PROFESSORA PDE: PROFESSOR ORIENTADOR: ESCOLA DE … · 2018-04-30 · E como proposta avaliativa...

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016

Título: A Interdisciplinaridade no Ensino Religioso: uma discussão paradigmática da Educação atual

Autora: Marilene Silva Tanajura Alencar

Disciplina/Área: Pedagogia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual “ 14 de Dezembro” – E.F.M.P.N.

Município da escola: Alvorada do Sul/ PR

Núcleo Regional de Educação: Londrina

Professora Orientadora: Prof ª Dr ª Rosangela Aparecida Volpato

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina

Relação Interdisciplinar: História, Filosofia, Sociologia, Arte.

Resumo: O presente trabalho adotou o formato de Unidade Didática, onde constam atividades a serem realizadas entorno do objetivo geral dessa Proposta de Intervenção Pedagógica na Escola, que é o de identificar os principais paradigmas e fundamentos do ensino religioso nas escolas brasileiras, bem como, o de apresentar o processo histórico do Ensino Religioso no Brasil e conhecer as mudanças dadas à disciplina a partir da Lei 9.475/97 que alterou o Art. 33 da Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional, LDBN, Lei 9394/96. Como metodologia utilizou-se a proposta de atividades em sala, vídeos, atividades de campo, seminários e oficina pedagógica. E como proposta avaliativa optou-se pela avaliação diagnóstica e formativa, que culminou com uma proposta de aferição de resultados para a redação de um artigo científico onde constem as descobertas a partir dessa intervenção.

Palavras-chave: Ensino Religioso; Paradigmas; Lei 9475/96.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Professores da escola

PROFESSORA PDE: Marilene Silva Tanajura Alencar

AREA/PDE: Pedagogia

NRE: Londrina

PROFESSOR ORIENTADOR: Prof.ª Drª Rosangela Aparecida Volpato

IES: Universidade Estadual de Londrina

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual “14 de Dezembro” –

E.F.M.P.N

PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Professores deste colégio

TEMA: Ensino Religioso

TÍTULO: A interdisciplinaridade no ensino religioso: uma discussão

paradigmática da educação atual.

O Ensino Religioso tornou-se uma questão paradigmática do currículo

escolar a partir da possibilidade da interdicisplinaridade, pois a escola passou a

ser desafiada a refletir sobre tal proposta e a estabelecer uma nova dinâmica

para atender aos complexos discursos sociais, nada homogêneos, que são

trazidos para as salas de aula, onde então devem ser recebidos, cada qual, em

seu contexto.

Foi em 1996, que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(BRASIL, 1996) modificou o currículo escolar e inseriu o Ensino Religioso como

componente obrigatório, fazendo com que a questão paradigmática

acontecesse, justamente, por buscar desfragmentar o que a sociedade e o

mundo vem se empenhando em fazer na questão das religiões. O objetivo é

fazer com que o ser humano, inserido nesta sociedade, perceba as sérias

distorções na interpretação das diversas catequeses e dialogue com elas,

considerando as identidades religiosas e respeitando a dignidade daquele que

adota um culto religioso, não subestimando ou zombando daquilo que os sujeitos

trazem para escola.

É importante que os professores de todas as disciplinas compreendam

que a escola não pode ser dogmática, que a proposta do Ensino Religioso

mantém distância do proselitismo e deseja adotar o novo paradigma, onde são

abordadas tradições, culturas e uma gama de manifestações religiosas

conhecidas, de forma a garantir e assegurar o respeito para todas as formas de

expressão religiosa.

As atividades que são apresentadas nesta Unidade Didática, fazem parte

de uma Proposta de Intervenção Pedagógica, elaborada para o Programa de

Desenvolvimento da Educação- PDE/2016, cujo objetivo geral é o de organizar

uma discussão interdisciplinar com os eixos, curriculares, levando à escola de

intervenção, por meio de sua público-alvo (professores), o desafio de conceber

o Ensino Religioso como uma área de conhecimento que irá contribuir para a tão

desejada educação integral.

Desta forma, são apresentadas ações e discussões que dão acesso às

informações que podem elucidar muitas dúvidas da realidade

contemporânea/escolar, dando moldes pedagógicos ás respostas que estão

amparadas no novo paradigma do Ensino Religioso proposto a partir da Lei nº

9.475, (BRASIL, 1997), que assegura ser parte integrante da formação cidadã,

respeitando a diversidade cultural e religiosa brasileira, fugindo e vedando

qualquer tipo de direcionamento catequético.

O trabalho a ser desenvolvido foi dividido em encontros, que

contemplarão as etapas práticas e de estudos, num total de 32 horas, sabendo

que deverão tais atividades deverão levar os cursistas a experiência de novas

combinações interdisciplinares e desafiá-los às mais diferentes possibilidades

que a realidade escolar lhes sugere. Tudo isso, considerando que o Ensino

Religioso é uma rica fonte de conhecimentos que instiga, desafia e subsidia as

gerações vindouras, oportunizando a liberdade de expressão religiosa,

viabilizando a prática da Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural

(UNESCO, 2001).

Esta Unidade Didática foi elaborada com grande comprometimento, na

expectativa de que seja considerada a questão paradigmática do Ensino

Religioso, que é a de romper com as visões simplificadoras a respeito do

fenômeno religioso e abolir de uma vez os equívocos do passado que nivelavam

e reduziam a proposta curricular para o ensino desta disciplina.

Sejam todos bem vindos, e que nossas saudações contemplem sempre o

Bem Maior, acima de qualquer proselitismo!

Grande abraço da professora

Marilene

Unidade Didática

1ª. ETAPA - Unidade de Diagnóstico

ENSINO RELIGIOSO NA ESCOLA: UMA RELAÇÃO

DELICADA

Objetivo: socializar o tema a partir de atividades dinâmicas e reflexões paralelas

Duração: 4 horas

Metodologia: dinâmica de grupo, estudo e análise de texto impresso e figura,

divisão da turma em 4 grupos; apresentação em plenária.

