Povo da Beira_Jardim

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Povo da Beira 22 de Novembro de 2011 Edição 924 4 Edição 924 22 de Novembro de 2011 Povo da Beira 5 T odas as quar- tas-feiras à tar- de, um grupo de alunos do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão reúne-se para desen- volver o projecto "A Minha Escola É Um Jardim", sob orientação dos professores. A actividade teve início em 2010 e a sessão de trabalho mais recente, no passado dia 16, contou com uma vi- sita do Povo da Beira. Numa sala de aulas, o grupo de 16 alunos produz plantas ornamentais, todas de espécies autóctones, para embelezarem os espaços ajardinados da escola. A produção de algumas espé- cies, como o zimbro e o me- dronheiro, parte de exem- plares recolhidos em visitas à serra de Vilas Ruivas. De luvas e aventais, os jovens mergulham com afinco as mãos na terra e nos vasos. Têm entre os 11 e 15 anos, mas as técnicas de estacaria e sementeira parecem estar já domina- das. O resultado da em- preitada é a multiplicação de plantas sobre as mesas, que são posteriormente co- locadas em talhões de uma pequena estufa improvisada na escola. Cinco destes alunos têm necessidades educati- vas especiais e é para eles que o projecto existe. “Pre- tende-se integrar as crianças e jovens que não reúnem condições para cumprir o currículo escolar normal, em conjunto com outros alunos, para que a integra- ção seja plena”, diz Mafal- da Figueiredo, a professora de Educação Especial que coordena o projecto. Mas esta iniciativa é ainda mais ambiciosa e, por isso, foi distinguida pela Fundação EDP. Tem como meta que, uma vez termina- do o percurso escolar destes jovens, a aprendizagem das técnicas de jardinagem os conduza à integração no mercado de trabalho. Saliente-se que a maio- ria destes alunos fará ape- nas a escolaridade obriga- tória. Mafalda Figueiredo considera que o projecto “pode mudar vidas que es- tavam confinadas a poucos objectivos, permitir às crian- ças ambicionar um futuro melhor, uma saída profis- sional”. O mesmo aspecto é salientado pelo director do Agrupamento, Luís Cos- ta. “Os alunos adquirem na escola competências na área da produção de plantas e da jardinagem”, afirma, acrescentado que “quando terminarem a escolaridade obrigatória, têm condições para desenvolver esse traba- lho na comunidade”. Prémio da EDP permite alargar actividade aos idosos Os alunos com dificul- dades de aprendizagem e os alunos em situação de ris- co de exclusão social têm, regra geral, dificuldades acrescidas em integrar-se na comunidade. Por isso, a fu- tura integração profissional destes jovens – alguns ainda estão a aprender a ler e es- crever – depende, em certa medida, da resposta da co- munidade. Neste sentido, foi soli- citado o apoio do programa EDP Solidária Barragens, numa candidatura enca- beçada pela Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamen- to. Os promotores do pro- jecto ambicionam que o adorno dos espaços escola- res seja o ponto de partida para uma intervenção mais abrangente. Com efeito, o valor do prémio, 6.500 euros, destina-se essencialmente à construção de uma es- tufa, que deverá ser edifi- cada durante o próximo ano. Este equipamento vai permitir aumentar a pro- dução de plantas ornamen- tais e medicinais, e alargar à comunidade as activida- des e os frutos do projecto "A Minha Escola É Um Jardim". Neste momento, o Agrupamento colabora com a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão e a Escola Superior Agrária de Castelo Branco. Mas a cur- to prazo vai envolver a po- pulação idosa, um aspecto decisivo para a viabilidade futura da iniciativa. “Ainda este ano, preten- demos apresentar o projecto aos idosos da Misericórdia de Vila Velha de Ródão e a outros idosos da comuni- dade”, afirma Mafalda Fi- gueiredo. “Depois, quando a estufa estiver criada, os idosos vão começar a par- ticipar mais regularmente”, acrescenta. Mais novos ou mais velhos, todos sentem algum fascínio pela criação do bicho da seda”, diz Ar- mando Fernandes. O técni- co agrícola da Associação Portuguesa de Pais e Ami- gos do Cidadão Deficiente Mental de Castelo Branco (APPACDM) guiou o Povo da Beira numa visita à em- blemática fábrica de seda desta instituição. Esta unidade, única no país, na Europa apenas en- contra paralelo em Itália. Funciona na quinta de 22 hectares que a APPACDM tem na Carapalha. Neste espaço, cerca de 30 jovens portadores de deficiência colaboram nas actividades de fabrico de seda animal. “Os jovens da APPA- CDM participam em todas as etapas do processo”, afir- ma Armando Fernandes, que conduz o fabrico de seda desde que esta institui- ção de solidariedade social criou o projecto, em 2000. Quase todo o circuito funciona nas instalações da APPACDM. A cultura de amoreiras, o pavilhão da maternidade e criação do bicho da seda, o edifício de extracção e transformação do fio de seda, e o posto de venda do produto trans- formado. Só tingimento do fio de seda acontece fora dos portões da quinta da APPACDM, para facultar um catálogo de cores com 26 opções. Sistema de climatização triplica produção de seda Anualmente são