Princípios de Parasitismo Introdução à Helmintologia Lisboa, 2005.
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Princípios de ParasitismoPrincípios de Parasitismo
Introdução à HelmintologiaIntrodução à Helmintologia
Lisboa, 2005
ECOSISTEMA
SISTEMÁTICASISTEMÁTICA
ARTIOZOÁRIOSARTIOZOÁRIOS – – apresentamapresentam um plano de um plano de simetria (ex.: homem)simetria (ex.: homem)
FITOZOÁRIOSFITOZOÁRIOS – apresentam um eixo de – apresentam um eixo de simetriasimetria
SISTEMÁTICASISTEMÁTICA
HelmintasHelmintas – originalmente utilizado para – originalmente utilizado para referir os vermes intestinais. Usualmente referir os vermes intestinais. Usualmente inclui, as espécies livres e parasitas dos inclui, as espécies livres e parasitas dos filos dos Nematelmintas e dos Platelmintasfilos dos Nematelmintas e dos Platelmintas
Helmintoses Helmintoses – responsáveis por inúmeras – responsáveis por inúmeras doenças sendo algumas muito graves.doenças sendo algumas muito graves.
Áscaris Áscaris – cerca de 50%– cerca de 50%
Ancilostomas Ancilostomas – cerca de 40%– cerca de 40%
Schistosomas Schistosomas → 200 milhões de indivíduos→ 200 milhões de indivíduos
FascíolasFascíolasTéniasTéniasÉquinococosÉquinococosFilárias Filárias – oncocerca, loa loa, etc.– oncocerca, loa loa, etc.
EstrongilóidesEstrongilóides
SISTEMÁTICA dos PLATELMINTASSISTEMÁTICA dos PLATELMINTAS
Tipo – artiozoários de corpo achatado com Tipo – artiozoários de corpo achatado com a cavidade geral (celoma) obliterada por a cavidade geral (celoma) obliterada por um parenquima conjuntivo e desprovido de um parenquima conjuntivo e desprovido de aparelhos circulatório e respiratório. aparelhos circulatório e respiratório. Hermafroditas e na sua Hermafroditas e na sua maioria parasitasmaioria parasitas..
Classe dos:Classe dos:TurbeláriosTurbeláriosTremátodosTremátodosCéstodos Céstodos TéniasTénias
SISTEMÁTICA dos NEMATELMINTASSISTEMÁTICA dos NEMATELMINTAS
Tipo – quitinoforos de corpo alongado, Tipo – quitinoforos de corpo alongado, adelgaçado nas extremidades. Cavidade adelgaçado nas extremidades. Cavidade geral espaçosa. Aparelhos circulatório e geral espaçosa. Aparelhos circulatório e respiratório nulos. Sexos em geral respiratório nulos. Sexos em geral separados. separados.
Classe dos:Classe dos:Nemátodos Nemátodos ÁscarisÁscarisNematomorfosNematomorfosAcantocéfalosAcantocéfalos
AmibasEntamoebahystolitica
Esporozoários
Flagelados
Ciliados
Nematelmintas
Platelmintas
Protozoários
Metazoários
Tremátodos
Céstodos
CriptosporidiumPlasmodiumToxoplasma
GiardiaTrichomonasTrypanosomaLeishmania
Balantidium
NemátodosIntestinais e
Filárias
Schistosomase Fascíolahepática
Ténias
Números e parasitosesNúmeros e parasitoses
Dracuncolose
0%Schistosoma
9%
Malária
14%
Helmintas
65%
THA
0%
Leishmania
1%Filaríase
6%
Amebíase
2%Chagas
1%Tremátodos
2%
Impacto das ParasitosesImpacto das Parasitoses
Malária 500 milhões de casos agudos / ano 1.5 milhões mortes / ano Em risco: 40% da população mundial, em mais
de 90 países. Maior parte das mortes em crianças (Taxa
actual de mortalidade 35,000 crianças /semana 20 milhões de turistas / ano em risco.
