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PRÊMIO LAMAS 2020

CONFERÊNCIA FACTA 2020

FUNDAÇÃO DE APOIO A CIÊNCIA E TECNOLOGIA

AVÍCOLAS – FACTA

e

THE WORLD’S POULTRY SCIENCE ASSOCIATION

BRAZILIAN BRANCH

Campinas, 2020

Instituição responsável pela edição

Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas

[email protected]

www.facta.org.br

Todos os direitos reservados.

A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).

1ª edição

Versão eletrônica (2020)

PRÊMIO LAMAS 2020

Iniciativa pioneira da FACTA para estimular a pesquisa avícola: PRÊMIO LAMAS

Instituído originalmente como Prêmio APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas no final dos anos 1980, ganhou a denominação de Prêmio Prof. Dr. José Maria Lamas da Silva em 1993, como homenagem da FACTA ao mais respeitado técnico da avicultura brasileira, mestre da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais e formador de centenas de técnicos hoje militantes na avicultura brasileira, prematuramente desaparecido naquele ano.

O Prêmio Lamas objetiva – bem mais que a premiação, propriamente dita – a divulgação à avicultura dos resultados do intenso trabalho de pesquisa e de experimentação desenvolvido em Universidades e Centros de Pesquisa de todo o País com o fim de responder a questões (levantadas pelo próprio setor produtivo) nas diversas áreas especializadas na produção e processamento de produtos avícolas.

É interessante notar que, em suas primeiras versões, o atual Prêmio Lamas teve inscritos não mais que meia dúzia de trabalhos, número que veio crescendo no decorrer do tempo e acabou por transformar a Conferência FACTA no principal meio de divulgação da pesquisa avícola desenvolvida no País.

O melhor, porém, é que esse empreendimento pioneiro “fez escola”. A ponto de grande parte dos eventos pró-avicultura realizados atualmente no Brasil também inscreverem e premiarem trabalhos de pesquisa avícola. Foi mais uma iniciativa FACTA que vem rendendo bons e crescentes frutos.

Em suas primeiras versões, o Prêmio Lamas foi concedido a apenas um único trabalho de pesquisa. Mas, com a multiplicação dos trabalhos inscritos, observou-se serem múltiplas as áreas objeto da pesquisa avícola, todas fundamentais na consecução da melhor produção de frangos e ovos. Tal constatação levou ao desdobramento do Prêmio. Atualmente, a láurea é atribuída aos melhores trabalhos apresentados em quatro áreas distintas: Sanidade, Nutrição, Produção e Outras Áreas.

Os vencedores de 2020 são apresentados antes do Sumário, com o símbolo do Prêmio Lamas do lado direito da página.

APRESENTAÇÃO

Caros participantes da Conferência FACTA WPSA-Brasil 2020,

Quando brindamos a chegada de 2020 sabíamos que seria um ano de grandes desafios para o mundo, mas não imaginávamos que uma pandemia nos colocaria em isolamento social e mudaria nossa forma de convívio.

Dos serviços prestados pela FACTA, a Conferência e o Prêmio Lamas são, respectivamente, nossa alma e coração. Após 36 edições, o COVID-19 nos obrigou a adiar nosso evento para garantir a saúde de todos os participantes. Após a realização de muitas reuniões de Diretoria e Corpo Técnico, a FACTA fez diversos ajustes em seu planejamento anual para poder continuar levando em frente a sua missão de divulgadora da ciência e tecnologia avícola.

O formato tradicional do Prêmio Lamas foi alterado para que todos os pesquisadores pudessem publicar seus trabalhos nos anais ainda no primeiro semestre. Os trabalhos foram analisados por especialistas do Corpo Técnico e os melhores de cada área, nas modalidades de “premiado” e “menção honrosa” estão identificados com o selo da premiação.

Para a Conferência FACTA-WPSA 2020, o tema escolhido foi “One Health”. Para a escolha do tema para a 37ª edição, levamos em consideração que nos próximos anos, será preciso aumentar a quantidade de alimentos produzidos no planeta para atender uma população crescente, sem nos esquecermos do tripé Saúde Humana, Saúde Animal e Meio Ambiente. Além disso, pensar em saúde única em um ano de pandemia nos parece um tema bastante atual.

Neste sentido, serão discutidos os vários aspectos relacionados à nova realidade mundial sem nos esquecermos da produção de frango de corte, visando ampliar o mercado deste importante alimento. Precisamos buscar soluções inovadoras para incrementar nosso potencial de produção e exportação. A adoção de novas tecnologias não pode deixar de acontecer. A avicultura moderna precisa de decisões inteligentes e em tempo real, sem se esquecer de questões importantes como o bem-estar animal, a sustentabilidade do processo de produção e a responsabilidade social. O programa técnico-científico da Conferência FACTA-WPSA 2020 contém temas e palestrantes que foram cuidadosamente sugeridos e selecionados pelo Corpo Técnico.

O trabalho da FACTA só é possível porque empresas do próprio setor avícola e instituições de fomento à pesquisa prestigiam, patrocinam e subsidiam nossas ações. Mesmo diante de um cenário tão desfavorável, continuamos contando com esse apoio para seguirmos em frente.

Vale lembrar que sua crítica, sugestão e opinião são fundamentais para o nosso aprimoramento constante.

Desejamos boa leitura dos trabalhos científicos aqui publicados e excelente Conferência a todos. Que possamos trabalhar para continuar evoluindo diante dessa nova realidade mundial.

Sejam bem-vindos ao nosso “novo jeito de ser”.

Prof. Dr. Rodrigo Garófallo Garcia

Diretor de Eventos

COMISSÃO AVALIADORA

PRODUÇÃO

Rodrigo G. Garcia– Coordenador

Anselmo Micheletti Fábio Tavares Zancan Inaldo Sales Patrício

Leonardo Vega

NUTRIÇÃO

Godofredo Miltenburg – Coordenador José Fernando Machado Menten

Andre Viana C. Souza Neyre Shiroma

Flavio Alves Longo Maria Aparecida Melo Iuspa

Ronnie Dari

SANIDADE

Eva Hunka – Coordenadora Edir Nepomuceno

Marcelo Fagnani Zuanaze Antonio José Piantino Ferreira

Alberto Inoue Alberto Bernardino

OUTRAS ÁREAS

Paulo César Martins – Coordenador

Irenilza deAlencar Nääs Ibiara Almeida Paz

Eduardo Leffer

DIRETORIA EXECUTIVA DA FACTA

Diretora Presidente: Irenilza de Alencar Nääs, UNIP

Diretor Executivo: Anselmo Micheletti, Aviagen

Diretor Administrativo-Financeiro: Godofredo Miltenburg, Consultor

Diretor de Cursos e Publicações: Ibiara Correia Almeida Paz, FMVZ/Unesp

Diretor de Marketing: Marcelo Fagnani Zuanaze, Vaxxinova

Diretor de Eventos: Rodrigo Garófallo Garcia, UFGD

Diretora de Projetos Especiais: Eva Hunka, Phibro

CONSELHO CURADOR DA FACTA

José Paulo Meirelles Körs (Presidente) – Davicol

Antonio Mario Penz Junior – Cargill Agrícola

Ariel Antonio Mendes – Avinews

Cassiano Bevilaqua – Cobb-Vantress

Janice Reis Ciacci Zanella – Embrapa Suínos e Aves

Edir Nepomuceno da Silva – World’s Poultry Science Association

Érico Antonio Pozzer – Associação Paulista de Avicultura

Irenilza de Alencar Nääs – UNIP

Ivan Pupo Lauandos – Aviagen América Latina

José Carlos Godoy – Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte

José Carlos Zanchetta – Zanchetta Alimentos

Marcos Macari – Universidade Estadual Paulista

Ricardo Santin – Associação Brasileira de Proteína Animal

CORPO TÉCNICO DA FACTA

Alberto Bernardino

Alberto Inoue

Alessandro Campos

André Viana

Anselmo Micheletti

Antonio Guilherme M de Castro

Antonio Geraldo Silva

Antonio Guerreiro

Antonio J. Piantino Ferreira

Artur Schlick

Douglas Emygdio de Faria

Edir Nepomuceno da Silva

Eduardo Villas Boas Leffer

Eva Hunka

Fabio Tavares Zancan

Gabriel Jorge Neto

Gerson Neudi Scheuermann

Godofredo Miltenburg

Ibiara Almeida Paz

Inaldo Sales Patrício

Irenilza de Alencar Nääs

Ivan Mota Lee

José Fernando M Menten

Leonardo Vega

Luciano Lagatta

Marcelo Fagnani Zuanaze

Marcos Macari

Maria Aparecida Melo Iuspa

Neyre Shiroma

Paulo César Martins

Paulo Roberto Raffi

Roberto Mülbert

Rafael Belintani

Raphael Lucio Andreatti Filho

Rodrigo Garófallo Garcia

Vanessa Haeck

Membros representantes dos Mantenedores

Alberto Inoue

Alexandre Barbosa de Brito

André Viana

Antonio Geraldo da Silva

Anselmo Micheletti

Artur Schlick

Matheus Calvo

Cassiano Bevilaqua

Claudio Machado

Cristiano Andrades

Eduardo Muniz

Fabrizio Matté

Jorge Augusto do Amaral Werlich

Juliana Vieira Marques de Souza Pereira Batista

Leticia Dal Berto

Luiz Eduardo Conte

Ulisses R. Toccheton de Moraes

Vencedores do Prêmio Lamas 2020

Título do trabalho Autores

Produção

PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS DE PINTINHOS SUBMETIDOS A DIFERENTES NÍVEIS DE CO2 NO

NASCEDOURO

MM Loddi, AL Silva, JA Santos, JR Vieira, CEB. Romanini, B Machado

MODELO DE ÁRVORE DE DECISÃO PARA PREVER

A QUALIDADE DO AVIÁRIO AAG Martinez, IA Nääs, NDS Lima,

JM Abe Menção Honrosa

ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO DE VARIÁVEIS AMBIENTAIS NA PRODUÇÃO DE FRANGOS

MA Campos, IA Nääs, NDS Lima, TMR Carvalho-Curi

Menção Honrosa

VIABILIDADE ECONÔMICA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA FRANGOS DE CORTE EM

AVIÁRIO SIMILAR AO COMERCIAL

ICL Almeida Paz, MI Lourenço-Silva, GHC Chaves, ICL Almeida, CC Ouros, MA

Nascimento Filho, ABS Oliveira Menção Honrosa

Nutrição

AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE GLICINATO DE COBRE E SULFATO DE COBRE EM RAÇÕES

PARA FRANGOS DE CORTE (1 A 21 DIAS)

EH Fukayama, B Wernick, N. Martinez, L Amoroso

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE PROTEASES ÁCIDAS E ALCALINAS SOBRE O DESEMPENHO

ZOOTÉCNICO DE FRANGOS

B Colcetta, TP Ribeiro, JM de Oliveira, A Massuquetto, SA Borges,

FGP Costa, IN Kaneko Menção Honrosa

SUBSTITUIÇÃO DE MINERAIS INORGÂNICOS POR GLICINATOS NAS RAÇÕES PARA FRANGOS DE

CORTE DE 1 A 42 DIAS DE IDADE

EH Fukayama, B Wernick, N. Martinez, L

Amoroso Menção Honrosa

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE PROTEASES ÁCIDAS E ALCALINAS SOBRE O RENDIMENTO DE

CARCAÇA E CORTES EM FRANGOS

B Colcetta, TP Ribeiro, IM da Silva, SA Borges, FGP Costa

IN Kaneko, MR de Lima Menção Honrosa

Sanidade

FATORES DE RISCO PARA INTRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VÍRUS DA DOENÇA DE

NEWCASTLE EM POPULAÇÕES DE AVES DE SUBSISTÊNCIA

L Lagatta, RL Luciano, MM Ishizuka, HL Ferreira

EFEITO DE LACTOBACILLUS SPP. NO ESCORE DE

LESÃO INTESTINAL DE FRANGOS DE CORTE EXPOSTOS AO DESOXINIVALENOL E CLOSTRIDIUM

PERFRINGENS

M Souza, MF Menck-Costa, L Justino, B Queiroz, JV Berbert, AAS Baptista,

APFRL Bracarense Menção Honrosa

CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DE RESISTÊNCIA DE Escherichia coli ISOLADAS EM CICLOS DE

PRODUÇÃO DE GRANJAS DE FRANGO DE CORTE

MF Menck-Costa, BQ Santos, L Justino, JVM Berbert, MS Souza, RKT Kobayashi,

AAS Baptista Menção Honrosa

CARACTERIZAÇÃO GENÔMICA DOS ISOLADOS DE REOVIRUS CIRCULANTES NO BRASIL

PD Lopes, JP Zuffo, CEC Oliveira, ALD Volpe, PR Pelissaro, J Wolf

Menção Honrosa

Outras Áreas

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FECAL DE FRANGOS ATRAVÉS DO USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E

ANÁLISE DE IMAGENS BO Alvarenga, TCR Dari, AJP Ferreira

DIFERENÇAS TAXONÔMICAS EXISTENTES ENTRE

FEZES ILEAIS E DESCARGAS CECAIS DE FRANGOS DE CORTE

BO Alvarenga, PC Tizioto, JB Paiva, AJP Ferreira

Menção Honrosa

CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE SEGUNDO ACIDENTES SOFRIDOS POR TRABALHADORES NA

AVICULTURA

GGP do Nascimento, CS Magri, RG Garcia, E Binotto, DK Barbosa, BB

PrzybulinskI, JK Valentim

Menção Honrosa

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE OVO E BEM-ESTAR DE GALINHAS POEDEIRAS BRANCAS PÓS-PICO DE PRODUÇÃO SUPLEMENTADAS COM PROBIÓTICO

AS Jacinto, ICL Almeida Paz1,A. Inoue, CC Ouros, MI Lourenço-Silva, GHC

Chaves, FTCunha Menção Honrosa

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 17

PRODUÇÃO 17

AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE A IDADE DA MATRIZ, LINHAGEM E TIPO DE INCUBADORA SOBRE AS PRINCIPAIS CAUSAS DE ELIMINAÇÃO EM FRANGOS DE CORTE DE UM DIA 18

ÍNDICES PRODUTIVOS E BEM-ESTAR DE POEDEIRAS ALIMENTADAS COM PROBIÓTICOS 19

ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO DE VARIÁVEIS AMBIENTAIS NA PRODUÇÃO DE FRANGOS 20

FATORES MACRO AMBIENTAIS QUE AFETAM A GESTÃO DE RISCO DA PRODUÇÃO DE FRANGOS 21

COMPORTAMENTO DE FRANGOS DE CORTE ALOJADOS EM AMBIENTES COM E SEM ENRIQUECIMENTO 22

INDICADORES DE BEM-ESTAR EM FRANGOS DE CORTE ALOJADOS EM AMBIENTES COM E SEM ENRIQUECIMENTO 23

VIABILIDADE ECONÔMICA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA FRANGOS DE CORTE EM AVIÁRIO SIMILAR AO COMERCIAL 24

CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DE DIFERENTES MATERIAIS DE CAMA DE FRANGO DE CORTE 25

TEOR DE NITROGÊNIO E EMISSÃO DE AMÔNIA DE DIFERENTES MATERIAIS DE CAMA DE FRANGO DE CORTE 26

EFEITOS DO TRATAMENTO TÉRMICO DURANTE A ESTOCAGEM EM OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS ARMAZENADOS POR CURTOS E LONGOS PERÍODO 27

UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO INTELIGENTE PARA FRANGOS DE CORTE 28

MODELO DE ÁRVORE DE DECISÃO PARA PREVER A QUALIDADE DO AVIÁRIO 29

USO DE MINERAÇÃO DE DADOS PARA CLASSIFICAR PROCESSO DE PRODUÇÃO EM GRANJAS 30

PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS DE PINTINHOS SUBMETIDOS A DIFERENTES NÍVEIS DE CO2 NO NASCEDOURO 31

CAPÍTULO 2 32

NUTRIÇÃO 32

Β-GLUCANOS PURIFICADOS E O EFEITO SOBRE A RELAÇÃO DAS CÉLULAS CD4+:CD8+ EM POEDEIRAS COMERCIAIS 33

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO BUTIRATO DE SÓDIO MICROENCAPSULADO SOBRE O TEMPO DE ELIMINAÇÃO DE OOCISTOS DE EIMERIA EM FRANGOS DE CORTE 34

EFEITO DA INCLUSÃO DE BUTIRATO DE SÓDIO MICROENCAPSULADO SOBRE A CONTAGEM DE OOCISTOS E ESCORE DE LESÃO INTESTINAL DE FRANGOS DE CORTE 35

BUTIRATO DE SÓDIO MICROENCAPSULADO BENEFICIA O DESENVOLVIMENTO DO EPITÉLIO DO INTESTINO DELGADO DE FRANGOS DE CORTE 36

AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE GLICINATO DE COBRE E SULFATO DE COBRE EM RAÇÕES PARA FRANGOS DE CORTE (1 a 21 dias) 37

SUBSTITUIÇÃO DE MINERAIS INORGÂNICOS POR GLICINATOS NAS RAÇÕES PARA FRANGOS DE CORTE DE 1 A 42 DIAS DE IDADE 38

EFEITO DE PREBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO DE GALINHAS POEDEIRAS SOBRE O DESEMPENHO ZOOTÉCNICO 39

DESEMPENHO DE GALINHAS POEDEIRAS ALIMENTADAS COM DIETAS CONTENDO DIFERENTES FONTES PREBIÓTICAS 40

QUALIDADE DOS OVOS DE GALINHAS POEDEIRAS ALIMENTADAS COM DIETAS CONTENDO DIFERENTES FONTES PREBIÓTICAS 41

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE PROTEASES ÁCIDAS E ALCALINAS SOBRE O DESEMPENHO ZOOTÉCNICO DE FRANGOS 42

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE PROTEASES ÁCIDAS E ALCALINAS SOBRE O RENDIMENTO DE CARCAÇA E CORTES EM FRANGOS 43

CAPÍTULO 3 44

SANIDADE 44

EFEITO DA VACINA VIVA GENETICAMENTE MODIFICADA CONTRA SALMONELLA TYPHIMURIUM SOBRE A MICROBIOTA INTESTINAL DAS AVES 45

TESTE DE SENSIBILIDADE A ANTICOCCIDIANOS PARA Eimeria acervulina EM GRANJAS DE FRANGO DE CORTE NO ESTADO DO PARANÁ 46

INFLUÊNCIA NA RESPOSTA SOROLÓGICA DE AVES VACINADAS CONTRA BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS, EM LOTES POSITIVOS PARA MYCOPLASMA SINOVIAE 47

COMPARAÇÃO DA IgA INTESTINAL EM AVES VACINADAS CONTRA SALMONELLA VIA SPRAY E ÁGUA DE BEBIDA 48

MEDIÇÃO DA IgA INTESTINAL EM AVES VACINADAS CONTRA SALMONELLA COM E SEM MEDICAÇÃO INJETÁVEL NO INCUBATÓRIO 49

MARCADORES EPIDEMIOLÓGICOS DE RESISTÊNCIA À FOSFOMICINA EM ESCHERICHIA COLI DE ORIGEM AVIÁRIA 50

AVALIAÇÃO DA COLONIZAÇÃO PRECOCE POR LACTOBACILLUS spp. ADMINISTRADO POR ASPERSÃO EM PINTINHOS TRATADOS COM ANTIMICROBIANOS IN OVO 51

CARACTERIZAÇÃO GENÔMICA DOS ISOLADOS DE REOVIRUS CIRCULANTES NO BRASIL 52

CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DE RESISTÊNCIA DE Escherichia coli ISOLADAS EM CICLOS DE PRODUÇÃO DE GRANJAS DE FRANGO DE CORTE. 53

SALMONELLA SPP. ISOLADAS DE CARNE DE FRANGO: CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE BIOFILME E PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS 54

ESCHERICHIA COLI PRODUTORA DE ESBL PROVENIENTE DE CARNE DE FRANGOS 55

EFEITO DE LACTOBACILLUS SPP. NO ESCORE DE LESÃO INTESTINAL DE FRANGOS DE CORTE EXPOSTOS AO DESOXINIVALENOL E CLOSTRIDIUM PERFRINGENS 56

RELAÇÃO ENTRE GENES DE RESISTÊNCIA A COMPOSTOS DE AMÔNIA QUATERNÁRIA E ANTIMICROBIANOS EM Escherichia coli ISOLADAS DE AVES DE PRODUÇÃO 57

EFEITO DE DIFERENTES pHs SOBRE A VIABILIDADE DA VACINA VIVA GENETICAMENTE MODIFICADA CONTRA Salmonella Typhimurium 58

ESTUDO DE VIABILIDADE DA VACINA VIVA MODIFICADA GENETICAMENTE CONTRA A Escherichia coli ASSOCIADA COM VACINAS VIVAS DE COCCIDIOSE 59

FATORES DE RISCO PARA INTRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VÍRUS DA DOENÇA DE NEWCASTLE EM POPULAÇÕES DE AVES DE SUBSISTÊNCIA 60

CAPÍTULO 4 61

OUTRAS ÁREAS 61

DIFERENÇAS TAXONÔMICAS EXISTENTES ENTRE FEZES ILEAIS E DESCARGAS CECAIS DE FRANGOS DE CORTE 62

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FECAL DE FRANGOS ATRAVÉS DO USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E ANÁLISE DE IMAGENS 63

ATUAÇÃO DE HOMEOPATIA NO PERÍODO DE ARMAZENAMENTO DE OVOS DE CODORNA 64

CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE SEGUNDO ACIDENTES SOFRIDOS POR TRABALHADORES NA AVICULTURA 65

ANÁLISE DESCRITIVA DA EXPLORAÇÃO AVÍCOLA NO ESTADO DO PARANÁ 66

DISTRIBUIÇÃO DAS CRIAÇÕES DE AVES DAS FAMÍLIAS ANATIDAE, STRUTHIONIDAE E PHASANIDAE NO ESTADO DO PARANÁ 67

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE PROBIÓTICOS NOS PARÂMETROS PRODUTIVOS DE GALINHAS POEDEIRAS BRANCAS PÓS-PICO DE PRODUÇÃO 68

PRODUTIVIDADE DE GALINHAS POEDEIRAS VERMELHAS PÓS-PICO DE PRODUÇÃO ALIMENTADAS COM PROBIÓTICO 69

UTILIZAÇÃO DE PROBIÓTICO PARA GALINHAS POEDEIRAS VERMELHAS PÓS-PICO DE PRODUÇÃO: QUALIDADE DE OVO E BEM-ESTAR 70

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE OVO E BEM-ESTAR DE GALINHAS POEDEIRAS BRANCAS PÓS-PICO DE PRODUÇÃO SUPLEMENTADAS COM PROBIÓTICO 71

PREVISÃO DE CLAUDICAÇÃO EM FRANGOS DE CORTE USANDO APRENDIZADO DE MÁQUINA 72

ÍNDICE REMISSIVO DE AUTORES

A Massuquetto, 42 A Silva, 27 A. Inoue, 68, 69, 70, 71 AAG Martinez, 29 AAS Baptista, 51, 53, 54, 55, 56 ABS Oliveira, 24 AJG Satin, 22, 23 AJP Ferreira, 63 AJP Ferreira4, 62 ALD Volpe, 52 APFRL Bracarense, 56 AS Okamoto, 18 ASJacinto, 71 B Colcetta, 42, 43 B Queiroz, 56 B Wernick, 37, 38 BA Trevizan, 33, 34, 39, 40 BB Przybulinski, 26 BB PrzybulinskI, 65 BB Przybulinski1, 25 BCB Beirão, 45, 48, 49 BF Machado, 27 BFS Barbosa, 33, 34, 35, 36, 39, 40 BO Alvarenga, 62, 63 BQ Santos, 53, 54, 55 C Khalow, 66, 67 CBT Dos Santos, 18 CC Ouros, 23, 24, 68, 69, 70, 71 CEB Romanini, 27 CEC Oliveira, 52 CG Azevedo, 34 CM Komiyama, 26 CPH Ronchi, 33 CS Magri, 65 CS Oro, 18 D Mesa, 45 D Nogueira, 27 Dany Mesa, 48, 49 DJ Moura, 28 DK Barbosa, 25, 26, 64, 65 E Binotto, 65 E Bordin, 33 EA Franco, 30 EBP Guirro, 18 EC Muniz, 45, 46, 48, 49, 58 EH Fukayama, 37, 38 EHAS De Santana, 18 EHAS Santana, 70 EM Ternus, 51 EOF Castillo, 39, 40 F Matté, 51 F. Juscele, 50 FA Bezerra, 30 FB Barbosa, 57 FC Serpa, 25, 26 FGP Costa, 42, 43 FL Gazoni, 51 FS Mota, 69 FT Cunha, 71 G Ventura, 35, 36

G. T.K Bittencourt, 47 GA Costa, 22, 23 GA Felix, 64 GA Lima, 34, 35, 36, 40 GBC Salles, 45, 46, 58 GC Ribeiro, 18 GGP do Nascimento, 64, 65 GHC Chaves, 22, 23, 24, 68, 69, 71 GV Polycarpo, 34, 35, 39, 40 HL Ferreira, 60 IA Nääs, 21, 28, 29, 30, 72 ICL Almeida, 19, 22, 23, 24 ICL Almeida Paz, 19, 22, 23, 24, 68 ICLAlmeida Paz, 69, 70, 71 ID Praxedes-Campagnoni, 51 IGA Santos, 69 IL Santos, 46 IM da Silva, 43 IM Gonçalves, 35, 36 IN Kaneko, 42, 43 J Griebeler, 46 J Wolf, 52 J. Reple, 50 JB Paiva, 62 JB Silva, 33 JCD Fernandes, 66, 67 JGM Reis, 21 JK Valentim, 25, 26, 65 JM Abe, 29 JM de Oliveira, 42 JP Zuffo, 52 JS Barbosa, 66, 67 JT Bortoloto, 34 JV Berbert, 54, 56 JVM Berbert, 53, 55 KC Silva-Santos, 66, 67 L Amoroso, 37, 38 L Justino, 53, 54, 55, 56 L Lagatta, 60 L. F. Wolkhe, 47 LF Caron, 45, 48, 49 LS Franco, 57 LSA Nakaira, 22 LTL Vega, 19 M Ingberman, 45, 48, 49 M Pilleco, 64 M Souza, 56 MA Nascimento Filho, 24 MB Lira, 36 MF Menck-Costa, 53, 54, 55, 56 MFC Burbarelli, 25, 26, 64 MI Lourenço-Silva, 23, 24, 68, 69, 71 MIL Silva, 22, 70 MM Ishizuka, 60 MP Vieira, 50 MPV Cunha, 57 MR de Lima, 43 MS Lima, 35, 39 MS Resende, 58 MS Sanches, 55

MS Souza, 53 MSSanches, 54 N. Martinez, 37, 38 NCP Schnetzler, 70 NDS Lima, 21, 28, 29, 30, 72 NV Gómez, 70 P. A Esteves, 47 PC Tizioto, 62 PD Lopes, 52 PH Vitti, 68 PR Pelissaro, 52 R Dognani, 66, 67 R Seber, 28 RBTR Silva, 21, 30, 72 RFF Mohalem, 19 RG Garcia, 25, 26, 64, 65 RKT Kobayashi, 53 RL Andreatti Filho, 18 RL Luciano, 60 RS Simões, 48, 49

S Doimo, 27 SA Borges, 43 SPD Rocha, 55 T Knobl, 50 T Knöbl, 57 T Malta, 51 T Urbano, 51 T. M. Gomes, 47 TCR Dari, 63 TMR Carvalho-Curi, 29 TP Ribeiro, 42, 43 VAR de Castilho, 25 VC Cruz-Polycarpo, 33, 34, 35, 36, 39, 40 VC Girnos, 68 VE Costa, 36 VL Santos, 33, 39, 40 VM Kaneko, 54 VMCA Bernardes, 58 W Santos, 64

17

CAPÍTULO 1

PRODUÇÃO

18

AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE A IDADE DA MATRIZ, LINHAGEM E TIPO DE INCUBADORA SOBRE AS PRINCIPAIS CAUSAS DE ELIMINAÇÃO EM FRANGOS DE

CORTE DE UM DIA CS Oro 1,*, RL Andreatti Filho1, AS Okamoto1, CBT Dos Santos1, EHAS De Santana2, GC Ribeiro1, EBP Guirro3

1 Departamento de Clínica Veterinária – FMVZ/ UNESP, Botucatu, SP; 2 Departamento de Produção Animal – FCA/UNESP, Botucatu, SP; 3 Departamento de Ciências Veterinárias - UFPR, Palotina, PR

Introdução

No incubatório anomalias e malformações representam cerca de 0,10% a 0,25% de perdas por pintainhos eclodidos, além do prejuízo ao bem-estar animal relacionado à eutanásia. A idade da matriz, distúrbios genéticos e incubação inadequada são os principais fatores envolvidos. No entanto, há escassa literatura sobre o assunto. Portanto, o objetivo deste experimento foi avaliar a relação entre a idade da matriz, linhagem e tipo de incubadora sobre as principais causas de eliminação em frangos de corte de um dia. Materiais e métodos

O projeto recebeu aprovação do Comitê de Ética em uso de Animais da UFPR (n°19/2017). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, totalizando doze tratamentos com seis repetições cada. Cada carrinho representou uma unidade experimental com 5040 ovos. Foram utilizados ovos de matrizes de duas linhagens (A e B) e de três idades diferentes, incubados em incubadora de múltiplo estágio (ME) e estágio único (EU). Realizou-se a pesagem de uma amostra de ovos antes da incubação. Pintainhos nascidos mortos, com malformações e outras alterações foram contabilizados. Os dados foram submetidos a Análise de Variância, fator triplo, seguida pelo teste de Tukey, com nível de significância de 5%. Resultados e discussão

O efeito dos fatores estudados e a relação entre eles sobre as principais causas de eliminação de pintainhos estão representados na Figura 1. A incubadora de ME trabalha somente por meio de uma única média de tempearatura do começo ao fim da incubação, podendo resultar na anomalia bico cruzado por não alcançar a temperatura inicial adequada de aquecimento para ovos de reprodutores com até 30 semanas de idade da linhabem A (1). Já a desidratação dos pintainhos que resulta no umbigo não cicatrizado está provavelmente relacionada ao tamanho dos ovos. Ovos originados de matrizes mais velhas têm maior diâmetro de poro de casca, o que facilita a perda de água. Ovos de matrizes mais jovens têm diâmetros de poros de casca menores, o que dificulta a entrada de água (3). Além disso, ao final do desenvolvimento embrionário, a incubadora ME não consegue remover o calor embrionário, mantendo-o acima da temperatura fisiológica apropriada levando a ocorrência dessa alteração. Visceras ectópicas também é resultado da alta temperatura durante a incubação (2). Desta forma, a temperatura ideal de incubação de ovos derivados de matrizes com diferentes idades e linhagens podem ser distintas quanto ao tamanho e peso do ovo (Tabela 1). Observou-se também que a maior média de “refugos” e nascidos mortos ocorreu provavelmente pela mesma razão. O maior diâmetro dos poros dos ovos de matrizes mais velhas além de perimitir maior perda de umidade, facilita a entrada de patógenos no ovo.

Ademais, a menor densidade de casca devido a deficiência de cálcio em matrizes no final da postura dificulta a manutenção da temperatura adequada para o embrião. Figura 1. Médias das princiapais causas de eliminação em frangos de corte de um dia e relação com os fatores avaliados.

BC – Bico cruzado; UNC – Umbigo não cicatrizado; VE – Vísceras Ectópicas; A – Linhagem A; B – Linhagem B; <30 – Matrizes até 30 semanas de idade; ±45 – Matrizes entre 40 e 50 semanas de idade; >60

– Matrizes acima de 60 semanas; EU – Estágio único; ME – Múltiplo estágio.

Tabela 1. Médias do peso (g) dos ovos das diferentes linhagens e idade das matrizes.

Linhagem A 66,019A

Linhagem B 64,49B

Matriz <30 semanas 59,26C

Matriz entre 40 – 50 semanas 65,82B

Matriz >acima de 60 semanas 70,68A

A, B, C – Diferentes letras na coluna indicam diferença estatística por meio do teste de Tukey (p <0.05).

Conclusão

A idade e a linhagem da matriz de frango de corte, bem como o tipo de incubadora estão relacionadas com as principais causas de eliminação em pintainhos de um dia. Portanto, o manejo correto, respeitando as particularidades desses fatores e a relação entre eles pode melhorar a produtividade e o bem-estar animal no incubatório. Referências

1. Baracho MS, Nääs IA, Gigli ACS. Engenharia Agrícola 2010; 30(4)563-577.

2. Barbosa VM, Baião NC, Lara LJC, Rocha JSR, Pompeu MA, Martins NRS, Leite RC, Cançado SV. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia 2015; 67(3) 882-890.

3. Boleli, IC, Morita, VS, Matos Jr, JB, Thimotheo, M, Almeida, VR. Revista Brasileira de Ciência Avícola 2016; 18 (spe), 1-16.

1

3

5

7

9

11

13

A B <30 ±45 > 60 EU ME

Méd

ias

Fatores avaliados

BC

UNC

Pegajoso

VE

Refugo

Mortos

19

ÍNDICES PRODUTIVOS E BEM-ESTAR DE POEDEIRAS ALIMENTADAS COM PROBIÓTICOS

ICL Almeida Paz1, ICL Almeida1, LTL Vega², RFF Mohalem³ 1Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu – SP, Brasil; ²F&S Animal Origin

Food Consulting, São Paulo – SP, Brasil.³Granja Planalto Ovos, Uberlândia – MG, BrasilIntrodução A constante busca por alta produtividade aliada a garantia da qualidade do produto final, torna a inclusão de aditivos na dieta de animais produção inevitável. Neste sentido, pesquisas demonstraram que a utilização de probióticos pode melhorar o padrão de desempenho. Sabe-se que o animal alimentado com dietas contendo probiótico pode ter melhor saúde intestinal, portanto, estar em melhores condições de bem-estar (1). O experimento foi conduzido com o objetivo de demonstrar que a substituição do antibiótico pelo probiótico, de forma preventiva, na dieta de aves de postura, pode ser efetiva em manter a produtividade e ainda melhorar os índices de bem-estar.

Material e Métodos Um experimento, com duração de 35 semanas, foi conduzido nas instalações de uma granja comercial em Uberlândia – MG, para avaliar a viabilidade de utilização de probiótico na alimentação de poedeiras comerciais criadas em piso. Testou-se a utilização ou não de probióticos na ração e o tipo de debicagem, com delineamnto inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e 3 repetições de 1.460 aves cada: T1-dieta sem probiótico e debicagem leve com lâmina quente aos 9 dias; T2- dieta com probiótico e debicagem leve com lâmina quente aos 9 dias; T3- dieta sem probiótico e debicagem moderada, com radiação infravermelha no incubatório; T4- dieta com probiótico e debicagem moderada, com radiação infravermelha no incubatório. Utilizou-se probiotico composto por 3x10E9 UFC/g de Pediococcus acidilactici e 2x10E9 UFC/g de Lactobacillus plantarum. A dosegem utilizada nas fases de cria e recria foi de 1,5x10E8 UFC/animal/dia e na produção foi 1,8 x 10E8 UFC/animal/dia. O produto foi mantido sob refrigeração e adicionada à ração diariamente. Foram alojadas 17520 aves da linhagem Lohmann Brown, em dois aviários com 8760 aves cada, sem acesso a piquete, com ninho de aço (5 aves/boca), 8 aves/m². Avaliou-se dados de desempenho, qualidade dos ovos e bem-estar animal até 35 semanas. Para as análises de qualidade foram utilizados 600 ovos por tratamento. As avaliações de bem-estar foram realizadas em seis replicatas, ao final do experimento. A avaliação estatística foi realizada com o software SAS 9.2, utilizando o teste de Tukey (p<0,05).

Resultados e Discussão

Verificou-se que a produtividade ovos das aves que receberam o probiótico foi maior que daquelas que não o receberam, independentemente do tipo de tratamento de bico (Tab 1). O número de ovos produzidos, por ave alojada, foi melhor para as aves que receberam probiótico e que tiveram o bico tratado no incubatório. Provavelmente, porque estas aves também tiveram melhor uniformidade, mantendo a curva de produção mais homogênea. Verifica-se que a porcentagem de ovos sujos e ovos trincados foi menor para as aves alimentadas com o probiótico (Tab 2). Da mesma

maneira, a cor da gema foi mais escura para estas aves. Estes fatores podem indicar que a inclusão do probiótico melhorou a qualidade intestinal e melhorou absorção de nutrientes (2). Percebe-se que o comportamento agonístico, canibalismo e arranque de penas não foram influenciados pelos tratamentos, e que pouco ocorreram nos aviários estudados (Tab 3). O teste de aproximação demonstrou que as aves alimentadas com o probiótico são mais resilientes em situações novas (T2 e T4), demonstrado menos medo.

