Produção científica brasileira em administração na década de 2000

download Produção científica brasileira em administração na década de 2000

of 10

Transcript of Produção científica brasileira em administração na década de 2000

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    1/10

     

    RAE - Revista de Administração de Empresas

    ISSN: 0034-7590

    [email protected]

    Fundação Getulio Vargas

    Brasil

    Bertero, Carlos Osmar; Carvalho de Vasconcelos, Flávio; Pereira Binder, Marcelo; Wood Jr., Thomaz

    PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

    RAE - Revista de Administração de Empresas, vol. 53, núm. 1, enero-febrero, 2013, pp. 12-20Fundação Getulio Vargas

    São Paulo, Brasil

    Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=155125720002

      Como citar este artigo

      Número completo

      Mais artigos

      Home da revista no Redalyc

    Sistema de Informação Científica

    Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal

    Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

    http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=155125720002http://www.redalyc.org/comocitar.oa?id=155125720002http://www.redalyc.org/fasciculo.oa?id=1551&numero=25720http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=155125720002http://www.redalyc.org/revista.oa?id=1551http://www.redalyc.org/http://www.redalyc.org/revista.oa?id=1551http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=155125720002http://www.redalyc.org/fasciculo.oa?id=1551&numero=25720http://www.redalyc.org/comocitar.oa?id=155125720002http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=155125720002http://www.redalyc.org/revista.oa?id=1551

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    2/10

    ISSN 0034-759012 ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n . 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020

    PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

    FÓRUM

    GÊNESE DO FÓRUM

    O campo científico da Adminis-

    tração tem crescido com notável vitalidade no Brasil. O número deprogramas de mestrado e doutora-do multiplicou-se nos últimos anos.Os principais eventos do campo,organizados pela Associação Na-cional de Pós-graduação e Pesquisaem Administração (ANPAD), estãoconsolidados, recebem milhares detrabalhos acadêmicos e reúnem umenorme contingente de pesquisado-

    Carlos Osmar Bertero [email protected] da FGV-EAESP

    Flávio Carvalho de Vasconcelos [email protected] da FGV-EBAPE

    Marcelo Pereira Binder [email protected] da FGV-EAESP

    Thomaz Wood Jr. [email protected] da FGV-EAESP

    res. Acompanhando tal movimento,as revistas científicas nacionais vêmcrescendo em número e recebendocada vez mais artigos.

    Por outro lado, embora tam-bém venha aumentando, a presen-ça de artigos de pesquisadores deinstituições brasileiras em revistasinternacionais é ainda pequena enão atingiu, com exceções, os pe-riódicos mais prestigiosos do cam-po. Estudos realizados nas décadasde 1990 e 2000, nas diversas áre-as da Administração, concluíramque a produção local era pouco

    original e reproduzia, com atraso,o que se fazia em centros maisdesenvolvidos, especialmente osEstados Unidos (e.g. V ERGARA e 

    CARVALHO JR, 1995). Além disso,muitos desses estudos mostraramque a produção havia crescidoem quantidade, porém não emqualidade, e que apresentava fra-gilidades teóricas e metodológicas(veja BERTERO, CALDAS, WOOD  JR, 2005a). Suspeita-se que tal rea-lidade não se tenha alterado.

    Há oito anos, a RAE-publica-ções e a Editora Atlas publicaram

     Artigo Convidado

    mailto:[email protected]://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-mailto:[email protected]

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    3/10

    Carlos Osmar Bertero Flávio Carvalho de Vasconcelos Marcelo Pereira Binder Thomaz Wood Jr.

    ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n. 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020 13ISSN 0034-7590

    a coletânea Produção Científicaem Administração no Brasil: o

    Estado da Arte   (BERTERO, CAL-DAS, WOOD JR, 2005b). A obraapresentava um balanço do de-senvolvimento científico do campoda Administração e de suas áreas,predominantemente focado noperíodo 1990-2000.

    Este fórum tem como objetivoatualizar essa avaliação e indicarcaminhos para o fortalecimentodo campo científico da Adminis-tração no Brasil. Propusemos aos

    autores que realizassem um retratoda evolução de suas respectivasáreas na década de 2000, que pre-parassem uma avaliação crítica eque trouxessem propostas para aconstrução do futuro.

    Indicamos, ainda, que os tex-tos fossem norteados pelas seguin-tes questões:

    • Como a pesquisa na área evo-luiu, em termos quantitativos

    e qualitativos?• Quais as forças e fraquezas dostrabalhos em termos teóricos?

    • Quais as forças e fraquezas dostrabalhos em termos metodo-lógicos?

    • Quão alinhados estão os tra-balhos com a realidade local?

    • Quão alinhados estão os traba-lhos com os desenvolvimentosda comunidade científica inter-nacional?

    •  A produção científica local re-

    flete a amplitude e a profundi-dade do campo?

    CONTRIBUIÇÕES AOFÓRUM

    O produto desse notável esforçocoletivo são os cinco artigos quecompõem este fórum, abrangendo

    as áreas de Comportamento Or-ganizacional, Gestão de Pessoas,Finanças, Gestão de Operações eMarketing. De modo geral, os au-tores apresentam uma perspectivacrítica da evolução da produçãocientífica no Brasil na década de2000. Nossa produção cresceu eevoluiu, porém ainda apresentafragilidades teóricas e metodoló-gicas consideráveis, é pouco rele- vante e ainda dá os primeiros pas-sos para a inserção internacional.

