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1 Kate Guerin Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos Relacionando o Impacto na Sociedade São Paulo 2009

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Kate Guerin

Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos

Relacionando o Impacto na Sociedade

São Paulo

2009

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Faculdade Metropolitanas Unidas

Curso de Medicina Veterinária

Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos

Relacionando o Impacto na Sociedade

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a

Banca examinadora, como exigência parcial para

obtenção de titulo de Graduação de Curso de

Medicina Veterinária, das Faculdades

Metropolitanas Unidas, sob a orientação do

Professor Carlos Augusto Donini

São Paulo

2009

3

Kate Guerin

Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos

Relacionando o Impacto na Sociedade

Trabalho apresentado à banca examinadora,

do curso de Medicina Veterinária da FMU,

sob orientação do Professor Carlos Augusto Donini

Defendido e aprovado em 24 de junho de 2009

pela banca examinadora Constituída pelos professores:

____________________________________

Prof. Dr. Carlos Augusto Donini,

____________________________________

Prof. MSc. Marco Antonio Natal Vigilato

____________________________________

Prof. MSc. Tamara Leite Cortez

4

A meu tio Dennis por acreditar em mim,

ao professor Donini por sua paciência

e dedicação com sua aluna.

5

Agradeço a todos que colaboraram comigo

para eu chegar até aqui,meu tio,

que sem ele não poderia nem começar

este curso meu pai,minha irmã,Rogério

e é claro em especial ao professor

Carlo Augusto Donini por me orientar

Com paciência e dedicação.

6

Resumo:

A terra esta cada vez mais habitada pelo homem e a população de cães e gatos cresce

na mesma proporção. A relação entre cães e gatos e seres humanos é histórica e ainda

polêmica principalmente nos aspectos referentes a saúde pública.

O controle da população é conflitante em qualquer nível social devido à intensa

relação afetiva que o homem tem com esses animais.

O custo da captura, transporte, alojamento, atendimento nos hospitais como acidentes

por mordedura, doenças transmitidas por estes animais gera um custo maior que a vacinação

vermifugação, esterilização e identificação, a falta de informação sobre as conseqüências que

a superpopulação traz para a saúde pública e a irresponsabilidade na posse desses animais

dificulta seu controle.

Este trabalho vem discutir a questão da superpopulação relacionando o impacto dos

programas permanentes de controle de populações de cães e gatos na saúde pública.

Palavras chave: controle, esterilização, populações de cães e gatos.

7

RESUMEN:

La Tierra está cada vez más habitada por el hombre y la población de perros y gatos

crece en la misma proporción..

La relación entre perros y gatos y los seres humanos es histórica y todavía polémica,

principalmente en lo referente a la salud pública.

Controlar la población es motivo de conflictos sociales debido a la intensa relación

afectiva que el hombre establece con esos animales.

El costo de la captura, transporte, alojamiento, atención en los hospitales por accidentes como

mordidas o enfermedades transmitidas por estos animales, genera un costo más alto que la

propia vacunación , vermifugación, esterilización e identificación. La falta de información

sobre las consecuencias que la superpoblación representa para la salud pública y la

irresponsabilidad de quien tiene estos animales en casa dificulta su control.

Este trabajo propone la discusión sobre la cuestión de la superpoblación, relacionando

el impacto de los programas permanentes de control de población de perros y gatos en la

salud pública.

Palabras clave: control, estereliziación, población de perros e gatos.

8

Lista de tabelas

Tabela 1 ............................................................................ 25

Tabela 2 ............................................................................ 31

Tabela 3 ............................................................................ 34

9

Lista de abreviaturas e siglas

CCZ – Centro de Controle de Zoonoses

CPDA – Conselho de Proteção de Defesa dos Animais

DA – Distrito Administrativo

FMVZ – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OMS – Organização Mundial de Saúde

ONG – Organização Não Governamental

SMS – Secretaria Municipal de Saúde

SUVIS – Supervisão de Vigilância em Saúde

USP – Universidade de São Paulo

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Sumário

Introdução 11

1. Origem cães e gatos 12

1.2 Os Cães 12

1.3 Os gatos 15

2. Comportamento dos Cães 17

2.1 Comportamento Reprodutivo 18

3. Comportamento dos Gatos 19

3.1 Comportamento Reprodutivo 20

4. Crescimento populacional cães e gatos 21

4.1 Classificações dos animais domésticos 22

4.2 Posse Responsável 38

4.3 Principais Zoonoses Transmitidas por Cães e Gatos 40

5. Programa Permanente de Controle Reprodutivo

de Cães e Gatos no Município de São Paulo 47

6. Considerações Finais 52

Referências bibliográficas 53

11

Introdução.

Este trabalho vem discutir a realidade da superpopulação de cães e gatos relacionando

o impacto na sociedade através dos programas permanentes de controle de populações de cães

e gatos.

Relacionar zoonoses transmitidas por estes animais vendo que esta informação é muito

importante onde o desequilíbrio populacional de cães e gatos junto com a falta de saneamento

e o crescimento desordenado das cidades faz parte da nossa realidade

A esterilização e a educação em posse responsável desde a infância é uma das formas

de impedir à procriação excessiva, e o controle populacional a solução mais eficiente para

diminuir a disseminação de zoonoses transmitidas por estes animais, animais abandonados,

ocorrência de agressões a pessoas ou animais, contaminação ambiental (dejetos, dispersão de

lixo) acidentes e atropelamentos.

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1. Origem cães e gatos

A relação entre o homem e os cães e gatos é antiga, os cães participaram da história da

civilização humana serviram de transporte, de guarda, de caçadores e pastores, foram

assassinados em revoluções, viajaram pelo mundo com as grandes navegações, já os gatos

eram utilizados no controle de pragas devido a sua habilidade para caça, no Egito adorado

como deuses (TEIXEIRA, 2001; FOGLE, 2001).

1.2 Os cães

Segundo Braga (2009) há 40 milhões de anos surgiu miacis considerado ancestral dos

felinos, canídeos e outros carnívoros, e que há 21 milhões de anos mais tarde se desenvolveu

um outro ancestral do cão o cynodictis desses o cynodesmus e logo o tomactus, que originou

os canídeos,dentre eles os lobos,chacais,raposas e hienas. Hoje acredita-se que o cão

doméstico descenda do lobo.

Os motivos que levaram a domesticação do cão e quem foi o responsável são apenas

especulações.

Acredita-se que a domesticação se iniciou há 14.000 anos, apesar de serem

encontrados em pinturas rupestres homens caçando com cães há 50.0000 anos (GRARY,

1978).

A história da domesticação há 14000 anos começou com o inicio da agricultura onde

os homens se organizavam em vilas (THOMAS, 1989), e assim, consequentemente

produziam lixos, restos de ossos e pedaços de carnes estragadas atraiam os lobos para estas

vilas, enquanto os homens saiam para caçar os lobos se alimentavam, mas se afastavam

quando alguém se aproximava (GRARY, 1978).

Segundo Versignassi, (2009), é possível que gerações sucessivas desses carnívoros

tenham se tornado cada vez menos tímidas. Os poucos lobos que se arriscavam a se aproximar

dos humanos tinham maior disponibilidade de comida e menos gasto energético para

consegui-la, portanto mais saudáveis, vivendo mais e aumentando seu número de

descendentes, em pouco tempo havia duas classes de lobos: os totalmente selvagens e os que

viviam perto dos humanos.

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Os que viviam perto dos humanos não tinham necessidade de caçar para comer e se

acostumaram a receber comida de seres humanos devido à facilidade na obtenção de

alimento, fator importante na domesticação. Em vez de formar matilhas preferiram virar

membros de nossas famílias (VERSIGNASSI, 2009).

No Egito os cães eram reverenciados como conhecedores do outro mundo, na Grécia

antiga cães semelhantes a galgos modernos eram relacionados aos deuses da cura. Além de

agentes de cura, os cães desempenham outro papel na Grécia antiga, combatiam junto aos

exércitos, considerados armas de guerra, eram encarregados de levar mensagens entre tropas,

quando chegavam ao destino eram mortos para retirar a mensagem dentro deles. A

participação mais famosa dos cães em Roma foi na arena, os cães molossos eram deixados

sem comida e depois soltos na arena para matar prisioneiros, cristões e escravos

(BRAGA,2009).

Segundo Thomas (1989) as autoridades da Inglaterra, em tempos de peste, se

esforçavam em eliminar animais como medida sanitária, mas seu número não foi afetado, em

longo prazo. Houve queixas quanto ao número excessivo de cães pelo menos desde a década

de 1530. Um imposto sobre cães era periodicamente sugerido, e no século XVIII houve

diversos projetos de lei sobre o tema, sendo que, apenas em 1796 uma taxa sobre cães acabou

sendo adotada (THOMAS, 1989).

O cão foi encarado como vil e desprezível, mas a um exame justo seria visto como o

maior símbolo de virtude heróica, notável por sua fidelidade, gratidão e coragem, segundo

Thimothy Nourse em 1686 citado por K.Thomas (1989, p.129). Foram no princípio dos

tempos modernos que foram lançados os alicerces da obsessão pelos cães. Os cães diferiam

em status, as pessoas tendiam a ter cães adequados a sua posição social. O fidalgo real possuía

cães de caça e o esportista aristocrático tinha galgos e setters, mas o latoeiro ambulante seria

seguido por um mestiço e os “cães uivantes” eram propriedade de vadios dos becos

(THOMAS,1989).

No renascimento cresce o interesse pelo cão de companhia, possuir um belo cão era

um tipo de esnobismo (BRAGA, 2009).

Os cães eram criados com cuidados e variedades de cada região no século XVIII o cão

já era conhecido como o mais inteligente de quadrúpedes conhecidos e louvado como a

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companhia mais humilde do homem, cães de raças típicas de uma região eram considerados

como tesouros não encontrados em nenhum outro lugar do mundo (THOMAS, 1989).

Reis presenteavam reis de outros países com cães de raças nativas de seu país e

possuir cães de raças exóticas era um grande sinal de riqueza (THOMAS, 1989).

Segundo Grary (1978) os cães nas grandes navegações foram importante objeto de

troca e assim muitas variedades novas foram introduzidas pelos conquistadores europeus. Nas

guerras empreendidas contra os nativos, cães farejadores eram utilizados para acharem os

nativos.

No pólo sul os cães foram introduzidos pelos exploradores, usados como meio de

transporte, e o sucesso da expedição de Amundsen ao pólo sul em 1911, foi devido ao sistema

organizado de trenós puxado por cães, o relacionamento entre o homem e o cão nesta região é

muito intenso devido à difícil sobrevivência neste lugar, os cães ajudam no transporte e na

caça e o homem com abrigo e comida (GRARY, 1978).

