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PROFESSOR MAURO SIQUEIRA

TÊNIS

JOGANDO MELHOR

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PROFESSOR MAURO SIQUEIRA

TÊNIS

JOGANDO MELHOR

Ilustrações de

Ângela Bressane

©1991 by Mauro Siqueira

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SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – A ORIGEM DO JOGO , 11 CAPÍTULO 2 – PRINCÍPIOS TÉCNICOS BÁSICOS, 16

– A PEGADA CONTINENTAL, 18 – A BATIDA DE DIREITA, 25 – A BATIDA DE ESQUERDA, 26 – A BATIDA DE ESQUERDA COM AS DUAS MÃOS ,30

CAPÍTULO 3 – TOPSPIN E UNDERSPIN, 34 – A DIREITA COM TOPSPIN, 34 – A ESQUERDA COM UNDERSPIN, 36 – A ESQUERDA DUAS-MÃOS COM TOPSPIN, 39

CAPÍTULO 4 – “GAME’’, MARCOS DE VASCONCELLOS, 40 CAPÍTULO 5 – COORDENAÇÃO MOTORA, 47

– A CORRIDA, 50 CAPÍTULO 6 – O SAQUE, 52 CAPÍTULO 7 – O VOLEIO, 57 CAPÍTULO 8 – A LINGUAGEM DO ESPORTE, 61 CAPÍTULO 9 – USE MELHOR O CORPO, 67 CAPÍTULO 10 – AS RAQUETES, 72 CAPÍTULO 11 – A DEVOLUÇÃO DO SAQUE, 76 CAPÍTULO 12 – O SMASH, 79 CAPÍTULO 13 – COMPLEMENTO PARA OS GOLPES DO FUNDO, 81 CAPÍTULO 14 – LOB E DROP-SHOT, 83 CAPÍTULO 15 – A AMERICANA E A AUSTRALIANA, 89 CAPÍTULO 16 – AS PEGADAS EASTERN, 92 CAPÍTULO 17 – A DIREITA TOPSPIN, 95 CAPÍTULO 18 – A ESQUERDA TOPSPIN ,97 CAPÍTULO 19 – A PEGADA AUSTRALIANA OU BETWEEN, 101 CAPÍTULO 20 – O SAQUE SLICE, 102 CAPÍTULO 21 – O SAQUE LIFTADO OU AMERICAN TWIST, 105 CAPÍTULO 24 – A DIREITA COM UNDERSPIN, 114 CAPÍTULO 25 – O APPROACH-SHOT, 116 CAPÍTULO 26 – OS TREINAMENTOS, 118

– PARA TREINAR A DIREÇÃO, 124 – USE UMA ESCADA PARA MELHORAR SEU JOGO, 127

CAPÍTULO 27 – O TIE-BREAK, 129 CAPÍTULO 28 – ENCONTRE O SEU RITMO, 131 CAPÍTULO 29 – REGRAS OFICIAIS, 135

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INTRODUÇÃO

O jogo de tênis – hoje um dos mais populares do mundo – tem uma marcação de pontos muito peculiar e até mesmo bizarra. Aliás, as particularidades desse jogo não param aí: a quadra onde é jogado tem medidas especialíssimas, chegando a minúcias de milímetros. Os “corredores” laterais para os jogos de duplas, por exemplo, têm rigorosamente 137 centímetros de largura e a distância entre a linha de fundo da quadra e a linha de saque é de 548 centímetros e 5 milímetros.

de, no míni

n-tennis. Por enquanto (apenas por enquanto) o serviço é meu.

M.S.

A quadra, inicialmente, era apenas de grama rente ao chão, de corte muito curto; mais tarde surgiu o quadrilátero pavimentado com pó de tijolo e, mais recentemente, a grama sintética e várias argamassas asfálticas que fazem a bola correr mais rapidamente; daí serem classificadas de fast-tennis (tênis rápido).

Uma partida é dividida em sets e cada set em 6 games; a contagem é de 15 a favor para o jogador que fizer o primeiro ponto; o segundo ponto vale 30 e o terceiro, 40. O quarto ponto ganho vence o game. Porém, se cada um dos jogadores ganhou 3 pontos (40x40), o ponto seguinte dá ao ganhador a vantagem e ele só vence o game com um segundo ponto consecutivo. Se o jogador que detém a vantagem perder o ponto o escore volta a 40x40 (diz-se iguais em 40). O jogador que fizer seis games vence o set com uma diferença

mo, 2 games. Estas são as generalidades do jogo. Ao longo deste

trabalho, que pretendi fazer o mais completo em termos de informação, todas as outras particularidades desse jogo fascinante serão abordadas. Em algumas ocasiões, ou em algumas passagens, o leitor poderá julgar que o texto é ocioso, mas é preciso considerar que o livro também se destina a iniciantes ou simplesmente aficionados que gostariam de entender a mecânica, aparentemente confusa, do law

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CAPÍTULO 1

A ORIGEM DO JOGO

ante às atuais

Você já deve ter se perguntado o porquê da contagem

no tênis ser 15, 30, 40 (e não 45) e mais um ponto que não tem número correspondente para se fazer um game, ou um a zero. A resposta está num jogo francês, muito em voga nos séculos XII a XVI, o jeu-de-paume.

O “jogo da palma”, como poderíamos traduzir literalmente, era chamado assim por motivos óbvios. Os participantes usavam a palma da mão para bater na bola, jogando numa quadra de certa forma semelhde tênis, apenas de dimensões bem maiores.

e uma das equipes cometesse falta, que eram as seguintes:

A bola usada nesse jogo era feita de cortiça e forrada

de flanela, pesando 18g (as que se usam para jogar tênis pesam 60g) e era batida com a palma da mão, devendo transpor uma corda no meio da quadra e, ao cair no campo adversário, um dos jogadores deveria devolvê-la pelo mesmo processo até qu

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o a bola cair fora dos limites do retângulo do jogo; o a bola cair antes da corda, ou sobre ela; o a bola ser tocada por dois jogadores da mesma

equipe; o a bola tocar o corpo do jogador. O jeu-de-paume, como você pode ver no desenho da

quadra, era praticado com seis jogadores de cada lado para cobrir quarenta metros de quadra, e o saque era dado a 19 metros da corda do meio. Nesse jogo, que também era conhecido como longue-paume (longue = comprido), o sacador, quando marcava um ponto, avançava 15 pés para dar o saque seguinte. No segundo ponto, avançava mais 15 - total 30 pés - e idem para o terceiro, o que levava o jogador a sacar muito perto da corda, pois 45 pés é igual a 13,716 metros. Como então a vantagem do sacador fosse muito grande, modificou-se a regra, dando ao terceiro ponto ganho o direito de avançar somente 10 pés, totalizando 40 pés com o terceiro ponto. Da mesma forma, as vantagens foram estabelecidas para diminuir o favoritismo do sacador. As partidas eram jogadas em melhor de 11 jogos, saindo vencedora a equipe que fizesse os primeiros 6 jogos.

Uma outra singularidade do jeu-de-paume é que os franceses, antes de sacar, diziam alto a palavra tenez, que poderíamos traduzir como: pegue! olhe! segure! Note a semelhança, gráfica e sonora, entre as palavras tenez e tennis. Acredita-se ser essa a origem do nome do jogo, assim como os 15, 30 e 40 pés que se avançavam após o primeiro saque originaram a contagem.

O jeu-de-paume, que normalmente era jogado em rua das cidades, acabou dando lugar ao court-paume, uma versão mais curta e em recinto fechado:

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QUADRA DE COURT_PAUME

VISÃO SUPERIOR

QUADRA DE ROYAL TENNIS

VISÃO LATERAL

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Foi no século XIV,com o aparecimento da raquete, uma invenção italiana, que o court-paume tornou-se menos violento e mais interessante, acabando de emigrar, cruzar o canal da mancha e difundir-se rapidamente na Inglaterra.

ra de lawn tennis.

lawn tennis.

Henrique XIII, que reinou entre 1509 e 1547, foi considerado o melhor jogador de sua época. Suponho que tal apreciação tenha sido uma cortesia prudente dos adversários de sua Majestade, considerando os destino de Ana Bolena, sua segunda esposa, e Catherine Howard, a quinta, ambas decapitadas por decreto real.

Mas foi em 1874, um ano depois de voltar da Índia, onde estivera a serviço de sua Majestade, que o major inglês Walter Wingfield resolveu patentear uma invenção: o sphairistike, nome que os gregos davam a todos os exercícios com bolas (esfera, sphere em inglês).

Para nossa sorte (você já imaginou sair de casa dizendo: “tchau, vou jogar sphairistike”?) esse nome não sobreviveu e logo depois passou a chamar-se lawn tennis (lawn de gramado, onde normalmente era jogado).

Esse major, ainda da Índia, mudou a configuração geométrica das quadras usadas até então no longue-paume, court-paume e no royal tennis (a versão britânica que sucedeu ao court-paume) e idealizou a primeira quad

O inventivo major, carregando sempre a sua mala de madeira contendo bolas de borrachas (que haviam surgido em fins do século XIX), uma rede, livro de regras e algumas raquetes, fez sucesso; primeiro na Índia e depois na Inglaterra, onde a receptividade foi tanta que ele logo passou a comercializar a sua mala. Assim, começaram a aparecer nos jardins das casas das pessoas da alta classe as primeiras quadras de

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Em 1875, como os clubes ingleses variassem

muito nas leis do jogo, foi nomeada uma comissão para unificar as regras e, apesar dos protestos do seu inventor, as quadras acabaram tomando o formato retangular de dimensões próximas às que são usadas até hoje. Uma curiosidade ficou por conta de um dos membros dessa comissão, J. H. Hales, que propôs que as mulheres pudessem rebater a bola após o segundo quique, já que seus vestidos longos as impediam de correr com desenvoltura. A proposta foi repudiada pela maioria.

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CAPÍTULO 2

hor.

squito.

Geom

uete, na sua menor dimensão, não importando o ângulo dessa trajetória.

PRINCÍPIOS TÉCNICOS BÁSICOS

Se você é um jogador, ou mesmo um iniciante, não importa sua categoria, verá que algumas regras que nada têm a ver com o jogo do tênis podem vir a ser úteis para que se possa entendê-lo mel

Comecemos por um exemplo simples: um mosquito impertinente está chateando você. Qual a sua reação? Claro, dá um tapa tentando se livrar do mo

Mas acontece que esses bichinhos são rápidos e se você não prestar a maior atenção dificilmente vai acertar o inimigo... Então você determina onde será o impacto, toma um pequeno impulso e vapt... Lá se vai o mosquito. Muito bem, mas certamente você nunca analisou esse movimento, que já deve ter sido executado centenas de vezes. Onde foi parar o seu braço após ter batido no pequeno voador? Imite o gesto e repare. Melhor ainda, pegue um pequeno pedaço de papel, amasse-o e arremesse-o com um pequeno tapa numa direção qualquer. Note que o seu braço “avança” um pouco na direção em que você quis mandar a bola, e sua trajetória, após o impacto, é igual ou maior que o espaço usado para tomar impulso.

Vamos agora para uma outra regra que nos será útil mais adiante. Enquanto o nosso primeiro exemplo tem a ver com a Física, nesse vamos nos socorrer da

etria. Se você bate numa bola com uma raquete, a

trajetória dessa bola, depois de rebatida, está sempre contida em um plano perpendicular ao plano da raq

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ABCD PLANO PERPENDICULAR AO DA RAQUETE AB MENOR DIMENSÃO DA RAQUETE E PONTO DE IMPACTO DA BOLA FG VARIAÇÃO POSSÍVEL DA TRAJETÓRIA DA DEVOLUÇÃO DA BOLA

que irá impulsionar a bola.

A primeira impressão que se tem ao assistir a uma partida de tênis pela televisão é que os jogadores usam o braço para jogar, assim como o jogador de futebol usa os pés para chutar a bola. Mas isso é uma maneira simplista de analisar esses golpes. Tanto o tenista como o jogador de futebol estão usando o corpo todo quando batem ou chutam a bola, porque para usar o braço ou o pé várias cadeias musculares entram em ação para fazer duas coisas, basicamente: uma é manter-se em equilíbrio com a lei de gravidade, e a outra para dar força à batida No caso do jogador de tênis, o braço é apenas o intermediário entre a força que seu corpo produz e a raquete

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Portanto, para manter-se em equilíbrio com a gravidade do nosso planeta, você não precisa se preocupar, pois o seu corpo, “inteligente” que é, saberá sempre realizar os movimentos de compensação para que você não desabe na quadra. Já para dar potência às suas batidas existem muitos estudos já feitos que irão ajudá-lo. Desde o primeiro torneio de Wimbledon, há mais de um século (1877), já se sabia que a melhor maneira de bater numa bola de tênis é ficando de lado para a quadra, ou seja, de perfil para o lugar que você deseja que a bola atinja. Por quê? Bem vamos tratar disto detalhadamente, mais adiante. Contudo, como se trata de um gesto centenário, vamos tomá-lo como uma verdade estabelecida para melhor compreendê-la nos itens seguintes.

AL

tal”.

A PEGADA CONTINENT

Vamos agora analisar como podemos vencer a maior dificuldade que o jogo de tênis nos apresenta. Teremos que jogar a bola a uma distância considerável usando um instrumento longo: a raquete. Para tornar essa tarefa mais fácil, devemos transformar a raquete numa continuação de duas coisas sobre as quais temos bastante controle: o nosso braço e a nossa mão aberta. Poderíamos, se fosse o caso do jeu-de-paume, usá-los com total facilidade e desenvoltura, pois se tratam de nossos velhos conhecidos. Portanto, vamos escolher inicialmente a maneira de segurar a raquete que faz com que essas noções continuem nos auxiliando, ou seja, aquela que faz com que a raquete, a palma da mão e o braço fiquem numa linha reta: “a pegada continen

É importante analisarmos, primeiramente, essa maneira de segurar a raquete, porque ela é unanimente utilizada pelos tenistas em mais de 50% dos golpes do

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jogo (que são, no mínimo, quinze). A pegada continental é também a mais indicada para quem se inicia no tênis, pois pode ser usada para todos os golpes, encaixando-se perfeitamente em alguns e com menos vantagens em outros, mas dando sempre ao tenista sensibilidade para a relação mão/cabo da raquete - tato, mais precisamente. Ela faz ainda com que o jogador utilize sempre as mesmas cadeias musculares, o que acaba traduzindo-se em força, pois os músculos respondem melhor quando são regularmente acionados. Além disso, parece-me claro que, para quem está começando, ter uma pegada para a direita, outra para a esquerda e outra ainda para o saque (sacar com a pegada eastern de direita 1 por exemplo, é um erro que retarda o aprendizado do saque, acontecendo o mesmo com o voleio) é complicar inutilmente uma coisa fácil: jogar tênis. Par dar um pequeno exemplo, Bjorn Borg, um dos maiores jogadores de todos os tempos, que revolucionou o tênis com seus incríveis topspins 2 e suas esquerdas geniais sempre batidas com as duas mãos na raquete, usava a pegada continental para os voleios de direta e de esquerda, para o saque e o smash 3.

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Apenas a porção inferior da região hipotenar tocará as faces 1 e 2 do cabo da raquete.

A passagem para outras pegadas, que virão com a evolução do jogador, quando este já tiver tempo para dar atenção à troca de empunhaduras no meio de um jogo, se faz sem dificuldade.

Vamos esquecer, por ora, que você já está ‘’estraçalhando’’ no seu clube, valendo-se de outras pegadas, para simplesmente raciocinar um pouco sobre uma forma de entender melhor os mistérios desses movimentos pluriarticulados que usamos para jogar e que envolvem a nossa coordenação neuromuscular.

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Façamos uma pequena recapitulação antes de ter a nossa primeira aula “na quadra” lembrando três coisas básicas: segure a raquete de maneira que ela fique em linha reta com o braço; a melhor forma de bater numa bola é ficando de lado para a quadra; a bola sai sempre perpendicular ao plano da raquete.

É aconselhável que o professor de tênis, antes de entrar na quadra com alguém para uma primeira aula, tente conhecer alguma coisa sobre essa pessoa, conhecimento esse que vai ajudar a determinar o objetivo, a intensidade e o ritmo dos treinamentos que virão; além disso, deve procurar revelar um pouco da sua personalidade, para facilitar essa troca de conhecimentos. É o meu procedimento e confesso que sempre obtive bons resultados. É evidente que através de um livro esse processo é mais difícil, mas, para melhor situar você como jogador, traduzi o “Programa Nacional de Avaliação de Tenistas”, elaborado em 1983 pela U.S.T.A. (United States Tennis Association).

1.0 Este jogador está apenas começando a jogar tênis.

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1.5 Este tem experiência limitada e ainda está tentando, de uma forma primária, fazer a bola passar a rede; tem algum conhecimento da contagem, mas não está familiarizado com as posições básicas e procedimentos em jogos de simples ou de duplas.

2.0 Este tem noções adquiridas em aula, mas precisa de experiência de quadra; tem fraqueza nas batidas, mas começa a se sentir confortável com jogos de simples e de duplas.

2.5 É o jogador que já bate com mais confiança e começa a julgar para onde a bola está indo; tem pouca noção de cobertura na quadra e é freqüentemente apanhado fora de posição,mas está começando a manter a bola em jogo com adversário do mesmo nível.

3.0 Este jogador já pode fazer algumas jogadas com relativo sucesso; pode sustentar uma volta à posição em ritmo lento, mas ainda não se sente confortável com todas as batidas; falta controle quando tenta acrescentar força.

3.5 Este atingiu a segurança e direção em batidas de alcance, incluindo os voleios de forehand* e backhand*, mas ainda não tem profundidade e variedade; comete algumas duplas faltas e ocasionalmente ganha pontos no saque.

4.0 É um jogador que tem batidas paralelas seguras de forehand e backhand; tem habilidade de usar um variado número de batidas, incluindo lobs, smashs, approach-shots e voleios; pode colocar o primeiro serviço e ganha ponto no saque;raramente está fora de posição em jogos de duplas.

*FOREHAND: Golpe pelo lado direito. *BACKHAND: Golpe pelo lado esquerdo.

Para os canhotos, inverte-se; FOREHAND é o lado esquerdo e BACKHAND, o lado direito.

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4.5 Este começou a dominar o uso de força e spins, pode controlar profundidade nas batidas e é capaz de mover o adversário para frente e para trás; pode bater o primeiro serviço com força e precisão e colocar o segundo saque; é capaz de ir à rede com sucesso quando servindo em simples e duplas.

5.0 Trata-se de um jogador que tem boa antecipação para bater; freqüentemente tem uma batida imponente ou uma consistência excepcional na estrutura do jogo; pode regularmente vencer ganhadores; pode executar com sucesso lobs, drop-shots, bate-pronto* e smashes; consegue profundidade e spins na maioria dos segundos saques.

5.5 Este pode executar ofensiva e defensivamente todas as jogadas; pode rebater com segurança, mesmo sob pressão; é capaz de analisar o estilo de seu adversário e pode empregar modelos de jogadas para assegurar uma maior possibilidade de ganhar pontos; pode ganhar pontos no primeiro e no segundo saques; o retorno do serviço pode ser uma arma ofensiva.

6.0 É um jogador que conhece a fundo e domina todas as habilidades acima relacionadas; já desenvolveu força e/ou consistência como arma principal; pode variar as estratégias e estilos em situações competitivas. Este é o jogador que teve treinamento intensivo para competições nacionais.

6.5 Este tem domínio de todas as habilidades acima descritas e é um jogador experimentado, que regularmente viaja para competir e cuja renda varia parcialmente de prêmios ganhos.

7.0 É um jogador de classe internacional. *BATE-PRONTO: Golpe onde se toca a bola imediatamente após o quique.

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m pouco mais à frente.

Procurando colocar o jogo de tênis ao alcance de quem nunca jogou e tentando ajudar a você que acha o jogo difícil e que muitas vezes sai de quadra irado como um McEnroe (o endiabrado e genial campeão americano), vamos decompor os movimentos usados nas batidas de uma forma gradativa para que, entendendo as várias fases, você possa encontrar e corrigir os defeitos que o pertubam.