    Filipe Sobral e Juliana Arcover-

    de Mansur analisaram 185 artigosde Comportamento Organizacio-nal. Concluíram que o campodesenvolveu identidade própria,apresentando grande diversidadede temas, com destaque para cultu-ra organizacional e aprendizagemorganizacional. Os autores salien-tam, entretanto, a fragilidade me-todológica e sugerem trilhas paraendereçar a questão. Segundo eles:

    [...] há necessidade de seampliar as pesquisas no que

    diz respeito à escolha epis-

    temológica e utilização de

    métodos e técnicas adequa-

    das a ela, o que garantiria

    maior validade científica e,

    portanto, maior contribuição

    para o campo de Comporta-

    mento Organizacional. Para-

    lelamente, poderia haver uma

    intensificação de estudos no

    nível meso e utilização de

    abordagens multinível, alémdo aumento de estudos in-

    ferenciais, a partir de expe-

    rimentos e testes controla-

    dos. Para a consolidação do

    campo nos próximos anos,

    as pesquisas deveriam ainda

    adotar perspectivas mais am-

    plas em relação a questões

    teórico-metodológicas. Por

    exemplo, expor teorias para

    testes empíricos mais robus-

    tos. (SOBRAL e MANSUR, 

    2013, p. 021-034).

     André Ofenhejm Mascarenhas e Allan Claudius Queiroz Barbosa estudaram 32 artigos de Gestão dePessoas. A análise revelou diversospontos de atenção: dificuldade parasistematizar tendências na literaturaexistente, conexão frágil entre teo-ria e metodologia, detalhamentoinadequado das opões metodoló-gicas e discussão insuficiente dos

    resultados. Segundo os autores:

    Construir o impacto da pro-

    dução brasileira em Admi-

    nistração dependeria de se

    aprofundar o entendimento

    sobre sua relevância. [...]

    Dois caminhos para reflexão

    emergiriam. O primeiro seria

    analisar para quem escreve-

    mos. [...] Frente à tendência

    pela internacionalização, este

    dilema se resumiria à escolhaentre a produção de relevân-

    cia às agendas anglófonas,

    concebida implicitamente

    como agenda internacional,

    mas relevante principalmente

    aos países de língua inglesa,

    e a produção de relevância

    local, que refletiria o modelo

    da universidade comprometi-

    da com a sociedade civil, que

    direciona atenção à proble-

    mática local sem descuidar de

    processos globais subjacen-tes. O segundo caminho seria

    analisar o que escrevemos.

     Aqui valeria a proposição de

    Rousseau, Manning e Denyer 

    (2008), para quem somente a

    síntese de um corpo de evi-

    dências científicas revelaria

    implicações consistentes à

    prática, abrangendo acúmu-

    lo, análise e interpretação de

    http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    4/10

    FÓRUM  PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

    ISSN 0034-759014 ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n . 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020

    um conjunto de textos. Dado

    o volume atual da produção

    científica nacional, seria de-

    sejável identificar e sistemati-

    zar a contribuição dos textos,

    sintetizar o conhecimento

    sendo acumulado, refletir

    sobre seus limites e desdo-

    bramentos, e indicar cami-

    nhos para desenvolvimento

    futuro. (MASCARENHAS e 

    BARBOSA, 2013, p. 035-045).

    Ricardo Pereira Câmara Leal, 

     Vinício de Almeida e Souza e Patrí-cia Maria Bortolon realizaram umaavaliação bibliográfica quantitativae qualitativa de 461 artigos de Fi-nanças. A análise revela a baixaprodutividade dos pesquisadorese a veiculação dos trabalhos emperiódicos internacionais de baixoimpacto. Os autores argumentamque pouca inovação teórica e me-todológica é a razão por detrás dadificuldade para publicar artigos

    em periódicos de alto impacto.Segundo eles:

     Atualmente, parece haver

    dois mundos: o dos pesquisa-

    dores de Finanças vinculados

    às principais instituições in-

    ternacionais, que competem

    para ver seus artigos publica-

    dos nos melhores periódicos

    científicos mundiais da área,

    e o dos pesquisadores na-

    cionais, que concorrem para

    publicar seus artigos nos me-lhores periódicos científicos

    nacionais, que oferecem qua-

    se que o mesmo número de

    pontos que os primeiros, mas

    que são desconhecidos no

    cenário mundial. O sistema

    de avaliação poderia aproxi-

    mar estes dois mundos, pois,

    observando os resultados ob-

    tidos neste estudo, a produ-

    ção da área no país ainda não

    reflete a amplitude e a profun-

    didade da inovação teórica e

    metodológica que ocorre nos

    países mais desenvolvidos.

    (LEAL, SOUSA, BORTOLON, 

    2013, p. 046-055).

    Ely Laureano Paiva e Luiz Artur Ledur Brito analisaram 39 artigosde Gestão de Operações, com basenos vetores complementares darelevância e do rigor. Os autoresconcluem que há razoável conver-

    gência temática entre a produçãobrasileira e a produção interna-cional no campo. Seu principalalerta refere-se à questão do rigorcientífico e à necessidade de umesforço para inserção internacio-nal. Segundo eles:

    [...] um dos principais desa-

    fios presentes é atentar para

    as mudanças de orientação

    metodológica em curso no

    cenário internacional. Ini-cialmente, tanto as pesquisas

    baseadas em survey  como em

    métodos qualitativos precisam

    se aproximar do nível de ri-

    gor metodológico atual das

    publicações de primeira linha

    internacional. Métodos menos

    utilizados, como experimen-

    tos, uso de dados secundários

    e pesquisa-ação, são também

    oportunidades. Estes métodos

    apresentam como vantagem

    potencial sua proximidadecom o mundo empresarial.