Desenvolvimento:

Atividade 1 - Dinâmica dos Rótulos 1 Objetivo: refletir sobre a influência dos preconceitos e sentimentos nas relações

interpessoais;

Recursos: “rótulos” previamente escritos em papel sulfite e fita adesiva;

Procedimentos:

a) escrever em folhas sulfites os seguintes rótulos:

SOU MUÇULMANO

(sou terrorista)

SOU CRISTÃO

(apoio a pena de morte)

SOU ATEU

( não acredito em nada)

SOU BUDISTA

Meu cachorro tem alma

SOU JUDEU

Meu sábado é sagrado

SOU HINDU

Minha vaca é sagrada

b) As palavras acima serão de um tamanho visível para todos na sala.

1 Fonte: Ateliê de Educadores. Disponível em:< http://atelierdeducadores.blogspot.com.br/p/dinamicas-

de-grupo-e-jogos.html> Acesso em 20 set. 2016.

c) Será escolhida uma pessoa por rótulo, colocando-a de frente para o grupo.

d) O rótulo será mostrado para o grupo, sem que a pessoa escolhida veja.

Quando a escolhida for responder a alguma pergunta (Por exemplo: você apoia

a pena de morte? ou qual seu símbolo sagrado?). O grupo deverá reagir de

acordo com o rótulo e com a atitude sugerida no papel.

e) O grupo não poderá ler em voz alta o que está no papel, mas representar o

que ele pede com expressão corporal. A pessoa escolhida não poderá ver o

papel, mas identificar o rótulo que lhe coube observando a atitude do grupo,

enquanto tenta responder a uma indagação.

Atividade 2: Leitura, Interpretação e Análise de Figura

a) O título dessa intervenção fala em uma discussão paradigmática da educação

atual. Sabendo que algo "paradigmático" é algo que pode influenciar a forma

como vemos o mundo, modificando nosso comportamento e nossos

relacionamentos com as pessoas, bem como, podendo alterar a forma como

transmitimos a tradição ou progresso social às gerações futuras, especialmente

aos nossos filhos, pergunta-se:

O que a autora quis enfatizar com essa expressão no título e seu trabalho

b) De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o

Ensino Religioso é permitido nas escolas, de forma facultativa e assegurado o

respeito à diversidade de credos, não permitindo o proselitismo. Ao se considerar

que uma escola cumpre exatamente tais exigência, analise e discuta a figura

abaixo. Isso deverá ser feito numa redação com, no mínimo, 15 linhas:

Fonte:https://nova-escola-homologacao.s3-sa-east

1.amazonaws.com/4ScNw4EyZkkVWbAJb68J9XWdRJWReCHwkxX8TWMH5knUrq

VJEBdV2F6N6JkQ/materia-ne262-ensino-religioso-e-escola-publica-uma-relacao-

delicada-bennet.jpeg

Atividade 3 - Plenária

Depois de terem lido o material e conversado entre vocês, comentem na

plenária, as seguintes questões:

a) Uma lista de 10 itens positivos das religiões

b) Uma lista de 10 itens negativos das religiões

c) Por que vocês acham que as pessoas pretensamente religiosas praticam atos

de violência?

2ª. ETAPA DA IMPLEMENTAÇÃO –Apresentação do Trabalho

PENSANDO SOBRE A PROPOSTA

Objetivo: Apresentar os objetivos da proposta de intervenção e trabalhar

conceitos.

Duração: 8 horas

Metodologia: Aulas expositivas, palestra e rodas de conversa, TV Pendrive. A

turma dividida ainda nos mesmos 4 grupos, trabalharão os temas para depois

participarem da roda de conversa.

Desenvolvimento:

Os participantes serão conclamados a se perguntar como garantir que

todos os grupos religiosos - incluindo divisões internas e dissidências - sejam

respeitados em um país tão plural como o Brasil e por que esta questão pode

ser encarada como paradigmática na Educação.

Atividade 1 - Conhecendo a proposta de intervenção pedagógica a) Vamos acompanhar a apresentação de meu projeto que foi preparada em

slides para melhor atender aos objetivos dessa atividade:

A interdisciplinaridade no ensino religioso: uma discussão

paradigmática da educação atual.

Autora: Marilene Silva Alencar Ano: 2016

Disponível em:<

https://drive.google.com/open?id=0B2ELZwMMp5n_VWppOURqOXRmc2c

b) Conversando sobre tema. Depois de conhecerem a proposta, cada grupo de

professor receberá um texto de apoio, a respeito da formação e característica de

uma religião específica. O grupo deverá realizar uma leitura interpretativa e

aprofundar seu conhecimento em dicionários ou pesquisa na internet.

Grupo 1 – Budismo

BUDISMO

Nascido por volta dos séculos VI e V a.C., no norte da Índia, um homem

chamado Siddharta Gautama chegou a “iluminação”, se libertando do ciclo da

morte e reencarnação. Depois de meditar ele alcançou um estado onde já não

se encontra mais medo do sofrimento e nem da morte, e assim ele tornou-se o

“Iluminado” (significado da palavra Buda).

Buda ensinou as pessoas como atingir a Iluminação a partir de Quatro

Verdades e Oito Caminhos. No entanto, os seguidores do Budismo não o

consideram deus, mas, sim um guia espiritual, sendo permitido seguir outra

religião enquanto esperam alcançar:

A reencarnação que lhes seja mais favorável depois da morte;

A Iluminação que os livre do ciclo da reencarnação e preocupações deste

mundo.

O culto do budismo é muito diferente dos das outras religiões, em templos

budistas contém estátuas de deuses, mas sempre subservientes a Buda.

A prece mais comum do budismo chama-se Três Joias, que representam

um refúgio para seus fiéis:

O refúgio de Buda;

O refúgio nos ensinamentos (dharma)

O refúgio na comunidade monástica (sangha)

A prece no budismo tem outro significado, pois, ela não serve para pedir

algo mas, para combinar pensamentos íntimos e boas energias.

Os monges e monjas do budismo levam uma vida de devoção e

meditação, abstendo-se das distrações do mundo, seguem regras monásticas e

os Cinco Preceitos, observando horas das refeições e as roupas que devem ser

usadas, vivendo na pobreza e sobrevivendo de esmolas. Suas cabeças

raspadas significam o abandono de seus vínculos com este mundo para seguir

os ensinamentos de Buda.

