Pró-Reitoria de Graduação Curso de Nutrição … DE CÁSSIA SILVA DIETAS PUBLICADAS NA MÍDIA,...
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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Nutrição
Trabalho de Conclusão de Curso
DIETAS PUBLICADAS NA MÍDIA, POSSIBILIDADE DE
RISCOS A SAÚDE?
Autora: Luanne de Cássia Silva
Orientadora: Maria Fernanda Castioni Gomes de Souza
Brasília - DF
2014
LUANNE DE CÁSSIA SILVA
DIETAS PUBLICADAS NA MÍDIA, POSSIBILIDADE DE RISCOS A SAÚDE?
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao curdo de graduação em Nutrição da
Universidade Católica de Brasília, como
requisito parcial para o título de Bacharela em
Nutrição.
Orientadora: Msc. Maria Fernanda Castioni
Gomes de Souza.
Brasília
2014
Trabalho de Conclusão de Curso de autoria de Luanne de Cássia Silva, intitulado
“DIETAS PUBLICADAS NA MÍDIA, POSSIBILIDADE DE RISCOS À SAUDE?”,
apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em nutrição da
Universidade Católica de Brasília, em 11 de junho de 2014, defendida e aprovada pela banca
examinadora abaixo assinada:
________________________________________________
Profa. Msc. Maria Fernanda Castioni Gomes de Souza
Nutrição - UCB
________________________________________________
Profa. Msc. Danielle Luz Gonçalves
Nutrição - UCB
________________________________________________
Profa. Msc. Fernanda Bassan Lopes da Silva
Nutrição - UCB
Brasília
2014
Dedico este trabalho a todas as pessoas que já
sofreram na pele e na alma com o padrão de
“beleza” imposto pela mídia e pela sociedade.
Sejam felizes, amem a si mesmas, se cuidem.
Isso sim é belo e real.
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus, por ter me concedido forças para chegar até aqui, e pela fé que me
faz acreditar que posso ir além. À minha orientadora, que me inspira com seu conhecimento e
amor pela ciência da Nutrição. À minha família, pelo amor, paciência, compreensão e
investimento. E ao meu noivo, pelo companheirismo e carinho, e por muitas vezes acreditar
mais em mim do que eu mesma.
“As dietas da moda são pouco mais que
inúteis. São as que rendem melhores negócios
e, pode-se dizer, as que mais causam mal, e já
existiam bem antes de sua bisavó.”
Louise Foxcroft
RESUMO
Referência: SILVA, Luanne de Cássia. Dietas publicadas na mídia: possibilidade de riscos
a saúde? 2014. Quantidade de folhas 37. Nutrição- Universidade católica de Brasília,
Brasília, 2014.
O padrão estético imposto pela sociedade é, na grande maioria das vezes, inatingível. Os
meios de comunicação utilizam-se do desejo de se alcançar o corpo perfeito, da insatisfação
corporal, e da epidemia da obesidade; para apresentar, vender e disseminar métodos para
perda de peso considerados “milagrosos” e sem comprovação científica alguma. Diante disso,
até mesmo alguns profissionais da área da saúde colaboram para esse sistema, deixando de
lado o compromisso com a saúde e com a individualidade de cada paciente. Dietas da moda
não são sustentáveis em longo prazo, pois são demasiadamente restritivas e inadequadas em
relação aos macronutrientes, vitaminas e minerais, o que pode ocasionar diversas e perigosas
alterações orgânicas. Além disso, podem contribuir para o desenvolvimento de distúrbios no
comportamento alimentar, como transtornos e compulsões alimentares.
Palavras-Chave: Dietas da moda. Ditadura da beleza. Riscos Nutricionais.
ABSTRACT
Referência: SILVA, Luanne de Cássia. Dietas publicadas na mídia: possibilidade de riscos
a saúde? 2014. Number of sheets: 37. Nutrição- Universidade católica de Brasília, Brasília,
2014.
The aesthetic standards imposed by society is, in most cases, unattainable. The media used is
the desire to achieve the perfect body, body dissatisfaction, and the obesity epidemic; to
present, sell and disseminate methods for weight loss considered "miraculous" and without
any scientific proof. Thus, even some health professionals collaborate to this system, aside
from the commitment to health and the individuality of each patient. Fad diets are not
sustainable in the long term because they are too restrictive and inadequate in relation to
macronutrients, vitamins and minerals, which can cause several dangerous and organic
amendments. Furthermore, they may contribute to the development of disturbances in eating
behavior, such as eating disorders and compulsions.
Keywords: Fad diets. Dictatorship of beauty. Nutritional risks
1 INTRODUÇÃO
Diariamente, a sociedade é bombardeada com o padrão estético imposto pela mídia e
pelos meios de comunicação: um corpo magro, definido, e inatingível. A busca por um corpo
fora do biótipo, dietas milagrosas, usos de medicamentos e anabolizantes, abuso de cirurgias
estéticas e exercícios em excesso, têm levado muitos indivíduos à frustração de não alcançar o
corpo idealizado pela mídia, além do comprometimento nutricional e psicológico.
Muitas revistas de circulação nacional publicam matérias utilizando-se de métodos de
emagrecimento utilizados por artistas, que pressionam ainda mais ao público leitor. Esse
padrão desperta na mulher, jovem e adulta, o desejo de alcançá-lo, tornando-as mais
suscetíveis de aderirem às dietas com apelo ao emagrecimento rápido (LIMA e
COLABORADORES, 2010; COSTA e FREITAS, 2009).
As capas das revistas são diretas: exibem um corpo atlético e prometem caminhos milagrosos
para se alcançar a boa forma. Segundo SIQUEIRA e FARIA:
As revistas femininas apresentam receitas de como se alcançar o equilíbrio para
viver nas cidades, conviver com a competição, a violência, e os estresses daí decorrentes. O resultado deve ser
aparente- uma bela aparência, um corpo forte, esbelto. Conseguir isso é também alcançar o sucesso. Essa é a
mensagem. (2007, p.179):
Apesar da crescente preocupação em atingir um corpo considerado esteticamente
agradável e saudável, o sobrepeso e a obesidade vêm crescendo de maneira alarmante no
Brasil e no mundo. Uma pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico- Vigitel 2012 - aponta frequência de excesso
de peso de 51,0%, sendo maior entre homens (54, 5%) do que entre mulheres (48,1%). Em
relação à obesidade, a frequência de adultos obesos foi de 17,4%. O excesso de peso é
diagnosticado quando o IMC alcança valor igual ou superior a 25 kg/m2, enquanto que a
obesidade é diagnosticada com valores de IMC superiores a 30 kg/m2. Esses critérios são os
utilizados pelo Vigitel para analisar as informações sobre peso e altura fornecidas pelos
entrevistados (VIGITEL, 2012).