O tênis é um jogo que envolve movimentos físicos de outros esportes, como correr, saltar e arremessar, e usa atritos motores básicos de rapidez, destreza e resistência. Para controlar tudo isso, você conta com uma qualidade chamada coordenação motora, que analisaremos u

Já vimos que para bater num mosquito ou numa bola de papel sempre temos que tomar um impulso para conseguirmos força, e a continuação que o movimento fará sempre irá corresponder ao tamanho do impulso tomado (ou talvez maior um pouco). Isso se ajusta como uma luva para todos os golpes que usamos no tênis e obedece ao princípio básico da mecânica, que foi enunciado por Arquimedes: “a toda ação corresponde uma reação de igual força e em sentido contrário”.

Portanto para bater numa bola você sempre deve tomar um bom impulso e, após o golpe, continuar o movimento, usando no mínimo o mesmo espaço da preparação. Já foi visto também que o tenista usa o corpo todo ao jogar, mais precisamente usa o seu peso para ajudá-lo em todos os golpes nesse jogo. Vamos começar a ver então as condições ideais para usarmos o nosso peso nas batidas de direita e esquerda.

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A BATIDA DE DIREITA

BATA NA BOLA À ALTURA DA CINTURA

Para se acostumar a dominar a raquete o

principiante deve executar o movimento mais simples para

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bater: o movimento reto, sem efeitos. Como a bola deve ser batida quando estiver na altura da cintura, o movimento deve começar e terminar nessa mesma altura. A vantagem dessa simplificação é dar ao jogador tempo para se acostumar à (estranha a princípio) posição de lado para a quadra. Numa primeira aula o tenista deve treinar a direita isoladamente da esquerda, e já ir dando atenção para essas três coisas básicas: 1) a pegada – no começo, a raquete teimará em fugir do

lugar mas, após alguns treinos, seus músculos já começarão a mantê-la na posição certa mais facilmente;

2) o braço esquerdo – é fundamental para o equilíbrio, devendo ficar tão “aberto” quanto o direito, estando em posição de segurar a raquete no final do movimento, o que assegura uma continuação sempre igual;

3) a noção de um movimento reto – no começo, sua musculatura “curta” fará com que a raquete suba ou desça em relação a essa reta; mas logo, com um pouco de treino realizado com atenção, seus músculos irão se alongando e obedecendo melhor aos comandos.

A BATIDA DE ESQUERDA

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BATA NA BOLA À FRENTE DA PERNA DE APOIO

É nesse ponto que se dá a passagem do peso do

corpo vindo de trás para frente. Poderíamos até dizer que esse é o ponto central da batida.

Se você for treinar no paredão, use pouca força para melhor controlar a altura em que a bola virá; prefira bolinhas mais murchas, que quicam menos, ou então deixe a bola quicar mais de uma vez. É importante facilitar as coisas no começo e o principal é aprender os movimentos; quando estes já estiverem sob controle, será mais fácil então dominar a bolinha.

Após um pequeno treino, com um mínimo de corridas (o jogador deve começar a correr para bater nas bolas quando já souber batê-las, quando dominar algumas coisas básicas para executar uma batida consciente) o tenista já começa a ter noção de direção e deve tentar jogar a bola no centro da quadra. O centro é bem maior que os cantos; portanto,vamos iniciar com um objetivo fácil para depois de algum tempo aperfeiçoarmos a direção.

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Se, ao fazer esse treino com a direita, a sua bola estiver indo para o canto direito do seu adversário é sinal de que você está batendo “cedo”, antes que ela chegue à frente da perna esquerda; se a bola estiver indo para o canto esquerdo do seu oponente, é sinal de que você está batendo “tarde”,quando a bola já passou do ponto ideal. No paredão você poderá exercitar bem isso, ficando de lado e mandando a bola voltar à sua direita. Repare nos desenhos que a perna que fica mais à frente do corpo é sempre oposta ao lado do qual se vai bater. Portanto,a perna de apoio para o lado direito é a esquerda e para o lado esquerdo é a direita.

Bata com o braço esticado

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É importante acostumar-se desde cedo a fazer o movimento da batida com o braço esticado pois, batendo com o braço reto, você trabalha e desenvolve mais músculos em relação a quando o braço está flexionado. Ao bater na bola com o braço dobrado, você tensiona menos músculos, sobrecarregando-os desnecessariamente.

Mais importante ainda é conseguir, com o braço, fazer uma “alavanca de força”, que transferirá o seu peso para a bola no instante da batida. Para conseguir essa força extra, a alavanca (o seu braço) deve ser reto e firme. Como se sabe, uma alavanca é uma barra rígida que pode oscilar à volta de um ponto fixo para levantar grandes pesos. Para conseguir manter o braço esticado até próximo ao final do movimento, o corpo deve girar, acompanhando a trajetória da raquete e do braço, que deverá ser na direção do seu alvo. Desse modo,o peso virá de trás para essa direção.

A princípio, os músculos das costas tentarão “segurar” o movimento, mas com um pouco de treino seus músculos irão se alongando e tornando o giro mais fácil.

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A BATIDA DE ESQUERDA COM AS DUAS MÃOS

A técnica da esquerda com duas mãos é basicamente a mesma do golpe com uma só mão. Existem nesse golpe vantagens e desvantagens, sendo a principal vantagem o acréscimo de força que o braço esquerdo (ou o direito para os canhotos) imprime à batida. Tendo mais força, o controle da raquete fica mais fácil, aumentando assim o domínio sobre esse golpe. Com a ajuda da força do braço direito, o esquerdo acaba predominando, acaba “mandando” mais no golpe, dando mais facilidade para dominar também a direção da bola.

A maior desvantagem é você ter que se aproximar mais da bola para bater, pois com as duas mãos na raquete o alcance diminui. Melhor dizendo, o braço esquerdo encurta nossa envergadura, o que representa ter que correr sempre um pouquinho mais para alcançar a bola.

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Eu considero esse golpe ideal para crianças, pois o golpe só com uma das mãos demora a ganhar consistência e força, representando um atraso considerável no aprendizado. As mulheres que não tenham praticado muit

e ambos eram mestres, ganhou o seu lugar e qualquer pessoa que decida utilizá-lo estará

zendo uma boa opção.

os esportes, antes de se iniciarem no tênis, também ganharão com essa força extra do outro braço.

Muitos esportes são praticados com bola e um instrumento para batê-las, como o golfe, o beisebol e o hóquei, e os jogadores usam as duas mãos para segurar tais instrumentos. Isso demonstra que não tem fundamento o preconceito de muitos tenistas por essa maneira de bater com a esquerda. Principalmente depois que jogadores como Connors e Borg dominaram o tênis por quase uma década, esse golpe, em qu

fa

tem a final

Bastarão um ou dois treinos exercitando a direita e

a esquerda, sempre separadamente, para que você já comece a sentir domínio sobre as coisas básicas e possa passar adiante e treinar as batidas com efeito. O treinamento, feito todo ele na altura da cintura,

idade única de dar ao principiante a noção de que, para se dar força à bola, nunca se pode usar um movimento em curva .

Se você é um assíduo espectador de grandes torneios, seja ao vivo ou pela TV, poderá julgar essa informação incorreta, pois identificará no gesto dos grandes jogadores movimentos curvos nos golpes de direita e esquerda do fundo da quadra. As razões dessa diferença são duas: a primeira é que para trabalhar o alongamento da musculatura das costas, e também da musculatura inserida no ombro, deve-se fazer um

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movimento mais simples, portanto de maior possibilidade de domínio. A segunda é porque as curvas que você iden

iniciante passará a incluir na sua batida no devido tempo.

a na

bater:

nte um jogador dar efeito na bola para tentar dificultar a rebatida do seu adversário, tradição legada pelo gentlemen ingleses, inventores do jogo -, cedeu lugar

controle sobre a bola.

tificou nesses jogadores representam um acréscimo na preparação, um movimento a mais para ganhar impulso, e isso o

Tomando por base que a bola deve ser batidaltura da cintura, o tenista tem três possibilidades para

1) A BATIDA RETA (flat, em inglês, que significa horizontal, plano, palma da mão etc)

O movimento como você treinou, começando na

altura da cintura, batendo e terminando na mesma altura, faz com que se consiga bastante força no golpe; mas como a bola não tem nenhum efeito, torna-se mais difícil controlá-la, principalmente porque a trajetória dela faz com que ultrapasse quase raspando a rede e, ao mínimo erro no toque, é na rede mesmo que a bola fica. Essa maneira de bater, largamente utilizada até duas décadas atrás - quando ainda era considerado ofensivo e deselega

s às batidas com efeito que permitem maiores

2) A BATIDA DE CIMA PARA BAIXO Dessa maneira você tem que iniciar o

movimento acima da linha da cintura e terminá-lo abaixo dessa linha. Esse é o efeito que dá o maior controle sobre a bola, mas o golpe dado nesse sentido diminui a potência

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da batida. A trajetória da bola, embora descreva uma reta, não é tão “perigosa” quanto a da batida horizontal, pois o efeito permite mais domínio sobre a profundidade do golpe. O giro que a bola descreve sobre si mesma denomina-se spin em inglês, e no golpe de cima para

, que poderíamos traduzir como efeito para trás ou para baixo.

a. Ela passa alta (e segura) sobre a rede e dá a quem bate excepcional controle sobre a profundidade. Essa batida, cham topspin, efeito para cima ou para frente, é, sem dúvida, considerada a ideal para todo bom jogador.

baixo esse efeito chama-se backspin ou underspin

3) A BATIDA DE BAIXO PARA CIMA O movimento começa abaixo da linha da

cintura. A batida é sempre na altura da cintura e a raquete termina pouca coisa acima. Essa batida propicia quase tanta força quanta a batida horizontal, mas o efeito dado dessa maneira aumenta em muito o controle sobre a bol

ada de

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CAPÍTULO 3

TOPSPIN E UNDERSPIN

A DIREITA COM TOPSPIN Esse é o golpe mais fácil do tênis e as

estatísticas que arquivo há mais de uma década, assistindo a todos os tipos de torneios, desde os “ruimbledons”da vida (não confundir com Winblendon, o de verdade) até torneios do Grand Slam*, como o U.S. Open (torneio aberto dos Estado Unidos), revelam que os jogadores usam a batida de baixo para cima em 70 a 80 % das vezes em que batem pelo lado direito. Vamos então seguir a sempre sábia maioria e treinar o topspin, que pela direta dá facilidade ao tocar na bola, mesmo quando ela está abaixo da linha de cintura, e até mesmo mais alta. A importância disso é que nem sempre você consegue se movimentar e pegar a bola na altura certa. Como exemplo, você pode reparar que Lendl ou Pat Cash não batem na bola fora da altura ideal, porque eles têm um senso de antecipação extraordinário, que você desenvolverá. Assim observe como McEnroe começa a se deslocar em direção ao ponto em que baterá na bola antes mesmo do adversário tocá-la (o que é fácil de comprovar passando um filme, quadro a quadro). Já o principiante só percebe a direção que a bola está tomando quando ela está próxima à rede. Portanto, embora possa progredir rápido neste sentido, no início você terá muito menos tempo para chegar à bola que um grande jogador.

A direita com underspin ou backspin (não vamos nos esquecer dos restantes 20 a 30 %), veremos numa fase mais adiantada do jogo.

*GRAND SLAM: Os quatro grandes torneios: WINBLEDON, ROLAND GARROS, U.S. OPEN E AUSTRÁLIA OPEN.

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comece o movimento abaixo da cintura, com a cabeça da raquete mais baixa que o cabo; bata na bola à altura da cintura, com a cabeça da raquete na altura do cabo; após continuar o movimento na direção do alvo, recolha (dobre) o braço e pare o movimento na mão esquerda; a cabeça da raquete termina mais alta que o cabo; feche a raquete depois de bater; a raquete fica perpendicular ao chão do início do movimento até tocar na bola.

Após um primeiro treino você poderia dizer:

“não achei esse movimento natural!”. Naturalmente que não parecerá tão natural no início, pois a sua musculatura não tem ainda o necessário alongamento para permitir movimento tão amplos, e então tudo tenderá a sair do lugar: a pegada escorrega da posição, fica difícil continuar o movimento até o final, o pé direito, que fica atrás, tende a não agüentar “segurar” a posição, deixando o corpo rodar etc. Para evitar isso, alongue os seus músculos em casa, trabalhando-os por algum tempo, fazendo a posição e simulando o gesto da batida. Você vai perceber que na

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parte final do movimento os músculos das costas serão bastante exigidos, e você os sentirá esticando.

A ESQUERDA COM UNDERSPIN

Talvez possa parecer estranho que, depois de ter elogiado o golpe com topspin para a direita como sendo uma batida bem agressiva e ter dito que seu efeito dava um bom controle à bola, eu venho agora dizer que o melhor golpe para a esquerda para os iniciantes e para os colocados até o número quatro daquela classificação da Associação de Tênis dos Estados Unidos é a batida de cima para baixo, ou o backspin. É, mas vou explicar.

A direita é o nosso lado “bom”, como a esquerda é para os canhotos. Talvez, por isso, ou por naturalmente desenvolvermos mais força na musculatura interna do braço, pois quase não fazemos força apoiando as costas da mão, ou mesmo pelo fato de os ombros estarem em posições diferentes em relação ao ponto de batida (na esquerda, o ombro direito está na mesma linha da perna de apoio, o que dificulta um pouco o corpo acompanhar a continuação do movimento), ou por tudo isso junto, mas é fato comprovado que na esquerda com topspin não se tem o mesmo controle sobre as bolas que vêm mais altas que a linha de cintura, e menos ainda sobre as bolas sem peso, e você certamente terá que enfrentar adversários que mandarão aquele segundo saque mole e temeroso de erro, e que baterão dúzias de bolinhas altas para sua esquerda .Você não pode deixar de pensar também nos voleios amortecidos e sem peso, além das deixadinhas, lobs etc. Concluindo, você tem que ter uma esquerda que domine todo e qualquer tipo de bola, e não uma especial só para 50% das bolas.

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Analisando mais tecnicamente, se você usar a batida de esquerda com underspin, estará batendo na bola no mesmo ponto em que baterá no voleio, por exemplo. O seu peso será transferido para a bola da mesma maneira nesses golpes. Aliás o voleio é um golpe que deverá ser aprendido no primeiro mês que você começar a jogar, pois isso irá ajudá-lo no desenvolvimento das batidas do fundo da quadra, e isso você perceberá quando fizermos a descrição desse golpe.

Sempre acompanhei com tristeza a dificuldade encontrada por jogadores que desde o início tentavam aprender a esquerda com topspin, mesmo usando a técnica apropriada. Nas aulas com seus professores, que mandavam a bola na altura certa, acertavam bolas lindas e saíam entusiasmados. No dia seguinte, não conseguiam repetir a performance frente a seus adversários, que naturalmente têm peso variável de bola e mandavam-na em qualquer altura. Aí dá-lhe de quebrar raquete. Creio que não é isso que você deseja. Para ser um vencedor não basta jogar bem só contra o instrutor.

As estatísticas também mostram que os tenistas em geral usam o topspin em 30% dos golpes e o underspin em 70% das bolas que devolvem pelo lado esquerdo, e somente entre os cem melhores jogadores do ranking esses números caem para 50% topspin e 50% underspin.

Assim, se você não é um deles (ainda), a batida de cima para baixo, que dá o melhor controle possível nas bolas baixas e principalmente nas altas, é a indicada para se iniciar no jogo, e depois de algum tempo, quando você já tiver um bom controle desse golpe, deverá treinar o topspin e passar a bater cada bola escolhendo entre uma e outra a maneira de bater.

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o movimento começa acima da cintura, com a cabeça da raquete acima do cabo; bata na bola à altura da cintura, com a cabeça da raquete na mesma altura; o braço começa dobrado para esticar antes de tocar na bola, continuando assim o máximo possível na direção do alvo. A cabeça da raquete termina mais baixa que o cabo; abra a raquete depois de bater; raquete perpendicular ao chão só no momento do golpe.

O importante nesse golpe é desenvolver a força

da musculatura externa do seu braço. Você pode exercitar isso treinando o golpe em casa, fazendo o movimento sem bola e usando a capa na raquete para deixá-la mais pesada.

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A ESQUERDA DUAS-MÃOS COM TOPSPIN A ajuda da esquerda, sua “mão boa” desse lado,

permite que você tenha controle tanto das bolas altas quanto daquelas com menos peso. Nesse caso, as vantagens do topspin são muito maiores, e o efeito de underspin é usado somente em 10 a 20% dos golpes.

o movimento começa abaixo da cintura, com a cabeça da raquete abaixo do cabo; bata na bola à altura da cintura, com cabeça da raquete na mesma altura; continue o movimento o máximo possível na direção do alvo; a cabeça da raquete termina mais alta; a raquete se mantém perpendicular ao chão.

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CAPÍTULO 4 A importância da técnica do tênis tem um peso

muito grande na qualidade do jogador. Essa proporção talvez seja maior em relação a outros esportes. Explico: vamos pensar em três esportes com bola e que são bastante populares: o futebol, o basquete e o vôlei. Em todos, a bola é jogada usando o corpo (braços e pernas) e isso torna o aprendizado mais fácil e natural. Ninguém precisa de professor para aprender a jogar. Com o tênis é diferente. Você tem que bater na bola com distâncias que variam de um metro e meio a cinqüenta centímetros do seu corpo, usando uma raquete com cordas elásticas que fazem a bola ir bem forte. Aí então é que você precisa de alguém para lhe ensinar o meio mais fácil de conseguir jogar. Instintivamente, sempre complicamos, e julgo natural que isso ocorra, pois desde que você nasceu raras vezes foi preciso ficar de lado para alguma coisa se mover sob a ação de sua força.

Às vezes, um voleio mal treinado é suficiente para fazê-lo errar aquele ponto bem preparado no fundo, com aquela paralela colocada bem no canto e uma perfeita subida à rede e enquanto a bola “sobra” para matar, você erra. Nada é pior. Vi muita gente educadíssima se transformar em bicho em situações como essa, e muitas raquetes já foram quebradas nessas horas de desespero. É incrível como um jogo de tênis pode nos conduzir a estados de emoção tão extrema, como a euforia da vitória ou a raiva e a vergonha da derrota. Não que haja desonra em perder, mas muitas vezes sentimos ódio por termos sido derrotados por nós mesmos, ao errarmos uma bola fácil. Aí, tome de xingamentos,

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Apesar de já ter presenciado muitos momentos como este, o que mais me marcou foi o protagonizado por Marcos de Vasconcellos, um bom amigo que o ano de 88 levou. O Marcos era um intelectual e boêmio. Arquiteto, escritor e músico (da época da Bossa Nova). Uma vez, após uma noitada daquelas em que ele havia tomado umas e comido outras, jogamos um set. De um lado, eu, tinindo. Do outro ele, resfolegando e ainda por cima tentando impressionar a linda garota que havia chegado e assistia ao nosso embate. Naquele dia nada dava certo para o Marcos, e ele quieto e controlado como um gentleman inglês. O jogo pedia. Porém, dois dias depois, em sua coluna no jornal “A Tribuna da Imprensa”(RJ), ele escreveu, e arrasou com o jogo. Não ficou pedra sobre pedra, como você poderá ver no artigo. E já no título começou com um trocadilho entre o grande campeão Thomas Koch e o bacilo (micróbio) homônimo.

O BACILO DE KOCH

“Exatamente como o boliche de anos atrás a epidemia agora é de tênis, jogo de origem hindu que os franceses dizem ter inventado, mas que J. K. Galbraith contesta. Afirma ele que os inventores desta insanidade foram dois ingleses neuróticos, mais entusiasmados com o branco do uniforme contrastando com o âmbar terroso das quadras do que propriamente com a atividade física que consideravam um balé de coreografia paupérrima, indigente e de posições extremamente deselegantes. Repudiaram-no, como Santos Dumont aos aviões”.