Os budistas creem na samsara, que significa um ciclo infinito de

nascimento, morte e reencarnação, sendo apenas os que alcançam o nirvana a

libertarem-se desse ciclo, pois a reencarnação vai depender do carma (ações).

O nirvana final será um estado de pureza interior e liberdade que será atingido

ao morrer.

As Quatro Verdade do budismo são:

Toda existência é insatisfatória e cheia de sofrimento;

O sofrimento deriva do desejo ou apego e da ignorância;

O sofrimento pode cessar por completo, eliminando-se o desejo e a

ignorância, e isto será o nirvana;

Tudo poderá ser alcançado através dos Oito Caminhos.

Para se livrarem desses sofrimentos, os seguidores de Buda seguem os

Oito Caminhos que são:

1) Compreensão correta;

2) Pensamento correto;

3) Fala correta;

4) Conduta correta;

5) Ocupação ou meio de subsistência correto;

6) Esforço correto;

7) Concentração ou atenção correta;

8) Contemplação correta.

E suas regras de conduta estipulam:

Não fazer mal a nenhuma criatura viva;

Não tomar aquilo que não lhe foi dado;

Não se comportar de modo irresponsável nos prazeres sexuais;

Não usar drogas ou álcool

Também é comum que os budistas adotem a peregrinação aos locais

ligados a vida de Buda, estes locais ficam no Nepal (onde Buda nasceu), em

Bodh Gaya (onde ele conseguiu seu Iluminação), em Varanase (onde realizou

seu primeiro sermão) e Kusinara (local de sua morte).

_______ Fonte: Religiões do Mundo. Budismo. Pirapozinho/SP: BrasiLeitura, s/d.

Grupo 2 – Cristianismo

CRISTIANISMO

O cristianismo é a religião dos seguidores dos ensinamentos de Jesus

Cristo, o Messias, filho de Deus, prometido nas profecias do Velho Testamento

(a Bíblia dos Judeus). Os seguidores de Cristo, chamados de cristãos, têm as

Sagradas Escrituras (chamada de Bíblia) como seu livro sagrado que

consideram ser a Palavra de Deus. Na Bíblia afirma-se que tudo no mundo foi

criado por Deus e que o ser humano é uma criatura especial por ter livre arbítrio,

diferente dos demais animais e dos anjos.

Jesus Cristo, filho de Deus, veio ao mundo para salvar a humanidade que

havia desobedecido Deus nas figuras de Adão e Eva e perdido o Paraíso, por

isso, Deus providenciou a salvação para os homens por meio da vinda e morte

de Jesus Cristo.

Os cristãos creem que a vida (encarnação), a morte e a ressurreição de

Jesus foi o preço pago para salvar o homem e por meio dessa graça, aquele que

crê em Jesus como Senhor e Salvador é considerado e feito filho de Deus e

possui a vida eterna.

O cristianismo é monoteísta, e cre na existência desse Deus único sob

três forma: Pai, Filho e Espírito Santo (Santíssima Trindade). Por isso afirmam

que Deus possui duas formas: a divina e a humana.

O objetivo do cristianismo é espalhar o Evangelho (Boa Nova – os

ensinamentos de Cristo) a todo o mundo sabendo que o ensinamento máximo

de Jesus é “amar o próximo como a si mesmo”.

Existem três grandes grupos dentro do cristianismo: os católicos, os

ortodoxos e os protestantes, que tem em comum as mesmas crenças mas,

diferem quanto a doutrina e aos rituais.

Deus encarnou-se em Maria e, por meio dela, veio ao mundo sob a forma

de Jesus que viveu com as mesmas necessidades físicas de qualquer ser

humano, mas, tendo ao mesmo tempo, natureza divina, diferenciando-se dos

homens porque pecava.

Jesus foi educado sob as leis judaicas e, por isso, foi também

circuncidado. Começou sua vida públicas aos 30 anos de idade e era chamado

de Filho de Deus ou Filho do Homem, ou ainda o Ungido. Durante seu ministério

teve alguns seguidores, 12 apóstolos que, depois de sua morte deveriam

continuar sua pregação.

Mas Jesus foi visto como problema para os mestres judaicos ( rabis) e

doutores da Lei e traído por um de seus discípulos foi crucificado. Mas

ressuscitou e ascendeu aos céus, prometendo que estaria sempre presente e

enviaria a todos o Consolador (o Espirito Santo).

Os apóstolos registraram os ensinamentos de Jesus no Novo Testamento

que foi acrescentado ao Velho Testamento da Bíblia Hebraica formando o livro

sagrado de hoje.

A cruz é o símbolo do cristão que lembra a morte de Jesus. A cruz com

Cristo pregado nela (para católicos e ortodoxos) e a cruz já vazia, símbolo da

ressurreição e ascensão de Jesus (para os evangélicos).

A peregrinação dos cristãos é direcionada à Jerusalém – ou a Terra Santa

em Israel (onde Jesus foi sepultado) e também considerada santa para os

muçulmanos e Roma (onde se encontra o túmulo de Pedro, discípulo que deu

continuidade a Boa Nova).

As palavras de Jesus Cristo em seus sermões foram muito persuasivas e

ele realizou milagres que chocaram a população e incomodaram os poderosos,

pois levantou dúvidas sobre a hierarquia religiosa vigente.

__________ Fonte: Religiões do Mundo. Cristianismo. Pirapozinho/SP: BrasiLeitura, s/d.

Grupo 3 – Islamismo

ISLAMISMO

O Islamismo surgiu no Oriente Médio (Arábia) no sec. VII e se espalhou

rapidamente, alcançando muitas regiões da África e da Ásia. Ainda predomina

nos países árabes e não-árabes do Oriente Médio (exceto em Israel) e possui

muitos adeptos na Europa e nos Estados Unidos.

A palavra árabe islam, é traduzida geralmente, como “submissão”, ou

seja, deve-se submissão incondicional a Deus, chamado de Alá. Porém, o

significado que melhor representa a palavras Islam é o do comprometimento,

com a fé, aquele que deseja entrar em uma condição de paz e segurança com

Deus, por meio da obediência e fidelidade.

Os seguidores do islam são chamados de muçulmanos e eles creem que

a vontade de Alá foi revelada através de Maomé e tais revelações foram

colocadas no livro sagrado do islamismo, o Corão ou Alcorão.