Tabela 2. Qualidade de ovos de poedeiras alimentadas ou não com probiótico.

Tratamento Ovos sujos (%)

Ovos trincados (%)

Cor da gema (escore no leque)

T1 8,66 A 0,66 A 6 B T2 2,00 B 0,00 B 9 A

Valor de P 0,01 0,04 0,02 CV (%) 5,20 3,12 4,02

Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem entre si pelo

teste F (P<0,05). T1 – sem probiótico; T2 – com probiótico; CV (%) –

coeficiente de variação.

Tabela 3. Comportamento agonístico e bem-estar das aves nos diferentes tratamentos experimentais.

Tratamento Comportamento agonístico

Arranque de penas/Cani-balismo

Teste de aproximação (%)

T1 0,00 0,00 30,00B T2 0,66 0,00 44,00A T3 0,00 0,00 22,00C T4 0,33 0,00 50,00A

Valor de P 0,23 1,00 0,02 CV (%) 1,22 0,00 5,69

Teste de Tukey (P>0,05)

Conclusão A utilização do probiótico proporcionou às aves condições para que apresentassem maior porcentagem de postura. O produto testado melhorou a cor da gema dos ovos e diminuiu a porcentagem de ovos sujos e trincados, provavelmente porque melhorou a absorção de nutrientes. Da mesma forma, o probiótico proporcionou às aves melhor adaptação às condições estressantes do meio ambiente. A associação do tratamento do bico com radiação infravermelha e utilização de probiótico parece ser uma ótima opção para aves criadas em sistema cage-free.

Bibliografia 1. ALMEIDA, I.C.L.; VEGA, L.T.L.; ALMEIDA PAZ, I.C.L.; et al. Conferência FACTA, Campinas. Prêmio Lamas, 2018. 2. MAIORKA, A., SANTIN, E., SUGETA, S.M., et al. Revista Brasileira de Ciência Avícola, v. 3, n.1, p. 75-82. 2001.

Agradecimentos: LNF Latino Americana Cons. Ass. e Imp. Ltda., Granja Planalto Ovos e Animal Origin Food ConsultingTabela 3. Desempenho produtivo das aves estudadas

. Tratamento Consumo de

ração (g/ave/dia)

Produção (%)

Produção (ovo/ave/dia)

Consumo de ração acumulado (kg/ovo produzido)

Uniformidade (%)

Viabilidade (%)

T1 104,10 69,33 C 4,83 C 508,89 92,82 AB 96,04 T2 102,39 73,43 A 5,11 B 231,99 88,57 B 94,48 T3 102,80 68,27 D 5,13 B 431,98 95,71 A 97,61 T4 103,84 71,69 B 5,24 A 471,48 86,99 B 95,76

P 0,25 0,02 0,01 0,68 0,03 0,26 CV (%) 2,66 7,72 8,72 44,12 16,79 5,43 Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). P = valor de P; CV (%) = coeficiente de variação.

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ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO DE VARIÁVEIS AMBIENTAIS NA PRODUÇÃO DE FRANGOS

MA Campos1, IA Nääs1, NDS Lima1*, TMR Carvalho-Curi2

1Pós Graduação em Eng. de Produção– Universidade Paulista, São Paulo, Brasil 2 Faculdade Anhanguera, Campinas, SP, Brasil

Introdução

Controlar a situação ótima de climatização de um aviário é uma tarefa difícil por envolver uma série de variáveis de ambiência (temperatura, umidade relativa, velocidade do ar, concentração de amônia e de dióxido de carbono) [1]. Os limites ideais destas variáveis devem confluir para objetivos ótimos de desempenho [2]. Este estudo objetivou utilizar um algoritmo de otimização para encontrar a condição ideal das variáveis relacionadas à ambiência do aviário.

Material e Métodos

O estudo utilizou dados de ambiência coletados em duas estações (inverno e verão) em dois horários (manhã e tarde) em quatro tipos de aviários (blue-house, dark-house, gigante e com paredes de alvenaria). Foram consideradas variáveis dependentes as variáveis de ambiência (temperatura, Tbs, umidade relativa, UR, velocidade do ar, Var, concentração de amônia, NH3 e de dióxido de carbono, CO2) e a variável resposta foi estimada como o desempenho do frango em cada período de criação (21, 28, 35 e 42 dias). Foram consideradas as condições ideais de criação, de acordo com o manual de linhagem. A otimização do modelo foi realizada utilizando o algoritmo metaheurístico Simulated Annealing (SA) (Eq. 1). Este modelo é implementado em casos de otimização com múltiplos objetivos, em que cada variável é resultado de um processo [3]. Foram consideradas sete variáveis de projeto: Horário (x1), Tbs (x2), UR (x3), Var (x4), NH3 (x5), CO2 (x6).

𝑓(𝑥) = ∑ 𝑊𝑖𝑛𝑖=1 𝐸𝑖𝑥𝑖 (Eq. 1)

Onde xi = variáveis e Wi = peso da importância de cada variável. Wi é o peso adotado para cada xi, sendo W1 = 3, W2 = 1, W3 = 2, W4 = 4 e, W5 = 1. O intervalo de variação de xi é apresentado na Tabela 1.

Tabela 1. Intervalo de domínio da variável xi por idade.

Domínio das variáveis

Idade (dias)

Limite Horário Tbs (°C)

UR (%)

Var (m/s)

NH3 (ppm)

CO2

(ppm)

21 Mín. 1 24 50 0,50 1 1500 Máx. 2 26 60 0,80 10 2500

28 Mín. 1 20 50 1,50 1 1500 Máx. 2 24 65 2,50 10 2500

35 Mín. 1 20 50 1,75 1 1500 Máx. 2 24 70 2,50 10 2500

42 Mín. 1 18 50 1,75 1 1500

Máx. 2 24 70 2,50 10 2500

Foram processados ensaios experimentais separadamente para os valores de domínio das

variáveis do processo obtidos a partir das bases de dados discriminada por idade das aves. Para isto desenvolveu-se uma aplicação que representasse o algoritmo SA em linguagem VBA/Excel.

Foi selecionado este algoritmo devido à facilidade na geração e tabulação dos dados em tabelas e a atualização de gráficos. Resultados e Discussão

Simulated Annealing é uma técnica de que simula o recozimento de metais, seguido de uma alteração sistemática de temperatura visando atingir um ponto de equilíbrio caracterizado por uma microestrutura estável [4]. Antes de se processar o SA, define-se o cronograma de resfriamento determinado pelo Esquema de Decaimento da Temperatura (EDT). O EDT refere-se à temperatura é decrescida e ao número de iterações realizadas em cada temperatura. A convergência do SA, o tempo de processamento e a probabilidade de aceitação estão diretamente ligados ao EDT adotado [3]. No presente estudo, a variável Ei é o peso de escalonamento para cada variável xi (Eq. 1) sendo discriminado por idade da ave (21, 28, 35 e 42 dias) (Tabela 2)

Tabela 2. Peso de escalonamento para cada variável xi Peso Escal. (Idade)

Tbs (°C)

UR (%)

Var (m/s)

NH3 (ppm)

CO2

(ppm)

E1(21) 3,1 10-2 1,3 10-2 1,0 0,08 3,2 10-4 E2(28) 8,3 10-2 3,1 10-2 0,8 0,20 8,0 10-4 E3(35) 8,310-2 2,8 10-2 0,8 0,20 8,0 10-4

E4(42) 8,3 10-2 2,9 10-2 0,8 0,20 8,0 10-4

Nota-se na Figura 1, que a otimização do conjunto de variáveis se comportou diferentemente, de acordo com a idade das aves, sendo que a melhoria se mostrou maior nas fases dos frangos mais jovens.

Conclusão

A otimização de aviários climatizados pode ter maior impacto quando feita a adequação, principalmente nos dias 21 a 28 de crescimento das aves.

Bibliografia

1. Nääs IA et al. 2007.Ambiência aérea em alojamento de frangos de corte: poeira e gases. Eng. Agríc. 27 (2):326-335.

2. Yousaf A. et al. 2019. Effect of Environmental Heat Stress on Performance and Carcass Yield of Broiler Chicks. World Vet J, 9(1): 26-30. 3. Linden R. 2008. Algoritmos Genéticos. BRASOFT. 4. Kirkpatrick, S. et al. 1983. Optimization by Simulated

Annealing. Science 220: 671-680

Figura 1. Índice de melhoria da otimização das condições de ambiência em aviários automatizados.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

0,5

0 500 1000 1500 2000 2500 3000

(%)M

elh

ori

a

Qtde. de Iterações

Índice de melhoria da otimização

da iteração 1 à 3000

21 28 35 42

21

FATORES MACRO AMBIENTAIS QUE AFETAM A GESTÃO DE RISCO DA PRODUÇÃO DE FRANGOS

RBTR Silva1*, IA Nääs1, JGM Reis1, NDS Lima1

1Programa de PG em Engenharia de Produção – UNIP, São Paulo-SP, Brasil.

Introdução

A pluralidade da demanda dos consumidores e suas preocupações com o modo como os alimentos são produzidos, e as opções dos produtores nos diversos tipos de criações e negócios, conduzem a uma aparente mudança nos sistemas de criação e no cuidado nas etapas do processo de produção [1, 2].

O objetivo do estudo foi monitorar os fatores macro ambientais que podem causar um impacto na gestão de risco na produção de frangos com o uso de um aplicativo.

Material e Métodos

O estudo compreendeu características do sistema produtivo, desde o alojamento dos pintos de um dia até a terminação com média de 45 dias. Foram determinados os pontos críticos e possíveis riscos do processo produtivo para o gerenciamento da gestão via aplicativo Frango’s pela plataforma Android. O desenvolvimento do aplicativo foi realizado através do ambiente de desenvolvimento integrado Android Studio 2.3. por meio da linguagem de programação orientada a objetos Java para os avicultores utilizarem nas granjas.

A análise de Pestel (Tabela 1) foi usada para verificar a aplicabilidade do aplicativo (político, econômico, social, tecnológico, ambiental e legal) que compreende um modelo analítico que facilita o entendimento sobre os fatores externos que podem impactar as operações do uso do aplicativo na gestão de riscos durante o processo de produção de frangos de corte nas granjas, usando uma escala psicométrica Likert.

Tabela 1. Modelo de análise Pestel

Pestel Positivos Negativos

Externos Fortes Fracos Internos Oportunidades Ameaças

A análise foi dividida em fatores internos e externos, sendo que estes foram subdivididos em pontos positivos e negativos. Os pontos negativos são aqueles que trazem dificuldades ao investimento diretamente, enquanto os pontos positivos fomentam o mesmo. Os fatores externos apresentam posição não multável, porém é possível reduzir seus impactos - quando os fatores são conhecidos. Desse modo, no âmbito externo, a influência se apresenta positiva quando a utilização do objeto de estudo não gera externalidades negativas irreversíveis e trazem oportunidades para o investimento, e negativa quando é afetado.

Resultados e Discussão

Os resultados deste estudo indicam uma

melhoria contínua na indústria de alimentos associada à investigação de perdas e suas causas mais importantes, resultando em mais ações corretivas, e como consequência atenuar os riscos no processo de produção nas granjas de frangos.

Os escores para os fatores econômicos e tecnológicos atingiram nota máxima indicando altos investimentos econômicos no setor de produção (Tabela 2).

Tabela 2. Questões do aplicativo para avaliação

Pestel Escores

Político 4,0 Econômico 5,0 Social 3,0 Tecnológico 5,0 Ambiental 4,0

Média 4,2

Com relação aos fatores sociais (Tabela1) a nota média foi 3,0 indicando que ainda falta investimentos em infraestrutura de redes de internet que dificulta o acesso a serviços de rápido conhecimento principalmente em relação aos dados produtivos das granjas armazenadas em nuvem gerando um ponto franco no processo de produção [2, 3, 4].

Considerando todos os fatores, políticos, econômicos, sociais, tecnológicos e ambientais, o impacto positivo sobrepõe os impactos negativos do setor gerando um impulso de produção e equilíbrio nos riscos quanto ao uso de tecnologia no setor.

Conclusão

Os fatores com maiores influencias são os tecnológicos e econômicos, e os menos são os fatores sociais que ainda depende de melhorias no processo de produção de frangos em granjas com uso de tecnologias de serviços rápidos como os aplicativos.

Bibliografia

1. Lappe L., Poli O.L., Mazzioni S. 2017. Navus-Revista de Gestão e Tecnologia, 7(1), 57-72.

2. Pinheiro T.C., Santos J.A.A., Pasa L.A. 2020. Holos, 2, 1-15.

3. Bendlin L., Souza A., Rodrigues R., Seidel D., Bublitz V. 2019. Custos e Agronegocio On Line, 15, 202-239.

4. Damasceno V.S., Abreu Y.V.D. 2018. Interações (Campo Grande), 19(3), 503-514.

22

COMPORTAMENTO DE FRANGOS DE CORTE ALOJADOS EM AMBIENTES COM E SEM ENRIQUECIMENTO

MIL Silva1, ICL Almeida Paz1, GHC Chaves¹, ICL Almeida¹, AJG Satin¹, GA Costa¹, LSA Nakaira¹ 1Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu– SP, Brasil; Projeto financiado pela

FAPESP (processo nº 2018/07801-2).

Introdução As expressões dos comportamentos são usadas como indicadores de bem-estar animal, refletindo o estado emocional do indivíduo. Nos aviários, o enriquecimento é uma ferramenta usada para aumentar a complexidade do ambiente, estimulando a expressão dos comportamentos naturais e a atividade locomotora e reduzindo o estresse, pois promovem o desenvolvimento das funções cognitivas e reduzem o medo (1). Assim, objetivou-se avaliar a influência de diferentes recursos de enriquecimento no comportamento de frangos de corte.

Material e Métodos

Para este estudo utilizamos 4000 pintos de 1 dia de vida, alojados em aviário climatizado em sistema automatizado em pressão negativa e cama de maravalha. O aviário foi delimitado em sentido longitudinal, formando dois boxes, mantendo-se uma linha de comedouros e outra de bebedouros automáticos em cada lado. Os tratamentos experimentais foram: Sem Enriquecimento Ambiental (SEA): ambiente semelhante a aviários comerciais; e Com Enriquecimento Ambiental (CEA): ambiente enriquecido com fardos de feno, plataformas com degraus e projetores de luz a laser, sendo 2000 aves por tratamento. As observações etológicas foram feitas por meio de 8 câmeras (HD), sendo 4 por tratamento, com filmagens por 6 dias do período experimental (6, 13, 20, 27, 34, 41). Utilizou-se a técnica de varredura, as imagens de cada câmera foram observadas por 45 minutos divididos em 3 períodos: manhã (8h), tarde (14h) e final da tarde (17h), sendo 15 minutos por período, que foram distribuídos em 5 observações com um minuto corrido de avaliação e dois minutos de descanso, totalizando 720 observações. A avaliação dos comportamentos seguiu o etograma adaptado (2) e os resultados estão apresentados na Tabela 1. Os dados foram submetidos à ANOVA e comparados pelos testes F ou Tukey (P<0,05), dependendo da situação.

Resultados e Discussão As aves do tratamento CEA exibiram maior atividade exploratória e expressão de comportamentos associados ao conforto e bem-estar, enquanto os animais do tratamento SEA foram menos ativas, indicando que os recursos de enriquecimento ambiental usados são

atrativos para os animais, estimulam a atividade e expressão de comportamentos naturais da espécie (3). Houve redução da locomoção e do comportamento play fighting, e aumento dos comportamentos ligados ao conforto com o avanço da idade, o que pode estar associado ao aumento do ganho de peso, uma vez que frangos de linhagens de crescimento rápido reduzem a atividade no período final da produção (4). O uso dos projetores de luz a laser e aves deitadas ao redor do feno exibiram maiores frequências apenas na 1ª semana. Possivelmente, a ausência de recompensa quando as aves alcançavam os pontos de luz e a redução da expressão do medo, respectivamente, fizeram as aves reduzirem as frequências destes comportamentos. Houve aumento dos comportamentos bicando fardo de feno, usando plataformas com degraus e aves em cima do fardo de feno com o aumento da idade. O que pode ser devido ao aumento da atividade dos animais e área favorável ao descanso (2). As aves acessaram mais os comedouros no período 8h e exibiram maiores frequências dos comportamentos ligados ao conforto nos períodos 14h e 17h. Provavelmente influenciados pelo fotoperíodo, após 8 horas de escuro, as luzes do aviário eram acesas próximo ao período de avaliação, observando maior frequência das aves aos comedouros.

Conclusão O uso de fardos de feno, plataformas com degraus e projetores de luz a laser como elementos de enriquecimento, aumenta a atividade locomotora de frangos de corte e a expressão de comportamentos naturais da espécie associados ao conforto e bem-estar.

Bibliografia

1. TAHAMTANI, F. M.; PEDERSEN, I. J.; TOINON, C.; RIBER, A. B.. Applied Animal Behaviour Science, v. 207, p. 49–56, 2018. 2. BERGMANN, S.; SCHWARZER, A.; WILUTZKY, K.; LOUTON, H.; BACHMEIER, J. Journal of Veterinary Behavior: Clinical Applications and Research, v. 19, p. 90–101, 2017. 3. JONG, I. C.; GUNNINK, H. Animal, v. 13, n. 2, p. 384–391, 2018. 4. BAILIE, C. L.; BALL, M. E. E.; O’CONNELL, N. E. Animal, v. 7, n. 4, p. 618–626, 2013.

Tabela 1. Frequência (%) de cada comportamento observado para frangos de corte, efeitos dos tratamentos, idade e período

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INDICADORES DE BEM-ESTAR EM FRANGOS DE CORTE ALOJADOS EM AMBIENTES COM E SEM ENRIQUECIMENTO

MI Lourenço-Silva1, ICL Almeida Paz1, GHC Chaves¹, ICL Almeida¹, CC Ouros¹, AJG Satin¹, GA Costa¹ 1Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu– SP, Brasil; Projeto financiado pela

FAPESP (processo nº 2018/07801-2).

Introdução

Os modelos de avaliações de bem-estar são baseados no arranjo de várias medidas simultâneas. Os dados colhidos são orientados em uma unidade, assim são comparados e convertidos em valores e pontuações. Desta forma, pode-se avaliar o bem-estar a partir de testes comportamentais, que estimam estados mentais das aves e expressão do medo, ou por avaliações de lesões como pododermatite e miopatias (1). O enriquecimento ambiental é ferramenta estudada para melhorar o bem-estar. Assim, objetivou-se avaliar a influência do enriquecimento nos indicadores.

Material e Métodos

Neste estudo utilizamos 4000 frangos de corte com 1 dia de vida, alojados em aviário climatizado em sistema automatizado em pressão negativa e cama de maravalha. O aviário foi delimitado em dois boxes, longitudinalmente, mantendo-se 1 linha de comedouros e outra de bebedouros em cada lado. Os tratamentos experimentais foram: Sem Enriquecimento Ambiental (SEA): ambiente similar a aviários comerciais; e Com Enriquecimento Ambiental (CEA): ambiente enriquecido com fardos de feno, plataformas com degraus e projetores de luz a laser, sendo 2000 aves por tratamento. Aos 42 dias, foram realizados os testes de Apanha (5% das aves de cada tratamento foram colocadas, em dupla, em círculo com raio de 0,5 metro. Após 3 minutos, realizou-se a apanha das aves. Utilizou-se 4 escores de comportamento: 1 - animal não se moveu; 2 - animal caminhou, mas não vocalizou nem correu; 3 - animal caminhou e vocalizou; e 4 - animal correu/pulou e vocalizou para tentar evitar a apanha); Aproximação (avaliador entrou no aviário e esperou 2 minutos. Em seguida, foram contadas quantas aves poderiam ser tocadas pelo avaliador imóvel, dentro do alcance do braço. Realizou-se 12 testes em 4 quadrantes por tratamento); e Pododermatite (5% das aves foram avaliadas quanto as injúrias do coxim plantar, sendo atribuídos 3 escores: 0 - coxim totalmente integro, 1 - lesão inicial, diâmetro de até 5 mm e 2 - lesão extensa, diâmetro maior que 5 mm). Aos 43 dias, 5% das aves de cada tratamento foram abatidas. Avaliou-se macroscopicamente a presença da Miopatia Dorsal Cranial (MDC). Para isso, o músculo Anterior latissimus dorsi foi avaliado quanto à sua integridade, uni ou bilateralmente, atribuindo 3 escores: 0 - músculo apresentou integro, sem lesões aparentes; 1 - músculo apresentou hemorragias superficiais, palidez, conteúdo de aspecto gelatinoso nas adjacências; e 2 - músculo apresentou alteração de cor, caracterizando necrose, e aumento de volume. Os dados foram avaliados por estatística não-paramétrica pelos testes Qui-quadrado ou Exato de Fisher (P<0,05).

Resultados e Discussão

As aves do tratamento CEA exibiram melhores resultados no teste de aproximação comparadas as aves do tratamento SEA. As aves do tratamento CEA exibiram maior frequência do escore 1 do teste de apanha, demonstrando aves mais calmas e com menor expressão do medo à presença e toque humano, enquanto as aves do tratamento SEA exibiram maior frequência do escore 3, demonstrando aves mais agitadas (Tabela 1). O uso de enriquecimento está associado com a redução do medo, pois as aves possuem maior habilidade em lidar com desafios fisiológicos e comportamentais (2).

Tabela 1. Frequências do testes de aproximação e do teste apanha, aos 42 dias

Aproximação Aves possíveis de serem tocadas (%) SEA 2,27 b CEA 5,87 a

Probabilidade < 0,0001 Apanha Escore 1 Escore 2 Escore 3 Escore 4

SEA 42,86b 23,81 28,57a 4,76 CEA 66,67a 23,81 4,76b 4,76

Probabilidade 0,0027 Frequências dos testes de aproximação e apanha, seguidas de letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste do Qui-Quadrado (P<0,05) e pelo teste Exato de Fisher (P<0,05), respectivamente.

As aves do tratamento CEA exibiram maior frequência do escore 0 de pododermatite, e as aves do tratamento SEA exibiram maior escore 2 (Tabela 2). Possivelmente, o uso das plataformas e dos fardos de feno reduziu o tempo de exposição das aves à cama deteriorada, resultando maior integridade do coxim plantar (3). As aves do tratamento CEA, exibiram maiores frequências dos escores 0 e 1 de MDC, comparados com as aves do tratamento SEA, que exibiram maior frequência do escore 2. Possivelmente, o uso das plataformas fortaleceu as pernas, amenizando o desequilíbrio esquelético-biomecânico e reduzindo a pressão no músculo anterior latissimus dorsi. Somado a maior frequência de aves mais calmas à presença humana, pois aves com maior expressão do medo fogem batendo as asas, que é uma possível causa da MDC (4).

Tabela 2. Frequências de pododermatite e MDC

Pododermatite (escores)

0 1 2

SEA 34,78b 30,43 34,79a CEA 55,27a 39,47 5,26b

Probabilidade 0,0100

MDC (escores) 0 1 2

SEA 24,70b 44,71b 30,59a CEA 34,12a 54,94a 10,94b

Probabilidade 0,0188 Frequências seguidas de letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste do Qui-quadrado (p<0,05).

Conclusão

Aves criadas em ambiente enriquecido apresentam-se calmas e com menor expressão do medo e melhoram os escores de pododermatite e miopatia dorsal cranial.

Bibliografia

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VIABILIDADE ECONÔMICA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA FRANGOS DE CORTE EM AVIÁRIO SIMILAR AO COMERCIAL

ICL Almeida Paz1, MI Lourenço-Silva1, GHC Chaves¹, ICL Almeida¹, CC Ouros¹, MA Nascimento Filho¹, ABS Oliveira¹

1Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu– SP, Brasil; Projeto financiado pela FAPESP (processo nº 2018/07801-2)

Introdução Bem-estar animal nos sistemas produtivos é demanda crescente no mundo. Além do desejo dos consumidores, campanhas de marketing e publicidade, políticas éticas e pressão de organizações não-governamentais incitaram muitas corporações a incluírem o tema na área de responsabilidade social corporativa. O enriquecimento ambiental é uma ferramenta usada por pesquisadores e indústria para melhorar o bem-estar no sistema confinado (1). O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto do uso de diversos recursos de enriquecimento no custo de produção e lucratividade para frangos de corte, em aviário similar ao comercial.

Material e Métodos

Foram utilizados 4000 frangos de corte com 1 dia de vida, alojados em aviário climatizado em sistema automatizado com ventilação em pressão negativa. O aviário foi delimitado em sentido longitudinal, mantendo-se uma linha de comedouros e outra de bebedouros automáticos em cada lado. Os tratamentos experimentais foram: Sem Enriquecimento Ambiental (SEA): ambiente semelhante a aviários comerciais; e Com Enriquecimento Ambiental (CEA): ambiente enriquecido com fardos de feno, plataformas com degraus e projetores de luz a laser, sendo 2000 aves por tratamento. A partir dos dados obtidos de peso corporal, Viabilidade (VB) e Conversão Alimentar (CA), foi calculado o Fator de Eficiência Produtiva (FEP), conforme a equação: FEP = ((peso corporal (kg) x VB) / (CA x idade ao abate)) x 100. Para o custo de produção dos recursos de enriquecimento, foi considerado o custo de confecção e aquisição, o nº de lotes que cada recurso pode ser utilizado, e o valor diluído por kg vivo de cada recurso no lote, sendo os custos somados ao custo de produção de frangos no Brasil, em dezembro de 2018, disponibilizado pela EMBRAPA. A metodologia usada considera os custos médios de alimentação, mão de obra, capital, depreciação, e outros, sendo US$ 0,56 (2). Assim, calculou-se o lucro líquido dos lotes, com base na viabilidade, no peso final dos lotes e no valor pago, pelo kg vivo do frango, sendo US$ 0,60.

Resultados e Discussão

As aves do tratamento SEA apresentaram, aos 42 dias, peso corporal de 2.477 kg, CA de 1,81 e VB de 96,99%. Enquanto as aves do tratamento CEA apresentaram

peso corporal de 2.355 kg, CA de 1,74 e VB de 98,19%. A melhor conversão alimentar e viabilidade resultaram em maior fator de eficiência produtiva (FEP) para as aves do tratamento CEA comparadas as aves do tratamento SEA, sendo valores de 316,42 e 316,03, respectivamente. O custo total da adoção dos recursos de enriquecimento no lote foi de US$ 0,0000080 (Tabela 1), o que mostra baixo custo de utilização destes recursos. Os custos de produção e a lucratividade líquida de cada tratamento encontram-se na tabela 2. A diferença do custo de produção, peso final e VB dos tratamentos, resultou em lucratividade 3,47% menor para as aves do tratamento CEA. Elevar os níveis de bem-estar não representa grandes aumentos nos custos de produção. Outros estudos encontraram aumento de 13,7 a 19,42% (3, 4) quando se elevou o nível de bem-estar, todavia foram usadas linhagens de crescimento lento. Além disso, um dos benefícios econômicos esperados com a melhoria do bem-estar animal, é o alto valor agregado do produto, que está com demanda crescente no mundo. No Brasil, um estudo mostrou que 85,5% da população está disposta a pagar mais por proteína com alto nível de bem-estar (5).

Tabela 2. Custos de produção e lucro líquido dos lotes experimentais

SEA: Sem Enriquecimento Ambiental, CEA: Com Enriquecimento Ambiental.

Conclusão

Na condição em que este estudo foi conduzido, conclui-se que a adoção de enriquecimento ambiental para frangos de corte, possui baixo custo de produção e apresenta baixa diferença na lucratividade.

Bibliografia

1. COSTA, L.; PEREIRA, D.; BUENO, L.; PANDORFI, H. Brazilian Journal of Poultry Science, v. 14, n. 3, p. 159–164, 2012. 2. EMBRAPA. Custos do frango de corte por UF. 2018. 3. GOCSIK, É. et al.Agricultural Systems, v. 146, p. 55–69, 2016. 4. WORD ANIMAL PROTECTION. Você pagaria R$ 0,25 para acabar com a crueldade com frangos? 2019. 5. MULDER, M.; ZOMER, S. Journal of Applied Animal Welfare Science, v. 20, n. 2, p. 137–154, 2017

Tabela 1. Custos dos recursos de enriquecimento ambiental utilizados no estudo

Lotes experimentais Tratamentos

SEA CEA

Custo por kg vivo (US$) 0,564000 0,564008

Lucro líquido (US$) 172,19 166,22

Variáveis Recursos de enriquecimento ambiental

Total (US$) * Fardos feno Plataformas Projetores de luz Consumo energia projetores

Custo inicial (US$) 3,60 0,93 16,00 0,23 20,76

Densidade (nº de aves) 500 500 500 500 -

Nº de lotes 1 2 12 1 -

Quant. usada estudo 8 4 4 4 -

Custo por lote (US$) 28,80 1,86 5,33 0,93 36,92

Custo por kg vivo (US$) 0,0000062 0,0000004 0,0000012 0,0000002 0,0000080

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CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DE DIFERENTES MATERIAIS DE CAMA DE FRANGO DE CORTE

BB Przybulinski1, RG Garcia1*, MFC Burbarelli1, DK Barbosa1, FC Serpa1, JK Valentim1, VAR de Castilho1 1Faculdade de Ciências Agrárias, FCA/UFGD.

Dourados – MS – Brasil. *[email protected]

Introdução

Conforme relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de carne de frango de corte no Brasil em 2020 irá aumentar 2,5%, alavancando o setor avícola (2). Para atender esse mercado há a necessidade de ampliar o número de aves alojadas e com isso a demanda por cama será maior, impulsionando a busca por materiais alternativos. O material deve apresentar na sua estrutura alto teor de lignina e celulose, ter partículas de tamanho médio, liberar com facilidade a umidade absorvida e possuir baixo custo (1). Além disso, observar a composição da estrutura do material faz com que tenhamos ferramentas para escolher o material mais resistente a degradação dos microorganismos. O objetivo do trabalho foi mensurar o teor de FDN, FDA e lignina de dois tipos de materiais de cama (maravalha e casca de arroz) com três inclusões de gramínea desidratada (0, 25,50%).

Material e Métodos

O experimento foi realizado no aviário experimental do setor de Avicultura da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados. O arranjo de tratamentos foi em esquema fatorial 3x2: três níveis de inclusão de gramínea desidratada (0, 25 e 50%) e dois materiais de cama: casca de arroz e maravalha, com seis repetições cada. Foram distribuídos 1080 pintainhos de corte de um dia de idade, machos, da linhagem Cobb 500® em delineamento inteiramente casualizado nos boxes com os diferentes tratamentos. A cama utilizada para as analises foi coletada no final do experimento, aos 42 dias de idade das aves. A fibra bruta em detergente neutro (FDN), fibra bruta em detergente ácido (FDA) e lignina foram determinadas conforme metodologia de Van Soest et al. (1991). Os dados foram submetidos à análise de variância através do procedimento MIXED do SAS (SAS 9.3). Foram realizados os desdobramentos dos efeitos das interações entre os efeitos principais, avaliados através

de regressões utilizando polinomiais ortogonais e comparações de médias pelo teste de Tukey. Utilizou-se 5% como nível de significância.

Resultados e Discussão

Houve interação do substrato e níveis de inclusão de gramínea desidratada na FDA, não sendo observado diferença entre os níveis de inclusão na casca de arroz e na maravalha a inclusão de 50% apresentou o menor teor de FDA (Tabela 1). A FDN apresentou efeito isolado dos substratos e dos níveis de inclusão, sendo que os níveis de inclusão apresentaram equação linear decrescente e a inclusão de 50% apresentou o menor teor de FDN. Quando observado as médias dos substratos, a maravalha apresentou maior teor de FDN. A lignina apresentou efeito isolado dos níveis de inclusão de gramínea desidratada, com comportamento linear decrescente, sendo nível de 50% de inclusão de gramínea com o menor teor de lignina. A capacidade de retenção de água está ligada a essa fração não digestível da parede celular, sendo que quanto maior teor de lignina e celulose menor é a retenção (3). Outros autores compararam a palha de trigo com a maravalha e encontraram resultados semelhantes, sendo que a estrutura da maravalha apresentou o maior teor de lignina (29%) em relação a palha de trigo (5,6%) (3). Conclusão

A maravalha se mostrou mais estruturada, apresentando maior teor de FDA que a casca de arroz. Quanto maior a inclusão de gramínea menor o teor de FDA, FDN e lignina.

Bibliografia

1. Daí Prá MA, Roll VFB. Porto Alegre: Manas. 88p, 2012. 2. USDA - United States Department of Agriculture. 2019. 3. Ward PL, Wohlt JE, Katz SE. Journal of Animal Science

2001; 79(6):1359-1369.

Tabela 1: Fibra em detergente neutro (FDN) (%), fibra em detergente ácido (FDA) (%) e lignina (%) de diferentes substratos de cama de

frango de corte com inclusão de gramínea desidratada

Variável Substrato Níveis de Inclusão

Média EPM Valor de P

0 25 50 Substrato

(S) Níveis de

Inclusão (N) S*N

FDN Casca de arroz 49.05 45.01 44.45 46.16 b

1.012 <0.0001 0.0008 0.0635 Maravalha 55.92 55.03 46.51 52.48 a Média 52.48 A 50.02 A 45.48 B 49.34

FDA Casca de arroz 31.16 Aa 28.20 Ab 28.09 Aa 29.16

1.063 0.0004 0.0012 0.0142 Maravalha 38.95 Aa 38.54 Aa 27.68 Ba 35.06 Média 35.06 33.38 27.89 31.91

Lignina Casca de arroz 14.25 12.03 11.78 12.69

0.432 0.3004 0.0016 0.1529 Maravalha 15.10 14.50 10.73 13.44 Média 14.68 A 13.26 A 11.25 B 12.92

FDN / 42 dias y=-0.1469x+53.114 P=0.0024 R²=0.3543 Lignina / 42 dias y=-0.0677x+14.659 P=0.0005 R²=0.3335

*Os valores médios na mesma linha seguidos por diferentes letras maiúsculas diferem significativamente (P<0.05). **Os valores médios na mesma coluna seguidos por diferentes letras minúsculas diferem significativamente (P<0.05).

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TEOR DE NITROGÊNIO E EMISSÃO DE AMÔNIA DE DIFERENTES MATERIAIS DE CAMA DE FRANGO DE CORTE

BB Przybulinski1, RG Garcia1*, MFC Burbarelli1, CM Komiyama1, DK Barbosa1, FC Serpa1, JK Valentim1

1Faculdade de Ciências Agrárias, FCA/UFGD.Dourados – MS – Brasil. *[email protected]

Introdução A cama de baixa qualidade influencia negativamente no desempenho do lote, obtendo características indesejáveis de carcaça (2), causando prejuízos para o produtor e para a indústria avícola. A emissão de gases como amônia, dióxido de carbono e óxido nitroso nas instalações das aves degradam o ambiente prejudicando a qualidade do ar, podendo esse processo ser agravado pela cama (3). O material utilizado como substrato pode favorecer a emissão de amônia. Portanto o objetivo desse trabalho foi avaliar a emissão de amônia e teor de nitrogênio de diferentes materiais de cama (casca de arroz e maravalha) com níveis de inclusão de gramínea desidratada (0, 25 e 50%). Material e Métodos

O experimento foi realizado no aviário do setor de Avicultura da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados. O arranjo de tratamentos foi em esquema fatorial 3x2: três níveis de inclusão de gramínea desidratada (0, 25 e 50%) e dois materiais de cama: casca de arroz e maravalha, com 6 repetições cada. Foram distribuídos 1080 pintainhos de corte de um dia de idade, machos, da linhagem Cobb 500® em delineamento inteiramente casualizado. A mensuração do teor de nitrogênio amoniacal foi realizada em duplicata pelo método de Kjeldahl. Estimou-se a emissão de amônia através da fórmula desenvolvida (4): E = exp (-6,5023 + 0,3020dia + 0,1218Tc + 0,6142pH – 0,0043dia2). Os dados foram submetidos a análise de variância através do procedimento MIXED do SAS (SAS 9.3) com o uso do comando REPEATED na qual os dias de avaliação foram considerados medidas repetidas no tempo. Utilizou-se 5% como nível de significância.