“O jogo não é difícil. Pratico-o e posso garantir: é impossível. E se, ainda por cima, o candidato passou dos vinte anos deve mais é se dedicar ao ócio do povo e se resignar ao estiolamento que acomete os sedentários,

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configurado na barriga, na musculatura e no fôlego. Deploráveis todos.”

“Mas há quem queira tentar o domínio do dragão. Conheço alguns casos cujas pretensões variam de acordo com a índole do principiante. Existem os que afirmam almejar apenas um lugarzinho ao sol, batendo uma bolinha dominical, sucedânea da Santa Missa. Os “proustianos”, outro tipo, aplicam-se no aprendizado como nocivos em busca do tempo irremediavelmente perdido. E há os vitoriosos insaciáveis. Vitoriosos na conta bancária, nos matrimônios, nos extraconjugais, na profissão, nas relações públicas e particulares. A insegurança também os obriga à vitória nas quadras, à impossível vitória nas quadras. É o tipo mais patético. Todos, porém, coincidem num ponto: secretamente acham o jogo uma barbada e estão seguros de que em uma semana vão estraçalhar. Não estraçalham. Passados seis meses, também não. Aí, advém a crise dos nove meses, quando o tênis não nasce, quando a bola continua fugidia, quando a raquete não lhe dá na mão. Nesta hora de infortúnio, a maioria garimpa uma desculpa para desistir; compreendeu que aquela história de ter sido do ranking familiar do pingue-pongue não adiantou nada. Aliás o equívoco é corriqueiro: bateu raquete na praia e pingue-pongue com os meninos pensa que pode adentrar na quadra de pó de tijolo sem passar vergonha. Pensa, entra e passa.”

“Você só começará o aprendizado do tênis

quando ignorar a platéia que invariavelmente se forma às margens do quadrilátero maldito, quando der a outra face, quando desprezar a galhofa e passar por cima do deboche que acompanha situações como, por exemplo, furar. É a mais humilhante das proezas. É o frango, a penosa. A mais triste, porém, é o cadetu. A bola veio de lá, você rebateu, ouviu o barulho e tudo, mas e a bola? Pra onde foi a bola?

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A galera então começa a gritar: Cadetu! Cadetu! De repente, a desgraça. A bola ficou enganchada na forquilha, na desgraçada forquilha de sua raquete e, quando percebem que achou, esgoelam: Tataqui! Tataqui! Na estatística de suicídios motivados pelo tênis, o Cadetu é responsável por cerca de 12% entre os iniciantes e 33% entre os veteranos de vigésima classe.”

“Passados os nove meses referidos, do garboso contigente de voluntários do início da guerra, altivos como Hussardos da Guarda, resta um bando maltrapilho de refugiados retirantes, perdidos e mal pagos, queixando-se de tudo e, acima de tudo, da sorte. Estes infelizes que não escaparam a tempo, estão tomados para sempre da doença e das seqüelas deste sport (sport? Tão sport quando um MP Lafer) absurdo.”

“Estou convencido - e dou a informação de barato que o tênis não é uma atividade autóctone, ou seja, oriunda da terra. Basta olhar um humano. É visível a inadequação de sua anatomia para tal exercício. Eric Von Daniken, no seu livro Eram os Deuses Astronautas? (Erinnerungen an Die Zakunft. 1968. Econ Veriag, Dusseldorf und wien), advoga a mesma tese. Na página 152 estão nitidamente representados dois jogadores extraterrenos, com raquetes, bolas e protegidos com capacetes espaciais. São conhecidos como ‘os tenistas de Val Camonica’, pintura rupestre italiana.”

“O esporte mais caro do mundo é evidentemente a Fórmula 1, mas só meia dúzia de idiotas consideram isto um esporte. De qualquer maneira tem a vantagem de ter montaria e a parafernália incombustível (?) fornecida por aficcionado de fora . Abaixo, vem o iatismo que não pode, a rigor, ser considerado o esporte das multidões. Em seguida o pólo, o golfe, o tiro, a esgrima etc, que exigem um bom equipamento para sua prática – como se diz ? –competitiva. O mais barato é, realmente, o futebol. Basta

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bola, pé e cabeça. Se, num esforço de reportagem, quisermos considerar tênis um esporte, seu custo está ao nível do pólo. E pólo norte. A única diferença é que no tênis o cavalo somos nós.”

“Pra começar, o equipamento. O tênis requer raquetes e raquetes estrangeiras, encordoadas com tripa (gut), com a massa de empunhadura (grip) de acordo com a pegada de sua mão (hand). Aviso logo que raquete nacional é pra menino ou para quem ganhou menos de um milhão na loteria e está pensando em entrar em seara alheia sem convicção. No entanto, é bom saber que um iniciante jamais distinguiu uma Procópio de uma Head, da mesma maneira que não sabe a diferença de uma Wilson e uma Allis Chalmers.”

inguém.”

“E tem bolsa pra acessório tem, tem fita pra cabeça tem, tem pozinho pra corda tem, tem canhão pra parceiro tem, tem pulseira pra suor também, tem placar para pulso tem, catador para bola tem, tem luva pra calo tem, tem fita de índio tem, tem faixa pra cotovelo tem, tem toalha pra cara tem e tem roupa como n

“A roupa, a farda, o uniforme, o traje de luces. Futebol você pode, em determinadas circunstâncias, jogar até nu; para a prática do tênis, você tem que estar vestido como Samurai de museu. Os uniformes, como tudo na vida, dividem-se em categorias. Começam por A e vão em frente, letra por letra. O calouro, para quem o tipo A foi destinado, é também o destinatário da frase: mucha ropa, poço juego, cunhada por Pancho Segura Cano, ao jogar no Rio com um dândi ruim de bola. Recomenda-se os modelos de C até E. São mais discretos e o seu jogo nenhum passa despercebido. Depois do tipo E, os uniformes decaem de qualidade, limpeza e conservação. São exclusivos dos campeões”.

“Uma vez fardado, onde jogar? No Rio, basicamente nos clubes, são poucas as quadras

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particulares. Vamos tomar como exemplo dois extremos, o club mais fechado e o crube mais aberto do Brasil: o Country e o Flamengo. A propósito: você distingue um nativo do Country de um forasteiro pela maneira como se referem ao Club. O primeiro diz cân-tri, o outro cáuntri. Os mais snobs dizem simplesmente o Clube”.

em cont

você é chegado, o bar depois e o sacrossanto profe

m papinho depois, a aula jama

“O preço dos títulos, assim como a abertura, também varia. O do Country anda por volta dos cem mil dólares, à vista, fora a transferência; o do Flamengo nem tanto, quinhentos dólares, a prazo. Bastante mais

a.” “Passado pelo crivo das duas diretorias, o

sobrevivente se habilita às novas despesas: taxa de conservação das quadras, taxa de iluminação noturna, gratificação dos boleiros (gandulas de alto luxo), apostas eventuais, se

ssor.” “O professor de tênis tem horror a ser professor

de tênis. Mas por quê? Perguntar-se-á, estupefato, o leitor a ponto de cometer uma mesóclise. E com toda razão. Mas é ainda o leitor que especula - se não tem que botar gravata, ir pro centro da cidade, atender telefone, ter secretária e contínuos; se só jogam com sol, estão o ano todo saudáveis, bronzeados; se não trabalham com chuva, aos sábados, domingos e feriados; se são regiamente remunerados por hora que acaba sendo quarenta e cinco minutos, porque o boleiro demora a remuniciar, por preguiça, mesmo ganhando mais que um paraíba de obra; há sempre um papinho antes, u

is começa na hora, por aí.” “Por quê? Respondo: Não sei. Não tenho idéia, é

um mistério que convida à reflexão. São uma espécie de hiena às avessas: têm tudo e só vivem reclamando, sentem-se logrados, queriam estar nos verdes de Forest Hills, de Rolland Garros, de Wimbledon, erguendo taças,

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esquecidos dos tristes trópicos que os obriga a atuar como sparrings remunerados de impossíveis campeões. Dou toda

seja, bater uma bola doméstica com os amig

s o tênis, esse, amigo, esse jamais vai gostar de alguém.”

Marcos de Vasconcellos

do a me or parte de sua relação de amor e ódio com o tênis

razão.” “Mas, fora os percalços, os preços, os

professores, vale a pena. É uma brincadeira desafiadora, alegre, bonita e, quando bem jogada, brilhante. Como as intrigas – mesmo as anuladas – as aulas sempre deixam resíduos. Você acaba aprendendo e pode chegar a ser um carne-assada, ou

os sem fazer feio”. “Passados os anos, fica-se apto a receber a

chancela que lhe avalisa o status de tenista pré-amador, o que já é coisa pra burro. Esta chancela, pela qual você suou um oceano, gastou rios de dinheiro, chorou temporais de sangue, só lhe devolve uma gota de gratidão: o tennis elbow. Uma dolorosa, sofrida, misteriosa e incurável dor de cotovelo que, finalmente, significa que você pode adorar tênis, seja aluno, professor, campeão, calouro ou veterano. Ma

Uma semana depois, lá estava o Marcos de

novo, feliz e contente, jogando as suas partidas e vivenlh

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CAPÍTULO 5

agora:

l;

o ;

); ;

COORDENAÇÃO MOTORA

“Na anatomia funcional e na cinesiologia é entendido por coordenação de movimentos as ordenações comprovadas na atividade de cada

músculo e de grupos musculares.”

Teoria da Motricidade Esportiva Kurt Meinel

A partir dessa teoria podemos entender que para coordenar um movimento precisamos “mandar” nele por inteiro; então, devemos treinar bem cada etapa e ir incluindo dados novos à medida que tivermos “decorado” os anteriores.

Para melhor compreensão e maior facilidade, o nosso treinamento foi dividido em três fases. A primeira é dedicada ao desenvolvimento da coordenação grossa. Na segunda, se dará o desenvolvimento da coordenação fina e, na terceira e última fase, se trabalhará a estabilização da coordenação fina.

Para você controlar melhor o desenvolvimento do seu jogo, vamos repassar e enumerar todos os itens treinado até

1 - pegada continenta2 - bater na bola à altura da cintura; 3 - ficar de lado, colocando na frente o pé contrári ao lado da batida4 - usar a batida horizontal (flat5 - bater na bola à frente da perna de apoio

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6 - bater com o braço esticado; ;

e a

to: n

n

7 - continuar o movimento na direção do alvo8 - o braço esquerdo não fica junto ao corpo; dê a el sua função cert

Substituímos depois no número quatro a batida flat pelas batidas com efei

4 - direita topspi esquerda underspin ou esquerda duas-mãos topspi

Vamos agora à seqüência natural, substituindo a posição de lado para a quadra e assumindo a postura correta de espera da bola, que é ficando de frente, se posicionando quando ficar definido para que lado ela vem. Como agora você já tem a noção correta da posição do pé de apoio (oblíquo ao plano de simetria do corpo, para que seus movimentos sejam sempre para a frente a partir da posição de perfil), pode passar a ficar de frente porque, quando virar o corpo, seus pés já irão automaticamente para a posição correta.

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O melhor treino para exercitar o domínio sobre esse primeiro passo é ter alguém que jogue as bolas com as mãos, já na distância certa para você bater. Bastarão dois treinos de quinze a vinte minutos, com a bola sendo lançada para um lado e depois outro para que você já possa passar a treinar a corrida, como veremos a seguir. Ao bater na bola é importante estar sempre parado para concentrar a força a conseguir dirigí-la para a direção que terá o golpe: para a frente.

O tenista que não treina dessa maneira, no começo, normalmente tem muita dificuldade em bater parado, pois raramente fica à mesma distância entre ele e a bola por não estar habituado a tal comportamento. Ele, então, anda na hora de bater, e normalmente esse andar é para todas as direções, menos para a frente, que é a direção certa. Pois a verdade é que, se for preciso dirigir uma força para a frente e, no mesmo instante, você desloca seu peso para o lado ou para trás, é evidente que a resultante dessas forças é defeituosa. Como o iniciante anda no instante de bater, a musculatura não é suficientemente alongada, os músculos não são corretamente trabalhados e demora-se muito mais tempo para ganhar força nas pernas.

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A CORRIDA

Para bater na bola que vem próxima, vimos que

um passo é suficiente. E se ele vier mais longe? Damos um segundo passo, porém fica-se fora de posição. O jeito é darmos um terceiro passo para poder bater. A seqüência não muda: todos os pares nos colocam de frente e podemos bater em todos os ímpares. O que vai variar é o número de passos ímpares (ou um, três ou cinco, etc.) e o

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tamanho deles. Explico: partindo do centro da quadra podemos, com três passos, apanhar uma bola lançada ao canto; porém, uma bola bem mais próxima e que não dê para apanhar com só passo, devemos dar três passos men

os com

stância certa para você exercitar essa corri

sob condições favoráveis, com um razoável cont

e em pouco tempo o dese

falta para que você possa jogar a sua primeira partida: o saque.

ores para chegarmos certo a ela. Quem sabe dar três passos para bater, sabe

correr. Nós só devemos “conferir” essa coisa que fazem habilidade desde criança para adequá-la ao jogo.

É comum o iniciante sair com o pé direito primeiro, o que não o coloca de lado e o obrigará sempre a dar um passo a mais. Outra coisa a conferir é a tendência comum que os jogadores iniciantes têm de, principalmente na esquerda, dar o primeiro passo “para dentro”, não avançando, mas dirigindo-se levemente para trás, o que os deixa quase de costas na hora de tocarem na bola, dificultando em muito o golpe desse lado. Para que você crie o hábito de correr sempre certo, faça como no treinamento anterior: peça a alguém que mande com a mão as bolas na di

da controlada. Terminamos assim a primeira fase do nosso

treinamento - o desenvolvimento da coordenação grossa. Esse estágio vai desde o primeiro contato com a raquete e com e com o toque da bola até o ponto em que o jogador já pode executar os movimentos para a direita e para a esquerda,

role. Agora começa a melhor parte. O jogador, após

alguns poucos treinos, já pode sentir o prazer de jogar, de bater forte, de controlar a bola e dominar os seus próprios movimentos. Sim, ainda comete muitos erros ,mas é natural que isso aconteça

mpenho irá melhorando. Em seguida, tratamos do último golpe que

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CAPÍTULO 6

O SAQUE

O saque é um golpe fácil, mas exige do iniciante alguma prática até que o movimento possa fluir com naturalidade.

Existem três tipos de saque: um é sem efeito e vai conseqüentemente com mais força; o outro, é com sidespin (efeito de lado). O terceiro é com topspin e sidespin juntos. O mais fácil de ser executado é o sem efeito, chapado, e é o que permite que a bola atinja velocidades de até 220 km/h, sendo que as mulheres já atingem a incrível marca de 180 km/h (a medição da velocidade da bola no saque é feita por um pequeno radar que registra os sons da batida da raquete na bola, e do instante em que ela toca o chão, calculando assim sua velocidade no percurso). O saque pede, assim como nos seus golpes de direita e esquerda, uma posição de lado para o seu objetivo, que agora são as áreas de saque sempre contrárias à sua posição, ou seja, quando você for sacar à direita do meio da quadra seu saque deve sair cruzado, indo ao retângulo à sua esquerda.

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Para ter bom saque o tenista precisa treinar o movimento até conseguir um alongamento maior da musculatura das costas e dos músculos inseridos nas articulações do cotovelo e, principalmente, do ombro, dos quais serão exigidas uma grande flexibilidade. A melhor maneira de conseguir esse resultado é exercitar o movimento, que é bastante amplo, dominando todas as suas etapas em separado, visto que, além da batida, tem-se que controlar também o (importante) movimento de lançamento da bola.

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Faça esse movimento “feito um robô” por alguns dias para depois reduzí-lo a apontar a raquete na direção do alvo, colocá-la atrás da cabeça, lançar a bola e batê-la, tentando seguir a trajetória correta durante todo o percurso. É muito importante dar essa seqüência para que você não faça um movimento “mole” e para “puxar” pela musculatura, visando efetuar corretamente os alongamentos.

- posições dos pés; - apontar na direção do alvo (braços nem muito encolhidos, nem esticados); - apontar para o chão (braço esticado); - apontar para trás (sentido oposto ao alvo-braço esticado); - trazer a ponta da raquete para trás da cabeça, como se quisesse coçar as costas com ela; - lance a bola (num movimento vertical) ligeiramente à sua direita, e pouca coisa à sua frente;

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- com o braço dobrado, leve a raquete pouca coisa para baixo e para trás (na direção oposta ao alvo) para conseguir mais impulso e dirija a raquete na direção do ponto de impacto; - bata na bola pouca coisa à sua direita, pouca coisa à sua frente; - continue o movimento na direção do alvo; - recolher (dobrar o braço)cruzando-o pelo corpo, até repousar a raquete na mão esquerda.

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l;

; ; t;

a

; ;

rda.

ço.

Para que você perceba a relação entre as batidas, vamos refazer aquela lista de oito itens usada para treinar os golpes do fundo e, com uma só substituição no item dois, verificar que você continuará a exercitar procedimentos que ajudarão a desenvolver os golpes de fundo.

1 - pegada continenta2 - raquete na direção do alvo/atrás da cabeça3 - ficar de lado4 – chapado - fla5 - bater à frente da perna de apoio (lance a bol nessa direção); 6 - bater com o braço esticado7 - continuar o movimento na direção do alvo8 - terminar o movimento repousando a raquete na

mão esque

A importância do lançamento da bola tem a ver com o fato de sempre precisarmos jogar o nosso peso na bola e na direção do golpe para conseguir a força. O lançamento para trás ou para os lados faz com que o nosso peso acompanhe o corpo nessas direções e a resultante é um “tique”, aquela bolinha morta e sem peso mandada só com o toque do bra

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CAPÍTULO 7

O VOLEIO

DE DIREITA

DE ESQUERDA

- Ficar de lado, pé contrário à frente; - O movimento é curto e o ponto de batida é um pouco à frente do pé de apoio; - O corpo faz uma pequena rotação para acompanhar o movimento. - No final do movimento a raquete fica aberta (face usada para bater virada para cima).

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Toda vez que batemos numa bola, sem que ela

quique no chão, estamos executando um voleio, desde que essa bola não esteja muito mais alta que nossa cabeça.Esse é o golpe de menor amplitude de movimento, o de técnica mais simples e o de aprendizado mais rápido no tênis. Nesse golpe, salvo situação especialíssima, não se bate na bola, não se acrescenta força a ela. Ao contrário, devemos amortecer um pouco essa força para devolver a bola com sucesso.

O voleio é uma jogada de ataque e de rapidez, mas não necessariamente de força. Muitas vezes, o seu voleio levemente amortecido terá tanta ou mais velocidade no trajeto rede/fundo do que teria a bola forte do seu adversário, se você não a tivesse interceptado e ela fosse de um a outro lado da quadra.

Para você controlar bem a bola, algumas dicas

são especialmente importantes no voleio.A primeira delas se refere à trajetória do movimento, que é de cima para baixo. O underspin é a única maneira de amortecermos uma bola forte, além de possibilitar controle sobre a bola que vem mole e sem peso e sobre a bola que descai abaixo da rede.A segunda é que o braço deverá estar dobrado durante todo o movimento, pois, se para batermos temos que esticá-lo, para amortecermos devemos dobrá-lo.

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Observe quando um jogador de futebol mata uma bola no peito. Todas as articulações se dobram para o corpo absorver o golpe, o mesmo acontecendo com o jogador de vôlei quando ele amortece uma cortada.

Outro ponto importante é a amplitude do movimento, que deverá ser curto, pois se você não precisa de força, não precisa de grande impulso; e se você não precisa de profundidade (lembre-se, você está perto da rede), não precisa de continuação longa. Além disso, no voleio você não teria tempo para fazer um movimento amplo.

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Para treinar, você deve ficar exatamente como no primeiro desenho: os pés no lugar correto, e a raquete acima da cintura. Peça a alguém que mande algumas bolas que você vai bater sem precisar sair do lugar. Uma vez “decorada” a posição dos pés e da raquete, ao se iniciar o gesto da batida, você já pode cuidar mais da direção da bola, que deverá ser golpeada para o meio da quadra. Nesses primeiros treinos, siga aquela regrinha que você já conhece: a bola sai sempre perpendicular ao plano da raquete. Portanto, se ela estiver indo muito cruzada, é por que você está batendo antes do tempo; e se estiver indo muit

evem avançar em direção à rede, não se

o paralela à linha lateral, é sinal de que você está batendo tarde, isto é, depois do ponto ideal.

