PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NATecnologias na Educação por meio do Projeto Proinfo...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE NUCLEO REGIONAL DE CURITIBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ÁREA: GESTÃO ESCOLAR
MARCO ANTONIO AMARAL
GESTÃO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DO
GESTOR ESCOLAR: TECENDO A TEIA
CURITIBA DEZEMBRO/ 2009
GESTÃO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DO
GESTOR ESCOLAR: TECENDO A TEIA
AMARAL, Marco Antonio1 [email protected]
BRITO, Glaucia da Silva2
RESUMO
Neste artigo, discute-se teoricamente a gestão das tecnologias na educação com objetivo de verificar os procedimentos necessários para desenvolver a formação do gestor escolar. Como contribuição pedagógica, apresentam-se em forma de síntese a análise e os resultados relativos aos debates ocorridos no Grupo de Trabalho em Rede – (GTR) do Programa de Desenvolvimento Educacional – (PDE) bem como os encaminhamentos referentes à pesquisa e à implementação do Projeto de Intervenção e Implementação Pedagógica, no Colégio Estadual Hildegard Sondhal - EFM - Curitiba – PR. Abordam-se, nos textos, questões como Educação, tecnologias, saberes, formação do gestor escolar, gestão democrática das tecnologias na Educação. O estudo evidencia que se faz necessário viabilizar uma formação qualificadora para que os gestores escolares possam desempenhar a gestão das tecnologias com propriedade. Dessa forma, aponta-se para que seja desenvolvida a formação dos profissionais do citado estabelecimento, pela ação dos Assessores da Coordenação Regional de Tecnologias na Educação por meio do Projeto Proinfo Integrado. Por fim, na perspectiva de atender aos objetivos do projeto, a partir de diferentes vozes (professores e gestores), apresenta-se um rol de procedimentos, que abarcam tanto os princípios teóricos quanto metodológicos, necessários à efetivação de uma formação tecnológica, pela qual seja possível desenvolver a gestão e uso das tecnologias na educação a partir das diferentes realidades.
Palavras-chave: Gestão das Tecnologias na Educação, Formação do Gestor Escolar. Procedimentos Teóricos e Metodológicos.
ABSTRACT
The present paper theoretically approach the management technologies in education in order to verify the fundamental procedures to qualify the school
1 Mestre em Educação - FAFICOP/PR (2003). Especialista: Informática na Educação (CEFET/PR); Magistério Superior (Fac. Espírita de Curitiba); Ped.
para o Ensino Religioso (PUC/PR ). Atua na SEED/DITEC/EaD.
2 Glaucia da Silva Brito Professora orientadora PDE do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Curitiba. Mestrado em
Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (1997) e Doutorado em Lingüística pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002).
2 manager. As pedagogical contribution, the analysis and results from the discussions in the Working Group Network - (GTR) of the Educational Development Program (PDE) are presented as a summary as well as the referrals to research and implementation of the Intervention and Educational Implementation Project in State College Hildegard Sondhal - FSM - Curitiba - PR. The text addresses issues such as education, technology, knowledge, qualifying school manager, democratic management of technology in education. The study shows that it is necessary to enable a qualifying training so the school administrators can perform management technologies properly. Therefore, the study concludes that professionals training of the establishment must be done by the advisers of Technology in Education Regional Coordination through the Integrated Project Proinfo. Finally, in order to answer the objectives of the project from different voices (teachers and managers), the article presents a list of procedures, covering both theoretical and methodological principles, essential to accomplish a technological training, in which enable to develop the management and use of education technologies from different realities. Keywords: Management Technologies in Education, Management Training, Theoretical and Methodological Procedures.
1. Considerações iniciais
Esse artigo foi elaborado para dar cumprimento ao Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), política pública realizada pela Secretaria de
Educação do Estado do Paraná (SEED), que visa estabelecer o diálogo entre os
profissionais da Educação Superior e Básica por intermédio do desenvolvimento
de atividades teóricas e práticas orientadas, resultando em produção de novos
conhecimentos e práticas educativas qualitativas, no âmbito das escolas públicas
do Estado do Paraná.
Nos debates efetivam-se orientações organizadas, pela Coordenação do
PDE, na Área da Gestão Escolar, pela orientadora3 .Procura-se refletir sobre a
Gestão das Tecnologias na Educação bem como sobre a Formação do Gestor
Escolar, trata dos encaminhamentos necessários à efetivação de uma formação
que seja democrática, qualificadora e proporcione o preparo necessário ao
desempenho de uma gestão escolar que inclua não somente os profissionais da
educação, mas também, os sujeitos maiores do processo educativo, ou seja, os
estudantes. 3 Glaucia da Silva Brito Professora orientadora PDE do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) –
Curitiba. Mestrado em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (1997) e Doutorado em Lingüística pela Universidade Federal de
Santa Catarina (2002).
3 Desse modo, nesse artigo, propõe-se fazer uma discussão teórica,
orientada pelos referenciais de autores da área, aborda-se os pressupostos
teóricos e metodológicos que sustentam o desenvolvimento de uma gestão
dinâmica no âmbito das Tecnologias na Educação, no sentido de construir um rol
de procedimentos que irão nortear as atividades com o uso das tecnologias na
escola e que constituirão o Plano de Trabalho do estabelecimento.
2. Aporte teórico
As mudanças sociais e tecnológicas produzidas pelo homem ao longo da
história trazem consigo a emergente necessidade de que os profissionais que
atuam na educação estejam qualificados para enfrentar os desafios dos próximos
séculos.
A formação do gestor escolar insere-se nesse contexto e representa uma
nova possibilidade de incluir, integrar, vivenciar na práxis e, sobretudo,
compreender como administrar o uso das tecnologias na educação.
