Praça do Comércio - Coimbra

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1 1º Quarteirão da Praça do Comércio - Cidade de Coimbra Coimbra Viva – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) Junho 2008

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Praça do Comércio, em Coimbra (Portugal) Uma viagem pela sua história. Documento da autoria de "Coimbra Viva - Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU)" Junho 2008

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1º Quarteirão da Praça do Comércio - Cidade de Coimbra

Coimbra Viva – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU)

Junho 2008

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Nota Histórica ........................................................................................................................................................ 3

Praça do C omércio ..............................................................................................................................................3 Rua dos E steireiros ...........................................................................................................................................12 Largo do Romal .................................................................................................................................................13 Rua das Azeiteiras.............................................................................................................................................13

Valores Significantes e Factores Dissonantes ................................................................................................ 14

A Praça do Comércio (Hoje)...............................................................................................................................17

Referências Bibliográficas ................................................................................................................................. 19

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Nota Histórica

A área em estudo pertence a um dos mais relevantes sectores urbanos da C idade de C oimbra, onde se

encontra parte significativa da memória histórica da C idade – “a Baixinha”. É delimitada pela Praça do

C omércio, Rua das Azeiteiras, Beco do Romal, Largo do Romal, Beco dos Prazeres e da Rua dos E steireiros.

Praça do Comércio

E ste lugar público, actualmente intitulado Praça do C omércio passou anteriormente pelas denominações de

“Praça”, “Praça de S. Bartolomeu”, e “Praça Velha”. Durante vários séculos aí permaneceu o mercado da

cidade do qual proveio a sua mais remota e pertinaz denominação de Praça. O facto de ter um templo de

invocação a S. Bartolomeu desde o século X II até ao século X VIII, levou a que se chamasse Praça de S.

Bartolomeu. No entanto, com a abertura do “Mercado de S . Pedro”, actual mercado D. Pedro V no ano de

1867, passou a apelidar-se de “Praça Velha”, por oposição ao novo mercado (nome tradicionalmente ainda

hoje usado). C ontudo e apesar da ausência do mercado, a Praça nunca perdeu o cunho comercial, o que levou

a que tivesse sido estabelecido oficialmente em 22 de Maio 1874 o seu nome actual de “Praça do C omércio”.

Imagem 1 – C artografia de Iz idoro E mílio Baptista em 1834 Imagem 2 - C artografia dos Irmãos G ollard em 1873-1874

cedida pela D.I.G .S. da C âmara Municipal de C oimbra cedida pela D.I.G .S. da C âmara Municipal de C oimbra

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Pertencendo ao C entro do arrabalde de C oimbra, era uma das principais zonas da cidade, na qual funcionou o

mercado principal da cidade, o estabelecimento da C asa da C âmara, o Hospital Real, os Açougues da cidade e

dos misteres, o C artório Público dos T abeliães e o Pelourinho. T em uma forma alongada, subtilmente

relacionada com a Porta de Almedina e é, o mais importante elemento urbano da Baixinha mais baixa de um

triângulo que tem como vértices a Portagem, a Praça O ito de Maio e o Bota Abaixo.

Imagem 3 - C artografia de José Baptista Lopes em 1934 cedida pela D.I.G .S. da C âmara Municipal de C oimbra

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Imagem 4 - Foto aérea em 2004, cedida pela D.I.G .S. da C âmara Municipal de C oimbra.

A história desta Praça está, assim, intimamente relacionada com a história de C oimbra e de Portugal. Para

além da sua importância comercial, destaca-se também o seu valor religioso, (dado ser delimitada pela Igreja

de S . T iago e pela Igreja de S. Bartolomeu) e social, testemunhado pelo

pelourinho:

- A Igreja de S. T iago é uma construção Românica, do reinado de D .

