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Título: A extração de pigmentos e sua utilização nas artes visuais
Autora Iraci Barrozo da Silva
Escola de Atuação Colégio Estadual Douradina Ensino Fundamental e Médio
Município da Escola Douradina
Núcleo Regional de Educação Umuarama
Orientadora Josie Agatha Parrilha da Silva
Instituição de Ensino Superior UEM
Disciplina/Área Arte
Produção Didático-pedagógica Sequência Didática
Relação Interdisciplinar Ecologia
Público Alvo Alunos da 6ª série do ensino fundamental
Localização
Colégio Estadual Douradina - Ens. Fund. e Médio Av. Brasil, s/n - Douradina – PR
Apresentação
Este trabalho permitirá reflexões, experimentos e o encontro com as tintas naturais verificando as inúmeras possibilidades que as matérias-primas do nosso cotidiano local oferecem para a produção de tintas alternativas como processo didático de pesquisa. É sem dúvida uma experiência extremamente enriquecedora pelo crescimento pessoal que proporciona. A preparação das tintas naturais exige observações, paciência e reavaliações constantes por tratar-se de uma atividade artesanal e experimental. A presente proposta procura ainda conscientizar os alunos quanto à proteção e preservação do meio ambiente, aproveitar os recursos que a natureza nos oferecer, bem como a valorização do ambiente natural local e/ou regional através da observação da realidade que nos cerca. É inegável o valor das tintas naturais em nossos dias, principalmente quando se considera a existência de grande número de alunos de baixa renda do que decorre a dificuldade de acesso às tintas industrializadas. A importância das tintas naturais cresce, ainda mais, pela satisfação proporcionada através de sua produção e pelos efeitos inesperados que acontecem. Será realizada a seleção de matérias-primas folhas, flores, frutos, sementes. As atividades serão desenvolvidas em sala de aula, testadas em laboratório, e os elementos serão categorizados conforme se obtenham deles pigmentos em pó ou líquidos.
Palavras-chave Pigmentos; meio ambiente; artesanal.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................2
PROCEDIMENTOS...............................................................................................................2
ETAPA 1
APRESENTAÇÃO E REFLEXÃO AMBIENTAL......................................................3
ETAPA 2
EXTRAÇÃO DE TINTAS POR FRICÇÃO.......................................................................6
ETAPA 3
EXTRAÇÃO DE TINTAS POR INFUSÃO...............................................................8
ETAPA 4
EXTRAÇÃO DE TINTAS POR COCÇÃO .............................................................10
ETAPA 5
EXTRAÇÃO DE TINTAS POR MACERAÇÃO.....................................................12
ETAPA 6
EXTRAÇÃO DE TINTAS POR TRITURAÇÃO ....................................................14
ETAPA 7
EXTRAÇÃO DE TINTAS POR DECANTAÇÃO...................................................16
ETAPA 8
EXTRAÇÃO DE TINTAS POR LIXAÇÃO ............................................................18
ETAPA 9
PRODUÇÃO E EXPOSIÇÃO DOS TRABALHOS .................................................20
CONTEÚDO DE ESTUDO.................................................................................................21
ORIENTAÇÕES ..................................................................................................................26
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO...........................................................................................26
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................28
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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
1. APRESENTAÇÃO
A Produção Didático Pedagógica será aplicada no Colégio Estadual Douradina
Ensino Fundamental e Médio do município de Douradina-PR, com os alunos da 6ª série do
período matutino. Tem como objetivo desenvolver pesquisas teóricas e práticas sobre os
processos de extração de pigmentos e sua aplicabilidade nas Artes Visuais. Com essa
prática, pretende-se: ampliar os conhecimentos sobre os materiais de pintura, investigando
os pigmentos naturais para a preparação de tintas; desenvolver formas de extrair pigmentos
de elementos naturais líquidos e secos, a partir da seleção de frutos, folhas, sementes,
flores, etc.; realizar experiências a partir dos vários processos de extração de pigmentos por
meio da prática em sala de aula e laboratório; investigar as possibilidades do uso dos
pigmentos naturais, oferecendo uma produção alternativa como processo didático em
atividades artísticas.
Tal projeto, utilizando os vegetais e minerais da região, é viável pela abundância
de matéria-prima encontrada na natureza e pela vasta bibliografia de pesquisa sobre o tema
proposto, além dos vários processos de extração totalmente possíveis de serem realizados.
Esses elementos serão categorizados conforme se obtenham deles pigmentos em pó ou
líquidos - a maior parte extraídos de terras, ocas, cinza, carvão, cimento, pós de diversas
madeiras, pétalas, sementes, raízes, folhas, frutos entre outros.
Justifica-se assim esse trabalho pela relevância de discussões sobre a prática
educativa desenvolvida nas escolas na área das expressões artísticas, considerando que esta
pode contribuir significativamente para a formação de sujeitos criativos, a pintura como o
desenho pode-se expressar livremente por meio de diferentes técnicas e tipos de tintas.
2. PROCEDIMENTOS
Essa Produção Didático-pedagógica foi dividida em etapas de acordo com as
técnicas aplicadas. Cada etapa contempla um processo de extração das tintas com
orientações dos recursos que serão utilizados para desenvolvê-la.
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DESENVOLVIMENTO DAS ETAPAS
Primeira etapa
Atividades Apresentação do projeto e reflexão ambiental.
