Prof Gesiel Oliveira: Geografia Geral incluindo uma bateria de exercícios
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7Geografia Geral
SUMÁRIO
Capítulo 1 – Introdução à Geografia ................................. 13
O tempo e o espaço em Geografia ............................ 13
O estudo do espaço celeste ....................................... 16
A história da Astronomia............................................. 16
Principais corpos e fenômenos celestes .................... 18
Afélio ................................................................. 18
Cometa .............................................................. 18
Constelação ...................................................... 19
Dia ..................................................................... 19
Eclipse ............................................................... 20
Eclíptica ............................................................. 20
Equinócio .......................................................... 21
Estações do ano ............................................... 21
Estrelas ............................................................. 22
Lua .................................................................... 22
Meteoros e Meteoritos ...................................... 23
Noite .................................................................. 23
Periélio .............................................................. 24
Planetas ............................................................ 24
Rotação ............................................................. 24
Sistema Solar .................................................... 24
Sol ..................................................................... 24
Solstício ............................................................. 25
Translação ......................................................... 25
Zodíaco ............................................................. 26
Questões de vestibular ............................................... 26
8 Geografia Geral
Capítulo 2 – O planeta Terra ............................................. 31Os seus movimentos .................................................. 31Estrutura e camadas da Terra .................................... 33Eras geológicas .......................................................... 36As formas de relevo terrestre ..................................... 39Os agentes criadores e modificadores dorelevo terrestre ........................................................... 41Questões de vestibular ............................................... 44
Capítulo 3 – A representação da Terra .............................. 50Coordenadas geográficas e fusos horários ............... 50A Terra e as maneiras de ser representada ............... 54Questões de vestibular ............................................... 57
Capítulo 4 – A atmosfera e os fatores climáticos .............. 60A atmosfera e suas partes ......................................... 60
Troposfera ......................................................... 60Estratosfera ....................................................... 61Ionosfera ........................................................... 61
Conhecendo a atmosfera ........................................... 61Amplitude térmica ............................................. 61Anemômetro ...................................................... 62Pressão atmosférica ......................................... 62Umidade atmosférica ........................................ 63Escalas termométricas ...................................... 64
Questões de vestibular ............................................... 65
Capítulo 5 – Oceanos, mares e rios .................................. 68
O planeta Água .......................................................... 68
9Geografia Geral
As águas do mar ............................................... 70
As bacias oceânicas ......................................... 70
A água no subsolo ............................................. 70
A formação, divisão e características dos rios .. 71
Os tipos de foz .................................................. 73
Os acidentes de um curso fluvial ...................... 73
Questões de vestibular ............................................... 75
Capítulo 6 – As grandes paisagens climato botânicas
da Terra ........................................................ 79
Os tipos de clima ........................................................ 79
Climas tropicais da zona quente e úmida ......... 79
Climas polares ou frios ...................................... 79
Zonas intermediárias ......................................... 80
Os tipos de floresta .................................................... 82
Florestas equatoriais e tropicais ....................... 82
Florestas boreais ou taiga ................................. 82
Florestas temperadas ....................................... 83
Savanas ............................................................ 83
Estepes ............................................................. 83
Tundra ............................................................... 84
Desertos ............................................................ 84
A biodiversidade natural .................................... 84
A desertificação do solo ............................................. 85
Questões de Vestibular .............................................. 86
Capítulo 7 – Geografia dos continentes ............................ 91
Continente americano: panorama geral ..................... 91
10 Geografia Geral
Quadro natural .................................................. 95Morfologia ......................................................... 95Clima e paisagens vegetais ............................ 100Ocupação do território e população ................ 103Economia ......................................................... 111
Países americanos .................................................... 113América do Norte .................................... 113
Questões de Vestibular ................................... 130América Central ..................................... 134
Questões de Vestibular ................................... 148América do Sul ....................................... 153
Questões de Vestibular ................................... 165O continente europeu: panorama geral ................... 171
Aspectos físicos .............................................. 171Aspectos humanos e econômicos .................. 178Países europeus ............................................. 180
Questões de Vestibular ............................................ 194O continente africano: panorama geral .................... 199
Aspectos físicos .............................................. 199Aspectos demográficos e econômicos ............ 203Aspectos geográficos dos principaispaíses africanos .............................................. 207Países da África setentrional .......................... 207Países da África subsaariana ......................... 213Países da África meridional ............................ 228
Questões de Vestibular ............................................ 233O continente asiático: panorama geral .................... 239
Aspectos físicos .............................................. 239
Aspectos populacionais e econômicos ........... 241
11Geografia Geral
Países do continente asiático ......................... 245
Alguns países asiáticos ................................... 245
Questões de Vestibular ............................................ 266
Oceania: panorama geral ......................................... 271
Países ............................................................. 275
Dados sobre os principais países ................... 275
Questões de Vestibular ............................................ 286
Capítulo 8 – Espaço e globalização ................................ 289
O espaço e seus elementos ..................................... 289
A diversidade espacial .............................................. 292
Globalização............................................................. 293
O caminhar de um longo processo ................. 298
Os espaços da globalização: um mundosem fronteiras ................................................. 300
Os blocos econômicos ............................................. 301
Globalização e blocos regionais ..................... 301
Blocos econômicos: caracterização ................ 303
Antecedentes do Mercosul: a Alalc ................. 303
A criação do Mercosul ..................................... 305
A Alca: um mercado americano ...................... 307
Principais blocos e sub-blocos ................................. 309
Comunidade da África Meridional para oDesenvolvimento (SADC) ou UniãoAduaneira do Sul da África ............................. 309
Cooperação Econômica da Ásia e doPacífico (Apec) ................................................. 311
Área de Livre Comércio dasAméricas (Alca) ............................................... 312
12 Geografia Geral
Associação das Nações doSudeste Asiático (Asean) ................................ 313
Comunidades dos EstadosIndependentes (CEI) ....................................... 314
Acordo de Livre Comércio daAmérica do Norte (Nafta) ................................ 315
Pacto Andino ................................................... 317
União Européia ............................................... 318
Mercosul: dados estatísticos sobre ospaíses membros ...................................................... 320
Questões de Vestibular ............................................ 325
Indicadores econômicos e sociais ............................ 334
Setor econômico ............................................. 335
Setor populacional .......................................... 337
Setor da saúde e saneamento básico ............. 339
Setor da educação .......................................... 340
Setor do meio-ambiente .................................. 341
Índice de desenvolvimento humano (IDH) ............... 342
Índice de pobreza humana (IPH) ............................. 344
Questões de Vestibular ............................................ 345
Capítulo 9 – Geopolítica do mundo contemporâneo ...... 350
Introdução ................................................................ 350
Guerra Fria ou a “ordem bipolar” .............................. 353
O fim da Ordem Bipolar ............................................ 356
Conflitos atuais ......................................................... 357
Questões de vestibular ............................................. 361
Gabarito .......................................................................... 364
13Geografia Geral
Capítulo 1Introdução à Geografia
O tempo e o espaço em GeografiaA palavra “Geografia” é de origem grega (geo = terra + grafia =
descrição, seja por meio de escrita fonética, seja por meio dedesenhos). Portanto, originalmente Geografia era a “descriçãoda Terra”. Aos poucos, esta palavra adquiriu um sentido bem maisabrangente, e, ao se consolidar como uma das Ciências Huma-nas, seu objeto de estudo ampliou-se consideravelmente.
Dois são os elementos fundamentais em Geografia: o tempo eo espaço. O espaço era inicialmente a “natureza selvagem”, hojelargamente substituída pela “natureza civilizada”, também conhe-cida como “natureza artificial”. A “natureza selvagem” tem sidovítima de um incessante processo de transformação e destrui-ção causada pela ação humana. O crescimento populacional, osavanços tecnológicos, a enorme ambição e a ganância se jun-tam ao desrespeito e à despreocu-pação pela conservação do meio am-biente. Embora o espaço se desna-turalize, ele ainda se mantém vivo.
Além disso, a energia, existente egerada no interior de nosso planeta,pressiona e modifica a crosta nasuperfície, originando terremotos emaremotos. A nossa atmosfera,reciclando a energia solar, dá origemaos ventos, à evaporação e con-densação da água. São as chuvas,verdadeiras torrentes d’água nas re-giões tropicais. A sua intensidadecausa a erosão das encostas das A Terra vista da Lua
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14 Geografia Geral
montanhas junto aos rios, especialmente no período das enchen-tes, provocando os desmoronamentos e assoreando o seu pró-prio leito, carregado de sedimentos. Por outro lado, as secasprolongadas que afetam as plantas causam impactos ambientais.A mídia explora emotivamente esses fenômenos naturais, resul-tando em espanto e temor nas pessoas, quando o verdadeirohorror é a brutal destruição que a ação humana tem causado ànatureza.
Todos os locais em nosso planeta podem ser determinados,devido ao uso das linhas longitudinais e latitudinais, cujo cruza-mento forma as coordenadas geográficas. Satélites artificiais, es-pecialmente os “espiões militares”, são capazes de localizar aci-dentes geográficos, construções, veículos e muitos outros obje-
tos, com enorme precisão.
Por seu lado, o tempo éum instrumento fundamen-tal para o trabalho dos geó-grafos, especialmente osgeofísicos, que dele se utili-zam para datar os lugares,estudando a idade das ca-madas rochosas, as fasesde formação e transforma-ção natural da Terra. Tam-bém é fundamental para se
saber quando a ação humana, origem da natureza artificial, semanifesta, a época em que ela produz e emprega a sua tecnologiamodificadora e, geralmente, destruidora.
Assim, o conhecimento da Geografia fornece os instrumentospara o conhecimento da “natureza selvagem” ou do “espaço natu-ral” e dos processos de transformação que o ser humano imprimiuna Terra, originando a “natureza civilizada” ou o “espaço artificial”.
A humanidade produziu, nesses últimos séculos, um enormeavanço material, especialmente após o desencadeamento da
Desenho da Terra, cortada pelas linhaslatitudinais e longitudinais
15Geografia Geral
Revolução Industrial. Iniciada na Inglaterra a partir da metade doséculo XVIII, ela ampliou consideravelmente a capacidade pro-dutiva do ser humano, mas exigiu crescente oferta de matérias-primas e mercados consumidores. O mundo, desde então, temsido moldado em função, principalmente, dos interesses do se-tor industrial. Em conseqüência, há o reverso da medalha. A ter-ra e a sociedade humana acumulam problemas crônicos de mo-dificação, quase ininterrupta, da natureza, com danos a ela e anós mesmos. O progresso material contrasta com o alastramen-to da situação de miséria absoluta que atinge centenas de mi-lhões de pessoas, das doenças, da violência, da degradaçãoambiental, das modificações dos ecossistemas etc. Há um cená-rio contrastante de vida opulenta, para poucos, e de morte de-gradante, para muitos, num planeta cada vez mais povoado edesigual, com problemas cada vez mais globais e cada vez me-nos possíveis de serem solucionados, por falta de vontade polí-tica e respeito humano.
A velocidade do avanço tecnológico no setor das informaçõesé assombrosa, se comparada com a capacidade que temos emassimilá-las. A atual realidade exige retomar o passado para com-preendermos o presente e visualizarmos soluções cabíveis nofuturo, para a nossa própria salvação. Assim, o estudo científicoda Geografia torna-se relevante, pois revela o mundo em quevivemos, acompanhando suas transformações.
Cientes da realidade estaremos aptos a buscar respostas pro-movendo a continuidade da vida em nosso planeta, construindo
Uma sala de aula improvisada, numpaís da África do Sul
Uma sala de aula de aula em escolana França
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ção
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16 Geografia Geral
uma sociedade capaz de partilhar utopias, capaz de respeitar asdiferenças culturais, étnicas, de idade, religião, costumes, gêne-ros, sistemas econômicos e políticos, “com discernimento quan-to às formas de dominação e preservação da fauna, flora e re-cursos naturais”.
O estudo do espaço celesteO estudo dos astros celestes é uma das mais remotas preocu-
pações do ser humano. Documentos e inscrições originais pro-vam que as antigas civilizações orientais, milhares de anos an-tes de Cristo, já possuíam informações sobre o comportamentoe as principais características dos astros mais conhecidos, ouseja, aqueles que são facilmente visíveis a olho nu. Devemosaos astrônomos da Antigüidade, mais precisamente aos caldeus,a criação do zodíaco, e de uma pseudociência, a Astrologia. Aimportância que os astros tiveram no curso dos primeiros tem-pos da história da humanidade é tão grande que a maior partedos povos antigos divinizava os astros celestes, especialmentea Lua e o Sol. Muito embora milênios já tenham decorrido, aindasão encontradas algumas práticas religiosas ou crendices nospovos contemporâneos, heranças daquelas influências. Assim,desde os dias em que o ser humano se preocupou em desven-dar os mecanismos do espaço celeste, até a atualidade, o co-nhecimento do Universo foi tornando-se cada vez mais completoe, simultaneamente, mais complexo.
Para muitos, à medida que se ampliam esses conhecimentos,mais difícil se torna explicar o que é o Universo.
A história da AstronomiaAstronomia é a ciência que estuda a constituição e o movi-
mento dos astros naturais do Universo. Nascida séculos antesde Cristo, teve entre os caldeus seus primeiros estudiosos. Eles
17Geografia Geral
previram os eclipses e calcularam a movimentação do Sol e daLua numa faixa da esfera terrestre conhecida como zodíaco. Aorigem da Astronomia parece estar ligada à necessidade daspessoas da Antigüidade em conhecer a sucessão das estações,imposta pela agricultura.
Ela pode ser dividida em três grandes períodos no seu desen-volvimento como ciência.
O primeiro período se estende desde os primórdios do desen-volvimento da ciência, na mais remota Antigüidade, quando ain-da era difícil separar o conhecimento da mitologia, até a épocaem que viveu o grego Ptolomeu (100 d.C.-170 d.C.), o maiorastrônomo do Mundo Antigo.
O segundo período cor-responde à época em queviveram dois grandes astrô-nomos dos Tempos Moder-nos, Copérnico (1473-1543)e Galileu (1564-1642). Esseperíodo começa quando,depois de séculos de plenaaceitação das idéias de Pto-
lomeu, essas idéias foram contestadas graças principalmente aesses dois astrônomos e à invenção da luneta telescópica. Pro-moveu-se uma radical transformação das idéias até então acei-tas, passando-se do geocentrismo para o heliocentrismo. Mas omomento mais importante deste segundo período situa-se napassagem do século XIX para o XX, quando houve considerávelexpansão das pesquisas siderais com a utilização de possantestelescópios montados em grandes observatórios, especialmentenos países do hemisfério norte.
A descoberta de novos planetas, estrelas, galáxias, bem comoa determinação de medidas e valores da mecânica celeste comgrande precisão, teve lugar nessa fase, o que fez da Astronomiauma das ciências de maior prestígio então.
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ção
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Copérnico Galileu
18 Geografia Geral
Nos dias atuais, especialmente de-pois da Segunda Guerra Mundial(1939-1945), as principais nações apli-caram enormes recursos financeirosna pesquisa científica em setores di-retamente ligados à Astronomia. Aconstrução de veículos para navega-ção espacial, a utilização de potentestelescópios, como o Hubble, os novosconhecimentos da física e da quími-ca, ligados à estrutura e ao conheci-mento da matéria e da energia, e oaparecimento de novas e importantesteorias sobre as origens do Universo
antevêem o aparecimento de uma terceira fase, e talvez a maisimportante delas, na história dos conhecimentos de Astronomia.
Principais corpos e fenômenos celestes
AfélioÉ o ponto da órbita de um astro em que
a sua distância em relação ao Sol é máxi-ma. Veja periélio.
CometaSão astros celestes, muito numerosos,
que descrevem no Sistema Solar órbitaselípticas parabólicas ou hiperbólicas. Po-dem possuir até quatro componentes: onúcleo, a parte mais luminosa, onde exis-tiriam matérias sólidas que refletem a luzsolar, além de partículas radioativas; a ca-beça ou cabeleira, massa nebulosa bri-lhante, que envolve o núcleo; os filamen-
Edwin Hubble, no interior daHubble
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Imagem do cometa:Ikeya-Seki, descoberto
em 1965 por doisdedicados astrônomos
japoneses
19Geografia Geral
tos, que conjuntamente com a cauda são feixes de matéria ga-sosa irradiada a partir do núcleo; a cauda, que distingue-se dosfilamentos por sua enorme extensão.
ConstelaçãoÉ o nome dado a um agrupamento de estrelas. O observador,
localizado na Terra, percebe na esfera celeste zonas de concen-tração estelar. Por uma tradição herdada dos astrônomos da Anti-güidade os nomes foram atribuídos de maneira arbitrária, nasci-dos da pura imaginação, como escorpião, touro, capricórnio etc.
DiaPeríodo de tempo correspondente a uma volta da Terra em
torno do seu eixo. Medido a partir de duas passagens sucessi-vas de uma estrela num meridiano, o dia sideral dura 23h56’4”.A mesma medida feita em relação ao Sol fornece um aumentode 8” na duração do dia, que é chamado dia solar. Denomina-mos também dia o período de tempo decorrido entre o nascer eo pôr-do-sol. A sua duração é variável segundo a proximidadecom o pólo e a estação do ano.
Duração do dia
Latitude ................. Mais longo ............... Mais curto
0o ......................... 12h05’ ......................11h55’
30o ........................ 14h20’ ...................... 9h40’
60o ........................ 18h45’ ...................... 5h15’
Nas regiões polares a duração do dia ou da noite supera24 horas, podendo durar alguns meses. A inclinação do eixo ter-restre e o movimento de translação provocam a variação da du-ração do dia e da noite. Para efeito da contagem do tempo, o diaé dividido em 24 horas: é o dia civil e começa à 0 hora, no primei-ro minuto logo após a meia-noite do dia anterior.
20 Geografia Geral
EclipseÉ a ocultação de um astro quando este é atingido pela sombra
de outro, ou quando, pela posição, um encobre o outro. Quandoisso ocorre com um astro qualquer, chama-se ocultação. Quan-do ocorre com o Sol ou com a Lua, denomina-se eclipse.
Eclipses da Lua: há dois tipos, o parcial e o total. É quando aLua fica encoberta total ou parcialmente pelo cone de sombraprojetado pela Terra. Ocorre quando os três astros estão emoposição.
Eclipses do Sol:ocorre quando a Ter-ra, a Lua e o Sol es-tão em conjunção. Apassagem da Lua emfrente ao disco solarfaz com que uma par-te da Terra seja atin-gida pelo vértice docone de sombras daLua. Nessa parteocorre um eclipse total do Sol. Nas vizinhanças, atingidas so-mente pela penumbra, teremos um eclipse parcial, isto é, o discosolar não fica totalmente encoberto. Quando o cone de sombranão chega a atingir a Terra, pode ser observado um eclipse anu-lar. Neste caso tem-se a impressão de que o disco lunar de me-nor diâmetro não consegue encobrir o disco solar, deixando umaauréola solar exposta na sua periferia.
EclípticaDenomina-se plano da eclíptica o plano circunscrito pela órbi-
ta do movimento da Terra ao redor do Sol. A interseção do planoda eclíptica com o plano do equador solar forma um ângulo de23o27’. O trajeto do movimento aparente do Sol coincide com ocírculo da eclíptica.
Eclipse solar à esquerda e eclipse lunar à direita
21Geografia Geral
EquinócioPonto da órbita da Terra em que a duração do dia e da noite
são iguais. É o que ocorre nos dias 21 de março e 23 de setem-bro. Coincide, no plano da eclíptica, com a posição da Terra nomesmo nível do plano do equador solar.
Estações do anoComo decorrência do movimento de translação, a Terra ocupa
diferentes posições no plano da eclíptica. Ela poderá estar acimado plano do equador solar, abaixo do equador solar ou no mesmonível. Essas diferentes posições são responsáveis pela inclinaçãocom que os raios solares atingem a superfície da Terra, determi-nando aumento ou diminuição de calor recebido. Quando a Terraocupa a posição do dia 22 de dezembro, ela está no solstício deverão para o hemisfério sul. Nesse dia começa o verão no hemis-fério sul (austral) e o inverno no hemisfério norte (boreal). Isso sedeve ao fato de a Terra, pela inclinação do seu eixo e pela posiçãoque nesse dia ocupa no plano da eclíptica, receber raios solaresmais perpendiculares no hemisfério sul e raios mais oblíquos nohemisfério norte. Essa diferença de ângulo de incidência (inclina-ção) determina no primeiro caso a absorção de mais calor e nosegundo, menos calor por parte da Terra. Seis meses depois des-sa data temos, em 22 de junho, a inversão dessa posição, pois aTerra fica num ponto de sua órbita abaixo do plano do equador eentão a maior incidência de calor se faz no hemisfério norte. Napassagem de 22 de junho para 22 de dezembro, a Terra ocuparáum ponto a meia distância dos dois, no dia 21 de setembro, quan-do a duração do dia e da noite são iguais e a distribuição de caloré igual nos dois hemisférios. Esse ponto coincide com o momentoem que a Terra, na sua trajetória, está no nível do plano do equa-dor solar. O fato vai repetir-se depois de 22 de dezembro quando,em 21 de março, estará novamente a Terra em posição equivalen-te, mas agora do lado oposto do Sol. Esses quatro pontos ou da-tas correspondem às quatro posições da Terra na sua órbita e têmcaracterísticas climáticas, que são bem definidas nas regiões de
22 Geografia Geral
clima temperado. Essas posições representam as quatro estaçõesdo ano: verão, outono, inverno e primavera. Astronomicamente, overão e o inverno correspondem aos solstícios, e a primavera e ooutono, aos equinócios.
As estações, nas regiões de clima temperado, duramtrês meses cada uma, assim distribuídas ao longo do ano:
Hemisfério sul:• Verão – de 22 de dezembro a 20 de março• Outono – de 21 de março a 21 de junho• Inverno – de 22 de junho a 22 de setembro• Primavera – de 23 de setembro a 21 de dezembroHemisfério norte:• Verão – de 22 de junho a 22 de setembro• Outono – de 23 de setembro a 21 de dezembro• Inverno – de 22 de dezembro a 20 de março• Primavera – de 21 de março a 21 de junho
EstrelasSão astros dotados de luz própria. Magnitude é a intensidade
do brilho de uma estrela, cuja medida permite a sua classifica-ção. Quanto as suas dimensões, elas podem ser gigantes, quandomuito grandes, ou anãs, quando pequenas. Para melhor seremestudadas, os astrônomos as agrupam em constelações.
LuaÉ o único satélite natural da Terra. Seu diâmetro é de 3.480 km,
quatro vezes menor do que o da Terra; seu volume é 49 vezesmenor. É dotada de três movimentos: translação, ao redor daTerra, com duração de 27 dias, 7 horas e 43 minutos; rotação, em
23Geografia Geral
torno de si mesma, no mesmo tempo em que executa a translação;revolução, em torno do Sol, acompanhando a Terra. Ao girar emtorno da Terra, a Lua apresenta-se em quatro posições diferentes.
Fases da Lua• Lua nova: posição entre a Terra e o Sol, em conjugação• Quarto crescente: posição em ângulo reto com a Terra
no vértice, em quadratura• Lua cheia: a Terra fica entre a Lua e o Sol, em oposição• Quarto minguante: posição invertida ao quarto cres-
cente, em quadratura
Meteoros e meteoritosSão também chamados de estrelas cadentes e quando ingres-
sam na atmosfera terrestre tornam-se incandescentes, explodin-do. Alguns fragmentos de vários tamanhos, atingindo até mes-mo toneladas, podem cair na superfície da Terra e provocar da-nos. Podem ser restos de asteróides ou cometas e na sua cons-tituição predomina o ferro.
NoiteÉ o período de tempo em que o Sol está abaixo da linha do
horizonte. Sua duração é inversamente proporcional ao dia: anoite mais longa do ano corresponde ao dia mais curto.
Lua novaQuartominguante
Quartocrescente
Lua cheia
24 Geografia Geral
PeriélioÉ o ponto de menor afastamento da Terra no seu movimento
de translação em torno do Sol. Veja afélio.
PlanetasSão os astros não-dotados de iluminação natural e que, com
o Sol e os respectivos satélites, constituem o Sistema Solar. Osplanetóides ou asteróides são planetas menores que gravitamnuma órbita entre Marte e Júpiter, de natureza provavelmentegranítica. São milhares e variam desde menos de um quilôme-tro de diâmetro até 720 quilômetros, que é o diâmetro. Sua ori-gem é desconhecida.
RotaçãoÉ o movimento que a Terra realiza ao redor de si mesma, em
torno de um eixo imaginário, com a duração de 23h56’4”. Suavelocidade é de 1.666 km/h na altura do Equador e nula nospólos. Esse movimento provoca a sucessão dos dias e das noi-tes e cria o movimento aparente do Sol. Dele decorrem altera-ções nos ventos que sopram em direção ao equador terrestre:os que são provenientes do Norte sofrem um desvio para Su-doeste e os do Sul, um desvio para Noroeste. As correntes ma-rítimas que circulam nas proximidades do equador terrestre so-frem um desvio, correndo para sentido oposto ao do movimen-to de rotação.
Sistema SolarÉ formado pelo conjunto de uma estrela, o Sol, nove planetas
conhecidos, seus 32 satélites naturais, os asteróides entre Mar-te e Júpiter, numerosos meteoros e cometas. Supõe-se que suaformação data de 5 bilhões de anos.
SolÉ uma estrela com 1.400.000 quilômetros de diâmetro, com
temperatura na superfície de aproximadamente 6.000o C, e no
25Geografia Geral
interior, de 15 milhões de graus Kelvin. Situa-se a cerca de 150milhões de quilômetros da Terra. Compõe-se de uma atmosferade diversas camadas de gases. A mais próxima da superfície échamada cromosfera, com cerca de 16 mil quilômetros de es-pessura. A seguir, uma camada conhecida como coroa solar, comalgumas centenas de milhares de quilômetros de espessura, queé vista por ocasião dos eclipses solares. A superfície do Sol édenominada fotosfera, e tanto nela como na cromosfera ocor-rem as manchas solares e as protuberâncias solares que sãoperturbações turbulentas e acompanhadas de explosões ou tem-pestades solares. Ocorrem ciclicamente, em períodos de onzeanos, e provocam perturbações nas comunicações telegráficase radiofônicas da Terra, além de ocorrer aumento considerávelna emissão de raios cósmicos. A parte interior do Sol chama-senúcleo solar.
SolstícioNome da posição que a Terra ocupa no dia 22 de junho e no
dia 22 de dezembro, quando começa o verão ou o inverno, nohemisfério sul ou norte.
TranslaçãoNome do movimento executado por um corpo celeste em tor-
no de outro, assim como pela Terra ao redor do Sol em 365 dias,6 horas, 9 minutos e 9 segundos. É o ano sideral. Medida a dura-ção do movimento a partir de duas passagens sucessíveis daTerra pelo mesmo ponto equinocial, obtém-se o ano solar com20 minutos e 20 segundos de diferença a menos. Esse movi-mento determina, em conjunto com a inclinação do eixo terrestreem relação ao plano da eclíptica, as quatro estações do ano ouas estações astronômicas. É a base do calendário solar adotadopela grande maioria dos países (alguns calendários podem serde base lunar, como o dos muçulmanos e dos israelitas). O anocivil comporta uma divisão em doze meses. As seis horas e osminutos restantes compõem um dia a mais, acrescentado ao mêsde fevereiro, a cada quatro anos, chamado de ano bissexto.
26 Geografia Geral
ZodíacoÉ o nome de uma zona celeste que corresponde ao plano do
equador solar, ficando entre o Hemisfério Boreal e o Austral Ce-leste. Possui doze constelações.
Questões de vestibular1) (Fuvest) No mapa ao lado te-
mos, esquematicamente re-presentada, uma rota aéreaintercontinental, sem esca-las, no espaço ártico. Consi-derando a forma da Terra e alocalização das cidades indi-cadas, essa rota é utilizada,principalmente, devido:
a) à menor distância e ao menor custo operacional.b) à necessidade de evitar o espaço aéreo da ex-URSS.c) ao grande congestionamento aéreo do nordeste americano.d) à ausência de radiação ultravioleta e de risco para a ozonosfera.e) à possibilidade de vôos em baixas altitudes e com maior estabilidade.
2) (UFPR) Em relação aos movimentos da Terra, é CORRETO afirmar que:01) a Terra realiza em torno de si mesma o movimento de rotação, que
dura 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. Sua velocidade é de1.666 km/h na altura do Equador e nula nos pólos.
02) os solstícios correspondem às épocas do ano em que os hemisfériosnorte e sul da Terra são desigualmente iluminados.
04) no dia 21 de junho o Sol encontra-se sobre o Trópico de Capricórnio.08) os equinócios correspondem às épocas do ano em que os hemisférios
norte e sul são igualmente iluminados.16) no dia 23 de setembro o Sol encontra-se sobre o Trópico de Câncer.32) o dia 21 de dezembro marca o solstício de verão no hemisfério sul.
Soma = ( )
W E
N
S
Copenhague
RegiãoPolar
Los Angeles
27Geografia Geral
3) (UFPE) Assinale “F” (Falso) ou “V” (Verdadeiro).Em relação ao Universo, podemos afirmar:
( ) entre todas as galáxias, a Via-Láctea é a que mais nos interessa, poisnela está situado o Sistema Solar.
( ) as constelações boreais estão situadas no hemisfério Sul celeste.( ) gravitando entre as órbitas de Marte e Júpiter encontram-se os
pequenos astros denominados Planetóides ou Asteróides.( ) a teoria do “Big Bang” procura explicar a origem do universo, como
tendo sido resultante da explosão de um átomo primordial for-temente carregado de energia, ocorrida há aproximadamente15 bilhões de anos.
( ) há o eclipse solar quando a Lua penetra no cone de sombra da Terra,ocultando o Sol total ou parcialmente.
4) (UFMG) Todas as alternativas apresentam mecanismos respon-sáveis pelas mudanças das estações ao longo do ano, EXCETO:
a) a inclinação do eixo de rotação da Terra determina que, a cada seismeses, um hemisfério esteja mais exposto ao sol que o outro.
b) as estações são determinadas pela maior ou menor proximidade daTerra ao Sol, distância que, ao variar ao longo do ano, altera aquantidade de energia solar incidida sobre o planeta.
c) o Sol, ao atingir seu ponto de maior deslocamento ao Norte — a máximadeclinação boreal — determina, no Hemisfério Sul, dias mais curtos enoites mais longas.
d) os equinócios ocorrem, respectivamente, quando os hemisférios Nortee Sul são igualmente iluminados, marcando o início astronômico daprimavera e do outono.
e) os solstícios ocorrem, respectivamente, quando a iluminação é máximaem um hemisfério e mínima no outro, marcando o início astronômico doverão e do inverno.
5) (UFPB) Sobre o movimento de translação da Terra, é FALSO afirmar:a) as estações do ano ocorrem em função do movimento de translação e
da inclinação de 23° 27' do eixo da Terra em relação ao Sol.
28 Geografia Geral
b) o eixo de inclinação da Terra estabelece linhas imaginárias, denominadasTrópico de Câncer, no hemisfério sul, e Trópico de Capricórnio, nohemisfério norte.
c) equinócio significa dias e noites iguais e ocorre em março e setembro,determinando, respectivamente, a primavera e o outono no hemisférionorte.
d) solstício significa dias e noites extremamente desiguais e ocorre emjunho e dezembro, determinando, respectivamente, o inverno e o verãono hemisfério sul.
e) a zona situada próximo ao Equador quase não apresenta diferençasna inclinação dos raios solares.
6) (UnBr) A inter-relação funcional entre o Sol e a Terra é de vital im-portância, uma vez que a vida terrestre depende da energia solar. Arespeito dos movimentos de rotação e de revolução da Terra, quealteram constantemente a sua posição em relação ao Sol, julgue ositens a seguir:
(1) o movimento aparente do Sol, da Lua e das estrelas é oposto aoverdadeiro sentido da rotação terrestre.
(2) a variação da exposição da Terra à luz solar influencia o movimento dosventos.
(3) os raios solares que incidem na superfície da Terra o fazem em diferentesângulos de incidência, de acordo com a latitude, o que se traduz emdiferentes quantidades de absorção de calor por parte da Terra.
7) (UFRS) A posição indicada na fi-gura ao lado marca, em nossoplaneta, o início de uma estaçãoem cada hemisfério. Esta es-tação é:
a) a primavera no Hemisfério Norte,estando a Terra no equinócio.
b) o outono no Hemisfério Sul, estando a Terra nas proximidades dosolstício.
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c) o verão meridional, estando a Terra no solstício.d) o outono setentrional, estando a Terra no equinócio.e) o verão setentrional, estando a Terra no solstício.
8) (UFRS) Um geógrafo, ao explorar o Continente Antártico, fixa umaestaca no Pólo Sul geográfico, dias antes do solstício de verão parao Hemisfério Sul. Exatamente no dia do solstício de verão para oHemisfério Sul, observa e marca as sucessivas posições ocupadaspela sombra projetada pela estaca, concluindo que:
a) a sombra de uma estaca colocada verticalmente no Pólo Sul geográfico,ao longo do dia de solstício de verão, descreve uma elíptica.
b) uma estaca colocada verticalmente no Pólo Sul geográfico produz, comsua sombra, ao longo do dia de solstício de verão, um semicírculo.
c) uma estaca colocada na vertical exatamente no Pólo Sul geográficoprojeta sucessivas posições do extremo da sombra, formando um círculoao longo do dia de solstício de verão.
d) as sucessivas posições do extremo da sombra de uma estaca colocadaverticalmente no Pólo Sul geográfico não têm o mesmo comprimentodurante o dia de solstício de verão.
e) somente no dia do solstício de inverno é que a sombra de uma estacacolocada verticalmente no Pólo Sul geográfico forma um círculo com aprojeção de suas sucessivas posições.
9) (UFRS) Considere as afirmações a seguir.I. Quando a Terra está no afélio, maior distância Terra – Sol, é verão
para o Hemisfério Sul e inverno para o Hemisfério Norte. Neste ponto,a velocidade de translação da Terra é maior do que em qualquer outroponto da órbita.
II. No solstício de inverno para o Hemisfério Sul, a Terra está no afélio.Neste ponto da órbita, a velocidade de translação é a menor, o quetambém contribui para que o inverno no Hemisfério Sul seja maislongo.
III. Como o plano do equador e o da eclíptica não coincidem, temos comoresultado uma inclinação de 230 27', o que também permite dizer
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que o eixo imaginário terrestre está inclinado em 230 27'. Durante atranslação, a Terra ocupa distintas posições no espaço; isto implicaum aporte de radiação solar diferenciado ao longo de um ano.Quais estão corretas em relação aos movimentos executados pelaTerra e suas conseqüências?
a) apenas I.b) apenas II.c) apenas I e II.d) apenas II e III.e) I, II e III.
31Geografia Geral
Capítulo 2O planeta Terra
Os seus movimentosA Terra é o planeta habitado
pelos seres humanos. Faz par-te do Sistema Solar como umplaneta de média dimensão esua órbita é a terceira em afas-tamento do Sol. Isso significaque, girando ao redor do astrorei, executa um movimento detranslação com característicaspróprias e diferente dos demaisplanetas. Quanto maior for o afastamento de um planeta da fa-mília do Sol, maior será sua órbita e maior o caminho a ser per-corrido. Considerando-se, entretanto, que o Sol não está paradono espaço, mas, ao contrário, desloca-se em direção a um pontochamado solstício, ele leva consigo todos os planetas e satélitesdo Sistema Solar. Indiretamente, a Terra ao acompanhar o Sol,desloca-se para esse ponto realizando um movimento indireto,chamado movimento de translação.
A Terra é dotada de outro movi-mento próprio, além do de trans-lação, é o movimento que faz emtorno de si mesma, como se esti-vesse atravessada por um eixo depólo a pólo e girasse em tornodele: o movimento de rotação.Por este movimento a Terra vaimudando constantemente a faceque está voltada para o Sol, fa-zendo com que permanentemen-
Movimento de Translação
Movimento de Rotação
Pólo Norte
Pólo Sul
Sentido daRotação 0 - L
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te uma receba iluminação e outra esteja mergulhada na sombra.Essa sucessão de luz e sombra recebe o nome de dia e noite eserve para a marcação do tempo ocorrido.
A inexistência desse movimento determinaria que a face vol-tada para o Sol permanentemente recebesse maior luz e calor,provocando o aparecimento de temperaturas elevadas e, inver-samente, a outra face seria permanentemente fria e escura. Deve-se ao movimento de rotação a regularidade da distribuição deluz e calor na superfície da Terra.
Quando durante o dia percebemos o Sol aparecer no nascen-te e, depois de percorrer um trajeto na esfera celeste, desapare-cer no poente, temos a impressão que o Sol desloca-se ao redorda Terra. Trata-se na realidade de um movimento aparente doSol, pois é a Terra que girando em torno do seu eixo provoca aimpressão visual equívoca de que o Sol estaria se movimentan-do. Em Astronomia são descritos vários movimentos que pare-cem que são realizados pelos astros não somente com o Sol,mas também com outros planetas ou satélites. Esse fato provo-cou na Antigüidade grandes confusões entre os astrônomos. Hojepodemos distinguir nos astros dois tipos de movimentos: os mo-vimentos reais, do qual os astros estão realmente animados, eos aparentes, aqueles que parece que são realizados. Os movi-mentos aparentes podem ser estudados, pois eles auxiliam nacompreensão de certos fatos da esfera celeste. A trajetória apa-rente do Sol na esfera celeste chama-se eclíptica.
De que forma a Terra gira ao redor do Sol? Supondo-se que oSol possua na sua parte central um círculo de equador seme-lhante ao da Terra e, em pontos opostos, um pólo ao norte solar,e outro, no pólo sul solar, poderíamos perguntar se o movimentodescrito pela Terra seria feito acompanhando o equador solar ouse faria no sentido dos pólos? O movimento descrito pela Terraem torno do Sol não se faz no sentido do equador solar nem nosentido dos pólos. Trata-se de um movimento oblíquo, com umainclinação tal que em um determinado momento da sua trajetória
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a Terra encontra-se acimado plano do equador solare, posteriormente, ao ocu-par uma posição oposta,fica abaixo do equador so-lar. O resultante dessa cons-tatação é que a Terra en-quanto permanece acimado equador solar recebe rai-os solares mais intensos noseu hemisfério sul e menosintensos no hemisfério nor-te. A intensidade se invertequando a Terra passa a ocu-par posição abaixo do equa-dor solar.
Estrutura e camadas da TerraGeologia é a ciência que
estuda a Terra, além dasplantas e dos animais quenela viveram. As raízes gre-gas da palavra Geologia porsi sós explicam o significadodessa ciência: “Geon” signi-fica terra e “Logos”, estudo.Os dados fundamentais des-ses estudos obtêm-se pelaanálise das rochas, mineraise restos fósseis. A Geologiareconstitui a história de nos-so planeta desde o seu apa-recimento, o que deve ter sedado há alguns bilhões de
Sistema Ptolomaico, representado nestailustração holandesa do séc. XVII, figura as
órbitas da Lua, Mércurio, Vênus, Sol,Marte, Júpiter e Saturno, circundados pelasestrelas. O erro consistia em situar a Terra,
imóvel, como centro de todos osmovimentos celestes, em órbitas circulares
Nosso planeta tem a forma arredondada(mais corretamente, elipsoidal, com um
diâmetro de 12.756 km e um diâmetro polarde 12.714 km. Pesa 6.588 sextilhões de
toneladas
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anos. Estuda também de que maneira certas forças atuaram eatuam sobre a superfície da Terra, mudando o seu aspecto e tam-bém os agentes que atuam internamente em nosso planeta.
Nosso planeta tem uma forma arredondada (mais corretamen-te, um elipsóide), com um diâmetro equatorial de 12.756 km eum diâmetro polar de 12.714 km. Pode-se dizer que ele é “acha-tado nos pólos”. Uma volta em torno dele significa a distância de39.840 km. Pesa 6.588 sextilhões de toneladas. Sua populaçãojá ultrapassou 6 bilhões de habitantes e sua maior elevação é omonte Everest, situado no Himalaia, com cerca de 8.848 m dealtitude. A maior profundidade conhecida é a fossa das Marianas,no oceano Pacífico, com 11.521 m.
A grande espessura do nosso planeta não permite que sejamfeitas perfurações muito profundas para se estudar o seu inte-rior. O aumento de temperatura que ocorre quando as galeriasdas minas avançam para o seu interior é outro impedimento parauma pesquisa direta. Para se estudar a constituição interna daTerra utilizam-se aparelhos que registram a propagação de on-das sísmicas, ou então é possível provocar explosões artificiaispara seja registrada a propagação das ondas.
Esses estudos confirmaram de modo satisfatório hipóteses queos cientistas formulavam sobre a constituição interna da Terra.Medidas físicas realizadas também forneceram indicações parase conhecer o seu conteúdo. Entre elas está a sua densidade,que é de 5,52 em relação à água. Entretanto os materiais dacrosta terrestre possuem uma densidade que não ultrapassa 2,7.Isso leva a conclusão que o interior da Terra possui uma densi-dade muito maior do que 5,52 para que essa cifra média possaser atingida. Dessas considerações é possível apontar que a Terracompõe-se das seguintes camadas:
◆ Sial: onde predominam os silicatos de alumínio cuja densidadeestá entre 2,7 e 2,8.
◆ Sima: constituída por silicatos de magnésio com densidadeentre 2,8 a 3,4. Essas duas camadas, relativamente finas em
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relação ao manto e ao núcleo, são chamadas de crostaterrestre.
◆ Manto: camada com 2.900 km de espessura, constituída pormateriais básicos e sua densidade está entre 4 e 6 (silicatosde ferro e magnésio).
◆ Núcleo central: também chamado Nife, devido à sua natureza(níquel e ferro), com densidades compreendidas entre 6 e 12.
Outra propriedade física da Terra é o magnetismo, provenientedo seu pesado núcleo metálico. O globo terrestre comporta-secomo um gigantesco ímã que teria dois pólos, os pólos mag-néticos, que coincidem aproximadamente com os pólos geo-gráficos. Essa diferença é responsável pela chamada declina-ção magnética, que dá uma diferença de 6o ou 7o nas medidasda bússola.
Mineral é um composto químico (às vezes um elementoquímico), com a composição química definida, que faz partenaturalmente da crosta terrestre. Geralmente está emestado sólido, exceção feita à água e ao mercúrio, que seapresentam no estado líqüido. Devem ser mencionados osmineralóides, que são compostos químicos de origemorgânica, ao contrário dos minerais, que têm origeminorgânica.
A rocha é um agregado natural de um ou mais minerais.As rochas constituem a parte essencial da crosta terrestre.
Rochas magmáticas ou ígneas são rochas que seoriginam da consolidação do magma, que é material emestado de fusão. Assim, são materiais de origem primária.Pelas características que apresenta uma rocha ígnea épossível aquilatar-se as condições de formação dessa
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rocha, se em grandes profundidades, se em profundidadesmenos pronunciadas ou se à superfície da Terra. Assim,respectivamente, são chamadas de rochas plutônicas,rochas hipoabissais e rochas vulcânicas.
Eras geológicasA longa história física da Terra, desde os momentos iniciais de
sua formação até os dias de hoje, revela muitos episódios reple-tos de acontecimentos que provocaram, e provocam, grandestransformações no contorno dos continentes, nas formas de re-levo, destruindo ou construindo montanhas, na vida animal evegetal. A Geologia utiliza as rochas, os restos fósseis de plan-tas e animais como provas para reconstituir o passado terrestre.Puderam, assim, ser reconstituídas cinco grandes eras, que porsua vez são divididas em sistemas e períodos.
As cinco grandes eras e suas subdivisões são as se-guintes:
Arqueozóica ou Pré-Cambriana – 4 bilhões de anos.(1)Primária ou Paleozóica – 310 milhões de anos.(2)Secundária ou Mesozóica – 120 milhões de anos.(3)Terciária ou Cenozóica – 90 milhões de anos.(4)Quartenária ou Neozóica – 600 mil anos.(5)
(1) Períodos Arqueano e Algonquiano.
(2) Períodos Cambriano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano.
(3) Períodos Triássico, Jurássico e Cretássico.
(4) Períodos Eoceno, Oligoceno, Mioceno, Plioceno.
(5) Pleistoceno e Holoceno.
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A seguir, os principais acontecimentos que nelas ocorreram:
◆ Arqueozóica (que significa vida antiga ou primitiva)
A mais demorada das eras e a mais remota, sendo poucosos conhecimentos que dela dispomos. As rochas dessa erasão sobretudo de natureza metamórfica. Poucos fósseisforam encontrados e parece que a vida seria inteiramentemarinha, com seres muito rudimentares, como as algas eos invertebrados.
◆ Paleozóica (vida antiga)
Contaria a Terra com dois grandes blocos continentais, umno hemisfério norte, o continente Laurásia, e outro nohemisfério sul, o continente de Gondwana, separados porum mar “mediterrâneo”, denominado Téthis. Ocorreramgrandes movimentos na crosta, com formação de monta-nhas. A vida animal e a vegetal estavam ainda em estágioinferior. Ao fim da era teriam aparecido os primeiros peixese anfíbios do reino dos vertebrados. Surgiram florestas deplantas criptogâmicas, como as equisetínias, e as primeirasflorestas de coníferas. Nessa era ocorreu a formação docarvão mineral.
◆ Mesozóica (vida intermediária)
Os continentes estavam aproximando-se de suas formasatuais, por meio de um movimento chamado “deriva”. As forçasde erosão atuaram intensa e prolongadamente, dando origema formações sedimen-tares amplas, com aformação de arenitos,calcários, folhelhos,salgema etc. Erup-ções vulcânicas e der-rames de lavas foramidentificados. Climasdo tipo desértico ocor-reram em várias par- Répteis pré-históricos
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tes da Terra. É a época de domínio dos grandes répteis, mastambém do aparecimento dos primeiros mamíferos e pás-saros. Entre os vegetais deu-se o aparecimento dos angios-permas (plantas com flores), das gramíneas e das palmeiras.Modificações climáticas de grande porte, causadas prova-velmente por enorme impacto de um meteoro, devem tercausado o desaparecimento dos grandes répteis.
◆ Cenozóica (vida recente)
Os continentes tiveram seus contornos delineados apro-ximando-se dos atuais limites. Grandes movimentos tectônicosforam os responsáveis pela formação das grandes massasde sedimentos depositados nos fundos marinhos, provocandoa formação das gigantescas cadeias montanhosas que hojeconstituem as maiores altitudes do relevo terrestre. Sãochamados dobramentos alpino-himalaios, e entre elesdestacam-se as cordilheiras: do Himalaia, Rochosas, Andes,Alpes, Pirineus, Apeninos, Cárpatos, Atlas.
Vulcanismos importantes ocorreram, bem como novas for-mações de rochas sedimentares. Houve o desaparecimentodefinitivo dos grandes répteis. No reino vegetal prosseguiu aevolução dos angiospermas e ocorreram formas maisevoluídas de mamíferos. Muitos dos animais comuns naatualidade tiveram origem em seus ancestrais que viveramna era Cenozóica.
◆ Neozóica (vida nova)
Essa era é mais conhecida como quaternária e seu maioracontecimento foi registrar o aparecimento do ser humano.Importantes fenômenos de vulcanismos e movimentos len-tos ou violentos da crosta foram registrados. Grandes os-cilações climáticas, responsáveis por numerosas glacia-ções, e aumento das crostas de gelo provocaram a forma-ção de grandes planícies e movimentos migratórios degrande expressão no mundo animal, em busca das regiõestropicais.
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As formas do relevo terrestreNa superfície da crosta terrestre, onde
estão em contato a litosfera, a atmosfe-ra e a hidrosfera, estão as variadas con-formações rochosas que constituem orelevo terrestre. Formas planas e alon-gadas, elevadas ou rebaixadas, formaspontiagudas, arredondadas, de variadasdimensões, os perfis montanhosos quese avistam no horizonte, os vales pro-fundos ou amplos, os recortes litorâne-os, as praias, os deltas fluviais, os vul-cões, todos constituem formas do rele-vo terrestre. Um dos ramos da Geogra-fia, modernamente chamado de Geo-morfologia, se encarrega de estudá-los.
Os diversos elementos de um relevo:• Altitude, a absoluta, que é a sua altitude medida em
relação ao nível do mar, e a relativa, que é tomada em relaçãoa mais baixa altitude absoluta que ocorre na sua vizinhança.
• Idade do relevo, que considera a época em que se formouou sofreu transformações. As montanhas jovens apre-sentam formas agudas e elevadas e as “velhas” são amor-readas e pouco elevadas.
• Natureza das rochas que a compõem e pela maneiracomo estão dispostas no seu interior.
• Tipo de ação climática a que se acham submetidas epela sucessão das estações secas ou chuvosas, frias ouquentes, intensidade das chuvas, da neve e das geleiras.
• Formas que apresentam, pois elas são a resultantedas ações múltiplas e combinadas dos agentes de erosãoe pela inclinação das vertentes ou bordos laterais.
Formação Neozóica
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A partir do estudo desses elementos, as formas de relevo po-dem ser agrupadas em quatro grandes conjuntos:
◆ Escudos e os maciços antigos, que são geralmente formaselevadas, com superfícies arredondadas ou com algumascristas, mas que apresentam um nível geral de aplainamentodecorrente dos longos períodos de erosão a que foramsubmetidos. São exemplos o planalto Atlântico Brasileiro, oescudo das Guianas, o Canadense, o planalto da Borborema.Por terem sido afetados por movimentos ou abalos tectônicos,eles apresentam muitas fraturas e alinhamentos de falhas efossas de afundamento tectônico.
◆ Bacias sedimentares, formadas no interior dos escudosou ao seu redor, em decorrência da invasão marinha queaí depositou sedimentos marinhos ou continentais. Com opeso, elas tornam-se profundas e espessas. Quando suaaltitude não é elevada, constituem as planícies sedimen-tares; quando são elevadas, formam planaltos sedi-mentares. Como exemplos temos a planície Amazônica eo planalto ou chapada do Araripe, no Ceará. Os rios podemformar também planícies sedimentares fluviais, ao longodo seu curso.
◆ Cadeias montanhosas, que são formadas por antigascamadas de rochas sedimentares dos fundos marinhos, queforam soerguidas, dobradas ou enrugadas, apresentandograndes altitudes, vertentes escarpadas e abruptas, picospontiagudos e alinhamentos de cristas. A esse tipo de relevopertencem as montanhas Rochosas, os Andes sul-ame-ricanos, os Alpes europeus, os Apeninos, os Cárpatos, os Bál-cãs e outras montanhas. São de idade recente, formadas naera Terciária.
◆ Formas vulcânicas, que são oriundas de derrames de lavase de escória que se despejam por sobre as formas já exis-tentes, ou então formam os chamados cones vulcânicos, quepodem estar extintos, em repouso ou ativos.
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Os agentes criadores e modificadoresdo relevo terrestre
Os espaços naturais da Terrapossuem determinadas caracte-rísticas físicas que podem seconstituir, dependendo do momen-to histórico e do desenvolvimentotécnico das sociedades humanas,em vantagens ou obstáculos. Paraotimizar seu aproveitamento é ne-cessário saber a formação e a di-nâmica do relevo, mesmo aqueleresultante de terremotos e da açãode vulcões, identificar os recursosúteis e aproveitáveis. O vulca-nismo e os abalos sísmicos com-provam a mobilidade da crosta ter-restre. Eles afetam principalmen-te as áreas periféricas do oceanoPacífico, no seu contato com os continentes americano e asiáti-co, formando um verdadeiro “círculo de fogo”.
Na formação e transformação do relevo terrestre são vários osagentes criadores e modificadores. Eles podem ser classifica-dos em dois tipos:
◆ agentes internos, os que se originam no interior da crostaterrestre;
◆ agentes externos, os que atuam sobre as formas existentes,modificando-as ou recriando-as, oriundos do exterior da crostaterrestre.
Os agentes internos são de três tipos:◆ Movimentos tectônicos que afetam os blocos continentais
e as bacias oceânicas, provocando movimentos horizontais,
A escala Richter mede amagnitude, ou seja, a energia
liberada no foco do sismo,registrado por sismógrafos
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deslocamentos que originam dobras dos sedimentos que for-mam montanhas novas.
◆ Movimentos verticais, ascendentes ou descendentes que,ao afetarem um bloco continental, planalto ou planície, pro-vocam o aparecimento de falhas, fraturas ou a quebra e afun-damento de blocos rochosos, originando as fossas abissais.Por isso, o oceano Pacífico é o que apresenta as maioresprofundidades (fossas abissais).
◆ Vulcanismo, que significa todas as formas de atividadesvulcânicas, com o derrame de lavas e material do interior dacrosta. Atualmente, já é possível se ter uma certa previsãodas erupções vulcânicas.
Os sismos e tremores de terra são provocados por acomoda-ções na estrutura interna do planeta, resultando em movimentosviolentos e rápidos, abalos de intensidade variada mas capazesde promover grandes catástrofes e modificar a fisionomia exter-na de uma determinada região. Seus resultados são trágicosquando o seu “epicentro” (ponto da superfície terrestre mais pró-ximo do centro de um abalo sísmico) se localiza em região den-samente povoada. Além das destruições terrestres, as ondas sís-micas podem provocar maremotos. A escala Richter mede amagnitude, ou seja, a energia liberada no foco do sismo, regis-trada por sismógrafos.
Os maiores abalos sísmicos do planeta
Data Lugar Número de mortos Magnitude
27/7/1976 Tagshan (China) 655.237 7,9
16/12/1920 Shaanxi (China) 200.000 8,6
01/9/1923 Tóquio (Japão) 99.331 8,2
31/5/1930 Ancash (Peru) 66.794 7,8
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Os agentes de origem interna podem ser assim agrupados:
◆ Intemperismo, que resulta da ação da temperaturadiurna (quente) e noturna (fria) nas rochas, provo-cando, a longo prazo, sua decomposição.
◆ Intemperismo químico, que decompõe ou dissolvecertos componentes da rocha, atacando-a. A crista-lização de sais nos interstícios rochosos, levados pelainfiltração das águas, provoca também a desa-gregação das rochas. Alguns exemplos: a água car-regada de ácidos ataca os calcários; a água congeladaentre rochas cria sulcos e acaba liberando grandesblocos; a cristalização de sais nos interstícios rocho-sos, levados pela infiltração das águas, provocatambém a desagregação das rochas. A ação de certosácidos provenientes de raízes e restos animais, demicroorganismos, provoca uma ação química destrui-dora das rochas.
Importante também é a ação da gravidade, da qual resulta amovimentação de rios e águas correntes, de gelos nas geleiras,de desmoronamentos e escorregamentos nas vertentes. E nãose deve esquecer também da ação solar na atmosfera, provo-cando as chuvas, o trabalho dos ventos, os movimentos daságuas do mar, as correntes marítimas.
A ação das águas correntes, transportando e depositando a ro-cha desagregada, o trabalho das águas do mar, do vento, das gelei-ras, erodindo, transportando ou acumulando, são todos exemplosde intemperismo. No entanto há uma outra ação modificadora edestruidora da natureza, a ação dos seres vivos ou erosão antrópi-ca, especialmente a dos seres humanos, que modifica a superfícieda terra nos seus trabalhos de ocupação do solo para agricultura,construção de cidades, vias de circulação, barragens etc.
De maneira geral, pode-se dizer que os agentes de origeminterna são responsáveis pelas transformações de grandes di-mensões, que se efetuam lentamente, em prolongados períodos
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de tempo. São responsáveis pela disposição estrutural das ro-chas, isto é, pela maneira como os blocos rochosos estão assen-tados na superfície.
Os agentes de ordem externaSão responsáveis pelo modelado do relevo num trabalho pro-
longado, ora mais rápido, ora mais lento, de acordo com o rit-mo climático, a natureza da rocha e a sua disposição estrutu-ral. É a ação dos agentes externos que reduz e aplaina o rele-vo, transformando montanhas em planaltos e os detritos retira-dos em planícies.
As formas finais do relevo são, portanto, fruto do trabalhoconjugado, concomitante e contínuo de todas as formas, aindaque uma ou outra possa ser temporariamente mais intensa ouprolongada.
Mas, se a atividade humana é altamente responsável peladestruição da natureza, ela também pode reduzir a erosão na-tural. A construção de terraços ou de muros perpendicularesaos declives, método aplicado principalmente em determina-das regiões asiáticas, diminui a violência das enxurradas e aperda de solo fértil.
Questões de vestibular1) (Puc-SP) Considere o texto e as afirmações apresentadas a seguir.
“Na Colômbia, no Equador, no Peru e na Bolívia, os Andes dominamtudo... A influência dos Andes reflete-se na flora, na fauna, na eco-nomia e na civilização de seus habitantes...” (Cunill, Pedro. A AméricaAndina, p. 7.)
I. Como um sistema montanhoso, os Andes constituem territórios dediversas altitudes, com predomínio de vastos altiplanos que chegama superar os 4.000 metros. Esse fator explica a baixa biodiversidadedos países andinos, pois apenas poucas espécies adaptam-se a essadiversidade de altitudes.
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II. A diversidade de altitudes nas regiões andinas implica contrastesclimáticos significativos. Inclusive os segmentos da cordilheira si-tuados na zona equatorial estão sob o domínio de climas temperadose frios nos seus planaltos elevados.
III. A distribuição vegetal no domínio andino obedece a um zoneamentovertical: até 1.100 m, florestas tropicais; de 1.100 m a 2.200 m, mataheterogênea com diminuição de espécies tropicais; de 2.200 m a3.300 m, mata heterogênea com diminuição do porte; superior a 3.300 m,ausência da vegetação arbórea.SOMENTE corresponde ao quadro físico da região andina o que seafirma em:
a) Ib) IIc) IIId) II e IIIe) I e III
2) (Puc-PR) Em 2002, mais uma vez os sicilianos assistiram atemo-rizados a um espetáculo da natureza: as erupções do vulcão maisativo da Itália, o Etna.Leia atentamente as afirmativas relacionadas a esse tema:
I. O vulcão Etna situa-se na extensa área de atividade vulcânica esísmica denominada “Círculo de Fogo do Pacífico”.
II. Atividade vulcânica do Etna está diretamente relacionada à dinâmicadas placas da litosfera terrestre.
III. Além da atividade vulcânica, a região do sul da Itália, bem como asde outras porções do Mediterrâneo, sofre, com certa freqüência,abalos sísmicos de grande intensidade.Assinale a alternativa que contém a afirmativa correta ou as afir-mativas corretas:
a) apenas I é correta.b) apenas II é correta.c) apenas I e II são corretas.d) apenas II e III são corretas.e) as três são corretas.
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3) (Puc-PR) “Apertado entre o Tibete e a Índia, o Nepal se estende so-bre uma área de 141 mil km2, um pouco menor que nosso estado doParaná. Mesmo assim, por conter a parte central da cordilheira doHimalaia, a morada dos deuses da mitologia indiana, possui oitodas catorze maiores montanhas da Terra.”“Sua altitude decresce rapidamente de norte para sul, até encontrara planície do Terai, a apenas 70 m sobre o nível do mar, um gigantescocontraste com os 8.848 m do Everest na outra extremidade do país,a pouco mais de 180 km.” (Niclevicz, Waldemar. Tudo pelo Everest,1993.)O texto se refere à mais elevada cordilheira do mundo, o Himalaia,onde se situa o Nepal. Com suas contrastantes altitudes, o Himalaiateve sua origem aproximadamente na mesma época e da mesmaforma que as outras grandes cordilheiras do planeta.A origem das grandes cadeias de montanhas da Terra, como oHimalaia, os Andes e as Rochosas, se deve a:
a) falhamentos.b) dobramentos.c) longos processos de erosão.d) vulcanismo.e) formação de fossas tectônicas.
4) (UFRS) O planeta Marte tem alguns processos de construção edestruição das formas de relevo semelhantes aos da Terra. Em Marteexiste o Monte Olympus, que é o maior vulcão conhecido do sistemasolar (550 km de diâmetro e 26 km de altura), assim como grandescanais fluviais e dunas.Os processos existentes na superfície terrestre que geram formasde relevo como as de Marte, citadas acima, são os processos:
a) de gelivação, hídrico e de aluvionamento.b) eólico, hídrico e de gelivação.c) tectônico, de aluvionamento e eólico.d) de aluvionamento, de gelivação e tectônico.e) magmático, hídrico e eólico.
47Geografia Geral
5) (UFRS) O relevo terrestre é decorrente da atuação de duas forças:as internas, que são as geradoras das grandes formas estruturaisdo relevo, e as externas, que são as responsáveis pelas formas es-culturais do mesmo.Com relação a esse tema, considere as afirmativas a seguir.
I. As forças internas ativas são chamadas de tectônicas e provocammovimentos epirogenéticos e orogenéticos.
II . As macroformas estruturais do relevo terrestre são representadaspor cadeias orogênicas, bacias sedimentares, depressões, escudose planaltos.
III. Intemperismo químico é mais atuante nos climas quentes e úmidos,sendo pouco significativo nos climas desérticos.Quais estão corretas?
a) apenas I.b) apenas II.c) apenas I e III.d) apenas II e III.e) I, II e III.
6) (Cesgranrio) O relevo das terras emersas é extremamente diversifi-cado. Nesse relevo, o que se denomina DOBRAMENTOS MODERNOSOU RECENTES corresponde a:
a) depressões absolutas.b) depressões relativas.c) bacias sedimentares.d) cadeias montanhosas.e) dorsais submarinas.
7) (UEL-PR) As grandes cadeias de montanhas, como os Alpes ou oHimalaia, tiveram origem:
a) na era Mesozóica, quando da fragmentação do antigo continente deGondwana.
b) no pré-Cambriano, em virtude dos grandes falhamentos ocorridos nacrosta terrestre.
48 Geografia Geral
c) no Paleozóico, quando os continentes começaram a tomar as formasatuais.
d) há mais de 190 milhões de anos, em conseqüência da movimentação doNIFE, a camada mais interna da Terra.
e) há mais de 60 milhões de anos, graças à movimentação das placastectônicas.
8) (UFMG) Leia o texto. “Embora a evidência de deslocamentos lateraisdos continentes fosse mais ou menos forte, a maioria dos geólogosresistiu, durante muito tempo, à idéia desses deslocamentos. Essaresistência era, em grande parte, ideológica, a julgar pela extraordiná-ria ira da controvérsia contra o principal proponente da deriva conti-nental, Alfred Wegener. De qualquer modo, o argumento de que essesdeslocamentos não eram verdadeiros porque não se conhecia nenhummecanismo geofísico para causar tais movimentos – não era maisconvincente a priori, em vista da evidência acima referida. Contudo,desde a década de 1960, o antes impensável tornou-se a ortodoxiada geologia do dia-a-dia: um globo de placas gigantescas mudandode lugar, às vezes, rapidamente (placas tectônicas).”Adaptado de Hobsbawn, E. Era dos extremos. O breve século XX: 1914-1991. São Paulo, Companhia das Letras, 1995. p. 530.Todas as alternativas contêm afirmações que podem ser comprova-das pelo texto, EXCETO:
a) a teoria da deriva continental foi, por muito tempo, considerada inaceitávelpor se desconhecer o mecanismo geofísico que pudesse explicá-la.
b) a teoria das placas tectônicas é considerada, atualmente, a explicaçãomais aceitável e defensável sobre a posição das massas continentaise a configuração da litosfera.
c) as evidências de que as terras emersas se deslocavam lateralmentesugeriram a teoria segundo a qual a litosfera era formada por váriasplacas, em vez de uma única, imóvel sobre o manto.
d) o relato sobre a aceitação de uma nova teoria sugere que observações,embora inexplicáveis pelo conhecimento científico de uma época, sãoprontamente aceitas pelos cientistas.
49Geografia Geral
9) (FEI-SP) Sobre as rochas existentes na natureza, podemos afirmar:a) as rochas ígneas ou magmáticas são resultantes da solidificação do
magma no interior da Terra ou da solidificação do magma em forma delava expelido pelos vulcões.
b) o carvão mineral é um exemplo de rocha magmática intrusiva.c) as rochas metamórficas são resultantes da erosão de rochas mag-
máticas.d) as mudanças de pressão são responsáveis pela transformação de
rochas metamórficas em rochas sedimentares.e) as rochas sedimentares se apresentam em camadas, onde as mais
baixas são as mais recentes e as de cima são as mais antigas.
10) (Cesgranrio) A estrutura geológica, os tipos de rochas e de solos ea morfologia do relevo devem ser levados em conta na organizaçãodo espaço, pois estão relacionados com a(o):
I. Ocorrência ou não de fenômenos como o vulcanismo e terremotos.II. Ocupação e distribuição geográfica da população.III. Traçado e implantação de rodovias e ferrovias.
Assinale a opção que contém a(s) afirmativa(s) correta(s):a) apenas I.b) apenas II e III.c) apenas I e III.d) apenas II.e) todas.
50 Geografia Geral
Capítulo 3A representação da Terra
Coordenadas geográficas e fusos horáriosA orientação de uma pessoa que se desloca numa rua de uma
cidade é facilitada pelas referências possíveis de serem identifica-das, como uma casa conhecida, um letreiro, uma praça ou ummonumento. Conhecendo todos os pontos de referência existen-tes ao longo de um caminho, torna-se fácil a qualquer pessoa, aqualquer momento, saber em que ponto do percurso está ou paraonde ir. O mesmo, entretanto, não acontece com um viajante empleno deserto de areia. Não há ponto de referência e torna-sedifícil descobrir aonde deve ir ou onde está. Um navio em alto-mar, rodeado em todos os horizontes apenas por água, precisa deum meio seguro para orientar-se, isto é, saber a qualquer momen-to onde se encontra e qual o caminho deve seguir.
Fusos horáriosFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
51Geografia Geral
Para resolver esse problema, desde a mais remota Antigüida-de, o ser humano procurou munir-se ou criar pontos de referên-cia. Observando o movimento aparente do Sol, não foi difícil per-ceber que ele nasce e se põe exatamente nos mesmos lugaresou na mesma direção. Assim, o Sol foi tomado como ponto dereferência, estabelecendo-se duas direções, onde nasce, ou nas-cente, e onde desaparece, ou poente. Sinônimos foram adota-dos, para nascente, oriente, e para poente, ocidente. Mas perce-beu-se ser insuficiente apoiar-se exclusivamente no Sol para ori-entar-se. A partir da direção nascente-poente (ou oriente-ociden-te) criou-se outra referência, a de uma direção que cruza, per-pendicularmente, a primeira. Assim a pessoa que apontar o bra-ço direito para o nascente, o esquerdo para o poente, terá a suafrente uma nova direção, ou seja, o norte. Às costas, o sul. Per-ceberam os moradores do hemisfério norte que a direção nortecoincidia com uma estrela de forte brilho, a estrela Polar. No he-misfério sul, a estrela de Magalhães, no eixo maior da cruz, pro-longada quatro vezes, aponta o sul. Essas quatro direções fun-damentais passaram a constituir os pontos cardeais e não foidifícil estabelecer mais quatro pontos intermediários entre eles,que passaram a se chamar pontos colaterais.
A descoberta de que uma agulha imantada, em equilíbrio, apon-ta constantemente para o norte deu origem à bússola, instru-mento fundamental para orientação. Para facilitar sua leitura, aagulha oscila sobre um desenho que indica os pontos de dire-ção, denominado rosa-dos-ventos. Assim, estabelecido o siste-ma de orientação, mostrou-se logo que precisaria ser completa-do por outros pontos, de referência, reais ou imaginários, quepossibilitassem uma localização mais precisa, em relação à su-perfície da Terra. Foi a forma redonda do nosso planeta que de-terminou o aparecimento de outros métodos de localização geo-gráfica de um ponto qualquer na superfície da Terra. Sendo aTerra uma esfera, ela pode ser dividida em duas metades ouhemisférios. A extremidade de cada hemisfério recebeu o nomede pólo. Unindo com um círculo um pólo ao outro foi possível
52 Geografia Geral
estabelecer os meridianos. A partir do círculo que separa umhemisfério do outro, chamado equador, foi possível traçar outrascircunferências paralelas ao equador e perpendiculares aos cír-culos meridianos, os paralelos.
As coordenadas geográficas formam sobre o mapa do globoterrestre um quadriculado que permite obter rapidamente a loca-lização geográfica de qualquer ponto da superfície da Terra. Aslinhas ou coordenadas formam um sistema de referências imagi-nárias, pois elas são representadas somente nas cartas ou nosmapas e não existem concretamente.
Todos os pontos se cruzam em duas coordenadas: latitude elongitude. São medidas em grau, minuto e segundo. As latitu-des ou paralelos são as linhas paralelas ao Equador e marcama distância entre os pólos. Partem do Equador (0o) até 90o aonorte e ao sul. Por convenção internacional, servem para deter-minar as zonas quentes, temperadas e glaciais da superfície doplaneta. Os paralelos mais importantes são o trópico de Câncere o círculo polar ártico, ao norte, e o trópico de Capricórnio e ocírculo polar antártico, ao sul. No Brasil, o trópico de Capricórniopassa pelos estados do Paraná e de São Paulo.