     Ao mesmo tempo, também

    é importante o uso de múlti-

    plas metodologias integradas

    e inseridas em projetos de

    pesquisa abrangentes. Fica o

    desafio para os nossos progra-

    mas de Mestrado e Doutorado

    se inserirem nessa empreitada

    e formar futuros pesquisado-

    res capazes de desenvolver

    pesquisas com estas orienta-

    ções. (PAIVA e BRITO, 2013,

    p. 056-066).

     José Afonso Mazzon e José Mauro da Costa Hernandez reali-zaram análise abrangente de 1.272artigos de Marketing. Os autoresconfirmaram a importância doscongressos para a veiculação daprodução brasileira e identifica-ram o tema do comportamentodo consumidor como aquele que

    mais atrai pesquisadores. De acor-do com os autores, um dos princi-pais pontos de atenção identifica-dos refere-se à relevância:

     Verificamos que a expressiva

    maioria dos trabalhos tem

    inspiração internacional, re-

    tratando aspectos teóricos

    que estão sendo discutidos

    nos países mais desenvolvi-

    dos. Entretanto, quão alinha-

    dos estão esses temas com anossa realidade? Inúmeros

    contextos tipicamente bra-

    sileiros estão sendo pouco

    estudados sob o prisma de

    Marketing, como pobreza e

    consumo, desenvolvimento

    de produtos e serviços para

    a classe baixa e a emergente

    classe média, tipos particu-

    lares de canais (feiras livres,

    padaria, bares, armazéns,

    entrega em domicílio) e mo-

    dalidades de crédito maisfrequentes no Brasil que em

    outros países (prestações,

    cheques pré-datados, fia-

    do). Apelamos aos autores

    de Marketing que passem a

    pelo menos pensar na possi-

    bilidade de dedicar mais de

    seu tempo à investigação de

    contextos tipicamente brasi-

    leiros e que têm sido negli-

    http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    5/10

    Carlos Osmar Bertero Flávio Carvalho de Vasconcelos Marcelo Pereira Binder Thomaz Wood Jr.

    ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n. 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020 15ISSN 0034-7590

    genciados nos últimos anos.

    (MAZZON e HERNANDEZ, 

    2013, p. 067-080).

    UMA PROVOCAÇÃO ÀCOMUNIDADE CIENTÍFICALOCAL

    Conforme indicamos na aberturadesta apresentação, o campo cien-tífico da Administração cresceu

    com vigor no Brasil na última dé-cada. Tal campo se consolidou, noPaís, sob a égide da Capes, capazde exercer influência substantivapor meio de seus processos deavaliação. Esse processo tem sidoalvo de incômodo e críticas da co-munidade científica. Entretanto,ele é influenciado e parcialmentedefinido por esta mesma comuni-dade científica. Pode-se, portanto,afirmar, que os resultados obtidos,

    incluindo sucessos e fracassos,constituem produtos de uma co-letividade de pesquisadores.

    Imaginemos, por um momen-to, que o governo federal decidisseprivilegiar radicalmente algumasáreas de pesquisa, aquelas vistascomo capazes de alavancar o cres-cimento e ajudar a equacionar asgrandes questões nacionais, emdetrimento de outras, vistas comoimprodutivas e frágeis. E que, nes-se segundo grupo, incluísse a área

    da Administração. Imaginemos,ainda, que tal decisão implicas-se o fechamento dos grupos depesquisa e a descontinuidade dasrevistas e dos eventos científicos.Pergunta-se: seriam as consequên-cias de tal decisão danosas para oPaís? Seriam as decorrências da me-dida percebidas pela comunidadecientífica internacional? Perderiamas empresas e outras organizações

    locais uma fonte valiosa de refle-xão e explicação de fenômenosrelevantes?

    Se o leitor responder “não”às questões acima, ou ao menosfor assaltado por dúvidas, talvez valha a pena dedicarmos algumaenergia e algum esforço a pensaro que poderíamos fazer diferente.Então, a questão que se coloca éa seguinte: o que nos ajudaria aconsolidar o campo científico da Administração e torná-lo valioso,talvez imprescindível?

    COMO CONSTRUIR TEORIAS TROPICAIS

    Parte essencial da missão de qual-quer comunidade científica é aconstrução de teorias, ou seja, aidentificação de fenômenos rele- vantes e a busca de explicações so-bre por que ocorrem, como ocor-

    rem e quais são suas consequên-cias (veja VEN, 1989;  WHETTEN, 2003). E, como se sabe, “não hánada mais prático do que uma boateoria” (KURT LEWIN, 1892-1947).

     A ecologia organizacional bra-sileira é complexa, apoiando-sesobre uma economia diversificadae uma textura sociocultural rica emultifacetada. Tal contexto ofere-ce, aos pesquisadores, enormesoportunidades para contribuírempara o desenvolvimento da teoria e

    para o aperfeiçoamento da práticaadministrativa.

