Profissão Geógrafo Vol. (IV) Nº 1 Setembro de 2010paulorosa/boletim/Vol.(4)_N.1.pdf ·...
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O desenho e a técnica que têm
sido desprezados na formação do
bacharel é uma falha bastante
grave, mesmo assim tem-se tenta-
do corrigir essa falha num dia de
trabalho em campo. A atividade
em campo é fundamental, pois é
aí que existe a possibilidade de
atuação efetiva, ou seja, contato
com o fenômeno, pois é ele que
irá permitir que a síntese o ex-
presse. Assim, a formação do
profissional deve acontecer para
que não se despreze a capacida-
de da tomada de decisão quando
for necessária a construção de
um trabalho de ordem profissio-
nal.
Por Paulo Rosa
Várias monografias
foram orientadas por mim e pelo
grupo que tem trabalhado no
GEMA e já perfazemos uma
quantidade superior a seis deze-
nas. Nesse último semestre de
2010.1, pudemos colocar mais
seis estudantes como bacharéis
no mercado. Aparentemente isso
é uma vitória, pois ao longo da
história pudemos, aos poucos,
mudar a situação que era desfa-
vorável à formação de pessoal no
nível de bacharel. Não resta dúvi-
da que a tarefa tem sido árdua,
pois nesse último semestre orien-
tamos trabalhos de diversos te-
mas: Distribuição dos naufrágios
no litoral paraibano; Distribuição
de depósitos de areias nos tabu-
leiros costeiros; Distribuição das
Acácias como árvores exóticas no
Campus I da UFPB; Distribuição
das plantas fitoterápicas na cida-
de de João Pessoa; Distribuição
dos mercados públicos na cidade
de João Pessoa e por último a
distribuição dos fornecedores de
produtos diet na cidade de João
Pessoa. Numa breve leitura pude-
mos ver que todos os trabalhos
pautam-se no conceito de distri-
buição, surgindo daí o seguinte
questionamento: qual foi a princi-
pal ferramenta utilizada para que
esses trabalhos fossem construí-
dos? Quando se pauta no concei-
to distribuição, devemos pensar
em distribuição espacial, pois
tomamos como grande interesse
a ferramenta que nos permitirá
ver a distribuição dos elementos
no espaço. Assim, não há como
não trazer o mapeamento para
que se possa vislumbrar como o
fenômeno ocorre no espaço,
criando então a geografia do
evento. O mapa é de extrema
importância porque é a síntese do
trabalho geográfico. Mas para
fazê-lo é necessária uma série de
situações que somente ao longo
do curso e do dia-a-dia será cons-
truído como, por exemplo,
a observação tanto assistemática
como a sistemática. Outra situa-
ção fundamental: transformar o
real em representação virtual.
Nesse caso, é necessário não
apenas escrever, mas, principal-
mente, desenhar tanto o croqui
como também o mapa de manei-
ra convencional ou automatizada.
A Formação Profissional
Atuação dos Geógrafos em Canaã - Cleytiane Santos
Podemos encontrar evidencias da
existência dos geógrafos desde os
tempos mais remotos, como an-
tes mesmo da existência de Cris-
to. A passagem Bíblica do livro de
Números no capitulo 13 versícu-
los de 3 a 20, nos fala sobre a
atuação do Geógrafo já nessa
época, no que diz respeito aos
espias que foram enviados por
Moisés até a terra de Canaã.
Aqui vai um pequeno
trecho do que lá está: [...]
Moisés mandou que explorassem
o país de Canaã, e lhes falou:”
subam pelo deserto no Negueb
até chegar à montanha. Obser-
vem como é o país e seus habi-
tantes, se são fortes ou fracos,
pouco ou muitos. Vejam se a terra
é boa ou ruim; como é que são as
cidades onde moram, se são
abertas ou fortificadas. Vejam se
a terra é fértil ou estéril, se tem
árvores ou não. Sejam corajosos e
tragam frutos da terra". (Números
13.17-20).
Sendo o papel do Geó-
grafo localizar e descrever para
mapear determinada área ou a
distribuição de algo, os espias
foram até a terra desconhecida
para descrever o que a mesma
teria de melhor e observar a sua
localização, organização estrutu-
ral das cidades, estrutura física
das pessoas que nela residem e
como se dava a sua segurança,
para planejar uma estratégia
eficaz de invasão, ou seja, foram
procurar atrativo, ponto fracos e
fortes do país que eles queriam
Fonte: http://scriptures.lds.org/pt/biblemaps/
map2.jpg
dominar. E como se intitula o livro
de Lacoste “A geografia serve em
primeiro lugar para fazer a guer-
ra”, nessa época a maior utilidade
Geografia era essa, localizar o
alvo, descrevê-lo, para se planejar
a melhor forma de dominá-lo.