Mapa contendo meridianos: horas atrasadas/horas adiantadasFonte: Mega Pesquisa, São Paulo, Rideel, 2001.
53Geografia Geral
As longitudes ou meridianos são as linhas que partem domeridiano de Greenwich (0o) até 180o a oeste e a leste e conver-gem para os pólos. A linha imaginária tem esse nome porquepassa pelo antigo observatório da cidade de Greenwich, situadana periferia de Londres.
Ao lado da localização das pessoas no espaço, cuidou-se tam-bém da localização do tempo. Sendo a duração do dia igual a24 horas foi preciso localizar a hora de cada local. A hora local éestabelecida por intermédio do meridiano que passa por esselocal. Assim quando o Sol passar sobre o meridiano de um lugarserão 12 horas ou meio-dia. Essa posição do Sol, no meridiano,de um lugar, chama-se zênite.
A superfície da Terra foi dividida em 24 faixas no sentido dosmeridianos por estar o dia dividido em 24 horas, e elas se deno-minaram fusos horários. Cada fuso horário corresponde a 15o dasuperfície terrestre. Porém, por razões político-administrativas,a linha do fuso horário não é uma “reta”.
Assim, em cada uma das 24 faixas situadas entre os meridianosda Terra, a hora, por convenção, é a mesma. Conforme se passade um fuso a outro, deve-se aumentar (a leste ou oriente) oudiminuir (a oeste ou ocidente) uma hora no relógio.
Devido ao desenvolvimento no setor de transportes, acarre-tando o aumento da velocidade e a diminuição do tempo que selevava para se deslocar de um ponto a outro, tornou-se neces-sário estabelecer um sistema universal de determinação da horalegal. Na Conferência de Roma (Itália), em 1883, optou-se pordividir a circunferência da Terra (360°) em 24 fusos horários de15°. Toda a região situada dentro de um fuso passou a ter umaúnica hora. No ano seguinte, na Conferência de Washington(EUA), 27 nações adotaram o meridiano de Greenwich comoponto zero, já que a maior parte das cartas geográficas da épo-ca, que eram inglesas, usava esse meridiano. No decorrer dotempo, outros países aderiram a essa divisão.
54 Geografia Geral
Com base na sua localização e nas suas particulari-dades, cada nação institui uma (ou mais) hora legal, quenem sempre corresponde exatamente ao fuso em que estásituado. Se o país for muito vasto, no sentido leste-oeste,há mais de uma hora legal. A Federação Russa, por exemplo,possui doze horas diferentes, o Canadá tem oito, os EUA,seis, e o Brasil, quatro.
A Terra e as maneiras de ser representadaA forma esférica da Terra torna difícil representá-la por outra
maneira que não seja o globo. O globo terrestre é pois uma re-presentação em miniatura do nosso planeta. Além do contornodos continentes, oceanos, mares e ilhas, aparecem os traçadosdos principais rios, lagos e montanhas. São as representaçõesfísicas da Terra. A divisão política dos continentes em países ecapitais, além das cidades importantes, faz parte das represen-tações políticas. Nos globos encontramos também a representa-ção das coordenadas terrestres que são os círculos máximos,como o equador, os meridianos e os paralelos. Essa maneira derepresentar o globo terrestre, copiando sua forma em miniatura,apresenta algumas dificuldades para o seu manuseio e princi-palmente impede que muitos detalhes da superfície dos conti-nentes, e mesmo do seu contorno, sejam representados.
Utilizam-se outras formas de representar a Terra. Em vez de re-presentar todo o conjunto terrestre, representa-se, de cada vez, umaparcela que pode ser um país, um continente ou uma região qual-quer. O que originalmente está numa superfície arredondada (su-perfície da Terra) é representado numa superfície plana. Utilizamosentão uma projeção, que permite representar num plano o que estánuma área curva. Essa transferência provoca, como é natural, al-gumas deformações, e por isso existem numerosos tipos de proje-ções cartográficas que procuram corrigir as deformações.
55Geografia Geral
Assim, são construídos as cartas e os mapas, seguindo umtipo de projeção. Numa folha de papel, de dimensões que po-dem variar, são desenhados símbolos e sinais que, convencio-nalmente, representam aspectos físicos, políticos, humanos egeodésicos, existentes na superfície do globo terrestre. A cole-ção desses sinais ou símbolos de representação é denominadaconvenções cartográficas. Para que um mapa ou carta possaser lido com precisão deve-se ter uma idéia da relação que exis-te entre ela e as dimensões da área que está representando.Essa relação chama-se escala e nos dá uma idéia de proporçãoentre a carta e o tamanho da região representada.
Para confeccionar um mapa na Antigüidade eram tomadasmedidas das distâncias entre vários pontos conhecidos e ano-tados em folhas, com esboços muito simples. Nos fins da Ida-de Média, quando a Cartografia desenvolveu-se e passarama ser utilizadas as coordenadas geográficas, os mapas forammelhorados com o aparecimento dos portulanos e aperfeiçoa-dos com as cartas de navegar. Com a invenção de alguns ins-trumentos óticos, como o teodolito, e de aparelhos de medi-ção de altitude, como o altímetro, o levantamento cartográfico,ou seja, a busca de dados e informações para confeccionarum mapa, passou a ser feito por um processo conhecido portriangulação.
A triangulação é a aplicação de conhecimentos de geometriana elaboração de mapas. Determinando-se a distância entredois pontos, pode-se ligá-los a um terceiro, mais distante, e,por intermédio de cálculos, determinar a área e as distânciasdesses três pontos. Assim, sucessivamente, toda superfície serámedida e anotada pela soma dos triângulos determinados. Naatualidade, com o emprego da aerofotogrametria, é possívelfotografar-se a superfície da Terra, ao longo de faixas de vôo.Essas fotografias tiradas em seqüência são posteriormentemontadas em um mosaico e, depois de reduzidas, permitem,por intermédio de um aparelho chamado restituidor, a confec-ção de mapas de elevada precisão.
56 Geografia Geral
Os mapas são importantes em todas as atividades modernasdo homem. Outrora seu emprego destinava-se aos navegadorese exploradores com fins geralmente militares ou de conquistas.Atualmente a confecção de mapas é básica para o desenvolvi-mento de programas de planejamento e administração na políti-ca, na economia, na agronomia, na segurança nacional. É fun-damental para o conhecimento geográfico de um país ou região.Conforme a destinação, os mapas podem ser geológicos, geo-gráficos, geomorfológicos, meteorológicos, pedológicos (solos),rodoviários, de navegação ou marítima etc.
As projeções cartográficas podem ser de três tipos: confor-mes, equivalentes e eqüidistantes.
◆ Projeções conformesMantêm os ângulos da natureza, ou seja, a forma exata doscontinentes. Nesse tipo destaca-se a projeção cilíndrica deMercator, feita pelo geógrafo holandês Gerhard Kremer, maisconhecido por Mercator. Foi elaborada em 1569, época daexpansão marítima européia.
km
0 4753
ESCALA
Planisfério de MercatorFonte: Mega Pesquisa, São Paulo, Rideel, 2001.
57Geografia Geral
◆ Projeções equivalentesPreservam a proporcionalidade de áreas e distâncias. Umadas mais recentes é a projeção cilíndrica do historiador ale-mão Arno Peters, criada em 1952.
◆ Projeções eqüidistantesSão aquelas nas quais as distâncias estão em escala verdadeira.
Questões de vestibular1) (Puc-RS) Se os relógios dos habitantes de uma cidade localizada a
26° Oeste de Greenwich estiverem marcando 13 horas, que hora so-lar ou verdadeira será?
a) 13 horas.b) 13 horas e 16 minutos.c) 12 horas.d) 12 horas e 4 minutos.e) 12 horas e 44 minutos.
2) (Fatec–SP) Com relação aomapa ao lado:
a) o erro está no fato dele serapresentado de modo inverti-do, pois a Antártida está co-locada ao norte, e a Europa eÁsia, ao sul da Terra, fato que invalida a Projeção de Peters.
b) nenhum dado está correto, pois, com a Projeção de Peters, a Europaaparece proporcionalmente menor do que realmente é em relação aosdemais continentes.
c) a forma do traçado dos continentes está mantida, mas o erro está nofato do mapa ser apresentado de modo invertido, resultado da Proje-ção de Peters.
d) a proporção entre as áreas dos continentes corresponde à da realidade,apesar de comprometer as suas formas, resultado da Projeção de Peters.
Antártida
Oceania
ÁsiaEuropa
África
Américado Norte
América do Sul
Projeção de Peters
58 Geografia Geral
e) todos os dados são fiéis à realidade: a proporção entre as áreas, asformas dos continentes e as distâncias entre todos os pontos dasuperfície terrestre.
3) (UFES) “Olhar os mapas pode seresclarecedor. Olhar para eles deângulos novos pode ser ainda maisesclarecedor.” (The Economist,14.1.95. Apud Magnoli, 1993.)Considerando a afirmação ante-rior, analise o emblema oficial daONU, que utiliza um mapa comprojeção azimutal eqüidistante, eindique a alternativa que explica a representação do mundo expres-sa no emblema.
a) a centralização do Pólo Sul reunindo os continentes em torno dele.b) a Eurásia no centro, com os outros continentes em torno dela.c) o Pólo Norte ao centro e as terras do Hemisfério Sul ao longe,
distorcidas.d) os continentes reunidos, simbolizando a Pangéia.e) um aglomerado aleatório dos continentes, a partir da centralização
da América.
4) (UFCE) Sobre questões cartográficas é CORRETO afirmar que:a) o sistema de coordenadas geográficas se estabelece através da rede
de paralelos e meridianos que constituem, respectivamente, longitu-des e latitudes.
b) os mapas unitemáticos tendem a reproduzir todas as característicasdo espaço geográfico cartografado.
c) os mapas pedológicos, geológicos e de isoietas tratam, respectiva-mente, de solos, relevos e condições térmicas.
d) o maior ou menor detalhamento sobre a superfície a ser cartografadadepende da escala a ser adotada no mapeamento.
59Geografia Geral
5) (UnB) A latitude e a longitude são as grandes referências de posicio-namento sobre a superfície da Terra. Com relação à natureza e aouso das coordenadas geográficas, julgue os itens que se seguem(Certo ou Errado):
( ) compreende-se por latitude o ângulo medido entre um ponto na super-fície terrestre e a linha do Equador.
( ) a região intertropical está estabelecida a partir de meridianos.( ) os meridianos auxiliam na contagem do tempo no planeta.
60 Geografia Geral
Capítulo 4A atmosfera e os fatores climáticos
A atmosfera e suas partesA atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra e a
acompanha em seus movimentos. Sua espessura é variávelmas, em média, pode-se considerá-la como sendo de 1 mil kmde altura. É constituída por uma mistura de gases comumentechamados de ar), no qual vivemos e nos deslocamos. Ela éde importância vital para os seres humanos, animais e plan-tas. Sua ausência ou contaminação excessiva provocariam aextinção da vida terrestre. O ar é ainda responsável pela com-bustão, pelo equilíbrio e pela permanência da temperatura idealpara a vida humana, pela transmissão sonora e por outrosefeitos.
Sua composição varia com a altitude, pois os vários gasesque entram em sua formação têm pesos diferentes. Essa dife-rença faz com que encontremos na atmosfera três camadas:troposfera, estratosfera e ionosfera.
TroposferaNome dado à camada inferior, justamente a que está em con-
tato com as terras e as águas; é a mais pesada e recebe direta-mente a irradiação do calor que se desprende da Terra. Sua es-pessura varia entre 12 km e 18 km, e o azoto (ou nitrogênio)predomina entre os gases, com 78% da sua composição. Alémdo oxigênio, com 21%, e dos gases raros, com 0,9%, essa ca-mada está impregnada no anidrido carbônico, vapor d’água, re-síduos vulcânicos e poeira em suspensão. Essa poeira, em con-tato com o solo, muitas vezes oriunda das atividades urbanas eindustriais, pode atingir, em determinados locais, proporções ele-vadas, contaminando o ar atmosférico, tornando-se prejudicialàs pessoas, aos animais e às plantas. É o que chamamos de
61Geografia Geral
poluição atmosférica. Em muitas cidades como São Paulo (Bra-sil), Tóquio (Japão), Nova York (EUA) e Cidade do México, jáforam registrados elevados índices de poluição atmosférica.
EstratosferaNessa camada ocorre curioso fenômeno com a temperatura:
percebe-se um progressivo aumento, com registros de até 50 oC,entre 30 e 55 km de altura; tal aquecimento é causado pela ab-sorção de raios solares ultravioletas pela camada estratosféricade ozone. Como o ozone absorve a maior parte dos raios sola-res ultravioleta, essa radiação letal não atinge a superfície, ondepoderia afetar perigosamente a saúde. A temperatura decai no-vamente nas camadas mais elevadas da estratosfera, situadasum pouco abaixo de 80 km de altitude.
IonosferaÉ a camada que se desenvolve a partir do limite de 80 km de
altitude prolongando-se em média até cerca de 1 mil km. Aí osgases se tornam extremamente rarefeitos e persistem os maisleves. Predomina o hidrogênio, sendo que as partículas gasosasestão carregadas de uma carga elétrica (íon), origem do nomedessa camada.
Conhecendo a atmosferaOs primeiros elementos para se conhecer a atmosfera são:
Amplitude térmicaÉ a diferença entre a máxima temperatura e a mínima tempe-
ratura num espaço de tempo, que pode ser de um dia (amplitudetérmica diária), do mês (amplitude térmica mensal) ou de umano (amplitude térmica anual). Nos climas tropicais é grande aamplitude térmica, pois durante o dia a temperatura pode atingir,por exemplo, 32 oC e de noite cair para 18 oC, o que correspondea uma amplitude térmica diária de 14 oC.
62 Geografia Geral
AnemômetroÉ um aparelho usado para medir a força e a velocidade do
vento. Um eixo vertical suporta dois outros eixos horizontais,cruzados. Estes possuem em suas quatro extremidades quatroconchas metálicas que são acionadas pelos ventos. A rotaçãoem torno do eixo vertical faz com que um registro, em forma dequadrante de relógio, assinale as medidas de força e velocida-de do vento. Os ventos podem ser assim classificados quanto àvelocidade:
Ventos ..................................... Velocidade
moderados ....................................... 2 m/s
fracos ............................................. 10 m/s
fortes .............................................. 20 m/s
tempestade .................................... 30 m/s
furacões ......................................... 40 m/s
Pressão atmosféricaÉ a força exercida em todas as dire-
ções sob efeito do peso do ar. Comoresultado dos movimentos complexose constantes do ar, das variações detemperatura e do seu teor de vapord’água, o peso do ar, num determina-do ponto, varia constantemente. Essasvariações da pressão, constituem porsi, um importante aspecto do tempopela sua significação em relação à mu-dança das condições meteorológicas.Sendo uma força, a pressão atmosféri-ca pode ser medida por intermédio deum instrumento chamado barômetro.
63Geografia Geral
Umidade atmosféricaÉ a quantidade de vapor d’água contida na atmosfera, prove-
niente da evaporação das superfícies líquidas, da água existenteno solo, da respiração das plantas etc. A quantidade de umidadeque pode existir na atmosfera é variável e depende da temperatu-ra do ar. Assim num metro cúbico de ar que esteja a 0o de tempe-ratura são suficientes 4 gramas de vapor d’água para completasaturação. Na temperatura de 30 oC são necessários 31 gramaspara atingir a saturação. No momento em que a saturação é atin-gida, isto é, quando o ar passa a conter o máximo de umidade quepode suportar, pode-se perceber a formação de inúmeras gotículasque permanecem suspensas no ar, formando, ao nível do solo,bruma ou cerração, e em níveis mais elevados as nuvens. É co-nhecida também como “umidade relativa do ar”.
Há vários modos de medir a umidade do ar. A umidade absolutaé a verdadeira massa de vapor d’água contida num metro cúbicode ar. A medida é dada pelo peso em gramas. Podemos dizer que,num determinado momento, o ar contém 20 gramas de vapord’água por metro cúbico. Isso significa que a unidade absoluta doar é de 20 gramas. Podemos determinar também a umidade es-pecífica que é a relação entre o peso do vapor d’água e o peso doar. Outra medida muito importante sobre a umidade, é a umidaderelativa. Ela nos informa quanta umidade está faltando para que oponto de saturação seja atingido. A umidade relativa é a razãoentre a quantidade de vapor d’água presente no ar e a quantidadenecessária para a saturação do ar sob condições constantes detemperatura e pressão. Exemplificando: estando o ar atmosféricoa 17 o C de temperatura, a umidade absoluta a 10 gramas, e sa-bendo-se que a 17 o C o máximo de vapor que poderá conter seráde 15 gramas por metro cúbico, temos o seguinte:
Temperatura: 17 o CUmidade absoluta: 10 g
Máximo de umidade à 17 o C = 15 g p/m3
Umidade relativa: 66% ou 2/3
➔
64 Geografia Geral
Escalas termométricasOs termômetros, além de serem constituídos de materiais di-
ferentes, podem variar também de acordo com os critérios defabricação decorrentes de seus inventores. Assim o ponto de ebu-lição da água ocorre nos termômetros inventados por Celsius a100o e nos termômetros inventados por Fahrenheit em 212o.
Verifica-se, portanto, uma diferença de valores de um para outro.Dizemos então que os termômetros possuem escalas diferentes efacilmente poderemos encontrar a equivalência entre um e outro.
Termômetro de Fahrenheit: mede a temperatura em grausFahrenheit e foi inventado por um cientista alemão, DanielFahrenheit. A temperatura que representa a fusão do gelo é con-siderada como 32o e a da ebulição da água como 212o. É utiliza-do com maior freqüência nos países de língua inglesa. Usa-se aletra F como abreviatura de sua escala, nos termômetros.
Termômetro de Celsius ou centígrado: foi inventado peloastrônomo sueco Anders Celsius, em 1742. Tomou para o come-ço de sua escala o valor 0o correspondente ao ponto de congela-mento da água e 100o para o ponto de ebulição. O espaço entreesses valores é dividido em 100 partes, e daí ser uma escalacentígrada. Sua escala é representada pela letra C.
Em ambas escalas usa-se o sinal negativo (–), antecedendo acifra das temperaturas abaixo do ponto de congelamento da água.Para determinarmos a correspondência de valores de uma es-cala para outra são usadas fórmulas:
◆ para conversão de graus Fahrenheit em centígrados:
(F – 32o) x 5F ➔ C = ——————
9
◆ para conversão de graus centígrados em Fahrenheit:
(C + 32o) x 9C ➔ F = ———————
5
65Geografia Geral
Questões de vestibular1) (Unirio) Para entendermos os tipos climáticos e as variações de tem-
po, é importante o conhecimento a respeito do mecanismo atmos-férico. Assinale a opção que contém um dos aspectos da dinâmicaatmosférica.
a) a região do Equador recebe os raios solares com maior intensidade;logo apresenta alta temperatura e alta pressão atmosférica.
b) em maiores altitudes ocorre uma queda na temperatura, o que explicaas baixas temperaturas da estratosfera.
c) as partes da atmosfera mais próximas da litosfera e da hidrosferapossuem temperaturas diferenciadas.
d) o movimento ascensional do ar é provocado pelas baixas temperatu-ras, sendo comum nas regiões polares.
e) as zonas de alta pressão são aquelas que proporcionam melhores con-dições para a formação de nuvens e, portanto, para a presença dechuvas.
2) (UFPE) A atmosfera vem a ser a camada gasosa que envolve a Terra,acompanhando-a em todos os seus movimentos. Em relação à at-mosfera, podemos afirmar (assinale “F” ou “V”):
( ) em face de sua imensa espessura costuma-se dividir a atmosfera emcamadas superpostas, entre as quais as que mais interessam ao estudo do clima são a TROPOSFERA e a ESTRATOSFERA.
( ) é na MESOSFERA que encontramos o gás ozônio, responsável pelafiltragem da radiação ultravioleta proveniente do Sol.
( ) o gás mais encontrado na atmosfera é o oxigênio (78,07%), seguido donitrogênio (20,95%) e do argônio (0,03%).
( ) a camada atmosférica mais baixa, em contato direto com a superfícieterrestre é a TROPOSFERA, onde a quase totalidade dos fenômenosmeteorológicos se originam e evoluem.
( ) o ar atmosférico tem elasticidade, ou seja, aumenta e diminui de volu-me e peso devido às diferenças de temperatura, dando origem às dife-renças de pressão.
66 Geografia Geral
3) (UEL-PR) Considere as seguintes afirmativas:I. A temperatura aumenta dos pólos em direção ao Equador.II. A temperatura diminui à medida que a altitude aumenta.III. A temperatura do litoral é regularizada pela proximidade das águas
oceânicas.IV. A temperatura do litoral é sempre mais alta que a do interior.V. Cidades localizadas em latitudes diferentes nunca apresentam tem-
peraturas semelhantes.São corretas APENAS as afirmativas:
a) I, II e IIIb) I, III e IVc) II, III e Vd) II, IV e Vd) III, IV e V
4) (UFSC) A atmosfera é a camada de ar que envolve o nosso planeta.Considerando essa camada importante, assinale a proposição queesteja CORRETA:
01. As partículas que compõem a atmosfera não se distribuem de formahomogênea nos diversos ambientes da superfície terrestre.
02. A atmosfera é composta de vários gases cujas proporções não variamem função da altitude.
04. A estratosfera é a camada em que ocorre a maior parte dos fenôme-nos meteorológicos, como as chuvas e os ventos.
08. A troposfera, primeira camada da atmosfera, apresenta ar bastanterarefeito e temperatura estável.
16. A maior quantidade de ozônio é encontrada na troposfera, e ele é im-portante porque reflete as ondas de rádio.
5) (UFBA) Com base no gráfico a seguir e nos conhecimentos sobre ascamadas da atmosfera terrestre, é possível concluir:
01) I corresponde à tropopausa, camada que envolve diretamente a Terra eé responsável pelos fenômenos meteorológicos.
02) II corresponde à estratosfera, camada em que ocorre o fenômeno da
67Geografia Geral
inversão térmica e que é caracterizadapelo aumento da temperatura, emrelação à camada inferior.
04) III corresponde à mesosfera, área ondea temperatura diminui, à medida que aaltitude aumenta.
08) IV corresponde à estratopausa e carac-teriza-se pela presença de ozônio e peloaumento da temperatura, em relação àcamada inferior.
16) V corresponde à ionosfera, parte externa da atmosfera, na qual asmoléculas de gás se tornam ionizadas e têm a propriedade de refletiras ondas curtas de rádio.Soma = ( )
68 Geografia Geral
Capítulo 5Oceanos, mares e rios
O planeta ÁguaO globo terrestre possui uma
extensa camada líquida quetambém é chamada de hidros-fera. Ademais, a água se en-contra na atmosfera sob a for-ma de vapor d’água, conden-sada ou em forma de cristaisde gelo. Na litosfera, a água seinfiltra, formando as águas sub-terrâneas, ou flui, formando aságuas superficiais (rios e la-gos). Importante lembrar o pa-pel da água nos mecanismosclimáticos e nos processos ero-sivos. A sua presença ou au-sência condiciona a existência ou inexistência da fauna e da florapela nossa superfície terrestre.
O consumo de água potável tem crescido consideravelmentenas últimas décadas, quer devido ao crescente aumentopopulacional, quer devido ao processo industrial-urbano. Embo-ra seja um recurso natural renovável, sua disponibilidade estácada vez mais dependente da própria atividade humana. A rela-ção entre sua procura e sua oferta tende a se agravar, pois ademanda cresce muito rapidamente. Deve dobrar a cada vinteanos, mantidas as tendências atuais.
A água abrange três quartas partes do total da superfície doglobo terrestre, sendo o restante ocupado pelas terras emersas.Assim, corretamente o nosso planeta deveria se chamar “água”.Intercalada entre os continentes, a grande massa líquida divide-se em distintas porções (oceanos, mares, lagos etc), com algu-mas características próprias, como, por exemplo, a temperatura
Rep
rodu
ção
Planeta Terra visto da Apolo 17, acaminho da Lua, em dezembro de 1972
69Geografia Geral
que varia de um oceano para outro. Cada uma dessas partesrecebeu uma denominação própria: oceano Índico, oceano Atlân-tico, Oceano Pacífico. Muitos cientistas consideram o oceanoGlacial Ártico um mar, formado pelo oceano Atlântico.
Os limites de cada oceano correspondem aproximadamenteao contorno das terras que os circundam. Cada oceano possuitrechos em que a delimitação é precisa, nítida, mas em algunslugares as águas se encontram e não há uma referência exatada passagem de um para outro. Por sua conformação, podemas águas oceânicas apresentarem trechos encravados no inte-rior dos continentes ou apertados entre terras e ilhas, de tal ma-neira destacados, que recebem a denominação de mares. Comoexemplo temos a porção do oceano Atlântico que se coloca en-tre a América do Norte, a Central e a do Sul, repletas de ilhas, eque se denomina mar das Antilhas ou mar Caribe.
Os oceanos possuem principalmente nas suas bordas diver-sos trechos apertados entre ilhas e continente, em tal extensão,que também são denominados mares: é o caso do mar ou canalda Mancha, no oceano Atlântico, entre a Inglaterra e a França.
Mapa com correntes marítimas e oceanos: Índico, Atlântico e Pacífico
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
EQUADOR
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
TRÓPICO DE CÂNCER
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
C. daCalifórnia
C. deH
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C. do Atlântico Sul
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C. Sul-Equatoria
C. Norte-Equatorial
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C. da Groenlândi
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C. das Monções
C. Sul-Equatorial
do Oeste
C. Norte-Equatorial
Corrente
Deriva do Atlâ
nticoNorte
C.do
Golf
C. Sul-Equatorial
Climas quentesClimas temperados
CORRENTES MARÍTIMAS
Climas friosCorrente quente
Corrente fria
O C E A N O
A T L Â N T I C O
O C E A N O
Í N D I C O
O C E A N O
P A C Í F I C O
O C E A N O
P A C Í F I C O
km
0 4 600ESCALA
70 Geografia Geral
São chamados de mares costeiros os mares localizados nascostas dos continentes, ou que ficam muito próximos das cos-tas. Ocorre também que no interior dos continentes grandes por-ções de água, salgada ou não, podem ser chamadas de mar,como, por exemplo, o mar Negro. Esses tipos de mares são cha-mados de mares “continentais”, em virtude de estarem contidosno interior de um continente, observando-se uma pequena saídapara o oceano. Há muitos mares que, na verdade, são mares,como o Cáspio, o Aral.
As águas do marAs águas do mar podem ser estudadas de acordo com as dife-
rentes características físicas, químicas ou biológicas que apre-sentam. Entre as características físicas há a densidade, a tem-peratura, os movimentos e a coloração ou cor, que também po-dem ser atribuídas às características biológicas ou químicas.
Entre as características químicas destacam-se a composiçãoda água do mar e os sedimentos que estão em suspensão. Doponto de vista biológico, interessam os microorganismos animaise vegetais, conhecidos como plânctons, indiretamente respon-sáveis pela vida animal nos mares.
As bacias oceânicasOs compartimentos da superfície da Terra que contêm os
oceanos e mares são denominados bacias oceânicas e apre-sentam alguma correlação com a estrutura rochosa dos conti-nentes. Uma parte da Oceanografia, a Oceanografia Física, ocu-pa-se em estudar os movimentos do mar, a natureza dos fun-dos oceânicos, as formações dos litorais, o relevo submarino,os depósitos marinhos, utilizando-se especialmente de sonda-gens submarinas.
A água no subsoloUma parte considerável da água que cai durante a chuva infiltra-
se pelo solo adentro e permanece retida pelas camadas imper-
71Geografia Geral
meáveis, ou embebida em rochas porosas. São as águas sub-terrâneas, que, pela profundidade que atingem, podem ser dedois tipos: os lençóis freáticos, quando em pequena profundi-dade e que alimentam principalmente a água existente nos po-ços caseiros, e os lençóis profundos ou artesianos utilizadospelas indústrias ou para o abastecimento de água para as cida-des. Tanto a água de origem freática como a artesiana podemaflorar livremente na superfície do solo quando as ondulaçõesdo relevo permitem.
No fundo dos vales, nas encostas de montanhas, nas escarpasou nos flancos de um morro, a água pode aflorar sob a forma deuma nascente, vertente, olho-d’água, bica ou manancial e darorigem a um pequeno curso d’água, um córrego, ribeirão, umriacho ou uma sanga (pequeno regato que seca facilmente emépoca de estiagem).
A formação, divisão e características dos riosA reunião das águas desses minúsculos cursos vai formar, pro-
gressivamente, rios cada vez maiores e que, finalmente, reuni-dos num só, acabam desembocando no oceano. Além da águadas fontes que lhes deu origem, os rios recebem as águas quecaem durante as chuvas e que, em vez de se infiltrarem, escoampara o seu leito. Por essa razão, na época das chuvas, os riosaumentam de volume e têm suas águas de cor barrenta. Exis-tem rios que têm suas nascentes alimentadas pela água do der-retimento das neves e gelo acumulados durante o inverno. É oque ocorre nas regiões de climas temperados ou frios. Assimsendo, podemos dividir os rios em dois tipos quanto ao seu regi-me, ou seja, a origem de suas águas: os de regime pluvial, comáguas provenientes das chuvas, e os de regime nival, com águasprovenientes das neves. Pode ocorrer que um rio, por ter afluen-tes procedentes de várias regiões, seja alimentado pelos doisregimes. Nesse caso terá um regime misto. O rio Amazonas nascedas águas nivais, nos Andes, embora receba uma enorme quan-tidade de águas pluviais.
72 Geografia Geral
Num mecanismo de escoamento superficial — um rio e seusafluentes — podemos anotar uma nomenclatura que designa suaspartes ou componentes principais. Assim temos:
◆ Nascentes ou cabeceiras: local ou locais onde estão situa-dos os mananciais que dão origem aos rios.
◆ Leito: canal ou calha por onde corre o rio. Nos rios brasileirospodemos distinguir um leito menor ou permanente, e um leitomaior ou de inundação, que o rio ocupa durante as enchen-tes. São as suas várzeas.
◆ Tolvegue: corresponde a uma linha imaginária que une ospontos mais profundos de um rio ao longo do seu leito. É oque comumente se denomina canal.
◆ Margens: direita ou esquerda, dependendo do fluxo de suaságuas. A posição de um observador deve ser sempre olhan-do para onde as águas se dirigem ou de costas para a suanascente (ou origem). As margens podem ser baixas, forman-do as praias de rio, ou altas formando as barrancas.
◆ Foz ou embocadura: local onde o rio deságua.
◆ Afluente: os cursos d’água ou rios recebidos pelo rio maior.
◆ Montante: navegar ou seguir em direção às cabeceiras deum rio.
◆ Juzante: navegar ou seguir em direção à desembocadura.
◆ Débito ou descarga: a quantidade de água do rio que passanum determinado ponto, durante um determinado tempo.Mede-se em metros cúbicos por segundo.
◆ Bacia hidrográfica: o conjunto de terras drenadas por umrio e seus afluentes.
◆ Curso de um rio: o caminho seguido por suas águas. Distin-gue-se: alto curso, na região das nascentes; médio curso, naporção intermediária; baixo curso, na desembocadura e suasproximidades. Expressões comuns: alto Amazonas, baixoAmazonas.
73Geografia Geral
◆ Vale fluvial: a porção transversal de uma bacia fluvial. Vistode perfil, um vale pode se apresentar de diversas maneiras:em garganta, quando o leito fluvial encontra-se profundamenteencravado no relevo, resultando margens e encostas abrup-tas e elevadas; dissimétrico, quando as margens e as verten-tes de um lado são diferentes do outro; vale normal, quandoas margens e vertentes formam um perfil em V aberto; valeem calha, quando o perfil tem a forma de um U (vales deorigem glacial).
Os tipos de fozFoz é a desembocadura fluvial marinha e o trecho do rio onde
deságua no mar. As águas atingem o oceano de modo oblíquo,pois são desviadas pelas correntes litorâneas ou para um ladoou para outro. Podem ocorrer dois tipos diferentes de foz: quan-do a desembocadura se alarga consideravelmente, a força dacorrenteza fluvial é muito grande, não permitindo o acúmulo desedimentos trazidos pelas águas, é a desembocadura em estuá-rios; quando no momento da desembocadura o rio divide-seem vários canais estreitos por entre ilhas formados por sedi-mentos trazidos pelas águas e que tendem a aumentar, deno-minamos delta.
Os acidentes de um curso fluvialOs rios, ao longo do seu curso, são responsáveis por um tra-
balho tríplice: erosão, transporte e acumulação. As águas cor-rendo fazem com que o material que estão transportando seatritem com o fundo do leito e com as margens, desgastando eencavando cada vez mais. O rio assim aprofunda o seu leito. Aomesmo tempo, nas partes laterais, margens e vertentes dos va-les, o intemperismo decompõe ou desgasta as rochas superfi-ciais, de tal modo que as águas das chuvas, escorrendo sob aforma de enxurradas, levam o material decomposto para o leitofluvial, por onde é levado pelas águas. As vertentes laterais vãoassim alargando-se lentamente, num trabalho denominado mo-
74 Geografia Geral
delador das vertentes. Os detritos transportados pelo rio vão sen-do levados, em suspensão ou rolando pelo fundo, sob a formade seixos, areias ou argila em suspensão. Num determinado tre-cho, menos inclinado, quando a correnteza diminui, os sedimen-tos, não podendo mais ser transportados, porque, com a dimi-nuição da correnteza, a força do rio diminui, depositam-se, acu-mulando grandes quantidades de areia ou argila.
Conforme a região do seu curso, esses trabalhos podem sermais intensos ou podem estar combinados. Nos altos cursos,onde os rios são mais encachoeirados e a velocidade das águasé maior, predomina a ação erosiva. Nos médios cursos, a erosãoé menos intensa e a quantidade de sedimentos é maior: é o pre-domínio da fase de transporte. Nas proximidades das desembo-caduras, quando os rios correm no seu baixo curso, com a dimi-nuição da velocidade, predomina o trabalho de sedimentação.Nesses trechos, as águas têm dificuldades de escoar e são co-muns o aparecimento de meandros, curvas bem arredondadasdescritas pelo curso d’água. As águas, obrigadas a percorreressas curvas, provocam um revolvimento dos sedimentos depo-sitados, arrancando sedimentos das margens côncavas e depo-
sitando nas margens conve-xas e no próprio leito do rio.Com o tempo, o cursomeândrico se modifica, porisso são chamados demeandros divagantes. Aolongo desse tipo de cursoformam-se ilhas e lagosmarginais, em forma alon-gada, que correspondemaos meandros que foramabandonados. No Brasil, orio Paraíba do Sul apresen-ta numerosos exemplos demeandros divagantes.
Meandros de um rio, com suas matasciliares
Rep
rodu
ção
75Geografia Geral
C
BD
A
Pontos
Cursosfluviais
Questões de vestibular1) (Unesp) Um rio escava seu leito e aprofunda seu vale ao longo do
tempo. Assinale a alternativa que contém fatores responsáveis pelamaior intensidade deste trabalho:
a) vazão elevada, pequena velocidade da água escoada e transporte depoucos sedimentos.
b) baixa pluviosidade, baixa declividade do terreno e pequena velocidadeda água escoada.
c) vazão elevada, alta velocidade da água escoada e transporte de gran-de quantidade de sedimentos.
d) baixa declividade do terreno, alta velocidade da água escoada e trans-porte de grande quantidade de sedimentos.
e) vazão elevada, baixa declividade do terreno e baixa pluviosidade.
2) (UFRS) A figura ao lado represen-ta uma bacia hidrográfica qualquer.Com base na figura são feitas asseguintes afirmações:
I. A área hachurada da bacia hidro-gráfica corresponde ao interflúvioda mesma.
II. Os cursos fluviais onde estão localizados os pontos A e D são tribu-tários do curso principal da bacia hidrográfica.
III. O curso fluvial onde está situado o ponto B corresponde ao cursoprincipal da bacia hidrográfica.
IV. Os pontos C e E correspondem, respectivamente, ao exutório e auma das nascentes do curso principal da bacia hidrográfica.Quais estão corretas?
a) apenas I e II.b) apenas I e III.c) apenas II e III.d) apenas II e IV.e) apenas III e IV.
76 Geografia Geral
3) (UFPE) Observe a figura e ana-lise as proposições e respon-da “F” (Falso) ou “V” (Verda-deiro):
( ) os vales fluviais, representadospelas ilustrações 1, 2, 3 e 4, re-sultam do trabalho combinadoda erosão e da acumulação de águas correntes.
( ) os vales em calha (3) originam-se quando o trabalho de erosão predo-mina sobre o de acumulação.
( ) em largo trecho do seu curso, o rio Colorado (Estados Unidos) cons-truiu os famosos vales em garganta (1), onde o trabalho de acumula-ção predomina sobre o de erosão.
( ) os vales assimétricos (4) caracterizam-se pela desigualdade entre osdeclives de suas vertentes.
( ) o vale normal (2) indica uma relação equilibrada entre o entalhamentoe o alargamento, sendo esculpido em material heterogêneo a apresen-tando vertentes dessimétricas.
4) (Puc-SP) A água é um recurso natural essencial para a vida. Estima-se que, se toda a população mundial tivesse acesso à água limpa epotável, seriam salvas cerca de 4,6 milhões de crianças por ano quemorrem de enfermidades diarréicas. Considerando o uso da água noplaneta, assinale a alternativa INCORRETA:
a) a dimensão das cidades e o tamanho da população não aumentaramas dificuldades do abastecimento de água. As tecnologias disponíveisde perfuração de poços a grandes profundidades permitiram a supera-ção de quaisquer problemas, inclusive o de contaminação.
b) a demanda de água para a indústria tem várias finalidades, entre asquais a de refrigeração de seus equipamentos. A água utilizada poderetornar à natureza, mas, se a devolução ocorrer com temperaturasmuito elevadas, pode devastar a vida nos cursos d’água.
c) os processos de tratamento de água têm custos muito altos, signifi-cando, para muitos povos, água perdida e ecossistemas comprometi-
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3 4
77Geografia Geral
dos. Esse fato demonstra que não se pode afirmar que a água é umrecurso que se renova naturalmente, pelo menos a curto prazo.
d) a agricultura demanda grande quantidade de água. Quanto mais o serhumano precisa utilizar solos menos favoráveis para o cultivo, em fun-ção da perda por erosão ou desertificação, mais água terá que sertransportada para a irrigação, encarecendo a produção de alimentos.
e) a remoção de matas ciliares e a ocupação das áreas de mananciais —em especial nas grandes cidades — comprometem o regime hídricodos rios e prejudicam a estocagem e o tratamento das águas.
5) (UECE) Sobre o ciclo hidrológico ou ciclo da água, é correto afirmar que:a) o vapor d’água na atmosfera é oriundo da evaporação e da evapotrans-
piração, podendo cair sob a forma de chuvas.b) a infiltração da água precipitada é maior nas rochas pouco porosas e
impermeáveis.c) a biosfera não tem relação com o movimento das águas do ciclo.d) as águas que atingem os lençóis subterrâneos não integram o movi-
mento do ciclo hidrológico.
6) (Faap) Para as questões a seguir use o código:a) desde que apenas estejam corretas 1 e 2b) desde que apenas estejam corretas 2 e 3c) desde que apenas estejam corretas 1 e 3d) desde que todas estejam corretase) desde que todas estejam erradas
1. Uma das principais características do curso inferior de um rio é a ex-cessiva velocidade das águas.
2. O curso inferior de um rio corresponde à região mais próxima a suadesembocadura.
3. À medida que um rio se aproxima da foz, a declividade do terreno dimi-nui, e isto reduz a capacidade de transporte de sedimentos que pas-sarão a ser acumulados.
7) (UFRS) Com relação ao ciclo hidrológico e seus efeitos sobre a polui-ção das águas, são feitas as seguintes afirmações:
78 Geografia Geral
I. A mais importante entrada para o ciclo hidrológico são as precipita-ções, e as mais importantes saídas são a evaporação e a transpi-ração.
II. O desmatamento favorece a erosão do solo e o assoreamento doscursos fluviais, embora não influencie na ocorrência de enchentes,nem de estiagens mais prolongadas.
III. Os agrotóxicos utilizados nas lavouras escoam por ação da chuva epenetram nos lençóis freáticos, poluindo os rios.Quais são corretas?
a) apenas I.b) apenas II.c) apenas I e III.d) apenas II e III.e) I, II e III.
8) (Puc-MG) Responda esta questãocom base na figura ao lado:A seqüência CORRETA de 1 a 6 é:
a) várzea - vertente - vale - talvegue -leito - interflúvio
b) vertente - vale - leito - interflúvio -várzea - talvegue
c) vale - várzea - talvegue - leito - interflúvio - vertented) interflúvio - vertente - várzea - leito - talvegue - valee) vale - várzea - vertente - talvegue - leito - interflúvio
9) (UFPB) Sobre o ciclo hidrológico, é certo afirmar que:a) as fases que compõem o ciclo hidrológico ocorrem simultaneamente.b) a evapotranspiração é o mesmo que evaporação das águas continentais.c) o processo de intercepção contribui para fortalecer a erosão pluvial.d) a infiltração e o escoamento superficial independem da permeabilidade
do solo.e) a precipitação é um fenômeno que ocorre somente com a água em es-
tado líquido.
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2
3 3
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PERFIL TRANSVERSAL DE UM VALE FLUVIAL
79Geografia Geral
Capítulo 6As grandes paisagens climato botânicasda Terra
Os tipos de climaOs climas existentes nas diversas regiões da Terra são muito
variados e apresentam muitas modificações locais. Eles são, porsua vez, os responsáveis pelos diferentes tipos de solos, pelo re-gime dos rios e, principalmente, pela cobertura vegetal do globo.
A totalidade dos mais variados climas do globo terrestre podemser agrupados em seis grandes padrões climáticos ou famílias declimas. Por se desenvolverem em faixas, a partir do equador paraos pólos, podemos considerá-los como faixas climáticas.
Genericamente, podemos constatar a existência de três gran-des zonas climáticas:
Climas tropicais da zona quente e úmidaCom temperaturas elevadas e regulares (média mensal supe-
rior a 18 oC, e pluviosidade sempre superior a 500 mm/ano). Asregiões equatoriais apresentam elevadas precipitações ao longode todo o ano, porém na medida em que se afasta do Equador,apresenta-se uma estação seca, com diminuição das chuvas, oque provoca um aumento da amplitude térmica (diferença dastemperaturas médias entre o mês mais quente e o mais frio). Asestações são basicamente duas: uma seca, outra úmida.
Climas polares ou friosAs duas zonas polares se caracterizam pelo frio e pelo gelo.
Mesmo no mês mais quente sua temperatura nunca ultrapassa10 oC. Os invernos são longos e os verões, curtos. Nas áreasoceânicas, o clima é certamente mais úmido e a amplitude térmi-ca, mais moderada. Já nas áreas continentais, os invernos são
80 Geografia Geral
rigorosos (temperaturas deaté –70 oC), ocorrendo enor-mes precipitações de neve. Éo clima da Antártida, daGroenlândia, do Canadá, daSibéria etc.
Zonas intermediáriasApresentam maior diversi-
dade. Há as regiões desér-ticas onde o clima é árido (au-sência ou escassez de chuva).Esse clima ocorre na área tro-pical e em algumas áreas sub-tropicais. Onde ocorre as es-tações térmicas bem diferen-ciadas, com grande variaçãoentre as estações, o clima étemperado. É o clima que pre-domina nas latitudes acima dos Trópicos de Câncer e Capricórnio,na Europa, na América do Norte e no sul da América do Sul.
Podem ocorrer, eventualmente nessas grandes áreas, tiposclimáticos menores, como o:
◆ Clima mediterrâneo: com verões secos, como ocorre ob-viamente na bacia mediterrânea (daí o nome), mas tambémna Califórnia e no Chile, em parte. A influência dos mares edos oceanos é moderadora da temperatura.
Fonte: Almanaque Abril, São Paulo,Abril, 1997.
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Região polar
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Região temperada
Região tropical
81Geografia Geral
◆ Clima continental: ocorre no centro das regiões tempera-das, o clima continental, em que a ação oceânica é pratica-mente ausente e, conseqüentemente, a amplitude térmica éextremamente ampla. Ele se torna tanto mais frio quanto maiora latitude, particularmente nas áreas mais próximas da zonapolar. O Canadá e a Rússia têm, em boa parte, seu territóriosubmetido a esse tipo climático.
◆ Climas quentes ou tropicais: possuem duas estações porano, uma seca e outra chuvosa, de duração variada. As tem-peraturas são elevadas atingindo médias anuais superioresa 20 0C. Ocorrem nas regiões inter-tropicais. As estações chu-vosas são abundantes na maioria dos climas quentes.
◆ Climas de monções: são semelhantes aos climas quentes,pois possuem também duas estações anuais, uma seca eoutra chuvosa. Quando sopram os ventos ou monções con-tinentais (ventos do continente para o oceano), não há chu-vas. Quando sopram as monções oceânicas (ventos do oce-ano para o continente), ocorrem abundantes chuvas. Essasduas estações são bem marcadas, e esses climas ocorremnas terras banhadas pelo oceano Índico e no interior da Ásia.
◆ Climas desérticos: caracterizam-se pela ausência de chu-vas ou por precipitações pluviométricas muito reduzidas. Astemperaturas, entretanto, podem ser elevadas ou baixas.Ocorrem tanto no hemisfério norte como no sul, entre as lati-tudes de 20 e 30 graus. Os desertos do Saara, da Arábia, deGobi, de Calaari, Atacama e outros estão nessa faixa.
◆ Climas temperados: apresentam quatro estações bemmarcadas: primavera, verão, outono e inverno. As médias tér-micas estão abaixo de 20 oC e as chuvas, embora não abun-dantes, são bem distribuídas ao longo do ano. É o clima quepredomina nas latitudes acima dos Trópicos de Câncer eCapricórnio, na Europa, na América do Norte e no sul daAmérica do Sul.
82 Geografia Geral
◆ Climas subtropicais: são climas de transição, colocados en-tre os climas quentes e os climas temperados. Quase nãoapresentam estação fria e as médias térmicas estão em tor-no de 20 0C.
Os tipos de florestaA cada clima correspondem tipos específicos de cobertura ve-
getal natural. Ademais, todas as espécies vegetais necessitamde água, luz, calor, nutrientes e solo para a sua existência. Oconjunto desses fatores determinam a distribuição das florestaspelo mundo.
Nas faixas climáticas ocorrem paisagens vegetais típicas epodem ser, assim, associadas:
Florestas equatoriais e tropicaisOcorrem nos climas quentes ou tropicais,
com chuvas superiores a 2.000 mm anuaise estação seca e curta. É uma vegetaçãoluxuriante, constituída de árvores muito al-tas, algumas alcançando mais de 60 m dealtura. Divide-se em andares ou estratos, ouseja, os vários níveis de vegetação, mais oumenos densa, conforme a energia solar queas suas folhas recebem.
Florestas boreais ou taigaOcorrem nas extremidades das
zonas temperadas setentrionais,nas latitudes acima de 50o atébem próximas do círculo polar.São constituídas de coníferasadaptadas aos solos gelados dorigoroso inverno setentrional, com suas folhas, em forma de agu-lha, que regulam a transpiração vegetal.
Floresta tropicalR
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duçã
o
Vale coberto por coníferas emOregon
Rep
rodu
ção
83Geografia Geral
Florestas temperadasLocalizam-se nas regiões
de climas temperados e fri-os, com invernos não pro-longados e estações bemdefinidas. São chamadas deflorestas de coníferas, e,entre as espécies, há a faia,a bétula, os pinheiros, oscastanheiros, o olmo, o car-valho, a nogueira, as se-quóias, os ciprestes etc. Noinverno, quando a tempera-
tura chega abaixo do ponto de congelamento, em geral as folhascaem para reduzir a perda d’água. São as áreas florestais prati-camente em desaparecimento devido à destruição provocada peloser humano.
SavanasSão formas vegetais de pou-
ca altura, não excedendo trêsou quatro metros, ocorrem nosclimas quentes ou subtro-picais, com poucas chuvas.Florescem e ficam viçosas naestação chuvosa e ficam se-cas na ausência das chuvas.No Brasil, as savanas são re-presentadas pelos camposcerrados, pelas caatingas, noentanto sua área de maior ocorrência é na África.
E s t e p e sSão domínios vegetais onde predominam espécies herbáce-
as e baixas formando campos. Ocorrem nos climas temperados
Floresta temperada
Rep
rodu
ção
Planície do Serengeti, África. Assavanas acolhem rebanhos e animais,
incluindo os selvagens e zebras
Rep
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84 Geografia Geral
secos e nos subtropicais. Sãoas pradarias norte-americanas,os pampas sul-americanos, asestepes européias e russas.
TundraVegetação que cresce nos
solos gelados dos climas fri-os durante o curto verão. São espécies rasteiras de liquens,algas e musgos. Ocorre nas extremidades setentrionais dos con-tinentes e nas bordas da Antártida, onde a temperatura médiado mês mais quente não ultrapassa os 10 oC.
D e s e r t o sPouquíssimas espécies conse-
guem viver nos climas desérticos.Como aquelas que, por sua capa-cidade de armazenar água e porpossuírem raízes longas, formamgrupos rasteiros. Nos oásis, pelapresença da água, crescem algu-mas palmeiras, como a tamareira.
A biodiversidade naturalA distribuição das espécies vegetais pelo nos-
so planeta não é homogênea. Pode haver for-mações vegetais diferentes em uma mesma áreaclimática. Encontramos a explicação na históriado clima e da vegetação. Na Europa, as glacia-ções empurraram as espécies vegetais em dire-ção ao sul. Mas muitas delas não se adaptaramao clima mediterrâneo e praticamente desapa-receram. Restam apenas algumas formações lo-cais chamadas de “endêmicas”.
Oásis com tamareiras. Ao fundopirâmides de Gizé
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Estepes no Cazaquistão. Na foto, nômadescom suas tendas chamadas Yurts
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85Geografia Geral
Há uma outra espécie de difusão das plantas, que ocorre emescala mundial, causada pela ação das pessoas, seja por moti-vações econômicas, seja por interesses paisagísticos. O Brasilconheceu a introdução de muitas espécies, hoje associadas àsua paisagem. Podemos citar, entre os vegetais mais conheci-dos e que foram trazidos, os carvalhos, os eucaliptos e os pi-nheiros alpinos.
A desertificação do soloAssim, ao mesmo tempo em que destrói florestas, o ser hu-
mano cria e recria outros ambientes. Cerca de 40% da reser-va mundial de florestas tropicais e equatoriais localiza-se noBrasil, no Congo e na Indonésia. Mas a sua destruição gra-dual tem alterado o equilíbrio do ecossistema dessas regiões.Os interesses econômicos, como a extração de madeira, mi-nérios, a construção de estradas, a implantação de projetosagropecuários e imobiliários, o estabelecimento e expansãode cidades, são os principais fatores das mudanças no meioambiente.
Para diminuir os custos do desmatamento no Brasil, a quei-mada é uma prática comum. Além de lançar na atmosfera enor-mes quantidades de dióxido de carbono, responsável pelo efeitoestufa, a queimada tornao solo incapaz de absor-ver a matéria orgânica, oque o leva rapidamente àexaustão. As alteraçõesclimáticas se apresen-tam, com o aumento pro-gressivo da erosão, a for-mação de desertos e odesaparecimento de mui-tas espécies vegetais eanimais.
A República Tcheca é um dos países maispoluídos do mundo. A poluição vem de suas
próprias indústrias, e também de fábricas alemãs
Rep
rodu
ção
86 Geografia Geral
Questões de vestibular
1) (UFSM-RS) Numere a 2a coluna (influências) de acordo com a 1a (fa-tores do clima).1. Latitude2. Altitude3. Maritimidade4. Corrente marinha quente e fria5. Relevo
( ) facilita ou dificulta a penetração das massas de ar para o interiordos continentes.
( ) origina clima quente e úmido ou mais frio e seco ao longo dos lito-rais, em diferentes latitudes.
( ) condiciona o comportamento das temperaturas médias, fazendo-as decrescerem à medida que aumenta a distância do Equador.
( ) determina redução da temperatura devido à diminuição da densida-de e umidade do ar, o que prejudica a absorção do calor irradiadopela superfície.A seqüência correta é:
a) 2 - 4 - 1 - 3.b) 5 - 4 - 1 - 2.c) 1 - 3 - 2 - 5.d) 4 - 2 - 3 - 1.e) 3 - 5 - 4 - 2.
2) (Unirio) A respeito da dinâmica do quadro natural, leia as afirmati-vas a seguir:
I. A existência de desertos pode estar associada a causas diferencia-das tais como: a influência dos centros de altas pressões sub-tropicais, a presença de um relevo montanhoso e a influência de cor-rentes marítimas frias.
II. Nas regiões de clima úmido aparecem formas suaves e arredonda-das de relevo devido ao predomínio da decomposição química das
87Geografia Geral
rochas, enquanto nas regiões áridas desenvolvem-se formas abrup-tas como resultado da desagregação mecânica do material rochoso.
III. A vegetação é elemento importante do sistema natural não só por di-minuir os efeitos da erosão, mas também por interferir nas condiçõesclimáticas ao funcionar como fator regulador de regime de chuvas.Assinale a opção que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s):
a) I e II.b) I, II e III.c) II e III.d) apenas a II.e) apenas a III.
3) (UFMG) As formações vegetais, em seus aspectos fisionômicos, es-truturais e sazonais, mostram nítidas relações com o solo, o subs-trato geológico e o clima.Todas as seguintes afirmativas referentes a essas relações estãocorretas, EXCETO:
a) as extensas formações florestais de coníferas, embora as condiçõesclimáticas de sua área de ocorrência sejam pouco severas, caracteri-zam-se fortemente pela deciduidade das folhas das espécies arbóreas.
b) as regiões de acentuados contrastes térmicos e de fortes carênciashídricas sazonais apresentam formações vegetais que se caracteri-zam por plantas que mantêm apenas suas estruturas subterrâneasdurante a estação desfavorável.
c) as regiões de clima tropical típico revestidas de cerrados possuemmanchas maiores, ou menores, de florestas, explicadas fundamental-mente por razões geológicas e características dos solos e, mais rara-mente, climáticas.
d) os mangues, formações vegetais arbóreas tropicais e subtropicais, em-bora se desenvolvam em áreas pantanosas litorâneas, possuem algu-mas características xeromórficas.
4) (Mackenzie) O extremo norte do Canadá, da Escandinávia e da Rússiaé ocupado:
88 Geografia Geral
a) por cadeias montanhosas recentes.b) por florestas de coníferas.c) por planaltos sedimentares recentes.d) pela tundra.e) pelas pradarias.
5) (Fuvest) Considere as características a seguir:• Temperaturas médias superiores a 18 oC com diferenças sazonais
marcadas pelo regime de chuvas.• Amplitude térmica anual inferior a 6 oC.• Circulação atmosférica controlada por massas equatoriais e tro-
picais.• Regimes fluviais dependentes, basicamente, do comportamento da
precipitação.• Paisagens vegetais dominantes: florestas latifoliadas e savanas.
Tais feições ocorrem, predominantemente, em regiões:a) extratropicais de média latitude e elevada altitude.b) intertropicais de baixa latitude e modesta altitude.c) temperadas com forte influência dos oceanos.d) de planícies inundáveis de alta latitude.e) litorâneas de qualquer latitude.
6) (FEI–SP) No verão, caem fortes chuvas em várias regiões asiáticas.Abrange as planícies costeiras da Índia, sudeste e leste da China ese caracteriza pela atividade dos ventos que, durante o verão, so-pram do Índico e do Pacífico para o continente. Trata-se do clima:
a) mediterrâneo.b) minuano.c) tropical de altitude.d) semi-árido.e) de monções.
7) (UEL–PR) Considere as seguintes afirmativas:I. A temperatura aumenta dos pólos em direção ao Equador.
89Geografia Geral
II. A temperatura diminui à medida que a altitude aumenta.III. A temperatura do litoral é regularizada pela proximidade das águas
oceânicas.IV. A temperatura do litoral é sempre mais alta que a do interior.V. Cidades localizadas em latitudes diferentes nunca apresentam tem-
peraturas semelhantes.São corretas APENAS as afirmativas:
a) I, II e IIIb) I, III e IVc) II, III e Vd) II, IV e Ve) III, IV e V
8) (Fuvest) No mapa ao lado, sobre asformações vegetais da ex União Sovié-tica, a taiga (floresta de coníferas) eas estepes estão representadas res-pectivamente pelos algarismos:
a) III e VIb) I e IIc) II e Vd) IV e Ve) II e III
9) (UFMG) Todas as alternativas apresentam conseqüências am-bientais do desmatamento de regiões florestadas, EXCETO:
a) diminuição na reflexão da energia solar nas áreas desmatadas.b) intensificação da erosão pluvial nas encostas.c) maior freqüência e volume das cheias nas planícies aluviais.d) significativa alteração do ciclo hidrológico.e) assoreamento dos canais fluviais.
10) (UECE) Leia o texto a seguir com atenção:Trata-se de um dos mais esplendorosos ecossistemas do planeta.
90 Geografia Geral
Desenvolvendo-se na zona intertropical, próximo ao equador, apre-senta elevadas e constantes taxas de umidade, sendo muito rica evariada a sua flora e a sua fauna.O texto trata do domínio natural da:
a) Mata Atlântica.b) Savana Africana.c) Florestas Temperadas.d) Floresta Pluvial Amazônica.
91Geografia Geral
Capítulo 7Geografia dos continentes
O continente americano: panorama geralEnquanto a Eurásia (nome que se dá à massa de terra abran-
gendo Europa e Ásia) e a África são continentes cuja proximida-de empresta às terras do Velho Mundo uma certa unidade, aAmérica tem no isolamento físico, em meio às grandes massasoceânicas do Atlântico e do Pacífico, uma de suas primeiras par-ticularidades. Essas maiores massas de água do globo a sepa-ram das terras européias e africanas, do lado oriental, e das asiá-ticas e australianas, do lado ocidental. Esse distanciamento e asconseqüências provocadas pelas grandes superfícies marinhasaté há alguns séculos fizeram com que o continente americano,que é o segundo em extensão entre as massas emersas, compouco mais de 42 milhões de km2, só viesse a ser conhecidopelos europeus em tempo bastante recente.
km
0 4753
ESCALA
Mapa-múndi – Planisfério de Peters
92 Geografia Geral
Apesar de os vikings terem atingido os litorais setentrionaisatlânticos da América por volta do século X de nossa era, onde,inclusive, fundaram Vinlândia, no litoral canadense, foram as vi-agens de Colombo, no final do século XV, que se responsabiliza-ram pela consciência européia da existência, sobre a Terra, dochamado Novo Mundo, e que desencadearam a onda de inte-resses europeus pela sua conquista e exploração.
A América é um continente que tem uma disposição espacialdiferente dos demais. Enquanto os outros são mais compactos,
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OCEANO PACÍFICO
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Estreito deBering
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ESTADOS UNIDOS
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Ilhas Galápagos(Equador)
REPÚBLICAANTÍGUA E BARBUDADOMINICASANTA LÚCIABARBADOS
GRANADATRINIDADE TOBAGO
SURINAME GUIANA FRANCESA (França)GUIANA
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PARAGUAI
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BRASIL
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Quito
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La Paz
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Bogotá
Caracas
Cidade do México
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Golfo doMéxico
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Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
Mapa da América
93Geografia Geral
as terras americanas se dispõem no sentido norte-sul, guardan-do uma distância de quase 16 mil km entre seu extremo setentrio-nal, a 83o 30’ de latitude norte (Groenlândia), e seu ponto maismeridional a 56o de latitude sul (Terra do Fogo), fato que lhe pos-sibilita possuir uma grande variedade de ambientes climáticos evegetais.
Sua configuração permite distinguir nitidamente dois grandesconjuntos maciços de terras, ambos apresentando-se sob a for-ma triangular e que se afinam em direção ao sul.
A posição que ambos guardam no continente tornou-os co-nhecidos como América do Norte e América do Sul.
Essas duas Américas estão ligadas por um istmo bastante es-treito, que se desdobra na parte atlântica por um conjunto deilhas (as Antilhas), que formam a denominada América Central.
Terras baixas
Terras altas
Montanhas
Mapa da América CentralFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
94 Geografia Geral
Nessa porção mediana e nos extremos norte e sul, o continen-te conhece a presença de litorais mais recortados e onde a pre-sença de ilhas favorece a formação de mares interiores: o golfodo México e o mar das Antilhas, na região do Trópico de Câncer,a baía de Hudson e o arquipélago norte-canadense, em águasdo oceano Glacial Ártico, e o conjunto intrincado de ilhas, golfose canais do litoral sul-ocidental da América do Sul.
A América do Norte e a do Sul, apesar de se assemelharem naconfiguração e volume de terras, guardam disposições diferen-tes tanto em longitude, como em latitude. A primeira é mais oci-dental que a segunda, mas é a posição em latitude que as dis-tancia no que toca às grandes qualidades de seus ambientesnaturais. A América do Norte, totalmente situada no hemisférioboreal (norte), tem seus limites meridionais um pouco ao sul doTrópico de Câncer, enquanto suas terras penetram, ampliando-se, em latitudes cada vez maiores, o que lhe faz familiar os am-bientes naturais temperados e frios. A América do Sul, cortadaao norte pela linha do Equador, vê suas terras se estreitarem àmedida que crescem as latitudes, sendo, ao contrário, o espaçode ocorrência em maior escala dos ambientes tropicais, incorpo-rando a si nesse aspecto a porção centro-americana.
Uma outra característica que distingue o continente america-no é aquela derivada do tipo de ocupação e valorização levado aefeito nos seus últimos 450 anos de história. A região norte nãosó conheceu um tipo de colonização de qualidade global diferen-te da do centro-sul, como teve sua ocupação dirigida por origensculturais diferentes. Essas duas trajetórias históricas, diferencia-das, acabaram por criar nas terras americanas dois conjuntos depadrões de organização espacial bastante diferenciados.
Isso torna mais objetiva, em termos globais, a proposição dedivisão do território do Novo Continente em uma América Anglo-Saxônica, situada ao norte do rio Grande (fronteira entre os Es-tados Unidos e o México), e uma América Latina, ao sul, comcomportamentos e problemas bastante diferenciados.
95Geografia Geral
Quadro naturalA extensão de sua superfície, que corresponde a mais de 28%
das terras emersas do globo, sua disposição alongada no senti-do das latitudes e a presença de uma orografia, que associa ter-renos de grande e pequena altitude, de formações geológicasbastante diferentes quanto à gênese e à idade, dão à América aoportunidade de oferecer um grande número de complexos na-turais diferenciados e contrastantes. Eles permitem, porém, emuma ampla generalização, uma divisão bastante simples em gran-des unidades físicas.
M o r f o l o g i aA disposição geral do relevo americano permite distinguir três
setores nítidos, orientados no sentido leste–oeste. Toda a facha-da ocidental do continente (junto ao oceano Pacífico), pratica-mente sem descontinuidade, é caracterizada pela presença devigorosas linhas de montanhas dobradas, de idade recente, ri-cas em manifestações vulcânicas, ainda ativas. As altitudes sãobastante elevadas, sendo freqüentes as cotas superiores a 5 e6 mil metros. Essas cadeias estão, em certas porções, associa-das a amplas superfícies interiores menos movimentadas, quese configuram em altos planaltos.
Na América do Norte esse setor montanhoso ocidental é maislargo, sendo formado por uma série de cordilheiras paralelas,desde o Alasca até o México, podendo-se nele observar doissistemas distintos: o da costa (cadeias do Alasca, Costeira, Cas-catas, Nevada, Sierra Madre Ocidental) que sustenta os picosmais elevados (McKinley, 6.178 m; Logan, 6.050 m), e o do inte-rior formado pelas montanhas Rochosas.
Na altura do território dos Estados Unidos, as duas linhas mon-tanhosas se afastam bastante entre si, dando a oportunidade doaparecimento de um setor de planaltos e bacias interiores(Colúmbia, Grande Bacia, Colorado) que se prolonga pelo pla-nalto mexicano, limitado a leste pelo escarpamento da Sierra Ma-dre Oriental, já na vertente do golfo do México.
96 Geografia Geral
Na América Central, a linha montanhosa se retrai, mas émarcada por uma sucessão de cones vulcânicos ativos, de gran-de altitude, que marca também a estrutura dos cordões do arqui-pélago antilhano.
Na América do Sul, a barreira de terras altas da cordilheira dosAndes forma um conjunto bem menos largo que o da América doNorte, e onde as linhas de cristas paralelas e próximas são se-paradas por vales bastante profundos ou por estreitos planaltos.Destes, o mais amplo é o do Peru que, passando pela Bolívia,
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
PLANÍCIESCENTRAIS
Grandes lagos
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Golfo do México
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Escudos antigos
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Baixas planícies
Inlândsis
Monte Mckinley6.187 m
Monte Mitchell2.037 m
Mapa da América do Norte: relevoFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
97Geografia Geral
atinge o noroeste da Argentina. Nos Andes, os dobramentos sãomais vigorosos e as altitude, mais elevadas, com um grande nú-mero de picos que ultrapassam 6 mil metros, sendo o Aconcágua(6.960 m), junto à fronteira da Argentina com o Chile, o pontoculminante de todo o continente.
A leste dessa faixa de relevo movimentado e altitudes eleva-das justapõe-se um verdadeiro corredor de terras baixas, forma-das por grandes extensões de depósitos sedimentares, na maiorparte correspondendo a bacias de grandes cursos d’água. Na
Massa polar (inverno)Massa tropical (verão)Massa pacífica(quente e úmida)Correntes marítimas friasCorrentes marítimas quentesMaiores elevações(mais de 1I000/1I500m)
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Mapa da América do Norte: massas de ar
98 Geografia Geral
América do Norte, os depósitos de origem glacial situados naporção setentrional impedem, pela riqueza de lagos, um escoa-mento fluvial sem interrupções e, em certas porções, com mui-tas rupturas de declive. É o caso do conjunto lacustre mais im-portante, o do sistema dos Grandes Lagos canadense-norte-americanos. Ao sul dessa área, ora plana, ora de colinas sua-ves, desenvolve-se a vasta planície do Mississippi-Missouri, cujamonotonia continua pelas planícies marinhas do golfo do Méxicoe da costa leste e sudeste dos Estados Unidos.
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OCEANOPACÍFICO
OCEANOATLÂNTICO
Ilhas Galápagos(Equador)
SURINAME GUIANA FRANCESAGUIANA
VENEZUELA
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América andinaAmérica platinaGuianasBrasil
Equador
0 770km 1.540km
ESCALA
Mapa da América do Sul: divisão política
99Geografia Geral
A planície do Yucatán, no México, é a mais expressiva de todaa porção mediana do continente.
Na América do Sul, três grandes unidades sedimentares têmsuas superfícies baixas e pouco movimentadas dispostas, prati-camente sem interrupção, de norte a sul do continente: a baciado rio Orenoco e as amplas bacias do Amazonas e a Chaco-Pampeana (para onde convergem as águas da bacia do Prata),todas elas abertas para o litoral atlântico.
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OCEANOATLÂNTICO
Is. Falkland(Malvinas)
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0 770km 1.540km
ESCALATERRADO FOGO
Mte. ACONCÁGUA6.960 m
Mapa da América do Sul: bacias sedimentaresFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
100 Geografia Geral
Na fachada oriental, o continente conhece largos setores cor-respondentes a antigos maciços e raízes de velhas montanhas,cujas feições planálticas, de altitudes médias, são bastante va-riadas e estão edificadas em rochas cristalinas ou sedimentares.O extremo nordeste da América do Norte é ocupado pelas su-perfícies do escudo canadense, arrasadas por um longo proces-so erosivo, onde a ação dos glaciares, ainda presentes naGroenlândia, modelam uma superfície rica em lagos.
A leste dos Estados Unidos, os Apalaches são a expressãomorfológica de velhas montanhas que associam rochas de vá-rias naturezas e de durezas diferentes e que foram várias vezessoerguidas e retrabalhadas pela erosão.
Na América do Sul, três grandes blocos de planaltos separamentre si os setores mais baixos de suas grandes bacias hidrográ-ficas: o planalto das Guianas, ao norte; o planalto brasileiro, cujagrande extensão ocupa toda a porção centro-leste, e o planaltoda Patagônia, no extremo sul, aos quais se associam estreitasplanícies litorâneas. As feições variadas que apresentam são frutoda heterogeneidade de combinações espaciais promovidas poruma longa história geológica.
Aos trechos de topografia amorreada, diretamente esculpidasobre rochas cristalinas bastante antigas, que são limitados, àsvezes, por rebordos bastante abruptos, como na costa leste-su-deste do Brasil, associam-se largas extensões de capeamentossedimentares horizontalizados, amplas depressões, pequenasou grandes bacias sedimentares, de idade mais ou menos re-cente, entre as quais a do Paraná, com suas intercalações dederrames de lavas, que é a mais grandiosa.