Mesmo diante do exposto, o profissional nutricionista, que é devidamente capacitado,
pouco é procurado com objetivo de planejar um cardápio adequado individualmente. A
resolução 304 do Conselho Federal dos Nutricionistas (CFN) esclarece em seu artigo sexto
que:
O nutricionista, ao realizar a prescrição dietética, deverá: considerar o cliente-
paciente globalmente, respeitando suas
condições clínicas, individuais, sócio-econômicas, culturais e religiosas;
considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe
multiprofissional, definindo com estes, sempre que pertinente, os procedimentos
complementares à prescrição dietética; respeitar os princípios da bioética [...]. (CFN,
2003, p.2)
As dietas veiculadas por revistas, dificilmente são adequadas dentro das
recomendações nutricionais. Segundo o Guia Alimentar para a população Brasileira
(Ministério da saúde, 2006), uma alimentação adequada deve fornecer 55% a 75% do valor
energético total (VET) sob forma de carboidratos, sendo 45% a 65% complexos e menos de
10% simples; 10 a 15% sob forma de proteínas animais e vegetais; e 15% a 30% sob forma de
gordura, sendo menos que 10% saturada, 6% a 10% poli-insaturada, e o restante do percentual
completado pelas gorduras monoinsaturadas. O guia orienta ainda sobre o consumo de
verduras, vegetais e frutas; fibra alimentar e ingestão hídrica.
Este estudo pretende avaliar as dietas expostas em capas de revistas que usam a junção
de uma imagem corporal considerada ideal (imagem essa trabalhada, em sua grande maioria,
por métodos tecnológicos, mostrando assim ao leitor um corpo irreal e digitalizado) e dietas
com promessas milagrosas, e com isso analisar se tais esquemas alimentares estão adequados
em seus aspectos nutricionais, buscando mostrar a importância de uma prescrição dietética
individualizada e orientada por profissional capacitado.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 DITADURA DA BELEZA
O ideal de beleza do corpo feminino passou por várias mudanças: das figuras
colunares gregas, à fragilidade da mulher medieval, às formas roliças do renascimento, chega-
se ao corpo magro e atlético contemporâneo (LEITE e LIMA, 2006).
Diferente do século passado, o século XX iria priorizar o investimento no corpo, sob a
forma de controle, estimulação. O poder assume a sua materialidade ao investir na
recuperação do corpo através de uma complexa rede de investimentos: publicidade, medicina
e diferentes técnicas corporais (...) imagens da mídia e outros universos referenciais
(FOUCALT, 1979).
O século XXI tem como marca a supervalorização da autoimagem. Tentando se atingir
um padrão corporal considerado ideal, têm se buscado alternativas vinculadas pela mídia e
revistas voltadas à disseminação de dietas não orientadas por profissionais capacitados,
pobres do ponto de vista nutricional e não adequadas ao indivíduo. Nesse sentido, o tão
almejado e inatingível padrão de beleza não é alcançado, além de se comprometer a saúde e a
psique daqueles que adotam para si tais métodos.
2.2 TRANSTORNOS ALIMENTARES
A valorização do corpo perfeito e a pressão da sociedade sobre se enquadrar dentro
dos padrões estéticos, muitas vezes, afetam o indivíduo psicologicamente. Na busca a
qualquer custo pelo corpo considerado perfeito, transtornos alimentares podem ser
desenvolvidos, muitas vezes desencadeados por dietas extremamente restritas. Segundo
SOUTO e BUCHER:
Os transtornos alimentares são fenômenos pluridimensionais resultantes da interação
de fatores pessoais, familiares e socioculturais, caracterizados pela preocupação
intensa com o alimento, peso e corpo. Os tipos de transtornos alimentares são:
anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e transtornos alimentares não
especificados, que incluem o transtorno de comer compulsivo. (2006, p. 694)
A Classificação Estatística Internacional de Doenças e problemas Relacionados à
saúde (CID-10), descreve a Anorexia nervosa como transtorno caracterizado por perda de
peso intencional, induzida e mantida pelo paciente. A doença está associada a uma
psicopatologia específica, compreendendo um medo de engordar e de ter uma silhueta
arredondada, intrusão persistente de uma ideia supervalorizada. Os pacientes impõem a si
mesmos um baixo peso. Existe comumente desnutrição de grau variável que se acompanha de
modificações endócrinas e metabólicas. A bulimia é uma síndrome caracterizada por acessos
repetidos de hiperfagia e uma preocupação excessiva com relação ao controle do peso
corporal conduzindo a uma alternância de compulsão alimentar e vômitos ou uso de
purgativos. Os vômitos repetidos podem provocar perturbações eletrolíticas e complicações
somáticas. O manual de Diagnóstico e Estatística de Perturbações Mentais (DSM-IV) cita
ainda Transtornos Alimentares Sem Outra Especificações, como compulsões alimentares
periódicas.
As mensagens veiculadas pela mídia dizem que, conquistar um corpo aceito pela
sociedade é sinônimo de autocontrole e sucesso. Entretanto, a não conquista desse padrão
inatingível, gera sensação de incapacidade. SOUTO (2006) ressalta que, como as dietas
veiculadas pela mídia não respeitam a individualidade, biótipo e cultura própria de cada ser, a
falta de sucesso gera ainda mais práticas inadequadas para a perda de peso: vômitos
induzidos, exercícios excessivos e não acompanhados por profissional capacitado, dietas
pobres ou ausentes em nutrientes importantes, uso de remédios e laxantes, e abuso de álcool e
drogas.
2.3 DIETAS DA MODA
Os caminhos para se alcançar o êxito na busca pelo corpo perfeito são rentáveis:
milhares de revistas destacam em suas capas fórmulas mágicas, depoimentos de pessoas que
obtiveram sucesso na perda de peso (especialmente celebridades), corpos definidos e livres de
quaisquer imperfeições. Tais promessas e imagens são as bases da “indústria do
emagrecimento”, cujo lucro é crescente à custa de modismos alimentares, cardápios absurdos,
e produtos sem eficácia científica comprovada. Segundo CHAUD e MARCHIONI:
Os meios de comunicação de massa, que poderiam estar contribuindo para a
instalação de hábitos alimentares saudáveis e preventivos, ao contrário, se
aproveitam da preocupação da população acerca destas questões e veicula, com
frequência, conceitos errôneos, seguindo-se mais a modismos ou a interesses do que
conscientização e ao bem comum. (2004, p. 5-6),
Em um estudo desenvolvido por CARVALHO e FAICARI (2014), foram analisadas
quantitativamente e qualitativamente 16 dietas de 12 revistas, observando inadequação de
todas as dietas publicadas em uma ou mais variáveis se comparadas às recomendações
utilizadas.
Ao longo do tempo, inúmeras dietas foram publicadas: Dieta do Dr Atinkins, Dieta de
Bervely Hills, Dieta da Lua, Dieta da Sopa, Dieta USP, entre outras. Apesar de variadas, todas
compartilham em comum: a promessa de uma perda de peso rápida e a redução, abolição ou
excesso de um determinado nutriente ou alimento, o que caracteriza cada dieta. Segundo
MALACHIAS:
Dietas da moda e programas de emagrecimento comercialmente disponíveis,
avaliados comparativamente, demonstraram baixa adesão em longo prazo. A
redução significativa de peso obtida tanto com a dieta de baixo teor de gorduras
quanto com a de baixo teor de carboidratos (hiperlipídicas) associou-se à
significativa redução da pressão arterial, concluindo-se que a perda de peso,
independentemente do estilo da dieta, correlaciona-se à queda tensional. Contudo,
mesmo com a capacidade de levar a perdas ponderal e pressórica, a dieta
hiperlipídica promove menor vasodilatação arterial fluxo-mediada, demonstrando
potencial risco vascular. Além disso, há evidencias de que dietas com altos teores de
gordura associam-se fortemente com maior risco de infarto do miocárdio e maior
mortalidade cardiovascular, motivo pelo qual não há razões para sua recomendação.
