrientes
Portugal, à semelhança de outros países, não possui recomendações nutricionais próprias tendo que
recorrer às recomendações estabelecidas para outras populações. As recomendações para a ingestão
diária de nutrientes ou Dietary Reference Intakes (DRI) utilizadas neste estudo foram as mais recentes
definidas para a população norte-americana.
Foi então utilizada a necessidade média estimada (Estimated Average Requirement - EAR) (anexo
VII), proposta pelo Institute of Medicine (Estados Unidos), uma vez que está descrita como a DRI mais
apropriada para calcular a prevalência de inadequação de ingestão de um grupo, porque corresponde a
um nível de ingestão diário de um nutriente estimado para satisfazer as necessidades de metade dos
indivíduos saudáveis de um grupo, tendo em conta a idade e o sexo (National Academy of Sciencies,
2000).
No presente relatório, para o cálculo da prevalência de inadequação de ingestão de nutrientes foi
utilizado o método da EAR como ponto de corte. Foi calculado o número de indivíduos com ingestões
habituais inferiores à EAR, correspondente à estimativa de indivíduos com ingestão inadequada.
Nas tabelas 24 e 25, estão descritos para os quatro grupos definidos, os valores de EAR dos
micronutrientes para os quais existe valor estimado, e as percentagens de inadequação de ingestão.
As prevalências de inadequação estimadas para a amostra apontam valores mais elevados para a
vitamina D, vitamina E e ácido fólico.
Tabela 24. Estimativa da prevalência de inadequação de vitaminas, por grupos de idade e sexo.
Prevalência de inadequação
EAR Fem_G1 EAR Fem_G2 EAR Masc_G1 EAR Masc_G2
Vitamina A (µg/dia) 420 0.6 485 0 445 0.8 630 5.7
Vitamina C (mg/dia) 39 2.4 56 3.8 39 5.1 63 11.4
Vitamina D (µg/dia) 10 87.2 10 85.9 10 85.6 10 85.2
Vitamina E (mg/dia) 9 53.7 12 78.2 9 50.8 12 70.5
Tiamina (mg/dia) 0.7 0.6 0.9 0 0.7 1.7 1 3.4
Riboflavina (mg/dia) 0.8 0.6 0.9 0 0.8 0.8 1.1 2.3
Niacina (mg/dia) 9 0.6 11 1.3 9 2.5 12 2.3
Vitamina B6 (mg/dia) 0.8 0.6 1.0 0 0.8 0.8 1.1 2.3
Ácido fólico (µg/dia) 250 20.7 330 41 250 17.8 330 30.7
Vitamina B12 (µg/dia) 1.5 0 2.0 0 1.5 0.8 2.0 1.1
59
Os valores estimados de prevalência de inadequação para os minerais apontam valores mais
elevados para o cálcio, para o iodo e para o magnésio no caso específico do grupo Fem_G2.
Tabela 25. Estimativa da prevalência de inadequação de minerais, por grupos de idade e sexo.
Prevalência de inadequação
EAR Fem_G1 EAR Fem_G2 EAR Masc_G1 EAR Masc_G2
Cálcio (mg/dia) 1100 53 1100 60.3 1100 45.8 1100 45.5
Iodo (µg /dia) 73 38.4 95 61.5 73 27.1 95 46.6
Magnesio (mg/dia) 200 6.1 300 28.2 200 5.9 340 34.1
Fósforo (mg/dia) 1055 9.1 1055 6.4 1055 9.3 1055 6.8
Zinco (mg/dia) 7 4.3 7.3 1.3 7 2.5 8.5 5.7
Apesar de existir EAR estabelecido para o ferro, as condições necessárias para a aplicação da EAR
como ponto de corte (simetria da distribuição das necessidades) não se aplicam ao ferro para mulheres
menstruadas e por isso as DRI´s assumem também uma distribuição não normal do ferro para todas as
idades e para ambos os sexos. Assim, especificamente para o ferro, a estimativa da inadequação foi
calculada pelo método de abordagem probabilistica manualmente determinada (Gibson RS., 2005).
Através desta análise pode-se verificar que a inadequação da ingestão do ferro é baixa para todos os
grupos da amostra.