BOLETIM DE GEOGRAFIA APLICADA
Interesses especi-
ais:
O boletim de Geografia
Aplicada é um periódico
que visa a interação e a
divulgação de atividades
desenvolvidas dentro da
Geografia que ficam
caracterizadas pela
execução das habilita-
ções dos geógrafos
dentro de âmbito com
característica profissio-
nal. Os artigos e notas
aqui impressos, são as
representações de expe-
riências vividas por pro-
fissionais ou por pesso-
as com interesses afins,
ou seja dentro do univer-
so das habilidades pes-
soais de cada um a partir
do reconhecimento dos
mais diversos aspectos
inerentes ao desempe-
nho da profissão.
Profissão Geógrafo GEMA Vol. (IV) — Nº 1
Setembro de 2010
Nesta edição:
A Formação Profissional
Atuação dos Geógrafos em
Canaã
1
A Geografia e a Pesca
Comunidade Quilombola de
2
A Geografia dos Croquis
A Economia Gerada pelo
Mercado Milionário das Bandas
de Forró no Nordeste
3
A Geografia Da Pesca do Litoral
de João Pessoa
Comunicação Audiovisual na
Geografia
4
Perceptível Desenvolvimento
sócio-espacial da cidade de
João Pessoa
Economia das Bandas de Forró
Eletrônico x Cultura
5
Arte
Editoração
Parceiros
6
GEMA GEMAGEMAGEMA
F o n t e : h t t p : / /
djaildocomunicandocerrocorarn.blogspot.com/2010/03/
prefeitura-de-cerro-cora-mantem.html
A atividade pesqueira é
um setor econômico que consiste
na apropriação da natureza devi-
do ao trabalho humano. Os estu-
dos que caracterizam o ambiente
e os recursos pesqueiros estão
ligados à Geomorfologia, Climato-
logia, Biogeografia e outros cam-
pos da geografia voltados para o
estudo dos aspectos naturais e
econômicos. O mundo das águas
passa a ser apropriado pelos
pescadores devido seu trabalho,
gerando assim, territórios de pes-
ca de cada grupo que já se famili-
ariza com uma área.
As marés movidas pela
atração da lua, as correntes marí-
timas, os ventos, a erosão e sedi-
mentação que modelam fundos
marinhos, são processos que
influenciam na pesca, nesse senti-
do é possível observar a atividade
pesqueira a partir da experiência,
cultura dos pescadores e seus
conhecimentos com relação à
natureza.
No litoral de João pes-
soa é visível a atividade pesqueira
entre as praias mais visitadas.
Fazendo uma caminhada entre a
fonte: https://bonitopantanal.wordpress.com/
page/41/
praia de Tambaú e a praia da
Penha observa-se a pesca artesa-
nal que é considerada de baixo
impacto ao meio ambiente e tem
grande importância econômica.
Devido o crescimento
populacional, aumentou também
o número de pescadores principal-
mente de outras regiões, e a gran-
de poluição das águas vem acar-
retando uma diminuição de peixes
nos últimos anos. Existem associ-
ações de pescadores onde estes
profissionais são cadastrados,
estes recebem, um auxilio mone-
tário no período em que há a
reprodução da espécie em decor-
rência a proibição da atividade
pesqueira.
Enfim, a pesca é de
suma importância para a econo-
mia local, gerando renda e cultura
para a população, tornando-se um
campo bastante amplo para a
pesquisa Geográfica.
Atualmente a Comuni-
dade está sendo invadida pela
especulação imobiliária, lotea-
mentos e condomínios, o proces-
so de expansão urbana chegou
até a comunidade e cada vez
mais está se expandindo pela
área do quilombo, descaracteri-
zando – o. Quando os primeiros
habitantes do quilombo se estabe-
leceram em Paratibe, eles sobrevi-
viam da coleta de frutos, do ca-
ranguejo, plantio de roças, extra-
ção de lenha, da carvoaria, caça e
pesca, mas atualmente quase
tudo está esgotado naquela regi-
ão, bem como os costumes e
culturas locais também não sobre-
viveram.