    Considerando o histórico daprodução científica no Brasil, in-cluindo as reflexões abrangidaspor este fórum, acreditamos que odesenvolvimento futuro de teoriasdeverá apoiar-se em três vetores:o uso de teorias desenvolvidas emoutros países para explicar fenô-menos locais; o desenvolvimento

    de teorias locais, com base emconhecimento local, voltadas paraexplicar fenômenos específicoslocais; e a busca de rigor na pes-quisa científica. Vejamos cada umdesses vetores.

    O primeiro vetor vem carac-terizando a produção local, nos vários campos da Administração.Os pesquisadores brasileiros vêmsistematicamente se apropriandode teorias originadas fora do País,especialmente aquelas produzidasnos países anglo-saxões, e aplican-

    do-as ao contexto local. Tal modusoperandi abrange todo o espectroparadigmático, do neopositivismoàs teorias críticas, incluindo asabordagens pós-modernas.

    Há, naturalmente, valor emrealizar tal apropriação e tal aplica-ção. Pode-se, por meio desse pro-cesso, ter acesso às mais modernasteorias para explicar fenômenoslocais. Pode-se, também, contribuirpara o avanço do conhecimento

    teórico, comprovando ou negandosua validade em contextos diferen-tes daqueles em que tais teoriasforam geradas.

    No entanto, mirando o futuro,para que tal processo seja robustoe gere contribuições significativas,é preciso que ocorra uma escolhaesclarecida e estratégica das teoriasa serem apropriadas e uma apli-cação consistente com a realidadelocal. Para isso, é preciso romper aapropriação superficial de teorias,

    praticada nos trópicos, e aprofun-dar efetivamente o conhecimentosobre os corpos teóricos originadosem outros contextos.

    O segundo vetor foi menosproeminente na produção local,porém marcou diversas iniciati- vas de desenvolvimento teórico,tais como aquelas voltadas paraa compreensão de fenômenos or-ganizacionais com base em traços

    http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    6/10

    FÓRUM  PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

    ISSN 0034-759016 ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n . 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020

    culturais brasileiros e aquelas foca-das em analisar o comportamentodo consumidor de baixa renda oua internacionalização de empresasbrasileiras.

    Tal vetor constitui uma duplaoportunidade para a comunidadecientífica local, de gerar contribui-ções originais para o desenvolvi-mento teórico, no âmbito da comu-nidade científica internacional, e degerar contribuições para a compre-ensão (e, eventualmente, a ação)sobre questões e problemas locais.

     Acreditamos que alocar esforços erecursos nesse sentido poderá re-sultar em um salto qualitativo paraa produção científica local.

    O terceiro vetor perpassa os ve-tores anteriores, constituindo condi-ção necessária para a realização decontribuições teóricas relevantes. Origor refere-se à competência parautilizar métodos de pesquisa, sejamde abordagens qualitativas ou quan-titativas, e também à competência

    de construção teórica. Esse últimoitem envolve o domínio do estadoda arte no campo e a capacidadede desenvolver teorias para explicarfenômenos relevantes.

    Evoluir, em termos de rigor,constitui um grande desafio para ospesquisadores brasileiros, mesmoconsiderando o desenvolvimentoocorrido nos últimos anos. Confor-me observado anteriormente, nossacomunidade tem praticado formasacríticas de mimetismo, reprodu-

    zindo com atraso teorias originadasem outros países (veja BERTERO, CALDAS, WOOD JR, 2005b).

    OITO PROPOSTAS PARA OPRESENTE MILÊNIO

    Têm surgido, no âmbito da comu-nidade científica local, diversos

    textos críticos sobre o chamado“produtivismo acadêmico” (e.g, ALCADIPANI, 2011; FARIA, 2011;FREITAS, 2011; GODOI e XAVIER, 2012; MACHADO e BIANCHETTI, 2011; MATTOS, 2012). Tais textos,de modo geral, ecoam críticas dacomunidade local ao caráter quan-titativo fomentado pelo sistema demensuração e avaliação de resulta-do da Capes. Esse sistema estarialevando nossos pesquisadores aprivilegiarem a quantidade em fa- vor da qualidade e a favorecerem

    a publicação em favor do impac-to, adotando, assim, uma lógica deprodução em série, própria das li-nhas de produção fordistas.

     As críticas têm méritos, poischamam a atenção para desviossubstantivos da atividade científi-ca. De fato, o produtivismo podetambém ser visto como mimetismode uma atitude que se desenvolveuno mundo acadêmico dos paísesdesenvolvidos, lá também encon-

    trando os seus críticos. No entanto,a mentalidade produtivista, hojepresente na academia brasileira,é mais do que o reflexo atitudinale comportamental de cientistas,provocado por um modelo demedição da produção. Trata-se, na verdade, de um sistema construídoao longo do tempo e sustentadopor seus diversos agentes: os pro-gramas de mestrado e doutorado,os eventos científicos, as revistascientíficas, os agentes reguladores

    e o próprio corpo de pesquisado-res. Tal sistema sustenta um modopróprio de geração e disseminaçãode conhecimento. Além disso,ajuda a promover certos valores epráticas, fomentando uma culturapeculiar de pesquisa.

    Considerando tais críticas e asreflexões trazidas pelos autores dopresente fórum, acreditamos que acomunidade científica de Adminis-

    tração no Brasil poderia beneficiar--se de um diálogo norteado portemas específicos de mudança.Para isso, listamos a seguir oitopropostas para reflexão.