Exercitado o movimento mantendo o corpo de lado, você deve passar treinar obedecendo à atitude correta para esperar a bola: de frente para a quadra. E, como ocorreu nos golpes do fundo, agora você já sabe levar automaticamente a raquete para o ponto certo. E, por sua vez, os pés, que d“confundirão” com a posição diferente já treinada nos golpes do fundo.

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CAPÍTULO 8

emanal e posteriormente

A LINGUAGEM DO ESPORTE A primeira partida de futebol a que eu assisti de

corpo presente foi no Maracanã: Brasil e Bolívia. Cento e vinte mil pessoas no estádio. O convite partiu de uma das primeiras pessoas de quem fiquei amigo quando cheguei ao Rio de Janeiro, a Ana Cecília Nabuco de Magalhães Lins, nome de princesa e estilo de vida igualmente principesco, que foi a melhor cicerone que eu poderia ter: Tribuna de Honra, o melhor lugar do estádio para ver o jogo. Mas o que menos vi naquele dia foi o jogo. Vi como uma bola podia enfeitiçar uma multidão que cantava, gritava e chorava com ela. Vi como um jogo podia transformar sujeitos pacatos, como um amigo, médico e artista, que no dia-a-dia era uma flor de tão gentil, do tipo “incapaz de fazer mal a uma mosca” e que, a cada falta mais dura dos bolivianos, gritava, melhor, urrava —quebra! mata! arrebenta!

Aquelas milhares de pessoas que produziam um som mágico com suas vozes uníssonas pareciam, depois do jogo, felizes e aliviadas, como se tivessem deixado no estádio preocupações e tristezas acumuladas na semana inteira.

Esse jogo realmente me impressionou. Mas, antes de falar sobre ele, vou transcrever uma crônica de Arthur da Távola — político, intelectual e escritor de rara sensibilidade — que, mesmo não sendo um tenista, ao assistir a uma final de torneio pela TV, produziu essa pérola publicada numa revista sem livro, e que me ajudou a compreender melhor alinguagem contida nesses jogos.

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QUE JOGO ESTRANHO ESSE TÊNIS, TÃO BELO

“Como você responde à agressão? Com outra? É ofensivo? Ou se recolhe, atua na defensiva? Cansa o adversário nas brigas? Parte logo para o destruir? O tênis o denunciará.

Haverá esporte mais solitário e de decisões solipsistas que o tênis? São horas e horas sem falar. Tensão e atenção. Pergunta e resposta. Frases curtas. O tênis não é conversa, encontro ou colóquio: é bate-bola. É troca de insultos ou interjeições. Oposição de opostos. É confronto imediato. Nada de defesas verbais. De grandes teses. Frases curtas e cortantes. Cortadas. Tiradas de efeito. Frase de lá, resposta de cá. Um de cada vez. Estilo telegráfico. Ganha o ponto quem fizer a frase mais aguda. A crítica mais rude. Troca de interjeições! No tênis não há tempo para conceituar. O fato é mais rápido que a sua percepção. A jogada engana o olho. Escapa ao reflexo. Vive de surpresas sempre iguais. Obsessivo. Compulsivo. Horas e horas no vaivém. Não é um grupo tratando de acertar. São dois inimigos, um tratando de fazer o outro errar. O tênis são duas pessoas brigando de morte numa rua deserta. Só eles. Ninguém mais. Horas e horas.

Disciplinou a torcida. Elegante, apenas palmas, distinta e distante referência. Tudo o que perturbe a solidão do ódio dos antagonistas deve ser evitado. Apenas o espetáculo de duas solidões, se enfrentando, horas e horas, até exaurir o que será derrotado. Jogo sem empate e sem metafísica. O tênis é zen. Aqui e agora. Ação pura.

Esporte órfão. Não tem família (equipe). Não tem pai (técnico). A solidão humana. A luta pela vida. Orfandade total. Decisões pessoais e silenciosas. A arma é a raquete. Agressão, muita, derivada para a bola. E tome pancada. Um antigo ritual de luta. Porretes. Tacapes. Paus. Lanças. O homem se civilizou, dizem. Ou supõe-se.

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Colocou um espaço entre os contendores. Deu-lhes pacíficas roupas brancas. Imaculadas. Simulação de um desejo de paz. Colocou uma rede no meio. A rede tênue define o espaço vital, ou território, propriedade privada, quintal, jardim, terreno de cada um: aqui o meu, ali o seu. Cada um na sua propriedade, defendendo-a. Com porrete. No meio uma rede. Quase desnecessária, linha semi-imaginária, simbólica, mas suficientemente nítida para separar os territórios. Igual aos modestos portões ou porteiras. Fáceis de ser transpostos, mas expondo a risco de v

or gesto ou esperteza do o

ida quem o faça, por dar direito de reagir à invasão de domicílio.

Dois contendores afastados e vestidos de branco. Uma bola para os ligar. Resistente, elástica, ela pode e deve apanhar. E apanha. Ela representa o outro. Ela envia a mensagem e ao mesmo tempo é a mensagem. A violência da raquetada é no outro sem precisar dá-la nele. Porque há a bola. O tênis é a representação simbólica de uma violenta luta entre dois homens, sem exercitar nenhuma forma pessoalmente agressiva entre os contendores. Dois solitários e obsessivos lutadores, horas em silêncio, um na espreita do men

utro, ambos colocando na bola o ódio conflitivo. O tênis é a tocaia honesta e civilizada.

Se toda agressão humana pudesse canalizar a violência de seu impulso, através de uma representação ao mesmo tempo intensa e saudável, metade de suas crises inexistiriam. Tanto quanto esporte de técnica, beleza e eugenia, o tênis é descarga de agressividade. É poder bater à vontade, surrar horas a fios, abater sem remorso, tascar sem pena, cortar sem dó, surpreender, tocaiar sem piedade, espancar sem temor ou culpa. Há uma bola no meio Há distância entre os contendores. Há uma rede no meio. Há roupa branca de paz, de médico e de casamento. Há silêncio e respeito na platéia. Há o pressuposto de

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civilização, nobreza e distinção. Eles se batem de longe. Odeiam-se em silêncio. Cercado se significantes de civilização, respeito e status, o tênis é a mais terrível expressão de solidão e agressão Que jogo estranho!”

m conta a parte que comanda tudo isso: a cab

que eu o

tornadas esporte e beleza.

ARTHUR DA TÁVOLA Eu dou aulas de tênis, sem interrupção, há vinte

anos. Uma coisa que eu desenvolvi, através dos anos nessa atividade, foi a capacidade de observar. Sim, a coisa mais importante para quem se propõe a realizar um trabalho, onde o corpo é o meio, é observar. Dessas observações nasceu a convicção de que, para se trabalhar um movimento, uma corrida, um gesto de braços ou pernas, tem-se que levar e

eça. Óbvio, você irá dizer. Seria, se óbvias fossem as cabeças em geral.

O professor que queira ensinar ou mostrar a alguém uma maneira desse alguém melhorar seu jogo não pode simplesmente se deixar guiar pelas coisas que a pessoa lhe afirma serem seus objetivos. É preciso que se faça uma avaliação não só das aptidões físicas, para poder dar a carga de exercícios correta e de acordo com a capacidade física do candidato, como também sentir como a pessoa se porta num jogo. Às vezes, uma dose de confiança é melhor que duros treinamentos. Uma frase

uvi muitas vezes, pode já ter passado pela sua cabeça – não é que eu não sabia o que fazer. É que eu não faço o que eu sei.

Você já deve ter ouvido falar de expressão corporal. É a linguagem do corpo, é como as pessoas se mostram através dos gestos e movimentos. Uns se mostram completamente abertos e soltos. Outros já se retraem e possuem gestos tolhidos. É como se cada movimento preso tivesse uma história. E através de

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exercícios de respiração e de conscientização do gesto a pessoa pode se libertar da emoção que sufoca o seu gesto, e atitudes que dele prescindiam. Inclua aí uma situação de jogo, em que existem um adversário a vencer e platéia a dar satisfações. Tem-se aí uma expressão corporal ainda mais complexa e importante. Mais que a palavra? Sim, pois a linguagem do corpo é mais verdadeira por não sofre

por exemplo. Os tímidos e todos aque

ações não pude

r tantas influências externas (e internas) como sofre a palavra. O homem se civilizou, dizem, ou supõe-se como afirmou Arthur da Távola.

Na ânsia de agradar às pessoas, só falamos sobre coisas agradáveis, deixando no nosso íntimo tudo aquilo que julgamos as outras pessoas não iriam comprender ou gostar. Mas é fundamental que não deixemos que as emoções se acumulem em nosso corpo para que elas não acabem saindo de formas menos saudáveis, como as doenças nervosas,

les que têm o hábito de se controlar, de achar que podem racionalizar tudo, são as pessoas mais propensas a gastrites e úlceras.

E quanto aos instintos? Nossos ancestrais, que tinham que lutar (literalmente) pela vida, que tinham que defender um território contra invasores, homens e feras, caçar e pescar para alimentar a família, nos legaram instintos de sobrevivência que poucas ger

ram apagar. Afinal, são mais de 30.000 anos de pré-história do homem sobre a terra que, sedentário, colocado atrás de uma mesa, acumula uma energia que tem que ser liberada.

Mas voltemos àquele jogo de futebol no Maracanã. Vamos analisar, ainda que superficialmente, algumas nuances do jogo. O juiz, por exemplo. Ao xingar o juiz, é como se aquela massa de gente estivesse despejando agressões a todas as pessoas que gostariam de ter xingado, e por tantos motivos não puderam fazê-lo. Aquelas

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pessoas querem se afirmar vencedores através do seu time. Ficam felizes e tristes conforme o destino de sua equipe. Têm o direito de lamentar e comentar a derrota, pois a derrota, assim como a vitória, é coisa natural e comum, mas costumamos guardá-la dentro de nós mesmos, evitando comentá-la com as pessoas, como se ficássemos diminuídos por causa dela. As pessoas identificam-se com os jogadores, e vivem através deles uma felicidade comum pela

lmente porque faz com

ompetição é igualmente importante porque, com

conhecer o seu jogo. Através dele, você pode encontrar respostas capazes de levá-lo para mais próximo de você mesmo. E é conhecendo-se melhor que você pode desen s potencialidades e tornar-se um vencedor.

vida vitoriosa e cheia de glória daquele jogador. É a alegria que pode ter o anônimo torcedor. Já foi dito que se não fosse o carnaval e o futebol, já teríamos tido uma revolução neste país.

Você pode estar pensando “eu gosto de jogar tênis e ponto final. Pra que serve essa conversa toda para explicar uma coisa que eu já gosto?”. Você está certo. O importante é a gente fazer as coisas de que gosta, seguindo os impulsos e instintos. Mas esse blábláblá todo é para tentar mostrar às pessoas que ainda não começaram a praticar algum esporte (e qualquer um é bom) a importância da competição, principa

que ampliemos as nossas funções, mantendo o nosso organismo mais vivo e limpo. Limpo através do suor, que ajuda a eliminar do corpo venenos do cotidiano, como o álcool, gordura, cigarro, açúcares etc.

A co disse o Arthur da Távola, ”O tênis é uma

representação da vida”. É uma representação verdadeira, pois nessa linguagem ninguém nos educou, tolheu ou prendeu. Ela é solta e livre.

Busque então

volver mais as sua

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CAPÍTULO 9

USE MELHOR O CORPO

“O aprendiz somente poderá apropriar-se do

curso do movimento solicitado quando compreender corretamente a tarefa do movimento. Para isso, é necessário que ele conheça e compreenda exatamente o objetivo da ação e a razão do movimento. Esse requisito é de especial importância na formação metodológica doprocesso de aprendizagem. Quanto macompreendida a tarefa, melhor será a bpara aprendizagem de novos movimentos

MOTRICIDADE I

Günter Schnabel

dor é

te fará.

is exatamente for

ase dos requisitos a ”.

Você que já joga bem deve estar estranhando

que até agora eu não tenha falado uma vez sequer sobre duas coisas importantes do jogo: olhar a bola a e abaixar o corpo. Sobre abaixar o corpo, chegou a hora de analisar o seu treinamento. Quanto a olhar a bola, sim, é fundamental que você a olhe enquanto joga; porém, entendo que se você entra numa quadra para dar raquetadas numa bolinha, você vai olhar a... bolinha. Certo. Quando um jogaprincipian , já tem muitas coisas a realizar ao mesmo tempo e eu considero prejudicial pedir a ele que desvie sua atenção para uma coisa que ele instintivamen

te

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ABAIXAR O CORPO, OU COMO FAZER O SEU CORPO AJUDAR MAIS O MOVIMENTO

Como já vimos antes, você deve girar o tronco

quando bate na bola para que o corpo acompanhe o movimento de trás para frente, executado pelo seu braço. Vimos também que, além de realizar este movimento, você executa suas batidas com um efeito que pode ser de baixo para cima ou de cima para baixo. Então, devemos fazer com que o corpo acompanhe também esses movimentos. Agora que você já tem um melhor equilíbrio, resultado de um maior alongamento dos seus músculos e da melhor flexibilidade das articulações, pode treinar o gesto de abaixar o corpo. Para tanto, tenha em mente que a sua direita é com topspin (de baixo para cima) e para melhor acompanhar esse movimento você deve abaixar e, quando a bola chegar, ir levantando o corpo junto com o movimento do braço, fazendo com que o corpo ajude a aplicar o efeito à bola. Já a sua esquerda é com underspin (de

rna de apoio suavemente dobrado. Quando for bater, faça com que o

nto descendente

ãos (e com topspin

cima para baixo), e você deve aguardar a bola levemente abaixado, com o joelho da pe

corpo abaixe, acompanhando o movimedo braço e da raquete.

Se a sua esquerda for com duas m), aja como explicado para a direita.

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BATIDA DE DIREITA

BATIDA DE ESQUERDA

BATIDA DE ESQUERDA COM AS DUAS MÃOS

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Uma coisa que costumo dizer a quem estou treinando é que a ação das pernas é de tão grande importância nas batidas que as pessoas devem imaginar que vão “bater e dirigir a bola com as próprias pernas”.

bola.

Outra situação que exige o corpo abaixado ao bater é quando a bola lhe chega fora da altura da cintura, que é a ideal. Quando você vai bater numa bola que vem muito baixa, o certo é abaixar para que a cintura esteja na altura mais próxima possível da altura da

ABAIXANDO-SE NO VOLEIO

Você, que passou pela lição do voleio, deve ter reparado que nem sempre é possível volear na condição ideal, isto é, dando o passo à frente e batendo com o braço encolhido. Quando a bola vem muito distante, você voleia fazendo a mesma corrida que treinamos no fundo da quadra e bate com o braço esticado para poder alcançar a bolinha .Correto! Mas sempre treine buscando aquela atitude ideal. Só assim você conseguirá força na musculatura para que, mesmo deslocando o peso para o lado numa corrida longa de voleio, você consiga transportar o seu peso para frente, na hora da batida.

O voleio, jogada em que se aplica um leve efeito de cima para baixo, exige que o corpo acompanhe esse movimento descendente, dobrando-se com a batida para dominar o golpe.

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VOLEIO DE DIREITA

VOLEIO DE ESQUERDA

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CAPÍTULO 10

s dedos médio e anular.

AS RAQUETES

Um grande campeão do passado escreveu que “são necessários cinco anos para se fazer um tenista e o dobro para se fazer um campeão”. Eu nunca concordei com essa frase, porque com um ano e meio de jogo fui vice-campeão paulista interclubes* (invicto) e era terceira classe (são cinco as divisões de categoria, sendo a primeira classe o equivalente à faixa preta do judô). Tudo bem, não era um título internacional mas, na minha cabeça, um vice já me transformava num tenista e quase num campeão. Aquela frase, cunhada em 1950, perdeu-se no tempo e a evolução da técnica e dos materiais de jogo, principalmente das raquetes, permitem hoje mais facilidades e abreviam o tempo de aprendizado.

Ao comprar a raquete, o material mais importante do tenista, duas coisas são básicas na escolha: ela deve ser leve (light) e a grossura do cabo ou empunhadura (grip) deve ser compatível com o tamanho da sua mão. O método mais preciso para você encontrar o grip certo é medir a distância entre a segunda linha (abaixo dos dedos) da sua mão e a ponta do segundo dedo (o anular). Para ser preciso, meça por dentro, ou seja, colocando a régua entre o

*O campeonato interclubes é disputado por quatro jogadores de cada clube que se enfrentam em jogos de simples. Caso haja empate em 2x2 joga-se uma dupla para decidir o clube vencedor.

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As raquete trazem colado, próximo ao cabo, um adesivo que indica o peso e o grip. As medidas de peso são:

VE

IA UM

L = LIGHT - LEM = MEDIUM - MÉDLM = LIGHT/MEDI

O tema “raquetes” leva naturalmente à história do homem que revolucionou o tênis contemporâneo, provocando a mais profunda reestruturação do material do jogo desde a sua criação.

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Howard Head, engenheiro e designer, resolveu gozar férias numa estação de esqui. Contratou um professor e pôs-se a descer as montanhas nevadas plantado num par de esquis. Após muitos tombos, concluiu que a culpa era dos esquis, feitos de madeira. Resolveu então dedicar-se ao estudo do equipamento considerado por ele “duro demais, sem molejo...”.

facil

a no jardim, contratou um professor e com

Mister Head projetou então um esqui mais leve, bem maleável e com mais flexibilidade longitudinal. A base era de plástico, o interior de madeira e as bordas de aço, com revestimento de alumínio. Depois de muitos testes, o novo equipamento foi aprovado. Nasciam os famosos esquis marca Head. Já nos anos sessenta, quando os Estados Unidos tinham mais de um milhão e meio de esquiadores, a metade deles usava os esquis Head, que davam a qualquer um a chance de esquiar com extrema

idade. Com dez anos de sucesso e lucros espetaculares,

Mister Head vendeu a companhia e a marca para a AMF por dezesseis milhões de dólares. Retirou-se dos negócios, claro, e continuou a esquiar com as finanças equilibradas para sempre. Disposto a desfrutar da vida, construiu uma casa num lugar paradisíaco. Para não sucumbir ao ócio de uma vida fácil, Howard Head resolveu mergulhar no tênis. Construiu uma quadr

eçou vida nova. Como todo iniciante, Head sofria com as bolas

que teimavam em bater no aro, em vez de bater no centro da raquete. Para treinar mais, comprou uma máquina de lançar bolas, fabricada pela Prince, pequena empresa do ramo. Logo Head descobriu defeitos na máquina e resolveu aperfeiçoá-la. Levou seus desenhos à fábrica e, em pouco tempo, suas idéias foram aceitas, passando a empresa a fabricar a nova máquina, tendo Howard Head como sócio. A Prince cresceu vertiginosamente e no início

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da década de setenta já detinha 50% do mercado. Enquanto isso Head continuava a jogar mal. Até que um dia ele chegou à conclusão de que a culpa era da raquete e não dele. Voltou à prancheta. Para aumentar a estabilidade reduzindo o torque (a tendência de rodar em torno do próximo eixo), Head aumentou o raio da cabeça da raquete em duas polegadas e, como ficasse muito redonda, estendeu a área encordoada para o cabo e confeccionou-a em metal para suportar a força extra das cordas mais longas. O resultado foi um sweet-spot muito maior. O sweet-spot de uma raquete de tênis é o centro, o lugar ideal para

nte, e aum

as raquetes brasileiras são comparáveis às melhores raquetes do mundo.

se bater na bola. Como a inovação não feria as regras do jogo,ele

patenteou o modelo: uma raquete de área de corda quase duas vezes maior do que a tradicional, com um sweet-spot quatro vezes maior. Surgia então a raquete Prince, que melhorou o jogo de Mister Head, o de muita ge

entou ainda mais a sua já gorda conta bancária. Hoje são muitas as marcas que fabricam

raquetes de cabeça grande (big-size). E, como decorrência da ousadia de Howard Head, já há também a intermediária entre elas e as pequenas que são as de cabeça média (mid-size). Eu recomendo aos iniciantes que usem as marcas de acordo com as possibilidades e desejos de cada um, lembrando-lhes sempre que

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CAPÍTULO 11

A DEVOLUÇÃO DO SAQUE

Todo bom jogador saca a um passo do meio da quadra. O motivo é simples: a rede é mais alta nos postes e mais baixa no centro e quanto mais afastado do centro você estiver, melhor será o ângulo para conseguir passar a bola próximo à parte mais baixa da rede. Porém, se você se distanciar muito do centro da quadra, seu adversário certamente irá mandar a bola no “buraco” que ficará do outro lado. Portanto, ficando a um passo dele, você aproveita um pouco dessa curvatura da rede e não se distancia do meio. Em duplas, aproveite que você só cobre (teoricamente) metade da quadra e saque mais afastado do centro dela.