Tabela 26. Estimativa da prevalência de inadequação da ingestão de ferro, por grupos de idade e sexo.
Prevalência de inadequação para um IC 95% atavés do método de AP
Fem_G1 Fem_G2 Masc_G1 Masc_G2
Ferro (mg/dia) 1,8 2,6 2,5 3,4
Para o consumo de sódio (tabela 27), dado que o interesse é manter níveis baixos de ingestão deste
mineral, foram considerados como inadequados os valores de ingestão acima do nível de ingestão
máximo tolerável (tolerable upper intake level – UL).
Pode-se então verificar que para os quatro grupos, existe uma percentagem de indivíduos
significativa a fazer uma ingestão inadequada de sódio.
60
Tabela 27. Proporção de indivíduos com ingestão diária superior ao Nível Máximo de Ingestão Tolerável (UL),
por grupos de idades e sexo.
UL
Proporção de individuos com ingestão > UL
Fem_G1 Fem_G2 Masc_G1 Masc_G2
sódio (g/dia) 2.2 (Fem_G1 e Masc_G1) 2.3 (Fem_G2 e Masc_G2)
53.7% 60.3% 59.3% 63.6%
Probabilidade de inadequação da ingestão de fibra alimentar
As fibras alimentares não têm EAR estabelecida, logo é necessário recorrer-se ao valor de ingestão
adequada (Adequate Intake – AI), mesmo que este não possa ser usado para determinar a prevalência da
inadequação da ingestão de nutrientes num grupo. Nos grupos com média de ingestão igual ou superior à
AI pode assumir-se que existirá uma baixa probabilidade de inadequação para um dado nutriente; no
entanto quando a média de ingestão do grupo está abaixo da AI, não se pode fazer suposições acerca da
inadequação da ingestão nesse grupo (National Academy of Sciencies, 2000).
Conforme se pode observar na tabela 13, apresentada mais atrás neste relatório, a ingestão média
de fibra para o grupo Fem_G1 e Fem_G2 é superior a 26g/dia (valor da AI) o que permite concluir que
existe uma baixa probabilidade de inadequação da ingestão de fibra alimentar para estes grupos de
indivíduos. Para os restantes grupos (Masc_G1 e Masc_G2) não é possível fazerem-se suposições porque
a média de ingestão de fibra alimentar é inferior à AI.
Discussão e implicações para a intervenção
Para o primeiro objetivo, avaliar o estado nutricional, os resultados mostram que 80% dos alunos da
amostra se encontram normoponderais e que 20% deles se encontra em risco nutricional, quando a
avaliação é feita segundo as curvas de percentis do IMC para a idade. A prevalência de excesso de peso
e obesidade foi determinada na ordem dos 18%.
Na análise dos dados, quando se cruzaram os resultados da avaliação do estado nutricional
segundo os dois métodos utilizados, ou seja o percentil de IMC e o percentil de PC, percebe-se que 9%
dos indivíduos são classificados de forma diferente, mas a concordância entre métodos é considerada
boa. Com base neste facto, deve-se ter em conta tanto os resultados sugeridos por um método como pelo
outro e nesse sentido seria importante intervir nos 56 indivíduos que são classificados de igual forma, em
risco de obesidade e em obesidade por ambos os métodos. Também a intervenção deverá ser feita com
os 10 indivíduos que apesar de serem classificados de formas distintas por cada método, foram
61
classificados de risco de obesidade ou de obesidade, estando por isso, através de qualquer um dos
métodos, classificados em risco nutricional.
No entanto, 30 indivíduos foram classificados num dos métodos de “normal” e no outro de risco de
obesidade ou obesidade e para estes casos o mais prudente seria observar individualmente cada caso,
procedendo-se a uma abordagem personalizada que inclua não só uma avaliação corporal mais específica
(por ex. avaliação da massa gorda), mas também uma avaliação do estilo de vida (hábitos alimentares e
atividade física) do aluno.
Assim, os indivíduos sinalizados para observação ou intervenção são no total 96, representando
21% da amostra.