Sancho I, erigida nos fins do séc. X II e tem como elementos de maior

destaque os seus dois portais exteriores, sendo os capitéis das colunas,

arquivoltas e colunelos muito trabalhados. Foi vítima de várias

adulterações ao longo dos tempos. A partir do ano de 1546, a

Misericórdia de C oimbra com o início da construção das suas

instalações por cima da nave direita do templo e a sua extensão depois

a outras partes do telhado, provocou uma profunda alteração

arquitectónica na Igreja. E m 1858, com o alargamento da Rua de

C oruche, actual Rua V isconde da Luz, sofreu a amputação da cabeceira

acabando por ser também demolido o Arco de S. T iago. E m 1908 Imagem 5 – Igreja de S. T iago no século XVI cedida pelo Arq. Santiago Faria

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iniciaram-se as obras de restauração da Igreja retomando-se o seu aspecto românico primitivo. E stas

obras estiveram sujeitas a várias interrupções e só terminaram em 1932, tendo-se demolido a estreita

edificação que estava adossada ao seu lado sul, assim como as dependências da misericórdia. E sta

intervenção possibilitou o alargamento das E scadas de S. T iago que fazem a ligação entre a Praça do

C omércio as actuais Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges.

Imagem 6 – Igreja de S. T iago no século XIX/XX in Imagoteca da B iblioteca Municipal de C oimbra

Imagem 7 – Igreja de S. T iago no ano 2006

- A Igreja de S. Bartolomeu remonta ao século X , e foi, inicialmente, uma Igreja românica, das mais

antigas da C idade. Remodelada no século X II, tinha inicialmente a entrada pelo lado poente, tal como

todas as igrejas dessa época. No século XVIII, com ameaça ruir, foi demolida, construindo-se de seguida

a actual Igreja de S. Bartolomeu, com outra área, volumetria e implantação. A construção da igreja actual

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teve então início em 16 de Julho de 1756. No interior destacam-se os retábulos a talha dourada e

marmoreada barrocos, nomeadamente o da capela-mor (séc. XVIII), que inclui uma grande tela alusiva

ao Martírio de S. Bartolomeu. De entre as telas que possui, destaca-se uma assinada por Pascoal

Parente, que representa a Anunciação. No exterior, são de realçar o portal e as duas torres sineiras.

Imagem 8 – Igreja de S. Bartolomeu no ano 2006 in “www.pbase.com/diasdosreis/coimbra_monumentos”

Foram também realizadas escavações arqueológicas entre 1979 e 1980, tendo-se descoberto vestígios

da igreja inicial que se encontram sob o pavimento da actual igreja.

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Imagem 9 – Igreja de S. Bartolomeu - escavações arqueológicas, cedida pelo Arq. Santiago Faria.

- O Pelourinho, símbolo de jurisdição e autoridade é um testemunho social e político que faz parte da história

dos nossos antepassados. T eve já várias localizações na Praça, foi em tempos até retirado, e no ano de 2002

(ano da última remodelação), foi deslocado do centro da Praça para a parte sul.

Imagem 10 – Pelourinho no ano de 1996 Imagem 11 – Pelourinho no ano de 2006

Ao longo dos tempos, a Praça foi palco de peças de teatro, corridas de touros, autos de fé inquisitoriais e festas

populares. No final do século X IX e primeiros anos do século XX, existia nesta Praça um dos maiores cafés da

cidade – “O Marques Pinto”, o mais famoso restaurante – “O Julião”, e “o Hotel C omercial” passando esta a ser

também, um centro de atracção para a população académica.

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Imagem 12 – Praça do comércio no século XIX in Nova Havaneza

Imagem 13 – Praça do C omércio no início do século XX Imagem 14 - P raça do C omércio na década de 30 in Marques, Rafael.

in Coimbra através dos Tempos, C oimbra 2004. inCoimbra através dos Tempos, C oimbra 2004.

Imagem 15 – Praça do C omércio na década de 60 in Marques, Rafael. Coimbra através dos Tempos, G .C . G ráfica de C oimbra /

C ruz Vermelha Portuguesa, C oimbra 2004.