colo- cados no mercado 10 quilos de seda animal certificada, a 250 euros o quilo. O prémio EDP Solidária Barragens vai permitir triplicar este valor já na próxima campa- nha, que decorre entre Maio e Outubro. O apoio da Fun- dação EDP foi de 96 mil euros, um financiamento a 100 por cento, destinado a dotar de equipamentos de climatização o espaço de criação do bicho da seda. “O controlo da tempe- ratura e humidade permi- te aumentar a produção, porque garante que os ca- sulos desenvolvem-se em condições favoráveis a uma melhor qualidade e possi- bilita a extracção de mais fio”, explica a presidente da APPACDM, Maria de Lur- des Pombo. Incrementada a produ- ção, aumenta consequen- temente a rentabilidade do projecto. “Vamos dar me- lhor resposta à procura que existe de seda animal. Seja para fornecer o bordado de Castelo Branco, para ven- der para outros locais, ou mesmo para utilização na investigação universitária, nomeadamente na área das aplicações biomédicas”, diz Maria de Lurdes Pombo. O aumento de recei- tas do projecto “Bicho da Seda” é ainda estrategica- mente importante para ga- rantir a sustentabilidade das restantes respostas sociais da APPACDM. A institui- ção atende 347 portadores de deficiência, numa altura em que apoio do Estado tende a ser mais incerto. Maior produção de seda, mais jovens ocupados A climatização do es- paço de criação do bicho da seda, conforme foi obser- vado, resulta no aumento da produção de seda. Em consequência desse acrésci- mo, o projecto vai ganhar dimensão e exigir o envol- vimento de mais portadores de deficiência. Esse alarga- mento é uma das ambições dos promotores. Actualmente, são de- senvolvidas duas criações de bicho da seda: uma na época de Primavera / Ve- rão e outra no período de Outono / Inverno. Uma vez controlado o ambiente em que são criados os bichos da seda, a APPACDM vai avançar para mais uma cria- ção. As únicas limitações, segundo Armando Fernan- des, “passam a ser de espa- ço e mão-de-obra”. Cada criação actual en- volve 60 mil bichos da seda, alimentados com folhas de amoreira colhidas pelos jovens da instituição. Um grupo de 20 mil bichos da seda, refira-se, consome 500 quilos de folhas. Reportagem Reportagem Produzir plantas para integrar Um ano depois o projecto já é auto-sustentável O valor social que resul- ta da união de crianças, jo- vens e idosos num projecto conjunto é um dos aspectos valorizados pela Fundação EDP. Outro, igualmente im- portante, é o potencial eco- nómico de uma iniciativa que, refira-se, actualmente já é auto-sustentável. Com efeito, a Feira de Actividades Económicas de Vila Velha de Ródão, em Ju- nho deste ano, e a Feira dos Santos, em Novembro, fo- ram aproveitadas para obter receitas que financiam o de- senvolvimento do projecto. Nestes eventos, os alunos puderam expor e vender o produto do seu trabalho. Ricardo Pereira, de 11 anos, é um dos alunos mais entusiasmados com o projecto. “Quando soube que íamos produzir plantas, quis participar na activida- de e tenho vendido algumas plantas”, conta ao Povo da Beira. Mas, para a coordena- dora do projecto, mais im- portante do que as receitas obtidas, é o contacto dos jovens com vida activa. “Há crianças com pouca disci- plina e pouco ritmo de tra- balho, mas tem havido uma boa evolução”, afiança Ma- falda Figueiredo. Projectos sociais financiados pela EDP apoiam os mais desfavorecidos Pelos caminhos da solidariedade: duas histórias, dois exemplos Dois projectos de apoio e integração social desenvolvidos por instituições do distrito de Castelo Branco estão entre as 10 iniciativas distinguidas pelo programa EDP Solidária Barragens. O apoio financeiro do prémio, que recebeu 92 candidaturas, vai permitir que ambos os projecto, solidários e inovadores, cresçam e alarguem o seu impacto social. Acompanhe, nestas páginas, o Povo da Beira numa visita aos projectos “A Minha Escola É Um Jardim”, que decorre no Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão, e “Bicho da Seda” da APPACDM de Castelo Branco. Bicho da seda da APPACDM é projecto inovador Museu “vivo” complementa fábrica de seda A construção de um museu da seda, numa par- ceria entre Câmara de Cas- telo Branco e APPACDM, avança no próximo ano, na quinta desta instituição na Carapalha. Antevendo as sinergias possíveis com a fábrica de seda, Maria de Lurdes Pombo diz que “vai ser um museu vivo”. Também a Oficina-Es- cola do Bordado de Caste- lo Branco, inaugurada este ano, passa a funcionar em estreita colaboração com o museu da seda. Esta ofici- na, a funcionar no antigo edifício dos CTT locais, visa preservar e promover um dos produtos mais típicos da região. A cultura de amoreiras na quinta da APPACDM tem dois hectares e garante autonomia na produção de alimento para a criação do bicho da seda. As árvores são conduzidas sob a forma arbustiva, para possibilitar aos portadores de deficiên- cia a colheita das folhas. Dois hectares de amoreiras Reportagem: Tiago Carvalho A produção vai aumentar de 10kg para 30kg de seda A APPACDM comercializa artigos de seda 16 alunos participam regularmente neste projecto A produção de plantas começou em 2010