O credo dos muçulmanos proclama que “não há nenhum deus senão Alá

e Maomé é seu mensageiro”. Eles seguem as instruções do Corão e dos hadiths

que são palavras e atos de Maomé e seus companheiros.

Os muçulmanos também creem no céu e no inferno e num Juízo Final,

após a morte. Seguem os cinco Pilares que são obrigações religiosas e ao

rezarem devem voltar-se em direção à cidade de Meca e fazer para lá uma

peregrinação uma vez na vida.

Maomé nasceu em Meca e aos 40 anos recebeu a revelação de Deus

através do anjo Jibril (ou Gabriel) e mais tarde, tais revelações foram transcritas

no Corão. Os muçulmanos creem na ressurreição e logo após ela haverá o Dia

do Juizo e quem for julgado positivamente irá para o paraíso e os que forem

condenados irão para o inferno.

No islam não há distinção entre religião e política ou entre fé e moral, pois

todas as obrigações morais, sociais e religiosas estão baseadas na sagrada lei

muçulmana a charia ou xariá, que significa o caminho para o oásis.

O islamismo possui regras quanto a alimentação e a charia instrui sobre

quais alimentos podem ser ingeridos, bem como, as regras para o abate de

animais.

Para cultuar o islamismo é preciso orar cinco vezes por dia voltados para

Meca e na sexta-feira à tarde ir à mesquita par a a cerimonia do culto com

sermão e orações especiais feitos pelo líder da comunidade: o imã, que tem

grande conhecimento do Corão.

Os Cinco Pilares do islamisnmo são:

1) O Credo (shahada) “não há nenhum deus senão Alá e Maomé é seu profeta”,

demonstrando a conversão do fiel e a aceitação da fé islâmica;

2) A Oração, (Salat), que prega que todo muçulmano deve fazer cinco orações

por dia voltado a Meca;

3) A Caridade (Zakat), pela qual os muçulmanos são obrigados a dar esmolas

aos necessitados, sendo isto um dever dado por Deus, conforme o Corão;

4) O Jejum (Sawn). Alguns alimentos são impuros como a carne de porco,

bebidas alcoólicas são desaconselháveis e durante o Ramadã (9º mês lunar)

eles devem jejuar durante o dia, abstendo-se de comida, bebida e sexo até o

anoitecer;

5) A Peregrinação à Meca (Hadj), que determina que todo muçulmano adulto

com meios para realizar uma peregrinação a Meca deve fazê-lo pelo menos uma

vez na vida.

O símbolo do islamismo é a lua crescente (hilal), adotado por possuir uma

antiga conexão com a realeza e estar relacionado ao calendário lunar, que

ordena suas vidas religiosas.

Locais de peregrinação: Meca, Monte Arafat, Medina e Jerusalém (onde

Maomé ascendeu ao céu).

No entanto, o islam tem divisões os que seguem a sunna (costumes)

chamados de sunitas; e os que acreditam que Ali, parente mais próximo de

Maomé, deveria ser seu sucessor, verdadeiros líderes da comunidade islâmica.

Devido as palavras árabes shi at Ali, esta corrente ficou conhecida como xiismo

ou muçulmanos xiitas.

_______Fonte: Religiões do Mundo. Islamismo. Pirapozinho/SP: BrasiLeitura, s/d.

Grupo 4 – Judaísmo

JUDAÍSMO

Uma das religiões mais antigas da humanidade, o judaísmo tem fé e

linhagem vindas dos primeiros lideres Abraão e Moisés. É também chamada de

Mosaica, devido a Moisés e a palavra judeu vem de Judeia.

O judaísmo crê em um só Deus que fez pacto com seus antepassados, o

povo hebreu e por isso os judeus devem fidelidade a ele. O lema do judaísmo é

recitado todos os dias na declaração chamada Shema , que diz “ Ouve, ó Israel,

o Senhor é o nosso Deus, o Senhor é um”.

A fé dos judeus está fundamentada na Torá, que são os primeiros cinco

livros da Bíblia que lhes ditam as normas e regras que devem ser praticadas na

vida. Para eles os judeus são o povo eleito.

A Bílbia Hebraica é a revelação de Deus e se chama Tanakh, composta

por três grupos de livros: a Torá, o neblim e o Ketubim. A sinagoga é seu principal

local de encontro e a lei e sermão são de responsabilidade do Rabino ou Rabi.

As preces são parte importante dessa religião, pois os judeus acreditam

que através delas as pessoas se comunicam com seu criador.

Os símbolos do judaísmo são: a Menorá (tipo de candelabro com sete

braços); a Estrela de Davi (com seis pontas e dos triângulos entrelaçados); a

pomba (ioná) símbolo da paz e da inocência).

Os judeus têm regras alimentares. Os cashers são alimentos permitidos

para os judeus e a própria palavra casher significa adequado ou permitido, e

entre estes alimentos permitidos estão os animais que ruminam e tem casco

partido, como vaca, ovelha e carneiro; e entre os peixes, só aqueles que

possuem escamas ou barbatanas. são permitidas frutas e verduras, bebidos

tantos alcoólicas quanto não alcoólicas, desde que o vinho seja feito por judeus.

São proibidas a carne de porco, coelho, mariscos, caranguejos, ostras,

camarões, etc., e toda a comida feita com sangue também não pode ser

consumida. Por isso eles tem regras especiais para o abate dos animais, para

que eles sofram o mínimo posspivel e para que o máximo do sangue seja retirado

de sua carne, caso contrário, se não forem abatidos conforme as regras judaicas,

estas carnes também são consideradas impuras.

Uma outra regra rígida é a que proíbe comer derivados de leite junto com

carne. Se for servida uma carne na refeição, a sobremesa, por exemplo, não

pode ser com creme ou um sorvete de leite.