Resultados e Discussão Houve efeito linear crescente nos níveis de inclusão de gramínea desidratada e no tempo em relação a porcentagem de nitrogênio (Tabela 1). O nível de 50% de inclusão apresentou maior teor de nitrogênio quando comparado aos demais níveis de inclusão. A emissão de amônia apresentou interação do tempo e dos níveis de inclusão de gramínea desidratada. Nos três níveis de inclusão houve comportamento quadrático positivo e conforme foram aumentando a permanência das aves sobre a cama houve um aumento da emissão de amônia. Embora tenha um aumento teor de nitrogênio não necessariamente ocorre a emissão de amônia, devido ao fator tempo, necessitando de um período maior para que ocorra a transferência de massa da amônia para o ar (3). Valores semelhantes de nitrogênio em diferentes materiais de cama foram encontrados por outros autores, sendo que a casca de arroz apresentou maiores teores (1,87) seguida da maravalha (1,34%) e Panicum maximum (0,93%), valores esses considerados baixos e associados à alta perda de nitrogênio por volatilização (1)

Conclusão A inclusão de 25% de gramínea desidratada apresentou a maior emissão de amônia, enquanto que a inclusão de 50% apresentou maior teor de nitrogênio. Bibliografia 1. Garcês A, Afonso SMS, Chilundo A, and Jairoce, CTS.

Journal of Applied Poultry Research 2013; 22(2): 168-176.

2. Macari M, Mendes AM, Nääs IA. São Paulo: Facta. 2014. 3. Miles DM, Rowe DE, Cathcart TC. Poultry Science 2011;

90(6): 1162-1169. 4. Miragliota MY, Nääs IA, Murayama MC, Moura DJ.

Revista Brasileira de Agroinformática 2004. 6:79-89

.

Tabela 1: Teor de Nitrogênio (%) e emissão de amônia (mg/m²/h) de diferentes materiais de cama de frango de corte

com inclusão de gramínea desidratada

Variável Substrato Níveis de Inclusão

Média EPM

0 25 50

Teor de nitrogênio Casca de arroz 1.444 1.607 1.759 1.603

0.062

Maravalha 1.334 1.41 1.815 1.521 Média 1.389 B 1.510 B 1.787 A 1.569

Emissão de amônia Casca de arroz 583.02 632.16 542.92 586.04

0.805

Maravalha 523.35 578.57 549.80 550.57 Média 553.19 605.37 546.36 563.83

Valor de P

Variável Substrato (S) Níveis de

Inclusão (N) Tempo

(T) S*N S*T N*T S*N*T

Teor de nitrogênio 0.3830 0.0024 <0.0001 0.5450 0.0507 0.4908 0.2432 Emissão de amônia 0.0589 0.0213 <0.0001 0.2725 0.2700 <0.0001 0.4169 Equações Interação Teor de Nitrogênio Níveis de Inclusão y=0.0081x+1.3592 R²=0.0380 P<0.0001 Tempo y=0.0446x+0.8026 R²=0.7252 P<0.0001

*Os valores médios na mesma linha seguidos por diferentes letras maiúsculas diferem significativamente (P<0.05).

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EFEITOS DO TRATAMENTO TÉRMICO DURANTE A ESTOCAGEM EM OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS ARMAZENADOS POR CURTOS E LONGOS PERÍODO

BF Machado*1,2, A Silva1, S Doimo³, D Nogueira3 CEB Romanini2 1 Departamento de Serviços, Petersime do Brasil, Içara – SC, BRASIL

2 Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, Petersime NV, Zulte, Belgica 3 Incubatório Comercial, Hy-Line do Brasil, Nova Granada – SP, Brasil

Introdução

O armazenamento de ovos é uma prática comum em incubatórios comerciais. No entanto, o período e as condições sob as quais os incubatórios armazenam os ovos antes da incubação podem afetar a eclodibilidade e qualidade de pintinhos (1). Para se manter o zero fisiológico do embrião com qualidade, deve-se manter uma temperatura adequada, relatada inferior a 21º (2), porém, mesmo com as condições ideais, o prolongamento no tempo de estocagem, também afeta a mortalidade celular embrionária (3). Há evidência de que tratamentos térmicos controlados durante a estocagem de ovos, podem alterar o estágio de desenvolvimento do embrião levando-o a um estado ideal para o armazenamento (4). Esta técnica tem se mostrado efetiva na restauração da eclosão e melhoria da uniformidade embrionária em ovos armazenados. Material e Métodos

O experimento foi realizado no incubatório comercial da Hy-Line do Brasil, em 2 etapas com ovos armazenados por curtos e longos períodos, 07 e 14 dias respectivamente. Foram utilizados um total de 46.000 ovos da linhagem Lohmann LSL de diferentes idades, sendo jovem (29 semanas), intermediária (45 semanas) e velha (60 semanas). Na 1ª etapa, avaliou-se os resultados do tratamento térmico durante a estocagem entre: T1: Ovos com 07 dias de armazenamento, tratados no 5º dia, e T2: Ovos com 07 dias de armazenamento, porém sem tratamento térmico. Para a 2ª etapa, ovos armazenados por 14 dias foram submetidos aos seguintes tratamentos: T1: 01 tratamento térmico (5º dia), T2: 02 tratamentos térmicos (5º e 10º dia) e T3: sem tratamento térmico. Para cada tratamento térmico foi controlada a temperatura de casca dos ovos, e foram expostos por 04 horas a temperatura acima de 90°F (32,2°C) incluindo 1 hora a 95ºF (35ºC) em uma incubadora exclusiva para esta finalidade. Resultados e Discussão

Os resultados demonstraram que o uso do tratamento térmico foi benéfico para os indicadores zootécnicos de eclosão (fêmeas) e de percentual de pintos descartados para ovos com curtos (Tabela 1) e longos (Tabela 2) períodos de estocagem. O ganho de eclosão total para ovos com 07 dias de armazenamento devido ao tratamento térmico aplicado durante a estocagem foi de 2,82%. Para ovos com estocagem longa (14 dias), houve melhora de eclosão total de 7,67% com 01 tratamento térmico e de 6,18% com 02 tratamentos térmicos durante a estocagem. Os índices de descarte de pintos foram inferiores para ovos que passaram pelo tratamento térmico durante a estocagem. Com 7 dias de armazenamento obteve-se uma diminuição de 0,79% nos descartes (Tabela 1) enquanto para ovos com 14 dias de armazenamento a diminuição foi de 1,60% e 1,41% (Tabela 02) com 01 ou 2 tratamentos térmicos aplicados durante a estocagem, respectivamente. Embora com efeitos positivos, a aplicação de dois tratamentos térmico em ovos de longa estocagem,

podem ter levado o embrião a avançar além do 'ponto sem retorno' de seu desenvolvimento, que demandaria uma continuidade da incubação, sem que os ovos retornassem para a estocagem. Já foi demonstrado por Decuypere e Michels (5), que o embrião no estado de pré-gástrula apresenta maiores perdas se submetidos a longos períodos de armazenamento em comparação com embriões no estado de gástrula. Tabela 1 – Valores médios (%) para eclosão (fêmeas) e descarte de pintos comparando ovos de poedeiras comerciais armazenados por 07 dias.

Variáveis Tratamentos

T1 T2 p valor

Eclosão 42,92ª 40,10ª 0,885

Descartes 1,23a 2,02a 0,864 Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).

Tabela 2 – Valores médios (%) de eclosão (fêmeas) e descarte de pintos comparando ovos de poedeiras comerciais armazenados por 14 dias.

Variáveis Tratamentos

T1 T2 T3 p valor

Eclosão 40,25a 38,76a 32,58b 0,000

Descartes 2,72b 2,92b 4,32a 0,001 Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).

Conclusão

A aplicação de tratamento térmico, controlado por temperatura de casca de ovo, durante a estocagem se mostrou efetivo em ovos de poedeiras comerciais da linhagem Lohmann LSL, com a melhoria da eclosão e qualidade de pintos para ovos armazenados por 7 e 14 dias. Agradecimentos

A equipe de produção da Hy-Line do Brasil pelo auxílio na coleta de dados. Referências

1 - J. Byng and D. Nash. Journal British Poultry Science, Volume 3, 1962. 2 - Proudfoot, F. G., and R.M.G. Hamilton. Publication 1573/E. Communications Branch, Agriculture Canada, Ottawa, ON, Canada. 1990. 3 - G.M. Fasenko. Poultry Science 86:5, 1020-1024. 2007. 4 - Ar, A., and M. Meir. European Poultry Conference Proceedings, Bremen, 1-14, 2002. 5 - Decuypere E, Michels H. World Poultry Science Journal, 48: 28-38, 1992.

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UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO INTELIGENTE PARA FRANGOS DE CORTE

R Seber 1, DJ Moura 1, IA Nääs 1, NDS Lima 2*

1Faculdade de Engenharia Agrícola – Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP, Brasil

2Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – Universidade Paulista, São Paulo - SP, Brasil

Introdução

Ferramentas desenvolvidas na pecuária de precisão podem ajudar avicultores a monitorar o crescimento e o consumo de ração das aves durante o ciclo de produção com conectividade e em tempo real (1, 2). O objetivo do estudo foi desenvolver um protótipo de uma unidade de alimentação inteligente (UAI) para avaliar a força de bicada de frangos de corte com capacidade de coleta de dados em tempo real.

Material e Métodos

Experimento: sete frangos de corte foram criados desde a primeira até a sexta semana do ciclo de produção em uma câmara experimental, considerando as 5 primeiras semanas como fase de adaptação ao ambiente e o teste da unidade de alimentação foi realizado na última semana. A partir dos 35 dias, foi disponibilizado um comedouro instrumentado para a mensuração da força das bicadas durante a alimentação aos 42 dias. A câmara experimental equipada com comedouro, bebedouro, sensores de temperatura, umidade do ar, aquecedor, exaustor, ar condicionado e iluminação Led dimerizada que fazem o fluxo de fornecimento de calor, remoção de calor, fornecimento de vapor, remoção de vapor, iluminação, detecção de ambiente, controle e exibição do ambiente e monitoramento de vídeo (Figura 1).

Figura 1. Visão dos fluxos de energia e massa da câmara

Design da unidade de alimentação inteligente (UAI): a estrutura da unidade de alimentação foi construída usando componentes (prato de alimentação, célula de carga e placa de base) modulares de aço, estação ajustável e extensível durante o processo de alimentação. O protótipo consistia em uma unidade de alimentação conectado a um computador para aquisição e leitura do sinal de força de bicada e armazenamento, incluindo dados de vídeo, em modo de monitoramento contínuo. Coleta de dados e validação do protótipo: o protótipo da unidade de alimentação transmitia os sinais para um computador, incluindo o monitoramento de vídeo. O sinal foi classificado e comparado entre bicadas e outros ruídos. O desempenho da aquisição de sinais foi testado por estatística descritiva (IC 95%).

Resultados e Discussão

A unidade de alimentação inteligente permitiu medir a força de bicada das aves (Figura 2) continuamente e com alta performance de sinais para classificação.

Figure 2. Força da bicada no período de um minuto

Os sinais medidos no protótipo apresentaram força de bicada média de 1,39 N, mínima de 0,04 N e máxima de 7,29 N (Tabela 1). A frequência de distribuição (Figura 3) apresentou picos de dados maiores para até 1,5 N de força de bicada e as dispersão dos dados foi até cerca de 7,0 N. Tabela 1. Força da bicada no período de dez segundos

Sumário Estatístico

Número de amostras 284

Mínimo (N) 0,04

Máximo (N) 7,29

Média (N) 1,39

Erro padrão 0,08

Desvio padrão 1,31

Mediana 0,91

Percentil 25 0,50

Percentil 75 1,78

Figura 3. Distribuição de frequência de força de bicada

Outros estudos usaram sons e imagens para identificar perfis de bicada e consumo de ração de frangos de corte (1, 3). A vantagem deste sistema é a incorporação aos pratos de alimentação das granjas e incorporação ao sistema existente.

Conclusão

A unidade de alimentação inteligente detectou a força de bicada das aves com alta frequência como potencial ferramenta na produção de frangos.

Bibliografia

1. Aydin A., Berckmans D. 2016. Computers and Electronics in Agriculture, 121, 25-31.

2. Li N., Ren Z., Li D., Zeng L. 2020. Animal, 14(3), 617-625. 3. Aydin A., Bahr C., Viazzi S., Exadaktylos V., Buyse J.,

Berckmans D. 2014. Computers and Electronics in Agriculture, 101, 17-23.

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MODELO DE ÁRVORE DE DECISÃO PARA PREVER A QUALIDADE DO AVIÁRIO

AAG Martinez1, IA Nääs1, NDS Lima1*, TMR Carvalho-Curi2, JM Abe1

1Pós Graduação em Eng. de Produção– Universidade Paulista, São Paulo, Brasil 2 Faculdades Anhaguera Campinas, Brasil

Introdução

A temperatura ambiente (T, °C), a umidade relativa (UR, %), a concentração de amônia (NH3, ppm) e a velocidade do ar ambiente (AV, m/s) são fatores do ambiente de criação que afetam o desempenho, a produtividade e o bem-estar de frangos de corte [1, 2]. Este estudo objetivou utilizar a mineração de dados para encontrar uma árvore de decisão adequada para prever a condição ideal de ambiência do aviário.

Material e Métodos

O estudo utilizou dados de ambiência coletados em duas estações (inverno e verão) em quatro aviários climatizados e com pressão negativa. Foram consideradas as variáveis de ambiência (temperatura, T, umidade relativa, UR, velocidade do ar, AV e concentração de amônia, NH3) e a variável resposta foi estimada como o desempenho do frango nas idades de 21, 28, 35 e 42 dias). Para construir o modelo, consideramos a distribuição das variáveis como a distribuição das condições aleatórias de um processo de Markov, para prever o equilíbrio de uma interferência usando as condições iniciais e inferir várias sequencias até alcançar o equilíbrio pós-interferência [3]. As condições de alojamento foram discretizadas como ‘Excelente’, ‘Boa’, ‘Inadequada’, e ‘Moderada’, em função do desempenho nas idades. A seguir, a base de dados foi processada usando o software RapidMiner® para a computação e se obter uma árvore de decisão.

Resultados e Discussão

A árvore de decisão encontrada utilizou as variáveis NH3, AV e idade dos frangos para indicar as condições de criação. A árvore teve 99% de acurácia e apresentou seis instâncias para prever 70% da classificação como "Excelente". Aplicamos a poda de complexidade do erro para reduzir as folhas que levaram ao alvo que representava menos de 1% das amostras, e a árvore de decisão final é mostrada na Figura 1. A matriz de

confusão (Tabela 1) mostra que a precisão da classe e da condição 'Excelente' eram adequadas (99 e 100%, respectivamente) [4]. As condições "Boa", "Inadequada" e "Moderada" foram precisas, indicaram uma amostra pequena (24, 22 e 16, respectivamente). O resultado indica que a qualidade do ar tem um papel fundamental na condição final de alojamento de frangos de corte, como indicam [1] e [4].

Tabela 1. Matriz de confusão do conjunto de dados de variáveis.

Verdadeira Predita

Excellente Boa Inadequada Moderada Precisão

(%)

Excellente 436 0 0 1 99 Boa 0 24 0 0 100

Inadequada 0 0 22 0 100 Moderada 0 0 0 16 100 Recall (%) 100 100 100 94

Conclusão

A árvore de decisão mostra uma previsão da qualidade da ambiência do alojamento de frangos de corte em função da concentração de amônia, idade das aves e velocidade do ar.

Bibliografia

1. Yousaf A. et al. 2019. Effect of environmental heat stress on performance and carcass yield of broiler chicks. World Vet J, 9(1): 26-30. 2. Razuki W.M et al. 2011. Productive performance of

four commercial broilers genotypes reared under high ambient temperatures. Int. J. Poult Sci 10: 87-924.

3. Zhang J et al. 2018. Intelligent computing system based on pattern recognition and data mining algorithms. Sust. Comp. Infor. Sys. 20: 192-202

4. Baracho, MS, Nääs, IA, Lima, NDS, Cordeiro, AFS, & Moura, DJ. (2019). Factors affecting broiler production: A Meta-Analysis. Braz. J. Poultry Science, 21(3), eRBCA-2019-1052.

Figura 1. Árvore de decisão que relaciona o conjunto de dados do ambiente do aviário com a concentração de amônia,

idade das aves e velocidade do ar, para selecionar a condição de alojamento.

30

USO DE MINERAÇÃO DE DADOS PARA CLASSIFICAR PROCESSO DE PRODUÇÃO EM GRANJAS

EA Franco1,2, FA Bezerra2, IA Nääs1, NDS Lima1, RBTR Silva1*

1Pós Graduação em Eng. de Produção – Universidade Paulista, São Paulo, Brasil 2 Centro Universitário Santo Agostinho, Teresina, Brasil

Introdução

O consumo de carne de frango aumentou em todo o mundo nos últimos anos e os consumidores tornaram-se mais exigentes quanto à qualidade e segurança deste produto. As boas práticas de produção (BPP) são condições importante para a seguridade sanitária e boas condições de alojamento [1, 2]. Embora o uso de BPP seja já conhecido, utilizar a abordagem de mineração de dados para resolver problemas de classificação e a previsão de resultados não lineares é relativamente novo [3, 4]. Este estudo teve como objetivo desenvolver um modelo de predição da condição da granja a partir de dados dos procedimentos adotados durante o processo de produção de frangos de corte.

Material e Métodos

O estudo utilizou dados de 32 granjas de cooperados na região Nordeste. Foram utilizados dados de limpeza, presença e condições de silo, condições de ambiência, presença e condição de equipamentos, qualidade de água, qualidade de cortinas, normas de biossegurança, condições da edificação, presença de gerador e forro, e condições de comedouro e bebedouro. A qualidade de alojamento foi discretizadas como boa ‘B’, média ‘M’ e ruim ‘R’, em função de boas práticas de produção utilizadas pelos cooperados. A seguir, a base de dados foi tabulada em planilha e processada usando o software RapidMiner® para a computação usando mineração de dados e se obter uma árvore de decisão, capaz de predizer a condição de alojamento.

Resultados e Discussão

A árvore de decisão encontrada (Figura 1), com 70% de acurácia, utilizou a variável limpeza como principal item de classificação [3]. O conjunto de normas ‘se-então’ foi gerado, como segue: Se a limpeza é boa, então tem que checar a biossegurança. Se não tem biossegurança (N) então a condição da granja é média (M). Se tem biossegurança (S), então deve-se checar o

comedouro. Se o comedouro é bom, então a condição da granja é boa (B). Se o comedouro é médio, então a granja é média (M). Se a limpeza é média (M), então deve-se checar a cortina. Se a cortina é adequada (Ad) então a condição da granja é média (M). Se a cortina está em condição média (M), então a granja é ruim (R). Se a limpeza é ruim (R), então a granja tem condição ruim (R) de operação.

Os pontos avaliados na produção de frango abrangeram todos as possíveis perdas e foram consideradas em função da severidade do compliance pode ser minimizada com a implementação de um controle mais adequado [1]. Os pontos críticos podem ter sua gravidade minimizada pela implementação de BPGP, proporcionando melhor planejamento, monitoramento e segurança para a produção de frangos [2].

Conclusão

A árvore de decisão mostra uma previsão da condição de alojamento e classifica a qualidade de granja, em função de sua adequação às normas de boas práticas de produção de frangos de corte.

Bibliografia

1. Menezes A. et al. 2010. Identification of critical points of thermal environment in broiler production. Braz. J. Poult Sci, 12(1): 21-29. 2. Baracho, MS, Nääs, IA, Lima, NDS, Cordeiro, AFS, &

Moura, DJ. (2019). Factors affecting broiler production: A Meta-Analysis. Braz. J. Poultry Science, 21(3), eRBCA-2019-1052.

3. Karim, M.; Rahman, R. M. 2013. Decision tree and Naive Bayes algorithm for classification and generation of actionable knowledge for direct marketing. J. Soft. Eng. Applic. 6:196-206.

4. Zhang J et al. 2018. Intelligent computing system based on pattern recognition and data mining algorithms. Sust. Comp. Infor. Sys. 20: 192-202

Figura 1. Árvore de decisão que relaciona o conjunto de dados de produção e estima a condição de alojamento.

31

PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS DE PINTINHOS SUBMETIDOS A DIFERENTES NÍVEIS DE CO2 NO NASCEDOURO

MM Loddi1, AL Silva1, JA Santos1, JR Vieira1, CEB. Romanini2, B Machado2

1Departamento de Zootecnia – UEPG, Ponta Grossa, PR. 2 Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, Petersime NV, Zulte, BELGICA

Introdução

Os níveis de dióxido de carbono (CO2) durante o período de incubação e no nascedouro podem afetar o desenvolvimento embrionário, sendo considerado deletério (1, 2). Por outro lado, estudos apresentaram que a exposição concentrações controladas de CO2 podem aumentar a eclodibilidade, além de diminuir a incidência de ascite no período de crescimento da ave (3). Estudos recentes, no entanto, afirmaram uma tolerância crescente as concentrações de CO2 devido ao aumento da idade embrionária (3). As inferências dos mecanismos fisiológicos sobre essa tolerância de níveis de CO2 ainda são pouco compreendidos. O controle dos parâmetros de incubação pode influenciar as respostas fisiológicas e metabólicas do embrião, assim como, o desempenho produtivo à campo. Com o objetivo de investigar as respostas fisiológicas no desenvolvimento embrionário, o estudo avaliou duas concentrações de CO2 sobre o perfil sanguíneo de pintinhos recém-nascidos.

Material e Métodos

O experimento foi realizado no incubatório da Cooperativa Agroindustrial Lar em Itaipulândia - PR e as análises realizadas no Laboratório de Técnicas Cirúrgicas, da Universidade Estadual de Ponta Grossa/Ponta Grossa-PR. Foram amostrados 320 pintinhos em delineamento inteiramente ao acaso, distribuídos em dois níveis de CO2 (0.45% e 0.80%) durante 24 horas no nascedouro. Após à eclosão, foi realizada a coleta de sangue dos pintinhos em dois momentos, sendo o momento de pico de nascimento coletado aproximadamente 14h após a transferência e 14 horas pós-pico depois de submetido ao estímulo de CO2. Os parâmetros sanguíneos avaliados foram glicose, proteína plasmática, volume globular, determinação do hemograma (eritrócito, hemoglobina, plaquetas), diferencial de leucócitos, relação heterófilo/linfócito e avaliação da morfologia celular. Os dados obtidos foram analisados e as médias comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05).

Resultados e Discussão

Os níveis de plaquetas, volume globular, leucócitos,

heterofilos foram maiores (P<0,05) com 0.45% de CO2. Os resultados mostraram maiores níveis (P<0,05) de heterófilos quando os níveis de CO2 estão em 0,45%. Uma contagem mais alta de heterófilos, indica uma capacidade menor de combater processos inflamatórios e estresse. Os níveis de linfócitos, por sua vez, são excelentes marcadores para avaliar a imunocompetência das aves. Maior contagem de linfócitos a 0,80% de CO2 indica uma melhor resposta do sistema imunológico. A relação heterófilo / linfócito (H:L) é um parâmetro adequado para medir o grau de estresse em pintos. Neste estudo, os níveis de CO2 em 0,45% resultaram em 0,27 H:L (grau intermediário), enquanto o CO2 em 0,80% resultou em 0,08 H:L (grau baixo), diferindo (P<0.05) (4). Também foi registrado melhor resultado de eclosão dos férteis em 0,50% (dados não apresentados), para o tratamento com maior nível de concentração de CO2. Em hipótese, a maior concentração de CO2 proporcionou o estímulo para o nascimento dos pintinhos (5), o que reflete a ação de eclosão do pintinho em condições naturais.

Conclusão

A exposição a concentração de 0.80% CO2 apresentou melhores indicadores de imunocompetência e menores indicadores de estresse fisiológico, implicando que, a concentrações mais altas de CO2 proporcionaram estímulo ao nascimento.

Agradecimentos

A Cooperativa Agroindustrial LAR.

Bibliografia

1.Maatjens, C.M. PhD thesis Wageningen University, the Netherlands. 2016.

2.Everaert N, Kamers B, Witters A, De Smit L, Debonne M, Decuypere E, Bruggeman V. Poultry Science. 2007; 86: 372–1379.

3.Decuypere E, Buyse J, Buys N. World’s Poultry Science Journal. 2000; 56: 367–377.

4.Gross, W.B.; Siegel, H.S. General principles of stress and welfare. In: TEMPLE GRANDIN. Livestock handling and transport. Wallingford, UK.: CAB International, 1993. p.21-34.

5. Visschedijk, A.H.J.The air space and embryonic respiration . British Poulty Science.1968, 9:2, 185-196.

32

CAPÍTULO 2

NUTRIÇÃO

33

Β-GLUCANOS PURIFICADOS E O EFEITO SOBRE A RELAÇÃO DAS CÉLULAS CD4+:CD8+ EM POEDEIRAS COMERCIAIS

VL Santos*1, BA Trevizan2, VC Cruz-Polycarpo², JB Silva¹, BFS Barbosa², CPH Ronchi¹, E Bordin¹ 1Yessinergy do Brasil Agroindustrial LTDA – Campinas/SP/Brasil

2 Departamento de Zootecnia – FCAT/UNESP – Dracena SP- Brasil

Introdução

O estado imunológico tem papel primordial na manutenção da homeostase e no combate a desafios contra agentes patogênicos e estressantes; fatores determinantes para a manutenção da sanidade animal. Quando essa homeostase é abalada, a resposta imunológica consome grande parte dos recursos orgânicos (energia e nutrientes) (1). Os β-glucanos derivados de leveduras são considerados o tipo mais eficaz de β-glucanos em termos de modular o sistema imunológico devido à sua estrutura altamente ramificada (2). Os efeitos dos β-glucanos como imunomoduladores biologicamente ativos foram bem observados em espécies de mamíferos; no entanto, apenas recentemente pesquisas foram publicadas relativo aos seus efeitos em aves. Objetivou-se, com esta pesquisa, avaliar o efeito da administração de uma fonte de com β-glucanos purificados na dieta de poedeiras comerciais sobre a razão das células do sistema imune CD4+:CD8+.

Material e Métodos A etapa a campo desta pesquisa, com alojamento, alimentação e coleta de sangue das aves foi conduzida na Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Campus Dracena/SP. Foram utilizadas 16 poedeiras da linhagem Hy-line,com idade de 83 semanas, divididas em dois tratamentos, sendo, T1: Ração Basal (RB) e T2: RB acrescida de β-glucano purificado (300g/ton). As aves foram alojadas em aviário convencional, em gaiolas de arame galvanizado (1,00 × 0,50 m), com água e ração ofertadas à vontade. As coletas de sangue foram realizadas através de venopunção da veia ulnar nos dias zero (sem fornecimento de β-glucanos às aves) e no dia 12 (12 dias após o fornecimento dos de β-glucanos purificados às aves do T2). Logo após a coleta e acondicionamento as amostras sanguíneas foram enviadas ao laboratório Imunova Análises Biológicas LTDA, localizado na cidade de Curitiba, PR/Brasil. A seguinte análise de parâmtero imunológico foi realizada: razão entre as células CD4+:CD8+. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso. Utilizou-se o programa estatístico software GraphPad Prism 6². As diferenças estatísticas apresentadas foram obtidas em análise de variância (ANOVA), com teste de menor diferença estatística de Fisher. Resultados e Discussão

Na Figura 1 podemos observar os resultados da razão entre células CD4+:CD8+.em poedeiras comerciais, por meio da análise de citometria de fluxo. A avaliação da imunocompetência em aves utilizando a citometria de fluxo é considerada um método superior a outras metodologias utilizadas (3). Conforme os dados apresentados, é possível observar-se o aumento na razão entre as células (nas aves do T2) 12 dias após a ingestão do β-glucanos purificado, considerado um importante imunomodulador sistêmico. Sabe-se, que a proporção CD4+:CD8+ é reduzida em aves comerciais, o que indica menor imunocompetência, como aumento na suscetibilidade a doenças (3). Após a ativação com antígenos (vírus, bactérias, parasitas, antígenos de proteínas), os linfócitos secretam citocinas (IL1,IL2 IF ) que po Ɣ - dem ser mensuradas avaliando-se o sobrenadante

(4) ou podem ser verificadas as proporções de linfócitos T CD4+ e T CD8+ (5). Considerando-se que as aves desta pesquisa não foram patogenicamente desafiadas, o manejo atípico à sua rotina relacionado à coleta de sangue pode ter desencadeado a resposta imune no organismo dos animais.

Figura 1 – Efeito da suplementação de uma fonte de β-glucanos purificados sobre a razão entre células CD4+:CD8+ em poedeiras comerciais, por meio da análise de citometria de fluxo

Conclusão

As aves que consumiram β-glucanos purificados em sua dieta apresentaram maior razão entre as células CD4+:CD8+, indicando que o seu sistema imune poderia estar mais bem preparado, ou seja, imunomodulado, frente a necessidade de uma resposta mais rápida e eficiente diante de desafios de estresse e/ou patológicos.

Bibliografia

1. Klasing, K.; Kover, D. Journal Animal Science, 1997, 75(2): 58-67.

2. Harada, T., N. Ohno. Int. Immunopharmacol. 2008, 8:556–566.

3. Bridle, B. et al.. Canadian Journal of Veterinary Research.2006, 70(3)183-190.

4. Jeurissen, S. H. M.; et al. Curr. Issues Intestinal Microbiology, 2002, 3:.1-14.

5. Beirão, B. C. B. . 135 f. Dissertação (MSc Microbiologia, Parasitologia e Patologia –UFPR, Curitiba. 2011.

R a

z ã

o

T1¹

T2²

Coleta dia 0 Coleta dia 12

0

5

10

15

¹T1 = Tratamento controle, ²T2 = tratamento controle + adição de B-glucanos purificados. Fonte de variação: Interação (valor de P= 0.0020), Dados (valor de P = <0.0001); Tratamento (valor de P = 0.0031).

34

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO BUTIRATO DE SÓDIO MICROENCAPSULADO SOBRE O TEMPO DE ELIMINAÇÃO DE OOCISTOS DE EIMERIA EM FRANGOS DE CORTE

BFS Barbosa1*, GA Lima1, BA Trevizan1, JT Bortoloto2, CG Azevedo2, GV Polycarpo3, VC Cruz-Polycarpo3 1Pós-graduanda em Ciência e Tecnologia Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil 2Graduanda do Curso de Zootecnia - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil.

3Docente do Departamento de Produção Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil.

Introdução

A coccidiose, provocada pelo gênero Eimeria, é a doença que causa maior prejuízo no setor avícola, podendo gerar lesões em todo o intestino, resultantes do desenvolvimento do parasita (4). Tal enfermidade ocasiona piora no desempenho animal, com consequente prejuízo à microbiota intestinal, levando a queda de produtividade (1). Realizando-se um manejo adequado, desinfecção e limpeza, é possível reduzir a exposição aos oocistos infectantes, porém não é o suficiente para o controle. Diante disso, o uso de aditivos com ação anticoccidiana nas rações torna-se uma alternativa e neste caso, o butirato de sódio microencapsulado mostra-se viável por diminuir o pH em todo trato gastrintestinal (2), inviabilizando a sobrevivência dos microrganismos patogênicos. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do butirato de sódio microencapsulado (BSM) sobre o tempo de eliminação de oocistos de Eimeria acervulina, E. maxima e E. Tenella em excretas de frangos de corte. Material e Métodos

Foram utilizados 1.050 pintos de corte machos, Ross®, distribuídos em DIC, com seis tratamentos: CN (controle negativo) - ração basal (RB) (aves não desafiadas); CND- RB (aves desafiadas); 0,10% - RB + 1.000 mg/kg de BSM (aves desafiadas); 0,15%- RB + 1.500 mg/kg de BSM (aves desafiadas); 0,20%- RB + 2.000 mg/kg de BSM (aves desafiadas); AVL- RB + avilamicina (aves desafiadas), e cinco repetições. Aos 16 dias de idade, as aves foram inoculadas oralmente e individualmente com oocistos de Eimerias e as aves do CN foram inoculadas com solução salina, para que também sofressem o estresse da inoculação. As concentrações utilizadas foram de 2x105 oocistos esporulados/ave de E. acervulina e 2x104 oocistos esporulados/ave de E. máxima e E. tenella (5). O tratamento não desafiado recebeu 0,5 mL de solução salina (placebo). Aos 4, 5, 6 e 7 dias após a inoculação, foram coletadas amostras de excretas de cada unidade experimental para contagem de oocistos. As excretas mais frescas presentes na cama no período da manhã, foram coletadas, guardadas em sacos plásticos individuais, identificadas, e armazenadas em refrigerador. Posteriormente, para a realização da análise, as amostras foram homogeneizadas e pesados dois gramas de cada amostra para diluição em 28 mL de solução saturada de NaCl. Após agitação, a solução foi filtrada e uma alíquota foi introduzida em câmara de MacMaster na qual a contagem foi realizada com auxílio de microscópio óptico com objetiva de 10x. Os resultados dessa contagem foram expressos em número de oocistos por grama de fezes (opg) (3). As análises dos dados foram realizadas com auxílio do SAS Institute, com critério de 5% de significância.

Resultados e Discussão

Ao analisar-se a contagem de oocistos por grama de fezes (OPG) excretados pelos frangos, contatou-se que não houve diferença significativa entre os tratamentos (P=0,5599), assim como não houve interação entre tratamentos e períodos de coleta (P=0,3674). Observou-se diferença apenas entre os diferentes períodos de coleta (P<0,0001) de excretas. A maior excreção de oocistos foi detectada no quarto dia pós inoculação (20 dias de idade) diferindo-se dos demais tempos (5, 6 e 7 dias pós-inoculação). O período entre a infecção e os sinais do seu estágio detectável é chamado de pré-patência e este período pode ser de aproximadamente 5 dias para a E. maxima (2)(4).

Figura 1. Tempo de eliminação de oocistos de Eimeria em frangos de corte suplementados com butirato de sódio microencapsulado.

Conclusão

Conclui-se que o tempo necessário para o início da eliminação de oocistos de Eimeria acervulina, E. maxima e E. tenella nas excretas de frangos de corte suplementados com butirato de sódio microencapsulado é de 4 dias após a inoculação.

Bibliografia

1. Dänicke S, Simon O, Jeroch H, Bedford M. British Poultry Science 1997; 38(5): 546-556

2. Fascina VB, Carrijo AS, Souza KMR, Garcia AML, Kiefer C, Sartori JR. Brazilian Journal of Poultry Science 2009; 11(4): 249-256

3. Hodgson JN. Experimental Parasitology 1970; 28(1), 99-102.

4. Knarreborg A, Engberg RM, Jensen SK, Jensen BJ. Applied and Environmental Microbiology 2002; 68(12): 6425-6428

5. Leeson S, Summers J. Feedstuffs 1976; 48(46): 26-28

Agradecimentos

FAPESP - Processo n° 2019/20261-0; FAPESP - Processo n° 2018/21792-6/; À Capes pela concessão da bolsa de estudos durante o Mestrado

.

35

EFEITO DA INCLUSÃO DE BUTIRATO DE SÓDIO MICROENCAPSULADO SOBRE A CONTAGEM DE OOCISTOS E ESCORE DE LESÃO INTESTINAL DE FRANGOS DE CORTE

GA Lima1*, BFS Barbosa1, G Ventura1, IM Gonçalves3, MS Lima3, GV Polycarpo2, VC Cruz-Polycarpo2 1Pós-graduanda em Ciência e Tecnologia Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil. 2Docente do Departamento de Produção Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil. 3Graduanda do Curso de

Zootecnia - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil.

Introdução

Na avicultura uma das principais causas de perdas econômicas é a coccidiose, enterite causada por protozoários do gênero Eimeria. As principais espécies que acometem os frangos são: Eimeria acervulina, E. maxima e E. tenella (1), e o que as difere é a localização da infecção e o grau de patogenicidade. O butirato de sódio microencapsulado (BSM) tem sido estudado por reduzir o pH, propiciando um ambiente favorável aos microrganismos benéficos, contendo assim, os danos causados pelas eimérias que comprometem a saúde intestinal. Essas, por se desenvolverem nas células intestinais, modificam a estrutura das vilosidades, favorecendo microrganismos oportunistas (3). Dessa forma, realizou-se um estudo para avaliar o efeito do BSM sobre o tempo de eliminação de oocistos em excretas e escore de lesão intestinal de frangos de corte desafiados com Eimérias.

Material e Métodos

Foram utilizados 1.200 pintos de corte, machos, com um dia de idade, da linhagem Ross®. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e seis repetições, sendo: CN - ração basal (sem inclusão de BSM ou antibiótico); 0,10% - ração basal + 1.000 mg/kg de BSM; 0,15% - ração basal + 1.500 mg/kg de BSM; 0,20% - ração basal + 2.000 mg/kg de BSM; CP - ração basal + avilamicina. Aos 16 dias de idade as aves foram desafiadas via oral com 0,5 mL de uma solução contendo 2×105 oocistos esporulados/mL de E. acervulina e 2×104 oocistos esporulados/mL de E. maxima e E. tenella. Aos 4, 5, 6 e 7 dias após a inoculação foram coletadas amostras de excretas de cada unidade experimental para contagem de oocistos. Aos 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12 e 19 dias após a inoculação, foram avaliados os escores de lesão no intestino delgado, realizados para cada espécie de Eimeria. Os dados obtidos foram avaliados com auxílio do SAS, e o efeito do tempo foi considerado por meio do statement REPEATED.