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Artigo do jornal "Povo da Beira" de 22/11/2011

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Povo da Beira • 22 de Novembro de 2011 • Edição 9244 Edição 924 • 22 de Novembro de 2011 • Povo da Beira 5

Todas as quar-tas-feiras à tar-de, um grupo de alunos do Agrupamento

de Escolas de Vila Velha de Ródão reúne-se para desen-volver o projecto "A Minha Escola É Um Jardim", sob orientação dos professores. A actividade teve início em 2010 e a sessão de trabalho mais recente, no passado dia 16, contou com uma vi-sita do Povo da Beira.

Numa sala de aulas, o grupo de 16 alunos produz plantas ornamentais, todas de espécies autóctones, para embelezarem os espaços ajardinados da escola. A produção de algumas espé-cies, como o zimbro e o me-dronheiro, parte de exem-plares recolhidos em visitas à serra de Vilas Ruivas.

De luvas e aventais, os jovens mergulham com afinco as mãos na terra e

nos vasos. Têm entre os 11 e 15 anos, mas as técnicas de estacaria e sementeira parecem estar já domina-das. O resultado da em-preitada é a multiplicação de plantas sobre as mesas, que são posteriormente co-locadas em talhões de uma pequena estufa improvisada na escola.

Cinco destes alunos têm necessidades educati-

vas especiais e é para eles que o projecto existe. “Pre-tende-se integrar as crianças e jovens que não reúnem condições para cumprir o currículo escolar normal, em conjunto com outros alunos, para que a integra-ção seja plena”, diz Mafal-da Figueiredo, a professora de Educação Especial que coordena o projecto.

Mas esta iniciativa é ainda mais ambiciosa e, por isso, foi distinguida pela Fundação EDP. Tem como meta que, uma vez termina-do o percurso escolar destes jovens, a aprendizagem das técnicas de jardinagem os conduza à integração no

mercado de trabalho. Saliente-se que a maio-

ria destes alunos fará ape-nas a escolaridade obriga-tória. Mafalda Figueiredo considera que o projecto “pode mudar vidas que es-tavam confinadas a poucos objectivos, permitir às crian-ças ambicionar um futuro melhor, uma saída profis-sional”.

