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PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA PROPRIETÁRIO: ALBERTO KEMPER SÃO LUDGERO (SC), JULHO DE 2014

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PROJETO DE RECUPERAO DE REA DEGRADADA

PROPRIETRIO: ALBERTO KEMPER

SO LUDGERO (SC), JULHO DE 2014

1 INFORMAES GERAIS

CARACTERIZAO DA PROPRIEDADE

Denominao da PropriedadeIMVEL URBANO

EndereoRua Joo Wessler, 80

LocalidadeCentroMunicpio/UFSo Ludgero/SC

rea da propriedaderea do PRAD1.162,23

rea do PRAD em APP1.162,23rea do PRAD em RL

LatitudeLongitude

- Segue no Anexo 1 o croqui da propriedade detalhando o acesso, hidrografia, rea de preservao permanente e rea do PRAD.

DETENTOR

NomeAlberto Kemper

EndereoRua Governador Jorge Lacerda, 1102

Municpio/UFBrao do NorteCEP88750-000

E-mailTelefone/Fax

CPF/CNPJ082.537.739-00RG/Emissor

RESPONSVEL TCNICO PELA ELABORAO EXECUO

NomeTiago de Souza Ferreira

FormaoEngenheiro Florestal, MSc. em Engenharia Florestal

EndereoRua Jos Speck, Bairro So Francisco de Assis

Municpio/UFBrao do Norte/SCCEP88750-000

[email protected]/Fax(48) 9656 7457

CPF/CNPJ054.722.929-13CREA/UF109189-9/SC

Nmero da ART5158595-1Validade da ART31/12/2014

2 CARACTERIZAO DA REA DEGRADADA

ORIGEM DA DEGRADAO

Danos Ambientais CausadosA degradao ambiental existente na rea foi causada pela supresso e remoo da vegetao ciliar.

Origem dos Danos AmbientaisA atividade que deu origem ao dano ambiental foi a urbanizao e a substituio da vegetao ciliar por pastagem.

Efeitos Causados ao AmbienteDesestabilizao do solo presente na margem, aumento do escoamento superficial, carreamento de sedimentos para o sistema aqutico, alm da perda de biodiversidade e do equilbrio ecolgico.

CARACTERIZAO REGIONAL E LOCAL

ClimatologiaDe acordo com a classificao climtica de Koppen a regio de estudo classificada como Cfa - Clima subtropical; temperatura mdia no ms mais frio inferior a 18C (mesotrmico) e temperatura mdia no ms mais quente acima de 22C, com veres quentes, geadas pouco frequentes e tendncia de concentrao das chuvas nos meses de vero, contudo sem estao seca definida (PANDOLFO et al. 2002).

EcossistemaA rea de estudo fica localizada no bioma Mata Atlntica.

FitofisionomiaA rea de estudo pertence ao sistema fisionmico-ecolgico da Floresta Ombrfila Densa Aluvial (IBGE, 2012).

Bacia HidrogrficaA rea de estudo fica inserida na regio hidrogrfica RH9, Bacia hidrogrfica do Rio Tubaro.

Microbacia HidrogrficaA rea de estudo fica localizada na sub-bacia do Rio Brao do Norte.

PedologiaOcorre na rea degradada o tipo de solo Podzlico Vermelho-Amarelo lico e Distrfico Tb A moderado, textura mdia/argilosa, fase floresta tropical pereniflia, relevo suave ondulado - PVa6. Esse tipo de solo caracteriza-se pela presena de 8-15% de cascalho no perfil, baixa fertilidade natural e elevados teores de alumnio trocvel, alm disso, esse tipo de solo requer ateno especial quanto a processos erosivos (EMBRAPA, 2004).

CARACTERIZAO DA REA DEGRADADA (REA DO PRAD)

Situao Original (Antes dos Danos)Situao Atual (Aps os Danos)

RelevoAntes dos danos ambientais, a rea apresentava relevo plano.O relevo da rea no sofreu alteraes aps os danos ambientais.

Solo Antes dos danos ambientais, a rea apresentava solo bem estruturado, com elevado teor de matria orgnica e coberto por serrapilheira, sem a presena de processos erosivos.Atualmente o solo encontra-se desprovido de camada orgnica superficial e compactado devido ao pisoteio de gado e equinos.

HidrografiaAntes dos danos ambientais, a ribanceira do rio apresentava estabilidade pelo desenvolvimento e manuteno de um emaranhado radicular em diferentes profundidades.Atualmente, a margem do rio apresenta aspectos que indicam a ocorrncia de assoreamento devido baixa resistncia do solo a processos erosivos no encontro com a gua do rio.

VegetaoDe acordo com a Resoluo CONAMA 004, de 04 de maio de 1994, a rea apresentava vegetao aluvial em estgio de sucesso avanado antes da degradao ambiental (CONAMA, 1994).Atualmente, a vegetao predominante no local composta por gramneas invasoras da famlia botnica Poaceae, instaladas para a formao de pastagem. Alm disso, ocorre a presena de indivduos de Mamona (Ricinus communis L.) e espcies exticas utilizadas na arborizao urbana e jardins. No apresenta remanescentes arbreos e/ou arbustivos nativos, sendo ausente o banco de sementes e de plntulas do solo. A distncia mnima da rea degradada at fontes de propgulos de espcies nativas de aproximadamente 100m.

Segue no anexo 2, a apresentao de material fotogrfico para a caracterizao da rea degradada.

3 PONTOS CRTICOS E FATORES DIFICULTADORES

Os fatores que podem ser considerados crticos e/ou dificultadores do Projeto de Recuperao de rea Degradada, so a presena de espcies invasoras e exticas no local e o livre acesso de animais e pessoas a rea.

4 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral do presente projeto consiste em ajudar a natureza se recompor, de forma que os processos sucessionais ocorram na rea degradada, recompondo uma biodiversidade compatvel com o clima regional e com as potencialidades locais do solo.