As festas dos judeus são o Shabbat (o sábado) descanso semanal,

relacionado com o fato de Deus ter criado o mundo e ter descansado ao terminá-

lo no sétimo dia. O Tishah Be-Av, dia mais triste do ano judaico quando

relembram a destruição do primeiro templo em 586 a.C. e do segundo no ano 70

a.C.; o Pessach (Páscoa) na primavera e relembra a saída dos israelitas da

escravidão do Egito; o Rosh Hashanah (Ano Novo), que é celebrada no mês de

outubro, quando cada judeu deve autoanalisar-se e arrepender-se , pois se trata

de um período de renovação espiritual; o Yom HasShoah ( dia do Holocausto),

depois da Pascoa, sete semanas de luto são vividas pelos judeus, e a tragédia

como sacrifício de milhões de judeus no holocausto, é lembrada neste dia;

também comemoram o Eom Kippur ( dia do perdão) e o Chanukah ( festa da

inauguração) festas das luzes, quando se lembra quando o templo de Jerusalém

foi consagrado.

A peregrinação é para Jerusalém que é a cidade mais importante para os

judeus sendo Muro das Lamentações o local mais sagrado naquela cidade.

No entanto, devido a dispersão dos judeus pelo mundo, em diversos

países e suas diversas culturas, o judaísmo acabou adotando formas peculiares

como: sefarditas, asquenazes, conservadores, hassidismo, ortodoxos, liberais,

falachas, iídiche e reformados, dando origem a diferentes formas de alimentação

e vestuário. Os mais facilmente reconhecidos são os judeus ortodoxos, devido

ás suas vestes escuras e seus cabelos com cachos (peot) laterais na frente e

atrás das orelhas.

__________ Fonte: Religiões do Mundo. Judaísmo. Pirapozinho/SP: BrasiLeitura, s/d.

b) Agora que todos leram seus textos, deverão desenvolver um Glossário sobre

as palavras e conceitos desconhecidos ou mais importantes que foram

percebidos na interpretação do texto.

c) Cada grupo deverá elaborar uma apresentação para ser colocada em

Plenária. A professora PDE será a mediadora para questionamentos que não

tenham sido contemplados na leitura;

d) Cada grupo deverá nomear um representante para fazer a apresentação de

sua leitura do texto e da proposta para os demais colegas da sala.

A DISCUSSÃO PARADIGMÁTICA EM PLENÁRIA

Para ser trazida a discussão em plenária, os participantes deverão

responder as seguintes questões:

SOBRE A APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Por que você escolheu este tema do Grupo de Trabalho em Rede desse

ano? Justifique sua resposta:

Com a apresentação da Proposta de Intervenção Pedagógica vocês

perceberam se os objetivos apresentados correspondem às expectativas

e anseios de suas práticas pedagógicas?

Em que diferiram ou assemelharam seus objetivos e os objetivos da

Proposta de Intervenção;

A seu ver, quais seriam outros objetivos a serem trabalhados por esta

Intervenção, considerando ser o público-alvo, todos colegas de trabalho?

SOBRE AS OBSERVAÇÕES DO TEXTO DE APOIO

Apresente o glossário das palavras e conceitos desconhecidos;

Quais os costumes da religião do texto lido (alimentação, vestuário,

peregrinação e festas);

Dentre as “descobertas” que fizeram, quais ou qual mais lhes chamou a

atenção;

Em que ou em quais pontos essa religião assemelha-se ou difere-se

outras que vocês conhecem (qual ou quais são);

Quem é o Deus ou profeta da religião pesquisada?

Qual ou quais os ensinamentos máximos dessa religião?

OBS: tudo o que for dito deverá ser entregue na forma de relatório para a

professora PDE.

3ª. ETAPA DA IMPLEMENTAÇÃO – Atividades de consolidação PARADIGMAS E FUNDAMENTOS DO ENSINO RELIGIOSO NAS ESCOLAS

BRASILEIRAS

Objetivo: Apresentar e discutir o processo legal do Ensino Religioso nas escolas

públicas, bem como, toda a fundamentação que envolve esta disciplina.

Duração: 16 horas, divididas em 4 encontros semanais

Metodologia: aulas expositivas, palestras, apresentações, filmes, textos de

apoio, músicas, imagens e plenária.

Desenvolvimento

PALAVRAS DA PROFESSORA PDE SOBRE A PROPOSTA

PEDAGÓGICA

A primeira questão que deve ser feita quando perguntado a respeito do

Ensino Religioso no Brasil é por que e para que essa disciplina, ou ainda, o que

o Ensino Religioso Ensina, ou aprende-se? Mas, além disso, com certeza os

participantes também se perguntam “como”?

São questões complexas e de grande extensão que não se esgotam

nessa proposta de intervenção, mas, podem ser desencadeados parâmetros

para a prática do Ensino Religioso no contexto escolar, totalmente

descomprometido com receitas ou preceitos, livre do proselitismo.

Aqui defende-se a prática dessa disciplina pela necessidade urgente da

formação de um novo ser humano, de pessoas que não sejam ingênuas a ponto

de serem ajustadas a sistemas que dominam ou a pregações que enganam, mas

que, aprendendo a refleti, sejam eles próprios capazes da construção de um

novo e consciente EU.

A grande proposta desse projeto é assumir o Ensino Religioso com esta

perspectiva: a da formação, ou seja, da busca pelo significado da vida, do

desenvolvimento da personalidade a partir de critérios seguros, em busca da

plena cidadania. Mas, tudo isso acaba implicando nos conteúdos e nas

metodologias utilizadas que irão necessitar de coerência e articulação entre

interlocutor (professor) e os alunos, pois ele fará o papel de catalisador. Por isso,

sua sensibilidade é de suma importância, para que seja facilitada a compreensão

de que o Ensino Religioso deve ser o instrumento para a nova postura daquele

que aprende, a postura cidadã, despreocupada com rótulos, mas, dona de uma

visão ampla de um projeto de vida que respeita e aceita as diferenças em prol

de melhores condições de vida no mundo.