Clima e paisagens vegetaisA extensão em latitude do continente permite a ocorrência em
seu território de quase todos os grandes tipos de climas e paisa-gens vegetais, uma vez que às zonas térmicas, que vão do polarao equatorial-tropical, associam-se áreas de grande umidade eextrema secura, de altitudes elevadas e baixas.
101Geografia Geral
Enquanto a América anglo-saxônica está toda ela situada naszonas temperada e fria, a América Latina tem a maior parte deseu território na faixa tropical, já que apenas a extremidade me-ridional, mais estreita, penetra no mundo temperado.
Na América do Norte, a disposição do relevo permite a penetra-ção profunda, através do corredor centro-leste de terras baixas, dasinfluências das massas de ar, tropical no verão e polar no inverno,ao mesmo tempo que se beneficiam da influência das correntesúmidas do Atlântico. Já a porção ocidental montanhosa conhece
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OCEANOATLÂNTICO
Ilhas Galápagos(Equador)
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AMAZÔNIA
PLANALTODAS GUIANAS
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Mapa da América do Sul: relevoFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
102 Geografia Geral
largos setores úmidos, ao norte, e amplas áreas secas, ao sul (oes-te dos Estados Unidos e planalto mexicano), devido a maior oumenor possibilidade de penetração da umidade oceânica.
É grande a variedade de tipos climá-ticos e de paisagens vegetais naturais.Do extremo norte, de clima polar e ten-do a tundra como vegetação, às varie-dades tropicais e subtropicais do sul,onde as estepes áridas do planaltomexicano se contrapõem às florestase savanas das vertentes montanhosase dos litorais do golfo do México, o ter-ritório associa as florestas de pinheirosdas regiões frias canadenses às flores-tas temperadas mistas do leste atlânti-co; as pradarias das planícies centraisamericano-canadenses às estepessemi-áridas e aos desertos do Oestedos Estados Unidos.
Na América Central e no conjuntocentro-norte da América do Sul extra-andina, domina o ambientetropical úmido, exceção feita ao Nordeste brasileiro, onde as pre-
cipitações só são superioresa 1.000 mm na costa leste. Afloresta natural densa aindase estende pela Amazônia,pelo istmo da América Cen-tral e pelas Antilhas, subsis-tindo ainda no litoral lestebrasileiro, apesar de ter sidona maior parte derrubadapela marcha do povoamen-to, fato que ocorreu tambémem todo o extremo subtro-pical do Brasil.
Cactos junto à trilha apacheHelldorado Day, em
Tombstone, EUA
Rep
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ção
Parque Nacional de Glacier, em Montana,onde fica o Hangivg Garder Trail (trilha do
jardim suspenso), que percorre amplaspradarias acima
Rep
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ção
103Geografia Geral
Ao norte e ao sul da florestaAmazônica, vastas áreas desavanas dominam o interior bra-sileiro e porções da Venezuela eda Colômbia (cerrados e lhanos),enquanto a caatinga ocorre nosertão semi-árido do nordeste docontinente.
Na zona temperada atlântica, as chuvas são menos abundan-tes, diminuindo para o sul e para o interior, onde a estepe semescla com ilhas de aridez. Onde a precipitação é superior a500 mm, ocorrem as pradarias que identificam o pampa. Ao sul,a Patagônia é uma estepe fria e seca.
Na América andina, a temperatura e umidade se comportamde modo diferente e a altitude provoca o aparecimento de umaestrutura vertical dos ambientes naturais, nos três grandes seto-res em que ela pode ser dividida. Na parte equatorial úmida donorte sucedem-se as faixas de florestas, de savanas e depradarias de altitude. Os An-des centrais já são caracteri-zados pela aridez, aparecen-do nos altos planaltos umapobre vegetação de estepe,a puna. Ao sul eles voltam aser úmidos, porém frios. Aí, afloresta de pinheiros da faixamais baixa cede lugar às ne-ves permanentes que cobremas linhas de cristas.
Ocupação do território e populaçãoVivem hoje no continente americano mais de 800 milhões de
habitantes. Isso expressa o grau de rarefação da ocupação, quese torna mais aguda quando se analisa sua repartição, bastanteirregular e contrastante. Ao lado de algumas áreas de relativa
Floresta Amazônica
Rep
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ção
Igreja de Moray na região andina doVale de Vilcanota
Rep
rodu
ção
104 Geografia Geral
concentração, como o centro-leste e litoral sudoeste dos Esta-dos Unidos, o vale do São Lourenço no Canadá, setores do Pla-nalto Mexicano, as Antilhas, zonas costeiras da Colômbia-Venezuela, Chile central, margens do Prata e litoral oriental doBrasil, destacam-se imensos vazios humanos, como quase todoo Canadá, Alasca, Groenlândia e as selvas equatoriais.
A população americana,que vem crescendo numritmo bastante grande eque é composta sobretu-do por jovens, nos últimostempos está se concen-trando, cada vez mais, nasgrandes cidades, comomovimento de expressãode duas realidades econô-micas diferentes: de umlado, a dos países de estrutura de produção baseada na amplaindustrialização e mecanização da produção agrícola (América anglo-saxônica), e de outro, a dos países latinos, que, historicamente,ainda vivem dos reflexos de uma ocupação e valorização de seuespaço, baseadas numa economia de exportação de bens primá-rios. Aqui o inchaço das cidades é mais conseqüência de uma criseestrutural da organização da produção do que propriamente o entro-
samento de mercadoentre a cidade e ocampo. Os focos deindustrialização aca-baram por exacerbaressa distorção.
Isso explica porque, dentre as trintamaiores cidades domundo, dez estejamna América, e, des-
Washington - DC
Rep
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ção
São Paulo, a capital econômica do Brasil
Rep
rodu
ção
105Geografia Geral
tas, seis nos Estados Unidos e quatro na América Latina. Apesardisso, muitos países latinos ainda mantêm a maior parte de suapopulação no meio rural.
A população do continente é formada por contingentes que re-presentam os três grandes grupos étnicos da Terra, e a estruturado processo de ocupação, historicamente recente, encarregou-sede criar áreas de fixação diferenciadas de conjuntos humanos di-ferenciados quanto à origem, cultura e estágios de organizaçãosocial e econômica.
Antes da colonização mo-derna, desencadeada pelaEuropa após a descoberta doNovo Mundo por Colombo,as três Américas eram habi-tadas predominantementepor populações de origemasiática, de civilizações dife-rentes, cujos descendentes,quando não dizimados, fo-ram em graus maiores ou menores integrados ao processo decolonização e à edificação paulatina das divisões nacionais queformam a malha administrativa de hoje.
Os esquimós, no extremo norte, e os índios puros, quehabitavam as planícies centrais dos Estados Unidos,Canadá, são hoje pouco numerosos, embora seu númeroesteja crescendo nas últimas décadas. Os primeiros,caçadores e pescadores do Ártico, desde o século XVI,assistem a um processo de desequilíbrio de seu sistemade subsistência com a destruição progressiva das reservasanimais provocadas pelo comércio de peles. Os segundosestão hoje confinados em “reservas”, em graus diferentesde aculturação.
Esquimós, povo tradicionalmente do Círculo Polar Ártico
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106 Geografia Geral
Na América do Sul extra-andina, as florestas e suas margenseram áreas de ocupação de grupos culturalmente “primitivos”, cujasaldeias itinerantes viviam da caça, da pesca e de uma agriculturarudimentar. Hoje, acantonados, os poucos que restam são cadavez mais compelidos a aceitar a submissão à civilização ociden-tal, cedendo suas terras sem condições de reivindicação.
Em certas regiões, porém, ricas civiliza-ções, conhecedoras de organizações so-ciais e políticas estruturadas em um está-gio cultural mais avançado, marcavam avida de verdadeiros impérios: os astecase maias nas terras mexicanas e da Améri-ca Central, e os incas nas porções centro-setentrionais das terras andinas.
Submetidos ao colonizador espanhol,não sem oferecer resistência, tiveram suas organizações des-truídas, mas seus descendentes, em grande parte mescladoscom o branco, caracterizam grande parte da população dessafaixa do continente americano.
A colonização européia, desencadeada a partir do século XVI,se incumbiu de povoar o continente de brancos e de provocar aimigração de grandes contingentes de negros africanos, que,como mão-de-obra escrava, foram indispensáveis à sustenta-ção das empresas econômicas em certa fase do processo deexploração do espaço americano, como o foram mais recente-mente, sob a condição de assalariados, os brancos europeus ecertos contingentes asiáticos (japoneses e chineses).
Os espanhóis e portugueses foram os primeiros a se apossardas terras americanas e dirigir sua valorização, imprimindo a elasuma orientação tipicamente de exploração, baseada no fornecimentoaos mercados europeus de produtos nobres provenientes da extra-ção mineral e vegetal e da prática de culturas de produtos tropicais.Sua área de interesse foi essencialmente a faixa tropical, grandefornecedora de metais preciosos, madeiras, essências e açúcar.
Calendário dos astecas
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107Geografia Geral
Nas áreas de escassezde mão-de-obra local ou dedificuldade de adaptação àsnecessidades da produção,precedeu-se à implantaçãodo sistema escravocrata derelações de trabalho. AsAntilhas, sul dos EstadosUnidos e o Brasil foram osgrandes focos de recepçãodos negros africanos naAmérica. Edificou-se, nessas áreas, uma estrutura de posse ge-neralizada baseada na grande propriedade senhorial branca.
As terras temperadas da América do Norte e sua franja meri-dional subtropical atlântica foram focos de interesse de coloniza-dores não ibéricos. Franceses e ingleses, principalmente, desde
W E
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ÓREGON
LOISIANA
TEXAS
FLÓRIDA
Cedido pelaInglaterra em
1846
Comprada da França1808
Compradada Espanha
em 1819
Território cedidopela Inglaterra em
1818
Anexado após tornar-seindependente do
México em1845
Territórios mexicanosanexados de1848 a 1853
Territórioadquiridos
da Inglaterraem
1783
1776As trezecolônias
Mercado brasileiro de escravos. Litografiade Deroi, segundo desenho de J, M,
Rugendas, 1835
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Mapa da expansão territorial dos EUA
108 Geografia Geral
o final do século XVI, instalaram-se no litoral oriental e promove-ram a conquista de toda a porção ao norte do rio Grande, frontei-ra com o atual México, utilizando-se de meios os mais diversos.A posse política das terras francesas pelos britânicos (1763) e aindependência americana treze anos depois definiram, pela lín-gua, cultura e organização da economia, uma América anglo-saxônica, em oposição à América Latina.
As terras anglo-saxônicas assistiram, porém, duas orientaçõesdiferentes quanto ao processo de colonização e organização doespaço econômico. As porções meridionais foram ocupadas a partirde esquemas semelhantes aos ocorridos na América da coloniza-ção latina, colonização de tipo “tropical” de exploração, baseadana mão-de-obra negra escrava e em produtos de exportação (al-godão e tabaco). Já o litoral atlântico setentrional serviu de apoioa uma colonização de povoamento exclusivamente branco, cujosinteresses econômicos e sociais provocaram a posse e o estabe-lecimento dos primeiros imigrantes, e que eram totalmente dife-rentes dos anteriores. Implantou-se exatamente nessa parcela doespaço – da foz do São Lourenço à foz do Hudson – o foco inicialda conquista territorial, baseado nos estabelecimentos agrícolasdiversificados e na atividade artesanal que capitalizaria para sitodo o desenvolvimento posterior.
Foi exatamente no século XIX que a revolução industrial euro-péia e o florescimento do capitalismo moderno em terras norte-americanas provocaram o mais formidável movimento de popu-lação que os últimos tempos conheceram em todo o mundo. AEuropa, que reorganizava suas relações de produção e enfren-tava crises rurais, liberou grandes excedentes de mão-de-obraque as terras ainda vazias da América passaram a receber, porconstituírem-se em espaços abertos à valorização e ao trabalhoa partir da produção de novos bens que o mercado europeu einterno passaram a exigir. Foi quando, tanto na América anglo-saxônica, quanto na América Latina, iniciou-se a grande corren-te migratória branca e processou-se a marcha das grandes fren-tes pioneiras agrícolas, do Atlântico em direção ao oeste, das
109Geografia Geral
quais as mais espetaculares eramas dos Estados Unidos, de umlado, e a do sudeste e sul brasilei-ros, de outro. No Pampa argentinoocorreu uma redefinição da pro-dução, com a coexistência da cria-ção bovina tradicional com a mo-derna agricultura de cereais.
Quase 800 milhões de pessoasentraram como imigrantes nas ter-ras americanas até 1997, provocando um dos mais espetacula-res processos de ampliação e redefinição do espaço econômicoque o mundo ocidental conheceu nesse período.
Isso ocorreu num momento em que as terras americanas jáhaviam praticamente definido sua divisão administrativa nacio-nal, num processo amplo e generalizado de independência polí-tica. Enquanto na América Latina a libertação do domínio colo-nial tradicional havia edificado, de um lado, um grande Estadode raízes portuguesas e, de outro, uma soma razoável de unida-des nacionais menores na porção colonial espanhola, na Améri-ca anglo-saxônica a repartição nacional atual é fruto de um pro-cesso diferenciado de definição territorial e de implicações desoberania heterogêneas.
O Canadá define-se como Domínio Inglês no âmbito da Co-munidade Britânica de Nações, formado pela federação de umasérie de províncias inglesas e pelo antigo território francês doQuebec, dominado pela Inglaterra desde o final da Guerra dosSete Anos (1763). A Groenlândia é possessão da Dinamarca. OsEstados Unidos, de suas tradicionais treze colônias, indepen-dentes em 1776, chegaram às suas fronteiras atuais em 1848, apartir de compras, acordos e guerras que marcaram as conquis-tas de antigas terras inglesas, francesas, espanholas e mexica-nas. O Alasca, território russo até 1867, foi comprado pelos Es-tados Unidos e converteu-se em estado da federação em 1959.
Imigração para a América entre1815 e 1914. Na foto,
imigrantes europeus
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Os Estados Unidos, exemplo ímpar de expansão das frontei-ras políticas na América independente, tornaram-se o grandeespaço útil e rico em possibilidades econômicas do continente.Pelas características dinâmicas de sua estrutura de relações deprodução, neles se desencadeou a grande expansão que os con-verteu no maior país de imigração do mundo.
A história do povoamento do conti-nente fez dele um espaço de grandeconvergência de povos dentro do qualpodem ser definidos setores de com-posições étnicas diferenciadas. Issopermite distinguir genericamente trêsgrandes tipos de área. Aquelas que semantêm como áreas de expressivapresença “nativa”, como o norte cana-dense e o interior amazônico; as ca-racterizadas pela
mestiçagem e convivência entre o indíge-na e o branco, como ocorre com largos se-tores da América Latina e aquela onde apopulação branca é maioria ou percen-
tualmente elevada,como a maior parte daAmérica anglo-saxô-nica, Argentina, Uru-guai, Chile, Cuba eporção centro meri-dional do Brasil. Parti-cipando em graus di-ferentes no plano da miscigenação, há por-ções da América “indígena” e da América“branca” que conhecem fortes contingentesde negros, como porções dos Estados Uni-dos, Antilhas, Colômbia, Venezuela,Guianas e Brasil.
Casal no Jardim Botânico,Canadá
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Indígena, Peru
Negro americano, EUA
111Geografia Geral
E c o n o m i aAs diferenciações ocorridas na posse e no aproveitamento dos
recursos, as relações de mercado, a dependência a políticas me-tropolitanas de empreendimentos econômicos edificaram no NovoMundo dois grandes blocos sociais e econômicos, cujas carac-terísticas atuais da estrutura e relações de produção opõem asterras ricas e dinâmicas do bloco industrializado (Estados Uni-dos e Canadá) aos espaços pobres e cheios de problemas dobloco latino-americano.
Essa oposição qualitativa apresenta, en-tretanto, uma complementariedade de fun-cionamento que é fundamental à manu-tenção do sistema de poder econômico epolítico. A interdependência de interessesentre os espaços dominadores e os espa-ços dominados é a base da manutençãodos esquemas de sobrevivência.
O velho esquema colonial de explora-ção que integrou as terras americanas aomundo europeu ainda predomina sobreo continente, hoje modificado pelos valores que regem as rela-ções neocoloniais do mundo de pós-revolução industrial. Comoum dos pólos dinâmicos do florescimento das sociedades indus-triais, exatamente o mais poderoso, está a América anglo-saxônica. O continente americano é um dos que melhor expres-
sa os contrastes entre a rique-za e a pobreza.
Ao norte do rio Grande, asterras subtropicais e tempera-das dos Estados Unidos eCanadá conhecem amplosespaços agrícolas, valoriza-dos por uma produção diver-sificada. São, ao mesmo tem-
Cinturão de trigo em St.Paul, EUA
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Vale do Silício, São Francisco, EUA
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112 Geografia Geral
po, uma rica província mineral e energética, cujo aproveitamentoconduziu esse espaço a uma organização da produção dirigidapelas grandes associações de interesses industriais e financei-ros, ligados diretamente à produção e ao consumo de todo omundo capitalista, cuja garantia de segurança lhes é fundamen-tal. A política de coexistência pacífica só tem ampliado o seupoder de comercialização. E isso tem sido indispensável ao seucrescimento, à superação de suas crises e à manutenção dopadrão de vida elevado de sua sociedade de consumo.
A América Latina, também rica em recursos minerais e em espa-ços favoráveis ao aproveitamento agrícola, tem se comportado comoum grande mercado fornecedor de produtos. Os seus espaços tropi-cais e temperados ainda vivem essencialmente da produção de bensagrícolas específicos, vinculados ao controle dos mercados externos(açúcar, café, frutas, cereais, oleaginosas, fibras, carne, lã etc.), omesmo acontecendo com os distritos mineiros (petróleo, ferro, cobre,estanho, manganês, bauxita, minerais preciosos e raros etc.).
Alguns países — México,Venezuela, Brasil, Argentina,Chile — conhecem alguns fo-cos de implantação da ativi-dade industrial de transforma-ção, vinculados a mercadosurbanos de certa expressão.
Isso tem provocado certasalterações nas relações glo-bais da produção dessas áre-
as, geralmente controladas por grandes cidades — São Paulo,Rio de Janeiro, Buenos Aires, Cidade do México, Caracas, San-tiago —, que passam a funcionar em relação ao restante dosespaços nacionais como pólos de controle das relações inter-nas. De qualquer forma, elas passam a constituir, no plano dasrelações globais, espaços de nível qualitativo superior, cujo equi-pamento em serviços tem controlado toda a dependência e inte-
Plantação de café no Espírito Santo,Brasil
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113Geografia Geral
gração com os demais espaços in-ternos e funciona como elos de liga-ção direta com os interesses inter-nacionais.
Toda a América Latina vive, hoje,um clima de compreensão cada vezmaior em relação à posição que ocu-pa no conjunto do hemisfério e nomundo. No plano político isso tem le-vado a orientações diferentes, que vãodesde a ruptura até as formas de acei-tação e defesa dos esquemas de re-lações tradicionais que têm marcadotoda a sua trajetória histórica.
Países americanos
América do NorteCanadá
Com 9.976.139 km2, é o segundo país do mundo em extensãoterritorial e o maior do Continente Americano. O imenso territóriodo Canadá compreende várias províncias fisiográficas:
◆ Apalaches: é o prolongamento dos montes Apalaches no Ca-nadá, abrange o litoral do oceano Atlântico e é antiga zona decolonização francesa.
◆ Grandes Lagos e São Lourenço: corresponde à parte cana-dense dos Grandes Lagos. É uma região deprimida, atraves-sada pelo canal de São Lourenço, que faz chegar ao oceanoas águas dos Grandes Lagos.
◆ Escudo Canadense: a maior das regiões físicas do Canadá,constituída por velhas montanhas arredondadas, dispostasao redor da baía de Hudson.
Buenos Aires, capital daArgentina
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114 Geografia Geral
◆ Cordilheiras: montanhas e planaltos, dispostos ao longo dolitoral do Pacífico, com as maiores elevações. São as Rocho-sas canadenses.
◆ Planícies Centrais: entre as montanhas Rochosas do Cana-dá e o Escudo Canadense, uma ampla faixa de terras baixasconstitui o celeiro do país com suas imensas pradarias.
Mapas do Canadá: o primeiro é de clima, o segundo é de relevoFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
O clima canadense é rigoroso, pois na maior parte das terraspredominam as condições árticas que impõem invernos prolon-gados. Nas partes do sul e nos litorais temos climas temperadosmais brandos com invernos mais curtos.
115Geografia Geral
Sua vegetação pode ser assim clas-sificada:
◆ Região Norte – tundra
◆ Região Central – taiga
◆ Região Sul – pradarias
A população canadense está na casados 31 milhões de habitantes (número de1999), com a seguinte estrutura etária:
◆ 0 – 14 anos – 23%
◆ 15 – 60 anos – 68%
◆ acima de 60 anos – 0,9%
O Canadá é um dos países mais ricosdo mundo em recursos minerais. É o pri-meiro produtor mundial de níquel, urânio, zinco, além de grandeprodutor de ouro, prata, cobre, chumbo e metano. Rico em ener-gia elétrica, carvão e também em energia nuclear instalada. Estadisponibilidade permitiu ao país, em pouco tempo, dispor de umgrande e variado parque industrial, dispondo de atividades des-de a tecelagem até as indústrias metalúrgica, siderúrgica, de alu-mínio e química. Das suas florestas obtém-se madeira utilizadapara o fabrico de pasta de papel e papel jornal, do qual produzcerca de 50% do total mundial, com o aproveitamento racional(reflorestamento) de suas enormes florestas de coníferas.
No domínio da agricultura as terras cultivadas são percentual-mente pequenas em relação à disponibilidade de solos. Entre-tanto é considerável a produção de trigo, o segundo produto ca-nadense de exportação, que tem na cidade de Winnipeg (provín-cia de Manitoba) o grande centro produtor.
A pecuária de bovinos destina cerca de 60% da produção decarnes à exportação e é grande a produção de leite e laticínios.
Na região dos Grandes Lagos é intensa a navegação que es-coa os produtos agrícolas e transporta as mercadorias do inter-
Lago Sabee e SantaAgata, Canadá, Montreal
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116 Geografia Geral
câmbio comercial entre o Canadá e os Estados Unidos. Porum sistema de canais e comportas, a navegação se concen-tra nos meses quentes, pois no inverno, devido às baixas tem-peraturas, as águas congelam, impedindo a circulação dasembarcações.
O grande problema para um maior desenvolvimento daeconomia canadense encontra-se no seu clima rigoroso, queapresenta de 6 a 8 meses de inverso intenso, daí alocalização da maioria das cidades importantes e dasatividades econômicas relevantes ao longo da fronteira comos EUA.
Cidades principais:
◆ Ottawa: a capital, com 1.010.498 habitantes (1999), é umacidade administrativa e residencial, muito arborizada.
◆ Montreal: com 3.326.510 habitantes, fundada pelos france-ses, é, depois de Nova York, o maior porto da América doNorte. Localizada nas margens do rio São Lourenço, é im-portante por seu comércio de cereais e é a segunda maiorcidade canadense.
◆ Toronto: fundada pelos ingleses na margem norte do lagoOntário, é grande centro industrial, comercial e cultural. Pos-sui 4.263.757 milhões de habitantes.
◆ Vancouver: principal porto canadense no Pacífico. Cidade mo-derna com 1.831.665 milhões de habitantes.
◆ Winnipeg: no centro do Canadá, é um importante nó de co-municações entre o Pacífico e o Atlântico. Centro industrialde peles e produtos alimentares.
◆ Hamilton: centro de siderurgia e indústrias têxteis, às mar-gens do lago Ontário.
117Geografia Geral
◆ Quebec: velha cidade fundada pelos franceses, com ruas an-tigas e muralhas.
Estados Unidos da América
Possui uma superfície de 9.372.641 km2, sendo o segundomaior país do continente em extensão territorial. Contudo deve-mos lembrar que a superfície mencionada inclui o Alasca, aonorte, e o arquipélago do Havaí, no Pacífico. Excluindo essasregiões, o Brasil seria o segundo maior país do continente emextensão territorial ou terras contínuas.
OCEANOGLACIAL ÁRTICO
OCEANOPACÍFICO
Círculo
Polar
Ártic
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Alasca(EUA)
QUEBEC
Groenlândia(Dinamarca)
TERRITÓRIODO YUKON
TERRITÓRIOSDO NOROESTE
COLÚMBIABRITÂNICA
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NOVA SCOTIA
I. DO PRÍNCIPEEDUARDO
NEW BRUNSWICK
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Mapa político do Canadá: províncias
118 Geografia Geral
Nos EUA, encontramos três grandes conjuntos de relevo:
◆ Os montes Apalaches a leste, montanhas antigas e aplaina-das, ao longo da costa atlântica.
◆ O conjunto montanhoso do oeste, com as montanhas Rocho-sas, alinhadas pelo interior, e as cadeias da Costa, alinhadaspelo litoral do Pacífico. Entre os dois alinhamentos, gruposde planaltos às vezes cortados pelos vales fluviais.
◆ Entre o leste e o oeste, como que formando um corredor,estão as pradarias centrais. Essas planícies encerram, aonorte, a grande depressão ocupada pelos Grandes Lagos e,ao sul, os depósitos fluviais recentes da grande bacia hidro-gráfica do Mississippi, que deságua no golfo do México, pormeio de um delta. Esse “corredor” é importante fator físicopara a explicação do mecanismo climático que afeta o interiordos Estados Unidos.
As massas de ar frio polar ali encontram um fácil caminho paraalongar-se até as proximidades da linha do Trópico de Câncer,provocando em vários anos, invernos fortes acompanhados detempestades de neve.
Em sentido contrário, as massas quentes de baixa pressão,comuns no mar das Antilhas e no golfo do México, podem avan-çar profundamente para o interior do continente, levando consi-go altas temperaturas, e são responsáveis, quase que anual-mente, pelos tufões ou ciclones (tornados) que assolam a partemeridional dos Estados Unidos, nos meses de verão.
As duas fachadas litorâneas possuem climas mais brandos,especialmente no Atlântico, onde a corrente marítima do golfo(Gulf Stream) mantém uma temperatura suficientemente eleva-da para impedir o efeito das águas frias setentrionais. O litoral doPacífico é afetado por duas correntes litorâneas, uma fria, aosul, e outra quente, ao norte. Possui um inverno frio e chuvoso eum verão quente e seco.
119Geografia Geral
É no interior da vasta planície central que se aloja uma das maio-res bacias hidrográficas do mundo: a bacia do Mississippi-Missouri.De nascentes localizadas nas formas de relevo que a circundam,Apalaches, a leste, e Rochosas, a oeste, descem rios que vão seunir para formar o grande conjunto hidrográfico dos Estados Uni-dos que desemboca no golfo do México. Das Rochosas e dosplanaltos interiores descem alguns rios que vão desembocar navertente do Pacífico, como o Snake e o Colorado. Dos Apalachespara o Atlântico descem alguns pequenos rios, que são importan-tes pelos estuários que formam. Nesses estuários estão impor-tantes cidades portuárias dos Estados Unidos: rio Hudson (NovaYork), rio Delaware (Filadélfia), rio Chesapeake (Baltimore).
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Rio Arkansas
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Planícies de sedimentação glacial
Planaltos
Planícies centrais
Planícies sedimentares mais recentes
Montanhas (recentes a oestee antigas a leste)
OCEANOPACÍFICO OCEANO
ATLÂNTICO
Mapa dos EUA: relevo
120 Geografia Geral
Colonização, povoamento e formação do espaçoO berço da grande nação norte-americana foram as 13 colôni-
as fundadas pelos ingleses a partir do começo do século XVII, eque se declararam independentes em 1776: Delaware,NewHampshire, Massachusetts, Nova York, Rhode Island, Con-necticut, Nova Jersey, Pensilvânia, Maryland, Virgínia, Carolinado Norte, Carolina do Sul e Geórgia. O progresso econômico rapi-damente registrado, tanto no Norte como no Sul, e a chegada denovos imigrantes determinou uma expansão para o oeste que se
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Massachusetts(Maine)
New Hampshire
Massachusetts
Rhode Island
ConnecticutPensilvânia
Virgínia
Carolinado Norte
Carolinado Sul
Geórgia
New Jersey
Nova York
Delaware
Maryland
OCEANO ATLÂNTICO
As 13 colônias inglesas da América do Norte
121Geografia Geral
completou em cerca de 100 anos, quando foram atingidas as cos-tas do oceano Pacífico. As atividades desenvolvidas pelos coloni-zadores, desde o início, provocaram a formação de uma econo-mia industrial no norte-atlântico e uma agrícola e escravagista nosul, com o algodão e o tabaco. Para o oeste, a pecuária de bovi-nos e a criação de ovelhas tornou-se a atividade primordial.
Indiscutivelmente a economia norte-americana é a mais pode-rosa do mundo (PIB em torno de 7 trilhões de dólares/ano). Paracompreendê-la melhor, vamos analisá-la por setores.
Muito embora possamos considerar os EUA um país indus-trial, não se deve desprezar o papel da agricultura na formaçãoda renda interna. As próprias características dessa agricultura atornam um importante fator na expansão industrial do país.
A agricultura norte-americana enquadra-se dentro da modernaagricultura capitalista, onde a necessidade incessante de maiorprodutividade acabou gerando verdadeiros “cinturões” agrícolaschamados de belts. Nesses belts agrícolas, a unificação da produ-ção garante aos agricultores um menor custo e, portanto, ummaior lucro, com uso intensivo do solo em grandes áreas, comalto grau de mecanização das propriedades. Isso torna o país res-ponsável por grande parte da produção mundial de alimentos.
Os belts estão assim distribuídos:A) Culturas subtropicais – fruitsB) Cinturão do gado de corte – ranchingC) Cinturão de laticínios – dairyD) Cinturão do trigo – wheatE) Cinturão do milho – cornF) Cinturão de algodão – cottonG) Culturas variadas – milho/trigo de outono/fumoH) Vale central da Califórnia – dry farming
122 Geografia Geral
Os recursos minerais dos Estados Unidos procedem de varia-das fontes de produção, além de interesses e investimentos emnumerosos países que, dessa forma, asseguram suprimento far-to às suas necessidades e reservas. Ao lado do carvão mineral edo petróleo, produzidos largamente, encontramos o cobre(Arizona e Utah), ferro (Michigan, Minesota e Alabama), urânio(Novo México), zinco (Tennessee). A recente descoberta de pe-tróleo no Alasca, em quantidades apreciáveis, vem desafogar oscentros tradicionais de produção na Pensilvânia e no Texas.
As atividades industriais norte-americanas que se desenvolveramextraordinariamente nos dois últimos séculos, constituindo o maisimportante parque industrial do mundo, tiveram o progresso graças auma série de fatores, alguns históricos, outros tecnológicos, como:
◆ Desde os primeiros tempos da colonização, estabeleceu-seno país mão-de-obra artesanal, conhe-cedora do trabalho com os metais e ocarvão;
◆ Jazidas de minério de ferro, carvão mi-neral e petróleo foram descobertas e apro-veitadas na costa norte do Atlântico.
◆ A existência de mercado consumidore capitais para o financiamento das in-dústrias incrementaram o desenvolvi-mento, nos fins do século XIX, da pri-meira etapa do avanço industrial.
No século passado, além das duas gran-des guerras mundiais que afetaram o con-tinente e o parque industrial europeu, osetor industrial norte-americano adotoutécnicas de produção em série e um sis-tema de vendas apoiado na pesquisa ena publicidade, que ampliaram e criaramnovos mercados e, como conseqüência,provocaram o aumento de produção.
Fabricação de tratoresagrícolas, linha de
montagem de colocaçãode rodas
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123Geografia Geral
Mais modernamente, o avanço tecnológico ampliou os índi-ces de automação ao mesmo tempo que novos descobrimen-tos nos setores aeronáuticos, na química dos sintéticos, nodomínio da computação e nas pesquisas em geral, têm asse-gurado ao parque industrial norte-americano uma posição devanguarda mundial.
O crescimento do poderoso parque industrial, por sua vez,não poderia ser explicado sem uma referência à sua estruturabásica de organização e aos esquemas financeiros. Nos Esta-dos Unidos, a captação de capitais populares por intermédiode ações, com a participação de centenas de milhares de acio-nistas, deu a inúmeras firmas posições de tal solidez que nãofoi difícil, com o tempo, dominarem o mercado no setor de suaespecialidade.
Constituíram-se assim os trusts, ou grupos de domínio, com ocontrole de preços, de compra e venda, liquidando com toda con-corrência. Para evitar, em muitos casos, guerra de preços, entregrupos fortes, foram firmados “cartéis”, acordos onde ficava pre-visto a divisão do mercado e os níveis de preços. O sistema ban-cário, que nos EUA se desenvolveu, acompanhou o crescimentodo parque industrial e financiou não somente sua expansão, mastambém, em consonância com a política governamental, os paí-ses clientes nas suas aquisições. Dessa forma o mercado finan-ceiro impôs, pouco a pouco, o dólar como moeda internacional epadrão financeiro de exportação e importação.
O setor básico da indústria, a siderurgia, localiza-se entre oAtlântico e o Mississippi, o Alabama e a Pensilvânia, e junto aosGrandes Lagos. A indústria automobilística está concentrada emDetroit e há outras instalações em Ohio e em Delaware. Produ-ziu em 1970 cerca de 8,2 milhões de viaturas. O setor de indús-tria aeronáutica, embora com produção reduzida, atende atual-mente a demanda de mísseis para os programas de defesa eespacial. Localiza-se na costa do Pacífico. A indústria químicaacompanha as zonas petrolíferas, e entre as suas especialida-
124 Geografia Geral
des está a produção de borracha sintética para o fabrico depneumáticos. O setor têxtil é outro gigante industrial e localiza-se primordialmente na Geórgia e nas Carolinas. Distribuídaspelo país, mas com maior concentração nas zonas de produ-ção agrícola e pastoril, estão as indústrias alimentícias. O seudesenvolvimento técnico e aperfeiçoamento, situam-nas comoas mais importantes do mundo. Outros setores importantes: ele-trodomésticos e eletrônicos (computador, aparelhos de televi-são, rádio, geladeira etc.), instrumental e equipamento ótico-cirúrgico, fotográfico, cigarros etc.
O sistema de transporte dos EUA, tanto rodoferroviário, comoaéreo e hidroviário, apresenta um desenvolvimento muito gran-de. Nas hidrovias, destacam-se o rio São Lourenço, que liga onordeste dos EUA ao sudeste do Canadá, e o complexoMississippi-Missouri, que interliga toda a região central america-na ao sul do país, com saída para o golfo do México, interligadoaos Grandes Lagos. No setor ferroviário, cerca de 350 mil km de
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Baltimore
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NovaYork
Boston
Miami
Atlanta
Bâton Rouge
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Houston
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Minneapolis
Lago SuperiorDuluth
Lago Michigan
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Lago Huron
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OCEANOPACÍFICO
OCEANO ATLÂNTICO
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Mobile
Cursos d'águaCanaisPrincipais Aeroportos
Principais entroca-mentos ferroviários
Linhas Férreas(ou Ferrovias)
ports accessible aux navires de haute mer (en millions de tonnes)50 25 1560
EUA: sistema de transportes
125Geografia Geral
linhas férreas garantem o escoamento da produção. No setorrodoviário, cerca de 6 milhões de km, a maior parte (cerca de80%) asfaltadas, permitem a circulação de aproximadamente130 milhões de veículos.
A união de duas grandes companhias norte-americanas (Sprinte MCI WorldCom), uma negociação de 129 bilhões de dólaresfechada em outubro de 1999, nos mostra a grandiosidade da es-tratégia no setor das telecomunicações no final do século passa-do. A empresa surgiu da maior fusão da história e tornou-se asegunda mais importante dos Estados Unidos, atrás somente dagigante AT&T. Pouco antes, em maio, depois de uma grande disputacom a alemã Deustche Telekom, a italiana Olivetti comprara aTelecom por uma suntuosa quantia de 33 bilhões de dólares, cifraessa recorde para o continente.
O setor de telecomunicações, que abrange o rádio, a televisãoe o sistema de telefonia, onde se operam o telefone, o fax e ainternet, tem crescido acima da média nacional. Nesse mesmoano as empresas de telecomunicações tiveram um faturamentode 1,2 bilhões de dólares em equipamentos e serviços, 50% amais que o produto interno bruto (PIB) brasileiro.
O país apresenta um sistema eficaz e barato para o funciona-mento da economia globalizada. Como decorrência, existem ten-dências gerais de privatizações e desregulamentação no setor,e parte das empresas de telecomunicações passa gradativamentepara a iniciativa privada.
Cidades principais:◆ Nova York: fundada pelos holandeses em 1626, como Nova
Amsterdã, passou para os ingleses em 1664 com o nome deNova York. A cidade possui uma população cosmopolita comestrangeiros ou descendentes de várias nacionalidades: itali-anos, russos, alemães, poloneses, irlandeses, latino-ameri-canos etc. Sua urbanização é peculiar pela presença de gran-des edifícios e arranha-céus, entre os quais o Empire Statescom 102 andares e 381 metros de altura. Além do seu porto,
126 Geografia Geral
o segundo em movimento no mundo, conta com o importanteaeroporto internacional de Kennedy e mais outros dois: LaGuardia e Newark. A cidade possui numerosos bairrosresidenciais ou típicos, ruas e bairros comerciais e industriaisque empregam centenas de milhares de pessoas. Nela con-centram-se também os escritórios e sedes de grandes com-panhias e empresas industriais e comerciais do país. É o cen-tro financeiro e bancário dos Estados Unidos. Ali funciona, naWall Street, a bolsa de Nova York, cujo movimento de valoresoscila, anualmente, entre 40 e 60 bilhões de dólares.
◆ Washington: na margem direita do Potomac, no distrito deColúmbia. É uma cidade construída para ser a capital e foiplanejada para isso. Entre seus notáveis edifícios estão oCapitólio, sede do Congresso Nacional, e a Casa Branca,residência oficial do presidente da República.
◆ Los Angeles: com 12,2 milhões de habitantes (incluindo a zonametropolitana), no litoral do Pacífico, no estado da Califórnia.Cidade moderna e luxuosa, deve o seu desenvolvimento àindústria cinematográfica e ao parque aeronáutico que aí sedesenvolve.
◆ Chicago: com mais de 7milhões de habitantes,incluindo a área metro-politana. Porto no lagoMichigan, cidade indus-trial e principalmentegrande centro ferroviá-rio. O seu desenvolvi-mento comercial está li-gado à comercializaçãode grande parte da pro-dução de bovinos e do trigo, que por aí transitam.
◆ Filadélfia: situada no estuário do Delaware, conta com maisde 1,5 milhão de habitantes. Grande centro industrial e cida-
Foto noturna de Los Angeles
Rep
rodu
ção
127Geografia Geral
de tradicional norte-americana com ruas e edifícios ainda daépoca colonial. Conserva muitos monumentos e lugares his-tóricos.
MéxicoCom uma superfície de 1.972.547 km2, grande parte do territó-
rio mexicano é constituído por cadeias montanhosas, com o ladonorte desértico e o sul rico em florestas tropicais.
Simplificadamente, seu relevo está assim estruturado:
◆ Leste – Planície Costeira, seguida da Sierra Madre Oriental
◆ Centro – Planalto de Anahuac
◆ Oeste – Sierra Madre Ocidental
É a segunda mais populosa nação da América Latina, somen-te superada pelo Brasil. Mais de 80% são mestiços de espa-nhóis e indígenas.
A capital, Cidade do México, é uma região metropolitana ondese concentra a maior população do mundo, com grandes proble-mas ambientais e de segurança pública. A origem do país estáligada às civilizações pré-colombianas dos maias e astecas, queaté o século XV dominaram a região. Nos dias de hoje é grandea presença indígena na vida mexicana, principalmente na cultu-ra e nas artes, bem comona composição da popula-ção, pois 80% dos habitan-tes são mestiços de índiose europeus. Muitos mexica-nos vivem hoje no sul e nacosta oeste dos EstadosUnidos, com a esperançade encontrar melhores em-pregos. O México, desde aprimeira revolução popular
Teotihuacan (600 a.C.), a Cidade dosDeuses
Rep
rodu
ção
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– século XX, 1910 –, implantou o seu regime político que é manti-do até os dias de hoje. Na área artística, destacando-se pela pin-tura, possui tradição de muralistas dedicados a temas sociais. Aba-lado por uma forte crise financeira por volta dos anos 1990, procu-rou equilibrar a economia, baseada na extração de petróleo e nogrande número de turistas, que são atraídos pelas construçõeshistóricas e pelas praias dos oceanos Atlântico e Pacífico.
O México é considerado o “primo pobre” dos países da Améri-ca do Norte, embora industrializado, apresentando como princi-pal atividade a metalurgia e a indústria petrolífera.
Quando a Opep foi criada em 1960, o país não pôde fazerparte devido à má qualidade de seu petróleo (petróleo pesado,de caro refino), que é vendido sempre a preços inferiores aospraticados pela organização.
Nos anos 1980, a queda nos preços e no consumo mundial depetróleo, além de grande evasão de divisas, levou o país à gran-de crise econômica, quando a sua dívida externa chegou a 100bilhões de dólares. Cerca de 30% de sua população economica-mente ativa (PEA) chegou a estar desempregada, enquanto cer-ca de 8 milhões de mexicanos abandonaram o país, entrandoilegalmente nos EUA, em especial na costa oeste, onde são co-nhecidos por braceros, atuando sobretudo na colheita de váriosprodutos agrícolas.
Em 1990, México, Estados Unidos e Canadá começaram acriar uma organização de integração econômica regional – Nafta– que está trazendo para o país indústrias norte-americanas ecanadenses, interessadas na abundante e barata mão-de-obrae na falta de leis de defesa ambiental e trabalhistas. Os mexica-nos sonham em transformar o país, com o auxílio estrangeiro,numa espécie de “Tigre das Américas”, e assim superar seusinúmeros problemas econômicos e sociais.
Nos últimos anos, o governo implantou uma reforma econômi-ca ambiciosa que abriu o país ao capital estrangeiro, privatizouinúmeras estatais e modernizou-o.
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Recordes da América do NortePonto mais elevado: monte McKinley, 6.194 m (EUA,
Alasca)Maior depressão: vale da Morte, 86 m (EUA)Maior ilha: Groenlândia, 2,2 mi km2
Maior mar: mar Glacial Ártico, 14 mi km2
Maior golfo: golfo do México, 1,5 mi km2
Maior lago: Superior, 84 mil km2 (EUA/Canadá)Maior rio: Mississippi-Missouri, 5.620 kmMaior bacia hidrográfica: bacia do Mississippi, 3,3 mi km2
Temperatura máxima registrada: 56,7 °C (vale da Morte,EUA)
Temperatura mínima registrada: –66 0C (Northice,Groenlândia)
Cidade mais elevada: Toluca, 2.680 m (México)
Meio ambiente da América do Norte (1995)Área de floresta: ............................................. 5,4 km2 *
Desmatamento: ..................... 14 mil km2 (1990-1995) *
Áreas de conservação: ............... 11,7% do território **
Recursos hídricos per capita: ................. 17,9 mil m3 **
Emissão de CO2
per capita: ............................. 19,9 t **
*Dado refere-se à América Central e do Norte
**Dado exclui o México
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Questões de vestibular1) (Unaerp-SP) O Canadá e os EUA formam a chamada América anglo-
saxônica, a América rica. Assim como os EUA, o Canadá foi coloni-zado, principalmente, por ingleses, mas apresenta característicasdiferentes. Sobre o Canadá, é CORRETO afirmar que:
1. O crescimento de sua economia industrial se fez apoiado em inves-timentos estrangeiros, principalmente dos EUA, que controlam am-plos setores da atividade industrial.
2. A ocupação agrícola das áreas de tundra possibilitou que o Canadáse tornasse um dos celeiros agrícolas do mundo.
3. A população do país é, predominantemente, de origem inglesa e francesa.4. 90% da população concentram-se ao longo da fronteira com os Es-
tados Unidos.Assinale uma das alternativas:
a) 1 e 2 são corretas.b) 2 e 3 são corretas.c) 2, 3 e 4 são corretas.d) 1, 2 e 3 são corretas.e) 1, 3 e 4 são corretas.
2) (Mackenzie) “Além da perda de territórios, as interferências políti-cas e militares e a influência econômica dos Estados Unidos moti-varam um antigo dirigente deste país a exclamar: “Pobre _______,tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”.O país que completa corretamente a citação é:
a) México.b) Porto Rico.c) Panamá.d) Cuba.e) Canadá.
3) (Cesgranrio) O México vem atravessando momentos difíceis mesmocom os entendimentos para criação de uma zona econômica previs-
131Geografia Geral
ta no Eucamex. Uma das questões mais importantes, os braceros,não tem sido objeto de negociações. Assinale a opção que indicacorretamente o movimento bracero.
a) a emigração definitiva dos trabalhadores mexicanos para o complexoturístico na Flórida.
b) a migração dos trabalhadores rurais mexicanos sobretudo para as co-lheitas da Califórnia.
c) a fixação dos camponeses mexicanos para garantir a produção de sub-sistência.
d) a modernização das haciendas mexicanas.e) a ocupação com monocultura de exportação dos latifúndios me-
xicanos.
4) (Mackenzie) Nova região industrial dos Estados Unidos, tem oseu desenvolvimento baseado nos grandes lençóis petrolíferosda área. Suas principais indústrias estão ligadas ao petróleo.Trata-se:
a) do Texas.b) da Califórnia.c) do Nordeste.d) da região dos Grandes Lagos.e) de Seattle.
5) (Mackenzie) “É o centro da polarização econômica dos Estados Uni-dos. Concentra metade da população do país e 80% do seu parqueindustrial. Essa população, basicamente urbana, forma o maior mer-cado consumidor mundial e constitui a maior concentração urbano-industrial do mundo.”O trecho se refere:
a) à região de Los Angeles.b) à grande região das Planícies Centrais.c) ao Sun-belt.d) à planície dos Grandes Lagos.e) ao nordeste do país.
132 Geografia Geral
6) (Cesgranrio) Assinale a opção que NÃO identifica as característi-cas da formação geográfica das regiões do Canadá:
a) no Vale do São Lourenço e nos Grandes Lagos, encontram-se as gran-des metrópoles, que têm na energia elétrica abundante dos GrandesLagos, no carvão dos Apalaches e no ferro da Península do Labrador osrecursos necessários ao seu desenvolvimento.
b) as Províncias Marítimas se destacam por uma policultura e porindústrias de papel; entretanto, sua mais importante atividadeeconômica é a indústria pesqueira, favorecida pela Corrente doLabrador.
c) as Grandes Planícies Centrais são áreas de grandes propriedades, in-tensa mecanização e bem servidas de transporte ferroviário, que es-coa a importante produção do trigo canadense.
d) a Colúmbia Britânica, região de alta densidade demográfica de climatemperado continental, tem o relevo acidentado, o que permite grandeprodução de hidroenergia.
e) o Grande Norte, região de mais reduzida densidade demográfica, declimas polar, subpolar e frio continental, apresenta atividades ligadasao extrativismo da floresta.
7) (Puc-RJ) Sobre a admissão do México no Nafta (Tratado de LivreComércio da América do Norte) é correto afirmar que esse país:
a) transformou a organização no maior bloco econômico do mundo, supe-rando a União Européia tanto em população como em PIB.
b) assumiu a liderança política e econômica do bloco latino-americano,suplantando as tradicionais lideranças do Brasil e da Argentina.
c) pelo fato de pertencer à organização aumentou suas relações econô-micas com os outros países latino-americanos.
d) promoveu amplas reformas socioeconômicas internas, reduzindo con-sideravelmente os níveis de pobreza entre a população.
e) atendeu aos interesses dos outros membros com seu petróleo e mão-de-obra abundante e barata.
8) (UEL-PR) Observe os esboços para responder à questão.
133Geografia Geral
A observação dos esboçose os demais conhecimen-tos sobre o tema permi-tem concluir que:
a) com as mudanças ocorri-das nos tipos de imigrantesque se dirigem aos EstadosUnidos tem decrescido per-centualmente o grupo étnico branco.
b) nestas últimas décadas os imigrantes que chegam aos EUA apresen-tam elevada qualificação técnica.
c) com o elevado número de imigrantes no país, a participação percentualdos negros no conjunto da população americana tende a diminuir.
d) a flexibilidade e as facilidades legais têm cada vez mais atraído imi-grantes latinos e asiáticos para os Estados Unidos.
e) a rápida integração sociocultural e econômica do imigrante tem repre-sentado um fator a mais para que grandes levas de imigrantes para láse dirijam.
9) (Unesp) Observe o mapa dos Es-tados Unidos.Assinale a alternativa que indica,respectivamente, o nome do rioassinalado com o número 1 e asatividades econômicas predomi-nantes nos espaços assinalados com os números 2 e 3:
a) Grande; pecuária intensiva de gado leiteiro e cotton belts.b) Mississippi; culturas tropicais de cana, cítricos e arroz e pecuária ex-
tensiva.c) Colúmbia; corn belts e policultura.d) Tennessee; pecuária extensiva em estâncias e grandes propriedades e
agricultura irrigada de frutas e legumes.e) Colorado; agricultura irrigada de frutas e legumes e culturas tropicais
de cana, cítricos e arroz.
134 Geografia Geral
10) (UFES) Sobre a economia do Canadá, podemos afirmar:I. É fortemente dependente dos Estados Unidos em relação aos flu-
xos de capitais, tecnologia e mercadorias.II. Muito prejudicada pela Segunda Guerra Mundial e fracamente in-
dustrializada, equilibra na sua balança comercial com exportaçõesde gêneros alimentícios.
III. Dinâmica e forte, tem na produção de papel e celulose uma posiçãode des-taque que coloca o Canadá como o maior produtor mundial do gênero.
IV. Tem no alumínio seu grande destaque na área metalúrgica, embora amatéria-prima (a bauxita) necessite ser quase que totalmente im-portada da Jamaica e do Suriname.
V. Não utiliza técnicas modernas na agropecuária, o que faz com queessa atividade se torne altamente improdutiva.São corretas as afirmativas:
a) I, II e IV.b) I, III e IV.c) I, IV e V.d) II, IV e V.e) III, IV e V.
América CentralA América Central é a menor porção do continente americano,
um istmo que liga a América do Norte e a América do Sul. Ela podeser dividida em duas partes: a continental (o istmo, estreita faixa deterra situada entre dois mares ou oceanos) e a insular, chamada deCaribe, Caraíbas ou Antilhas. Segundo a dimensão das ilhas, aAmérica Insular pode ser subdividida em Grandes Antilhas (Cuba,Jamaica, Haiti, Porto Rico, Bahamas) e Pequenas Antilhas (Trinidade Tobago, Antígua e Barbuda, Barbados etc). Nas Antilhas, aindahá ilhas sob domínio colonial da França (Martinica, Guadalupe), daHolanda (Curaçao, Aruba), do Reino Unido (Ilhas Virgens Britâni-cas) e dos EUA (Ilhas Virgens Americanas).
135Geografia Geral
Na América Central continental, todos os países hoje independen-tes estiveram sob domínio colonial espanhol, com exceção de Belize,que pertencia ao domínio britânico. O sistema colonial espanhol apre-sentava características gerais típicas do sistema mercantilista:exclusivismo monopolista, porto fechado, submissão aos interessesda metrópole etc. A Espanha dividiu suas colônias centro-america-nas em duas regiões administrativas: a Capitania-Geral da Guatemala(correspondente ao istmo) e a Capitania-Geral de Cuba (abrangendotodas as ilhas caribenhas sob seu domínio).
O fim do poder político da metrópole espanhola foi fruto deintensa e longa luta, e marcou a ruptura do tradicional sistemacolonial. Descontentes com a exploração colonial, membros daelite local lideraram o processo de independência política, ocor-rido nas primeiras décadas do século XIX.
Concluído o processo, a América Central espanhola, tanto acontinental como a caribenha, fragmentou-se em várias nações,atendendo aos interesses da elite branca local (os criollos, des-cendentes de espanhóis nascidos na América).
América central: divisão política na época colonialFonte: Minimanual Compacto de História Geral, São Paulo, Rideel, 2000.
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Do ponto de vista político-econômico, as novas nações assu-miram características similares. São nações subdesenvolvidasde economia dependente e assentada na exportação de produ-tos primários, pequena renda per capita e baixo índice de desen-volvimento humano e tecnológico.
A seguir algumas características geográficas das nações queformam a chamada América Central continental:
BelizeSuperfície, 23 mil km2; população, 200 mil habitantes; capital,
Belmopan; governo Monarquia Parlamentarista (o chefe de Es-tado é a rainha da Inglaterra); moeda, dólar de Belize; língua,inglês.
Ocupa uma estreita faixa na península de Yucatán, entre aGuatemala e o México, uma das menores nações da AméricaCentral continental e a única dessa região colonizada pelos in-
MAR DAS ANTILHAS
América central continentalFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
137Geografia Geral
gleses. Uma grande planície ocupa quase todo o país, que seeleva a oeste, nas montanhas Maias. Próximo de seu pantano-so litoral, banhado pelo mar do Caribe, encontram-se váriasilhotas e a segunda maior barreira de coral do planeta. Flores-tas tropicais cobrem cerca de 50% da área do país, que man-têm diversas reservas de proteção ambiental. Os crioulos (des-cendentes de europeus), os afroamericanos e os mestiços deindígenas e europeus são maioria entre o povo; existem aindapequenos grupos menores de índios maias, asiáticos e euro-peus de várias origens. A economia de Belize se baseia princi-palmente no cultivo de banana, cana-de-açúcar e frutas cítri-cas. Nos últimos anos tem crescido a extração de madeira. Oconflito com a Guatemala causado por questões fronteiriçasprejudica a entrada de capital estrangeiro e o desenvolvimentodo turismo.
Costa RicaSuperfície, 51 mil km2; população, 3,9 milhões de habitantes;
capital, San José; governo, República Presidencialista; moeda,peso colón costarriquenho; língua, espanhol.
É um país que possui duas planícies costeiras, uma banhadapelo oceano Pacífico (é uma área rochosa e recortada), e outrapelo mar do Caribe, possuindo praias de areia fina. Apesar deser uma área sujeita a furacões, a flora e a fauna tropicais nati-vas existentes são preservadas por parques nacionais que ocu-pam cerca de 13% da área do país. Além dos parques que esti-mulam o turismo, a outra atração natural fica por conta do vulcãoArenal, que entra em erupção muitas vezes ao dia. O país écortado de norte a sul por uma cadeia de montanhas e vulcões.Na parte central dessa Cordilheira encontra-se a Meseta, ondese localizam as principais cidades deste país. Sua economia ébaseada no turismo, ao lado da produção de café e banana.É um país de destaque, pois possui estabilidade política, inexis-tência das Forças Armadas, que foi substituída pela guarda civilhá mais de cinquenta anos.
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El SalvadorSuperfície, 21 mil km2; população, 6,2 milhões de habitantes;
capital, San Salvador; governo, República Presidencialista;moeda, colón salvadorenho; língua, espanhol.
El Salvador, banhado pelo oceano Pacífico, é o menor país daparte continental da América Central e o único da região que nãopossui litoral no mar do Caribe. Devastada a nação nos anos1980 devido a uma violenta guerra civil, deixando 75 mil mortos,sobraram ainda reflexos em sua estrutura socioeconômica. Maisda metade da população não possui serviços de saúde e quasea metade vive na pobreza, de acordo com a ONU (Organizaçãodas Nações Unidas). Refugiados salvadorenhos, que hoje vivemnos Estados Unidos, enviam dinheiro, e essa é uma das princi-pais fontes de recursos do país; a outra é a exportação de café ecana-de-açúcar. Seu território, muito povoado por uma popula-ção principalmente de mestiços de índios e espanhóis, possuimais de 25 vulcões extintos, que se encontram em uma cadeiamontanhosa que corta a nação de leste a oeste. Em razão dafalta de leis que proteja o ambiente, hoje existem apenas 3% dasflorestas originais em El Salvador, um dos menores índices docontinente americano.
GuatemalaSuperficie, 109 mil km2; população, 11,1 milhões de habitan-
tes; capital, Cidade da Guatemala; governo, República Presiden-cialista; moeda, quetzal; língua, espanhol.
A Guatemala é marcada pela oposição entre os índios deorigem maia (quase metade dos habitantes), que possuem for-te influência na cultura nacional, e a elite de origem espanhola,que controla as atividades econômicas e o poder político. En-contra-se a oeste da América Central e é possuidora de umterritório sujeito a terremotos e cortado por duas cordilheiras, aSierra Madre e a serra dos Cuchumatanes, com picos e vul-cões que ultrapassam 4 mil metros de altitude. Existe entre elas
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um grande altiplano, habitado por pelo menos 55% da popula-ção, a mais numerosa do continente. No litoral do Pacífico e doAtlântico existem planícies costeiras, onde é desenvolvida a agri-cultura, baseada nas culturas tropicais voltadas para a expor-tação, como café, açúcar e banana. O setor industrial gua-temalteco é o maior da América Central, com destaque para osramos alimentício, têxtil, farmacêutico e químico. O desma-tamento é um grande problema ecológico, especialmente naregião de Petén, no norte, onde florestas são derrubadas paradar lugar à atividade agropecuária.
NicaráguaSuperfície, 131 mil km2; população, 4,9 milhões de habitantes,
capital, Manágua; governo, República Presidencialista; moeda,córdoba ouro; língua, espanhol.
Nicarágua é o maior país da América Central em extensãoterritorial. Ainda se recupera de uma prolongada guerra civil, quedurou quase toda a década de 1980. A renda per capita é uma dasmenores do mundo. A maioria da população vive no lado ociden-tal, voltado para o oceano Pacífico, onde estão as três maiorescidades. Possui solo vulcânico e fértil; na região leste concentra-se a produção agrícola, que emprega cerca de 30% da mão-de-obra. Uma cadeia montanhosa com vulcões ativos e dois grandeslagos isolam o lado oriental, voltado para o mar do Caribe e domi-nado pela planície dos Miskitos. O clima tropical é amenizado emparte pela altitude, favorecendo o cultivo de algodão, café e cana-de-açúcar, seus principais produtos de exportação.
PanamáSuperfície, 76 mil km2; população, 2,8 milhões de habitantes;
capital, Cidade do Panamá; governo, República Presidencialista;moeda, balboa; língua, espanhol.
O território panamenho localiza-se no sudoeste da AméricaCentral, onde o istmo se junta à América do Sul; é cortado aomeio pelo canal do Panamá, e liga os oceanos Atlântico e Pací-
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fico. Por ano, 14 mil embarcações passam pelo canal, valor querepresenta 4% do comércio marítimo mundial. Em 1999, o go-verno arrecadou mais de 600 milhões de dólares em pedágio.
O Panamá pertencia à Colômbia que, em 1879, autorizou oengenheiro francês Ferdinand Lesseps, construtor do canal deSuez, a iniciar as obras de abertura de um canal ligando os oce-anos Atlântico e Pacífico, mas o empreendimento foi à falênciadez anos depois.
Em 1903, os EUA, objetivando transformar a América Centralnuma região sob seu domínio, estimularam uma rebelião quelevou o Panamá a se separar da Colômbia. No mesmo ano, ob-tiveram do Panamá o direito de retomar as obras de construçãodo canal, inaugurado em 1914. Em troca do controle perpétuoda Zona do Canal, os EUA pagavam uma quantia anual ao Pa-namá. Após a Segunda Guerra Mundial, cresceu a tensão inter-na contra a presença norte-americana no Panamá – onde é ins-
W E
N
S
0 196km 392km
ESCALA
PANAMÁ
COLÔMBIA
Cidade do Panamá
San José
Golfo de Panamá
COSTARICA
Canal do Panamá
141Geografia Geral
talada a sede do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA.Em 1977, os EUA assinaram um acordo pelo qual o canal e suasinstalações passariam ao controle panamenho no ano 2000, oque efetivamente aconteceu. Mas, os EUA reserva o direito deintervenção na Zona do Canal, caso a livre navegação ameaçada.
A região tem por volta de 1,5 mil ilhas, a maior parte delasconcentrada no litoral do Pacífico, com quase 30% de sua áreaocupada por reservas de proteção ambiental. A população é he-terogênea, a grande maioria formada por mestiços de índios eeuropeus, que convivem com grupos negros, brancos e indíge-nas. A área de serviços representa 74% do PIB do país, baseadona zona de livre comércio de Colón, na exploração do canal doPanamá, nos negócios bancários e na Marinha Mercante (o go-verno panamenho não impõe restrições ao registro de navios).Como principal produto agrícola, a banana responde por 30%das receitas externas. O país possui provavelmente as maioresreservas de cobre do mundo, ainda pouco exploradas.
HondurasSuperfície, 112 mil km2; população, 6,3 milhões de habitantes;
capital, Tegucigalpa; governo, República Presidencialista; moe-da, lempira; língua, espanhol.
Honduras possui um território montanhoso e uma pequena pla-nície costeira, que é banhada pelo oceano Pacífico, e um litorallongo e plano no mar do Caribe. É uma das nações mais pobresdo continente americano, e a situação se agravou nos últimostempos devido a redução da ajuda dos Estados Unidos, seu alia-do histórico e principal parceiro comercial, e por muitos furacõesque assolam sua costa caribenha. A agricultura, a mais impor-tante atividade econômica, é duramente afetada pela destruiçãode plantações de café e de banana, os principais produtos deexportação. As condições socioeconômicas, tradicionalmenteruins, tornam mais grave a qualidade de vida da populaçãohondurenha – formada por 90% de mestiços de espanhóis e in-dígenas. Quase metade dos habitantes vive com menos de
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1 dólar por dia, segundo a ONU. O turismo é uma área em de-senvolvimento, e é baseado em atrações como as ruínas maiasDe Copán, que foi declarada patrimônio da humanidade, e asilhas de la Bahía, no Caribe, habitadas principalmente por des-cendentes de africanos.
Apesar de muitos aspectos geográficos distintos, por ser re-presentado por um conjunto de ilhas, temos a América Centralinsular ou Caribe, ou ainda, Antilhas.
Antigas colônias européias, em sua maioria espanholas, oCaribe se destaca pelo seu atraso econômico e social, pela suadependência econômica e tecnológica das nações desenvolvi-das, sobretudo dos Estados Unidos, e por seu potencial turísticolargamente explorado, aliás, hoje, a principal fonte de divisas damaioria das ilhas.
A seguir algumas características das ilhas principais:
América central insularFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
143Geografia Geral
HaitiSuperfície, 28 mil km2; população, 8,1 milhões de habitantes;
capital, Port-au-Prince; governo, República com forma mista degoverno; língua, francês; moeda, gourde.
O Haiti ocupa o oeste da ilha Hispaniola (no leste fica a Re-pública Dominicana) no mar do Caribe. Considerada nação maispobre e a de menor índice de desenvolvimento humano (IDH)da América. Quase a metade dos habitantes é analfabeta e só24% têm acesso a serviços de saneamento básico. Seu territó-rio, muito montanhoso, possui duas grandes cordilheiras quese estendem de leste a oeste. O litoral é recortado pelo golfode Gonáve e existem várias ilhas. Apesar de apenas um terçodo solo ser arável, a base da economia do país é a agricultura,com destaque para o cultivo de café, o principal produto deexportação. Primeira colônia americana libertadora de escra-vos, possui uma população negra, que é predominante, e umpequeno grupo de mulatos, mestiços de africanos e europeus,que forma a elite do país. A cultura africana é marcante empráticas religiosas como o vodu, semelhante ao candomblé.Apesar de o francês ser um dos idiomas oficiais, ele é faladopor menos de 20% dos haitianos. A maioria usa o crioulo, lín-gua formada pela mistura de elementos do espanhol, inglês,francês e dialetos africanos.
GranadaSuperfície, 344 km2; população, 98 mil habitantes; capital,
St. George’s; governo, Monarquia Parlamentarista; moeda, dó-lar do Caribe do leste; línguas, inglês e francês dialetal.
Localiza-se no leste do mar do Caribe, a menos de 150 qui-lômetros da costa da Venezuela; 90% de sua população sãonegra, que vivem em uma ilha de mesmo nome. A nação ain-da abrange outras pequenas ilhas do arquipélago de Barla-vento, conhecidas como Granadinas, das quais se destacamCarriacou (34 km2) e Petite Martinique (2 km2). A maior parte é
144 Geografia Geral
desabitada. De relevo montanhoso, Granada possui muitoslagos vulcânicos e uma grande floresta tropical. Seu litoralmuito recortado, com inúmeras penínsulas e baías, principal-mente no sul. Conhecido como Ilha das Especiarias do Ociden-te, o país é o segundo maior produtor mundial de noz-mos-cada, atrás apenas da Indonésia. Também são muito impor-tantes as culturas de cravo, canela, cacau e banana, favore-cidas pelo clima quente e úmido. O turismo é a principal fontede receitas depois da agricultura. As ilhas recebem em média300 mil visitantes anualmente, dos quais 30% são passagei-ros de cruzeiros marítimos.
JamaicaSuperfície, 11 mil km2; população, 2,6 milhões de habitantes;
capital. Kingston; governo, Monarquia Parlamentarista; moeda,dólar jamaicano; língua, inglês.
Perto de 85% de sua população é descendente de escravosnegros trazidos da África no período colonial. A origem africanamarca a cultura do país, em manifestações como o reggae, gê-nero musical resultante da fusão de ritmos afro-jamaicanos como blues e o soul americanos, e o movimento religioso rastafári,que prega a superação da opressão contra os negros e conside-ra a África a sua pátria. Terceira maior ilha do mar do Caribe, naAmérica Central.
A maior parte do território jamaicano é montanhosa, com valesprofundos e penhascos escarpados. No oeste, abre-se um pla-nalto coberto de florestas tropicais. Existem muitos mananciais efontes termais, razão pela qual foi chamada Xaimaca, terra daságuas, pelos índios arauaques, seus habitantes nativos. O turis-mo é a mais importante fonte de receitas da Jamaica, que rece-be milhares de visitantes atraídos pelas paisagens e pela boainfra-estrutura hoteleira. Em segundo lugar, a exportação debauxita, minério do qual é o terceiro maior produtor mundial. Oalto índice de desemprego (15,9%) e o tráfico de drogas têmcontribuído para o aumento da violência no país.
145Geografia Geral
República DominicanaSuperfície, 48 mil km2; população, 8,4 milhões de habitantes;
capital, Santo Domingo; governo, República Presidencialista;moeda, peso dominicano; língua, espanhol.
Foi um dos primeiros territórios americanos conhecidos porCristóvão Colombo. Ocupa dois terços da ilha Hispaniola, a se-gunda em tamanho do mar do Caribe; – o restante pertence aoHaiti. Duas cordilheiras cortam o centro do país de leste a oeste,e entre elas encontra-se o vale de Cibao, uma das principaisáreas agrícolas. No leste encontramos as praias mais procura-das pelos turistas. Grande parte da população é formada pormestiços de europeus e escravos africanos. Fortemente povoa-da, a República Dominicana oferece baixo padrão de vida a seushabitantes: quase metade vive com menos de 2 dólares por dia,de acordo com o Banco Mundial. Em conseqüência das dificul-dades econômicas, é grande a emigração, principalmente emdireção aos Estados Unidos, onde estima-se que vivem 1 milhãode dominicanos.
CubaSuperfície, 111 mil km2; população, 11,2 milhões de habitan-
tes; capital, Havana; governo, Presidencialista com regime departido único; moeda, peso cubano; língua, espanhol.
Única nação comunista da América, Cuba está localizada naentrada do golfo do México, distante 170 quilômetros dos Esta-dos Unidos. Vivendo uma séria crise econômica desde o fim daUnião Soviética, da qual era dependente, a situação foi agrava-da devido ao embargo comercial norte-americano. Para combatê-la, o governo tem aberto a economia, que se baseia na exporta-ção de açúcar e incentiva o turismo, pois possui lindas praias declima tropical.
Cuba inclui a ilha de Cuba, a maior do arquipélago das An-tilhas, a ilha da Juventude e mais 1,6 mil ilhotas. Em seu rele-vo predominam as planícies, com uma pequena parte monta-
146 Geografia Geral
nhosa no sudeste, a serra Maestra, de onde partiu a guerrilhaliderada por Fidel Castro, para tomar o poder em 1959. O mo-delo de educação e saúde, implantado pela Revolução Cuba-na, elevou o padrão de vida dos habitantes; hoje todos têmacesso a serviços de saúde, e a taxa de analfabetismo é de4,3%, de acordo com a ONU. Devido a grande maioria da po-pulação ser de origem africana, a cultura deste país possuielementos parecidos com a brasileira, como o carnaval e asantería, religião semelhante ao candomblé. Também é gran-de a influência espanhola – que se vê nos edifícios coloniaisde Havana, considerados patrimônios da humanidade, e anorte-americana, representada pelo beisebol, o esporte nacio-nal cubano.