Quando comparado o presente estudo com outros estudos idênticos percebe-se que vão ao
encontro dos resultados obtidos neste estudo e que demostram uma taxa preocupante de prevalência de
excesso de peso e obesidade. Numa avaliação realizada na cidade de Leiria, que abrangeu 205
adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e os 17,9 anos, onde se aplicaram iguais pontes de
coorte P85 e P95 de IMC obteve-se uma prevalência de excesso de peso e obesidade de 20% (Brito &
Moleiro, 2014). De forma semelhante, um estudo realizado na cidade do Porto incluiu na sua análise 1478
adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e 19 anos, que demostrou uma prevalência de
excesso de peso e obesidade de 27,5% (Franco, 2009).Um outro estudo realizado na cidade de Castelo
Branco avaliou 1084 adolescentes, dos 12 aos 17 anos, onde se obteve uma prevalência total de excesso
de peso e obesidade de 21% (Ferreira, Mota & Duarte 2012). Num estudo mais abrangente, onde foram
escolhidas de forma aleatória escolas de Portugal continental, envolvendo 5708 adolescentes
escolarizados dos 10 aos 18 anos verificou-se uma prevalência de excesso de peso e obesidade de 30,4%
(Ferreira, Loureiro & Carmo, 2010). Em paralelo, existem inúmeros estudos sobre o estado nutricional dos
adolescentes portugueses mas que utilizam diferentes critérios para classificação de excesso de peso e
obesidade. Contudo, considerando a heterogeneidade metodológica dos trabalhos, verifica-se que as
frequências de excesso de peso e obesidade dos adolescentes são globalmente elevadas, muitas das
vezes acima dos 30% (Antunes & Moreira, 2011). De referir ainda que existe um estudo nacional
representativo dos adolescentes portugueses que se iniciou em 1998 e incluiu alunos com idades
compreendidas entre os 11 e os 15 anos, o qual demostrou uma prevalência de excesso de peso e
obesidade de 18,4% (Matos, et al, 2010).
Assim, pode-se afirmar que existe uma preocupação notória no controlo desta epidemia que tende
em crescer de forma preocupante no nosso país, tornando-se um verdadeiro problema de saúde pública.
Para reverter esta situação, não podemos apenas tratar a obesidade como doença, mas sim atuar na sua
prevenção, apostando na criação de medidas sustentáveis a nível individual, comunitário, nacional e
mundial de forma a promover a saúde através de uma alimentação saudável aliada à prática de atividade
física. (Antunes & Moreira, 2011)
62
Para responder ao segundo objetivo, avaliar a opinião dos alunos em relação às cantinas escolares,
os resultados mostram que 70% da amostra frequenta a cantina para almoçar pelo menos uma vez por
semana. No entanto 30% dos alunos diz que raramente ou nunca almoça na cantina, e percebe-se que
esse facto deve-se, principalmente, porque estes alunos têm a possibilidade de almoçar em casa (própria
ou de familiares) ou levar merenda de casa e assim o fazem.
Percebe-se também que 19% dos indivíduos diz que quando não almoça na cantina é principalmente
porque não gosta da comida e opta por comer noutro local. Estes alunos são maioritariamente os que não
almoçam na cantina entre 1 a 4 vezes por semana e poderão ser alunos que pelas suas escolhas
alimentares comprometam o seu estado nutricional.
Dos 38% de alunos que dizem que quando não almoçam na cantina compram refeições, 16% fazem-
no no bar da escola e verifica-se que na Escola B existe uma maior percentagem de alunos a optar por
esse local de compra. Por outro lado, 11% compram refeições de almoço no café/snackbar e é na Escola
C que existe uma maior percentagem de alunos a optar por este local face ao que acontece nas restantes
escolas. Sendo nestas duas escolas onde se verifica uma maior motivação dos alunos para comprar
refeições de almoço noutros locais que não na cantina escolar, dever-se-ia criar uma iniciativa de
sensibilização dos alunos para a importância do almoço completo e equilibrado do ponto de vista
nutricional.
Os resultados mostram que os alunos têm uma opinião positiva sobre as refeições servidas nas
cantinas escolares, apenas 14% da amostra considera as refeições escolares más ou muito más.