(2010, p. 99)
Vários estudos destacam a dificuldade de manutenção de um peso conquistado através
de dietas veiculadas pela mídia, sendo que, a partir da interrupção do plano alimentar
proposto, várias pessoas recuperam o peso perdido ou ganham ainda mais peso ponderal.
Além disso, tais dietas podem provocar deficiências nutricionais. CARVALHO e FAICARI
(2014) encontraram inadequações de micronutrientes importantes como cálcio, ferro e folato;
estando abaixo das DRI´s (Dietary Reference Intake). Esse estudo destaca ainda que tais
inadequações levam aos riscos de desenvolvimento de osteoporose, hipertensão, anemia,
deficiência no desenvolvimento do tubo neural em fetos de gestantes, entre outros.
Dietas da moda não são sustentáveis por longos períodos, não levam a uma reeducação
alimentar, podem acarretar aumento de peso e sérias deficiências nutricionais.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo teve como base artigos científicos pesquisados nas seguintes bases
de dados: SciELO (Scientific Eletronic Library) e Medline. As palavras-chaves procuradas
foram: dietas da moda, dietas de revistas, emagrecimento rápido, transtornos alimentares,
padrão de beleza, educação nutricional, reeducação alimentar, emagrecimento saudável, dieta
hipocalórica, dieta hipoglicídica, dieta hiperproteica, dieta hipolipidica, fibras dietéticas e
compulsão alimentar.
Foram analisadas cinco dietas veiculadas pela mídia (revistas e sites de
emagrecimento). A escolha das dietas se deve a uma análise inicial de planos alimentares que
se apresentavam muito distantes do que se considera uma dieta saudável e equilibrada. As
dietas selecionadas foram: Dieta Líquida (revista Corpo a Corpo, editora Escala), Nova Dieta
da Proteína (revista Boa Forma, editora Abril), Dieta do Ovo (site Emagrecer Rápido), Dieta
do Leite e por último a Dieta das Frutas e Proteínas (ambas retiradas do site Beleza). Nas
dietas que apresentavam mais de um cardápio, foram escolhidas as primeiras opções dos
planos alimentares.
Tendo como referência as DRI`s e as recomendações da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária- ANVISA, as dietas escolhidas foram calculadas através dos softwares de
nutrição Avanutri 4.0 e Dietwin, de maneira que se calculou a média entre os resultados
obtidos dos dois programas utilizados, e posteriormente foram analisadas e comparadas às
recomendações das referências citadas. Analisaram-se com isso, os possíveis riscos
nutricionais que essas dietas poderiam causar.
4 RESULTADOS
As dietas escolhidas foram analisadas e enumeradas, sendo:
• Dieta Número 1: Dieta Líquida;
• Dieta Número 2: Nova Dieta da proteína;
• Dieta Número 3: Dieta do Ovo;
• Dieta Número 4: Dieta do Leite;
• Dieta Número 5: Dieta das Frutas e Proteínas;
Os tópicos a seguir apresentam os planos alimentares dessas dietas e suas principais
características segundo os veículos onde foram divulgadas, além dos valores calóricos e de
macronutrientes calculados.
4.1 APRESENTAÇÃO DOS PLANOS ALIMENTARES:
4.1.1 Dieta número 1 (Dieta Líquida):
Publicada por uma famosa revista de emagrecimento, o plano alimentar sugerido é
típico das dietas veiculadas pela mídia: prometendo um resultado bastante tentador, nesse
caso, a perda de 3 kg em apenas cinco dias. Elaborado por uma nutricionista, o mesmo alerta
para o prazo da duração da dieta ser de cinco dias, alegando desaceleração do metabolismo
caso a dieta seja feita por um prazo maior. Cardápio sugerido e valores de macronutrientes:
Quadro 1: Dieta 1, cardápio sugerido e valores de macronutrientes
Refeição Alimento
Café da manhã: Vitamina feita com 200 ml de leite de soja sem açúcar, 1 fatia de
mamão
formosa e 1 col. (sopa) de linhaça
Lanche da manhã: 1 copo (200 ml) de iogurte de frutas desnatado
Almoço: 1 prato (sopa) de creme de batata com brócolis e carne
Lanche da tarde: 1 potinho de leite fermentado batido com 3 ameixas pretas
Jantar: 1 prato de sopa de abóbora com alho-poró
Ceia: 1 copo (200 ml) de leite desnatado com 1 col. (sopa) de canela
Kcal CHO.
(g)
PTN.
(g)
Lip.
(g)
Gor.
Sat.
(g)
Gor.
Poli.
%
Gor.
Mono.
%
Colest.
Total
(mg)
Fibras
(g)
Dieta 1 890,87
123,83
49,41
21,99
7,66
4,75
8,03
101,28
16,13
4.1.2 Dieta número 2 (Nova Dieta da Proteína):
Prometendo ser a solução para aqueles que já tentaram todos os tipos de dietas sem
êxito, a chamada nova dieta da proteína, criada por um “expert em obesidade formado em
Harvard”, promete eliminar 7 quilos em 14 dias, além de deixar o corpo mais definido e
firme. O plano alimentar foi adaptado por uma nutricionista e uma médica homeopata, de
maneira que as proteínas de alto valor biológico foram priorizadas, os carboidratos
restringidos, e adotou-se o uso de suplemento proteico. A dieta publicada pela revista Boa
Forma®, tem como justificativa o efeito termogênico das proteínas, afirmando que o corpo
teria uma dificuldade 30% maior em digeri-las, e com isso haveria um maior gasto calórico. A
matéria promete ainda maior facilidade para manutenção do peso alcançado através da dieta, e
afirma que a quantidade proteica não sobrecarregaria os rins. Além disso, promete não haver
quaisquer efeitos colaterais, como anemia, queda de cabelo ou desmaios.
Cardápio sugerido e valores de macronutrientes:
Quadro 2: Dieta 2, cardápio sugerido e valores de macronutrientes.
Refeição Alimento
Café da manhã: Shake proteico: 1 copo (200 ml) de leite desnatado e 2 colheres
(sopa) de whey protein (sem sabor ou marca específica)
2 fatias médias de queijo minas frescal light 0% de gordura
2 fatias de presunto magro
Lanche da manhã 1 xícara (chá) de café com leite desnatado e adoçante (sem marca ou
quantidade específica)
Almoço 1 filé (120 g) de filé-mignon grelhado Salada verde: alface, rúcula e
agrião, à vontade
Lanche da Tarde: Shake proteico: 1 copo (200 ml) de leite desnatado e 2 col. (sopa) de
whey protein (sem sabor ou marca específica)
Jantar: Omelete: 1 gema e 2 claras com 2 xícaras (chá) de brócolis cozidos
no vapor
Kcal CHO.
(g)
PTN.
(g)
Lip.
.
(g)
Gor.
Sat.
(g)
Gor.
Poli.
%
Gor.
Mono.
%
Colest.