5 OBJETIVOS ESPECFICOS

Os objetivos especficos do presente projeto so:

1) Conteno de processos erosivos;2) Controlar espcies invasoras e exticas;3) Restabelecimento da cobertura vegetal nativa e biodiversidade;4) Recuperao da fertilidade e estrutura do solo;5) Restabelecer as relaes biticas entre a fauna e a flora;6) Aumentar a conectividade da paisagem.

6 DIAGNSTICO DA REA E METODOLOGIA DE IMPLANTAO

Para atingir os objetivos propostos nos itens anteriores, procuramos escolher o mtodo mais adequado de restaurao da rea por meio da realizao de um diagnstico ambiental da rea e de seu entorno de forma a identificar a capacidade de resilincia do local. A escolha da tcnica de restaurao foi realizada observando as seguintes diretrizes:

i) Chuva e banco de sementes: a chuva de sementes pode ser considerada como um fator limitante para a regenerao de ecossistemas degradados, uma vez que responsvel pelo surgimento de novos indivduos na rea a ser restaurada. O estado do banco de sementes no solo forte indicativo da capacidade de resilincia de um ecossistema degradado ou dos estgios sucessionais das florestas.ii) Histrico e uso da rea: impactos severos no banco de sementes e perda da estrutura e nutrientes do solo so comuns em reas intensamente antropizadas e com forte compactao do solo. Nessas reas dificilmente ocorrer regenerao natural satisfatria, sendo necessrio algum tipo de atividade que recupere as condies edficas, associado a transferncia de material alctone, seja por meio de transferncia de solo e serapilheira contendo banco de sementes, seja por plantio de espcies nativas.iii) Paisagem fragmentada: os principais impactos da paisagem para a regenerao natural de ecossistemas degradados esto relacionados capacidade de disperso de sementes no ambiente. Quanto mais distante uma rea estiver de um fragmento florestal, menor a quantidade de propgulos que chegaro at ela, de modo que distancias grandes entre fragmentos prejudicam o enriquecimento das reas em regenerao. A partir da premissa da teoria neutra de que restries na disperso dos indivduos podem afetar a comunidade regenerante, a existncia de florestas maduras no entorno e o papel das fontes vizinhas no aporte de espcies nas futuras florestas devem ser considerados. Dessa forma, a condio de isolamento espacial certamente faz com que a sucesso natural torne-se lenta e praticamente inviabiliza a restaurao florestal por meio de processos sucessionais.iv) Presena de polinizadores e dispersores: interaes planta-animal relacionadas polinizao de flores e disperso de sementes so fundamentais para incrementar o fluxo gnico, garantindo assim o estabelecimento de populaes viveis. Embora na chuva de sementes seja comum a presena de espcies anemocricas, grande parte das florestas tropicais apresenta maior proporo de espcies zoocricas. No entanto, importantes dispersores de plantas, como aves e morcegos evitam, reas abertas por estarem mais expostos ao de predadores, pela ausncia de poleiros para pouso ou mesmo pela falta de atrativos como frutos e sementes.v) Presena de espcie problema: espcies problemas so aquelas nativas ou exticas que formam populaes fora do seu sistema norma ou fora de seu tamanho desejvel. Um dos principais fatores que podem impedir o processo de regenerao natural refere-se ocupao da rea por exticas invasoras (ex.: gramneas africanas), as quais devem ser alvo de manejo contnuo at sua erradicao.

De acordo com o diagnstico ambiental da rea realizado seguindo as diretrizes acima, foi identificado que a rea perdeu sua resilincia natural, uma vez que no ocorre no local o processo de chuva de sementes, o banco de sementes no solo ausente, a rea foi intensamente antropizada por um longo perodo de tempo, a rea encontra-se inserida em uma matriz urbana altamente fragmentada, existe uma distncia relativamente grande at os fragmentos adjacentes fornecedores de fontes de propgulos, as interaes biticas planta-animal na rea esto ausentes, no local ocorreu o estabelecimento de pastagem e animais e pessoas possuem livre acesso ao interior da rea, foi constatada a ocorrncia de gramneas invasoras na rea, bem como de espcies arbreas exticas utilizadas na arborizao urbana.Nessa situao, no resta outra sada a no a utilizao de um mnimo de diversidade de espcies j na fase de implantao do projeto; quanto maior essa diversidade, mais rpido se espera que a restaurao se concretize.Diante do cenrio exposto acima, o presente projeto prope que alm do isolamento da rea, seja realizado o plantio em rea total e a instalao de poleiros artificiais.

6.1 Isolamento da rea

Antes da implantao de qualquer ao de restaurao florestal, preciso inicialmente identificar a existncia de fatores de degradao e, caso existam, promover o seu isolamento. Dessa forma, evita-se o desperdcio de esforos e recursos (financeiros, mudas, mo de obra, etc.), pois muitas das atividades executadas antes ou mesmo durante a restaurao florestal podem ser totalmente perdidas em funo da continuidade desses fatores de degradao. Alm disso, a partir do isolamento, a vegetao nativa tem melhores condies para se desenvolver, aumentando a eficincia da restaurao e consequentemente a reduo dos custos associados a essa atividade.A forma mais tradicional de se promover o isolamento de reas-alvo de restaurao florestal por meio do uso de cercas. Alm de isolar a rea de fatores de degradao, as cercas tambm podem servir como local para pouso de aves dispersoras de sementes.A demarcao da rea de Preservao Permanente e a interrupo de todas as atividades desenvolvidas no local constituem aes obrigatrias, e sua no execuo implica em prejuzo para a restaurao florestal.