Impacto IIImpacto IIPrimeira causa de morbilidade em Países em Desenvolvimento, juntamente com:
Doença respiratória aguda (causas múltiplas) Diarreia (causas múltiplas, TB, HIV
mata 4X mais pessoas por ano que o HIV o orçamento mundial para investigação é 15x inferior
Impacto veterinário difícil de avaliar Milhões em antibióticos, vacinas e outras medidas
profilácticas Áreas inteiras não utilizáveis devido aos parasitas
Ex.: na maior parte da África subsahariana não há cultura intensiva de gado por causa da TB.
HelmintasHelmintasNemátodos Infectados 800 milhões Taxa de mortalidade 60.000/ano
+ atraso mental de crescimento, anemia crónica em crianças. Ascaridíase
1 bilião de infecções 20.000 mortes /ano
Onchocerca volvulus Cegueira dos rios 30 milhões de infectados (morte rara) 1 milhão com déficit grave → 350.000 cegos.
Schistosoma species 200 milhões infectados Doença hepatoesplénica severa < 10 % 1 Milhão de mortes / ano
Geografia das parasitosesGeografia das parasitoses
Resistência Resistência
Conceitos básicosConceitos básicos
Comensalismo Associação entre espécies sem benefício ou prejuízo
para qualquer dos parceiros
Simbiose Ambos beneficiam e pode ser essencial para uma ou
ambas as espécies
Parasitismo Apenas um dos parceiros beneficia (parasita). O outro parceiro (hospedeiro) pode ou não ser
prejudicado, causando doença ou infecção ou infestação.
DefiniçõesDefinições
Parasita Organismo que vive dentro ou sobre outro
organismo de quem retira nutrientes O “dano” provocado é muitas vezes difícil de avaliar
Parasitismo Associação entre populações de duas
espécies em que o mais pequeno (parasita) é fisiologicamente dependente do maior (hospedeiro)
DefiniçõesDefinições
Hospedeiro definitivo Aquele no qual o parasita
tem a sua forma adulta ou vida reprodutiva (reprodução sexuada)
Hospedeiro Intermediário Aquele em que o parasita
vive em estado larvar (reprodução assexuada)
Reservatório População de hospedeiros
nos quais o parasita vive, multiplica e perpétua.
Zoonose Parasitose por parasitas
normalmente encontrados em animais e ocasional-mente transmitidos ao homem.
Classificação de ParasitasClassificação de Parasitas
OBRIGATÓRIOSNão sobrevivem fora do hospedeiro
Ex.: Enterobius vermicularis (helminta), alguns protozoários, vírus
FACULTATIVOSLivres, mas em contacto com o
hospedeiro evoluem. Ex.: fungos
Casos especiaisCasos especiais
ACIDENTAISPodem causar danos
Ex: ingestão acidental de larvas de moscas.
PSEUDOPARASITASNão causam danos ao hospedeiro.
Podem ser detectados em exame coproparasitológico
Ex: alguns quistos de protozoários
Classificação quanto ao tipoClassificação quanto ao tipo
FITOPARASITASbactérias, fungos
ZOOPARASITASartrópodes, helmintas e protozoários
Contacto com o homemContacto com o homemPERMANENTE
Constantemente em contacto com o hospedeiro Ex: Ascaris lumbricoides, Enterobius vermicularis
PERIÓDICOS Parte de seu ciclo é de vida livre e parte é dentro do hospedeiro
Ex: Necator americanus e Ancylostoma duodenale (vida livre: larva / dentro do hosp.: adulto)
TEMPORÁRIO insectos hematófagos
REMITENTE em constante contacto com o hospedeiro e temporariamente alimenta-se de sangue
Ex: piolho, pulga
INTERMITENTE só entra em contacto com o hospedeiro no momento de se alimentar
EspecificidadeEspecificidade
ESTENOXENO: Alta especificidade. Ex: Trichuris trichiura - específico da espécie
humana
EURIXENO: Ampla especificidade
Ex: Toxoplasma gondii - homem, felinos, ...