Total
(mg)
Fibras
(g)
Dieta 2 929,45 40,8
109,1
36,65
15,53
1,42
6,02
388,07
3,87
4.1.3 Dieta número 3 (Dieta do Ovo):
Publicada por um site de nome sugestivo: “Emagrecer Rápido”, a dieta do ovo
promete a perda brusca de 10 kg em 14 dias. O site afirma que a dieta foi criada nos Estados
Unidos, onde era aplicada a pacientes que precisavam perder maior volume de peso corporal
em poucos dias a fim de realizar algum procedimento cirúrgico. A reportagem não cita o
nome do responsável pela elaboração da dieta. O cardápio tem como exigência a não
substituição de quaisquer dos alimentos contidos, além de sugerir que no momento de fome, a
pessoa consuma chá sem açúcar. Os ovos são permitidos em até seis unidades ao dia, chá e
café sem açúcar à vontade, e estimula-se o uso de cápsula de Goji Berry (indicando uma
marca específica do produto) 30 minutos antes de cada refeição. Para a análise química, na
refeição do café da manhã, no item: “Ovos ou 1 torrada”, foi considerado “1 torrada” para
que os cálculos fossem feitos, pois a dieta não indicava a quantidade de ovos a se utilizar. A
dieta é contraindicada para gestantes e pessoas com problemas renais. Cardápio Sugerido e
valores de macronutrientes:
Quadro: Dieta 3, cardápio sugerido e valores de macronutrientes
Refeição Alimento
Café da manhã 1 copo de suco de laranja, toronja ou bergamota;
1 xícara de café ou chá sem açúcar;
Ovos ou 1 torrada.
Lanche da manhã 1 fruta da estação (ou 1 fatia de fruta);
Almoço 2 ovos cozidos, salada verde à vontade sem óleo e 1 xícara de
café sem açúcar
Jantar 2 ovos cozidos e 1 laranja;
Kcal CHO.
(g)
PTN.
(g)
Lip.
(g)
Gor.
Sat.
(g)
Gor.
Poli.
%
Gor.
Mono.
%
Colest.
Total
(mg)
Fibras
(g)
Dieta 3 590,44 70,27
30,81
20,68
6,38
1,38
3,49
765,0 5,54
4.1.4 Dieta número 4 (Dieta do leite):
Com a promessa de perder mais de 5 kg em sete dias, a dieta do leite é ainda mais
restritiva que as dietas comumente vistas. Baseada no consumo de apenas um grupo de
alimentos, a saber, o de leites e derivados, a dieta do leite tem como base a ingestão de uma
porção de no máximo 100 kcal de laticínios em todas as refeições, sem qualquer outro
alimento. Os laticínios podem ser integrais ou desnatados. Publicada em um blog de
emagrecimento chamado “Beleza.blog.br”, a dieta justifica a perda de peso pelo mecanismo
de aceleramento do metabolismo, diminuição do armazenamento de gorduras, e maior queima
das mesmas, tudo isso pelo aumento dos níveis de cálcio sanguíneos. Apesar de relatar uma
origem para o plano alimentar, a reportagem não cita o nome ou responsável pela elaboração
do mesmo. Para a análise química, foi considerado o tipo de leite integral. A dieta é restrita a
oito dias, alertando que ao exceder esse prazo, sintomas como dores de cabeça, cansaço e
tonturas podem vir a ocorrer. Cardápio sugerido:
Quadro 4: Dieta 4, cardápio sugerido e valores de macronutrientes.
Refeição Alimento
Café da manhã 1 copo de leite integral ou desnatado
Lanche da manhã 1 copo de leite integral ou desnatado
Almoço 1 copo de leite integral ou desnatado
Lanche da Tarde 1 copo de leite integral ou desnatado
Jantar 1 copo de leite integral ou desnatado
Ceia 1 copo de leite integral ou desnatado
Kcal CHO.
(g)
PTN.
(g)
Lip.
(g)
Gor.
Sat.
(g)
Gor.
Poli.
%
Gor.
Mono.
%
Colest.
Total.
(mg)
Fibras
(g)
Dieta 4 756,78 56,1
39
41,82
21,25
1,51
9,35
141,6
0
4.1.5 Dieta número 5 (Dieta das Frutas e Proteínas):
Publicada também no site “Beleza.blog.br”, a Dieta das Frutas e Proteínas, segundo o
site, foi criada por um médico e nutricionista americano, cujo nome é citado na reportagem. A
publicação promete a perda de 9 kg em apenas três dias. A dieta é baseada em frutas, sucos
proteicos (como os de soja), e proteínas. O site justifica que o plano alimentar é rico em
fibras, água, antioxidantes, vitaminas, minerais e hidratos de carbono de baixo índice
glicêmico. Promete ainda melhora da função hepática e aumento dos níveis de energia. O
cardápio sugerido é de três dias, sendo um plano alimentar para cada dia, aconselhando-se não
exceder este prazo. Cardápio Sugerido:
Quadro 5: dieta 5, cardápio sugerido e valores de macronutrientes.
Refeição Alimento
Café da manhã 200ml de suco com proteína – sugerindo suco industrializado de
soja.
Lanche da manhã 200ml de suco com proteína – sugerindo suco industrializado de
soja.
Almoço 200ml de suco com proteína – sugerindo suco industrializado de
soja.
Lanche da Tarde 200ml de suco com proteína – sugerindo suco industrializado de
soja.
Jantar 200ml de suco com proteína – sugerindo suco industrializado de
soja.
Kcal CHO.
(g)
PTN.
(g)
Lip.
(g)
Gor.
Sat.
(g)
Gor.
Poli.
%
Gor.
Mono.
%
Colest.
Total
(mg)
Fibras
(g)
Dieta 5 410,2
kcal
91
6,6
2,2
0 0,8 0,9 0 4,8
4.2 ANÁLISE QUÍMICA DOS PLANOS ALIMENTARES:
A análise química dos macro e micronutrientes da dieta é a base da discussão
nutricional do trabalho, uma vez que a ciência da Nutrição é regida por diretrizes que
estabelecem as necessidades diárias de nutrientes. As tabelas 1, 2 e 3 apresentam os valores de
macronutrientes, vitaminas e minerais respectivamente.
Tabela 1: Análise dos Macronutrientes fornecidos pelas dietas analisadas.
Kcal CHO
(g)
PTN
(g)
Lip
(g)
Gor.
Sat.
(g)
Gor.
Poli.
%
Gor.M
ono.
%
Colest.
(mg)
Fibras
(g)
Dieta 1 890,87
123,83
49,41
21,99
7,66
4,75
8,03
101,28
16,13
Dieta 2 929,45 40,8
109,1
36,65
15,53
1,42
6,02
388,07
3,87
Dieta 3 590,44 70,27
30,81
20,68
6,38
1,38
3,49
765,0 5,54
Dieta 4 756,78 56,1
39
41,82
21,25
1,51
9,35
141,6
0
Dieta 5 410,2 91
6,6
2,2
0 0,8 0,9 0 4,8
Tabela 2: Análise das vitaminas fornecidas pelas dietas analisadas. Percentual de adequação de vitaminas em
relação às DRIs para mulheres adultas.
Vit.
A
700
mcg
Vit.
D
5
mcg
Vit.
K
90
mcg
Vit.
B1
1,1
mg
Vit.