O mesmo aspecto é salientado pelo director do Agrupamento, Luís Cos-ta. “Os alunos adquirem na escola competências na área da produção de plantas e da jardinagem”, afirma, acrescentado que “quando terminarem a escolaridade obrigatória, têm condições para desenvolver esse traba-lho na comunidade”.

Prémio da EDP permite alargar actividade aos idosos

Os alunos com dificul-dades de aprendizagem e os alunos em situação de ris-co de exclusão social têm, regra geral, dificuldades acrescidas em integrar-se na comunidade. Por isso, a fu-tura integração profissional destes jovens – alguns ainda estão a aprender a ler e es-crever – depende, em certa medida, da resposta da co-munidade.

Neste sentido, foi soli-citado o apoio do programa EDP Solidária Barragens, numa candidatura enca-beçada pela Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamen-

to. Os promotores do pro-jecto ambicionam que o adorno dos espaços escola-res seja o ponto de partida para uma intervenção mais abrangente.

Com efeito, o valor do prémio, 6.500 euros, destina-se essencialmente à construção de uma es-tufa, que deverá ser edifi-cada durante o próximo ano. Este equipamento vai permitir aumentar a pro-dução de plantas ornamen-tais e medicinais, e alargar à comunidade as activida-des e os frutos do projecto "A Minha Escola É Um Jardim".

Neste momento, o Agrupamento colabora com a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão e a Escola Superior Agrária de Castelo Branco. Mas a cur-to prazo vai envolver a po-pulação idosa, um aspecto decisivo para a viabilidade futura da iniciativa.

“Ainda este ano, preten-demos apresentar o projecto aos idosos da Misericórdia de Vila Velha de Ródão e a outros idosos da comuni-dade”, afirma Mafalda Fi-gueiredo. “Depois, quando a estufa estiver criada, os idosos vão começar a par-ticipar mais regularmente”, acrescenta. ●

“Mais novos ou mais velhos, todos sentem algum fascínio pela criação do

bicho da seda”, diz Ar-mando Fernandes. O técni-co agrícola da Associação Portuguesa de Pais e Ami-gos do Cidadão Deficiente Mental de Castelo Branco (APPACDM) guiou o Povo da Beira numa visita à em-blemática fábrica de seda desta instituição.

Esta unidade, única no país, na Europa apenas en-contra paralelo em Itália. Funciona na quinta de 22 hectares que a APPACDM tem na Carapalha. Neste espaço, cerca de 30 jovens portadores de deficiência colaboram nas actividades de fabrico de seda animal.

“Os jovens da APPA-CDM participam em todas as etapas do processo”, afir-ma Armando Fernandes, que conduz o fabrico de seda desde que esta institui-ção de solidariedade social criou o projecto, em 2000.

Quase todo o circuito funciona nas instalações da APPACDM. A cultura de amoreiras, o pavilhão da maternidade e criação do bicho da seda, o edifício de extracção e transformação do fio de seda, e o posto de venda do produto trans-formado. Só tingimento do fio de seda acontece fora dos portões da quinta da APPACDM, para facultar um catálogo de cores com 26 opções.

Sistema de climatização triplica produção de seda

Anualmente são colo-

cados no mercado 10 quilos de seda animal certificada, a 250 euros o quilo. O prémio EDP Solidária Barragens vai permitir triplicar este valor já na próxima campa-nha, que decorre entre Maio e Outubro. O apoio da Fun-dação EDP foi de 96 mil euros, um financiamento a 100 por cento, destinado a dotar de equipamentos de climatização o espaço de criação do bicho da seda.

“O controlo da tempe-ratura e humidade permi-te aumentar a produção, porque garante que os ca-sulos desenvolvem-se em condições favoráveis a uma melhor qualidade e possi-bilita a extracção de mais fio”, explica a presidente da APPACDM, Maria de Lur-des Pombo.

Incrementada a produ-ção, aumenta consequen-temente a rentabilidade do projecto. “Vamos dar me-lhor resposta à procura que existe de seda animal. Seja para fornecer o bordado de Castelo Branco, para ven-der para outros locais, ou mesmo para utilização na investigação universitária, nomeadamente na área das aplicações biomédicas”, diz Maria de Lurdes Pombo.