Para receber o saque, tire uma linha imaginária entre você e o sacador, e divida o retângulo do saque em duas partes iguais, postando-se ao centro.

O saque é uma jogada de ataque e todos os jogadores tentam fazer do seu primeiro saque uma arma (nos Estados Unidos, o saque forte é também chamado de cannon-ball, que, literalmente, quer dizer bala de canhão). Cabe então ao recebedor, que precisa tomar decisões

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rápidas quanto à velocidade e ao efeito do saque assim que for executado, assumir uma posição de defesa.

Se o seu adversário tem um saque fraco ou, no caso de devolução do segundo saque, normalmente bem mais fraco que o primeiro, deve-se usar as mesmas batidas dos golpes do fundo, sendo a técnica que estamos analisando agora a destinada à devolução dos saques mais rápidos e fortes. O lugar ideal para esperar um saque forte é perto ou em cima da linha de fundo. Se ficar mais avançado, você não terá tempo para fazer o movimento; ficando mais atrás, você vai abrir muito o ângulo entre você e a área do saque, obrigando-o a correr para tentar alcançar a bola mais distante (o que é quase impossível quando o saque é forte). Ficando próximo da linha de base, com um passo e mais o braço esticado, você alcança praticamente todas as bolas. A técnica desse golpe é exatamente igual a do voleio. A bola vem muito veloz e não há tempo de fazer movimentos longos. Deve-se, então, aproveitar a força da bola para, amortecendo-a um pouco, conseguir dominá-la.

devolução de direita - posição inicial; - avançar o pé esquerdo;- raquete atrás;

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- batida; - termina aberto;

ireção; corpo;

o; imento,

- d- rotação do corpo – abaixar o- braço encolhidNa devolução de esquerda repetir o mesmo proced

mudando o pé esquerdo para pé direito no 2o item.

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CAPÍTULO 12

O SMASH

- fique de lado (de perfil) para onde vai mandar a bola, pé esquerdo à frente; - a cabeça da raquete vai direto para trás da sua cabeça, pelo caminho mais curto possível; no smash, o tempo de preparação é muito mais curto que no saque; portanto, não faça movimentos longos para colocar a raquete no ponto certo; - use o braço esquerdo para apontar a bola; isso o deixará em equilíbrio; dando-lhe essa função, o braço esquerdo não fica dobrado e “esquecido” na frente do corpo; - dê uma laçada (movimento circular que a raquete faz atrás da cabeça) para tomar impulso.

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O smash (esmagar em inglês) é o golpe mais violento do tênis. Um jogador competente normalmente faz ponto certo no smash, pois o ângulo favorável da bola, bem mais alta que a rede, e o fato de ter a quadra toda como alvo, torna possível “soltar” bem o braço.

Repare nos desenhos que o posicionamento e a mecânica do smash são praticamente iguais aos do saque.

Assim como no saque, a força do smash depende bastante da velocidade do braço. Para garantir estar passando no ponto de impacto com a bola no ápice da velocidade do movimento,`faça uma continuação longa e veloz após bater na bola. Isso é muito importante porque a desaceleração de qualquer movimento nunca é feita de imediato, e a ordem para frear é dada e começa a ser executada sempre muito antes do seu final. A maneira mais simples de treinar o smash é fazendo uso de um paredão:

- bata na bola para que ela quique primeiro no chão, depois na parede e tente apanhar a bola com a mão esquerda, sempre se movimentando de lado para o paredão; esse exercício é bom para treinar essa estranha (a princípio) movimentação; quando você já estiver controlando melhor a força e direção da bola, passe a fazer smashs seguidos.

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CAPÍTULO 13

também mais solta.

COMPLEMENTO PARA OS GOLPES DO FUNDO

Todo principiante tem a sensação que movimentos arredondados para bater na bola são mais fáceis de executar, e acham um pouco presos os gestos mais curtos e retos como treinamos até agora. E, como já vimos, todas as pessoas quando vão jogar tênis querem mais é soltar o braço, bater com força. O objetivo desses movimentos mais simplificados é que o aprendiz só poderá trabalhar e transformar apenas um número limitado de informações de cada vez. Isso, em qualquer atividade motora. Após treinar dois ou três meses e ter “decorado” a trajetória fundamental, poderá incluir gestos para complementar o que já fazia e tornar a batida mais ritmada, mais forte e

A DIREITA TOPSPIN

- Leve a cabeça da raquete ao lado da sua cabeça; - Com uma pequena curva, desça a raquete fazendo com que ela passe pelo ponto onde antes você iniciava o movimento.

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A ESQUERDA TOPSPIN COM DUAS MÃOS

- Leve a raquete atrás, pouca coisa acima da cintura, com os braços dobrados;

- Faça uma pequena curva para tomar impulso e passe a raquete pelo ponto baixo onde você começava o movimento.

Para quem faz a esquerda com underspin, a preparação já é feita no alto, não havendo, portanto, necessidade de fazer qualquer alteração.

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CAPÍTULO 14

LOB E DROP-SHOT

Tanto o lob quanto o drop-shot (drop = deixar –shot = batida) são jogadas de “finesse”, são golpes sutis e, segundo o filólogo e acadêmico Antonio Houaiss, sutil quer dizer: tênue, fino, agudo, penetrante, perspicaz, hábil, engenhoso, que exige finura (ou finesse, em francês) e sagacidade, quase imperceptível, sem ruído, manso, leve. Golpes como esses que requerem tantas qualidades devem ser vistos de forma especial, principalmente porque, embora ambos necessitem dos mesmos atributos, a deixada (ou deixadinha) é um golpe de ataque e o lob, fundamentalmente, de defesa.

O LOB DE DIREITA

- Faça a mesma preparação do forehand, colocando a cabeça da raquete ao lado da sua cabeça; - inicie a volta e, de um ponto mais alto que o de impacto, desça a raquete direto para a bola; -imediatamente após bater na bola, ”abra” bem a raquete; -fazendo uma curva, continue o movimento bem para cima e para frente.

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O LOB DE ESQUERDA

- faça a mesma preparação do backhand com underspin, colocando a raquete atrás,, acima da altura da cintura (lembre-se de que é importante disfarçar o golpe); - desça a raquete direto para a bola; - imediatamente após bater na bola, ”abra” bem a raquete; - fazendo uma curva, continue o movimento bem para cima e para frente.

adiantado.

Deixada é o nome dado ao golpe em que o jogador tenta colocar a bola bem próxima à rede, surpreendendo o adversário. Já o lob é a batida que faz a bola ir bem alto, tentando encobrir o oponente quando ele se encontra

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O DROP-SHOT DE DIREITA

- faça a mesma preparação do forehand colocando a cabeça da raquete ao lado de sua cabeça (lembre-se de que é importante disfarçar o golpe); - inicie a volta e, de um ponto mais alto que o ponto de impacto, desça a raquete direto para a bola; - imediatamente após bater na bola, ”abra” bem a raquete; - continue o movimento somente uns poucos centímetros, fazendo uma pequena curva para cima e para frente.

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O DROP-SHOT DE ESQUERDA

- faça a mesma preparação do backhand com underspin, colocando a raquete atrás,, acima da altura da cintura (lembre-se de que é importante disfarçar o golpe); - desça a raquete direto para a bola; - imediatamente após bater na bola, ”abra” bem a raquete; - fazendo uma curva, continue o movimento bem para cima e para frente.

Você deve ter reparado que a mecânica do lob é

igual à do drop-shot. A única diferença entre eles está na continuação dos movimentos: no lob você quer mandar a bola bem para cima tendo que continuar o movimento igualmente para cima. Golpes especiais como esses pedem movimentos igualmente especiais. Nenhuma outra batida neste jogo é feita com gestos tão acentuadamente curvos e,

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para ter mais domínio sobre a bola e sobre a direção a dar, você não pode esquecer de uma coisa: acompanhe com o corpo o gesto do braço e da raquete. Faça, então com que o seu corpo abaixe e suba suavemente para acompanhar a trajetória das batidas sempre que fizer um lob ou drop-shot.

A continuação do movimento é o que dá a profundidade ao golpe; portanto, como você quer mandar uma bola curta, a continuação tem que ser igualmente curta e para cima, pois você também quer jogar a bola um pouco mais alta que a rede. Para treinar esse toque, exercite-o com um amigo, fazendo um bate-bola bem próximo à rede, tentando mandar a bola para quicar, no máximo, a um metro dela.

a.

DETALHES SOBRE COMO ABRIR OU FECHAR A RAQUETE CORRETAMENTE NUMA BATIDA

Uma coisa curiosa que acontece a todo jogador é a ligeira antecipação que ele faz quando se pede que abra ou feche a raquete no instante de uma batid

Todos os movimentos no tênis são divididos em três fases - preparação, batida e continuação. E para dar o efeito que a batida requer e corrigir a tendência da bola em

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subir (se o gesto é ascendente) ou descer (se ele é descendente), eu costumo dar a entender que o abrir ou fechar a raquete fazem parte da continuação do movimento, quando, na realidade, pertencem à fase principal do gesto, ou seja, da batida na bola.

Como você já sabe, a bola sai sempre perpendicular ao plano da raquete. Se você estiver batendo corretamente com ela perpendicular ao chão, no caso de uma batida com topspin, e a bola estiver subindo além do desejado, feche um pouco mais a raquete. Se for o contrário e ela estiver descendo muito, suavize mais o gesto .Se for o caso de uma batida com underspin e a bola estiver descendo, abra um pouco mais a raquete e, se ela estiver subindo muito, suavize o gesto e não abra tanto. Lembre-se: abrir a raquete quer dizer virar a face usada no golpe para cima. Fechar é voltar a face da raquete para o chão.

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CAPÍTULO 15

a simples e, ao final, tem-se um só vencedor.

na.

A AMERICANA E A AUSTRALIANA

Muitas vezes acontece de você combinar uma dupla e um dos parceiros não aparece. É chato, mas os americanos, sempre práticos, inventaram um jogo que, além de divertido, funciona como um excelente treinamento: o jogo dois contra um. As regras (extra-oficiais) são simples: no lado do jogador solitário vale a quadra de simples, e no lado da dupla vale a quadra toda. Esse jogo é bom, principalmente porque o jogador da simples é bastante exigido.

Já os australianos foram mais criativos e idealizaram uma solução que torna o jogo a três mais interessante para todos os jogadores. As regras (extra-oficiais) são as mesmas, só havendo mudança no processo da contagem, que é individual. Para facilitar a compreensão, vamos denominar as letras A, B e C para os três jogadores. Se o jogador A inicia o jogo sozinho contra a dupla formada por B e C e vence esse game, ele recebe 2 games na contagem. Se a dupla B e C vence, ganha 1 game cada um. Terminado o game, troca-se o posicionamento. A, que jogou sozinho passa para a dupla entrando à esquerda da quadra no lugar onde se encontrava o jogador C, e este vai para o lado direito onde antes estava o jogador B. Este, por sua vez, passa para o lado da simples e joga-se novo game e assim sucessivamente até que um dos jogadores complete 6 games e vença o jogo. O sacador será sempre o que jogar na quadra de simples. Dessa forma, todos jogam a dupla e todos jogam

À primeira (trinca?) dá-se o nome de Americana e, à segunda, Australia

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SEGUNDA PARTE

jogar com ela.

Quem viu Maria Esther Bueno jogar tênis, certamente teve vontade de jogar também. Aconteceu comigo. O que eu não imaginava é que anos depois de contemplá-la na quadra, eu viria a

Maria Esther ganhou os quatros torneios mais importantes do mundo tenístico: Wimbledon, Roland Garros, Aberto dos Estados Unidos e o Aberto da Austrália. Conquistou quinhentos e trinta e cinco torneios internacionais e brilhou dez anos entre os primeiro e o segundo lugares do ranking mundial.

A primeira vez que joguei com ela, minhas pernas tremiam de emoção. Era o súdito trocando bolas com a rainha. Foi nas quadras do Tietê, em São Paulo, onde comecei a jogar, que Maria Esther treinava quando vinha ao Brasil. Lá conheci professores como o Henrique Terroni, grande mestre da técnica do jogo, o simpático Pino, o amigo Zeco (José Zanata), o aplicado Deoclécio Teodósio que, mesmo me treinando sob o sol de verão, corria em todas as bolas e fazia duras partidas comigo, sempre no maior entusiasmo. Lá conheci também o Batista, de quem recebi o providencial empurrão que faltava para a minha caminhada nessa deliciosa aventura que é trabalhar com o tênis.

Aos dezessete anos, mudei de clube. Fui para o Santapaula Country Club, levado pelo meu parceiro Amaury Passos, bicampeão mundial de basquete. O Amaury é um atleta perfeito e foi outro campeão mundial que muito me influenciou. Ele ganhou duas medalhas

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olímpicas, duas no pan-americano, foi várias vezes campeão sul-americano, brasileiro etc. Isso no basquete. Na Argentina, onde estudou, foi campeão universitário de natação e decatlo, além de ter sido campeão brasileiro de vôlei. No tênis, ele começou aos vinte e oito anos e chegou a ser um bom de segunda classe.

Nós sempre treinávamos juntos e jogamos vários torneios em dupla ou um contra o outro. Uma coisa curiosa é que o Amaury se desconcentrava com qualquer ruído. Exigia silêncio para jogar. Logo ele, que vinha vitorioso de esportes em que a torcida tem uma presença ensurdecedora, como basquete e vôlei, jogados sempre em quadra coberta, que amplifica brutalmente a algazarra do público.

Eu mesmo assisti a uma decisão de título de basquete em que, a três segundos do final, o time de Amaury perdia por um ponto, quando alguém fez uma falta nele. Ele tinha dois arremessos. Se acertasse só um, o jogo iria para a prorrogação, pois em três segundos não daria tempo para mais nada. Se errasse os dois, seu time perderia. Se acertasse as duas cestas, seu time seria campeão. Imagine a responsabilidade. A torcida contra, urrava. O Amaury, impassível, respirou fundo e lançou a primeira bola: cesta. Encestou a segunda com igual tranqüilidade e foi campeão. Em contrapartida, no tênis eu o vi perder um torneio, porque, a dez metros da quadra, duas pessoas conversavam, tirando-lhe a concentração.

absoluta.

Quem já entrou numa quadra de tênis, primeira classe ou principiante, compreende, certamente, o drama do meu querido amigo Amaury. O tênis é um jogo de precisão e, como tal, exige uma atenção

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CAPÍTULO 16

AS PEGADAS EASTERN

Até agora o nosso treinamento foi todo baseado na pegada continental, nascida no continente europeu, onde também surgiu o jogo de tênis. Ela reinou durante muito tempo e ainda hoje reina absoluta no saque forte (sem efeito), nos voleios, no smash, sendo ainda a mais utilizada no golpes com underspin.

Agora que você já desenvolveu a coordenação grossa, quando se deve ter condições favoráveis para aprender os fundamentos do jogo e, após um acréscimo considerável de movimentos que aumentaram a sua força, desenvolveram o seu equilíbrio, e lhes ajudaram a completar a assimilação da correta utilização do corpo, podemos afirmar que está vencida mais uma etapa: o desenvolvimento da coordenação fina.

Antes de passar à última fase – a estabilização da coordenação fina – quando os seus músculos estarão preparados para responder à maior carga de trabalho que deles será exigido, vamos analisar outras maneiras de segurar a raquete e acrescentar os golpes que faltam ao repertório de um tenista em formação.

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EASTERN DE DIREITA

A porção inferior da região hipotenar tocará as faces 2 e 3 do cabo da raquete

EASTERN ESQUERDA

A porção inferior da região hipotenar tocará as faces 7 e 8 do cabo da raquete

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A pegada eastern foi criada nos Estado Unidos, mais precisamente na costa leste (oriental, eastern em inglês) e se encaixa com perfeição para os golpes com topspin de direita e de esquerda. A principal vantagem dessa empunhadura é permitir mais liberdade ao pulso. Fica mais fácil dar efeito na bola e, conseqüentemente, com mais efeito, tem-se mais controle e pode-se bater mais forte.

Quando o jogador é principiante, esse pulso mais solto é prejudicial, porque provoca falta de domínio, de firmeza, e quando ele vai sacar, volear, smashar ou fazer um golpe com underspin acaba tendo pouco controle sobre a bola. Outra vantagem de fazer os drives (outra denominação em inglês dos golpes do fundo, forehand ou backhand) com essa nova pegada é poder bater na bola bem mais à frente do corpo, ganhando um bom acréscimo de força.

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CAPÍTULO 17

A DIRETA TOPSPIN COM A PEGADA EASTERN

- abaixe bem o corpo; - deixe cair bem a cabeça da raquete; - bata na bola quase um palmo à frente da perna de apoio; - bata com a raquete paralela à rede; - continue um pouco o movimento na direção do seu alvo, a raquete paralela à rede; - suba bem a cabeça da raquete, ”fechando” o pulso; - suba o corpo ,acompanhando o movimento ascendente da batida.

Se com a pegada continental você conseguia um

pequeno efeito de topspin, com o grip eastern esse efeito aumenta bastante.Ao iniciar os treinos para adaptar a pegada eastern aos seus drives,não dê importância à tendência das bolas em descer,ficando a maior parte na rede.Habitue-se, primeiro,ao toque bem mais à frente, que rapidamente elas passam a subir.

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Martina Navratilova é um exemplo de tenista de técnica perfeita. Ela usava a pegada continental para todos os golpes e, somente depois de se profissionalizar, foi que passou a usar o grip eastern para fazer o topspin na direita e na esquerda. E com que perfeição Martina passou a executar esses golpes!

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CAPÍTULO 18

A ESQUERDA TOPSPIN

COM A PEGADA EASTERN

Aos oito ou aos nove anos comecei a praticar esportes e nunca mais parei. Fiz natação, saltos ornamentais, ginástica olímpica, esgrima, tiro ao alvo, remo, basquete, vôlei, pelota, hóquei sobre patins. Tive poucas aulas, treinei pouquíssimo com professores ou instrutores mas, apesar de ter aprendido praticamente sozinho, cheguei a praticar satisfatoriamente alguns desses esportes. Gostava de ficar ao lado das piscinas, das quadras e dos campos assistindo aos grandes atletas. Por sorte, o clube que eu freqüentava era um viveiro de campeões e recordistas em várias modalidades, e tentava imitá-los depois. Aprendi a observar detalhes no corpo que ajudavam no equilíbrio, no aumento da força ou na melhoria da pontaria. Eu assistia a provas de arremesso –como disco, dardo e martelo — e depois, na pista vazia durante a semana, ficava copiando-lhes os gestos. No tênis não foi diferente.

Eu já jogava razoavelmente quando fui assistir ao romeno Íon Tiriac, que aos dezoito anos era campeão de motociclismo quando começou a jogar tênis, conseguindo ser o número dois de seu país e formando com o fabuloso e irreverente Ili Nastase uma das melhores duplas do mundo. Hoje, Tiriac é treinador e manager do alemão Boris Becker, bicampeão de Wimbledon.