Recursos TV Multimídia, pen drive e questionário impresso.
Técnicas Exposição oral por parte do professor e explicação dos procedimentos técnicos.
Tempo
03 aulas
Avaliação
A avaliação será feita pela participação e envolvimento dos alunos durante as atividades.
Primeira EtapaPrimeira EtapaPrimeira EtapaPrimeira Etapa Apresentação do projeto
e reflexão ambiental
Foto: Iraci Barrozo da Silva
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• Entregar o questionário impresso aos alunos e pedir que respondam.
Questionário sobre reciclagem.
1. O que você entende quando se fala em reciclagem? a) É jogar fora o lixo. b) É guardar garrafas. c) É a reutilização de certos materiais como papel, latas, vidros, etc. d) Aproveitar restos. e) Outra resposta: __________________________________________ 2. O que é lixo, em sua opinião? a) É pegar tudo o que você não quer mais e jogar fora. b) É tudo que não uso. c) É o conjunto de restos de diferentes materiais. d) É algo que não se pode aproveitar. e) Outra resposta: __________________________________________ 3. Você acha que o lixo é um problema para a sociedade? a) Penso que sim. b) Penso que não. c) Sim, porque traz insetos e mau cheiro. d) Sim, porque ocupa espaço das pessoas. e) Não, porque o caminhão de lixo da prefeitura leva embora. d) Outra resposta: __________________________________________
Para o professor: Ao dar início as primeiras atividades fazer uma apresentação oral do projeto e após promover um questionamento com os alunos a respeito do que eles entendem sobre a educação ambiental, com a finalidade de facilitar o entendimento dos alunos da importante relação entre o meio ambiente e a qualidade de vida. Questionar sobre o lixo e reciclagem por meio da aplicação de um questionário que permita aos alunos expressarem suas idéias. Entregar para cada aluno um caderno, explicar que ao final da realização de cada técnica eles deverão fazer anotações, registros, desenhos de tudo que compreenderam das ações realizadas. Esse caderno/diário aqui proposto tem como meta perceber o nível de compreensão do aluno em relação às atividades propostas.
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Tarefa
Trazer para próxima aula matérias-primas: folhas, flores, frutos, sementes, legumes
coloridos, etc.. e fazer as primeiras anotações no caderno/diário das suas expectativas
em relação ao desenvolvimento do projeto.
Para o professor:
Por meio do resultado deste questionário explicar os problemas que o lixo traz para as
pessoas pelo espaço que ocupa. E pedir que evitem a depredação de ambientes naturais,
praças e jardins alheios ao retirarem o material que será usado nas aulas, só retirar o
suficiente para realizar as atividades desejadas.
Fotos: Iraci Barrozo da Silva
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Segunda etapa
Atividades Extração de tintas por meio de fricção. Seleção de matéria-prima - folhas, frutos, flores, sementes, legumes coloridos.
Recursos
Além dos elementos naturais, serão utilizados como recursos: papéis sulfite, canson e todos que forem julgados pertinentes.
Técnicas
Fricção: pétalas de flores, folhas e sementes friccionadas sobre suporte branco - papéis sulfite, canson e outros - que propicie boa absorção dos pigmentos
Tempo
02 aulas
Avaliação
A Avaliação será feita pela participação, envolvimento, a fim de perceberem que sucos coloridos de grande persistência podem ser extraídos dos elementos da natureza por meio da “fricção” em folhas sulfite.
Segunda EtapaSegunda EtapaSegunda EtapaSegunda Etapa
Extração Extração Extração Extração
de tintas de tintas de tintas de tintas por fricçãopor fricçãopor fricçãopor fricção
Foto: Iraci Barrozo da Silva
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• Levar os alunos ao Laboratório com a matéria-prima que trouxeram de casa, formar
grupos e distribuir folhas de papel. Cada aluno deverá friccionar, usando sua
criatividade, pétalas de flores, folhas, frutos e sementes sobre suporte branco - papéis
sulfite, canson e outros – que propicie boa absorção dos pigmentos. Orientar os alunos
a observar as diferentes cores e tonalidades. Após as pinturas estarem concluídas e as
tintas completamente secas, os alunos deverão impermeabilizar seus trabalhos com
cola plástica ou verniz sintético, além de bons fixadores e estabilizantes das cores, tem
ainda a vantagem de evitarem a formação de microorganismos cuja proliferação é tão
comum nas tintas orgânicas.
• Depois de terminarem de aplicar a técnica pedir aos alunos que recolham as sobras da
matéria-prima usada e coloquem em vidros, devidamente preparados com álcool, de
maneira a ficarem submersos e identifiquem por elementos usados.
• Deixar um tempo para o registro no caderno/diário.
Para o professor:
Explicar aos alunos o que é a técnica de fricção. Fricção: A fricção, como o próprio nome diz, consiste em friccionar elementos diretamente sobre o papel. São friccionadas as plantas que contém uma quantidade razoável de água, principalmente pétalas coloridas. Flores ou folhagens podem ter uma cor por fora e outra por dentro.
Disponível em <http://artesvisuais2.blogspot.com/2008/09/meio-ambiente.html> Acessado em 22 jul.2011
Por tintas naturais entendem-se, portanto, as tintas obtidas da natureza. São como as demais, compostas, basicamente, por pigmentos e aglutinantes, possuindo características de opacidade ou de transparência. (BUENO, 1989).