6.2 Plantio em rea total

6.2.1 Metodologia de plantio

Quando o potencial de autorregenerao natural (resilincia) da rea-alvo da restaurao ausente, a estratgia mais eficaz o plantio total de mudas em toda a rea. Nesse mtodo, so realizadas combinaes das espcies em mdulos ou grupos de plantio, visando implantao de espcies dos estdios finais de sucesso (secundrias tardias e clmax) conjuntamente com espcies dos estdios iniciais de sucesso (pioneiras e secundrias iniciais), compondo unidades sucessionais que resultam em uma gradual substituio de espcies dos diferentes grupos ecolgicos no tempo, caracterizando o processo de sucesso.Para combinao de espcies de diferentes grupos ecolgicos (pioneiras, secundrias e/ou climcicas) ser realizado o plantio em linhas alternadas. Dessa forma, as linhas de plantio alternam espcies de grupos ecolgicos distintos, que representaro os mdulos sucessionais. Para a implantao dessas linhas, a lista de espcies nativas regionais ser dividida em dois grupos funcionais: grupo de recobrimento e grupo de diversidade (NAVE, 2005).O grupo de recobrimento ser constitudo por espcies que possuem rpido crescimento e boa cobertura de copa, proporcionando o rpido fechamento da rea. Essas espcies em sua maioria so classificadas como pioneiras, mas espcies secundrias iniciais tambm podem fazer parte desse grupo, que pode ser referido como grupo das pioneiras (P). Com o rpido recobrimento da rea, as espcies desse grupo criam um ambiente favorvel ao desenvolvimento dos indivduos do grupo de diversidade e desfavorecem o desenvolvimento de espcies competidoras como gramneas e lianas agressivas, atravs do sombreamento da rea de recuperao. No grupo de diversidade sero includas as espcies que no possuem rpido crescimento e/ou boa cobertura de copa, mas so fundamentais para garantir a perpetuao da rea plantada, j que esse grupo que vai gradualmente substituir o grupo de preenchimento com o passar do tempo, ocupando definitivamente a rea. O grupo de diversidade se assemelha muito ao grupo referido em alguns projetos como grupo das no-pioneiras (NP) (Figura 1).

Figura 1. Esquema de plantio das mudas em grupos funcionais de recobrimento e de diversidade.

6.2.2 Especificaes tcnicas

6.2.2.1 poca de plantio

A melhor ocasio para o plantio ser sempre o incio do perodo chuvoso tanto pela facilidade do fornecimento de gua quanto pelas questes climticas, como temperatura e umidade do ar. Pode-se realizar o plantio em qualquer dia, porm a preferncia para os dias nublados e com temperatura amena. Caso no seja possvel o plantio ser realizado nessas condies, as mudas sero irrigadas no momento do plantio com a dosagem de 4 a 5 litros de gua por cova e cada vez que o perodo sem chuvas ultrapassar um limite de 15 dias durante os primeiros 3 meses.

6.2.2.2 Preparo e limpeza do terreno

Para o plantio das mudas, o local dever estar limpo, sem entulhos e sem lixo. Para o controle das gramneas invasoras ser realizada capina na linha de plantio em uma faixa de 1,5 m de largura. As espcies exticas presentes no local sero removidas. Os restos vegetais das espcies removidas podero ser utilizados como cobertura morta ao redor das mudas com o objetivo de manter o solo prximo as mudas mais mido por mais tempo.

6.2.2.3 Abertura das covas

A abertura das covas poder ser realizada tanto com auxlio de enxado quanto de cavadeira, embora o uso de enxado apresente melhor rendimento. As covas devem ter dimenses mnimas de 40 cm x 40 cm x 40 cm. Outra opo para a abertura de linhas de plantio a utilizao do arado. Este implemento inverte a leiva do solo, retirando da linha de plantio o banco de sementes de plantas daninhas, o que diminui a infestao futura desse local ou retarda a germinao de sementes de espcies competidoras. Isso altamente vantajoso, j que o controle do mato na linha de plantio uma das atividades mais difceis de serem executadas durante a manuteno da rea.

6.2.2.4 Correo da acidez do solo e adubao de base Para correo da acidez do solo ser aplicado 200g de calcrio dolomtico ou magnesiano por cova, espalhando ao redor da muda num raio de 0,25m, antes ou durante o plantio. Como adubao de base ser utilizada a dosagem de 200 gramas/cova de fertilizante N:P:K 06:30:06 ou outro equivalente com elevado teor de fsforo (P), o fertilizante a ser utilizado dever ser misturado previamente ao solo antes do plantio. Em alternativa, pode-se utilizar adubao orgnica com a dosagem de dez litros de esterco de curral bem curtido, que deve ser misturado com a terra que vai preencher a cova. No caso de utilizao de esterco de granja (frango), essa dosagem deve ser reduzida a 1/3 desse volume.

6.2.2.5 Plantio

O plantio das mudas ser realizado de forma manual observando as seguintes precaues. A muda deve ser colocada no centro da cova, mantendo-se o colo um pouco abaixo do solo, o qual deve ser levemente compactado para evitar tombamento. A construo de uma pequena bacia ao redor da muda auxilia na manuteno da umidade do solo ao redor da muda. Recipientes no biodegradveis devem ser obrigatoriamente retirados antes do plantio, tomando-se cuidado para no desintegrar o torro. Devem-se eliminar as razes enoveladas, para isso recomenda-se cortar aproximadamente 1 cm do fundo da embalagem que contem a muda. Uma vez terminado o plantio, deve-se proceder farta irrigao.

6.2.2.6 Tutoramento

O tutoramento consiste em fornecer apoio para que a muda cresa de forma retilnea e sem inclinaes. O tutor consiste em uma estaca rolia de bambu, com dimetro entre 6 e 8 cm e 3 m de comprimento, que seja fincada por cerca de um metro de profundidade da cova. A muda ser amarrada ao tutor por meio de material que se desfaa com o tempo como barbante, sisal ou borracha. O amarrio deve ser feito em dois ou trs pontos ao longo do caule e sempre em forma de 8 deitado. 6.2.2.7 Replantio

O replantio consiste na reposio das mudas que morreram. O replantio ser realizado caso seja constatada mortalidade das mudas superior a 5% do total de indivduos plantados. O mesmo deve ser efetuado 30 dias aps o plantio.