B2
1,1
mg
Vit.
B3
14,0
mg
Vit.
B5
5,0
mg
Vit.
B6
1,3
mg
Vit.
B12
2,4
mcg
Vit.
C
75
mg
Vit.
E
15
mg
Fol.
400
mcg
% % % % % % % % % % % %
Dieta
1
117 84,2
0,17 40
99,09
41,42
63,6
53,12
115 88,22
22
22,39
Dieta
2
115 153
121,11 33,6
126
24,28
68,2
29,23
95,41
92,57
18,53
28,5
Dieta
3
65,97
23
66,47 28,63
75,45
27,92
32,6
33,07
75
237
8,86 33
Dieta
4
44,57
240
0,13 43,63
218
68,57
85,2
27,69
197,5
15,53
6,53
14,75
Dieta
5
0 0 0 0 0 0 0 0 0 134
0 0
Tabela 3: Análise das minerais fornecidos pelas dietas analisadas. Percentual de adequação dos minerais em
relação às DRIs para mulheres adultas.
Ca
1000
mg
P
700
mg
Mg
310
mg
Fe
18
mg
Zn
8,0
mg
Cu
900
mcg
I
150
mcg
Se
55
mcg
Mn
1,8
mg
K
5000
mg
Na
2400
mg
% % % % % % % % % % %
Dieta
1
87,39
114
57,09 35,61
120
0,07
61,66
11,63
87,7
39,56
43,79
Dieta
2
151,67
115
40
31,94
58,87
0,02
76 59
13,8
31,76
41,79
Dieta
3
14,13
37 28,09
14,94
18,75
0,03
65
105
17,77
23,72
15,25
Dieta
4
141,52
163 45,16
5
58
0,08
130
32,72
0
36,52 28,25
Dieta
5
91,2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8,45
Tabela 4: Percentual de adequação de Valor Calórico, Carboidratos, Proteínas, Gorduras Totais, Gorduras
Saturadas, Fibra Alimentar e Sódio em relação ao recomendado pela ANVISA.
Recomendação
Dieta 1
%
Dieta 2
%
Dieta 3
%
Dieta 4
%
Dieta 5
%
Valor Calórico: 2000 kcal 44,54 46,74 29,52 37,83 20,51
Carboidratos: 300g 41,27 13,6 23,42 18,7 30,33
Proteínas: 75g 65,88 145,46 41,08 52 8,8
Gorduras Totais: 55g 39,98 66,63 37,6 76,03 4
Gorduras Saturadas: 22g 34,81 70,59 29 96,59 0
Fibra Alimentar: 25g 64,52 15,78 22,16 0 19,2
Sódio: 2400mg 43,79 41,80 15,25 28,25 8,47
5 DISCUSSÃO
5.1 REEDUCAÇÃO ALIMENTAR
É consenso que um balanço energético negativo leva a diminuição da massa corporal,
independente dos nutrientes presentes ou ausentes numa determinada dieta. Nesse sentido,
muitos planos alimentares expostos pela mídia, não levam a perda ponderal por uma
característica única e de maior eficácia em relação aos outros planos concorrentes, e sim pelo
simples fato de terem um valor energético abaixo das necessidades da maioria das pessoas,
acarretando a tão desejada perda de peso. Segundo MAHAN :
O peso corporal é um indicador de adequação ou inadequação de energia. O corpo
possui uma capacidade única de mudar a mistura de combustível de carboidratos,
proteínas e gordura para adequar as necessidades energéticas. Entretanto, o consumo
excessivo ou deficiente de energia com o tempo resulta em alterações do peso
corporal. Sendo assim, o peso corporal reflete a adequação da ingestão energética,
mas não é um indicador confiável da adequação de macronutrientes ou
micronutrientes. (2010, p. 23)
Assim, o sucesso da perda de peso não se trata simplesmente da perda de massa
corporal, mas da dificuldade de manutenção do peso alcançado. As Diretrizes Brasileiras de
Obesidade publicada em 2009/2010 pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e
da Síndrome Metabólica- ABESO ressaltam que para o sucesso do tratamento dietético,
devem-se manter mudanças na alimentação por toda a vida, e que dietas muito restritivas,
artificiais e rígidas não são sustentáveis. As mesmas discutem ainda que um planejamento
alimentar mais flexível, que objetive reeducação alimentar, geralmente obtém mais sucesso.
A mudança comportamental se torna essencial para a manutenção do peso perdido, de
forma que, qualquer metodologia de emagrecimento não acompanhada de mudanças de
hábitos contínuas, levará a recuperação da massa corporal eliminada, o que não raramente,
pode vir acompanhada de um acréscimo ponderal ainda maior que o anterior. PADEZ (2002)
ressalta em seu artigo que, de um modo teleológico, o organismo interpretaria a perda de peso
como uma situação de perigo e ameaça à sobrevivência. Com isso, dispõe de mecanismos
eficazes com a finalidade de reduzir ao máximo a perda de peso e, uma vez que haja acesso
irrestrito a alimentos, recuperar o peso perdido para estar apto a uma nova e hipotética
situação de privação de alimento, como provavelmente ocorria com os nossos antepassados.
As dietas analisadas demonstram monotonia alimentar, restrição calórica severa e
ausência de quaisquer meio de educação nutricional ou acompanhamento individual.
VARELA (2007) avaliou a associação do exercício físico, acompanhamento nutricional e
terapia de grupo, como um tratamento para a obesidade. Após submeter 15 mulheres obesas a
três meses de tratamento envolvendo educação nutricional em grupo, exercícios físicos e
acompanhamento nutricional, foram observados que a aceitação do plano alimentar e o
sucesso da metodologia utilizada, deveram-se ao acompanhamento nutricional e ao bom
entendimento do papel dos alimentos na vida das pessoas, resultando em mudanças
comportamentais importantes, como diminuição da ingestão de carboidratos simples, aumento
do consumo de cereais integrais, frutas e vegetais.
Além da educação nutricional, que tem por objetivo levar o indivíduo a escolhas e
hábitos alimentares considerados saudáveis, é preciso ainda considerar o valor cultural e
social dos alimentos ao se elaborar um plano alimentar efetivo. Dietas da moda e
demasiadamente restritivas, tendem a não considerar esses aspectos, acrescentando mais um
ponto negativo para o sucesso. Além disso, muitas delas aderem à praticidade de alimentos
prontos, desconsiderando qualquer desses valores culturais, e ignorando a importância do
cuidado e atenção à escolha e preparo dos alimentos. (VIGGIANO, 2007)
Segundo RECINE ET AL, ao discutir a Educação Nutricional com o objetivo de
promover uma alimentação adequada:
As pessoas não comem nutrientes e sim comida. As comidas remetem às memórias,
sensações, experiências e aprendizados. Por isso, a valorização das receitas de
família e o resgate da culinária no cotidiano são ações essenciais de promoção de
alimentação saudável. (2014, p. 14.)
5.2 INADEQUAÇÕES DE MACRO E MICRONUTRIENTES
A tabela 4 mostra o percentual de adequação de Valor Calórico, Carboidratos,
Proteínas, Gorduras Totais, Gorduras Saturadas, Fibra Alimentar, e Sódio em relação ao
recomendado pela ANVISA. É preciso considerar que as necessidades calóricas e de
macronutrientes podem ser maiores ou menores dependendo do indivíduo e que, portanto,
devem ser determinadas individualmente.