Fotos: Iraci Barrozo da Silva
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Terceira etapa
Atividades Extração de tintas por meio da infusão.
Recursos
Laboratório, vidros de vários tamanhos, álcool, pincéis, rolos de fibra ou de espuma, trinchas, esponjas, escovas (com a finalidade de se obterem efeitos de texturas e transparências), papéis sulfite, canson e pardo.
Técnicas Infusão: pétalas de rosas e de flores diversas, sementes de urucum, cascas de jabuticaba e uva, beterraba, açafrão e folhas diversas são submersas num recipiente com álcool.
Tempo
03 aulas
Avaliação
Por meio da participação, aguçando a percepção dos alunos de como as tintas naturais que foram elaboradas a partir de elementos do cotidiano podem ser usados para colorir seus próprios trabalhos.
Terceira EtapaTerceira EtapaTerceira EtapaTerceira Etapa
Extração Extração Extração Extração
de tintas por de tintas por de tintas por de tintas por
infusãoinfusãoinfusãoinfusão
Fotomontagem: Iraci Barrozo da Silva
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• Levar os alunos ao laboratório, formar grupos e distribuir folhas de papeis, pincéis,
rolos de fibra ou de espuma, trinchas, esponjas, escovas e os vidros com a tinta extraída
da infusão que foi feita com a sobra dos materiais trazidos por eles na aula anterior e
também outros preparados pelo professor (pó de urucum, açafrão e outros). Deixar que
usem a imaginação e percebam que sucos coloridos de grande persistência podem ser
extraídos da natureza. Após as pinturas estarem concluídas e as tintas completamente
secas, os alunos deverão impermeabilizar seus trabalhos com cola plástica ou verniz
sintético.
• Deixar um tempo para o registro no caderno/diário.
Para o professor:
Explicar aos alunos o que é a técnica de infusão. Os elementos são picados e deixados em infusão no álcool até atingirem o seu ponto máximo de cor, cujo tempo varia (minutos, dias, semanas). Quanto mais tempo em infusão, melhor. Podem ser colocados em infusão: pétalas de diversas flores, folhas, raízes, semente de urucum, lascas de madeira, repolho roxo, beterraba, etc. Algumas infusões (como as pétalas de rosas) dão líquidos quase incolores, e sua cor só aparece depois de algum tempo de colocada no papel. Algumas folhas verdes dão cores alaranjadas. O corante obtido pode ser aplicado puro ou com cola. Neste caso, torna-se visguento e para limpar o pincel deve-se usar álcool, e nunca água.
Disponível em <http://artesvisuais2.blogspot.com/2008/09/meio-ambiente.html> Acessado em 22 jul.2011
Fotomontagem: Iraci Barrozo da Silva
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Quarta etapa
Tema
Extração de tintas por meio da cocção.
Recursos Cozinha, fogão, panelas, vidros de vários tamanhos, pincéis, rolos de fibra ou de espuma, trinchas, esponjas, escova (com a finalidade de se obterem efeitos de texturas e transparências). Papéis sulfite, vergê, canson, cartolina e pardo.
Técnicas
Cocção: tomate, erva-mate, café, marcela, beterraba, cascas de uva, entre outros, são misturados à água e submetidos à fervura até reduzir o líquido a uma calda colorida, bem concentrada.
Tempo
02 aulas
Avaliação
Por meio da participação, aguçando a percepção dos alunos de como as tintas naturais que foram elaboradas a partir de elementos do cotidiano podem ser usados para colorir seus próprios trabalhos.
Quarta EtapaQuarta EtapaQuarta EtapaQuarta Etapa
Extração Extração Extração Extração
de tintas por de tintas por de tintas por de tintas por
cocçãococçãococçãococção
Fotomontagem: Iraci Barrozo da Silva
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• Levar os alunos ao laboratório, formar grupos e distribuir folhas de papel sulfite, vergê,
canson, cartolina, pincéis e outros materiais que julgar pertinente, explorando a
criatividade dos alunos. O líquido colorido pode ser aplicado diretamente no papel, ou
com um pouquinho de cola (aglutinante) que dará maior resistência ao tempo e os
alunos verão como cada cor produz o seu colorido.
• Colocar as folhas para secar em varal de barbante e na próxima aula impermeabilizar
usando cola plástica ou verniz sintético para proteger e dar brilho.
• Deixar um tempo para o registro no caderno/diário.
Para o professor:
Explicar aos alunos o significado da palavra cocção: (cocção: ato ou efeito de cozer,
cozimento - Dicionário Aurélio). A seguir explicar o que é a técnica de cocção.
Cocção: cascas de jabuticaba, feijão preto, erva-mate, café, marcela, beterraba, cascas
de uva, cascas de cebola entre outros, são misturados à água e submetidos à fervura até
reduzir o líquido a uma calda colorida, bem concentrada.
No preparo de tintas naturais líquidas, os aglutinantes devem ser incolores, como: clara
de ovo, goma arábica, goma de polvilho, a fim de que as cores não se alterem.
O professor fará o cozimento dos elementos trazidos pelos alunos na cozinha da escola
sem a presença dos mesmos. Após as tintas estarem prontas guardá-las em vidros
devidamente catalogadas no laboratório.