6.2.2.8 Escolha das espcies

A preocupao com a seleo de espcies a serem utilizadas em determinado stio de restaurao florestal tem sido alvo de muitos estudos. No entanto, h consenso sobre o uso preferencial de espcies regionais, dado que tais espcies esto bem adaptadas aos diferentes tipos de solos, condies climticas, presena de polinizadores e dispersores de sementes. Alm disso, espcies regionais apresentam maior tolerncia aos predadores e seu uso aumenta a probabilidade de sucesso reprodutivo e de regenerao natural nos projetos de restaurao florestal (KAGEYAMA e GANDARA, 2000). Partindo desse princpio, a construo de uma lista de espcies baseadas em levantamentos florsticos regionais imprescindvel em projetos de restaurao, podendo-se ainda estender o uso de uma espcie de uma regio para condies fitogeogrficas prximas.Outras informaes relevantes na indicao de espcies em projetos de restaurao florestal dizem respeito ao grupo ecolgico (GE) a que dada espcies pertence. De forma bem sucinta, podemos relacionar a importncia do conhecimento sobre o grupo ecolgico ao qual uma espcie pertence com a definio do mtodo de restaurao. Assim, espcies que aliam crescimento rpido, tanto em altura quanto em cobertura de copa, so desejveis quando se almeja rpido recobrimento do solo. Com base nesses critrios de seleo, h a possibilidade de segregao das espcies em duas categorias classificatrias distintas: as espcies de recobrimento e as de diversidade. Diante do exposto, este tpico mostra uma relao de espcies passveis de uso em projetos de restaurao florestal na regio da bacia hidrogrfica do Rio Tubaro e seus afluentes (Tabela 1), tendo como base estudos locais.

Tabela 1. Listagem das espcies potenciais para a composio dos grupos funcionais de recobrimento e de diversidade. Onde: G.E.= Grupo Ecolgico; P= Pioneira; Si= Secundria inicial; NP= No-pioneira.

Nome Cientfico Nome Vulgar G.E.

Acacia polyphylla DC. Angico-branco P

Acrocomia aculeata Lodd. ex Mart Macaba, macava P

Aegiplila sellowiana Cham. Tamanqueira, papagaio P

Albizia hassleri (Chod.) Burkart Farinha seca P(Si)

Albizia glandulosa Poepp & Endl. Tapi P

Alchornea triplinervia (Spr.) Muell. Arg. Tapi mirim P

Allophylus edulis (A. ST. HIL.) Juss Lixeira P

Amaioua guianensis Aublet Caf do mato, marmelada NP

Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Angico vermelho P(Si)

Aniba fimula Mez Canelinha NP

Annona cacans Warm. Araticum, araticum cago NP

Apulea leiocarpa Macbr. Garapa NP

Aspidosperma cylindrocarpum Mell Arg. Peroba poa NP

Aspidosperma polyneuron Mell. Arg. Peroba rosa NP

Astronium graveolens Jacq. Guarit, quebra-machado P(Si)

Balfourodendron riedelianum Engl. Pau marfim P(SI)

Bauhinia forficata Link. Unha-de-vaca P(Si)

Blepharocalyx salicifolius (Kunth) Berg. Guruuca NP

Brossimum gaudichaudii Trcul. Mamica-de-cadela NP

Cabrelea canjerana (Veloso) Martins Canjerana NP

Calophyllum brasiliensis Camb. Guanandi, landi NP

Campomanesia xanthocarpa Berg. Gabiroba NP

Cariniana estrellensis (Raddi) O. Kuntze. Jequitib branco NP

Cariniana legalis (Mart.) Kuntze. Jequitib rosa NP

Casearia decandra Jacq. Pitumba, guaatonga, espeto NP

Casearia sylvestris Sw. Guaatonga, erva-de-lagarto P

Cassia ferruginea Schard. ex DC. Canafstula P(Si)

Cecropia glaziovi Sneth. Embaba vermelha P

Cecropia hololeuca Miq. Embaba branca P

Cecropia pachystachya Trcul. Embaba P

Cedrela fissilis Vell. Cedro P(Si)

Cedrela odorata Ruiz & Pav. Cedro do brejo NP

Centrolobium tomentosum Guill. ex Benth Ararib P

Cestrum laevigatum Schlecht - P

Chorisia speciosa St. Hil. Paineira P(Si)

Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichl.) Engl. Guatamb de leite P(Si)

Citronella gongonha (Mart.) Howard Congonha NP

Clethra scabra Pers Vassouro, canjuja P(Si)

Columbrina glandulosa Perkins Saquaragi vermelho, sobrasil P(Si)

Copaifera lansdorffii Desf. leo copaba, copaba NP

Cordia ecalyculata Vell. Caf-de-bugre P(Si)

Cordia superba Cham. Barbosa, gro-de-galo P

Cordia trichotoma Vell. ex Steud. Louro-pardo, canela-batata P(Si)

Croton florinbundus Spreng. Capixingui P

Croton priscus Mel. Arg. Pau-sangue P

Croton urucurana Baill. Sangra d'gua, aldrago P

Cupania vernalis Camb. Camboat P(Si)

Cytharexyllum myrianthum Cham. Pau-viola P

Dendropanas cuneatum Decne. & Planch. Maria-mole, mandioca P(Si)

Duguetia lanceolata St. HIl. Pindaba, biriba NP

Endlicheria paniculata (Spreng.) J. F. Macb. Canela do brejo NP

Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morang Tamboril, orelha-de-negro P(Si)

Erythrina crista-gali L. Suna P

Erythrina falcata Benth. Sain P

Erythrina speciosa Andrews Candelabro, faquinha P

Esenbeckia leiocarpa Engl. Guarant NP

Eugenia florida DC. Guamirim NP

Eugenia uniflora L. Pitanga NP

Euterpe edulis Mart. Palmiteiro, jussara NP

Ficus citrifolia Willd. Figueira P(Si)

Ficus guaranitica Schodat Figueira, figueira branca P(Si)

Ficus insipida Willd. Figueira branca P(Si)

Gallesia intergrifolia (Spreng.) Harms Pau d'alho P(Si)