Além disso, pode desencadear o desenvolvimento de novas propostas de
gestão e uso das tecnologias no espaço escolar, o que pode resultar numa
aprendizagem mais significativa àqueles que estão em formação.
[…] Evidencia-se a importância de se desenvolver programas de formação voltados para as especificidades do trabalho dos gestores, alicerçados na articulação entre as dimensões administrativas e pedagógicas, na integração entre tecnologias e metodologias de formação, tendo as tecnologias como artefatos que favorecem os encontros entre pessoas, valores, concepções, práticas e emoções (ALMEIDA, 2005).
Tratar da formação continuada do gestor escolar significa perceber que se
faz necessário alavancar esforços para inserir os gestores nesse novo paradigma
que se vislumbra na educação, antes que os recursos sejam sub-utilizados e ou
se tornem obsoletos.
Dessa forma, analisar a formação desse profissional pode ser uma
possibilidade de ampliar horizontes e contribuir para que a formação seja de fato
qualificadora.
4 O ato de educar com o apoio das tecnologias exige novas habilidades,
professor preparado, gestor qualificado, planejamento e métodos de uso dos
recursos tecnológicos incorporados e adequados à realidade das escolas. Do
contrário, as inovações passam a se constituir em problemas; interferindo no fazer
administrativo.
No Estado do Paraná, as ações dos gestores escolares (Diretores e
Diretores Auxiliares) são norteadas pelas Leis Lei 14231/2003, Lei Estadual nº.
15329/06.4 os quais têm como tarefa fazer a gestão dos recursos como o
retroprojetor, micro system, máquina fotográfica, quadro branco, giz, projetor de
slides, data show, TV Multimídia, computadores do MEC/PROINFO e do Paraná
Digital – (PRD), etc. para serem utilizados para dinamizar o ensino e
aprendizagem dos estudantes do século XXI.
Entre os fatores que interferem e influenciam na gestão das tecnologias
na educação está a formação continuada dos profissionais, especialmente do
gestor escolar perante as necessidades presentes no seu fazer, dentre as quais
destacam-se:
[…] conhecimento das implicações sociais e éticas das tecnologias; capacidade de uso do computador e do software utilitário; capacidade de uso das tecnologias da informação e da comunicação em situações de ensino-aprendizagem. (BRITO E PURIFICAÇÃO, 2006, p. 8).
Dessa maneira, para desvelar o caminho a ser trilhado, no sentido de
compreender os saberes que fundamentam esse percurso, apresenta-se, a
seguir, as principais categorias teórico/analíticas de confluência que dão
sustentação a esse trabalho.
3. Educação, Tecnologias e Saberes necessários à aprendizagem
A sociedade continua a disponibilizar cada vez mais uma vasta gama de
máquinas eletrônicas e digitais, que lidam com o saber e o imaginário.
Evoluem os avanços sociais transformando a realidade com enorme
velocidade, conduzindo ao que a Comunidade Econômica Européia e Estados
4 Lei Estadual n} 1532/06. Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=8.> Acesso em: 05. mai.09.
5 Unidos chamaram, de Sociedade do Conhecimento, no sentido de evidenciar o
planejamento e a concentração de esforços para construir uma infra-estrutura
global de informação (Nagel, 2008).
Embora a sociedade priorize as necessidades, interesses, formas e ritmos
de aprendizagem de cada pessoa, esta “[...] encontra-se em um processo de
transição na busca de uma civilização mais harmoniosa [...]”, segundo Brito e
Purificação (2006. p. 20) .
Nesse contexto, está a escola que “[...] ainda se encontra calcada no
paradigma edificado por procedimentos dedutivos e lineares, desconhecendo o
substrato tecnológico do mundo contemporâneo.” (BRITO E PURIFICAÇÃO,
2006, p. 8) com suas dificuldades, divide seus espaços em salas de aulas, livros
didáticos e conteúdos curriculares; que orientada pelo tipo de homem que deseja
formar se organiza em busca de novos métodos para proporcionar novas
aprendizagens.
Sem que haja mudanças, torna-se causa de perigoso sentimento de
frustração e impotência por parte dos sujeitos do processo, pois que, o ensino
deve orientar-se na perspectiva de formar não só para exercer o ato de educar,
mas para construir profícuas relações no e com o meio onde vive.
A presença das tecnologias, além de se constituir um desafio para a
sociedade, também o é para a escola. Porém, não é suficiente, apenas, adquirir
os diferentes recursos disponíveis, como televisão, videocassete, computadores,
etc.; deve-se ir além, promovendo uma mudança de atitude no que diz respeito à
postura dos profissionais da educação.
Disponível à sociedade, para proporcionar maior agilidade nos modos de
viver, a tecnologia no âmbito da educação, precisa ser vista como meio e não
como fim, pois se acredita que ela possa servir de apoio à aprendizagem e à
formação do homem.
O simples uso, no espaço escolar, não garante mudanças e/ou rupturas
nas formas tradicionais de ensino e aprendizagem Brito e Purificação (2006). Se
bem utilizadas, poderão servir de apoio àquele que está em formação,
possibilitando-lhe construir novas relações interpessoais e saber lidar com a
6 diversidade, desafio da modernidade. Do contrário, os aparatos tecnológicos
servirão de reforço ao modelo de ensino vigente.
4. Gestão Democrática das Tecnologias na Educação: princípios
norteadores
Quando se fala em tecnologias, automaticamente se pensa em softwares,
computadores, vídeos e Internet, haja vista que estão mais visíveis e influenciam,
significativamente, no desenvolvimento das ações em uma escola e nos destinos
da educação.