Resultados e Discussão

Ao analisar-se o número de oocistos por grama de fezes (OPG) excretados pelas aves foram observadas diferenças significativas apenas entre os diferentes períodos de coleta (P<0,0001) (Figura 1).

Figura 1. Contagem de oocistos por grama de fezes aos

4, 5, 6 e 7 dias pós-inoculação com Eimeria spp. Aos 4 dias após a inoculação, todos os tratamentos apresentaram menor excreção quando comparado aos períodos finais (5, 6 e 7 dias pós-inoculação). Esse resultado pode ser explicado pela pré-patência das espécies de Eimerias, sendo este período de aproximadamente 5 dias para a E. maxima (2). Na leitura de escore de lesão foram observadas diferenças apenas entre os períodos de coleta (P=<0,0001) avaliados (Figura 2).

Figura 2. Escore de lesão aos 5, 6, 7, 8, 10, 12 e 19 dias pós-inoculação com Eimeria spp.

As lesões causadas por E. acervulina pontuaram um escore crescente entre 5 e 8 dias pós-inoculação e, após o 10º dia, demonstrou comportamento decrescente até o 19o dia. As lesões mais acentuadas causadas pela E. máxima deu-se aos 5 dias após inoculação. As lesões provocadas pela E. tenella apresentaram comportamento semelhante ao da E. acervulina, em que aos 5, 6 e 7 dias pós-inoculação apresentaram maior escore e a partir do 8o dia, decréscimo em seu escore até o 19o dia.

Conclusão

- Nas condições impostas neste estudo, o tempo necessário para o início da eliminação dos oocistos de Eimerias foi de 4 dias. - O butirato de sódio microencapsulado mostrou-se eficaz em conter os danos causados pela infecção, reduzindo as lesões provocadas pelas Eimerias com o passar dos dias de observação.

Bibliografia

1. Costa CAF, Paiva, DP. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2009. v.1. 219 p.

2. Kawazoe U. Coccidiose. In: Berchieri Júnior A, Silva EM, Di Fábio J, Sesti L, Zuanaze MAF. Doenças das aves. 2. ed. Campinas: Facta, 2009. Cap. 7. p. 837-855.

3. Luquetti BC, Faria HN, Silva BR, Gimenez D, Casagrande C, Leite FM, Castellani RS. Ciência Agrárias de Saúde. 6: 60-67, 2006.

Agradecimentos

FAPESP – Proc. n° 2018/10672 E Proc. n° 2018/21792-6

2,284 d

10,766 b10,141 c

11,553 a

0

2

4

6

8

10

12

4 5 6 7

Conta

gem

de

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Eim

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spp.

Dias pós-inoculação

36

BUTIRATO DE SÓDIO MICROENCAPSULADO BENEFICIA O DESENVOLVIMENTO DO EPITÉLIO DO INTESTINO DELGADO DE FRANGOS DE CORTE

GA Lima1*, VC Cruz-Polycarpo2, VE Costa3, BFS Barbosa1, G Ventura1, IM Gonçalves4, MB Lira4 1Pós-graduanda em Ciência e Tecnologia Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil. 2Docente do Departamento de

Produção Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil. 3 Docente do Departamento de Física e Biofísica - IBB-UNESP - Campus de Botucatu, SP, Brazil. 4Graduanda do Curso de Zootecnia - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil.

Introdução

Com a restrição ao uso de antibióticos como aditivos promotores de crescimento em dietas para frangos de corte, alternativas têm sido estudadas para substituí-los, entre elas o butirato de sódio, cuja função é reduzir o pH, propiciando um ambiente favorável para os microrganismos benéficos e estimular a atividade de enzimas digestivas nas microvilosidades intestinais (2). Devido ao fato de ser rapidamente absorvido na porção anterior do trato gastrintestinal da ave, muitos estudos têm sido conduzidos para avaliar os efeitos do butirato de sódio microencapsulado, a microencapsulação pode retardar a rápida degradação dos ácidos na porção anterior do trato digestório, promovendo um maior efeito antimicrobiano, que pode resultar em melhora nos aspectos morfofisiológicos do intestino e consequentemente no desempenho (3). O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do butirato de sódio microencapsulado sobre o desenvolvimento da mucosa intestinal na fase inicial. Material e Métodos

Foram utilizados 1.200 pintos de corte, machos, com um dia de idade, da linhagem Ross®, obtidos de matrizes comerciais que receberam dietas compostas predominantemente por milho, plantas do ciclo fotossintético C4 (δ13C = -18,52‰). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e seis repetições de 40 aves por unidade experimental, sendo: CN – Ração basal (tratamento controle) – sem inclusão de butirato de sódio microencapsulado (BSM) ou antibiótico; 0,10 – Ração basal + 1.000 mg/kg de BSM; 0,15 – Ração basal + 1.500 mg/kg de BSM; 0,20 – Ração basal + 2.000 mg/kg de BSM; CP – Ração basal + avilamicina. Após o alojamento destas aves, para avaliar o turnover por meio de análise isotópica do tecido, os pintos de um dia de idade receberam dietas compostas predominantemente por quirera de arroz, ingrediente oriundo de planta C3 (δ13C = -28,70‰), possuindo valor isotópico de 13C diferente das dietas C4 fornecida às matrizes. Aos 16 dias de idade as aves foram desafiadas via oral com 0,5 mL de uma solução contendo 2 × 105 oocistos esporulados/mL de Eimeria acervulina e 2 × 104 oocistos esporulados/mL de E. maxima e E. tenella. Aos 0; 1; 2; 3; 4; 7; 14 e 21 dias de idade foram colhidas amostras de mucosa do intestino delgado na altura do duodeno para a realização das análises isotópicas. Resultados e Discussão

Os valores isotópicos de δ13C da mucosa intestinal dos frangos, no período de 0 a 21 dias de idade, em que receberam dietas compostas por quirera de arroz (ciclo fotossintético C3), estão expressos na Figura 1. Os valores de meia vida obtidos foram: CN- 29,28h; 0,10- 27,84h; 0,15- 27,36h; 0,20- 27,12h; ANT- 27,36h. Ao avaliar a taxa de turnover da mucosa intestinal, observou-se menor tempo de meia-vida nos tratamentos que receberam a inclusão dos aditivos (butirato de sódio ou antibiótico), indicando que estes tiveram um efeito positivo sobre a mucosa intestinal, acelerando a velocidade de troca do carbono na fase inicial,

beneficiando o desenvolvimento do intestino.

C

(‰

)

0 3 6 9 12 15 18 21

-30

-28

-26

-24

-22

-20

-18

CN (R2=0,994)

C=-27,407+8,745e-0,567t

0,10 (R2=0,978)

C=-27,617+8,947e-0,599t

0,15 (R2=0,992)

C=-27,528+8,789e-0,607t

0,20 (R2=0,987)

C=-27,452+8,715e-0,614t

CP (R2=0,976)

C=-27,445+8,701e-0,610t

Idade das aves (dias)

Figura 1. Modelo exponencial do turnover dos isótopos estáveis do carbono (média ± desvio padrão) e coeficientes de determinação (R2) da mucosa intestinal de frangos de corte. O maior tempo de meia-vida foi observado no tratamento CN, o que pode estar associado a ausência de proteção nestas aves que não receberam aditivos em sua dieta. O butirato de sódio atua sobre a proliferação, maturação e diferenciação das células epiteliais, uma vez que esse aditivo é fonte de energia disponível para as células do epitélio intestinal, estimulando sua multiplicação e diferenciação (1).

Conclusão

Conclui-se que o butirato de sódio microencapsulado propicia aceleração no desenvolvimento da mucosa intestinal em doses de 1.000; 1.500 e 2.000 mg/kg, assemelhando-se ao antibiótico.

Bibliografia

1. Dalmasso G, Nguyen HTT, Yan Y, Charrier-Hisamuddin L, Sitaraman SV, Merlin D. Plos One, 3: 2476-2489, 2008.

2. Deepa K, Purushothaman MR, Vasanthakumar P, Sivakumar K. Advances in Animal and Veterinary Sciences; 6(2):63-69, 2018.

3. Piva A, Anfossi P, Meola E, Pietri A, Panciroli A, Bertuzzi T, Formigoni A. Livestock Production Science, 51(1): 53-61, 1997.

Agradecimentos

FAPESP – Proc. n° 2018/10672-0 e Proc. n° 2018

37

AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO DE GLICINATO DE COBRE E SULFATO DE COBRE EM RAÇÕES PARA FRANGOS DE CORTE (1 a 21 dias)

EH Fukayama*1, B Wernick2, N. Martinez3, L Amoroso4 *1 Diretora Técnica – Zootecnista - BITA - Busca Inteligente em Tecnologia Animal – [email protected]; 2 Consultor de Serviços

Técnicos Brasil – Médico Veterinário - BASF SA; 3 Coordenador Técnico Regional de Nutrição Animal - Engenheiro - BASF SA; 4 UNESP / FCAV Jaboticabal – Brasil

Introdução O cobre (Cu) é elemento essencial na dieta de aves pois várias enfermidades estão associadas à sua deficiência, como anemia, diarreia, despigmentação das penas, menor atividade enzimática, falha reprodutiva, desordens nervosas e cardiovasculares, fragilidade óssea e prejuízos à cartilagem articular (1). O Cu melhora o desempenho quando em níveis acima dos exigidos nutricionalmente, sendo o sulfato de cobre pentahidratado a fonte de Cu mais utilizada (2). Porém, apenas 20% do cobre é digerido e absorvido e o restante é excretado pelas fezes, poluindo o meio ambiente e ameaçando à saúde (2). A complexação de minerais com moléculas orgânicas (minerais orgânicos) confere a estes maior estabilidade no armazenamento, na biodisponibilidade no trato gastrintestinal e na captação pelas células e tecidos do corpo. Utilizando a glicina para acoplar com microminerais, é possível formar o menor complexo de oligoelementos de aminoácidos com maior conteúdo mineral. Com os glicinatos são necessárias quantidades potencialmente menores para suprir as necessidades líquidas dos animais, e o ambiente se beneficia de oligoelementos menos excretados. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da suplementação do mineral orgânico (125g Glicinato de Cu) em substituição ao mineral inorgânico (500g Sulfato de Cu), como promotor de crescimento nas rações para frangos de corte sobre o desempenho (1 a 21 dias de idade).

Material e Métodos O ensaio de desempenho foi conduzido em galpão comercial, dividido em 30 boxes pertencente ao Centro de Pesquisa da BITA, localizado em Guatapará-SP. Os procedimentos utilizados neste trabalho foram aprovados pela CEUA da FCAV, UNESP Jaboticabal-SP, sob o protocolo n° 6087/2019, pesquisadores e docentes vinculados com a CEUA da BITA. Foram utilizados 900 pintos de corte de um dia de idade, machos Cobb provenientes de matrizes com 48 semanas de idade, peso médio de 42,97g cada. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três tratamentos (T1: sem suplementação de Cu; T2: T1 + 500g Sulfato de Cu/ton ração; T3: T1 + 125g Glicinato de Cu /ton ração), 10 repetições com 30 aves. As exigências nutricionais seguiram as recomendações das tabelas brasileiras para aves (3). O sulfato de Cu fornecido on top na concentração de 500g/ton de ração foi utilizado como controle positivo e regulador de microbiota. Os parâmetros avaliados foram peso médio (PM), ganho de peso diário (GPD), consumo de ração (CR) e conversão alimentar (CA) 1 a 21 dias. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas através do Teste Duncan a 10% de significância SAS 9.4. (4).

Resultados e Discussão

Na Tabela 1 observa-se que as rações suplementadas com Sulfato de Cu (T2) e Glicinato de Cu (T3) proporcionaram melhor desempenho em comparação com o tratamento sem suplementação de Cu (T1). A suplementação com Glicinato de Cu (T3) promoveu diminuição significativa (P<0,05) na CA de 5,41% (1-7d); 4,94% (1-14d) e 2,53% (1-21d), ao comparar com o T1 sem suplementação de Cu. Além disso, aumentou significativamente o GPD em 4,45% (1-14d) e 3,43% (1-21d) do T3 em relação ao T1. E não houve diferença (P>0,05) no CR em nenhuma fase avaliada entre os tratamentos. Na prática, muitas agroindústrias no Brasil utilizam 500g de Sulfato de Cu/ton de ração como promotor de crescimento para melhorar a saúde intestinal das aves e submetê-las ao menor estresse imunológico. Com isso, sendo o T2 considerado o controle positivo (500g Sulfato Cu/ton ração), foi observado desempenho semelhante estatisticamente ao comparar com o T3 (125g Glicinato Cu /ton ração). E além disso, vale ressaltar que a inclusão de Glicinato de Cu foi de 25% a menos do que a inclusão de Sulfato de Cu. Devido a maior biodisponibilidade dos minerais quelatados, como os Glicinatos de Cu, estes podem substituir as fontes inorgânicas em níveis mais baixos enquanto que o desempenho é mantido ou mesmo melhorado. Os resultados dessa pesquisa estão condizentes aos estudos conduzidos por (5) ao examinar o metabolismo do Cu em frangos jovens (1-21 dias de idade), a retenção foi 35% superior em aves recebendo Cu orgânico, comparativamente as aves recebendo sulfato de Cu, ou seja, houve redução na excreção desse mineral e não interferiu no desempenho dos frangos. Como os microminerais orgânicos têm maior biodisponibilidade em relação a fontes inorgânicas convencionais, eles são boa opção para adequar a exigência nutricional das aves com a menor quantidade fornecida na ração sem a necessidade de suplementar os minerais com fontes inorgânicas e diminuindo a poluição ambiental.

Conclusão A suplementação de 125g de Glicinato de Cobre/ton ração melhorou o desempenho de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, substituiu a fonte inorgânica de 500g Sulfato de Cu/ton ração e diminuiu a poluição ambiental.

Bibliografia 1. Scottá, B.A. et al. PUBVET 2014, V. 8, N. 9. 2. Yang, F. et al. Poultry Science 2017, v. 96; p. 3298–3304. 3. Rostagno et. al. 4a Ed, 2017. 4. SAS., 2002. SAS Systems for Windows 9.4. SAS Institute Inc., Cary,

NC, USA. 5. Rutz, F. Murphy, R. Disponível em:

https://www.avisite.com.br/cet/img/20091103_minerais.pdf

.

Tabela 1. Efeito dos tratamentos sobre o desempenho de frangos de corte na fase de 1 a 21 dias.

Parâmetros T1: Sem

suplementação Cu T2: T1 + 500g

Sulfato Cu T3: T1 + 125g Glicinato

Cu** P Value CV (%)

PM 21 dias (g) 963,69 B 996,60 A 995,90 A 0,0131* 2,68

GPD 1-21 dias (g) 43,84 B 45,42 A 45,39 A 0,0127* 2,81

CR 1-21 dias (g) 1203,24 1225,66 1215,51 0,5003 3,47

CA 1-21 dias (g) 1,307 B 1,285 AB 1,275 A 0,0996* 2,54

*Médias seguidas de letras maiúsculas diferentes nas linhas diferem entre si pelo Teste de Duncan a 10%. **Glicinato de Cu da BASF SA

38

SUBSTITUIÇÃO DE MINERAIS INORGÂNICOS POR GLICINATOS NAS RAÇÕES PARA FRANGOS DE CORTE DE 1 A 42 DIAS DE IDADE

EH Fukayama*1, B Wernick2, N. Martinez 3, L Amoroso4 *1 Diretora Técnica – Zootecnista - BITA - Busca Inteligente em Tecnologia Animal – [email protected]; 2 Consultor de Serviços Técnicos Brasil – Médico Veterinário - BASF SA; 3 Coordenador Técnico Regional de Nutrição Animal - Engenheiro - BASF SA;

4 UNESP / FCAV Jaboticabal – Brasil

Introdução Na prática comercial, o fornecimento de minerais inorgânicos nas dietas de frangos de corte excede as recomendações do Conselho Nacional de Pesquisa (NRC) (1). Essa medida resulta em elevado nível de minerais nas excretas que, além de prejudicar o ambiente é dispendiosa às aves. Como exemplo, o cobre se acumula principalmente nos lisossomos e no citoplasma dos hepatócitos, altos teores de cobre na dieta prejudicam a função mitocondrial em frangos e ocasionam lesão hepática (2). Tradicionalmente, os minerais são oferecidos em sua forma inorgânica pelo seu baixo custo. Porém, pesquisas com minerais mais biodisponíveis, como os orgânicos, em especial os glicinatos (Gly), possibilitam utilização em quantidades menores para suprir as necessidades das aves, fundamentais para o melhor desempenho e menor contaminação ambiental. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a substituição dos minerais inorgânicos por orgânicos (glicinatos) nas rações para frangos de corte sobre o desempenho (1 a 42 dias de idade). Material e Métodos O experimento foi conduzido em galpão comercial, dividido em 30 boxes pertencente ao Centro de Pesquisa da BITA, localizado em Guatapará-SP. Os procedimentos utilizados neste trabalho foram aprovados pela CEUA da FCAV, UNESP Jaboticabal-SP, sob o protocolo n° 6087/2019, pesquisadores e docentes vinculados com a CEUA da BITA. Foram utilizados 900 pintos de corte de um dia de idade, machos Cobb provenientes de matrizes com 48 semanas de idade, peso médio de 42,97g cada. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três tratamentos (T1: controle negativo (CN) sem cobre, manganês, zinco e ferro; T2: T1 + minerais inorgânicos (CP); T3: T1 + minerais orgânicos), 10 repetições com 30 aves. As exigências nutricionais para minerais orgânicos e inorgânicos foram seguidas de acordo com as tabelas brasileiras para aves (3). Os minerais orgânicos utilizados foram os glicinatos de Zn, Cu, Mn e Fe. Os parâmetros avaliados foram peso médio (PM), ganho de peso diário (GPD), consumo de ração (CR) e conversão alimentar (CA) 1 a 42 dias. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas através do Teste Tukey a 5% de significância (4).

Resultados e Discussão Na Tabela 1 observa-se que, para todos os parâmetros, as respostas foram similares para as aves suplementadas com rações contendo minerais inorgânicos (T2) e orgânicos (T3) e superior (P<0,01) em aves alimentadas com rações controle negativo (T1). Ao seguir as recomendações de (3) na suplementação

de microminerais de fontes inorgânicas e orgânicas para frangos de corte, observa-se uma redução de 56% na suplementação de minerais orgânicos em comparação com inorgânicos. E mesmo com essa redução, a suplementação com minerais orgânicos (T3) melhorou o desempenho ao comparar com o T1 e apresentou os mesmos resultados ao comparar com o T2 (inorgânicos). A suplementação com minerais orgânicos (T3) promoveu aumento numérico de 1,71% no GPD e 0,94% no CR (1 a 42 dias), ao comparar com o T2 com minerais inorgânicos. A deficiência em Zn, Cu, Mn e Fe do T1 provocou redução no CR e GPD (P<0,001) e igual CA das aves de 1 a 42 dias de idade ao comparar com os tratamentos suplementados com minerais (T2 e T3). Na forma orgânica, os minerais são absorvidos pelos carreadores intestinais de aminoácidos e peptídeos e não pelos transportadores intestinais clássicos de minerais nas bordas em escova. Assim, atravessam as barreiras e não sofrem competição por possuírem seu próprio aminoácido ao entrar no trato digestório. Nesse estudo foram utilizados os glicinatos (Zn, Cu, Mn e Fe-Gly), os menores aminoácidos que ocorrem na natureza, sendo possível formar o menor complexo de oligoelementos de aminoácidos com o maior conteúdo mineral. Microminerais orgânicos contribuem com a redução de até 30% da fração mineral para frangos de corte sem alterar seu desempenho zootécnico (5). Tendo os

microminerais orgânicos maiores biodisponibilidades em relação a fontes inorgânicas convencionais, esses são opção pertinente para adequar a exigência nutricional das

aves com a menor quantidade fornecida na ração sem a necessidade de suplementar os minerais com fontes inorgânicas. Conclusão O uso de microminerais orgânicos Zn, Cu, Mn e Fe na forma de glicinatos nas rações para frangos de corte possibilita a redução de até 56% da fração mineral sem alterar o desempenho zootécnico das aves. Bibliografia 1. Nollet et al. Journal Applied of Poulty Research 2007, 1:592–

597. 2. Yang et al. Poultry Science 2017, 96: 3298–3304. 3. Rostagno et. al., UFV. 4Ed. 2017. 4. SAS., 2002. SAS Institute Inc., Cary, NC, USA. 5. Leeson, S. Nutritional Biotechnology in the Feed and Food

Industries. Eds. Nottingham University Press, United Kingdom. 2003

Tabela 1. Efeito dos tratamentos com mineral inorgânico ou orgânico na dieta de frangos de corte sobre o seu desempenho na fase de 1 a 42 dias de idade.

Parâmetros T1 - Controle Negativo (Sem Cu, Mn, Zn e Fe)

T2 - CN + minerais inorgânicos T3 - CN + minerais

orgânicos (glicinatos)

P value CV (%)

PM 42 dias (g) 3140,54 B 3229,74 A 3284,15 A 0,0005* 2,24 GPD (g) 73,75 B 75,87 A 77,17 A 0,0005* 2,27 CR (g) 4777,40 B 4949,97 A 4996,47 A 0,0002* 2,17

CA (g/g) 1,543 1,553 1,542 0,2858 1,14

Médias seguidas de letras maiúsculas diferentes nas linhas diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%.

39

EFEITO DE PREBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO DE GALINHAS POEDEIRAS SOBRE O DESEMPENHO ZOOTÉCNICO

EOF Castillo1*, BFS Barbosa1, MS Lima1, BA Trevizan1, VL Santos2, VC Cruz-Polycarpo3, GV Polycarpo3 1Pós-Graduando em Ciência e Tecnologia Animal, FCAT - UNESP, Dracena, SP. 2Coordenadora Técnica de Pesquisa na YesSinergy Agroindustrial.

3Professor do Departamento de Produção Animal - FCAT- UNESP, Dracena, SP

Introdução

O uso de prebióticos é uma alternativa capaz de influenciar na saúde intestinal da ave, podendo proporcionar uma melhoria no desempenho da ave (1). Dentre os prebióticos mais estudados, temos os frutooligossacarídeos (FOS) que são polímeros ricos em frutose, podendo ser naturais, derivados de plantas (inulina) ou sintéticos, resultante da polimerização da frutose. Já os galactoligossacarídeos (GOS) são obtidos a partir da parede celular de leveduras. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a suplementação de prebióticos FOS e GOS, isolados ou associados, sobre o desempenho de galinhas poedeiras.

Material e Métodos

Foram utilizadas 96 galinhas poedeiras da linhagem Hy-line com 80 semanas de idade, num delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e seis repetições, com quatro aves por gaiola (unidade experimental). Os tratamentos foram: T1 - ração basal (RB) a base de milho e farelo de soja; T2 - RB com inclusão de FOS (fructooligossacarídeo e levedura Saccharomyces cerevisiae); T3 - RB com inclusão de GOS (galactooligossacarídeo e levedura Saccharomyces cerevisiae); T4 - RB com inclusão de FOS + GOS. Após 28 dias, analisou-se: consumo de ração, produção de ovos, massa de ovos, conversão alimentar por massa e dúzia de ovos cerevisiae); T4 - RB com inclusão de Yes FOS + Yes GOS. Foram avaliados três ciclos de produção com 28 dias cada, e ao término de cada um analisou-se: consumo de ração, produção de ovos, massa de ovos, conversão alimentar por massa e dúzia de ovos. Os dados foram submetidos à análise de variância para verificar o efeito dos prebióticos sobre o desempenho das galinhas poedeiras. Na análise de variância também foi testado o efeito dos ciclos de produção, bem como a interação dos

ciclos com o efeito dos prebióticos. Quando os resultados foram significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância.

Resultados e Discussão

Não houve interação entre o uso dos prebióticos e os ciclos de produção nas variáveis de desempenho estudadas (P>0,05) (Tabela 1), indicando que o efeito dos prebióticos não é influenciado pela idade das aves. Os prebióticos, por sua vez, também não alteraram o desempenho das poedeiras, tanto isolados quanto associados (P>0,05). Observou-se somente efeito de ciclo de produção (P<0,05). O ciclo 2 apresentou menor consumo de ração, melhor conversão alimentar por massa e dúzia de ovos. Houve maior produção de ovos nos ciclos 2 e 3. Os resultados deste trabalho contrariam alguns presentes na literatura (2), que observaram melhora no desempenho de galinhas alimentadas com prebiótico. Neste estudo, apesar dos prebióticos não terem alterado o desempenho, é possível que os prebióticos possam ter melhorado a qualidade dos ovos e a saúde das galinhas, variáveis essas que ainda serão estudadas.

Conclusão

O uso dos prebióticos, isolado ou associado, não interfere do desempenho de galinhas poedeiras, e também não interagem com a idade da galinha (ciclos de produção).

Bibliografia

1. Lima HJDA. Revista Eletrônica Nutritime 2008; 5(4): 599-606.

2. Tang SGH, Sieo CC, Ramasamy K, Saad WZ, Wong HK, Ho YW. BMC Veterinary Research 2017; 13: 248.

Agradecimentos

À Faculdade de Ciência Agrárias e Tecnológicas, FCAT – UNESP, Campus de Dracena

Tabela 1. Desempenho de galinhas poedeiras alimentadas com diferentes prebióticos em três ciclos de 28 dias de produção.

Efeitos Desempenho

Consumo de ração (g)

Produção de ovos (%)

Massa de ovos (g/ave/dia)

Conversão por massa de ovos

Conversão por dúzia de ovos (kg/dz)

Peso médio de ovos (g)

Prebiótico

Controle 113,35 79,94 52,81 2,356 1,773 65,02 FOS 114,67 81,10 52,83 2,370 1,729 64,50 GOS 108,46 82,29 54,96 2,175 1,599 65,24 FOS+GOS 115,77 84,47 55,05 2,262 1,727 63,79

Ciclo 1 148,45 a 78,27 b 54,75 3,202 a 2,293 a 65,84 a 2 78,14 c 84,71 a 54,44 1,413 c 1,113 c 64,61 ab 3 112,58 b 82,87 a 52,55 2,257 b 1,715 b 63,46 b

Fontes de variação Probabilidade

Prebiótico 0,364 0,749 0,864 0,430 0,350 0,794 Ciclo <0,001 <0,001 0,162 <0,001 <0,001 0,006 Prebiótico × Ciclo 0,340 0,107 0,750 0,380 0,632 0,077

40

DESEMPENHO DE GALINHAS POEDEIRAS ALIMENTADAS COM DIETAS CONTENDO DIFERENTES FONTES PREBIÓTICAS

BA Trevizan1*, BFS Barbosa1, GA Lima1, EOF Castillo1, VL Santos2, GV Polycarpo3, VC Cruz-Polycarpo3 1Pós-graduando em Ciência e Tecnologia Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil. 2Yessinergy do Brasil

Agroindustrial LTDA - Campinas, SP, Brasil. 3Docente do Departamento de Produção Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil.

Introdução

O uso de aditivos é bastante discutido devido à pressão dos consumidores à maior demanda por produtos naturais. Seu uso na alimentação animal aumentou devido a uma possível melhoria no desempenho zootécnico (1). Pesquisas relatam maior produção de ovos com o uso de prebióticos, devido às alterações que ocorrem no sistema digestório (4). Os mananoligossacarídeos (MOS) podem melhorar o desempenho produtivo pelos seus efeitos positivos sobre a mucosa intestinal e sistema imune e por diminuir a colonização de bactérias patogênicas (4). A inclusão entre 0,1 e 0,2% deste aditivo resultou em maior produção e massa de ovos, além de melhor conversão alimentar de poedeiras (2). Porém, há pesquisas que demonstram piora na conversão alimentar por massa e por dúzia de ovos, uma vez que a presença de alta quantidade de oligossacarídeos na dieta pode acelerar o trânsito intestinal, levando a uma piora na digestibilidade dos nutrientes e, consequentemente, piora na conversão alimentar (4). Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes prebióticos sobre o desempenho de galinhas poedeiras às 80 semanas de idade.

Material e Métodos

Foram utilizadas 96 galinhas poedeiras da linhagem Hy-line com 80 semanas de idade, num delineamento inteiramente casualizado, constituído de quatro tratamentos: ração basal (RB) a base de milho e farelo de soja; RB com inclusão de MOS; RB com inclusão mista de galactooligossacarídeos (GOS) + frutoligossacarídeos (FOS) + MOS; RB com inclusão de β-glucano purificado, com seis repetições, de quatro aves por gaiola. Após 28 dias, analisou-se: consumo de ração, produção de ovos, massa de ovos, conversão alimentar por massa e dúzia de ovos, além do peso médio dos ovos.

Resultados e Discussão

As diferentes fontes prebióticas, nas concentrações utilizadas, não influenciaram o desempenho das galinhas poedeiras (Tabela 1). Concordando com estudos anteriores, a produção e o peso dos ovos, além da conversão alimentar por dúzia de ovos não diferiram entre os diferentes produtos testados, ao adicionarem MOS na ração de poedeiras (4). A massa de ovos e o consumo médio de ração também não diferiram entre galinhas que receberam ou não suplementação de MOS na ração (3). A diversidade de respostas frente ao uso de prebióticos na dieta dá-se principalmente quanto às diferenças nas dosagens utilizadas, condições sanitárias de criação das aves, possibilidade de associação do aditivo ao tipo de ingrediente da dieta, grau de desafio imposto às aves, estresse ao qual o animal possa estar submetido (5), entre outros. Estudos mostram ainda que a idade e o tipo de prebiótico adicionado à dieta podem influenciar o desempenho final de galinhas poedeiras, fato este que pode ter ocorrido no presente estudo uma vez que as aves já estavam em fase final de produção. Conclusão

Nas condições do presente estudo, a inclusão de prebióticos na dieta não influenciou o desempenho de galinhas poedeiras em fase final de produção. Bibliografia 1. Alves MGM. Nutri Time 2017; 13(4): 5085-5092 2.Jahanian R, Ashnagar M. Poultry Science 2015; 1(94): 2165-2172 3.Najafabadi, HJ et la. Iranian Journal of Applied Animal Science 2017; 7(3): 487-494 4.Numazaki EM. Universidade de Brasília 2009; dissertação de mestrado em ciências agrárias 5.Oliveira MC, Moraes VMB. Ciência Animal Brasileira 2007; 8(3):339-357

Tabela 1 - Desempenho de galinhas poedeiras em final de produção alimentadas com dietas suplementadas com

diferentes fontes de prebióticos.

Variáveis1

Tratamentos2

EPM3 P

RB MOS G+F+M β-glucano

CR (g) 121,03 114,00 120,48 116,17 2,388 0,142

PO (%) 81,88 75,10 85,07 79,41 3,696 0,304

MO (g/ave/dia) 54,11 48,64 55,61 53,08 2,704 0,326

CMO (kg/kg) 2,385 2,471 2,274 2,310 0,142 0,772

CDZ (kg/dz) 1,822 1,896 1,736 1,827 0,106 0,769

PMO (g) 64,37 63,91 63,87 65,84 1,014 0,495 1CR, consumo de ração; PO, produção de ovos; MO, Massa de ovos; CMO, conversão alimentar por massa de ovos;

CDZ, conversão alimentar por dúzia de ovos; PMO, peso médio de ovos. 2RB, ração basal; MOS, inclusão de

mananoligossacarídeos; G+F+M, inclusão de galactooligossacarídeos, frutoligossacarídeos e mananoligossacarídeos; β-glucano, inclusão de prebiótico da parede celular de levedura.

3EPM, erro padrão da média.

41

QUALIDADE DOS OVOS DE GALINHAS POEDEIRAS ALIMENTADAS COM DIETAS CONTENDO DIFERENTES FONTES PREBIÓTICAS

BA Trevizan1*, BFS Barbosa1, GA Lima1, EOF Castillo1, VL Santos2, GV Polycarpo3, VC Cruz-Polycarpo3 1Pós-graduanda(o) em Ciência e Tecnologia Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil. 2Yessinergy do Brasil

Agroindustrial LTDA - Campinas, SP, Brasil. 3Docente do Departamento de Produção Animal - FCAT - UNESP - Câmpus de Dracena, SP, Brazil.

Introdução

Nos últimos anos foi dada maior atenção em relação ao uso de antibióticos como nível terapêutico na indústria avícola devido à resistência às drogas e aos resíduos presentes nos produtos de origem animal, tendo o prebiótico como alternativa aos antibióticos (3). O uso de prebiótico pode melhorar a qualidade dos ovos, principalmente em relação à casca, pois há maior solubilização e absorção do cálcio devido à fermentação do prebiótico no intestino grosso, que será convertido em ácido graxo de cadeira curta, diminuindo o pH luminal, podendo ser uma alternativa aos antibióticos (4). Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes prebióticos sobre a qualidade de ovos de galinhas poedeiras às 80 semanas de idade. Material e Métodos

Foram utilizadas 96 galinhas poedeiras da linhagem Hy-line com 80 semanas de idade, num delineamento inteiramente casualizado, constituído de quatro tratamentos: ração basal (RB) a base de milho e farelo de soja; RB com inclusão de mananoligossacarídeos (MOS); RB com inclusão mista de galactooligossacarídeos (GOS) + frutoligossacarídeos (FOS) + MOS; RB com inclusão de β-glucano purificado, com seis repetições, de quatro aves por gaiola. Após 28 dias, analisou-se: gravidade específica, altura de albúmen, unidade Haugh, índice de gema, índice de albúmen, espessura e peso da casca como variáveis de qualidade dos ovos. Resultados e Discussão

As diferentes fontes prebióticas, nas concentrações utilizadas, não influenciaram a qualidade de ovos de

galinhas poedeiras (Tabela 1) em final de produção. A inclusão de diferentes níveis de leveduras (Saccharomyces cerevisiae) (2) na dieta e a suplementação de dietas com MOS (3) não demonstraram diferenças significativas em relação à gravidade específica, à espessura e ao peso da casca, além da unidade Haugh de ovos de poedeiras. Aditvos prebióticos poderão ser utilizados em substituição aos antibióticos promotores de crescimento, no entanto, respostas biológicas positivas por parte das galinhas poedeiras nem sempre serão observadas, pois isso dependerá do nível de desafio imposto às aves, do estresse ao qual o animal está submetido, do tipo de ingrediente utilizado na ração (5), da idade das aves (2), dos níveis de prebióticos presente na dieta (1), entre outras variáveis. Além disso, a espessura da casca indica ter maior influência pela temperatura ambiente, dieta e idade das aves (3). Conclusão

A inclusão de prebióticos na dieta não interferiu na qualidade de ovos de galinhas poedeiras em fase final de produção nas condições do presente estudo. Bibliografia

1. Day EJ, Dilworth BC, Omar S 1987; 66(8): 1402-1410 2. Hosseini SA, Lotfollahian H, Kamyab A, Mahdavi

A 2006; 9(1): 2346-2349 3. Najafabadi HJ, Saki AA, Bahrami Z, Ahmadi A,

Alipour D, Abdolmaleki M 2017; 7(3): 487-494 4. Oliveira MC, Machado MG, Gonçalves BN,

Macedo CMR, Assis FA 2009; 38(11): 2193-2197 5. Oliveira MC, Moraes VMB. Ciência Animal

Brasileira 2007; 8(3): 339-357

Tabela 1 - Qualidade de ovos de galinhas poedeiras alimentadas com suplementação dietética de diferentes prebióticos às 80 semanas de idade.

Variáveis1 Tratamentos2

EPM3 P RB MOS G+F+M β-glucano

GE (g.mL-1) 1,079 1,079 1,079 1,077 0,0012 0,794

AA (mm) 8,29 8,33 8,37 8,29 0,238 0,994

UH 80,32 79,37 80,17 81,90 1,727 0,770

IG 0,398 0,397 0,400 0,394 0,0052 0,819

IA 0,109 0,110 0,112 0,107 0,0047 0,911

EC (mm) 0,39 0,40 0,39 0,39 0,0042 0,777

PC (g) 5,62 5,51 5,50 5,68 0,189 0,886 1GE, gravidade específica; AA, altura de albúmen; UH, unidade haugh; IG, índice de gema; IA, índice de albúmen; EC, espessura da casca; PC, peso da casca. 2RB, ração basal; MOS, inclusão de mananoligossacarídeos; G+F+M, inclusão de galactooligossacarídeos, frutooligossacarídeos e mananoligossacarídeos; β-glucano, inclusão de prebiótico da parede celular de levedura. 3EPM, erro padrão da média.