OLIGOXENO: Pouca especificidade
Ex: Plasmodium malariae - homem e primatas
AlimentaçãoAlimentação
ESTENOTRÓFICOAlimenta-se de apenas um tipo de
alimento Ex: sangue
EURITRÓFICOAlimenta-se de várias substâncias
Ex: Taenia solium - quimo intestinalAncylostoma duodenale - quimo e sangue
Tipo de CicloTipo de Ciclo
MONOXENO: Completa seu ciclo em apenas 1 hospedeiro, não tem
larva
HETEROXENO: Necessita de mais de 1 espécie para completar o seu
desenvolvimento Ex.: Taenia saginata, Echinococus granulosus,
Plasmodium
AUTOXENO: 2 fases (larva e adulto) ocorrem no mesmo hospedeiro
Ex: Hymenolepsis nana
LocalizaçãoLocalização
ERRÁTICO ou ATÓPICOParasita encontrado em locais não
típicos. Aumenta a gravidade da parasitose
DESVIADOS ou TRANSVIADOSMudança no hospedeiro habitual
VectorVector
Insecto que transporta o agente etiológico MECÂNICO
Não ocorre multiplicação, apenas transporta. Ex: algumas moscas
BIOLÓGICO O agente etiológico faz um ciclo propagativo e/ou
evolutivo Ex.: plasmódio e anopheles
VectorVector
PropagativoO parasita multiplica-se no vector
Propagativo evolutivoMultiplicação e evolução
EvolutivoApenas evolução
Bactérias e vírus: multiplicamProtozoários: evoluem ou multiplicam e
evoluem
PORTAS DE ENTRADAPORTAS DE ENTRADA
PER OS : entram pela boca (principalmente) Através de água, alimentos, ar, fomites (instrumentos
inanimados) Ocorre com a maioria dos enteroparasitas veiculadores
de agentes etiológicos
PER CUTEM : entram pela pele Penetração activa: LFI (larva filarióide infectante) Penetração passiva: inoculação pela acção de picadas
de insectos
VIA MUCOSA ou CONJUNTIVAVIA INALATÓRIAPLACENTA VIAS GENITAIS
DISSEMINAÇÃO PELO DISSEMINAÇÃO PELO ORGANISMOORGANISMO
Via sanguínea: Hemoparasitas (Ex.: T. cruzi)
Via linfática: Ex. Wuchereria bancrofti
Pela pele: ectoparasitas
PARASITISMO E DOENÇAS PARASITISMO E DOENÇAS PARASITÁRIASPARASITÁRIAS
Factores de Influência
FACTORES INERENTES AO PARASITAFACTORES INERENTES AO PARASITA
1. Número de Exemplares2. Capacidade de multiplicação dos parasitas no hosp.
Ex: P. falciparum tem maior capacidade de multiplicação que o P. vivax
3. Dimensões4. Localização5. Virulência: relacionada com a estirpe.
Ex: P. vivax é menos virulento que P. falciparum
6. Vitalidade: Enterobius vermicularis - 18 meses; Taenia saginata - 20 a 30 anos
7. Associações parasitárias: Ex: Entamoeba hystolitica - tem a sua acção facilitada pela
dilaceração da parede do Intestino por outros microorganismos
FACTORES INERENTES AO HOSPEDEIROFACTORES INERENTES AO HOSPEDEIRO
1. Idade: quanto mais jovem, menor é a defesa
2. Imunidade: menor gravidade da segunda infecção
3. Alimentação: alotriofagia (falta de Fe - ancilostomíase)
4. Doenças intercorrentes: indivíduos com pneumonia agravada quando adquirem parasitas pulmonares
5. Flora bacteriana associada
6. Medicamentos usados: cortisona ( imunodepressor)
7. Usos e costumes: árabes tem alto consumo de carne crua, africanos andam descalços
8. Tensão emocional: diminui a resposta imunológica
ACÇÃO SOBRE O HOSPEDEIROACÇÃO SOBRE O HOSPEDEIRO
ESPOLIATIVA: retira o alimento
TRAUMÁTICA: trauma no hospedeiro Ex: Taenia solium com escólex que se fixa à mucosa
intestinal.