Quando questionados especificamente sobre os alimentos e as condições em que são servidos,
parece que o principal problema tem a ver com a sopa e os hortícolas disponibilizados diariamente nas
cantinas escolares. Os resultados mostram que 43% dos alunos diz não gostar de sopa em geral ou
especificamente da sopa servida na cantina da escola. E dos 27% de alunos que diz não gostar da sopa
que lhes é servida na escola apontam como principal motivo o facto da mesma não ser bem
condimentada. Já em relação aos hortícolas, apesar da percentagem de alunos que dizem gostar destes
alimentos ser superior aos que têm uma opinião contrária, existem ainda 21% de alunos que diz não
gostar dos hortícolas servidos na cantina escolar ou refere nunca comer legumes ou hortaliças. Por outro
lado, 34% da amostra diz que se a variedade de legumes servidos na cantina escolar aumentasse faria
com que o seu consumo fosse maior. Assim, pensa-se que seria importante envolver os alunos e as
equipas responsáveis pelo serviço de alimentação das escolas a desenvolver estratégias para aumentar a
adesão ao consumo de hortícolas, seja através da sopa ou no prato principal.
Por último, os resultados deste questionário mostram que os alunos valorizam mais a alternância de
pratos ao longo da semana e o preço económico das refeições das cantinas escolares, ambos aspetos
sugeridos pela legislação em vigor. De futuro, seria interessante verificar-se o aumento da percentagem de
alunos que valorizasse a qualidade dos alimentos e o tipo de confeção dos mesmos.
63
Para responder ao terceiro objetivo, caraterizar a prática de atividade física, é de salientar o facto da
maioria dos alunos (63%) dizer que raramente ou nunca se desloca a pé de casa para a escola. É também
interessante observar que apenas 18% da amostra diz andar a pé 30 minutos ou mais por dia, sendo que
os restantes caminham menos do que 30 minutos por dia.
Já no que diz respeito às atividades desportivas, a maioria dos alunos (55%) diz ter praticado pelo
menos uma, no último ano; no entanto são apenas 53% os que indicam as atividades desportivas que
praticam e dos quais se consegue perceber que em média as praticaram durante cinco meses e meio com
uma carga de 3 horas semanais. Consegue-se ainda concluir que 23% da amostra pratica mais do que
uma atividade desportiva para além das praticadas na disciplina de educação física.
Quando comparados os grupos de alunos que praticam desporto com os que não praticam, pode-se
perceber que não existem diferenças significativas entre os grupos quanto à caraterização do estado
nutricional.
Apesar da maioria dos alunos praticar atividades desportivas esse facto parece não estar a ter
implicações no seu estado nutricional. Além disso verificaram-se alguns comportamentos tendencialmente
sedentários como o diminuto tempo que os alunos despendem a caminhar diariamente, o que seria um
ponto importante a contrariar.
Para responder ao quarto e último objetivo deste estudo, caraterizar os hábitos alimentares da
amostra, recolheu-se informação sobre o consumo alimentar dos adolescentes nos últimos 12 meses
anteriores à avaliação. Foi escolhido como instrumento o QFA de autopreenchimento, que tinha a
vantagem de ter sido previamente validado para a população adulta portuguesa e de já ter sido adaptado
para o preenchimento por adolescentes, acrescentando-se um campo aberto permitindo a inclusão de
alimentos de consumo relevante para cada indivíduo. No entanto, percebeu-se durante a aplicação dos
questionários alguma indisponibilidade dos adolescentes para acrescentarem outros alimentos,
valorizando mais os alimentos da lista fixa, o que pode ter condicionado as respostas e originar uma
subestimativa do consumo de alimentos que não estão na lista e uma sobrestimativa dos que estão na
lista. É precisamente o risco de sobrestimativa que está associado aos QFA, o que pode conduzir a uma
subestimativa da prevalência de inadequação de nutrientes. As razões que levam à sobrestimativa podem
ser várias, como por exemplo a lista extensa de alimentos, a definição exagerada das porções padrão ou a
dificuldade dos inquiridos em escolher a frequência de consumo e tenderem para categorias de maior
frequência (Margetts & Nelson, 1997).