Atividade 1 – Vamos ver um vídeo? Título: Shema Yisrael Letra: Deuteronômio 6, 4-5 (Bíblia Sagrada) Cantora: Ir. Patrícia Kelly Ano: 1998

Atividade 2- Agora responda:

Durante a leitura dos textos nos encontros anteriores percebemos que Bíblia Hebraica equivale ao Antigo Testamento e que os judeus creem em um só Deus. Por isso, eles devem fidelidade a Ele. A canção traz o lema recitado pelo judaísmo, você poderia repeti-lo? R:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Livro do Deuteronômio também pertence a um livro sagrado de outra religião, qual? quem é o Mestre dessa outra religião? Qual o nome desse livro? R:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: https://http2.mlstatic.com/vela-

bronze-vela-D_NQ_NP_14389-

MLB68823739_6915-O.jpg

Como se chama o candelabro de sete velas, símbolo do judaísmo e quais são suas características? R:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Atividade 3 e seguintes - Fundamentos Epistemológicos do Ensino Religioso a) Leia o texto e compreenda porque o ensino religioso necessita de

fundamentos epistemológicos

PARA QUE EPISTEMOLOGIA NO ENSINO RELIGIOSO

Quando se fala em “ensino” religioso, observa-se que ensinar

compreende ações, meios e condições para formação intelectual do indivíduo,

por isso o ensino religioso também deve sair do nível teórico e proporcionar

experiências, conhecimentos, valores que tornem-se princípios para as ações

humanas, tanto dos educadores quanto dos educandos.

Por essa razão, a questão epistemológica do Ensino Religioso merece ser

pensada a partir da forma como é sistematizada, para que não se atenha apenas

ao mundo imaginário, mas, busque desenvolver também o lado racional dos

alunos, o que é tarefa ainda bem difícil, haja vista, essa disciplina estar ainda

sustentada basicamente em teorias, programas, currículos preestabelecidos e

em componentes técnicos do currículo escolar.

A posição epistemológica do Ensino Religioso deverá fazer com que ele

assuma caraterísticas de ensino em si, ou seja, de múltiplas relações e possibilite

O que é Epistemologia? É uma disciplina da Filosofia que trata do saber científico. É a ciência da

ciência. É a que trata do saber Verdadeiro (Episteme), diferente do mundo das opiniões. Esta disciplina define a fronteira entre o que é

ciência, fé, filosofia e senso comum.

a criação de condições favoráveis para se aprender a caminhar pela vida.

A grande mudança na regulamentação do Ensino Religioso no Brasil se

deu pela Lei 9.475/97 (BRASIL, 1997), quando numa construção legislativa

alternativa a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional (LDBN- 9394/95),

concedeu garantias para que a escola de Ensino Fundamental oportunizasse

aos alunos acesso ao conhecimento religioso, diferente de acesso ás formas

institucionalizadas de religião, e é isso que se deve compreender.

Esta Lei garante o acesso aos componentes epistemológicos,

sociológicos e históricos, do ensino religioso, que pode servir à diversidade, sem

elevar esta ou aquela forma de religiosidade. Este ensino deverá proporcionar

acesso ao conhecimento religioso e não aos preceitos desta ou daquela religião.

b)

Leiam o texto da Lei 9475/97.

Disponível em:< https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9475.htm>

Agora acessem a Lei 9394/96, leiam o Art. 33 e comentem a alteração

feita em sua redação.

Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf>

Atividade 4 - Vamos discutir agora o Novo Paradigma do Ensino Religioso a

partir da Lei 9475/97.

a) São sete os enfoques da leitura do Artigo 33 da LDBN (Lei 9394/96) com esta

nova redação. Vamos fazer um bate-papo e comentar um a um. Dividam-se em

duplas ou trios para comentarem os enfoques.

O ensino religioso é parte integrante da formação básica do cidadão;

No ensino religioso, é assegurado o respeito à diversidade cultural e

religiosa do Brasil;

No ensino religioso são vedadas quaisquer formas de proselitismo;

O ensino religioso é disciplina dos sistemas de ensino;

O ensino religioso deve contar com professores habilitados e admitidos

para ministrar essa disciplina;

O ensino religioso tem na entidade civil a sua representante para

acompanhar o seu desenvolvimento;

A entidade civil do ensino religioso é constituída pelas diferentes

denominações religiosas.

Atividade 5 – Nem aula de religião e nem catequese

a) Para que religião? Ouça, esta opinião do historiador Leandro Karnal e anote

com cuidado as possiblidades de ações a partir da religião. Anote também o

maior número de nomes de religiões citadas por ele até o minuto

Título: Confrontos religiosos e fundamentalismos Autor: Leandro Karnal Duração: até o minuto 9 Ano: 2016 Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=ra78s9WsMAs>

Atividade 6 – Visita ao Templo Budista em Londrina

Contando com a disponibilização de um transporte público, os

participantes deverão se dirigir a um Templo budista na cidade de Londrina. Lá

deverão fotografar a prestar atenção nos detalhes para redigirem um relatório.

Atividade 7 – Visita ao um Templo Cristão

Você sabia que:

Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso foram

elaborados pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso em 1996 e orientaram a nova redação do

Art. 33 da LDBN, no ano de 1997?

A turma deverá ser dividida em 4 grupos, cada grupo, por sorteio deverá

fazer uma visita a um templo cristão na cidade, católico ou evangélico. Eles

deverão anotar e fotografar sua visita para redigirem seu relatório.

Atividade 8 – As regras de outro das religiões a)

“Tudo aquilo , portanto, que quereis que

os outros vos façam, fazei-o vós a eles”

(Jesus Cristo)

“Nenhum de vós sois um crente até

devotar pelo próximo o amor que

devotares a vós mesmos” (Maomé)

“Oque é odioso a vós não o façais aos

outros” (Hillel, mestre judeu)

“Eis a súmula de todo dever: não façais

aos outros o que, se fosse feito a vós,

vos causaria dor” (Mahabharata, épico

hindu))

b) Observando o resumo das regras de algumas religiões do mundo, responda:

a semelhança entre elas estaria no sagrado que as impele ou mais para o

conhecimento dos deveres, enquanto humanidade? Justifique sua resposta.

R:_____________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

c) Pensando sobre os objetivos que as regras religiosas impõem aos seus

adeptos, responda: o que é sagrado e o que é profano?

R:_____________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

d) Tendo em vista a pluralidade e sincretismo religioso que compõem o Brasil,

você acredita que possa haver preconceito religioso pelo fato do

desconhecimento das tradições religiosas e da formação desse país de muitos

povos e de suas práticas culturais e rituais? Cite exemplos.