DominicaSuperfície, 751 km2; população, 100 mil habitantes; capital,
Roseau; governo, República Parlamentarista; moeda, dólar doCaribe do leste; língua, inglês.
Situa-se em uma ilha de origem vulcânica do arquipélago dasPequenas Antilhas, no mar do Caribe. Possui uma área bastantemontanhosa e mais de duzentos rios correm em seus valescheios de cachoeiras. Grande parte de sua população é descen-dente de escravos negros trazidos para trabalhar na ilha a partirdo século XVII. A colonização francesa, apesar de ter sido curta,exerce ainda muita influência na cultura dominique, que se re-presenta pela religião católica – seguida por quase 80% da po-pulação – e pela língua (crioulo), uma mistura de francês comdialetos africanos. O cultivo de banana é responsável por 75%da produção agrícola do país. Até a década de 1990, quase todaa safra era exportada para o Reino Unido. Com a entrada emvigor de tratados de comércio da União Européia, Dominica foiafetada pela concorrência de outras nações da América Central.A situação se agravou nos últimos anos devido à devastação deplantações provocada por furacões. Para desenvolver a econo-mia, o governo tem incentivado a agroindústria e a pesca.
147Geografia Geral
BahamasSuperfície, 14 mil km2; população, 301 mil habitantes; capital,
Nassau; governo, Monarquia Parlamentarista; moeda, dólar dasBahamas; língua, inglês.
Considerada paraíso fiscal internacional devido aos baixosimpostos e ao reduzido controle sobre a origem do dinheiroaplicado em seus bancos. Essas facilidades atraem investi-dores do mundo inteiro, o que faz do setor financeiro uma dasprincipais atividades econômicas do país. Perde em impor-tância apenas para o turismo, favorecido por águas transpa-rentes, propícias à prática de mergulho, pelo clima quente (osol aparece em média 320 dias por ano) e pela diversidade dafauna marinha.
O arquipélago é formado por cerca de setecentas ilhas encon-tradas no norte da América Central, no mar do Caribe, mas ape-nas trinta são habitadas. De origem calcária e rodeadas de reci-fes de coral e bancos de areia, abrangem uma área de aproxi-madamente 300 mil km2, da costa da Flórida, nos Estados Uni-dos, até o norte do Haiti. A falta de rios dificulta o desenvolvimen-to da agricultura, que se restringe a culturas de frutas e legumes.A origem africana da maioria da população reflete-se na música,em ritmos como o goombay, e nas crenças religiosas, como oobeah, semelhante ao vodu haitiano.
Trinidad e TobagoSuperfície, 5 mil km2; população, 1,3 milhões de habitantes;
capital, Port of Spain, governo, República Parlamentarista; moe-da, dólar de Trinidad e Tobago; língua, inglês.
O país é formando por duas ilhas principais e outras menores.De clima tropical e muitas montanhas, situa-se ao sul do mar doCaribe, apenas a 11 km da Venezuela. A população se compõebasicamente de descendentes de africanos e indianos, trazidospara trabalhar na lavoura da cana-de-açúcar. Possui a menortaxa de analfabetos da América Central, e está entre as nações
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com maior índice de desenvolvimento humano. Quase todos oshabitantes têm serviços de saúde e água potável. O principalrecurso explorado no país é o petróleo. Desenvolve a explora-ção de gás natural.
Questões de vestibular1) (Puc-SP) Cuba vive atualmente uma profunda crise econômica. Esta
situação tem provocado a elevação do número de “balseros”, fugiti-vos cubanos que tentam, com grande risco, a travessia para chegaraos EUA. O volume desses refugiados amplia-se a cada dia, tendosuperado, nos últimos meses, a cifra de 50 mil.Analise as afirmações a seguir:
1 . A situação econômica de Cuba agravou-se decisivamente com a dis-solução dos regimes socialistas na Europa Oriental e na URSS, poisestes países compravam o açúcar cubano, seu principal produto, apreços acima do mercado.
2. A imposição do embargo econômico e comercial pelos EUA mantémCuba num estado de isolamento em relação ao mercado mundial.Este fato prejudica imensamente Cuba, já que na economia moder-na nenhum país pode viver isolado.
3. O fato de o território cubano distribuir-se num arquipélago de pe-quena dimensão explica sua inviabilidade econômica, já que existesempre uma relação direta entre tamanho do território e desenvolvi-mento econômico.
4. Os “balseros” são refugiados políticos, única e exclusivamente. Sãopessoas descontentes com o regime político e com a falta de pers-pectiva de abertura democrática. Nesse caso, a motivação econô-mico-material não tem tanta importância.
5. A escassez de recursos naturais em Cuba, em especial o petróleo,compromete o futuro cubano, caso não haja imediatamente a sus-pensão do embargo econômico promovido pelos EUA.Assinale a alternativa que contenha o conjunto de afirmações ver-dadeiras:
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a) 2 - 3 - 4 - 5b) 2 - 4 - 5c) 1 - 2 - 5d) 1 - 2 - 3 - 5e) 3 - 4 - 5
2) (Cesgranrio) Um dos mais marcantes acontecimentos de 1994 vemsendo o êxodo dos cidadãos cubanos que tentam alcançar a Flóridautilizando-se de improvisadas e toscas embarcações. Esse fato de-monstra que o regime socialista de Fidel Castro se encontra no meiode uma grave crise, relacionada à(ao):
a) redução dos preços internacionais dos dois principais produtos de ex-portação de Cuba: o algodão e a soja.
b) manutenção do embargo comercial norte-americano que dificulta areestruturação da economia do país.
c) elevação recente das taxas de juros externas, levando o país a se reti-rar do Fundo Monetário Internacional.
d) término dos tratados de cooperação econômica, mantidos à época daGuerra Fria, com a Comunidade Econômica Européia.
e) avanço de reformas agrárias que vem obrigando antigos proprietáriosa fugirem para os EUA, na qualidade de refugiados de guerra.
3) (UFES) “Você está sozinho comoeu? Quer alguém para conversar? Li-gue 1 - 800 - CAMARADINHAS! Astelefonistas o esperam. Ligue já!”.A charge do USA Today ironiza o iso-lamento do presidente Fidel Castrona figura ao lado.Diante da difícil situação, desde1991, quando o governo russo resolveu suspender os compro-missos assumidos embargando as importações, e diante da ne-cessidade de adaptar o país à nova realidade mundial o governocubano:
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a) abre suas portas para o capital internacional em vários setores, inclu-sive no das telecomunicações, do petróleo, da indústria automobilísti-ca, e eleva o turismo à condição de maior atividade econômica.
b) ameaça o governo americano com a abertura da emigração, o que po-deria levar milhões de cubanos, empobrecidos pelas condições do em-bargo econômico, às cidades americanas, agravando os problemas so-ciais dessas cidades.
c) continua resistindo às pressões internacionais, utilizando como argu-mento sua localização geográfica estratégica, passagem obrigatóriapara navios vindos do Atlântico, que queiram atingir o canal do Pana-má e o golfo do México.
d) está diversificando suas atividades e exportações, sem prejudicar seusprojetos sociais, principalmente nas áreas de saúde e educação, pelosquais Cuba se destaca na América Latina.
e) já admite uma adesão ao neoliberalismo, uma abertura política, comdireito a partidos políticos de oposição, à livre imprensa e à convoca-ção para eleições democráticas, a exemplo da maioria dos países lati-no-americanos.
4) (Faap) Está situado na parte mais estreita da América Central epossui litoral no Pacífico e no Caribe. O clima é tropical, com poucavariação ao longo do ano. A temperatura média é de 27 °C. Possuiprovavelmente as maiores reservas de cobre do mundo, que perma-necem praticamente inexploradas.Identifique o país de que se fala:
a) Colômbia.b) Venezuela.c) Cuba.d) Panamá.e) México.
5) (Faap) Parte das cadeias de ilhas das Grandes Antilhas, no Caribe,é formada por picos emersos de uma cadeia de montanhas sub-marina. O país tem abundância de frutas tropicais como melão,
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banana e goiaba. Os principais produtos são cana-de-açúcar, ba-nana e café. É rica em bauxita, que proporciona mais da metadedas receitas de divisas estrangeiras. As principais indústriasmanufatureiras são de alimentos, têxteis, de máquinas agrícolase de cimento.Identifique o país de que se fala:
a) Colômbia.b) Venezuela.c) Jamaica.d) Equador.e) Peru.
6) (Unesp) O mapa ilustra trêspaíses da América Central quetêm se destacado pelas lutas po-pulares e guerras civis buscandoa independência econômica e au-todeterminação de seus povos.Identifique a alternativa que trazcorretamente, na ordem 1, 2 e 3,os países que estão sendo pal-co das lutas mencionadas.
a) Guatemala, Honduras, El Salvador.b) Panamá, Honduras, Costa Rica.c) Nicarágua, Guatemala, Belize.d) El Salvador, Costa Rica, Nicarágua.e) Panamá, Nicarágua, El Salvador.
7) (Puccamp) Considere as afirmações sobre o “canal do Panamá”.I. Para a construção do canal, os Estados Unidos estimularam e ga-
rantiram a independência do Panamá que se separou da Venezuela.II. A zona do canal polariza a economia do país, pois o comércio, os
transportes e os serviços representam grande parte da renda pa-namenha.
152 Geografia Geral
III. A utilização do canal representa uma economia de milhares de quilô-metros de viagem para os navios.
IV. A perda do canal do Panamá, pelos Estados Unidos, pode significaro fim de sua hegemonia sobre os países da América Central.Estão corretas SOMENTE:
a) I e IIb) I e IIIc) I e IVd) II e IIIe) III e IV
8) (Puc-RJ) As condições naturais doCaribe, assim como sua posição em re-lação à organização econômica egeopolítica, contribuíram para o desen-volvimento de uma série de atividades econômicas voltadas para osmercados consumidores externos.Com relação ao texto anterior, podemos afirmar que a regiãocaribenha NÃO se destaca:
a) pela indústria do turismo.b) como refúgio de capitais.c) por sua posição estratégica.d) pela produção de material bélico.e) pela produção primário-exportadora.
9) (Puccamp) Nos últimos 30 anos, a América Central está semprelutando para se reconstruir depois de alguma catástrofe natural:terremotos, maremotos, furacões – tudo se abate sobre esta es-treita faixa de terras que liga a América do Norte à do Sul. Do pontode vista político-econômico caracteriza-se:
a) por representar uma região pouco violenta e politicamente estável desdeo início do século, quando os países se tornaram independentes.
b) pelo rápido crescimento econômico, em grande parte associado aosrecentes acordos bilaterais entre a região e a União Européia.
153Geografia Geral
c) pelo acelerado processo de industrialização, iniciado nesta década eque pode ser equiparado ao processo que ocorreu nos Tigres Asiáticos.
d) por ter eliminado de forma radical os focos de conflito pela terra, emvirtude das recentes políticas de reforma agrária empreendidas pelosEstados que a compõem.
e) por ser habitada por pouco mais de 30 milhões de pessoas, sendo quepelo menos a metade é muito pobre e, em geral, ligada às atividadesprimárias.
10) (Mackenzie) El Salvador, Honduras e Nicarágua apresentam a maiorparte de sua população constituída por:
a) mestiços indígenas.b) negros e mulatos.c) brancos de origem européia.d) ameríndios.e) brancos e mulatos.
América do SulEssa parte do Continente Americano se destaca por inúmeros
fatores de ordem natural, ecológica, econômica e política.
Do ponto de vista natural destacam-se a imponente cordilhei-ra dos Andes, dobramento moderno, uma verdadeira continua-ção das montanhas Rochosas que dominam a paisagem oesteda América do Norte; a floresta Amazônica, a maior floresta tro-pical úmida do mundo, com sua fabulosa e diversificada flora efauna; a notável concentração de água doce representada pelasbacias hidrográficas que recortam a região e a grande concen-tração mineralógica, típica de terrenos sedimentares que reco-brem a maior parte do continente sul-americano.
O destaque fica para o Brasil, em virtude de sua extensãoterritorial, a maior entre os países sul-americanos. O continente é
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dividido entre entre países, doze independentes e um ainda colô-nia, cujas características principais são apresentadas abaixo.
ArgentinaSuperfície, 2,780 milhões de km2, incluindo a Antártida argentina;
população, 36 milhões de habitantes; capital, Buenos Aires; governo,República Presidencialista; moeda, peso argentino; língua, espanhol.
Situa-se na parte meridional da América do Sul, banhada pelooceano Atlântico. A diversidade de paisagens físicas possibilita adivisão da Argentina nas seguintes regiões geográficas:
América do Sul políticoFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
155Geografia Geral
◆ Andes argentinos: porção argentina da cordilheira dos An-des, de norte a sul.
◆ Chaco: parte noroeste do país, de clima tropical seco e derelevo plano e deprimido.
◆ Mesopotâmia argentina: é assim chamada a parte de terras anordeste, entre os rios Paraná e Uruguai.
◆ Pampas: desde o rio Paraná até o rio Colorado. Vastas planí-cies revestidas de vegetação herbácea, do tipo pradarias.
◆ Patagônia e Terra do Fogo: ao sul do rio Colorado. Velhasformas de relevo, desgastadas, onde reina clima frio com in-vernos rigorosos.
A população argentina é na sua maioria urbana (89%). Origi-nariamente espanhola, recebeu forte contingente de imigrantes(em 100 anos, 9,5 milhões), dos quais uma forte parcela de italia-nos. A distribuição dessa população é muito desigual, estandoconcentrada em torno de Buenos Aires. Existem trechos, comono Chaco e na Patagônia, quase desérticos.
A economia do país tem passado, nos últimos anos, por cri-ses provocadas pela instabilidade política. Tradicionalmenteapoiada na criação de bovinos e ovinos e no cultivo de ce-reais (trigo e milho), a renda nacional passou a contar, desdea última grande guerra, com o setor industrial que se desen-volveu extraordinariamente. A criação de indústria siderúrgicapossibilitou a instalação de um parque de indústria automobi-lística ligada a grupos italianos, franceses e norte-america-nos. O crescimento industrial foi possível também graças àsinversões de capital estrangeiro (EUA, Suíça, Holanda, Itá-lia). Ainda no setor industrial são importantes as indústriasquímicas, têxteis e a produção de maquinaria. A produção devinhos e a exportação de frutas temperadas são outras ativi-dades ao lado das tradicionais. Em agosto de 1998 a econo-mia argentina sofreu um impacto da crise financeira da Fede-ração Russa. Houve redução nos investimentos externos e a
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valorização do dólar prejudicou as exportações, pois o pesotinha, por imposição governamental, a mesma cotação da moe-da americana; por fim, intensificou-se a recessão dos produ-tos agropecuários no mercado internacional. Agravou-se asituação com a desvalorização do real, moeda do Brasil, o maiorparceiro econômico da Argentina, dificultando as exportaçõesargentinas. Em 1999 o desemprego aumentou, acentuandoas desigualdades sociais. Nesse momento o governo, pressi-onado, adotou barreiras contra as importações, inclusive deprodutos brasileiros, ferindo acordos do Mercosul, e investiuna aproximação com os Estados Unidos. O Brasil ameaçouretirar o tratamento preferencial dado à importação de cercade quatrocentos itens argentinos.
Buenos Aires, a capital do país, é o centro da conurbação co-nhecido como Grande Buenos Aires, com 11,3 milhões de habi-tantes. A cidade localiza-se num sítio plano, à beira do estuáriodo Prata. Seu porto é um dos mais importantes do hemisfériosul, dotado de instalações apropriadas para a circulação de ce-reais e o comércio de carnes e derivados. A cidade apresentaum plano de ruas retilíneas que se cortam em ângulo reto. Suavida noturna, monumentos e universidades lhe asseguram a pri-mazia cultural do país.
Córdoba, capital da província de mesmo nome, é importantecentro industrial, com 1,2 mil habitantes. Rosário é uma cidadeportuária no rio Paraná, podendo receber navios de alto-mar (900mil habitantes). La Plata, Santa Fé, Tucumán, Paraná, Mendon-ça, Corrientes são outros centros urbanos.
BolíviaSuperfície, 1,1 milhão de km2; população, 8,1 milhões de habi-
tantes; capital, La Paz; governo, República Presidencialista;moeda, peso boliviano; língua, espanhol.
É uma das nações mais pobres da América do Sul, com a taxamais alta de analfabetos e o menor índice de desenvolvimentohumano da região. Uma das principais tradições dos indígenas
157Geografia Geral
bolivianos é mascar a folha de coca, que também é usada emchás e medicamentos, o que explica a origem da ligação do paíscom o tráfico de drogas e as dificuldades do governo em proibir ocultivo da planta.
Ao centro-oeste do continente, a Bolívia não tem saída para omar. A cordilheira dos Andes avança em seu território onde atin-ge a máxima largura e se divide em duas partes. Entre elas en-contra-se o altiplano andino, onde 70% dos habitantes vivem etambém onde se localizam as principais cidades do país, comoLa Paz, considerada a capital mais alta do mundo. Ao norte e aleste, as montanhas dão lugar a planícies cobertas pela florestaAmazônica, e no sudeste, à pantanosa região do Chaco. Doisterços dos bolivianos são indígenas.
BrasilSuperfície, 8,5 milhões de km2; população, 169,5 milhões de
habitantes; capital, Brasília; governo, República Presidencialista;moeda, real; língua, português.
É considerado o maior país tropical, pois metade de suaárea é coberta pela floresta Amazônica, que é a principal reser-va de biodiversidade do mundo. Possui grande variedade defauna e de flora, paisagens de diversos tipos, como o cerrado,a caatinga, a mata atlântica, o pantanal mato-grossense. Seulitoral é rico e extenso, pois possui por volta de 8 mil quilôme-tros de extensão, onde se encontram manguesais, lagoas,coqueirais, serras e dunas. Seu relevo é de baixa altitude, seuponto mais alto fica ao norte da Amazônia (pico da Neblina),com 3.014 metros.
Seus habitantes derivam de uma mistura de raças (índios, bran-cos e negros) desde o século XVI. Os negros foram trazidos aosmilhões na época da escravidão. As regiões Sul e Sudeste rece-beram fortes influências da imigração européia nos últimos cemanos. A cultura do país expressa essa mistura, em particular, amúsica popular brasileira, reconhecida internacionalmente.
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Sua economia baseou-se na agricultura por mais de quatro-centos anos; atualmente, é a oitava maior economia do mundo.Nos últimos decênios o país realizou um grande processo deimplantação de indústrias, que respondem hoje por um terço doPIB nacional. Mas ainda existem enormes desigualdades sociais;o país registra a maior concentração de renda do mundo, deacordo com a ONU e seu Índice de Desenvolvimento Humano(0,777) o coloca, em 2001, no 65o lugar, dentre 175 países.
ChileSuperfície, 757 mil km2 (2 mil de km2, incluindo a Antártida
chilena); população, 15 milhões de habitantes; capital, Santiago;governo, República Presidencial; moeda, peso chileno; língua,espanhol.
No sudoeste da América do Sul, o Chile passou por umarepressora ditadura militar a partir da década de 1970, ao mes-mo tempo que sua economia era a primeira da América Latina aconhecer a implantação de princípios neoliberais. A economia serecuperou, mas à custa de enorme desemprego e marginalizaçãosocial. Situado entre a cordilheira dos Andes e o oceano Pacífi-co, o país tem o território mais estreito do mundo – sua larguramáxima é de 175 quilômetros, 25 vezes menor que sua exten-são, de 4,3 mil quilômetros. Apresenta diferentes paisagens, comoo deserto do Atacama (o lugar mais seco do planeta), no norte,os lagos, no centro-sul, geleiras e arquipélagos da Patagônia, noextremo sul, a tropical ilha de Páscoa, no oceano Pacífico. Cer-ca de 95% dos chilenos são mestiços de indígenas e europeus,e a maior parte vive na região central do país, sendo 39% nametrópole, Santiago. Possui a menor taxa de mortalidade infantile o segundo mais alto índice de desenvolvimento humano daAmérica do Sul. É uma das nações mais desenvolvidas social-mente na região, apesar do elevado desemprego. É o maior pro-dutor mundial de cobre, cuja exportação é a principal fonte dereceitas, mas destacam-se também as exportações de frutas ede produtos derivados de pescado.
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ColômbiaSuperfície, 1,1 milhão de km2; população, 41,6 milhões de ha-
bitantes; capital, Bogotá; governo, República Presidencialista;moeda, peso colombiano; língua, espanhol.
Tem enfrentado nos últimos anos o aumento da violência en-tre grupos guerrilheiros de esquerda, esquadrões paramilitaresde direita e as Forças Armadas. A situação se agravou devido aopoder do tráfico de drogas, que tem grande influência em muitossetores da sociedade colombiana, inclusive em instituições dogoverno. Várias foram as tentativas para se negociar a paz, mastodas têm fracassado, e o conflito continua.
Situa-se à noroeste da América do Sul, sendo o único do con-tinente banhado tanto pelo oceano Pacífico como pelo Atlântico(mar do Caribe). Dois terços do território são cobertos por flores-tas tropicais. O restante é ocupado pela cordilheira dos Andes epelas regiões costeiras, no oeste, onde vivem 90% dos colom-bianos. No litoral caribenho encontra-se a cidade de Cartagena,cujo conjunto arquitetônico colonial é considerado patrimôniocultural da humanidade pela Unesco. O país possui a segundamaior população da América do Sul, atrás apenas do Brasil; éformada principalmente por mestiços de índios, negros e bran-cos. A principal atividade econômica é a agricultura, destacando-se o cultivo do café, pois é o segundo produtor mundial. A expor-tação de minérios também é importante fonte de recursos; o paíspossui as maiores reservas de carvão da América Latina.
EquadorSuperfície, 280 mil km2; população, 12,4 milhões de habitan-
tes; capital, Quito; governo, República Presidencialista; moeda,sucre (dolarizado); língua, espanhol.
As ilhas Galápagos pertencem ao Equador, e são povoadaspor espécimes animais únicos, que levaram Charles Darwin acriar a Teoria da Evolução das Espécies. É uma das principaisatrações do Equador. O limite da nação, ao norte, é com a Co-
160 Geografia Geral
lômbia e, no leste e no sul, com o Peru, país com qual o entrouem conflito muitas vezes por questões de fronteira, até a assina-tura de um acordo em 1998. Seu território, localizado no noroes-te da América do Sul e banhado pelo oceano Pacífico, é cortadopor duas cadeias montanhosas da cordilheira dos Andes. Entreelas há um planalto central (altiplano), onde se encontra Quito, acapital; a maioria dos moradores é de origem indígena – querepresentam 80% dos equatorianos. No litoral, habitado pelaminoria de negros, mulatos e europeus, desenvolve-se o plantiode café, cacau e, em especial, banana, fruta da qual o Equador éconsiderado maior exportador mundial. Coberta pela selva ama-zônica e pouco habitada, a região leste, chamada de Oriente,possui grandes reservas de petróleo, uma das principais fontesde receita do país. Ultimamente, vem enfrentando uma das pio-res crises de sua história, o que prejudica principalmente as con-dições de vida da população.
GuianaSuperfície, 215 mil km2; populacão, 855 mil habitantes; capital,
Georgetown; governo, República com forma mista de governo; moe-da, dólar da Guiana; línguas, inglês, hindi, urdu e línguas regionais.
O país localiza-se na parte norte do planalto das Guianas eapresenta uma estreita planície litorânea no Atlântico. Possui cli-ma e florestas equatoriais. Antiga colônia inglesa (ex-Guiana In-glesa), tornou-se independente em 1966. País pobre e poucodesenvolvido, possui mais da metade da população constituídapor indianos, negros e ameríndios. Sua economia é baseada naagricultura da cana-de-açúcar, arroz e produtos florestais. Pos-sui jazidas de bauxita (minério de alumínio). Seu comércio se fazprincipalmente com a Grã-Bretanha e o Canadá.
Guiana FrancesaSuperfície, 83,5 mil km2; população, 157 mil habitantes; capi-
tal, Caiena; línguas, francês (oficial) e crioulo (mistura do francêscom línguas africanas).
161Geografia Geral
A Guiana Francesa é um departamento de ultramar da Fran-ça. Com cerca de 90% de sua área coberta por florestas,sua população concentra-se no litoral. O interior só é acessí-vel por rios. Predominam negros, vindos das colônias cari-benhas de Martinica e Guadalupe. O território faz parte daUnião Européia. No passado era principalmente uma “colô-nia presídio” para os mais perigosos criminosos da metrópo-le. O presídio na ilha do Diabo, no litoral da colônia, era umdos mais famosos do mundo, pela sua segurança e severi-dade. Atualmente destacam-se o Centro Espacial de Kourou,pertencente à Agência Espacial Européia, que opera no ter-ritório desde 1968, base de lançamento de foguetes e satéli-tes de comunicação, favorecidos devido à proximidade dalinha do Equador; e a ligação rodoviária entre o estado bra-sileiro do Amapá e a capital da Guiana Francesa, Caiena,uma obra estratégica. Há movimentos separatistas que lutampela “descolonização”. Sua economia é a mais pobre da re-gião e suas exportações baseiam-se na madeira, especialmente“pau-rosa”, usado na produção de perfumes. O comércio ex-terno é bastante deficitário, o que provoca auxílio maciço dametrópole.
ParaguaiSuperfície, 407 mil km2; população, 5,4 milhões de habitantes;
capital, Assunção; governo, República Presidencialista; moeda,guarani; línguas, espanhol e guarani.
Nos últimos anos, o Paraguai tem sobrevivido a vários fra-cassados golpes de Estado, provocados pelos militares, e aoassassinato de um vice-presidente. Conhecido por fazer partede um grande centro de comércio de produtos contrabandeados,no Paraguai existe uma das muitas rotas do tráfico internacio-nal de drogas.
Situado no centro-sul da América do Sul, possuidor de umagrande planície alagada no leste, onde é desenvolvido o cultivoda soja, principal produto de exportação. A oeste encontramos o
162 Geografia Geral
Gran Chaco, região de savana ocupada pela pecuária. O rioParaguai serve de ligação entre o norte e o sul, sendo também amais importante via de exportação, uma vez que não existe saí-da direta para o mar. Vive no país um grande grupo de brasilei-ros (os brasilguaios, ocupando as áreas mais próximas à frontei-ra com o Brasil, onde ocorrem conflitos e tensão com os habitan-tes locais. As usinas hidrelétricas, construídas em associaçãocom o Brasil (Itaipu) e com a Argentina (Yaciretá), seus parceirosno Mercosul, fornecem energia abundante e barata.
PeruSuperfície, 1,285 mil km2; população, 25,2 milhões de habitan-
tes; capital, Lima; governo, República Presidencialista; moeda,sol novo; língua, espanhol.
Terceiro país da América do Sul em extensão territorial, o Perufoi sede do Império Inca até a chegada dos espanhóis, na pri-meira metade do século XVI. Marcas dessa civilização estão pre-servadas no santuário de Machu Pichu e na cidade de Cuzco,considerados patrimônio da humanidade. O Peru é dividido emtrês regiões pela cordilheira dos Andes. A região do litoral é de-sértica e nela encontram-se as cidades mais importantes, comoa capital, Lima. O altiplano andino é povoado principalmente poríndios, que são a maior parte da população e que vivem de umaagricultura de subsistência. A leste da cordilheira fica a Amazô-nia peruana, onde nascem os rios que formam o Amazonas. OPeru é um dos dois países sul-americanos a adotar também comooficiais os idiomas de seus habitantes nativos, o quíchua e oaimará. A agricultura e a mineração são as principais fontes dereceita, mas o comércio ilegal de coca (planta usada para fabri-car cocaína), da qual o Peru é o maior produtor mundial, devesuperar todos os recursos obtidos com as exportações legais.
SurinameSuperfície, 164 mil km2; pop. 415 mil habitantes; capital,
Paramaribo; governo, República com forma mista de governo;moeda, florim do Suriname; língua, holandês.
163Geografia Geral
Antiga colônia da Holanda (Países Baixos), sob o nome deGuiana Holandesa, o Suriname encontra-se no norte da Américado Sul. Seu litoral é pantanoso e o interior encontra-se cobertopor cerrados e florestas tropicais. A população é heterogênea eseus dois maiores grupos são descendentes de indianos e depaquistaneses e os crioulos. Somente 1% dos habitantes origi-na-se de antigos colonizadores europeus. A grande maioria deseus habitantes vive na planície litorânea do norte do país, ba-nhada pelo oceano Atlântico. Cerca de 70% de sua receita exter-na provém da exportação de bauxita, minério abundante no ter-ritório. A agricultura apóia-se no cultivo de arroz, a atividade maisimportante. Desde a suspensão do auxílio holandês, na décadade 1980, a economia enfrenta recessão. O Suriname disputaáreas fronteiriças com as vizinhas Guiana e Guiana Francesa.
UruguaiSuperfície, 176 mil km2; população, 3,3 milhões de habitantes;
capital, Montevidéu; governo, República Presidencialista; moe-da, peso uruguaio; língua, espanhol.
Localiza-se às margens do rio da Prata, no sudeste da Américado Sul, e possui um território pouco ondulado, coberto por camposparecidos aos pampas da Argentina e do Brasil. Cerca de 90% dapopulação vive em cidades, quase a metade na capital, Montevi-déu. A maioria dos uruguaios descende de europeus e uma mino-ria é de origem indígena e africana. O padrão de vida é um dosmelhores da América do Sul: possui um dos maiores índices dedesenvolvimento humano, menores taxas de analfabetismo e umadas mais elevadas rendas per capita da região. A pecuária é abase da economia, destacando a produção de lã e carne. Em se-guida vem a agricultura, que se concentra no cultivo de cereais. Oturismo tem aumentado nos últimos anos por causa das praias declima moderado, banhadas pelo oceano Atlântico.
VenezuelaSuperfície, 912 mil km2; população, 23,7 milhões de habitan-
tes; capital, Caracas; governo, República Presidencialista; moe-da, bolívar; língua, espanhol.
164 Geografia Geral
A Venezuela possui 80% de sua receita provinda da exporta-ção de petróleo, sendo a principal produtora e exportadora daAmérica Latina, concentrada na região do lago Maracaibo, o maiorda América do Sul. Com a baixa do preço do produto no merca-do internacional, o governo direciona seus investimentos para aindústria, especialmente a metalúrgica, diversificando assim aeconomia. O país vive uma crise institucional que envolve ostrês poderes desde a posse do presidente coronel Hugo Chávez.
O litoral venezuelano, banhado pelo mar do Caribe, é divididopor diversas penínsulas e ilhas. No oeste e no norte, encontramosduas cadeias de montanhas, com alturas que ultrapassam 2 milmetros de altitude. O centro do país é formado por uma grandeplanície cortada pelo rio Orinoco, coberta de floresta tropical esavanas. No centro-sul encontramos o planalto das Guianas, emque predominam as mesetas. A população concentra-se na zonacosteira, onde se localizam as principais cidades venezuelanas.
Recordes da América do SulPonto mais elevado: monte Aconcágua, 6.960 m
(Argentina/Chile)Maior depressão: Salinas Chicas, 42 m (Argentina)Maior ilha: Marajó, 48 mil km2 (Brasil)Maior lago: Maracaibo, 13 mil km2 (Venezuela)Maior rio: Amazonas, 6.868 km (Brasil)Maior bacia hidrográfica: bacia do Amazonas, 7 mi km2
Temperatura máxima registrada: 48,9 0C (Rivadavia,Argentina)
Temperatura mínima registrada: –33 0C (Colônia,Argentina)
Capital mais elevada: La Paz, 3.627 m (Bolívia)Altitude média: 590 mExtensão do litoral: 28.700 km
165Geografia Geral
MEIO AMBIENTE (1995)Área de floresta ................................... 8,7 mi km2
Desmatamento .............. 239 mil km2 (1990-1995)
Áreas de conservação ............ 7,4 % do território
Recursos hídricos per capita ................. 30 mil m3
Questões de vestibular1) (UFRS) Leia o texto abaixo.
Mergulhado em graves problemas econômicos, sem precedentes nosúltimos setenta anos, o país viveu, nos anos 1990, sua pior crisedevido à queda do preço do petróleo e da banana, além dos danoscausados por El Niño à infra-estrutura produtiva do litoral. Em se-tembro de 1998, o governo lança um pacote de ajustes com medi-das impopulares – a população reage com violência à alta geral dospreços e aos cortes nos subsídios. De agosto de 1999 a agosto de2000, a inflação acumulada foi de 104%, uma das mais altas daAmérica Latina. Numa tentativa de solucionar os problemas, em se-tembro de 2000, o governo toma uma atitude drástica substituin-do a moeda nacional – que havia circulado durante 116 anos. Comesta atitude, o país passa a ter como moeda oficial o dólar norte-americano.A qual país refere-se o texto acima?
a) Bolívia.b) Colômbia.c) Equador.d) Peru.e) Venezuela.
2) (Puc-RS)I. A área em destaque representa a fronteira do Brasil com a Repúbli-
ca do Suriname a norte e com a República da Colômbia a noroeste;fronteira viva pela presença da floresta Amazônica.
166 Geografia Geral
II. A fronteira demarcada repre-senta um grande problemageopolítico para o Brasil, poiso narcotráfico na região é mui-to intenso.
III. O Exército brasileiro tem inten-sificado o controle dessa área,devido à ameaça constante, porparte de grupos organizadosdos países sul-americanos, quepraticam a extração ilegal nosseringais e a biopirataria.
IV. Hoje é a fronteira que mais preocupa as forças armadas brasileiras,pois é uma área estratégica de radiação da distribuição de drogas,principalmente onde se encontra a fronteira com a República da Co-lômbia.Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as daalternativa:
a) I e IIb) I, II e IIIc) I, III e IVd) II e IVe) III e IV
3) (Puc-RS) Responder à questão com base na notícia abaixo, veicula-da em um jornal latino-americano imaginário:Hoje o senhor Raúl Cubas renunciou à Presidência da República. Suasaída do governo evitou o processo de “impeachment” solicitado peloCongresso Nacional. Cubas recusou-se a rever a decisão de libertaro general reformado Lino Oviedo, preso por tentativa de golpe. A de-cisão foi precipitada pelo assassinato do vice-presidente Luis MaríaAgaña e pela violência que se instalou na capital. A situação preocu-pa o governo uruguaio, e mais particularmente, os governos brasilei-ro e argentino.
Equador
Trópico de Capricórnio
167Geografia Geral
O país em que ocorreu a situação relatada pelo jornal é:a) Equador.b) México.c) Venezuela.d) Nicarágua.e) Paraguai.
4) (Mackenzie) O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou on-tem a concentrar a atenção internacional ao tornar-se o pri-meiro chefe de Estado a fazer uma visita oficial ao Iraque desdeo fim da Guerra do Golfo, em 1991. A viagem faz parte de seutour pelos países membros da Opep(...) (O Estado de S. Paulo,11/8/2000.)A visita do presidente venezuelano justifica-se:
a) pela necessidade de obter apoio interno, uma vez que sua eleição écontestada por vários grupos de oposição venezuelanos.
b) pelo fato de a Venezuela ser membro da Opep e o 3o maior exportadormundial de petróleo e temer um aumento da produção e conseqüentequeda de preços do produto.
c) pela necessidade de conseguir importar petróleo a preços subsidia-dos, aliviando a pressão inflacionária na Venezuela.
d) para tentar reduzir os preços internacionais do petróleo, favorecendoas exportações venezuelanas do produto, principalmente para os EUA.
e) para se antepor ao isolamento da Venezuela com a comunidade inter-nacional, que questiona a lisura da eleição de Chávez.
5) (Puc-RS) Observe o mapa, que destaca seis paí-ses localizados na porção ocidental do continen-te sul-americano.Esses países possuem, como características co-muns, a presença de:
a) Cordilheira dos Andes; população com baixo a mé-dio padrão de vida e crescimento vegetativo emdeclínio; predomínio de mestiços e indígenas.
168 Geografia Geral
b) Grandes planícies litorâneas; população com alto padrão de vida e bai-xo crescimento vegetativo; predomínio de negros e mulatos.
c) Elevados planaltos centrais; população com baixo padrão de vida e baixocrescimento vegetativo; predomínio de brancos de origem européia.
d) Cordilheira dos Andes; população com alto padrão de vida e alto cres-cimento vegetativo; predomínio de índios e brancos.
e) Cordilheira dos Andes; população com alto padrão de vida e elevadocrescimento vegetativo; predomínio de brancos e negros.
6) (Puc-MG) Em relação aos processos sócio-econômicos e polí-ticos dos países da América Latina, assinale a característicaINCORRETA:
a) A fragilidade da vida política, com golpes militares e trocas de governos.b) O peso da dívida externa que, por vezes, tem provocado situações de
tensão com os bancos internacionais.c) A tentativa de manter o saldo de exportação positivo, apoiado na mi-
neração ou nas atividades agrícolas.d) O peso do tráfico ilegal de entorpecentes na arrecadação de dólares e
na geração de empregos.e) Economia altamente diversificada, com fraca concentração em um de-
terminado produto.
7) (UFPE) Em relação aos aspectos geográficos da América Latina,analise as proposições a seguir:
1. A formação dos países latino-americanos foi o resultado direto daexpansão da civilização européia.
2. Os Apalaches, o Maciço das Guianas e a cordilheira dos Andes sãoas unidades de relevo que exerceram uma notável influência no po-voamento da América do Sul.
3. Existe um considerável contraste entre a América Latina e a Améri-ca anglo-saxônica no tocante à evolução histórica e ao nível de de-senvolvimento.
4. Na América Central, a maior parte da população economicamenteativa dedica-se às atividades do setor secundário.
169Geografia Geral
5. Graças à grande fertilidade do solo e à mecanização, a região doPampa argentino tornou-se uma das áreas agrícolas mais impor-tantes da América Latina.Estão INCORRETAS:
a) 1 e 3b) 2 e 5c) 1 e 4d) 2 e 4e) 1 e 2
8) (Puccamp) A formação do bloco comercial denominado Mercosul, noqual o Brasil se acha inserido, tem como objetivo primeiro constituiruma aliança:
a) comercial no Cone Sul, na tentativa de diminuir as diferenças de rendae de qualidade de vida entre os países membros.
b) política e estratégica, visando a criação de fundos para desenvolver aindústria atômica.
c) que estabeleça relações comerciais intensas com os Estados Unidos egaranta preços compensadores para os produtos industriais do Cone Sul.
d) comercial que permita a livre negociação com os países africanos easiáticos, sem interferências das multinacionais.
e) como um mercado comum, através da queda de barreiras alfandegá-rias e a livre circulação de mercadorias e capitais.
9) (Mackenzie) Localizado no centro da América do Sul, é um país inte-rior que abriga uma pequena população, em sua maior parte com-posta por elementos indígenas e mestiços. Na sua porção oriental,concentra-se a atividade econômica, baseada na lavoura de soja ede algodão e na pecuária extensiva. O texto refere-se:
a) ao Paraguai.b) ao Uruguai.c) ao Peru.d) à Argentina.e) ao Chile.
170 Geografia Geral
10) (Mackenzie) A região da Argentina que concentra a maior parte dapopulação e das atividades agropastoris e industriais é conhecidacomo:
a) Mesopotâmia.b) Chaco.c) Patagônia.d) Andes.e) Pampa.
171Geografia Geral
O continente europeu: panorama geral
Aspectos físicosO continente europeu, juntamente com a Ásia, forma um gran-
de bloco de terras contínuas chamado de Eurásia.
Nesse bloco de terras contínuas denominado Eurásia, a Euro-pa é representada por uma península voltada para oeste, muitorecortada, com aproximadamente 20% de sua área total forma-da por penínsulas e ilhas, daí ser considerado o mais marítimodos continentes.
Considerando os pontos cardeais, seus limites são:
◆ Ao norte: oceano Glacial Ártico.
◆ Ao sul: mares Mediterrâneo e Negro, além das montanhasdo Cáucaso.
◆ Ao oeste: oceano Atlântico.
◆ A leste: a fronteira convencional (pois os limites são mais his-tóricos que geográficos) com a Ásia; do norte para o sul – osmontes Urais, o rio Ural e o mar Cáspio.
O relevo desse continente é bastanteheterogêneo: ao norte e nordeste encon-tramos montanha antigas (arqueo-proto-zóicas), portanto, muito desgastadaspela erosão. Em decorrência dos avan-ços e recuos dos glaciares quaternários,o litoral apresenta-se muito abrupto e re-cortado, formando os chamados fiordes,em especial na Noruega.
A leste, na fronteira convencional com a Ásia, aparecem osmontes Urais, ricos em recursos minerais; ao sul, cadeias demontanhas recentes e, portanto, com maiores altitudes, onde sedestacam os Alpes, que se estendem de Nice (França) até Vie-na (Áustria), sendo o Mont Blanc (4.807 m) seu ponto culminan-
Fiord, Noruega
Rep
rodu
ção
172 Geografia Geral
te. Junto com os Alpes, outros conjuntos montanhosos que sedestacam na paisagem européia são:
◆ Pirineus: separa a Espanha da França;
◆ Apeninos: localizado na península Itálica;
◆ Cárpatos: localizado na península Húngara;
◆ Bálcãs: localizado a oeste do mar Negro, forma a penínsulaBalcânica;
◆ Cáucaso: localiza-se entre o mar Negro e o mar Cáspio.
EuropaÁrea .......................................................10.349.915 km2
Maior país .......................................... Federação Russa
(17.075.400 km2 dos quais
4.238.500 km2 na porção européia)
Menor país ...................................... Vaticano (0,44 km2)
Por ser uma área de estrutura geológica recente, toda essaregião é sujeita a terremotos e apresenta formações vulcânicas,com destaque para os vulcões Etna, Stromboli e Vesúvio, to-dos na Itália.
No centro existe uma grande planície sedimentar que se es-tende, quase sem interrupção, dos Pirineus aos montes Urais,como a Planície Russa e Húngara.
No continente não existem rios extensos ou grandes baciashidrográficas. No entanto, por serem, em geral, rios de planície,são intensamente utilizados para navegação. Como exemplo,pode-se a partir do mar Mediterrâneo chegar ao mar Báltico porvias fluviais, interligadas por canais.
Os principais rios da Europa são:
◆ Rio Reno: com 1.350 km, dos quais 1.100 km são navegá-veis, é o mais importante rio europeu. Nasce nos Alpes (Suí-
173Geografia Geral
ça), desce para a planície, separa a França da Alemanha,penetra nesse país (onde recebe as águas do rio Ruhr) edesemboca no mar do Norte, nos Países Baixos (Holanda),num grande delta, onde se destaca o maior porto do mundoem movimento de carga, Roterdã, verdadeira porta de entra-da (em termos de importação) da Europa.
◆ Rio Danúbio: considerado o “rio da integração internacional”,por cortar sete países (Alemanha, Áustria, República Checa,Hungria, Sérvia e Montenegro, Romênia e Bulgária), indo de-saguar num grande delta no mar Negro.
Além desses dois rios, podem ser destacados, em decorrên-cia da importância local, os rios:
◆ Douro, Minho e Tejo, em Portugal e Espanha;
◆ Guadalquivir e Guadiana, na Espanha;
◆ Sena e Ródano, na França;
ISLÂNDIA
ESCUDOESCANDINAVO
PLANÍCIE RUSSA
MO
NTE
S U
RA
IS
PLANÍCIE DAUCRÂNIA
DEPRESSÃO CASPIANA(28 metros abaixodo nível do mar)
MAR DEAZOV
MAR NEGRO
MAR CÁSPIO
PLANÍCIEDA HUNGRIA
CARPATOS
PLANÍCIEGERMANO-POLONESA
ALPES
Creta
Sicília
Sardenha
Córsega
MACIÇO
MEDITERRÂNEO
MAR
OCEANOATLÂNTICO
BALCÃS
ÁSIA
ÁFRICA
ÁSIAPENÍNSULADE KOLA
Maciços antigosou crátons
Planícies e baciassedimentares
Montanhas oucadeias recentes
Maciços vulcânicos
Depressão
MARDO
NORTECADEIAPENINA
ILHASBRITÂNICAS
PLANÍCIE DOSPAÍSES BAIXOS
Vulcões ativos
Vulcões extintos
ALP
ESESCANDIN
AVOS
Rio Tejo
Rio Ebro
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Danúbio
Rio
Rio
Rio
Rio Rio
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XISTOSO RENANO
Vístula
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R. Dvina do Norte
MAR BA
LTIC
O
W E
N
S
PLANÍCIEDO PÓAPENINOS
ALPESDINÁRICOS
MONTESPINDO
0 612km 1.224km
ESCALA
Mapa da Europa: hidrografia e relevo
174 Geografia Geral
◆ Elba, na Alemanha;
◆ Tâmisa, na Inglaterra;
◆ Pó, no norte da Itália;
◆ Vístula, na Polônia;
◆ Volga, na Federação Russa, o maior rio do continente, com3.531 km.
O litoral, bastante recortado, apresenta cinco grandes penín-sulas, Ibérica, Itálica, Balcânica, Escandinava e da Jutlândia; evárias ilhas e arquipélagos, destacando-se a Grã-Bretanha, aIslândia, Córsega, a Sicília e Creta.
Em decorrência do avanço e recuo das glaciações, encontra-mos no norte da Europa inúmeros lagos. Na Finlândia, por exem-plo, encontramos mais de 40 mil lagos, embora os maiores lagoseuropeus, Ládoga e Ônega, situem-se em território russo.
O clima temperado predomina na Europa. Vários são os fato-res que determinam essa característica:
Latitude: o continente situa-se totalmente acima do Trópicode Câncer, suas latitudes vão desde 350N até 820N, o que carac-teriza o domínio de climas temperados.
Maritimidade: o continente sofre grande influência dos oce-anos, devido aos grandes recortes do seu litoral, fazendocom que a oeste não existam pontos a mais de 1.000 km dacosta. Vale destacar a presença, no oceano Atlântico, da GulfStream (Corrente do Golfo), originária do golfo do México eque, por ser quente, banha as costas ocidentais da Europa,amenizando os rigores do inverno e possibilitando a sua na-vegação em qualquer época do ano, mesmo acima do Círcu-lo Polar Ártico.
Relevo: representado pela posição da montanhas que formamuma espécie de arco ao sul, favorecendo o deslocamento dasmassas de ar no restante do continente e impedindo a chegadade grandes massas frias ao mar Mediterrâneo.
175Geografia Geral
No sul, ele é mediterrâneo e a vegetação, que obedece às mu-danças climáticas, é formada por arbustos. No centro e no leste, oclima é continental e torna-se mais frio à medida que se avançapara o interior. É a região de domínio das florestas temperadas ede coníferas. No noroeste prevalece o clima oceânico. O extremonorte tem clima polar e a vegetação típica é a tundra.
Os quatro domínios climáticos típicos do continente europeu são:◆ Norte: polar (ártico).◆ Sul: temperado mediterrâneo (com verões quentes e secos,
devido aos ventos do sul, que vêm do Saara, na África, e
MAR
BÁ
LTIC
O
W E
N
S
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANOATLÂNTICO
MAR NEGRO
ÁSIA
ÁFRICA
ÁSIA
MO
NTES U
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Astrakhan
Arkangelsk
Murmansk
ISLÂNDIA
MARDO
NORTE
MURMANSK
Precipitação
mm
400
300
200
100
0
MURMANSK ARKHANGELSK LONDRES ROMA ASTRAKHAN
Temperatura
40
30
20
10
0
-10
-20
MAR MEDITERRÂN
EO
MARCÁSP
IO
Sonnblick
LONDRES
Circulo Polar Ártico
J J S NM MJ J S NM M J J S NM M J J S NM M J J S NM M J J S NM M
0 598km 1.196km
ESCALA
POLAR FRIO DEMONTANHA FRIO TEMPERADO MEDITERRÂNEO SEMI-ÁRIDO
Mapa da Europa: clima
176 Geografia Geral
invernos suaves, pelo bloqueio proporcionado pelas monta-nhas, e chuvoso).
◆ Centro-Oeste: temperado oceânico (em função da influênciada Corrente do Golfo, apresenta verões suaves e invernospouco rigorosos).
◆ Centro-Leste: temperado continental (a diminuição do fatormaritimidade torna nessa área as estações do ano mais acen-tuadas, com elevadas amplitudes térmicas anuais).
A distribuição da vegetação obedece aos diferentes tipos cli-máticos presentes no continente. Nas regiões menos povoadasdo extremo norte do continente predominam as florestas deconíferas, chamadas taigas, largamente exploradas na produ-ção de celulose e papel. A leste, o clima continental com grandesamplitudes térmicas e invernos rigorosos, temos a predominân-cia da vegetação de estepes e pradarias.
MAR
BÁ
LTIC
O
W E
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S
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANOATLÂNTICO
MAR NEGRO
ÁSIA
ÁFRICA
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Arkangelsk
MurmanskISLÂNDIA
MARDO
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MAR MEDITERRÂN
EO
MARCÁSP
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Sonnblick
LONDRES
Circulo Polar Ártico
0 610km 1.220km
ESCALA
Tundra
Floresta boreal (taiga)
Floresta temperada
Estepes e pradarias
Vegetação mediterrânea
Vegetação de altitude
Mapa da Europa: vegetaçãoBaseado em: Graça Maria Lemos Ferreira, Moderno Atlas Geográfico, São Paulo,Moderna.
177Geografia Geral
Vale lembrar que a vegetaçãonão se constitui num aspecto re-levante da paisagem européia.Com a intensa ocupação huma-na, a vegetação natural do conti-nente praticamente desapare-ceu, existindo apenas pequenasáreas vegetais de replante na Eu-ropa Central, mais densamentepovoada.
Quase 70% das florestas origi-nais da Europa já foram desma-tadas. As maiores extensões de mata nativa são de coníferas eencontram-se na Suécia e na Finlândia.
Recordes europeusPonto mais elevado: monte Elbro, 5.642 m (Federação
Russa)Maior depressão: mar Cáspio, 28 m (Azerbaijão/
Federação Russa/Irã/Cazaquistão/Turcomenistão)Maior ilha: Grã-Bretanha, 229.885 km2
Maior mar: mar do Norte, 580.000 km2
Maior golfo: golfo de Bothnia, no mar Báltico, entre aSuécia e a Finlândia, 117.000 km2
Maior bacia hidrográfica: bacia do Volga, 1.360.000 km2
(Federação Russa)Capital mais elevada: Andorra la Vella, 1.070 m2 (Andorra)Altitude média: 340 mExtensão do litoral: 113.725 km (incluindo a costa da
Federação Russa).
Taiga no extremo norte da Europa
Rep
rodu
ção
178 Geografia Geral
Aspectos humanos e econômicosO continente europeu possui 745,5 milhões de habitantes (em
2000). Apresenta a menor taxa de crescimento demográfico domundo, chegando a quase zero entre 1995 e 2000. Em algunspaíses, ela é negativa. É o continente de povoamento mais uni-forme. A concentração de povos está no centro e no oeste e amenor porção está no leste e no norte.
As línguas mais faladas são: do ramo etnolingüístico latino, oespanhol, o italiano, o francês e o português; do germânico, oalemão, o inglês e os idiomas escandinavos; e do eslavo, o rus-so, o búlgaro, o servo-croata e o ucraniano; entre outros. A prin-cipal religião é o cristianismo, que se divide em um número signi-ficativo de adeptos tanto do catolicismo, do protestantismo e daIgreja Ortodoxa.
Mapa político da EuropaFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
179Geografia Geral
Estatísticas populacionaisPaís mais populoso .............Federação Russa (147 milhões)
País menos populoso .................... Vaticano (800 habitantes)
Densidade........................................... 72,03 hab./km2 (2000)
População urbana ............................................... 74% (1998)
Natalidade............................................................ 10% (1998)
Mortalidade .......................................................... 11% (1998)
Mortalidade infantil ....................................12% (1995-2000)*
Analfabetismo ..................................................... 1,3% (2000)
Nas últimas década, as nações da Europa Ocidental recebe-ram em média 1,2 mil imigrantes por ano, incluindo refugiados eilegais, vindos em sua maioria do Leste Europeu, norte da Áfricae Oriente Médio. De certa maneira, essa fantástica correnteimigratória compensa a baixa taxa de reprodução da populaçãoeuropéia. Estudos demográficos realizados pela ONU indicamque a Europa precisará de cerca de 160 milhões de imigrantesaté 2025 para compensar a estagnação, e até mesmo declínio,no crescimento demográfico.
A mão-de-obra constituída de imigrantes é usada em trabalhosrejeitados pela população local, como a colheita nos campos, aconstrução civil, empregos domésticos e não qualificados. Por outrolado, há uma forte demanda por profissionais qualificados paraatender o crescimento da indústria de alta tecnologia.
A imigração tem gerado desconten-tamento em parte da população euro-péia ocidental, que teme a perda deempregos e a queda do padrão devida. Esse medo, aliado a sentimen-tos racistas, tem tido como conse-qüência o aparecimento de gruposneonazistas (como os skinheads), Skinheads em Berlim
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180 Geografia Geral
o crescimento eleitoral da extrema direita em vários países, comoÁustria, Noruega e Bélgica, favorável à contenção da imigração,e o crescimento de atentados contra minorias (na Alemanha,contra os turcos).
Berço da Revolução Industrial, foi o primeiro continente a mo-dernizar sua economia. Ainda hoje seu parque industrial é o maisorganizado do mundo, e na última década registrou-se uma gran-de expansão dos serviços. No entanto, existem diferenças de de-senvolvimento entre as prósperas nações capitalistas da chama-da Europa Ocidental e os países do antigo bloco comunista (Lesteda Europa). Grande parte desses países apresenta graves pro-blemas sociais e subdesenvolvimento econômico, cerca de 25%dos seus habitantes estão abaixo do nível de pobreza e 32% vi-vem com até 4 dólares por dia, segundo dados recentes da ONU.
Países europeusEuropa Ocidental: Alemanha, Andorra, Áustria, Bélgica,
Chipre, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda(Países Baixos), Irlanda, Islândia, Itália, Liechtenstein, Luxem-burgo, Malta, Mônaco, Noruega, Portugal, Reino Unido, SanMarino, Suécia, Suíça e Vaticano.
Europa Oriental: Albânia, Armênia, Azerbaijão, Belarus,Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia,Estônia, parte européia da Federação Russa, Geórgia, Hungria,Iugoslávia, Letônia, Lituânia, Macedônia, Moldávia, Polônia, Re-pública Checa, Romênia, Ucrânia e parte européia da Turquia.
A maior parte dos países desenvolvidos integra a União Euro-péia ou a chamada Europa dos 15, um bloco econômico no qualforam abolidas as barreiras ao comércio e o trânsito nas frontei-ras. Uma moeda única comum, o euro, começou a operar emonze dos países membros, em 1999. Embora sua cotação tenhacaído em relação ao dólar em 2000, a partir do início de 2003 oeuro voltou a se recuperar. E, apesar da recessão na Alemanha,a prosperidade da UE tem crescido em média a taxas de 3% aoano. Países como Portugal, Irlanda e Espanha experimentam
181Geografia Geral
um boom econômico depois da adesão à UE, o que levou váriasnações da região Leste do continente (países ex-comunistas),como a Hungria, a Polônia e a República Checa, a pleitearemseu ingresso. Se todos os candidatos cumprirem os requisitosadministrativos, financeiros e democráticos para a adesão, aestimativa é que, até 2007, a UE tenha 27 membros.
Suas 48 nações costumam ser divididas em Europa Ociden-tal, que reúne as nações desenvolvidas, nas quais as institui-ções democráticas estão consolidadas, como é o caso da Fin-lândia, Holanda e Irlanda, e em Europa Oriental, formada predo-minantemente por países que saíram do regime comunista e estãocom as economias arruinadas ou em recuperação, como aRomênia, a Ucrânia, a Polônia e a Albânia.
Dados estatísticos econômicosPIB: US$ 9,5 trilhõesPIB per capita: US$ 12 813Exportações: US$ 2,562 trilhões, 49% do total mundialImportações: US$ 2,609 trilhões, 48% do total mundialMáquinas agrícolas (ceifeiras, tratores e ordenhadeiras):
13,8 milhõesPesca: 19,5 milhões de tPrincipais minérios: cobre, ouro, fosfato, diamante,
minério de ferro, bauxita, cromo, chumbo, enxofre, manganês,potássio
Principal país da extração de minérios: Federação RussaÁrea cultivada: 1.288.160 km2 ou 12,5% da área total
Didaticamente examinaremos a seguir as cinco principais pe-nínsulas européias e alguns de seus aspectos mais importantes:
182 Geografia Geral
Península EscandinavaPaíses ............ Capitais ......... Sup. (km2) .......... Etnias
Suécia .......... Estocolmo ......... 448.661 ........... Suecos
Noruega ............. Oslo .............. 323.895 ...... Noruegueses
Finlândia .........Helsinque .......... 338.145 ........ Filandeses
Destaca-se nos países da península Escandinava a produ-ção de madeira (Finlândia) e a de ferro (Suécia) que, com o man-ganês importado, produz o melhor aço especial do mundo. Opescado (Noruega) também constitui importante produto de ex-portação da península.
Península da Jutlândia
País ................ Capital ......... Sup. (km2) ........... Etnia
Dinamarca ..... Copenhague ........ 43.080 ..... Dinamarqueses
ISLÂNDIA
ESCUDOESCANDINAVO
PLANÍCIE RUSSA
PLANÍCIE DAUCRÂNIA
MAR CÁSPIO
ALPES
Creta
Sicília
Sardenha
MEDITERRÂNEO
MAR
OCEANOATLÂNTICO
ÁSIA
ÁFRICA
ÁSIAPENÍNSULADE KOLA
MARDO
NORTECADEIAPENINA
ILHASBRITÂNICAS
ALP
ESESCANDIN
AVOS
Rio Tejo
Rio Ebro
Pi ren gus
R io L oire
Danúbio
Rio
RioRio
Rio Rio
Reno
Eba
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Rio Dun a
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Rio Ural
R. Dvina do Norte
MAR BA
LTIC
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W E
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S 0 612km 1.224km
ESCALA
Mapa da Península EscandinavaBaseado em: Geografia Crítica, Vesentini, v. 3.
183Geografia Geral
A Dinamarca é grande exportadora de produtos farmacêuti-cos, motores, peixes e laticínios em geral.
Península IbéricaPaís ............... Capital .......... Sup. (km2) .......... Etnias
Portugal ........... Lisboa ............. 92.072 .......... lusitanos,cartagineses, fenícios,
berberes, árabes e celtasEspanha ............ Madri ............. 504.782 ........ andaluzes,
galegos, catalães,bascos e castelhanos.
W E
N
S
I. Laes
I. Anholt
Alborg
FiordeLim
Estreitode Kattegat
Mardo
Norte
Jelling
Odense
RoskildeFrederksberg
Copenhague
SUÉCIA
ALEMANHA
I. Als
Langeland
Lolland
Falster
Selândia
I. Mon
MarBáltico
Fiônia
EdelaveFredericiaEsbjerg
I. Rom
I. Sams
Ejer Bauneh173 m
Stora
Omme
Skjern
Gudena
0 46km 92km
ESCALA
I. Fan
ArhusJUTLÂNDIA
Mapa da Península da Dinamarca
184 Geografia Geral
A península é grande exportadora de pescado, vinho, azeite eprodutos têxteis (Portugal), calçados, tecidos, azeite, frutas, pro-dutos de aço e ferro (Espanha).
Há duas pequenas áreas na península que não pertencem nema Portugal nem à Espanha:
◆ Andorra: pequena região encravada nos Pirineus, na frontei-ra com a França. Trata-se de um pequeno principado cujacapital é Andorra-la-Vella, onde se fala catalão.
◆ Gibraltar: na verdade, não passa de um rochedo que dominao estreito de Gibraltar, entre a península e o norte da África,sendo uma possessão inglesa desde o início do século XVIII,constituindo-se na última colônia no continente europeu.
Península ItálicaPaís ............... Capital ......... Sup. (km2) ........... Etnia
Itália ............... Roma ............ 301.278 .......... italianos
ISLÂNDIA
MAR CÁSPIO
Creta
Sicília
MEDITERRÂNEO
MAR
OCEANOATLÂNTICO
ÁSIA
ÁFRICA
ÁSIA
MARDO
NORTECADEIAPENINA
ILHASBRITÂNICAS
Rio Tejo
Rio Ebro
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Danúbio
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S 0 612km 1.224km
ESCALA
PORTUGAL
ESPANHA
Madri
Barcelona
ANDORRAAndorrada Vella
Mapa da Península Ibérica
185Geografia Geral
A Itália é um dos países que formam o G-7 (grupo dos setepaíses mais ricos do mundo), sendo grande exportadora de veí-culos, produtos químicos, sapatos, frutas, vinho, têxteis etc.
Na península há dois outros países independentes: o Estadodo Vaticano, um encrave dentro da cidade de Roma, cujo chefede Estado é o papa e cuja forma de governo é a monarquia, masnão hereditária; e a República de San Marino.
Península BalcânicaÉ a mais oriental das penínsulas européias mediterrâneas, si-
tuada entre os mares Adriático (a oeste) e Negro (a leste), ao suldos vales dos rios Sava e Danúbio. Ao sul, apresenta um enor-me número de ilhas, localizadas principalmente no mar Egeu, epenínsulas menores, como a do Peloponeso. Habitada por maisde 50 milhões de pessoas, ela é dividida em Albânia, Bulgária,Grécia, Turquia européia e os países que formavam a antiga Iu-goslávia (Bósnia-Herzegovina, Eslovênia, Croácia, Macedônia e
0 161km 322km
ESCALA
FRANÇA
SUÍÇA ÁUSTRIA
CROÁCIA
BÓSNIA-HERZEGOVINA
IUGOSLÁVIA
BULGÁRIA
MACEDÔNIA
GRÉCIA
ITÁLIA
VATICANORoma
Florença
ParmaGênova
Turim
MilãoVeneza
Trieste
Cagliari
República Italiana
República de San Marino (50,5 km2)Estado da Cidade do Vaticano (0,44 km2)
Ilha pertencente à França
Nápoles
SAN MARINO
Bari
Tarento
Messina
PalermoCatâniaSicília
Córsega
Sardenha
Reggio
ALBÂNIA
MARADRIÁTICO
MARTIRRENO MAR
JÔNICO
ESLOVÉNIA
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Mapa da Península Itálica
186 Geografia Geral
a República da Sérvia e Montenegro. É uma região montanhosa(Bálcãs é palavra de origem turca e significa montanha), desta-cando-se os montes Dináricos e os Bálcãs, e muitos vales. Oclima é mediterrâneo no litoral e nas ilhas, e predominantementecontinental no interior. Apesar da divisão política e rivalidadesétnico-religiosas, apresenta características econômicas seme-lhantes: atividade agrícola concentrada nas planícies (vales),exploração de minérios (não-ferrosos), setor montanhoso des-povoado, crescente industrialização e urbanização, mas com fortedesemprego e imigração, para países europeus ocidentais.
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ROMÊNIA
Rio
Drava
Rio Sava
Rio Drin
Rio Danúbio
Rio
Morava
Mar Adriático
MarNegro
Mar Mediterrâneo
MarEgeu
BULGÁRIA
MACEDÔNIA
IUGOSLÁVIA
CROÁCIAESLOVÊNIA
BÓSNIA-HERZEGÓVINA
ALBÂNIA
GRÉCIA
TURQUIA
Alpes Dináricos
montes Bálcãs
Mapa político da Península Balcânica
187Geografia Geral
A presença de turcos na Alemanha é bastante significativa. Oturismo se revela como a atividade em maior expansão na re-gião, principalmente após a pacificação.
Situada no centro da montanhosa península Balcânica, a Re-pública da Sérvia e Montenegro corresponde a menos da meta-de da extensão da antiga Iugoslávia, devido à independência daEslovênia, da Macedônia, da Croácia e da Bósnia-Herzegovina,nos anos 1990. A oposição sérvia aos movimentos separatistas,aliada aos antagonismos entre os grupos nacionais, provocou apior guerra civil da Europa contemporânea. A região de Monte-negro assegura o acesso do país ao mar Adriático, cuja costabastante recortada possui praias de areia, bastante procuradaspor turistas da Europa norte-ocidental.
Embora os sérvios ortodoxos representem 63% da população,importantes minorias provocaram novas desintegrações do terri-tório iugoslavo recentemente. Em 1999, a província sérvia deKosovo, habitada majoritariamente por albaneses muçulmanos,tornou-se um protetorado internacional sob administração daOrganização das Nações Unidas (ONU). A ex-Iugoslávia perdeua soberania sobre a região após a campanha de bombardeiosda Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), lançadacontra seu território para interromper o massacre de albaneses eas medidas tomadas pela ONU. O conflito em Kosovo deixou umrastro de destruição e aumentou a insatisfação popular com acrise econômica, agravada pelo isolamento internacional do país,o autoritarismo e a repressão do regime. Em outubro de 2000,uma revolução pacífica nas ruas de Belgrado depôs o último di-tador comunista da Europa, Milosevic, com a anuência das For-ças Armadas e da Igreja Ortodoxa sérvia. Em 2003, a antiga Iu-goslávia passou a se chamar oficialmente Sérvia e Montenegro.
A Iugoslávia reunia sete povos: sérvios, croatas, eslovenos,montenegrinos, macedônios, os eslavos islamizados da Bósnia-Herzegovina (grupo chamado de bósnio-muçulmano) e osalbaneses de Kosovo. Abrigava, ainda, minorias de húngaros,
188 Geografia Geral
ciganos e alemães. Sua heterogeneidade era agravada pela exis-tência de três religiões principais (ortodoxa, católica e islâmica)e dois alfabetos (latino e cirílico). Era uma nação organizada comouma federação de seis repúblicas (Sérvia, Croácia, Eslovênia,Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia). Nos anos 1960,o presidente Tito deu o status de região autônoma a Kosovo e aVoivodina, que pertenciam à Sérvia. O poder era exercido porum partido único, a Liga dos Comunistas da Iugoslávia (LCI).Tito resistiu à tentativa soviética de transformar a nação numEstado-satélite. Em 1948 rompeu com a URSS e passou a rece-ber ajuda econômica dos EUA. A reconciliação com a URSS, em1956, não alterou a linha independente do comunismo iugoslavo,que diferia do modelo soviético pela manutenção da propriedadeprivada no campo e pela autogestão dos trabalhadores nas in-dústrias. Com a morte de Tito, em 1980, Slobodan Milosevic as-sumiu o comando do Partido Comunista Sérvio em 1987 e anu-lou a autonomia da província de Kosovo dois anos depois. A der-rocada do comunismo no Leste Europeu, em 1989 e 1990, levoua Iugoslávia a abolir o regime de partido único. Agravaram-se asdivergências entre a Sérvia e as demais repúblicas. As eleiçõesna Croácia e na Eslovênia, em 1990, resultaram na vitória dosnacionalistas, que propuseram transformar a Iugoslávia numaconfederação de países soberanos.
Milosevic, eleito presidente da Sérvia em 1989, rejeitou a pro-posta de eslovenos e croatas. Sua posição foi reforçada por umarebelião da comunidade sérvia da Croácia que representava maisde 10% da população, contrária à separação. As negociaçõesfracassaram. Os plebiscitos realizados nas duas repúblicas apro-varam a independência, que se concretizou em 1991. O Exércitoiugoslavo, controlado pelos sérvios, invadiu a Eslovênia, masrecuou após a firme reação da Comunidade Européia, em parti-cular da Alemanha. Em setembro de 1991, a Iugoslávia entrouem guerra com a Croácia, ocupando um terço de seu território,com o apoio das milícias sérvias locais. Militares iugoslavos pas-saram a fornecer armas para a minoria sérvia na Bósnia-Herze-
189Geografia Geral
govina, governada, desde as elei-ções de 1990, por uma coligaçãode bósnios-muçulmanos, sérviose croatas. A seguir, a Macedôniadeclarou a independência, masMontenegro decidiu permanecerna federação iugoslava, após umplebiscito.
No ano seguinte, a Bósnia-Herzegovina proclamou sua au-tonomia, após um plebiscito convocado por muçulmanos ecroatas, mas boicotado pela minoria sérvia. Começou a guerracivil na Bósnia-Herzegovina, da qual a Iugoslávia não participouoficialmente, mas forneceu apoio financeiro e militar às milíciassérvias. Por isso, sofreu embargo comercial imposto pela ONU.
Com o país reduzido a Sérvia e Montenegro, surgiu em abrilde 1992 a República Federal da Iugoslávia. Milosevic obtevemaioria parlamentar em maio e, nas eleições de dezembro, foiconfirmado como presidente da Sérvia. As negociações de pazcom a Croácia e a Bósnia prosseguiram por três anos. Nesseperíodo, as sanções econômicas provocaram uma grave crise.Em novembro, representando os sérvios da Bósnia, Milosevicassinou o Acordo de Dayton, nos EUA, que pôs fim à Guerra daBósnia. O indiciamento dos acusados de crimes de guerra co-meçou em maio de 1996. Foi a primeira atuação de um tribunalinternacional desde o fim da Segunda Guerra Mundial. São acu-sados de genocídio e crimes contra a humanidade.