Genipa americana L. Genipapo NP

Geonoma brevispatha Barb. Rodr. - NP

Gomidesia affinis (Camb.) D. Legr. Guamirim NP

Guapira opposita (Vell.) Reitz. Maria-mole P(Si)

Guarea guidonea (L.) Sjeum. Marinheiro, cura-madre NP

Guarea kunthiana A. Juss Marinheiro NP

Guatteria nigrescens Mart. Pindaba-preta, araticum-seco NP

Guazuma ulmifolia Lam. Mutambo P

Heliocarpus americanus L. Jangada P(Si)

Hyeronima alchorneoides Fr. All. Urucurana, licurana P(Si)

Hymenaea coubaril L. Jatob NP

Ilex brasiliensis Loes Cana da praia NP

Ilex paraguariensis St. Hil. Erva-mate NP

Inga affinis DC Ing, ing-doce P(Si)

Inga fagifolia Willd. Ing, ing-feijo P(Si)

Inga luschnatiana Benth. Ing P(Si)

Inga marginata Willd. Ing P(Si)

Inga uruguensis Hook. et Arn. Ing P(Si)

Inga vera Willd. Ing P(Si)

Jacaranda macrantha Cham. Caroba-do-mato P(Si)

Jacaratia spinosa (Aubl.) A.DC. Jaracati P

Lafoensia pacari St. Hil. Dedaleiro P(Si)

Lithraea molleoides Engl. Aroeira brava P(Si)

Lonchocarpus muehlbergianus Hass. Embira de sapo P(Si)

Luehea divaricata Mart. Aoita-cavalo P(Si)

Luhea grandiflora Mart. & Zucc. Aoita-cavalo P(Si)

Machaerium aculeatum Raddi Bico-de-pato, P(Si)

Machaerium nictitans (Vel.) Benth. Bico-de-pato, jacarand-ferro P(Si)

Machaerium stipitatum Vog. Sapuvinha P(Si)

Maclura tinctoria (L.) Don ex Steud. Amoreira P(Si)

Matayba elaeagnoides Radlk. Miguel pintado, pau-crioulo P(Si)

Mauritia flexuosa L. Buriti P

Metrodorea stipularis Mart. Carrapateira NP

Myrcia rostrata DC. Lanceira, guamirim-mido P

Myrciaria trunciflora Berg. Jabuticabeira NP

Nectandra lanceolata Ness Canela-do-brejo NP

Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Canelinha, canela-preta NP

Nectandra rigida (H. B. K.) Ness Canela-amarela, canela-ferrugem NP

Ocotea beaulahie Baitello Canela NP

Ocotea odorifera (Vell.) J.G. Rohwer Canela sassafrs NP

Peltophorum dubium (Spreng) Taub. Angico-cangalha, canafstula P(Si)

Pera obovata Baill. Pau-de-sapateiro, cacho-de-arroz NP

Persea pyrifolia Ness. & Mart. ex Ness. Maaranduba NP

Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. Pau-jacar P(Si)

Piptocarpha macropoda Baker Pau-de-fumo, vassoura-preta P

Platyciamus regnelli Benth. Pau-pereira, catagu NP

Podocarpus sellowii Klotz. ex Endl. Pinheiro-bravo NP

Protium almecega March. Almacegueira P(Si)

Protium heptaphyllum (Aubl.) March Breu-vermelho P(Si)

Prunus myrtifolia (L.) Urb. Pessegueiro-bravo NP

Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Rob. Embiruu P

Psidium guajava L. Goiabeira P

Psychotria sessilis (Vell.) Mell. Arg. Cafezinho-do-mato NP

Rapanea ferruginea (Ruiz & Pav.) Mez Azeitona-do-mato, capororoca P(Si)

Rapaenea guianensis Aubl. Capororoca P

Rapanea umbellata (Mart. ex DC.) Mez Capororoca-branca P(Si)

Rheedia gardneriana Planch. & Triana Bacupari NP

Rollinia sylvatica (A. St. Hil.) Araticum-do-mato, cortia P(Si)

Rudgea jasminioides (Cham.) Mell. Caf-do-mato NP

Sapium glandulatum Pax Leiteiro P(Si)

Savia dyctiocarpa Kuhlm. Guaraiva NP

Schefflera morototonii (Aubl.) B. Manguire Mandioqueiro, mandioco P

Schinus terebinthifolius Raddi Aroeirinha, aroeira-pimenteira P

Schyzolobium parahyba (Vell.) Blake Ficheira, guapuruvu P

Sebastiana brasiliensis Spreng Branquilho NP

Sebastiana klotzschiana Mell. Arg. Branquilho, capixava NP

Sebastiana serrata (Baill) Mell. Arg. Branquilho NP

Seguieria floribunda Benth. Limo bravo P(Si)

Sesbania virgata (Cav.) Pers. - P(Si)

Sorocea bonplandii Burger Folha de serra NP

Styrax pohlii A. D. C. Benjoeiro, estoraque P(Si)

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glass. Jeriv, coquinho babo P(Si)

Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. Caixeta P(Si)

Tabebuia chysotricha (Mart. ex DC.) Stanley Ip-tabaco P(Si)

Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standle Ip-roxo P(Si)

Tabebuia umbelata (Sound.) Sand. Ip-amarelo-do-brejo P(Si)

Talauma ovata St. Hil. Pinha-do-brejo NP

Tapirira guianensis Aubl. Peito-de-pomba, pau-pombo P(Si)

Terminalia triflora Griseb Pau-de-lana, amarelinho NP

Trema micrantha Blume Crindiva, trema P

Trichilia catingua A. Juss. Catigu NP

Trichilia clausseni C. DC. Catigu vermelho NP

Trichilia elegans A. Juss. Catigu mido NP

Trichilia pallida Sw. Catigu amarelo NP

Triplaris brasiliana Cham. Pau-formiga P(Si)

Veronia difusa Less. Pau-de-fumo, vassouro-preto P

Virola oleifera (Schott) A.C. Smith Bicuba NP

Vitex montevidensis Cham. Tarum NP

Xylopia aromatica Baill. Primenteira, pindaba P(Si)

Xylopia brasiliensis (L.) Spreng. Pindaba, asa-de-barata NP

Xylopia emarginata Mart.Pindaba d'gua P(Si)

Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica de porca P(Si)

Zeyheria tuberculosa (Vell.) Burn. Ip-felpudo, bolsa-de-pastor P(Si)

6.2.2.9 Espaamento de plantio

No presente projeto ser utilizado o espaamento de plantio de 3m x 2m, resultando em uma rea disponvel de 6 m para cada planta. Sendo 2 metros entre as mudas e 3 metros entre as linhas de plantio.