A comunidade hoje é
bem estruturada, eles têm reuni-
ões mensais para discutir proble-
mas e assuntos relacionados ao
quilombo. Na questão da educa-
ção todas as crianças freqüentam
Por Edilaine Simone
A palavra "quilombo"
tem origem nos termos "kilombo"
ou "ochilombo". Originalmente,
designava apenas um lugar de
pouso utilizado por populações
nômades ou em deslocamento;
posteriormente passou a designar
também as paragens e acampa-
mentos das caravanas que faziam
o comércio de cera, escravos e
outros itens cobiçados pelos colo-
nizadores. Foi no Brasil que o
termo "quilombo" ganhou o senti-
do de comunidades autônomas
de escravos fugitivos. Havia escra-
vidão, porém, em alguns quilom-
bos.
A comunidade quilom-
bola de Paratibe (ver fig.1) tem
200 anos de existência e possui
130 famílias distribuídas em 6
núcleos: Istiva, Grota, Maribondo
de cima e de baixo, Portela e
Paratibe.
a escola do município, eles têm
aulas de violão, artesanato, fuxico
e capoeira. Todas as famílias
foram contempladas com a bolsa
família.
Como em toda comuni-
dade eles também convivem com
problemas, como a saúde, onde
passam até 4 meses sem médico,
tendo que se deslocar para outra
unidade de saúde em caso de
urgência, outro problema é o
reconhecimento da terra onde
eles estão lutando para que isso
aconteça o mais rápido possível,
como Joseane a líder comunitária
do quilombo de Paratibe nos dis-
se ... “nós estamos lutando pelo o
que estamos morando hoje, pelo
o que é nosso”.
A Geografia e a Pesca - Francicléa Ribeiro
Comunidade Quilombola de Paratibe – Valentina de Figueiredo - João Pessoa/PB
Página 2 BOLETIM DE GEOGRAFIA APLICADA
“ . . .A comun idade
q u i l o m b o l a d e
Paratibe (ver fig.1) tem
2 0 0 a n o s d e
existência.”
Comunidde Paratibe
“...No litoral de João
pessoa é visível a
atividade pesqueira
entre as praias mais
visitadas.”
A Economia Gerada pelo Mercado Milionário das Bandas de Forró no Nordeste
esse tipo de forró, mas em um
curto espaço de tempo esse estilo
se tornou uma febre nordestina,
hoje só no Estado do Ceará são
mais de 400 bandas, isso com
base em dados de um relatório
obtidos em 2008, chegando creio
a mais de 1000 bandas em todo o
nordeste. Essas bandas principal-
mente as maiores de renome
nacional, possuem ônibus de até
R$ 700 mil, movimentando uma
economia milionária em todo o
nordeste, claro que toda essa
economia esta agregada ao turis-
mo. É notório que em quase todas
as cidades do nordeste, principal-
mente, nos Estados da Paraíba,
Ceará e Pernambuco, são realiza-
dos eventos pelas prefeituras, que
vão desde a festa de produtos
agrícolas ou pecuários até festas
intituladas de Festa da Padroeira,
Por Italo Ramon
Depois da morte do
Rei do Baião Luiz Gonzaga,
surge no mercado fonográfico
um novo estilo de forró, o qual
ficou denominado de forró estili-
zado ou eletrônico. Tudo come-
çou quando um empresário de
pequeno porte em Fortaleza de
nome Emanuel Gurgel, obser-
vando que os salões dos bailes
ficavam cheios quando se toca-
va forró resolveu inovar, vendo
que aquilo poderia lhe dar mui-
tos lucros. Então foi ai que ele
resolveu montar uma banda de
forró intitulada Mastruz com
Leite, o diferencial dessa banda
era a presença de bateria, bai-
xo, guitarra e teclado, além da
tradicional sanfona e zabumba.
Inicialmente se achou estranho
Vol. (IV) — Nº 1 Página 3
A Geografia dos Croquis - Fransuelda Vieira
No mundo contempo-
râneo a cada dia surgem novas
invenções, a tecnologia avança
de forma vultosa: GPS de preci-
são milimétrica, SIG (Sistema de
Informação Geográfica), ima-
gens de satélite, Google Maps,
Google Earth; os Netbooks para
alguns já estão ultrapassados
diante dos Smartphones, que
permitem o acesso a internet de
qualquer lugar, para navegar na
rede, visitar sites de relaciona-
mentos, fazer pesquisas ler e
enviar e-mails, o que facilita a
vida de muita gente.