Aglutinantes são substâncias que, adicionados aos pigmentos, unem as partículas
formando “liga”, a exemplo de colas, óleos, ceras, resinas. Determinam a especificidade
das tintas como têmpera, óleo, acrílica, aquarela e outras. (BUENO, 1989)
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Quinta etapa
Tema
Extração de tintas por meio da maceração
Recursos
Laboratório, jarras, panelas, vidros de vários tamanhos, pincéis, rolos de fibra ou de espuma, trinchas, esponjas, escova (com a finalidade de se obterem efeitos de texturas e transparências). Papéis sulfite, canson, cartolina e pardo.
Técnicas
Maceração: café, erva-mate, feijão preto, sementes coloridas, são colocadas separadamente em recipientes com água durante doze horas ou mais até impregná-la de cor.
Tempo
02 aulas
Avaliação
Por meio da participação, aguçando a percepção dos alunos de como as tintas naturais que foram elaboradas a partir de elementos do cotidiano podem ser usados para colorir seus próprios trabalhos.
Quinta EtapaQuinta EtapaQuinta EtapaQuinta Etapa
Extração Extração Extração Extração
de tintas por de tintas por de tintas por de tintas por
maceraçãomaceraçãomaceraçãomaceração
Fotomontagem: Iraci Barrozo da Silva
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• Levar os alunos ao laboratório para que eles auxiliem na preparação das tintas
aplicando a maceração. Primeiramente explicar a técnica e todo os procedimentos que
serão necessários para realização da atividade. Inclusive como exige cuidado e
paciência para obtenção de uma tinta de qualidade. Distribuir o material trazido de casa
pelos alunos, deixar a matéria-prima (feijão preto, beterrabas, sementes de urucum) de
molho na água para soltarem a tinta em temperatura ambiente, colocadas
separadamente em recipientes com água durante doze horas ou mais até impregná-la de
cor.
• Numa outra aula quando a tinta estiver pronta, levar os alunos novamente ao
laboratório e distribuir os papéis onde eles usaram a imaginação e a criatividade
aplicando as tintas produzidas puras ou com aglutinante para ficar mais espessa. Os
alunos poderão observar como cada cor produz o seu colorido.
• Após as pinturas estarem concluídas e as tintas completamente secas, os alunos
deverão impermeabilizar seus trabalhos com cola plástica ou verniz sintético.
• Deixar um tempo para o registro no caderno/diário.
Para o professor: Explicar aos alunos o que é a técnica da maceração. Maceração: café, erva-mate, feijão preto, sementes coloridas, são colocadas separadamente em recipientes com água durante doze horas ou mais até impregná-la de cor. O período de maceração depende do material a ser utilizado folhas, flores e outras partes tenras são cortadas e ficam macerando por 10 a 12 horas, enquanto partes mais dura ficam macerando por 18 a 24 horas. Embora lenta, a maceração é um método excelente para obter o princípio ativo em toda sua integridade, mas se necessita de cuidado e paciência. A extração do pigmento, apesar de ser um processo simples e fácil muitas vezes as respostas não são aquelas imaginadas.
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Sexta etapa
Tema
Extração de tintas por meio da trituração
Recursos
Laboratório, peneiras, martelos, vidros de vários tamanhos, pratos, vasilhas, colheres, panos, caixas, pincéis, rolos de fibra ou de espuma, trinchas, esponjas, escova (com a finalidade de se obterem efeitos de texturas, transparências e empastes). Papéis sulfite, canson, cartolina e pardo.
Técnicas Trituração: carvão, giz, cascas de ovos, tijolos, urucum, café e outros, são moídos até ficarem reduzidos a pó muito fino.
Tempo
02 aulas
Avaliação
Por meio da participação, aguçando a percepção dos alunos de como as tintas naturais que foram elaboradas a partir de elementos do cotidiano podem ser usados para colorir seus próprios trabalhos.
Quinta EtapaQuinta EtapaQuinta EtapaQuinta Etapa
Extração Extração Extração Extração
de tde tde tde tintas por intas por intas por intas por
trituraçãotrituraçãotrituraçãotrituração
Fotomontagem: Iraci Barrozo da Silva
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• Levar os alunos ao laboratório, formar grupos, explicar a técnica que será usada, tirar
todas as dúvidas. Iniciar com o material já trazido de casa pelos alunos (carvão, giz,
cascas de ovos, tijolos, urucum, café e outros), distribuir martelos, pedras e tudo que
for possível para moer em seguida peneirar até conseguir um pó bem fino, que será
misturado a uma cola ou goma que age como aglutinante dando forma pastosa ou gel.
Depois passar no papel sulfite, cartolinas, com pincéis, rolos de fibra ou de espuma,
trinchas, esponjas, escova, com a finalidade de se obterem efeitos de texturas,
transparências e empastes.
• Num segundo momento ainda sobre o mesmo tema, pedir para os alunos trazer para a
próxima aula carvão de churrasqueira na sua forma natural, distribuir folhas de
sulfite, papel canson e pedir aos alunos para grafar livremente usando a criatividade
de cada um. Para fixar a tinta do carvão no papel, usar fixador de cabelo em spray
(laquê), colocar para secar em um varal de barbante improvisado na sala ou
laboratório.
• Deixar um tempo para o registro no caderno/diário.