Da análise qualitativa do consumo alimentar, tendo como base as recomendações da Roda dos
Alimentos, salienta-se a elevada percentagem de indivíduos (superior a 50% da amostra) que faz uma
ingestão inferior ao recomendado para os alimentos dos grupos dos cereais, derivados e tubérculos,
hortícolas, leguminosas e frutas. À exceção do grupo dos cereais, derivados e tubérculos, estes resultados
64
eram esperados tendo em conta outros estudos como por exemplo o de Hoppu et al. (2010) que conclui
um baixo consumo de frutas e vegetais frescos entre os adolescentes com uma média de idades de 13,8
anos. A baixa ingestão de hortícolas, frutas frescas e leguminosas vai também ao encontro do descrito na
balança alimentar portuguesa, embora essa análise seja relativa à população em geral (INE, 2014).
Em relação à ingestão de macronutrientes, pode-se concluir que praticamente 100% da amostra faz
um consumo adequado de proteínas, o que se pode justificar pelo largo intervalo aceitável (10-30%), no
caso das gorduras. Também a prevalência de adequação de ingestão é elevada entre os grupos da
amostra, no entanto o consumo acima do intervalo aceitável é relevante, variando entre os 27,4% e os
40,9% nos diferentes grupos da amostra. Em relação à ingestão de hidratos de carbono parece haver um
número significativo de indivíduos a consumir abaixo do intervalo aceitável, uma vez que a prevalência de
inadequação varia entre os 23,1% e os 32,3%, dependendo do grupo.
A ingestão média diária dos adolescentes do Fundão variou entre 2650Kcal e 3178Kcal de acordo
com o grupo de idade e sexo em questão, o que indica uma média de ingestão energética diária superior à
verificada no estudo realizado no Porto (Franco 2009).
O contributo percentual para o total energético das proteínas variou (de acordo com o grupo de
idades e sexo) entre 18% e 19%; para os hidratos de carbono foi 48% em todos os grupos e para as
gorduras variou entre 33% e 34%. Quando comparados estes valores com os obtidos no estudo de Franco
T. em 2009, percebe-se que a maior diferença está ao nível dos hidratos de carbono, que no estudo do
Porto tinha um contributo percentual para o total energético de 52,5%.
A baixa prevalência de inadequação da ingestão de proteínas e de gorduras verificada para esta
amostra vai ao encontro do estudo realizado no Porto (Franco, 2009); no entanto a prevalência de
inadequação da ingestão de hidratos de carbono determinada no presente estudo é superior à
determinada no estudo realizado com os adolescentes do Porto. Como se verificou, a maioria dos
indivíduos da amostra faz um consumo abaixo do recomendado de alimentos do grupo dos cereais
(especialmente relevante neste caso) e também de frutas e hortícolas; desta forma era esperado que na
ingestão de hidratos de carbono houvesse uma prevalência de inadequação relevante, a não ser que o
consumo de alimentos açucarados fosse exageradamente elevado.
Os alimentos ricos em hidratos de carbono são um veículo importante de micronutrientes e
fitoquímicos, e o seu consumo limitado pode conduzir a carências nutricionais. Os hidratos de carbono são
também importantes para manter a homeostasia glicémica e para manter a função e integridade
gastrointestinal (WHO/FAO, 1998).
No presente estudo verificou-se uma prevalência de inadequação relevante de ingestão de vitamina
D (varia entre 85,2% e 87,2%) e de cálcio (varia entre 45,5% e 60,3%) que talvez se justifique pelo facto
de cerca de 40% da amostra ingerir laticínios abaixo das recomendações, assim como, em geral, fazerem
um consumo insuficiente de frutas, hortícolas e leguminosas.
65
Um consumo adequado de vitamina D durante a puberdade é essencial para o alcance do pico de
massa óssea (Lehtonen-Veromaa et. al., 2002), assim como uma adequada ingestão de cálcio, o qual é
fundamental na manutenção da integridade do esqueleto e consequente prevenção de osteoporose e
fraturas na vida adulta (Eisenstein, 2000).