A Federação Russa, um caso especialA Federação Russa é a principal sucessora da antiga URSS. É
a maior nação do mundo em extensão territorial. Mais de10 mil km e onze fusos horários separam Sochi, no oeste, de Vla-divostok, no extremo leste, na costa do oceano Pacífico. É umvasto território que se estende por dois continentes, a Europa e aÁsia. A parte européia, delimitada pelos montes Urais, reúne qua-
População sérvia fugindo emcarroças quando a Croácia invadiu a
região de Krajina
Rep
rodu
ção
190 Geografia Geral
tro quintos da população e as principais cidades, entre elas aatual capital, Moscou, e a antiga capital imperial, São Petersburgo.As geladas planícies da Sibéria, na porção asiática, concentramas ricas reservas minerais que fazem do país um dos líderesmundiais na produção de carvão, petróleo e gás natural. A gran-de extensão territorial, porém, esconde uma fragilidade geopo-lítica: a existência de poucas saídas para águas navegáveis. Comuma longa costa gelada nos mares Glacial Ártico e de Bering,restam portos estratégicos nos mares Negro, Báltico e de Barents.
A Federação Russa é uma República com forma mista de go-verno. Administrativamente se divide em 21 repúblicas, 1 regiãoautônoma, 49 regiões administrativas, 6 províncias, 10 distritosautônomos e 2 cidades com status administrativo especial (Mos-cou e São Petersburgo). Há um chefe de Estado (o presidente) eum chefe de governo (o primeiro-ministro). O Poder Legislativo ébicameral, formado pelo Conselho da Federação, composto por178 membros (os chefes da legislatura e do Executivo de cada
Moscou
CASAQUISTÃO
RÚSSIA101112
13 9
8
17
19
20
43 2
1
12
Daguestão (Makhatchkala) 8 Bachkíria (Ufa)N 15
17
1920
16
16
18
18
21
regiões autônomas
Gorno-Atai (Gorno-Altaisk)
Buriatos (Ulan-Ude)Iacútia (Ikutsk)Região dos Judeus (Birobidjan)
Khakássia (Abakan)Tuva (Kizyl-Orda)
Carélia (Petrozavodsk)9 Tartária (Kazan)
10 Udmúrtia (Ustinov)11 República dos Maris (lochakar-Ola)12 Tchuváchia (Tcheboksary)13 Mordóvia (Saransk)14 República dos Komis (Siktivar)
Tchetcheno-Inguchétia (Grozny)34
Ossétia do Norte (Ordjonikidze)Kabardino-Balkária (Naltchik)
5 Kalmíkia (lelista)6
6
Kharatchaievo-Tcherkássia (Tcherkessk)
7
7
Região dos Adigueus (Maikop)
5
15
14
0 580km 1.160km
ESCALA
Repúblicas e regiões autônomas *capitais entre parênteses
21
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Mapa da político da Federação Russa
191Geografia Geral
uma das unidades territoriais do país) e a Duma, com 450 mem-bros eleitos por voto direto para mandato de quatro anos. A Cons-tituição que vigora data de 1993.
Em agosto de 1991, setores conservadores do Partido Comu-nista e das Forças Armadas deram um golpe de Estado, prende-ram o ministro reformista Gorbatchov e tentaram restaurar a linhadura no governo soviético. A firme oposição de Iéltsin, presidenteda República Russa, e a mobilização da população de Moscou eLeningrado causaram fracasso do golpe. Fortalecido, Iéltsin pro-moveu a desmontagem das principais instituições da URSS, es-vaziando a autoridade de Gorbatchov, que renunciou em dezem-bro de 1991. A poderosa URSS simplesmente deixava de existir.Em seu lugar surgiram várias repúblicas, das quais a principal é aFederação Russa. Foi criada a Comunidade dos Estados Inde-pendentes (CEI), um fórum de coordenação política e econômicaentre doze das quinze ex-repúblicas soviéticas. Os países bálti-cos (Letônia, Estônia e Lituânia) preferiram total independência.
A partir de 1992, o gover-no russo iniciou um pro-grama radical de deses-tatização e liberalização eco-nômica, passando de umaeconomia planificada, diri-gida e estatal para uma eco-nomia de mercado. A transi-ção para o capitalismo gerouinstabilidade, inflação, re-cessão, desemprego e cres-cimento do crime organiza-do (a máfia russa).
Em 1994, o governo interveio militarmente na pequena repú-blica autônoma da Chechênia, encravada em território russo eque se declarara independente em 1991. Iniciava-se um conflitocom muitas mortes, bombardeios, atentados terroristas, seqües-
Mulher na rua de Moscou tenta venderalguns utensílios que traz de sua casa,
para conseguir algum dinheiro para aalimentação
Thi
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2
192 Geografia Geral
tros. A Chechênia fica próximaa ricas jazidas petrolíferas. Osmilitares ocuparam todo o nor-te checheno e arrasaram a ca-pital, Grozny, por meio de bom-bardeios aéreos. Os separatis-tas partem, então, para táticasde guerrilha, impondo sériasbaixas aos russos.
Com a economia em sériasdificuldades, baixas reservas internacionais, queda nas exporta-ções, atraso nos salários do funcionalismo público e das ForçasArmadas, entre outros problemas, a Federação Russa torna-se ocentro da crise financeira mundial em agosto de 1998, que afetouas bolsas de valores de todo o mundo, e atingiu inclusive a Argen-tina e o Brasil. A moeda russa (rublo) foi desvalorizada em cercade 75%, e o FMI e outras instituições aprovaram um pacote deajuda ao país, cuja aplicação provocou enorme desemprego (15%da população economicamente ativa) e empobrecimento (35% dosrussos estavam abaixo da linha da pobreza).
Dados geográficos da Federação RussaLocalização: uma parte no leste da Europa e outra no
norte da ÁsiaHora local (Moscou): +6hÁrea: 17.075.400 km2
Clima: subpolar (extremo norte), temperado continental(maior parte), de montanha (centro)
Área de floresta: 7,6 milhões de km2 (1995)Cidades principais: Moscou (8,4 milhões), São Peters-
burgo (4,2 milhões), Ninji Novgorov (1,4 milhão), Novosibirsk(1,4 milhão), Yekaterinburgo (1,3 milhão) (1996)
Cena de rua, durante a guerra civil naChechênia
Pet
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urne
ley
193Geografia Geral
A população da Federação Russa comporta 147 milhões de ha-bitantes em 2000. É formada por russos (82%), tártaros (4%),ucranianos (3%), chuvaches (1%). Os outros grupos étnicos mi-noritários correspondem a 10%. O idioma oficial é o russo. O cris-tianismo é a religião predominante (18% do total da população),dividido em ortodoxos russos (17%), católicos (0,3%) e protestan-tes (0,9%); o islamismo é seguido por 10%, o judaísmo por 0,4%.As demais pessoas (72,1%) seguem outras religiões, mas a mai-oria se declara “ser ateu”, como resultado do longo período comu-nista. A densidade demográfica, apesar da grande população, émuito baixa (8,6 hab./km2). Afinal, é o maior país do mundo. Pos-sui, portanto, enormes áreas não povoadas. Sua população urba-na corresponde a 77% do total e o crescimento demográfico temsido negativo (–0,2% ao ano entre 1995 e 2000). A taxa defecundidade é das mais baixas do mundo (1,35 filho por mulher) ea expectativa de vida é de 61 e 73 anos, respectivamente parahomem e mulher. Com a crise que afeta o país houve um aumentoda mortalidade infantil (18%), mas o analfabetismo é praticamen-te inexistente. Em 1998, o país apresentava um IDH de 0,771,bem próximo do índice de desenvolvimento humano brasileiro.
Dados econômicos da Federação Russa (1998)PIB: US$ 276,6 bilhões (agropecuária: 7%; indústria: 35%;
serviços: 58%) Crescimento do PIB: –7% ao ano (1990-1998)Renda per capita: US$ 2.260 (1998)Força de trabalho: 78 milhões (1998)Principais produtos agrícolas: batata, trigo, cevada,
outros cereaisPecuária: suínos, bovinos, ovinos, avesPesca: 4,7 milhões tMineração: cobre, minério de ferro, níquel, turfa, alumina,
carvão, gás natural, petróleo
194 Geografia Geral
Indústria: alimentícia, máquinas, siderúrgica (ferro eaço), equipamentos de transporte, química
Exportações: US$ 73,9 bilhões (1998)Importações: US$ 59,2 bilhões
Dados sobre o meio ambiente europeuÁrea de floresta: ....................................... 9.333.260 km2
Reflorestamento: ............ 25.940 km2 entre 1990 e 1995
Áreas de conservação: ....................... 4,7% do território
Recursos hídricos per capita: .......................... 8,5 mil m3
Emissão de CO2
per capita: .....................................8,5 t
Questões de vestibular1) (Puc-SP) O gráfico a seguir
apresenta 3 curvas de variaçãode temperatura durante o ano,cada uma delas corres-pondendo a uma das seguin-tes cidades: Londres, Berlim eMoscou.Assinale a alternativa que, pelajustificativa apresentada, iden-tifica corretamente a cidade auma delas:
a) a cidade A é Moscou, pois, em função de sua localização, apresentauma amplitude térmica anual mais significativa.
b) a cidade A é Londres, pois apresenta uma maior variação de tempera-tura durante o ano, situação típica de clima temperado úmido.
195Geografia Geral
c) a cidade C é Berlim, que, por estar localizada em latitude menor que asoutras duas cidades, registra pequena variação de temperatura du-rante o ano.
d) a cidade B é Moscou, pois tem o verão mais quente, devido a influênciada massa de ar do oceano Pacífico, que eleva as temperaturas de todoo leste europeu.
e) a cidade C é Londres, pois a pequena amplitude térmica anual é decor-rência direta de seu clima mediterrâneo.
2) (Unesp) O clima da Europa Ocidental é bem diferente do clima daEuropa Oriental. Enquanto na primeira os invernos são suaves e osverões apresentam temperaturas não tão elevadas, na segunda asdiferenças sazonais são maiores, com invernos mais rigorosos, tem-peraturas mais baixas e verões mais quentes. O fator determinantedas condições climáticas vigentes na Europa Ocidental é a:
a) latitude.b) maritimidade.c) disposição do relevo.d) atuação da corrente das Canárias.e) predominância de ventos de leste.
3) (Mackenzie) Observe o mapa daEuropa e assinale a associaçãoCORRETA.
a) I - Estepesb) II - Floresta borealc) III - Floresta caducifoliadad) IV - Floresta temperadae) V – Tundra
4) (Puc-PR) Em 2002, mais uma vez os sicilianos assistiram atemori-zados a um espetáculo da natureza: as erupções do vulcão maisativo da Itália, o Etna.Leia atentamente as afirmativas relacionadas a esse tema:
196 Geografia Geral
I. O vulcão Etna situa-se na extensa área de atividade vulcânica e sís-mica denominada de “Círculo de Fogo do Pacífico”.
II. A atividade vulcânica do Etna está diretamente relacionada à dinâ-mica das placas da litosfera terrestre.
III. lém da atividade vulcânica, a região do sul da Itália, bem como as deoutras porções do Mediterrâneo, sofre, com certa freqüência, aba-los sísmicos de grande intensidade.Assinale a alternativa que contém a afirmativa correta ou as afir-mativas corretas:
a) apenas I é correta.b) apenas II é correta.c) apenas I e II são corretas.d) apenas II e III são corretas.e) as três são corretas.
5) (UFSM) Observe o mapa do re-levo da Europa:Dentre as cadeias que se en-contram numeradas no mapa,assinale a alternativa queidentifica SOMENTE cadeiasde dobramentos modernos.
a) 1 - Alpes Escandinavos,2 - Apeninos, 3 - Alpes,4 - Cárpatos
b) 2 - Apeninos, 3 - Alpes, 4 - Cárpatos, 5 - Cáucasoc) 3 - Alpes, 4 - Cárpatos, 5 - Cáucaso, 6 - Maciço Central Francêsd) 4 - Cárpatos, 5 - Cáucaso, 6 - Maciço Central Francês, 7 - Pirineuse) 5 - Cáucaso, 6 - Maciço Central Francês, 7 - Pirineus, 8 - Montes Peninos
6) (Unesp) Assinale a alternativa que indica a região alemã que se ca-racteriza por possuir a maior concentração populacional e de indús-trias siderúrgicas, carboquímicas, têxteis e metalúrgicas do país e onome da bacia hidrográfica onde ela está inserida:
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N
S
ÁSIA
ÁFRICA
1
8
76 3
24 5
Garcia, H. C. e Garavello, T. M. Lições deGeografia. São Paulo, Scipione, 1998. p. 15.
197Geografia Geral
a) Ruhr; rio Elba.b) Hamburgo; rio Reno.c) Sttutgart; rio Mosela.d) Ruhr; rio Reno.e) Solingen; rio Danúbio.
7) (FGV-SP) Em seu percurso desde os lendários castelos da Alema-nha, até chegar ao mar Negro, esse importante rio continua prejudi-cado pelas bombas lançadas pela Otan, em 1999.Fonte: http://www.uol.com.br/nationalgeographic/reportagensO texto faz referência ao rio:
a) Sena, único canal de acesso dos países da Europa Central ao mar doNorte, que sofre os efeitos dos conflitos separatistas na Checoslováquia.
b) Reno, que interliga as áreas industriais da Alemanha aos portos domar Negro, através da conturbada região dos Bálcãs.
c) Ródano, que, embora sendo navegável desde as planícies da Hungria,só tem sido utilizado em seu baixo curso, em função dos conflitos naEuropa Central.
d) Danúbio, principal via de transporte fluvial na Europa Central, sendo omais afetado pelos conflitos étnicos na antiga Iugoslávia.
e) Volga, importante via fluvial da Europa Oriental, afetada pela campa-nha da Rússia contra os separatistas chechenos.
8) (Puc-PR) Noruega, Espanha e Albânia são países que pertencem atrês diferentes penínsulas européias. São elas respectivamente:
a) Ibérica - Indostânica - Balcânicab) Balcânica - Kola - Jutlândiac) Jutlândia - Ibérica - Escandinavad) Escandinava - Ibérica - Balcânicae) Labrador - Escandinava - Kola
9) (UFV-MG) A prisão do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic,em junho de 2001, foi mais um capítulo dos intensos conflitos sepa-ratistas e étnicos que eclodiram na Europa durante a década de 90
198 Geografia Geral
do século XX. Um dos elementos que contribuíram para a emergênciadesses conflitos foi:
a) a intensificação do processo de repressão aos cultos religiosos porparte do governo central de Moscou.
b) a entrada da Iugoslávia na OTAN, contrariando os interesses militaresdo bloco socialista na Europa.
c) a formalização da União Européia, contrariando interesses da Iugoslá-via e da Sérvia.
d) o fim da URSS, ampliando a autonomia das antigas repúblicas soviéticas.e) as disputas por terra entre colonos judeus e separatistas sérvios, em
território iugoslavo.
10) (Ufes) Vítima da dissolução do socialismo no Leste Europeu e palcode sangrentos conflitos, a atual Iugoslávia, localizada na penínsulaBalcânica, possui uma população bastante heterogênea e é hoje umpaís cujo território foi muito reduzido.Sobre o espaço geográfico e etnia desse país, podemos afirmar que:
I. Montenegro e Sérvia são repúblicas da nova Iugoslávia;II. Voivodina abriga uma minoria de origem húngara;III. Kosovo é uma região autônoma, situada ao norte da Sérvia;IV. Montenegro possibilita ao país o acesso ao mar Adriático;V. Kosovo é habitado por uma minoria de origem albanesa.
Assinale a opção que contém as afirmativas corretas:a) apenas I, II e V.b) apenas I, II e IV.c) apenas II, III e IV.d) apenas III, IV e V.e) I, II, III e IV.
199Geografia Geral
O continente africano: panorama geralA história da África, há várias décadas, tem se caracterizado
pelo prosseguimento dos conflitos armados, pelo avanço de epi-demias (como a aids) e o aprofundamento da miséria. Tal situa-ção contribui para o isolamento econômico do continente.
Algumas nações alcançaram uma relativa estabilidade políti-ca e desenvolvimento, como, por exemplo, a África do Sul. Re-cém-saída do regime do apartheid (segregação da populaçãonegra), ela é responsável por um quinto do PIB africano. É gran-de exportadora de ouro, minério de ferro, diamante e carvão,que lhe permite investir maciçamente no setor industrial. Obser-va-se também um certo dinamismo econômico nos países ára-bes localizados no norte do continente, graças à exploração depetróleo e gás natural. Porém, como contraste, a região da Áfri-ca Subsaariana (ou África Negra), situada ao sul do deserto doSaara, regrediu economicamente em relação à década de 1960.É caso único no mundo.
O continente também tem se caracterizado marcado por con-flitos étnico-religiosos, envolvendo clãs e tribos na África Negra(Libéria, Ruanda, Burundi e Uganda) e guerrilheiros muçulma-nos fundamentalistas e o governo (Argélia, Egito).
Aspectos físicosO continente africano é formado por uma massa de terras contí-
nuas compacta com cerca de 30,1 milhões de km2, o quecorresponde a 22% das terras emersas do globo. Possui ainda umlitoral com poucos recortes, o que dificulta a instalação de portos.
Sua estrutura geológica é bastante antiga (arqueo-protero-zóica), representada por um extenso planalto, com altitude mé-dia de 800 metros, estando bastante aplainado pela ação da ero-são. O relevo apresenta-se mais elevado no litoral, perdendo al-titude em direção ao interior do continente. As planícies são pe-quenas e estreitas, localizando-se ao longo do curso dos rios enos litorais.
200 Geografia Geral
Duas formações geológicas recentes se destacam na paisagem:
◆ Cordilheira Atlas: localizada a noroeste do continente, na re-gião denominada Magreb. Trata-se de um dobramentoCenozóico Terciário, com picos acima de 4.800 m, que sesitua entre a planície úmida do litoral e o deserto (Saara, omaior do mundo) que começa no lado oposto.
◆ Maciço Oriental: são representados por falhamentos que seelevam numa extensa região que vai do Sudão à República
Mapa físico da ÁfricaFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
201Geografia Geral
Sul-Africana, dando origem aos maciços da Etiópia, Ruvinzorie Drakensberg. Esses falhamentos estão direcionados nosentido norte-sul, causando depressões alongadas onde seformaram lagos, como Vitória, Tanganica, Niassa e outrascentenas de lagos menores.
Os pontos mais elevados do continente africano são vulcões,como o Kilimanjaro, na Tanzânia, na fronteira com o Quênia, comcerca de 6.000 m.
O continente africano é dividido ao meio pela linha do Equa-dor, com latitude de até 350, tanto para o norte, como para o sul.Esse fato, aliado ao predomínio de planaltos, provocou a forma-ção de uma paisagem original, conhecida como “Paisagem deEspelho”, por apresentar semelhanças climáticas e em vegeta-ção, tanto para o norte como para o sul.
Vale destacar que a África possui a maior porcentagem de solosdesérticos do globo. Um terço da sua área territorial é ocupadapelo Saara (8,6 mi de km2). Nessa região árida, encontramosuma das áreas mais férteis do globo: a faixa de terra que abran-ge o vale do rio Nilo, fator fundamental para o florescimento daantiga civilização egípcia.
Na área equatorial, que é úmida, encontramos as florestastropicais, que perdem densidade e se transformam em savanasà medida que se aproximam das porções mais secas, ao nortee ao sul. A cobertura vegetal é reduzida pelo rápido des-matamento. Hoje a África conserva apenas 33,9% de seus 6,8mi de km2 de florestas originais. O aumento das áreas desérticasdesponta como um dos principais problemas ambientais docontinente.
Sua hidrografia é pobre. Além dos lagos acima mencionados,presentes no Maciço Oriental, há alguns rios importantes:
◆ Nilo: é o segundo mais extenso do mundo (o primeiro é oAmazonas). Ele nasce próximo à linha do Equador, na ca-deia montanhosa de Ruvinzori, atravessa o lago Vitória rumoao norte, até desaguar no mar Mediterrâneo. Responsável
202 Geografia Geral
pela fertilidade das terras por onde atravessa, é o mais im-portante rio da África.
◆ Zaire (ou Congo): nasce no lago Bangueolo, no MaciçoOriental e ruma na direção leste do continente, atravessandoa floresta equatorial, desembocando no Atlântico. É conside-rado o segundo rio em volume de água do mundo (o primeirotambém é o Amazonas).
DRAKENSBERG3.300 m
ÁSIA
MAD
AGAS
CA
R
Cadeias de montanhas
Maciços montanhosos
Planaltos
Planícies ou depressões
Cumes
Vulcões
CADEIADO ATLAS
CADEIADO CABO
Planalto Tademait
PlanaltoD'Erdebé
Planalto de Biê
DESERTO DE KALAHARI
DESERTO DA NAMIBIA
Maciço dosCamarões
DEPRESSÃODO ALTO NILO
DEPRESSÃODO CHADE
Mte. Ahaggar
Mte. TibestiTAHAT2.918 m EMI KOUSSI
3.450 m
RUVENZOR5.119 m
FoutDjlon
QUÊNIA5.201 mQUILIMANJARO5.895 m
Mciço e Planaltoda Etiópia
Mapa hidrográfico e relevo da África
203Geografia Geral
◆ Suez: trata-se na verdade de um canal (canal de Suez), masconstitui-se em importante ligação hídrica que une os maresVermelho e Mediterrâneo, no Egito, separando a África docontinente asiático. Construído no século XIX, o canal evitaque os navios transportando petróleo, sobretudo os originári-os do Golfo Pérsico em direção à Europa, sejam obrigados afazer a circunavegação da África, o que encareceria o custofinal dos produtos. Porém, os navios chamados de super-petroleiros não podem usar o canal, dado o seu grande portee grande calado.
Aspectos demográficos e econômicosNo continente africano vivem cerca de 784 milhões de habi-
tantes e ele possui a maior taxa de crescimento demográfico domundo, com média anual de 2,4% nos anos de 1995 e 2000, deacordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).A distribuição da população é desigual, com os desertos pratica-mente despovoados e, em contraste, com as áreas próximas aorio Nilo, onde a densidade média é superior a oitocentos habi-tantes por quilômetro quadrado. Existem centros urbanos muitopovoados, como Cairo (Egito) e Lagos (Nigéria).
O deserto do Saara forma uma divisão natural entre os povosque habitam a África. Ao norte, do Mediterrâneo até o deserto,está a África Branca, ocupada desde o século VII pelos árabes.No centro e no sul, território conhecido por África Negra, a popu-lação é negra. No extremo sul, vivem minorias de brancos deorigem européia (África do Sul, Zimbábue, Namíbia), chineses eindianos (África do Sul).
A população africana é a mais pobre do mundo. A África Sub-saariana possui, com o sul da Ásia, o maior índice de pobrezahumana, com base na expectativa de vida, no analfabetismo eno acesso aos serviços públicos, conforme o Relatório de De-senvolvimento Humano (2001) da ONU. Na área da saúde sãodetectados os maiores problemas, como a ocorrência de doen-ças, especialmente da malária e da aids. A incidência de malária
204 Geografia Geral
é alta na África Subsaariana, chegando a ter 90% dos casos emtodo o mundo, matando cerca de 2,5 milhões de pessoas porano. Mas, é a aids que mais preocupa as autoridades africanas.Em 1998, 80% das mortes decorrentes dessa doença no mundoforam registradas no continente. Em Botsuana e Zimbábue ela éconsiderada pandêmica, afetando todas as classes sociais. Deacordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) são 22,5milhões de infectados no continente. Relatório do programa dasNações Unidas para a aids (Unaids) mostra que em 1999, pelaprimeira vez, existiam mais mulheres do que homens contami-nados. Por causa desse problema, a expectativa de vida dosafricanos caiu violentamente. Em 1990, era de 59 anos. Estima-se que até 2005 a expectativa seja de 45 anos.
Dados populacionais (2000)
Total ....................................................783,7 milhões
País mais populoso ............. Nigéria (111,5 milhões)
País menos populoso .................. Seicheles (79 mil)
Densidade ........................................ 25,88 hab./km2
População urbana ............................................. 37%
Natalidade ......................................................... 37%
Mortalidade ....................................................... 13%
Mortalidade infantil ....................... 87% (1995-2000)
Crescimento demográfico ........... 2,4% (1995-2000)
O continente é principalmente agrícola e extrativista mineral,mas cerca de 60% das terras cultivadas têm baixa produtivida-de. Monoculturas de exportação, como cacau, algodão e amen-doim, são importantes fontes de renda. Na maioria dos países, aindústria é incipiente. A África do Sul produz sozinha quase ametade da produção industrial do continente.
205Geografia Geral
Dados econômicos da África (1998)PIB: US$ 517 bilhõesPIB per capita: US$ 693Exportações: US$ 107 bilhões, 2% do total mundialImportações: US$ 134 bilhões, 2,5% do total mundialProdução mineral: cobre, ouro, fosfato, diamante, minério
de ferro, bauxita, cromo, chumbo, enxofre, manganêsÁrea cultivada: 2.019.630 km2 ou 6,7% da área totalPesca: 5,8 milhões de t
A falta de uma sociedade de consumo em grande escala põe omercado africano em segundo plano no mundo globalizado. Emtorno de 90% da receita da exportação do continente é prove-niente da mineração em países como Angola (diamante), Zâmbia(cobre e cobalto), Botsuana (diamante), Gabão (manganês e urâ-nio), Guiné (bauxita) e Níger (urânio). Na extração de petróleo egás natural destacam-se Líbia, Nigéria e Argélia, donos dasmaiores reservas continentais, mas freqüentemente prejudica-dos com as oscilações de preço no mercado internacional.
Há na África cerca de 3,5 milhões de refugiados que vivem empaíses vizinhos, além de 2,1 milhões que se deslocam dentro dopróprio país. Serra Leoa lidera em número de refugiados no ex-terior com cerca de 400 mil pessoas.
Há uma grande diversidade religiosa no continente africano.Além dos cultos animistas, praticam-se o islamismo, o cristia-nismo (catolicismo e protestantismo) e o hinduísmo. Predomi-nam as línguas nativas e os dialetos do tronco africano e dotronco camito-semítico (árabe). Mas é grande a influência doinglês, do francês e do português, idiomas dos principais gru-pos colonizadores.
206 Geografia Geral
Recordes africanosMaior país: Sudão (2.505.813 km2)Menor país: Seicheles (455 km2), no oceno ÍndicoPonto mais elevado: monte Kilimanjaro, 5.895 m
(Tanzânia)Maior depressão: lago Assal, 155 m (Djibuti)Maior ilha: Madagáscar, 587.041 km2, no oceano Índico
LÍBIA
EGITO
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SUDÃOCHADE
NÍGERMALI
ARGÉLIA
TU
NÍS
IAMARROCOS
COSTADO MARFIM
Saara
Ociden
tal
Cartum
TANZÃNIA
BOTSUANANAMÍBIA
ANGOLA
REP. CENTRO-AFRICANA
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O
SOMÁLI
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Trípoli
Cairo
Nairóbi
Dodoma
BanguiIaundé
Bata
Brazzaville
Ndjamena
Po
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Nov
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Lo
mé
Bouaké
BamakoBanjul
Dacar
Nuakchott
Rabat
Kinshasa
Luanda
Windhoek
Gaborone
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UGANDA
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ÁFRICA
DO SUL
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LilongweZÂMBIALusaka
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ETIÓPIAAdís Abeba
DjibutiDJIBUTI
BURKINAFASSOUagadugu
NIGÉRIAAbuja
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SERRALEOA
GUINÉ
SENEGAL
MAURITÂNIA
MAD
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GUINÉ EQUAT.
GABÃOLambaréné
LIBÉRIA
Freetown
Monrévia
Conacri
ArgelTúnis
Asmara
Mogadício
REP. DEMDO CONGO
Mapa político da África: norte e subsaariana
207Geografia Geral
Maior mar: Mediterrâneo, 2.505.000 km2, ao norte.Maior golfo: da Guiné, 1.530.000 km2, na costa ocidentalMaior lago: Vitória, 68.100 km2 (Uganda/Tanzânia/
Quênia)Maior rio: Nilo, 6.671 km, no nordesteMaior bacia hidrográfica: do Congo, 3.690.000 km2
Temperatura máxima registrada: 57,7 °C (El Azizia, Líbia)Temperatura mínima registrada: – 23,9°C (Ifrane,
Marrocos)Capital mais elevada: Adis-Abeba, 2.408 m (Etiópia)
Aspectos geográficos dos principais países africanosO critério de seleção dos países africanos examinados a se-
guir respeita a relevância econômica (em todo seu potencial),geopolítica e cultural (em nível internacional) que o país ocupa,segundo a avaliação dos autores, sem que constitua em precon-ceitos ou estabelecimento de escala de valores.
Países da África setentrional (ou África muçulmana, ou,ainda, África do Norte)
Argélia
Capital, Argel; governo, República com forma mista de gover-no; línguas, árabe e francês.
Está situada ao norte da África, sendo a segunda maior nação docontinente, superada apenas pelo Sudão. Colônia da França, por132 anos, conquistou a independência em 1962, depois de anos deforte repressão política. Dominada pelo deserto do Saara, que ocu-pa quase 90% do seu território, dele são retirados petróleo e gásnatural, o que faz a Argélia ser um dos maiores produtores mundiais.
208 Geografia Geral
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Mapa da África setentrional
Na pequena e fértil faixa litorânea, banhada pelo mar Mediterrâneo,vivem por volta de 90% dos argelinos. A população é composta deárabes, e uma pequena parte de berbere; quase todos os habitan-tes seguem a religião islâmica. É forte no país o movimento funda-mentalista, apesar da repressão militar governamental.
Egito
Capital, Cairo; governo, República Presidencialista; língua,árabe.
209Geografia Geral
Está num ponto estratégico ao nordeste da África, encontran-do-se com a Ásia. O Egito é palco de uma das mais valorizadascivilizações da Antigüidade. Dinastias de faraós deixaram monu-mentos riquíssimos, como as pirâmides de Quéops, Quéfren eMiquerinos, consideradas patrimônios da humanidade. O Egitoé quase todo um deserto, sem contar com a costa do mar Medi-terrâneo e as margens do rio Nilo. O Nilo atravessa o país de sula norte, é essencial na economia, garantindo o abastecimentode água e de energia elétrica e possibilitando a agricultura emseu curso. Quase toda a população – a segunda maior da África– vive nas suas margens. Nos últimos anos o governo tem esti-mulado o turismo, gravemente afetado por ataques terroristasde fundamentalistas islâmicos. O pedágio, que é cobrado no ca-nal de Suez, é parte significativa da fonte de receita para a na-ção (1,2 bilhão de dólares no primeiro semestre de 1999); emseguida vem a exploração do petróleo. Apesar de o islamismoser a religião da grande maioria dos habitantes, as mulheres egíp-cias possuem hábitos bastante ocidentalizados para os padrõesárabes. Muitas trabalham fora e a maioria não usa mais o véupara cobrir o rosto.
Eritréia
Capital, Asmará; governo, República Presidencialista; línguas,inglês, árabe.
É a nação mais jovem da África, pois alcançou a independênciaem 1993, através de um plebiscito, aprovada por 99,5% dos habi-tantes. Anexada à Etiópia em 1962, mais de trinta anos de guerrade secessão arruinaram o país, deixando perto de 100 mil mortose 350 mil refugiados. Desde então, os dois Estados disputamáreas fronteiriças. Posicionada na região conhecida por Chifreda África, no leste do continente, e banhada pelo mar Vermelho,a Eritréia ocupa importante posição estratégica no estreito deBab El Mandeb, cujo acesso dá ao canal de Suez. A maior partede seu território é desértico, com temperaturas que chegam a40 0C na depressão de Danakil, 130 metros abaixo do nível do
210 Geografia Geral
mar, a área mais quente e árida do país. Muitas montanhas donorte ultrapassam 2 mil metros de altura, por isso o clima é bemmais ameno. Cerca de 80% da população, que é formada pormuçulmanos e cristãos, vive na zona agrícola. A economia estáainda muito debilitada por conflitos políticos e pela seca. Paradesenvolvê-la, o governo procura atrair investimentos externos.O turismo é promissor e um dos maiores atrativos é o arquipéla-go de corais Dahlak, hoje um parque nacional onde vivem inú-meros animais marinhos.
Etiópia
Capital, Adis-Abeba; goveno, República Parlamentar; língua,Amárico.
É uma das duas únicas nações africanas (a outra é a Libéria)que não foi colonizada por europeus, pois a ocupação italiana serestringiu ao pequeno período de 1936 a 1941. Resistiu tambémao domínio e à influência árabe, conservando até hoje forte tra-dição cristã. O país sofre as conseqüências da longa guerra civiliniciada nos anos 1960. Sua população, a terceira maior da Áfri-ca, vive em precárias condições, com uma das mais baixas ren-das per capita do mundo. Com a independência da província daEritréia, em 1993, a Etiópia perdeu acesso direto ao mar Verme-lho. A maior parte do território etíope corresponde à área conhe-cida por Chifre da África, no leste do continente, acima dos 2 milmetros de altitude. Adis-Abeba localiza-se a nada menos que2.408 metros acima do nível do mar. Longos períodos de secasassolam a nação, onde é registrada a mais alta temperatura médiado mundo: 34 0C, na região de Dabol. Os rebanhos bovinos ocu-pam cerca de três quartos de terras que possuem campos e pas-tagens. A exportação de couro e pele é uma forte fonte de receitapara o país.
Líbia
Capital, Trípoli; governo, Ditadura Militar desde 1969; língua,árabe.
211Geografia Geral
Situada no norte da África, a Líbia é um país desértico, sem riospermanentes, com clima quente e seco. No interior, a temperaturaalcança 57,7 oC, o recorde da África. Aproximadamente 90% doslíbios vivem na faixa costeira banhada pelo mar Mediterrâneo, únicaregião que recebe chuva e pode ser cultivada. O país conservaruínas de vários povos que o ocuparam, muitas declaradas patri-mônios da humanidade, como os sítios arqueológicos de LeptisMagna e Sabratha, importantes cidades do Império romano. Opetróleo, responsável por mais de 90% das receitas de exporta-ção, é a base da economia. Antes de se descobrirem as reservas,no final dos anos 1950, a Líbia era um dos países mais pobres daÁfrica. Hoje, o povo desfruta de um dos mais altos índices de de-senvolvimento humano da África. Diminuiu-se o isolamento doregime liderado pelo coronel Kadafi em 1999, com a suspensãodas sanções internacionais que prejudicavam a economia há qua-se uma década, após ter renunciado ao apoio a terroristas.
MarrocosCapital, Rabat; governo, Monarquia Parlamentar; língua, árabe.
Governado pelo rei Hassan II durante pelo menos 38 anos commão de ferro, morto em 1999. Deixou a seu filho Muhammad VI umpaís em meio a uma grave crise social e a uma crescente demandapopular pedindo por reformas democráticas. Está à noroeste da Áfri-ca, separado da Europa pelo estreito de Gibraltar, onde os dois con-tinentes quase se tocam. Os montes Atlas servem de barreira naturalpara as chuvas e mantêm a costa norte fresca e úmida. O lado sul éocupado pelo deserto do Saara e parte do Saara Ocidental, que erauma colônia espanhola, rica em jazidas de fosfato, anexada pelo go-verno marroquino em 1975. A exploração de fosfato, uma das princi-pais do mundo, é monopólio do Estado. As cidades imperiais de Fez,Marrakech e Meknés possuem antigos mercados e monumentos ára-bes, fazendo do Marrocos o país mais visitado do Magreb.
SudãoCapital, Cartum; governo, República Presidencialista; língua,
árabe.
212 Geografia Geral
É o maior país da África, em guerra civil há mais de quarentaanos, confrontando-se o governo muçulmano e os guerrilheiroscristãos e animistas, com base no sul do território. A guerra elongos períodos de seca deixaram 1,5 milhão de mortos. Os de-sertos da Núbia e da Líbia e o clima árido ficam ao norte, en-quanto o sul é coberto por savanas e florestas tropicais. A baciado rio Nilo, que atravessa o território, é fonte de energia elétricae de irrigação para as plantações de algodão, principal produtode exportação, ao lado da goma-arábica. Grande parte da popu-lação vive da agricultura de subsistência e da pecuária. A intro-dução da sharia, a lei islâmica, causou a fuga de mais de 350mil sudaneses para países vizinhos. Uma das principais medi-das impostas pela lei determina a proibição de bebidas alcoóli-cas e punições por enforcamento ou mutilação.
Tunísia
Capital, Túnis; governo, República com forma mista de gover-no; língua, árabe.
Está situada na costa do mar Mediterrâneo, extremo norte daÁfrica, e é uma das nações mais liberais do mundo árabe, poisas mulheres possuem os direitos civis e não precisam usar otradicional véu (xador). Uma pequena parte de nômades berbereshabitam no país. Nesse território encontramos diversas marcasde muitas civilizações. Uma das principais são as ruínas deCartago, antiga cidade fundada pelos fenícios, perto da capitalTúnis. O norte é ocupado pelos montes Atlas, onde corre o únicorio perene do país, o Medjerda. Em seu vale é desenvolvida aprática agrícola, que emprega 30% da mão-de-obra. Na áreacentral existe um grande lago (Jerid), mas que quase sempre seencontra seco. Já no deserto do Saara, ao sul, o meio típico detransporte ainda é o dromedário. Possuidora de significativas ja-zidas de fosfato e petróleo, o turismo também é economicamen-te importante para a Tunísia.
213Geografia Geral
Países da África subsaariana (região ocidental ouatlântica)
Benin
Capital, Porto Novo; governo, República Presidencialista; lín-gua, francês.
É uma nação pequena que está a oeste da África, banhadapelo golfo da Guiné, no oceano Atlântico. Era entre os séculosXVII e XIX um dos maiores entrepostos de escravos. A maioria
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Mapa da região subsaariana
214 Geografia Geral
foi trazida para o Brasil, por isso o país possui atualmente fortevínculo cultural com a Bahia. Comidas típicas como a feijoada eo acarajé são parte da culinária beninense, e o vodu, semelhan-te ao candomblé, é prática religiosa de grande parte da popula-ção. Antes de ser colônia francesa, em 1892, era o centro doreinado Fon de Daomé, um dos mais importantes de toda a Áfri-ca ocidental. O Palácio Real de Abomey, sede da monarquia, foideclarado patrimônio da humanidade. Ao longo da costabeninense há várias lagoas e são comuns as vilas de pescado-res construídas sobre palafitas, como Ganvié, um importante cen-tro turístico. O norte, de influência islâmica, é a área mais pobredo país. No sul, onde está a maior parte dos habitantes, a pescae a agricultura sustentam a economia. O povo é constituído deinúmeros grupos étnicos, que convivem em relativa paz. Os ca-samentos são tratados pelas famílias e a poligamia ainda é habi-tual. As mulheres têm um papel valioso na colheita dos alimen-tos e no comércio realizado nos mercados.
Cabo Verde
Capital, Cidade de Praia; governo, República Parlamentarista;língua, português.
Localiza-se na zona equatorial do oceano Atlântico, a 500 qui-lômetros da costa da África. É um arquipélago formado por dezilhas de origem vulcânica, das quais nove são habitadas. SãoTiago, a maior, concentra cerca de 50% dos cabo-verdianos. Pelasua localização geográfica, a meio caminho da América do Sul eda Europa, o país é importante parada em rotas aéreas e maríti-mas. Seu território é dos mais áridos da África, pois na maiorparte das ilhas chove uma ou duas vezes ao ano. A seca, queabrange longos períodos, foi a causa da morte de mais de 200mil pessoas, quase metade da população total de hoje, desde oinício do século passado. Contando com 10% de área cultivável,Cabo Verde tem uma produção agrícola pequena. Assim, umasignificativa parcela dos alimentos precisa ser importada. Devi-do a esses problemas, muitos habitantes emigram. Atualmente
215Geografia Geral
existem mais cabo-verdianos vivendo no exterior do que no pró-prio local de origem. O dinheiro enviado por eles a familiares émaior que o PIB do país. A nação ainda conserva traços da culturaportuguesa na língua, nos costumes, na culinária e na arquitetura.
Costa do Marfim
Capital, Abidjan; governo, República Presidencialista; língua,francês.
Está localizada no oeste da África e seu nome é uma referênciaàs presas de elefantes que existiam em grande número quando dachegada dos franceses. Ainda hoje, presas de elefantes podem servistas no Parque Nacional Comoé, patrimônio natural da humani-dade. A capital administrativa marfinense, Yamoussoukro, é dife-rente da maioria das outras cidades africanas. Em razão da arquite-tura moderna, é considerada uma pequena versão de Brasília. Pos-sui uma réplica da Basílica de São Pedro (Vaticano), ainda que suapopulação seja principalmente animista e muçulmana. Vivem mu-tuamente em seu território quase setenta grupos étnicos e muitosoutros contingentes de exilados de estados vizinhos, atraídos pelopotencial econômico. Somente em Abidjan, a sede do governo, co-nhecida como a Paris da África ocidental, vivem por volta de 25 milfranceses. Graças à agricultura, a Costa do Marfim é uma das na-ções mais prósperas do oeste africano. No sul, o clima tropical aju-da no cultivo de cacau (maior produtor mundial) e café, mas a osci-lação dos preços internacionais de mercadorias agrícolas provocadificuldades. Ultimamente, o governo tem investido em outras ativi-dades econômicas, como indústrias alimentícias e têxteis e a explo-ração de petróleo e gás natural.
Gana
Capital, Acra; governo, República Presidencialista; língua, inglês.
País banhado pelo golfo da Guiné, Gana foi porto de embar-que da maioria dos escravos levados para a América entre osséculos XVI e XIX. Na época da colonização foi chamada deCosta do Ouro, devido às grandes reservas desse metal que ali
216 Geografia Geral
existiam. Muitos fortes e castelos são testemunhas desse perío-do, principalmente na área costeira, onde encontra-se a maioriados habitantes. A economia é uma das mais estáveis do conti-nente africano. O principal produto de exportação é o cacau, cul-tivado nas regiões centro e sul. Nos últimos anos, ele está sendosubstituído por culturas destinadas ao consumo interno. Além doouro, cuja produção está entre as dez mais importantes do mun-do, o país retira uma quantidade significativa de manganês,bauxita e diamante. A indústria, uma das mais desenvolvidas daÁfrica, beneficia-se da hidrelétrica de Akosombo, cuja barragemforma o maior lago artificial do mundo, o Volta. Apresenta sériosproblemas ambientais, como a poluição de rios e a desmatamentode florestas, provocados pela mineração e pela atividadeagropecuária.
Guiné
Capital, Conacri; governo, República Presidencialista; língua,francês.
É conhecida por sua forte tradição musical e é comum havermanifestações de música e dança nas ruas das cidades gui-neanas, principalmente na capital, Conacri. Por estar na faixaintertropical, o país possui um dos climas mais úmidos da Áfricaocidental, principalmente na região costeira, onde a média anualde chuvas chega a 4,3 mil milímetros. Na parte central do territó-rio encontramos o maciço Fouta Djalon, com montes que che-gam a mil metros de altura e proporcionam um ambiente maisfresco. No sudeste encontramos uma grande floresta tropical ena divisa com Serra Leoa está a nascente do rio Níger. A maiorparte do território possui terras férteis, sendo a agropecuária aprincipal atividade econômica, empregando três quartos da for-ça de trabalho. É a segunda maior produtora mundial de bauxitae também possui reservas de ouro, ferro e diamante. Formadaprincipalmente pelas etnias fulani e mandinga, o povo guineanovive na pobreza. A expectativa de vida gira em torno de 46 anose 65% dos habitantes são analfabetos.
217Geografia Geral
Guiné BissauCapital Bissau; governo, República com forma mista de gover-
no; língua, português.
Desde 1998 passa por uma guerra civil entre rebeldes milita-res e forças legalistas. O conflito dificulta ainda mais as condi-ções da população local, que já eram ruins. Suas taxas de mor-talidade infantil e de expectativa de vida estão entre uma daspiores do mundo. A maior área de Guiné Bissau está situada emuma área baixa e pantanosa, com o litoral dominado por man-gues. Há muitas ilhas, formando assim o arquipélago dos Bijagós,mas a maioria é despovoada. O ecossistema, uma das riquezaslocais, está sendo devastado nos últimos anos pela atividadeagrícola, principalmente pelo cultivo do arroz, feito nas terrasalagadas. Cerca de 90% da força de trabalho é direcionada àagricultura, setor mais importante da economia, mas quase 50%da produção volta-se para a subsistência. Ainda assim é um dospoucos países que exportam alimentos, como peixe, amendoime castanha de caju. É habitado por cerca de vinte etnias, e amaioria segue crenças tradicionais, com exceção de alguns gru-pos que se converteram ao islamismo, durante o domínio árabeno continente.
Libéria Capital, Monróvia; governo, República Presidencialista; língua,
inglês.
Foi criada por ex-escravos dos EUA, que após a libertaçãopreferiram voltar para a África. O nome desse país significa “paísdos libertos”. É a única nação da África que não foi colonizadapor europeus, além da Etiópia. Independente, tornou-se tambéma primeira república. Os descendentes dos escravos (3% da po-pulação) são hoje a elite do país. Grande parte dos habitantesvive em péssimas condições. Indicadores sociais, como mortali-dade infantil, estão entre os piores do mundo. Essa situação agra-vou-se com a guerra civil, que assola o país e já deixou milharesde mortos, bem como milhares de refugiados em países vizi-
218 Geografia Geral
nhos. Quase metade do território liberiano é coberta por matanativa. A capital, Monróvia, banhada pelo oceano Atlântico, é umadas áreas mais úmidas da África. No interior, o clima fica maisseco, em parte devido aos ventos que vêm do Saara. No lesteencontra-se o Parque Nacional Sapo, onde a atração são os hi-popótamos anões. Os principais produtos econômicos, minériode ferro, borracha e madeira, são extraídos por empresas es-trangeiras e destinados à exportação.
Mauritânia
Capital, Nuakchott; governo, República com forma mista degoverno; línguas, árabe e francês.
Está em uma área de transição entre a desértica região doMagreb, ao norte, e da África negra, ou Subsaariana, formadaem sua maior parte por florestas equatoriais. Uma estreita faixade terra ao sul, ao longo do rio Senegal, recebe chuva suficientepara a atividade agrícola. A extração de minério de ferro, produtodo qual a Mauritânia tem uma das maiores reservas do mundo, ea pesca marítima são as principais fontes de divisa. O forte pro-cesso de desertificação do solo tem provocado o êxodo de nô-mades árabes, que viviam da criação de camelos e do comércioefetuado por caravanas, em direção ao sul. Com isso, o númerode nômades no país caiu de 83% da população para 10%, nosúltimos quarenta anos.
Níger
Capital, Niamey; govervo, República com forma mista de go-verno (ditadura militar desde 1999); língua, francês.
O deserto do Saara ocupa dois terços dessa nação africana.O restante está em uma zona semidesértica denominada Sahel.As poucas terras cultiváveis estão sendo desertificadas, devidoao desmatamento e à agropecuária predatória nas margens dorio Níger. A economia é baseada na exploração de urânio, res-ponsável por cerca de 80% da receita de exportação. Pou-quíssimos tuaregues, povo nômade do deserto, buscam o norte
219Geografia Geral
do país. O Níger possui uma das maiores taxas de analfabetis-mo do mundo (85%) e um dos mais baixos índices de desenvol-vimento humano (IDH).
NigériaCapital, Abuja; governo, República presidencialista; língua, inglês.
Banhada pelo golfo da Guiné, é o país mais populoso da África.A bacia do rio Níger ocupa quase todo o território, onde o solo fértilatrai mais da metade da população para o campo. A extração depetróleo é responsável por 90% das exportações. A enorme quan-tidade de recursos minerais, como estanho, carvão, ferro e gásnatural, junto à facilidade de obter energia hidrelétrica, favorece aindústria. A população é constituída por cerca de 250 grupos étni-cos, sendo motivo de tensões freqüentes. O país convive com arivalidade entre o sul, rico, e sob influência cristã, dominado pelaetnia ioruba, e o norte, muçulmano, em grande parte hauçá. Fre-qüentes golpes militares e a corrupção generalizada marcam tam-bém a história política da Nigéria desde a independência.
SenegalCapital, Dacar; governo, República com forma mista de gover-
no; língua, francês.
Ocupa uma planície semi-árida, coberta por savanas e por trêsgrandes rios: Senegal, Gâmbia e Casamance. Possui muita in-fluência francesa. Sua capital, Dacar, está na área mais ociden-tal do continente. A ilha de Gorée, nas proximidades, foi centrode tráfico de escravos. O turismo vem crescendo devido à diver-sidade da fauna, principalmente de pássaros. Além de existiremmuitos grupos étnicos, a maioria dos senegaleses fala ou enten-de a língua ulof e segue uma forma diferente de islamismo. Mi-lhares de peregrinos visitam anualmente a cidade sagrada deTouba. Em 1999, o Parlamento aboliu a circuncisão feminina.
Serra LeoaCapital, Freetown; governo, República Presidencialista; línguas,
inglês e crioulo, mende, limba e temne.
220 Geografia Geral
É uma das nações mais pobres do mundo. Possui o menorIDH do mundo (0,254 em 2000) e o recorde de mortalidade in-fantil (para cada mil crianças nascidas vivas, 170 morrem). Des-de início dos anos 1990, o país sofre uma guerra civil entre ogoverno e a guerrilha chamada Frente Revolucionária Unida(FRU). O território é dominado por planícies, e as montanhasocupam as regiões norte e leste, onde está Koidu-Sefadu, a maiorárea de extração de diamante, principal meio econômico de Ser-ra Leoa. O turismo, cujo atrativo principal são as reservas deanimais selvagens, sofre os efeitos da guerra. Quase 65% dapopulação está dividida em duas etnias: os temnes, seguidoresdo islamismo, e os mendes, em geral animistas.
Países da Áfrida subsaariana (região central)CamarõesCapital, Iaundê; governo, República Presidencialista; línguas,
francês e inglês.
O país encontra-se na costa oeste africana e é banhado pelogolfo da Guiné, tendo uma das maiores diversidades culturais docontinente, existindo por volta de 230 grupos étnicos que falam250 línguas e dialetos nativos. Grande parte do território é co-berta por florestas tropicais. Ao norte, dominado por savanas, oclima tropical é mais seco, mas torna-se árido perto do lagoChade. A oeste, existem formações montanhosas de origem vul-cânica, como o monte Camarões (4,1 mil metros), um dos maisaltos da África Central. No sul, quase inacessível aos turistas porfalta de estradas, vivem pequenos grupos de pigmeus e gorilas.Possui uma das economias mais dinâmicas do continente e éauto-suficiente na produção de alimentos. Além da exportaçãode cacau e café, o petróleo, descoberto em 1976, também é umaimportante fonte. Contudo, em meados dos anos 1980, a econo-mia enfrentou grave crise, devido, em parte, à corrupção no se-tor público. Há instituições que consideram Camarões o país maiscorrupto do mundo. A disputa com a Nigéria pela península deBakassi tem provocado crises desde os anos 1980.
221Geografia Geral
Congo
Capital, Brazzaville; governo, República Presidencialista (dita-dura militar desde 1997); línguas, francês, quicongo e lingala.
Está no centro-oeste da África, sob a linha do Equador, e com-bina heranças da colonização francesa e antigas divisões tribais.Conflitos depois da independência resultaram numa guerra civilque já deixou centenas de milhares de mortos. Mais da metade doterritório congolês é constituído de florestas tropicais, que abran-
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222 Geografia Geral
gem sobretudo a porção norte. Existem na região muitos animaisde espécies nativas, como elefantes, gorilas e muitos tipos de ma-caco. Na parte central as savanas predominam. Constituída dediversos povos, com destaque para os congos, a população con-centra-se na costa e nos arredores da capital, Brazzaville, no suldo país. Nessa área dominam as pequenas fazendas, que desen-volvem a agricultura e a pecuária. Porém, o que se produz dealimentos não chega a ser suficiente para atender à população,que assim depende de importações. O petróleo, retirado em boaparte por plataformas marítimas no litoral, principalmente na cida-de de Pointe-Noire, gera 90% das receitas externas da nação.
GabãoCapital, Libreville; governo, República com forma mista de go-
verno; língua, francês.
Dividido pela linha do Equador e banhado pelo oceano Atlânti-co, o Gabão é um país quente e úmido. Três quartos de seu terri-tório estão cobertos por florestas tropicais, grande parte aindaintocada. Há uma fauna variada, com elefantes, leões, leopardose macacos. Uma das nações mais ricas do continente, possui umadas maiores rendas per capita africana depois de Seicheles. Acapital, Libreville (cidade livre), em homenagem aos ex-escravosfranceses que viviam livremente no local, é uma das cidades maiscaras do mundo. Parece-se com a norte-americana Miami devidoà grande oferta de hotéis luxuosos à beira-mar e de shoppingcenters. A extração de petróleo é a principal fonte da receitagabonesa; em seguida vem a mineração de ferro e de manganês.Com o crescimento da economia, muitos imigrantes de outras re-giões são atraídos em busca de emprego. O número de francesestambém é grande: cerca de 45 mil, mais do que no período dodomínio colonial francês. A população, cuja maioria é cristã, cons-titui-se de inúmeros grupos étnicos, com destaque para os fangues.
República Centro-africanaCapital, Bangui; governo, República com forma mista de go-
verno; língua, francês.
223Geografia Geral
Localizada no coração da África, ocupa um grande planal-to coberto por savanas. As regiões norte e leste, semi-desérticas, abrigam reservas de animais selvagens. O paísé uma importante via de trânsito regional devido aos rios quepassam pelo território, como o Ubangi. A temperatura médiaé de 25 oC, mas há variada amplitude térmica: registra-se 40oC de dia e 10 oC negativos à noite. Vivem em relativa har-monia os oitenta grupos étnicos, que falam uma língua co-mum, o sango. Auto-suficiente em alimentos, o país é expor-tador de café, algodão, madeira e diamante. Secas periódi-cas e a ausência de rodovias e ferrovias dificultam o pro-gresso. A indústria, pouco desenvolvida, é controlada por em-presas estrangeiras.
República Democrática do Congo
Capital, Kinshasa; governo, República Presidencialista (dita-dura até 1997); língua, francês.
É o principal foco de tensão na região dos Grandes Lagosafricanos desde o início da rebelião que derrubou a ditadurade Mobutu Sese Seko, em 1997. Assim que o novo governoassumiu, ele enfrentou os antigos aliados que o colocaramno poder. A entrada de militares de nações vizinhas prolongaa guerra civil no país. Metade do território é coberta por flo-restas tropicais, sendo também irrigada por muitos rios, prin-cipalmente o Congo, segundo maior rio da África. Muitos la-gos estão na fronteira leste, e o maior é o Tanganica. Monta-nhosa e vulcânica, a região abriga parques nacionais deKahuzi-Biega e Virunga, santuários de gorilas. Mais da me-tade do povo, dividido em mais de duzentos etnias, vive noplantio e praticam caça, pesca e agricultura. É o primeiropaís no mundo na produção de diamante, possuindo grandesreservas de cobre e cobalto. Sua exploração é difícil devidoàs péssimas condições de transporte, que isolam Lubumbashi(pólo mineral) da desenvolvida porção oeste, onde está acapital, Kinshasa.
224 Geografia Geral
Países da África subsaariana (região oriental ou índica)
Burundi
Capital, Bujumbura; governo, República Presidencialista (dita-dura militar desde 1996); línguas, quiirundi e francês.
Localiza-se no centro-leste da África, na região dos GrandesLagos, e não possui saída para o mar. Desde a independência,na década de 1960, é berço de violentos combates envolvendotutsis e hutus, etnias que vivem em conflito também na vizinha
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Mapa da África Oriental
225Geografia Geral
Ruanda, ocasionando grande número de mortos e centenas demilhares de refugiados. Possuindo elevadas taxas de fecundidadee de densidade demográfica, o país está entre os cinco com menorIDH do mundo. Mais da metade da população burundinesa viveno campo, em geral analfabeta, e não possui água potável nemserviços de saneamento. A aids é um sério problema em Burundi.Importante na cultura de café e de chá, a agricultura emprega amaior parte da força de trabalho e é responsável por metade doPIB nacional. A indústria se concentra na capital, onde existe umpequeno setor de manufaturas. Contudo, a guerra civil ataca se-riamente a economia, levando o país – um dos mais pobres domundo – a depender da ajuda externa, em especial da Bélgica,da França e da Alemanha.
QuêniaCapital, Nairóbi; governo, República Presidencialista; línguas,
inglês e suaíle.
Seu território possui diversas paisagens: o deserto Chalbi aonorte, praias no sudeste e planaltos elevados no centro-oeste.Possui o segundo maior pico do continente, o monte Quênia, comaproximadamente 5.200 metros de altitude. A região é pontilhadapor pequenos lagos e alguns são reservas de aves, como o Nakuru,que abriga 2 milhões de flamingos. O país também é berço domaior espetáculo de vida selvagem do planeta. Todos os anos,milhões de animais, principalmente gnus e zebras, aparecem nassavanas da Reserva Natural de Masai Mara, tornando-se uma dasprincipais atrações quenianas. Nessa área encontra-se a tribomasai, que é uma das mais exóticas da África. Cerca de setentapovos vivem no Quênia, fazendo da nação uma mistura de cultu-ras e etnias. O turismo é uma fonte vital para a economia, mas aagricultura emprega quase 80% da força de trabalho. O chá e ocafé são os principais produtos de exportação.
RuandaCapital, Kigali; governo, República com forma mista de gover-
no; línguas, quiniaruanda, francês e inglês.
226 Geografia Geral
É uma pequena nação da montanhosa região dos Grandes La-gos africanos, devastada por conflitos entre hutus e tutsis, gruposem menor proporção, como na vizinha Burundi. A violência étnicaculminou com o genocídio de 1994, que deixou perto de 1 milhãode mortos e milhares de ruandeses refugiados em nações vizi-nhas. Os conflitos prosseguem até hoje, embora com menor in-tensidade. O clima ameno e a altitude favorecem o povoamentoda região. Atualmente, Ruanda possui a terceira maior densidadedemográfica do continente. Os ruandeses vivem da agricultura,desenvolvida em pequenas propriedades, e exportam chá e café.No noroeste fica o Parque Nacional dos Vulcões, que abriga umanel de sete vulcões, o maior deles (Karisimbi) com aproximada-mente 4.500 metros de altura. A área é um dos últimos redutosdos gorilas-das-montanhas, espécie ameaçada de extinção.
Somália
Capital, Mogadíscio; governo, Conselho de Salvação Nacio-nal (CSN); línguas, árabe e somali.
Está na área mais oriental do continente e é uma nação semgoverno. Desde o início dos anos 1990, o país está numa guerracivil entre vários clãs rivais, apesar de pertencerem a um mesmogrupo étnico e lingüístico e seguirem a mesma religião. Solda-dos estrangeiros entraram na Somália entre 1992 e 1995, masfracassaram na pacificação do país, que sofre muito também pelaseca e pela fome. A ONU informou, em 1999, que um décimo dopovo somali passa fome. O país possui uma das mais altas ta-xas de analfabetismo do mundo. A maior parte dos habitantes éformada por pastores nômades de camelos, e o país têm o maiorrebanho do mundo. As vilas e as cidades localizam-se principal-mente nas montanhas do norte, às margens do golfo de Áden, eno litoral. O sul é formando por uma planície que acompanha ooceano Índico, coberto de savanas e uma fauna diversificada. Odeserto de Ogaden, que está ao centro do território somali, foidado à Etiópia pelos ingleses. O país busca, sem sucesso, re-conquistá-lo, numa guerra que já dura mais de doze anos.
227Geografia Geral
TanzâniaCapital, Dodoma; governo, República Presidencialista; línguas,
suaíle e inglês.
A Tanzânia é formada pelo território de Tanganica, no conti-nente, e pela ilha de Zanzibar no oceano Índico. Atrações natu-rais destacam-se nesse país, já ocupado por árabes, alemães eingleses. Em seu território estão os três maiores lagos africanos(Vitória, Tanganica e Malauí), vários parques de animais selva-gens e o ponto mais alto do continente, o monte Kilimanjaro,com aproximadamente 5.900 metros de altitude. Encontra-se naregião nordeste, podendo ser visto a uma distância de até 300quilômetros. Vivem na Tan-zânia povos de diferentes et-nias e religiões: muçulma-nos, cristãos, hindus e adep-tos de 120 crenças animistasnativas. A agricultura empre-ga 80% da mão-de-obra, e oturismo é, atualmente, a prin-cipal fonte de renda. Únicopaís estável da conturbadaregião dos Grandes Lagos,abriga milhares de refugia-dos de Ruanda, de Burundie da República Democráticado Congo.
UgandaCapital, Campala; governo, República Presidencialista; língua,
inglês.
Está situada na montanhosa região dos Grandes Lagos afri-canos, sendo um dos últimos hábitats dos gorilas-das-monta-nhas, espécie ameaçada de extinção. No Parque Nacional Bwindi,patrimônio da humanidade, estão cerca de trezentos desses ani-mais. As florestas da região também abrigam muitos pigmeus.
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228 Geografia Geral
As savanas dominam a maior parte do território. A presença demuitos lagos – destacando o Vitória, o maior do continente – ecursos de água da bacia do rio Nilo ajudam na geração de ener-gia hidrelétrica e no desenvolvimento da agricultura, base da eco-nomia. O café é responsável por 98% das exportações. A políti-ca instável nas últimas três décadas põe abaixo grande parte dainfra-estrutura produtiva.
Países da África meridional (ou austral)
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Mapa da África Meridional
229Geografia Geral
África do Sul (República Sul-Africana)
Capital, Cidade do Cabo (legislativa), Pretória (administrativa),Bloemfontein (judiciária); governo, República Presidencialista; lín-guas, inglês e africâner.
O país conheceu o mais duradouro e cruel regime de segrega-ção racial (apartheid), mundialmente reprovado. Desaparecido oapartheid, subsistem enorme diferença social entre brancos enegros e altas taxas de desemprego e criminalidade. O país édividido pelo Trópico de Capricórnio e banhado pelos oceanosAtlântico e Índico. Na junção dos dois oceanos encontramos ocabo da Boa Esperança, ponto estratégico das rotas comerciaiseuropéias para o Oriente, descoberto pelo navegante portuguêsBartolomeu Dias, no século XV. Na economia destacam-se a agri-cultura de subsistência, que poucas mudanças teve desde o sé-culo XIX, e uma moderna atividade industrial, a mais importantedo continente. É a maior produtora mundial de ouro, um dos paí-ses líderes na extração de diamante e tem grandes reservas decromita, urânio, antimônio, platina e carvão. O turismo também éuma forte fonte de divisas. Entre os principais atrativos encontra-mos reservas de animais selvagens, no Parque Nacional Kruger,onde podem ser vistos, entre outros, os chamados “cinco gran-des”: elefante, leão, leopardo, búfalo e rinoceronte.
Angola
Capital, Luanda; governo, República Presidencialista; língua,português.
Viveu, desde a independência, uma devastadora guerra civil,em que se opunha o partido do governo, o Movimento Popularde Libertação de Angola (MPLA), de orientação marxista, e aUnião Nacional para a Independência Total de Angola (Unita),anticomunista. O conflito fez milhares de vítimas. A economia sebaseia na exploração de diamante e de petróleo. Várias estra-das e ferrovias foram destruídas e a terra não pode ser cultivada
230 Geografia Geral
devido às minas terrestres. O país também apresenta baixos in-dicadores sociais: os angolanos vivem em média 46 anos, ape-nas 16% têm acesso a água encanada e a rede de esgoto emais da metade não é alfabetizada. Terra originária de escravostrazidos para o Brasil, está situada a sudoeste da África. O rele-vo, baixo no litoral, na região central chega a atingir em médiaaltitudes de 1,2 mil metros. Nessa área encontram-se nascentesde vários rios que alimentam grande parte das bacias da Áfricameridional. A vegetação que predomina é a savana, cobrindoperto de 60% do território.
BotsuanaCapital, Gaborone; governo, República Presidencialista; lín-
gua, inglês.
Botsuana encontra-se numa região semi-árida no sul da Áfricae não possui saída para o mar. Cerca de 85% de seu territórioestá no deserto de Kalahari, sujeito a secas que duram até anos.Grande parte dos rios é temporária – um dos principais é oOkavango, ao norte, onde vivem vários de tipos animais, comoelefantes, leões, leopardos, búfalos, zebras e crocodilos. Em tem-pos de chuvas abundantes, as águas do delta atingem o pânta-no de Makdikgadi e atraem também pelicanos e flamingos. É tãoimportante a chuva no país que o nome da moeda nacional épula (chuva, em língua setsuana). Grande parte da populaçãopertence à etnia tsuana e é encontrada na região sudeste, ondea terra permite a atividade agrícola. A boa infra-estrutura dosparques nacionais, como Chobe e Gemsbok-Mabuasehube, atraituristas. Possui grandes jazidas de níquel, cobre e diamante,mineral do qual é um dos maiores produtores mundiais. Enfrentagrandes e graves problemas na área de saúde. De acordo com aOMS (Organização Mundial da Saúde), a quarta parte de suapopulação adulta é portadora do vírus da aids.
MadágascarCapital, Antananarivo; governo, República Parlamentarista; lín-
guas, malgaxe e francês.
231Geografia Geral
Localiza-se no oceano Índico, a cerca de 400 quilômetros dosudeste do continente africano, sendo a quarta maior ilha do mun-do. No país existem dezoito grupos étnicos, mas ainda é forte ainfluência de colonizadores asiáticos. A agricultura é baseada naprodução de baunilha, cravo-da-índia – dos quais é líder mundial– e arroz, possuindo mais semelhanças com o continente asiáti-co. A distância geográfica de Madágascar favoreceu o desenvolvi-mento de inúmeras espécies únicas de plantas e animais. Mas oacentuado crescimento populacional e as práticas predatórias deuso do solo provocam intensa destruição ambiental.
Moçambique
Capital, Maputo; governo, República com forma mista de go-verno; língua, português.
Situa-se no sudeste da África, com uma costa de 2,5 mil quilô-metros, com praias e recifes de coral no arquipélago Bazaruto, oparque mais conhecido do país. Possui dois rios (Zambezi eLimpopo) que percorrem o país desaguando no oceano Índico. Aguerra civil entre a Frente de Libertação de Moçambique e a guer-rilha anticomunista da Resistência Nacional Moçambicana, ter-minada em 1992, deixou quase 1 milhão de mortos e gravesconseqüências sociais. Desde o término da guerra, o povo veminvestindo na reconstrução da economia, desenvolvendo a pes-ca, a exploração de gás, a mineração e a exploração da madei-ra. A produção não é suficiente para absorver a mão-de-obra equase 80% praticam a agricultura de subsistência. O país é de-pendente de ajuda externa, pois é um dos países mais pobresdo mundo. Embora o português seja o idioma oficial, apenas 50%do povo fala essa língua.
Namíbia
Capital, Windhoek; governo, República com forma mista degoverno; língua, inglês.
Desde 1990 é independente da África do Sul. Possui a menordensidade demográfica da África (dois habitantes por quilômetro
232 Geografia Geral
quadrado), e a maior área do território está em áreas desérticas.Na costa está o deserto da Namíbia e no interior, o de Kalahari.Seus parques e reservas de animais selvagens atraem muitos tu-ristas, ainda que a caça seja rigorosamente controlada por leisnacionais de proteção ambiental. A economia namibiana é bemdesenvolvida levando em consideração os padrões do continenteafricano, baseada na pesca, no gado e na mineração. O país é osegundo produtor mundial de chumbo e tem muitas reservas dediamante e urânio. A nação traz a herança do apartheid (regimede segregação racial), imposto durante décadas pelo governo sul-africano. A minoria branca corresponde a 7% da população.
ZâmbiaCapital, Lusaka; governo, República Presidencialista; língua,
inglês.
As suas cataratas (Victoria Falls), no rio Zambezi, constituídapor uma cortina de água de cerca de 90 metros de altura, são aprincipal atração do país. A maior parte de sua área é coberta porsavanas e seus parques nacionais possuem grande variedade deanimais, principalmente próximo aos rios Luangwa e Kafue. Umgrande planalto predomina na área leste atingindo o ponto maisalto no altiplano Nyika (2.650 metros aproximadamente). A popu-lação se divide em cerca de setenta etnias, concentrada nas re-giões de extração de cobre, ao norte da capital, Lusaka. Zâmbia éo quinto maior produtor mundial desse minério, responsável por80% da receita externa. Possui também importantes reservas decobalto, zinco e chumbo. A agricultura, que ocupa 70% da forçade trabalho, também é economicamente importante.
ZimbábueCapital, Harare; governo, República Presidencialista; línguas,
inglês, chona e sindebele.