As tecnologias o giz; a forma de olhar, gesticular, falar com os outros; o
livro, a revista, o jornal, o gravador, o retroprojetor, a televisão, o vídeo; não têm
sido utilizados, adequadamente, no processo formativo são “os meios, o apoio, as
ferramentas” (MORAN, 2003, p. 153) organizados em salas ou noutros espaços,
podem dinamizar ensino e aprendizagem dos estudantes do século XXI.
Além das tecnologias citadas no Estado do Paraná, há escolas que
dispõem também do micro system; da máquina fotográfica; do quadro branco; do
projetor de slides; da TV Multimídia; de computadores do MEC/PROINFO e do
Paraná Digital – (PRD). Todavia, apesar de disponíveis nem sempre, são
utilizados acredita-se que seja pela ausência de melhor preparo por parte dos
profissionais.
Na atualidade, no espaço escolar, as tecnologias, especialmente o
computador, são recursos de apoio, indispensáveis ao gerenciamento das
atividades administrativas e pedagógicas. Nas escolas inicialmente foi utilizado
nas secretarias para desenvolver tarefas administrativas, folha de pagamento,
para controlar informações dos estudantes, professores, famílias, funcionários,
banco de aulas, bibliotecas, etc, embora, já possam ser encontrados no mercado
softwares específicos para fazer a gestão tecnológica.
Mais adiante, passou a ser usado para elaborar atividades para as
disciplinas de forma estanque, seguido da implementação de projetos.
Pela necessidade e por não se poder separar o administrativo do
pedagógico, observa-se forte movimento no sentido de que esteja presente de
forma integrada em todos os ambientes quando esse recurso dá suporte ao
7 pedagógico e ao administrativo concomitantemente. No Estado do Paraná, a
Secretaria de Estado da Educação a partir da implantação o SEREWEB iniciou-se
a integração do administrativo com o pedagógico que se viabiliza com a intranet
conectada à distribuição das informações, comunica e divulga a escola para todos
integrantes da comunidade escolar.
A gestão das ações de cunho estritamente pedagógico disponíveis, são
definidas pela Organização do Trabalho Político-pedagógico da escola e peloi uso
que se faz desses recursos. Cada estabelecimento conta com o seu Projeto
Político Pedagógico - (PPP)5 que define, detalhadamente, de que forma se
estrutura o desenvolvimento da atividade docente bem como as que envolvem ou
não o uso dos recursos tecnológicos.
Isto posta, pensar a gestão das tecnologias e seu uso democrático implica
abordar e refletir sobre a formação daquele que deve desenvolver o
gerenciamento da macro-estrutura, permeada por diferentes ações e relações que
devem se concatenar e afunilar em um único objetivo.
No desenvolvimento de uma gestão democrática, o gestor escolar precisa
contar com o comprometimento das secretarias de educação, núcleos
educacionais, equipe administrativa e pedagógica, educadores, estudantes, a
participação da comunidade escolar na gestão financeira a fim de superar o
modelo racionalista de educação, ultrapassar os muros da escola e articular de
forma interativa o uso de todos os equipamentos midiáticos disponíveis.
Espera-se que no exercício de seu papel, as ações também possibilitem o
desenvolvimento da organização do trabalho pedagógico e da proposta político
pedagógica da escola; o gerenciamento do espaço físico; a reflexão; a mediação;
o dialogo; a cooperação; a aprendizagem significativa; o acesso; a permanência;
e, a educação de qualidade e includente.
Uma educação formativa includente, valorativa, concebida no chão da
escola, legitimada e apoiada pelos segmentos sociais em muito pode contribuir
para ampliar os espaços de efetiva participação, para que a inserção de políticas
e programas de formação não sejam suplantadas por exigências externas, em
detrimento ao desenvolvimento de uma educação de qualidade.
5 Estrutura do PPP. Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=7>. Acesso em: 05.mai.09
8 Pensar a qualidade do ensino é entender que
o que acaba prevalecendo é aquele que reforça uma concepção tradicional e conversadora da educação, cuja qualidade é considerada passível de ser medida pela quantidade de informações exibida pelos sujeitos presumivelmente educados. (PARO, 2007, p. 20)
Outro aspecto importante a ser evidenciado, é que os estabelecimentos
de ensino apresentam estruturas físicas diferenciadas. Além disso, a clientela
atendida é diversa, o que pode interferir no processo de ensino e aprendizagem.
Dessa forma, há teóricos que apontam a necessidade de haver princípios
norteadores para que se implante a gestão das tecnologias em determinado
espaço escolar bem como se desenvolvam atividades adequadas a cada
realidade.
No dizer de Moran (2003), há que se observar alguns critérios, como:
“acesso” indispensável para garantir a todos educadores, estudantes e
comunidade a possibilidade de utilizar os diferentes recursos tecnológicos,
sobretudo conectados a rede; “domínio técnico”: a fim de que todos tenham a
formação necessária, que é sedimentada com a prática. Nessa direção, é
recomendável que os equipamentos estejam sempre a disposição da comunidade
escolar, para o seu efetivo uso; “domínio pedagógico e gerencial” : importante por
explicitar os tipos de encaminhamentos que conduzem a utilização dos recursos
por toda a comunidade, no sentido de que a aprendizagem seja significativa e que
a apropriação de novos conhecimentos seja facilitada; “desenvolvimento de
soluções inovadoras” fundamental para viabilizar a utilização de novas soluções e
contribuir para maior integração na gestão pedagógica e administrativa, garantir a
inclusão, o acesso e a permanência das pessoas conectadas à rede.
Quando se aponta que, para desenvolver a gestão das tecnologias, há
necessidade de critérios, ao mesmo tempo está se inferindo à “[...] não-
correspondência entre a teoria e a prática, ou entre o que é proclamado (ou
desejado) e o que de fato se efetiva na qualidade do ensino [...]” (PARO, 2007,
p.15).