Na produção do saber
Geográfico, ora ciência, ora arte,
nos deparamos com um fato
um tanto interessante, na era
das inovações tecnológicas,
recorremos ao croqui, isso mes-
mo, ao desenho da área pesqui-
sada, imprescindível quando a
tecnologia revela-se em alguns
momentos incapaz de facilitar o
trabalho do Profissional Geógra-
fo.
O croqui é uma das
formas mais antigas de repre-
sentação espacial, basta lem-
brarmos do mapa de Gar-sur na
Mesopotâmia, datado de 2.500
a.C; os primeiros viajantes além
dos relatos que faziam, dese-
nhavam os lugares por onde
passavam. No trabalho de atua-
lização cartográfica, muitas
vezes além das imagens de
satélite, precisamos ir a campo
com a velha conhecida lapisei-
ra, prancheta e borracha, para
conferir detalhes da área, infor-
mações que não conseguimos
obter e leituras que não podem
ser realizadas apenas com as
imagens. Das obser-
vações in loco, nascem dese-
nhos que nos fazem lembrar os
primeiros
Geógrafos: os aventureiros dos
séculos XIII e XV a exemplo de
Marco Pólo, incumbidos de
preencher os espaços vazios nos
mapas que já existiam, ou me-
lhor, dos croquis, já que
não possuíam os elementos
cartográficos que conhecemos
hoje e revelavam o desconheci-
do que se temia, através da
transformação da realidade em
representação. Na foto abaixo,
podemos observar o pesquisa-
dor em campo utilizando um
recurso bastante antigo: o dese-
nho, construído a partir da ob-
servação da paisagem; no labo-
ratório, usando imagens de
satélite e programas específi-
cos, o mesmo desenho servirá
para fazer as correções necessá-
rias.
“O croqui é uma das formas mais
antigas de representação espacial,
basta lembrarmos do mapa de Gar
-sur na Mesopotâmia, datado de
2.500 a.C”
Foto
São João Em Campina Grande-PB Foto:http://pb1.com.br/cultura/cultura/pmcg-promove-lancamento-da-edicao-2010-do-maior-sao-joao-do-mundo/
as quais são realizadas em várias
cidades interioranas sempre com
a presença maciça das bandas de
forró, ritmo este predominante
nessa região. Enfim, essas festas
levantam muito dinheiro nas cida-
des onde são realizadas. Vende-
dores ambulantes lucram muito
vendendo bebidas, alimentos,
objetos artesanais, lembranças,
uma infinidade de produtos, que
são vendidos muito rapidamente.
Como havia dito antes muitos
turistas são atraídos pra essas
festas principalmente em época
de São João. Essas festas acabam
sendo cartões postais dessas
cidades, quem nunca ouviu falar
no maior São João do mundo de
Campina Grande – PB ou até
mesmo na festa da luz em Guara-
bira – PB.
“No trabalho de atualização
cartográfica, muitas vezes
além das imagens de satélite,
precisamos ir a campo com a
velha conhecida lapiseira,
prancheta e borracha, para
conferir detalhes da área...”
Por Hawick Arnaud
Antes de tudo, se torna
relevante demonstrar a importân-
cia do setor alimentício para o
aquecimento da economia. Quan-
do se trata da gama de biodiversi-
dade oferecida pelo mar, cidades
como João Pessoa se beneficia
em termos de empregabilidade,
em termos financeiros e do custo
do produto à população.
O famoso Mercado do
Peixe, ponto tradicional da cidade,
é uma espécie de área central
deste setor. De acordo com o
presidente Nivaldo Cunha, conhe-
cido como “tenente”, existem
pescadores registrados desde
1965, ele foi o precursor da refor-
ma do mercado. Os tipos de pes-
cado vendidos são os carangue-
jos, mariscos, além de peixes
como a garoupa, cavala, dourado,
pescada, robalo, galo do alto,
arabaiana, agulhão e principal-
mente a cioba que é a espécie
mais vendida.
A estação de maior
safra é o verão, devido ao deslo-
camento incessante das correntes
marinhas. Consequentemente, as
épocas de maior venda do pesca-
do são nos feriados do final de
ano e na semana santa, que é
justamente entre os dias de ve-
rão, com exceção deste último
feriado, um pouco depois deste
período, entre 21 de dezembro a
21 de março no hemisfério sul,
mas que se encaixa no tempo
estipulado, já que as estações em
João Pessoa não são bem defini-
das.