As arquibancadas do Pinheiros, em São Paulo, estavam lotadas quando cheguei. Consegui um lugar bem acima do nível da quadra, na parte de trás. Um lugar perfeito. Desse ângulo pude observar que a cabeça da

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raquete do Tiriac, quando ele ia bater a esquerda com topspin, ficava sempre fechada, voltada para o chão. Peguei o binóculo e conferi. Descobri não só a pegada como a maneira correta de manter o pulso, que diferentemente da direita, devia ficar firme o tempo todo. Fui tentar aplicar o novo jeito e a nova pegada e não dava certo. Faltava ainda alguma coisa.

Algum tempo depois, novamente ao vivo (pela TV você não tem noção da força nem da velocidade da bola e dos jogadores) fui assistir a outro grande jogador do passado, o espanhol Manoel Santana, um ex-apanhador de bolas que ganhou Roland Garros em 61 e 64 e Wimbledon em 1966, ficando entre os melhores do mundo até o meio da década de 70.

- use a pegada eastern para a esquerda; - bem abaixado, comece o movimento com a raquete bem abaixo da linha da cintura; - suba a raquete mantendo o pulso firme e bata na bola bem à frente da perna de apoio; - bata na bola com a raquete paralela à rede e continue assim o movimento na direção do alvo; - suba bem a raquete (e o corpo) mantendo o pulso firme.

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Dessa vez, fiquei bem perto da quadra, ao nível do chão e próximo à linha de fundo. Quando ele ficava de lado para bater eu o via de frente e pude então observar o que faltava para o meu topspin de esquerda: bater na bola bem mais à frente do corpo.

Com a ajuda da nova esquerda, algum tempo depois eu chegava à segunda classe.

O movimento dessa batida é igual ao que você faria se tivesse que impulsionar uma roda para a frente.

l do golpe.

Faça alguns treinos com essa preparação básica para que você aprenda a memorizar bem o ponto em que se inicia o movimento de subida. Quando estiver controlando bem o golpe, passe a fazer a preparação acima da cintura. Fica mais confortável e é mais eficiente.À exemplo da direita topspin, faça uma pequena curva passando a raquete pelo ponto inicia

É comum ver bons jogadores fazendo o drive de direita com o pé direito na frente. Você já deve ter

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reparado nisso e não se pode dizer que esteja errado, pois esses jogadores dominam de tal forma a transferência de peso (fruto de muitos treinos batendo com a postura correta), que conseguem colocá-lo no golpe mesmo apoiados no pé errado. O mesmo já não ocorre na esquerda. O golpe aqui exige que as coisas estejam no devido lugar.

Você poderá ver Ivan Lendl, Pat Cash ou Boris Becker batendo a direita com o corpo de frente para a quadra, mas não verá jamais nenhum deles fazer o mesmo na esquerda. Portanto, treine bem a técnica desse golpe. E agora que você tem duas opções, passe a usar cada vez mais o topspin, deixando o backspin para as bolas altas, moles e as mais difíceis de controlar.

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CAPÍTULO 19

liana”.

A PEGADA AUSTRALIANA OU BETWEEN

Foi na Austrália que surgiu um tipo de pegada que ficava entre a continental e a eastern de esquerda, sendo por isso chamada de between (entre, no meio de), ficando também conhecida como “pegada austra

m”.

A porção inferior da região hipotenar tocará as faces 1 e 8 do cabo da raquete

Essa pegada foi muito difundida na época em que a Austrália dominou o tênis mundial, com jogadores como Rod Laver, duas vezes ganhador do “Grand Sla

Esse grip funciona bem para todos os golpes na esquerda mas prejudica as batidas do lado direito, porque exige que se dobre bastante o pulso e hoje é mais reduzido o número de tenistas que a usam para todos os golpes. Nos saques com efeito, porém, ela continua a ser a preferida pela maioria dos bons jogadores. Alguns a usam, também, 101

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no saque sem efeito, com a intenção de acentuar mais a descida da bola.

É importante que você saiba a diferença entre fechar e dobrar o pulso.

O incrível McEnroe usa o grip australiano ou between. É fácil verificar, nas fotos dos jornais ou revistas especializados em tênis, como ele está sempre com o pulso “quebrado”, usando-o com uma habilidade impressionante. Outro que usa essa empunhadura é o nosso também fabuloso Carlos Alberto Kirmayr.

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CAPÍTULO 20

e efeito.

mais a sua devo

ra trás, e dos saques com efeito é o mais fácil de executar.

O SAQUE SLICE

Sempre que disputava uma partida com um adversário mais fraco eu me deliciava com uma coisa que muitas vezes atrapalha até jogadores razoavelmente bons: enfrentar jogadores que possuíam aquele potentíssimo primeiro saque, daqueles que fazem um barulhão, mas que entra um em quinze e que depois mandam o segundo bem mais fraco e mole, só faltando a bola vir embrulhada para presente. Normalmente eu avançava um metro, um metro e meio dentro da quadra, para ir fazendo pressão.

Para devolver um segundo saque desse tipo é importante não deixar a bola cair depois de quicar, pois vindo com pouco peso, ela ainda conserva alguns na subida e é aí que você deve batê-la e na altura da cintura, lógico.

A grande maioria dos jogadores tem um primeiro saque batido e o segundo com bastant

O primeiro se destina ao ataque e o segundo para evitar ser atacado, pois efeitos no saque dão uma margem de segurança muito grande, permitindo ao sacador forçá-lo bastante, além da trajetória da bola ser alterada após o quique, o que dificulta

lução. O slice – que poderíamos traduzir como fatia,

tirar pedaços em fatias –, é um saque com o efeito dado de lado na bola, produzindo nela uma rotação pa

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- use a pegada australiana; - leve a cabeça da raquete atrás da sua cabeça; - lance a bola bem à sua direita; - vá com a raquete direto para a bola, como se quisesse tirar dela uma pequena fatia; - contorne a bola, fazendo com a raquete uma curva acentuada; - dirija a continuação do movimento para o seu alvo; - termine o movimento com a cabeça da raquete aberta.

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Para treinar esse novo saque simplifique o movimento e faça-o em duas etapas: primeiro, leve a raquete atrás da cabeça e somente depois lance a bola para batê-la; quando você estiver controlando todo o gesto e a bola estiver entrando, aí então você poderá passar a fazer o movimento direto, da mesma forma como nós já fizemos ao treinarmos o primeiro saque.

Durante alguns tempo faça o primeiro e o segundo saques com slice, até você ganhar bastante segurança, passando depois a fazer o primeiro forte e o segundo com slice.

Geralmente, o tenista que treina pela primeira vez esse saque (e com essa pegada) fica um pouco desanimado, pois as bolas teimam em ir muito mais à esquerda do que ele deseja. Isso é normal acontecer e é só fazer dois ou três treinos que a bola passa a obedecer ao seu comando de direção.

DETALHE DO SAQUE SLICE

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CAPÍTULO 21

O SAQUE LIFTADO OU AMERICAN TWIST

- use a pegada australiana; - leve a raquete atrás da cabeça; - lance a bola atrás da sua cabeça e incline o corpo também para trás para tomar impulso; - a raquete sobe direto para a bola; - o corpo sobe junto; - para dar equilíbrio a perna direita sobe também; - após tocar a bola, contorne-a; - acompanhe esse movimento com o corpo, fazendo a perna que havia levantado dirigir-se à frente; - continue o movimento na direção do seu alvo e termine-o com a raquete aberta.

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O mais eficiente segundo saque, o que faz a bola ir com uma mistura de efeitos topspin e sidespin (efeito de lado) juntos, é destinado aos bons jogadores, pois exige um domínio sobre o corpo que só um tenista mais avançado consegue ter. American twist é um nome perfeito para esse saque. Quando a bola sai da raquete do sacador, vai levemente para a direita. Depois, fazendo no ar uma curva, vai para a esquerda e, após quicar, além de subir muito ela vai de novo para a direita. Esse saque é bastante utilizado como jogada de ataque em jogos de duplas, quando um jogador se encontra na rede e o sacador quer acompanhar o saque, indo também à rede. Além de dificultar a devolução, a trajetória mais longa da bola, em virtude das curvas que faz no ar, dá mais tempo ao sacador para que ele chegue à rede.

Eu tenho insistido em dizer que sempre devemos acompanhar com o corpo o movimento que o braço faz, e aí reside a maior dificuldade a vencer para se executar o saque liftado (lift = erguer, levantar).

DETALHE DO SAQUE AMERICAN TWIST

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Assim como nos dois outros saques, esse também requer que se comece fazendo-o em dois tempos, até que se tenha um bom controle sobre esse complexo movimento.

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CAPÍTULO 22

AS PEGADAS WESTERN

A porção inferior da região hipotenar tocará as faces 3 e 4 do cabo da raquete

A porção inferior da região hipotenar tocará as faces 6 e 7 do cabo da raquete

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Foi também nos Estados Unidos, desta vez na

costa oeste (ocidental, western, em inglês), onde o tênis sempre foi jogado em quadras rápidas, que surgiu a pegada western.

zendo uma

que você deve bater na bola ainda mais à frente do corpo.

Tal como no grip eastern, e de forma mais acentuada, essa pegada dá muita liberdade para o movimento de pulso, permitindo uma variação de efeito topspin muito maior. Esse era, ou é, o grip usado para os drives por Ivan Lendl e creio que, apesar da minha preferência pessoal pelas pegadas eastern, o jogador (adiantado) que optar pelo grip western estará fa

boa escolha. A técnica para você usá-las no topspin de direita

e esquerda é igual à demonstrada para os mesmos golpes com a pegada eastern. A única diferença é

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CAPÍTULO 23

O LOB TOPSPIN

raquete ao lado da

; corpo;

pulso; - faça torno fechado; - suba corpo acompanhando o movimento.

stern; - use o grip we

- faça a mesma preparação do drive, levando a cabeça da sua cabeça; - faça a volta e deixe a cabeça da raquete cair bastante

e e bata na bola à frente do- suba a raquete rapidament- continue subindo, fechando violentamente o

o con o

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O lob com topspin é um golpe em que é

fundamental utilizar a pegada western. O efeito em topspin exigido para que ela descreva uma curva sobre o joga

ém da bola vir lenta, dando mais temp

essa a m

dor que está próximo à rede é muito grande. No lob amortecido, mesmo que você tente

disfarçar o gesto, ele sempre o denuncia, permitindo que o adversário anteveja a jogada e vá se afastando antes mesmo de você bater, al

o ainda ao oponente de se colocar. Com o lob topspin tudo é diferente e a jogada

torna-se puro ataque, porque a preparação é idêntica a de um drive normal, só mudando a continuação do movimento, quando já é tarde para qualquer antecipação. Além disso, a trajetória da bola é muito rápida e não dá tempo para seu adversário sequer correr para trás a fim de apanhá-la. O argentino Guillermo Vilas era mestre neste golpe, assim como Borg, que foi eleito o melhor contra-atacante da história do tênis .Aliás, talvez seja

elhor maneira de definir o lob topspin: um golpe de contra-ataque.

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A maior dificuldade a vencer nesse golpe é

dis

2) gador você

também fará, contornando-a para interromper bruscamente a subida da raquete ao puxá-la para baixo, puxando assim também a bola para o chão.

coordenar (ordenar junto, lembra-se?) dois objetivos tintos:

1) a bola tem que subir para ultrapassar o adversário, até um ponto exato, e é a continuação do movimento (como sempre) que irá fazer com que isso ocorra;

depois de continuar o movimento para cima, a mesma curva fechada que a bola irá fazer sobre o jo

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CAPÍTULO 24

A DIREITA COM UNDERSPIN

Para que você tenha a sua direita completa, a exemplo do que já acontece do lado esquerdo, resta treinar a batida com underspin. Esse golpe é destinado às bolas muito altas, a defender-se nas bolas difíceis, a variar o jogo mudando o seu peso. Enfim, é o recurso destinado àqueles 20% de bolas sobre as quais falamos na primeira vez que analisamos o forehand.

- use a pegada continental; - comece o movimento com a raquete mais alta que a sua cintura; - desça a raquete e bata na bola à altura da cintura; - abra a raquete e continue descendo; - continue o movimento na direção do seu alvo; - desça o corpo para acompanhar o movimento do braço.

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Qualquer golpe executado com underspin pode mandar a bola forte e com pouco efeito, como também pode mandá-la bem amortecida e com isso diminuir ou aumentar a descida da raquete em relação à bola.

A variação desse efeito (e de qualquer outro) deve levar em consideração a segurança ou a força que você quer aplicar aos golpes.

A VARIAÇÃO DO EFEITO UNDERSPIN

MUITO EFEITO POUCO EFEITO MUITA FORÇA MENOS FORÇA MAIS FORÇA NENHUM EFEITO

Tenho demonstrado sempre a batida ideal nos desenhos, ou seja, aquela em que é possível bater na bola à altura da cintura. Se você tiver que bater uma bola mais alta (tipo altura do ombro), comece o movimento colocando a raquete mais alta que o seu ombro, bata na bola na altura dele e termine próximo ao nível da cintura. Se o caso for o oposto, uma bola bem mais baixa que a altura da sua cintura, comece o movimento na altura dela (da cintura), bata mais embaixo e termine mais abaixo ainda. Nesse caso (e somente nesses casos) é que a bola precisará subir um pouco para transpor a rede; depois de bater, continue o movimento para baixo mas, antes de terminá-lo, suba a trajetória um pouco para fazer com que a bola suba também.

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CAPÍTULO 25

re totalmente.

O APPROACH-SHOT

O approach-shot é um golpe com características especiais no jogo de tênis. Approach quer dizer aproximação, entrada, chegada, e é a designação dada ao golpe usado para aproximar-se da rede. É uma jogada essencialmente de ataque. Você pode fazê-lo tanto com topspin quanto com backspin; contudo, o ponto mais importante a dar atenção para aprender a usar com sucesso esse golpe será a movimentação das pernas.

Esse golpe exige um trabalho especial de pernas porque, como é essencial bater de lado, e essa batida pede que se movimente antes e/ou durante, e/ou depois do golpe, e essa movimentação só pode ser feita na direção do golpe, isso implica que você deve dar alguns passos também de lado para que o deslocamento se dê na direção certa: para a frente.

Normalmente, para todos os golpes, a boa técnica diz que qualquer batida deve ser feita com o jogador parado. E por que parado? Simplesmente porque só assim você terá domínio sobre o seu peso para lançá-lo na direção certa. Quando você ainda está correndo ao chegar à bola, seu peso continua na direção da trajetória da corrida até que você pa

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A resultante de uma força para um lado (peso) e

a sua batida (força do braço) para outra direção não pode ser favorável a um bom golpe. Como bem ensina o conhecido Eduardo Menga, ex-professor em São Paulo e atualmente árbitro internacional de tênis: “Um bom golpe é aquele que melhor respeita as leis da física”.

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CAPÍTULO 26

OS TREINAMENTOS

Em 1979, seguindo o conselho que me foi dado por Thomas Koch (nosso maior jogador masculino em todos os tempos), fui aos Estados Unidos passar uma temporada na clínica do Harry Hopman. Esse australiano, considerado um dos maiores coaches (instrutores, treinadores) do mundo, foi o responsável por seu país ter dominado o tênis mundial por quase duas décadas, e depois, ao se transferir para os Estados Unidos, contribuiu para fazer os americanos terem o maior número de tenistas entre os dez melhores do ranking, até há pouco tempo. De 1985 para cá, os suecos, tchecos e alemães deixaram-nos para trás. Parece ser a vez da Europa.

Eu, que sempre achei que a técnica era a coisa mais importante para desenvolver o jogo, depois de ter acompanhado o trabalho de Mister Hopman, e de ter visto os resultados alcançados em pouco tempo de treino, tive de rever esse e outros conceitos. Não deixei de lado a técnica para adotar a massificação (tão ao gosto dos americanos) e os exercícios físicos com jogos específicos e extenuantes propostos por Hopman, onde o que importa é colocar a bola do outro lado sempre com muita força. Simplesmente adotei uma combinação de todos esses fatores, incluindo naturalmente a preparação psicológica, que é fundamental para qualquer atleta em qualquer esporte e em qualquer nível. O nosso corpo é uma obra una. Não adianta treinar só os músculos e esquecer a cabeça. É preciso muita harmonia entre os dois para se fazer um bom jogador.

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Como existe uma infinidade de exercícios possíveis de fazer para treinar qualquer golpe, exemplifico, para simplificar, mostrando o caminho a seguir para treinar um único deles. Você poderá, entendendo os seus objetivos, transportar o sistema para qualquer outro golpe que queira.

PARA TREINAR A ESQUERDA

do controlar a bola também, mandando-a

Primeiro treine a mecânica do golpe, ficando de

lado para a quadra, com a ajuda de alguém que lhe mande as bolas perto, para você não precisar se movimentar muito. Vá tentanao meio da quadra.

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Quando estiver controlando o gesto, e a bola

estiver indo na direção desejada (repita sempre uma mesma direção), passe a ficar de frente para esperar a bola, dando um passo antes de bater.

Peça ao seu amigo que jogue as bolas no canto

da quadra, a intervalos regulares, para você fazer uma corrida controlada. Vá até a bola, bata e volte ao meio, repetindo isso sem parar, por um minuto. É importante que a corrida de volta ao meio seja feita com o corpo de

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frente para a quadra. Faça várias séries de um minuto, com um minuto de descanso.

Repita o exercício anterior, batendo mais forte e

se movimentando mais rápido. Para garantir a sua volta ao meio da quadra de maneira correta, coloque (por exemplo) um balde com a boca para baixo e toque-o com a raquete quando se aproximar dele, antes de voltar para bater na bola seguinte.

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o alvo).

Coloque um alvo de um metro quadrado na quadra, de preferência branco, para chamar a sua atenção e repita o treinamento da corrida no mesmo esquema dos dois anteriores. Faça uma contagem de tempo e de resultado (bolas acertadas n

Para treinar a corrida para a frente, fique sobre a

linha de fundo e peça ao seu amigo que mande as bolas curtas para que você corra, bata na bola e volte (sem dar as costas para a quadra) rapidamente à linha do fundo. Quando você estiver chegando, ele já deverá estar mandando a bola seguinte para que você avance novamente.Isso é para ser feito em velocidade, com duração de um minuto, por um de descanso.

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ritmo determinado.

Para treinar a corrida para trás, novamente fique sobre a linha do fundo e peça ao seu companheiro que mande as bolas altas e que quiquem próximas à linha. Você deverá se afastar, bater na bola (sempre avançando) e correr até a linha novamente, quando a bola já deverá ter sido lançada para você de novo.Tempo: um minuto, por um de descanso.

Se você é um jogador adiantado e está insatisfeito com um único golpe e quer melhorá-lo, é fundamental levar em consideração que a mecânica desse golpe já faz parte de vários reflexos que foram condicionados e se solidificaram com o tempo, além de pertencer a um

Para que você consiga consertar o seu golpe defeituoso de forma definitiva será preciso aprender tudo de novo em relação a ele. Calma! Isso não significa que você tenha que retroceder. Você só tem que refazer o caminho do aprendizado e, enquanto um iniciante leva tempo para chegar a esse estágio de treino, um jogador adiantado percorre esse caminho em dois ou em três treinamentos.

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PARA TREINAR A DIREÇÃO

Como já vimos, a bola sai sempre perpendicular à raquete. Vimos também que se deve bater na bola à frente do corpo, mais precisamente à frente da perna de apoio. Vimos ainda que, ao bater, o jogador deve ficar sempre de lado para a quadra.

Ficar de lado para a quadra. É isso que se pede aos tenistas quando eles estão começando a jogar, porque se deseja que eles acertem a bola na quadra. Na realidade, o jogador tem que ficar de perfil é para o lugar onde ele deseja acertar a bola. Observe nos desenhos:

- a posição do pé é fundamental para colocar o corpo de lado para seu alvo; deixando-o em diagonal à quadra, você consegue a bola cruzada; - para a bola paralela o pé também fica paralelo (à linha de fundo).

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Para treinar a direção, coloque um alvo na quadra e peça ao seu parceiro que mande as bolas (só de um lado a princípio) para você tentar acertá-lo (o alvo, é claro, não o seu amigo).

princípio.