O aumento de recei-tas do projecto “Bicho da Seda” é ainda estrategica-mente importante para ga-rantir a sustentabilidade das restantes respostas sociais da APPACDM. A institui-ção atende 347 portadores de deficiência, numa altura em que apoio do Estado tende a ser mais incerto.

Maior produção de seda, mais jovens ocupados

A climatização do es-paço de criação do bicho da seda, conforme foi obser-vado, resulta no aumento da produção de seda. Em consequência desse acrésci-mo, o projecto vai ganhar dimensão e exigir o envol-vimento de mais portadores de deficiência. Esse alarga-mento é uma das ambições dos promotores.

Actualmente, são de-senvolvidas duas criações de bicho da seda: uma na época de Primavera / Ve-rão e outra no período de Outono / Inverno. Uma vez

controlado o ambiente em que são criados os bichos da seda, a APPACDM vai avançar para mais uma cria-ção. As únicas limitações, segundo Armando Fernan-des, “passam a ser de espa-ço e mão-de-obra”.

Cada criação actual en-volve 60 mil bichos da seda, alimentados com folhas de amoreira colhidas pelos jovens da instituição. Um grupo de 20 mil bichos da seda, refira-se, consome 500 quilos de folhas. ●

Reportagem Reportagem

Produzir plantas para integrar

Um ano depois o projecto já é auto-sustentável

O valor social que resul-ta da união de crianças, jo-vens e idosos num projecto conjunto é um dos aspectos valorizados pela Fundação EDP. Outro, igualmente im-portante, é o potencial eco-nómico de uma iniciativa que, refira-se, actualmente já é auto-sustentável.

Com efeito, a Feira de Actividades Económicas de Vila Velha de Ródão, em Ju-nho deste ano, e a Feira dos Santos, em Novembro, fo-ram aproveitadas para obter receitas que financiam o de-senvolvimento do projecto. Nestes eventos, os alunos puderam expor e vender o

produto do seu trabalho. Ricardo Pereira, de

11 anos, é um dos alunos mais entusiasmados com o projecto. “Quando soube que íamos produzir plantas, quis participar na activida-de e tenho vendido algumas plantas”, conta ao Povo da Beira.

Mas, para a coordena-dora do projecto, mais im-portante do que as receitas obtidas, é o contacto dos jovens com vida activa. “Há crianças com pouca disci-plina e pouco ritmo de tra-balho, mas tem havido uma boa evolução”, afiança Ma-falda Figueiredo.

Projectos sociais financiados pela EDP apoiam os mais desfavorecidos

Pelos caminhos da solidariedade: duas histórias, dois exemplos Dois projectos de apoio e integração social desenvolvidos por instituições do distrito de Castelo Branco estão entre as 10 iniciativas distinguidas pelo programa EDP Solidária Barragens. O apoio financeiro do prémio, que recebeu 92 candidaturas, vai permitir que ambos os projecto, solidários e inovadores, cresçam e alarguem o seu impacto social.Acompanhe, nestas páginas, o Povo da Beira numa visita aos projectos “A Minha Escola É Um Jardim”, que decorre no Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão, e “Bicho da Seda” da APPACDM de Castelo Branco.

Bicho da seda da APPACDM é projecto inovador

Museu “vivo” complementa fábrica de seda

A construção de um museu da seda, numa par-ceria entre Câmara de Cas-telo Branco e APPACDM, avança no próximo ano, na quinta desta instituição na Carapalha. Antevendo as sinergias possíveis com a fábrica de seda, Maria de Lurdes Pombo diz que “vai ser um museu vivo”.

Também a Oficina-Es-cola do Bordado de Caste-lo Branco, inaugurada este ano, passa a funcionar em estreita colaboração com o museu da seda. Esta ofici-na, a funcionar no antigo edifício dos CTT locais, visa preservar e promover um dos produtos mais típicos da região.

A cultura de amoreiras na quinta da APPACDM tem dois hectares e garante autonomia na produção de alimento para a criação do

bicho da seda. As árvores são conduzidas sob a forma arbustiva, para possibilitar aos portadores de deficiên-cia a colheita das folhas.

Dois hectares de amoreiras

Reportagem: Tiago Carvalho

A produção vai aumentar de 10kg para 30kg de seda

A APPACDM comercializa artigos de seda

16 alunos participam regularmente neste projecto

A produção de plantas começou em 2010