Em relação ao valor calórico apresentado, todas se encontravam abaixo do valor
recomendado pela ANVISA. De fato, é necessária dieta hipocalórica para perda ponderal,
entretanto, existem diversos aspectos que devem ser levados em conta, entre eles; a
individualidade metabólica de cada organismo. PONTES ET AL (2009), considera em seu
estudo sobre o tratamento da Obesidade através da combinação dos exercícios físicos e
Terapia Nutricional visando o emagrecimento, que o excesso de peso ou obesidade é
complexo e multifatorial, envolvendo a interação entre fatores genéticos e ambientais. Ele
ressalta ainda que a terapia nutricional deve abranger a reeducação alimentar e a
implementação de uma dieta hipocalórica balanceada para consequente perda de peso
saudável.
As dietas analisadas no presente estudo encontravam-se com os seguintes percentuais
de adequação em relação ao valor calórico de 2.000 kcal preconizado pela ANVISA: Dieta 1:
44,54% de adequação; Dieta 2: 46,74% de adequação; Dieta 3: 29,52% de adequação; Dieta
4: 37,83% de adequação e Dieta 5: 20,51% de adequação. Nesse sentido, observam-se
valores calóricos demasiadamente diminuídos. De acordo com a ABESO (2009/2010), são
recomendadas dietas planejadas individualmente para criar um déficit de 500 a 1.000 kcal,
com diminuição de 0,5 a 1 kg por semana, sendo que os planos alimentares analisados
prometem perda de peso que variam entre 0,5 kg e 3 kg por dia. Sobre dietas de baixas
calorias, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) destaca:
Apresentando modificações dos teores de macro-nutrientes muito marcantes, que
também podem causar alterações do estado de micro-nutrientes, elas enfatizam um
grupo de nutrientes em particular (carboidrato, proteína ou gordura) e proíbe ou
desencoraja a ingestão de outros. Estas dietas podem ser facilmente seguidas pelos
indivíduos, em função de sua natureza concentrada (focada), tornando-as bastantes
populares. A adesão, contudo, é limitada pelo tempo em que se pode manter a
curiosidade do paciente. A discrepância dos hábitos e costumes do indivíduo e a
terapia proposta determinam seu abandono, independente dos resultados iniciais.
Ademais, os apelos ou seus argumentos técnicos muitas vezes não encontram
respaldo nas definições e estratégias aceitas pela comunidade científica mais
conceituada. (SBEM, 2014)
Uma publicação sobre Obesidade e Desnutrição do Ministério da saúde e
colaboradores, alerta para os riscos de dietas da moda ao discorrer sobre os danos à saúde que
as mesmas podem causar, como: diminuição do rendimento físico, sobrecarga do organismo,
deficiências nutricionais, desidratação, desmaios, problemas cardíacos e outras doenças. A
publicação destaca ainda que:
A rápida perda de peso decorrente de dietas desequilibradas também incentiva o
desejo de emagrecer a qualquer preço. O problema é que, nesses casos, trata-se de
uma perda de água e músculo e não propriamente de gordura. Além disso, dietas
muito restritivas e com pouquíssimas calorias podem provocar graves distúrbios
alimentares, como anorexia nervosa e bulimia. (2014, p.13.)
Além da inadequação calórica, observa-se ainda forte inadequação de macronutrientes
nas dietas analisadas. Em relação ao carboidrato, são estes os percentuais de adequação se
comparados ao recomendado de 300g/dia pela ANVISA: Dieta 1: 41,27% de adequação;
Dieta 2: 13,6% de adequação; Dieta 3: 23,42% de adequação; Dieta 4: 18,7% de adequação e
Dieta 5: 30,33% de adequação.
Quando se tratam de dietas para emagrecimento, são comuns as restrições, por vezes
extremas, de carboidratos. Entre as dietas pobres em carboidratos mais populares podemos
citar a do Dr. Atkins, publicada em 1972 e 1992. A partir dela, muitas outras foram criadas,
como: Protein power, The carbohydrate additct’s diet, Dr. Bernstein’s diabetes solution, Life
without bread, South Beach, dentre outras. Apesar de uma mudança ou outra, o princípio de
todas elas é o mesmo. A respeito de dietas pobres em carboidratos, a ABESO cita em sua
diretriz:
Os proponentes dessas dietas ignoram o conceito de que a ingestão calórica é
importante tanto para a perda quanto para o ganho de peso. Defendem que uma dieta
rica em carboidratos deixa o indivíduo menos satisfeito, resultando em mais fome,
maior ingestão de carboidratos e maior produção de insulina, o que inibiria a
liberação de serotonina cerebral, que, por sua vez, aumenta o apetite. Apesar desses
autores alegarem que dieta rica em gordura leva à cetose, o que diminuiria o apetite,
evidências mostram que não há diferença nem quanto ao apetite, nem quanto à
sensação de bem-estar. Diminuição da pressão arterial e redução dos níveis séricos
da glicose, insulina e LDL colesterol, provavelmente, são consequências da perda de
peso, e não da composição dietética, especialmente caso se considere que a
quantidade de gordura consumida em uma dieta rica em gordura pode ser
semelhante à consumida antes do início da dieta. (2009/2010, p. 36-37.)
A SBME (2005) ressalta que, independentemente da distribuição de macronutrientes,
uma dieta hipocalórica leva à perda de peso, e que esse tipo específico de dieta, chamadas
também de dietas cetogênicas, mais causam perda de água do que gordura corporal, além de
serem ricas em proteínas animais, consequentemente de gorduras saturadas e colesterol,
deficientes em vitamina E, vitamina A, tiamina, vitamina B6, folato, cálcio, magnésio, ferro,
potássio e fibras.
Quando se tratam de adequações de quantidades proteicas das dietas analisadas, foram
encontrados os seguintes percentuais: Dieta 1: 65,88% de adequação; Dieta 2: 145,46% de
adequação; Dieta 3: 41,08% de adequação; Dieta 4: 52% de adequação e Dieta 5: 8,8% de
adequação.
As proteínas são de fato essenciais para regulação do metabolismo, transporte de
nutrientes, atuação como catalisadores naturais, defesa imunológica, atuação como receptores
de membranas, substrato energético e entre outras. Segundo as DRI´s de 2002, a ingestão
recomendada é de 0,8 a 1g/kg, considerando as individualidades no organismo (como
infância, gestação, lactação, patologias e outras). Nesse sentido, a ingestão proteica deve ser
ajustada segundo diversos fatores, e tanto seu excesso como déficit podem prejudicar o estado
nutricional.
Vários autores defendem o excesso de proteínas visando à perda de peso, os mesmos
se baseiam no efeito termogênico das proteínas, o que favoreceria o aumento da saciedade.
Além disso, argumentam que os aminoácidos atuariam estimulando a secreção de insulina e
melhorando sua sensibilidade, exercendo um efeito benéfico aos diabéticos. Entretanto, a
ingestão proteica além das necessidades orgânicas, levaria ao aumento de reações catabólicas
e de produção de subprodutos como ureia, trifosfato de adenosina (ATP), gás carbônico,
glicose, corpos cetônicos e outros. Alguns desses subprodutos podem se associar à sobrecarga
renal, cetose sanguínea e aumento do risco de doenças cardiovasculares (PAIVA, 2007).