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EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE PROTEASES ÁCIDAS E ALCALINAS SOBRE O DESEMPENHO ZOOTÉCNICO DE FRANGOS

B Colcetta¹, TP Ribeiro 1, JM de Oliveira1, A Massuquetto1, SA Borges¹

FGP Costa², IN Kaneko²

1 TECTRON – Toledo – PR, Brasil

2 Departamento de Zootecnia – UFPB – Areia – PB

Introdução

O uso de enzimas exógenas na nutrição animal vem crescendo consideravelmente nos últimos anos, principalmente em situações de alta nos custos das matérias-primas. As proteases são enzimas que auxiliam na digestibilidade dos ingredientes proteicos, favorecem a saúde intestinal dos animais, reduzem os efeitos dos fatores antinutricionais, suprem a baixa secreção de proteases endógenas em animais jovens, dentre outras vantagens. O objetivo do estudo foi avaliar a utilização de uma combinação de proteases ácidas e alcalinas e seus efeitos sobre ganho de peso, consumo de ração e a conversão alimentar de frangos de corte de 1 a 49 dias de idade.

Material e Métodos

O estudo foi conduzido na Universidade Federal da Paraíba em Areia-PB. Foram utilizados 640 pintos de corte machos da linhagem Cobb 500® de 1 a 49 dias, divididos em quatro tratamentos de oito repetições com vinte aves cada. A temperatura foi controlada e as aves receberam água e ração ad libitum. O programa de luz utilizado foi conforme as recomendações da linhagem. Os animais receberam um programa alimentar em 5 fases: Pré-Inicial (1 a 7 dias); Inicial (8 a 21 dias); Crescimento I (22 a 35 dias); Crescimento II (36 a 42 dias) e Abate (43 a 49 dias). Em cada dieta, os animais receberam quatro diferentes rações que compuseram os tratamentos avaliados, sendo: T1 – Controle Positivo (níveis nutricionais recomendados pelo manual da linhagem [2]); T2 - Controle Positivo + enzima (on top); T3 – Controle Negativo (T1 com redução de 25kcal de Energia Metabolizável, 0,625% de proteína bruta, 0,035% de lisina digestivel, 0,025% de metionina+cisteina digestível, 0,032% de treonina digestível) e T4 – Controle Negativo + enzima. A enzima utilizada foi um blend de proteases ácidas e alcalinas compostas por produtos da fermentação de Aspergillus niger e Bacillus subtilis, que foi fornecida na dose de 125g/t. A cada troca de dieta as aves e as sobras de ração foram pesadas para avaliar ganho de peso (GP), consumo de ração (CR) e conversão alimentar (CA). O delineamento utilizado foi inteiramente ao acaso arranjado em fatorial 2 x 2 (2 níveis nutricionais x com e sem enzima). Os dados das aves de 1 a 49 dias foram submetidos a análise de variância e, quando significativo, submetidos ao teste Tukey a 5%.

Resultados e Discussão

Houve interação dos tratamentos para variável GP e CA (P<0,0001). Para CR, os resultados foram todos semelhantes (P>0,05). As aves alimentadas com dietas com níveis nutricionais depreciados no tratamento controle negativo tiveram o pior GP e CA entre todos os tratamentos. Por outro lado, os animais que foram suplementados com 125g/t do blend de proteases

tiveram maior GP e melhor CA tanto em relação ao tratamento controle positivo quanto controle negativo. Os resultados foram semelhantes aos encontrados na literatura (1). Esses autores reduziram 6% de aminoácidos digestíveis e os animais apresentaram pior CA, que foi melhorada no tratamento com depreciação de aminoácidos, porém com suplementação de protease. A inclusão de protease na dieta dos frangos pode ter resultado em aumento da energia metabolizável [3]. Adicionalmente, também a suplementação de protease em dietas com baixa proteína bruta talvez possa reduzir a indigestibilidade das proteínas e a excreção de nitrogênio, sem redução no desempenho dos frangos [4]. Juntos, esses fatores possivelmente estão relacionados e possam explicar por que a protease melhorou CA dos frangos.

Tabela 1 – Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) de frangos recebendo rações com e sem blend de proteases de 1 a 49 dias.

Parâmetro CR (g) GP (g) CA (g/g)

Blend de Proteases

0 g/t 6351,0 3149,8 2,020 125 g/t 6465,5 3601,8 1,795 Probabilidade 0,1914 <0,0001 <0,0001

Controle

Positivo (CP) 6473,1 3436,1 1,886 Negativo (CN) 6343,5 3315,5 1,929 Probabilidade 0,1410 <0,0001 0,1011

Interação

T1. CP + 0 g/t 6416,6 3303,9b 1,942b T2. CP + 125 g/t 6529,6 3568,3a 1,829c T3. CN + 0 g/t 6285,5 2995,8c 2,097a T4. CN + 125 g/t 6401,5 3635,2a 1,761c Probabilidade 0,9859 <0,0001 <0,0001

CV (%) 3,78 1,51 3,78 Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem pelo teste Tukey a 5%.

Conclusão

Nas condições experimentais avaliadas, a redução nos níveis de proteina bruta, aminoácidos digestíveis e energia metabolizável reduziu o ganho de peso e piorou a conversão alimentar das aves. A suplementação do blend de proteases proporcionou maior ganho de peso e melhor conversão alimentar. Bibliografia

1. Cardinal KM et al. Revista Brasileira de Zootecnia 2019; 48:e20180232.

2. COBB, Suplemento de Nutrição e Desempenho de Frangos de Corte, 2018.

3. Ghazi S et al. British Poultry Science 2002. 43: 70-77. 4. Yu B et al. Animal Feed Science and Technology 2007.

134:283-294

43

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE PROTEASES ÁCIDAS E ALCALINAS SOBRE O RENDIMENTO DE CARCAÇA E CORTES EM FRANGOS

B Colcetta¹, TP Ribeiro 1, IM da Silva, SA Borges 1, FGP Costa ²

IN Kaneko ², MR de Lima³

1 TECTRON – Toledo – PR

2 Departamento de Zootecnia – UFPB – Areia – PB2 ³ Universidade Federal Sul da Bahia

Toledo – PR – Brasil

Introdução

O desenvolvimento da carcaça de frangos de corte é muito relacionado aos níveis de aminoácidos digestíveis das dietas. Os níveis de proteína bruta em dietas para aves, tem forte influência nos custos das rações. Logo a utilização de enzimas, como as proteases que tem a capacidade de melhorar a digestibilidade dos aminoácidos das dietas, bem como reduzir o seu preço pode ser uma grande alternativa na produção de frangos de corte. O objetivo do estudo foi avaliar a utilização de uma combinação de proteases ácidas e alcalinas e seus efeitos sobre os rendimentos de: carcaça, peito, coxa e sobrecoxa de frangos de corte de aos 49 dias de idade.

Material e Métodos

O estudo foi conduzido na Universidade Federal da Paraíba em Areia-PB. Foram utilizados 640 pintos de corte machos da linhagem Cobb 500® de 1 a 49 dias, divididos em quatro tratamentos de oito repetições com vinte aves cada. A temperatura foi controlada e as aves receberam água e ração ad libitum. O programa de luz utilizado foi conforme as recomendações da linhagem. Os animais receberam um programa alimentar em 5 fases: Pré-Inicial (1 a 7 dias); Inicial (8 a 21 dias); Crescimento I (22 a 35 dias); Crescimento II (36 a 42 dias) e Abate (43 a 49 dias). Em cada dieta, os animais receberam quatro diferentes rações que compuseram os tratamentos avaliados, sendo: T1 – Controle Positivo (níveis nutricionais recomendados pelo manual da linhagem [2]); T2 - Controle Positivo + enzima (on top); T3 – Controle Negativo (T1 com redução de 25kcal de Energia Metabolizável, 0,625% de proteína bruta, 0,035% de lisina digestivel, 0,025% de metionina+cisteina digestível, 0,032% de treonina digestível) e T4 – Controle Negativo + enzima. A enzima utilizada foi um blend de proteases ácidas e alcalinas compostas por produtos da fermentação de Aspergillus niger e Bacillus subtilis, que foi fornecida na dose de 125g/t. Aos 49 dias foram eutanasiados por deslocamento cervical um animal por parcela experimental que representava a média de peso, para avaliação dos rendimentos de: carcaça, peito, coxa e sobrecoxa. O delineamento utilizado foi inteiramente ao acaso arranjado em fatorial 2 x 2 (2 níveis nutricionais x com e sem enzima). Os dados de rendimentos aos 49 dias foram submetidos a análise de variância e quando significativos submetidos ao teste Tukey a 5%.

Resultados e Discussão

Houve interação para variável rendimento de sobrecoxa (P<0,05). As aves que tiveram os níveis nutricionais depreciados no tratamento controle negativo tiveram o menor rendimento de sobrecoxa entre todos os tratamentos. Por outro lado, os animais que foram

suplementados com 125g/t do blend de proteases tanto no tratamento controle positivo quanto no controle negativo apresentaram maior rendimento de sobrecoxa. Também houve efeito significativo (P<0,05), porém de maneira isolada, para os animais que receberam o blend de proteases. As aves que receberam a enzima tiveram maior rendimento de carcaça, rendimento de peito e rendimento de coxa independentemente da redução nutricional (controle positivo e controle negativo). Normalmente, quando a digestibilidade dos aminoácidos das dietas controle é baixa, a suplementação de protease pode beneficiá-la [2]. O desenvolvimento de peito e, consequentemente, de carcaça é fortemente relacionada à maior disponibilidade de aminoácidos como a lisina, pois normalmente o aumento dos níveis deste aminoácido está correlacionado a maiores rendimentos de peito [3]. Talvez essas possam ser as hipóteses pela qual a suplementação de protease exógena beneficiou os cortes avaliados.

Tabela 1 – Rendimento de carcaça (RC), rendimento de peito (RP), rendimento de coxa (RCx) e rendimento de sobrecoxa (RSCx) de frangos aos 49 dias recebendo rações com e sem blend de proteases.

Parâmetro RC (%)

RP (%)

RCx (%) RSCx (%)

Blend de Proteases

0 g/t 70,26b 38,55b 12,69b 14,53 125 g/t 76,56a 42,63a 14,34a 19,39 Valor de P. <0,0001 0,0041 <0,0001 <0,0001

Controle

Pos. (CP) 72,55 41,62 13,18 17,69 Neg. (CN) 74,28 39,56 13,85 16,24 Valor de P. 0,0639 0,1231 0,0679 0,0065

Interação

CP + 0g/t 69,37 38,77 12,52 15,76b CP + 125g/t 75,72 44,47 13,85 19,61a CN + 0 g/t 71,16 38,33 12,86 13,31c CN + 125 g/t 77,40 40,80 14,84 19,17a Valor de P. 0,9493 0,2208 0,3582 0,0494

CV (%) 3,21 8,38 6,80 7,56

Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem pelo teste Tukey a 5%.

Conclusão

Nas condições experimentais avaliadas, a suplementação do blend de proteases proporcionou maiores rendimentos de cortes em geral.

Bibliografia

1. COBB, Suplemento de Nutrição e Desempenho de Frangos de Corte, 2018.

2. Cowieson AJ, Roos FF. Journal of applied animal nutrition 2013. 2:e13.

3. Rezaei M et al. International Journal of Poultry Science 2004. 3 (2): 148-152.

44

CAPÍTULO 3

SANIDADE

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EFEITO DA VACINA VIVA GENETICAMENTE MODIFICADA CONTRA SALMONELLA TYPHIMURIUM SOBRE A MICROBIOTA INTESTINAL DAS AVES

GBC Salles1, EC Muniz*1, BCB Beirão2, M Ingberman2, D Mesa3, LF Caron3 1 Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda – São Paulo/Brasil

2Imunova Análises Biológicas – Curitiba/Brasil 3Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Departamento Biologia Molecular – Curitiba/Brasil

Introdução

A funcionalidade do intestino depende da microbiota intestinal, que é essencial para o metabolismo e absorção de nutrientes e outros compostos consumidos pelos animais. Uma microbiota saudável apresenta diversidade de gêneros microbianos em um delicado equilíbrio, permitindo um aumento da capacidade metabólica do intestino. A dinâmica populacional da microbiota intestinal é alterada de acordo com a idade, nutrição, estresse, doenças infecciosas bacterianas, probióticos e antimicrobianos (1). As vacinas vivas geneticamente modificadas tem sido utilizadas para controlar doenças bacterianas em aves como por exemplo as causadas pela Salmonella enterica. O propósito deste trabalho foi de investigar a diversidade da microbiota intestinal das aves vacinadas com vacina viva modificada contra a Salmonella Typhimurium e Salmonella Heidelberg comparativamente a aves não vacinadas. Material e Métodos

A análise da diversidade da microbiota intestinal foi feita através de sequenciamento de nova geração. Esta metodologia permite gerar uma grande quantidade de dados, permitindo a identificação de gêneros bacterianos que não são cultiváveis por técnicas clássicas de microbiologia. O sequenciamento dos gêneros foi feito por: 1) amplificação, por PCR, do gene 16S rRNA. Este gene é escolhido para amplificação por ser um gene housekeeping (de presença universal), além de possuir regiões que são conservadas dentro de cada espécie; 2) os amplicons do PCR são sequenciados com plataforma de nova geração, o que gera um volume de dados muito grande com rapidez. O princípio de leitura do equipamento permite ler cada “extensão” (cada amplicon vindo do PCR) em um grande conjunto em que cada sequência tem o mesmo peso. Isso permite analisar a frequência de cada gênero amplificado no PCR (2 e 3). O delineamento experimental desse estudo envolveu dois tratamentos identificados como controle e Poulvac ST, onde as aves foram criadas em isoladores e receberam ração e água a vontade. Somente as aves do grupo Poulvac ST foram vacinadas no primeiro dia de vida por spray conforme as recomendações do fabricante. As aves utilizadas no experimento eram oriundas de um incubatório comercial e tinham a mesma origem de matrizes. Quando completaram 03 dias de idade foram coletadas e processadas 16 amostras de conteúdo cecal, referentes aos dois tratamentos diferentes, sendo que cada tratamento estava conformado por oito réplicas.

Resultados e Discussão

Foram identificados 141 gêneros bacterianos nos dois tratamentos. No grupo Controle, os gêneros mais abundantes foram Streptococcus, Blautia,

Ruminococcus torques e Escherichia-Shigella. No grupo Poulvac ST, foram Ruminococcus torques, Escherichia-Shigella, Enterococcus e Klebsiella. (Figura 1).

Figura 1. Foram identificados 23 gêneros com abundância significativamente diferente entre os dois tratamentos. A comparação detalhada mostrou aumento significativo dos gêneros Ruminococcus torques, Klebsiella e Lactobacillus, entre outros, no grupo Poulvac ST quando comparado ao grupo controle. Por outro lado, foi observada queda significativa do gênero Streptococcus no grupo Poulvac ST quando comparado ao grupo Controle. Quanto aos indicadores de biodiversidade (índice Chao1 e número de OTUs) das comunidades bacterianas, foi observado aumento significativo da biodiversidade do grupo Controle quando comparado ao grupo Poulvac ST pelo índice de Chao1 (Figura 2).

Figura 2. Conclusão

O tratamento com Poulvac ST levou a mudanças significativas na composição da microbiota cecal das aves aos 3 dias de idade. Foi observado aumento significativo na abundância da espécie Ruminococcus torques e dos gêneros Klebsiella e Lactobacillus.

Bibliografia

1. Quiroz-Castaneda RE, Dantán-Gonzales E. BioMed Research International. 2015; doi:10.1155/2015/430610.

2. Caporaso JG, Lauber CL, Walters WA, Berg-Lyons D, Lozupone CA, Turnbaugh PJ, Fierer N, Knight R, 2011: Proceedings of the National Academy of Sciences 108, 4516-4522.

3. Degnan, P.H., Ochman, H., 2012: The ISME Journal 6, 183-194.

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TESTE DE SENSIBILIDADE A ANTICOCCIDIANOS PARA Eimeria acervulina EM GRANJAS DE FRANGO DE CORTE NO ESTADO DO PARANÁ

GBC Salles*1, EC Muniz1, J Griebeler2, IL Santos3 1 Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda – São Paulo/Brasil

2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Porto Alegre/Brasil 3Centro de Amparo à Pesquisa Veterinária – Amparo/Brasil

Introdução

O impacto econômico global anual citado devido às perdas de produção pela coccidiose, bem como aos custos de prevenção e tratamento, é estimado em US $ 3 bilhões por ano (1). O último ionóforo descoberto foi no início dos anos 90. Não existe previsão que ionóforos anticoccidianos sejam lançados para comercialização nos próximos anos, por esse motivo é essencial que a indústria preserve a eficácia dos ionóforos disponíveis, impedindo o desenvolvimento de resistência anticoccidiana pelas Eimerias (2). O teste de sensibilidade a anticoccidianos também conhecido como anticoccidial sensitivity test (AST) fornece dados para ajudar a elaborar e aperfeiçoar programas de anticoccidianos utilizados em frangos de corte. A eficácia dos diversos anticoccidianos é avaliada por meio de análises de ganho de peso, conversão alimentar (CA) e mortalidade, bem como dos escores de lesão pelo método de Johnson & Reid, 1970, para cada Eimeria alvo. O propósito deste trabalho foi de realizar o teste de sensibilidade aos anticoccidianos comumente utilizados no Brasil frente a um isolado de Eimeria acervulina.

Material e Métodos

O isolado de Eimeria acervulina utilizado para a realização do AST foi obtido a partir de amostras de fezes de frango de corte coletadas em uma integração no estado do Paraná. Foram coletadas em 8 galpões aproximadamente 5 kg de fezes no total e as mesmas foram acondicionadas junto com solução de dicromato de potássio para manter a integridade dos oocistos. Após a coleta das fezes, os oocistos foram purificados, quantificados e identificados na sua maioria para E. acervulina para formar os inóculos. O processo de purificação dos oocistos foi realizado visando uma maior separação da espécie alvo de Eimeria a ser empregada para a realização dos testes seguintes. O AST foi realizado em frangos de corte (machos) alojados em gaiolas suspensas e livres de coccidias. Cada teste AST é composto por 4 repetições e 6 aves por tratamento. As aves receberam uma ração inicial padrão (não medicada com anticoccidiano) até os 11 dias de idades. A partir do 12º dia até o final do experimento, as aves receberam as respectivas rações medicadas com diferentes anticoccidianos nos tratamentos/grupos pré-determinados no delineamento experimental: T1 – Controle negativo (não medicado e não desafiado), T2 – Controle positivo (não medicado e infectado), T3 – Lasalocida (90 ppm), T4 – Maduramicina (6 ppm), T5 – Decoquinato (30 ppm), T6 – Nicarbazina + Semduramicina (66 ppm), T7 – Monensina (110 ppm), T8 – Salinomicina (66 ppm), T9 – Nicarbazina + Narasina (100 ppm) e T10 – Nicarbazina (125 ppm). Aos 21 dias de idade todas as aves foram pesadas, foi pesada também a sobra de ração por gaiola e calculada a conversão alimentar. Nesta mesma data todas as aves foram sacrificadas e classificadas conforme escore de lesão para E. acervulina (3). Resultados e Discussão

Os resultados de conversão alimentar e a média dos

escores de lesão obtidos estão na Tabela 1. No grupo controle negativo foi encontrado somente duas aves apresentando lesão de escore grau I, sendo que 91,67% das aves não apresentaram nenhuma lesão característica de E. acervulina. No grupo controle positivo encontramos escores de lesões 0 a 3, sendo que 87,51% das aves apresentaram escores de lesão maior ou igual a 2. Estes resultados validaram este teste AST.

Tabela 1 – Resultados de médias ± erro padrão de conversão alimentar e escores de lesão nos diferentes tratamentos aos 21 dias de idade das aves.

Trat. Escores de lesão de E. acervulina

Conversão Alimentar (Kg)

T1 0,083A ± 0,058 1,441A ± 0,021 T2 2,208E ± 0,170 1,825DE ± 0,084

T3 1,292BCD ± 0,221 1,727BCD ± 0,064

T4 1,083B ± 0,208 1,870E ± 0,050 T5 1,000B ± 0,170 1,626B ± 0,099

T6 1,250BC ± 0,138 1,654B ± 0,023

T7 1,750CDE ± 0,183 1,771CDE ± 0,071 T8 1,833DE ± 0,214 1,790CDE ± 0,067

T9 1,833DE ± 0,206 1,761CD ± 0,061

T10 1,708CDE ± 0,141 1,716BC ± 0,064

Análise estatística feita pelo teste de Duncan e Kruskal-Wallis (0,05 de significância)

Os resultados de conversão alimentar no tratamento 02 (controle positivo) comprovam que a Eimeria acervulina é altamente prejudicial para o desempenho das aves, diferindo significativamente do tratamento 01 (controle negativo). Os tratamentos com baixos escores de lesão associados ao melhor desempenho zootécnico relacionado a conversão alimentar, indicam a mais alta eficácia da molécula e pode auxiliar na escolha do melhor programa de anticoccidianos para aquele momento.

Conclusão

Os tratamentos mostraram diferenças significativas em relação a eficácia entre os anticoccidianos testados para esta cepa de E. acervulina de campo.

Bibliografia

4. Quiroz-Castaneda RE, Dantán-Gonzales E. BioMed Research International. 2015; doi:10.1155/2015/430610.

5. Bafundo KW, Cervantes HM, Mathis GF. Poultry Science 2008; 87:1760-1767

6. Johnson J, Reid WM. Experimental Parasitology 1970; 28:30-36

47

INFLUÊNCIA NA RESPOSTA SOROLÓGICA DE AVES VACINADAS CONTRA BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS, EM LOTES POSITIVOS PARA

MYCOPLASMA SINOVIAE

G. T.K Bittencourt1; P. A Esteves2; T. M. Gomes 3; L. F. Wolkhe4

1 Mestranda em sanidade e produção animal IFC 2 Dr. Pesquisador Embrapa suínos e aves

3 Dra. IFC campos Concórdia 4. Msc. Indústria de alimentos

INTRODUÇÃO

Fatores como sanidade, qualidade e preço contribuíram para aperfeiçoar a produtividade no setor. Diante disso, a preocupação com a sanidade dos animais é uma das grandes preocupações do mercado, sendo que o controle da Bronquite Infecciosa (BI) das aves e a erradicação do Mycoplasma synoviae (Ms) em granjas de reprodução tem se tornado um grande desafio. A BI, causada por um Coronavírus, o Vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas (IBV), trata-se de uma doença viral aguda e altamente contagiosa. Já a micoplasmose é causada pela menor bactéria existente e possui uma grande capacidade de disseminação no lote de matrizes sendo que, uma vez positivo, o lote permanece com esse status até o fim da sua vida. Ambas as doenças apresentam sinais clínicos semelhantes afetando a parte respiratória, tornando-se secundária uma à outra. O objetivo do presente trabalho foi analisar se existem diferenças nos resultados sorológicos de lotes vacinados contra BI, sendo estes positivos ou negativos para Ms. MATERIAL E MÉTODOS

Foram avaliados os títulos vacinais de bronquite infecciosa a fim de verificarmos a existência ou não, de interferência na resposta sorológica pela positividade de Ms. Para isso, foram verificados os resultados de 326 amostras de soro coletadas no período de 2014 à 2018, em lotes de matrizes de uma agroindústria do Oeste catarinense. Para avaliar o efeito a presença de Micoplasma Sinoviae sobre o título médio de BI foi aplicado o teste t para comparação de dados não pareados. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O teste t mostrou efeito significativo (p≤0,05) da presença de Micoplasma Sinoviae sobre o título médio de bronquite considerando a fase de cria e recria (Figura 1). Analisando somente os dados da fase de produção o teste t não mostrou efeito significativo (p>0,05) da presença de Micoplasma Sinoviae sobre o título médio de bronquite (Figura 2). Com este trabalho, verificamos que os lotes de cria e recria imunizados para VBI positivos para micoplasmose sofrem alterações nos títulos vacinais frente ao IBV. É sabido que a severidade do quadro clínico das aves portadoras de Ms depende do tipo de agente secundário, como exemplo o IBV (BACK, 2010).

Figura 1 Histograma da distribuição dos títulos médios de bronquite nas fases de recria e produção em função da presença de Micoplasma Sinoviae.

Figura 2. Histograma da distribuição dos títulos médios de bronquite na fase de produção das matrizes em função da presença de Micoplasma Sinoviae. CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos, os índices de anticorpos frente a IBV considerando a fase de cria e recria sofrem influência significativa em decorrência da presença de Ms. Porém, tal influência não foi verificada nas aves em fase de produção testadas.

BIBLIOGRAFIA

APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, 2009. p 631-648. BACK, Alberto. Manual de Doenças das aves, 2010. 2ª Ed. Ed. Integração. 311 p. MAPA, 2020 Disponível em < http://www.agricultura.gov.br/animal/especies/aves>. DI FÁBIO, JOSÉ; BUITRAGO, L. Y. V. Doenças das Aves. Campinas: Fundação.

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COMPARAÇÃO DA IgA INTESTINAL EM AVES VACINADAS CONTRA SALMONELLA VIA SPRAY E ÁGUA DE BEBIDA

EC Muniz*1, RS Simões2, M Ingberman3, BCB Beirão4, Dany Mesa4, LF Caron4 1 Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda – São Paulo/Brasil

2Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Palotina/Brasil 3Imunova Análises Biológicas – Curitiba/Brasil

4Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Departamento Biologia Molecular – Curitiba/Brasil

Introdução

A infecção pela Salmonella enterica ocorre antes no intestino e depois acontece a disseminação de vários compartimentos e órgãos por via sistêmica. É importante lembrar que a maior parte da imunidade local na superfície da mucosa intestinal é garantida pela IgA. Esse anticorpo é fundamental para prevenir ou reduzir a penetração da Salmonella representando um mecanismo de proteção muito eficiente (1). O processo de vacinação é um ponto crítico na proteção das aves contra a Salmonella enterica. Por uma questão de praticidade, a maioria das vacinações com vacinas vivas contra as Salmonelas são realizadas através da água de bebida. O propósito deste trabalho foi de realizar a medição e comparação da quantidade de igA intestinal em aves vacinadas contra a Salmonella via spray e água de bebida. Material e Métodos

Para a realização desse estudo comparativo foram alojados pintinhos de mesma origem em 02 aviários da mesma propriedade com estrutura idêntica e mesma nutrição e orientação de manejo. Todos os pintinhos receberam a vacina viva contra Salmonella Typhimurium e Salmonella Heidelberg (Poulvac ST) por spray com gota grossa no incubatório no primeiro dia. Quando as aves atingiram 14 dias foi realizada a dose de reforço sendo que um dos aviários foi vacinado via spray e o outro via água de bebida. Antes da vacinação foi realizada a coleta de 08 pools de fezes frescas de cada aviário para analisar a presença de igA intestinal. Após 4 dias da vacinação também foi realizada a coleta nos dois aviários com a mesma amostragem. Fezes foram diluídas seriadamente e cada diluição foi testada por ELISA específico (Kit GIgA) contendo LPS ou Flagelina de ST. A maior diluição com sinal positivo foi utilizada como referência de título de IgA nas fezes. Resultados e Discussão

Na primeira coleta, realizada antes da aplicação da segunda dose da vacina viva já foi detectada a presença da IgA anti-LPS e anti-flagelina de S. Typhimurium decorrente da primeira vacinação do incubatório. Na segunda coleta observou-se aumento significativo da IgA anti-LPS e anti-flagelina de S. Typhimurium no aviário vacinado por spray. Esse aumento é esperado e constitui o principal objetivo da segunda dose realizada no campo de maneira massal. Os anticorpos de mucosa tem uma tendência de reduzirem rapidamente e a dose de reforço melhora significativamente a proteção local da mucosa. Os resultados estão compilados na figura abaixo. Há diferença estatística entre os tempos para a média

geométrica dos títulos (Teste de Mann-Whitney, P < 0,05)

Os resultados da segunda coleta no aviário vacinado via água de bebida demonstraram uma manutenção do título anti-LPS e uma redução do título anti-flagelina. A comparação entre os resultados dos títulos depois da segunda dose indicam que a vacinação realizada via spray resultou em uma resposta tão boa ou mesmo melhor do que o das aves vacinadas pela água de bebida. Esse resultado é importante do ponto de vista prático, pois em determinadas granjas o produtor pode preferir realizar a vacinação por spray dada a facilidade e segurança desse método. Uma vantagem da aplicação spray é a rapidez e o uso de um menor volume de água em relação método via água de bebida. Além disso, a vacinação spray depende exclusivamente da destreza do aplicador e da qualidade do equipamento, onde a vacinação via água de bebida tem dependência do sistema hidráulico da granja (biofilme, presença de cloro, manutenção, dosagem, jejum hídrico, qualidade dos equipamentos). Conclusão

No grupo tratado via spray foi possível verificar um aumento no titulo de IgA tanto para anti-LPS quanto para anti-flagelina no período do teste. Para o tratamento via água, os títulos para LPS não foram alterados enquanto que o titulo para flagelina foi estatisticamente reduzido no mesmo período. Bibliografia

7. Corthésy B. Autoimmun Rev 2012, 12:661-665. 2012; https://doi.org:10.1016/j.autrev.2012.10.012.

8. Corthésy B. Future Microbiol 2010, 5:817-829. https://doi.org/10.2217/fmb.10.39.

9. Gutzei C, Magri G, Cerutti A. Immunol Ver 2014. 260:76-85. https://doi.org/10.1111/imr.12189

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MEDIÇÃO DA IgA INTESTINAL EM AVES VACINADAS CONTRA SALMONELLA COM E SEM MEDICAÇÃO INJETÁVEL NO INCUBATÓRIO

EC Muniz*1, RS Simões2, M Ingberman3, BCB Beirão4, Dany Mesa4, LF Caron4 1Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda – São Paulo/Brasil

2Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Palotina/Brasil 3Imunova Análises Biológicas – Curitiba/Brasil

4Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Curitiba/Brasil

Introdução O tropismo da Salmonella enterica para o trato gastrointestinal sugere que a aplicação de vacinas de mucosa deve ser favorecida com objetivo de atingir os sítios especializados do sistema imune como as placas de Peyer resultando em uma robusta formação de imunidade local pela ativação dos linfócitos T e pela resposta por anticorpos (principalmente igA) no tecido linfóide associado ao intestino. A prevenção ou redução da penetração da barreira epitelial dos enteropatógenos, como a Salmonella, pela igA específica tem sido apontada como um mecanismo crucial de proteção e manutenção da homeostase da microbiota. Por outro lado, a medicação injetável realizada no incubatório tem sido utilizada para diminuir a mortalidade inicial dos lotes de frangos de corte. O propósito deste trabalho foi de realizar a medição e comparação da igA intestinal em aves vacinadas contra a Salmonella com e sem medicação injetável no incubatório. Material e Métodos Para a realização desse estudo comparativo foram alojados pintinhos de mesma origem em 04 aviários com estrutura idêntica e mesma nutrição e orientação de manejo. Todos os pintinhos receberam a vacina viva contra Salmonella Typhimurium e Salmonella Heidelberg (Poulvac ST) por spray com gota grossa no incubatório no primeiro dia de vida das aves. Foram utilizados os antimicrobianos Ceftiofur e Gentamicina in ovo no 18º dia de desenvolvimento embrionário juntamente com a vacina de Marek. Para cada aviário medicado, havia um aviário sem medicação (grupo controle negativo). Quando as aves completaram 4 dias de idade foram feitas coletas de 07 pools de fezes frescas de cada aviário para analisar a presença de igA intestinal. A igA foi medida por ELISA específico (Kit GIgA) contendo LPS ou Flagelina de ST de acordo com as orientações do fabricante. A maior diluição com sinal positivo foi utilizada como referência de título de IgA. Resultados e Discussão O uso de Ceftiofur elevou a média de anticorpos nas aves do aviário medicado. A média geométrica de IgA anti-LPS de S. Typhimurium passou do limiar de corte (> 8,22) com o uso do antibiótico. Houve também um aumento (não estatisticamente significativo) na quantidade de IgA anti-flagelina de S. Typhimurium. O uso de gentamicina reduziu a quantidade de IgA anti-LPS, mas ambos os grupos, tratado e não tratado, ficaram abaixo do limiar de corte. Contudo, o uso de gentamicina elevou a quantidade de IgA anti-flagelina de salmonela.

Os resultados apontam que poderia haver uma sinergia entre o uso de antimicrobiano injetável com a vacina viva utilizada, principalmente no caso do Ceftiofur. Isso poderia ser decorrente de um controle na quantidade da microbiota intestinal no momento da aplicação da vacina, uma vez que o antimicrobiano foi administrado in ovo. O princípio ativo do Ceftiofur tem rápida metabolização e atuaria principalmente antes do nascimento do pintinho. Esse possível sinergismo pode ser utilizado para que a atuação da vacina seja mais efetiva na indução da resposta imune por meio da igA intestinal. Toda intervenção que aumente a produção de igA específica contra a Salmonella é altamente favorável dada a importância dessa imunoglobulina na resposta local intestinal. Conclusão Os resultados de anti-LPS e anti-flagelina são interpretados em conjunto. Em suma, o uso de antibióticos elevou a resposta de IgA anti-salmonela nas amostras analisadas. Esse efeito foi melhor observado no caso do Ceftiofur. Outros estudos devem ser realizados para ampliar o entendimento desse efeito sinérgico. Bibliografia 10. Mantis NJ, Rol N, Corthésy B. Mucosal Immunol 2011,

4:603-611. https://doi.org/10.1038/mi.2011.41. 11. Michetti P, Porta N, Mahan MJ, Slauch JM, Mekalanos JJ,

Blum AL, Kraehenbuhl JP, Neutra MR. Gastroenterology 1994, 107:915-923. https://doi.org/10.1016/0016-5085(94)90214-3.

12. Forbes SJ, Eschmann M, Mantis NJ. Infect Immun 1992, 80:2454-2463. https://doi.org/10.1128/IAL00018-12

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MARCADORES EPIDEMIOLÓGICOS DE RESISTÊNCIA À FOSFOMICINA EM ESCHERICHIA COLI DE ORIGEM AVIÁRIA

F. Juscele¹; J. Reple¹; MP Vieira¹; T Knobl¹; ¹Departamento de Patologia Experimental e Comparada

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ/USP São Paulo/SP – Brasil

Introdução

O aumento da resistência bacteriana aos antibióticos utilizados nas medicinas veterinária e humana, e a transferência horizontal de genes de resistência entre as espécies representam uma ameaça à Saúde Pública. Estima-se que a mortalidade anual por infecções bacterianas causadas por microrganismos multirresistentes afete 10 milhões de pessoas em 2050, se não forem adotadas medidas de uso prudente (O`Neill, 2014). A Fosfomicina consta na lista da Organização Mundial da Saúde de Antimicrobianos criticamente importantes. Isto porque persiste como uma das poucas opções terapêuticas para as infecções as quais trata, muitas delas multirresistentes, e ainda pode haver transmissão de bactérias e/ou genes de resistência a partir de fontes não-humanas (WHO, 2016). Material e Métodos

Foram selecionados dois sistemas de integração de frangos de corte. As integrações apresentam taxas abates variando de 60.000 a 200.000 aves por dia. Em cada sistema de integração, foram selecionados ao acaso vinte galpões, onde as coletas de fezes foram realizadas. As amostras foram cultivadas em meio BHI, seguido de plaqueamento em ágar MacConkey a 37°C. As colônias que se confirmaram através da série bioquímica foram então estocadas em meio Lúria-Bertani. As amostras foram avaliadas a respeito da Concentração Inibitória Mínima (CIM) para a fosfomicina, em meio ágar 1,5% e glicose-6-fosfato com 256µg de fosfomicina. Tal concentração foi determinada de acordo ao ponto de corte estabelecido pelo CLSI (Clinical & Laboratory Standards Institute, 2012). A extração de DNA foi realizada segundo a metodologia descrita por Boom et al. (1990). Três pares de primers foram utilizados na pesquisa do gene fosA3 no DNA extraído, de acordo com a metodologia descrita por Fernandes et al., 2016. Resultados e Discussão

Os resultados apontaram a presença de cepas resistentes à fosfomicina nas amostras coletadas. Entre estas integrações, uma declarou uso de fosfomicina recente, enquanto as demais não declararam fazê-lo. A tabela 1 exibe os resultados obtidos na prova de concentração inibitória mínima.

Tabela 1 -Resultados gerais da avaliação da CIM

Integração Suscetível Resistente

Integração 1 62 33

Integração 2 19 74

1 – Houve uso declarado de fosfomicina como melhorador de desempenho A pesquisa do gene fosA3 revelou que o gene foi detectado em somente dois galpões, presentes em uma das integrações selecionadas.