Você pode estabelecer um tempo (tipo três minutos) e ver quantas bolas acerta no alvo. Nos treinos posteriores, poderá tentar melhorar essa marca inicial e depois ir colocando dificuldades a serem superadas gradativamente, tais como incluir uma pequena corrida, bater uma bola de cada lado, aplicar mais força etc. Para treinar o saque colocado ponha um alvo menor e obedeça ao mesmo

OUTROS EXERCÍCIOS

- percorra a quadra batendo três bolas de direita e volte de esquerda; - avance dois metros e continue assim por alguns minutos; torne a avançar até que você se aproxime da rede; - faça o mesmo com o voleio.

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PARA TREINAR O SMASH

tar jogando o lob seguinte.

Para treinar o smash, fique próximo à rede e peça ao seu parceiro que mande o lob. Afaste-se, correndo de lado. É importante que você bata na bola sempre “caindo” para a frente. No embalo da “caída” para a frente, corra para perto da rede. Quando você estiver chegando, seu parceiro já deverá es

esse um simples bate-bola

que o solicitado em jogo, deixando-o preparado para jogar

Você pode fazer esses exercícios com um

minuto, por um de descanso. Os exercícios propostos podem ser feitos de forma variada e servem para todos os golpes, podendo-se mesclar um e outro para cumprir seu objetivo. Os limites de tempo devem ser feitos de acordo com a sua resistência e através do resultado obtido, pois, quando o cansaço o faz errar, você deve parar o exercícios imediatamente para não treinar o erro. Esses exercícios visam a melhorar o jogo de pernas e colocá-lo em condições de, num treino de quinze minutos, fazê-lo bater trezentas bolas aproximadamente. Você levaria uma hora para conseguir esse resultado, se fiz

e jogasse um set nesse tempo. Esses deslocamentos com batida fortalecem as

pernas e permitem treinar em situações de esforço maior

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com facilidade, liberando assim a cabeça para pensar nas táticas do jogo.

ais alto.

USE UMA ESCADA PARA MELHORAR SEU JOGO

Há vários métodos de preparação física em esporte. Você pode correr, alongar-se, fazer abdominais ou exercícios especiais para fortalecer o joelho, o tornozelo e outras articulações. As nossas revistas especializadas em tênis sempre trazem artigos de bons preparadores físicos, com os melhores exercícios aeróbicos e anaeróbicos que um tenista pode fazer para melhorar o seu rendimento. Por conseguinte, não é o caso de me alongar nesse tema já bem conhecido. Prefiro simplificar, falando um pouco sobre os meus exercícios prediletos. Os tenistas geralmente fazem exercícios em aparelhos para ganhar força, o que os deixa com a musculatura curta . Nesse caso eu recomendaria exercícios de alongamento para complementar esse treinamento.

Há os que gostam de correr vários quilômetros para ganhar resistência. A esses eu diria que isso é bom, mas lembre-se: um tenista corre, quando muito, cinco metros para bater numa bola. A longa corrida lhe dá reservas de oxigênio e é bom correr para treinar “ventilação” nos pulmões. Porém, o melhor exercício que você pode fazer é subir e descer escadas. Os exercícios em escadas dão muito mais ritmo (e um ritmo semelhante ao do jogo) do que os mecânicos exercícios em aparelhos ou as longas e lentas corridas, além de melhorar a subida vertical, a habilidade de pular m

Existem centenas de exercícios que você pode fazer em uma escada e que darão velocidade aos seus pés. Lembre-se: tênis é um jogo baseado em explosão e jogo de pés, e creio que quinze a vinte minutos de treino numa escada é melhor que correr durante uma hora. Além do

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que, se você fizer exercícios de explosão até o seu limite, a resistência virá com isso.

Como fazer para esse programa funcionar com você? Simples: descubra uma escada e comece a subi-la e descê-la até você ter dificuldades em respirar ou até seus músculos começarem a doer. Marque esse seu tempo limite. Suponhamos que foram três minutos. Descanse dois e repita esse exercício mais uma ou duas vezes. No segundo dia, repita essa mesma dose para depois ir aumentando o tempo até conseguir fazer várias séries de sete ou oito minutos por um de descanso.

Você pode variar, subindo rápido e descendo mais devagar, ou subir de dois em dois degraus e descer de um em um. Pode subir dois e descer um, subir dois e descer um por algum tempo. Pode subir um degrau por vez com os dois pés; enfim, trocando e variando os exercícios eles lhe farão bem e não serão cansativos.

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CAPÍTULO 27

10 minutos.

, 6x2

O TIE-BREAK

O tie-break ( ou tie-breaker) é um número de pontos rapidamente jogados para decidir o vencedor de um set em que cada lado já ganhou 6 games. A palavra break quer dizer quebrar, e tie (além de gravata ou amarrar) significa uma igualdade de resultados; portanto, a tradução aproximada seria: quebra de igualdade.

Esse sistema de contagem adotado no início dos anos 70, única transformação nos fundamentos das regras do jogo desde a sua criação, foi uma imposição da televisão, veículo que popularizou o tênis e que não podia se sujeitar às intermináveis partidas que vez ou outra aconteciam. Imagine você, sentado à frente da sua telinha assistindo Roger Taylor (Ingl.) vencer Wieslaw Gasiorek (Pol.) por 27x29, 31x29 e 6x4, em Varsóvia, 1966. Ou ainda a dupla Dick Leach/Dick Dell que venceram Len Schloss/Tom Mozur em Newport, EUA, por 3x6, 49x47 e 22x20, em 6 horas e

O tie-break foi uma invenção americana, e os puristas do tênis o foram aceitando aos poucos. O último dos grandes torneios a adotar esse sistema de contagem foi a taça Davis, em 1988. Num encontro entre Estados Unidos e Alemanha, dois anos antes, John McEnroe e Boris Becker fizeram o mais longo jogo da história do tênis e entraram para o livro Guiness de recordes: em 6 horas e 38 minutos, Beker venceu por 4x6, 15x13, 8x10

e 6x2. Para se jogar esse game diferente, as regras são

simples: o jogador que normalmente teria o saque, começa sacando o primeiro ponto, fazendo-o pelo lado direito. O jogador que inicia sacando tem direito de dar somente um

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saque (com duas bolas) e o restante, dois saques cada um até que alguém faça sete pontos, desde que haja uma diferença de dois pontos para um dos lados. Como um só serviço* é feito pelo primeiro sacador, o segundo sacador saca para a esquerda e depois para direita, e assim sucessivamente.

*serviço: o mesmo que saque (service, em inglês).

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CAPÍTULO 28

ENCONTRE O SEU RITMO

para a unificação de todos os golpes é prec

Para qualquer pessoa transformar-se num bom

jogador de tênis é fundamental dominar os fundamentos do jogo. Agora, para dominar a mecânica de cada movimento e

iso ritmo. Vou relatar dois casos que foram, de certa

forma, fundamentais para que eu chegasse à conclusão de que o ritmo é a coisa mais importante para se fazer uma pessoa assimilar qualquer treinamento que seja: — Certa vez, um tenista bastante razoável procurou-me para que tentássemos melhorar o seu jogo. Ao batermos bola, notei a coisa mais importante a corrigir: o hábito de correr para muito perto do quique da bola e batê-la sempre caindo e andando para trás. Com alguns treinamentos, onde o coloquei fixo num lugar e fui jogando as bolas na altura e distâncias corretas e também induzindo-o a não se afastar na hora de bater, obtivemos rápidos progressos. Quando sua musculatura já estava mais alongada, fiz com que ele passasse a projetar o corpo para a frente quando batesse na bola, e de imediato sentiu que suas bolas iam muito mais fortes que antes, e com total controle. Incluímos então um exercício com corrida controlada. Depois disso tudo, pedi para que ele batesse bola com meu assistente. Postei-me atrás dele no fundo da quadra, falando toda vez que ele acertava com perfeição o movimento, e também quando tendia ao erro, para deixá-lo bem consciente do gesto que estava executando. Quando tudo parecia estar no lugar correto, convidei uma outra pessoa que treinava comigo

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para fazer uma partida contra ele. Para minha surpresa, no segundo game ele já tinha voltado a avançar demais na bola em a bater andando para trás, seguindo o seu “inst

las fáceis mesmo quando eu as man

conseguida com seus profe

isse jogar com sucesso com outra pess

into” anterior aos treinamentos. De outra vez, querendo uma parceira para testar

o jogo de uma jovem que treinava comigo, resolvi convidar uma aluna de outro instrutor que acabara de treinar na quadra ao lado, para que fizéssemos uma dupla. Eu jogaria com minha aluna e ela com meu assistente, e faríamos assim um jogo equilibrado. Pelo o que eu tinha observado algumas vezes, a aluna convidada possuía ótima coordenação motora e bastante força muscular, o tipo com total facilidade para jogar, e demonstrava, no bate-bola com seu professor, já estar jogando bastante bem. Porém, quando começamos a partida, seu jogo foi decrescendo, e ela foi apresentando dificuldades para devolver as bolas mais lentas mandadas pela minha parceira, errando bo

dava com mais peso para facilitar-lhe a batida. Tanto um caso como outro nos remetem a um

ponto crucial para todo tenista: como repetir com seus parceiros a performance

ssores. A coisa é mais simples do que parece. Todos os treinamentos têm que levar em

consideração que você possui um ritmo, que o jogo possui um ritmo. Em ambos os casos citados, os tenistas tinham jogado em ritmo de treinamento, e não haviam treinado o ritmo num set. O primeiro caso, já ocorrido há bastante tempo, foi o que me levou a sempre treinar cada pessoa até que ela consegu

oa de seu nível. Como vimos anteriormente, você deve começar

treinamento de um golpe sempre ficando parado, tendo uma pessoa para jogar as bolas na distância e na altura corretas para você executar a mecânica do golpe. O

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lançamento da bola até você deve ser feito com intervalos de tempo regulares. Depois você poderá ficar de frente para a quadra e dar o passo inicial (o primeiro passo da corrida ) e bater. Você precisa que o seu parceiro continue mandando as bolas com intervalos de tempo regulares, e posteriormente, após treinar dessa forma a corrida ainda controlada, deve fazer um bate bola usando esse golpe com o seu parceiro ditando o ritmo do jogo, ou seja, se por descontrole você bater forte demais, ele deve devolver a bola mais lentamente, e se você bater muito devagar, ele deverá acelerar a devolução, para que o intervalo entre as batidas seja num tempo regular. Treinar com música (instrumental ou clássica) pode ajudar. Você pode achar um r

mente, pois você acabará descobrindo o seu

jogo, tente queb

itmo na música e tentar seguí-lo enquanto joga. Para você juntar todos os golpes treinados

separadamente ao conjunto do seu jogo, você deve treinar sets simulados, tendo o seu parceiro e/ou treinador para ditar o ritmo do jogo. Vocês podem jogar com cada um sacando durante certo tempo, como se fosse um jogo real, só que sem a preocupação da contagem ou resultado, e sim com a atenção voltada somente para o ritmo. Tendo seguido esse procedimento você estará adquirindo um ritmo padronizado, mas que não será o definitivo, posto que este virá natural

ritmo natural. Quando você estiver jogando com qualquer com

qualquer pessoa, tente impor o seu ritmo. Se você estiver vencendo não o altere de maneira nenhuma, e caso você esteja perdendo, tente mudar o ritmo do

rar o ritmo imposto pelo seu adversário. Em esportes coletivos, a figura do técnico é,

quase sempre, fator fundamental para a vitória de um time. Do lado de fora, ele percebe mais facilmente o ritmo do jogo e vai fazendo alterações para usá-lo a favor do seu time. No vôlei, por exemplo, podemos ver como os

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técnicos influenciam pedindo tempo quando o time adversário entra num ritmo e acerta vários pontos segu

m jogo (à exceção de jogos entre países, na taça

o professor lhe explica, ele entende, mas

r . Acredito que, através do texto e das ilustrações desse livro e com a ajuda dos seus amigos, você também conseguirá fazer isso.

— Agora, o serviço é seu.

idos, alterando dessa forma a continuidade desse ritmo.

Estão aí algumas informações para ajudá-lo a refletir a respeito de uma coisa tão complexa e fundamental, e, em tênis onde o técnico não pode opinar no meio de u

Davis), você tem que desenvolver sua sensibilidade para saber usar o ritmo a seu favor.

Aprender a jogar com ritmo é a última fase de todo o nosso treinamento. Creio que aprender a jogar tênis por um livro pode não ser coisa fácil, mas é possível. É fundamental ter em mente que tudo deve ser treinado separadamente e harmoniosamente agrupado. Conheço professores que ensinam coisas demais, dão informações demais, e depois de algum tempo o aluno começa a se sentir incapaz, pois

não consegue realizar. Lembre-se: instrução demais é pior que nenhuma.

O professor deve funcionar como um diretor de teatro ou de cinema: ele tem que dirigir o jogador como se faz com um ator. É o diretor quem dirige os movimentos para ajudar a enfatizar a emoção que o ator tem que passar. O professor deve dirigir os movimentos do tenista de forma a fazê-lo jogar com a técnica apropriada, e usar bem o corpo para bate

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CAPÍTULO 29

REGRAS OFICIAIS

A QUADRA

Regra 1 –A quadra

A quadra deve ser um retângulo de 23,77 m de

comprimento por 8,23m de largura, a dividida ao meio por uma rede suspensa por uma corda ou cabo metálico, com um diâmetro máximo de 0,8cm, cujas extremidades devem ser amarradas ou passar sobre dois postes, que não podem ter seção com mais de 15cm2 ou 15cm de diâmetro. Os centros dos postes devem ficar a 0,914m do lado de fora da quadra e sua altura deve ser tal que o topo de corda ou cabo metálico fique a 1,07m do solo.

Quando uma quadra serve para simples e duplas, com uma rede de duplas usada para simples, a rede deve conter dois postes de sustentação numa altura de 1,07m; denominados “paus de simples”, que não devem ter seção com mais de

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7,5cm2 ou 7,5cm de diâmetro. Os centros dos paus de simples devem estar a 0,914m para fora da quadra de simples.

A rede deve ficar completamente estendida, de modo a preencher o espaço total entre os dois postes, e deve ser de uma malha suficientemente pequena para evitar que a bola a atravesse. A sua altura deve ser de 0,914m no centro, sendo mantida esticada por uma fita de não mais que 5cm de largura e de cor inteiramente branca. Deve existir uma fita cobrindo a corda ou cabo metálico e o topo da rede com não menos de 5cm e não mais que 6,3cm e de cor branca. Não devem existir anúncios na rede, fitas ou paus de simples.

As linhas que delimitam a quadra são chamadas de linha de base ( linha de fundo) e de linhas laterais. Em cada lado da rede, numa distância de 5,40m dela e paralelamente a ela, deve ser riscada a linha de saque. O espaço de cada lado da rede, entre linha de serviço e as laterais, deve ser dividido em duas partes iguais, chamadas quadras de saque, por uma linha central de saque, a qual deve ter 5cm de largura, riscada eqüidistante às duas linhas laterais.

ridas.

e 3,66m.

Cada linha de fundo deve ser dividida por uma linha imaginária já continuação da linha central de saque, com 10cm de profundidade para dentro da quadra e com 5cm de largura, chamada de marca central.

Todas as outras linhas não devem ter menos que 2,5cm nem mais que 5cm de largura, exceto a linha de fundo, que pode ter 10cm de largura. Todas as medidas devem ser feitas com referência à parte externa das linhas. Todas as linhas devem estar uniformemente colo

Se forem colocados no fundo da quadra anúncios ou qualquer outro material, eles não podem conter branco, amarelo ou qualquer cor clara. O mesmo procedimento deve ser adotado no caso de anúncios nas cadeiras dos juízes.

Nota: No caso de torneios da ITF (Federação Internacional de Tênis), como Copa Davis ou outro, deve haver um espaço atrás da linha de fundo não menor que 6,4m e dos lados não menor qu

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Regra 2 – Instalações permanentes

de um jogo.

e sólida.

s da ITF.

As chamadas instalações permanentes da quadra não incluem apenas a rede, postes, paus de simples, cabo, cinta ou fita, mas também, onde houver, as paredes de fundo e laterais, as arquibancadas, assentos fixos ou móveis e cadeiras ao redor da quadra, e seus ocupantes, além de todas as outras instalações ao redor e sobre a quadra, o juiz de net, o juiz de foot-fault, juiz de linha e boleiros, quando em seus respectivos lugares.

NOTA

Compreende-se como “juiz” todas as pessoas autorizadas a sentarem-se na quadra e aquelas designadas para auxiliar o juiz na condução

A BOLA

Regra 3 – A bola

A bola deve ter uma superfície externa uniforme, branca ou amarela. Se houver qualquer junta, ele deve ser sem costura. Deve ter um diâmetro maior que 6,35cm e menor que 6,67cm; um peso maior que 56,7g e menor que 58,5g. Deve ter um pulo maior que 135cm e menor que 147cm quando largada da altura de 254cm sobre uma superfíci

Deve ter uma deformação maior que 0,56cm e menor que 0,74cm, um retorno de deformação de mais que 0,89cm e menos que 1,08cm, a uma pressão de 8,165kg. Os dois números de deformação devem ser as médias de três leituras individuais ao longo de três eixos da bola (duas leituras individuais não podem diferir mais do que 0,08cm em cada caso).

Todos os teste para pulo, tamanho e deformação devem ser feitos segundo os regulamento

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os oficiais de tênis:

A -

mente não

desgastes ou vibração, razoáveis em tamanho e colocação para tais

B -

encordoada não deve exceder 15½ pol (39,37cm) em comprimento e 11½ pol

C -

o. Quaisquer objetos e dispositivos devem ser razoáveis em tamanho e

D -

vos que tornem possíveis mudar o formato da raquete, ou mudar a distribuição de peso, durante um ponto.

A RAQUETE Regra 4 – A raquete

As raquetes devem atender às seguintes especificações para serem aprovadas e utilizadas em jog

A superfície plana deve ter um padrão de cordas conectadas a um aro e, alternadamente, entrelaçadas ou presas onde se cruzam. O padrão de encordoamento deve ser genericamente uniforme e particularmenos denso no centro que em outras áreas. As cordas devem ser livres de objetos de fixação e saliências outras que aquelas utilizadas só e especificamente para limitar ou prevenir

propósitos. A raquete não deve exceder 32 polegadas (81,28cm) em comprimento, incluindo o cabo, e 12½ pol (31,75cm) de largura. A superfície

(29,21cm) em largura.

O aro e o cabo devem estar livres de objetos e dispositivos outros que aqueles utilizados só e especificamente para limitar ou prevenir desgaste ou vibração, ou para distribuir pes

disposição para tais propósitos.

O aro, incluindo o cabo, e as cordas devem ser livres de quaisquer dispositi

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O SAQUE Regra 5 – Sacador e recebedor

bedor.

scolha:

aso do;

e o

dor.

te na bola.

la.

Os jogadores devem se posicionar em lados opostos da rede; o jogador que inicia o ponto deve ser chamado de sacador e o outro de rece

Regra 6 – A escolha de lados e saque

A escolha de lados e o direito de ser sacador ou recebedor no primeiro game devem ser decididos por “cara ou coroa”. O jogador que vencer no “cara ou coroa” pode escolher ou pedir que seu oponente e

(a) O direito de ser sacador ou recebedor, c em que o outro jogador pode escolher o la

(b) O lado, caso em que outro jogador escolh direito de ser sacador ou recebe

Regra 7 – O saque

O saque deve ser executado conforme o descrito a seguir: imediatamente antes de começar a sacar, o sacador deve posicionar-se com ambos os pés em repouso, atrás da linha de base.

O sacador deve então projetar a bola no ar em qualquer direção e, antes de ela atingir o solo, golpeá-la com sua raquete. A execução deve ser considerada como tendo sido completada no momento do impacto da raque

Um jogador que só possua um braço poderá utilizar sua raquete para projetar a bo

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Regra 8 – Foot-fault O sacador, durante e execução de um saque, deve:

lt):

A - Não mudar sua posição, andando ou correndo. O sacador não deve, por leves movimentos dos pés, os quais não afetam materialmente sua posição original, ser considerado como “mudando sua posição, andando e correndo”.