Para o professor: Explicar aos alunos o que é a técnica da trituração. Trituração: carvão, giz, cascas de ovos, tijolos urucum, café e outros, são moídos até ficarem reduzidos a pó muito fino. As tintas opacas são formadas por pós que, adicionados aos aglutinantes, formam massas mais ou menos espessas. Como o carvão pode ser também usado em sua forma natural, compacta para grafar, explorar esse método que desperta grande curiosidade e interesse dos alunos, pois apresenta resultados muito criativos.
Fotos: Iraci Barrozo da Silva
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Sétima etapa
Tema
Extração de tintas por meio do processo de decantação.
Recursos
Terras e ocas de diversas cores, peneiras, bacias, muita água, vidros. Instrumentos: pincéis, espátulas, trinchas, esponjas, escova (com a finalidade de se obterem efeitos de texturas, transparências e empastes). Suportes: papéis sulfite, canson e cartolinas.
Técnicas
Decantação: terras e ocas de diversas cores são separadas conforme a cor que têm. “Não são usadas tais como são encontradas. São antes bem peneiradas, diluídas em muita água para decantar. Após a secagem, estão prontas para o uso”. (BUENO, 1989)
Tempo
4 aulas
Avaliação
A avaliação será feita pela participação e envolvimento dos alunos durante as atividades.
Sétima EtapaSétima EtapaSétima EtapaSétima Etapa
Extração Extração Extração Extração
de tintas por de tintas por de tintas por de tintas por
decantaçãodecantaçãodecantaçãodecantação
Fotomontagem: Iraci Barrozo da Silva
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• No laboratório, os alunos com a orientação do professor, separar as terras conforme a
cor que têm, peneirar, por meio de peneiras, telas ou malhas de meias de náilon esticadas
para tirar os grãos maiores, pedrinhas e impurezas. Deixar quietas em água para decantar.
• Após a secagem, estão prontas para o uso. Escolher um aglutinante que melhor
combine com esse material.
• Em outra aula os alunos irão observar que as tintas obtidas a partir dos pós terrosos,
são muito estáveis e possuem grande capacidade de cobertura. As tintas feitas com terra ou
argila não perdem a cor, nem mesmo sob sol forte e não apresentam problemas de
conservação. Então os alunos deverão passar no papel, aplicar a sua arte trabalhando com
esse material, usando os seguintes instrumentos: pincéis, espátulas, trinchas, esponjas,
escovas, com a finalidade de se obterem efeitos de texturas, transparências e empastes.
• Deixar um tempo para o registro no caderno/diário.
. .
Para o professor: Explicar aos alunos o que é a técnica da decantação. Decantação: terras de diversas cores são separadas conforme a cor que têm. “Não são usadas tais como são encontradas, são antes bem peneiradas, diluídas em muita água para decantar, após a secagem, estão prontas para o uso”. O processo de decantação permite separar em camadas, de cima para baixo, as de grãos mais finos das de grãos mais grossos. A gema do ovo, usada como aglutinante atua como emulsão e dá excelente efeito na mistura de terras e de ocas queimadas. Entretanto, se as terras e as ocas forem usadas no seu estado natural, é prudente acrescentarem-se umas gotas de bactericida como o Lysoform, por exemplo, para evitar a formação de bolor.
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Oitava etapa
Tema
Extração de tinta pelo processo de lixação.
Recursos
Madeiras como o cedro, pessegueiro, louro e outras, lixas, vidros, pincéis, espátulas, trinchas, escova (com a finalidade de se obterem efeitos de texturas, transparências e empastes); papéis sulfite, canson, cartolina e pardo.
Técnicas
Lixação: as madeiras são transformadas em pós muito finos de diversas cores, quando lixadas. Estes pós poderão ser usados puros nos aglutinantes ou associados entre si.
Tempo
4 aulas
Avaliação A avaliação será feita pela participação e envolvimento dos alunos durante as atividades.
Oitava EtapaOitava EtapaOitava EtapaOitava Etapa
Extração Extração Extração Extração
de tintas por de tintas por de tintas por de tintas por
lixaçãolixaçãolixaçãolixação
Fotomontagem: Iraci Barrozo da Silva
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• Levar os alunos para visitar uma marcenaria de móveis, observar as cores e os diversos
tipos de madeiras que existem na nossa região, recolher em vidros e caixas os pós das
serras o suficiente para serem levados para sala de aula e laboratório. Após peneirar,
catalogar por espécie e cores.
Esses pós muito finos e de diversas cores podem ser usados puros, secos, sobre uma
base preparada com cola ou misturados a um aglutinante para adquirir uma forma
pastosa e aplicada sobre os trabalhos com o uso de pincéis, trinchas, espátulas, escovas
para criar efeitos de texturas.
• Deixar um tempo para o registro no caderno/diário.
Para o professor: Explicar aos alunos o que é a técnica da lixação. Lixação: as madeiras são transformadas em pós muito finos de diversas cores, quando lixadas. Estes pós poderão ser usados puros nos aglutinantes ou associados entre si. Para pós de madeira (serra), erva-mate, fuligem, cinza e outros pode ser usado qualquer aglutinante. O cimento tem boa adaptação quando associado às colas plásticas não sofrendo o processo de endurecimento rápido como ocorre com a adição de colas à base de água. De um modo geral, para ter-se a característica de plasticidade da tinta no ponto desejado, basta observar: - proporções iguais de pigmentos e aglutinante; -maior quantidade de pigmento e menor de aglutinante; -maior quantidade de aglutinante e menor de pigmento. A escolha de uma dessas três maneiras de se obter o melhor amálgama que corresponda à consistência da tinta desejada, menos espessa ou mais pastosa, depende da finalidade proposta. (BUENO 1989)
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Nona etapa
Tema Produção de arte com tintas naturais e exposição dos trabalhos.