    Focar o Brasil As revistas científicas brasi leirasdeveriam ter um papel mais ativoe estabelecer linhas editoriais queprivilegiem o desenvolvimentode conhecimento e teorias sobretemas, objetos e fenômenos bra-

    sileiros. Deveriam, também, apro-fundar a segmentação por campoe por orientação ontológica. Hoje,nossas principais revistas, salvoexceções, aceitam artigos oriun-dos de todos os campos da Admi-nistração e de qualquer orienta-ção ontológica. Tal condição criaenorme desafio para os editores ecorpos de avaliadores, levando aprocessos longos e inadequados derevisão. Algumas delas começam a

    aceitar artigos internacionais, even-tualmente sobre temas distantes darealidade brasileira. Pensamos querevistas científicas locais, focadasna realidade local e segmentadaspor campo, trariam uma contribui-ção mais efetiva para o desenvolvi-mento do campo da Administraçãono Brasil. Além disso, a comunida-de acadêmica internacional prova- velmente teria interesse maior emler e aprender sobre o Brasil pormeio de pesquisadores brasileiros

    do que vê-los mimetizando e re-produzindo teorias desenvolvidasnos países centrais.

     Aproximar teoria e prática As inst ituições de ensino deve-riam buscar maior proximidadeentre desenvolvimento teórico eprática organizacional. A Admi-nistração, como se sabe, é uma

    http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    7/10

    Carlos Osmar Bertero Flávio Carvalho de Vasconcelos Marcelo Pereira Binder Thomaz Wood Jr.

    ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n. 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020 17ISSN 0034-7590

    ciência aplicada. Isso não signifi-ca, obviamente, que a agenda deseus pesquisadores deva ser bali-zada pelas preocupações de mo-mento de empresários e executi- vos. Tampouco significa que seuspesquisadores possam se isolar domundo da prática. O desafio é ge-renciar a relação entre esses doismundos. Hoje, muitos pesquisa-dores das instituições brasileirasatuam distantes das organizações.É preciso estabelecer fóruns dediálogo e cooperação, que per-

    mitam a aproximação entre pes-quisadores e gestores, de modoa construir agendas de pesquisaque possam tanto fazer avançara teoria sobre fenômenos locaisquanto contribuir para a reflexãosobre as práticas administrativas eseu aperfeiçoamento. A Adminis-tração é considerada igualmenteuma área social aplicada. Ora, oPaís está longe de ser bem admi-nistrado. Isso é válido tanto para

    a área pública como para a áreaempresarial. Basta observar a máadministração de recursos, a máqualidade dos serviços e a mágestão de projetos, que acarre-tam imenso prejuízo para toda asociedade. Há diversas razões paraa existência desse tipo de proble-ma, mas certamente a baixa quali-dade da gestão arca com parte daresponsabilidade. Contribuir parauma melhoria da prática adminis-trativa é missão importante da área.

    Criar planos de pesquisaOs programas de mestrado e dou-torado deveriam desenvolver pla-nos de pesquisa. Hoje, diversosprogramas estabelecem metasatreladas ao sistema de avaliaçãoCapes, buscando evoluir em ter-mos de classificação geral. Tal sis-tema, como se sabe, utiliza uma

    série de critérios, entre os quaisse encontra a pontuação atingidapelos professores pesquisadores,por meio de publicações em pe-riódicos. Para gerar conhecimentoe melhores teorias, os programasdeveriam ir além das metas nu-méricas, estabelecendo diretrizesde pesquisa voltadas para a cons-trução de conhecimento em tornode determinados temas, objetos efenômenos. Tais escolhas deveriamser coerentes com a história dasinstituições de ensino, as compe-

    tências já estabelecidas e sua inser-ção local, regional e internacional.Naturalmente, tais diretrizes deve-riam também preservar a liberdadeacadêmica, pedra fundamental dodesenvolvimento científico, garan-tindo espaço para a diversidadede perspectivas e abordagens quecaracterizam o campo.

    Fomentar o rigor 

    Os gatekeepers , especialmente oseditores de revistas  científicas ecoordenadores de áreas de even-tos científicos, deveriam atuar commaior rigor. Hoje, os eventos e re- vistas são frequentemente vistoscomo “escoadouros” para a pro-dução científica. Parece haver umapremissa tácita de que tudo que éproduzido com um mínimo de qua-lidade deveria ser veiculado. Talcondição infla as pontuações dosprogramas, facilitando o cumpri-

    mento de suas metas de produçãocientífica. Entretanto, torna nossosoutlets vitrines de trabalhos de bai-xo rigor e baixa qualidade. Pensa-mos que uma atuação mais crite-riosa e restritiva dos gatekeeperscontribuiria para o aumento daqualidade da produção local, bar-rando os trabalhos de menor rele- vância e estimulando aqueles demaior potencial, para que se trans-

    formem em contribuições científi-cas realmente importantes.

    Focar o impacto da produçãoO sistema nacional de avaliaçãodeveria deslocar seu foco da pro-dução para o impacto. Conformeindicamos anteriormente, tal sis-tema utiliza uma série de critérios,entre os quais a pontuação atingi-da pelos professores pesquisado-res, por meio de publicações emperiódicos, locais e estrangeiros.