‘ Figura 1 – amostras positivas para fosA3 Conclusão

Os resultados dos experimentos nos permitem concluir que a resistência à fosfomicina, apesar de presente nas populações bacterianas de frangos criados na região sudeste do Brasil, não ocorrem necessariamente pela presença do gene fosA3. Ainda, a presença de resistência não se fez necessariamente somente onde o uso de fosfomicina era declarado, mas também em propriedades onde não havia tal uso alegado. Isso demonstra que o estado atual de resistência à fosfomicina é digno de nota, e medidas preventivas à disseminação desta resistência devem ser adotadas. Este trabalho indica a necessidade de pesquisas mais extensas a respeito da resistência a este antibacteriano. Bibliografia 1. Boom, R., C. J. A. Sol, M. M. M. Salimans, C. L. Jansen, e P.

M. E. Wertheim Van Dillen. “Rapid and Simples Method for Purification of Nucleic Acids.” Journal of Clinical Microbiology, 1990: 495-503.

2. O'Neill, Jim. “Tackling Drug-Resistant Infections Globally: Final Report and Recommendations.” Review on Antimicrobial Resistance, 2016: 84.

3. WHO. “Worldwide country situation analysis: response to antimicrobial resistance.” 2015: 5

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AVALIAÇÃO DA COLONIZAÇÃO PRECOCE POR LACTOBACILLUS spp. ADMINISTRADO POR ASPERSÃO EM PINTINHOS TRATADOS COM ANTIMICROBIANOS IN OVO

F Matté*1, FL Gazoni1, ID Praxedes-Campagnoni1, EM Ternus1, T Urbano1, T Malta1, AAS Baptista2 1Vetanco Brasil Chapecó, SC

2Universidade Estadual de Londrina, DMVP, Laboratório de Medicina Aviária, Londrina, PR

Introdução Os probióticos ajudam a estabilizar e manter o balanço da microbiota intestinal das aves, contribuindo com a saúde do hospedeiro. A aspersão de probióticos sobre os pintinhos logo após a eclosão é uma pratica que tem sido adotada com frequência. Também observa-se em algumas circunstâncias o emprego de antimicrobianos, seja in ovo ou via subcutânea ainda no incubatório. Diante disso, este estudo foi realizado com o propósito de avaliar a viabilidade de colonização de papo e intestino por cepas probióticas quando administradas em aves tratadas com antimicrobianos in ovo. Material e Métodos Frangos de corte (54), linhagem Ross, com um dia de vida foram submetidos a aspersão de FloraMax-B11 (FMB11 - probiótico constituído por 11 cepas de Lactobacillus), na dose de 0,6g/100 aves. Após o tratamento os animais foram encaminhados para o Laboratório de Medicina Aviária – LMA/UEL para colheita de material e análises. Foram realizados 6 tratamentos: T1-Controle negativo, T2-FMB11 spray, T3-FMB11 spray + Ceftiofur (Ceft) in ovo 0,12mg/ave, T4-Ceft in ovo 0,12mg/ave, T5-FMB11 spray + Gentamicina (Genta) in ovo 0,2mg/ave e T6-Genta in ovo 0,2g/ave. No laboratório, quatro horas após o tratamento, nove aves por grupo foram sacrificadas e colhidos os papos e intestinos (duodeno, jejuno, íleo e cecos) para a determinação da população de Lactobacillus spp. (UFC/ml). O material foi macerado e diluído em PBS (pH 7,2) e realizado a diluição seriada com plaqueamento em ágar Rogosa seguido de incubação a 37° por 48h. Os dados foram submetidos à análise de variância, seguido de teste de comparação de médias, Scott-Knott, adotando 5% de significância. Esse estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no uso de Animais - CEUA/UEL N° 14676.2019.56.

Resultados e Discussão

Nas figuras 1 e 2 estão expressos os valores (Log UFC/mL) de Lactobacillus spp. quantificados nos papos e intestinos respectivamente.

Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo Teste de Scott-

Knott (P<0,05).

Figura 1. Determinação de Lactobacillus spp. (Log UFC/mL) no papo de frangos de corte quatro horas após receber os tratamentos.

Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo Teste de Scott-

Knott (P<0,05).

Figura 2. Determinação de Lactobacillus spp. (Log UFC/mL) no intestino de frangos de corte quatro horas após tratamentos.

Os grupos que receberam FloraMax-B11 apresentaram uma maior contagem de Lactobacillus spp. diferindo significativamente dos grupos controle, indicando que o fornecimento do probiótico permitiu uma colonização intestinal precoce e que a presença dos antimicrobianos (Ceftiofur e Gentamicina) não inibiu estatisticamente, a atividade ou ação da população Lactobacillus spp. no papo e intestino das aves. A colonização intestinal precoce por bactérias ácido lácticas (Lactobacillus spp.) proporciona efeitos positivos para as aves, já que acelera a estabilidade da microbiota e protege contra bactérias patogênicas e oportunistas (1), além disso, modulam a resposta imune das aves (2), desta forma o uso do FloraMax-B11 pode favorecer uma melhor resposta das aves frente as infecções por enteropatógenos quando fornecido logo após o nascimento. Conclusão O uso dos antimicrobianos in ovo não interferiu na colonização dos Lactobacillus, e o fornecimento do FloraMax-11 por aspersão proporcionou uma colonização precoce significativa nos papos e intestinos das aves. Bibliografia 1. Seifi, K. et al. Poultry Science, v. 96, n.7, p.2151-

2158,2017. 2. Rocha TS, Baptista, AAS, Donato TC, Milbradt EL,

Okamoto AS, Rodrigues JZ, Coppola MP, Andreatti Filho RL. Poultry Science 2012; n.91, p.362-369

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CARACTERIZAÇÃO GENÔMICA DOS ISOLADOS DE REOVIRUS CIRCULANTES NO BRASIL

PD Lopes1, JP Zuffo1, CEC Oliveira1, ALD Volpe1, PR Pelissaro1, J Wolf1

1Equipe corporativa de Saúde Animal - Seara Alimentos, Brasi

INTRODUÇÃO________________________________ O Reovirus das aves (ARV) é um agente infeccioso causador de grandes perdas econômicas na indústria avícola. É um vírus de RNA que contem 10 segmentos genômicos, sendo 3 pertencentes ao segmento de classe L (L1, L2 e L3), 3 do segmento de classe M (M1, M2 e M3) e por fim, 4 pertencentes ao segmento S (S1, S2, S3 e S4). Esses segmentos são importantes na codificação de 8 proteínas estruturais e 4 não estruturais. A proteína estrutural σC, importante durante o ataque celular, possui regiões variáveis e é relevante por induzir a produção anticorpos neutralizantes (Zhong et al., 2016). O ARV pode causar tanto a doença subclínica quanto a clínica. O vírus é reconhecido por causar síndrome de artrite severa, e algumas ocasiões alta mortalidade, entretanto pode estar envolvido em doença entérica e respiratória, miocardite e hepatite (Souza et al., 2018). Nos últimos anos, estudos apontam o surgimento de variantes, nas quais não são controladas pelas vacinas comerciais existentes. Sendo assim, o intuito do trabalho foi isolar Reovirus de articulações de frangos de corte com ou sem sinais de artrites e caracterizar a evolução molecular do vírus no Brasil, providenciando embasamento para medidas de controle e prevenção da doença. MATERIAL E MÉTODOS________________________ Foram realizadas coletas de articulações de frangos de corte nas idades de 7, 14, 28 e 45 dias de idade, oriundos de produções de diferentes regiões do Brasil (Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia e São Paulo). As amostras foram propagadas em ovos embrionados SPF de 5 ou 6 dias de idade. Em seguida, foram coletadas as membranas cório-alantoides dos ovos infectados e realizada a análise de RT-PCR para confirmação do isolamento viral. As amostras positivas foram enviadas para o laboratório Simbios Biotecnologia para realização do sequenciamento genético da proteína σC. As sequências de nucleotídeos obtidas foram alinhadas pelo método de ClustalW e depois submetidas às análises filogenéticas para serem classificadas entre os 6 diferentes grupos (clusters) de linhagens de Reovírus (grupos /clusters I, II, II, IV, V, VI). Foi utilizado o método neighbor-joining, com base no modelo de distanciamento genético de Jukes-Cantor (Souza et al., 2018). RESULTADOS E DISCUSSÂO___________________ De 56 amostras coletadas, apenas 18 foram positivas para Reovirus e 16 foram sequenciadas (Figura 1). As duas amostras não sequenciadas foram classificadas como positivas fracas. As amostras identificadas com os IDs 1657, 1659, 1661, 1663, 1664, 1665, 1668, 1670, 1671, 1673 e 1674 foram compatíveis com genótipos do cluster 1. Há divergência de 40% nas sequências de aminoácidos, quando comparados os genótipos deste grupo, incluindo as cepas vacinais (S1133, 1733 e 2408). As amostras com os IDs 1672 e 1666 apresentaram sequências de aminoácidos mais próximas ao cluster 5 (divergência média 33% na sequência de aminoácidos com

genótipos deste grupo). Já a amostra com ID1662 apresentou sequência de aminoácidos mais próxima ao cluster 3 (divergência média 72% na sequência de aminoácidos). As amostras com IDs 5164 e 5165 mostraram-se compatíveis com genótipos do cluster 2.

Figura 1. Análise filogenética da composição de aminoácidos do gene σC do ARV. Os ARV’s foram identificados pelos nomes estados, nos quais foram isolados. Os isolados de ARV não apresentaram similaridade genética com as cepas vacinais. Sendo assim, o uso de vacinas comerciais pode induzir proteção parcial ou ineficiente contra as variantes isoladas, demonstrando a necessidade do desenvolvimento de novas vacinas que sejam eficientes no controle dos isolados brasileiros. Vários países já relataram problemas com as variantes de Reovirus (Zhong et al., 2016; Egaña-Labrin et al., 2019). O primeiro passo para gerar medidas de controle e estratégias de proteção eficientes contra ARV, é caracterizar os isolados que causam a doença e formular vacinas autógenas para cada país/ região. CONCLUSÃO________________________________ Conclui-se que há variantes de ARV, geneticamente diferentes entre si, circulando pelo país. As informações geradas no presente estudo ajudam a entender a epidemiologia de Reovirus no Brasil REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS_______________ 1. Souza, S.O., De Carli, S., Lunge V.R., Ikuta N., Canal C.W., Pavarini S.P., Driemeier D. Poultry Science, 2018. 2. Zhong, L.; Gao, L.; Liu, Y.; Li, K.; Wang, M. Qi, X.; Gao, Y.; Wang, X. Nature, 2016. 3. Egaña-Labrin, S.; Hauck, R.; Figueroa, A. Stoute, S.; Shivaprasad, H. L.; Crispo, M.; Corsiglia, C.; Zhou, H.; Kern, C.; Crossley, B.; Gallardo, R. A. Nature, 2019.

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CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DE RESISTÊNCIA DE Escherichia coli ISOLADAS EM CICLOS DE PRODUÇÃO DE GRANJAS DE FRANGO DE CORTE.

MF Menck-Costa1; BQ Santos1; L Justino1; JVM Berbert1; MS Souza1; RKT Kobayashi2; AAS Baptista1 1Laboratório de Medicina Aviária, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva-UEL, Londrina – PR;

2Laboratório de Bacteriologia Básica e Aplicada Núcleo Integrado de Pesquisa III, Departamento de microbiologia, Centro de Ciências Biológicas- UEL, Londrina – PR.

Introdução

Escherichia coli é um indicador e um importante agente transmissor de resistência entre humanos/ animais, por diferentes formas de contato, entre elas, pelo consumo de carne (4). Devido ao sistema de produção intensivo, em que aves são criadas em confinamento e expostas a condições de desafio sanitário, empregam-se antimicrobianos com diferentes perspectivas e essa prática faz com que o segmento seja um dos responsáveis pela seleção de cepas multirresistente a drogas (MDR) (5). O objetivo do presente trabalho foi avaliar o perfil de resistência a antimicrobianos de E. coli isoladas de no início e no final de dois ciclos de produção de frangos de corte. Material e Métodos

Foram realizadas coletas de cama de aviário em duas granjas de frango de corte do norte do Paraná, a primeira realizada no primeiro dia do ciclo antes do alojamento dos pintainhos e a segunda realizada no dia anterior ao abate das aves, com o auxílio de dois pares de propés, cada um perfazendo 50% da superfície do galpão. As amostras foram incubadas em caldo água peptonada tamponada, semeadas em Ágar MacConkey (MC) suplementado ou não com Cefotaxima (8 µg/mL). Quando houve crescimento em ágar suplementado com o antibiótico estes foram selecionados e quando não houve crescimento, foram utilizados os isolados de MC sem adição de antimicrobiano. Foram então selecionadas três colônias do crescimento bacteriano que apresentavam característica morfológica semelhantes a Escherichia coli, que foram submetidas a triagem bioquímica TSI –ácido/ácido, H2S negativo; SIM – indol positivo; Citrato, Uréia e Celobiose – negativos; Lisina e Sorbitol- positivos, e três isolados de cada amostra positivos para Escherichia coli foram armazenados a -20°C até o momento do uso. A sensibilidade aos antimicrobianos foi determinada de acordo com CLSI (2) e BrCast (1). Os antimicrobianos utilizados foram: Amoxacilina-ácido Clavulânico (AMC - 20 / 10 µg), Aztreonam (ATM - 30µg), Cefotaxima (CTX - 30 µg), Ceftadizima (CAZ - 30µg), Ceftriaxona (CRO - 30 µg), Enrofloxacina (EN - 5µg), ceftiofur (CTF-30 µg), Ciprofloxacina (CIP - 5µg), Ampicilina (AMP - 10µg), Gentamicina (GEN - 10µg), Cloranfenicol (CLO - 30 µg), cefazolina (CFZ - 30 µg), Ácido nalidíxico (NAL - 30 µg), Cefepime (CPM - 30µg), Cefoxitina (CFO - 30µg), Sulfametoxazol+trimetoprim (SUT - 1,25/23,75µg), Imipenem (IMP - 10 µg), Tetraciclina (TET - 30 µg), Fosfomicina (FOS - 200 µg). Foi utilizada a cepa ATCC 25922 como controle padrão para o teste de antibiograma. Também foi realizado o teste para detecção de Betalactamase de espectro estendido (ESBL), pelo teste de duplo sinergismo (duplo teste de disco difusão) (2). Resultado e Discussão

Na Tabela 1 pode-se observar que na Granja 1 no primeiro dia de coleta os três isolados apresentaram sensibilidade a todos os antimicrobianos testados.

Enquanto na granja 2 pode-se observar que os isolados já apresentavam um perfil MDR antes mesmo do alojamento dos pintainhos. Sendo importante frisar que ambas as granjas haviam realizado um processo de fermentação da cama anterior ao alojamento. No último dia do alojamento todos os isolados de ambas as granjas, apresentam características MDR. Com relação a resistência aos antimicrobianos testados a fosfomicina, cefazolina, ampicilina, ceftiofur, ceftriazona, cefotaxima e aztreonam apresentaram 75% (9/12) de resistência frente aos isolados. E o imipenem, a cefoxitina e a gentamina sensível em 100% dos isolados. Tabela 1. Perfil dos isolados de E. coli frente a diferentes antimicrobianos.

ANT= Antimicrobianos; ISO =Isolados; 1= Primeira granja; 2= Segunda granja; I= Primeiro dia do ciclo; F = Último dia do ciclo; A= Isolado 1; B= Isolado 2; C= Isolado 3; S= Sensível; R= Resistente; I= Intermediário. Os dados obtidos contrariam Hussain et al. (3) que identificaram E. coli com maior perfil de resistência a tetraciclina, gentamicina e ciprofloxacina. Com relação a produção de ESBL somente os isolados da granja 1 no início da produção foram negativos, estas cepas foram isoladas em ágar MC sem suplementação do antimicrobiano CTX, devido à ausência de crescimento no ágar suplementado e foram os únicos isolados que também não apresentaram- se MDR. Na granja 2 os isolados foram MDR desde o primeiro dia de alojamento das aves, com diferentes características de resistência aos antimicrobianos, porém na granja 1 na primeira coleta foi observado um perfil de sensibilidade frente aos antimicrobianos, todavia ao fim do ciclo produtivo detectou-se isolados com perfil MDR. Conclusão

Conclui-se que o perfil de resistência a antimicrobianos modifica ao longo do ciclo produtivo. Bibliografia

1. Brazilian Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (BrCAST). Versão 6.0, 2017.

2. Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing. 28th ed. CLSI supplement M100, Wayne, Pennsylvania 19087 USA, 2018.

3. Hussain et al. Risk of. Frontier Microbioly. v.8, 2017. 4. Mellata, M. Foodborne Pathogens and Disease, v. 10, 2013. 5. Thanner, S.; Drissner, D.; Walsh F., American Society for

Microbiology. v. 7, 2016

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SALMONELLA SPP. ISOLADAS DE CARNE DE FRANGO: CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE BIOFILME E PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS

BQ Santos1; MF Menck-Costa1; L Justino1; JV Berbert1; VM Kaneko; MSSanches2; AAS Baptista1 1Laboratório de Medicina Aviária, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva-UEL, Londrina – PR.

2Laboratório de Bacteriologia Básica e Aplicada Núcleo Integrado de Pesquisa III, Departamento de microbiologia, Centro de Ciências Biológicas- UEL, Londrina – PR

.Introdução

Salmonella spp. é um agente zoonótico de expressiva importância para a saúde pública. Assim, aliado a multirresistência, se torna um grande problema clínico para resoluções de quadros de gastroenterite (5). Um importante meio de contaminação e permanência do agente na indústria de alimentos, com a presença de material orgânico, é a capacidade de formação de biofilme, o qual contribui para a permanência bacteriana no meio ambiente (3). O objetivo deste estudo foi isolar Salmonella spp. de carne de frango e avaliar o perfil de resistência a antimicrobianos e a capacidade de formação de biofilme. Material e métodos

Foram adquiridas amostras de proteína de frango de supermercados da região do Norte do Paraná, no período de Agosto a Dezembro de 2019. O material foi incubado em água peptonada tamponada (1:10) e posteriormente submetidos ao enriquecimento seletivo em caldo Rappaport (1:100) e Tetrationato (1:10) seguido de plaqueamento em ágar Verde Brilhante e McConkey. As colônias - características foram submetidas a testes bioquímicos e aquelas com perfil: Lactose, Indol, Ureia e Fenilalanina negativos; H2S, Citrato, Lisina e motilidade positivos foram submetidos a sorologia para determinação do gênero. A sensibilidade aos antimicrobianos foi determinada de acordo com CLSI, 2019 e BrCast, 2019. Os antimicrobianos utilizados foram: enrofloxacina (EN), gentamicina (GEN), tetraciclina (TET), ampicilina (AMP), sulfazotrim (SUT), ceftioflur (CTF), ceftriaxona (CRO), cefotaxima (CTX), ceftazidima (CAZ) e aztreonan (ATM). A cepa ATCC 25922 foi utilizada como controle para o teste. Também foi realizado o teste para detecção de ESBL, pelo teste de duplo sinergismo (1). A avaliação da produção de biofilme foi realizada conforme Garcia et al. (3) método qualitativo, em placas de poliestireno de 96 poços e coloração com cristal violeta. As cepas EAEC 042 e Hb101 foram utilizadas como controle positivo e negativo respectivamente. Resultado e discussão

Os resultados estão demonstrados na Tabela 1. Pode-se observar que 86,95% (20/23) apresentam resistência para TET e 56,52% (13/23) para CTF e AMP. Além disso, 52,17% (12/23) apresentaram perfil de resistência múltipla a drogas e 30,4% (7/23) produção de ESBL. Quanto ao biofilme 73,91% (17/23) e 26,08% (6/23) dos isolados apresentaram pouca e moderada produção,

respectivamente. Sendo que 8,69% (2/23) dos isolados com moderada produção também foram ESBL positivo e multirresistentes (Tabela 1). A produção de biofilme é uma importante forma de adesão e, consequentemente, permanência do agente bacteriano no ambiente. Tabela 1. Perfil de suscetibilidade a antimicrobianos de isolados de Salmonella spp. provenientes de proteína de frango.

ANTIMICROBIANOS RESISTÊNCIA (%/ Absoluto)

TETRACICLINA (TET) 86,95% (20/23)

CEFTIOFOUR (CTF) 56,52% (13/23)

AMPICILINA (AMP) 56,52% (13/23)

ENROFLOXACINA 4,35% (1/23)

GENTAMICINA (GEN) 0,00% (0/23)

AMPICILINA (AMP) 56,52 (13/23)

SULFAZOTRIM (SUT) 0,00% (0/23)

CEFTRIAXONA (CRO) 47,83% (11/23)

CEFOTAXIMA (CTX) 39,13% (9/23)

CEFTAZIDIMA (CAZ) 30,43% (7/23)

AZTREONAN (ATM) 8,69% (2/23)

Os dados deste estudo corroboram com Perin et al. (4), em que a maioria dos isolados de Salmonella spp. foram resistentes a tetraciclina. Em relação ao biofilme, Chuah et al. (2) encontraram a maioria (69,3%) das amostras com forte produção, enquanto as amostras avaliadas neste estudo, apenas 26,08% apresentaram produção moderada. Conclusão

Conclui-se que os isolados de Salmonella spp. provenientes de nas proteínas de frango comercial apresentam perfil de multirresistência e moderada produção de biofilme. Bibliografia

1. Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing. 28th ed. CLSI supplement M100, Wayne, Pennsylvania 19087 USA, 2018. 2. Chuah L, Syuhada AS, Suhaimi IM, Hanim TF, Rusul G. Food Research International. v. 105, p. 743-751, 2018. 3. Garcia et al.Poultry Science. v. 0, p. 1-7, 2017. 4. Perin AP, Martins BTF, Barreiros MAB, Yamatogi RS, Nero LA, Bersot LS. Brazilian Journal of Microbiology. v. 51, p. 335-345, 2020. 5. Toro M, Seral C, Rojo-Bezares B, Torres C, Castillo FJ, Sáenz Y. Enfermidades Infecciosas y Microbiologia Clínica. v. 32, p. 4-10, 2014

.

55

ESCHERICHIA COLI PRODUTORA DE ESBL PROVENIENTE DE CARNE DE FRANGOS

JVM Berbert1; MF Menck-Costa1; BQ Santos 1; MS Sanches1; SPD Rocha2; L Justino1; AAS Baptista1

1Laboratório de Medicina Aviária (LMA), Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Estadual de Londrina - UEL (Rodovia Celso Garcia Cid – Pr 445 Km 380, Campus Universitário, Londrina – PR);

2 Laboratório de Bacteriologia (LABAC), Departamento de microbiologia, Centro de Ciências Biológicas. Universidade Estadual de Londrina - UEL (Rodovia Celso Garcia Cid – Pr 445 Km 380, Campus Universitário, Londrina – PR).

Introdução

O Brasil se destaca cada vez mais na produção de carne de frango, sendo o maior exportador e o segundo maior produtor, representando cerca de 1,5% do PIB brasileiro (1). E.coli é um micro-organismo pertencente ao trato gastrintestinal das aves, apesar de existir patotipo responsável por doenças nas aves. O uso inadequado de antimicrobianos seleciona bactérias, as quais podem transferir genes de resistência para outras. O objetivo deste estudo foi isolar E.coli produtora de ESBL e determinar perfil de resistencia a antimicrobianos em carne de frango comercializada. Material e métodos

Foram utilizadas 25 amostras carne de frango comercializada em mercados da região norte do Estado do Paraná. O material foi incubado em água peptonada tamponada e posteriormente plaqueado em ágar MacConkey (CTX -8µg). Os isolados foram submetidos a triagem bioquímica, sendo as amostras com perfil: TSI –ácido/ácido, H2S negativo; SIM – indol positivo; Citrato, Uréia e Celobiose – negativos; Lisina e Sorbitol- positivos, selecionados. A sensibilidade aos antimicrobianos foi determinada de acordo com CLSI (2) e BrCast (1). Os antimicrobianos utilizados foram: Amoxacilina-ácido Clavulânico (AMC - 20 / 10 µg), Aztreonam (ATM - 30µg), Cefotaxima (CTX - 30 µg), Ceftadizima (CAZ - 30µg), Ceftriaxona (CRO - 30 µg), Enrofloxacina (EN - 5µg), Ampicilina (AMP - 10µg), Gentamicina (GEN - 10µg), Sulfametoxazol+trimetoprim (SUT - 1,25/23,75µg) e Tetraciclina (TET - 30 µg). Foi utilizada a cepa ATCC 25922 como controle padrão para o teste de antibiograma. Também foi realizado o teste para detecção de ESBL, pelo teste de duplo sinergismo (duplo teste de disco difusão) (2). Resultado e Discussão

Foram isoladas 20 amostras de E.coli. Destas, 90% (18/20) apresentaram produção da enzima ESBL, e 100% (20/20) foram resistentes à ampicilina (AMP), ceftriaxona (CRO) e cefotaxima (CTX). Os isolados apresentaram maior sensibilidade frente a tetraciclina (TET) (17/20) e gentamicina (GEN) (16/20), conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1. Perfil de suscetibilidade a antimicrobianos de

isolados de E.coli provenientes de carne de frango.

O perfil de resistência das amostras testadas para TET difere dos dados apresentados por Montaz e Jamshidi (3), em que as amostras apresentaram alta resistência a TET (76,82%), enquanto neste estudo, foram em sua maioria sensíveis (85%). Quanto a produção de ESBL, neste estudo observamos que 90% dos isolados de E.coli foram positivos corroborando com Overdevest et al. (4) que observaram prevalência de 79,8% de isolados de E.coli ESBL positivo em carne de frango. Conclusão

Conclui-se que E.coli produtora de ESBL pode ser isolada de carne de frango comercializada e que os isolados apresentaram resistência frente a diferentes classes de antimicrobianos. Bibliografia

1. ABPA. Associação Brasileira de Proteína Animal: Relatório Anual 2020. Disponível em: < http://abpa-br.com.br/setores/avicultura/publicacoes/relatorios-anuais/2020>. Acesso em: 16 março de 2020. 2. Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing. 28th ed. CLSI supplement M100, Wayne, Pennsylvania 19087 USA, 2018. 3. Momtaz, H.; Jamshidi, A. Shiga toxin-producing Escherichia coli isolated from chicken meat in Iran: serogroups, virulence factors, and antimicrobial resistance properties. Poultry Science, Oxford, v. 92, n. 5, p. 1305-13, 2013. 4. Overdevest I, Willemsen I, Rijnsburger M, Eustace A, Xu L, Hawkey PM, et al. Extended-Spectrum β-Lactamase Genes of Escherichia coli in Chicken Meat and Humans, the Netherlands. Emerg Infect Dis. 2011;17(7):1216-1222

.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Am

ost

ras

(%)

AntimicrobianosResistente Intermediário Sensível

56

EFEITO DE LACTOBACILLUS SPP. NO ESCORE DE LESÃO INTESTINAL DE FRANGOS DE CORTE EXPOSTOS AO DESOXINIVALENOL E CLOSTRIDIUM PERFRINGENS

M Souza1, MF Menck-Costa1, L Justino1, B Queiroz1, JV Berbert1, AAS Baptista1, APFRL Bracarense 1Laboratório de Medicina Aviária – DMVP/UEL 2Laboratório de Patologia Animal – DMVP/UEL

Londrina – PR – Brasil

Introdução

Ao longo dos anos o controle da Enterite Necrótica (EN), causada pelo Clostridium perfringens (CP), foi realizado com a utilização de antimicrobianos promotores de crescimento (APC). A proibição do uso de APC por diversos países resultou em aumento significativo nos casos de EN, com prejuízos econômicos relacionados a falhas no desempenho e mortalidade (4). O controle das micotoxinas na alimentação animal é outro desafio, pois esses metabólitos de fungos são resistentes ao tratamento térmico, e afetam negativamente o desempenho e resposta imune dos animais. Dentre as micotoxinas mais frequentes na matéria prima da alimentação animal está o desoxinivalenol (DON) (5). Lactobacillus spp. são microrganismos benéficos que podem atuar por diferentes mecanismos contra microrganismos patogênicos (exclusão competitiva, produção de metabólitos com ação antimicrobiana, entre outros), além de algumas cepas apresentarem a capacidade de adsorver ou detoxificar micotoxinas (3). O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da utilização de pool de Lactobacillus spp. em diferentes apresentações sobre a morfologia intestinal macroscópica de frangos desafiados com DON e CP de origem avícola.

Material e Métodos

Tabela 1- Descrição dos tratamentos e desafios experimentais

T Desafios Lactobacillus spp. (dv)

N

T1 Controle negativo - 06 T2 Eimeria spp.– apenas E - 06 T3 DON – apenas DON - 06 T4 C. perfringens – apenas CP - 06 T5 DON+Eimeria spp.+CP - 06 T6 DON+Eimeria spp.+CP+

Lactobacillus spp. vivos 2, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17 e 19 dv.

06

T7 DON+Eimeria spp.+CP+ Lactobacillus spp. inativados

2, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17 e 19 dv.

06

T8 DON+Eimeria spp.+CP+ sobrenadante da cultura de Lactobacillus spp.

7, 9, 11, 13, 15, 17 e 19 dv.

06

Total 48 T- tratamento. DON- 19,3 mg/kg de DON na dieta, E- desafio com 10x a dose de vacina para Eimeria spp. aos 14 dv, CP- desafio entre 15-22 dv com 1mL de cultura fresca de Clostrium perfringens 2x ao dia.

O estudo foi aprovado pelo CEUA–UEL (nº 12433.2018.03). Frangos de corte (48), Ross, com um dia de vida (dv) foram alojados, receberam água e alimento ad libitum e aquecimento conforme a exigência fisiológica. Os animais foram divididos em oito tratamentos (Tabela 1) e tratados com um pool de Lactobacillus spp. (02 L. reuteri e 01 L. platarum) em três diferentes formas de apresentação: i. cultura viva, ii. cultura inativada pelo calor e iii. sobrenadante de uma cultura inativada pelo calor. A partir do sétimo dia de vida os tratamentos T3, T5, T6, T7 e T8 receberam dieta contaminada com DON (19,3 mg/kg). Entre 14-22 dv os animais dos tratamentos T4, T5, T6, T7 e T8 foram submetidos à indução experimental de EN. Aos 23 dv os animais foram eutanasiados e o intestino avaliado macroscopicamente para estabelecer escore de lesão intestinal de acordo com Cravens et al. (2) com modificações. Os resultados foram submetidos a ANOVA

considerando-se nível de significância de 5% e teste de comparação múltipla Scott-Knott. Resultados e Discussão A ingestão de DON associada ao CP induziu aumento significativo no escore lesional intestinal. Entretanto, a ingestão do pool de Lactobacilos vivos e inativados foi eficaz em preservar a morfologia intestinal, sendo sua aplicação na avicultura comercial uma alternativa promissora. O DON altera estruturas envolvidas na manutenção da permeabilidade da barreira intestinal, favorecendo o desenvolvimento da EN (1).

Tabela 2 – Média do escore de lesão macroscópica intestinal de frangos desafiados com DON, CP e tratados com Lactobacillus spp.

T µ T µ

T1 0,66 c T5 2,50 a T2 1,33 c T6 1,16 c T3 0,66 c T7 1,16 c T4 1,66 b T8 2,50 a

T- tratamento conforme descrição da Tabela 1. µ- média do escore de lesão. a, b, cLetras diferentes significam diferença significativa pelo teste de Scott-knott.

Conclusão

Conclui-se que os tratamentos com o pool Lactobacillus spp. vivos e inativados foram capazes de manter a integridade intestinal de frangos de corte desafiados com DON e CP.

Bibliografia 1. ANTONISSEN, A.; IMMERSEEL, F.V.; DUCATELLE, F.P.R.; HAESEBROUCK, F.; TIMBERMONT, L.; JANSSENS, M.V.G. P.J.; EECKHAUT, V.; EECKHOUT, M.; SAEGER, S.; HESSENBERGER, S.; MARTEL, A; CROUBELS, S. The Mycotoxin Deoxynivalenol Predisposes for the Development of Clostridium perfringens-Induced Necrotic Enteritis in Broiler Chickens. PlosOne, v. 9, p. e108775, 2014. 2. CRAVENS et al. The effects of necrotic enteritis, aflatoxin B1, and virginiamycin on growth performance, necrotic enteritis lesion scores, and mortality in young broilers. Poultry Science, v.92, n.8, p.1997-2004, 2013. 3. HOSSAIN, M.I; SADEKUZZAMAN, M; HA, S. Probiotics as potential alternative biocontrol agents in the agriculture and food industries: A review. Food Research International, v.100, p 63–73, 2017. 4. IMMERSEEL, F.V.; LHYS, U.; PEDERSEN, K.; PRESCOTT, J.F. Recent breakthroughs have unveiled the many knowledge gaps in Clostridium perfringens associated necrotic enteritis in chickens: the first International

Conference on Necrotic Enteritis in Poultry. Avian Pathology, v. 45, n. 3, p. 269–270, 2016. 5. STREIT, E.; NAEHRER, K.; RODRIGUES, I.; SCHATZMAYR, G. Mycotoxin occurrence in feed and feed raw materials worldwide: long-term analysis with special focus on Europe and Asia. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 93, n. 12, p. 2892-2899, 2013.

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RELAÇÃO ENTRE GENES DE RESISTÊNCIA A COMPOSTOS DE AMÔNIA QUATERNÁRIA E ANTIMICROBIANOS EM Escherichia coli ISOLADAS DE AVES DE PRODUÇÃO

FB Barbosa1, MPV Cunha2, LS Franco1, T Knöbl1

1. Departamento de Patologia, - FMVZ/USP; 2. Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde, - FMVZ/USP.

São Paulo – SP – Brasil

Introdução

A resistência a compostos de amônia quaternária pode ser codificada por genes membros da família de resistência à múltiplas drogas, sugE e/ou qacE. Os compostos de amônia quaternária são amplamente utilizados na limpeza e desinfecção de instalações na avicultura comercial. A utilização desses desinfetantes pode selecionar bactérias portadoras de elementos genéticos móveis, como plasmídeos e integrons contendo genes de resistência a antimicrobianos (desinfetantes e antibióticos) (1; 2).

Objetivos O objetivo deste trabalho foi determinar a frequência de ocorrência de genes que conferem resistência a compostos de amônia quaternária (sugE e qacE) e avaliar a associação desses genes com genes de resistência a beta-lactâmicos (blaCMY-2 e blaCTX-M-2), aminoglicosídeos e sulfa/trimetoprim.

Material e Métodos Para este estudo foram selecionados 210 isolados de E. coli de origem fecal (n=155) e clínica (APEC) (n=55), submetidos a técnica de PCR para detecção dos genes sugE e qacE. Amostras positivas para sugE foram selecionadas para pesquisa de associação com o gene que conferem resistência às penicilinas e cefalosporinas, blaCMY-2. Já nos isolados portadores de qacE, foi determinada a associação com integrons de classe 1. Essa associação entre genes que codificam resistência a compostos de amônia quaternária e resistência a antibióticos foi determinada através de mapeamento por PCR e sequenciamento.

Resultado e Discussão Isolados fecais foram positivos para sugE (25/155) e qacE (109/155). Dos isolados clínicos, 4/55 apresentaram o gene sugE e 52/55 o gene qacE. Todos os 29 isolados positivos para sugE, estiveram associados à blaCMY-2. Dentre os 161 isolados positivos para qacE, todos estiveram associados a integrons de classe 1, portando genes de resistência a aminoglicosídeos, beta-lactâmicos e sulfa/trimetoprim. Destaca-se que em 54 isolados fecais e 1 isolado APEC, o integron de classe 1 apresentava-se associado ao gene de beta-lactamase de espectro estendido blaCTX-M-2.

Conclusão O uso de desinfetantes de compostos de amônia quaternária pode estar selecionando estirpes de E. coli portadoras de genes codificadores de resistência a compostos de amônia quaternária. Aliado a isso, esse uso pode estar selecionando bactérias resistentes a antibióticos de importância clínica em medicina humana e veterinária. Bibliografia

1. AC Carroll, A Wong. Canadian Journal of Microbiology. V: 64(5). P: 293-304.

2. F Touzain, LL Devendec, CD Boisséson, S Baron, E

Jouy, A Perrin-Guyomard, Y Blanchard, I Kempf.