Segundo Teixeira (2001) os cães através da história foram se desenvolvendo, cães

altos e ágeis foram usados para a perseguição de presas, vistas de longa distância, cães mais

baixos e de faro aguçado, para a caça pequena, os cães maiores e mais fortes foram utilizados

para a função de guarda e luta.

Em um resumo feito por Versignassi (2009) a origem das raças acontece da seguinte

maneira:

- 15000 anos a.C os primeiros cachorros eram como lobos menores e mais dóceis, que se

agregaram à humanidade como estratégia de sobrevivência.

- 2000-1000 a.C os cachorros se espalham pela Eurásia e surgem as primeiras raças,

selecionadas naturalmente para os diferentes habitats de seus donos entre eles, greyhound,

akita e husky siberiano.

No século II os antigos romanos e chineses começaram a selecionar espécies, criando

cachorros para caça, guarda, pastoreio ou só para ficar no colo, entre eles pequinês, pastor

alemão, retriever e dobermann.

15

No século XIV com o surgimento dos concursos e kennel clubes, a seleção artificial de

cães torna-se negocio sério e lucrativo. Eram mais de 70 raças, e a hiperespecialização gerou

uma variedade enorme dentro da mesma espécie, entre elas, poodle, pit bull, afghan hound,

pug e galgos.

Segundo Barbosa (2009). A segunda guerra mundial também determinou a expansão

de cães militares como o pastor alemão e o dobermann. Em decorrência da guerra, devido ao

elevado número de soldados cegos, surgiram os primeiros treinamentos de cães-guia de cego.

Hoje em dias os cães são tratados como membros da família o amor pelos cães inclui

hotéis e creches só para eles (VERSSIGNASSI, 2009) são fontes de amor e alegria, utilizados

em terapias com doentes, idosos, também utilizados no trabalho com a polícia e bombeiros

ajudando na apreensão de drogas, em avalanches, escombros, salvamento em água, em

parceria com deficientes visuais, auditivos e de locomoção (BARBOSA, 2009).

1.3 Os gatos

Foram encontrados ossos do gato selvagem Africano em cavernas habitadas por

homens pré-históricos, talvez nossos ancestrais apenas os tenham caçado matados e comidos,

mas também pode ser que o tenham criado e domesticado filhotes selvagens e os tenha

utilizado para eliminar animais indesejáveis (FOGLE, 2001).

No Egito há cerca de 4000 anos empregavam-se gatos para defender os estoques de

cereais do ataque de roedores. Esses guardiões felinos se tornaram tão úteis para os egípcios

que estes passaram a considerá-los como deuses (FOGLE, 2001).

Do extremo oriente o gato se popularizou na China e na Itália, conquistando então

toda Europa. Sofrendo na Idade Média, uma forte campanha de extermínio, pois

supersticiosos acreditavam que as bruxas podiam se transformar em gatos, pelo seu

comportamento perspicaz e inteligente (EDNEY, 1997).

Devido a esta forte campanha de extermínio contra os gatos com o tempo houve um

aumento no número de roedores em toda Europa o que provocou a epidemia de peste

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bubônica onde milhares de pessoas morreram (CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES,

2009).

No século XVIII, a presença de gatos passou a ser constante nos lares e no final do

século XIX aconteciam às primeiras exposições. A espécie doméstica que se popularizou é a

Felix catus ou gato doméstico (MACHADO, 2009).

Os felinos que conhecemos hoje descendem dos carnívoros primitivos chamados

miacídios,que por sua vez descendem dos mamíferos carnívoros primitivos e

creodontes.Enquanto alguns miacídios se tornaram leões,tigres e chitas,o gato selvagem de

martelli(felis lunensis) é tido como o ancestral direto do pequeno gato atual(felis

sylvestris),que se desenvolveu em três tipos principais:

O gato selvagem europeu, o gato selvagem africano e o gato asiático do deserto

(EDNEY, 1997).

Ao optar por viver perto de povoamentos humanos, o gato selvagem africano deixou

aos poucos de caçar sua comida para roubá-la. As cidades pequenas passaram a ser fonte de

alimento, e a dieta do gato foi suplementada com camundongos e ratos. (EDNEY, 1997)

Inevitavelmente alguns gatos, os mais mansos ou aqueles que pediam comida, foram adotados

como animais de estimação. Assim começou a domesticação e a seleção de raças (FOGLE,

2001).

Segundo FOGLE (2001, p.110) o gato usufruindo dos benefícios da companhia

humana, deixou-se domar. À medida que os mercadores percorriam as rotas comerciais os

gatos foram se espalhando pelo mundo, a reprodução estava restrita aos outros gatos

importados do mesmo grupo, portanto foram perpetuadas as características físicas e de

temperamento que aqueles mercadores haviam originalmente selecionado.

Todos nós temos nossas próprias idéias sobre os gatos, muitos associam os felinos a

aconchego, sensualidade, maciez e tudo o que é materno e feminino, mas ao mesmo tempo

pessoas acham que os gatos são manhosos, maldosos, falsos e que nos tratam com desprezo

(FOGLE, 2001). O gato é um animal que causa impacto, ele marca presença onde quer que

esteja ele controla as emoções muito melhor que o homem, e tem mais agilidade que qualquer

outro animal doméstico. É auto-suficiente, forte, calmo e independente (TAYLOR, 2006).

17

No entanto é quase sempre mal compreendido, porque ao contrário do cachorro, ele é

muito diferente de nós (FOGLE, 2001). Apesar desses conceitos os gatos estão se tornando

cada vez mais populares como animais de estimação, por eles necessitarem de menos tempo e

terem um menor custo de manutenção que outros animais de estimação, e são particularmente

apropriados para viver na cidade. Podem ser companheiros de pessoas solitárias e idosas,

também utilizados em terapias (EDNEY, 1997).

2. Comportamento dos cães

Segundo Rossi (1999, p.22) os cães são seres que pertencem à matilha e possuem

ainda os instintos de sobrevivência, proteção e afeto de que seus antepassados necessitaram

para sobreviver como espécie.

O latido do cão doméstico tão expressivo e familiar parece ter sido desenvolvido

durante a domesticação uma vez que os cães selvagens não latem. Os cães de estimação latem

e dão ganidos, os de trabalho são os mais quietos e só latem quando necessário ou quando

estão excitados. Os sons emitidos pelos cães são como um código. O rosnar é um sinal de

agressividade e o ganido um sinal de inquietação, eles se comunicam através dos sons como

os lobos, antes de partirem para uma caçada. Os cães também utilizam uma variedade de

posturas corporais para expressar diferentes estados de comportamento, tal como abanar a

cauda e saltar para manifestar alegria, abaixar a cauda quando está assustado, deprimido ou

por submissão (TEIXEIRA, 2001).

Os cães na matilha necessitam de um líder, um cão que graças às suas habilidades

conduza os demais. Inúmeras regras são impostas por ele ao grupo, a marcação do território,

por exemplo, geralmente cabe ao líder de matilha. O líder da matilha impõe a dominância por

sinais e atitudes, e a briga só ocorre em ultimo caso, já que está forma de disputa pela

liderança, ocorre por uma razão muito importante; quando brigam geralmente se machucam, e

qualquer membro da matilha debilitado diminui as chances de sobrevivência do grupo

(ROSSI, 1999).

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Segundo Millan (2007) na natureza, se um líder de matilha demonstrar qualquer

fraqueza, ele será atacado e substituído por um membro mais forte. Isso acontece com todas

as espécies animais que vivem em agrupamento, apenas os fortes podem liderar.

Se há um animal muito fraco e retraído, ele será atacado pelos outros. Os lideres de

matilha projetam energia calma e assertiva, tem a postura dominante, como a cabeça erguida,

peito estufado, orelha em pé e rabo firme. Seus seguidores projetam energia conhecida como

submissão calma, caminham com a cabeça na linha do corpo ou abaixada e se mantem atrás

do líder, enquanto avançam as orelhas permanecem relaxadas e para trás. O rabo balançando e

sempre abaixado. Todas as matilhas têm inclui andar, caçar, buscar água, comer, brincar,

descansar e acasalar (MILLAN, 2007).

2.1 Comportamento reprodutivo

A puberdade é definida como a idade na qual o cão produz espermatozóides no seu

ejaculado e a fêmea demonstra seu primeiro estro e ovulação. Acontece entre seis e nove

meses no cão e entre nove e dezesseis meses na cadela. (CACERES, 2004).

A cadela é monoéstrica, com um a três períodos estrais por ano embora digam que um

ciclo estral médio dura seis meses, a sua duração real poderá variar entre 4 a 12 meses. O

ciclo é dividido em quatro etapas; o pró estro, que dura aproximadamente de 7 a 10 dias, o

estro, que tem duração de 5 a 10 dias, diestro, de 110 a 140 dias e anestro, que é o período de

inatividade ovariana entre o final do diestro ou prenhez e inicío do próximo pró estro

(CÁCERES, 2004; ALLEN, 1995).

Os machos são atraídos pelo cheiro das fêmeas mesmo a longa distância. O macho

sempre tentará montar a fêmea, porém ela não permitirá o acasalamento até que atinja o estro,

quando ela aceitará a monta (TEIXEIRA, 2001).

Haverá uma fase de brincadeiras, saltos e farejamento. Quando o macho monta na

fêmea, ela desloca sua cauda para o lado elevando a vulva para facilitar a penetração. Durante

a penetração o macho agarrará a fêmea firmemente à frente da sua pelve, enquanto força a sua

própria pelve contra a pelve da fêmea e sua porção lombar fica quase vertical. A ereção

começa após a completa penetração. Posicionando as patas anteriores em um dos lados da

19

fêmea, a perna traseira do lado oposto é elevada no ar e passada por cima do dorso da fêmea.

O cão encurva-se, a porção do pênis proximal ao osso peniano curva-se lateralmente a 180

graus. Se o cão tiver uma ereção completa, seu pênis não deixará a vagina da fêmea (ALLEN,

1995).

3. Comportamento dos gatos

A sociedade felina é essencialmente matriarcal, de forma que as fêmeas e os filhotes

reinam absolutos no topo da matilha. Os machos por sua vez assumem seu lugar na

comunidade pela força, os mais agressivos brigam para determinar a sua posição social. Os

gatos consideram a posse de território um sinônimo de status social (TAYLOR, 2006).