    Esse sistema, como se sabe, temprovocado distorções, pois vemestimulando pesquisadores a “mul-tiplicar” publicações para garan-tir maior pontuação. Com isso, aquantidade frequentemente avançaem detrimento da qualidade. Al-guns programas de pós-graduaçãochegam a induzir expedientes con-denáveis para inflar seus números.Indicadores de impacto, por sua vez, deslocam o foco da produção

    para a utilização do conhecimento.Exigem, naturalmente, uma apura-ção mais sofisticada.

    Privilegiar periódicos

    internacionais de alto nívelOs sistemas de incentivo deve-riam privilegiar a veiculação emperiódicos de alto nível. Algumasinstituições de ensino implemen-taram sistemas de incentivo, fre-quentemente visando fomentar a

    internacionalização da pesquisa,estimulando seus pesquisadoresa participarem de redes científi-cas internacionais, desenvolveremprojetos em parceria com colegasde instituições no exterior e pu-blicarem artigos em periódicosestrangeiros. Consideramos dese-jável haver um reconhecimentoespecial para artigos veiculadosnos principais periódicos interna-

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    8/10

    FÓRUM  PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

    ISSN 0034-759018 ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n . 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020

    cionais, aqueles com maior fator deimpacto, de ampla visibilidade nacomunidade internacional. Hoje,a pressão por publicações inter-nacionais, contraposta à limitadatradição brasileira em pesquisa,tem levado muitos pesquisadoreslocais a buscar revistas internacio-nais de baixo fator de impacto. Talcondição limita nossa audiência enão contribui para o aumento dorigor e da qualidade da pesqui-sa. A experiência de publicar nosprincipais periódicos, por outro

    lado, exigiria o desenvolvimentode competências específicas, emtermos de desenvolvimento teóricoe métodos, que poderia irradiar-sedos autores para seus programas. Além disso, a veiculação de tra-balhos nesses periódicos poderiadar visibilidade internacional paraa produção local e contribuir parao desenvolvimento de teorias maisrobustas, validadas (ou não) emum país emergente.

    Reformar os programas de

    pós-graduação As instituições de ensino deveriamtomar medidas mais firmes paragarantir a qualidade da formaçãode futuros pesquisadores. Hoje, háum incentivo ao crescimento dosprogramas, visando aumentar onúmero de mestres e doutores. Talobjetivo é coerente com o objetivomaior de sustentar o crescimento

    da atividade de pesquisa no País.Na prática, entretanto, o que seobserva é um descolamento entreaspiração e realidade, pois muitosegressos não têm perfil científicoe de pesquisador, e não seguirãocarreira acadêmica. Programas dedoutorado mais restritos e exigen-tes, com forte incentivo para arealização de períodos de estudoe pesquisa no exterior, provavel-

    mente apresentariam uma relaçãomais favorável entre os recursosinvestidos e os resultados obti-dos. Em paralelo, os programasde mestrado poderiam continuara ser ampliados, com maior focona formação de docentes e consi-derando que uma parcela restrita,porém representativa, de egressos viria a cursar o doutorado.

    Reconhecer pesquisadores e pesquisas exemplares

     As instituições deveriam celebrarpesquisadores e pesquisas exem-plares. O sistema de pesquisa em Administração implementado noBrasil está formando geraçõesde pesquisadores dentro de umalógica burocrática de produçãointelectual. É certo que a ciênciamoderna precisa lidar com desa-fios relacionados ao planejamento,à alocação e à gestão de recursos.Entretanto, é preciso estar alerta

    aos excessos. Nossos doutorandose jovens doutores preocupam-secada vez mais com suas publi-cações e pontuações e cada vezmenos com a construção sólidade conhecimento e com o de-senvolvimento de contribuiçõescientíficas consistentes. Pensamosque nossas instituições deveriamcelebrar pesquisadores que, porseu idealismo e conduta coeren-te, tivessem trazido contribuiçõesnotáveis ao desenvolvimento do

    campo. Deveriam, também, pre-miar trabalhos excepcionais depesquisa, que representassemmarcos para a construção do co-nhecimento. Acreditamos que épreciso recuperar o “ethos docientista”, que perdeu força nosúltimos anos na academia brasi-leira, em detrimento da ascensãodos burocratas da pesquisa e dosarticuladores políticos. De fato,

    essas observações podem ser es-tendidas à comunidade acadêmicainternacional. Significativamente,boa parte dos textos que hoje le-mos como clássicos e usamos notreinamento de mestres e douto-res foi produzida por acadêmicosdistantes da lógica do produtivis-mo. Produziram menor quantida-de, porém com melhor qualidadee, especialmente, com maior re-levância.

    CONCLUSÃO

    Em um editorial sobre a evoluçãode estudos organizacionais na Chi-na, Tsui argumenta:

    Nas duas últimas décadas, a

    pesquisa sobre gestão chine-

    sa utilizou questões, teorias,

    construtos e métodos desen-

     volvidos no contexto ociden-

    tal. Estão faltando estudosexploratórios que tratem de

    questões relevantes para as

    empresas chinesas e o de-

    senvolvimento de teorias que

    ofereçam explicações signifi-

    cativas sobre os fenômenos

    chineses. (TSUI, 2009, p. 1).

     As similaridades entre a situa-ção chinesa e a situação brasileirapodem ser mais do que merascoincidências. Os dois países emer-

    gentes têm aspirações internacio-nais, porém correm o risco de, aotentar aderir ao sistema internacio-nal de geração de conhecimento,entrar pela porta dos fundos eperder o foco na própria realidade,rica e em rápida mutação.