Ao longo da trajetória histórica da educação se pode encontrar
educadores dispostos a desenvolver atividades diferenciadas com a utilização dos
9 recursos midiáticos, todavia a questão reside nas dificuldades encontradas pelo
gestor em coordenar o desenvolvimento de tais atividades.
Inúmeras são as possibilidades de gestão dos recursos tecnológicos no
âmbito da escola. Entretanto, não é recomendável que se manuseie esses
recursos, sem que haja um plano de trabalho que dê conta da aprendizagem e da
apropriação de novos conhecimentos por parte dos alunos. É fundamental que
esse processo possa levá-los a construir um posicionamento crítico acerca da
realidade em que vivem e que resulte em tomada de decisões sólidas.
A oferta de cursos de formação, que possibilitem ao gestor escolar estar
inserido no contexto das novas abordagens educacionais que propiciem ao outro
experimentar o diferente em si próprio, pode gerar mudanças significativas no
meio educacional.
É oportuno evidenciar que uma formação destinada a proporcionar novos
caminhos para a gestão das tecnologias é permeada pela mediatização entre as
forças produtivas da escola e por um trabalho articulado entre a aplicação
pedagógica dos conteúdos curriculares em suas diferentes áreas do
conhecimento e o manuseio dos recursos.
Na atualidade, os cursos, encontros, reuniões de orientações que se
prestam a formar o professor-gestor em sua totalidade, desconsideram o lócus
onde ele atua. Desta forma, a gestão e uso das tecnologias deixam de colaborar
para que haja avanços no processo educativo.
5. Formação do Gestor Escolar: da inicial à continuada
Pensar a formação do gestor escolar, remete à reflexão de como ocorre a
formação inicial do professor na academia, pois se entende que ele é
primeiramente professor, depois administrador. É nessa direção que se
caminhará, ora apontando à formação primeira, ora à permanente ou formação
continuada.
A formação do professor tem se tornado uma das preocupações dos
sistemas educacionais e se constitui num “eixo estratégico fundamental”
(NÓVOA, 1991, p. 68) de desenvolvimento de homens e organizações.
10 Enquanto definição, encontra-se na palavra formar (formare6) a
equivalência a dar forma a, criar; observando-se que se distingue, lexicamente, de
educar, ensinar e instruir.
Educar recebe, provavelmente, a influência de educare7, que significa
alimentar, criar, fazer sair, aproximando-se à idéia de subida de nível. “É a prática
mais humana, considerando-se a profundidade e a amplitude de sua influência na
existência dos homens” (GADOTTI, 2001, p.11), diante dos demais seres vivos.
Ensinar vem do latim insignare e se associa a ministrar o ensino. Instruir8 tem
origem em instruere, que, por sua vez, significa transmitir conhecimento.
A palavra formação, no sentido pedagógico, surge relacionada a questões
militares, em 1908. Porém, é a partir dos anos 60 que passa a ser utilizada na
educação com uma vasta gama de significados, abrangendo tanto o curso
(habilitação acadêmica), o sistema (o plano de formação dos formadores), quanto
o processo (a formação como resultado).
O termo formação, entendido como ensino, surge, provavelmente, da
necessidade que as pessoas sentem de atualizar, constantemente, os próprios
conhecimentos. Essa necessidade decorre em razão das transformações sociais
observadas, as quais a escolarização formal já não consegue dar respostas
somente com a estrutura institucional básica.
A formação em questão fica permeada pela associação entre a teoria e a
prática, na qual os envolvidos atendem aos objetivos dos diferentes níveis e
modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento
daquele que está em formação. Releva-se, nesse contexto, que esse sujeito em
formação precisa continuar aprendendo e compreendendo os fundamentos
científicos e tecnológicos dos processos produtivos e educacionais.
Autores como Behrens, (1996), Brito e Puritifacação, (2006), Nóvoa,
(1991), Almeida, (2002, 2005) entre outros, defendem que a formação do
professor não deve ser concebida como algo acabado, tendo em vista que há um
conjunto de atividades que ocorre, geralmente, após a formação inicial e que
6 Disponível em: <http://luisalessa.blogspot.com/2008/07/o-significado-das-palavras-ensinar.html> Acesso em: 05.mai.09 7 8 Disponível em: <http://luisalessa.blogspot.com/2008/07/o-significado-das-palavras-ensinar.html> Acesso em: 05.mai.09
11 possui como objetivo o desenvolvimento do conhecimento, de competências. É
um processo que não se desenvolve à margem dos projetos das escolas, ao
contrário, se apóia na implementação desses.
Estar em formação é considerar ”[...] a valorização das formações
informais, desde os processos de auto-formações até ao investimento educativo
das situações profissionais e a articulação com os projetos educativos da escola
[...]” (NÓVOA, 1991, p. 70). Isso implica que não se deve ignorar a forma como
ocorre a aprendizagem, suas necessidades, motivações e pesquisas acerca de
métodos inovadores.
Outro aspecto relevante na formação do professor é que não basta ele
querer implementar novas técnicas e métodos, é preciso que alimente,
diuturnamente, a sua vontade de construir algo novo; de compartilhar os
momentos de dúvidas, questionamentos e incertezas; de encorajar o seu
processo de reconstrução para novas práticas.
A contemporaneidade revela que a dificuldade do professor, em atividade
de formação continuada, é a de reconstruir a sua práxis, tendo em vista que nem
sempre está atuando em sala de aula. Portanto, encontra-se alheio à orientação e
à utilização das tecnologias com viés pedagógico, que difere da concepção de
ensino e aprendizagem embasada na racionalidade técnica, presente na atual
estrutura curricular vigente.