Segundo Fogle (2001) na natureza os gatos param de brincar quando há necessidade

de buscar alimento, se proteger, delimitar território e se acasalar. A organização felina é

rígida, e um gato só perdera seu território se for derrotado por um macho jovem e aventureiro

que venha surgir na área. Os gatos não conquistam as fêmeas pelo território que possuem, até

porque a posse da terra é mais importante que o acasalamento. As fêmeas não concedem

automática e rapidamente os direitos da corte para o macho vencedor, e em geral preferem um

macho da parte mais baixa da pirâmide social (TAYLOR, 2006).

Os machos castrados ocupam sempre a posição mais baixa da pirâmide social. Quando

um gato é castrado, ele começa a perder posição na comunidade, pois logo após a cirurgia, a

quantidade de hormônio sexual masculino e testosterona começam a diminuir no sangue, tal

como o odor acentuado masculino presente na urina (TAYLOR, 2006).

A maioria dos gatos adotam os muros da casa como fronteiras territoriais, o tamanho

do território depende da idade, da condição sexual e da personalidade do animal, as fêmeas e

os machos castrados se contentam com áreas menores, enquanto o macho não castrado tem

necessidade patrulhar e defender espaços grandes (FOGLE, 2001).

Mesmo um gato que vive apenas dentro de casa determina seu território, que poderá

ser um canto em particular da sala, ou uma móvel predileto. Quando vários gatos convivem na

mesma casa, os direitos territoriais vão surgindo gradativamente, até que todos tomem posse

da residência, defendendo-a dos invasores externos. (TAYLOR, 2006).

20

Segundo Taylor (2006, p.27) para tomar posse do território o gato utiliza três métodos

pode urinar nas fronteiras demarcadas faz arranhões visíveis ou marcas com cheiro de suor,

ou esfrega a cabeça em um objeto sólido, a fim de marcar com o cheiro de suas glândulas

sebáceas. Fora dos territórios privados o espaço é dividido em lugares de caça, local onde se

reúnem com outros gatos e os locais onde vivem os cães (TAYLOR, 2006).

3.1 Comportamento reprodutivo

A gata atinge sua puberdade entre oito e treze meses de idade, mas existe uma

variação considerável entre raças, sendo que as raças de pelo curto geralmente são mais

precoces que as de pelo longo. Os machos atingem a puberdade no mesmo período e

considera-se que gatos livres atinjam a maturidade sexual precocemente (CACERES, 2004).

O ciclo estral das gatas pode ser classificado como poliéstrico estacional, sendo que as

estações durante o ano variam segundo a raça e o habitat, ainda que as gatas possuem três

estações anuais com vários ciclos estrais cada uma,a duração do ciclo tem em média 21 dias

(CACERES,2004).

Segundo Taylor (2006) antes do período estral tenha inicio de fato, a fêmea estará

mais carinhosa que o normal, se esfregando e rolando em objetos ou pessoas com entusiasmo

exagerado. Quando definitivamente entrar no cio ela ficará agitada e começará a vocalizar e

miar atraindo todos os machos da vizinhança (EDNEY, 1997).

No acasalamento o rolar da fêmea estimula o interesse do macho. A fêmea em posição

típica para o acasalamento apresenta seu corpo pressionado contra o chão, suas costas

encurvadas e seu posterior levantam. O macho sobe na fêmea e morde sua nuca com os

dentes, ele frequentemente pedala com as patas traseiras antes do breve ato do coito. A

mordida no pescoço e a estimulação do pênis ossudo e com espículas da início a ovulação, por

sinais nervosos enviados a glândula pituitária no cérebro. A ejaculação ocorre imediatamente

após a introdução do pênis na vagina. Após o acasalamento, o macho se separa da fêmea e a

fêmea volta para seu território (TAYLOR, 2006).

21

4. Crescimento populacional dos animais domésticos (cães e gatos)

A relação dos animais sempre foi regida pela noção de domínio. Acostumado à idéia

de legitimidade da exploração dos animais e da natureza, o homem tem agido, às vezes, com

arbitrariedade e irresponsabilidade. (DIAS, 2001).

Segundo Magnabosco (2006) modificações no ambiente devido à ação dos seres

humanos aumentam a possibilidade na disseminação de doenças afetando a qualidade de vida

tanto da população humana quanto na população animal, entretanto, isso mostra a necessidade

de reflexões na questão do desenvolvimento e as direções a serem priorizadas.

A degradação ambiental promove alterações físicas, biológicas, sociais e geográficas

para as comunidades e o meio ambiente, então fica claro, a necessidade de ter um

planejamento, implantação e desenvolvimento de políticas, programas e projetos que

reduzamos resultados negativos, que previnam o agravamento dos impactos determinados

pelas intervenções identificadas e reflitam a administração eficiente das situações de risco à

saúde e ao meio ambiente (VIEIRA, 2006).

Segundo Vieira (2006), uma das importantes limitações é a avaliação dos riscos a

saúde pública e ao ambiente no que diz respeito às alterações no habitat de diversas espécies

animais estabelecendo riscos do desequilíbrio ambiental e do comprometimento da saúde pelo

envolvimento das espécies de animais domésticos.

Em relação aos cães e gatos a manutenção de espécies sem o seu controle de

mobilidade, e sem supervisão por parte de pessoas que se proponham a com eles interagir,

cria condições para as populações de animais de vizinhança e de animais ferais para que

sejam aumentadas, aumentando sua densidade demográfica, com conseqüências desastrosas

(VIEIRA, 2006). Construções abandonadas, pátios de estacionamentos, vãos de pontes entre

outros, passam a servir de abrigo para animais (FIGEIREDO, 2006).

No caso de animais ferais, a sobrevivência é garantida por abrigos e alimentos

dispersos em áreas urbanas ou de mata, vizinhanças ao redor escolhidos por matilhas

(VIEIRA, 2006).

22

A população de animais domésticos pode variar em dinâmica e densidade de acordo

com a cultura local, a região a condição social da população humana e diferentes situações

epidemiológicas (FIGUEIREDO, 2006).

4.1 Classificações dos animais domésticos:

Por supervisão: entende-se o ato de manter o animal em boas condições sanitárias

(alimentação, abrigo, supervisão veterinária, prevenção de doenças e higiene ambiental) e sob

controle reprodutivo. Desta forma, caracterizam-se os estratos de cães e gatos em:

Animal supervisionado: animal totalmente dependente do seu proprietário.

Estes animais podem estar envolvidos em agravos físicos, motivados por causas

orgânicas e não orgânicas (VIEIRA, 2006).

Não orgânicas:

Defesa (território, matilha, filhotes, alimento, brinquedos, família), predação (caça,

instinto), hierarquia (dominância, competição, socialização inadequada), intra-sexual, entre

machos e fêmeas (VIEIRA, 2006).

Orgânicas:

Enfermidades, dores, fome, medo e outras sensações psicossomáticas.

A transmissão de doenças fica restrita a infecções que se apresentem por transmissão

vertical ou horizontal e as que venham a adquirir pelo ingresso de animais estranhos ou

fômites contaminados no local de sua permanência e pela falta de prevenção por meios usuais

como vacinação e controle de endo e ectoparasitas. Os agravos ao meio ambiente decorrem de

hábitos precários de higiene ambiental e individual, de responsabilidade do proprietário

(VIEIRA, 2006).

Animal não supervisionado: aquele parcialmente dependente do seu proprietário.

23

Por falta de controle por parte dos proprietários, estes animais representam um dos

mais importantes estratos de populações canina e felina envolvidos na transmissão de doenças

a seres humanos (FIGUEIREDO, 2006). Devido à expansão de seu território, a falta de

comando e ao constante contato com animais estranhos nas circunvizinhanças em que

permanecem se envolvem em agressões, oferecem riscos de acidentes de trânsito e podem se

infectar e transmitir doenças a seres humanos e outros animais (VIEIRA, 2006).

Animal comunitário ou de vizinhança: é o animal parcialmente dependente, e irrestrito.

Podendo ter cuidados de pessoas da comunidade como vermifugação, vacinação e

esterilização cirúrgica sem que haja um responsável. Alimenta-se de alimentos ofertados pela

população, resíduos domiciliares colocados nas ruas para coleta ou detritos lançados no

ambiente; procria-se livremente e encontra abrigo em locais aleatórios (FIGUEIREDO, 2006).

Ao meio ambiente, estes animais podem contribuir com a poluição do solo e de cursos

hídricos com dejetos, dispersão de resíduos comuns e de alimentos como lixo ou ate mesmo

alimentos fornecidos pela comunidade, sem os cuidados de recolher os restos não

aproveitados. O resultado é a atração de outros animais como roedores, baratas, aves, entre

outros, prejudicando a qualidade de vida das pessoas da comunidade (VIEIRA, 2006).

Animal errante ou sem supervisão: independente, sem restrição. Pode obter alimento e

abrigo gerados por desperdícios humanos, embora ninguém seja responsável por esses

animais. A capacidade do ambiente determina a manutenção deste grupo de animais

(FIGUEIREDO, 2006).

Por controle de mobilidade entende-se o ato de manter o animal restrito em ambiente

delimitado, utilizando coleira e guia quando em passeio ou exercícios em áreas externas,

assegurando-se assim que o condutor tenha capacidade física para manter o animal sob

controle. Ressalta-se neste contexto que um animal com controle de mobilidade (restrito) não

é necessariamente um animal supervisionado (FIGUEIREDO, 2006).

Classificam-se os animais em: (FIGUEIREDO, 2006).

Animal restrito: aquele mantido sob total controle de mobilidade.

Animal semi-restrito ou semi-domiciliado: animal com restrição parcial quanto a sua

mobilidade. Possui proprietário, porém o mesmo não o tem sob comando em tempo integral.

24

Animal irrestrito ou errante: é aquele que não tem restrições quanto à sua mobilidade. Pode

ter proprietário ou não, dependendo do momento da avaliação.

A estrutura e a reposição de uma população de cães e gatos são determinadas por uma

série de diferentes fatores como a distribuição da população por sexo e faixa etária, taxa de

mortalidade e sobrevivência das crias (FIGUEIREDO, 2006).

O limite superior de uma população é definido pela capacidade de suporte do

ambiente. Uma população de animais domésticos, assim como de todos os outros seres

vivos,depende da disponibilidade e da qualidade das fontes de alimento, água e abrigo

(FIGUEIREDO, 2006).