    Em um outro editorial, sobredesenvolvimento teórico, Suddaby, Hardy e Huy (2011) realizam umareflexão crítica incomum sobre o

    http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    9/10

    Carlos Osmar Bertero Flávio Carvalho de Vasconcelos Marcelo Pereira Binder Thomaz Wood Jr.

    ©RAE   n   São Paulo n   v. 53 n   n. 1 n   jan/fev. 2013 n   012-020 19ISSN 0034-7590

    desenvolvimento de novas teoriassobre organizações na academiainternacional. Os organizadoresindicam que, significativamente,não receberam para a organizaçãode seu fórum artigos com novasteorias, porém receberam váriostextos com autocríticas e sugestõespara desenvolver novas teorias.Observam, ainda, que as teoriasatualmente usadas por autores epesquisadores referem-se a desen- volvimentos teóricos ocorridos atéa década de 1970. Suddaby, Hardy  

    e Huy  apontam o reducionismo eo conservadorismo da pesquisa nocampo, e o distanciamento entreteoria e prática. Tal constataçãopode ser complementada pela crí-tica realizada por Gabriel (2010),que argumenta que as publicaçõesacadêmicas se transformaram emlugares burocráticos e políticos eque a ciência normal foi substituídapor uma proliferação de teorias e vozes que se tornaram incompre-

    ensíveis e irrelevantes para a prá-tica administrativa.Tais considerações, sobre a

    academia chinesa e sobre a aca-demia internacional, reforçam anoção de que a academia brasileirado campo da Administração viveum bom momento para realizar es-colhas estratégicas e implementarmudanças. Os méritos e deméritosde nossa academia são há muitotempo conhecidos e discutidos.Sempre que uma reflexão crítica

    é estimulada, como no caso destefórum, geram-se conclusões simi-lares. O País e suas organizaçõesbem mereceriam uma academiamais “extrovertida”, capaz de te-orizar sobre os fenômenos locaise de interagir de igual para igualcom seus pares internacionais.Cabe, portanto, neste ponto destetexto de apresentação, uma per-gunta final: será possível reformar

    nossa academia, para que respon-da de maneira mais efetiva a taisaspirações?

    Os mais otimistas provavel-mente argumentarão que o norteestá definido, que as trilhas geraisestão traçadas e que, mais cedo oumais tarde, chegaremos lá. Quiçájustifiquem sua posição mostrandoa sensível evolução ocorrida nosúltimos anos, em termos de pro-dução científica, veiculada no Bra-sil e no exterior. Acreditamos, noentanto, que o sistema, fortemente

    inercial, demanda ajustes substan-tivos, como os sugeridos acima.Sem tais ajustes, nossa comunidadecientífica permanecerá como umatorre de marfim, erigida em umailha tropical, tenuemente ligadaao contexto local e ao mundo ex-terior. Se os agentes com poderde influência não se mobilizarempara a mudança, então um futurofórum sobre a produção científicaem Administração no Brasil, rea-

    lizado daqui a 10 anos, chegaráa conclusões similares às destefórum e a outras reflexões realiza-das anteriormente (e.g, BERTERO, CALDAS, WOOD JR, 2005b). Dese-jamos que isso não ocorra.

    REFERÊNCIAS

     ALCADIPANI, R. Resistir ao produti-

     vismo: uma ode à perturbação acadê-mica. Cadernos EBAPE.BR , v. 9, n. 4, p. 174-178, 2011.

    BERTERO, C. O; CALDAS, M. P; WOOD Jr, T. Introdução: produçãocientífica em administração no Brasil.In: BERTERO, C. O; CALDAS, M. P; WOOD Jr, T. Produção científica emadministração no Brasil : o estado daarte. São Paulo: Atlas, 2005a.

    BERTERO, C. O; CALDAS, M. P; WOOD Jr, T. Produção científica emadministração no Brasil : o estado daarte. São Paulo: Atlas, 2005b.

    FARIA, A. Repensando produtivismo em gestão no (e a partir do) Brasil. Cadernos EBAPE.BR , v. 9, n. 4, p. 1164-1173, 2011.

    FREITAS, M. E. O pesquisador hoje: entre o artesanato intelectual e a pro-dução em série. Cadernos EBAPE.BR ,  v. 9, n. 4, p. 1158-1163, 2011.

    GABRIEL, Y. Organization studies: a space for ideas, identities and agonies. Organization Studies , v. 31, n. 6, p. 757-775, 2010.

    GODOI, C. K; XAVIER, W. G. O pro-dutivismo e suas anomalias. Cader- nos EBAPE. BR , v. 10, n. 2, p. 456-465, 2012.

    LEAL, R. P. C; SOUSA, V. A. e; BOR-

    TOLON, P. M. A produção científicabrasileira em finanças no período2000-2010. RAE-Revista de Adminis- tração de Empresas , v. 53, n. 1, p.046-055, 2013.

    MACHADO, A. M. N; BIANCHETTI, L. (Des)fetichização do produtivismo acadêmico: desafios para o trabalha-dor-pesquisador. RAE-Revista de Ad- ministração de Empresas , v. 51, n. 3, p. 244-254, 2011.

    MASCARENHAS, A. O. M; BARBOSA, A. C. Q. A produção científica brasi-leira em gestão de pessoas no perío-do 2000-2010. RAE-Revista de Admi- nistração de Empresas , v. 53, n. 1, p.035-045, 2013.