A formação profissional é um processo desenvolvido ao longo da carreira,
podendo se prolongar por toda uma vida. Portanto, não se evidencia a dicotomia
formação inicial e formação continuada, aplicada de diferentes formas, variando
conforme a região e ou local do evento. Essa formação representa um desafio à
pedagogia tradicional porque significa introduzir mudanças no processo de ensino
e aprendizagem; nos modos de estruturação e funcionamento da escola e nas
relações com a comunidade.
Na formação inicial, os educadores adquirem competências para
desempenhar a atividade profissional. A dinâmica da sua formação articula-se na
dialética entre formação básica ou inicial e formação continuada ou permanente.
A noção de formação continuada está relacionada à ideia de como se
concebe a que lhe está subjacente, pois vários são os fatores que diferenciam
12 uma formação de outra. As formações continuadas podem estar relacionadas à
insuficiência da formação inicial; à disponibilidade de verbas; aos planejamentos
ou ao quadro de formadores, tendo em vista a heterogeneidade na formação
inicial.
A formação continuada é mais que formação. É, também, compreendida
como formação permanente, pessoal e profissional, pois cria espaços de
discussões e investigação das questões educacionais experimentadas; abre um
canal de diálogo com as dificuldades de ser educador num contexto social em
veloz transformação; visa à formação de sujeitos; pensa na mediatização dos
conteúdos e no caminho percorrido pelo aprendiz, para se apropriar das
informações e construir seu conhecimento.
No Plano Nacional, as atividades de formação continuada para os
profissionais das redes estadual e municipal de ensino são coordenadas pelo
Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO, numa iniciativa do
MEC/SEED - Portaria de nº 522 de 09/04/97, e suas diretrizes estabelecidas pelo
MEC/CONSED.
Essa formação, na maioria das vezes, ocorre por meio de cursos de pós-
graduação (lacto-sensu ou strictu-sensu), cursos de sensibilização, de extensão
e/ ou aperfeiçoamento que se desenvolvem na própria instituição de ensino,
universidades, centros ou núcleos de formação e apresentam carga horária
diferenciada, presencial ou a distância, podendo ocorrer em duas fases distintas.
Na primeira, as universidades federais, estaduais ou particulares
viabilizam cursos de especialização lato sensu a professores graduados da rede
estadual e municipal que passam a atuar nos respectivos Estados como
professores-multiplicadores nos núcleos. Na continuidade, os professores das
escolas estaduais e municipais recebem a formação continuada dos professores-
multiplicadores em seus próprios Núcleos de Tecnologia Educacional
denominados (NTE's), sendo que a carga horária é diferenciada, de acordo com
cada estado da unidade federativa.
No Estado do Paraná, a formação para os profissionais da educação que
atuam na rede pública é ofertada pela Secretaria de Estado da Educação –
SEED, que gerencia, por meio da Diretoria de Tecnologia Educacional - DITEC,
13 as Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação – CRTE´s, desde
1998 bem como a demanda de recursos e as diretrizes que as norteiam.
Além de “propiciar a capacitação de recursos humanos da rede estadual
na utilização da informática educativa” (Resolução 3.527/98), especificamente, à
professores da Educação Básica – Ensino Fundamental e Médio - e técnicos das
escolas, a DITEC tem entre seus objetivos, prestar assessoria pedagógica a
quem atua na educação e que se propõe a utilizar, nos espaços educativos, os
recursos tecnológicos disponíveis, com vistas a ampliar a aprendizagem de seus
estudantes.
Há que se convir que, embora os cursos de formação continuada estejam
sendo efetivados e sejam extremamente importantes e necessários ao
desenvolvimento de novas metodologias, nem sempre são suficientes para
propiciar mudanças reais no contexto da prática docente.
Embora o Estado proporcione formação continuada para os profissionais
da educação, é visível e necessário que o gestor escolar seja contemplado com
uma formação específica, para poder atuar com eficiência na gestão e uso dos
recursos tecnológicos em seus espaços de trabalho.
[…] Evidencia-se a importância de se desenvolver programas de formação voltados para as especificidades do trabalho dos gestores, alicerçados na articulação entre as dimensões administrativas e pedagógicas, na integração entre tecnologias e metodologias de formação, tendo as tecnologias como artefatos que favorecem os encontros entre pessoas, valores, concepções, práticas e emoções (ALMEIDA, 2005).
Desta forma, é preciso que o gestor seja formado para perceber as
diversas redes que compõem o conhecimento. Esse é um processo que envolve
muito mais do que “controlar” o uso e o acesso às tecnologias disponíveis, já que
na formação, ele também aprende a buscar os caminhos possíveis para
desempenhar o seu papel.
Esse desempenho requer comprometimento, liderança, capacidade
administrativa e, sobretudo, ações permeadas pela liberdade, autonomia,
responsabilidade e atitudes democráticas.
14 6. A pesquisa no GTR
Implementar a Produção Pedagógica no estabelecimento envolve maior
responsabilidade dado os objetivos do projeto, possibilita conhecer a prática
pedagógica, a percepção sobre como se dá a gestão e o uso integrado dos
recursos tecnológicos naquele estabelecimento.
Desta maneira, no período de 27/10/08 à 21/06/09 por meio do Grupo de
Trabalho em Rede – (GTR) que está disponível no ambiente www.e-
escola.pr.gov.br se efetiva a pesquisa de campo junto aos gestores e professores
para levantar informações no sentido de “elaborar roteiros de procedimentos para
a gestão e uso das tecnologias na educação” bem como apontar novos caminhos
de gestão que possam atender as necessidades do colégio a partir da
mantenedora.