Verificou-se uma elevada prevalência de inadequação em relação à vitamina E (varia entre 50,8% e
78,2%) que vai ao encontro do obtido no estudo do Porto, onde são indicadas possíveis justificações como
a dificuldade inerente à avaliação da ingestão dos fornecedores deste nutriente como é o caso do azeite.
O azeite é tradicionalmente usado na gastronomia portuguesa, mas muitas vezes a sua utilização é feita
por quem prepara e cozinha os alimentos que na maior parte dos casos não é o adolescente, o que pode
ter condicionado uma subestimativa do seu real consumo (Franco, 2009).
A inadequação de ácido fólico foi também identificada entre os indivíduos deste estudo, não se
pensando que terá a ver com uma subestimativa, tal como aconteceu com a vitamina E, mas sim com um
baixo consumo de alimentos ricos neste nutriente, como são exemplo os vegetais folhosos verde escuros,
leguminosas, gema de ovo e cereais integrais.
Convém salientar que, no caso de uma gravidez não planeada ou não desejada uma ingestão
inadequada de ácido fólico poderá aumentar o risco de malformações do tubo neural do feto. Assim,
devem ser desencadeados esforços no sentido de promover um aumento do consumo deste nutriente,
especialmente em populações vulneráveis (Escott-Stump, 2008).
A prevalência de inadequação de magnésio foi também relevante neste estudo embora apenas nos
grupos de indivíduos mais velhos (dos 14 aos 18 anos) com valores de 28,2% no grupo feminino e 34,1%
no grupo masculino. Pensa-se que este facto terá também a ver com um baixo consumo de alimentos
ricos em magnésio, como algumas frutas, hortícolas, cereais integrais e tubérculos como a batata. Sendo
o magnésio um mineral que desempenha um papel importante na transmissão e atividade neuromuscular
e na diminuição do risco de algumas doenças crónicas (Escott-Stump, 2008) seria fundamental promover
o consumo de alimentos que sejam bons fornecedores deste nutriente entre os indivíduos da amostra.
O iodo foi também um dos minerais onde, neste estudo, se verificou uma prevalência elevada de
inadequação, o que poderá ter a ver com o baixo consumo de fontes alimentares de iodo, como são
exemplos o peixe e o marisco e o sal iodado que é a melhor forma de suplementação em iodo.
A Organização Mundial de Saúde considera que a deficiência em iodo é a maior causa mundial de
doenças mentais e do desenvolvimento, estimando-se que 13% da população seja afetada por doenças
causadas pela deficiência neste nutriente. O iodo é necessário para a síntese de hormonas da tiroide a
sua carência pode desencadear bócio ou hipertiroidismo e em casos severos, cretinismo e aumento da
mortalidade neonatal e infantil (Santana Lopes, 2012).
Em relação ao sódio, os resultados são interpretados no sentido oposto aos restantes nutrientes,
uma vez que seria desejável que o seu consumo fosse baixo. No entanto, a prevalência de inadequação
66
foi relevante na amostra. A promoção da diminuição da ingestão de sódio é aconselhada e poderia ser
conseguida através da diminuição da ingestão de produtos ricos em sal, como são exemplo os snacks
salgados, os enchidos, os queijos e os produtos de fast-food. Este esforço é particularmente importante
visto que em Portugal a prevalência de hipertensão nos adultos é elevada (De Macedo, 2007).
Os resultados deste estudo, a par com outros, podem ser usados por profissionais da área da saúde
pública no sentido de se desenvolverem programas no âmbito da educação alimentar e da promoção de
estilos de vida saudáveis e especificamente nesta faixa etária. Estes esforços são essenciais para que se
promovam comportamentos saudáveis no sentido da prevenção de doenças relacionadas com a
alimentação na vida adulta.
67
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70
Anexos
Anexo I – Consentimento Informado
Consentimento informado
Assunto: Projeto COMO - Educação Alimentar
Caro/a Senhor/a Encarregado de Educação, O Município do Fundão, o Centro Hospitalar da Cova da Beira, o Agrupamento de Centros de
Saúde da Cova da Beira e a Ordem dos Nutricionistas, são parceiros num projeto que visa a
promoção da saúde e de hábitos alimentares saudáveis na adolescência.