PLoS ONE. V: 13 (1), e0188768. 2018. Agradecimentos CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

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EFEITO DE DIFERENTES pHs SOBRE A VIABILIDADE DA VACINA VIVA GENETICAMENTE MODIFICADA CONTRA Salmonella Typhimurium

MS Resende 1, GBC Salles 1, EC Muniz 1, VMCA Bernardes 2 1Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda – São Paulo/Brasil

2MercoLab Laboratórios Ltda – Cascavel/Brasil

Introdução

A qualidade da água de bebida é muito importante, pois sua composição pode ter influência no desempenho zootécnico bem como na qualidade final das aves. Além disso, a água é utilizada como veículo para distribuição de medicamentos e vacinas, portanto, água de má qualidade terá consequências desfavoráveis para a granja. As vacinações administradas via água de bebida são atividades comuns, pois são práticas e eficientes se bem executadas. No entanto, existem precauções básicas necessárias para que a vacinação, via água de bebida, seja efetiva e confiável. A primeira delas é a qualidade da água utilizada, pois será o veículo transportador da vacina até o organismo das aves, e a viabilidade da vacina dependerá das características físicas, químicas e microbiológicas da mesma, sendo necessário controlar e corrigir alguns parâmetros em casos de desvios. O pH é um dos fatores críticos dentro das características químicas da água (1). O pH ideal da água de vacinação deve estar entre 6,8 e 7,5. Pode-se corrigir o pH para o nível desejado, utilizando-se substâncias simples como vinagre ou solução de bicarbonato de sódio (2). O pH da água nas granjas varia muito de acordo com as características da região e da captação. Dessa forma, este estudo buscou determinar a influência de diferentes pHs sobre a viabilidade de uma vacina viva de Salmonella Typhimurium geneticamente modificada. Material e Métodos

Para a avaliação do título da vacina viva contra Salmonella Typhimurium e Salmonella Heidelberg (Poulvac® ST fabricada e licenciada pela Zoetis), foi realizada uma diluição inicial com água destilada estéril conforme indicação da bula. Após essa primeira diluição foram realizadas diluições seriadas 10-1 a 10-7 em tubos contendo solução salina peptonada a 0,1%. As diluições foram semeadas pela técnica de superfície com auxílio da alça de Drigalski, em placas contendo ágar VB (Verde Brilhante) e ágar PCA (ágar padrão para contagem). As placas foram incubadas a 37ºC±1º por 24-48hs. Após o período de incubação foram realizadas a contagem das colônias e a confirmação bioquímica e sorológica para o sorotipo Typhimurium. As metodologias utilizadas para a análise seguiram padrões internacionais (ISO 6579-1: 2017 e ISO 4833-1:2013). Resultados e Discussão

Os resultados das titulações da Poulvac® ST realizadas nos diferentes tempos após a suspensão em água com pH 4,0; 7,0 e 10,0 encontram-se na figura 1.

Observa-se uma leve e progressiva queda na viabilidade da vacina ao longo do tempo, porém, no período de 6 horas analisado nesse estudo, em diferentes condições de pH o título da vacina manteve-se acima do limite mínimo necessário para imunizar as aves.

Figura 1 – Resultados das determinações microbiológicas nos diferentes tratamentos.

A resistência da estirpe vacinal frente aos diferentes pH analisados após a diluição em água é uma característica importante em relação à segurança, pois no campo existem variações muito grandes de região para região. Sabe-se que algumas vacinas virais possuem grande sensibilidade aos pHs extremos. Em algumas situações, é inclusive orientado que se faça uma correção do pH para que o mesmo esteja mais próximo do neutro. Embora exista perda de título ao longo dos tempos analisados para a Poulvac® ST, a leve redução na viabilidade da estirpe vacinal não comprometeu o título mínimo requerido para a imunização das aves contra a Salmonella. Essa característica é particular de cada estirpe vacinal e deve ser analisada individualmente nas diferentes vacinas para que se tenha segurança no uso após a diluição.

Conclusões

Os resultados indicam que o título da vacina analisada não sofreu impacto significativo nos diferentes pH testados após 6 horas de suspensão, permanecendo inclusive acima do limite mínimo de liberação do produto.

Referências Bibliográficas

1. Muniz EC, Diniz GS. FACTA: Campinas, 2014; 321-344. 2. Bernardino A. Informativo Técnico Solvay Saúde Animal,

1992. 3. 9 CFR-CODE OF FEDERAL REGULATIONS (2006) -Title 9-Animal and Animal Products-Part 113-Standard Requirements. 4. OIE (2008). Manual sobre animales terrestres. Capítulo 1.1.9. Pruebas para comprovar la esterilidad y la ausencia de contaminación de los productos biológicos. 5. ISO 4833-1. Microbiology of the food chain – Horizontal method for the enumeration of microorganisms – Part 1: Colony count at 30ºC by the pour plate technique, 1th ed. 2013. The International Organization for Standardization. 6. ISO 6579-1:2017. Microbiology of the food chain – Horizontal method for the detection, enumeration and serotyping of Salmonella – Part 1: Detection of Salmonella spp. The International Organization for Standardization. Método laboratorial adaptado

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59

ESTUDO DE VIABILIDADE DA VACINA VIVA MODIFICADA GENETICAMENTE CONTRA A Escherichia coli ASSOCIADA COM VACINAS VIVAS DE COCCIDIOSE

B Cáceres1, EC Muniz2, GBC Salles2, MS Resende2, L Pascual3, S Viora3 1Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda. – Buenos Aires/Argentina

1Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda. – São Paulo/Brasil 1SerVetyA – Laboratório Avícola – Buenos Aires/Argentina

Introdução

A vacinação através da água de bebida e spray são utilizadas predominantemente para as vacinas vivas contra doenças que invadem a ave pela via entérica, como a Escherichia coli e a Coccidiose. Estas vias de administração são consideradas mais práticas, simples e de menor custo operacional entre os diversos métodos existentes, porém requer atenção para diversos detalhes, de modo a garantir uma resposta uniforme no lote de frangos de corte, matrizes e poedeiras comerciais (1). Uma preocupação quando utilizamos duas vacinas vivas ao mesmo tempo é com a compatibilidade entre elas no momento da suspensão. Isso é acentuado quando estamos utilizando a vacina bacteriana viva geneticamente modificada contra a E. coli, pois pode haver interferência e perda de viabilidade da cepa vacinal. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi o de verificar se não existe perda de viabilidade da cepa bacteriana vacinal de E. coli após a suspensão conjunta com duas vacinas de Coccidiose. Material e Métodos

A vacina Poulvac E. coli é uma vacina geneticamente modificada onde a deleção do gene aroA produziu uma cepa com características auxotróficas. Essa alteração genética determina a característica de infecção auto-limitante nas aves que viabilizou o uso da estirpe viva como vacina segura e efetiva. Cada dose do produto contém suspensão avirulenta de Escherichia coli EC34195, título na liberação > 6,5 x 106 UFC/dose. Nesse estudo, para obter o título da vacina viva contra Escherichia coli (Poulvac E. coli), utilizou-se a técnica de retenção em uma placa de formação de colônias (UFC), usando o ágar VRBGA (ágar Red e Bile Glucose, marca: Britania). Foram feitas diluições seriadas decimais com objetivo de obter um intervalo entre 5,2 x 106 e 9,1 x 108 (UFC / dose) de acordo com o título esperado para imunizar as aves. Uma vez determinado o título da vacina, ela foi reconstituída de acordo com as instruções de uso, juntamente com as vacinas contra coccídios, para determinar novamente o título de E. coli em cada caso. Resultados e Discussão

Os resultados das titulações realizadas nas duas combinações entre a vacina Poulvac E. coli e as vacinas de Coccidiose encontram-se na figura 1, onde é possível comparar os resultados encontrados com o título da vacina Poulvac E. coli sozinha e associada.

Figura 1 – Resultados das determinações microbiológicas nos diferentes tratamentos.

As variações observadas nas titulações podem ser devidas à variabilidade da prova. Não houve acentuada variação da quantidade de bactérias vacinais de E. coli quando a vacina foi associada com duas vacinas vivas de Coccidiose. Dessa forma os ingredientes que compõe as vacinas testadas não apresentaram efeito sobre a viabilidade da vacina Poulvac E. coli. Essa característica de compatibilidade é muito importante na prática, pois viabiliza a administração conjunta dos dois produtos em um mesmo processo de vacinação. Cada vez mais os produtores buscam reduzir o manejo e a mão-de-obra empregada nos processos de produção. Toda possibilidade de facilitar o processo de vacinação, sem perder eficácia, é muito bem-vindo pelo viés de praticidade.

Conclusões

Os resultados indicam que o título da vacina analisada não sofreu impacto significativo nas condições estudadas, permanecendo inclusive acima do limite mínimo de liberação do produto.

Referências Bibliográficas

1. Muniz EC, Diniz GS. FACTA: Campinas, 2014; 321-344.

2. MAPA. Regulamento técnico para a produção, o controle e o uso de vacinas e diluentes para a avicultura - Instrução Normativa Nº 7/2006; 3:7-12.

3. 9 CFR-CODE OF FEDERAL REGULATIONS (2006)-Title 9-Animal and Animal Products-Part 113-Standard Requirements.

4. OIE (2008) Manual sobre animales terrestres. Capítulo 1.1.9. Pruebas para comprovar la esterilidad y la ausencia de contaminación de los productos biológicos

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3,7

0E+

07

6,0

0E+

07

4,4

0E+

07 6

,60

E+0

7

7,8

0E+

06

1,3

0E+

07

9,2

0E+

06

1,4

0E+

07

Poulvac E.coli® Poulvac E.coli® + vacinacoccidiose A

Poulvac E.coli® Poulvac E.coli® + vacinacoccidiose B

Titulação da E. coli (UFC/mL)

Titulação (UFC/mL) UFC/dose

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FATORES DE RISCO PARA INTRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DO VÍRUS DA DOENÇA DE NEWCASTLE EM POPULAÇÕES DE AVES DE SUBSISTÊNCIA

L Lagatta¹; RL Luciano¹; MM Ishizuka²; HL Ferreira³; ¹Médico Veterinário da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo - SAA/SP ²Professor Doutor, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal - FMVZ/USP

³ Professor Doutor, Departamento de Medicina Veterinária - FZEA/USP São Paulo – SP – Brasil

Introdução

No Brasil, a última detecção do vírus virulento da doença de Newcastle (VDN) ocorreu em de aves de subsistência em 2006. As aves de criações de subsistência são potenciais reservatórios de doenças e têm sido objeto de atenção sob a ótica epidemiológica. O contato contínuo das aves de subsistência com aves de vida livre, assim como a ausência de medidas de biosseguridade, torna as criações de subsistência mais suscetíveis às infecções virais (1,3). Neste sentido, para que os países avaliem seu sistema de vigilância em busca de pontos com maiores vulnerabilidades, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) preconiza o uso da análise dos fatores de risco (2). No entanto, os fatores de risco para a introdução e disseminação do VDN em aves de subsistência permanecem desconhecidos no Brasil. Assim, o objetivo deste estudo foi o de identificar os possíveis fatores de risco associados à introdução e à disseminação do VDN em populações de aves de subsistência localizadas no entorno de estabelecimentos avícolas de reprodução.

Materiais e Métodos

Foram selecionados cinco estabelecimentos avícolas, produtores de genética de frango de corte e de poedeiras, aos quais foram identificadas 104 criações de aves de subsistência localizadas em um raio de um quilometro, totalizando 2423 aves. Entre outubro de 2017 e outubro de 2018, foram visitadas 81 criações, sob forma amostral, representando 77,88% dos criatórios cadastrados, que juntos alojam 1530 (63,14%) aves. A metodologia para avaliação dos fatores de risco foi adaptada da OIE. O presente estudo quanti-qualitativo, com corte transversal, foi realizado por meio de uma pesquisa. Como instrumento de coleta de dados optou-se pela colheita de amostras de 583 soros, submetidos à técnica laboratorial de ELISA (Kit comercial Biocheck®) com sensibilidade estimada em 95%, e pelo preenchimento de um questionário elaborado para avaliar os fatores de risco relacionados a introdução e a disseminação de doenças. Também foram colhidos suabes de traqueia e de cloaca para testes complementares à sorologia positiva.

Resultados e Discussão

A colheita de amostras de soro, e de suabes de traqueia e de cloaca, foi permitida em 76 (93,8%) criatórios, não vacinados para o VDN. Foram colhidas amostras de soro de 583 aves (galinhas), representando 24,06% do total de aves cadastradas. Entre os criatórios que permitiram a colheita de amostras das aves, 74 (93,7%) responderam ao questionário, sendo que 43 (56,6%) apresentaram 86 (14,8%) amostras com anticorpos específicos contra o VDN. Assim, seis fatores de risco foram identificados e correlacionados com a sorologia positiva e hierarquizados conforme o gráfico 1, sendo: Contato

contínuo com aves de vida livre: 39 (90,7%); Ausência de sanitização: 37 (86,05%); Não possuem assistência veterinária 32 (74,42%); Vizinhos criam ou alojam aves: 32 (74,42%); Origem informal das aves de reposição 30 (69,77%); Descarte inadequado das aves mortas, em lixo doméstico: 19 (44,19%). As amostras de suabes de traqueia testadas por meio da técnica de RT-PCR resultaram negativas.

Gráfico 1: Hierarquização dos fatores de risco identificados e associados aos criatórios que apresentaram resultado positivo para VDN na sorologia.

Fonte: Dados da pesquisa.

Conclusões

O presente estudo identificou que o contato contínuo com aves de vida livre, a falta de assistência veterinária, a falta de sanitização, a presença de aves nos vizinhos, assim como a origem informal das aves e o descarte das aves mortas em lixo doméstico, foram apontados como principais fatores de risco para introdução e disseminação da VDN nestas populações. O resultado positivo na sorologia para o VDN não significa que haja circulação de vírus notificável, pois o kit diagnóstico detecta anticorpos contra outros patotipos de VDN uma vez que, também, não foram observados sinais de doença respiratória ou neurológica durante as visitas realizadas e tão pouco mortalidade. Além disso, não foi possível confirmar a circulação viral pelo teste molecular (RT-PCR). Assim, para a prevenção e o controle de doenças nas aves de subsistência localizados no entorno das unidades de produção, são necessárias que as empresas avícolas, e o Serviço Veterinário Estadual (SVE), invistam em ações de monitoramento e de comunicação/educação em saúde única - “One Health”.

Referências Bibliográficas

1. BUCHALA, F. G. Planejamento, Implantação e Administração de medidas de Defesa Sanitária Animal para o controle da

Laringotraqueíte Infecciosa das Aves de 2002 a 2006, na região de

Bastos/São Paulo, Brasil. 173 p. Tese (Doutorado) – FCAV/UNESP,

Jaboticabal, 2008.

2. OIE. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ANIMAL. Código

Sanitário dos Animais Terrestres, 2018.

3. REISCHAK, D.; Vírus da Influenza Aviária: monitoramento em aves

de subsistência criadas no entorno de sítios de aves migratórias no

Brasil. 137f. Tese Doutorado – FMVZ/USP, São Paulo, 20

61

CAPÍTULO 4

OUTRAS ÁREAS

62

DIFERENÇAS TAXONÔMICAS EXISTENTES ENTRE FEZES ILEAIS E DESCARGAS CECAIS DE FRANGOS DE CORTE

BO Alvarenga1, PC Tizioto2, JB Paiva3, AJP Ferreira4 1 Mestrando em Patologia Experimental e Comparada – FMVZ/USP;

2 Diretora da empresa NGS Soluções Genômicas; 3 Coordenadora de P&D - Biocamp Laboratórios Ltda.;

4 Professor Associado da Universidade de São Paulo – FMVZ/USP, SP, Brasil .

Introdução

A qualidade fecal das aves pode ser relacionada, com a integridade intestinal e com o desempenho do lote. Controlar o ambiente intestinal, manter a microbiota em equilíbrio e reduzir os desafios infecciosos, são metas da produção avícola atual. Centenas de espécies e dezenas de gêneros de bactérias compõem a microbiota, que varia ao longo do intestino. Deste modo, o objetivo desse trabalho foi comparar, através de análises de metagenômica, os gêneros bacterianos encontrados em fezes ileais e descargas cecais de frangos de corte. Material e Métodos

A coleta das amostras ocorreu em um aviário tipo Dark House, de uma agroindústria paulista. Dois grupos foram analisados: Grupo 1 – Fezes Ileais e Grupo 2 – Descargas Cecais. Cada grupo foi composto por seis réplicas biológicas, totalizando 12 amostras. As fezes frescas amostradas foram coletadas sobre a cama, de modo asséptico, aos 19 dias de idade e acondicionadas em caixa térmica com gelo seco, por último, transportadas ao laboratório para análise. A extração do DNA foi realizada utilizando o kit MagMax Core (ThermoFisher), juntamente com o módulo de lise mecânica no equipamento KingFisher. As bibliotecas foram preparadas seguindo as recomendações Illumina. A primeira PCR empregou primers para amplificação locus-específica da região V4 do gene 16S do rRNA bacteriano. A segunda PCR foi realizada para ligar os barcodes do kit Nextera XT. Por fim, a desnaturação das bibliotecas e do PhiX foi realizada para permitir o sequenciamento. O programa DADA2 implementado na linguagem R (2), foi utilizado para modelagem e correção de erros de amplicons. Um pipeline completo foi implementado para transformar os arquivos fastq do sequenciador em sequências de amostras inferidas, desmembradas e sem quimera. Após o processamento inicial dos dados, as taxonomias foram atribuídas a cada ASVs (Amplicon Sequencing Variants) como algoritmo RDP classifier. O banco de dados de referência foi Silva 132 foi utilizado como referência. A visualização dos dados foi realizada no programa NGSView, desenvolvido pela empresa NGS Soluções Genômicas. Resultados e Discussão

As análises de metagenômica revelam uma maior diversidade microbiana, pois permitem a identificação de bactérias não cultiváveis. Neste estudo, ao comparar a diversidade Alpha (índice Shannon) foi constatada diferença significativa entre os Grupos (Figura 01). O Grupo 2 apresentou uma maior diversidade de gêneros. Além disso, foi possível observar diferenças na abundância relativa entre os grupos estudados (Figura 02).

Figura 01 – Diversidade Alpha Shannon (P<0,01).

Figura 02 – Abundância Relativa dos gêneros.

A abundância relativa revelou que 50 gêneros bacterianos, apresentaram maior quantidade relativa no Grupo 2, incluindo Bacteroides, Faecalibacterium e Clostridiales, que na Figura 02 estão representados nas cores azul escuro, preta e mostarda, respectivamente. Bacteroides produzem citocinas (1), propionato (4) e possuem relação com melhor conversão alimentar (CA) (3). Faecalibacterium produzem butirato (4) e possuem relação com melhor CA (3). Clostridiales são relacionados a pior CA (3). Por outro lado, as amostras do Grupo 1 apresentaram uma maior abundância relativa dos gêneros Lactobacillus, Escherichia/Shigella e Corynebacterium, que estão representados nas cores verde, roxa e cinza, respectivamente. Lactobacillus são relacionados ao controle de Salmonella (3) e Campylobacter (4), assim como, a um maior ganho de peso das aves (3). Escherichia/Shigella tem relação com a produção de citocinas (3) e pior CA (1). Corynebacterium possui relação direta com melhor CA (4). Conclusão

Os dados de metagenômica revelam que tanto a diversidade como a abundância relativa de gêneros são maiores no Grupo 2 (Descargas Cecais) que no Grupo 1 (Fezes Ileais Normais). Bibliografia

1 - Borda-Molina D, Seifert J, Silva AC. Computational and Structural Biotechology Journal 2018; 16: 131-139.

2 - Callahan BJ, McMurdie PJ, Rosen MJ, Han AW, Johnson AJ, Holmes SP, Nature Methods 2016; 13: 581–583.

3 - Carrasco JMD, Casanova NA, Miyakawa MEF. Microorganisms 2019; 7: 374.

4 - Ocejo M, Oporto B, Hurtado A. Nature 2019; 9: 2506.

63

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FECAL DE FRANGOS ATRAVÉS DO USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E ANÁLISE DE IMAGENS

BO Alvarenga 1, TCR Dari 2, AJP Ferreira 3 ¹ Mestrando em Patologia Experimental e Comparada – FMVZ/USP;

² Analista de Inteligência e Mercado - Biocamp Laboratórios Ltda; ³ Professor Associado da Universidade de São Paulo – FMVZ/USP.

São Paulo – SP - Brasil

Introdução

A comunicação é um processo relacional, onde se cria e se interpretam informações (3), permitindo a transmissão do conhecimento (4) entre dois ou mais indivíduos, e que pode acontecer de diversas maneiras. Cada vez mais, a avicultura industrial trabalha de modo dinâmico e racional, em busca do melhor modelo produtivo. O aparecimento de novas tecnologias, que colaborem com um modelo de comunicação mais precisa entre os profissionais, e que respeitem as normas de bem-estar animal, certamente serão de grande valia para o desenvolvimento da atividade avícola. Deste modo, o objetivo desse trabalho foi desenvolver um Aplicativo para celular (App) que fosse capaz de avaliar a qualidade fecal de frangos de corte, de modo não invasivo, através do uso de inteligência artificial e análise de imagens (2) detectando possíveis problemas entéricos. Material e Métodos

Inicialmente, cinco mil imagens de fezes ileais frescas de frangos foram classificadas, conforme o pôster de avaliação da qualidade fecal de frangos de corte desenvolvido pela Biocamp Laboratórios Ltda. (1). Nele, sete características foram avaliadas (Passagem de Ração; Descamação Intestinal; Presença de Gases; Perda de Água; Presença de Muco; Fezes Amareladas e Fezes Esverdeadas), em quatro níveis de intensidade (scores). Os scores vão de 0 a 3, sendo ausência, presença discreta, presença moderada e presença intensa, respectivamente. O treinamento da inteligência artificial, assim como, o desenvolvimento do aplicativo se deram em parceria com uma empresa de tecnologia. Após alguns meses de desenvolvimento, uma versão Beta foi criada e disponibilizada para uso, em caráter de teste. Os resultados iniciais revelaram uma boa precisão das análises, mas novos treinamentos da inteligência artificial, assim como, ajustes no funcionamento do App se fizeram necessários até a criação da primeira versão do App broiler pro.

Resultados e Discussão

Para realização de uma análise, o App solicita inicialmente informações como nome da granja, idade das aves e quantidade de aves alojadas no galpão. De acordo com a quantidade de aves, o App informará o número mínimo de fotos que precisarão ser incluídas para realização da análise, bem como os cuidados que devem ser tomados para que as fotos possam ser analisadas, o que estão descritos no App como orientação ao usuário. Depois de realizado o upload das imagens, o App demanda 60 segundos para processar a análise e apresentar os resultados da avaliação. O aspecto fecal geral do lote é definido em quatro níveis conforme a pontuação obtida, sendo ótimo (95 a 100 pontos), bom (86 a 94 pontos), regular (66 a 85 pontos)

e ruim (0 a 65 pontos). Uma análise estratificada também é realizada para cada uma das sete características avaliadas conforme o pôster de avaliação da qualidade fecal de frangos de corte (1) apresentada em forma de gráfico de colunas. Abaixo do gráfico está presente o campo “Atenção”, que enfatiza o aparecimento de alterações nas características avaliadas quando em scores 2 e 3 (Figura 1). Figura 1 – Análises da qualidade fecal de frangos de corte, realizadas pelo App broiler pro.

Os exemplos apresentados acima representam duas situações distintas. Na Análise 318, o aspecto fecal geral foi classificado como “Bom”, pois todas as sete características foram classificadas em score 0 ou 1. Entretanto, na Análise 320, o aspecto fecal geral foi “Regular”, uma vez que “Fezes Amarelas” atingiu score 3, “Passagem de Ração” score 2 e as demais características score 1. Por esse motivo, o campo “Atenção” da Análise 320 destaca que “Fezes Amarelas” e “Passagem de Ração” apresentaram scores 3 e 2, respectivamente.

Conclusão

O App broiler pro fornece informações padronizadas e rápidas, fundamentais para o monitoramento da qualidade fecal de frangos de corte. Isso permite que a comunicação da equipe de campo aconteça de modo claro e assertivo, o que favorece a correta tomada de decisão, para mitigar possíveis problemas entéricos, que poderão impactar o desempenho do lote.

Bibliografia

1 - Pôster de avaliação da qualidade fecal de frangos de corte. Disponível em: <https://www.biocamp.com.br/avaliacao-

da-qualidade-fecal-de-frangos-de-corte/>. Acesso em: 15 março

2020. 2 - Covatariu G. Bulletin of the Polytechnic Institute of

Jassy 2015; 4. 3 - Griffin EA. A first look at communication theory. 8th

ed., 2011: 2-12. 4 - Sá A. Fundamentos científicos da comunicação.

Petrópolis: Vozes 1973; 241-287

.

64

ATUAÇÃO DE HOMEOPATIA NO PERÍODO DE ARMAZENAMENTO DE OVOS DE CODORNA

GGP do Nascimento¹; W Santos²; RG Garcia2; GA Felix¹; MFC Burbarelli²; DK Barbosa2; M Pilleco³ 1Faculdade de Medicina Veterinária do Centro Universitário da Grande Dourados - UNIGRAN

²Faculdade de Ciências Agrárias – FCA / UFGD 3Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Dourados – MS – Brasil

INTRODUÇÃO

O crescimento do setor da coturnicultura no Brasil é muito significativo. O país é o quinto produtor mundial de carne de codornas e o segundo em ovos, com um efetivo de criação de aproximadamente 15 milhões de indivíduos (3). Entre as vantagens oferecidas ao pequeno e médio produtor para sua criação está o rápido crescimento, alta produção, menor demanda espacial e baixo investimento (4). A coturnicultura é uma atividade avícola em expansão, responsável pela geração de emprego e renda em todos os níveis de sua cadeia produtiva. Além disso, seu principal produto, o ovo, é uma fonte de proteína animal de alto valor biológico. O objetivo do estudo foi avaliar o se o uso de homeopatia na dieta, tem influência no tempo de armazenamento de ovos provenientes de codornas japonesas.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no setor de Avicultura de postura, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD/FCA) Dourados/MS. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado com um fatorial 4x3x2, com quatro dietas, três períodos de armazenamento e dois tipos ambientes, com 10 repetições, sendo considerado 3 ovos de cada parcela uma repetição experimental. Foram avaliados 3 períodos de armazenamento 0 (ovo fresco), 7 e 14 dias de estocagem, com 2 tipos de ambiente, natural e geladeira, e com quatro doses homeopáticas: Controle, adição de 0,02g/ave/dia de carbonato de cálcio; 0,02g/ave/dia de Fertsigo® e adição de 0,02g/ave/dia de Ovosigo®. Na fase pré-experimental, 200 codornas japonesas (Coturnix coturnix japônica), com 45 dias de idade e taxa de postura de 80%, foram alojadas em galpão convencional, em forma de baterias dispostas paralelamente, com área de 175 cm²/ave alojada. As gaiolas possuíam bebedouros tipo nipple e comedouro tipo calha com ração e água fornecidas ad libitum. Essas aves foram distribuídas em um delineamento

inteiramente ao acaso, com quatro tratamentos, e oito repetições de 5 aves cada. Foi adotado um programa de luz de 16 horas/dia. Os ovos foram coletados in natura e armazenados conforme o seu tratamento para subsequentemente realizar as análises de qualidade dos ovos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não houve interação entre o uso de homeopatias e o tempo de armazenamento de ovos provenientes de codornas japonesas, ou seja, independente do uso ou não desses produtos homeopáticos isso não melhora, nem piora, as características de qualidade dos ovos independente do tempo que os mesmos são armazenados. Porém quando avaliamos os diferentes períodos de tempo é possível visualizar que quanto maior é o período de armazenamento, tem-se a redução do peso da gema, altura de albúmen, altura de gema. Alleoni & Antunes (1) relataram que o pH do albúmen aumenta de acordo com o aumento do período de armazenamento do ovo e pode chegar a 9,5, possuindo, em geral, efeito inibidor no crescimento de bactérias, o que pode ser benéfico. O peso é influenciado pelo tempo de armazenamento, mesmo quando as aves são submetidas a dietas especiais (2).

CONCLUSÃO

A homeopatia não, tem influência no tempo de armazenamento de ovos provenientes de codornas japonesas. Quanto maior é o período de armazenamento dos ovos, menor são suas características de qualidade.

REFERÊNCIAS

1. Alleoni, a. C. C.; antunes, a. J. Scientia Agrícola 58, 681- 685, 2001.

2. Andrade, A.N. Dissertação (“Doctor of Philosophy”) - Purdue University, Maryland, U.S.A. 114 p 1975.

3. IBGE. 63p. 2011. 4. Martins E.N. Anais I Simpósio Internacional de

Coturnicultura 109-112, 2002

.

Tabela 01: Qualidade de ovos de codornas japonesas alimentadas com diferentes inclusões de homeopáticos na dieta, e armazenados por diferentes períodos.

Variáveis % Gema %

Albúmen Altura

Albúmen Altura Gema

Diâmetro Unidade Haugh

Índice Gema

Leque Roche

pH Gema

pH Clara

0 27.387ab 50.960 3.359 8.165 21.224 79.952 0.333 2.555 6.147 9.276

Homeop 1 25.636ab 51.399 3.144 8.119 20.687 76.675 0.325 2.541 6.289 9.243

2 28.865ª 53.208 3.238 8.605 23.203 79.536 0.337 3.000 6.151 9.252

3 22.961b 43.414 29.958 7.976 19.473 75.458 0.332 2.541 6.298 9.216 0 26.566ab 51.996 3.755a 9.441a 20.709 79.962 0.390a 2.312b 6.178 9.131b

Tempo 7 23.216b 46.436 2.963 7.310b 20.079 77.610 0.298b 2.656ab 6.181 9.263a 14 28.854a 50.803 2.834 7.898b 22.652 76.144 0.307b 3.010a 6.283 9.288a

CV 6.46 7.91 6.09 11.58 11.99 17.57 14.03 18.60 12.11 1.54

P - valor

Homeop 0.0263 0.0701 0.2777 0.7146 0.0876 0.5249 0.9706 0.0861 0.6881 0.3045 Tempo 0.0060 0.2369 0.000 0.0001 0.1137 0.4629 0.0000 0.0011 0.6967 0.0000

65

CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE SEGUNDO ACIDENTES SOFRIDOS POR TRABALHADORES NA AVICULTURA

GGP do Nascimento1; CS Magri 2; RG Garcia 2; E Binotto 2; DK Barbosa 2; BB PrzybulinskI 2; JK Valentim 2

1Faculdade de Medicina Veterinária do Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN 2Faculdade de Ciências Agrárias – FCA / UFGD

Dourados – MS – Brasi

lINTRODUÇÃO

Os fatores de riscos, são caracterizados como qualquer circunstância ou elemento presente que possa causar danos à integridade física e saúde do trabalhador em seu local de trabalho (5) e cada perfil de trabalho é classificado com base no tempo estimado de exposição a cada tipo de risco (2). Na avicultura, os trabalhadores são responsáveis por acompanhar o crescimento das aves, manter as condições favoráveis no interior dos aviários, manipular equipamentos, remover animais mortos, revolver a cama das aves e executar a limpeza e desinfecção do ambiente (4). Todas essas atividades expõem os trabalhadores condições de risco. Sendo assim o objetivo do trabalho foi caracterizar o ambiente segundo os acidentes sofridos por trabalhadores da avicultora, através de um estudo descritivo. MATERIAIS E MÉTODOS

O instrumento de coleta de dados foi um questionário online, semiestruturado, contendo questões, com o intuito de identificar os tipos de acidentes, uso de equipamentos de proteção individual e iluminação, presentes no ambiente de trabalho na avicultura. O período de coleta de dados foi entre os meses de maio a dezembro de 2018, obtendo-se 80 questionários preenchidos, das cinco regiões do Brasil. O processo de coleta foi por meio de amostragem não probalística por conveniência. Por meio do whatssapp abordou-se individualmente 1.099 avicultores. Em uma segunda coleta de dados, utilizou-se de investigação empírica com questionário aberto para pesquisadores. O processo de coleta foi por meio de amostragem não probalística por conveniência, com envio do questionário por meio de E-mail. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A incidência de acidente sofridos, 61% (36) dos trabalhadores alegam ter sofrido algum tipo de acidente, com implicação à saúde, o choque elétrico e lesões musculoesqueléticas foram os mais ocorridos, correspondendo a 10% (5) dos respondentes. Após este tipo de acidente encontram-se queda e queimadura, ambos com 8% de ocorrência (Tabela 1). Em relação ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI), 34% (20) dos trabalhadores alegam não fazer uso de EPI ou utilizá-los raramente. O uso de EPI é essencial para o desenvolvimento do trabalho de forma segura. Habitualmente, os trabalhadores estão expostos aos riscos ocupacionais relacionados à profissão, como por exemplo; aos ruídos no interior dos aviários em níveis de salubridade (3); às poeiras de aves e gases contaminantes presentes em concentrações que podem ser danosos à saúde. Sobre a intensidade de ruído, foi relatado por que o máximo de ruído encontrado no aviário foi de 74 dB, nível que não ultrapassa os limites

de tolerância (1). Uma vez que o nível permitido para humanos é de até 85 dB para 8 horas de trabalho, porém, com 80 dB (A) já é necessário ter proteção auricular (1). Tabela 1. Características do ambiente, segundo acidentes sofridos

Variáveis N %

Sofreu acidente de trabalho

Sim 36 61% Não 23 39%

Acidente

Choque elétrico 6 10%

Queda 5 8%

Prensa no dedo 4 7%

Queimadura 5 8%

Lesões 6 10%

Uso de equipamento de proteção individual

Sim 39 66%

Não 12 20%

Raramente 8 14%

Equipamentos de proteção individual usados

Óculos ou viseira facial 21 36%

Luvas impermeáveis 23 39%

Mascara descartável ou respirador 35 59%

Botas impermeáveis 45 76%

Protetor de ouvido 8 14%

Boné árabe ou touca descartável 7 12%

Calça hidro-repelente 5 8%

Avental impermeável 5 8%

Fonte: Elaboração própria.

CONCLUSÃO

Trabalhadores frequentemente ficam expostos a ambientes insalubres, com riscos de acidentes, pois tais fatores estão presentes nos processos de trabalho; sugere-se como proteção ao trabalhador o fortalecimento do uso de EPIs como respiradores, óculos de proteção, luvas de segurança, botas de PVC, cremes de proteção da pele e avental de PVC.

REFERÊNCIAS

1. Bett, K. V.; Borba, E. T.; Porto, M. R.. Estudos em Engenharia e Tecnologia: Processos e Desenvolvimento 2, 94, 12.2018. 2. Gnoni, M.G; Bragatto, P.A. Journal of Loss Prevention in the Process Industries, v. 26, n. 4, p. 751-758, 2013. 3. Nääs, I.A.; Miragliotta, M.Y.; Baracho, M.S.; Moura, D.J. Engenharia Agrícola. 27, 326-335. 2007. 4. Ross. Aviagen B. Frangos. Manual de Manejo. 2014. 5. Ribas, A.S.; Michaloski, A.Revista Espacios. 38, 13-17. 2017

66

ANÁLISE DESCRITIVA DA EXPLORAÇÃO AVÍCOLA NO ESTADO DO PARANÁ

JS Barbosa*¹, R Dognani², C Khalow², KC Silva-Santos¹, JCD Fernandes³ ¹Universidade Estadual de Londrina (CCA, DCV) – UEL – Londrina-PR

²Agência de Defesa Agropecuária do Paraná – ADAPAR ³Medico Veterinário

Introdução

O Paraná destaca-se produção avícola brasileira com 4,56 milhões de toneladas produzidas em 2019, além de ser o sexto maior produtor de ovos (1). Os aspectos da produção avícola paranaense são obtidos, em maior parte, a partir de dados de sindicatos de empresas, associações de produtores e outras instituições não oficiais, sem levar em consideração produtores de subsistência e abranger todas as aptidões de produção. O objetivo desse trabalho é descrever, utilizando um banco de dados oficial, a exploração avícola no estado do Paraná. Material e Método

Utilizando informações da ADAPAR (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) foi realizada a análise descritiva da atividade avícola paranaense da espécie Gallus gallus em tipo de mercado (cooperado, independente e integrado), área de interesse (produção, reprodução e subsistência) e aptidão (corte e postura). Levantou-se o número de aviários e a capacidade de alojamento de aves em cada uma das classificações e a distribuição de acordo com as regiões geográficas do estado do Paraná, considerando-se a localização das Unidades Regionais de Sanidade Agropecuária da ADAPAR e as mesorregiões do Paraná nas quais estão inseridas (2). Resultado e Discussão

A avicultura paranaense possui capacidade de alojamento de 500,812 milhões de aves (Quadro 1). Quadro 1. Número de aviários e capacidade de alojamento (em milhões de aves) nos diferentes tipos de mercado e aptidão das aves no Paraná.