Recursos
Papéis decorados e coloridos com tintas naturais, tesoura, cola, mural, cavaletes.
Técnicas
Aula expositiva, trabalhos em grupos, dobraduras, recorte e colagem.
Tempo 4 aulas
Avaliação Acontecerá de maneira individual e coletiva, em todos os momentos em que os alunos estiverem participando das atividades.
NonaNonaNonaNona Etapa Etapa Etapa Etapa
Produção de arte com Produção de arte com Produção de arte com Produção de arte com
tintas naturais e tintas naturais e tintas naturais e tintas naturais e
exposição dos exposição dos exposição dos exposição dos
trabalhostrabalhostrabalhostrabalhos
Foto: Iraci Barrozo da Silva
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3. CONTEÚDO DE ESTUDO
A proposta para a Produção Didático Pedagógica está de acordo com as
Diretrizes Curriculares de Arte do estado do Paraná, que apresenta como conteúdos
estruturantes “elementos formais, composição e movimentos e períodos” e têm como um
dos eixos norteadores as Artes Visuais.
Assim pautados nas DCE é possível elaborar uma série de atividades a partir da
extração de pigmentos naturais. Sugere-se um trabalho abordando os Elementos Formais
(ponto, linha, cor, textura); Composição (figurativo, abstrato, bidimensional, semelhanças
e contrastes); e Movimentos e Períodos (Arte Pré-histórica).
4. ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÃO
Desde a Pré-História até o século XX, o homem produz seus próprios pigmentos
e misturas criando novas cores. Com a indústria, isto se perdeu, ficando o homem afastado
da criação, perdendo a habilidade de criar cores por meio de pigmentos. Com o avanço
tecnológico, facilidades e as diversidades de opções oferecidas pelas indústrias, muitos
professores trabalham em suas aulas com tintas industrializadas em detrimento aos
pigmentos naturais.
Redescobri-las é proposta deste projeto, que busca com este método milenar
incutir na criança e no adolescente o prazer da pesquisa e da produção artística, bem como
minimizar o custo das tintas em relação às industrializadas, uma vez que é grande o
número de alunos de baixa renda o que decorre na dificuldade de acesso às tintas químicas.
Para o professor: Explicar aos alunos que nesse momento serão produzidos diversos itens com os papéis coloridos por eles. Por exemplo: envelopes, papéis de carta, convites, cartazes, dobraduras, capa para cadernos e outros. Formar grupos, distribuir os materiais e deixar que usem a imaginação. Após o término dessa etapa, organizar uma exposição com todos os trabalhos produzidos e expor fotos de todas as etapas do projeto. Recolher os cadernos/diário para que façam parte da exposição.
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Para fundamentar teoricamente o tema de estudo, torna-se necessário situar a
disciplina de Arte em documentos que regem a educação no Brasil. A atual legislação
educacional brasileira, a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 (LDB 9394/96), refere-se ao
ensino da Arte como componente curricular obrigatório da Educação Básica. A disciplina é
reconhecida como área de conhecimento, por meio de quatro linguagens artísticas: Artes
Visuais, Dança, Música e Teatro.
Nas aulas de Arte, os conteúdos das referidas linguagens devem ser selecionados
mediante uma análise histórica e crítica, assim como abordados por meio de conhecimento
estético e de produção artística que facilita a compreensão da arte em suas múltiplas
dimensões cognitivas. Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Estaduais (2008, p.60)
apresenta que:
Para compreender a arte como trabalho criador ou criação artística parte-se do fato do trabalho configurar toda a ação histórica e socialmente desenvolvida pelo homem sobre a natureza (ou sobre o mundo humanizado). Assim o ser humano vem produzindo sua existência e se constituindo como ser histórico e social.
A pintura encontra-se entre as mais primitivas manifestações artísticas do
homem. A motivação para tal atividade levou-o a constantes buscas e descobertas de meios
e de instrumentos para auxiliá-lo na criatividade. Como exemplo, a evolução das tintas que
permitiu a ampliação de opções. Inicialmente, eram feitas de forma artesanal e,
posteriormente, em escala industrial, seguindo, em geral a seguinte seqüência: tintas
naturais, têmpera, óleo, gouache, aquarela, pastel, tintas acrílicas. Todas de belíssimas
cores e efeitos, guardadas as especificidades e as características próprias de sua
procedência. (Bueno, 1989)
Criatividade e pesquisa para a busca de tintas naturais são aspectos de
fundamental importância para a realização da proposta deste estudo. Sabe-se que o ser
humano é criativo por excelência por ser a criatividade uma potencialidade inata, bastando
exercitá-la, através de oportunidades, de experiências de vida, para que se manifeste.