Uma redução da população causada pelo aumento da mortalidade é rapidamente

compensada por uma melhor capacidade reprodutiva das espécies, entretanto, se ocorre à

retirada de animais de uma população, os exemplares restantes terão mais alimento, água e

abrigo, disponibilizados, favorecendo sua reprodução e sobrevivência e aumento da

população (FIGUEIREDO, 2006).

Qualquer que seja a estratégia adotada em um programa de controle de população

animal em áreas urbanas, ela deve contemplar; o controle reprodutivo de cães e gatos com

proprietários definidos, o manejo do ambiente onde vivem animais sem supervisão e

apreensão de animais não supervisionados (FIGUEIREDO, 2006).

Os animais sem proprietário, que dependem do ambiente para obter, alimento, água e

abrigo, possuem uma baixa taxa de sobrevivência e baixa capacidade reprodutiva, e seus

produtos ainda enfrentarão a concorrência com outros exemplares para obter estas fontes, já

os animais classificados como de vizinhança ou comunitários em conjunto com os animais

semi-restritos obtém diretamente do homem o seu alimento e não dependem do ambiente para

se alimentar ou comer. Desta forma possuem alta capacidade reprodutiva e, como não tem

restrição de mobilidade, reproduzem-se livremente, sendo este estrato da população animal a

maior responsável pelo crescimento e reposição dos indivíduos (FIGUEIREDO, 2006).

Os cães e gatos ferais, como possuem hábitos mais solitários, são pouco tolerados pela

sociedade e sobrevivem na dependência direta de alimento, água e abrigo e possuem baixa

taxa reprodutiva. O sucesso da reprodução é relativamente pobre, parcialmente devida à falta

de proteção que seus filhotes terão e as restrições ambientais (FIGUEIREDO, 2006).

25

O aumento na população de cães e gatos ocorreu na era moderna e, desde então

tivemos o descontrole de populações animais (THOMAS, 1989).

O descontrole populacional representa um problema mundial em virtude das

agressões, acidentes de trânsito e impactos ambientais, alem da sua importância na cadeia de

transmissão de diversas doenças (CACERES, 2004).

Para animais supervisionados ou controlados os levantamentos domiciliares permitem

aferições precisas, já as parcelas de animais que vivem soltos nas ruas ou abandonados têm a

avaliação prejudicada. Desse modo, há uma necessidade muito grande de estudos

epidemiológicos e programas de controle de populações de cães e gatos (FIGUEIREDO,

2006).

A limitação desses recursos e o processo de descentralização dos serviços estabelecem

a necessidade de avaliar a efetividade, eficiência e eficácia das diferentes possibilidades de

intervenção para escolha da melhor alternativa (CACERES, 2004).

Sabe-se que as regiões mais habitadas são as que têm mais problemas com o

descontrole na população canina e felina pela maior capacidade de suporte do ambiente

(DIAS, 2001).

Segundo Magnabosco (2006) temos grandes quantidades de cães e gatos em zona

periféricas ou suburbanas que acabam se concentrando em determinado local para a

reprodução e alimentação vivendo soltos nas ruas, tornando extremamente amplos seus raios

de ações.

Segundo dados da Prefeitura (2009) a população no município de São Paulo é

estimada em 11.280.532 milhões, então seguindo a estimativa de Paranhos realizada em 2002

sobre cães e gatos, a razão de 1 cão para 7 habitantes e 46 habitantes para 1 gato,resulta num

total de 1.555.217 milhões de cães e 236.663 gatos.

26

Tabela 1 -

Subprefeituras e Distritos

2009

Aricanduva 274.750

Aricanduva 99.466

Carrão 79.097

Vila Formosa 96.186

Butantã 419.628

Butantã 54.477

Morumbi 40.440

Raposo Tavares 103.387

Rio Pequeno 125.278

Vila Sônia 96.043

Campo Limpo 568.528

Campo Limpo 213.419

Capão Redondo 270.022

Vila Andrade 85.086

Socorro 634.533

Cidade Dutra 211.474

Grajaú 382.529

Socorro 40.529

Casa Verde - Cachoeirinha 338.316

Cachoeirinha 163.384

Casa Verde 87.394

Limão 87.537

Cidade Ademar 414.173

Cidade Ademar 273.593

Pedreira 140.579

Cidade Tiradentes 212.171

27

Tabela 1 - continuação

Subprefeituras e Distritos

2009

Socorro 634.533

Cidade Dutra 211.474

Grajaú 382.529

Socorro 40.529

Casa Verde - Cachoeirinha 338.316

Cachoeirinha 163.384

Casa Verde 87.394

Limão 87.537

Cidade Ademar 414.173

Cidade Ademar 273.593

Pedreira 140.579

Cidade Tiradentes 212.171

Cidade Tiradentes 212.171

Ermelino Matarazzo 221.547

Ermelino Matarazzo 118.215

Ponte Rasa 103.332

Freguesia - Brasilândia 436.617

Brasilândia 283.891

Freguesia do Ó 152.725

Guaianases 288.891

Guaianases 112.701

Lajeado 175.827

Ipiranga 452.542

Cursino 105.596

Ipiranga 101.467

Sacomã 245.478

Itaim Paulista 400.768

Itaim Paulista 239.069

Vila Curuçá 161.699

28

Tabela 1- continuação

Subprefeituras e Distritos

2009

Itaquera 535.256

Cidade Líder 128.014

Itaquera 221.157

José Bonifácio 114.963

Parque do Carmo 71.122

Jabaquara 229.272

Jabaquara 229.272

Jaçanã - Tremembé 277.546

Jaçanã 97.855

Tremembé 179.690

Lapa 276.218

Barra Funda 13.048

Jaguara 26.528

Jaguaré 46.590

Lapa 59.437

Perdizes 102.709

Vila Leopoldina 27.904

M´boi Mirim 552.138

Jardim Ângela 282.895

Jardim São Luís 269.243

Moóca 314.133

Água Rasa 86.615

Belém 41.458

Brás 28.004

Moóca 62.655

Pari 15.716

Tatuapé 79.683

29

Tabela 1 – continuação

Subprefeituras e Distritos

2009

Parelheiros 129.497

Marsilac 8.893

Parelheiros 120.603

Penha 500.050

Artur Alvim 118.149

Cangaiba 147.915

Penha 127.778

Vila Matilde 106.206

Perus 123.640

Anhanguera 43.449

Perus 80.191

Pinheiros 270.991

Alto de pinheiros 44.077

Itaim Bibi 81.784

Jardim Paulista 82.503

Pinheiros 62.626

Pirituba 425.922

Jaraguá 165.099

Pirituba 172.876

São Domingos 87.947

Santana - Tucuruvi 334.440

Mandaqui 108.633

Santana 125.562

Tucuruvi 100.243

Santo Amaro 224.712

Campo Belo 67.696

Campo Grande 96.089

Santo Amaro 224.712

São Mateus 423.011

Iguatemi 115.524

São Mateus 170.624

São Rafael 136.862

30

Tabela 1- continuação

Subprefeituras e Distritos

2009

São Miguel 418.688

Jardim Helena 156.353

São Miguel 108.854

Vila Jacuí 153.480

Sé 388.764

Bela Vista 64.924

Bom Retiro 28.895

Cambuci 29.557

Consolação 53.539

Liberdade 64.707

República 49.815

Santa Cecília 72.770

Sé 22.552

Vila Maria - Vila Guilherme 322.788

Vila Guilherme 51.859

Vila Maria 123.360

Vila Medeiros 147.569

Vila Mariana 315.542

Moema 72.095

Saúde 120.587

Vila Mariana 122.859

Vila Prudente - Sapopemba 555.460

São Lucas 144.821

Sapopemba 306.069

Vila Prudente 104.569

31

A tabela 1 mostra segundo dados da Prefeitura Municipal de São Paulo a estimativa do

número de habitantes segundo subprefeituras e distritos administrativos no ano de 2009 a

ordem por número de habitantes seria: Socorro, Campo Limpo, Vila Prudente / Sapopemba,

M´boi Mirim, Itaquera, Penha, Ipiranga, Freguesia/Brasilândia, Pirituba, São Mateus,

Butantã, São Miguel, Cidade Ademar, Itaim Paulista,Sé,Casa Verde/Cachoeirinha,

Santana/Tucuruvi, Vila Maria/Vila Guilherme, Vila Mariana, Moóca, Guaianases,

Jaçanã/Tremembé, Lapa, Aricanduva, Pinheiros, Jabaquara, Santo Amaro, Ermelino

Matarazzo, Cidade Tiradentes, Parelheiros.

32

Tabela 2 -

SUVIS

DA

Pop. de cães

domiciliados

(razão 7:1)

Pop. de cães

domiciliados

(novo estimador)

Diferença

Butantã 7.067 20.151 13.084

Morumbi 4.541 14.926 10.386

Raposo Tavares 13.371 30.889 17.519

Rio Pequeno 16.294 45.207 28.913

Butantã

Vila Sônia 12.553 37.808 25.255

Campo Limpo 29.231 50.041 20.810

Capão Redondo 37.355 64.105 26.750

Campo Limpo

Vila Andrade 13.313 23.269 9.956

Cachoeirinha 22.293 33.566 11.273

Casa Verde 10.999 16.162 5.163

Casa Verde – Cachoerinha

Limão 11.014 13.137 2.124

Campo Belo 8.707 41.349 32.642

Campo Grande 13.469 38.186 24.717

Cidade Ademar 34.991 64.456 29.466

Pedreira 21.430 57.239 35.808

Cidade Ademar – Santo Amaro

Santo Amaro 7.679 31.360 23.681

Cidade Tiradentes Cidade Tiradentes 36.718 27.778 - 8.941

Ermelino Matarazzo 15.774 20.865 5.091

Ermelino Matarazzo Ponte Rasa 13.722 22.891 9.170

Brasilândia 38.120 42.694 4.574

Freguesia - Brasilândia Freguesia do Ó 20.209 35.454 15.245

Guaianases 15.098 34.662 19.564

Guaianases Lageado 25.834 42.801 16.968

33

Tabela-2 - continuação

SUVIS

DA

Pop. de cães

domiciliados

(razão 7:1)

Pop. de cães

domiciliados

(novo estimador)