Categoria Coope-rado

Indepen-dente

Integrado Total

P C Av* 161 1.684 101 1946

Al** 1,720 23,218 0,709 25,648

F C Av* 4.352 160 11.351 15,863

Al** 99,197 0,452 344,659 444,309

R Av* 111 183 431 725

Al** 5,844 5,647 19,037 30,528

S Av* - - - 38.047

Al** - - - 0,326

TG Av* - - - 56.581

Al** - - - 500,812

PC=postura comercial FC=frango de corte R=reprodutora S=subsistência TG=total geral Av*=aviário Al**=capacidade de alojamento Deste total, 88,71% é representado pelo frango de corte, enquanto a postura comercial representa 5,12% e reprodutoras 6,09%. A criação de subsistência representa apenas 0,065%, porém está distribuída em 67,24% das propriedades com atividade avícola. Dos estabelecimentos avícolas comerciais do estado, 62,36% são integrados, 19,14% são cooperados e

18,50% independentes. Comparando as áreas de interesse e aptidões, nota-se distinção de comportamentos, na postura comercial 90,52% dos estabelecimentos são classificados como independentes e, no frango de corte, 77,57% são integrados. Entre as mesorregiões, destaca-se a mesorregião Oeste, que difere da tendência do estado e possui 58,42% do frango de corte na modalidade cooperados e 72,81% da postura comercial em integrações. Na Figura 1, verifica-se que na postura comercial há concentração da atividade nas mesorregiões Norte Central (30,55%) e Noroeste (40,84%).

Figura 1 – Distribuição percentual da capacidade de alojamento das diferentes aptidões entre as mesorregiões do Paraná. A modalidade frango de corte tem destaque nas mesorregiões Oeste (30,5%), Norte Central (22,13%) e Sudoeste (18,24%), assim como a aptidão reprodução destaca-se nas mesorregiões Oeste (30,34%) e Sudoeste (35,35%). Entretanto, algumas mesorregiões, como Centro Sul, Centro Oriental, Sudeste e Metropolitana possuem baixa concentração da atividade avícola. A atividade de subsistência é a que possui distribuição mais uniforme no território paranaense. Conclusão

A avicultura paranaense está distribuída de forma irregular, sendo possível identificar regiões com intensa e outras com baixa ocupação. A postura comercial destaca-se pela produção independente, enquanto no frango de corte o modelo de integração é o mais utilizado. A subsistência deve ser levada em consideração em questões sanitárias devido ao grande número de propriedades na atividade e sua distribuição. Bibliografia

1. ABPA. Relatório anual 2019. Disponível em http://abpa- br.org/mercados/ acesso em 22 abr 2020.

2. PARANÁ. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Mapas. Disponível em http://www.ipardes.pr.gov.br/ acesso em 22 abr 2020

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DISTRIBUIÇÃO DAS CRIAÇÕES DE AVES DAS FAMÍLIAS ANATIDAE, STRUTHIONIDAE E PHASANIDAE NO ESTADO DO PARANÁ

JS Barbosa*¹, R Dognani², C Khalow², JCD Fernandes³, KC Silva-Santos¹ ¹Universidade Estadual de Londrina (CCA, DCV) – UEL – Londrina-PR

²Agência de Defesa Agropecuária do Paraná – ADAPAR ³Médico Veterinário

Introdução

O estado do Paraná produz espécies avícolas variadas, dentre elas, as famílias Anatidae, Struthionidae e Phasanidae possuem potencial para assumir características de produção semelhante à avicultura industrial moderna. A criação intensiva dessas aves, sua movimentação e a concentração dos planteis podem favorecer a disseminação de enfermidades importantes, visto que muitas doenças infecciosas são comuns a várias espécies de aves domésticas. A distribuição destas criações influencia o manejo sanitário e de biosseguridade nas diferentes cadeias. Assim, o objetivo desse estudo foi descrever e classificar a criação de aves das famílias Anatidae, Struthionidae e Phasanidae nas diferentes regiões geográficas do Estado do Paraná (1). Material e Método

Utilizando dados oficiais, provenientes do órgão responsável pelo cadastramento e fiscalização das propriedades com atividade avícola no estado, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), realizou-se o levantamento do número de propriedades criadoras de aves das famílias Anatidae (pato, ganso e marreco), Struthionidae (avestruz) e Phasanidae (codorna, perus e galinha d’angola), de acordo com as regiões geográficas do estado, considerando a localização das Unidades Regionais de Sanidade Agropecuária da ADAPAR e as mesorregiões do Paraná nas quais estão inseridas (2). Nas criações de perus e codornas, considerou-se cada aviário como uma unidade produtora; para as demais espécies, considerou-se a propriedade como unidade produtora. Resultados e Discussão

As criações de aves das famílias Anatidae, Struthionidae e phasanidae no Paraná totalizam 769 unidades produtoras cadastradas. A criação de avestruz possui apenas 12 unidades produtoras cadastradas, classificadas como de subsistência, presente em todas as mesorregiões, exceto Centro Sul e Centro Ocidental. As unidades produtoras de galinhas d’angola (103), patos (194) e gansos (139) também são classificadas como de subsistência, concentrando-se na mesorregião Sudoeste. Já a criação de marrecos (31), em sua maior parte, está presente na mesorregião Metropolitana, também com fins de subsistência. A produção de perus, mais presente na região Sudoeste do estado (87,2% - 218/ 250), possui 250 unidades produtoras, com capacidade de alojamento de 2.431.637 aves, a segunda maior do Brasil (2). Nesta espécie, destaca-se a produção comercial integrada (82,8%), com 188 unidades produtoras de corte e capacidade de alojamento para 1.993.125 aves, e 17 unidades produtoras de reprodução (6,8%), com capacidade de

alojamento de 65.000 avós e 167.500 matrizes. A criação de codornas caracteriza-se por ser, em sua maior parte, comercial independente (59,7%), concentrada na mesorregião Norte Central. As unidades produtoras de subsistência se apresentam em 37,3% das criações e os integrados totalizam 2,98% das unidades produtoras. A região Centro Ocidental apresenta baixa ocupação, com apenas quatro cadastros classificados como de subsistência; em contrapartida, a região Sudoeste tem alta ocupação com 54,5% das explorações integradas e 45,5% como de subsistência, com cadastro de 30 unidades produtoras de galinhas d’angola, 42 de gansos, 218 de perus e 54 de patos. (Tabela 1). Tabela 1 - Número de unidades produtivas por espécie de ave e região geográfica no estado do Paraná.

Região geográfica

Ave

str

uz

Ga

lin

ha

d’

an

go

la

Ga

ns

o

Co

do

rna

Pe

ru

Ma

rre

co

Pa

to

Norte 2 12 12 0 0 1 12 Norte Central 1 23 27 33 6 5 23 Noroeste 1 8 7 1 2 0 7 Centro Sul 0 2 2 2 3 0 6 Centro Oriental

1 3 3 2 3 1 5

Sudeste 2 9 10 3 9 2 21 Centro Ocidental 0 1 1 1 0 0 1

Oeste 2 6 7 11 2 5 25 Sudoeste 2 30 42 7 218 7 54 Metropolitana 1 9 28 7 7 10 40

Total 12 103 139 67 250 31 194

Conclusão

A criação de aves das famílias Anatidae, Struthionidae e Phasanidae no e Paraná distribui-se de forma desuniforme, com maior densidade na região Sudoeste e menor densidade na região Centro Ocidental. Em sua maior parte, é destinada a subsistência, com exceção da criação de perus e codornas que possuem características comerciais acentuadas, destacando-se na produção de perus a modalidade de integração e no caso da codorna a modalidade independente de produção. Bibliografia

1. PARANÁ. Instituto Paranaense de Densenvolvimento Econômico e Social. Mapas. Disponível em http://www.ipardes.pr.gov.br/ acesso em 22 abr 2020

2. ABPA. Relatório anual 2019. Disponível em http://abpa- br.org/mercados/ acesso em 22 abr 2020

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68

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE PROBIÓTICOS NOS PARÂMETROS PRODUTIVOS DE GALINHAS POEDEIRAS BRANCAS PÓS-PICO DE PRODUÇÃO

GHC Chaves¹, ICL Almeida Paz1, A. Inoue², CC Ouros¹, MI Lourenço-Silva1, VC Girnos¹, PH Vitti¹ 1Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu– SP, Brasil; ²CHR – Hansen Hansen, Gerente

de Negócios Sênior de Saúde e Nutrição Animal, Valinhos –SP, Brasi l

Introdução

A utilização de probióticos na dieta de galinhas poedeiras é uma estratégia nutricional adotada visando a melhoria da saúde intestinal e, consequentemente, melhor absorção de nutrientes. Isto reflete na produtividade, com maior produção de ovos, melhor conversão alimentar e maior viabilidade do lote (1). Após o pico de produção, os avicultores se veem diante do desafio de manter os parâmetros produtivos dos animais, que declinam naturalmente com o avanço da idade. Com isso, a suplementação de probióticos neste período pode resultar em manutenção da produtividade por um período maior. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da suplementação de probiótico na produtividade de galinhas poedeiras brancas pós-pico de produção.

Material e Métodos Para o experimento foram utilizados 288 galinhas poedeiras brancas, com 71 semanas de idade. O período experimental foi de 84 dias (4 ciclos de 21 dias), sendo o primeiro ciclo considerado como período de adaptação. As aves foram alojadas em aviário californiano (sistema convencional) com 8 aves por unidade experimental. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 3 tratamentos e 12 repetições, sendo: Controle – aves alimentadas com dietas sem inclusão do probiótico testado e com antibiótico; 200 – aves alimentadas com dietas com inclusão de 200g/t de probiótico testado e sem antibiótico; 400 – aves alimentadas com inclusão de 400g/t de probiótico testado e sem antibiótico. O probiótico testado foi um produto comercial (com 1,6x109 UFC/g de Bacillus subtilis e 1,6x109 UFC/g de Bacillus licheniformis). Avaliou-se o desempenho das aves, diariamente foram colhidos os dados para as avaliações de consumo de ração (g/ave/dia), produção de ovos (%), peso dos ovos (g), conversão alimentar - grama de ovos produzidos por grama de ração consumida, conversão alimentar (kg/dz) e viabilidade (%). A avaliação estatística dos resultados foi realizada com o auxílio do software SAS 9.2. Os dados foram analisados por

ANOVA e comparados pelo teste de Tukey (p<0,05).

Resultados e Discussão Ao avaliar os efeitos da suplementação do probiótico testado nas dietas das galinhas poedeiras brancas, pós-pico de produção em cada ciclo produtivo, observa-se comportamento diferente na produção de ovos (Tabela 1). A inclusão de 200 g/t foi mais eficiente na melhoria da microbiota intestinal, consequentemente, manteve durante os ciclos a produção de ovos mais alta em relação aos outros tratamentos, apesar do declínio natural com o avanço da idade. Não houve diferença no consumo de ração ao longo dos ciclos experimentais. Todavia, a suplementação de 200 g/t do probiótico resultou em melhor conversão alimentar ao final do 4º ciclo. Possivelmente, os animais do tratamento 200 tiveram melhor resposta ao probiótico resultando em melhor saúde intestinal e melhor absorção dos nutrientes, sendo refletido na manutenção da produção e melhor conversão alimentar. Outros autores demonstraram que a inclusão de probióticos na dieta de aves e outros não-ruminantes melhorou a produtividade e o desempenho dos animais, já que a absorção de nutrientes foi favorecida (2,3).

Conclusão A inclusão de 200 g/t probiótico na dieta de galinhas poedeiras brancas, no período pós-pico de produção, foi eficiente para manter e melhorar os parâmetros produtivos.

Bibliografia 1. CHUNG, S.H.; LEE J.; KONG, C. Int J Poult Sci. v. 14, p.19–22. 2015. 2. LODDI, M. M.; GONZALES, E.; TAKITA, T. S.; MENDES, A. A.; ROÇA, R. O. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 24, p.1124-1131. 2000. 3. JAZI, V.; FOROOZANDEH, A. D.; TOGHYANI, M.; DASTAR, B.; KOOCHAKSARAIE, R.; TOGHYANI, M. Poultry Science. v. 97, p.2034–2043. 2018

Tabela 1. Desempenho de galinhas poedeiras vermelhas suplementadas com diferentes níveis de probióticos

Tratamento Consumo ração

(g/ave/dia) Produção (%)

Peso de ovo (g)

CA (kg/dz)

CA (kg ração/kg ovo)

Viabilidade (%)

2º Ciclo Controle 114,91 77,43 B 68,72 2,26 1,67 B 96,63

200 119,26 82,21 A 68,23 2,23 1,75 A 97,79 400 119,33 84,16 A 67,46 2,20 1,77 A 98,96

3º Ciclo Controle 121,55 77,80 B 68,83 2,26 1,77 A 93,75

200 122,20 79,06 AB 69,09 2,24 1,77 A 96,63 400 122,41 78,70 B 68,23 2,25 1,79 A 96,87

4º Ciclo Controle 119,95 78,61 B 69,62 2,18 1,72 AB 93,75

200 116,20 80,18 A 69,75 2,13 1,67 B 96,63 400 117,33 78,92 B 69,18 2,12 1,70 AB 96,87

Valor de P 0,56 0,04 0,23 0,07 0,02 0,43 CV (%) 9,08 8,56 8,84 5,72 5,31 13,56

Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Controle= aves brancas, alimentadas com dietas sem probiótico e com antibiótico; 200 = aves brancas, alimentadas com dietas com 200g/t de probiótico e sem antibiótico; 400 = aves brancas, alimentadas com 400g/t de probiótico e sem antibiótico. CV (%) = Coeficiente de variação. CA = Conversão Alimentar.

69

PRODUTIVIDADE DE GALINHAS POEDEIRAS VERMELHAS PÓS-PICO DE PRODUÇÃO

ALIMENTADAS COM PROBIÓTICO

CC Ouros¹, ICLAlmeida Paz1,A. Inoue², MI Lourenço-Silva1, GHC Chaves¹, FS Mota¹, IGA Santos¹ 1Faculdade deMedicinaVeterinária eZootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu– SP, Brasil;²CHR –

HansenHansen, Gerente de Negócios Sênior de Saúde e Nutrição Animal, Valinhos –SP, Brasil. Introdução

O uso de probióticos na produção de ovos é uma alternativa cada vez mais estudada e utilizada. Estes aditivos promovem melhorias na saúde intestinal das aves, melhorando a absorção e disponibilidade dos nutrientes (1). Alémdos altos desafios sanitários e de ambiência, no período pós-pico as galinhas naturalmente reduzem a produtividade e viabilidade. Neste cenário, a utilização de probióticos nas dietas assume papel relevante, buscando melhorias na produtividade (2).Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência da suplementação de diferentes níveis de probióticos na produtividade de galinhas poedeiras vermelhas.

Material e Métodos

Para o experimento foram utilizados288 galinhas poedeiras da linhagem Lohmann Brown-Lite, com 71 semanas de idade. O período experimental foi de84 dias (4 ciclos de 21 dias), sendo o primeiro ciclo considerado como período de adaptação. As aves foram alojadas em aviário californiano (sistema convencional) com 8 aves porunidade experimental. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 3 tratamentos e 12 repetições, sendo: Controle – aves alimentadas com dietas sem inclusão do probiótico testado e com antibiótico; 200 – aves alimentadas com dietas com inclusão de 200g/t de probiótico testado e sem antibiótico; 400 – aves alimentadas com inclusão de 400g/t de probiótico testado e sem antibiótico. O probiótico testado foi um produto comercial (com 1,6x109 UFC/gde Bacillussubtilis e 1,6x109 UFC/g de Bacilluslicheniformis). Avaliou-se o desempenho das aves, diariamente foram colhidos os dados para as avaliações de consumo de ração(g/ave/dia), produção de ovos (%), peso dos ovos (g), conversão alimentar - grama de ovos produzidos por grama de ração consumida, conversão alimentar (kg/dz) – grama de ração consumida por dúzia de ovos produzidos e viabilidade (%).A avaliação estatística dos resultados foi realizada com o auxílio do software SAS

9.2. Os dados foram analisados por ANOVA e comparados pelo teste de Tukey (p<0,05).

Resultados e Discussão

A inclusão do probiótico testado nas dietas das galinhas poedeiras vermelhas, pós-pico de produção, foi eficiente para melhorar todas as características de desempenho avaliadas (Tabela 1). A inclusão de 200g/t foi mais eficaz na melhoria da microbiota intestinal, consequentemente, manteve durante os ciclos a produção de ovos mais alta em relação aos outros tratamentos, apesar do declínio natural com o avanço da idade. Com isso, as aves suplementadas consumiram mais ração, todavia a melhor saúde intestinal resultou em melhor absorção e disponibilidade dos nutrientes da dieta, que somada a maior produtividade, resultou em melhores conversões alimentares. Outros autores também relataram melhorias na produtividade de aves após a suplementação com probióticos em suas dietas (2,3). Além disso, as aves suplementadas com probióticos apresentaram maior viabilidade durante os ciclos experimentais, evidenciando a ligação da saúde intestinal com a mortalidade (3).

Conclusão

A inclusão de probiótico na dieta de galinhas poedeiras vermelhas, no período pós-pico de produção foi eficiente para melhorar os parâmetros produtivos.

Bibliografia 1. BOZKURT, M.; AYSUL, N.; KÜÇÜKYILMAZ, K.; AYPAK, S.;EGE, G.; CATLI, A.U.; AKSIT, H.; COVEN, F.; SEYREK, K.; CINAR, M. Poultry Science, v. 93, n. 2, p. 389-399, 2014. 2. ALMEIDA PAZ, I. C. L.; ALMEIDA, I. C. L.; VEJA, L. T.; MILBRADT, E. L.; BORGES, M. R.; CHAVES, G.H.C; OUROS, C.C.; LOURENÇO-SILVA, M. I.; CALDARA, F.R.; ANDREATTI F., R. L. JournalAppliedofPoultryResearch. n4, v1, p1-13, 2019. 3. OKAMOTO, A.S.; ANDREATTI, R.L. International Journal of Probiotics & Prebiotics, v. 11, p. 7-14, 2016.

Tabela 1.Desempenho de galinhas poedeiras vermelhas suplementadas com diferentes níveis de probióticos.

Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Controle = aves vermelhas, alimentadas com dietas sem inclusão de probiótico e com antibiótico; 200 = aves vermelhas, alimentadas com dietas com inclusão de 200g/t de probiótico e sem antibiótico; 400 = aves

vermelhas, alimentadas com inclusão de 400g/t de probiótico e sem antibiótico.CV (%) = Coeficiente de variação. CA = Conversão Alimentar.

Tratamento Consumo ração

(g/ave/dia) Produção (%)

Peso de ovo(g)

CA (kg/dz)

CA (kg ração/kg ovo)

Viabilidade (%)

2º Ciclo Controle 119,20 B 75,68 BC 64,23 B 2,45 A 1,86 B 93,60 AB

200 118,12 B 81,30 A 64,94 B 2,24 D 1,82 B 97,92 A 400 120,12 AB 77,37 BC 65,36 A 2,38 B 1,84 B 94,05 AB

3º Ciclo Controle 122,89 AB 72,42 C 64,81 B 2,33 C 1,91 A 91,67 B

200 123,03 AB 77,40 BC 65,96 A 2,31 C 1,87 B 96,87 A 400 125,01 A 76,01 BC 65,34 A 2,33C 1,91 A 94,05 AB

4º Ciclo Controle 124,78 A 71,76 C 65,24 A 2,40 B 1,92 A 91,67 B

200 124,07 A 76,89 BC 66,03 A 2,35 BC 1,88 B 96,87 A 400 126,19 A 75,34 BC 65,89 A 2,38 B 1,89 AB 94,05 AB

Valor de P 0,05 0,03 0,03 0,02 0,02 0,03 CV (%) 7,90 6,78 8,32 5,23 8,01 12,37

70

UTILIZAÇÃO DE PROBIÓTICO PARA GALINHAS POEDEIRAS VERMELHAS PÓS-PICO DE PRODUÇÃO: QUALIDADE DE OVO E BEM-ESTAR

CC Ouros¹, ICLAlmeida Paz1, A. Inoue², MIL Silva1, NV Gómez¹, NCP Schnetzler¹, EHAS Santana¹, 1Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu– SP, Brasil;²CHR – HansenHansen, Gerente de

Negócios Sênior de Saúde e Nutrição Animal, Valinhos –SP, Brasil.

Introdução

A saúde intestinal é fator primordial para a eficiência produtiva em galinhas poedeiras. Além da melhor absorção e disponibilidade dos nutrientes da dieta, aves com boa condição do trato gastrintestinal apresentam melhores índices de bem-estar, pois grande parte da serotonina é produzida nos intestinos. Todavia, após o pico de produção, os desafios sanitários, de ambiência e produtivos são cada vez maiores (1). O uso de probióticos nas dietas assume papel relevante, buscando melhorias na qualidade do ovo e no bem-estar. O objetivo deste estudo foi avaliar as melhorias na qualidade do ovos e bem-estar com a inclusão de probiótico.

Material e Métodos Foram utilizadas 288 galinhas poedeiras vermelhas, com 71 semanas de idade. O período experimental foi de63 dias (3 ciclos de 21 dias). As aves foram alojadas em aviário californiano com 8 aves porparcela. O delineamento experimental foi DIC com 3 tratamentos e 12 repetições, sendo: Controle – dietas sem inclusão do probiótico e com antibiótico; 200 – dietas com inclusão de 200g/t de probiótico e sem antibiótico; 400 – dietas com inclusão de 400g/t de probiótico e sem antibiótico. O probiótico testado foi um produto comercial (com 1,6x109 UFC/g de Bacillussubtilis e 1,6x109 UFC/g de Bacilluslicheniformis).Ao final de cada ciclo,coletou-se 36 ovos por tratamento nos três últimos dias. Avaliou-se:Gravidade específica;Resistência da casca à quebra - kgf (utilizou-se o texturômetro TA.XT plusTextureAnalyser equipado com a sonda de ruptura de 75 mm (P/75), calibrado para velocidade de teste de 1 mm/s de descida);Porcentagem de gema e de albúmen (obtida considerando o peso total do ovo e o peso da gema e do albúmen);Porcentagem de casca (considerando opeso total do ovo e o peso da casca);Espessura de casca - µm; Ovos sujos (%) e falhas de pigmentação (%)(foram anotados os ovos com sujidades na casca e com falhas na pigmentação diariamente);Ovos trincados no útero (%) - ao final de cada ciclo os ovos foram avaliados, por meio de ovoscopia, permitindo calcular a porcentagem de ovos trincados no útero;Avaliações de bem-estar (realizada uma vez por semana, durante 15 segundos, repetindo-

se 12 vezes a cada 10 minutos. Assim, avaliou-se as aves com sinais de machucado infringido por outras aves, além de arranque de penas, aves brigando e aves escondidas sob comedouros ou outras aves). Os dados foram analisados por ANOVA e comparados pelo teste de Tukey (P<0,05).

Resultados e Discussão

A inclusão de probiótico melhorou o comportamento das galinhas vermelhas, proporcionando aves mais calmas. Assim, verificou-se menores porcentagens de arranque de penas, brigas, aves escondidas e ovos trincados no útero, o que evidencia melhorias no bem-estar destas aves (Tabela 1). Além disso, as reduções de ovos sujos e de falhas na pigmentação demonstram melhoria na qualidade intestinal e na qualidade do oviduto, o que também reflete em melhor bem-estar destas aves.Possivelmente, o uso dos probiótico resultou em melhor da saúde intestinal das aves, consequentemente, em maior produção de serotonina, que é o neurotransmissor responsável pelo bem-estar, e tem cerca de 90% da sua produção nos intestinos (2, 3).A qualidade da casca dos ovos também foi melhorada com o uso dos probióticos, refletindo em melhores resultados para gravidade específica, resistência e espessura de casca (Tabela 2).Podendo ser atribuído a melhor saúde intestinal, que é fator decisivo para a qualidade do ovo (3).

Conclusão A inclusão de probiótico na dieta de galinhas poedeiras vermelhas, no período pós-pico de produção melhora a qualidade de casca,pigmentação dos ovos e todas as características de bem-estar.

Bibliografia

1. OKAMOTO, A.S.; ANDREATTI, R.L. International Journal of Probiotics & Prebiotics, v. 11, p. 7-14, 2016. 2. GILL, R.K.; PANT, N.; SAKSENA, S.; SINGLA, A.; NAZIR, T.M.; VOHWINKEL, L.; TURNER, J.R.; GOLDSTEIN, J.; ALREFAI, W.A.; DUDEJA, P.K. American journal of physiology, v.294, p.62. 2008. 3. ARAUJO, J. A.; SILVA, J.H.V.; AMÃNCIO, A.L.L.; LIMA, C.B.Acta Veterinária Brasílica, v.1, n. 3, p. 69-77, 2007.

Tabela 1.Comportamento e qualidade da casca do ovo de galinhas poedeiras vermelhas suplementadas com probiótico

Tratamentos Arranque de penas

(%) Brigas (%) Ave escondida (%) Ovos sujos (%)

Ovos trincados no útero (%)

Falhas de pigmentação (%)

Controle 10,65 A 4,14 A 22,91 A 4,24 A 6,84 A 11,40 A

200 5,40 B 1,39 B 11,97 B 1,26 B 2,31 B 3,94 B 400 5,77 B 0,70 C 10,44 B 1,07 B 1,88 C 2,68 B

Valor de P 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01

CV (%) 10,62 6,27 9,09 9,03 5,27 8,34

Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). CV (%) = Coeficiente de variação.

Tabela 2. Comportamento e qualidade da casca do ovo de galinhas poedeiras vermelhas suplementadas com probiótico

Tratamentos Gravidade Específica

Resistência da casca (kgf)

% de Gema % de Casca % de Albúmen Espessura da casca

(µm)

Controle 1,080 B 3,37 B 25,52 8,78 65,52 34,81 B

200 1,085 A 3,43 A 25,73 8,87 65,40 35,01 A

400 1,084 A 3,38 B 25,68 8,85 65,38 35,02 A

Valor de P 0,02 0,02 0,43 0,44 0,42 0,05

CV (%) 3,01 17,02 8,21 7,60 6,35 9,04

Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). CV (%) = Coeficiente de variação.

71

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE OVO E BEM-ESTAR DE GALINHAS POEDEIRAS BRANCAS PÓS-PICO DE PRODUÇÃO SUPLEMENTADAS COM PROBIÓTICO

ASJacinto¹, ICLAlmeida Paz1, A. Inoue², CC Ouros¹, MI Lourenço-Silva1, GHC Chaves¹, FT Cunha¹ 1Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu– SP, Brasil;²CHR – HansenHansen, Gerente de

Negócios Sênior de Saúde e Nutrição Animal, Valinhos –SP, Brasil.

Introdução

A redução de fatores estressantes na produção de ovos é fundamental para manter a qualidade do produto final. Aves estressadas tendem a apresentar comportamentos agonísticos que impactam negativamente na qualidade dos ovos, apresentando mais ovos trincados no útero e com sujidades. Diante deste cenário, pesquisas mostraram que a suplementação com probióticos pode ser benéfica (1).Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência da inclusão de probiótico na qualidade de ovo e bem-estar de galinhas poedeiras brancas.

Material e Métodos

Foram utilizadas 288 galinhas poedeiras brancas, com 71 semanas de idade. O período experimental foi de63 dias (3 ciclos de 21 dias). As aves foram alojadas em aviário californiano com 8 aves porparcela. O delineamento experimental foi DIC com 3 tratamentos e 12 repetições, sendo: Controle – dietas sem inclusão do probiótico e com antibiótico; 200 – dietas com inclusão de 200g/t de probiótico e sem antibiótico; 400 – dietas com inclusão de 400g/t de probiótico e sem antibiótico. O probiótico testado foi um produto comercial (com 1,6x109 UFC/g de Bacillussubtilis e 1,6x109 UFC/g de Bacilluslicheniformis).Ao final de cada ciclo,coletou-se 36 ovos por tratamento nos três últimos dias. Assim, avaliou-se:Gravidade específica (por meio de cinco soluções salinas com densidades de 1,060, 1,070, 1,080, 1,090 e 1,100); Resistência da casca à quebra - kgf (utilizou-se o texturômetro TA.XT plusTextureAnalyser equipado com a sonda de ruptura de 75 mm (P/75), calibrado para velocidade de teste de 1 mm/s de descida);Porcentagem de gema e de albúmen (obtida considerando o peso total do ovo e o peso da gema. A mesma medida foi realizada para albúmen);Porcentagem de casca (considerando opeso total do ovo e o peso da casca, medido após as cascas serem secas em estufa a 60ºC por 3 dias);Espessura de casca - mm (medida em três pontos, com auxílio micrômetro, na região de maior diâmetro dos ovos); Ovos sujos % (foram anotados os ovos com sujidades na casca diariamente). Ovos trincados no útero %(ao final de cada ciclo os ovos foram avaliados, por meio de

ovoscopia, permitindo calcular a porcentagem de ovos trincados no útero);Avaliações de bem-estar (realizada uma vez por semana, durante 15 segundos, repetindo-se 12 vezes a cada 10 minutos. Assim, avaliou-se as aves com sinais de machucado infringido por outras aves, além de arranque de penas, aves brigando e aves escondidas sob comedouros ou outras aves). Os dados foram analisados por ANOVA e comparados pelo teste de Tukey (P<0,05).

Resultados e Discussão

De modo geral, as aves suplementadas com probiótico apresentaram melhorias no bem-estar, representadas por menor porcentagem de comportamento agonístico, como arranque de penas, brigas, aves escondidas e ovos trincados no útero (Tabela 1). Outra característica muito importante e que também foi influenciada pela inclusão de probiótico na dieta foi a porcentagem de ovos sujos, a qual foi menor para as aves suplementadas com o produto testado. Houve melhora na resistência e espessura da casca dos ovos daquelas aves suplementadas com probióticos (Tabela 2). Sabe-se que quando a ave está com o intestino saudável, há diminuição na porcentagem de ovos sujos, refletindo no comportamento e melhoria no bem-estar. Muitos autores reportam que a saúde do animal é o fator de maior impacto em seu bem-estar (2), pois cerca de 90% da serotonina, o neurotransmissor responsável pelo bem-estar é produzido nos intestinos (3).

Conclusão A inclusão de probiótico na dieta de galinhas poedeiras branca, no período pós-pico de produção melhora a qualidade de cascae todas as características de bem-estar.

Bibliografia

1. JIN L.Z. et al. World’sPoultSci J.,v. 53, p.351–368, 1997. 2.ARAUJO, J. A. et al..Acta Veterinária Brasílica, v.1, n. 3, p. 69-77, 2007.

3. GILL, R.K et al. American journal of physiology, v.294, p.62. 2008

.Tabela 1.Comportamento e qualidade da casca do ovo de galinhas poedeiras vermelhas suplementadas com probiótico

Tratamentos Arranque

de penas (%) Brigas (%) Ave escondida (%) Ovos sujos (%)

Ovos trincados no útero (%)

Controle 10,67A 4,93 A 29,16 A 4,45 A 7,30 A 200 3,39 B 0,53 C 23,06 B 1,45 B 3,24 B 400 5,31B 3,00 B 23,96 B 0,34 C 2,80 B

Valor de P 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 CV (%) 6,19 5,28 11,41 10,71 6,29

Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). CV (%) = Coeficiente de variação.

Tabela 2. Comportamento e qualidade da casca do ovo de galinhas poedeiras vermelhas suplementadas com probiótico

Tratamentos Gravidade Específica

Resistência da casca (kgf)

% de Gema % de Casca % de Albúmen Espessura

da casca (µm) Controle 1,081 3,38 27,03 8,55 64,33 33,67 B

200 1,081 3,28 26,90 8,50 64,59 34,13 A

400 1,081 3,30 27,19 8,56 64,25 34,19 A

Valor de P 0,63 0,32 0,34 0,67 0,72 0,04

CV (%) 7,31 10,01 8,04 7,90 9,45 10,30

Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). CV (%) = Coeficiente de variação.

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PREVISÃO DE CLAUDICAÇÃO EM FRANGOS DE CORTE USANDO APRENDIZADO DE MÁQUINA

NDS Lima1*, IA Nääs1, RBTR Silva1

1Programa de PG em Engenharia de Produção – UNIP, São Paulo-SP, Brasil.

Introdução

O bem-estar animal é geralmente avaliado através da mortalidade, fisiologia, comportamento e capacidade de locomoção [1, 2, 3]. A avaliação automática do gait score dos frangos poderia solucionar tarefas de classificação com modelos preditivos. O presente estudo teve como objetivo prever claudicação em frangos de corte, utilizando uma abordagem de classificação em árvore de decisão na técnica de aprendizado de máquina.

Material e Métodos

Um total de 600 pintos de 1 dia de idade (Cobb® 508 e Ross® 308) foram criados em um aviário experimental. Quando os frangos atingiram 40 dias de idade, 50 aves de cada grupo (2 linhagens genéticas e 2 sexos) foram selecionadas aleatoriamente (totalizando 200 aves). Cada frango foi avaliado por um pesquisador experiente, utilizando o método dos 6 pontos [3]. O escore da marcha 0 (GS0) foi atribuído às aves sadias. O escore da marcha 1 (GS1) o frango tinha um defeito identificável da marcha, mas parecia com menos mobilidade do que as aves sadias. O critério da marcha 2 (GS2) foi que a ave apresentava um defeito locomotor visível que teve pouco impacto na mobilidade. O escore da marcha 3 (GS3) foi de frangos com claudicação moderada com defeitos identificados na marcha que afetaram sua capacidade de movimentação. O escore da marcha 4 (GS4) foi de frangos sem agilidade, lento e manco. Frangos com escore de marcha 5 (GS5) não se movimentam. O algoritmo de árvores de decisão foi utilizado para construir o modelo. A matriz de confusão do modelo desenvolvido foi utilizada para verificar a precisão do modelo. Foi utilizada a técnica de poda, removendo do conjunto de dados as variáveis que não inferiram nos resultados da classificação [4].

Resultados e Discussão

A árvore de decisão apresentada na Figura 1 indica uma instância para classificar GS0 (24%) quando a velocidade do frango é > 0,035 m/s. Quando a velocidade do frango é ≤ 0,035 m/s, a linhagem genética precisa ser verificada. Se o frango é um frango Cobb®, é necessário verificar três limites de velocidade e, se a velocidade for > 0,022 m/s, o frango é classificado como GS1 (18%). Se o frango é um frango Cobb®, é

necessário verificar dois limites de velocidade e, se a velocidade for ≤ 0,021 m/s, o frango é classificado como GS2 (30%). Se o frango é um frango Ross®, é necessário verificar um limite de velocidade e, se a velocidade for ≤ 0,026 m/s, o frango é classificado como GS3 (20%). A precisão do modelo foi de 58% que indica que o modelo não é viável para uma previsão adequada.

A árvore de decisão usando o escore da marcha de 3 pontos, após a poda (Figura 2) apresentou uma precisão de 78%. Se a velocidade do frango for > 0,035 m/s, então o frango é sadio (GS0, 25%). Se a velocidade for ≤ 0,035 m/s, precisamos verificar a linhagem genética. Se o frango é um frango Cobb®, o resultado é um frango com GS1 (54%). Se o frango é um frango Ross®, precisamos verificar três limiares de velocidade e, se a velocidade for ≤ 0,026 m/s, o frango terá um escore de marcha GS1 (28%).

Tabela 1. Matriz de confusão da árvore de decisão usando escore de marcha de 3 pontos.

Verdadeiro

Predito GS0 GS1 GS2 Previsão de classe (%)

Taxa de erro (%)

GS0 102 5 1 94 6 GS1 26 108 1 80 20 GS2 7 25 23 42 58

Recall (%) 76 78 92 Recall (%) = a taxa de verdadeiros positivos em relação ao número total de elementos que realmente pertencem à classe positiva.

Analisando a matriz de confusão (Tabela 1), a melhor previsão de classe foi mostrada para GS0, seguida pela GS1. No entanto, o GS2 teve uma previsão de classe baixa. Embora a precisão do modelo tenha sido boa (78%), ela não respondeu bem ao classificar os frangos GS2.

Conclusão Uma avaliação de fácil interpretação para classificar

a claudicação de frangos de corte usando apenas um único atributo, a velocidade de deslocamento dos frangos de corte foi obtida neste estudo.

Bibliografia 1. Sassi N.B., Averós X., Estevez I. 2016. Animals 6, 62. 2. Cordeiro A.F.S., Nääs I.A., Salgado D.D. 2009. Brazilian

Journal of Poultry Science, 11, 149–154. 3. Caplen G et al. 2012. Plos One, 7, e40800. 4. Courtney L.D., Siegford J.M. 2014. Behavioural

Processes, 103, 58–66 .

Figura 1. Árvore de decisão usando o escore da marcha de 6 pontos

(C = Cobb® genetic strain; R = Ross® genetic strain)

Figura 2. Árvore de decisão usando o escore da marcha de 3 pontos (C = Cobb® genetic strain; R = Ross® genetic strain; f = female; m = male)

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