Uns dos problemas
enfrentados na captura dos pes-
cados são: a escassez, que tem
como principal motivo a poluição;
a falta de fiscalização e o desres-
peito com a legislação; a falta de
financiamentos com incentivos do
governo; e a precariedade do
Sistema Único de Saúde.
Em direção à faixa
litoral sul de João Pessoa se en-
contra uma colônia de pescadores
do bairro da Penha. Essa comuni-
dade sobrevive através do mar,
chegando os pescadores a fica-
rem quase que uma semana
distante do lar, sendo a pesca
um trabalho e um meio de sub-
sistência. Os tipos de pescados
mais capturados naquela parte
do mar são: cioba, cavala, doura-
do, garajuba, marisco, agulhão,
xareu, pescada, serra, além do
polvo e do camarão.
O interessante disso
tudo, é o conhecimento e o res-
peito dos pescados pelo mar.
Percorrendo pelo litoral da cida-
de foi importante saber que
muitos deles navegam para a
manutenção da subsistência,
enquanto outros pescam pelo
simples prazer do esporte, devol-
vendo os seres marinhos à natu-
reza.
A Geografia da Pesca do Litoral de João Pessoa
Comunicação Audiovisual na Geografia
bém nelas podemos extrair
os detalhes que podem ser
interpretados a cada mo-
mento de uma forma dife-
rente a part ir dos conheci-
mentos adquir idos. A arte
de expressar os momentos
que interferem na paisagem
e no cot idiano faz com que
a comunicação se alie a
imagem. Sendo assim, a
imagem capturada vai dar
suporte à disseminação da
informação onde essa, deve
ser trabalhada para a me-
lhor compreensão do recep-
tor, onde esse telespecta-
dor possa interpretar a
mensagem e ir a lém da ima-
gem pela imagem como en-
tretenimento.
Portanto, a comunicação
audiovisual vai trabalhar
com a imagem real captura-
da normalmente pela visão
ót ica humana, seja ela natu-
ral ou ações decorrentes de
interferências humanas e
reproduzir em semiót ica. É
essa l inguagem imagética
que vem reproduzindo os
acontecimentos reais e pos-
sibi l itando sua interpreta-
ção informativa.
Por Cristiane Melo
Pedalando pelas ruas posso
visual izar as imagens reais
e extrair o s ingular escondi-
do na banal idade do cot id ia-
no, onde hoje para alguns
f ica dif íc i l ultrapassar essas
barre iras e às vezes quando
passamos por lugares que
parecem estar sempre está-
t icos, um simples olhar a-
tento faz a d iferença.
Quando re lacionamos essas
mesmas circunstâncias à
imagem audiovisual, tam-
Página 4 BOLETIM DE GEOGRAFIA APLICADA
“Uns dos
problemas
enfrentados na
captura dos
pescados são: a
escassez, que tem
como principal
motivo a poluição;
a falta de
fiscalização e o
desrespeito com a
legislação; a falta
de financiamentos
com incentivos do
governo.”
“A arte de expressar os
momentos que interfe-
rem na paisagem e no
cotidiano faz com que a
comunicação se alie a
imagem”
Pescadores no
litoral pessoense
Fonte:http://
www.caciomurilo.com.br/
busca_resp.jsp?
pag=175&busca=joao
Por Tiago César
A cidade de João Pesso-
a (PB) localizada na zona da mata
da região Nordeste ocupa uma
área de 211 Km², apresenta um
espaço urbano polarizador e arti-
cula cidades próximas liderando a
região metropolitana, destacando-
se em vários aspectos tanto mate-
riais quanto imateriais. No que diz
a aspectos materiais possui uma
infra-estrutura considerada boa
em relação a outras capitais e,
imateriais no sentido de aplicar
investimentos na educação e na
valorização da cultura local.
Possui uma população
de 702.235 dentre os quais
430.643 são eleitores (IBGE
2006). Mais de 50% da população
é eleitorado massivo, sendo que,
os outros restantes, fazem parte
do grupo daqueles que vêm de
outras cidades ou não tem idade
suficiente para votar. Possui um
clima tropical úmido favorável ao
turismo que é também um dos
pontos fortes. As empresas fazem
parte da participação do PIB com
16.612 unidades locais, empre-
gando 256.445 pessoas no mer-
cado de trabalho (IBGE 2008).