O Projeto COMO vai ser desenvolvido em três fases: diagnóstico, intervenção e avaliação. Na
fase de diagnóstico e de avaliação os alunos do 3º Ciclo serão visitados por profissionais da área
da nutrição com o intuito de serem pesados e medidos (altura e perímetro abdominal), bem como
de lhes ser aplicado um questionário de avaliação dos hábitos alimentares, da prática de
atividade física e da satisfação em relação às cantinas escolares. Com este projeto pretendemos
também intervir através da implementação de medidas na escola ou pelo desenvolvimento de
atividades pedagógicas que afetem direta ou indiretamente os alunos no sentido de os motivar a
adquirir hábitos alimentares saudáveis.
Iremos analisar os dados recolhidos garantindo o anonimato e a sua confidencialidade.
Neste âmbito, pedimos-lhe autorização para realizar o procedimento descrito com o seu
educando. Para tal, queira por favor entregar ao professor(a) do seu educando(a), a página
seguinte, devidamente preenchida e assinada, no prazo de 3 dias após a recepção desta carta. A
sua colaboração é fundamental para o sucesso deste projeto.
Gratos pela sua colaboração.
71
Projeto COMO – Educação Alimentar
Consentimento Informado
Nome do Encarregado de Educação....................................................................................
Nome do aluno.....................................................................................................................
Data de Nascimento do aluno ............/............/..............
Ano de escolaridade do aluno ......................................Turma……………………………
Na qualidade de Encarregado de Educação, tendo lido e compreendido os objetivos do Projeto
COMO e os procedimentos do mesmo, autorizo o meu educando a participar neste projeto e que
os dados recolhidos sejam utilizados para análise pelas entidades envolvidas.
______________,____ de_____________de 2014
Assinatura do Encarregado de Educação
74
Anexo III – Tabela de percentis do perímetro da cintura para a idade (tabela de referência
de Fernandez e col.)
75
Anexo IV – Porções diárias de referência
Alimentos Porção referência
Leite gordo, leite meio-gordo e leite
magro
244ml
Iogurte 125g
Queijo (de qualquer tipo incluído
queijo fresco e requeijão)
30g
Sobremesas lácteas: pudim flan,
pudim de chocolate
125g
Gelados 80g
Ovos 51,8g
Frango, peru, coelho, carne de vaca,
porco e cabrito
120g
Fígado de vaca, porco, frango 120g
Língua, mão de vaca, tripas, chispe,
coração, rim
100g
Fiambre, chouriço,
salpicão, presunto
20g
Salsichas 60g
Toucinho, bacon 50g
Peixe gordo: sardinha,
cavala, carapau, salmão, etc.
100g
Peixe magro: pescada,
faneca, dourada, etc.
100g
Bacalhau 120g
Peixe conserva: atum, sardinhas, etc. 100g
Lulas, polvo 100g
Camarão, amêijoas, mexilhão, etc. 40g
Azeite e óleos: girassol, milho, soja 13,5ml
Alimentos Porção referência
Margarina e manteiga 4,73g
Pão branco ou tostas 40g
Pão (ou tostas), integral, centeio,
mistura
50g
Broa, broa de Avintes 80g
Flocos cereais (muesli, corn-flakes,
chocapic, etc.)
40g
Arroz, massas:
esparguete, macarrão, etc. e batatas
fritas caseiras
100g
Batatas fritas de pacote 30g
76
Batatas cozidas, assadas, estufadas e
puré
160g
Bolachas tipo maria, água e sal ou
integrais
18g
Outras bolachas ou biscoitos 30g
Croissant, pasteis,
bolicao, doughnut ou bolos caseiros
70g
Chocolate (tablete ou em pó) 15g
Snacks de chocolate (Mars, Twix, Kit
Kat, etc.)