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Na década de 70 do século XX, fizeram-se obras de pavimentação que transformaram a Praça num grande

parque de estacionamento, intensificando o tráfego naquela zona e modificando radicalmente o uso, o aspecto

e o cariz deste rossio. C om esta intervenção, a Praça perdeu gradualmente o encanto que as festas e feiras lhe

conferiam, transformando um lugar de convívio num amontoado de veículos.

Imagem 16 – Praça do comércio na década de 70 in Marques, Rafael. Coimbra através dos Tempos, G .C . G ráfica de C oimbra /

C ruz Vermelha Portuguesa, C oimbra 2004.

Na tentativa de corrigir estas lacunas, a meio da década de 80, executaram-se novas obras de pavimentação e

o uso automóvel foi restringido à parte sul da Praça.

Assim, após várias remodelações ocorridas entre os anos 80 e o ano de 2002, a Praça do C omércio voltou a

ganhar nova cara. É hoje, à semelhança dos tempos medievais, palco de festas e feiras, juntando velhas

tradições com novos costumes, como a Feira das Velharias, onde se podem encontrar livros, estátuas, selos,

relógios, e moedas antigas e a Feira das C ebolas, anteriormente integrada na extinta feira de S. Bartolomeu,

voltou ao seu local de origem e presenteia os visitantes com um pouco de historia ali vivida desde o século X IV,

tendo contudo regredido o seu movimento diário de cidadãos.

Imagem 17 – Feira das Velharias em Dezembro de 2005

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Imagem 18 – Feira das C ebolas em Agosto de 2006

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Imagem 19 – Praça do C omércio in Marques, Rafael. Coimbra através dos Tempos, G .C . G ráfica de C oimbra / C ruz Vermelha Portuguesa, C oimbra 2004.

Rua dos Esteireiros

A Rua dos E steireiros estende-se de nascente para poente, da Praça do C omércio até ao Largo da Sota.

E mbora sendo uma rua muito antiga, teve várias denominações: Rua da E nxurrada, (que se estendia até ao

rio) (1434); Rua da Mostardeira (1613) e Rua dos E steireiros (1757).

Imagem 20 – Rua dos E steireiros Imagem 21 – Beco dos Prazeres

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Largo do Romal

O s primeiros registos do T erreiro do Romal e do Largo do Romal datam de 1223, num manuscrito que fala nos

lagares do Romal. Nas plantas de 1845 e 1873-1874, figura já o Largo do Romal com as denominações

actuais.

Imagem 22 – Largo do Romal

Rua das Azeiteiras

A Rua das Azeiteiras antes de ter esta denominação toponímica, apelidou-se Rua de S. G ião e Rua do

Hospital: Rua de S. G ião (1354) - remonta ao tempo em que nesta zona se fundou um Hospital com albergaria

(1343), tendo por patrono S. G ião; Rua do Hospital (1504) - data em que se encerra o pequeno hospital e se

realizam obras de ampliação do hospital tornando-o num grande e moderno hospital; É incerta a época em que

a rua se passou a apelidar de Rua das Azeiteiras, mas pensa-se que este nome advém da existência de

lagares de azeite nas imediações, objectos de um contrato de escâmbio (permuta) em 1443, e outro de

emprazamento (prazo) em 1467, que fomentaram a vinda de vendedores de azeite para esta rua contígua com

a Praça, que servia diariamente de mercado da cidade até à ano da inauguração do mercado de D. Pedro V

(1867). E sta rua e a denominação Rua das Azeiteiras figuram nas plantas cartográficas de 1845 e 1873-1874.

Imagem 23 - Beco do Romal Imagem 24 - Rua das Azeiteiras

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Valores Significantes e Factores Dissonantes

E ste Q uarteirão apresenta um eminente valor histórico e cultural, pela notoriedade que teve no

desenvolvimento da cidade e pelas características peculiares da malha urbana, a reconhecer ao nível do

traçado, do parcelar e do edificado.