    MATTOS, P. L. C. L. Pés de barro do texto “produtivista” na academia. RAE-Revista de Administração de Em- 

     presas, v. 52, n. 5, p. 566-573, 2012.

    http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://oss.sagepub.com/content/31/6/757http://oss.sagepub.com/content/31/6/757http://oss.sagepub.com/content/31/6/757http://oss.sagepub.com/content/31/6/757http://oss.sagepub.com/content/31/6/757http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol52-num5-2012/pes-barro-texto-%E2%80%9Cprodutivista%E2%80%9D-na-academiahttp://rae.fgv.br/rae/vol52-num5-2012/pes-barro-texto-%E2%80%9Cprodutivista%E2%80%9D-na-academiahttp://rae.fgv.br/rae/vol52-num5-2012/pes-barro-texto-%E2%80%9Cprodutivista%E2%80%9D-na-academiahttp://rae.fgv.br/rae/vol52-num5-2012/pes-barro-texto-%E2%80%9Cprodutivista%E2%80%9D-na-academiahttp://rae.fgv.br/rae/vol52-num5-2012/pes-barro-texto-%E2%80%9Cprodutivista%E2%80%9D-na-academiahttp://rae.fgv.br/rae/vol52-num5-2012/pes-barro-texto-%E2%80%9Cprodutivista%E2%80%9D-na-academiahttp://rae.fgv.br/rae/vol52-num5-2012/pes-barro-texto-%E2%80%9Cprodutivista%E2%80%9D-na-academiahttp://rae.fgv.br/rae/vol52-num5-2012/pes-barro-texto-%E2%80%9Cprodutivista%E2%80%9D-na-academiahttp://rae.fgv.br/rae/vol52-num5-2012/pes-barro-texto-%E2%80%9Cprodutivista%E2%80%9D-na-academiahttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://rae.fgv.br/rae/vol51-num3-2011/desfetichizacao-produtivismo-academico-desafios-para-trabalhador-pesquisadorhttp://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5272http://oss.sagepub.com/content/31/6/757http://oss.sagepub.com/content/31/6/757http://oss.sagepub.com/content/31/6/757http://oss.sagepub.com/content/31/6/757http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5239http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5240http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5241http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-http://-/?-

  • 8/17/2019 Produção científica brasileira em administração na década de 2000

    10/10

    ISSN 0034-759020 ©RAE n São Paulo n v. 53 n n. 1 n jan/fev. 2013 n 012-020

    FÓRUM n PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM ADMINISTRAÇÃO NA DÉCADA DE 2000

    MAZZON, J. A; HERNANDEZ, J. M.C. A produção científica brasileiraem marketing no período 2000-2009.RAE-Revista de Administração de Em- 

     presas , v. 53, n. 1, p. 067-080, 2013.

    PAIVA, E. L; BRITO, L. A. L. A pro-dução científica brasileira em gestãode operações no período 2000-2010.RAE-Revista de Administração de Em- 

     presas , v. 53, n. 1, p. 056-066, 2013.

    ROUSSEAU, D; MANNING, J; DENYER,D. Evidence in management and or-

    ganizational science: assembling thefield’s full weight of scientific know-ledge through syntheses. AIM WorkingPaper Series , 067, 2008. Disponívelem: http://www.evidencebased--management.com/wp-content/uplo-ads/2010/01/ROUSSEg PapaersAU--Evidence_2_15_08-11.pdf. Acesso em 23.03.2011.

    SOBRAL, F; MANSUR, J. A produçãocientífica brasileira em comportamen-

    to organizacional no período 2001-2010. RAE-Revista de Administraçãode Empresas , v. 53, n. 1, p. 021-034,2013.

    SUDDABY, R; HARDY, C; HUY, Q. N.Introduction to special topic forum: where are the new theories of Orga-nization? Academy of ManagementReview, v. 36, n. 2, p. 236-246, 2011.

    TSUI, A. S. Editor’s introduction – au-tonomy of inquiry: shaping the future 

    of emerging scientific communities. Management and Organization Re- 

    view , v. 5, n. 1, p. 1-14, 2009.

     VEN, A. V. de. Nothing is quite so practical as a good theory. Academy  of Management Review , v. 14, n. 4, p. 486-489, 1989.

     VERGARA, S. C; CARVALHO Jr, D. S. Nacionalidade dos autores referencia-

    dos na literatura brasileira sobre orga-nizações. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 19, 1995, João Pessoa. Anais. João Pessoa: ANPAD, 1995.

     WHETTEN, D. A. O que constitui uma contribuição teórica? RAE-Revista de  Administração de Empresas ,  v. 43, n. 3, p. 69-73, 2003.

    http://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011http://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011http://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011http://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011http://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://rae.fgv.br/rae/vol43-num3-2003/que-constitui-contribuicao-teoricahttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://www.anpad.org.br/rac/vol_05/htm/rac-v5-edesp-scv_resumo.htmlhttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://connection.ebscohost.com/c/articles/4308370/nothing-quite-so-practical-as-good-theoryhttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1740-8784.2009.00143.x/abstracthttp://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011http://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011http://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011http://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011http://www.evidencebased-management.com/wp-content/uploads/2010/01/ROUSSEAU-Evidence_2_15_08-11.pdf.%20Acesso%20em%2023.03.2011