Segundo PACHECO:
As proteínas são nutrientes indispensáveis para a manutenção dos tecidos e para o
metabolismo. No entanto, o excesso deste nutriente pode causar várias patologias
tais como aterosclerose, câncer, doenças renais e osteoporose. Com relação ainda ao
consumo excessivo de proteínas, este acarreta também o aumento do consumo de
gorduras saturadas e de colesterol já que dietas hiperprotéicas geralmente são
provenientes do consumo alimentar de gordura animal como, por exemplo, carnes
vermelhas. A elevada ingestão de proteínas de origem animal contribui para a
hipercalciúria, pois ocasiona maior reabsorção óssea e menor reabsorção tubular
renal de cálcio. Pode também ocorrer, devido ao aumento da taxa de filtração
glomerular e da sobrecarga ácida proveniente do metabolismo de aminoácidos
sulfurados, metionina e cistina que se encontram presentes em maior quantidade nas
proteínas de origem animal. (2009, p.352)
Além dos perigos do excesso da ingestão de proteínas, o déficit proteico está associado
à diminuição da imunidade, apatia, fraqueza, alterações de pele, unhas e cabelos. Nas
crianças, ocorre o Kwashiorkor, que é a carência de proteína, levando a uma parada no
crescimento, emagrecimento, distúrbios mentais, diarreia, inflamações na pele, entre outros
sintomas. (MAHAN, 2010)
Em relação à adequação dos lipídeos, usando a recomendação de 55g diárias
(ANVISA), foram achados os seguintes percentuais: Dieta 1: 39,98% de adequação; Dieta 2:
66,63% de adequação; Dieta 3:37,6% de adequação; Dieta 4: 76,03% de adequação e Dieta 5:
4% de adequação.
Segundo a ABESO, com o crescimento da obesidade, os americanos, associando as
novas estatísticas ao consumo de gorduras, começaram a formular dietas nos últimos vinte
anos com as seguintes características: presença de vegetais, frutas, grãos integrais, feijão,
moderada quantidade de ovos, laticínios escassos em gorduras, produtos de soja e pequenas
quantidades de açúcar e farinha. Mas é preciso ressaltar, que a perda de peso trata-se, de
forma prioritária, da diminuição calórica. Dietas pobres em gorduras, principalmente se o
padrão de carboidratos não for de qualidade, incluindo carboidratos integrais, frutas e
verduras, podem resultar na elevação de triglicerídeos. Além disso, é preciso levar em conta a
importância da adequada ingestão de lipídeos na dieta. Sobre as funções das gorduras e
lipídeos, ressalta MAHAN:
A gordura dietética é essencial para a digestão, absorção e transporte de vitaminas
lipossolúveis e fitoquímicos, tais como carotenoides e licopenos. A gordura dietética
reduz as secreções gástricas, torna mais lento o esvaziamento gástrico e estimula o
fluxo biliar e pancreático, facilitando dessa forma o processo digestivo (2010, p.40.
).
Além disso, MAHAN (2010) ressalta ainda sobre o perigo de deficiências de ácidos
graxos essenciais em dietas ausentes ou pobres em lipídeos. Considerando que os ácidos
graxos essenciais são aqueles aos quais o nosso organismo não pode sintetizar (ômega-3 e
ômega-6), ao ingerirmos dietas deficientes nesses nutrientes, aumentamos o risco de doenças
como aterosclerose, distúrbios inflamatórios, retardo do crescimento, lesões cutâneas,
insuficiência reprodutiva entre outros.
Em relação às adequações de fibras dos cardápios analisados, utilizando como
parâmetro o recomendado de 25g pela ANVISA, foram encontrados os seguintes percentuais:
Dieta 1: 64,52% de adequação, Dieta 2: 15,78% de adequação, Dieta 3: 22,16 de adequação,
Dieta 4: 0% de adequação e Dieta 5: 19,2% de adequação.
As fibras dietéticas são classificadas como solúveis e insolúveis, sendo que, essas são
fermentadas no intestino grosso, o que leva ao crescimento de bactérias benéficas, e inibição
do crescimento de bactérias patogênicas. As fibras insolúveis auxiliam principalmente o
trânsito intestinal, já as fibras solúveis formam um gel, ligando-se com moléculas de água, e
isso pode acarretar em maior tempo de esvaziamento gástrico, aumentando a saciedade e
diminuindo a taxa de absorção de glicose, triglicérides e colesterol. Baixo consumo de fibras
está associado à incidência de diversas doenças, como as cardiovasculares, câncer,
constipação e outros problemas intestinais. (ALMEIDA, 2012)
A respeito dos déficits de micronutrientes, BALADIA ET AL (2008) declara que,
segundo alguns estudiosos, é improvável que um adulto conseguiria suprir suas necessidades
de vitaminas e minerais consumindo menos de 1600 kcal/dia, apesar de não citarem nenhum
estudo em especial que comprove tal afirmação. Além disso, ressalta que dietas hipocalóricas,
principalmente não acompanhadas por profissionais de saúde, podem produzir efeitos
adversos como: déficit de tiamina, riboflavina, vitamina B6, folato, vitamina C, vitamina E e
vitamina A.
Nesse sentido, encontram-se de acordo com as recomendações da Dietary Reference
Intakes (DRI) de 2002 para mulheres adultas somente os seguintes micronutrientes: Dieta 1:
Vitamina A, Vitamina B12, Fósforo e Zinco; Dieta 2: Vitamina A, Vitamina K, Vitamina D,
Vitamina B2, Cálcio, e Fósforo; Dieta 3: Vitamina C e Selênio; Dieta 4: Vitamina D,
Vitamina B2, Vitamina B12, Cálcio, Fósforo e Iodo; Dieta 5: apenas Vitamina C. Observa-se
assim, que todas as dietas analisadas encontram-se com a grande maioria de seus
micronutrientes inadequados, conforme o exposto nas tabelas 2 e 3.
5.3 ÉTICA PROFISSIONAL
Diante de tantas inadequações nutricionais, é lamentável a colaboração de alguns
profissionais nutricionistas na formulação e publicação das dietas analisadas. O profissional
de saúde precisa exercer sua profissão com ética e respeito aos pacientes/ clientes, levando se
em conta que essa mesma ética envolve o conhecimento biológico associado aos
conhecimentos dos sistemas de valores humanos.