50g
Marmelada, compota, geleia, mel 13,2g
Açúcar 8,33g
Couve branca, couve lombarda 74,4g
Penca, tronchuda e couve-galega 65g
Brócolos 81,5g
Couve-flor, couve-bruxelas 67g
Alimentos Porção referência
Grelos, nabiças, espinafres 72g
Feijão-verde 63,8g
Alface, agrião 15g
Cebola 60g
Cenoura 72g
Nabo 78g
Tomate fresco 63g
Pimento 68g
Leguminosas: feijão, grão de bico 180g
Ervilha grão, fava 82,5g
Maça, pera 143g
Laranja, tangerinas 130g
Banana 114g
Kiwi 76g
Morangos 144g
Cerejas 145g
Pêssego, ameixa 87,5g
Melão, melancia 150g
Diospiro 168g
Figo fresco, nêsperas e damascos 90g
Uvas frescas 136g
Frutos conserva pêssego, ananás 139g
Amêndoas, avelãs,
nozes, amendoins, pistacho, etc.
71,1g
77
Alimentos Porção referência
Azeitonas 22,8g
Vinho 125ml
Cerveja 330ml
Bebidas brancas:
whisky, aguardente, brandy, etc
40ml
Coca-cola, pepsi-cola ou outras colas
e ice-tea
330ml
Outros refrigerantes, sumos de fruta
ou néctares embalados
261ml
Café (incluindo o adicionado
a outras bebidas)
45ml
Chá preto e verde 237ml
Croquetes, rissóis, bolinhos
de bacalhau, etc.
120g
Pizza 240g
Molho de tomate, ketchup 15,3g
Maionese 9,2g
Hambúrguer 105g
Sopa de legumes 295ml
Frutos tropicais 100g
Sumos de fruta natural 231ml
Leite achocolatado 200ml
Tulicreme 10g
Canja 241ml
Cevada 245ml
Farinha de pau 323g
Alimentos Porção referência
Cheetos 28g
Rebuçados 10g
Alheira e farinheira 210g
Aveia 45g
Tofu 137g
Bebida de soja 245ml
Bebida energética 253,61ml
Castanhas 84,1g
78
Anexo V– Composição dos sete grupos de alimentos equivalentes à Roda dos
Alimentos
Grupo I
Leite gordo
Leite meio-gordo
Leite magro
Leite achocolatado
Iogurte
Queijo (de qualquer tipo incluindo
queijo fresco e requeijão)
Grupo II
Ovos
Frango
Peru, coelho
Carne vaca, porco, cabrito
Fígado de vaca, porco, frango
Língua, mão de vaca, tripas, chispe,
coração, rim
Fiambre, chouriço, salpicão, presunto,
etc.
Salsichas
Toucinho, bacon
Peixe gordo: sardinha, cavala, carapau,
salmão, etc.
Peixe magro: pescada, faneca,
dourada, etc.
Bacalhau
Peixe conserva: atum, sardinhas, etc.
Lulas, polvo
Camarão, amêijoas, mexilhão, etc.
Grupo III
Azeite
Óleos: girassol, milho, soja.
Margarina
Manteiga
Grupo IV
Pão branco ou tostas
Pão (ou tostas), integral, centeio,
mistura.
Broa, broa de Avintes
Flocos cereais (muesli, corn-flakes,
chocapic, etc.)
Arroz
Massas: esparguete, macarrão, etc.
Batatas fritas caseiras
Batatas fritas de pacote
Batatas cozidas, assadas, estufadas e
puré
Bolachas tipo maria, água e sal ou
integrais
Castanhas
Aveia
Grupo V
79
Couve branca, couve lombarda
Penca, tronchuda
Couve galega
Brócolos
Couve-flor, couve-bruxelas
Grelos, nabiças, espinafres
Feijão verde
Alface, agrião
Cebola
Cenoura
Nabo
Tomate fresco
Pimento
Pepino
Sopa de legumes
Grupo VI
Leguminosas: feijão, grão de bico Ervilha grão, fava
Grupo VII
Maçã, pera
Laranja, tangerinas
Banana
Kiwi
Morangos
Cerejas
Pêssego, ameixa
Melão, melancia
Diospiro
Figo fresco, nêsperas, damascos
Uvas frescas
Frutos tropicais
Anexo VI – Intervalos aceitáveis para a distribuição dos macronutrientes (Acceptable Macronutrient Distribution Ranges)