OBSTRUTIVACOMPRESSIVATÓXICA: secreções e excreções dos parasitas
IRRITATIVA: presença do parasita no organismo do hospedeiro
ANÓXICA: ocasionada por parasitas que consomem oxigênio
PERÍODOS CLÍNICOS E PERÍODOS CLÍNICOS E PARASITÁRIOSPARASITÁRIOS
PERÍODOS PARASITÁRIOSPERÍODOS PARASITÁRIOS
1. Pré - patente
2. Patente (pode haver diagnóstico directo)
3. Sub-patente (não há comprovação diagnóstica)
4. Cura
PERÍODOS CLÍNICOSPERÍODOS CLÍNICOS
1. Incubação2. Sintomático3. Latente (não há comprovação diagnóstica)
4. Recaídas (diminui a resistência imunológica, voltam
os parasitas)
5. Convalescença
Grupos parasitáriosGrupos parasitários
Grandes gruposGrandes grupos
Endoparasitas Invasivos para o hospedeiro, incluem parasitas
do intestino.
Ectoparasitas Geralmente não invadem o hospedeiro:
artrópodes (piolhos, moscas, carraças), anelídeos (sanguessugas)
Muitos parasitas requerem dois ou mais hospedeiros durante o seu ciclo.
AmibasEntamoebahystolitica
Esporozoários
Flagelados
Ciliados
Nematelmintas
Platelmintas
Protozoários
Metazoários
Tremátodos
Céstodos
CriptosporidiumPlasmodiumToxoplasma
GiardiaTrichomonasTrypanosomaLeishmania
Balantidium
NemátodosIntestinais e
Filárias
Schistosomase Fascíolahepática
Ténias
Protozoários Protozoários
Eucariotas unicelularesMais de 200 espécies Parasitando mais de 30.000 outras espécies
A maior parte dos parasitas com importância médica estão em 2 de 7 Phyla:
1.Sarcomastigophora1.Sarcomastigophora
Organismos com pseudópodos (amibas) ou flagelos.Leishmania spTrypanosoma sp Giardia sppTrichomonas sp Entamoeba sp
2. Apicomplexa 2. Apicomplexa (antigo Sporozoa):(antigo Sporozoa):
Sem órgãos de motilidade permanentes
Complexo apical de organelos.
Exemplos Babesia (Babesiose) Plasmodium (Malária) Cryptosporidium (Diarreia) Toxoplasma (Toxoplasmose)
HelmintasHelmintas
Metazoários:
1. Nemátodos
2. Platelmintas
Formas larvares de helmintasFormas larvares de helmintas
HelmintasHelmintas
NemátodosNemátodos
Ciclo de vida Ciclo de vida genéricogenérico
Bissexuados
Caracóis como hospedeiros
intermediários
hermafroditasTremátodosTremátodos
Ciclo genéricoCiclo genérico
Formas infestantes para o homem
TremátodosTremátodosPatogeniaPatogenia
CéstodosCéstodosCiclo Ciclo
genéricogenérico
REACÇÕES DO REACÇÕES DO HOSPEDEIRO PARASITADOHOSPEDEIRO PARASITADO
CELULAR No local onde se encontra o parasita.
É desencadeada por macrófagos. Ocorre atrofia ou hipertrofia do tecido lesado, aumentando ou diminuindo o número de células para regeneração.
HUMORAL É sistémica.
Há produção de Anticorpos em resultado da resposta aos antigénios do parasita. Servem para imunização na reinfecção e provas imunológicas
ImunopatologiaImunopatologia
Hipersensibilidade Tipo IAnafilaxia
Hipersensibilidade Tipo IICitotoxicidade mediada por anticorpos
Ex. Trypanosoma cruzi
Biliões de ParasitosesBiliões de Parasitoses