R:_____________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Atividade 9 e seguintes - Fundamentos Pedagógicos do Ensino Religioso

a)

Ensinar é um ato pedagógico, e na Pedagogia é a Didática que se

responsabiliza por este processo. A Pedagogia investiga a natureza das

finalidades dos temas e determina o rumo que será dado a eles, por meio da

“Não firais aos outros com o que vos

fere” (Buda)

observação das finalidades e meios de ação, sejam finalidades políticas ou

sociais. Enquanto que a Didática é a prática, aquela que vai assegurar o fazer

pedagógico, que se ocupa dos objetivos, conteúdos, meios e condições de

operacionalização.

Durante muito tempo, no Brasil, o ensino religioso esteve ligado à

concepção proselitista da evangelização, ou seja, a de fazer seguidores,

reescolher, e o conhecimento veiculado era o da informação sobre elementos da

religião, refletido inclusive na Lei de Diretrizes e Bases- LDB (BRASIL, Lei

4.024/61).

Em outro momento, quando da vigência da LDB 5.692/71 (BRASIL, 1971),

prevaleceu a concepção de que a religião precisa religar as pessoas, quando o

ensino religioso tornou-se mais pastoral e as aulas de ética e valores, veiculava

o conhecimento para a formação antropológica da religiosidade, visando o saber

em relação a si mesmo, aos outros, ao mundo e à natureza de Deus. Essa prática

prevaleceu a partir da década de 80.

Quando, enfim, foi instalado o Fórum Permanente do Ensino Religioso,

em 1995, começou a transição para a nova concepção do Ensino Religioso, a

partir da compreensão de que era preciso reler, tratava-se agora do fenômeno

religioso inserido no contexto da realidade sociocultural, que deu, então, a nova

redação ao Art. 33 da LDBN (Lei 9394/96) a partir da Lei 9.475/97 (BRASIL,

1997).

A partir de uma grande consulta aos professores, teólogos, especialistas

do MEC, e estudiosos de várias áreas de todo país, o Fórum Permanente do

Ensino Religioso teve contribuição dos Parâmetros Curriculares Nacionais para

o Ensino religioso (PCNER), justamente por se tratar de uma construção coletiva.

Desta construção, categorizaram-se três concepções de Ensino Religioso

nas Leis que ainda se misturam no Brasil: Reescolher (de reeligere), Religar (de

religare) e Reler (de relegere).

O quadro abaixo permite visualizar melhor os encaminhamentos das três

concepções:

Quadro da Concepções de Ensino Religioso nas LDBNs

Concepção Reeligere = Re-escolher

Religare = Relligar

Relegere = Re-ler

Finalidade Fazer seguidores Tornar as pessoas mais religiosas

Reler o fenômeno religioso

Entendimento do Ensino Religioso

Religião = catequese/doutrinação

Ética = vivência de valores

Área do conhecimento

Enfoque Uma verdade Religiosidade Fenômeno Religioso

Caracterização Evangelização Pastoral Conhecimento

Tratamento didático

1º Conteúdos 2º Recursos

1º Conteúdos 2º Dinâmicas 3º Celebração

1º Caracterização do aluno 2º Objetivo da série/ano 3º Encaminhamento para avaliação 4º Blocos de conteúdo

Metodologia Trabalho com textos sagrado e/ou doutrinação

Ver Julgar Agir Celebrar

Observação Reflexão Informação

Aprendizagem Memorização Gestos concretos

Convívio social, relações culturais e tradições religiosas

Conhecimento veiculado

Saber em si (informação sobre religião)

Saber em relação (visão antropológica da religiosidade)

Saber em si (entendimento do fenômeno religioso que se constata a partir do convívio social)

LDBN 4.024/61 5.692/71 9.394/96 Fonte: VIESSER (2004, p.56)

b) Observe o quadro e entenda quais foram as relações estabelecidas entre as

concepções do Ensino Religioso até os dias atuais e tentem relembrar práticas

do cotidiano em sala de aula, de acordo com cada concepção, seu tratamento

didático e metodologia. Descreva um de exemplo prático de cada um desses

momentos:

R:_____________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_________________

c) Estamos vivendo a LDBN 9.394/96 (BRASIL, 1996) com sua alteração no

artigo 33, que trouxe-nos sete novos pressupostos em sua nova redação

(Atividade 4 dessa etapa). Agora é sua vez: elabore um pressuposto próprio para

o Ensino Religioso, baseado em sua realidade, justificando o motivo e dando

encaminhamento a ele:

R:_____________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_____________

Atividade 10. Culturas e Tradições Religiosas

Por que é importante conhecer outras religiões?

Por que as pessoas se reúnem em comunidades religiosas?

Como as religiões contribuem cm a humanização da sociedade?

O que é cultura?

Quais são as manifestações religiosas ou culturais que vocês percebem

em sua comunidade?

O que elas revelam?

Pesquise símbolos de diversas religiões, anote os dados da sua pesquisa

para apresentação posterior.

Procedimento: a turma será dividida em 4 grupos, e cada grupo deverá

apresentar estas respostas em forma de cartazes, slides e seminário.

Atividade 11 – Glossário de conhecimento religioso a) Desenvolvam um Glossário com os seguintes termos de nossos conteúdos

programáticos:

Alteridade;

Cultura;

Doutrina;

Igreja;

Espiritualidade;

Religiosidade;

Religião;

Ritos;

Rituais;

Sagrado;

Símbolos Religiosos;

Tradição;

Tradição Religiosa;

b) O Ensino Religioso deve valorizar o pluralismo e a diversidade cultural

presente em cada sociedade, de forma que possibilite a compreensão da

expressão do Transcendente e da superação da finitude humana. O que as

pessoas buscam na religião? Respondam a esta questão depois de assistirem

ao documentário: Fé - O Fenômeno Religioso na vida dos brasileiros. De Ricardo

Dias. Ano: 1999. Disponível em:<

https://www.youtube.com/watch?v=zeNe86ADyWE>. Duração: 1:31:43 h.

Atividade 12-

MESA REDONDA vamos conversar?

Esta conversa deverá girar entorno das seguintes questões:

O atual Ensino Religioso está educando para o acolhimento da

diversidade?

Existe uma cultura de diálogo e comunicação entre as diversas

expressões religiosas que vemos representadas na escola e pelos meios

de comunicação?