Inicialmente, se analisa os resultados, se discorre sobre os referenciais da
gestão das tecnologias na educação em seguida, se trata da formação do gestor
escolar, pressupostos teóricos/metodológicos e finaliza explicitando os
procedimentos necessários à gestão das tecnologias sempre, articulando entre a
teoria e a prática especialmente acerca da aplicação do caderno temático no
espaço da escola.
Para efetivar a analise dos procedimentos necessários à gestão das
tecnologias, se deteve um olhar mais arguto sobre as postagens nos fóruns e
diários.
7. Análise e discussão dos resultados
A seguir as questões apresentadas aos sujeitos de investigação passam a
ser alvo de análise
1.1 Há quantos anos você trabalha em educação?
Gráfico 1.
15
0 0 0
1 1
2
0
0,5
1
1,5
2
1.1 Há quantos anos você trabalha em educação?
Há menos de 3 anos. De 3 a 5
De 5 a 10 anos. De 11 a 15 anos.
De 16 a 20 anos Há mais de 20 anos.
Observa-se, nesse item, que a maioria dos profissionais da gestão
contam com mais de onze (11) anos na educação. Fator relevante é que esses
profissionais continuam se profissionalizando, revelando o desejo que possuem
de estar qualificados para atuar com eficiência. Diferente do que se pensa dos
gestores, eles desejam e necessitam estar em contínua formação.
1.2 Qual a sua formação atual no magistério?
Conforme revela o gráfico, somente um profissional não tem
especialização o que demonstra que este fato não tem interfere na sua atuação.
Evidencia que este profissional continua se preparando ao participar de
novos cursos, e que as formações acadêmicas e de aperfeiçoamento não tem
sido significativas na questão da gestão das tecnologias.
Gráfico 2
16
0
1
3
0 0
1.2 Qual a sua formação atual no magistério?
magistério graduação especialização mestrado doutorado
1.3 Você tem formação específica na área de gestão escolar?
Desenvolver a gestão escolar, dado as especificidades das escolas,
requer um olhar mais elaborado perante as diversidades presentes nas diferentes
realidades.
Conforme nossas discussões e apresentado no gráfico 3 nenhum gestor
tem recebido a formação específica para atuar o que justifica a proposta deste
projeto.
Gráfico 3
0
4
1.3 Você tem formação específica na área de gestão escolar?
sim 0
não 4
1
A fala de uma professora envolvida na pesquisa, que “Os gestores sabem da importância do uso das tecnologias para as mudanças no espaço escolar, porém elas não vêm acontecendo justamente pela dificuldade que gestores e professores apresentam em utilizar estas tecnologias adequadamente. Não é só no Hildegard que existe a falta de preparo dos gestores ou professores em
17 relação as tecnologias, na rede publica estadual e municipal podemos ver os mesmos problemas acontecendo, o que justifica a urgência da implementação de cursos de formação qualificadores”. (Professora 1)
Pressupõe-se que, mesmo sem formação adequada, quanto maior o
tempo de atuação maior as chances de se ter desempenho melhor nas ações, o
que é justificado pelos enfrentamentos e experiências presentes no cotidiano.
1.4 Considerando o contexto em que está inserido o estabelecimento em que atua; você se sente preparado (a) para efetivar a gestão das tecnologias na educação?
Apesar da resposta negativa unânime (veja-se o gráfico 2), é notável
observar, pela fala dos participantes, que com a presença das tecnologias nos
estabelecimentos de ensino, mesmo sem a formação adequada, os professores
buscam, a partir das experiências, acertar nos encaminhamentos.
Gráfico 4
sim. 0
não. 4
1.4 Considerando o contexto em que está inserido o estabelecimento em que atua; você se sente preparado (a) para efetivar a gestão das tecnologias na educação?
Uma gestora consultada no levantamento destaca que “A gestão das
tecnologias é uma realidade bem presente no mundo de hoje e dominá-las passa
a ser um desafio para todos nós educadores. A capacitação torna-se, portanto,
necessária. Gestora 1.
Outra profissional discorre que “Realmente ao analisarmos os relatórios,
observamos que os gestores/professores não estão ainda preparados para
trabalhar com tais tecnologias, mas observamos que a grande maioria tem
18 vontade e quer aprender, somente precisamos da formação e
condições adequadas para termos melhores resultados”. Professora 2
Envolvida na pesquisa, outra professora amplia as discussões
explicitando que não ter preparo é uma “realidade de quase todas as escolas. A
falta de conhecimento em lidar com recursos midiáticos faz com que laboratórios
equipados fiquem sem utlização adequada. A necessidade de capacitação nessa
área é urgente. Os gestores tem que conhecer na prática para estar motivando e
cobrando tal inovação do professor em sala de aula”. Professora 3
1.5 Como você adquiriu os conhecimentos necessários para exercer a função de gestor(a)?
Conforme o gráfico 5 Nem sempre a formação proporcionada aos
gestores lhes possibilitam implementar a gestão das tecnologias de forma mais
dinâmica, talvez porque sejam de cunho mais generalista.
Quatro profissionais informaram que é pelo exercício da função que estão
se qualificando no dia a dia. Duas pessoas afirmaram que é também a partir das
experiências de outros gestores que se orientam para desenvolver seu trabalho
Gráfico 5
1
2
00
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
1.5 Como você adquiriu os conhecimentos necessários para exercer a função de gestor(a)?
Curso específ ico na área,ofertado no exercício de outraprofissão pela mantenedora -SEED/PRUtilizando livros e periódicos;
Orientações mais experientes;(gestores)
Exercendo a função no dia-dia;
Especialização em Gestãoescolar;
4
19 Na educação, tem sido frequente adquirir conhecimentos no exercício
da função ou a partir da atuação de pessoas mais experientes como evidencia
esta pesquisa.