Reservas de animais selvagens ocupam 13% da área destepaís à sudeste da África. As cataratas de Vitória (Victoria Falls) éoutra importante atração turística do país, na divisa com a Zâmbia.Os nativos dão-lhe o nome de “fumaça que troveja”, porque as
233Geografia Geral
águas que caem de uma altura de 90 metros formam nuvens depequenas gotas, que são visíveis a quilômetros de distância. Opaís ainda possui marcas de reinos medievais, como o sofistica-do conjunto de construções de pedra do Grande Zimbábue. Amaior parte do território é formada por um planalto coberto desavanas. Na região leste, onde está a capital, Harare, predomi-nam as montanhas que são numerosas. O solo fértil e o climaameno ajudam na agricultura, que emprega cerca de 80% daforça de trabalho. A industrialização se beneficia de reservasminerais de ouro, níquel, cobre, prata, ferro e esmeralda, expor-tados em grande escala. Apesar de representarem 2% da popu-lação, os brancos concentram a riqueza nacional.
Meio ambiente (1996)
Área de floresta ................................ 5.202.370 km2
Áreas de conservação ................. 5,2% do território
Recursos hídricos per capita .................... 5,5 mil m3
Emissão de CO2 per capita .............................. 1,1 t
Desmatamento ................ 187.410 km2 (1990-1995)
Questões de vestibular1) (UFPR) Sobre o continente africano, é CORRETO afirmar que:01) A “África Branca” corresponde à faixa norte do continente que tem
extensa área desértica interrompida por faixas agrícolas, localiza-das no vale do Nilo e no litoral mediterrâneo do Magreb.
02) Líbia, Argélia, Nigéria e Gabão são os maiores produtores de petró-leo da África.
04) O lago Vitória é o mais extenso da África.08)Na produção mineral da África destacam-se as minas de diaman-
tes do Zaire e da República Sul-Africana e as jazidas de fosfatos doMarrocos.
234 Geografia Geral
16) Alguns dos maiores desertos do mundo estão localizados na Áfri-ca, como os do Saara e Kalahari.A soma das alternativas corretas é igual a:
a) 20b) 22c) 28d) 30e) 31
2) (Unirio) Em relação ao continente africano, todas as opções a se-guir estão corretas, EXCETO uma. Assinale-a.
a) se, por um lado, o relevo predominantemente planáltico do continentetorna seus rios pouco navegáveis, por outro, favorece seu potencialhidrelétrico, que é bastante grande.
b) seu litoral bastante extenso, porém pouco recortado, dificulta seu apro-veitamento para a instalação de portos.
c) em toda a porção central o clima seco favorece o domínio de formaçõesvegetais desérticas, sendo que apenas ao norte encontramos a manchade floresta equatorial refletindo a maior umidade desta região.
d) em geral apresenta uma hidrografia pobre, em decorrência da predomi-nância de climas secos, mesmo apresentando rios como o Nilo e o Congo,que estão entre os maiores do mundo.
e) apesar de apresentar um relevo com predomínio de terrenos de forma-ção geológica antiga, aparecem alguns trechos mais elevados de ori-gem recente, onde se encontram alguns vulcões.
3) (Fuvest) O mapa destaca o conjunto dos espa-ços onde vivem e predominam populações do gru-po étnico negróide. A chamada “África Negra”se estende, principalmente, por áreas de climas:
a) tropicais e equatoriais, com domínio dos de-sertos e savanas.
b) temperadas e subtropicais, cobertas desavanas, desertos e estepes.
235Geografia Geral
c) equatoriais, com domínio das savanas, florestas e desertos.d) equatoriais e tropicais, onde ocorrem florestas, savanas e estepes.e) equatoriais, cobertas de florestas e desertos.
4) (Unesp) Assinale a alternativa que explica por que a distribuiçãodas paisagens climatobotânicas praticamente se repete ao norte eao sul da linha do Equador no Continente Africano:
a) atuação das correntes marítimas.b) posição latitudinal.c) formação geológica.c) disposição do relevo em planaltos cristalinos e sedimentares.e) distribuição pluviométrica irregular.
5) (Mackenzie) A bacia hidrográfica que apa-rece no mapa ao lado é a do:
a) extenso Nilo, que fertiliza o território queatravessa, com as suas cheias periódicas.
b) Níger, que nasce próximo ao oceano, maspercorre as regiões áridas do Saara, atéchegar ao golfo da Guiné.
c) Orange, que atravessa as ricas regiõesauríferas do Transvaal.
d) longo e caudaloso Congo, que atravessa asregiões equatoriais marcadas por exuberante floresta.
e) Zambeze, que apresenta as cachoeiras de Vitória e atravessa regiõesde baixo saneamento.
6) (Fuvest) O continente africano é extremamente diverso. Pesquisa-dores o dividem em regiões como a do Magreb, localizada:
a) ao sul do Saara, formada por países que foram colônias francesas.b) no noroeste da África, constituída por países onde predomina a reli-
gião islâmica.c) no extremo sul, onde se encontram os países mais industrializados da
África.
236 Geografia Geral
d) na África Central, onde as fronteiras políticas estabeleceram-se an-tes que nas demais regiões.
e) no nordeste da África, foco de conflitos tribais pela definição de fronteiras.
7) (UFF-RJ) A África é um dos continentes mais afetados pela pobre-za, guerras e conflitos étnicos. Acrescenta-se, ainda, à dramáticarealidade africana, a proliferação de doenças, entre elas, a aids, quejá atinge cerca de 25 milhões de africanos (70% do total mundialdos soropositivos, segundo as informações da OMS). Para muitosautores a África representa uma “periferia abandonada” ou, atémesmo, “desconectada” do capitalismo globalizado. Entretanto, nes-se continente, observa-se a presença de “periferias exploradas” que,em função dos seus recursos naturais estratégicos, atendem aosinteresses das empresas globais; esse processo mantém, no séculoXXI, formas históricas de exploração do colonizado pelo colonizador.Dentre os recursos estratégicos das “periferias exploradas” da Áfri-ca, merecem destaque:
a) os diamantes na África do Sul e o petróleo na Argélia e na Nigéria.b) o urânio e o ferro em Uganda e Angola.c) a bauxita e o alumínio na Somália e no Zaire.d) o cobre na Líbia e o estanho na Tunísia e em Benin.e) o carvão no Egito e o silício na Costa do Marfim.
8) (UFES) De acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), aÁfrica subsaariana abriga os 20 países mais pobres do mundo. Ne-les, cerca de 30% da população sofre de subalimentação.Sobre a pobreza, nesses países africanos, nas últimas décadas, écorreto afirmar que:
a) as conjunturas climáticas e/ou políticas adversas são responsáveispela miséria de enorme parcela da população.
b) o aumento da importação de alimentos e o crescimento da receita nasexportações favoreceram o equilíbrio da balança comercial.
c) o índice de pobreza na região do Sahel é menor do que em outras regiões,devido às favoráveis condições climáticas.
237Geografia Geral
d) os instrumentos usados para o recente controle da natalidade sãosuficientes para atender a população.
e) o tráfico de crianças para exploração de seu trabalho vem diminuindonos últimos anos.
9) (Mackenzie)I. O crescimento populacional supera a média anual de 2,5%, enquanto
a produção de cereais tem aumentado cerca de 1,0% ao ano.II. A maior parte dos países da região depende da exportação de pro-
dutos agrícolas ou minerais.III. Os investimentos estrangeiros têm sido direcionados para o desen-
volvimento das indústrias de bens de consumo.Aplicam-se à África Negra, apenas:
a) I e II.b) II e III.c) I e III.d) I.e) III.
10) (FGV-SP) A África é cada vez menos “visível”. Diríamos que “desertou”do mundo ou o mundo a esqueceu. Gostamos dela, mas viramos o ros-to. Não compreendemos mais nada do que se passa nesse continente.(Adap. Gilles Lapouge. Jornal O Estado de S. Paulo. 2/4/2000. p. A-27.)Assinale a alternativa que interpreta corretamente as idéias do tex-to acima:
a) abandonado pela União Européia e pelos EUA, o Canadá constitui hojea maior fonte de recursos para a África, inclusive intercedendo no Birdpara o perdão de sua dívida externa.
b) a África desertou do mundo desde a Conferência dos Países Não-Ali-nhados em Bandung, ocasião em que os países de sua porção meridio-nal posicionaram-se contra o capitalismo e o socialismo.
c) a França e os Estados Unidos passaram a controlar a África Seten-trional porque esta região é a mais pobre do continente e a que temmaior número de conflitos armados.
238 Geografia Geral
d) após o fim da Guerra Fria, a perda de interesse político de algumasnações africanas que eram disputadas pelo bloco capitalista e socia-lista levou, nos anos 1990, a um abandono do continente, principal-mente da chamada África Negra.
e) a África é cada vez menos visível porque a fome, a miséria e as seitasreligiosas contribuíram para reduzir sua taxa de crescimentodemográfico, em torno de 3%, para menos de 1% ao ano.
239Geografia Geral
O continente asiático: panorama geral
Aspectos físicos Maior continente do mundo, com uma área de 44.397.460 km2
(incluindo a parte asiática da Rússia e da Turquia, e o OrienteMédio), corresponde por volta de 30% das terras emersas do pla-neta. Seu limite ao norte é o mar Glacial Ártico, ao sul, o oceanoÍndico, a leste, o oceano Pacífico, e a oeste, o mar Vermelho, omar Mediterrâneo e a Europa. A fronteira convencional entre Ásiae Europa é formada pelos montes Urais, rio Ural, mar Cáspio,montanhas do Cáucaso e mar Negro. A Ásia integra-se à Áfricapelo istmo de Suez e é separada da América pelo estreito de Bering.
Seu relevo possui a maior altitude média do mundo (960 me-tros), principalmente nas cordilheiras do Himalaia e do Kunlun,que circundam o planalto do Tibet, conhecido como o teto domundo. Nas montanhas da Ásia Central, nascem os principaisrios do continente: Amur, Huang He e Chang Jiang, que desem-bocam no oceano Pacífico; o rio Mekong, no mar da China Meri-dional; os rios Brahmaputra, Ganges e Indo, no oceano Índico.
Dados geográficosÁrea: 44.397.460 km2
Maior país: Federação Russa (17 mi km2, dos quais12,8 mi km2 na porção asiática)
Menor país: Maldivas (298 km2)Recordes – Ponto mais elevado: monte Everest, 8.848 m
(Nepal/ China)Maior depressão: mar Morto, – 395 m (Israel/Jordânia)Maior ilha: Bornéu, 736.000 km2
Maior mar: mar da China Meridional, 2.316.260 km2
Maior golfo: golfo de Bengala, 2,1 mil km2
240 Geografia Geral
Maior lago: mar Cáspio, 371.000 km2 (entre Azerbaijão/Federação Russa/Cazaquistão/Irã/Turcomenistão)
Maior rio: Chang Jiang, 5.800 kmMaior bacia hidrográfica: bacia do Obi, 2,9 mi km2
Altitude média: 960 m
90o
70o
60o
50o
180o
170o
160o
150o
10o
0o
120o110o100o90o80o70o60o50o
40o
20o
170 o
160 o150 o140 o130 o
120o
110o
100o80
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70o
60o50
o40o30
o20o
10o
0o
Círculo
Polar Ártico
Trópico de Câncer
MAR DEBARENTS
Penínsulada Anatólia
Penínsulado Decã
Istmode Suez
Penínsulado Sinai
PenínsulaArábica
PLANÍCIE DAMESOPOTÂMIA
PLANÍCIE DORIO INDO
PLANÍCIEINDO-GANGÉTICA
PLANÍCIEDO GANGES
Penínsulada Indochina
Penínsulada Coréia
PenínsulaMalaia
I. Sumatra
I. Ceilão
I. Java
I. Bornéu I. Sulawesi
I. Mindanao
I. Luzón
I. Formosa
I. KiushuI. Shikoku
I. Honshu
I. Hokkaido
I. Sacalina
Is. A
leut
as
I. Timor
Is. Molucas
PLANÍCIEDO MEKONG
PLANÍCIEDA CHINA
PLANALTODA ARÁBIA
PLANALTODA ANATÓLIA
PLANALTODA ARMÉNIA
PLANALTODO IRÃ
PLANALTODO DECÃ
PLANALTODO
GANGES
PLANALTODO TIBETE
PLANALTODO PAMIR
PLANALTODO LAOS
MONTESELBRUS
MONTESZAGROS
DESERTODA ARÁBIA
CADEIA DOCÁUCASO
Penínsulade Taimir
PLANALTO CENTRALSIBERIANO
MONTESVERKHOIANSK
MONTES STANOVOI
MONTES IABLONOVI
MONTESTIAN-SHAM
PLANALTODA MONGÓLIA
DESERTO DE GOBIMONTES ALTAI
PLANALTO DAMANCHÚRIA
MONTES KOLIMA
MAR DE OKHOTSK
MAR DO JAPÃO
MARAMARELO
MAR DE BERING
PenínsulaKamtchatka
PLANÍCIEDA SIBÉRIA
MO
NTE
S U
RA
IS
Is. Nova Zembla
Is. Terra do NorteIs. Nova Sibéria
Meridiano de Greenwich
MAR DO NORTE
MAR BÁLTICO
MA
RNEGRO
MA
RC
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IO
MAR DE ARAL
RioVolga
Rio
Ural
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RioTig
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P
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Rio
Am
u-Daria
Rio
Syr-Daria
Rio
Irtish
Rio Ob
Rio
Ienissei
Is. Kurilas
Rio
Lena
RioM
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Rio
Yang Tsé King (Azul
RioHoang-H
o(A
m
arelo)
Golfo de Omã
Golfo de Bengala
MARDA CHINA
DESERTODO IRÃ
DESERTODE THAR
DESERTOTAKLA MAKAN
CO
RDILHEIRA DO HIMALAIA
Golfo Áden
MAR ARÁBICO
Rio Bramaputra
LagoBalkhash
OCEANOÍNDICO
OCEANOPACÍFICO
MA
RM
ED
ITER
RÂNEO
Altitudes
0 (depressão)
200 (tundra)
500
1.500
3.000
Mais de 3.000
MAR MEDITERRÂNEO
0 1.176km 2.352km
ESCALA
W E
N
S
EGITO
ÁFRICA
Cairo
Golfo de Suez
Rio
Nilo
Can
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Su
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Mapa físico da Ásia
241Geografia Geral
Os climas mais extremos da terra se encontram na Ásia: odeserto quente da Arábia e o frio de Gobi (China) e, ao norte, agelada Sibéria, rica por suas grandes reservas minerais, quecomeçaram a ser explorada pela Rússia depois da construçãoda ferrovia Transiberiana, no início do século XX. As reservas demineral também são grandes no Oriente Médio: países do golfoPérsico (Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, entre outros) garan-tem a maior parte da produção mundial de petróleo.
Devido à grande extensão do território, aos diversos tipos derelevo e ao regime de monções, típico do sudeste do continentee caracterizado pela existência de duas estações no ano, bemdefinidas. O verão (junho a agosto) é quente e extremamentechuvoso, devido aos ventos úmidos provenientes dos oceanosÍndico e Pacífico em direção do interior do continente. No inver-no, como os ventos são originários do continente (norte da Ásia),é mais frio e seco. É a época da estiagem.
Encontramos na Ásia os climas polar, continental frio, conti-nental árido, montanhoso, continental, mediterrâneo, equatorial,tropical e tropical árido. Em conseqüência, a vegetação tambémé muito variada: tundras, estepes, florestas de coníferas, florestatemperada e floresta tropical. A maior parte das florestas nativas(cerca de 70%), exceto na Federação Russa, foi desmatada. Asflorestas restantes são encontradas em Mianmar, no Laos,Camboja, Indonésia e na Federação Russa. Esse país abrigaquase três quartos das florestas de coníferas do mundo, a maiorparte localizada na Sibéria.
Aspectos populacionais e econômicosÉ o continente mais populoso do mundo. Dos seus 3,6 bilhões
de habitantes, mais da metade vive na China (1,3 bilhão, o maispopuloso país do mundo) e na Índia (1 bilhão, o segundo maispopuloso). Depois do rápido crescimento populacional entre asdécadas de 1950 e 1970, as taxas de crescimento demográficoestão diminuindo (0,51% anualmente, entre 1995 e 2000). A po-pulação divide-se nos continentes de forma muito desigual. Há
242 Geografia Geral
áreas praticamente despovoadas, como Sibéria, Tibet e a penín-sula Arábica, e áreas de grande concentração humana, comoem Pequim, Xangai, Mumbai (ou Bombaim), Calcutá, Seul, Ja-carta e Tianjin, e nas planícies aluviais de Bangladesh, da Chinae da Índia, e no Japão.
Dados populacionais (2000)Total: 3,678 bilhõesPaís mais populoso: China (1,27 bilhão)País menos populoso: Maldivas (286 mil)Densidade: 82,84 hab./km2
População urbana: 36%Crescimento demográfico: 1,4% (1995-2000)Natalidade: 22% (1998)Mortalidade: 8% (1998)Mortalidade infantil: 57% (1995-2000)Analfabetismo: 24,9%
Sobre a religiosidade dos asiáticos, o continente tem seguido-res de quase todas as religiões: judaísmo (Israel), islamismo(Oriente Médio, Ásia Centro-Ocidental e ilhas do sudeste), cristi-anismo (Filipinas e parte da Sibéria), hinduísmo (Índia), budismo(Ásia Centro-Oriental), confucionismo (China), xintoísmo (Japão)e muitas religiões tradicionais nas ilhas do sudeste. A diversida-de étnica é também muito grande (mongóis, turcos, indoeuropeus,tadjiques). Também é grande a sua lingüística, com idiomas detodos os troncos, exceto o ameríndio e o africano. O mandarim,o hindi, o russo, o árabe, o bengali e o japonês, presentes nocontinente, estão entre as dez línguas mais faladas do mundo.
243Geografia Geral
Existem no continente importantes centros industriais, como oJapão e nações de modernização econômica recente, como osTigres Asiáticos – Coréia do Sul, Cingapura, Tailândia, Malásia,Indonésia, Taiwan (Formosa) e a China continental. O modelo eco-nômico dos Tigres é baseado em vultuosa disponibilidade de ca-pitais externos, que aproveitam a mão-de-obra relativamente ba-rata e disciplinada. Porém, o rápido crescimento econômico foiabalado pela crise que atingiu o Sudeste Asiático em 1997. Assim,para se recuperarem, passaram a adotar programas de estabili-
0 1.292km 2.584km
ESCALA
ISLÂNDIA
TURQUIACHIPRESIRIA
LÍBANO
KUWEIT
ÁF
RI
CA
ARÁBIASAUDITA
IÊMEM OMÃ
PAQUISTÃO
ÍNDIA
SRILANKA
AFEGANISTÃO
TADIQUISTÃO
QUIRGUISTÃO
CAZAQUISTÃO
MONGÓLIA
CHINA
CORÉIADO NORTE
CORÉIADO SUL
Pen.Chukchi
ALASCA (EUA)Estreito de Bering
FORMOSA
FILIPINAS
IRIANOCIDENTAL
INDONÉSIA
MALAÍSIA
BRUNEI
CAMBOJA
TAILÂ
ND
IA
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TNÃ
LAOSMIANMA
BUTÃONEPAL
BA
NG
LAD
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H
CINGAPURA
AUSTRÁLIA
TAIPÉ
HONG KONG
I. Luzón
I. Mindanao
I. NovaGuiné
I. Sulawesi
I. TimorI. Java
I. Sumatra
I. Bornéu
MACAU (POR)
JAP
ÃO
UZBEQUISTÃO
TUR
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MEN
ISTÃOIRÃ
EM ÁR.UNIDOS
CATAR
BAREIN
Golfo Pérsico
ISRAEL
IRAQUE
JORDÂNIA
FAIXA DE GAZA
Estreito deBósforoEstreito de
Dardanelos
RÚSSIA
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PÓLONORTE
GROENLÂNDIA
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOPACÍFICO
OCEANOÍNDICO
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EANO GLACIAL ÁRTICO
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MAR DE ARAL
Trópico de Câncer
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W E
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Mapa político da Ásia
244 Geografia Geral
dade do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mun-dial, adotando medidas como restrições ao crédito, elevação deimpostos, arrocho salarial, privatizações, saneamento do sistemabancário e controle rígido das contas públicas. Em 1999, a Ásiarecebeu perto de 40 bilhões de dólares em investimentos priva-dos estrangeiros, mais de quatro vezes em relação ao ano ante-rior. Porém, há no continente asiático imensas áreas atrasadaseconomicamente, com graves problemas sociais. Na Ásia Meridio-nal, em países como Índia, Bangladesh, Paquistão, Sri Lanka,Butão, perto de 40% da população vive em absoluta pobreza, con-forme Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU de 2000.
Contudo, apesar da forte modernização, quase 60% da forçade trabalho é empregada na agricultura, cultivando quase umterço do total mundial de cereais, especialmente arroz, quecorresponde a 90% da produção mundial. Mesmo assim, a re-gião importa para poder suprir a demanda interna. Dentre os pro-dutos exportados, estão o chá, a borracha e o açúcar de cana. Aextração mineral é uma enorme fonte de divisas para os paísesdo golfo Pérsico. Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e EmiradosÁrabes Unidos, todos membros da Opep (Organização dos Paí-ses Exportadores de Petróleo), detêm perto de 60% das reser-vas mundiais de petróleo e imensas reservas de gás natural.
Dados econômicos (1998)PIB US$ 7,1 trilhõesPIB per capita: US$ 2.039Exportações: US$ 1,360 trilhão, 25,7% do total mundialImportações: US$ 1,151 trilhão, 21,1% do total mundialProdução mineral: cobre, ouro, fosfato, diamante, miné-
rio de ferro, bauxita, chumbo, enxofre, cromo, manganês,potássio
Área cultivada: 6.840.660 km2 ou 15,4% da área total
245Geografia Geral
Países do continente asiático
Ao todo, são 44 países: Afeganistão, Arábia Saudita, Bangla-desh, Barein, Brunei, Butão, Camboja, Catar, Cazaquistão, Chi-na, Cingapura, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Emirados ÁrabesUnidos, parte asiática da Federação Russa, Filipinas, Taiwan(Formosa), Iêmen, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Israel, Japão,Jordânia, Kuwait, Laos, Líbano, Malásia, Maldivas, Mianmar,Mongólia, Nepal, Omã, Paquistão, Quirguistão, Síria, Sri Lanka,Tadjiquistão, Tailândia, Turcomenistão, parte asiática da Turquia,Uzbequistão e Vietnã.
Alguns países asiáticos
Arábia Saudita
Superfície, 2,1 mi km2; capital, Riad; governo, Monarquia Is-lâmica; língua, árabe.
Nação do Oriente Médio, é uma monarquia absolutista gover-nada pela família Sa’ud, que dá nome ao país. Não existe poderlegislativo e a lei islâmica é aplicada de forma severa. As mulhe-res recebem maior número de restrições; obrigadas a usar rou-pas que cobrem todo o corpo, inclusive a cabeça, não podemviajar sozinhas nem dirigir. O país recebe por ano perto de3 milhões de muçulmanos que visitam as principais cidades sa-gradas do islamismo, Medina e Meca. Não-muçulmanos não po-dem entrar em Meca.
Quase todo o território saudita é formado por desertos, entreeles o Rub’al Khali, um dos maiores do mundo. A economia sebaseia na exploração da maior reserva mundial de petróleo, e aindústria, principalmente ligada ao setor petroquímico, recebegrandes incentivos. O governo investe no cultivo em grande es-cala de cereais em terras áridas e fornece gratuitamente atendi-mento médico e remédios à população.
246 Geografia Geral
ChinaSuperfície, 9,5 mi km2; população, 1,3 bilhão de habitantes;
capital, Pequim; governo, Comunista com regime de partido úni-co; língua, mandarim.
Único país do mundo onde convivem dois sistemas econômi-cos: o comunista (na maior parte do território) e o capitalista (nasZonas Especiais e em Hong Kong e Macau, até recentementecolônias do Reino Unido e de Portugal, respectivamente). Desde1970, o governo comunista tem-se voltado para a economia de
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0 351km 702km
ESCALAM
arV
ermelho
Golfo
Pérsico
DESERTO RUR'AL KHALI
OMÃ
EMA
IÊMEN
CATAR
KUWAIT
IRAQUE
JORD.
Trópico deCáncer
Mte. al-Hijaz3.133 m
Al Jawf
Tabuk
Medina
Yanbu'al Bahr
Jidá
Meca
Jizan
At Ta'if
Chawar
BuqayqAl Qatif
Ad Dammam
Ra's Tannurah
Safaniva
Qal'at Bishah
Riad
Principais poçosde petróleo
Cidades religiosas
Portos principaís
Mapa da Arábia Saudita
247Geografia Geral
mercado, com o intuito de atrair investimentos estrangeiros, ofe-recendo mão-de-obra barata, qualificada e organizada, que re-sultaram nas mais altas taxas de crescimento e numa invasãode produtos chineses por todo o mundo. Na política, permaneceo regime de partido único, e o governo chinês é criticado peloOcidente por violações constantes dos direitos humanos.
País com maior número de habitantes do planeta, sendo 90%da etnia han, e um dos maiores em extensão territorial, apresentadiferentes variações climáticas. No verão a temperatura alcança38 oC e, no inverno, mínimas de até – 45 oC. No oeste, na fronteiracom o Nepal, na região do Tibet, fica a cordilheira do Himalaia,onde se encontra o pico mais alto do mundo, o Everest. No lesteencontram-se as planícies, ocupadas pela agricultura. As diferen-ças de altitude garantem ao país grande potencial hidrelétrico. Suacultura é milenar e a nação é berço de religiões como o confucio-nismo, o taoísmo e algumas vertentes do budismo.
Hong Kong voltou à soberania da China em 1º de julho de1997, com status de Região Administrativa Especial (SAR), após156 anos de colonialismo britânico. É o quarto mercado financei-ro do mundo e o porto mais movimentado da Ásia. Com essamudança, a China ampliou enormemente seu poder econômico.
Hong Kong foi cedida ao Reino Unido em 1842, após a derrotachinesa na I Guerra do Ópio. A península de Kowloon, que faz partedo território, passou a ser controlada pelos britânicos em 1860, nofinal da II Guerra do Ópio, enquanto os Novos Territórios foram arren-dados por 99 anos em 1898. A devolução se fez segundo acordo de1984 entre a China e o Reino Unido, sob o lema “um país, dois siste-mas”. A China é a última potência comunista do planeta, e HongKong é vista como a economia mais liberal existente. Nessa cidade2,3 mil multinacionais possuem escritórios, incluindo 85 dos 100 mai-ores bancos do mundo. Pelo acordo, Hong Kong deverá manter, pelomenos até 2047, seu sistema econômico (inclusive a moeda) e umelevado grau de autonomia administrativa. A China é responsávelpela política externa e pela defesa da região.
248 Geografia Geral
CingapuraSuperfície, 641 km2; capital, Cidade de Cingapura; governo,
República Parlamentarista; línguas, malaio, mandarim, tâmil einglês.
É uma cidade-Estado, localizada na maior ilha de um arquipé-lago ao sul da península da Malásia. Áreas urbanas ocupammetade do território e no restante estão plantações, parques pú-blicos e áreas militares. Poucas áreas de florestas tropicais origi-nais sobreviveram. Grande parte da população é de origem chi-nesa, e há minorias de malaios e indianos. Mesmo sendo umacidade moderna, com arranha-céus de vidro e aço, Cingapuraconserva elementos da antiga cultura asiática. Importanteentreposto comercial e financeiro, o país possui uma renda percapita superior a 30 mil dólares, fazendo com que seus habitan-
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S0 33km 66km
ESCALA
114o 10' 114o 15'
22o 20'
ILHAMAWAU
ILHASTONECUTTERS
N O V O S T E R R I T Ó R I O S
CHINA
ILHADE VITÓRIA
I. LANTAU
YI CHAN
I. PENG CHAN KAU YI CHAN I. GREEN
I. SUNSHINE
HEI LING CHAN
Ruas e estradas
Área ocupada porprédios
Parques florestais
Aeroportointernacional
TSING YI
TSUENWAN
NOVO KOWLOOW
KOWLOOW
Aeroporto
Túnel
KAITAK
KWUNTONG
I. SHELTER
KANSAI CHAN
TIU CHUNG CHAU
I. BLUFF
I. JUNK
I. TUNGLUNG
CANALTATHONG
BAÍA DETAITAMILHA ROUND
(NGAN CHAU)
I. LAMMA
I. BEAUFORT
TAI-WAN
I. KONG
MAR DA
CH
INA
CANAL DOLANNA
LESTE
22o 15'
A
A
114o '5
114o 20'
Mapa da China
249Geografia Geral
tes tenham um dos mais altos padrões de vida do mundo. A eco-nomia é baseada nos serviços bancários, no turismo e na indús-tria de alta tecnologia. É o maior produtor mundial de discos rígi-dos para computador. Na política, Cingapura possui um dos sis-temas mais fechados da Ásia, com censura severa. Penas me-dievais, como chibatadas, ainda são usadas legalmente.
Coréia do NorteSuperfície, 121 mil km2; capital, Pyongyang; governo, Comu-
nista com regime de partido único; língua, coreano.Após a Segunda Guerra Mundial, a península da Coréia foi
dividida em dois países: a Coréia do Norte, comunista, um dosregimes mais fechados do mundo, e a Coréia do Sul, capitalista,um dos Tigres Asiáticos. São raros os turistas que entram naCoréia do Norte, e o intercâmbio comercial com o exterior é irri-sório. Sua divisa com a vizinha Coréia do Sul, no paralelo 38, évigiada por 35 mil soldados norte-americanos. As duas naçõesestão em estado de guerra desde 1950.
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0 10km 20km
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Sebawang
Pico Bukit Timah165m
MALÁSIA
TuasEstreito
de Málaca
Estreitode Cingapura
Changi
Cidade de Cingapura
Portos principaís
Estreito de Johore
Selet a r
Cingapura
Relrie res.
Pasir Panjang
250 Geografia Geral
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Mar do Leste
Baia daCoréia
Ch'
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Yalu
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Taedong
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Kimch'ach
Ch'ongjin
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CHINA
CORÉIA DO SUL
HamhungYongbyon
Namp'o
Haeju
Wonsan
P' anmunjom
Pyongyang
Hungnam
Portos principaís 0 73km 146km
ESCALA
Mte. Paektu2.744m
Existe ameaça regular de confronto, fazendo com que os nor-te-coreanos gastem com defesa o equivalente a 28,6% de seuPIB, uma das maiores taxas do mundo.
Localizada a leste da Ásia, a Coréia do Norte é muito monta-nhosa. A maior parte do território não é habitada e nem possuicondições para a agricultura, o que prejudica a produção de ali-mentos. Assim, seguidos anos de safras ruins acarretaram gra-ves problemas com a falta de alimentos. A situação piorou de-
Mapa da Coréia do Norte
251Geografia Geral
pois da extinção da União Soviética (URSS). A economia, ba-seada no desenvolvimento da indústria pesada e na mecaniza-ção da agricultura, entrou em colapso com o fim do auxílio sovié-tico. O país é um dos mais ricos em minerais do continente, pos-suindo cerca de 50% da reserva mundial de magnesita e impor-tantes depósitos de carvão, ferro, tungstênio e grafite. Nos últi-mos anos têm havido uma aproximação com a Coréia do Sul e apermissão para a visita de sul-coreanos a seus parentes do Nor-te. Suspeita-se que o país possua bombas atômicas.
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0 66km 132km
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Mar Amarelo
Estreito da Coréia
Mar do LesteCORÉIA DO NORTE
Taljon
Seul
Inch'on
Kunsan Taegu
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Kwangju
Ilha Cheju
IlhaUllung
KYONGJU
KumKo
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ngHan
Nakto
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Somjim
Mte. Hailasan1.950m
Portos principais
Patrimônio natural
Pusan
Po'hang
Kangnung
Ch'unchon
Mapa da Coréia do Sul
252 Geografia Geral
Coréia do Sul
Superfície, 99 mil km2; capital, Seul; governo, República comforma mista de governo; língua, coreano.
É um dos Tigres Asiáticos depois de duas décadas de grandecrescimento econômico. Seu PIB cresceu em torno de 10% aoano entre 1980 e 1993, uma das mais altas taxas mundiais. Éum grande exportador de produtos eletrônicos, componentes paracomputador e automóveis. A Coréia do Sul é coberta de monta-nhas e possui um litoral muito recortado. Na capital, Seul, vivemperto de 25% da população, de etnia bastante homogênea. Alíngua coreana é falada em todo o país. Apesar de ser gramati-calmente parecida com o japonês, não é escrita com ideogramas,mas com um alfabeto fonético de 24 letras.
Emirados Árabes Unidos
Superfície, 83 mil km2; capital, Abu Dhabi; governo, Federa-ção de Monarquias Islâmicas; língua, árabe.
Seu território é formado por sete emirados, situados na en-trada do golfo Pérsico, no Oriente Médio, cada um governadopor um xeque, possuindo toda liberdade de decisões em as-suntos internos. Sua área desértica apresenta muitos oásis,regiões montanhosas e praias. Setenta e cinco por cento deseus habitantes são imigrantes, em sua maioria vindos dos paí-ses vizinhos. As regras islâmicas são tolerantes, fazendo comque a principal cidade (Dubai) tenha uma vida noturna muitoagitada, a mais agitada do golfo. Permite-se o consumo de be-bidas alcoólicas, as mulheres andam com o rosto descoberto ehá uma relativa liberdade religiosa. Entretanto o regime políticoé fechado, não existem partidos e o fundamentalismo islâmicoestá se expandindo.
Sua economia é baseada na extração de petróleo e gás natu-ral, mas a nação tem investido em outros setores, como o turis-mo, que ganha impulso. Alguns emirados, em especial a capital,Dubai, já são importantes zonas de comércio.
253Geografia Geral
ÍndiaSuperfície 3,3 mi km2; população, 1 bilhão de habitantes; capi-
tal, Nova Délhi; governo, República Parlamentarista; língua, hindi.
Terra de origem do hinduísmo e do budismo, religiões que pos-suem grande importância na vida diária do país e seus seguido-res, que nem sempre estão em paz. Têm havido grandes confli-tos entre a grande massa hinduísta e minorias muçulmana e sikh.Mas, o maior problema é a rivalidade com o Paquistão por causada região de Caxemira, reivindicada pelos dois países.
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OMÃARÁBIASAUDITA
CATAR
Golfo Pérsico
Habshan
An NashshashHumar
Portos Principais
Al'Ayn
Mina Jabal Ali
Al Fujayrah
Ash Shariqah
Ra's al Khaymah
Golfode
Omã
Dubayy
AbuDhabi
0 38km 76km
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Mapa dos Emirados Árabes
254 Geografia Geral
A maior parte do território indiano é ocupado por uma grandeplanície, separada do resto da Ásia pela cordilheira do Himalaia,formando assim, o chamado Subcontinente Indiano. Nas mon-tanhas mais altas, no norte, a temperatura é muito baixa o anotodo, e no sul o calor é constante. Desastres naturais como tu-fões, ciclones e intensas ondas de calor ocorrem com freqüênciana região. É um país das monções. O solo é fértil e existem mui-tos recursos minerais e rios caudalosos, como o Ganges (sagra-do para os hindus). Possuindo uma das mais fortes economias
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CHINA
Mar daArábia
Golfo de Bengala
KhajurahoVaranasi
CalcutáHaldia
ParadeepKonarak
VishakhapatnamHyderabad
GoaMarmagao
MangaloreBangaloreHampi
MadrasMahabalipuram
ThanjavurCochin
Calicute
in
Pattadakal
ElloraAjantaIlha
GhapapuriMumbalex-Bombai
IlhasAndaman
Sanchi
Fatehpur SikriAgra
Délhi
Srinagar
Nova Délhi
NANDA DEVI
KEOLADEO
AhmadabadKandla
SUNDARBANS
NEPALMte. Kanchenjunga
8.598m
BUTÃOKAZIRANGA
ROYAL MANAS
MIANMÁ
BAN.
SRI LANKA
PAQUISTÃO
Portos principais
Patrimônio cultural enatural
Indo
Gang es
Mahanadi
Brahma putra
Tapi
Godavari
Krishna
Narmada
0 408km 816km
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Mapa da Índia
255Geografia Geral
agrícolas do mundo, a Índia está entre os maiores produtores defeijão, legumes, banana, manga e castanha de caju. Grande partedessa produção é consumida por mais de 1 bilhão de habitantes(é o segundo mais populoso país do mundo), dos quais 70% vi-vem da agricultura de subsistência. Ao lado das inúmeras aldeiasrurais, há grandes cidades, como Mumbai (ex-Bombaim) e Calcu-tá. O número de habitantes contribui para a existência de imensoscontrastes: mesmo com o 15º maior PIB mundial, mais de 500milhões de indianos vivem na miséria. Segundo a ONU, em 2050a Índia será o país mais populoso do mundo, superando a China.
IndonésiaSuperfície,1,9 mi km2; capital, Jacarta; governo, República
Presidencialista; língua, indonésio.
O país é o mais extenso arquipélago do planeta, com 17,5 mililhas situadas ao longo de 5 mil km2 no oceano Índico, no sudes-te da Ásia. O clima é quente em todo o ano e existem dois impor-tantes ecossistemas. No oeste, a flora e a fauna possuem carac-terísticas idênticas às do Sudeste Asiático, com florestas tropi-cais onde ainda habitam elefantes, orangotangos e tigres. Noleste, o meio ambiente se parece com o da Oceania. Em IrianJaya, por exemplo, encontramos cangurus e outros marsupiais.Com 210 milhões de habitantes, é o quarto país mais populosodo mundo. A maioria dos habitantes trabalha na agricultura, eperto de 60% vivem na ilha de Java. Além de numerosa, a popu-lação é heterogênea: são quase trezentos grupos étnicos quefalam mais de quinhentos idiomas e dialetos. A grande maioria émuçulmana. Porém Bali, um dos principais centros turísticos, éuma ilha hinduísta. Antes da maioria islâmica, o arquipélago teveimportantes comunidades budistas. Um vestígio desse períodoé o Templo de Borobudur, declarado patrimônio da humanidade.
A economia do país tem explorado bastante o petróleo, o esta-nho e o gás natural liquefeito, produto esse do qual a Indonésia éa maior exportadora mundial. Recentemente, Timor Leste, anti-ga colônia portuguesa ocupada pelos indonésios nos anos 1970
256 Geografia Geral
alcançou sua independência. A luta pela libertação da região fi-cou conhecida em todo o mundo em 1996, quando o bispo domCarlos Ximenes Belo e o ativista exilado José Ramos-Horta re-ceberam o Prêmio Nobel da Paz.
Irã
Superfície, 1,6 mi km2; capital, Teerã; governo, República Pre-sidencialista; língua, persa.
Grande parte do território, localizado entre o mar Cáspio e ogolfo Pérsico, no Oriente Médio, é constituído por platôs desérti-cos. Ao norte, na região das montanhas Elburz, estão os solosmais férteis, onde se produz pistache, tâmara e açafrão. A eco-nomia se baseia na exploração de petróleo (é o segundo maiorprodutor da região, atrás apenas da Arábia Saudita). Além disso,o Irã é conhecido pelo artesanato, com destaque para os famo-sos tapetes persas, e pelo caviar. Possui áreas arqueológicasimportantes, herança da civilização persa, como as ruínas dacidade de Persépolis, declarada patrimônio da humanidade.
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ÍNDICO
Mar da China
Mar das Célebes
Mar do Timor
Mar de Arafura
Mar de BandaMar das Flores
Mardas Moluccas
Halmahera
CeramNova Guiné
Dolak
Mte. Punck Jaya5.029m
IRIAN JAYA
PA
PU
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OV
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UIN
ÉBuruMar de Java
Natura Besar
Tarakan
BornéuPontiank
BangkaSumatra
Belitung
Jacarta
JavaBandung
Siberut
Medan
Simeulue
UJUNG KULON
krakatoa
Prambanan
SemarangSurabaya
BOROBODURSANGIRAN
Bali SumbawaSumba
Flores TimorKupang
Lombok Komodo
Ujungpandang
Banjarmasin
SulawesiM A L Á S I A
Is. Moluccas
Mamberamo
Mahakan
Estreito de Málaca Kapuas
Musi
RokanAsahun
Barito
Pembu
ang
0 524km 1.048km
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Portos principais
Patrimônio cultural ou natural
Mapa da Indonésia
257Geografia Geral
O país conheceu uma Revolução Islâmica, que derrubou a mo-narquia chefiada pelo xá Reza Pahlevi e colocou no poder a repú-blica autocrática dos aiatolás (líderes máximos espirituais). Na dé-cada de 1980, o Irã se envolveu numa longa guerra contra o Iraquepelo controle do canal de Chat-el-Arab, com centenas de milharesde mortos. Em 1997, o regime tornou-se mais moderado com aeleição de Mohammad Khatami para presidente. Além da diminui-ção das rígidas regras sociais, o país conheceu uma grande produ-ção cultural, como mostram os filmes iranianos de qualidade apre-
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DESERTO SALGADO
Portos principais
Patrimônio cultural
Saqqez
Hamadan
Arak
Mte. Damavand5.671m
Esfahan
Ahvaz
Khorramshahr
TCHOGHAZANBIL
Bandar-e Knomeyni
Bandar-e Bushehr
Bandar-e ' Abbas
Qeshm
PersepolisShiraz
Kerman
Zahedan
Chah Bahar
Golfo deOmã
Golfo Pérsico
Abadan
Khark
Rasht
Teerã
TabrizTUR
AZERBAIJÃO
IRAQUE
ARÁBIASAUDITA
KUWEIT
TURCOMÊNIA
AFEGANISTÃO
PAQ.
Mar Cáspio
LagoUrmia
Mashhad
BirjandYazd
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A
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0 219km 438km
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Mapa do Irã
258 Geografia Geral
sentados nas mostras internacionais de cinema. Estudantes uni-versitários continuam a se manifestar em favor da liberalização doregime, mas enfrentam forte repressão governamental.
IraqueSuperfície, 434 mil km2; capital, Bagdá; governo, República
Presidencialista; língua, árabe.
Devido ao longo período de conflitos que começou com a guerracontra o Irã, prosseguiu durante a Guerra do Golfo e deve ter seconcluído com o ataque anglo-americano em 2003, causando a
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0 122km 244km
ESCALA
DESERTO DA SÍRIA
Portos principais
Patrimônio cultural
Mte. Hasar Roste3.607m
Bagdá
Al Hayy
BasraUmm Qasr
Al HillahG
olfo
Pér
sico
An Najaf
Mosul IrbilKirkukHatra IRÃ
TURQUIA
SÍRIA
ARÁBIA SAUDITA
JORD.
Eufrates
Tigre Diy
ala
Mapa do Iraque
259Geografia Geral
derrota e a ocupação do país, o Iraque atualmente vive em gravesdificuldades econômicas. As exportações de petróleo, principalfonte de receita iraquiana, foram praticamente interrompidas emconseqüência do embargo comercial internacional decretado contrao país após a Guerra do Golfo. No plano interno, após a queda dogoverno de Sadam Hussein, o país enfrenta a ocupação dos alia-dos, conhece forte resistência aos invasores, inclusive com aten-tados terroristas constantes, e se vê diante de reivindicações deautonomia das minorias curdas concentradas no norte.
Grande parte do território iraquiano encontra-se nos vales dosrios Tigre e Eufrates, os principais rios do Oriente Médio. Regiãoconhecida na Antigüidade por Mesopotâmia (que significa “entrerios”, em grego antigo), abrigou algumas das mais importantescivilizações da época. No período medieval, entre os séculos VIIIe IX, Bagdá foi um dos mais dinâmicos pólos culturais do mundo,especialmente na produção literária. No início do século XX, houvea descoberta de uma das maiores reservas de petróleo do OrienteMédio. Sua exploração propiciou o desenvolvimento econômico,embora não usufruído pela maioria da população. Apesar dasterras férteis, a agricultura, baseada no cultivo da tâmara, é pre-judicada pela alta salinidade do solo e pelo clima árido.
IsraelSuperfície, 21 mil km2; população, 6,1 mi de habitantes, capi-
tal, Jerusalém (não reconhecida pela ONU), Telaviv (sede damaioria das embaixadas estrangeiras); governo, República Par-lamentarista; língua, hebraico.
Palco central de conflitos no Oriente Médio, Israel nasceu deuma decisão da ONU, em 1948. Foi o fim da diáspora e a voltados judeus ao território de onde foram expulsos pelos romanosquase 2 mil anos antes. Sua fundação criou uma das mais durasdisputas territoriais da atualidade, objeto de complexas negocia-ções envolvendo israelenses e palestinos – que habitam a regiãohá séculos e exigem que lá seja criado seu próprio país. O proces-so de paz, iniciado em 1993 e praticamente paralisado durante o
260 Geografia Geral
governo conservador do Likud, tem conhecido avanços e retro-cessos. Um dos maiores motivos da situação complicada em quevive a nação é o status de Jerusalém, que é considerada sagradapor três religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Recebendo ajuda financeira dos EUA e contando com mão-de-obra altamente qualificada, em boa parte proveniente da Eu-ropa, Israel tornou-se o país mais desenvolvido economicamen-te do Oriente Médio. Os israelenses aplicam uma tecnologia avan-çada em sua agricultura moderna, aproveitando as terras áridas
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0 100km 200km
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Portos principais
Patrimônio cultural
Mte. Meron1.208m
Haifa
Nazaré
Jericó
Ashdod
HebronGaza
PALESTINA
SÍRIA
Jord
ão
LÍBANO
FAIXA DEGAZA
COLINASDE GOLÃ
DESERTO DONEGEV
Jerusalém
Mar Morto
Mar daGaliléia
Mar Mediterrâneo
EGITO
CISJORDÂNIA
JORDÂNIA
Elat
Golfo de Acaba
NablusPetah TiqwaTelaviv
Holon
Mapa de Israel
261Geografia Geral
do país. Assim, o país se tornou um grande exportador de frutas,sucos e verduras. Destaca-se também pela indústria de ponta epelo poderoso arsenal bélico. Muito bem localizada, na divisa daÁsia com a África, a nação mostra variados contrastes geográfi-cos em seu pequeno território (é menor que o menor estado bra-sileiro, Sergipe). A paisagem é extremamente variada, compraias na costa mediterrânea, picos nevados no extremo norte,planícies verdes nos arredores do mar da Galiléia, um grandedeserto no sul e a maior depressão do mundo, o mar Morto, a394 metros abaixo do nível do mar, no leste.
Japão
Superfície, 373 mil km2; população, 126,5 mi de habitantes; capi-tal, Tóquio; governo, Monarquia Parlamentarista; língua, japonês.
Localizado no extremo leste da Ásia, o Japão é tradicional-mente conhecido como “terra do sol nascente”. Formado porquatro ilhas principais e 3 mil ilhas menores, o país é extrema-mente montanhoso, o que dificulta a atividade agrícola. Mais dametade do território é coberta por florestas e há uma quantidadesignificativa de parques nacionais. Como apenas pequena partede solo é arável, o país aproveita o extenso e recortado litoralpara desenvolver a maior indústria de pesca do mundo. É tam-bém um dos mais competitivos exportadores de produtos eletrô-nicos e de automóveis, fazendo com que hoje seja consideradopotência econômica, atrás apenas dos EUA. Possui uma dasmenores taxas de mortalidade infantil mundial e uma das maisaltas expectativas de vida. É muito grande o número de pessoascom mais de 99 anos de idade (cerca de 8,5 mil).
Após a Segunda Guerra Mundial, o derrotado Japão reconstruiusuas instituições em modelos ocidentais. Porém, foi mantida gran-de parte da tradição milenar como, por exemplo, o ikebana (arranjode flores), o bonsai (miniaturização de plantas) e a cerimônia dochá, conhecidos em todo o mundo. O xintoísmo e o budismo aindasão religiões com o maior número de adeptos. E a mulher continuacom um papel mais submisso que nas nações ocidentais.
262 Geografia Geral
A população é bastante homogênea, pois apenas 1% não des-cende de japoneses. Entre as minorias, destacam-se os de-kasseguis (brasileiros descendentes de japoneses que trabalhamno Japão). A legislação japonesa só concede visto de trabalhoaos nisseis, sanseis e aos casados com descendentes de japo-neses. Geralmente, esses imigrantes permanecem no país porum período médio de três anos. Os dekasseguis desempenhamatividades consideradas inferiores e conhecidas como “3k”: kitanai(sujo), kitsui (penoso) e kiken (perigoso). Trabalham duro em umritmo intenso diariamente, executam atividades braçais e têm difi-
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S0 131km 262km
ESCALA
Sendai
Iwaki
KawasakiTóquioGifu
Nagóia
Akita
AomoriHachinoche
HakodateMuroran
KushiroAsahikawa
Saporo
Wakkanai
Morioka
OsakaWakayama
Kitakyushu
Ilhas
Ryu
kyu
Ilhas
Kuril
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(JAP.)
OCEANOPACÍFICO
MAR DO JAPÃO
MAR DA CHINAORIENTAL
(MAR DO LESTE)
CapitalCidade muito importanteCidade importanteOutras cidadesRodoviaFerroviaI. Okinnawa
Naha
NagasakiFukuoka Kochi
KumamotoMiyasaki
Kagoshima
Matsuyama
KanazawaNiigata
IocoamaQuioto
HiroximaKobe
Mapa do Japão
263Geografia Geral
culdades de adaptação num país de costumes muito diferentes.A maior parte trabalha em indústrias de peças automobilísticas,eletrônicas e elétricas e vive em pequenos apartamentos ou alo-jamentos próximos aos locais de trabalho. Mas são bem pagos erecebem salários em moeda forte. Segundo estimativas do Mi-nistério de Relações Exteriores, em 2000, mais de 200 mil brasi-leiros viviam no Japão.
Síria
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S0 83km 166km
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DESERTO SÍRIO
Mte. Hermon2.814m
Ar Raqqah
Al Qamishli
Palmyra
Abu Kamal
Dayr az Zawr
TURQUIA
JORDÂNIA
IRAQUE
LÍBANO
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Portos principais
Patrimônio cultural
Bosra
Damasco
Hims
Tartus
HamahBaniyas
Al Ladhiqiyah
Aleppo
Oro
ntes
Eufrates
Kha
bur
Mapa da Síria
264 Geografia Geral
Superfície, 185 mil km2; capital, Damasco; governo, RepúblicaPresidencialista; língua, árabe.
Protagonista dos conflitos entre árabes e israelenses, a Síriareivindica a devolução das estratégicas Colinas de Golã, ocupa-das por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967). Como forma depressão, o governo sírio ajuda os guerrilheiros extremistas que,com base no Líbano, país onde a Síria mantém 35 mil soldados,atacam contra o território israelense.
Semelhantemente às outras nações do Oriente Médio, os de-sertos cobrem a maior parte do território sírio. As áreas férteisencontram-se na costa do mar Mediterrâneo, nas cordilheiras doLíbano e do Antilíbano e na bacia do rio Eufrates. Desde temposremotos, o país foi ocupado por muitos povos, que deixaram mar-cas do seu domínio. Existem ruínas romanas na cidade dePalmyra; castelos medievais da época das Cruzadas no litoral; emonumentos islâmicos em Damasco, a mais antiga capital domundo. A base da economia é o petróleo.
TaiwanSuperfície, 36 mil km2; capital, Taipé; governo, República com
forma mista de governo; língua, mandarim.
Depois da tomada do poder na China continental pelos comunis-tas, em 1949, a ilha de Formosa (Taiwan) serviu de refúgio aos chine-ses nacionalistas, embora ainda hoje seja considerada uma “provín-cia rebelde” pelo governo chinês. O país é formado por um arquipéla-go com uma grande ilha e mais 77 ilhas menores. Está a 160 quilô-metros da China continental. Possui relevo montanhoso e seu pontomais alto está no monte Yü Shan. Depois de meio século de separa-ção, existem ainda hoje muitas diferenças culturais entre os doispaíses. Os chineses de Taiwan sofreram muita influência americana.Contrária à China, Taiwan possui um governo republicano e adota ocapitalismo, desde a sua instalação na década de 1950. Nos anos1980 a economia do país ganhou forte estímulo, alcançando altastaxas de crescimento. Taiwan é um dos Tigres Asiáticos, mas em1997 foi abalada com a crise financeira da região.
265Geografia Geral
W E
N
S0 56km 112km
ESCALA
Chinmen Tao
Estreito deFormosa
Mar da China Oriental
IlhasPscadores
CanalBashi
Lü Tao
Lan Yü
Trópico deCâncer
Mar da ChinaMeridional
OCEANOPACÍFICO
Chilung
Taipé
Portos principais
Hengch'un
Liuch'iu Yü
Kaohsiung
Tainan
Chiai
Taichung
Ilan
Hualien
CHINA
T'aitungHsi
a-ta
n-Sh
ui
Tan-
Sh
ui
Pico Yü Shan3.997m
Cho S h ui
Dados sobre meio ambiente da Ásia (1995)Área de floresta: 5.030.010 km2
Desmatamento: 145.040 km2 (1990-1995)Áreas de conservação: 5,3% do territórioRecursos hídricos per capita: 3,8 mil m3
Emissão de CO2 per capita: 2,3 t
Mapa de Taiwan
266 Geografia Geral
Questões de vestibular1) (FEI-SP) No verão, caem fortes chuvas em várias regiões asiáticas.
Abrange as planícies costeiras da Índia, sudeste e leste da China ese caracteriza pela atividade dos ventos que, durante o verão, so-pram do Índico e do Pacífico para o continente. Trata-se do clima:
a) mediterrâneo.b) minuano.c) tropical de altitude.d) semi-árido.e) de monções.
2) (UEL-PR) Em relação aos tipos de clima encontrados no continenteasiático é correto afirmar que:
a) a disposição do relevo no sentido norte–sul facilita a penetração dasmassas de ar polares até as proximidades do litoral Índico.
b) a presença de correntes marítimas quentes e frias no litoral da Índiatornam a região muito chuvosa.
c) o fato de a Ásia estender-se desde a região polar até a região equato-rial permite o aparecimento de climas muito diversificados.
d) a localização da China em baixas latitudes é um dos motivos da ocor-rência de clima tropical no país.
e) as maiores áreas de clima desértico da Ásia encontram-se situadas aleste.
3) (Cesgranrio) Que tipo de clima/vegetação ocorre entre os paralelos550 e 700 Lat. Norte, com verões curtos e frios, além de precipita-ções escassas (de 300 a 600 mm), quase sempre em forma deneve?
a) clima polar/tundra.b) clima temperado continental/pradaria.c) clima temperado oceânico/florestas de faias e carvalhos.d) clima subpolar/taiga.e) clima temperado continental/estepe.
267Geografia Geral
4) (UEL-PR) “Nas vastas planícies que dominam a paisagem da RússiaCentral, o inverno rigoroso cobre o solo com uma camada de neve que,ao fundir-se na primavera, permite a germinação de uma vegetaçãoherbácea extensiva que atinge seu desenvolvimento máximo no verãochuvoso, quando intensa atividade biológica decompõe o capim mor-to do ano anterior, originando muito húmus e matéria orgânica, queconferem aos solos uma cor escura e muita fertilidade.”A descrição refere-se:
a) ao sahel.b) às estepes.c) às savanas.d) às tundras.e) à taiga.
5) (Puc-MG) Refere-se à industrialização dos Tigres Asiáticos:I. Uma série de vantagens, ligadas a fatores como a presença de mão-
de-obra barata, foram consideradas pelos grupos industriais ame-ricanos e japoneses para se instalarem nos Tigres Asiáticos.
II. Após o desenvolvimento industrial dos Tigres Asiáticos, os saláriosse elevaram a níveis superiores aos da inflação e, com isso, elevou-seo poder aquisitivo da população.
III. Para facilitar a colocação da produção no mercado internacional,tomou-se como estratégia a implantação de uma produção indus-trial muito homogênea para esse grupo de países.
a) se apenas a afirmação I estiver correta.b) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.d) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.e) se todas as afirmações estiverem corretas.
6) (UFRS) Com relação ao país em destaque identificado pelo número1, são feitas as seguintes afirmações:
I. Está entre os dez países mais populosos do mundo e a maior partede sua população é muçulmana.
268 Geografia Geral
II. Devido ao seu baixo Índice deDesenvolvimento Humano(IDH), o Fundo Monetário In-ternacional (FMI) foi convida-do pelo governo local a elabo-rar planos econômicos que,nos últimos quatros anos,proporcionaram a esse paíselevados índices de crescimen-to econômico.
III. Em 1975, através de negocia-ções diplomáticas formaiscom a Organização das Nações Unidas (ONU), assumiu o comando/posse do Timor Leste.Quais estão CORRETAS?
a) apenas I.b) apenas II.c) apenas III.d) apenas I e III.e) apenas II e III.
7) (Unirio) Nas últimas três décadas os Tigres Asiáticos apresenta-ram um acelerado crescimento econômico. Entretanto, a locomotivaasiática já dá sinais de falta de fôlego. Dentre as dificuldades en-frentadas pelos Tigres Asiáticos atualmente, estão:
I. a diminuição das exportações e o aumento dos salários acima daprodutividade;
II. o surgimento de uma nova classe média pouco tolerante com a po-luição e os regimes autoritários;
III. um sistema financeiro que privilegia a pequena e média empresa emdetrimento dos grandes conglomerados;
IV. a evasão dos investimentos estrangeiros provocando a queda devárias moedas.Estão CORRETOS os itens:
W E
N
S
MongóliaRússia
Índia
Japão
Austrália
Equador
OceanoPacífico
OceanoÍndico
2
1
269Geografia Geral
a) I e IV apenas.b) I, II e III apenas.c) I, II e IV apenas.d) II, III e IV apenas.e) I, II, III e IV apenas.
8) (Cesgranrio) Está assinalado,em cinza escuro, um país asiá-tico cujo destaque no mundocontemporâneo é bastante no-tável. Isso porque esse país é:
a) o maior investidor do mundo edetentor de uma das maioresreservas de recursos naturaisdo planeta.
b) o centro da economia regionaldo Pacífico e apresenta um modelo socialista de desenvolvimento.
c) uma potência político-militar e controla, juntamente com os EUA, aeconomia do Pacífico.
d) uma potência tecnológica e financeira e influencia economicamente suaperiferia imediata.
e) uma social-democracia exemplar e compõe o grupo de países conheci-dos como Tigres Asiáticos.
9) (UEL-PR) Analise o gráficoapresentado ao lado.A leitura do gráfico permiteafirmar que o Japão:
a) é o principal país exportador deautomóveis do mundo.
b) apresenta uma balança comercial superavitária.c) mantém a liderança no comércio mundial.d) sofre, atualmente, grande concorrência dos Tigres Asiáticos.e) tem nos produtos industriais a base de suas exportações.
W E
N
S
China
Coréiado
Norte
CoréiadoSul
270 Geografia Geral
10) (Unirio) A China comemorou recentemente os 50 anos da revoluçãocomunista e continua adotando um modelo de crescimento marca-do por uma “prática socialista de mercado”.De reconhecida importância no cenário mundial, é um país queapresenta características populacionais marcantes, tais como as apre-sentadas a seguir:
I. Apesar de constituir a maior população do planeta, com mais de umbilhão de habitantes, apresenta uma grande homogeneidade étnicamesmo com a presença de vários grupos minoritários.
II. Com uma das maiores densidades demográficas, entre os países degrande extensão, apresenta uma população maldistribuída, concen-trada nas porções leste e sul do país.
III. Mesmo com o grande surto de crescimento industrial, vivido nosúltimos anos, apresenta cidades populosas, mas ainda é um paíspouco urbanizado.
IV. Embora o controle de natalidade tenha colaborado para uma redu-ção nas taxas de crescimento demográfico, sua grande populaçãoainda determina um grande acréscimo populacional anual em ter-mos absolutos.É (são) verdadeira(s) a(s) afirmativa(s):
a) IV, apenas.b) II e III, apenas.c) III e IV, apenas.d) I, II e IV, apenas.e) I, II, III e IV.
271Geografia Geral
Oceania: panorama geralÉ um continente formado por aproximadamente 400.000 ilhas,
dos mais variados tamanhos, e por três massas de maior vulto:Austrália, Nova Zelândia e Nova Guiné.
A Austrália e a Nova Zelândia ostentam, há muito tempo, umaótima qualidade de vida, de acordo com a ONU. A Austráliaocupa a quarta posição no índice de desenvolvimento humano
W E
N
S 0 1.327km 2.654km
ESCALA
OCEANOÍNDICO
OCEANOPACÍFICO
AUSTRÁLIA
NOVA ZELÂNDIA
I. Tasmânia
I. do Norte
I. do Sul
I. Norfolk (AUS)
Arquipélago do Havaí (EUA)
I. MidwayI. Kure
I. Nova Guiné
Arq. Bismarck
I. Kusaie
Is. Paiau
I. Tobi
Is. Carolinas
Is. MarshallIs. Marianas
Território das ilhasdo Pacífico
(EUA)
Is. Guam (EUA)
I. Kermadec
I. Tuamotu(FR)
I. Sociedade
I. Marquesas
I. da Linha(EUA)
I. Carolina
Is. Tonga
I. NassauIs. SamoaIs. SalomãoNovas
HébridasNovas
Caledônia(FR)
Is. Tokalau(NZ e AUS)
Is. Gilberte Ellice
(GB) Is. Fênix(GB)
I. Nauru
Is. Fiji
Is. Wallise Futuna
(FR)
I. Cook(NZ)
I. Niese(NZ)
PolinésiaFrancesa
M I CR
ON
ÉS
IA
M E L AN
ÉS
I
A
Mapa da Oceania
272 Geografia Geral
(0,939 em 2000) e sua renda per capita é uma das mais altasdo mundo. A área de serviços responde por 70% do PIB. Alémdisso, possui um parque industrial avançado nos setores auto-mobilístico, alimentício, têxtil, siderúrgico, metalúrgico, petro-químico e químico. A Nova Zelândia coloca-se em vigésimo lu-gar no índice de desenvolvimento humano (IDH) mundial (0,917,em 2000).
Na Nova Zelândia, que também possui uma das rendas percapita mais altas do mundo, o destaque fica para a produção dealimentos. Detém um dos maiores rebanhos ovinos do mundo.Junto com a Austrália, a Nova Zelândia lidera a exportação mun-dial de lã. A mineração é intensa, e, especialmente após a Se-gunda Guerra Mundial (1939-1945), o setor tomou impulso naextração da bauxita, diamante, ouro, chumbo, cobalto, ferro, ní-quel, prata, zinco e urânio.
A Austrália possui muitos contrastes físicos. A costa do Pacífi-co é formada pela Grande Cadeia Divisória, responsável pelaschuvas na região, pois segura os ventos úmidos que vêm dooceano. Ao norte, o clima é quente, e a maior parte é coberta porflorestas tropicais. Ao sul, o clima é temperado, e a vegetaçãotípica é a floresta temperada.
O interior é desértico e seco. No extremo sudoeste existeuma pequena área fértil. Grande parte das ilhas é de origemvulcânica. Cerca de 35% das florestas tropicais foram des-matadas.
Os outros países da Oceania vivem da agricultura, da pesca,da exportação de matéria-prima. Paralelamente às culturas desubsistência, encontram-se as monoculturas de exportação,principalmente a do coco. Na última década, o setor de turismodesenvolveu-se muito na região, por ser considerada um pa-raíso para mergulhadores e surfistas, devido à presença de re-cifes de corais que circundam diversas ilhas e as grandes on-das do Pacífico.
273Geografia Geral
Dados econômicos da Oceania (1998)PIB: US$ 421,6 bilhõesPIB per capita: US$ 15.501Exportações: US$ 69,7 bilhões, 1,3% do total mundialImportações: US$ 78,4 bilhões, 1,4% do total mundialÁrea cultivada: 587.560 km2, – 6,9% da área total
A colonização do continente iniciou-se no século XVIII peloseuropeus. Os povos que habitavam a região foram praticamenteexterminados. Os aborígenes representam 1% da população daAustrália e os maoris da Nova Zelândia, 10%. As ilhas do Pacíficocontam com número maior de nativos. É o continente menos po-puloso do mundo, com cerca de 30 milhões de habitantes em 1999.Mais da metade dos habitantes vive na Austrália. As grande cida-des encontram-se ao longo da costa leste. O restante do territórioé despovoado devido a hostilidade ao meio ambiente. Na NovaZelândia e em Papua Nova Guiné, o relevo montanhoso condicionaa maior parte da população a viver na faixa litorânea.
População da Oceania (2000)Total: 30 milhõesPaís mais populoso: Austrália (18,9 milhões)País menos populoso: Nauru (10 mil)Densidade: 3,54 hab./km2
População urbana: 74%Crescimento demográfico: 1,3% ao ano (1995-2000)Natalidade: 16,5%Mortalidade: 7,5%Mortalidade infantil: 24% (1995-2000)Analfabetismo: 4,6%
274 Geografia Geral
Os descendentes europeus são a grande maioria da popu-lação na Austrália e na Nova Zelândia. Nos dois países éfalado o idioma inglês e a religião predominante é o cristia-nismo. Nas ilhas do Pacífico prevalecem as línguas e as re-ligiões nativas.
Recordes da OceaniaÁrea: 8.480.354 km2
Maior país: Austrália (7.682.300 km2)Menor país: Nauru (21,2 km2)Ponto mais elevado: monte Wilhelm, 4.508 m (Papua
Nova Guiné)Maior depressão: lago Eyre, – 12 m (Austrália)Maior ilha: Nova Guiné, 785.000 km2
Maior mar: mar da Tasmânia, 3.300.000 km2
Maior golfo: golfo da Carpentária, 310.000 km2
Maior lago: Eyre, 9.583 km2 (Austrália)Maior rio: Murray-Darling, 3.490 km2
Maior bacia hidrográfica: bacia do Murray-Darling,910.000 km2
Temperatura máxima registrada: 53,1 °C (Cloncurry,Austrália)
Temperatura mínima registrada: – 22,2 °C (CharlottePass, Austrália)
Latitude média: 340 mQuantidade média de chuva: 520 mm anuaisExtensão do litoral: 30.663 km
275Geografia Geral
PaísesSão 14 os países da Oceania: Austrália, Fiji, Ilhas Marshall,
Ilhas Salomão, Kiribati, Micronésia, Nauru, Nova Zelândia, Palau,Papua Nova Guiné, Samoa Ocidental, Tonga, Tuvalu, Vanuatu.
Dados sobre os principais paísesAustráliaSuperfície, 7.683.300 km2; capital, Canberra; governo, Monar-
quia Parlamentarista.
W E
N
S
Darwin
Timor TIMORLESTE
Cairns
Townsville
Rockhampton
Brisbane
Sydney
Melbourne
AUSTRÁLIA
Tasmânia
WollongongCanberra
Adelaide
Kalgoolie
Alice Springs
PerthFremantle
Geelong
Launceston
Hobart
Estreito de Bass
Mar daTasmânia
Mar dos CóraisG. deCarpentária
Mar de Arafura
Darling
Murray
LagoTorres
Lago Eyre
Sumba
Trópico de Capricórnio
Mapa da Austrália
276 Geografia Geral
Por ser um dos maiores países do mundo em extensão territorial,a Austrália forma a maior massa continental da Oceania. Possuidiversos tipos de paisagem natural: florestas tropicais, montesnevados e praias. Ao longo da costa nordeste encontra-se a for-mação de corais mais importante do mundo, a Grande BarreiraCoralina, tornada patrimônio da humanidade. O centro e o oestesão constituídos por desertos. O isolamento da Austrália, por de-zenas de milhões de anos, totalmente cercada pelos oceanos Índicoe Pacífico, fez com que nela se desenvolvesse uma fauna originale rica da qual são exemplos o canguru, o ornitorrinco e o coala.
Os aborígines foram praticamente exterminados pelos coloni-zadores europeus, que expulsaram os sobreviventes para as re-giões mais desérticas do território. Hoje eles representam ape-nas 1,5% da população, mas as leis protecionistas e a sua inte-gração à sociedade australiana têm ocasionado um aumento po-pulacional. Nas Olimpíadas de 2000, que teve como sede a ci-dade de Sydney, uma aborígene foi quem acendeu o fogo dapira. Os ativistas da causa aborígine utilizam as Olimpíadas deSydney para divulgar suas reivindicações, entre elas a de umpedido formal de desculpas pelas injustiças cometidas pelos co-lonizadores brancos.
Nas últimas décadas o país tem recebido um número expres-sivo de imigrantes, em particular asiáticos e europeus. Três quar-tos dos australianos vivem no sudeste, onde existe um parqueindustrial significativo. Apesar de apenas 10% das terras seremaráveis, a agricultura é de muita importância econômica, desta-cando-se o cultivo de cevada e trigo, principais produtos de ex-portação. O país cria um dos maiores rebanhos de ovelhas domundo, é líder mundial na exploração de bauxita e um dos maio-res produtores de ouro e de minério de ferro. O turismo expande-se, sobretudo após as Olimpíadas.