6.2.2.10 Quantidade de mudas a serem plantadas

Considerando que rea a ser recuperada possui 1020 m, sero necessrias 170 mudas de espcies nativas para a recomposio da vegetao ciliar. Dessas mudas 50% sero espcies de recobrimento (Pioneiras) e 50% sero espcies do grupo de diversidade. A quantidade de espcies ser de 10 espcies pioneiras com aproximadamente 8 indivduos de cada espcie e 17 espcies do grupo de diversidade com 5 indivduos cada espcie. A distribuio espacial das mudas ser realizada de maneira que as mudas da mesma espcie no sejam plantadas lado a lado ou muito prximas umas das outras, nem muito distantes a ponto de proporcionar o isolamento reprodutivo destas. As mudas sero adquiridas preferencialmente de viveiros credenciados pela CIDASC em uma distncia de 100 km da regio de estudo pelo fato de as mudas j estarem aclimatadas com as condies bioclimticas da regio.

6.3 Instalao de poleiros artificiais

A escolha de tcnicas de restaurao ambiental deve ser norteada pela manuteno dos dispersores na rea, o que depende, basicamente, desta rea oferecer locais de repouso ou abrigo e, principalmente, apresentar disponibilidade de alimento o ano todo. Para tal finalidade, os poleiros artificiais podem ser efetivos. Os poleiros artificiais podem ser pensados de diversas formas para se tornarem um atrativo aos dispersores dentro de uma rea que se pretende restaurar. No presente projeto sero confeccionados poleiros artificiais, os quais apresentaro ramificaes terminais onde as aves possam pousar, sero relativamente altos para proporcionar bom local de caa e sero posicionados em locais estratgicos na paisagem. Para incrementar seu uso podero ser construdas casinhas no alto dos poleiros alm do local de pouso. Estas casinhas so facilmente escolhidas como local de ninho pelas aves. Outra iniciativa que pode ser utilizadas ser a instalao de cabos areos ligando os poleiros, aumentando a rea de deposio de sementes devido ao pouso de aves sob o cabo. Os cabos areos imitam a rede de fiao eltrica sob a qual muitas aves pousam. Eles sero feitos utilizando corda ou qualquer material semelhante disponvel. Sendo que, as cercas utilizadas para o isolamento da rea tambm atuaro como poleiros artificiais.Caso seja possvel, sero disponibilizadas cevas no alto dos poleiros com frutos nativos podem para intensificar a visitao de dispersores. Estas cevas tambm podero ser dispostas na base dos poleiros para a atrao de mamferos.

7 METODOLOGIA DOS TRATOS SILVICULTURAIS E INTERVENES

A manuteno das reas de restaurao deve ser realizada at 36 meses aps o plantio ou at o total recobrimento do solo pela sombra da copa das rvores, calculando-se uma mdia de 12 de capinas (coroamento) nesse perodo. Basicamente, a manuteno consiste na limpeza da rea de coroamento, no controle peridico de formigas cortadeiras e na adubao de cobertura, quando necessrios.

7.1 Coroamento

O coroamento ser de forma manual realizado com enxada, removendo o mato em um raio mnimo de cinquenta centmetros e a uma profundidade de cerca de cinco centmetros no solo, a fim de dificultar e diminuir a rebrota das espcies competidoras.

7.2 Controle de formigas

Caso seja constato o ataque de formigas s mudas ser providenciado o controle com a utilizao de iscas orgnicas.

7.3 Adubao de cobertura

No segundo ano aps o plantio, ser aplicado 150g N:P:K (04:14:08) + 0,3% de Zn por cova, em cobertura, espalhando ao redor da muda num raio de 0,25m.

8 METODOLOGIA DE AVALIAO DA RECUPERAO

Para as diferentes etapas do processo de restaurao, sero obtidos parmetros de monitoramento que permitam avaliar se as aes implantadas na rea esto efetivamente promovendo a recuperao da vegetao natural ou cobertura florestal, no apenas fisionomicamente, mas tambm dos seus processos mantenedores. A avaliao do sucesso ocorrer atravs da anlise de indicadores que permitam constatar a ocupao gradual e crescente da rea por diversas espcies nativas, considerando a intensidade com que este processo est ocorrendo no tempo, a cobertura que ele est promovendo na rea, a alterao da fisionomia vegetal e da diversidade local. Os indicadores visam, alm da recuperao visual da paisagem, garantir a reconstruo dos processos ecolgicos mantenedores da dinmica de sucesso vegetal, garantindo a sua perpetuao e funcionalidade para conservao da biodiversidade local. Os indicadores devem descrever no apenas a evoluo da restaurao natural ou induzida da comunidade, atravs da expresso e manejo de sua resilincia, mas tambm apontar a necessidade de novas aes e o sucesso das aes j implantadas, visando corrigir e/ou garantir processos crticos para que o desencadeamento da sucesso ecolgica local ocorra. Nesse sentido, tanto a fisionomia, quanto a composio e a estrutura da comunidade restaurada, considerando os vrios estratos e formas de vida, devem ser usadas como indicadores de avaliao da vegetao, pois expressam a efetiva restaurao dos processos ecolgicos e a possibilidade de perpetuao da rea.

8.1 Monitoramento

Com o objetivo de realizar o levantamento da estrutura do estrato arbreo, ser alocada no centro da rea de plantio uma parcela de 9 m x 18 m, contendo 40 indivduos plantados.