(Bueno, 1989)
Desde os tempos mais remotos, o homem extrai corantes, que lhe permite
desenhar, pintar em diferentes superfícies, com idéias, sentimentos e visões do mundo que
o cerca. Segundo BUENO (1989), a pré-história, período compreendido antes da invenção
da escrita é extremamente vasta e rica em manifestações artísticas, devido às profundas
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transformações humanas e planetárias ocorridas em seus dois grandes períodos (Paleolítico
e Neolítico).
No Paleolítico as pinturas eram espalhadas pelas paredes e tetos. As tintas
empregadas eram de origem animal (sangue e gordura), vegetal (tritura de folhas, flores
etc.) e mineral (queima de ossos e argilas coloridas). No Neolítico os recursos continuam
os mesmos, porém os desenhos ficam estilizados e surge a figuração humana na pintura.
O homem primitivo utilizava pigmentos extraídos da natureza para registrar seus
desenhos nas paredes das cavernas, fazendo uso de materiais como: plantas, terra, carvão,
sangue de animais, etc. Com o passar do tempo percebeu que com o acréscimo de outros
tipos de substâncias – resina de árvore, água, clara e gema de ovos, entre outros – a tinta
apresentava maior durabilidade, pois tais elementos possuíam propriedades aglutinantes.
Bittencourt assim se reporta as tintas naturais:
Embora as tintas naturais tenham sido relegadas, até certo ponto, a um grau secundário, devido especialmente, ao uso acentuado das tintas químicas, é certo que elas produziram maravilhosas obras de arte que fazem parte do patrimônio da humanidade. (BITTENCOURT apud BUENO, 1989, p. 12)
A resina acrílica começou a ser usada como aglutinante no início do século XX,
permitindo a utilização da tinta acrílica, tão comum nos dias de hoje. Barros (2009, p.16)
aponta as inúmeras possibilidades de se trabalhar com a criatividade que envolve a cor, no
entanto, destaca que:
[...] aprofundar os conhecimentos sobre o fenômeno das cores acaba por se tornar um trabalho muito abrangente, que envolve desde a composição química dos pigmentos, os estudos da física e da luz e da fisiologia do nosso aparelho visual, para chegar às questões psicológicas da sua interpretação e assimilação.
Nesse sentido, é importante observar que a cor é o resultado de um processo que
acontece entre o olho e o cérebro. A presença de foto pigmentos no olho humano diante de
diferentes comprimentos de onda é que determina a cor de um objeto. As várias espécies de seres
vivos percebem a cor diferente umas das outras. Pode-se afirmar que o fenômeno da cor está na
mente de cada pessoa. (FABERLUDENS, 2010)
Pedrosa (1999, p. 16) acrescenta,
A cor não tem existência material: é apenas sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação da luz, mais precisamente é a sensação provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão. Seu aparecimento está condicionado à existência de dois elementos: a luz (objeto físico, agindo
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como estímulo) e o olho (aparelho receptor, funcionando como decifrador do fluxo luminoso decompondo-o através da função seletora da retina.
Tal conhecimento confirma o quão abrangente é o estudo da cor, despertando o
interesse em aprofundar esse estudo, sobre isso Pedrosa (1999, p.17) continua:
Cor-luz, ou luz colorida, é a radiação luminosa visível que tem como síntese aditiva a luz branca. É a luz solar, por reunir de forma equilibrada todas as matrizes existentes na natureza. As faixas coloridas que compõe o espectro solar, quando tomadas isoladamente, uma a uma, denominam-se luzes monocromáticas. Cor-pigmento é a substância material que, conforme sua natureza absorve, refrata e reflete os raios luminosos componentes da luz refletida que determina a sua denominação. O que faz com que chamemos um corpo de verde é sua capacidade de absorver quase todos os raios da luz branca incidente, refletindo para nossos olhos apenas a tonalidade dos verdes.
Pedrosa (1999, p.17) informa, ainda, que “quem primeiro explicou
cientificamente a coloração dos corpos foi Newton, denominando-a de cores permanentes
dos corpos naturais.” Newton fez importantes experimentos sobre a decomposição da luz
com prismas e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula de luz.
Importa salientar o que Ferraz (2009, p.89) descreve,
As cores-pigmentos utilizadas para pintar, desenhar, presentes no guache, acrílico, aquarela, têmpera, óleo, anilina, cera, grafite, não servem para impressão, mas têm uma infinidade de possibilidades no campo artístico, pela variedade de cromatismo e plasticidade. Como essas cores são obtidas de pigmentos e meios variados (químicos, minerais, vegetais, animais), existem diversas nuances de uma mesma cor.
Cabe ressaltar, neste momento, que o presente projeto será focado no estudo das
cores mediante extração de pigmentos naturais (minerais e vegetais).
Nesse sentido, Dias (2010, p.2) afirma:
Pigmento é o que determina a cor, isto é, é o que forma a cor, por exemplo, as plantas são verdes, pois possuem como pigmento a clorofila, a terra tem cores diferentes, pois depende da composição mineral de cada local, a nossa pele também possui pigmento, é a melanina.
De acordo com Bueno (1989, p.23), vários são os processos de extrações de pigmentos
líquidos:
a) Cocção: tomate, erva-mate, café, marcela, beterraba, cascas de uva, entre outros, são misturados à água e submetidos à fervura até reduzir o líquido a uma calda colorida, bem concentrada.