Vários são os setores que incidem
para o desenvolvimento urbano
da cidade como a construção civil,
bens e serviços etc.
Os números expressam
o nível de crescimento da cidade
que comporta pessoas de outras
cidades e regiões, recebendo
investimentos, tornando-se atrati-
va; pois a população continua
crescendo devido à pluraridade de
fluxos internos e pendulares alia-
do ao desenvolvimento interno.
Muitos são os aspectos a serem
melhorados e analisados na pro-
posta de visar o futuro. Sendo o
espaço composto por uma série
de relações sócio-espaciais fazen-
do com que a cidade apresente
uma reflexão do modo de produ-
ção vigente aliado a cultura, histó-
ria e a identidade de um povo que
se estabelecem na paisagem.
Verticalização no bairro Altiplano e Praça da Paz no
bairro dos Bancários, em João Pessoa.
Fotos: Ivo Lacerda
Perceptível Desenvolvimento sócio-espacial da cidade de João Pessoa
Economia das Bandas de Forró Eletrônico x Cultura
Santana, Alejadinho de Pombal
entre outros. E já que estamos
falando em economia, a renda e o
giro da moeda nessa visão das
festas Juninas, aliás, não só nes-
ses momentos, mas em qualquer
evento festivo promovido, devem
ser vista por três formas de divi-
são: A renda direta, indireta e a
induzida.
A direta está relaciona-
da ao dinheiro gasto pelo turista,
até aí ótimo. O dinheiro vai está
circulando no mercado. Já a circu-
lação Indireta está relacionada
como esse dinheiro vai ser distri-
buído (mercadorias compradas
para venda, aluguel, serviços para
o turista,...). Então é nesse mo-
mento que se quebra essa rela-
ção, quem vai receber esse di-
nheiro? Nessa situação, a renda
fica para quem trabalhou na festa,
mas nem todos ou sua maioria
são da cidade. Portanto, nessa
visão percebe-se que a situação
de renda gerada nesses eventos,
pouco fica com a população local,
pois muitos desses serviços vêm
de outras regiões ou cidades vizi-
nhas.
No tocante ao Induzido,
esse fica prejudicado, isto é, a
relação do giro da moeda para
que a renda fique na cidade foi
quebrada no seu segundo mo-
mento. Pois a circulação da moe-
da de forma Induzida está relacio-
na aos pagamentos feitos, pelos
que trabalharam nos eventos,
como por exemplo: água, luz,
impostos, compra de suprimentos.
Seria o dinheiro que ficaria e circu-
laria na cidade.
Não estou aqui conde-
nando as bandas, pois o que elas,
fazem é procurar sua renda, mas
aos gestores que esquecem seu
compromisso com a cidade e
acham que devem agradar a mas-
sa a todo custo e infelizmente
este custo vem sendo a perda da
cultura local.
Por Cristiane Melo
Atualmente a economia
que gira entorno das novas
"bandas eletrônicas" de forro é
preocupante, no sentido que a
renda maior vem dos shows pro-
movidos pelas mesmas e não pela
venda de CD, onde a qualidade da
letra e do som ficou ultrapassada
para a quantidade. No tempo de
Gonzaguinha não existia Cd pirata
e as pessoas gostavam tanto de ir
às festas como escutar as músi-
cas.
Hoje a Cidade interiora-
na sofre com a perda da cultura
local e falsa impressão de giro de
renda que vem crescendo com as
festas promovidas pelos seus
gestores. Mas gostaria de enunci-
ar aqui que esse ano a cidade de
João Pessoa fez o inverso e que
esse papel cultural foi caracteriza-
do por vários artistas intitulados
"pé de serra" como Flávio José,
Vol. (IV) — Nº 1
“No tempo de
Gonzaguinha
não existia Cd
pirata e as
pessoas
gostavam
tanto de ir às
festas como
escutar as
músicas. “
Mancha urbana de João Pessoa—PB
Acervo Paulo Rosa
“Os números expressam o
nível de crescimento da
cidade que comporta pes-
soas de outras cidades e
regiões, recebendo investi-
mentos, tornando-se atrati-
va...”
Página 5
Parceiros
Editor chefe: Paulo Rosa
Editoração: Ivo Lacerda
Colaboradora: Fransuelda Vieira
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Aplicação
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