8.2 Fases do monitoramento

Fase inicial ps-implantao das aes de restaurao

Abrange os seis primeiros meses ps-implantao das aes de restaurao, correspondentes ao estdio inicial de desenvolvimento das mudas, no caso de plantios. Nesses casos, as avaliaes devem ser realizadas mensalmente, j que essa uma fase crtica e que exige rpida tomada de deciso.

Fase pr-fechamento da rea

Perodo que vai dos primeiros seis meses ps-implantao das aes de restaurao at o fechamento total da rea, o que normalmente ocorre em trs anos. As avaliaes devem ser realizadas a cada seis meses.

Fase ps-fechamento da rea

Fase que se inicia aps o fechamento total da rea por espcies arbreas nativas e se estende indefinidamente, em funo das necessidades de cada situao e do interesse em se acompanhar a evoluo da vegetao. As avaliaes devem ser realizadas anualmente, podendo ser mais espaadas medida que a vegetao se estrutura.

8.3. Procedimentos

8.3.1. Riqueza

A riqueza de espcies ser considerada o nmero de espcies arbustivo-arbreas regionais presentes na rea. No caso do plantio total, a riqueza se refere ao nmero de espcies utilizadas no plantio, o que pode ser conferido observando-se a relao de mudas plantadas.

8.3.2. Modelo de plantio

As espcies escolhidas para o plantio contemplaro o grupo ecolgico das pioneiras ou de preenchimento (espcies pioneiras e secundrias iniciais) e o das no pioneiras ou de diversidade (espcies secundrias tardias e climcicas), em propores iguais (cada grupo deve ser representado por 50% dos indivduos). Se essa proporo no for respeitada e se mais indivduos do grupo de preenchimento forem plantados, o plantio poder entrar em declnio quando as espcies do grupo das pioneiras entrarem em senescncia (morte), pois no h a renovao da floresta.Caso sejam plantados mais indivduos do grupo de diversidade, ser necessrio mais tempo para o fechamento da rea, havendo o favorecimento da proliferao de espcies herbceas e de gramneas que podem afetar o estabelecimento e desenvolvimento das espcies de diversidade, j que as mesmas preferem ambientes sombreados e com maior umidade.A no utilizao do modelo sucessional nos casos de plantio em rea total pode tambm resultar na menor homogeneidade de cobertura da rea. A presena de falhas no fechamento da rea normalmente ocorre quando as espcies de diversidade so plantadas prximas umas das outras, sem a presena de nmero adequado de espcies de preenchimento entre elas.

8.3.3. Espcies arbreas exticas

As espcies exticas invasoras, no sero utilizadas no presente projeto. A presena de espcies exticas ser reduzida ao mnimo possvel e os indivduos encontrados sero eliminados o quanto antes das reas de plantio total, j que a presena dos mesmos inibe o desenvolvimento da vegetao nativa. De preferncia, essas espcies sero eliminadas antes de atingirem a fase adulta, evitando, assim, a disperso de suas sementes na rea.

8.3.4. Nmero de indivduos

Diz respeito contagem do nmero de indivduos de espcies arbustivo-arbreas presentes na rea. Nos casos de plantio em rea total, esse nmero est diretamente relacionado ao espaamento utilizado na implantao. Se o espaamento for maior do que o recomendado (3 m x 2 m), o fechamento da rea ser prejudicado, e se o mesmo for menor, haver maior competio, principalmente entre os do grupo de preenchimento.

8.3.5. Mortalidade Obtida atravs da avaliao do nmero de mudas mortas, sendo uma informao essencial para programar as atividades de replantio. As causas da mortalidade podem ser as mais diversas, como, por exemplo, utilizao de mudas de qualidade inferior, problemas no plantio das mudas, ataque de formigas cortadeiras, competio com plantas invasoras, falta de gua, consumo pelo gado, etc. Ser identificada a principal causa de morte das mudas o quanto antes, de forma a buscar a soluo do problema.

8.3.6. Infestao por gramneas invasoras

Ser monitorada visualmente, a partir das classes 0 a 25, 25 a 50, 50 a 75 e 75 a 100% de cobertura da rea por gramneas. Cabe ressaltar que essas classes se referem ao estdio em que as gramneas esto na fase crtica de competio com as mudas, e no simples presena dessas invasoras em fase inicial de desenvolvimento. recomendvel a identificao da espcie invasora, de forma a se estabelecer a melhor estratgia de manejo para a mesma.

8.3.7. Ataque de formigas cortadeiras

Ser avaliado por meio da contagem do nmero de mudas que apresentam sinais de ataque por formigas. Alm da avaliao das mudas, deve-se tambm monitorar o entorno do plantio, localizando os ninhos e providenciando seu controle.

8.3.8. Sintomas de deficincia nutricional

Essa anlise permitir a identificao de deficincia nutricional em estado avanado nas mudas, o que certamente ir comprometer o desenvolvimento das mesmas. Quando so notados esses sintomas, os quais so variveis em funo do nutriente em falta para a planta, deve-se diagnosticar o tipo de deficincia nutricional, o que pode ser feito por meio da anlise visual dos sintomas.Com base no diagnstico, ser providenciada a correo dessa deficincia atravs da adubao.

8.3.9. Cobertura da rea por espcies arbustivo-arbreas

Ser obtida atravs da medio do dimetro da projeo da copa dos indivduos ou diretamente das copas dos indivduos, com trena (distncia de uma extremidade da copa outra). Considerando as copas como sendo circulares, possvel calcular a rea ocupada por cada copa ( x dim/4) e, somando-se o valor obtido para cada indivduo, possvel saber qual a rea total ocupada na parcela. A partir desse valor, e considerando-se a rea da parcela, pode-se saber qual a porcentagem da parcela coberta por vegetao nativa.