É verdade que, em relação à ética profissional, é preciso levar em conta o contexto
social de cada situação e as pessoas envolvidas, afinal, cada caso detém situações
características próprias. De toda forma, sabe-se que o nutricionista é profissional de saúde,
que, deve atender os princípios da ciência da Nutrição e função contribuir para a saúde dos
indivíduos e da coletividade. (CFN, 2014)
Ao exercer sua função, o profissional de saúde deve levar em conta não apenas seus
direitos, mas também seus deveres e responsabilidades. Segundo o Código de ética do
nutricionista, esse deve:
Analisar com rigor técnico-científico qualquer tipo de prática ou pesquisa, adotando-
a somente quando houver níveis consistentes de evidência científica ou quando
integrada em protocolos implantados nos respectivos serviços; realizar, unicamente
em consulta presencial, a avaliação e o diagnóstico nutricional e a respectiva
prescrição dietética do indivíduo sob sua responsabilidade profissional; (CFN, 2014,
p.6 e 8 )
O código de ética deixa claro a proibição da realização por qualquer meio que
configure atendimento não presencial, a avaliação e o diagnóstico nutricional e a prescrição
dietética do indivíduo sob responsabilidade do nutricionista ; bem como a utilização de sua
atividade profissional ao recebimento de vantagens pessoais oferecidas por agentes
econômicos interessados na produção ou comercialização de produtos alimentares ou
farmacêuticos ou outros produtos, materiais, equipamentos e/ou serviços. (CFN, 2014)
5.4 COMPULSÃO ALIMENTAR:
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana
de Psiquiatria, 4ª edição (DSM-IV), define compulsão alimentar como um transtorno
alimentar que inclui indivíduos que consomem alimentos em quantidade muito superior a que
a maioria das pessoas comeria. Isso ocorre em um intervalo de tempo máximo de duas horas.
A compulsão pode ser desencadeada por estresse e sentimentos negativos, e durante o
episódio, existe o sentimento de perda do controle do próprio comportamento. Segundo
BITTENCOUR ET AL:
Os transtornos de compulsão alimentar são caracterizados por episódios recorrentes
de comportamento alimentar compulsivo, na ausência de outros comportamentos
compensatórios destinados a evitar ganho de peso. Durante um episódio de
compulsão alimentar, o sujeito experimenta uma sensação de perda de controle
combinado com a ingestão de grandes quantidades de comida, mesmo quando não
estiver realmente com fome, resultando em grande desconforto. Episódios de
compulsão são seguidos por um forte mal-estar subjetivo, caracterizado por
sentimentos de angústia, tristeza, culpa, vergonha e auto repugnância. (2012, p.44)
Comedores compulsivos, muitas vezes estão em sobrepeso ou obesidade e insatisfeitos
com sua imagem corporal, além de apresentarem sintomas de ansiedade e depressão. Nesse
sentido, maiores índices de IMC (Índice de Massa Corpórea) e fracassadas tentativas de
perder ou manter o peso se relacionam positivamente às dificuldades no controle alimentar e
preocupações exageradas com a forma corporal. (BITTENCOUR ET AL; 2012).
A compulsão alimentar parece ser mais frequente em mulheres, e muitas vezes se
associa ao abuso de drogas e álcool. Segundo estudo sobre compulsão alimentar e fatores
associados envolvendo adolescentes:
Ser do sexo feminino, ter 15 anos ou mais, usar bebidas alcoólicas mais de três vezes
por mês e apresentar flutuação de peso, foram as variáveis que permaneceram
associadas aos episódios de compulsão alimentar. É provável que as meninas sejam
mais predispostas a apresentar episódios de compulsão alimentar devido ao ideal de
magreza imposto pela cultura ocidental que muitas vezes pressiona as adolescentes a
supervalorizar aspectos relacionados ao tamanho corporal e peso condicionando
atitudes e comportamentos alimentares danosos à saúde e que podem evoluir para
transtornos alimentares. (PIVETTA; SILVA; 2010, p. 342 )
O comportamento alimentar é regido por diversos aspectos, podemos citar aspectos
objetivos: como a quantidade de comida ingerida em um determinado período de tempo; ou
ainda aspectos subjetivos: que incluem sentimentos de culpa, dor e perda de controle sobre o
comer. Diante disso, qualquer abordagem terapêutica sobre esses pacientes devem considerar
esses aspectos em conjunto. (FERREIRA ET AL, 2012).
Episódios de compulsão alimentar, frequentemente se associam às dietas muito
restritivas. Pessoas que estão sempre em busca da perda de peso e frequentemente a fazer
dieta, ao tentarem impor um controle sobre o próprio padrão alimentar e aderirem uma
alimentação demasiadamente restritiva, comumente alternam esta restrição com períodos de
disinhibition. Entende-se a “desinibição”, neste caso, a tendência de indivíduos reprimidos a
liberarem a ingestão energética, em resposta a determinados estímulos, sejam eles
psicológicos ou fisiológicos. O consumo alimentar durante o quadro de disinhibition pode ser
muito grande, tendendo a constituir episódios de compulsão alimentar, pois é muito difícil
sustentar a restrição energética por muito tempo. Com isso, as práticas de dietas
demasiadamente hipocalóricas e restritivas, não apenas facilitam a compulsão alimentar,
como também criam um ciclo vicioso entre a prática de restrições e episódios de hiperfagia.
(BERNADI; CICHELERO; VITOLO; 2005)
Os seres humanos mantêm o mesmo peso por muitos anos, o que indica que o peso
corporal é regulado em torno de um ponto de equilíbrio, porém, alterações extremas
do comportamento alimentar podem levar a distúrbios no controle do peso. O
sistema de regulação corporal permite equilíbrio de energia positiva, conduzindo a
ganho de peso, mas se defende fortemente contra equilíbrios de energia negativa,
que ameaçam causar perda de peso. Estudos sugerem que as escolhas de alimentos,
ou adaptações fisiológicas, em respostas a episódios de escassez de comida,
poderiam causar aumento da gordura corporal. Esse aspecto biológico deve ser
considerado nos tratamentos dietéticos para redução de peso, já que atua como força
contrária. (BERNADI; CICHELERO; VITOLO; 2005, p.90 )
Um estudo com 49 adultos obesos- insatisfeitos com sua imagem corporal e que
sofriam com a compulsão alimentar- analisou os resultados da terapia interdisciplinar. Foram
observados resultados positivos em relação à perda de peso, melhora dos hábitos alimentares
e de vida e melhora psicológica e social. O estudo afirma que a compulsão alimentar deve ser
tratada de acordo com sua complexidade e com a participação de diversos profissionais
capacitados. (FERREIRA ET AL, 2012).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O padrão estético imposto pela sociedade é, na grande maioria das vezes, inatingível.
Os meios de comunicação utilizam-se do desejo de se alcançar o corpo perfeito, da
insatisfação corporal, e da epidemia da obesidade; para apresentar, vender e disseminar
métodos para perda de peso considerados “milagrosos” e sem comprovação científica alguma.
Diante disso, até mesmo alguns profissionais da área da saúde colaboram para esse sistema,
deixando de lado o compromisso com a saúde e com a individualidade de cada paciente.
Dietas da moda não são sustentáveis em longo prazo, pois são demasiadamente restritivas e
inadequadas em relação aos macronutrientes, vitaminas e minerais, o que pode ocasionar
diversas e perigosas alterações orgânicas. Além disso, podem contribuir para o
desenvolvimento de distúrbios no comportamento alimentar, como transtornos e compulsões
alimentares.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Manual de
orientação aos consumidores Educação para o Consumo Saudável. Brasília , DF , 2008.
ALMEIDA, D. F. Fibras solúveis e inulina: Porque, Quando e Quanto Prescrever? Site
Nutritotal, Outubro de 2012. Disponível em:
http://www.nutritotal.com.br/newsletter/?acao=bu&id=643. Acesso em 21 de Maio de 2014.
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA (APA). Manual Diagnóstico e
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