Na escola onde trabalhamos, existe o entendimento a respeito da cultura

das minorias religiosas?

Temos trabalhado conteúdos que produzam realmente o conhecimento

religioso?

Qual tratamento didático temos dado ao conteúdo do Ensino Religioso

nas escolas e na vida?

Atividade 13 – Símbolos Religiosos

Para o próximo encontro todos deverão trazer um ou mais símbolos

religiosos que encontrarem em forma física, que lhe pertençam ou que pertença

a outro, e dele deverão fazer a apresentação para os demais participantes do

encontro. Devendo constar na apresentação:

O nome do símbolo;

A que manifestação religiosa ele pertence;

Significados do símbolo para si ou sua família;

Como tal símbolo refere-se ao Transcendente;

Qual o nome do Transcendente invocado a partir desse símbolo.

Atividade 14- Um Transcendente e muitos nomes

Os participantes terão acesso a um cartaz com todos estes símbolos:

Após observarem as figuras dos símbolos, em grupo, eles deverão

elaborar uma apresentação final para esta proposta de intervenção pedagógica,

onde conste:

O levantamento das respectivas religiões de cada símbolo;

O agrupamento dessas religiões de acordo com sua matriz (ocidental,

oriental, africana e indígena);

Relatar quais a ideias semelhantes e diferentes entre estas religiões, bem

como, suas regras;

Esclarecer como está sendo feito esse trabalho pedagógico em sua

escola, quais são as práticas adotadas, exemplificando com um projeto

sobre um tema escolhido;

4ª. ETAPA DA IMPLEMENTAÇÃO – AVALIAÇÃO Objetivo: Avaliar se esta proposta de intervenção alcançou seus objetivos, se os

participantes conseguiram fazer a discussão paradigmática do ensino religioso,

se entenderam como refletir a prática reorienta-la, recriá-la e reorganizá-la.

Duração: 8 horas

Metodologia: Pesquisa de Campo, Rodas de conversa, TV Pendrive e seminário

Desenvolvimento:

Atividade Avaliativa- A Oficina Cultural Religiosa: cultos, crenças e religiões na

cidade de Alvorada do Sul- PR.

Esta atividade objetiva o diálogo interdisciplinar que deverá trazer para

uma mesa de debates a forma como o Ensino Religioso é visto na escola por

todos os que dali fazem parte. Deverá obedecer os seguintes passos:

Objetivo Geral: construir um painel onde constem os resultados de uma

pesquisa da diversidade religiosa do município onde a oficina está sendo

realizada;

Metodologia da Oficina: Mesa de Debates, Grupos de Trabalho (visitas

aos templos ou espaços religiosos da cidade, Plenária Final; Seminário

conceitual de religiões, cultos e Tradições (divulgado para toda

comunidade).

O tema da Oficina será: cultos, crenças e religiões na cidade de Alvorada

do Sul- PR. E com base no encontrado in loco, somado aos resultados de

levantamento bibliográfico, será construído o painel para apresentação do

seminário.

O Resultado Esperado será o de que sejam encontradas religiões ou

crenças que não sejam de matriz cristã, para que possa ser notado como os

professores trabalham esta perspectiva paradigmática enquanto conteúdo de

suas disciplinas.

PROCESSO DE AVALIAÇÃO

O processo de avaliação dessa Proposta de Intervenção Pedagógica,

constará de três etapas:

1ª) Inicial – Investigativa

A cada etapa e atividade, será verificado se a proposta foi capaz de

instrumentalizar os participantes a ponto de atender suas características

e levantar concepções prévias sobre os conteúdos de forma que a

programação fique bem estruturada. Os professores participantes

deverão ser capazes de reconhecer-se parte e grupos culturais religiosos,

identificando suas crenças e percebendo como lidar com preconceitos e

radicalismos;

2ª Fase – Formativa

Deverá ser a fase de sistematização e organização dos conteúdos mais

significativos, aqueles que levarão efetivamente ao conhecimento,

devendo acompanhar todo o processo e desenvolvimento pessoal de

cada participante. Será composto de; observação sistemática (relatórios,

redações, respostas dissertativas); pela análise da produção dos

participantes; pelas respostas às atividades específicas; e por auto

avaliação (o participante deverá interpretar suas produções, a cada

apresentação e ganhar autonomia para fazer sua autocrítica). Os

participantes deverão estar capacitados para perceberem a necessidade

e importância do diálogo, da construção e reconstrução do fenômeno

religioso.

3ª Fase – Avaliação Final

Por último será aferido resultados que indiquem o grau de aprendizagem

de cada participante, de acordo com o atendimento aos objetivos dessa

proposta. Ele será informado se cumpriu ou não o que lhes foi solicitado.

Todas essas fases avaliativas deverão compor o processo de avaliação

do início ao fim da proposta de intervenção, considerando que avaliar faz parte

do processo educativo e que considerará também: sociabilidade, afetividade,

postura, compromisso, participação e transformação.

A observação avaliativa considerará se o professor participantes

compreendeu que no Ensino Religioso, deverá haver atitudes de reverência com

o Transcendente no outro, alteridade, tolerância, direito de ser diferente, direito

de assumir uma identidade e liberdade, conforme propõe a FONAPER (1997).

Será acompanhado todo processo de aprendizagem e serão dados os

encaminhamentos necessários, já que avaliação não é um momento isolado,

mas, um acompanhamento.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Presidência da República. Lei 9.394. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996. Disponível em: https://www.mpes.mp.br/Arquivos/Anexos/03fe25bf-f2c9-459a-bee2-f00c1b0b2a0e.pdf> Acesso em 13 nov. 2016. BRASIL. Presidência da República. Lei 9.475. Dá nova redação ao art. 33 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1997, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: 22 de julho de 1997.Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9475.htm> Acesso em 02 mai. 2016. FONAPER. FÓRUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Religioso. São Paulo: AM Edições, 1997. UNESCO. Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural. Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura na sua 31.ª sessão. 2 de Novembro de 2001. Disponível em:<http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001271/127160por.pdf> Acesso em 03 mai. 2016. VESSER, Lizete Carmen. Ensino Religioso na Escola Pública. Curitiba: IESDE, 2004.