Nova Zelândia
Superfície, 270.534 km2; capital, Wellington; governo, Monar-quia Parlamentarista.
277Geografia Geral
W E
N
S
0 215km 430km
ESCALA
Oban
DunedinPort Chalmers
Lyttelton
Christchurch
Estreitode Cook
HastingsTONGARIRO
TE WAHIPOUNAMU
New Plymouth
ManukaAuckland
Whangarei
Tauranga
Wellington
Great Barrier l.
Ilha Stewart
Ilha do Sul
Ilha do Norte
Mar da Tasmânia
OCEANO PACÍFICO
Oban
L. Wakatipu
L. Te Anau
L. Wanaka
L.Tekapo
Waikato
Wa
nganui
Wiau
Waitak
Clu
t ha
Taupo
Mte. Cook3.754 m
Portos Principais
Patrimônio natural e cultural
Mapa político da Nova Zelândia
Constituída de duas ilhas principais e diversas ilhas menores, aNova Zelândia está localizada ao sul da Oceania, sudeste da Aus-trália. Os habitantes concentram-se na Ilha do Norte, tendo comocaracterística a presença de vulcões e águas termais. A Ilha doSul é cortada por uma cadeia montanhosa. Sua principal ativida-de econômica é a agropecuária. Com grandes áreas de pasta-gem, a nação produz lã, carne bovina e ovina e derivados de leite,e a exportação é a base de seu desenvolvimento. A descoberta deouro, no século XIX, impulsionou a economia. Uma das nações
278 Geografia Geral
que possuem o melhor índice de desenvolvimento humano (IDH)do mundo, a população da Nova Zelândia, ex-colônia inglesa, vivecom mais fidelidade à cultura e às instituições do Reino Unido, doqual se origina a maior parte da população.
Ilhas FijiSuperfície, 18.376 km2; capital, Suva; governo, República com
forma mista de governo; línguas, fijiano, hindi, inglês.
É um arquipélago situado no centro-sul da Oceania, no ocea-no Pacífico, formado por nove ilhas maiores e pelo menos tre-
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N
S0 28km 56km
ESCALA
Levuka
Nadi
Lautoka
Ba
Ovalau
Kadavu
Ngau
Vanua
Viti Koro
Taveuni
Moala
Lakeba
Mar de Koro
OCEANO PACÍFICO
Suva
Mte. Tomanivi1.323 m
Portos principais
Rewa
Dr eguetí
Ar q
ui p
él a
go
L'a
u
Mapa da Melanésia
279Geografia Geral
zentas ilhotas e atóis de origem vulcânica, onde somente umterço é habitado. O grupo faz parte da Melanésia, ilhas com ha-bitantes indígenas negros. O relevo é praticamente montanho-so, possuindo solos férteis que ajudam no cultivo de cana-de-açúcar e coco. O país está em uma área sujeita a tempestadestropicais e sofre devastações periódicas devido à passagem detornados. Mais da metade dos habitantes descende de indianosque foram levados para as ilhas no século XIX, e conservam astradições e cultura de seus antepassados. A presença desseshabitantes provoca tensões com os nativos fijianos. Tradicional-mente, os indianos dominam o comércio, enquanto os fijianospossuem a maior parte das terras. A economia é basicamenteagrária, principalmente com a exportação de açúcar. O turismocomeçou a se desenvolver nos últimos anos, devido ao climatropical, às águas próprias para mergulho e às ondas, delíciados surfistas. A pesca predatória e a poluição nas zonas costei-ras de Fiji ameaçam o meio ambiente, já afetado pela destruiçãodas florestas nativas, reduzidas em 15% desde a década de 1960.
Ilhas Marshall
Superfície, 181 km2; capital, Majuro; governo, República Par-lamentarista; línguas, inglês e idiomas regionais.
A partir de 1946, parte do território deste país, localizado nooceano Pacífico, foi local de testes de explosões nucleares e demísseis realizados pelos Estados Unidos, que possuem umaimportante base militar na região. As Ilhas Marshall estão situa-das no norte da Oceania, que é a região do planeta de maiorcontaminação radioativa conhecida, com seqüelas para seushabitantes. É um arquipélago formado por mais de 1,1 mil ilhas,agrupadas em 34 atóis. A nação possui apenas 181 quilômetrosquadrados de área, mas se estende por uma superfície de 1 mi-lhão de quilômetros quadrados. Mais da metade da populaçãoencontra-se nos atóis de Majuro – onde fica a capital – e deKuajalein. Os chefes tribais dominam a política. Apesar daspraias de clima tropical, as ilhas possuem infra-estrutura turísti-
280 Geografia Geral
ca precária. A economia, pouco desenvolvida e dependente daajuda norte-americana, baseia-se na produção e exportação decoco e na pesca de atum.
Ilhas SalomãoSuperfície, 28.370 km2.; capital, Honiara; governo, Monarquia
Parlamentarista; língua, inglês.
As ilhas Salomão fazem parte da região chamada Melanésia,é um arquipélago formado por muitas ilhas de origem vulcânica,situado no centro-oeste da Oceania, no oceano Pacífico. As prin-
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S
0 138km 276km
ESCALA
Atol de Taongi
Atol de Bikar
Atol de Utirik
Atol de Ailuk
Atol de WotjeAtol de Maloelap
Atol de Aur
Atol de Arno
Atol de MiliIlha Kili
Atol de Ebon
Atol de Namorik
Atol de Jaluit
Atol de Ailinglapalap
Atol de Pingelap
Atol de Kusaie
Atol de Namu
Atol de LaeAtol de Ujae
Atol de Kuajalein
Atol de WothoAtol de Ujelang
Atol de Ailinginae
Atol de RongerikAtol de Rongelap
Atol de Likiep
Ebeye
Majuro
Atol de BokiniAtol de Eneuetak
OCEANO PACÍFICO
IlhasRalik
IlhasR
atakPortos principais
Testes nucleares
Atol de Majuro
Mapa das Ilhas Marshall
281Geografia Geral
W E
N
S 0 82km 164km
ESCALA
Nendo (Ndeni)
Mar de Salomão
Rendova
Vonavona
RanonggaGizo
Vella Lavella
ChoiseulIs. Shortland
Is. Treasury
Kolombangara
New Georgia
Santa Isabel
Buala
Auki Malaita
Maramasike
San-Cristobal
Rennell
Mar de Coral
Kirakira
Guadalcanal
Mte. Popomanotseu2.331 m
Honiara
IlhasFlórida
Ilhas Russel
Utupua
Ilhas Vanikolo
OCEANO PACÍFICO
Portos principais
Yandina
Mapa das Ilhas Salomão
cipais ilhas (Choiseul, Guadalcanal, Malaita, Nova Geórgia, SanCristóbal e Santa Isabel) possuem diversas montanhas com al-tos picos e vulcões ativos, cobertas por densas florestas tropi-cais, onde se concentra a maior parte dos habitantes. A devasta-ção descontrolada da mata provocou aumento da erosão dossolos e ameaças ao meio ambiente local. Sua economia con-centra-se na agricultura de subsistência, na pesca, no cultivo dococo e na extração de madeira. Imigrantes vindos de países vizi-nhos proporcionam às Ilhas Salomão diversidades culturais. No
282 Geografia Geral
país são falados mais de 80 dialetos nativos, além do inglês (lín-gua oficial). O regime de governo é baseado no sistema parla-mentar britânico, porém as mulheres não têm direito de voto.
Papua Nova GuinéSuperfície, 462.840 km2.; capital, Port Moresby; governo, Mo-
narquia Parlamentarista; língua, nglês.
Localiza-se a oeste da Oceania e ocupa a parte leste da se-gunda maior ilha do mundo, a Nova Guiné; abrange o arquipéla-go de Bismarck e outras ilhas vizinhas no oceano Pacífico. Suaárea de montanhas é coberta por florestas tropicais, que che-gam a 4,5 mil metros de altitude, e muitos vulcões ativos. Possuium símbolo nacional chamado de “A ave-do-paraíso”. Mais de750 línguas e dialetos constituem a grande população papua.Perto de um sexto dos idiomas do mundo é falado ali. Váriastribos indígenas fizeram contato com os europeus apenas noséculo XX. Ultimamente tem sido marcada por grandes mudan-
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Mte. Wilhelm4.509 m
Golfo dePapua
Ilhu
Goroka
Port Moresby Tufi
Lae
Rabaul
Umboi
Buka
BougainvilleKieta
LongIsland
Karkar
Is. Admiralty
Is. Mussau
Is. Trobriand
Is. D'Entrecasteaux
NewIreland
Arquipélagode
Bismarck
Madang
Wewak
Telefomin
Estreito de Torres
Nova Guiné
IRIA
N J
AY
A (
IND
ON
.)
Mar dos Corais
Mar das Ilhas Salomão
OCEANOPACÍFICO
Arquipélago Lousiade
New Britain
Fly
Sepik
Ram
u
PurariKikoriS
tric
klan
d
0 204km 408km
ESCALAPortos principais
Gurney
Mapa da Papua-Nova Guiné
283Geografia Geral
ças econômicas e sociais, que causam danos ao meio ambien-te. Papua Nova Guiné é considerada a maior produtora mundialde palmito e possui reservas de cobre, ouro e petróleo. Tem for-tes laços com a Austrália e exerce influência no Pacífico Sul.
SamoaSuperfície, 2.831 km2.; capital, Ápia; governo, Monarquia Par-
lamentarista; línguas, samoano e inglês.
O arquipélago de Samoa localiza-se no centro-leste da Oceania(ex-Samoa Ocidental), composto de nove ilhas, sendo as duasmaiores Upolu e Savai’i, onde vive a maioria da população. Nosúltimos anos, devido à destruição das florestas tropicais, Samoateve que desenvolver programas ecológicos para que as ilhasnão chegassem à extinção. Também foi aplicado um programade combate à pesca predatória, que se utilizava de explosivos. Aexploração de coco, cacau, madeira e frutas são os principaisrecursos econômicos do país. Atualmente tem crescido a partici-
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S0 53km 106km
ESCALA
ApiaEstreito
Apolim
a
Upolu
Apolima
Savai'i
FagamaloAsau
Taga
OCEANO PACÍFICO
Nu'utele
Leulumoega
Lalomanu
Portos principais
Mte. Silisili1.858 m
Mapa de Samoa ocidental
284 Geografia Geral
pação do turismo na economia. O dinheiro enviado pelos sa-moanos emigrados é outra importante fonte de receita. Os habi-tantes de Samoa são conhecidos como “povo feliz”. A sociedadese organiza em clãs, cujos chefes compõem a maior parte doLegislativo nacional. A ilha serviu de último refúgio ao romancis-ta Robert Louis Stevenson, autor do livro A ilha do Tesouro.
VanuatuSuperfície, 12.189 km2; capital, Porto-Vila (ilha Éfaté); governo,
República Parlamentarista; línguas, bislama, francês e inglês.
W E
N
S
0 225km 450km
ESCALA
Porto-Vila
Luganville
Portnarvin
Isangel
Anelghowhat
Ilha Malakula
Ilha Espiritu Santo
Ilha Santa MariaIlha Vanua LavaIlha Mota Lava
Ilha UréparaparaIlha Torres
Ilha MaéwoIlha Aoba
Ilha Malo Ilha Pentecost
Ilha Ambrym
Ilha ÉpiIlha Tongoa
Ilha Éfaté
Ilha Tanna
Ilha Anatom
Ilha Erromango
OCEANO PACÍFICO
Portos principais
Mte. Tabwemassana1.879 m
ILHASBANKS
ILHAS SHEPHERD
Mapa de Vanuatu
285Geografia Geral
Seu território é constituído de um arquipélago com 82 ilhas,situado no oceano Pacífico, a leste da Austrália; a maior partedas ilhas é desabitada. As maiores são montanhosas e cober-tas por florestas preservadas devido ao difícil acesso, o queencarece a exploração econômica. Localiza-se numa região co-nhecida como Círculo do Fogo, que agrupa o maior número devulcões do planeta. Por isso, o país é sempre atingido por erup-ções, tremores e maremotos. Mais de cem dialetos tribais sãofalados no arquipélago, e a população, em sua maioria de ori-gem melanésia, vive no campo, praticando o cultivo de frutastropicais e a criação de porcos. A pesca é a atividade econômi-ca tradicional e o turismo tem aumentado, impulsionado pornavios de cruzeiro que atracam nas ilhas. Nos últimos anos,Vanuatu desenvolveu o setor financeiro e transformou-se emum paraíso fiscal, para atrair investimentos.
Dados sobre meio ambiente da Oceania (1996)
Área de floresta: ........................... 906.950 km2 (1995)
Desmatamento: ...................... 4.540 km2 (1990-1995)
Áreas de conservação: ........ 7,1% do território (1996)
Recursos hídricos per capita: ............ 57 mil m2 (1995)
Emissão de CO2 per capita: .................... 11,3 t (1995)
A Oceania tem sofrido sérios problemas ambientais por causada presença de toneladas de resíduos tóxicos (óleo, pesticida efertilizante) nos mares da região. São mais de cinqënta locais decontaminação, em treze países, segundo o Programa Regionalsobre o Meio Ambiente do Pacífico Sul. Outro problema é o efei-to estufa sobre a região. Com o aumento da temperatura globalocorre o derretimento das calotas polares e a elevação dos ní-veis dos oceanos, que poderão futuramente submergir muitosatóis e ilhas de corais. A Oceania também foi região de testes
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nucleares dos EUA e da França. Os americanos suspenderamseus testes, mas a França realizou algumas experiências há al-guns anos, apesar da forte oposição da opinião pública mundiale dos protestos dos países da região da Oceania. Paralelamen-te, há um movimento no sentido de recuperar os locais contami-nados pela radioatividade.
Questões de vestibular1) (FEI-SP) A Austrália realizou (recentemente) um plebiscito para es-
colher entre Monarquia e República. Sobre a Austrália e sua organi-zação política, é INCORRETO afirmar que:
a) está ligada à Inglaterra pela Commonwealth Britânica;b) tem como chefe de Estado a rainha Elizabeth II;c) é uma monarquia parlamentarista;d) apesar de ser um país independente, seu Primeiro-Ministro é o mesmo
que o da Inglaterra;e) foi uma colônia inglesa e tornou-se independente no século XX.
2) (UFU-MG) A Austrália no ano de 2000 esteve focalizada pela mídiaem virtude de ser sede dos Jogos Olímpicos.Assinale a que identifica as principais características geográficasdeste país.
a) os nativos australianos foram praticamente dizimados com a ocupa-ção européia, e os que restaram se encontram hoje totalmente assimi-lados à cultura dos brancos.
b) possui população rural reduzida, centros urbanos concentrados no su-deste do país, com base econômica derivada dos produtosagropecuários e da mineração.
c) possui 40% do seu território recoberto por florestas tropicais e im-portantes indústrias de produtos manufaturados.
d) a maior parte do território é constituída por desertos, predominandopopulação rural com economia baseada em recursos primários.
287Geografia Geral
3) (Unirio) Assinale a afirmação INCORRETA sobre a Oceania e os paí-ses que formam esse continente.
a) o setor agropecuário na Austrália apresenta uma elevada participa-ção nas exportações, e a pecuária constitui uma das principais fontesde riquezas.
b) a Austrália possui uma das mais baixas densidades demográficas domundo e sua população concentra-se no litoral e nas regiões maisúmidas.
c) a agropecuária na Nova Zelândia ocupa grande parte de seu território;é uma atividade muito importante economicamente, responsável porgrande parte das exportações de produtos industriais.
d) ao todo, a Oceania é formada por 4 grandes ilhas; a maior que repre-senta o território australiano, e 3 ilhas menores, que formam o arqui-pélago da Nova Zelândia e a ilha da Tasmânia, que constituiu um paísindependente.
e) durante o processo de ocupação da Nova Zelândia pelos ingleses, apopulação nativa teve suas terras usurpadas e grande parte de suapopulação dizimada. Hoje a população é predominantemente branca.
4) (FGV-SP) O termo “Oceania” costuma ser usado para identificar asterras emersas localizadas entre os oceanos Índico e Pacífico. Sobreelas pode-se afirmar que:
a) as ilhas da Polinésia, Melanésia e Micronésia são constituídas, predo-minantemente, por países que complementaram sua independência po-lítica na década de 1950.
b) a Polinésia tem sido a área mais utilizada pelos EUA para a realizaçãode testes atômicos, como os da década de 1970, que destruíram oAtol de Mururoa.
c) um traço cultural comum na Oceania é a completa adaptação das co-munidades nativas aos padrões europeus e norte-americanos estabe-lecidos com a ocupação colonial, a partir do século XVI.
d) Austrália, Nova Zelândia e Papua-Nova Guiné são consideradas paísesindependentes, apesar de terem como chefe de Estado a rainhaElisabeth II, do Reino Unido, ou alguém indicado por ela.
288 Geografia Geral
e) em comparação aos outros continentes, a Oceania apresenta o maiornúmero de possessões do tipo colonial, a exemplo do Havaí, Taiti e Tonga,controladas pelos Estados Unidos.
5) (Cesgranrio) A posição da Austrália, em relação às rotas de navega-ção, foi um dos motivos que retardou a incorporação de seu territó-rio ao horizonte geográfico europeu. Sua ocupação só viria a ocorrerde modo efetivo a partir do século XVIII, e seria marcada pela influên-cia de fatores naturais, o que pode ser constatado pela:
a) descoberta de jazidas de ouro que atraíram milhares de imigrantes apartir de 1850.
b) existência de forte atividade madeireira, nas áreas de vastas flores-tas de coníferas, na porção oeste do país.
c) implantação de lavouras de exportação de cana-de-açúcar e cacau,devido à abundância de água, em todo o território.
d) ocorrência, no centro do país, de solos tropicais de alto potencial deaproveitamento para o cultivo de trigo.
e) característica montanhosa do relevo, o que impediu a integração darede de transportes no sentido norte–sul.
289Geografia Geral
Capítulo 8Espaço e globalização
O espaço e seus elementosSabemos que entre dois lugares existe uma distância, um es-
paço que os separa. Quando nos deslocamos, em pensamentoou fisicamente, percebemos a existência do espaço. É normal-mente a partir deste momento que começamos a tomar conheci-mento dele, para compreendê-lo e saber dele tirar proveito.
O espaço, em que vivemos e nos deslocamos, é muito diversi-ficado, constituído por elementos muito diferentes uns dos ou-tros. Há os que são obras da própria natureza, outros são produ-zidos pela ação humana, e há ainda aqueles que são criadospela nossa imaginação. Poderíamos chamá-lo de espaço subje-tivo ou introspectivo. Todos esses espaços, repletos de elemen-tos diferenciados uns dos outros, estão sempre mudando com odecorrer do tempo. Identificar esses elementos e como eles secombinam nos leva à descoberta do espaço geográfico.
São elementos básicos na formação do espaço:
◆ os seres humanos
◆ o meio ambiente
◆ as infra-estruturas
◆ as formas
◆ as instituições
Os ser humano é o elemento mais importante do espaçogeográfico. É capaz de influenciar de modo decisivo todos osdemais elementos por meio do seu trabalho. Preservando oumodificando, criando ou destruindo, ocupando ou abandonan-do, organizando ou desorganizando, os grupos humanos têm acapacidade de colocar todos os elementos do espaço em con-tato entre si. Imprimem ritmos diferentes ao espaço. Ora len-
290 Geografia Geral
tos, ora acelerados, estes ritmos fazem com que a vida numdeterminado lugar pareça calma ou agitada, as mudanças pos-sam ser lentas ou aceleradas.
As pessoas ou grupos humanos se diferenciam de acordo como lugar que ocupam no espaço, isto é, o local onde vivem. Poresta localização também são classificados, ou seja, são diferen-ciados entre si. É comum uma pessoa que vive na cidade, (por-tanto “pessoa urbana”) dizer “fulano é do interior”. Desta manei-ra, o outro está sendo identificado como alguém que vive fora dacidade, na área rural, ou seja, faz parte de um outro espaço, viveem um outro lugar. É identificado de acordo com a sua localiza-ção no espaço. Por outro lado, ao identificar a outra pessoa noespaço, o “identificador” também se define. Se o outro é “do inte-rior”, ele se auto-identifica como “urbano”.
Os seres humanos possuem a capacidade de alterar e organi-zar os elementos do espaço, construindo cidades, pontes e es-tradas, destruindo florestas ou reflorestando, deslocando-se in-dividualmente ou em grupos, num movimento denominado mi-gração. Portanto, eles têm a capacidade de ir definindo as ca-racterísticas do espaço geográfico, seja em estado de natureza,seja a partir das mudanças que provocam. Porém, muitos seesquecem de que o mais importante são as pessoas e não olugar, o que significa que as pessoas fazem o seu lugar, tornamo espaço onde vivem melhor ou pior.
Espaço natural: em Big Sur, camposcultivados encontram o oceano
Rep
rodu
ção
Espaço construído: a State Highway 1contorna o litoral
Rep
rodu
ção
291Geografia Geral
O meio ambiente é formado pelo conjunto de elementos criadospela natureza, sobre os quais os seres humanos atuam intensa-mente. Ele é a base física (planícies, planaltos, rios, litoral, lagos,planícies, vegetação etc) sobre a qual o trabalho e a existênciahumana se apóiam. Desta maneira, os elementos naturais vão setransformando em elementos artificiais ou sociais. Na medida emque fazem parte de sua vida, eles são elementos sociais.
Atualmente, são grandes as preocupações com o meio am-biente. Tradicionalmente, o uso da natureza era realizado de qual-quer maneira, sem os cuidados com a preservação da vida e dosrecursos escassos. Atualmente discute-se muito sobre meioambiente, sobre ecologia, sobre as relações das pessoas entresi e com o seu meio ambiente. Há uma crescente conscientizaçãoem relação à importância da natureza, da qual somos parte.
As infra-estruturas correspondem a todos os elementos cria-dos pela ação humana, como casas, edifícios, estradas, pontes,usinas hidrelétricas, aeroportos, praças, calçadas, estádios etc.São os próprios objetos sociais que se podem identificar no es-paço. Tais elementos tomam forma e se dispõem no espaço. Háos que permanecem muito tempo no espaço construído, comoas igrejas góticas medievais ou as famosas pirâmides egípcias.Outros têm vida curta. Há os que são destruídos para ceder lu-gar a novas formas. Certas infra-estruturas permanecem numdeterminado espaço mas seu uso pode mudar. Assim, a formase mantém mas o uso dela muda, como um antigo cinema sertransformado em templo religioso. As infra-estruturas estão sem-pre mudando ou de forma ou de uso. Assim como as pessoas eos elementos do meio ambiente, as infra-estruturas também po-dem ser muito dinâmicas.
As empresas e as instituições são elementos que merecem umaatenção à parte, porque não são elementos concretos e visíveis. Narealidade, existem no papel, são criadas por um acordo entre pes-soas e depois registradas. Mas, para funcionar necessitam de infra-estruturas, tais como um edifício, ruas de acesso, equipamentos etc.
292 Geografia Geral
Assim, cada elemento do espaço cumpre o seu papel, ou seja,a sua função. Os seres humanos trabalham, organizam a produ-ção de acordo com os seus interesses. O meio ambiente forneceas matérias-primas necessárias à produção, e as infra-estrutu-ras formam um suporte para que as coisas funcionem. Por suavez, as empresas geram as mercadorias e os serviços, e as ins-tituições produzem leis e ordens, além de serviços e idéias. Sãoexemplos de instituição: hospitais, escolas, locais de administra-ção pública, locais de diversão e lazer. Deduzimos, assim, que oespaço geográfico é um conjunto formado por todos estes ele-mentos de forma integrada.
O espaço geográfico é um conjunto, um todo, e é justamenteprestando atenção ao todo que torna possível entender melhoras suas partes. Nenhum elemento do espaço pode ser bem-en-tendido se for deixado de lado os demais.
A diversidade espacialO uso que se faz do es-
paço geográfico é o fatorprincipal que o caracteriza.As atividades desenvolvi-das pelas pessoas aca-bam definindo ou caracte-rizando os lugares. Comoas atividades são muito va-riadas, variam enorme-mente os lugares.
Os tipos de espaço sediferenciam de acordo com as atividades neles desempenhadas,ou seja, dependem do uso que deles é feito. Seu uso explica oudá significado ao espaço geográfico.
Imaginemos uma praça de uma grande cidade. É possível ob-servar diferentes situações nesta mesma praça, em momentos
Foto da central técnica de St. Quen. Do outrolado do rio Sena, a Citroen
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rodu
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293Geografia Geral
diferentes. Por exemplo, pes-soas vendendo mercadorias(jornais, doces, sanduíches,bilhetes da loteria etc). É ouso econômico do espaço. Amesma praça pode ser ocu-pada por centenas de fiéis deuma determinada religião. Eo uso cultural do espaço. Ese trabalhadores ou estudan-tes nela se concentram para se manifestarem, trata-se de umamanifestação de caráter político. É o uso político do espaço.
Embora haja vários usos possíveis para o mesmo espaço, existeum uso predominante, ou seja, aquele que é mais importante ouque se repete com mais freqüência — o que nos permite identificare distinguir, por exemplo, uma região industrial de uma outra, emque a atividade predominante é a agricultura. As atividades maisevidentes ou mais importantes se sobrepõem às outras.
São muitos os usos do espaço, desde o uso residencial, ouso econômico, até o uso essencialmente de gestão. O impor-tante identificar o seu uso predominante para se saber quetipo de espaço ele é. Numa área urbana é fácil identificar osdiferentes tipos de espaço, como bairros residenciais, áreacomercial, zona industrial, pontos turísticos, área de lazer etc.Também é possível identificar as cidades de acordo com ouso predominante, como cidade industrial (São Paulo), cida-de administrativa (Brasília), cidade turística (Veneza), cidadereligiosa (Fátima) etc.
Globalização
Aspectos geraisÉ freqüente o uso de palavras como mundialização, internacio-
nalização, planetarização, como sinônimo de globalização. O
Fazenda agrícola, no Brasil
Rep
rodu
ção
294 Geografia Geral
problema é que nem sempre sãosinônimos entre si. Certamente,são muito próximos, mas têm tam-bém algumas diferenças, por vezesmuito claras, outras vezes muitosutis.
Tratemos primeiramente sobre oprocesso de internacionalização. Aspessoas, as mercadorias e asidéias vêm se internacionalizando hámuito tempo. Um exemplo claroocorre com o comércio. As merca-dorias são produzidas em determi-nados lugares, mas, na maioria doscasos, nesses mesmos locais sãoconsumidas mercadorias que vêmde fora. Certamente porque há um intercâmbio de mercadorias.
Mercadores europeus, no final da Idade Média, passaram sedeslocar para lugares distantes à procura de raros produtos, ge-nericamente chamados especiarias. Viajaram para a África, aÁsia e acabaram por chegar à América, tornando-se os desco-bridores e colonizadores desta última. Porém, antes do séculoXV, as viagens eram isoladas, inseguras e pouco freqüentes,geralmente dentro de uma mesma região. Raramente, os co-merciantes se aventuravam em viajar para áreas muito distan-tes. Por isso mesmo, a viagem de Marco Polo (1254-1324), as-sombrou os europeus da época.
Porém, a partir do final daquele do século XV elas se tornaramcada vez mais sistemáticas. Os deslocamentos de pessoas, mer-cadorias e idéias entre as localidades distantes começaram a seintensificar de tal forma que se iniciava um processo de inter-nacionalização da economia. A Europa produzia produtos manu-faturados (tecidos) e os vendia para suas colônias; em contra-partida, a América produzia produtos primários (tabaco, algodão,
Feira de Hamburgo, séc. XVI,local onde se deu o surgimento
de vilas e cidades
Rep
rodu
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295Geografia Geral
açúcar) e os fornecia para as metrópoles européias; e, por fim, aÁfrica fornecia mão-de-obra escrava para a América. Portanto,internacionalização significa a intensificação das trocas comer-ciais, a partir do século XV, entre as diversas partes do mundo. Apartir de então, essas trocas comerciais foram se tornando cadavez mais intensos e diversificados.
Quando ocorreu o desencadeamento da Revolução Indus-trial, inicialmente na Inglaterra, a partir da metade do séculoXVIII, foi acelerada a internacionalização econômica. As indús-trias produziam mercadorias em grande quantidade e por issonecessitavam de mais mercados fornecedores de matéria-primae consumidores de seus produtos. Com o aumento dos fluxos, aeconomia acelerou sua internacionalização. A revolução nos mei-os de transporte (navegação a vapor, ferrovias, rodovias, veículosautomotores, canais marítimos e oceânico) e nas comunica-ções (telégrafo, rádio-comunicação), acelerando a velocidadee encurtando distâncias, correspondeu a essas novas necessi-dades. As trocas obedeciam a um outro ritmo cada vez maisrápido. Assim, a internacionalização atingia, praticamente, to-dos os lugares do planeta, conectando as áreas produtoras àsáreas consumidoras, através de modernas redes de transpor-tes e de telecomunicações.
Portanto, globalização é o nível mais elevado da internaciona-lização. Com a globalização, o mundo torna-se cada vez menor.Novos termos foram criados para identificar essa nova imagem,como: “nave Terra”, “aldeia global”, “sociedade global” etc. Por-tanto, há muito tempo o mundo vem se internacionalizando, massó recentemente tornou-se globalizado.
Nesse sentido, com a unificação dos continentes, a Terra tor-na-se um só e único “mundo”. Para Jean-Robert Pitte, em suaobra “A natureza humanizada”, à página, 48, “globalização é ofenômeno que se verifica atualmente e que consiste numa pro-gressiva integração dos investimentos, mercados, meios de co-municação e transporte em nível mundial” .
296 Geografia Geral
Mundialização é umsegundo termo bastanteassociado à questão daglobalização. Mas é umvocábulo mais emprega-do na língua francesa(mondialisation), en-quanto que globalizaçãoé um termo mais usadona língua inglesa (glo-balization). No Brasil, émais freqüente o uso do termo globalização. Neste sentido, osdois termos significariam a mesma coisa.
Entretanto, há os que acreditam que o termo globalização sejamais adequado ao domínio da economia, ou seja, àinternacionalização da produção e do consumo, enquanto que apalavra mundialização se ajusta melhor nos casos relacionadosà cultura. Um exemplo dessa mundialização é a influência doshábitos e práticas culturais americanas sobre outras partes doplaneta, como o uso de calças jeans, o consumo de Coca-Cola,e de hambúrgueres em lojas de fast-food.
Um outro termo ligado à idéia de globalização é planeta-rização. Há uma pequena diferença entre mundo e planeta. Oplaneta está associado a idéia da Terra como um astro do Sis-tema Solar. Portanto, uma realidade mais física. A palavra mundojá sugere o espaço vivido e dominado pelas pessoas, pelastransformações que elas realizam no planeta. Assim, o termomundo abrange uma idéia não apenas física mas também sim-bólica, cultural.
Sinteticamente, as principais características da globalização são:
◆ Domínio crescente das empresas multinacionais (trans-nacionais) sobre a economia mundial.
◆ Reorganização do sistema financeiro internacional, de acor-do com as exigências dos grandes complexos empresariais
Mc Donald’s em Moscou, após o fim da URSS
Gam
ma
297Geografia Geral
e dos países desenvolvidos, bem como o rápido descolamentode imensas somas de dinheiro e a interdependência de prati-camente todas as bolsas de valores.
◆ Avanços da microeletrônica, uma verdadeira revolução nainformática, que influencia os mais diversos setores da vidasocial, acelerando os transportes, os fluxos de informação,encurtando o tempo e o espaço.
◆ Expansão mundial do neoliberalismo, contrário à interferên-cia dos governos na economia, que deve ser regida pela leida oferta e a procura (“a mão invisível”, dos economistas clás-sicos liberais, como Adam Smith).
◆ Conseqüentemente, ocorre o enfraquecimento dos Estados,pois os governos estão perdendo seu controle da economia.
◆ Uso do inglês como língua universal, facilitando as trocas deinformação entre diferentes pessoas, grupos e povos.
◆ Transformação dos espaços nacionais em espaços da eco-nomia internacional, o que provoca a perda da idéia de fron-teiras nacionais diante dos fluxos econômicos e financeirosglobais.
◆ Aceleração de todas as formas de circulação e comunicaçãode pessoas, mercadorias e idéias.
◆ Desenvolvimento de uma consciência ecológica planetária, apartir da identificação de problemas ambientais globais, comoefeito estufa, chuva ácida, buraco na camada de ozônio etc,que afetam a todos, não obedecendo a fronteiras políticas.
Por outro lado, a globalização facilita o avanço de graves epi-demias, que eliminam milhões de vidas humanas, como a aids,o ebola e, mais recentemente, a gripe asiática; facilita tambémas atividades ilegais internacionais do crime organizado (tráficode drogas, contrabando de armas, exploração da prostituiçãofeminina e da pornografia infantil).
Pelo exposto acima, é possível deduzir que a globalizaçãocorresponde a uma fase da história mundial extremamente dinâ-
298 Geografia Geral
mica, diferenciada e, portanto, bastante complexa; confunde-se,historicamente, com a expansão do capitalismo e agrava aindamais as grandes diferenças existentes no mundo.
Revela-se, assim, a grande ambigüidade do processo deglobalização. Ao mesmo tempo em que se cria a possibilidadede um mundo unificado, agravam-se as velhas desigualdades,bem como surgem novas. A globalização seria, nesse perspecti-va, um processo perverso. Beneficia os países, grupos e pes-soas mais ricas, em detrimento dos pobres.
O caminhar de um longo processoSe se deseja compreender melhor a globalização, é preciso
conhecer as diversas etapas da internacionalização do capitalis-mo. Surgido na Europa Ocidental, nos últimos séculos da IdadeMédia (476-1453), o capitalismo se expandiu pelo mundo criandopaisagens e modos de vida de acordo com os seus interesses.Essa transformação profunda, ocorrida nos lugares e nas pes-soas, denomina-se ocidentalização. Ou seja, as característicasdo Ocidente capitalista (Europa Ocidental e EUA) foram influen-ciando e modificando as estruturas socioeconômicas, os valores,comportamento e idéias de praticamente todo o mundo. Emborahaja profundas diferenças entre culturas de distintos lugares domundo e resistências à ocidentalização, esse processo é o maisimpositivo e abrangente de toda a história da humanidade.
A partir do desencadeamento da Revolução Industrial houve umaagilização crescente no processo produtivo que provocou o surgimentode uma civilização industrial, com as seguintes características:
◆ A indústria passou a ser o elemento central e dinâmico dasatividades econômicas.
◆ A industrialização provocou um processo acelerado de urba-nização.
◆ O ritmo vivido pela sociedade urbano-industrial foi crescen-temente acelerado (metro, trens de alta velocidade, aviões ajato, comunicações via satélite, e-mail, fax etc)
299Geografia Geral
Outra conseqüência é a diferenciação crescente entre luga-res. Algumas áreas geográficas se beneficiaram dos frutos dasrevoluções tecnológicas, tornando-se assim mais desenvolvidas.Como algumas regiões se desenvolveram mais acentuadamen-te que outras, definiram-se as áreas centrais (ricas) e periféricas(pobres) ou, como atualmente se prefere, o Norte (desenvolvido)e o Sul (subdesenvolvido). É um mundo polarizado, em que adesigualdade se amplia.
Historicamente, as fases dessa polarização global são as se-guintes:
◆ Período embrionário: 1500 a 1800, quando ocorria o predo-mínio do capital comercial (época do mercantilismo), que de-terminou a polarização em zonas centrais (Espanha, Portu-gal, Inglaterra, Holanda, França) e zonas periféricas (colô-nias na América)
◆ Polarização clássica: 1800 a 1945, da Revolução Industrialaté o fim da Segunda Guerra Mundial, na qual o interesseindustrial era o elemento condicionador das relações entreos países centrais (Europa, EUA e Japão) e as regiões peri-féricas (América Latina, África e Ásia, exceto o Japão). Ocor-reu, então, a divisão internacional do trabalho. As zonas cen-trais compravam matérias-primas e forneciam produtosmaquinofaturados e as zonas periféricas forneciam matérias-primas compravam produtos maquinofaturados.
◆ Etapa pós-guerra (1945 a 1990): quando ocorre a industriali-zação de algumas áreas periféricas (na América Latina e naÁsia) e a descolonização. Embora ocorresse a formação deum sistema mundial de produção mais integrado, houve aexclusão cruel de várias regiões do planeta. A polarizaçãoeconômica, condicionada pelo capital financeiro especulativo,tomou contornos ainda mais nítidos: o Norte (países ricos) eo Sul (países pobres).
Em nosso mundo globalizado, as enormes desigualdades so-ciais e as incertezas se ampliam constantemente.
300 Geografia Geral
RÚSSIA
CHINA
FILIPINAS
INDONÉSIA
MADAGASCARNAMÍBIA
ANGOLAZAIRE
QUÊNIAETIÓPIASUDÃONIGÉRIA
NÍGER
MALIMAURITÂNIA
MARROCOS
ARGÉLIALÍBIA
ERITRÉIAÍNDIA
IRAQUE
EGITO
TURQUIA
ROMÊNIAALEMANHA
POLÔNIA
FRANÇA
REINO UNIDO
FINLÂNDIANORUEGAISLÂNDIA
GROENLÂNDIA
CANADÁ
ESTADOS UNIDOS
CUBAMÉXICO
VENEZUELACOLÔMBIAEQUADOR
PERUBRASIL
BOLÍVIA
PARAGUAI
URUGUAI
ARGENTINA
CHILE
ITÁLIAESPANHA
IRÃ
ARÁBIASAUDITA
MOÇAMBIQUETANZÂNIA
ÁFRICADO SUL
AUSTRÁLIA
NOVAZELÁNDIA
NORTESUL
Linha disória Norte/Sul
JAPÃO
MONGÓLIA
Mapa da divisão mundial entre Norte e Sul (países ricos e pobres)
Os espaços da globalização: um mundo sem fronteiras
Ao se observar o mapa-múndi, é muito fácil identificar as fron-teiras políticas que dividem os países e as suas dimensões bemdiferentes. Porém, não é tão fácil notar que esses países pos-suem riquezas diferentes, bem como poderes diferentes. Muitospaíses (periferia) são pobres porque outros poucos (centro) sãoricos. O enriquecimento e o poder de uns poucos países é umaconseqüência direta da exploração e dependência de muitosoutros. Então, ao se analisar a evolução da história, deduz-seque não existem países “pobres”, mas países que foram sendo“empobrecidos. E a globalização apenas reforça essa situação.
O centro são os países ricos e grandes investidores em outrospaíses. As sedes de organismos internacionais e das empresastransnacionais neles se localizam. Tomam as decisões mais im-portantes pois detêm os poderes mundiais.
301Geografia Geral
Certos espaços em países periféricos agem como centros.Embora localizadas em países pobres, são áreas mais dinâmi-cas, com tecnologias relativamente modernas. No Brasil sobres-sai o eixo Rio–São Paulo; na Argentina, a região em torno deBuenos Aires, na Argentina; no Chile, a Grande Santiago. Tam-bém existem as periferias fortemente ligadas ao dinamismo ouao funcionamento de outro espaço. O México, cuja economia éfortemente dependente da economia dos Estados Unidos, é umexemplo clássico.
Por outro lado, há espaços que ainda não interessam muito àeconomia central global porque praticamente nada possuem paraabastecer o mercado mundial. É o caso de muitos países africa-nos, normalmente os mais pobres do mundo. Existem tambémpaíses semi-isolados que sofrem algum tipo de embargo ou iso-lamento, como são os casos de Cuba, na América Central, e daLíbia, na África. E há ainda os espaços estratégicos, que pode-rão adquirir algum valor no futuro. São regiões caracterizadaspor algum tipo de obstáculo à ocupação humana. São exemplosdisso áreas muitos frias, como boa parte da Sibéria, na Rússia, edo Alasca (EUA), e o norte do Canadá; áreas muito quentes esecas, como os desertos do Saara (África), o Grande Deserto naAustrália e áreas muito montanhosas ou com vegetação bastan-te densa, como o Himalaia, na Ásia e a floresta Amazônica, naAmérica do Sul.
Os blocos econômicos
Globalização e blocos regionaisGlobalização é o processo de constituição de uma economia
mundial por meio da integração de mercados nacionais. Comela aprofunda-se a divisão internacional do trabalho. São os flu-xos de capitais, mercadorias e informações que, ao atravessaros limites nacionais, criam um espaço mundial de transações,tornando-se assim os agentes da globalização.
302 Geografia Geral
O atual estágio da globa-lização exige, para sua efe-tivação e aprofundamento,uma generalizada e rápida di-minuição das barreiras alfan-degárias entre as nações. Oscapitais, parte mais sensívelda efetivação da globalização,seja em forma de investimen-tos produtivos, seja em formade investimentos especulativos, experimentam uma enorme ex-pansão e notável velocidade. Diariamente, bilhões de dólarestransitam pelos principais mercados financeiros mundiais. As fron-teiras político-nacionais são praticamente ignoradas pelos flu-xos de informações, por meio de redes públicas ou privadas,estabelecendo-se novos espaços virtuais.
Paralelamente à globalização formam-se blocos econômicosregionais, supranacionais, resultados de tratados diplomáticos,mas que, na verdade, correspondem aos interesses da própriadinâmica dos fluxos econômico-financeiros. Esses novos blocosfacilitam e estimulam a circulação de mercadorias e de capitais,configurando mercados regionais. Historicamente foram o anti-go Mercado Europeu Comum, inspirado na união do Benelux(Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo), atualmente encorpadoe bem-sucedido sob a denominação de União Européia, e a Co-munidade Européia de Carvão e Aço (Ceca), instituída em 1952,os embriões dessa tendência. Embora haja aqueles que recuemainda mais, especificamente para o século XIX, quando o Impé-rio Alemão iniciou sua unificação por meio do Zollverein (UniãoAlfandegária).
A tendência de regionalização é mais evidente e profunda naEuropa, inclusive com a existência de uma moeda comum, oeuro. Mas, ela acontece em outras áreas do planeta, ainda quecom diferenças, como na América e na macrorregião da Ásia-Pacífico, onde existe o maior mercado regional mundial. As ten-
Pregão de Bolsa de valores, SP, 2002
Rep
rodu
ção
303Geografia Geral
dências de globalização e regionalização poderiam ser vistascomo contraditórias ou excludentes. Na verdade, elas se com-pletam. Nos megablocos regionais, na medida em que as barrei-ras e as taxas alfandegárias diminuem ou desaparecem nas re-lações entre seus países membros, condições favoráveis às cor-porações transnacionais ocorrem, com a unificação de merca-dos. Dessa maneira, a regionalização econômica é um impor-tante instrumento para a aceleração da globalização.
Blocos econômicos: caracterizaçãoSão associações de países que estabelecem relações econô-
micas privilegiadas entre si. O primeiro bloco surgiu na Europaem 1957, com a criação da Comunidade Econômica Européia(CEE), também chamada Mercado Comum Europeu (MCE), atualUnião Européia (UE). Mas a tendência de regionalização da eco-nomia só se fortaleceu nos anos 1990, com o fim da Guerra Fria.Na América se destacam o Nafta, o Mercosul e, em menor grau,o Pacto Andino e o Caricom; na Europa, a Comunidade dos Es-tados Independentes (CEI); na África há o SADC; e na Ásia, oAsean. Também está em fase de implantação o bloco transcon-tinental Apec, que reúne países da América e da Ásia, e conti-nuam as negociações para a formação de um bloco abrangendotoda a América, a Alca.
Os blocos econômicos classificam-se em zona de livre comér-cio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e mo-netária. Na zona de livre comércio, há a redução ou a eliminaçãodas taxas alfandegárias que incidem sobre a troca de mercado-rias dentro do bloco. A união aduaneira, além de abrir mercadosinternos, regulamenta o comércio dos países membros com na-ções externas ao bloco. Já o mercado comum garante a livrecirculação de pessoas, serviços e capitais.
Antecedentes do Mercosul: a AlalcCriada em 1960, pelo Tratado de Montevidéu, a Aliança Latino-
Americana de Livre Comércio surgiu fortemente inspirada pelos tra-
304 Geografia Geral
tados de Roma que deram origem a bem-sucedida Comunidade Eco-nômica Européia. Em 1980, a Alalc se ampliava por meio da Aladi(Associação Latino-Americana de Desenvolvimento Integrado).
Esses órgãos regionais surgiram como uma conseqüência dasinfluências da Cepal (Comissão Econômica para a América Lati-na), cujas idéias desenvolvimentistas, por meio de poupançasinternas, associadas a investimentos estrangeiros, tinham comometa ampliar a políticade substituição das im-portações dos países la-tino-americanos e o pa-pel fundamental do Es-tado na coordenação edirecionamento dos in-vestimentos, internos eexternos.
No Brasil, esse mode-lo chegou ao apogeu durante o governo de Juscelino Kubitschek(1956-1961), notabilizado pelo seu plano de meta desenvol-vimentista, com destaque para a instalação de hidrelétricas(energia), ampliação da malha rodoviária, criação da indústriaautomobilística.
Assim, a integração econômica da América Latina se inicioupela região mais importante, política, econômica e socialmente,o chamado Cone Sul, congregando a Argentina e o Brasil, com aadesão do Chile e do Paraguai.
Por outro lado, a Colômbia, a Bolívia, o Equador e a Venezuela,estimulados e não pretendendo se distanciar, criaram, em 1969,o Pacto Andino.
Porém, problemas inerentes à realidade sul-americana tiveram fortepeso no fracasso dos dois institutos integracionistas, como a pobrezaextensiva de sua população, elevado índice de analfabetismo, histó-rica estrutura latifundiária, gritantes desníveis sociais, instabilidadepolítica etc. O único resultado favorável alcançado pela política de
Juscelino Kubitschek durante o seu governo
Rep
rodu
ção
305Geografia Geral
integração dos dois organismos foi a diminuição de tarifas alfandegá-rias no comércio entre os países membros, mas beneficiando basi-camente grandes empresas, nacionais e transnacionais.
A criação do MercosulCriado em 1991, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) é com-
posto de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, nações sul-ame-ricanas que adotam políticas de integração econômica e adua-neira. O Mercosul teve origem nos acordos comerciais entre Brasil
W E
N
S
OCEANOPACÍFICO
OCEANOATLÂNTICO
Ilhas Galápagos(Equador)
BOLÍVIA
PARAGUAI
ARGENTINA
CHILE
URUGUAI
BRASIL
Brasília
La Paz
Assunção
MontevidéuBuenos Aires
Malvinas (RU)
Santiago
Trópico de Capricórnio
EfetivosAssociados(Chile e Bolívia
Equador
0 770km 1.540km
ESCALA
Países do Mercosul
306 Geografia Geral
e Argentina, assinados em meados dos anos 1980. No início dadécada de 1990, o ingresso do Paraguai e do Uruguai tornou aproposta de integração mais abrangente.
O Tratado de Assunção, assinado em 26 de maço de 1991,marcou o início efetivo do Mercosul, com a denominação legalde “Mercado Comum do Sul”. Pelo tratado, a partir de 31 de de-zembro de 1994, ano de sua implantação, haveria a livre circula-ção de bens, serviços e fatores produtivos entre os países mem-bros, através, entre outras providências, da eliminação dos direi-tos alfandegários; restrições não-tarifárias; criação de tarifa ex-terna comum e adoção de uma política comercial comum emrelação a terceiros Estados ou agrupamento de Estados etc.
Em 1995 instalou-se uma zona de livre comércio. Cerca de90% das mercadorias fabricadas nos países membros podiamser comercializadas internamente sem tarifas de importação. Al-guns setores, porém, mantiveram barreiras tarifárias temporá-rias, que seriam reduzidas gradualmente. Além da extinção detarifas internas, o bloco estabelecia uma união aduaneira, com apadronização das tarifas externas para diversos itens. Contandocom uma população de 216 milhões de habitantes e um PIB de1,1 trilhão de dólares, o Mercosul é o mais ativo bloco de integra-ção econômica exclusivamente latino-americano. Chile e Bolí-via, membros associados, assinaram tratados para a sua partici-pação nessa zona de livre comércio, mas evitam ingressar inte-gralmente, atraídos pela perspectiva de concretização da Alalc.
O bloco tem enfrentado dificuldades em função dos problemas edos antagonismos entre o Brasil e a Argentina. Para Magnoli eAraújo, na obra Para entender o Mercosul, na página 15, lemos que“o Mercosul nasce no interior do cenário mundial de acirramento deconcorrência global, de regionalização através dos megablocos, dedesregulamentação e liberalização dos mercados nacionais. Reu-nindo a maior parte dos países do Cone Sul da América Latina,representa um bloco de escala sub-regional, submetido a influên-cias das novas políticas externas dos Estados Unidos. As relaçõesque virão a estabelecer com o Nafta e a sua eventual participação
307Geografia Geral
nos desenvolvimentos futuros da Iniciativa para as Américas deter-minarão, finalmente, a sua substância e viabilidade”.
A Alca: um mercado americanoA consolidação da União Européia e o fim da Guerra Fria levaram
os Estados Unidos a uma revisão de sua estratégia econômica epolítica, em escala mundial, com o objetivo de satisfazer seus gran-des interesses geopolíticos. O fim do sistema comunista no LesteEuropeu alicerçou a União Européia, apesar dos problemas de altoscustos que a Alemanha enfrentou, com a incorporação da parte ori-ental, correspondente à República Democrática da Alemanha.
Com a ampliação dos mercados, em escalas supranacionais,parecia definir as novas regras para a competição internacional,o governo americano revisou sua estratégia tradicional de acor-dos separados com cada país, e passou a ter como objetivo pri-mordial a criação de mercados regionais.
Em 1990, o governo americano anunciou a sua nova política,objetivando a criação de uma “zona de livre comércio” em todo ocontinente americano. Em cooperação com os demais países daAmérica, exceto Cuba, após várias conferências de cúpula, ficouacertado que o ano 2005 seria o prazo de supressão dos obstá-culos ao livre fluxo de mercadorias, com a implantação da Áreade Livre Comércio das Américas (Alca).
A América Latina se apresenta como uma das grandes solu-ções para os investimentos e o comércio externo dos EstadosUnidos. Afinal, suas relações comerciais com o Japão e a UniãoEuropéia revelam um enorme déficit crônico, que não se tornamais dramático devido ao equilíbrio na balança de pagamentos.Em 1992 foi estabelecido o Acordo de Livre Comércio da Améri-ca do Norte (Nafta), abrangendo os Estados Unidos, o Canadá eo México. É um exemplo clássico de “união aduaneira”, com alivre circulação de mercadorias e a cobrança de uma tarifa exter-na comum sobre mercadorias importadas de fora do bloco.
308 Geografia Geral
Para Demétrio Magnoli e Regina Araújo, em sua obra Proje-to de Ensino de Geografia, página 101, “o projeto da Alca, talcomo formulado e conduzido por Washington, procura dissol-ver os espaços sub-regionais de integração comercial surgidona América Latina. Do ponto de vista norte-americano, o blo-co continental deve seguir regras homogêneas e limitadas aoconceito de zona de livre comércio. A plena realização desseprojeto implicaria a dissolução do Mercosul, do Pacto Andinoe do MCCA (Mercado Comum Centro-Americano)”.
W E
N
S
0 1.656km 3.312km
ESCALA
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ATLÂNTICO
Estreito deBering
Mar Glacial Ártico
GrandesLagos
ESTADOS UNIDOS
MÉXICO
GROENLÂNDIA(DINAMARCA)ALASCA
(EUA)
CANADÁ
Ottawa
Washington
São Lourenço
BAHAMAS
CUBA
JAMAICABELIZE
GUATEMALAEL SALVADOR
COSTO RICAPANAMÁ
Ilhas Galápagos(Equador)
REPÚBLICAANTÍGUA E BARBUDA
DOMINICASANTA LÚCIABARBADOS
GRANADATRINIDADE TOBAGO
SURINAME GUIANA FRANCESA (França)GUIANA
VENEZUELA
CALÔMBIA
EQUADOR
BOLÍVIA
PARAGUAI
ARGENTINA
CHILE
URUGUAI
BRASIL
Brasília
Quito
Lima
La Paz
Assunção
MontevidéuBuenos Aires
Malvinas (RU)
Santiago
Bogotá
Caracas
Cidade do México
Mississippi
Golfo doMéxico
GeorgetownParamaribo
Caiena
DOMINICANASÃO VICENTE
E GRANADINASHONDURAS
NICARÁGUA
HAITÍ
SÃO CRISTÓVÃOE NÉVIS
PORTORICO (EUA)
Estrito de Drake
MO
NT
AN
HA
SR
OC
HO
SA
S
Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
Mapa da América - países pertencentes à Alca
309Geografia Geral
Principais blocos e sub-blocos
Comunidade da África Meridional para oDesenvolvimento (SADC) ou União Aduaneirado Sul da África
Estabelecida em 1992 com o objetivo de incentivar as rela-ções comerciais entre seus 14 países membros, visando criarum mercado comum e também promover esforços para estabe-
LÍBIA
EGITO
ÁSIA
SUDÃOCHADE
NÍGERMALI
ARGÉLIAT
UN
ÍSIAMARROCOS
COSTADO MARFIM
Saara
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Cartum
TANZÃNIA
BOTSUANANAMÍBIA
REP. CENTRO-AFRICANA
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SOMÁLI
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Trípoli
Cairo
Nairóbi
Dodoma
BanguiIaundé
Bata
Brazzaville
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Bouaké
BamakoBanjul
Dacar
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Rabat
Kinshasa
Luanda
Windhoek
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GANA
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BURUNDI
Kigali
UGANDA
LESOTO
ÁFRICA
DO SUL
Maseru
SUAZILÂNDIA
Países membros da SADC.
MbabaneMaputo
MO
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ZIMBABUE
Harare
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LilongweZÂMBIALusaka
Bujumbura
QUÊNIA
RUANDA
Capala
ETIÓPIAAdís Abeba
DjibutiDJIBUTI
BURKINAFASSOUagadugu
NIGÉRIAAbuja
CAMARÕES
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SERRALEOA
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SENEGAL
MAURITÂNIA
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GUINÉ EQUAT.
GABÃOLambaréné
LIBÉRIA
Freetown
Monrévia
Conacri
ArgelTúnis
Asmara
Mogadício
REP. DEMDO CONGO
ANGOLA
Mapa da África com os países membros da SADC
310 Geografia Geral
lecer a paz e a segurança na conturbada região. Membros: An-gola, África do Sul, Botsuana, Lesoto, Malauí, Maurício, Moçam-bique, Namíbia, República Democrática do Congo (RDC, ex-Zai-re), Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
Mercado Comum Centro-Americano (MCCA)Engloba Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e El
Salvador.
Comunidade do Caribe (Caricom)Abrangendo Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Cari-
com), é um bloco de cooperação econômica e política formadopor 14 países e três territórios da região (Antigua e Barbuda,Bahamas, Barbados, Belize, República Dominicana, Granada,Guiana, Jamaica, Montserrat, São Cristóvão e Névis, Santa Lú-cia, São Vicente, Trinidad e Tobago, e outras ilhas menores dasAntilhas). Além de incentivar a cooperação econômica entre os
Mapa da América central com os membros do MCCA
311Geografia Geral
membros, a organização participa da coordenação da políticaexterna e desenvolve projetos comuns nas áreas de saúde, edu-cação e comunicação. Os países do Caricom têm no turismouma de suas principais fontes de renda, recebendo cerca de15 milhões de turistas por ano.
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico(Apec)
É um bloco econômico formado para promover a abertura demercados entre 20 países, mais Hong Kong (China), que res-pondem por cerca de metade do PIB e 40% do comércio mun-dial. Oficializada em 1993, na Conferência de Seattle (EUA), ecom sede em Cingapura, a Apec já existia desde 1989 comofórum de conversações informais entre seis países membro daAsean e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, entreeles o Japão e os EUA. O plano de ação para a abertura econô-mica foi iniciado em 1997, mas a eliminação de barreiras comer-
OCEANO PACÍFICO
OCEANOATLÂNTICO
ESTADOS UNIDOS
MÉXICO
Washington
BAHAMAS
CUBA
JAMAICABELIZE
GUATEMALAEL SALVADOR
COSTO RICAPANAMÁ
Ilhas Galápagos(Equador)
REPÚBLICAANTÍGUA E BARBUDADOMINICASANTA LÚCIABARBADOS
GRANADATRINIDADE TOBAGO
SURINAME GUIANA FRANCESA (França)GUIANA
VENEZUELA
CALÔMBIA
EQUADOR
BOLÍVIA
BRASIL
Brasília
Quito
Lima
La Paz
Bogotá
Caracas
Cidade do México
Mississippi
Golfo doMéxico
GeorgetownParamaribo
Caiena
DOMINICANASÃO VICENTE
E GRANADINASHONDURAS
NICARÁGUA
HAITÍ
SÃO CRISTÓVÃOE NÉVIS
PORTORICO (EUA)
0 998km 1.996km
ESCALA
Mapa do Caribe com membros do Caricom
312 Geografia Geral
ciais deve ocorrer gradualmente. A Apec pretende estabelecer olivre comércio entre todos os países do grupo até 2020.
Membros: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Cingapura,Coréia do Sul, EUA, Federação Russa, Filipinas, Hong Kong,Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua-NovaGuiné, Peru, Tailândia, Taiwan, Vietnã.
Área de Livre Comércio das Américas (Alca)A carta de intenções para sua criação foi assinada em 1994
pelos 34 países americanos (exceto Cuba). O objetivo é eliminaras barreiras alfandegárias na região, o que poderá transformar aAlca num dos maiores blocos comerciais do mundo. É uma pro-posta de integração comercial que, se concluída, abrangerá to-dos os países da América (exceto Cuba). Os países membrosterão, entre si, preferências tarifárias. O objetivo é que as tarifaspara o comércio interblocos sejam reduzidas até que fiquemzeradas. O prazo mínimo definido em 1994 para a formação do
RÚSSIA
CHINA
FILIPINAS
INDONÉSIA
CANADÁ
ESTADOS UNIDOS
MÉXICO
PERU
CHILE
AUSTRÁLIA
NOVAZELÁNDIA
JAPÃO
ALASCA
Países da (Apec)
Mapa da região do Pacífico com membros da Apec
313Geografia Geral
bloco era de sete anos, mas a meta foi adiada para 2005. Suaimplementação começa em 1o de janeiro de 2006.
Com um PIB total de US$ 11,485 trilhões (em 2002), os paísesda Alca somam uma população superior a 800 milhões de habi-tantes, o dobro da registrada na UE. O grande incentivador daabertura dos mercados da região é o governo dos EUA. Ofere-cendo produtos e serviços mais competitivos, as empresas norte-americanas consideram-se preparadas para a queda das barrei-ras alfandegárias na região. A economia americana representaquase 78% do PIB de toda a região a ser abrangida pela Alca. Jáo Brasil e seus parceiros do Mercosul prevêem grande dificuldadena adaptação de suas economias e preferem dar início ao proces-so da Alca em 1o de janeiro de 2006. Enquanto os EUA pressio-nam por acordos parciais, prevalece a posição do Mercosul emdefesa da assinatura simultânea de um acordo geral, sem quenada entre em vigor até o fechamento de todas as negociações.
Para participar da Alca, as nações da América Latina e doCaribe necessitarão de vultosas obras de infra-estrutura. Esti-ma-se, no conjunto, investimentos da ordem de US$ 65 bilhõespor ano na modernização de setores vitais, como transportes,telecomunicações, água e energia.
Associação das Nações do Sudeste Asiático(Asean)
Surgiu em 1967, na Tailândia, com o objetivo de assegurar aestabilidade política e de acelerar o processo de desenvolvimen-to da região. Hoje, o bloco representa um mercado de mais de500 milhões de pessoas e um PIB superior a US$ 550 bilhões.Com sede em Jacarta (Indonésia), a Asean desenvolve progra-mas de cooperação nas áreas de transporte, comunicação, se-gurança, relações externas, indústria, finanças, agricultura, ener-gia, transporte, tecnologia, educação, turismo e cultura.
Membros: Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia,Malásia, Mianma, Tailândia e Vietnã.
314 Geografia Geral
RÚSSIA
CHINA
FILIPINAS
INDONÉSIA
JAPÃO
W E
N
S 0 1.519km 3.038km
ESCALA
OCEANOÍNDICO
OCEANOPACÍFICO
1119
2021
22
2325
26
11- Tailândia19- Filipinas20- Vietnã21- Camboja22- Malásia23- Indonésia25- Cingapura26- Brunei Myanmar
Mapa da Ásia com membros da Asean
Comunidade dos Estados Independentes (CEI)É um bloco criado em 1991, integrando 12 das 15 Repúblicas
que formavam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS). Ficaram de fora apenas os três Estados bálticos: Estônia,Letônia e Lituânia. Sediada em Minsk, capital de Belarus, orga-niza-se em uma confederação de Estados, preservando a sobe-rania de cada um. Sua estrutura abriga dois conselhos: um for-mado pelos chefes de Estado, que se reúnem duas vezes ao
315Geografia Geral
ano, e outro pelos chefes de governo, que se encontram de trêsem três meses. A perda de poder econômico da Federação Rus-sa enfraquece seu domínio, mas seu poderio bélico ainda é umaimportante forma de controle sobre a CEI.
Membros: Armênia, Azerbaijão, Belarus, Cazaquistão, Fede-ração Russa, Geórgia Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Tur-comenistão, Ucrânia e Uzbequistão.
Acordo de Livre Comércio da América do Norte(Nafta)
É um instrumento de integração entre a economia dos EUA,do Canadá e do México. O primeiro passo para a criação dobloco foi o tratado de livre comércio assinado por norte-america-nos e canadenses em 1988, ao qual os mexicanos aderiram em1993. Nesse mesmo ano, a ratificação do Nafta veio para conso-lidar o intenso comércio regional já existente na América do Nor-
LETÔNIALITUÂNIA
BELARUS
UCRÂNIA
M ARC
ÁS
PIO
MAR NEGRO
OCEANOPACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
MOLDOVA
W E
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S
0 957km 1.914km
ESCALA
GEÓRGIAARMÊNIA
AZERBAIJÃO
ESTÔNIA
NORUEGA
SUÉCIA
FINLÂNDIA
TURCOMENISTÃO
CAZAQUISTÃO
RÚSSIA
UZBEQUISTÃO
TADIQUISTÃO
QUIRGUISTÃO
CHINA
MONGÓLIA
Estados Integrantes da CEI Estados não Integrantes da CEI Repúblicas e regiões autônomas
Mapa da CEI
316 Geografia Geral
te e para enfrentar a concorrência representada pela União Eu-ropéia. Entrou em vigor em janeiro de 1994, estabelecendo oprazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfande-gárias entre os três países. Seu mais importante resultado atéhoje foi a ajuda financeira prestada pelos EUA ao México duran-te a crise cambial de 1994, que teve grave repercussão na eco-nomia global. Apesar de a iniciativa não fazer parte do acordo, aintegração das economias tornou necessário o socorro.
O Chile foi convidado a participar do Nafta em dezembro de1994, mas a resistência do Congresso norte-americano ao trata-
Estreito deBering
Mar Glacial Ártico
GrandesLagos
ESTADOS UNIDOS
MÉXICO
GROENLÂNDIA(DINAMARCA)ALASCA
(EUA)
CANADÁ
Ottawa
Washington
São Lourenço
BAHAMAS
CUBA
JAMAICABELIZE
GUATEMALAEL SALVADOR
REPÚBLICAANTÍGUA E BARBUDA
DOMINICASANTA LÚCIA
BARBADOSGRANADA
Cidade do México
Mississippi
Golfo doMéxico
DOMINICANASÃO VICENTE
E GRANADINASHONDURAS
NICARÁGUA
HAITÍ
SÃO CRISTÓVÃOE NÉVIS
PORTORICO (EUA)
Missouri
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NT
AN
HA
SR
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HO
SA
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N
S
0 903km 1.806km
ESCALA
Mapa da América do Norte com membros da Nafta
317Geografia Geral
do dificultou os entendimentos com os EUA. Em 1997, a nego-ciação para sua adesão avançou com a aprovação pelo Senadochileno do acordo de livre comércio entre Chile e Canadá, comvigência imediata.
Membros: Canadá, EUA e México.
Pacto AndinoBloco econômico instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena
– seu nome oficial – com o objetivo de aumentar a integração
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OCEANOPACÍFICO
OCEANOATLÂNTICO
PANAMÁ
Ilhas Galápagos(Equador)
GRANADATRINIDADE TOBAGO
SURINAME GUIANA FRANCESA (França)GUIANA
VENEZUELA
CALÔMBIA
EQUADOR
BOLÍVIA
PARAGUAI
ARGENTINA
CHILE
URUGUAI
BRASIL
Brasília
Quito
Lima
La Paz
Assunção
MontevidéuBuenos Aires
Malvinas (RU)
Santiago
Bogotá
Caracas
GeorgetownParamaribo
Caiena
Estrito de Drake
Trópico de Capricórnio
Equador
0 770km 1.540km
ESCALA
Mapa da América do Sul, com membros do Pacto Andino. O Chile se retirou e oPanamá participa com observador.
318 Geografia Geral
comercial, política e econômica entre os países membros. Tam-bém é conhecido como Grupo ou Comunidade Andina.
Apesar de o comércio na região ter aumentado desde o acor-do, os EUA continuaram a ser o principal parceiro da maioriados signatários. Como reação ao movimento para a criaçãoda Alca, o Mercosul iniciou uma aproximação estratégica como bloco andino. As negociações, porém, não evoluíram, emvirtude das barreiras tarifárias do grupo andino, principalmen-te no setor agrícola. Como alternativa, os paísesmembros con-tinuam assinando acordos em separado com os parceiros sul-americanos.
Membros: Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. OChile se retirou e o Panamá participa como observador.
União EuropéiaOriginada da Comunidade Econômica Européia (CEE), a UE
é o segundo maior bloco econômico do mundo em termos dePIB: cerca de 9 trilhões de dólares. Formado por 15 países daEuropa Ocidental, conta com população de 380 milhões. Em1992 foi consolidado o Mercado Comum Europeu, com a eli-minação das barreiras alfandegárias entre os países mem-bros. Aprovado em 1991, em Maastricht (Holanda), o Tratadoda União Européia entrou em vigor em 1993. É composto dedois outros – o da União Política e o da União Monetária eEconômica – que estabelecem a criação de uma moeda úni-ca. Há cinco pré-requisitos para que os países sejam admiti-dos na União Monetária e Econômica: déficit público máximode 3% do PIB; inflação baixa e controlada; dívida pública deno máximo 60% do PIB; moeda estável, dentro da banda deflutuação do Mecanismo Europeu de Câmbio; e taxa de jurode longo prazo controlada. No âmbito social são definidosquatro direitos básicos dos cidadãos da UE: livre circulação,assistência previdenciária, igualdade entre homens e mulhe-res e melhores condições de trabalho.
319Geografia Geral
A cúpula da UE em dezembro de 1999, na Finlândia, decidiu am-pliar de 15 para 27 o número de membros. A Turquia recebeu statusde candidata à UE. A UE também decide criar até 2003 uma forçade paz de 60 mil homens para intervir em conflitos no continente.
Onze países participaram do lançamento do euro, em 1o dejaneiro de 1999: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França,Finlândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos)e Portugal. Inicialmente, o euro foi usado apenas em transaçõesbancárias. Em 2002, as notas começaram a circular na Europacom poder legal para efetuar quaisquer pagamentos, e as moe-das nacionais foram extintas.
O euro, uma moeda européia forte lastreada em economiaspoderosas, passou a competir com o dólar norte-americano nomercado internacional. Porém, o elevado desemprego na Euro-pa, a desaceleração econômica da Alemanha, a guerra emKosovo e o aquecimento da economia norte-americana fizeramo euro despencar, de janeiro a junho, quase 12% em relação ao
W E
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S
ÁSIAFINLÂNDIA
SUÉCIA
NORUEGA
DINAMARCA
REINOUNIDO
IRLANDA
Países que ingressaram na União Européia emjaneiro de 1995
POLÔNIA
REP. TCHECA
HUNGRIA
MALTA
ITÁLIA
ÁFRICA
MAR NEGROMAR
CÁSPIO
MARDO NORTE
OCEANOATLÂNTICO
Sardenha
SicíliaCreta
Rodes
Córsega
MARMEDITERRÂNEO
ISLÂNDIA
ESLOVÁQUIA
0 697km 1.394km
ESCALA
PAÍSESBAIXOS
ALEMANHA
GRÉCIA
CHIPRE
PORTUGUAL
ESPANHA
ÁUSTRIASUÍÇAFRANÇA
BÉLGICALUX.
Países que deverão ingressar na União EuropéiaPaíses que solicitaram seu ingresso na União Européia, cuja aceitaçãoé incerta ou demorada
Os doze países que formaram o Mercado Comum Europeuou Europa dos Doze até dezembro de 1994
BULGÁRIA
TURQUIA ÁSIA
Mapa da Europa com membros da CEE
320 Geografia Geral
dólar. Em meados de junho, a moeda se recupera e em 2003sua cotação é superior ao dólar.