Diferença

Cursino 13.821 12.359 -1.462

Ipiranga 13.946 11.321 -2.625

Ipiranga

Sacomã 33.194 25.320 -7.874

Itaim Paulista 33.710 48.643 14.933

Itaim Paulista - Curuçá Vila Curuçá 22.163 41.749 19.586

Cidade Lider 17.825 22.474 4.649

Itaquera 30.137 38.630 8.493

José Bonifácio 15.248 7.848 -7.400

Itaquera – Cidade Líder

Parque do Carmo 9.662 9.633 -29

Jaçanã 13.216 15.509 2.293

Jaçanã - Tremembé Tremembé 26.019 49.299 23.280

Água Rasa 11.505 22.603 11.098

Aricanduva 13.430 21.701 8.271

Belém 5.015 8.820 3.805

Brás 3.099 2.002 -1.097

Carrão 10.428 18.028 7.600

Moóca 8.370 12.073 3.703

Pari 1.765 1.819 54

Tatuapé 11.176 16.508 5.332

Moóca – Aricanduva

Vila Formosa 13.143 24.396 11.253

Artur Alvim 15.426 21.049 5.623

Cangaíba 20.924 34.831 13.908

Penha 17.207 25.052 7.845

Penha

Vila Matilde 14.318 21.126 6.807

Anhanguera 9.149 13.140 3.991

Perus Perus 12.056 15.496 3.440

34

Tabela 2- continuação

SUVIS

DA

Pop. de cães

domiciliados

(razão 7:1)

Pop. de cães

domiciliados

(novo estimador)

Diferença

Jaraguá 25.176 32.470 7.294

Pirituba 23.341 22.342 -999

Pirituba São Domingos 12.524 20.238 7.713

Mandaqui 14.707 38.144 23.437

Santana 16.714 33.295 16.581

Santana – Tucuruvi

Tucuruvi 13.208 17.454 4.246

Iguatemi 18.257 23.825 5.568

São Mateus São Mateus 22.385 28.274 5.889

Jardim Helena 21.018 34.897 13.879

São Miguel 13.556 22.264 8.708

São Miguel

Vila Jacuí 23.273 22.264 -1.008

São Rafael São Rafael 20.437 25.648 5.211

Cidade Dutra 28.446 62.616 34.170

Grajaú 60.126 136.251 76.125

Socorro

Socorro 5.242 17.848 12.606

Vila Guilherme 6.376 8.473 2.096

Vila Maria 15.441 26.702 11.261

Vila Maria – Vila Guilherme

Vila Medeiros 18.802 27.414 8.612

Jabaquara 30.557 46.949 16.392

Moema 9.634 7.930 -1.704

Saúde 16.330 18.673 2.343

Vila Mariana – Jabaquara

Vila Formosa 16.796 17.664 868

São Lucas 18.789 23.762 4.973

Sapopemba 41.296 33.778 -7.518

Vila Prudente – Sapopemba

Vila Prudente 13.608 17.254 3.645

A tabela acima mostra a comparação da estimativa de populações de cães (em valores

absolutos) utilizando a razão homem: cão de 7:1 e o novo estimador, no Município de São

Paulo (Fonte Relatório CCZ, 2008).

35

Tabela 3 -

SUVIS

DA

Pop. de gatos

domiciliados

(razão 46:1)

Pop. de gatos

domiciliados

(novo estimador)

Diferença

Butantã 1.075 7.089 6.014

Morumbi 691 2.190 1.499

Raposo Tavares 2.035 6.802 4.767

Rio Pequeno 2.480 10.011 7.532

Butantã

Vila Sônia 1.190 5.222 3.312

Campo Limpo 4.448 9.828 5.380

Capão Redondo 5.684 9.745 4.061

Campo Limpo

Vila Andrade 2.026 3.836 1.810

Cachoeirinha 3.392 6.307 2.915

Casa Verde 1.674 3.434 1.760

Casa Verde – Cachoerinha

Limão 1.676 2.383 707

Campo Belo 1.325 7.861 6.536

Campo Grande 2.050 2.794 744

Cidade Ademar 5.325 18.282 12.957

Pedreira 3.261 17.470 14.209

Cidade Ademar – Santo Amaro

Santo Amaro 1.169 2.541 1.372

Cidade Tiradentes Cidade Tiradentes 5.588 11.218 5.630

Ermelino Matarazzo 2.400 5.685 3.285

Ermelino Matarazzo Ponte Rasa 2.088 2.972 884

Brasilândia 5.801 17.735 11.934

Freguesia - Brasilândia Freguesia do Ó 3.075 5.698 2.623

Guaianases 2.297 6.078 3.780

Guaianases Lageado 3.931 12.515 8.584

36

Tabela-3 – continuação

SUVIS

DA

Pop. de gatos

domiciliados

(razão 46:1)

Pop. de gatos

domiciliados

(novo estimador)

Diferença

Cursino 2.103 1.378 -725

Ipiranga 2.122 2.324 202

Ipiranga

Sacomã 5.051 4.337 -714

Itaim Paulista 5.130 13.364 8.234

Itaim Paulista - Curuçá Vila Curuçá 3.373 7.378 4.005

Cidade Lider 2.713 5.669 2.956

Itaquera 4.586 8.209 3.623

José Bonifácio 2.320 3.144 824

Itaquera – Cidade Líder

Parque do Carmo 1.470 1.477 7

Jaçanã 2.011 2.503 492

Jaçanã - Tremembé Tremembé 3.959 11.987 8.028

Água Rasa 1.751 6.712 4.961

Aricanduva 2.044 4.437 2.393

Belém 763 3.870 3.107

Brás 472 1.088 617

Carrão 1.587 1.706 120

Mooca 1.274 1.333 59

Pari 269 668 400

Tatuapé 1.701 1.386 -315

Moóca – Aricanduva

Vila Formosa 2.000 1.766 -234

Artur Alvim 2.347 7.543 5.196

Cangaíba 3.184 8.935 5.751

Penha 2.618 11.783 9.165

Penha

Vila Matilde 2.179 3.379 1.200

Anhanguera 1.392 2.590 1.198

Perus Perus 1.835 2.881 1.047

Jaraguá 3.831 9.258 5.427

Pirituba 3.552 3.784 232

Pirituba

São Domingos 1.906 3.215 1.310

37

Tabela 3- continuação

SUVIS

DA

Pop. de gatos

domiciliados

(razão 46:1)

Pop. de gatos

domiciliados

(novo estimador)

Diferença

Mandaqui 2.238 3.989 1.751

Santana 2.543 8.553 6.010

Santana – Tucuruvi

Tucuruvi 2.010 3.745 1.735

Iguatemi 2.778 10.640 7.862

São Mateus São Mateus 3.406 7.376 3.969

Jardim Helena 3.198 14.323 11.124

São Miguel 2.063 6.176 4.113

São Miguel

Vila Jacuí 3.542 2.595 -949

São Rafael São Rafael 3.110 10.721 7.611

Cidade Dutra 4.329 8.583 4.254

Grajaú 9.150 21.577 12.427

Socorro

Socorro 798 3.463 2.665

Vila Guilherme 970 1.416 446

Vila Maria 2.350 3.851 1.502

Vila Maria – Vila Guilherme

Vila Medeiros 2.861 5.233 2.372

Jabaquara 4.650 9.639 4.989

Moema 1.466 2.698 1.232

Saúde 2.485 3.308 823

Vila Mariana – Jabaquara

Vila Formosa 2.556 3.332 776

São Lucas 2.859 2.718 -142

Sapopemba 6.284 5.233 -1.051

Vila Prudente – Sapopemba

Vila Prudente 2.071 1.950 -121

A tabela acima mostra a comparação da estimativa de populações de gatos (em valores

absolutos) utilizando a razão homem: gato de 46:1 e o novo estimador, no município de São

Paulo: (Fonte: Relatório, CCZ, 2008).

38

As tabelas 2 e 3 mostram a comparação da estimativa de populações de cães e gatos

(em valores absolutos) utilizando a razão homem: gato de 46:1 e homem: cão de 7:1 e o novo

estimador, no município de São Paulo: (Fonte: Relatório, CCZ, 2008). Considerou-se

domicílio todo e qualquer endereço, seja residencial, comercial ou industrial. É uma estratégia

inovadora em estudos deste tipo, uma vez que os trabalhos anteriormente realizados com o

fim de estimar populações animais em áreas urbanas somente incluíram no quadro amostral os

domicílios residenciais, ocasionando uma estimativa subestimada da população animal.

Entende-se que domicílio, neste estudo significa “domicílio de animais” e não somente de

humanos, incluem aqueles cães e gatos mantidos em estacionamentos, fábricas, etc. (Relatório

CCZ, 2008).

O controle de populações animais de estimação constitui um problema de todas as

sociedades e depende da atuação direta de órgãos governamentais, entidades de proteção

animal e, sobretudo dos proprietários (REICHMANN, 2000).

Segundo Reichmann (2000), a convivência do ser humano com cães e gatos pode e

deve ser uma relação saudável e gratificante, se alguns cuidados forem realizados

sistematicamente a estes animais. A responsabilidade de comunidades onde existam animais

sem controle é grande e de todos depende o desenvolvimento de posturas saudáveis para

evoluir e alcançar uma melhor qualidade de vida.

4.2 Posse Responsável

O conceito de Posse Responsável reflete a percepção pelo ser humano, mais

precisamente dos proprietários de cães e gatos de estimação, da total dependência física e

afetiva desses animais. Cuidar de cães e gatos significa assumir total responsabilidade por

toda e qualquer atitude desses animais, portanto, o proprietário responsável deve criar seus

animais em perfeitas condições de saúde e contenção, de tal forma que não sejam causa de

qualquer espécie de constrangimento ou risco a todos de seu convívio social (Centro de

Controle de Zoonoses, 2009).

39

Segundo o manual do educador para viver de bem com os bichos (2009) a lei 13.131/2001

disciplina a criação, propriedade, posse, guarda, uso e transporte de cães e gatos no município

de São Paulo.

Esta lei possibilita em médio prazo, o conhecimento da população canina e felina do

município de São Paulo, facilita a localização de animais perdidos ou soltos e apreendidos

pelo centro de controle de zoonoses e possibilita a diminuição da eutanásia.

Segundo a lei 13.131/2001 segue os artigos:

- È obrigatório o registro de todos os cães e gatos no município de São Paulo.

Art. 2°- todos os cães e gatos residentes no município de São Paulo deverão obrigatoriamente,

ser registrados no órgão municipal responsável pelo controle de zoonoses ou em

estabelecimentos veterinários devidamente credenciados por esse mesmo órgão.

- Vacinação

Art. 13°- todo proprietário de animal é obrigado a vacinar seu cão contra a raiva,observando

para revacinação no período recomendado pelo laboratório responsável pela vacina utilizada.