1.6 A formação tecnológica ofertada pela SEED aos gestores, lhe possibilita implementar a gestão e uso dos recursos disponíveis no estabelecimento diante das dificuldades encontradas no cotidiano escolar?
Ao responder a maioria dos investigados afirmaram que a formação
tecnológica implementada pela SEED não atingem os objetivos na direção de
possibilitar o desempenho de uma gestão dinâmica e profícua.
Observe-se:
Gráfico 6.
sim; 1
não; 3
1.6 A formação tecnológica ofertada pela SEED aos gestores, lhe possibilita implementar a gestão e uso dos recursos disponíveis no estabelecimento diante das dificuldades encontradas no cotidiano escolar?
Para justificar os dados apresentaram as seguintes respostas: “apenas
essa formação não é suficiente” (Professora 1),.”só essa formação não é
suficiente” (Professora 2) e “somente esse curso, não me é suficiente” (Professora
3).
É extremamente preocupante o resultado dessa questão. Porém, ele
aponta para a razão, pela qual se discute e julga-se necessário elaborar um
roteiro que seja motivador e proporcione melhor preparo a todos os profissionais.
1.7 Você acredita que possa haver aprendizagem por meio do uso dos recursos tecnológicos ?
Gráfico 7
20
sim; 4
não; 0
1.7 Você acredita que possa haver aprendizagem por meio do uso dos recursos
tecnológicos ?
Embora todos apontem para o sim ainda não se verifica mudanças
significativas no espaço escolar. Fator que poderá ser objeto de reflexão é a
questão da linguagem utilizada nos recursos tecnológicos para saber se esta
inviabiliza com que haja aprendizagem e mudança de postura.
O cerne da questão reside na operacionalização dos recursos que ficam
na dependência dos cursos de formação realmente qualificadores pois “no âmbito
educacional, não se concebe mais a idéia de educar sem a mediação tecnológica,
mesmo porque, a sociedade sempre buscou as ferramentas tecnológicas
disponíveis para se fazer educação.” (Gestora 1)
Na sequência, aborda-se as questões relativas à formação tecnológica
do(a) gestor(a)
2.1. Assinale com um x os conteúdos que você considera necessários de serem tratados em um curso de formação tecnológica para o gestor escolar.
No que tange a necessidade de se ter um rol de procedimentos
norteadores à Gestão das Tecnologias na Educação foram objetos de discussão
os elementos abaixo os quais se tornaram neste projeto referenciais para a
construção do Roteiro de Procedimentos para a Gestão das Tecnologias na
Educação conforme proposta da pesquisa.
No gráfico 8 que se apresenta, percebe-se que a questão da Gestão
Administrativa (prédio, equipamentos materiais, legislação escolar, direitos e
21 deveres, atividades de secretaria, aspectos financeiros da escola) não se
constitui objeto de maior preocupação por parte dos cursistas. Logo, acreditam
que não seja necessário ou primordial tratar dessa questão em um Curso de
Formação de Gestores.
Este pesquisador entende que cada item presente gráfico abaixo,
constitui-se no roteiro de conteúdos componentes, à luz dos gestores, de um
curso de Formação destinado a eles.
Gráfico 8
2.1 Assinale com um x os conteúdos que você considera necessários de serem tratados em um curso de formação
tecnológica para o gestor escolar.
3
4
3
2 2
4 4 4 4 4
0
Elaboração de planos de trabalho d...
Exploração de softwares educativos;
Gestão Pedagógica (projeto polític...
Gestão de Recursos Humanos (pro...
Gestão Administrativa (prédio, eq...
Práticas de gestão escolar com o u..
Criação de Instrumentos de Avaliaç..
Noções de parceria e implementaçã...
Formação Tecnológica na m
odalida..
Sensibilização e motivação para o u..
outros. Quais_
Destaca-se maior preocupação numa formação que, realmente, prepare o
gestor para atuar no cotidiano com as questões do mundo moderno e, neste
sentido, a inclusão dos aparatos tecnológicos no espaço escolar.
Pode-se intuir que o fato do gestor deva ser um líder e saber lidar com a
Gestão de Recursos Humanos por si só lhe dá subsídios para tratar também das
questões administrativas.
22 2.2. Para você, que modelo de formação atende as necessidades do
gestor escolar para administrar os recursos tecnológicos no cotidiano escolar?
Gráfico 9
2.2 Para você, que modelo de formação atende as necessidades do gestor escolar para administrar os
recursos tecnológicos no cotidiano escolar?3
2
0
1
0 0
presencialem serviço
namodalidadea distânciaem cursos
presencialem cursosespecíf icosna horaatividade
presencialem cursosespecíf icos
aossábados
nãopresencial adistância em
cursosespecíf icos
presencialna semanapedagógica
Em outramodalidade.Especif ique:
Consultados sobre que modelo possibilitaria uma formação qualificadora
observa-se que são inúmeros os problemas enfrentados por quem deseja se
aperfeiçoar.
Os profissionais da educação devido seus afazeres se vêem
sobrecarregados por uma carga horária que não lhes permitem se preparar com
eficiência.
Necessário se faz com que tenham um tempo maior para o necessário
preparo. Uma professora ao analisar as postagens afirmou: Optaram em buscar
este preparo através de cursos a distancia ou em hora atividade por causa do
acumulo de atividades dentro da escola e em casa com os familiares. Professora
1.
Na terceira parte do instrumento de pesquisa objetiva-se tratar do uso e
gestão das tecnologias na educação.
3.1. Que disciplinas deste estabelecimento contemplam no PPP o uso pedagógico das tecnologias?
Para desenvolver o ensino e a aprendizagem é necessário haver
planejamento. E nesse contexto se encontram as disciplinas com seu rol de
conteúdos.