O Reino Unido, Suécia e Dinamarca não aderiram a essaprimeira fase do euro, apesar de terem cumprido as exigên-cias, por temer as conseqüências da perda de soberania querepresentaria o fim da emissão de sua moeda própria. A UEnegociou com vários países do Leste Europeu protocolos deadesão ao bloco.
Membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha,Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda(Países Baixos), Portugal, Reino Unido e Suécia.
Mercosul: dados estatísticos sobre ospaíses membros
ArgentinaPopulação – 37 milhões (2000); composição: europeus me-
ridionais, 85%; eurameríndios, 7%; ameríndios, 0,4%; e ou-tros, 7,6%. Idioma: espanhol (oficial). Religião: cristianismo,90,9% (maioria católica); outras 9,1%. Densidade: 13,31 hab./km2. População urbana: 89%. Crescimento demográfico: 1,3%ao ano. Fecundidade: 2,62 filhos por mulher. Expectativa devida M/F: 70/77 anos. Mortalidade infantil: 22% Analfabetis-mo: 3,1%.
Economia (2000) – PIB: US$ 298,1 bilhões. PIB agro-pecuária: 6%; PIB indústria: 29%; PIB serviços: 65%. Forçade trabalho: 14 milhões. Agricultura: trigo, milho, soja, sorgo.Pecuária: bovinos, ovinos, caprinos, aves. Mineração: petró-leo, gás natural, carvão. Indústria: alimentícia, bebidas, quí-mica, equipamentos de transporte, refino de petróleo. Expor-tações: US$ 25,2 bilhões. Importações: US$ 31,4 bilhões(1998). Principais parceiros comerciais: Brasil, EUA, Itália,Chile, Alemanha.
321Geografia Geral
BrasilPopulação – 169,5 milhões (2000); composição: brancos,
55,2%, pardos, 38,2%; negros, 6%; amarelos, 0,4%; indígenas,0,2%. Idioma: português (oficial). Religião: cristianismo (católi-cos, 71%; outras, 10%), espiritismo, judaísmo, cultos afro-brasi-leiros. Densidade: 19,43 hab./km2. População urbana: 78%. Cres-cimento demográfico: 1,38% ao ano. Fecundidade: 2,2 filhos pormulher. Expectativa de vida M/F: 64,3/72,1 anos. Mortalidadeinfantil: 35,2% Analfabetismo: 13,8%.
Pilcomayo
Bermejo
Par
agua
iU
rug
uai
Parana
Colorado
Rio da Prata
Negro
Chubut
Deseado
GRANCHACO
OCEANOPACÍFICO
OCEANOATLÂNTICO
W E
N
S
0 392km 784km
ESCALA
BOLÍVIA
PARAGUAIjujuy
SALTA
TUCUMÁN
CATAMARCA
DA RIOJA
SAN LUIS
MENDOZA
NEUQUÉN
RIO NEGROPenínsulaValdés
CHUBUT
PATA
GÔ
NIA
SANTACRUZ
Malvinas (RU)LOSGLIARES
Rio Grandeterra do fogo
CHILE
LA PAMPA
PAMPAS
SAN JUANPICO Aconcágua6.960 m
FORMOSA
IGUAÇUMISIONES
CHACO
SANTAFÉ
ENTRERIOS
Santa Fé
BUENOS AIRES
Buenos AiresLa Plata
Quequém
Bahía Blanca
Mar Del Plata
Rosario
CORRIENTESBRASIL
URUGUAI
San Miguelde Tucumán
SANTIAGODEL
ESTERO
CÓRDOBA
Córdoba
Mapa da Argentina
322 Geografia Geral
Economia (1999) - PIB: US$ 558 bilhões. PIB agropecuária:9,1%; PIB indústria: 31,1%; PIB serviços: 57,8%. Força de traba-lho: 79,3 milhões. Agricultura: algodão, arroz, café, cana-de-açú-car, laranja, soja. Pecuária: bovinos, suínos, ovinos, aves. Mine-ração: bauxita, ferro, manganês, ouro. Indústria: de transforma-ção, de bens de consumo e de bens duráveis. Exportações: US$48 bilhões. Importações: US$ 49,2 bilhões. Principais parceiroscomerciais: EUA, Japão, países da União Européia, países doMercosul, China.
RORAIMA
AMAZONAS
ACRE
RONDÔNIAMATO GROSSO
TOCANTINS
DFBRASÍLIA
GOIÁSGoiânia
Salvador
AracajuMaceió
Recife
João PessoaNatal
Fortaleza
Teresina
São LuísBelém
Macapá
BoaVista
PortoVelhoRio Branco
Cuiabá
Palmas
CampoGrande
São Paulo Rio de Janeiro
Vitória
BeloHorizonte
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Ilha deMarajó
MATO GROSSODO SUL
SÃO PAULO
MINAS GERAIS
ESPÍRITO SANTO
RIO DE JANEIRO
PARANÁ
STA. CATARINA
RIO GRANDEDO SUL
PARÁ MARANHÃO
PIAUÍ
CEARÁRIO GRANDEDO NORTE
PARAÍBAPERNAMBUCO
ALAGOAS
SERGIPEBAHIA
AMAPÁ
Manaus
Mapa do BrasilFonte: Atlas Universal Rideel, São Paulo, Rideel, 2000.
323Geografia Geral
ParaguaiPopulação – 5,5 milhões (2000); composição: eurameríndios,
95%; ameríndios, 3%; europeus ibéricos, 2%. Idioma: espanhol(oficial), guarani. Religião: cristianismo, 92,9% (católicos), outras,7,1%. Densidade: 13,52 hab./km2. População urbana: 55%. Cres-cimento demográfico: 2,6% ao ano. Fecundidade: 4,17 filhos pormulher. Expectativa de vida M/F: 67,5/72 anos. Mortalidade in-fantil: 39%. Analfabetismo: 6,7%.
W E
N
S
0 216km 432km
ESCALA
FortínGalpón
Fortín Madrejón
Mariscal Estigarribia
Pedro Juan Caballero
Puerto Adela
Ciudad del Este
Concepcion
AssunçãoFernandode la Mora
San Lorenzo
Villarrica
Lambare
BOLÍVIA
BRASIL
ARGENTINA
Cerro León1.000 m
Febicuar y Para
na
Parag
uai
Pilcomay
Monte Lindo
Verde
Mapa do Paraguai
324 Geografia Geral
Economia (1998) – PIB: US$ 8,6 bilhões. PIB agropecuária:25%; PIB indústria: 26%; PIB serviços: 49%. Força de trabalho:2 milhões. Agricultura: soja, algodão em pluma, cana-de-açúcar,mandioca. Pecuária: bovinos, suínos, aves. Indústria: alimentí-cia, bebidas, tabaco, madeireira, têxtil, vestuário, couro, petro-química, gráfica e editorial, metalúrgica, produtos minerais nãometálicos. Exportações: US$ 1 bilhão. Importações: US$ 3 bi-lhões. Principais parceiros comerciais: Brasil, EUA, Argentina,Holanda, Japão.
UruguaiPopulação – 3,3 milhões (2000); composição: europeus ibéri-
cos e meridionais, 88%; eurameríndios, 8%; afro-americanos, 4%.Idioma oficial: espanhol (oficial). Religião: cristianismo, 81,5%(católicos, 78,5%; protestantes, 3%); judaísmo, 0,9%; outras,17,6%. Densidade: 18,7 hab./km2. População urbana: 91%. Cres-cimento demográfico: 0,7% ao ano. Fecundidade: 2,4 filhos pormulher. Expectativa de vida M/F: 70,5/78 anos. Mortalidade in-fantil: 18% Analfabetismo: 2,2%.
Economia (1998) - PIB: US$ 20,6 bilhões (1998). PIBagropecuária: 8%; PIB indústria: 27%; PIB serviços: 65%. Forçade trabalho: 1 milhão (1998). Agricultura: arroz, cana-de-açúcar,trigo, cevada, milho, batata, sorgo. Pecuária: bovinos, ovinos,aves. Indústria: alimentícia, têxtil, vestuário, petroquímica, car-vão, química, bebidas, equipamentos de transporte, couro. Ex-portações: US$ 2,8 bilhões. Importações: US$ 3,8 bilhões. Prin-cipais parceiros comerciais: Brasil, Argentina, EUA.
Balança comercial brasileira com o MercosulEm US$ milhões
Anos Exportações % do Importações % do SaldoTotal Total
1991 2.309 7,3 2.268 10,8 41
1992 4.097 11,4 2.229 10,8 1.869
325Geografia Geral
Anos Exportações % do Importações % do Saldo
Total Total
1993 5.387 14,0 3.378 13,3 2.009
1994 5.921 13,6 4.583 13,8 1.338
1995 6.154 13,2 6.844 13,7 –690
1996 7.305 15,3 8.302 15,6 –996
1997 9.047 17,1 9.517 15,5 –470
1998 8.878 17,4 9.428 16,4 –549
1999 6.778 14,1 6.719 13,7 59
Jan-Jun/2000 3.769 10,3 3.675 10,3 93Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Questões de vestibular1) (Unirio) A tendência à globalização da economia mundial pode ser
exemplificada no(a):a) revogação do GATT (Acordo Geral de Tarifas de Comércio) decidida na
“rodada Uruguai”.b) isolamento do FMI (Fundo Monetário Internacional) em relação aos
países não ocidentais e capitalistas.c) adoção pelo G-7 (Grupo dos Sete Grandes) de programas de financia-
mento aos países endividados.d) incorporação na Comunidade Européia dos países do extinto Comecom.e) criação de blocos regionais de integração como o Mercosul e o Nafta.
2) (Cesgranrio) O processo de globalização característico da históriacontemporânea, no final do século XX, está ligado a mecanismos deintegração econômica, dos quais o Brasil participa intensamentepor meio da:
a) proposta brasileira de integração da América com a Comunidade Euro-péia, através da Alca.
326 Geografia Geral
b) consolidação da integração dos países do “Cone Sul” no Mercosul.c) projeção como líder da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.d) aliança com os Estados Unidos na liderança do Mercosul e da Alca.e) defesa da transformação do Nafta em mercado comum americano.
3) (UFMG) Todas as alternativas apresentam afirmações corretas so-bre o Mercosul, EXCETO:
a) a consolidação do Mercosul prevê inicialmente a zona de livre comércioentre a Argentina e o Brasil e, finalmente, a implantação da tarifa ex-terna comum e a união aduaneira.
b) a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos é permitida nonovo espaço criado pelo Mercosul.
c) as empresas brasileiras, influenciadas pela concorrência, adotaram pro-cessos de controle de qualidade e de produção que elevaram sua pro-dutividade e reduziram seus custos.
d) o Mercosul foi a solução encontrada para integrar uma economia fe-chada como a brasileira que resiste à redução das tarifas alfandegári-as de importação.
e) o objetivo do Mercosul é a formação de um bloco econômico totalmen-te integrado entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
4) (UFCE) “É bom lembrar: o que chamamos hoje de globalização erachamado, há cerca de um século atrás, de imperialismo. Este condu-ziu a rupturas sociais e políticas que disseminaram regimes despó-ticos e, mais cedo ou mais tarde, paralisaram as economias subme-tidas ao poder totalitário”. (Alain Touraine. Riscos do PensamentoÚnico. (In: Folha de São Paulo. Caderno Mais. 18 de fev. 1996. p.7).Sobre o Imperialismo e a Globalização podemos afirmar:
01) o imperialismo foi o movimento de expansão europeu no século XIX emdireção aos mercados africano e asiático.
02) a globalização econômica se caracteriza pela adoção de princípios libe-rais, tais como, abertura de mercado e Estado mínimo.
04) a expansão imperialista visava principalmente a exploração de metaispreciosos e de produtos tropicais.
327Geografia Geral
08) a globalização econômica coincide com o aprimoramento de tecnologiasinformatizadas aplicadas ao processo de trabalho.
16) a globalização econômica se fundamenta em ideologias racistas base-adas no darwinismo social e na superioridade da raça branca.
5) (UFRS) Considerando a história como processo em constanteconstrução, transformação e acumulação, pode-se afirmar que ofenômeno conhecido como globalização ou mundialização do ca-pitalismo:
a) corresponde exclusivamente ao contexto da desagregação do socialis-mo na URSS e no Leste Europeu.
b) inicia somente após a desestruturação do estado de bem-estar socialcapitalista.
c) é um fator que se manifesta pela primeira vez com a Nova Ordem Mun-dial da década de 1990 e com o desmantelamento dos blocos econô-micos.
d) faz parte de um processo que se inicia com a reconstrução do mundoeuropeu, logo após a 1a Guerra Mundial.
e) tem antecedentes nos desdobramentos da Revolução Industrial, bemcomo na exportação de capitais, característica do Imperialismo a par-tir do final do século XIX.
6) (Puc-MG) Nas vésperas do século XXI, o mundo está passando pormudanças drásticas e dramáticas em meio a tendências conserva-doras. São características do mundo neste final de século, exceto:
a) fortalecimento dos movimentos sindicais, num grave acirramento doconflito de classes.
b) grande expansão da economia mundial aberta, conhecida comoglobalização.
c) abandono da concepção do grande Estado intervencionista e empre-sário.
d) expansão do liberalismo econômico em oposição ao recuo do liberalis-mo político.
e) crise social provocada pelo desemprego em massa nos setores urbanos.
328 Geografia Geral
7) (UFMG) Todas as alternativas apresentam afirmações corretas so-bre o Mercosul, EXCETO:
a) as empresas instaladas nos países do Mercosul deverão associar-separa a troca de conhecimentos tecnológicos, a fim de aumentar a pro-dutividade, melhorar a qualidade e diminuir o custo dos produtos.
b) as empresas transnacionais tendem a concentrar a produção de de-terminados bens em um único país, entre os integrantes do Mercosul,ou seja, naquele onde os custos forem menores.
c) as taxas alfandegárias sobre os produtos comercializados entre ospaíses integrantes estão sendo gradualmente eliminadas ou reduzi-das, provocando o crescimento do comércio intramercosul.
d) os indicadores econômicos e sociais – área, população, Produto Inter-no Bruto, renda per capita, analfabetismo etc. – dos países signatári-os do acordo demonstram um equilíbrio intramercosul.
8) (UFRS) O mapa ao lado mos-tra o atual panorama políticoda União Européia.Os resultados eleitorais de1997 na Inglaterra e na Françaapontam para uma tendênciaeuropéia que os especialistasestão denominando “ondarosa”, a qual significa:
a) a ascensão ao poder dos par-tidos comunistas e a implanta-ção de políticas marcadamentedistributivas.
b) a retomada de projetos reformistas preocupados com medidas soci-ais básicas em detrimento de algumas teses mais radicais doneoliberalismo.
c) o ressurgimento de poderosas tendências nacionalistas e neonazistas.d) o esgotamento dos projetos neoliberais e a sua substituição por polí-
ticas fortemente estatizantes.
W E
N
S
Irlanda
Luxemburgo
ConservadoresSocial-DemocratasCoalizões de social-democratase liberais
França
Portugal
Espanha
Austria
Alemanha
Suécia
Finlândia
Dinamarca
Holanda
Mar Mediterrãneo
Grécia
Itália
Grã-Bretanha
329Geografia Geral
e) o crescimento do neoliberalismo, cada vez mais identificado como úni-co sinônimo de globalização.
9) (Fatec) Da forma como foi previsto no Tratado de Assunção, assina-do em 1991 e confirmado posteriormente, o Mercosul chegou ao es-tágio definitivo, marcado para se iniciar em 10 de janeiro de 1995.Sobre o Mercosul pode-se afirmar:
a) este passa a contar com uma estrutura administrativa própria, umgoverno com poderes acima dos países.
b) as empresas do Bloco poderão associar-se para troca de conhecimen-tos sobre a tecnologia de produção mais avançada, em busca de maiorprodutividade, melhor qualidade e menor preço; mas não poderão vol-tar a concorrer no mercado internacional.
c) apesar de um maior fluxo comercial entre os países do Bloco, as pes-soas não poderão deslocar-se de um país a outro para trabalhar, pois,de outro modo, os trabalhadores de um país sofreriam a concorrênciados desempregados dos outros países.
d) as empresas terão a possibilidade de atender a um mercado consumi-dor muito maior. Afinal, quatro países diversificarão sua economia, oque permitirá que os produtos cheguem aos consumidores sem o pa-gamento de tarifas de importação e sem burocracia.
e) os países que fazem parte do Mercosul não são desenvolvidos economi-camente como o Canadá, os Estados Unidos, a Alemanha ou o Japão,que são países do chamado Primeiro Mundo; por isso mesmo, a quanti-dade de recursos econômicos existentes na região pode ser desprezada.
10) (Fuvest) O aproveitamento dos rios da Bacia Platina para a produ-ção de energia hidroelétrica interessa aos países que compõem oMercosul. Considerando a posição geográfica dos mesmos, pode-mos afirmar que:
a) argentina e Uruguai são privilegiados porque aí os rios têm escoamen-to mais regular.
b) argentina e Chile obtém toda sua energia graças aos cursos de águaque descem dos Andes.
330 Geografia Geral
c) a Bolívia está em melhor situação por ter parte de seu território naBacia Platina e parte na Bacia Amazônica.
d) Brasil e Paraguai são favorecidos porque estão nos altos cursos ondeo potencial é maior.
e) Uruguai e Paraguai não podem obter energia hidroelétrica porque seusrios são de planície.
11) (Fuvest) Apesar da industrialização, os países latino-americanosnão conseguiram ainda romper o elevado grau de dependência emrelação aos centros da economia mundial capitalista. Esta depen-dência deve-se, principalmente, à:
a) ausência generalizada de medidas que incentivem a integração econô-mica, através da criação de blocos regionais.
b) necessidade de fluxos de capitais internacionais para incrementar asatividades econômicas nacionais.
c) brusca redução das alternativas de exportação provocada pela crisedos países socialistas.
d) ausência generalizada de dispositivos legais que privilegiem o ensi-no básico, facilitando a incorporação de cidadãos no mercado detrabalho.
e) hipertrofia do setor secundário da economia, provocando grandedesequilíbrio na balança comercial dos países.
12) (Cesgranrio) Com o objetivo de retomada de uma posição de princi-pal centro econômico mundial, Estados da Europa Ocidental, desdeos anos 1950, vêm procurando viabilizar o processo de unificação docontinente, por meio da Comunidade Econômica Européia (C.E.E).São metas da C.E.E., com EXCEÇÃO de:
a) permitir o direito de livre-trânsito aos cidadãos dos países membros,no interior da comunidade.
b) elaborar leis que disciplinem questões e conflitos entre os países as-sociados, através do Parlamento Europeu.
c) assegurar a toda empresa de origem européia ocidental a abertura defiliais em qualquer região ou cidade da C.E.E.
331Geografia Geral
d) fundar as bases de um Banco Central que gerencie o EURO, isto é, amoeda emitida pela Europa Unificada.
e) absorver grandes contingentes de trabalhadores e imigrantes, prove-nientes do antigo espaço geopolítico soviético.
13) (Unirio) A divisão internacional do trabalho foi uma das decorrênci-as da expansão marítimo-comercial que, por volta do século XVI, pas-sou a estimular uma verdadeira disputa colonial entre as potênciaseuropéias. A respeito do contexto de evolução da divisão internacio-nal do trabalho podemos afirmar que:
I. A mesma divisão internacional do trabalho que se estruturou a par-tir desse processo histórico permanece até hoje intacta, já que ospaíses pobres continuam dependentes.
II. A divisão internacional do trabalho estruturou-se a partir de umarelação de trocas desiguais entre as metrópoles e as colônias e per-maneceu posteriormente entre os países desenvolvidos e os subde-senvolvidos.
III. Apesar de estar presente até hoje, essa realidade, que passamos achamar de divisão internacional do trabalho, sofre atualmente algu-mas transformações estimuladas, entre outros fatores, pela inten-sificação do caráter transnacional das grandes empresas.A(s) afirmação(ões) correta(s) é(são):
a) apenas a I.b) apenas a II.c) apenas a I e a II.d) apenas a II e a III.e) a I, a II e a III.
14) (Fuvest) Em 1991, um tratado foi assinado na cidade holandesa deMaastricht, cujo texto apresenta significativa revisão do Tratado deRoma de 1957. Esse novo Tratado redefine os objetivos e diretrizespolítico-econômicas de uma comunidade de países, agora em ummundo não mais polarizado por duas grandes potências.O texto refere-se ao Tratado assinado pelos:
332 Geografia Geral
a) sete países de maior importância no mundo capitalista na busca daadoção de uma política de salvaguardas de seus interesses comuns.
b) estados Unidos, Alemanha, França, Japão e Canadá que redefinem es-tratégias econômicas globais para o planeta e formas de incorporaçãopolítica da Europa Oriental.
c) países ligados a OTAN que determinam ações imediatas a serem im-plementadas contra todos os países que, como o Iraque e a Líbia, con-tinuam produzindo armamentos pesados.
d) países do Mercado Comum Europeu e pelo Japão que reforçam às suasrelações político-econômicas voltadas ao fortalecimento de seus pro-gramas de ajuda mútua.
e) países da Comunidade Européia, definindo uma etapa superior de unifi-cação econômica e política, inclusive com futura adoção de uma moedaúnica.
15) (Unirio) Fruto de uma aceleração capitalista, num ritmo jamais vis-to, a globalização está provocando a(o):
a) melhor distribuição da riqueza entre os países do globo, aumentandoassim o poder de compra da população mundial.
b) complementaridade da produção entre fábricas e montadoras espa-lhadas pelo mundo, fazendo com que os sindicatos tenham maior po-der de barganha frente aos empresários.
c) reorganização dos Estados Nacionais, com o aumento da interferên-cia dos poderes públicos na economia.
d) domínio do mundo pelas grandes corporações, que estão decidindo oque, como, quando e onde produzir os bens e serviços utilizados pelosseres humanos.
e) avanço da tecnologia e a expansão de vários postos de trabalho nospaíses desenvolvidos.
16) (Puccamp) “Hoje, nesse novo contexto econômico mundial, há umgrande número de mulheres no Terceiro Mundo com oportunidadesque não tinham antes, mas, de outro, há mulheres mal-remuneradase exploradas no lugar de trabalho. Elas estão entre os mais malpagos
333Geografia Geral
trabalhadores.” Mary Francis Berry (Presidente da Comissão de Di-reitos Civis dos EUA).Assinale a alternativa que melhor se relaciona ao texto:
a) a globalização oferece múltiplas oportunidades de emprego e possi-bilidades de ascensão social para as minorias pobres, incluindo asmulheres.
b) a economia globalizada tem ampliado as condições de cidadania, prin-cipalmente, pelas novas oportunidades no mercado de trabalho, desti-nado às minorias, inclusive, às mulheres.
c) neste final de século, há uma ação internacional no sentido de daroportunidades de trabalho e igualdade de salário às mulheres e evitarque estas exerçam jornada dupla de trabalho.
d) nos países em desenvolvimento, a globalização pode representar o fimdas distorções sociais e econômicas entre homens e mulheres.
e) a globalização é uma faca de dois gumes, pois pode significar mais opor-tunidades às mulheres, mas também pode significar mais exploração.
17) (Enem) Um dos fenômenos mais discutidos e polêmicos da atuali-dade é a “Globalização”, a qual impacta de forma negativa:
a) Na mão-de-obra desqualificada, desacelerando o fluxo migratório.b) Nos países subdesenvolvidos, aumentando o crescimento populacional.c) No desenvolvimento econômico dos países industrializados desenvolvidos.d) Nos países subdesenvolvidos, provocando o fenômeno da “exclusão social”.e) Na mão-de-obra qualificada, proporcionando o crescimento de ofertas
de emprego e fazendo os salários caírem vertiginosamente.
334 Geografia Geral
Indicadores econômicos e sociaisSão as variáveis
quantitativas quepermitem a com-paração de aspec-tos sociais e eco-nômicos de deter-minadas áreas, ci-dades, estados oupaíses. O indica-dor econômico re-flete a situação deuma economia du-rante um determi-nado período, como, por exemplo, o produto interno bruto (PIB),a renda per capita e a inflação. Já o indicador social quantificaa qualidade de vida e o desenvolvimento social de uma popula-ção. Entre os mais conhecidos indicadores sociais estão a mor-talidade infantil, a perspectiva de vida, a taxa de escolarida-de, o analfabetismo e a taxa de desemprego.
Por se tratar de uma média, um indicador isoladamente nãoreflete a realidade de uma região. Por exemplo, uma região apre-senta uma alta renda per capita, mas sua população pode nãonecessariamente viver bem devido à má distribuição dessa ren-da. Somente a uso e a comparação de vários indicadores forne-cem um quadro mais fiel da área pesquisada.
O levantamento dos dados estatísticos socioeconômicos noBrasil é feito, em geral, por órgãos governamentais (federais,estaduais ou municipais). O principal deles é o Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE). Instituições da Orga-nização das Nações Unidas (ONU), como o Fundo MonetárioInternacional (FMI), o Banco Mundial (BM), a Organização dasNações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco),
A taxa de escolaridade é um indicadoreconômico social
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agen
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idee
l
335Geografia Geral
a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), a Or-ganização Internacional do Trabalho (OIT) e a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS) são as principais fontes de indica-dores mundiais.
É fundamental a indicação da fonte de referência da informa-ção dos indicadores, pois diferentes metodologias e critérios depesquisa produzem diferentes dados.
Os principais indicadores usualmente utilizados são:
Setor econômico◆ Produto interno bruto (PIB): que é a soma do valores mone-
tários finais de bens e serviços produzidos dentro do país.Mede sua capacidade produtiva: quanto mais alto o PIB, maisrico o país é.
◆ Produto nacional bruto(PNB): ou Renda Na-cional, que compreen-de o PIB e o resultadoda soma dos valoresmonetários que entrame saem do país. Inclu-em-se a balança co-mercial (relação en-tre importação e expor-tação), a soma dos va-lores monetários que entram no país e a soma dos valoresenviados para o exterior. São várias as razões dos desloca-mentos monetários: comércio externo, lucros sobre investi-mentos e financiamentos, juros, heranças, doações, paga-mentos autorais, transferência de dinheiro, direitos autorais,excursões profissionais, turismo etc.
◆ Renda per capita: representa quanto cada habitante recebe-ria se o valor do PNB de um país fosse distribuído igualmenteentre todos, sem considerar a concentração de riquezas. É
Circulação monetária
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l
336 Geografia Geral
resultado da divisão do valor total do PNB pelo número dehabitantes do país.
◆ Exportações e importações: é o valor monetário de todos osbens e serviços que um país vende ou compra de outros paí-ses. É a sua balança comercial, que pode ser deficitária (ne-gativa), superavitária (positiva) ou equilibrada. Quanto maioro valor do comércio externo, maior é a dependência do paísem relação à economia internacional.
◆ Transportes: extensão da rede ferroviária e da rodoviária.
◆ Participação dos setores primário (agropecuária, extra-tivismo), secundário (indústria) e terciário (serviços, comocomércio, transportes, administração) no produto interno bru-to (PIB).
◆ Produção de energia: indi-ca a produção total de ener-gia de um país, incluindocompanhias estatais e pri-vadas, organizações, coo-perativas e produtores lo-cais. Esse índice leva emconsideração a produçãode todas as fontes de ener-gia: petróleo, gás, usinashidrelétricas e geotérmicas,solar, eólica (ventos) ecombustíveis renováveis(como o álcool).
◆ Consumo total de energia:é o quanto um país conso-me de energia. Dividindo-apelo número de habitantesobtém-se o consumo per capita de energia. O consumo totalpode ser dividido em consumo de energia comercial, consumode energia industrial, consumo de energia residencial etc.
Fonte de energia eólica
Rep
rodu
ção
337Geografia Geral
◆ Cotação e paridade do poder de compra da moeda. Cota-ção é quanto dinheiro de um país é necessário para com-prar 1 dólar norte-americano (moeda de referência). Parida-de de poder de compra (PPC) é a quantidade de moeda dopaís que é necessária para comprar o mesmo que 1 dólarnorte-americano (moeda de referência) pode comprar nosEstados Unidos.
◆ Dívida externa: é quantia que um país deve ao exterior. Sãoempréstimos ou financiamentos contraídos por empresas pú-blicas ou privadas nacionais com empresas, governos ou or-ganismos estrangeiros.
◆ Reservas internacionais: disponibilidade, expressa em milhõesde dólares norte-americanos, de ouro e divisas (geralmentedólar americano), sob controle das autoridades de um país.No caso do Brasil, esse controle é exercido pelo Banco Cen-tral (BACEN).
◆ Inflação média: é a média do crescimento anual dos preçosde produtos e serviços na economia de um país.
◆ Veículos e aparelhosdomésticos por mil ha-bitantes: é a média deveículos (automóveis,motos, caminhões etc)e aparelhos domésti-cos (fogão, telefone,geladeira, televisão,rádio etc) para cadamil habitantes de umpaís.
Setor populacional◆ População de um país e sua distribuição, ou seja, o número
de pessoas que vivem em áreas urbanas e rurais delimitadaspor divisões político-administrativas locais.
Aparelho telefônico
Rep
rodu
ção
338 Geografia Geral
◆ Crescimento demográfico: é o aumento médio anual do nú-mero de indivíduos de uma região. Resulta do saldo donúmero de nascimentos e mortes (crescimento vegetativo)mais o número de imigrantes e emigrantes (crescimentomigratório) dessa população. A média anual nos paísesmais desenvolvidos é de 0,3% e; nos menos desenvolvi-dos, 1,8%.
◆ Densidade: é o número de habitantes por quilômetro quadra-do. Ela determina a concentração da população no espaçoonde vive.
◆ Expectativa de vida: é a estimativa dotempo de vida que a criança, ao nas-cer, terá. Nos países mais desenvol-vidos, os homens vivem em média,71,2 anos e as mulheres, 78,6 anos.Nos menos desenvolvidos, as médi-as de idade caem para 62,4 e 65,3,respectivamente.
◆ Fecundidade: é a estimativa anual donúmero de filhos que cada mulher te-ria durante seu período reprodutivo.Considera os filhos nascidos vivos eas mulheres entre 15 e 49 anos. Amédia nos países mais desenvolvidos é de 1,71 filho por
mulher; e nos menosdesenvolvidos, 3,29.
◆ Força de trabalho: é ototal da população eco-nomicamente ativa, ouseja, as pessoas que ge-ram riquezas para opaís. Inclui, além dostrabalhadores, as ForçasArmadas e os desem-
Senhora africana
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Trabalhadores
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pregados. Exclui os trabalhadores domésticos, os voluntáriosnão-remunerados e os empregados no setor informal.
◆ Mão-de-obra feminina: é a percentagem de mulheres na for-ça de trabalho.
Setor da saúde e saneamento básico◆ População com
acesso a saúde:total da populaçãocom acesso aotratamento dedoenças e de feri-mentos causadospor acidentes.
◆ População comsaneamento bási-co: mostra a per-centagem da po-pulação atendidapor serviços de saneamento, como água potável corrente (tra-tada e não-tratada, mas comprovadamente sem contamina-ção), coleta adequada de esgotos e outros cuidados que im-peçam a contaminação de pessoas.
◆ Investimentos em saúde: é a percentagem do PIB investidapelo governo na área da saúde. Estão incluídos nesse índiceos gastos com serviços curativos e preventivos, mas não in-clui saneamento e água potável.
◆ Leitos por mil habitantes: índice que indica o número de lei-tos disponíveis para cada grupo de mil habitantes. O númeroconsiderado aceitável pela Organização Mundial da Saúde éde quatro leitos por mil habitantes.
◆ População por leito: número de pessoas por leito disponívelem hospitais. Esse índice é obtido com uma divisão simples,do total de pessoas pelo total de leitos.
Atendimento hospitalar
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340 Geografia Geral
◆ População por médico: é o número de pessoas por médico.Quanto menor o índice, maiores são as chances de um me-lhor atendimento. O índice considerado aceitável pela Or-ganização Mundial de Saúde é de mil habitantes para cadamédico.
◆ Uso de método contraceptivo: é a percentagem de mulheres,entre 15 e 49 anos, que utilizam algum método anticoncep-cional. São considerados tanto os métodos usados pela mu-lher quanto por seu parceiro.
◆ Mortalidade: número de pessoas que morrem em relação amil habitantes.
◆ Mortalidade infantil: número de crianças que morrem no pri-meiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determi-nado período. A média nos países mais desenvolvidos é denove mortes por mil nascidos vivos; e nos menos desenvol-vidos, 63.
◆ Mortalidade materna: número de mães que morrem por milque tenham dado à luz.
◆ Natalidade: número de nascimentos por mil habitantes.
◆ Oferta diária de calorias: mede o equivalente em calorias deoferta líquida de alimentos de um país, dividido pelo númerode habitantes, por dia.
Setor da educação◆ Analfabetismo: proporção de pessoas com mais de 15 anos
que não entendem e/ou não sabem ler e escrever pequenasfrases empregadas em sua vida cotidiana. Nos países de-senvolvidos, a taxa é inferior a 5% e, nos menos desenvolvi-dos, a taxa média é de 29%.
◆ Analfabetismo funcional: é o número de pessoas considera-das analfabetas funcionais, ou seja, que embora tenham fre-qüentado quatro anos de escola, não conseguem usar a lei-tura ou a escrita em situações do cotidiano.
341Geografia Geral
◆ Crianças fora daescola: é a percen-tagem das crian-ças, até 7 anos, quenão estão matricu-ladas em escolas.
◆ Gastos com educa-ção: é a percenta-gem do PIB que ogoverno investe naeducação pública,incluindo os ensinos básico, médio e superior. Indicadoresinternacionais usam a percentagem do produto nacional bru-to (PNB) que os governos investem na educação.
◆ Escolaridade: é a quantidade média de anos escolares com-pletados pela população. Nos países desenvolvidos a esco-laridade é alta; nos países pobres, ela é baixa.
Setor do meio ambiente◆ Emissão de CO2:
quantidade de emis-são anual no ar degás carbônico emtoneladas métricas.
◆ Poluição ambiental:inclui poluição dosrios, lagos e mar;poluição urbana; in-versões térmicas;chuvas ácidas; des-truição de manan-ciais; dejetos urba-nos (aterros sanitários, incineração e usinas de compostagem)
Educação pública
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Poluição ambiental, neste caso, dos rios
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Índice de desenvolvimento humano (IDH)O primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano foi publi-
cado pela ONU, em 1990. Ressaltava que a verdadeira riquezade uma nação é o seu povo. E o objetivo do desenvolvimentodeve ser a criação de um ambiente que permita às pessoasusufruírem três elementos: vida longa e saudável; conhecimento;e padrão de vida decente. Os indicadores que representam es-sas condições são: expectativa de vida ao nascer, nível de ins-trução e renda per capita da população. O IDH é uma médiasimples desses três indicadores, variando em uma escala de 0a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor é a qualidade de vida.Quanto mais próximo de 0, pior ela é. Até 0,499, o índice ébaixo; entre 0,500 e 0,799, médio; entre 0,800 e 0,899, alto; e,acima de 0,999, maior.
IDH de vários países (2001) Fonte: ONU
Índice maior Índice alto Índice médio Índice baixo
Noruega: 0,944 Portugal: 0,896 Rússia: 0,779 Índia: 0,590
Islândia: 0,942 Grécia: 0,892 Colômbia: 0,779 Nepal: 0,499
Suécia: 0,941 Argentina: 0,849 Brasil: 0,777 Haiti: 0,467
Austrália: 0,939 Polônia: 0,841 Venezuela: 0,775 Angola: 0,377
Holanda: 0,938 Hungria: 0,837 Peru: 0,752 Moçambique: 0,356
Bélgica: 0,937 Uruguai: 0,834 China: 0,721 Mali: 0,337
EUA: 0,937 Chile: 0,831 Vietnã: 0,688 Burkina Fasso: 0,330
Canadá: 0,937 Cuba: 0,806 Bolívia: 0,672 Níger: 0,292
Japão: 0,932 México: 0,800 Marrocos: 0,614 Serra Leoa: 0,275
343Geografia Geral
Todos os anos, o Programa dasNações Unidas para o Desenvolvi-mento (PNUD) divulga um relatóriosobre o IDH. O relatório divulgadoem 2001 abrangia 175 países. OIDH procura revelar a qualidade devida nos diversos países. Conside-ra não apenas os dados econômi-cos, mas também os indicadoressociais, como o grau de alfabetiza-ção, a percentagem de crianças nasescolas, a expectativa de vida e amortalidade infantil.
Os países com mais alto IDH são,em geral, os da Europa Ocidental;os com mais baixo, os da Áfricasubsaariana. O Haiti é o país maispobre da América, em RPC e possui o IDH mais baixo. O Brasilocupava, em 2001, o 65o lugar, entre 175 países. Sua RPC (Rendaper capita) era de US$ 2.915 em 2001. O crescimento médio desua renda foi de 0,8% entre 1975 e 2001, bem abaixo do cresci-mento médio dos países em desenvolvimento (2,3% ao ano) edos países desenvolvidos (2,1%). A Argentina ocupa o 34o lugar.A pior situação é a de Serra Leoa.
O feito mais notável foi o da China, que tirou da pobreza, entre1975 e 2001, cerca de 150 milhões de pessoas, um número pou-co abaixo de toda a população brasileira no período. Ela alcan-çou o mais alto desenvolvimento econômico sustentado de todaa história humana, alcançando um crescimento anual de 8% darenda per capita real na década de 1990.
O Brasil tem melhorado, nos últimos decênios, em todos osindicadores. A taxa de fecundidade, que determina o tamanhodas famílias, caiu de cerca de cinco filhos por mulher nos finsdos anos 1960, para dois. O número de pessoas na família redu-
Vendedores de peixe no Brasil
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344 Geografia Geral
ziu-se de mais de cinco para três. No ensino fundamental, ocor-re a massificação. Ela subiu de 80% na década de 1980 paracerca de 95% na década seguinte. Mas é necessário melhorarsua qualidade e ampliar aceleradamente o percentual de matrí-culas no ensino médio, ainda que esse percentual tenha dobra-do nos últimos vinte anos (de 14 para 35%).
Outras informações importantes reveladas pelas pesquisas:as mulheres representam atualmente (2001) 41% da força detrabalho contra 21% em 1975; têm escolaridade superior à doshomens, mas sua média salarial é 70% da dos homens; os bra-sileiros brancos que nasceram em 1974 têm oito anos e meio deestudos, enquanto que os brasileiros negros, nascidos nesse ano,têm apenas seis anos.
Assim, embora seja visível a melhoria dos indicadores sociaisbrasileiros, nas três últimas décadas, apesar das conjunturas ne-gativa, os grandes desafios permanecem: a desigualdade so-cial, a desigualdade regional e a desigualdade étnica.
Índice de pobreza humana (IPH)Indica a privação da população de
um país em três elementos essen-ciais: longevidade, conhecimento epadrão de vida adequado. O primeiroelemento é dado pela percentagemde pessoas que não esperam sobre-viver aos 40 anos, e o segundo, pelapercentagem de adultos analfabetos.O terceiro elemento é formado portrês variáveis: o total de pessoas semacesso a água potável, o número deadultos sem acesso aos serviços desaúde e o total de crianças subnutri- Criança chinesa
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345Geografia Geral
das, com menos de 5anos. O IPH é dado apartir de uma médiasimples desses três ele-mentos. Quanto maior apercentagem obtida,maior a pobreza dopaís. Nesse setor, oprincipal desastre dadécada de 1990 foi aÁfrica subsaariana que,além dos problemas tra-dicionais (guerras civis,guerras externas, cor-rupção, desertificação,dependência econômi-ca etc) enfrentou umaforte epidemia de aids. No ritmo em que se encontra, não conse-guirá alcançar as metas estabelecidas pela ONU para eliminar apobreza e diminui a mortalidade infantil.
Para muitos países em desenvolvimento, a década de 1990foi um desastre. Tiveram um retrocesso nos seus índices 21 paí-ses. Em 54 deles, a RPC em 1999 encolheu, comparando-secom 1991. Em 34, a perspectiva de vida diminuiu. Em 21, hámais gente passando fome; em 14, mais crianças morrem antesde completar cinco anos. Nessa mesma década, os países ricosdiminuíram a sua ajuda aos pobres. A média de auxílio foi de0,22% do seu PIB, contra a meta de 0,7% estabelecida pela ONU.
Questões de vestibular1) (Puc-MG) A partir da análise do gráfico, é CORRETO concluir que:1. Prosperidade: período do ciclo econômico com crescimento da pro-
dução, expansão dos investimentos, aumento dos lucros e queda dodesemprego.
Pobreza na África
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346 Geografia Geral
2. Recessão: período de declínioda economia, com queda daprodução e da taxa de lucro,combinados com o aumentodas falências e do desemprego.
3. Depressão: fase de crise eco-nômica resultante de uma re-cessão prolongada.
4 - Recuperação: fim do ciclo depressivo, com a retomada dos investi-mentos e crescimento da produção.
a) os períodos de contração econômica são mais longos e freqüentes queos de expansão.
b) o capitalismo caracteriza-se por flutuações periódicas de expansão econtração econômicas.
c) a progressiva consolidação do capitalismo reduz a possibilidade de pe-ríodos de contração.
d) o período de recessão é mais grave e profundo que o período de depressão.e) os períodos de prosperidade vêm decrescendo de ciclo para ciclo, pro-
gressivamente.
2) (Fuvest) O esboço 1 representa os continentes segundo a superfí-cie. Os esboços 2 e 3 representam cada parte do mundo com umadimensão proporcional a diferentes informações.
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1… ciclo 2… ciclo 3… ciclo 4… ciclo
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3
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347Geografia Geral
São elas, respectivamente:a) renda per capita e volume da produção agrícola.b) total da população e renda per capita.c) valor da produção industrial e percentagem da população alfabetizada.d) consumo de energia e renda per capita.e) total da população e volume da produção de minérios.
3) (Vunesp) A elevada dívida externa é um dos principais problemas dealguns países na atualidade. Observe o gráfico e assinale a alterna-tiva ERRADA, isto é, a que NÃO se sustenta pelos dados do gráfico.
a) antes de 72 o endivi-damento dos paísessubdesenvolvidos erabaixo.
b) durante a década de 70houve uma elevação doendividamento devido aum excesso de capitaisem circulação nos paí-ses avançados, os quaisestabeleceram condições favoráveis de financiamentos internacionais.
c) o crescimento da dívida externa mundial seguiu uma trajetória acele-rada e contínua, não apresentando saltos bruscos, exceto em 1980.
d) o período de endividamento de 1972 a 1982 corresponde à fase em queas importações de produtos de tecnologia avançada, e de bens de equi-pamento, eram muito caros, porém necessários à expansão industrialdos países subdesenvolvidos.
e) a evolução da dívida externa mostra que o desenvolvimento industrialdos países do terceiro mundo ocorreu de forma concentrada a partirda década de 70.
4) (UEL-PR) O mundo desenvolvido caracteriza-se por apresentar ele-vada urbanização, pequeno crescimento vegetativo e crescimento dapopulação idosa. Quanto ao setor primário apresenta:
Evolu o da d vida externa*575,0
517,8
464,6
406,5
353,0
299,9
239,5
195,4161,5135,8109,2
90,7
1972 73 74 75 76 7877 8079 81 82 83
* Base para c lculo: 102 pa ses devedores e
13 principais credores
** Estimativa
348 Geografia Geral
a) alta parcela do PNB, crescente mecanização e tendência à monocultura.b) alta participação do PNB, alta mecanização, culturas visando à indus-
trialização e formas intensivas de ocupação.c) alta participação do PNB, crescimento no comércio mundial, tendência
à monocultura e alta mecanização.d) baixa parcela do PNB, tendência à monocultura, alta mecanização e
culturas visando à industrialização e ao mercado externo.e) pequena parcela do PNB, alta mecanização, forma intensiva de uso da
terra e comercialização dos produtos agrícolas visando ao mercadointerno.
5) (Vunesp) Considere a seguinte figura:A respeito da fi-gura apresenta-da, afirma-se:
I. A dívida externaé um problemados países daAmérica Latinaque tem bloquea-do o crescimentoeconômico des-ses países.
II. A maioria daspopulações dospaíses latino-americanos tem sofrido com as restrições aos mer-cados internos e com os arrochos salariais, como conseqüência depolíticas econômicas adotadas para satisfazer as exigências do sis-tema financeiro internacional.
III. O crescimento do PIB é diretamente proporcional ao volume da dívi-da externa.Assinale a alternativa correta.
a) apenas I é verdadeirab) apenas II é verdadeira.
A ECONOMIA LATINO-AMERICANA (1987)
Crescimentodo PIB
Dívida externa(em US$ milhões)
2%
8%
-3%
5%
6%
3,6%
4%
5%4%
2,5%
México
Panamá
Colômbia
Brasil
Chile
Venezuela
Peru
Argentina
Uruguai
10%
33,8%
3,7%
15,7%
15%
114,5%
20,5%
5,3%
49,4%
* dados de Nov. 87** Agost./86 a Agost./87
349Geografia Geral
c) apenas III é verdadeira.d) I e II são verdadeiras.e) II e III são verdadeiras.
6) (UFPR) Alguns indicadores são utilizados para identificar o nível socio-econômico de um país e podem servir de referência para a comparaçãodas condições de vida entre os países. Sobre esse assunto e tendocomo referência os dados da tabela a seguir, é CORRETO afirmar (Falsoou Verdadeiro):
( ) na Holanda, a dis-tribuição de rendaé melhor que nosEstados Unidos.
( ) o índice mais impor-tante para diferen-ciar os países de-senvolvidos dossubdesenvolvidose/ou em desenvolvi-mento é o quociente entre B e C.
( ) a população mais pobre, e conseqüentemente com piores condições devida, é certamente a da Tanzânia.
( ) na Colômbia, a relação entre a renda per capita dos 10% mais ricos edos 40% mais pobres é menor que no México.
( ) dentre os países da tabela acima, o Brasil é o que apresenta maiorconcentração de renda.
( ) dentre os países da tabela acima, nenhum dos que estão situados nohemisfério norte pode ser considerado subdesenvolvido.
Países
Renda per
capita* da
população
(A)
Renda per capita*
dos 10% mais ricos
(B)
Renda per capita* dos 40% mais
pobres(C)
Quociente
entre
(B) e (C)
Fonte: Banco Mundial, World Development Report, 1995.
(in VESENTINI, J.W. SOCIEDADE E ESPAÇO, 1996, p23)
* em dólares
E.U.A
Holanda
México
Colômbia
Tanzânia
Brasil
24120
20890
3575
1380
120
2850
60300
45750
14120
5450
552
14620
15100
17780
1700
620
39
798
3,9
2,6
8,3
8,8
14,2
18,3
350 Geografia Geral
Capitulo 9Geopolítica do mundo contemporâneo
IntroduçãoA expressão geopolítica foi empre-
gada pela primeira vez, em 1905, porRudolf Kjéllen, jurista e professor sue-co radicado na Alemanha Imperial. Po-rém, anos antes, as linhas de pensa-mento que conduziriam ao surgimentoda expressão geopolítica já haviam sidoelaboradas por Friedrich Ratzel (1844-1904), geógrafo alemão, sem que elehouvesse jamais utilizado esse termo.Sua obra Geografia Política é a precur-sora dessa área de estudos e reflexão.Além disso, foi o primeiro a conceber,sob a influência do naturalista britânico
Darwin (1809-1882) e do positivistafrancês Comte (1798-1857), aGeografia como o estudo das re-lações entre o ser humano e omeio, destacando a influência dosfatores naturais, especialmentenas sociedades primitivas, numaperspectiva determinista.
Para Ratzel, a civilização seriauma utilização humana conscien-te da natureza, em oposição à uti-lização espontânea dos povos pri-mitivos. Para ele, na medida emque a força do ser humano é ines-
Friedrich Ratzel
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Charles Darwin
351Geografia Geral
gotável, sua soma corresponde à energia de um povo, sendoela o motor básico do progresso. Assim, o progresso decorreda ampliação a produção e do domínio sobre a natureza, quan-do então se alcança o estágio de civilização. Essas idéias sãoum reflexo da conjuntura em que Raztel estava inserido, poisesses requisitos só podiam ser preenchidos, em sua interpreta-ção, pela sociedade moderna, urbana e industrial, pois ela fazdo crescimento econômico seu objetivo e sua essência. A Ale-manha Imperial estava em rápido processo de industrialização,rivalizando com a Inglaterra na busca da hegemonia econômi-ca mundial.
A expansão da modernização (ou industrialização), segundoRatzel, permitia que se atribuísse às áreas modernizadas oconceito de civilização. Portanto, a Europa era, por excelência,o continente civilizado. Os povos dos demais continentes, par-ticularmente os da África (conceituados como selvagens) e osda Ásia (bárbaros, na perspectiva européia) deveriam seguir opercurso do progresso, para alcançar a categoria de civiliza-dos. Deveriam, conseqüentemente, aceitar a dominação euro-péia e absorver seus valores, instituições, costumes etc. O im-perialismo (ou neocolonialismo), uma decorrência da industria-lização capitalistaeuropéia, então,era visto comobenéfico aos po-vos dominados. Amesma justificati-va caracterizou aação do governodos Estados Uni-dos em relaçãoaos povos indíge-nas e aos latino-americanos. Osamericanos atri-
A Europa sempre foi considerada um continentedesenvolvido em relação aos outros
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352 Geografia Geral
buíam a si o “Destino Manifesto”, muito em voga em seu paísdurante o século XIX, como explicação para a políticaexpansionista em direção ao sul e ao oeste, que levou à inter-venção em Cuba, à aquisição de Porto Rico, ao estabelecimentona Zona do Canal e à incorporação violenta de territórios comoo Novo México, o Arizona, o Utah, a Califórnia, habitados pelosameríndios. Se a expansão imperialista traria consigo a violên-cia, a guerra, a conquista e o domínio, Ratzel lembrava queeram componentes normais e naturais da história da humani-dade. A curto ou longo prazo adviria o progresso para os povosdominados. Era a justificativa moral do imperialismo.
Para alcançar seus objetivos, o Estado civilizador absorveuesse pensamento geopolítico, introduzindo-o na sua diplomacia,na suas forças armadas, na teoria, no discurso e nas práticasdos governantes. A mídia tornou-se o instrumento de difusão des-se pensamento, condicionando a população metropolitana à acei-tação da ideologia civilizatória.
Para o pensamentogeopolítico, o Estado éum organismo natural,não devendo, pois, sercontestado. Como aambição por territóriose por riquezas são ine-rentes ao comporta-mento do ser humano,as tensões geopolíticasdela decorrentes tam-bém são naturais. Des-ta maneira, a guerra de-corrente de um objetivogeopolítico é inevitávele aceitável. Tomandocomo suporte o pensa-mento de Nicolau Ma- Soldados americanos na guerra
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353Geografia Geral
quiavel (1469-1527), diria um geopolítico: “Os fins justificamos meios”.
Portanto, nessa pers-pectiva, cada povo (oupaís) deve ter um obje-tivo e uma estratégiageopolítica, para a de-fesa de seu território (esuas riquezas) e para adefesa de seus interes-ses nas relações comoutros povos (ou paí-ses). Os Estados, quesão mais bem-sucedi-dos em sua ação, alcançam a preponderância econômica, mili-tar, política e cultural. Até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945),vários países foram bem-sucedidos, como a Inglaterra, a Fran-ça, a Alemanha, os Estados Unidos, o Japão e a ex-URSS. Em-bora a ordem mundial tenha sofrido alterações nas últimas déca-das, a estratégia geopolítica de dominação, contestação e re-pressão, em essência, permanece imutável. Basta acompanharos recentes acontecimentos no âmbito das relações internacio-nais para constatar a exatidão dessa afirmação.
Guerra Fria ou a “Ordem Bipolar” O termo Guerra Fria desig-
nou a disputa pela hegemoniamundial entre Estados Unidos eURSS após a Segunda GuerraMundial. Significou uma intensadisputa econômica, ideológica,diplomática e tecnológica pelaconquista de zonas de influên-
Segunda Guerra Mundial
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Capitalismo, liderado pelo EUA
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354 Geografia Geral
cia. Ela dividiu o mundo em dois blo-cos, com sistemas econômico e po-lítico opostos: o chamado mundo ca-pitalista (Primeiro Mundo), lideradopelos EUA, e o chamado mundo co-munista (Segundo Mundo), encabe-çado pela URSS. A Guerra Fria pro-vocou uma corrida armamentistaque se estendeu por 40 anos e co-locou o mundo sob a ameaça deuma guerra nuclear.
Essa guerra ampliou-se a partir de 1949, quando os soviéticosexplodiram sua primeira bomba atômica e inauguram a corridanuclear. As superpotências criaram blocos militares reunindo seusaliados, como a Otan, que agregou os países anticomunistas, eo Pacto de Varsóvia, os do bloco socialista.
Com a descobertada instalação de mís-seis soviéticos emCuba, em 1962, osEUA ameaçaram umataque nuclear eabordaram navios so-viéticos no Caribe. AURSS recuou, retirouos mísseis e desman-telou as bases. O pe-rigo nuclear aumen-tou com a entrada do Reino Unido, da França e da China no roldos detentores de armas nucleares, e, mais recentemente, daÍndia e do Paquistão.
O símbolo do final da Guerra Fria foi a queda do Muro de Berlim,em 1989. A Alemanha foi reunificada e, aos poucos, dissolveram-se os regimes comunistas do Leste Europeu. Com a desintegra-
A foice e o martelo, símbolo daantiga URSS
Muro de Berlim
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355Geografia Geral
ção da própria URSS, em 1991, o conflito entre capitalismo e co-munismo foi substituído pelo antagonismo entre o hemisfério nor-te, que reúne os países desenvolvidos (e até mesmo Austrália eNova Zelândia, embora localizados no hemisfério sul), e o hemis-fério sul, onde se localiza a maioria dos países subdesenvolvidos.
A Guerra Fria produziu durante longos anos a bipolarizaçãopolítico-ideológica do mundo.
Essa bipolarização promoveu uma lógica de alianças e re-lações internacionais, marcadas pela influência das duas su-perpotências: URSS e EUA. No período de vigência da cha-mada Ordem Bipolar, o continente europeu espelhou, maisque qualquer outra região do planeta, o antagonismo que mar-cava as relações entre as duas superpotências (EUA e URSS),antagonismo materializado pelos dois sistemas de alianças: aOrganização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o Pactode Varsóvia.
Berlim
Muro
BerlimOcidental
BerlimOriental
Muro
de
Berlim
ALEMANHA OCIDENTAL
RFA
ALEMANHA ORIENTAL
RDA
Divisão da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial
Berlim
Alemanha antes da queda do muro de Berlim. Em destaque, a cidade de Berlim.
356 Geografia Geral
O fim da Ordem BipolarIndiscutivelmente o ano de 1989 representou um dos períodos
mais significativos da história mundial. Transformações políticasprofundas ocorreriam no continente europeu, alterando signifi-cativamente a geopolítica do continente.
No decorrer daquele ano, um após outro, os regimes (ditos)socialistas do Leste Europeu entraram em acelerado processode derrocada. Os regimes de partido único da Polônia, Hungria,Tchecoslováquia, Romênia e Bulgária foram substituídos por re-gimes pluripartidários. Em novembro, o Muro de Berlim desaboua golpe de martelos desfechados pela multidão que festejavanas ruas o fim da divisão da Alemanha. O Pacto de Varsóviainiciou um processo de extinção, completado em 1991. A GuerraFria havia terminado.
Com o fim da ordembipolar, as cartas dojogo geopolítico mun-dial embaralharam-se.A princípio surgiu emseu lugar a ordem uni-polar de poder: a he-gemonia do impérionorte-americano, queteve sua capacidadede intervenção militaraumentada pela au-sência de rivais geopolíticos de porte. Seria o fim da história?Contudo, uma análise mais profunda nos revela que a realidadenão é bem essa, mesmo considerando as opiniões em contrário,o mundo que emergiu com o fim da Guerra Fria apresenta con-tornos de uma lógica de poder multipolar. As evidências são ofortalecimento das economias européias com a criação da UniãoEuropéia (EU), o crescimento econômico dos países da Ásia (Ja-pão, China, Coréia do Sul e os Tigres Ásiaticos), sem falar nas
O Japão é um exemplo do poder multipolar nomundo
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357Geografia Geral
articulações políticas e econômicas entre os países da AméricaLatina que buscam fortalecer suas economias e ampliar seu pa-pel no cenário internacional através da formação de Blocos Eco-nômicos Regionais (Mercosul e Pacto Andino).
Conflitos atuaisO mundo apresenta tendências antagônicas. Enquanto o proces-
so de paz no Oriente Médio era paralisado em outubro de 2000, e aviolência entre palestinos e o Exército israelense intensificava-se, napenínsula coreana as duas Coréias aproximavam-se da unificação.
A multiplicação dos conflitos in-ternos foi outra característicamarcante da última década doséculo XX. A desintegração deEstados socialistas, principal-mente a da União Soviética(URSS) e a da Iugoslávia, fez re-nascer rivalidades étnicas e reli-giosas que haviam sido bloquea-das por regimes totalitários.
O caso da Iugoslávia merece destaque pela sua complexida-de: a Iugoslávia era formada por seis repúblicas (Eslovênia,Croácia, Bósnia-Herze-govina, Sérvia, Montenegroe Macedônia) e duas regi-ões autônomas (Kosovo eVoivodina). Esse país sur-giu em 1929, substituindo oentão Reino dos Sérvios,Croatas e Eslovenos. Apósa Segunda Guerra Mundial,tornou-se uma Repúblicasocialista.
Helicóptero abatido na Iugoslávia
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Cidade atingida na Bósnia
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Em 1980 com amorte de Tito, queera croata e o gran-de comandante daentão Repúblicasocialista, a relaçãoentre as Repúblicasse deteriorou, fo-mentando a dispu-ta nacionalista naregião. Somando aesse fato a derroca-da do Impérios So-viético e a queda doMuro de Berlim nofinal dos anos 1980, temos o cenário para o fim da organizaçãooriginal da Iugoslávia. Começou pela Eslovênia, que declarouunilateralmente sua independência em 1991. Logo depois, aCroácia também declarava sua independência. Um pouco maistarde, foi a vez da Bósnia-Herzegovina (de maioria muçulma-na), na qual o processo foi sangrento, pois as minorias repre-sentadas pelos sérvios e croatas que ali viviam protestaram.Deu-se então a sangrenta “Guerra da Bósnia”, que durou trêsanos (1992-1995).
O que temos hoje é a República Sérvia e Montenegro, cujacapital é Belgrado. Firmou-se um acordo pelo qual a nova Repú-blica tem uma administração conjunta na área econômica, na depolítica internacional, na de defesa e na de direitos humanos,porém nos demais setores da administração pública Sérvia eMontenegro têm políticas separadas.
Uma outra realidade que se acentuou no mundo pós-GuerraFria foram as lutas das guerrilhas que buscam novas formas definanciar a luta armada. As Farc e o Exército de Libertação Na-cional (ELN), por exemplo, mantêm aceso o conflito na Colôm-bia graças aos recursos obtidos com o tráfico de cocaína e os
Guerra na Bósnia
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seqüestros de civis; noAfeganistão, o governoda milícia fundamen-talista Taliban foi acusa-do de sustentar-se comum imposto de guerracobrado dos planta-dores e comerciantesde ópio e heroína.
Em relação ao sepa-ratismo por ocupaçãoestrangeira, merecemdestaques a reivindicação e luta(Intifada) dos palestinos pelo reco-nhecimento de um Estado indepen-dente nos territórios ocupados porIsrael em 1967 (Faixa de Gaza eCisjordânia) e a independência deTimor Leste, com o reconhecimen-to da independência desta ex-co-lônia portuguesa pela Indonésia.
Há o separatismo no interior deum Estado, pelo choque entre for-ças oficiais e movimentos internosem geral ligados a minorias étnicasou religiosas e que têm como objetivo a formação de Estadosindependentes, como é o caso da guerrilha separatista ETA (Pá-tria Basca e Liberdade), partidária da soberania do País Basco,região encravada entre a Espanha e a França.
Há também o caso dos conflitos oriundos do fundamentalismoreligioso, que busca nos ideais religiosos a base para a organi-zação da vida social e política, como uma reação à incapacidadedos governos de solucionar o aumento da miséria. Em regiõesde forte tradição religiosa, facções fundamentalistas assumiram
Soldados do Taliban
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Faixa de Gaza e CisjordãniaR
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a vanguarda do combate ao modelo econômico vigente. É o casodo mundo árabe — que inclui nações como Argélia e Egito.
Mais recentemente, ocorreu a instalação de tribunais inter-nacionais. A falha ou a omissão dos sistemas judiciários decada país em punir acusados de crimes de guerra, genocídiose crimes contra a humanidade levou à formação, na década de1990, de tribunais em Haia, na Holanda (Países Baixos), parajulgar os culpados pela limpeza étnica na ex-Iugoslávia (1991-1995); e em Arusha, na Tanzânia, encarregado de punir os res-ponsáveis pelo genocídio de mais de 1 milhão de pessoas emRuanda (1994).
Em 1998, representantes de 120 países aprovam o projeto decriação de um Tribunal Penal Internacional Permanente, com sedeem Haia, a ser instalado no prazo máximo de nove anos, após aratificação de seu estatuto por pelo menos 60 nações. Porém setevotaram contra, entre elas os EUA, a China e Israel. O governonorte-americano teme que seus soldados em missões de paz noexterior venham a ser julgados pelo tribunal.
Vale ainda destacar, dentro do ce-nário geopolítico internacional a tris-te realidade dos refugiados. Emconseqüência do aumento dos con-flitos no mundo, principalmente nospaíses subdesenvolvidos, o núme-ro de refugiados atinge o recorde de27 milhões em 1995.
Em 1999, a Ásia era o continen-te com o maior número de refugia-dos: 4,8 milhões; sozinha, a guerracivil no Afeganistão havia então ge-rado o êxodo de 2,5 milhões de pes-soas para o Irã, o Paquistão e a Ín-dia; em seguida vêm os iraquianose curdos foragidos em vários países
Soldado italiano alimentandocidadãos refugiados em Kosovo
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do Oriente Médio des-de o fim da Guerra doGolfo (1991). Na África,onde há 3,5 milhões derefugiados, a guerraque começa com umacerto de contas entrehutus e tutsis, na regiãodos Grandes Lagos,causa um dos maioresmovimentos de popula-ção da história.
Questões de vestibular1) (Fuvest) “...A Natureza distribuiu desigualmente no planeta os
depósitos e a abundância de suas matérias-primas; enquanto lo-calizou o gênero inventivo das raças brancas e a ciência da utiliza-ção das riquezas naturais nesta extremidade continental que é aEuropa, concentrou os mais vastos depósitos dessas matérias-primas nas Áfricas, Ásias tropicais, Oceanias equatoriais, paraonde as necessidades de viver e de criar lançariam o elã dos paísescivilizados. Estas imensas extensões incultas, de onde poderiamser tiradas tantas riquezas, deveriam ser deixadas virgens, aban-donadas à ignorância ou à incapacidade?... A Humanidade totaldeve poder usufruir da riqueza total espalhada pelo planeta. Estariqueza é o tesouro comum da Humanidade...” Isarraut A. - Grandeuret Servitude Coloniales. Paris 1931. p. 18-19).
A justificativa moral contida no texto acima, embora deixando en-trever também suas motivações econômicas, pode ser resumida nasseguintes proposições com EXCEÇÃO de:
a) a superioridade do homem branco confere-lhe o direito de dispor dasriquezas que a Natureza oferece à Humanidade.
Helicópteros americanos usados na Guerrado Golfo
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b) o colonizador é um agente daquela Humanidade total quando procura dis-por das matérias-primas distribuídas pelos quatro cantos do mundo.
c) os povos civilizados têm, pelo fato mesmo de sua Civilização, o direito eo dever de revelar as riquezas das áreas colonizadas, aproveitando-asno interesse de todos.
d) o protetorado pretendido pelos franceses e ingleses sobre os povosafricanos é legítimo.
e) o Colonialismo é por natureza racista, pois o homem branco é civilizado,dotado de gênio inventivo, e o colonizado é ignorante e incapaz.
2) (UFV) A prisão do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, emjunho de 2001, foi mais um capítulo dos intensos conflitos separa-tistas e étnicos que eclodiram na Europa durante a década de 90do século XX. Um dos elementos que contribuíram para a emergênciadesses conflitos foi:
a) a intensificação do processo de repressão aos cultos religiosos porparte do governo central de Moscou.
b) a entrada da Iugoslávia na OTAN, contrariando os interesses militaresdo bloco socialista na Europa.
c) a formalização da União Européia, contrariando interesses da Iugoslá-via e da Sérvia.
d) o fim da URSS, ampliando a autonomia das antigas repúblicas soviéticas.e) as disputas por terra entre colonos judeus e separatistas sérvios, em
território iugoslavo.
3) (Puc-SP) Derrotada nas duas guerras mundiais, a Alemanha estevedividida por quarenta anos. A respeito das mudanças nas frontei-ras alemãs, é correto afirmar que:
a) os acordos de Potsdam, no final da Segunda Guerra Mundial, dividiramo território alemão em três zonas de ocupação: norte-americana,germânica e russa.
b) a cidade de Berlim, localizada na ex-República Democrática Alemã – deregime socialista – foi dividida em dois setores: ocidental capitalista,de economia de mercado, e o oriental socialista, de economia estatal.
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c) a queda do muro de Berlim em 1989 possibilitou a reunificação da Ale-manha, mas, ao contrário do que se previa, tal fato enfraqueceu suacondição de potência mundial, devido à xenofobia e à ação de gruposneonazistas.
d) a Alemanha Ocidental comandou o processo de reunificação do terri-tório germânico no final da década de 1980, sem altos custos, pois aAlemanha Oriental figurava entre os países europeus mais industriali-zados e de elevada renda per capita.
e) a ex-República Federal Alemã e a ex-República Democrática Alemã cons-tituíram o centro do conflito entre EUA e ex-URSS durante a GuerraFria, sendo a primeira ligada ao Pacto de Varsóvia e a segunda, à OTAN.
4) (Vunesp) Vítima da dissolução do socialismo no leste Europeu e pal-co de sangrentos conflitos, a atual Iugoslávia, localizada na penín-sula Balcânica, possui uma população bastante heterogênea e é hojeum país cujo território foi muito reduzido.Sobre o espaço geográfico e etnia desse país, podemos afirmar que:
I. Montenegro e Sérvia são repúblicas da nova Iugoslávia;II. Voivodina abriga uma minoria de origem húngara;III. Kosovo é uma região autônoma, situada ao norte da Sérvia;IV. Montenegro possibilita ao país o acesso ao Mar Adriático;V. Kosovo é habitado por uma minoria de origem albanesa.
Assinale a opção que contém as afirmativas corretas.a) apenas I, II e V.b) apenas I, II e IV.c) apenas II, III e IV.d) apenas III, IV e V.e) I, II, III e IV.
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Capítulo 11) A 2)Soma = 43 3)V, F, V, V, F 4) B 5) B6) Todos os itens estão corretos7) E 8) C 9) D
Capítulo 21) D 2) D 3) B 4) E 5) C6) D 7) E 8) D 9) A 10)E
Capítulo 31) B 2) D 3) C 4) D 5)C,E,C
Capítulo 41) C 2) V, F, F, V, V 3) A 4) 15) 1 + 2 + 16 = 19
Capítulo 51) C 2) C 3)V, F, F, V, F 4) A 5) A6) B 7) C 8) D 9) A
Capítulo 61) B 2) B 3) A 4) D 5) B6) E 7) A 8) D 9) A 10)D
Capítulo 7 – Continente americano: panorama geral1) E 2) A 3) B 4) A 5) E6) D 7) A 8) A 9) E 10)B
Capítulo 7 – América Central1) C 2) B 3) A 4) D 5) C6) E 7) D 8) D 9) E 10)A
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Capítulo 7 – A América do Sul1) C 2) D 3) E 4) B 5) A6) E 7) D 8) E 9) A 10)E
Capítulo 7 – Continente europeu1) A 2) B 3) E 4) D 5) B6) A 7) D 8) A 9) D 10)A
Capítulo 7 – Continente africano1) E 2) C 3) D 4) B 5) D6) B 7) A 8) A 9) A 10) D
Capítulo 7 – Continente asiático1) E 2) C 3) D 4) B 5) B6) A 7) C 8) D 9) E 10) E
Capítulo 7 – Oceania1) D 2) B 3) D 4) D 5) A
Capítulo 8 – Espaço Globalizado1) E 2) B 3) D 4)1+2+8=11 5) E6) A 7) D 8) B 9) E 10)D11) B 12) E 13) E 14) E 15) D16) E 17) D
Capítulo 8 – Indicadores econômicos e sociais1) B 2) B 3) D 4) E 5) D6)V,V,V,V,V,F
Capítulo 9 – Geopolítica do mundo contemporâneo1) D 2) D 3) B 4) A
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