- Responsabilidades

Art. 15°- todo animal, ao ser conduzido em vias e logradouros públicos, deve

obrigatoriamente usar coleira e guias adequadas ao seu tamanho e porte, ser conduzido por

pessoas com idade e força suficiente para controlar os movimentos do animal, e também

portar plaqueta de identificação devidamente posicionada na coleira.

Art. 16°- o condutor de um animal fica obrigado a recolher os dejetos fecais eliminados pelo

mesmo em vias e logradouros públicos.

Art. 17°- é de responsabilidade dos proprietários a manutenção de cães e gatos em condições

adequadas de alojamento, alimentação, saúde, higiene e bem estar, bem como a destinação

adequada dos dejetos.

Art. 23°- é proibido soltar ou abandonar animais em vias e logradouros públicos e privados,

sob pena de multa de R$100,00(cem reais).

40

- Da apreensão e destinação de animais

Art. 25°-fica o órgão municipal responsável pelo controle de zoonoses autorizado a proceder à

doação de animais apreendidos e não resgatados para adoção por entidades protetoras de

animais cadastrados no Conselho de Proteção e Defesa dos Animais-CPDA, através de

normatização própria.

-Do controle reprodutivo de cães e gatos

Art. 33°- caberá ao órgão municipal responsável pelo controle permanente de controle

reprodutivo de cães e gatos em parceria com universidades, estabelecimentos veterinários,

organizações não governamentais de proteção animal e com a iniciativa privada.

Segundo Vieira (2006), o controle de populações de cães e gatos depende de atitudes

críticas ativas e constantes dos proprietários, o que merece especial ênfase para a reavaliação

de crenças e valores pessoais que possam considerar, por exemplo, a falta de supervisão na

manutenção destes animais como uma forma sadia ou normal.

Aspectos como a oferta de alimentos com composição nutricional recomendada, a

limitação de territórios por onde possam permanecer livremente, a higiene ambiental e

individual, a disponibilidade de abrigos seguros, o controle da reprodução, a administração de

imunógenos e outros medicamentos para prevenção de riscos e agravos como mordeduras,

arranhaduras, acidentes domésticos ou de trânsito, precisam passar a fazer parte das condutas

diárias dos proprietários (VIEIRA, 2006).

Para que estes fatores sejam contemplados na relação ser humano e animais, é

necessário difundir conhecimentos estimular e motivar a postura de propriedade, posse ou

guarda responsável e apresentar propostas alternativas para cada grupo comunitário

considerado, estimulando e motivando a implantação desses fatores (VIEIRA, 2006).

Contudo, para apresentar e tornar lógica a prática da propriedade, posse ou guarda

responsável os profissionais atuantes nas diversas esferas comprometidas nos quesitos

apontados precisam ter claro suas funções, devem ser capacitados e/ou habilitados para o

41

desempenho das atividades educativas que compõem a promoção da saúde no controle de

populações de animais domésticos (VIEIRA, 2006).

Esta tarefa requer a interação de profissionais de diferentes formações, pois cada

participante tem uma preparação e prática de ensinar e de expressar idéias compatíveis com

diferentes comunidades e valores (VIEIRA, 2006).

Trabalhos divulgados na literatura referem à infância e a adolescência como fases

decisivas para a construção dos valores éticos, morais e de comportamento. Os educadores

formais desempenham um papel importante na formação destes conceitos (VIEIRA, 2006).

É preciso ter sensibilidade para atender as prioridades estabelecidas pelos diferentes

grupos sociais,que nem sempre coincidem com objetivos e metas estabelecidas à distância por

profissionais competentes, mas sem a vivência da realidade local (VIEIRA, 2006).

4.3 Principais zoonoses transmitidas por cães e gatos:

A intensificação de mudanças sociais e demográficas propicia a entrada do ser humano

em ecossistemas novos, onde não se conhece com exatidão a fauna existente. Essa entrada

expõe o ser humano a um maior número de animais e consequentemente às infecções que

estes podem transmitir (MAGNABOSCO, 2006).

Segundo Magnabosco (2006) as mudanças ambientais, na demografia humana e animal, e

mudança de patogênos são alguns fatores que influenciam a dispersão de zoonoses. Tem

importância também, fatores sociais e culturais tanto quanto hábitos alimentares e crenças

religiosas (MAGNABOSCO, 2006).

As populações de cães e gatos representam um problema de saúde pública e bem estar

animal, isto devido a sua associação com a possibilidade de transmissão de zoonoses, que são

definidas como enfermidades naturalmente transmissíveis entre os animais e o homem. Há de

considerar também o risco da agressão por mordidas (SOTO, 2004).

42

Das inúmeras zoonoses que os cães e gatos podem transmitir ao homem Magnabosco

destaca duas de notificação compulsória que causam importantes impactos econômicos e

sociais no nosso meio a raiva e a leishmaniose (MAGNABOSCO, 2006).

A raiva é a zoonose de registro mais antigo na historia da humanidade, é uma doença

infecciosa, com prognóstico fatal (MOREIRA, 2006). Seus reservatórios englobam todos os

mamíferos sendo estes os únicos susceptíveis ao vírus e os únicos capazes de transmiti-lo

exemplos observados com maior freqüência são o cão, gato, morcegos, raposa, coiote, chacal,

gato do mato, jaritataca, guaxinim, mangusto e macacos (MOREIRA, 2006).

A enfermidade apresenta quatro ciclos de transmissão – Urbanos onde os responsáveis

pela transmissão são os cães e gatos; Rural, onde o morcego hematófago é o principal

transmissor da doença aos animais de produção, podendo estes também se infectar pela

agressão de cães e gatos e mamíferos silvestres; Silvestre terrestre onde a transmissão

acontece através da raposa, lobo, guaxinim, macaco e quati; Silvestre aéreo onde o

responsável pela transmissão é o morcego. (MOREIRA, 2006).

Raiva urbana:

Agente-vírus do gênero Lissavírus da família rhabdoviridae (MORI, 2009).

Transmissão - a porta de entrada é por mordedura ou ferimentos na pele em contato

com a saliva de animais infectados com o vírus, no caso da raiva urbana cães e gatos.

O vírus se multiplica na musculatura local e pelo sistema nervoso periférico o agente

da raiva migra para o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), onde se multiplica

causando lesões irreversíveis, com perda das funções vitais, seguida de coma e morte (MORI,

2009).

Antes dos primeiros sintomas, o vírus atinge a glândula salivar e é liberado junto com

a saliva. É importante mencionar que os cães e gatos infectados podem eliminar o vírus da

raiva mais de uma semana antes de aparecerem os sinais neurológicos. (MORI, 2009).

O período de incubação varia em função da quantidade de vírus inoculado, do local da

penetração (quanto mais perto do sistema nervoso central, menor é o período) profundidade e

43

da área da mordedura, quanto mais rica a área em fibras nervosas, mais rápido o vírus migra

para o sistema nervoso central (MORI, 2009).

Sinais clínicos no animal – após o período de incubação, começam os sinais clínicos,

podem se apresentar em quatro tipos, raiva furiosa, raiva paralítica, raiva pruriginosa e raiva

muda ou atípica (MORI, 2009).

Raiva furiosa: intranqüilidade e mudança de hábitos, agressividade, por ocorrer paralisia na

região da garganta não engolem a saliva tendo sialorréia intensa (MORI, 2009).

Raiva paralítica: menos comuns em cães mais comuns em gatos. No inicio o animal tem

resistência em se locomover não se alimenta e não bebe água, andar tropeçando sem

equilíbrio, à paralisia inicia pelos membros posteriores e mandíbula prosseguindo para os

membros anteriores. Os animais apresentam sialorréia intensa apresentam miado longo e

triste, prosseguindo de paralisia até a morte (MORI, 2009).

Raiva pruriginosa: predominância de pus intenso que leva o animal a se auto mutilar

(MORI, 2009).

Raiva muda ou atípica: não apresentam sinais evidentes, há apenas discreta mudança nos

hábitos, se alimentam pouco, morte em cinco a dez dias (MORI, 2009).

São comuns os casos de formas mistas da raiva podendo o cão ou gato estar agressivo

e vir a morrer de paralisia (MORI, 2009).

Sinais clínicos em humanos: os primeiros sintomas duram por dois a quatro dias tendo mal

estar geral, pequeno aumento de temperatura corpórea, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de

garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia, também pode

ocorrer hiperestesia e parestesia, nos trajetos de nervos periféricos, próximos ao local da

mordedura, e alterações no comportamento. Quando a infecção progride há manifestações de

ansiedade, hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares generalizados

e convulsões quando o doente vê ou tenta ingerir líquido, ocorrem contrações da laringe,

faringe e língua, causando sialorréia intensa.Os espasmos musculares evoluem para um

quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e constipação

intestinal.O paciente se mantem consciente,com período de alucinações até a instalação do

44

quadro de coma e óbito.O período da evolução do quadro clínico varia de cinco a sete dias em

casos não tratados (MOREIRA,2006).

Leishmaniose: as Leishmanioses são doenças parasitárias causada por protozoários

pertecentes ao sub-reino protozoa, ordem Kinetoplastida, família tripanosomatidae, gênero

Leishmania que acometem o homem e diferentes espécies de mamíferos silvestres e

domésticos das regiões tropicais e subtropicais dos chamados Velho e Novo Mundo, são

considerados de grande importância pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que estima

350 milhões de pessoas expostas ao risco de adquirir a doença e 12 milhões de infectados em

88 nações com predominância nos países do terceiro mundo (CARVALHO, 2005).

As Leishmanias nas Américas apresentam formas clínicas distintas, dependendo da

espécie envolvida, da resposta imune do hospedeiro e de fatores ainda não determinados,

sendo representadas sob duas formas: a leishmaniose tegumentar americana (LTA) e a

Leishmaniose visceral americana (LVA) ou calazar (CARVALHO, 2005).

No Brasil a LVA tem sido notificada em 19 estados, atingindo quatro das cinco

regiões geográficas do país. A maior incidência encontra-se no Nordeste, com 92% do total

das notificações, seguida pelas regiões Sudeste (4%) Norte (3%) e Centro Oeste (1%)

(CARVALHO, 2005).

No Brasil as espécies de Leishmania associadas à doença no homem são: Leishmania

amazonensis, Leishmania guyanensis, Leishmania brasiliensis, Leishmania shauvi,

Leishmania laissoni, Leishmania naiffi e Leishmania chagasi (CARVALHO, 2005).

O cão é importante reservatório e diferente da raiva não há imunização específica para

a doença e nem a proteção da domiciliação torna os animais livres de se infectar

(MAGNABOSCO,2006).