8.3.10. Regenerao natural no sub-bosque

Nos plantios de espcies nativas em rea total, a avaliao da regenerao natural pode ser usada para estimar o sucesso das aes de restaurao para a reconstruo dos processos ecolgicos. A presena de regenerantes de espcies autctones (que foram plantadas) na rea restaurada reflete a atuao de uma complexidade enorme de processos inerentes dinmica florestal, como a florao e frutificao dos indivduos plantados, a disperso de sementes, a composio do banco de sementes do solo (permanente e temporrio), a germinao das sementes do banco, o recrutamento de plntulas e indivduos jovens, etc., e a interao desses processos com seus vrios fatores reguladores. J a regenerao de espcies alctones (que no foram plantadas no local) indica que os fragmentos florestais do entorno so os fornecedores de propgulos e que os poleiros artificiais instalados esto atuando como atrativos para a fauna dispersora de sementes. Esses dados refletem a atuao da fauna de dispersores que foram atrados para a rea restaurada por algum motivo (abrigo, alimento, corredores, etc.), dispersores esses oriundos de reas naturais do entorno, dando uma boa indicao do papel da restaurao vegetal no resgate da fauna local e da atuao dessas reas restauradas como corredores ecolgicos na paisagem regional.

8.3.11. Acrscimo de outras formas de vida

Quando se pensa na restaurao de florestas, no se pode restringir a viso apenas ao estrato arbustivo-arbreo, pois todos os componentes da floresta esto intimamente ligados e apresentam variado grau de interdependncia. Nos projetos de restaurao, alm de rvores e arbustos, o recrutamento de outras formas de vida vegetal, como lianas, pequenos arbustos, herbceas e epfitas, essencial para a criao de uma estrutura semelhante encontrada nas florestas tropicais. Esta avaliao possibilitar identificar se as condies criadas pelo plantio de espcies arbreas e arbustivas criaram um ambiente favorvel para a ocupao do reflorestamento por outras formas de vida ocorrentes na floresta. Essas formas de vida geralmente representam juntas 50% de riqueza de espcies vegetais das florestas tropicais, sendo imprescindveis na dinmica florestal. Conforme o processo de recuperao ou de restaurao da floresta evolui, espera-se que essas outras formas de vida venham a se estabelecer e desenvolver na rea, o que um excelente indicativo de que os objetivos inicialmente propostos para a restaurao daquele local foram atingidos.Para a avaliao de novas formas de vida, ser realizado um levantamento florstico (registro da presena) das espcies no arbreas nativas ocorrentes na parcela de avaliao, usando espcies e morfo-espcies, dada a complexidade taxonmica desses grupos. Espcies nativas, mas tipicamente ruderais, com ampla ocorrncia em reas agrcolas (plantas daninhas), no devem ser consideradas nessa avaliao.

9 FLUXOGRAMA DAS OPERAES DE RESTAURAO

CRONOGRAMA DE EXECUO / TRATOS CULTURAIS / AVALIAO

ANO/TRIMESTRE

OPERAES2014201520162017

12 3412 3412 3412 34

IMPLANTAOX

Preparo e limpeza do terrenoX

Abertura das covasX

Correo da acidezX

Adubao de baseX

PlantioX

TutoramentoX

Isolamento da reaX

Instalao de poleiros artificiaisX

MANUTENOXXXXXXXXXXXXXX

Replantio1X

CoroamentoXXXXX

Controle de pragas e doenas2XXXXXXXXXXXXX

Adubao de manutenoXX

Irrigao3XXXXXXXXXXXXXX

MONITORAMENTO

Demarcao da unidade amostralX

Avaliao dos indicadoresXXXXX

Elaborao do laudo de acompanhamentoXXXX

Entrega do laudo de acompanhamentoXXXX

Observaes Complementares

1 O replantio ser executado se for constatada mortalidade das mudas superior a 5%.2 O controle de pragas e doenas ser executado sempre que for detectado ataque.3 As mudas sero irrigadas no perodo de plantio e sempre que o intervalo entre as chuvas ultrapassar 15 dias.

Tcnico Responsvel pela Elaborao e Execuo do PRAD

NomeTiago de Souza FerreiraData30/07/2014

______________________________Assinatura

Detentor do PRAD ou representante legal

NomeAlberto KemperData30/07/2014

______________________________Assinatura

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

CONAMA. Resoluo do Conama n. 04, de 4 de maio de 1994. Define vegetao primaria e secundaria nos estgios inicial, mdio e avanado de regenerao da Mata Atlntica, a fim de orientar os procedimentos de licenciamento de atividades florestais em Santa Catarina. Dirio Oficial da Unio, n. 114, p. 8877-8878, 17 jun.1994.

EMBRAPA. Solos do Estado de Santa Catarina. Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos. 2004. 726 p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 46).

IBGE. Manual tcnico da vegetao brasileira. Rio de Janeiro: Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, 2012. 271 p. (Srie: Manuais tcnicos em geocincias; n.1).

KAGEYAMA, P.; GANDARA, F.B. Recuperao de reas ciliares. In: RODRIGUES, R.R. & LEITO FILHO, H.F., eds. Matas ciliares: Conservao e recuperao. 2.ed. So Paulo, Universidade de So Paulo, FAPESP, p.249-269. 2004.

NAVE, A. G. Banco de sementes autctone e alctone, resgate de plantas e plantio de vegetao nativa na Fazenda Intermontes, municpio de Ribeiro Grande, SP. Tese (Doutorado), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade de So Paulo. Piracicaba, 218p. 2005.

PANDOLFO, C.; BRAGA, H. J.; SILVA JR, V. P. da; MASSIGNAM, A. M., PEREIRA, E. S.; THOM, V. M. R.; VALCI, F.V. Atlas climatolgico digital do Estado de Santa Catarina. Florianpolis: Epagri, 2002. CD-Rom.

ANEXO 1 - Croqui da propriedade detalhando o acesso, hidrografia, rea de preservao permanente e rea do PRAD.

ANEXO 2 - Apresentao de material fotogrfico para a caracterizao da rea degradada.

Localizao da rea a ser recuperada

ANEXO 3 Anotao de responsabilidade tcnica.