O traçado é composto pela Praça do C omércio, o Largo do Romal e por arruamentos estreitos de ligação entre

eles. C onstituem um sistema espacial orgânico, com elevada qualificação formal e ambiental, não obstante o

manifesto estado de degradação de alguns imóveis e espaços colectivos assim como as rupturas perpetradas

por modificações pontuais da estrutura espacial pré-existente. Neste quarteirão é de salientar e de destacar o

edifício do primeiro Hospital da C idade:

- E ste antigo hospital da cidade teve variadíssimas designações: começou por de apelidar de A lbergaria

de S . G ião, e passou pelas denominações de Hospital Novo, Hospital Real, Hospital de E l-Rei, Hospital

de D. Manuel, Hospital Público, Hospital G eral e Hospital de Nossa Senhora da C onceição. Foi criado

por D. Manuel I e reformado entre o final do século XV I e início do século X VII. D . João III entregou a

direcção do Hospital à C ongregação dos C ónegos Seculares de João E vangelista. C om a E xpulsão da

C ompanhia de Jesus o hospital passou a ocupar uma parte do antigo colégio na Alta de C oimbra. E ste

espaço foi vendido em hasta pública em 1790.

Nos primeiros anos do século XX, foi ampliado, tendo-se subido a cércea de 2 para 4 pisos e nivelado o

volume do hospital com o da igreja. Actualmente, da primitiva fachada do hospital, apenas se podem

distinguir um grupo de seis janelas de sacada do século XVI-XVII, com verga direita, friso e cornija

(correspondendo à antiga capela as duas mais largas que ficam do lado da igreja de S. Bartolomeu),

época de outras grandes obras do hospital, uma a cantaria pintada a fingir mármore e por cima, à

esquerda, três velhas janelas entaipadas da antiga igreja. A parte inferior (r/c) da frente principal está

completamente transformada pela abertura de vãos nos estabelecimentos comerciais. C onserva um

mais largo (de entrada de carruagens) do século XVIII e de linhas simples.

Imagem 25 – Antigo Hospital

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No interior do edifício, encontra-se o antigo claustro do qual se podem ver algumas arcadas do

pavimento inferior com três lanços de quatro arcos cada um, sustentados por colunas em parte

enterradas no solo. E stes arcos mostram uma mistura das formas clássicas da ordem toscana com

aspecto típico das obras manuelinas, debaixo de um grande telhado de construção moderna que

permitiu a sua transformação numa papelaria. No piso acima do claustro, podem ver-se ainda restos de

mais duas galerias sobrepostas, bastante semelhantes a alguns claustros conimbricenses do século XVI,

pela graciosa elegância das finas colunas.

Imagem 26 – G alerias e C laustro do antigo Hospital, cedida pelo Arq. Santiago Faria.

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A antiga capela, forrada com azulejos azuis e brancos, do século XV II que formam vários desenhos,

entre os quais sobressai uma cruz, conserva ainda as abóbadas.

Imagem 27 – Igreja do antigo Hospital Imagem 28 – Porta da Igreja, cedida pelo

A rq Santiago Faria.

Foram reconhecidos outros valores singulares no quarteirão em estudo como as duas janelas de avental

repetidas em dois andares nº 5-9 no Largo do Romal e toda uma série de beirados, cornijas, cunhais,

varandas, cachorros e outros elementos de composição em cantaria. Determinadas cornijas e platibandas de

remate das fachadas estabelecem relações de continuidade espacial, adquirindo assim importância à escala

dos correspondentes conjuntos urbanísticos.