A Leishmaniose Visceral é uma doença crônica e fatal, o cão exerce importância

epidemiológica em áreas endêmicas. A infecção em cães é semelhante à infecção humana,

embora no cão além do acometimento das vísceras, são frequentemente encontradas lesões de

pele nos animais infectados e sintomáticos. Inicialmente surge febre intermitente, perda de

peso e linfadenopatia, alguns cães curam espontaneamente enquanto outros evoluem até a

morte. Os principais sinais clínicos no cão são representados pela caquexia,

hipergamaglobulinemia, hepatoesplenomegalia, anemia e linfoadenopatia. Na pele são

45

comuns úlceras crostosas em orelha, focinho e região periorbital, descamação e alopecia

multifocal (SILVA, 2007).

Infecção por mordedura de cães e gatos: cerca de 5% a 15% das mordidas de cães e gatos

podem infeccionar. Os principais patogênos envolvidos são a Pasteurella multocida,

Staphylococcus, Streptococcus, Corynebacterium e anaeróbicos (MAGNABOSCO, 2006).

Doença da arranhadura do gato: causada por bacilo Afipia felis e Bartonella henselae

(MAGNABOSCO, 2006).

Brucelose: nos cães e gatos a infecção por Brucella é benigna, com sintomas leves de

linfoadenopatias, orquites e abortos relacionados à Brucella canis (MAGNABOSCO,2006).

A transmissão ocorre através da exposição ao material uterino, urina ou secreções

vaginais. Os sinais clínicos em humanos incluem febre intermitente e mal estar (SAÚDE

PÚBLICA VETERINÁRIA, UNIVERSIDADE ÉVORA,2009).

Campilobacteriose: considerada a principal causa de enterites e de diarréias em humanos,em

cães afeta principalmente filhotes (ACHA,2001).

O agente etiológico é Campylobacter jejuni.

A transmissão ocorre pela presença de coliformes fecais na água, alimentos

contaminados e mal cozidos (ACHA 2001).

Os sinais clínicos em humanos inclui diarréia, febre,dor abdominal,vômitos,septicemia,são

rara as complicações como meningite e abortos (ACHA,2001).

Leptospirose: a leptospirose é uma importante zoonose com transmissão via animais

silvestres, sinantrópicos e domésticos. Os ratos e os cães são, no meio urbano, importantes

veiculadores da doença (MAGNABOSCO, 2006).

O agente é Leptospira interrogans, a transmissão ocorre através da urina do animal

contaminado ou doente, pelo contato indireto através da água, alimento ou contato com barro

contaminado pela urina (MINISTERIO DA SAÚDE, 1988).

46

Os sinais clínicos em humanos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares,

conjuntivite, vômitos, diarréia com sangue, pode também haver icterícia caso o fígado esteja

afetado,bem como lesões nos rins,nesses casos pode ser fatal (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

1988).

Tularemia: o agente etiológico é Francisella tularensis.

Os seres humanos podem se infectar através das mordidas de carrapatos, moscas,

mosquitos ou pela inalação de partículas no ar, ganhando importância como arma de

bioterrorismo (MAGNABOSCO, 2006).

Os sinais clínicos em humanos são febre, calafrios, vômitos, dores musculares e

articulares, astenia, pneumonia, linfadenite caseosa e septicemia (ACHA, 2001).

Salmonelose: o agente etiológico é Salmonella enteretidis.

Entre 10% a 20% dos cães, apresentam infecção pela Salmonella. Cães e gatos são

raramente fontes de infecção para o homem (MAGNABOSCO, 2006).

A transmissão ocorre por contato feco-oral, água e comida contaminadas. Os sinais

clínicos em humanos incluem diarréia e gastroenterites. (SAÚDE PÚBLICA

VETERINÁRIA, UNIVERSIDADE ÉVORA, 2009).

Peste: o agente etiológico é Yersinia pestis.

É transmitida para os humanos, cães e gatos pela picada de pulgas infectadas. Gatos

podem se infectar ao se alimentarem de ratos doentes (MAGNABOSCO, 2006).

Os sinais clínicos em humanos incluem febre, calafrios, dores generalizadas, diarréia,

constipação, toxemia, hipotensão arterial, confusão mental, prostração, inflamação aguda e

tumefação dos gânglios linfáticos em alguns casos processos supurativos, no local da picada

pode haver uma pequena vesícula e edemas (ACHA,2001)

Clamidiose: o agente etiológico é Chlamydia psittaci.

47

A transmissão de aves para humanos é bem conhecida, mas tivemos achados de

Chlamydia psittaci em gatos, alertando para a transmissão através desses animais para o

homem (MAGNABOSCO, 2006).

Os sinais clínicos em humanos inclui conjuntivite, nos gatos conjuntivite,

lacrimejamento, fotofobia,rinite com secreção nasal, pneumonite, espirros e tosse

(TILLEY,2008).

Erliquiose: as espécies associadas com doenças em humanos são a Erlichia chaffee e Erlichia

canis.

Muito conhecidas na medicina veterinária, mas pouco estudadas na medicina humana,

a transmissão ocorre através de carrapatos (MAGNABOSCO, 2006).

Os sinais clínicos em humanos incluem cefaléias, mialgia, anemia, petequias, sintomas

gastrointestinais e nos animais trombocitopenia e anemia (TILLEY, 2008).

Febre Maculosa: o agente etiológico é Ricketsia ricketsii.

A transmissão ocorre através de carrapatos, os sinais clínicos em humanos inclui febre,

lesões maculosas generalizadas, petéquias,encefalite e septicemia(TILLEY,2008).

Larva Migrans cutânea: o agente etiológico é Ancylostoma brasiliensis.

A transmissão ocorre quando há contato direto com o solo onde se encontram as larvas

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1988).

Os sinais clínicos em humanos incluem lesões na pele, formação de uma espécie de

túnel sinuoso, onde a larva se aloja, com intensa coceira, em alguns casos a larva pode

penetrar os tecidos mais profundos, atingindo os pulmões ou indo até os olhos causando

graves lesões. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1988).

Larva Migrans visceral: o agente etiológico é Toxocara canis.

Os fetos de cães podem ser contaminados por intermédio das larvas do verme que

parasita a mãe. O ser humano pode se contaminar ao inalar, no ambiente, através da poeira

levantada pelo vento ou pelo ato de varrer o chão (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1988).

48

Os sinais clínicos incluem reações alérgicas, crises asmáticas, febre alta, falta de

apetite, dores musculares, vômitos em alguns casos pode se alojar nos olhos, com graves

conseqüências.

Nos animais ocorrem problemas digestivos, diarréia e apatia, nas infestações maciças

pode ser fatal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1988).

A grande importância da larva Migrans cutânea e visceral é a contaminação em locais

públicos, praças e escolas por fezes de cães (MAGNABOSCO, 2006).

Criptosporidiose: o agente etiológico é Cryptosporidium parvum.

A transmissão ocorre por contato feco-oral. Os sinais clínicos em humanos incluem

diarréia aguda, evoluindo para cura espontânea. É um parasita oportunista, causa enterite

grave acompanhada de desnutrição, desidratação e enfermidade fatal em pacientes

imunologicamente comprometidos (MAGNABOSCO,2006).

Hidatidose cística: os agentes etiológicos são Echinococcus granulosus e Echinococcus

multicularis.

A transmissão ocorre através da ingestão de ovos eliminados pelos cães infectados, em

pêlos repletos de ovos. Na fase larval a contaminação ocorre através da ingestão de ovos

liberados com as fezes dos cães junto com seus alimentos (ALMEIDA, 2008).

A infecção acidental pode ocorrer quando o homem mantem contato mais estrito com

seus cães parasitados pelo cestóide adulto, contraindo a infecção por meio das mãos

contaminadas ou pela ingestão de alimentos ou água contendo ovos do parasita

(ALMEIDA,2008).

Os sinais clínicos incluem dor abdominal pela compressão dos tecidos devido o

crescimento do cisto, distúrbios digestivos variados, hipersensibilidade provocando crises

alérgicas e com a ruptura do cisto com a liberação da areia hidática na circulação, que pode

causar choque anafilático (ALMEIDA, 2008).

Dirofilariose: o agente etiológico é Dirofilaria immiits.

49

A transmissão ocorre quando o parasita se aloja no coração de cães e gatos, sendo o

mosquito o hospedeiro intermediário da filaria. Humanos são raramente infectados

(MAGNABOSCO, 2006).

Toxoplasmose: o agente etiológico é Toxoplasma gondii.

A transmissão ocorre através da ingestão de alimentos mal cozidos ou verduras mal

lavadas (MAGNABOSCO, 2006).

Os sinais clínicos em humanos e animais incluem, abortos encefalite, miosite, mal formação

fetal e morte (SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA,UNIVERSIDADE ÉVORA, 2009).

Giardíase: o agente etiológico é Giárdia lambdia.

A transmissão ocorre através do contato feco-oral, água e alimento contaminados. A

infecção causa gastroenterites de difícil diagnóstico em humanos, em cães e gatos portam o

protozoário e contaminam a água (MAGNABOSCO, 2006).

Os casos de infecção por ectoparasitas, como a pulga e a sarna sarcóptica.Temos

pulgas específicas da espécie humana,canina e felina, respectivamente a Pulex irritans,

Ctenocephalides canis e Ctenocephalides felis, mas não há uma especificidade restrita para as

espécies como os seus hospedeiros.O combate desses vetores depende muito das ações no

meio ambiente, já que os ovos e pupas nele permanecem (MAGNABOSCO,2006).

Microsporíase: o agente etiológico é Microsporum canis.

O Microsporum canis é um agente comumente encontrado na tinha de cabelo. Os

dermatófilos zoofílicos determinam lesões nas áreas expostas do corpo (couro cabeludo,

braços, mãos e pés) por contato direto com animais domésticos (cães e gatos) ou com seus

pelos depositados no meio ambiente (MAGNABOSCO, 2006).

Os sinais clínicos em humanos são pústulas intradérmicas e hiperqueratose,nos

animais apresentam hiperqueratose alopécica (SAÚDE PÚBLICA

VETERINÁRIA,UNIVERSIDADE ÉVORA, 2009).

Esporotricose: o agente etiológico é Sporothrix schenckii.

50

O fungo é encontrado no solo, crescendo em plantas, cascas de árvores, vegetais e

materiais em decomposição estando preferencialmente, presente em ambientes quentes e

úmidos (ACHA, 2001).