B - Não tocar com o pé qualquer outra área que não seja aquela atrás da linha de base, dentro da extensão imaginária da marca de centro e das linhas laterais.

Regra 9 – Execução do saque

A - Na execução do saque, o sacador deve postar-se alternadamente do lado direito e esquerdo da quadra, começando do seu lado direito em cada game. Se ocorre um saque da metade errada da quadra e não é detectado, toda a jogada resultante desse serviço ou serviços errados deve permanecer, mas o posicionamento errado terá de ser corrigido imediatamente após ser descoberto.

B - A bola que foi sacada deve passar sobre a rede e atingir

o solo dentro da área de saque, que seja diagonalmente oposta, ou sobre qualquer linha delimitada tal área, antes do recebedor devolvê-la.

Regra 10 – Serviço faltoso

O serviço é uma falta (fau

A - Se o sacador comete qualquer violação das regras 7, 8 ou 9.

B - Se o sacador não atinge a bola ao tentar golpeá-la;

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C - Se a bola sacada toca uma instalação permanente (outra que não a rede,cinta ou fita) antes de atingir o solo.

ue.

retações:

Regra 11 – Segundo saque

Após um fault (se é o primeiro), o sacador deve sacar outra vez da mesma metade da quadra da qual ele sacou o fault, a menos que o saque tenha sido da metade errada, quando, de acordo com a regra 9, o sacador deverá ter direito a um saque apenas, e no lado certo.

Regra 12 – Quando sacar

O sacador não deve sacar até que o recebedor esteja pronto. Se este tenta devolver o saque, será considerado como se estivesse pronto.

Entretanto, se o recebedor indica que não está pronto, não poderá reclamar um fault pelo fato de a bola não atingir o solo dentro dos limites fixados para o saq

Regra 13 – O let

Em todos os casos onde um let tem que ser chamado para determinar uma interrupção do jogo, deverá ter as seguintes interp

A - Quando chamado somente em função de um saque, apenas este deve ser repetido;

B - Quando chamado sob qualquer outra circunstância,o ponto deve ser repetido.

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Regra 14 – Let no saque

let:

.

eguinte.

O saque é um

A - Se a bola sacada toca a rede, cinta ou fita e é de qualquer maneira boa, ou depois de tocar a rede, cinta ou fita, toca o recebedor, ou qualquer outra coisa que ele vista ou carregue, antes de tocar o solo.

B - Se um serviço é executado ou um fault acontece quando o recebedor não está pronto (veja regra 12).

No caso de um let, aquele respectivo saque não deve contar, e o sacador deve sacar novamente, mas um let não anula um fault anterior.

Regra 15 – Ordem de saque

Ao final do primeiro game, o recebedor deve torna-se sacador e o sacador passa a ser recebedor e assim, alternadamente, em todos os games subseqüentes.

Se um jogador serve fora de ordem, o jogador que devia ter sacado deve sacar tão logo o engano seja descoberto. Os pontos disputados antes da descoberta devem ser mantidos.

Se o game tiver sido completado antes da descoberta , a ordem de saque permanece alterada

Um fault havido antes da descoberta não deve ser considerado.

Regra 16 – Troca de lado

Os jogadores devem trocar de lado no fim do primeiro, terceiro e a cada game ímpar subseqüente de cada set, e no final de cada set, a menos que o total de games naquele set seja par, caso em que a troca não é feita até o fim do primeiro game do set s

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Se um engano é cometido e a seqüência correta não é seguida, os jogadores devem tomar suas posições corretas tão logo seja descoberto e seguirem a seqüência original.

nto:

nto:

A BOLA EM JOGO

Regra 17 – A bola em jogo

A bola está em jogo desde o momento em que ela é golpeada no saque. A menos que seja chamado um fault ou um let, ela permanece em jogo até que o ponto seja decidido.

Regra 18 – Sacador ganha o ponto

O sacador ganha o po

A - Se a bola sacada (não sendo um let conforme regra 14) toca o recebedor ou qualquer coisa que ele vista ou carregue, antes de tocar o solo;

B - Se o recebedor perde o ponto conforme o previsto na regra 20.

Regra 19 – Recebedor ganha o ponto

O recebedor ganha o po

A - Se o sacador serve duas faltas consecutivas;

B - Se o sacador perde o ponto conforme o estabelecido pela regra 20.

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Regra 20 – Jogador perde o ponto

se:

Um jogador perde o ponto

A - Ele falha, antes de a bola em jogo ter atingido o solo duas vezes consecutivamente, em retorná-la diretamente sobre a rede (exceto como previsto na regra 24, A ou C).

B - Ele retorna a bola em jogo de modo que ela atinge o solo, uma instalação permanente, ou outro objeto, fora de qualquer das linhas que delimitam a quadra do seu oponente (exceto como o previsto na regra 24, A ou C).

C - Ele voleia a bola e falha em fazer um bom retorno, mesmo quando posicionado fora da quadra.

D - Ao golpear a bola, ele, deliberadamente, a carrega ou a conduz em sua raquete ou, deliberadamente, a toca com sua raquete mais de uma vez.

E - Ele ou sua raquete (na sua mão ou não) ou qualquer coisa que ele vista ou carregue toque a rede, paus de simples, cabo, fita ou faixa, ou solo dentro da quadra do seu oponente, a qualquer tempo, enquanto a bola está em jogo.

F - Ele voleia a bola antes que ela tenha passado a rede.

G - A bola em jogo toque-o ou qualquer coisa que ele vista ou carregue, exceto sua raquete na sua mão ou mãos.

H - Ele atire sua raquete e atinja a bola.

I - Ele deliberada e materialmente muda o formato de sua raquete durante o ponto.

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Regra 21 – Jogador obstrui oponente

a.

ão:

Se um jogador comete qualquer ato deliberadamente para prejudicar seu oponente de executar um golpe, ele perde o ponto; se involuntário, o ponto deve ser repetido.

Regra 22 – Bola sobre a linha

Uma bola sobre uma linha é considerada como caindo na quadr

Regra 23 – Bola toca instalações fixas

Se a bola em jogo toca uma instalação fixa (outra que não a rede, postes, paus de simples, cabo de rede, fita ou cinta), depois de ter batido no chão, o jogador que a golpeou ganha o ponto; se toca antes dela bater no chão, seu oponente ganha o ponto.

BOA DEVOLUÇÃO

Regra 24 – Uma boa devolução

É uma boa devoluç

A - Se a bola toca a rede, poste, paus de simples, cabo ou fita, desde que passe sobre qualquer um deles e atinja o solo dentro da quadra.

B - Se a bola, sacada ou devolvida, atinge o solo dentro da quadra, pula de volta sobre a rede, e o jogador de quem é a vez de golpear estende-se sobre a rede e joga a bola, desde que nem ele nem qualquer de suas roupas ou

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raquete toquem a rede, poste, paus de simples, cabo ou fita ou solo dentro da quadra do adversário, e que o golpe de qualquer forma seja bom.

amado.

aixo:

C - Se a bola retorna por fora da quadra, ou paus de simples, seja acima ou baixo do nível do topo da rede, mesmo que toque os postes (em duplas), ou paus de simples (em simples) , ou desde que atinja o solo dentro da quadra do adversário.

D - Se a raquete do jogador passa sobre a rede após ele ter retornado a bola, desde que ela ultrapasse a rede antes de ser jogada e seja adequadamente devolvida.

E - Se um jogador tem sucesso ao devolver a bola sacada ou em jogo, a qual atinge uma bola que esteja na quadra.

OBSTRUÇÃO

Regra 25 – Obstrução de um jogador

No caso de um jogador ser obstruído ao executar um golpe por qualquer coisa fora do seu controle, exceto uma instalação fixa da quadra ou o estabelecido na regra 21, um let deve ser ch

A CONTAGEM

Regra 26 – Contagem num game

Se um jogador vence seu primeiro ponto, a contagem é 15 para aquele jogador; vencendo seu segundo ponto, a contagem é de 30; vencendo terceiro ponto, a contagem é 40 e o quarto ponto vencido por um jogador dá o game a ele, exceto como ab

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Se ambos os jogadores tiverem vencido três pontos, a contagem é “iguais”. O ponto seguinte vencido por um jogador dá a vantagem para aquele jogador. Se o mesmo jogador vence o ponto seguinte, ele vence o game; se o outro jogador vence o ponto, a contagem é novamente “iguais”. E assim por diante, até que um jogador vença dois pontos imediatamente seguintes à contagem “iguais”, quando o game é marcado para aquele jogador.

da.

:

Regra 27 – Contagem num set

A - Um jogador (ou jogadores) que primeiro vencer 6 games vence um set. Ressalte-se que ele precisa vencer por uma margem de 2 games sobre o seu oponente e, quando necessário, um set deve ser prolongado até que esta margem seja atingida.

B - O sistema tie-break de contagem pode ser adotado como uma alternativa para o sistema do parágrafo A, desde que isto seja anunciado antes da partida. Neste caso, a seguinte regra deverá ser aplicada:

O tie-break será usado quando o placar atingir 6 games, exceto no 3º ou 5º sets de uma partida melhor de 3 ou 5 sets, respectivamente, quando deverá ser jogado um set longo a menos que seja decidido e anunciado de outra forma, antes da parti

O seguinte sistema deve ser usado num game de tie-break

SIMPLES

I - O jogador que primeiro ganhar 7 pontos vence o game e o set, desde que esteja à frente por uma vantagem de 2 pontos. Se o placar fica igualado em 6 pontos, o game deve ser estendido até que esta margem seja atingida. A contagem deverá ser numérica durante o tie-break.

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II - O jogador a quem cabia sacar deve ser o sacador para o primeiro ponto. Seu adversário deverá ser o sacador para o 2o e 3o pontos e, daí em diante, cada jogador deve sacar alternadamente por dois pontos consecutivos, até que o vencedor do game e do set seja conhecido.

III - Desde o primeiro ponto cada saque deve ser efetuado

alternadamente do lado direito e do esquerdo da quadra, começando pelo lado direito. Se ocorre saque de uma metade errada da quadra e é percebido, todos os pontos resultantes deste saque ou saques errados devem permanecer, mas a posição deve ser corrigida imediatamente após a descoberta.

IV - O tie-break deve ser contado como um game para efeito

de troca de bolas. Porém, quando coincide o momento da troca com o início do tie-break, esta deve ser adiada até o 2o game do set seguinte.

nte.

DUPLAS

Em duplas deve ser aplicado o mesmo procedimento de simples. O jogador que tinha a vez de sacar deve ser o sacador para o primeiro ponto. Dali em diante cada jogador deve servir em rotação por dois pontos, na mesma ordem do set em andamento, até que os vencedores do game e do set sejam conhecidos.

ROTAÇÃO DO SERVÇO

O jogador (ou dupla) que sacou primeiro no tie-break deve ser recebedor no primeiro game do set segui

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Regra 28 – Número máximo de sets

O número máximo de sets numa partida deve ser cinco para o masculino e três para o feminino.

OS OFICIAIS DA QUADRA

Regra 29 – Atribuições dos oficiais da quadra

Em partidas onde um juiz esteja designado, sua decisão deve ser final. Mas onde houver um árbitro geral designado, pode ser dirigida a ele uma apelação de uma decisão de um juiz, em questão de regras. Nestes casos, a decisão do árbitro geral deverá ser final. Em partida onde estejam designados assistentes do juiz (juiz de linha, juiz de net ou juiz de foot-fault), suas decisões deverão ser finais em questão de fato, exceto se, na opinião de um juiz, erro flagrante foi cometido, quando então ele terá o direito de mudar a decisão de um assistente ou ordenar um let. Quando um juiz auxiliar estiver impossibilitado de dar uma decisão, deve indicar isto imediatamente ao juiz, o qual deverá dar uma decisão. Quando um juiz estiver impossibilitado de dar uma decisão numa questão de fato, ele deve ordenar um let. Em partidas pela Copa Davis ou em outras competições, onde um árbitro geral esteja na quadra, qualquer decisão pode ser mudada por ele o qual pode também instruir um juiz a ordenar um let. O árbitro geral, a seu juízo, pode a qualquer hora adiar uma partida em virtude de má iluminação, condições do piso ou das condições do tempo. Em caso de adiantamento, o escore e a disposição na quadra devem ser mantidos na continuação da partida, a menos que o árbitro geral e os jogadores resolvam, por unanimidade, outra maneira.

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JOGO CONTÍNUO

Regra 30 – Continuidade do jogo e períodos de descanso

O jogo deve ser contínuo desde o primeiro saque até a partida ser concluída, de acordo com o seguinte:

A - Se o saque é um fault, o segundo deve ser executado sem demora. O recebedor deve jogar dentro do ritmo do sacador e deve estar pronto para receber quando sacador estiver pronto para sacar. Quando da troca de lados, um máximo de um minuto e trinta segundos deve ocorrer desde o momento em que a bola sai de jogo no fim do game até o momento em que a bola é golpeada para o primeiro ponto do game seguinte O juiz deve usar o seu julgamento quando houver uma interferência que torne impossível ao sacador fazer o saque dentro do tempo. Os organizadores de circuitos internacionais ou de eventos por equipes reconhecidos pela ITF podem determinar o tempo permitido entre pontos, o qual não pode, a qualquer tempo exceder 30 segundos.

B - O jogo nunca deve ser suspenso, retardado ou

interrompido, com o propósito de permitir a um jogador recuperar suas forças, respiração ou condição física. Entretanto, no caso de uma contusão acidental, o juiz pode permitir uma suspensão de 3 minutos. Os organizadores de circuitos internacionais e de eventos por equipes, reconhecidos pela ITF, podem estender a suspensão de 3 minutos para 5 minutos.

C - Se, por circunstâncias fora de controle do jogador, sua

roupa, tênis ou equipamento (excluindo raquete) se danifica de forma que seja impossível ou indesejável para ele jogar, o juiz pode suspender o jogo enquanto se corrige o problema.

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D - O juiz pode suspender ou retardar o jogo, a qualquer tempo, desde que necessário e apropriado.

E - Depois do terceiro set (ou quando uma mulher toma

parte, depois do 2o set), ambos os jogadores têm direito a um descanso, o qual não pode exceder 10 minutos. Em países situados entre a latitude 15 graus N latitude 15 graus S, o descanso pode ser de 45 minutos e, além disso, quando necessário, por circunstâncias fora do controle dos jogadores, o juiz pode suspender o jogo pelo período que ele considerar necessário. Se o jogo é suspenso e não é reiniciado até o dia seguinte, o descanso só pode ser feito até o terceiro set (ou quando uma mulher está envolvida, após o 2o set) naquele dia em que o jogo for reiniciado (a complementação de um set não terminado vale como um set). Se um jogo é suspenso e não é reiniciado dentro de 10 minutos (mas ainda no mesmo dia), o descanso só pode ocorrer depois de 3 sets consecutivos terem sido jogados sem interrupção (2 para mulheres), considerando-se a complementação de um set como um set. Qualquer país e/ou comitê organizando um torneio, jogo ou competição, que não sejam torneios da ITF (Copa Davis e Federation Cup) tem a liberdade de modificar ou omitir o estabelecido neste item nos seus regulamentos, desde que o anunciem antes de iniciar o evento.

F - Um comitê de torneio tem o poder para decidir o tempo

permitido para o período de aquecimento no início de uma partida, mas este não pode exceder 5 minutos e deve ser anunciado antes do eventos começar.

G - Quando estiver vigente o sistema de “point penalty”e o

“não cumulativo point penalty”, o árbitro deve tomar suas decisões respeitando os termos daquele sistema.

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H - Havendo violação do princípio de que o jogo deve ser contínuo, o árbitro pode, após dar a devida advertência, desqualificar o infrator.

INSTRUÇÕES E TROCA DE BOLAS

Regra 31 – Instruções

Durante o desenvolvimento de uma partida, numa competição por equipes, um jogador pode receber instruções de um capitão que esteja sentado na quadra apenas quando na troca de lados; mas não quando da troca de lados durante o tie-break. Um jogador não pode receber instruções durante o desenvolvimento de qualquer outra partida. Após a devida advertência, um jogador que a infrinja pode ser desqualificado. Quando estiver em vigência um sistema de “point penalty”, o árbitro deve impor penalidades de acordo com aquele sistema.

Regra 32 – Troca de bolas

Nos casos onde as bolas devem ser trocadas, após um especificado número de games, e acontecer de não serem trocadas no momento correto, o erro deve ser corrigido quando o jogador, ou parceiro no caso de duplas, que devia ter sacado com bolas novas, estiver novamente com o direito do saque. Depois disso, as bolas devem ser trocadas, de modo que o número de games entre troca seja o originalmente acordado.

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AS DUPLAS Regra 33 – O jogo de duplas

ame.

um set.

As regras anteriores devem ser aplicadas num jogo de duplas, exceto as que se definem a seguir:

Regra 34 – A quadra de duplas

Para o jogo de duplas, a quadra deve ter 10,97cm de largura, isto é, 1,37m mais larga em cada lado do que a quadra para o jogo de simples, e aquelas porções das linhas laterais de simples que ficam entre as duas linhas de serviço devem ser chamadas linhas laterais de serviço. De resto, a quadra deve ser similar àquela descrita na regra 1, exceto pelas porções das linhas laterais de simples entre a linha de base e a linha de serviço em cada lado da rede, que podem ser omitidas se desejado.

Regra 35 – Ordem de saque em duplas

A ordem de saque deve ser decidida no começo de cada set, conforme segue: a dupla que tem que servir no primeiro game de cada set deve decidir qual parceiro o fará e a dupla oponente deve decidir igualmente para o segundo g

O parceiro do jogador que sacou no primeiro game deve sacar no terceiro: o parceiro do jogador que sacou no segundo game deve sacar no quarto, e assim na mesma ordem em todos os games subseqüentes de

Regra 36 – Ordem de recebimento em duplas

A ordem de recebimento do saque deve ser decidida no começo de cada set conforme o que se segue: a dupla que

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recebe o saque no primeiro game deve decidir qual parceiro receberá o primeiro saque e aquele parceiro deve continuar a receber o primeiro saque em cada game ímpar, durante aquele set. A dupla adversária deve, da mesma forma, decidir qual parceiro deve receber o primeiro saque do segundo game e deve continuar a receber o primeiro saque em cada game par, durante aquele set. Os parceiros devem receber o saque alternadamente durante cada game.

do saque perm nece alterada.

Regra 38 – Erro na ordem de recebimento em duplas

imento no game seguinte daquele set no qual eles serão os recebedores.

Regra 39 – Saque faltoso em duplas

amado um let conforme regra 14, o sacador vence o ponto.

Regra 37 – Saque fora de ordem em duplas

Se um parceiro saca fora de sua vez, o parceiro que deveria ter sacado deve sacar tão logo o engano é descoberto, mas todos os pontos registrados e quaisquer faults antes dessa descoberta devem ser mantidos. Se o game tiver sido completado antes de tal descoberta, a ordem

a

Se durante um game a ordem de recebimento é

trocada pelos recebedores, ela deve permanecer até o fim do game no qual o engano é descoberto, mas os parceiros devem reassumir sua ordem original de receb

O saque é um fault conforme previsto na regra 10, ou

se a bola toca o parceiro do sacador ou qualquer coisa que ele vista ou carregue; mas, se a bola sacada tocar no parceiro do recebedor, ou qualquer coisa que ele vista ou carregue antes de atingir o solo, não sendo ch

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Page 150: PROFESSOR - Aulas de Tênis e Clínica de Tênis …clinicadetenis.com.br/publicacoes/TenisJogandoMelhor.pdf · centímetros de largura e a distância entre a linha de fundo da quadra

Regra 40 – Jogando a bola em duplas

ete em contravenção a esta regra, seus oponentes vencem o ponto.

A bola deve ser golpeada alternadamente por um ou

outro jogador de cada uma das duplas. Se um jogador toca a bola em jogo com sua raqu

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