23 Embora tenham apontado que as disciplinas em todos os
estabelecimentos de modo geral estão contempladas no PPP, não resultam em
melhoras aos estudantes (ver gráfico 10)
Nessa ótica, fica o gestor refém dos educadores que, também, não
contam com uma formação significativa que lhes dê condições para implementar
o uso dos recursos tecnológicos presentes na escola.
Gráfico 10
Todas; 4
0
1
2
3
4
3.1 Que disciplinas deste estabelecimento contemplam no PPP o uso pedagógico das
tecnologias?
3.2. Para você, que fatores constituem impedimento para que o educador utilize as tecnologias nos diferentes espaços da escola?
Gráfico 11
24
3.2 Para você, que fatores constituem impedimento para que o educador utilize as tecnologias nos diferentes
espaços da escola?
0 0
4
3
4
1 1 1
4
0
a reorganização do próprio currículo;falta de laboratórios na escola;horário dos cursos inadequados;indiferença do professor em relação ao recurso;medo da “nova” tecnologia;o desenvolvimento organizacional da escola;o desenvolvimento profissional do professor; que as tecnologias pressupõem um saber apoiado em modelos mentais f lexíveis da realidade;resistência à utilização dos recursos tecnológicos;outros. Quais?__
Tornam-se evidentes os fatores que há longa data vêm interferindo no
processo de ensino. Destacam-se: a disponibilidade de tempo, de acesso e
deslocamento para o local de formação; além da motivação necessária para
empreender novos estudos.
3.3. De que forma tem sido utilizado o laboratório de informática do estabelecimento?
Dentre os espaços de aprendizagem estão os laboratórios de informática e
neles os recursos tecnológicos. Esses espaços na atualidade, recebem cada vez
mais equipamentos. Todavia, por vezes deixam de ser utilizados por não haver
profissionais qualificados ou porquê alguns gestores não permitem com que
sejam utilizados.
Para compreender como estão sendo gerenciados se analiza a questão a
partir do gráfico 12. Contrariando expectativas apenas uma pessoa afirma que o
ambiente “não tem sido utilizado com alunos”. Na prática, considerando os fatores
de impedimento julgava-se não serem objeto de uso frequente.
25
3.3 De que forma tem sido utilizado o laboratório de informática do estabelecimento?
é utilizado somente para realizar
pesquisas em horário extra-classe sem orientação do professor da disciplina; 0
não tem sido utilizado com alunos;
1
a partir de projetos elaborados pelos professores; 2
professor trabalha com alunos no horário de aula; 2
quando solicitado pelo professor; 2
CONCLUSÕES (IN) CONCLUSIVAS
Percorrer os espaços do Colégio Estadual Hildegard Sondhal –EFM e
observar o modelo de gestão implementado possibilitou refletir sobre o trabalho
desenvolvido pelos gestores do estabelecimento que atuam sem que tenham
recebido formação específica e qualificadora, almejada e evidenciada pelos
integrantes do GTR.
Na direção de avançar na pesquisa, observou-se o espaço da secretaria
para perceber como se distribuem os recursos tecnológicos de forma a ocupar o
menor espaço possível do ambiente bem como possibilitar o desenvolvimento dos
trabalhos rotineiros com eficiência.
No que tange à Gestão Administrativa das Tecnologias, focou-se o
sistema SERE, buscando-se entender, a partir das diferentes vozes, o que pode
ser melhorado, a fim de atender as necessidades que se apresentam
cotidianamente, e tornar ágil os encaminhamentos, tanto para os gestores e
educadores quanto para a comunidade.
Nesse sentido, observou-se que o estabelecimento contava com um
sistema próprio de gerenciamento da freqüência, hoje desativado para atender
orientações da mantenedora.
Constatou-se que se o sistema ainda estivesse em operação, articulando-
se com o sistema SERE, agilizaria o controle de acesso e permanência dos
26 estudantes no estabelecimento bem como pouparia tempo aos educadores no
que diz respeito ao lançamento de freqüência nos diários de classe.
O estabelecimento conta com estrutura física (o Laboratório de
Informática possui equipamentos disponibilizados pelo Programa Paraná Digital
da Secretaria de Estado da Educação) e equipamentos tecnológicos (aparelhos
de TV Multimídia fornecidos pela mantenedora) necessários ao desenvolvimento
das atividades, sejam administrativas ou pedagógicas. Esses recursos têm sido
utilizados conforme cronograma de uso, elaborado pelos próprios professores
para atender ao Plano Docente de Trabalho desses profissionais. Esse
encaminhamento demonstra que a aplicação da Gestão das Tecnologias na
Educação é realidade nesse colégio.
Para atender, oportunizar, tornar acessível e dinâmico o uso pedagógico
das tecnologias, após consulta aos Educadores do estabelecimento, propõe-se o
encaminhamento de oficio aos Assessores Pedagógicos que atuam na
Coordenação Regional de Tecnologia na Educação por meio do Núcleo Regional
de Educação – Curitiba, para que implementem a formação continuada dos
educadores, no próprio Colégio, pelo Programa Proinfo Integrado, com vistas a
operacionalizar o uso pedagógico dos recursos tecnológicos (TV Multimídia e
Laboratório de Informática).
Entende-se que não basta, sobretudo neste estabelecimento buscar
medidas paliativas como a sensibilização para o uso dos recursos e ou contar
com a disponibilidade dos assessores. É preciso medida que torne mais ágil o
fazer de todos que desejam atuar com as tecnologias.
Ao finalizar este projeto entende-se que o primeiro passo é possibilitar
condições para que os educadores do estabelecimento tenham de fato uma
formação que seja alento e uma ação que lhe dê condições de tornar o seu fazer
mais dinâmico no dia a dia.
REFERÊNCIAS
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