A transmissão ocorre através de ferimentos com espinhos, contato com terra, bicadas

de aves, arranhões ou mordida de gatos infectados. O sinal clínico em humanos, em geral fica

restrito a pele, lesões parecidas com picada de inseto, pode desaparecer ou aumentar de

tamanho ou surgirem lesões próximas da inicial, pode ocorrer dor em gânglios linfáticos. Nos

gatos os sinais clínicos incluem lesões na pele, crostosas e úmidas, nos cães discretas lesões

na pele, crostosas e úmidas, nos cães discretas lesões na pele (INSTIUTO MUNICIPAL DE

MEDICINA VETERINÁRIA JORGE VAISTMAN, 2009).

5. Programa permanente de controle reprodutivo de cães e gatos no

Município de São Paulo

O controle de população animal é o conjunto ordenado de atividades que tem por

objetivo promover a interação harmoniosa das espécies animais e seres humanos pela redução

ou restrição da mobilidade, controle da circulação de trânsito, pela normalização de

estabelecimentos de criação/venda ou de reprodução de animais, identificando seus

proprietários, com vista à proteção e preservação da saúde humana e animal (FIGUEIREDO,

2006).

O controle de natalidade de animais de estimação inclui procedimentos destinados a

diminuir o número de nascimentos por animal reprodutor em determinada população,

evitando a reprodução indesejada (FIGUEIREDO, 2006).

O programa permanente de controle reprodutivo de cães e gatos no Município de São

Paulo, previsto pela lei 13.131/01, se destina ao controle de natalidade de cães e gatos e a

conscientização dos proprietários para os cuidados exigidos pelos animais domésticos como

higiene, vacinação, vermifugação, e castração.

Em 2001, o Programa Saúde do Animal (PSA) foi implantado pelo Centro de Controle

de Zoonoses (CCZ) e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com o objetivo primordial de

51

diminuir a ocorrência de agravos e o risco de transmissão de zoonoses por cães e gatos na

cidade de São Paulo (PROGRAMA PACTUADO, 2005).

O Programa Saúde do Animal se baseia em: (PROGRAMA PACTUADO, 2005)

-educação em posse responsável.

-esterilização em massa de cães e gatos, que é realizada pela esterilização cirúrgica, que é uma

forma permanente de controle reprodutivo, provocando a esterilidade do animal, elimina a

produção de hormônios sexuais, suprime o cio das fêmeas e a libido nos machos, pode ser

feito em idade precoce (antes da puberdade), elimina as possibilidades de infecção uterina, de

pseudociese, reduz as neoplasias mamárias e ocorrências de doenças no trato reprodutivo em

machos e fêmeas, reduz o comportamento de agressividade e demarcação territorial.

-Registro Geral do Animal (RGA), as informações no registro devem contemplar número de

registro e data do procedimento, identificação do proprietário com nome, número do telefone

de contato e endereço, identificação do animal, com dados sobre raça, cor, pelagem, sexo,

porte, idade e sinais particulares que apresenta dados sobre a realização ou não de

procedimentos de esterilização animal e assinatura do proprietário, associados ao método de

visualização externa que inclui coleira e plaqueta.

-adoção responsável e incentivo a legislação pertinente.

A modernização em 2008, do programa permanente de controle reprodutivo de cães e

gatos, implantado pela SMS desde 2001 firmou contratos e parcerias com cinco clínicas

veterinárias e quatro entidades protetoras de animais, onde o projeto é realizado pelo CCZ

(SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE, 2009).

Onde os proprietários interessados deverão comparecer ao CCZ para realizar o

cadastramento, e serão encaminhados para a clínica mais próxima da região onde reside o

proprietário (SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE, 2009 ).

Paralelamente a esse processo, o CCZ junto às entidades de proteção animal realiza

mutirões periódicos de castração, os locais determinados pelo CCZ com base em critérios

epidemiológicos, como de maior exclusão social, regiões onde há maior demanda de

solicitações de recolhimento de animais, distritos que concentrem maior número de agressões

52

causadas por cães e gatos e regiões com maior densidade populacional e animal

(SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÙDE, 2009).

Os mutirões de esterilização são realizados nos 10 distritos administrativos selecionados

conforme determinação do CCZ segundo os critérios os locais beneficiados são:

-Janeiro: Grajaú e Sapopemba

-Fevereiro: Cidade Ademar e Lajeado

-Março: Grajaú e São Mateus

-Abril: Cidade Dutra e Brasilândia

-Maio: Capão Redondo e Itaim Paulista

-Junho: Grajaú e Sapopemba

-Julho: Capão Redondo e Itaim Paulista

-Agosto: Cidade Ademar e Lajeado

-Setembro: Grajaú e São Mateus

-Outubro: Cidade Dutra e Brasilândia

-Novembro: Capão Redondo e Vila Curuçá

Segundo dados do relatório do CCZ em um mês foram castrados 211 caninos machos,

517 caninos fêmeas, 262 felinos machos e 443 felinos fêmeas, totalizando em 1.433 animais

(cães e gatos).

O Programa Pactuado (2005) sugere um conjunto de medidas a serem adotadas para

que possamos implantar na cidade de São Paulo um programa eficiente de controle de

populações de cães e gatos:

53

- Para um controle efetivo das populações de animais de cães e gatos incluem estudo da

dinâmica dessas populações; controle reprodutivo; educação para posse, propriedade e guarda

responsável de animais; fiscalização de ações ambientais.

- É prioritária e urgente a descentralização das ações de controle reprodutivo de cães e gatos

na cidade de São Paulo.

- O envolvimento das unidades fixas: salas de atendimento e cirúrgicas nas subprefeituras

podem ajudar sensivelmente na solução do problema.

-Através da descentralização, cria-se um mecanismo mais ágil para o desenvolvimento de

atividades de controle animal diretamente e facilita o diagnóstico da situação de abrangência

de cada subprefeitura.

- Para o controle de população animal se faz necessário conhecer a população animal a fim de

observar a dinâmica das populações de cães e gatos.

- Envolvimento e participação dos proprietários dos animais e da comunidade no processo, a

confiabilidade e acesso físico e econômico ao método de controle reprodutivo, assim como a

orientação e avaliação clínica dos animais o que favorece resultados de impacto.

- Índices de melhoria na qualidade de vida ambiental e do bem estar dos animais na região.

- A adoção de tais medidas, atendendo as regiões de maiores dificuldades ambientais revelará

em curto espaço de tempo uma redução dos custos da verba pública aplicada em atendimentos

emergenciais em posto de saúde, quer seja nos casos de agravos com animais de estimação ou

de enfermidades ligadas a questões zoosanitárias.

- Avaliação clínica dos animais, medicação, vermifugação e identificação com plaqueta e

microship.

- Capacitação dos médicos veterinários para utilização de técnica cirúrgica menos invasiva,

com recursos de maior segurança para os animais e redução sistemática dos custos e insumos

cirúrgicos, em parceria com as ONGs do atual programa.

- Esterilizar o maior número de animais.

54

Gomes (2007) faz recomendações quanto ao recolhimento de animais, guarda de animais em

unidades municipais, e a destinação de cães e gatos pelo serviço municipal:

- Recolhimento seletivo: remoção de cães e gatos em atendimento as solicitações da

população ou encontrados em áreas comprometidas por notificações de focos de zoonoses ou

caracterizados como áreas de risco de zoonoses.

- Recomenda-se que sejam recolhidos cães e gatos: doentes ou portadores de enfermidades

espécie específicas ou zoonoses; agressivos (agressão direcionada às pessoas ou animais e

sem provocação); promotores de agravos físicos (mordeduras, arranhaduras, ou causadores de

danos ao meio ambiente e outras espécies); em sofrimento; invasores de propriedades

particulares (animais sem controle ou sem proprietários responsáveis); em risco (rinhas,

acidentes de trânsito, atropelamentos).

- Guarda de animais em unidades municipais: os animais recolhidos devem ser mantidos de

forma a evitar estresse, acidentes, fugas e transmissão de doenças, e em condições que lhes

assegurem bem estar.

Atendimento as necessidades físicas (espaço, alimentação, exercícios); mentais (estimulação

ambiental e social como a presença de outros animais, como no caso da mãe com seus

filhotes); naturais (expressar o comportamento normal, presença de outros animais,

interações).

Conceito das cinco liberdades (livre de fome, sede ou nutrição deficiente, livre de

desconforto, livre de dor, lesões e doenças, livre de medo e estresse, livre para expressar

comportamento normal).

- Destinação de cães e gatos pelo serviço municipal: resgate ou devolução ao proprietário ou

responsável (prioridade); esterilização e devolução ao local de recolhimento; adoção; doação

a entidades de bem estar animal; eutanásia (ultima opção).

55

6. Considerações Finais

Considerando que há importantes limitações na avaliação de riscos à saúde pública e

ao ambiente, no que diz respeito às alterações no habitat de diversas espécies animais,

estabelecendo riscos do desequilíbrio ambiental e do comprometimento da saúde pelo

envolvimento das espécies de animais domésticos (cães e gatos).

Considerando que cães e gatos podem transmitir 80 doenças ao ser humano, incluindo

agressões a pessoas ou animais, contaminação ambiental como dejetos, dispersão de lixo,

acidentes e atropelamentos.

Considerando que a população de cães e gatos varia em dinâmica e densidade de

acordo com a cultura local, a região, a condição social da população humana e diferentes

situações epidemiológicas.

Considerando que a manutenção de cães e gatos sem o seu controle de mobilidade, e

sem a supervisão de pessoas que se proponham com eles interagir, e a disponibilidade de

alimentos cria condições para que essas populações sejam aumentadas.

Considerando que a posse, propriedade e guarda responsável faz parte fundamental

para que o controle reprodutivo de populações seja efetivo.

Considerando que a demanda da população pelo serviço de controle reprodutivo

cirúrgico para cães e gatos é muito maior que a demanda do serviço de controle reprodutivo

cirúrgico e muito maior do que as entidades de proteção conseguem absorver.

Considerando que a população de cães é estimada em 2.116.849 e a população de

gatos é estimada em 455.603, totalizando em 2.572.452 animais (cães e gatos).

Considerando que a média de animais esterilizados por mês em mutirões é de 1.443

animais (cães e gatos).

Considerando que por ano 0,68% da população de cães e gatos são esterilizadas

cirurgicamente em mutirões.

Considerando a extensão territorial e as áreas carentes da cidade, é necessária a

ampliação no número de ONGs e de cirurgias realizadas por ONGs.

56

É necessário também a colaboração da sociedade dos proprietários, para que ocorra

um controle efetivo de populações de cães e gatos,havendo um impacto na sociedade.

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