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b) Maceração: café, erva-mate, feijão preto, sementes coloridas, são colocadas
separadamente em recipientes com água durante doze horas ou mais até impregná-la de cor.
c) Infusão: pétalas de rosa e de flores diversas, sementes de urucum, cascas de
jabuticaba, folhas diversas são submersas num recipiente com álcool. Esse líquido colorido poderá ser usado puro ou com cola plástica compatível com o álcool, dando-lhe consistência de gel.
d) Fricção: pétalas de flores, frutos, folhas e sementes friccionadas sobre
suporte branco – papéis sulfite, canson e outros - que propicie boa absorção dos pigmentos.
Ainda, segundo Bueno (1989, p. 24), obtém-se os pigmentos em pó por processos
como os discriminados abaixo:
a) Trituração: carvão, giz, cascas de ovos, tijolos urucum, café e outros, são moídos até ficarem reduzidos a pó muito fino.
b) Calcinação: ossos, sementes, madeira, são queimados e reduzidos a carvão
que, após sofrerem trituração, são reduzidos a pó. O carvão também pode ser usado de forma compacta para grafar.
c) Decantação: terras de cores diversas são separadas conforme a cor que tem.
“Não são usadas tais como são encontradas. São antes bem peneiradas, diluídas em muita água, filtradas em peneiras muito finas e deixadas quietas em água para decantar. Após a secagem, estão prontas para o uso”.
d) Lixação: madeiras são transformadas em pós muito finos de diversas cores,
quando lixadas. Estes pós poderão ser usados puros nos aglutinantes ou associados entre si.
Logo, o processo de preparação das tintas naturais exige observação, paciência e
reavaliações constantes por tratar-se de uma atividade artesanal e caracteristicamente
experimental Tal atividade procura, ainda, conscientizar os alunos quanto à proteção e
preservação do meio ambiente, aproveitar os recursos que a natureza pode oferecer, bem
como valorizar o ambiente natural local e/ou regional (vegetais e minerais) que os cercam.
Barros (2009, p. 275) reporta-se ao entendimento de Goethe sobre cores:
A Doutrina das cores de Goethe representa um ponto de partida para todo o aprofundamento do fenômeno cromático, abrindo um leque de possíveis interpretações... A intenção de Goethe é democratizar o conhecimento das cores, desdobrando-o para todas as áreas do conhecimento.
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A liberdade de expressão, o domínio do fazer, a habilidade artesanal, o
conhecimento dos materiais são elementos essenciais de arte porque permitem a
transformação da matéria numa expressão cultural específica. Os conhecimentos teóricos e
práticos ampliam os horizontes do aluno e/ou do artista, enriquecendo-os esteticamente.
Considera-se que a criatividade é fundamental no desenvolvimento da sensibilidade e que
tanto os materiais artesanais quanto os industrializados são meios secundários utilizados no
exercício da expressão humana. (Bueno, 1989)
Por fim, cumpre enfatizar que pela criação, o sujeito dá forma à matéria, e ainda,
o ato criador revela o caráter da matéria com que se trabalha. O trabalho é uma necessidade
vital, através dele o homem concretiza seus ideais e se realiza em plenitude. Sendo assim,
afirma Ostrower (1977, p. 70):
No trabalho, o homem intui. Age, transforma, configura intuindo. O caminho em toda a tarefa será novo e necessariamente diferente. Ao criar, ao receber sugestões da matéria que está sendo ordenada e se altera sob suas mãos, nesse processo configurador o individuo se vê diante de encruzilhadas. A todo instante, ele terá que se perguntar: sim ou não, falta algo, sigo, paro...
O problema maior do ensino da arte está justamente na forma de ensiná-la, pois
na maioria das vezes a criatividade é confundida com improvisação, sem a exploração da
subjetividade que é parte fundamental da expressão artística. Além da dificuldade que se
encontra quando é trabalhada a preparação das tintas, que exige observação, paciência e
reavaliações constantes por se tratar de uma atividade artesanal e caracteristicamente
experimental.
Acredita-se que mais importante que ensinar a arte, é antes propiciar um ambiente
que estimule a construção desse conhecimento, para desenvolver a capacidade de
construção, compreensão e fruição sem interferirem na liberdade e espontaneidade da
criança.
5. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO Por meio de instrumentos diversificados, de acordo com as DCE, espera-se que o
aluno, durante e após a aplicação dessa Produção Didático Pedagógica, tenha mais
facilidade em compreender os elementos que estruturam e organizam as artes visuais e a
apropriação prática e teórica de técnicas e modos de composição visual.
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6. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS http://www.faberludens.com.br/pt-br/node/6365. A cor como interface. Acesso em: 17 de out. 2010. BARROS, Lilian Ried Miller. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe. 3. ed. São Paulo: Editora SENAC, 2009. BUENO, Maria Lucina Busato. Tintas Naturais: uma alternativa para a pintura artística. Passo Fundo: Gráfica Ed. da Universidade de Passo Fundo, 1989. DIAS, Juliana Gomes de Souza. Cor Pigmento. Portal do Professor. Disponível em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula =570>. Acessado em: 22 de set. de 2010. FERRAZ, Maria Heloísa Corrêa de Toledo; FUSARI, Maria Filisminda de Rezende. Arte na educação escolar. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. OSTROWER, Fayga. Criatividade e processo de criação. Petrópolis: Vozes, 1977.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Arte. Curitiba, 2008. PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial Ltda, 1999.