A maioria das frentes edificadas constitui conjuntos urbanísticos relevantes, não obstante do recorte

volumétrico, por vezes movimentado, e a diversidade das linguagens singulares de cada um dos seus imóveis

constitutivos. O valor urbanístico de grande parte das construções existentes, algumas das quais também com

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grande valor arquitectónico torna imprescindível a sua preservação, reabilitação e valorização sempre que

possível, atendendo ao seu estado de conservação. A diversidade da composição das fachadas decorre, entre

vários outros aspectos, da variação da dimensão da frente de construção e do desvão entre pisos (pé-direito).

Verifica-se, assim, que os factores apontados de diversidade morfológica e formal se constituem, eles próprios,

como factores de identidade à escala conjunta dos factos urbanos observados, pelas peculiares relações

estabelecidas entre esses mesmos factos.

Não existe património classificado no quarteirão em análise, embora parte desta se encontre abrangida pela

área de protecção ao Museu Municipal (E difício C hiado), pela área de protecção da Praça do C omércio, que é

uma Praça de interesse público e pela Igreja de S. T iago.

O sistema construtivo dominante contém paredes estruturais em alvenaria de pedra, paredes divisórias em

tabiques e fasquiado com lajes e escadas em madeira, apresentando falta de manutenção que faz com que

exista um número considerável de imóveis devolutos e com degradação acentuada neste quarteirão, com

maior incidência na Rua das Azeiteiras que merecem uma rápida intervenção.

Foram ainda identificados alguns factores dissonantes, que se prendem com a reconstrução, ampliação e

aumento da cércea do edificado sem critério, com malformações ao nível das fachadas de construções

existentes, nomeadamente por rasgamento de vãos ou utilização de caixilharias e materiais de revestimento

desadequados e outros como os fios que se cruzam e se sobrepõem, os letreiros luminosos desadequados, a

iluminação descuidada e os aparelhos de ar condicionado colocados sem qualquer estudo e cuidado.

A Praça do Comércio (Hoje)

Actualmente, apesar desta praça ser dotada de um imenso valor histórico e cultural com uma qualidade impar

do espaço urbano que forma, receber variadas festas e feiras e ter uso comercial nos pisos térreos, tem hoje

um fraco fluxo de pessoas que provocou a queda significativa do comércio e o desaparecimento de alguns

deles. É composta por 37 espaços comerciais, que se distribuem da seguinte forma:

0

1

2

3

4

5

6

Pronto

-a-v

estir

Decora

ção

Tabacaria

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e Tec id

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Imagem 29 – Distribuição dos espaços comerciais existentes na Praça por tipo de comércio

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C om excepção da feira das Velharias e das C ebolas que se realizam com uma periodicidade mensal e anual

respectivamente, a Praça do C omércio regista uma fraca atractividade que a restauração e os restantes

comércios existentes não tem conseguido contrariar. A quantidade de comércios devolutos (5) traduz bem esta

situação pelo que é urgente intervir e regenerar este espaço, bem como equacionar e estudar a requalificação

e reconversão do antigo Hospital Real num possível hotel com uma parte museológica e o aproveitamento da

cobertura do estabelecimento comercial “Marthas”.

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Referências Bibliográficas

Livros

Bandeirinha, José António e Jorge, F ilipe. Coimbra vista do Céu, Argumentum E dições Lda. C oimbra, 2003

Marques, Rafael. Coimbra através dos Tempos, G .C . G ráfica de C oimbra / C ruz Vermelha Portuguesa,

C oimbra 2004.

Brito, Dr. A. da Rocha. Hospitais Portugueses, Lisboa 1930.

Borges, Nelson C orreia. Coimbra e Região, E ditorial Presença, Lisboa 1987.

Loureiro, J. P into. Toponímia de Coimbra, E dição da C âmara Municipal de C oimbra, C oimbra 1924.

Internet

www.pranto.com/mini/monumentos.php

www.cm-coimbra.pt/viva/monumentos.pdf

www.pt.wikipedia.org/wiki

www.pbase.com/diasdosreis/coimbra_monumentos

T rabalho elaborado por: Nuno C ruz, Arq.

C oimbra Viva, SRU – 2006